Paula Santos, deputada do PCP, esteve presente na concentração dos trabalhadores não docentes que exigem a contratação de auxiliares de acção educativa e pela revisão da portaria dos racios introduzindo critérios para responder às necessidades específicas de cada escola.
O tempo parece correr mais depressa assim. Quando as ruas se tornam galeria de arte, as estátuas podem estar vivas. Esta mostra é um modo privilegiado de aproximação da arte ao quotidiano e surge de forma a dar continuidade a uma política cultural abrangente e inovadora. Venha conhecer Coimbra!
Depois da tempestade veio a bonança, alegrou-se o mainstream mediáticocom as notícias dando como enterrado o machado de guerra comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos depois do acordo salvador de 25 de Julho entre Jean-Claude Juncker e Donald Trump. Pura ilusão: do lado europeu, só os impérios da indústria automóvel alemã têm razões para regozijar-se.
Os europeístas incuráveis, contudo, estão aliviados: a declaração do presidente norte-americano que fez da União Europeia uma “inimiga” foi supostamente válida apenas durante duas escassas semanas. No entanto, o que acontece é que, mesmo sem mandato democrático e criando condições para que a União Europeia se apresente, doravante, dividida perante Donald Trump, o presidente da Comissão Europeia fez em Washington as cedências mais do que suficientes para transformar a guerra das tarifas aduaneiras em capitulação dos 27.
“Este êxito pode evitar uma guerra comercial e salvar milhões de empregos”, proclamou o ministro alemão da Economia, Peter Almaier, depois de Jean-Claude Juncker ter anunciado o acordo alcançado na Casa Branca a propósito da chamada “guerra de tarifas e normas alfandegárias”, decretada pela Administração Trump contra a União Europeia.
Um acordo meramente transitório, que faz a ponte para as negociações aduaneiras que vão seguir-se e face às quais Bruxelas parte agora em desvantagem, depois de ter metido vários golos na própria baliza.
A alegria do ministro da Economia alemão contrastou com a discrição do seu par francês das Finanças, Bruno Le Maire, ao interrogar-se sobre a “reciprocidade” que Juncker terá alcançado. Uma nota dissonante entre os solistas da União Europeia capaz de se repercutir como uma desafinação total na orquestra dos 27.
A satisfação do ministro alemão não surpreende quando se escalpeliza o acordo e o papel de quem o negociou pelo lado europeu: Martin Selmayr, chefe de gabinete de Juncker, um político sintonizado com a CDU alemã e com o grande patronato germânico.
A capitulação
Qual é, de facto, o conteúdo autêntico do acordo alcançado entre Jean-Claude Juncker e Donald Trump?
As medidas anteriormente anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos elevando as taxas alfandegárias sobre produtos estratégicos europeus, designadamente o aço e o alumínio, mantêm-se inalteradas.
Entretanto, a Comissão Europeia comprometeu-se a que os Estados membros da União comprem soja e gás de xisto em quantidades “massivas” aos Estados Unidos. Ora a soja norte-americana não obedece às normas sanitárias europeias, pois grande parte corresponde a organismos geneticamente modificados, vulgo transgénicos; por outro lado, o gás de xisto (obtido através do contestado e ambientalmente catastrófico método de fracking) é, além disso, muito mais dispendioso do que o gás natural. Acresce que a Comissão Europeia e os governos dos países da União não têm, entre as suas competências, a de obrigar as empresas da Europa e os consumidores europeus a recorrerem aos citados produtos norte-americanos.
Por outro lado, como notou o ministro francês Bruno Le Maire quando se interrogou sobre a “reciprocidade”, o acordo selado não faz qualquer alusão a assuntos prioritários europeus, designadamente a garantia de acesso aos mercados públicos norte-americanos protegidos pelo Buy American Act.
Do mesmo modo, o acordo silencia as divergências entre os dois lados do Atlântico quanto ao Acordo de Paris sobre o clima; nem inclui qualquer medida europeia de salvaguarda perante a extraterritorialidade do direito norte-americano traduzida na obrigatoriedade de as empresas europeias respeitarem as sanções norte-americanas contra o Irão.
A “cedência” norte-americana
Até agora, a história do acordo é a das cedências e omissões do lado europeu.
Não se diga, porém, que não existe uma importante “cedência” do lado norte-americano. Donald Trump aceitou que, por enquanto, as novas tarifas alfandegárias de 25% por ele determinadas não atinjam a indústria automóvel europeia, mantendo-se nos 12% actuais enquanto durarem as negociações – caso estas decorram segundo os interesses de Washington.
Ora em termos de indústria automóvel europeia e da sua relação com o mercado norte-americano, o acordo parece talhado à medida de impérios alemães do sector como a Mercedes e a BMW. Estes, sim, foram os interesses dos “europeus” defendidos pela Comissão Europeia perante Trump, através de Jean-Clade Juncker e do seu negociador de turno, Martin Selmayr, homem do grande patronato germânico.
Sobre a qualidade do acordo e sua repercussão no quadro geral da União falam as posições críticas de Paris, em contrate com a satisfação alemã. A Comissão Europeia conseguiu, desta maneira, romper a unidade que a União Europeia tinha manifestado perante os desafios colocados por Trump. Ruptura essa com a gravidade evidenciada pelo facto de atingir o eixo franco-alemão, um pilar estratégico da União.
Existe ainda um aspecto perverso na armadilha montada por Juncker ao serviço da Alemanha: a partir de agora, o país entre os 27 que se declare contra o festejado acordo, por nele não encontrar reflectidos os seus interesses, incorre no pecado de se tornar um “inimigo” dos norte-americanos – algo que não será muito aconselhável neste mundo “ocidental, civilizado e democrático”, vivendo sob o chapéu protector da NATO.
Tempos houve, historicamente muito recentes, em que Jean-Clade Juncker foi o chefe da secção luxemburguesa da Gládio, organização terrorista e conspirativa clandestina da NATO, naturalmente dirigida pelos Estados Unidos através da CIA.
Há tarefas que nunca mudam, mesmo que os cargos variem de designação.
Israel, um Estado sem fronteiras registadas e que acaba de instaurar o apartheid racista e religioso por lei, é servido por um exército transnacional aberto a todas as pessoas que digam ter um pai ou avô judeu.
Mais de quatro mil cidadãos franceses – 4185, segundo uma declaração militar oficial – integram o exército de Israel. Não se trata apenas de indivíduos com dupla nacionalidade franco-israelita habitando em Israel, mas também de cidadãos franceses que desejam participar nas operações de uma força de agressão conhecida pela sua crueldade na Palestina e em nações vizinhas. Para tal, basta-lhes comprovar que têm um progenitor ou um avô judeu; ainda assim, como o rigor da avaliação das provas submetidas nem sempre é fiável – depende do rabino – verifica-se que o exército de Israel pode até aceitar simples mercenários que optem por este braço terrorista transnacional.
O contingente francês não é o mais numeroso do exército que teve o seu núcleo original em organizações terroristas sionistas que nem sempre se distanciaram do nazismo hitleriano, enquanto milhões de judeus sofriam os horrores dos campos de concentração do Terceiro Reich. Os oriundos dos Estados Unidos da América formam o corpo mais avultado do exército multinacional que serve o fundamentalismo judeu.
Israel tem, deste modo, várias particularidades que não são partilhadas por mais nenhum país do mundo: não tem fronteiras registadas na ONU; declara-se, por lei, como o Estado dos judeus de todo o mundo e que rejeita descendentes de comunidades que vivem há milénios na Palestina; e tem a servi-lo o único exército do mundo formado segundo critérios transnacionais étnico-religiosos. Constituído muito antes da lei racista aprovada recentemente, o Tsahal (Exército de Israel) é o braço de guerra do sistema de aparheid desde sempre latente nas mentes sionistas – até ser declarado agora como regime oficial da “nação judia”.
Meios de comunicação social franceses, designadamente o Libération, o Nouvel Observateur e L’Humanité, revelaram que o recrutamento de cidadãos franceses para o Exército de Israel é feito através das sinagogas do país e de vídeos publicitários difundidos com o patrocínio da Embaixada israelita. Sem que as autoridades nacionais reajam a esta intrusão na soberania e na segurança francesas.
No auge da crise gerada pelos atentados terroristas em França, atribuídos a “terroristas fundamentalistas islâmicos” sem que tal asserção tenha sido totalmente comprovada, foram tecidas muitas críticas e considerações sobre os cidadãos franceses que se alistam em grupos islamitas para combater na Síria e outros países muçulmanos.
Na generalidade das considerações e debates foi sistematicamente omitido o paralelismo entre esta filiação em legião mercenária e a que leva cidadãos igualmente franceses a integrarem um corpo transnacional conhecido pelas suas práticas terroristas, pelas violações ostensivas da legalidade internacional e de numerosas resoluções da ONU. Em relação às quais, aliás, a própria ONU raramente reage – e apenas verbalmente.
Sendo esta mais uma das singularidades que caracteriza a existência do Estado de Israel, a envolvente do fundamentalismo hebraico.
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos acompanhado por Ulisses Brito.
Agosto 30, 2018
Até final de agosto, nenhum médico se candidatou para trabalhar nos hospitais públicos do Algarve, ao abrigo do regime especial de mobilidade especial, segundo revelou aos jornalistas Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.
O responsável visitou a unidade de Faro do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) na manhã de terça-feira, 28 de agosto, e fez um diagnóstico desolador. «O Algarve é uma região muito importante, porque é a imagem do nosso país lá fora. É uma região que deixa uma imagem do que o nosso país tem de bom e de mau. Por isso, é uma prioridade que o governo, de facto invista mais no Algarve, e que tenha em atenção aquilo que é a capacidade de resposta que o Serviço Nacional de Saúde tem de dar».
Na perspetiva do bastonário, a fraca atratividade justifica-se pela situação de carência de meios humanos que coloca uma «pressão elevadíssima» aos médicos do CHUA. «Os internos que vêm para o Algarve, ou ficam na região a trabalhar no privado, ou ao final de um ano acabam por ir embora. Com este elevado nível de pressão é muito difícil conseguir fixar médicos na região», avisou.
Por outro lado, Guimarães pediu ao conselho de administração do CHUA para envolver mais estes profissionais «nas decisões que têm impacto na capacidade clínica». O bastonário precisou de uma cábula para enumerar as deficiências que encontrou. «No serviço de urgências, já foram gastos 3 milhões de euros, no primeiro semestre do ano em contratação de serviços externos através de empresas privadas. O bloco de partos tem deficiências que foram realçadas pelo colégio de obstétrica e ginecologia da Ordem. Faltam recursos humanos na ginecologia obstetrícia, na medicina interna, na otorrinolaringologia, na oftalmologia e na anestesiologia que condiciona de forma brutal aquilo que é o movimento cirúrgico do hospital. A pediatria tem deficiências significativas, bem como a dermatologia e a ortopedia, que obriga a transferir para Lisboa doentes que poderiam facilmente ser cá tratados».
Numa região que, ainda assim, tem tido boas taxas de natalidade em comparação com a média nacional, «a neonatologia está numa situação crítica, o que tem implicações na qualidade assistencial em contexto do bloco de partos. Temos apenas dois anatomopatologistas no Algarve, o que é urgente resolver», contabilizou. Há ainda «deficiências na hematologia e urologia. A cirurgia pediátrica é urgente para o Algarve. Não é aceitável que as crianças que precisem de ser tratadas em contexto de cirurgia de urgência ou programada tenham de fazer 300 quilómetros até Lisboa. É fundamental que o Ministério da Saúde tenha uma atenção especial em relação a esta situação». Para terminar, «tive conhecimento que não temos radiologista em presença física a partir das 21 horas. Esta é uma situação grave, porque obriga os doentes, que poderiam ser tratados durante a noite, a ter que esperar até ao dia seguinte, quando a sua situação poderia ser facilmente resolvida com uma ecografia. Um hospital como este, considerado central, com uma urgência polivalente tem de ter radiologistas em permanência. Deveríamos estar a fazer medicina de acordo com as boas práticas atuais, mas para isso são precisos meios», lamentou.
A origem da descarga poluente foi detetada numa empresa da indústria agroalimentar de processamento de tomate.
Uma empresa da indústria agroalimentar fez uma descarga de concentrado de tomate que poluiu a ribeira da Asseca, Santarém, tendo sido feita uma participação de crime ao Ministério Público, revelou a Agência Portuguesa do Ambiente.
A descarga foi feita diretamente para aquela ribeira, afluente do rio Tejo, e provocou a morte de peixes, removidos pela autarquia de Santarém em articulação com aquela agência.
Não foi especificada a quantidade de peixes removidos "para destino adequado".
A origem da descarga poluente foi detetada numa empresa da indústria agroalimentar de processamento de tomate.
Inspeção após denúncia
A inspeção foi feita esta semana no seguimento de uma denúncia e confirmou "a degradação da qualidade da água e a morte de peixes naquele afluente do Tejo".
A empresa recebeu ainda um mandado para, no prazo de cinco dias, "implementar um sistema de retenção de emergência que possa rececionar, em caso de acidente, eventuais descargas".
Crime já participado
A Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) participou o crime de poluição ao Ministério Público.
Em comunicado, a IGAMAOT afirma que a participação aconteceu no seguimento de uma inspeção feita na terça e na quarta-feira à ribeira da Asseca, depois de uma denúncia de uma descarga ocorrida no domingo e que provocou a morte de peixes.
A IGAMAOT afirma que a inspeção realizada “confirmou a degradação da qualidade da água e a morte de peixes naquele afluente do Tejo” e que “a descarga poluente foi realizada por uma empresa da indústria agroalimentar de processamento de tomate”.
Segundo a nota, os inspetores confirmaram que “na origem deste episódio esteve a descarga de matéria-prima não processada (concentrado de tomate) diretamente para a ribeira da Asseca”.
A indústria em causa foi alvo de uma inspeção por parte da equipa de inspetores da IGAMAOT, acompanhada por elementos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da qual resultou a emissão de um mandado para, “no prazo de cinco dias, o operador implementar um sistema de retenção de emergência que possa rececionar, em caso de acidente, eventuais descargas”.
Existem alimentos e ingredientes que são muito valiosos - alguns chegam até mesmo a superar o ouro.
Mas o que faz seu preço ser tão alto? E será que eles valem o que custam?
A BBC investigou os produtos alimentícios mais caros do mundo. Confira a seguir.
1. Açafrão
Também conhecido como "ouro vermelho", o açafrão é o pistilo da flor Crocus sativus e é usado para dar uma coloração dourada aos preparos.
O ingrediente supera até mesmo o ouro no preço por peso. Mas por que custa tão caro?
A razão é simples. A flor da qual é obtido só floresce por uma ou duas semanas do ano, no outono. Obtê-lo é trabalhoso: deve ser colhido e processado à mão.
E cada flor tem apenas três pistilos, por isso, é necessário cultivar dois campos de futebol inteiros, ou cerca de 300 mil flores, para conseguir um quilo de açafrão.
2. Caviar
O caviar é a ova em conserva do peixe esturjão e considerado uma das maiores iguarias do mundo.
É complicado de manusear e empacotar - e muito raro.
O caviar mais famoso é o do esturjão-beluga, encontrado no Mar Cáspio e no Mar Negro.
A espécie hoje está ameaçada de extinção e muito poucas de suas ovas podem ser vendidas legalmente.
Leva até dois anos para que o esturjão-beluga atinja a maturidade e comece a produzir caviar, mas o peixe precisa ser morto para que as ovas sejam extraídas.
Ainda mais rara é a ova do esturjão-albino, agora quase extinto em seu habitat natural.
De acordo com o Guinness, o Livro dos Recordes, o caviar mais caro já registrado foi de um esturjão-albino de possivelmente 100 anos de idade, vendido a cerca de US$ 34,5 mil o quilo.
3. Ostras
Hoje consideradas um luxo, as ostras nem sempre foram uma comida para os mais endinheirados.
No início do século 19, eram tão baratas quanto salgadinhos de batata-frita e um alimento importante na dieta das classes trabalhadoras em regiões costeiras - e tão abundante que eram usadas para reforçar tortas de carne.
Mas a pesca excessiva e a poluição tiveram um efeito catastrófico sobre as ostras, e sua escassez fez elas se valorizarem.
Os preços variam ao redor do mundo, mas, em Londres, por exemplo, um prato com esses moluscos pode custar US$ 65.
No entanto, há sempre alguém disposto a pagar por elas, e, claro, aqueles que acreditam que elas têm propriedades afrodisíacas.
4. Trufas brancas
A trufa branca é um dos fungos mais raros e difíceis de encontrar. Cresce apenas na região do Piemonte, no norte da Itália, entre as raízes de determinadas árvores.
São muito mais escassas do que qualquer outro tipo de trufa. Além disso, a variedade branca tem um sabor e aroma especialmente intensos.
Elas não podem ser cultivadas. Ainda que há muito tempo se tente fazer isso, só são encontradas na natureza.
Essa imprevisibilidade, junto com os esforços que as pessoas realizam para localizá-las e colhê-las, fazem com que seu preço seja caro.
O maior valor já pago por uma única trufa branca foi de US$ 330 mil, em 2007, por um exemplar de 1,5 kg.
5. Presunto ibérico
Esse tipo de carne curada é produzido em regiões da Espanha e de Portugal, onde porcos pretos ibéricos (ou porcos que são ao menos 50% ibéricos) vivem em meio ao montado, um ecossistema formado por florestas de azinheiras, sobreiros, carvalhos ou castanheiros.
Os animais vivem em liberdade e têm uma dieta de frutos dessas árvores, conhecidos como bolotas.
A classificação do presunto ibérico é bastante rigorosa: o tipo "pata negra" é considerado o melhor e é produzido a partir de porcos ibéricos de raça pura.
Esse presunto ainda é curado por um período de 36 a 48 meses, em condições especiais.
Segundo o Guinness, o presunto mais caro disponível comercialmente é um pata negra feito a partir de Manchado de Jabugo, uma espécie rara de porco ibérico. A peça do tamanho de uma perna do animal é vendida a US$ 4.080.
6. Carne Wagyu
Wagyu pode ser traduzido simplesmente como "carne japonesa" e é feita a partir de quatro raças de vacas do Japão.
A carne é intensamente entremeada com gordura, que derrete durante o cozimento e a torna bastante macia, úmida e a faz derreter na boca.
Seus entusiastas comparam sua textura com comer um pedaço macio de peixe.
O seu alto preço se deve ao processo de criação do animal: para ser considerada uma Wagyu, as vacas devem ser criadas e alimentadas segundo regras rígidas, com bezerros recebendo ração especial para garantir que sua carne fique marmorizada com gordura.
O quilo de Kobe beef, um dos tipos dessa carne mais valorizados, chega a custar US$ 640 no Japão
7. Café Kopi Luwak
O quilo do café Kopi Luwak é vendido por até US$ 700. Seus grãos foram comidos, parcialmente digeridos e depois defecados pelo civeta de palmeira asiática, um pequeno mamífero carnívoro com pelagem manchada e focinho pontiagudo que vive em palmeiras na Indonésia.
Não parece nada apetitoso, mas é valorizado porque alguns que acreditam que o sabor do café é intensificado pelos ácidos do estômago do animal.
A digestão parcial e a fermentação confeririam ainda algo especial aos grãos antes de serem excretados.
Mas seus críticos dizem que é apenas um chamariz artificial que resulta em um café terrível.
Há um efeito colateral negativo nessa história para o civeta: ele está sendo criado em fazendas, dentro de gaiolas, como ocorre com galinhas, e sendo alimentado a força com grãos de café.
8. Foie gras
Foie gras é um patê feito a partir do fígado de patos ou gansos que são engordados para que o órgão atinja até dez vezes seu tamanho normal.
Como resultado, o sabor do patê é intenso, amanteigado e delicado.
Seus fãs pagam um alto preço por eles, mas o preço mais alto quem paga são as aves, que são alimentadas à força com milho por meio de tubos.
É uma prática que data de ao menos 2.500 a.C., quando os egípcios aprenderam que o sabor de aves melhorava quando eram alimentadas desta forma.
Hoje em dia, muitos países têm leis que vetam a prática, além da produção, importação e a venda de foie gras, mas o produto ainda é bastante popular em diversas partes do mundo.
O desaparecimento de Alexandre Zakharchenko pode pôr em causa o processo de paz na região. Os suspeitos, entretanto presos, «reconheceram a ligação a um não especificado grupo de sabotagem ucraniano».
Alexandre Zakharchenko, presidente da autoproclamada República Popular do Donetsk (Donétskaiá Narôdnaiá Respúblika, DNR), no leste da Ucrânia, foi assassinado num atentado ocorrido no centro da cidade de Donetsk.
Uma explosão abalou o café Separ – próximo à residência de Zakharchenko – cerca das 17h30 locais (15h30 em Lisboa), tendo provocado a morte de Alexandre Zakharchenko e causado mais 11 vítimas, segundo declarações de Dmitri Trapeznikov, líder provisório da DNR, à RIA Novosti. Trapeznikov não quis confirmar a morte de vários guarda-costas no incidente, como chegou a ser referido, mas confirmou que pelo menos um dos ministros «sofreu ferimentos graves».
Alexandre Kasakov, assessor do líder assassinado, declarou à RT News que Zakharchenko foi atingido na cabeça e teve morte no local – e não no hospital, como chegou a ser transmitido por alguns meios. «O dirigente da República Popular de Donetsk, Alexandre Zakharchenko, morreu em consequência de um ataque terrorista», declarou Kasakov, acrescentando que «um explosivo improvisado fora plantado no interior do café, próximo da porta de entrada» e que, aparentemente, os assassinos sabiam quando ele chegaria ao café e «estavam à sua espera».
Segundo a mesma fonte, o estado de sítio foi declarado e as fronteiras com a Ucrânia e a Rússia foram fechadas pelos serviços de segurança, com as autoridades a «procurarem activamente pelos potenciais perpetradores» do atentado.
Ém consequência das buscas soube-se, mais tarde, da detenção de um número ainda indeterminado de suspeitos, que se encontrariam nas proximidades do local. Dmitri Trapeznikov confirmou a detenção de vários suspeitos e referiu à RIA Novosti que os mesmos «reconheceram a ligação a um não especificado “grupo de sabotagem ucraniano”».
Reacções ao atentado
Moscovo condenou o assassinato como sendo adverso para o processo de paz na Ucrânia. Konstantin Kosachev, presidente do Comité do Senado Russo para os Assuntos Internacionais declarou à RT News que a morte do líder da DNR «poderia ter um impacto particularmente negativo na implementação dos acordos de Minsk».
«Kiev tem repetidamente recorrido a estes métodos para se libertar de dissidentes ou indesejáveis», pelo que existem «todas as razões» para ver a sua mão no assassinato, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, acrescentando que «em vez de se guiarem pelos acordos de Minsk e procurar resolver um conflito interno, os fautores da guerra de Kiev optaram por um cenário terrorista, exacerbando a já tensa situação na região».
Quanto aos serviços secretos ucranianos, optaram por negar qualquer envolvimento no assassinato, preferindo considerá-lo como o resultado da luta «entre bandos de criminosos» ou fruto da «mão de Moscovo» – afirmações produzidas por Igor Guskov e Yelena Gitlyanskaya, respectivamente director e porta-voz do SBU, o serviço secreto ucraniano acusado de estar por detrás do crime.
O presidente Vladimir Putin exprimiu «profundas condolências» aos familiares e amigos de Alexandre Zakharchenko, que definiu como «um verdadeiro líder popular» e um «homem de coragem». Afirmou, também, que «aqueles que prosseguem o caminho do terror, violência e intimidação não procuram uma solução pacífica e um diálogo real com o povo do sudeste da Ucrânia».
De mineiro a presidente da DNR
Alexandre Vladimirovich Zakharkenko, Presidente do Conselho de Ministros e Comandante Supremo das Forças Armadas da República Popular do Donetsk, nasceu na cidade de Donetsk em 26 de Junho de 1976, há 42 anos, filho de pai russo e de mãe ucraniana. Deixa a sua mulher, Natália, e quatro filhos.
Estudou na Escola Técnica de Automação Industrial, em Donetsk, especializando-se com distinção em Electromecânica de Minas. O seu primeiro trabalho foi como mineiro, como electromecânico do 5.º grau. Um ano e meio depois estabeleceu-se como empresário na indústria do carvão. Entretanto matriculara-se no Instituto de Direito do Ministério do Interior, em Donetsk.
Em 2010 dirige o ramo no Donetsk da ONG «Oplot» («Muralha», ou «Bastião»), fundada em Kharkov por Evgeny Vladimirovich Zhilin. Os principais objectivos da organização eram de «assistência às famílias de polícias mortos ou incapacitados em serviço, ou ainda daqueles que, por outras razões, estivessem impossibilitados de manter uma existência digna». Outra actividade da «Oplot» era a investigação histórico-militar, opondo-se às tentativas — já então crescentes — de glorificação dos colaboracionistas da OUN-UPA, de Stepan Bandera, financiando as buscas por restos mortais de soldados do Exército Vermelho mortos durante a Segunda Guerra Mundial e cuidando dos monumentos aos heróis da Grande Guerra Patriótica, glorificando e exaltando o «povo vitorioso».
«Acreditámos, acreditamos e continuaremos a considerar-nos parte da União Soviética»
Depois de, em 2014, os distúrbios na chamada praça «EuroMaidan» terem degenerado num golpe de Estado que depôs o presidente legitimamente eleito, Alexandre Zakharchenko assumiu uma firme posição anti-Maidan e juntou-se às milícias populares que reagiram contra o golpe na Ucrânia, exigindo para a população do Donbass o direito a determinar o seu futuro, fosse sobre a língua em que se queriam exprimir, fosse a forma de Estado e o país em que queriam viver. Quando o novo governo em Kiev desprezou a voz do Donbass, Alexander Zakharchenko dirigiu o grupo de milicianos armados que ocupou, sem sangue, o edifício da administração da cidade do Donetsk.
Após o referendo que declarou a independência, em 11 de Maio de 2014, tornou-se o primeiro comandante militar da DNR e, mais tarde, secretário de estado dos Assuntos Internos. Comandou directamente a unidade militar de voluntários da «Oplot», até Julho de 2014, e nessa qualidade participou directamente nos combates em torno do aeroporto internacional do Donetsk, em 27 e 28 de Maio de 2014, tendo sido ferido numa perna. Um mês depois, recebeu a patente de Major.
Em Agosto do mesmo ano, após a resignação do primeiro-ministro da DNR, Alexandre Borodai, o Conselho (Soviete) da República apontou Alexandre Zakharchenko para o lugar. Apresentou candidatura para as primieiras eleições presidenciais na DNR, tendo sido eleito, em 2 de Novembro de 2014, recolhendo 75% dos votos.
No início de 2015 deu início a primeira fase do trabalho de recuperação das localidade atingidas pela guerra, no território controlado pela DNR. Entre Janeiro e Maio de 2015 293 locais foram recuperados.
Em Fevereiro de 2015 participou nas primeiras negociações de paz em Minsk, com os líderes dos países do chamado «quarteto». Como resultado do processo negocial foi assinado um acordo providenciando «um imediato e compreensivo cessar-fogo em áreas das regiões do Donetsk e de Lugansk». O acordo entrou em vigor em 15 de Fevereiro de 2015 mas, até agora, não foi cumprido pelo governo de Kiev.
Dois dias depois Alexander Zakharchenko voltou a ser ferido, nos combates por Debaltsevo. Durante os combates foi promovido ao posto de Coronel e recebeu a sua primeira condecoração (Herói da DNR). Depois da conclusão vitoriosa das operações militares em Debaltsevo recebeu, simbolicamente a patente Major-General e a Ordem «Glória da LNR», atribuídas pela república-irmã de Lugansk.
Em Agosto do mesmo ano foi lançada por Zakharchenko a segunda fase da restauração das infraestruturas e habitações residenciais da DNR, incluindo a construção de 111 novas moradias unifamiliares, a recuperação de 2 mil casas e 1189 partamentos, entre outros trabalhos.
Graças a estes esforços foi possível prevenir uma catástrofe humanitária e o colapso económico causado pela guerra, primeiro, e pelo total bloqueio por parte da Ucrânia, depois.
Até hoje, sobrevivera a vários atentados contra a sua vida.