A Kempeitai era uma organização tão sórdida, senão mais, que a Gestapo. Mas eles não mediam forças. Japão era aliado da Alemanha durante a 2ª Guerra. A Kempeitai tinha casas de tortura e campos de prisão, onde aplicavam o que estava estabelecido nos seus “Manuais do Interrogador”. No manual eram aconselhadas técnicas de tortura como espancamento, ferros em brasa na genitália, lascas de metal marteladas em baixo das unhas, eletrochoques etc.
As mulheres, independentemente da idade, tornavam-se escravas sexuais nos bordéis das cidades ocupadas. Um episódio de 1944 relata que um grupo de mulheres holandesas que estavam em um acampamento em Java foram arrastadas e estupradas uma a uma, próximo aos seus familiares. Mas isso foi o “de menos” que eles aprontaram. Dá uma olhada em outras atrocidades cometidas pela polícia secreta do Japão:
1- As caixas para carregar porcos
Um grupo de 200 militares britânicos foram capturados e presos em Java. Eles foram colocados dentro de gaiolas de bambu que eram utilizadas para transportar os porcos que iam pro abate. Eles foram transportados em caminhões e vagões de trens abertos, expostos a 38 graus de temperatura. Já exaustos e desidratados eles imploravam por água e os soldados da Kempeitai abriam as braguilhas e urinavam na cara dos prisioneiros. Eles foram depois levados de barco e jogados ao mar para morrerem afogados ou comidos por tubarões.
2- Perseguição aos chineses
Quando ocuparam Singapura, a Kempeitai rebatizou a cidade e acertou os relógios de acordo com o horário de Tókio. Depois disso, decidiram limpar os chineses das ruas, povo que eles consideravam indesejáveis e preguiçosos. Eles determinaram que todo homem chinês, com idade entre 15 e 50 anos se apresentassem para serem avaliados. Os que passavam nessa avaliação, eram marcados com a palavra “Examinado” no rosto, braços e roupas. Os que não passavam na avaliação eram em maioria professores, funcionários públicos, membros de sociedades secretas e criminosos de acordo com a Kempeitai. Para eles, uma simples tatuagem qualquer indicava que a pessoa pertencia a uma entidade secreta ou era um criminoso.
Depois de duas semanas de triagem, os rejeitados na avaliação foram levados para a execução, que variou de acordo com os caprichos dos condenados e desejo dos executores. Todos foram amarrados, metralhados ou decapitados e jogados ao mar.
3- O petróleo de Borneo
Com a ocupação da ilha de Borneo os japoneses tiveram acesso a uma grande quantidade de petróleo. Petróleo este que eles decidiram proteger com mão de obra dos prisioneiros de guerra. 1500 prisioneiros, em sua maioria australianos, foram enviados para os campos de petróleo onde só tinham uma escassa ração de legumes e arroz sujo para comerem. Com úlceras e desnutridos, alguns tentaram fugir e foram duramente punidos para servirem de exemplo para os demais.
Alguns eram colocados em gaiolas ao ar livre no sol. Os que eram suspeitos de conspirarem ou contrabandearem equipamentos de rádio e medicamentos, tinham partes do corpo queimadas até a carne ou taxas de metal crevadas embaixo das unhas.
4- Execução dos euro-asiáticos
Durante a ocupação das Índias Orientais Holandesas os japoneses tiveram dificuldades para controlar a população euro-asiática. Para tal, se fez necessário que eles aplicassem execuções sem julgamento ou punições extra judiciais. Os japoneses justificaram que os indonésios mestiços, ou seja, com sangue holandês, eram leais à Holanda, por isso eram antecipadamente acusados de sabotagem e espionagem.
5- A revolta em Kota Kinabalu
Em outubro de 1943, um grupo de rebeldes se levantou em Kota Kinabalu. Eles atacaram o escritório japonês na cidade, delegacias e hotéis militares armados apenas com rifles de caça, lanças e facas. Mataram entre 70 e 90 japoneses e taiwaneses e a Kempeitai foi enviada para conter a situação. As represarias foram cruéis e destinadas a toda a população. Centenas de chineses foram executados apenas por serem suspeitos de ajudarem os rebeldes.
Na mesma época do acontecido em Kota Kinabalu, um grupo de soldados anglo-australianos se infiltraram em Singapura através de um velho barco de pesca e canoas dobráveis. Eles afundaram ou desativaram 7 navios japoneses, incluindo um petroleiro. A ação foi tão bem orquestrada que eles conseguiram sair do porto sem serem vistos.
Os japoneses acreditaram que eles atuaram com a ajuda de civis e acusaram 57 prisioneiros de envolvimento com a sabotagem no porto. Esses acusados foram colocados em celas bem iluminadas e sem camas onde passaram 5 meses, sendo submetidos a fome e torturas brutais nos interrogatórios.
7- Presença em Shangai
Os jornalistas de Shangai fizeram publicações contra a Kempeitai em 1937. Como punição, muitos intelectuais foram decapitados ou presos e torturados na Bridge House, casa de tortura da Kempeitai em Shangai. Eles eram acusados de espionagem, desobediência e colaboração com os rebeldes. Ficaram presos por meses em gaiolas de metal em meio a ratos, piolhos e fezes.
8- Experiências com humanos
Os japoneses mantinham laboratórios nos quais, entre outras coisas, criavam e testavam armas biológicas. As cobaias eram os soldados estrangeiros e os prisioneiros considerados incorrigíveis. Muitos foram expostos a doenças como peste bubônica, cólera, tuberculose e febre tifóide nos testes das armas químicas. Outros passaram por vivissecções acordados e sem nenhum tipo de anestesia. Nada interrompia os testes. As cobaias gritavam de dor até desmaiarem de dor e na sequência morrerem de hemorragia.
Talvez o posicionamento militar japonês tenha sido determinante na decisão dos Estados Unidos de bombardearem cidades japonesas com bombas nucleares. Você já tinha conhecimento de como agiam os japoneses durante a Segunda Guerra?
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