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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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28
Jul16

Feira da Serra de São Brás terá tantas novidades que até camelos e cangurus as vêm ver

António Garrochinho


A Feira da Serra de São Brás vai ter mais área do que é habitual e muitas novidades, por isso o melhor é apanhar um balão de ar quente, para ver o novo recinto de cima. Depois, há sempre a opção de apanhar um burro ou mesmo um camelo, para ver as vistas e perceber aquilo que mudou.

A 25ª edição do certame, que decorrerá de 29 a 31 de Julho na escola EB 2,3 Bernardo de Passos, terá muita inovação e foi pensada para surpreender os visitantes, mesmo os mais fiéis, que voltam ano após ano.

A Câmara de São Brás de Alportel aproveitou as bodas de prata do evento para introduzir alterações a vários níveis. O recinto vai crescer «cerca de 3 mil metros quadrados» e haverá novos espaços, a juntar aos que já existiam. Ou seja, não se tratará de mudar, pois o conceito desta festa mantém-se, mas de acrescentar.



Assim, não é de espantar que a convidada de honra seja a inovação. «Inspirados neste tema, queremos mostrar formas inovadoras de trabalhar os produtos tradicionais da nossa terra: a amêndoa, o mel, o figo e a cortiça. Tudo aquilo que temos e o conhecimento que tem vindo a ser passado pelos nossos artesãos aos jovens», disse o presidente da Câmara de São Brás de Alportel Vítor Guerreiro, à margem da apresentação do evento, que decorreu na quinta-feira, na FNAC do Fórum Algarve, em Faro.

Uma das novidades é a parceria que a organização da feira encetou com o CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, que «irá dinamizar um espaço novo, o palco inovação, onde se mostrará o que de inovador se faz no Algarve».

Esta não é a única zona nova a criar na Feira da Serra de 2016. A ampliação também vai permitir a instalação do Espaço Terra, onde cabem desde energias renováveis a alfaias agrícolas, e do palco Radical, onde os mais audazes poderão experimentar atividades menos convencionais.

Igualmente novos são o Spa Serrano, dedicado a momentos de lazer e relaxamento, e o palco Calçadas, onde será aguçado o apetite para o evento Calçadas, que as ruas de São Brás vão acolher em Agosto.

«Também promovemos a reorganização do espaço, criando uma área maior para a restauração, e mudámos um pouco a disposição da feira, o que incentivará as pessoas a ir à procura das surpresas. Além disso, a Feira da Serra deste ano será 100 por cento acessível para pessoas com mobilidade reduzida. Havia uma pequena parte que ainda não era, o sítio dos animais, mas este ano já criámos as condições», acrescentou o edil.

Executivo Camarário de São Brás na apresentação da Feira da Serra 2016No campo da animação do recinto, destaque para a presença de um balão de ar quente, numa parceria com a Rubis Gás, «que irá levar pessoas a ver a feira lá do alto». «Também teremos inovação no espaço dos animais. Os nossos animais daqui do barrocal e da Serra do Caldeirão convidaram amigos de outras serras e locais, como camelos, cangurus e zebras. Também haverá passeios de camelo, além dos que já existiam, de burro», revelou o edil são-brasense.



Vítor Guerreiro destacou, ainda, a parceria que será criada com o Zoomarine, «que também celebra 25 anos». «Eles vão dinamizar um espaço para os mais jovens e mostrar os seus projetos».

Aos palcos, subirão muitos artistas locais e da região, mas haverá, todos os dias, um nome sonante do panorama musical nacional. No dia 29, sexta-feira, atuam os Átoa, «que foram nomeados para o Globo de Ouro de banda revelação de 2015». No sábado, depois do já tradicional desfile de moda, sobe ao palco Áurea. No domingo, dia 31 de Julho, há concerto do cantor popular Emanuel. Sexta e sábado, a noite termina com um baile tradicional.

Aproveitando a onda inovadora, a organização alargou os pontos de venda dos bilhetes, que passam a estar disponíveis nas lojas FNAC algarvias (Faro e Guia), além dos locais habituais, nomeadamente a tesouraria da autarquia e a na escola Poeta Bernardo de Passos, nos dias do evento. O bilhete diário custa 3,5 euros, mas os visitantes podem optar pelo ingresso de 3 dias (7 euros). Para as famílias, há uma oferta especial: 4 bilhetes pelo preço de três, a 10,5 euros.

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28
Jul16

ALGARVE - SANTA CATARINA DA FONTE DO BISPO - Hotel Rural Quinta do Marco põe os hóspedes a ajudar na apanha da alfarroba

António Garrochinho

O Hotel Rural Quinta do Marco, situado em Santa Catarina da Fonte do Bispo, no interior do concelho de Tavira, vai integrar nas suas atividades, pela primeira vez, a Apanha da Alfarroba, entre 1 e 7 de agosto.

Esta tradição será levada a cabo por um grupo de habitantes, todos com idades entre os 70 e 80 anos, sendo que os homens derrubam o fruto das árvores, com recurso a varas de pau, e as mulheres recolhem os frutos para as alcofas, que depois são colocadas em sacas de 50 quilos cada.

Haverá ainda um almoço na Quinta do Marco para os trabalhadores, um piquenique no qual os hóspedes do Hotel se podem juntar depois da ajuda na Apanha. O almoço terá no menu o máximo de produtos à base de alfarroba.

A alfarroba, uma vagem comestível de cor escura, é conhecida como o ouro algarvio e a sua utilização remonta aos tempos ancestrais, quando as suas sementes eram utilizadas pelos mercadores da Antiguidade para avaliar o peso das joias – daqui nasce a palavra “Kilat” ou “carate”.

Também designada por “chocolate saudável”, este fruto, com muita implantação na bacia mediterrânica, apresenta várias vantagens para a saúde e, por isso, muitos dos alimentos servidos no restaurante do Hotel são oriundos das alfarrobeiras criadas na Quinta.

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28
Jul16

OLHÓ AVANTE ! - A nomeação de Dillary Crump

António Garrochinho

Nem mesmo a revelação de que o Comité Nacional do Partido Democrata (PD) sabotou a campanha de Bernie Sanders fez o senador do Vermont retirar o apoio político que, no dia 12, entregara a Hillary Clinton. Se já todos sabíamos que as primárias democráticas foram tudo menos democráticas, a fuga de mais de dez mil emails da Comissão Nacional, prontamente atribuída por Hillary à Rússia, veio revelar os requintes anti-semitas e fundamentalistas com que a direcção daquele partido procurou denunciar as raízes judaicas de Sanders ou, pior ainda, expor o seu alegado ateísmo. «Para a minha malta baptista no Sul há uma grande diferença entre um judeu e um ateu», pode ler-se num email divulgado pela Wikileaks em que Brad Marshall, chefe das finanças do PD, pondera a estratégia de ataque a Sanders na comunicação social.

Debbie Schultz, presidente do Comité Nacional do PD e responsável política pela trapaça, foi célere no pedido de demissão e desembaraçada no álibi. Clinton, por seu turno, devolveu o obséquio com a distinção de chefe honorária da campanha. A Convenção Nacional do PD, que terminou esta quinta-feira em Filadélfia, na Pensilvânia, lá coroou Clinton, sem louros nem surpresas, candidata democrata às próximas eleições presidenciais nos EUA. Mas nem a monstruosa retórica de Donald Trump nem a perspetiva de vê-lo na presidência parecem bastar para unir os progressistas em torno de Clinton.

Valendo o que proverbialmente valem, as últimas sondagens realizadas nos EUA à escala federal convergem em dois fenómenos: Trump à frente de Hillary (com os votos de Sanders) e a meteórica emergência de outros candidatos que ameaçam romper o dédalo bipartidista. Segundo um estudo divulgado, esta segunda-feira, pela CNN, Trump recolhe 44 por cento das intenções de voto e Clinton 39, enquanto o liberal de direita Gary Johnson pode chegar aos nove por cento e, à esquerda, Jill Stein, do Partido Verde, poderá ultrapassar os três por cento.

Mesmo que enviesados, os estudos de opinião parecem traduzir um sentimento facilmente palpável na atmosfera política estado-unidense: Clinton encosta-se à direita e fala ao centro; Trump encosta-se ao centro e fala à direita. Esta dinâmica conheceu, na semana passada, momentos catárticos, com ambos os candidatos a anunciarem as respectivas escolhas para vice-presidente. Trump escolheu Mike Pence, governador do Indiana, uma escolha pacífica no universo conservador que aplaca os receios dos republicanos mais moderados. Já Clinton, menosprezando o apoio de Sanders e de metade do eleitorado democrata, escolheu o ex-governador da Virgínia, Tim Kaine, homem de mão de Wall Street conhecido pelas suas posições homofóbicas, contra os direitos sociais, contra a interrupção voluntária da gravidez e a favor da guerra imperialista.

Rumo aos anos vinte?

Entretanto, Trump continua uma perigosa deriva fascizante. Prometendo «fazer do Partido Republicano um partido dos trabalhadores», o magnata cavalga as frustrações da pequena e média burguesia e alimenta-se dos medos da classe trabalhadora branca. Empregos, aumentos salariais, expulsão dos imigrantes, repressão dos negros, supressão da resistência nas ruas: é esta a mensagem do candidato que pode ganhar as eleições. Mas se tão bem se dá a semente do fascismo é porque, semeada na sociedade estado-unidense, encontrou aconchego em leira para o efeito aberta por republicanos e democratas. Daí a aflitiva incapacidade de Clinton para responder a Trump: o governo de Clinton foi o governo da história dos EUA que mais imigrantes deportou; descreveu jovens negros como «super-predadores»; patrocinou golpes de Estado nas Honduras, no Paraguai, na Ucrânia e em outros tantos países; levou a guerra e a morte a 10 mil líbios; atirou a Síria para o caos, provocando meio milhão de mortos; promoveu uma política neoliberal de destruição de direitos dos trabalhadores…

Quer isto dizer que Trump é igual a Clinton? Não, mas as diferenças fundamentais não são retóricas mas económicas: representando diferentes interesses da mesma classe, Trump é mais aprazível aos interesses de sectores, actualmente minoritários, da alta burguesia dos serviços e do imobiliário que procuram uma aliança com a pequena e a média burguesia atascadas na crise. Clinton, não desdenhando nenhum destes propósitos, é mais favorável ao «capital fictício» da especulação financeira e da integração económica prevista no âmbito da NAFTA, do TTIP e do TTP.

Neste estado de coisas, o movimento encabeçado por Bernie Sanders irá entornar-se por todas as candidaturas, reforçando, como nunca desde os anos 20, os resultados das candidaturas à esquerda do PD. Entre as seis principais, a de Jill Stein, do Partido Verde (GP) e apoiada pela Alternativa Socialista (SA); a de Gloria la Riva, do Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL) e apoiada pelo Partido Paz e Liberdade (PFP) e pelo Partido da União para a Liberdade (LUP) e a de Monica Moorehead, do Partido do Mundo dos Trabalhadores (PWW). À esquerda, outra minoria conta a velha história de que para evitar Trump é necessário apoiar Hillary. Será Hillary, comparada com Trump, o mal menor? Em quê?


António Santos 
28
Jul16

Algo está podre na guerra contra o terrorismo

António Garrochinho


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Os terroristas são abatidos liminarmente, mesmo quando não estão na posse de armas de fogo, não ficando cá nenhum para contar as suas histórias às autoridades – que deveriam ter o maior interesse em conhecê-las. 

Os dirigentes europeus, comandados pela desastrosa dupla Hollande/Valls, fazem rufar diariamente os tambores do combate ao terrorismo. «Estamos em guerra», repetem em incansável cassette, enquanto os actos de violência se multiplicam sem repetir o método e as sociedades europeias, com a francesa muito à frente, se encaminham para o formato do Estado policial.
De que terrorismo falam os dirigentes europeus? Do que agora lhes entrou em casa, dizendo-se, por tudo e por nada, que se trata de «terrorismo islâmico» do qual o único acusado é o Daesh, ou Isis, ou Estado Islâmico, embora se saiba cada vez menos se é o responsável ou não. Assim se criando um mito de grandeza, mimetismo e invencibilidade de uma entidade que muito agradece tais deferências e, principalmente, a brandura da guerra que contra ela consta existir lá longe, na Síria e no Iraque.
Se o tal Daesh é o verdadeiro responsável pela vaga de violência que assola a Europa não o sabemos; provavelmente nunca o chegaremos a saber, embora a responsabilidade por essa anomalia da «sociedade da informação» não deva ser assacada aos terroristas, antes aos guerreiros contra o terrorismo.
Em primeiro lugar porque, como já repararam, os terroristas são abatidos liminarmente, mesmo quando não estão na posse de armas de fogo, não ficando cá nenhum para contar as suas histórias às autoridades – que deveriam ter o maior interesse em conhecê-las. Assim sendo, o que apuramos dos factos é através de interpostas pessoas ou documentação supostamente confiscada nos locais frequentados pelos assassinos, tudo isso trabalhado, filtrado e servido como versão oficial.
Por aqui se percebe como é pesada a carga de subjectivismo e de conveniências com que a narração dos factos chega até nós – que somos efectivamente, todos nós, as potenciais vítimas simultâneas do terrorismo e dos efeitos do combate oficial ao terrorismo.
Além do silenciamento sumário dos terroristas – como Sarkozy fez calar Khaddafi, que muito sabia sobre os dinheiros que fizeram dele presidente da França – outros comportamentos dos que estão supostamente em guerra contra o terrorismo adensam os mistérios sobre a eficácia e a sinceridade das suas proclamações.
«Seis operacionais do Projecto Sentinelle, corpo especial de segurança do Ministério da Defesa, estiveram à porta do Bataclan em 13 de Novembro de 2015, enquanto decorria o massacre no interior da sala de espectáculos parisiense.»
O jornal Le Figaro noticiou em 21 de Julho, sem que até agora tenha sido desmentido quanto ao fundo da questão, que o Ministério francês do Interior, através de um departamento antiterrorista, ordenou a destruição de todas as imagens obtidas pelas câmeras de vídeo vigilância na zona onde foi cometido o atentado de Nice, em 14 de Julho. Os investigadores policiais consideram que o material filmado por essas câmeras, cerca de 140, provavelmente continha «elementos interessantes para o inquérito», mas assim não o entenderam os subordinados do ministro Cazeneuve, mais preocupados com a hipótese de tais imagens serem «divulgadas sem autorização e sem controlo», ou servirem de «propaganda» ao próprio Daesh, ou atentarem contra a privacidade das famílias das vítimas. Muito estranho, sabendo-se que o ministro Cazeneuve é autor da máxima segundo a qual «a vida privada não é um direito fundamental».
Journal du Dimanche, por seu lado, informa que a funcionária policial responsável pelo relatório dos acontecimentos da noite de 14 de Julho em Nice foi pressionada durante uma hora por um quadro do Ministério do Interior para alterar a sua versão dos factos, incluindo no documento supostos posicionamentos das polícias nacional e local que ela não podia objectivamente testemunhar e não eram observáveis nos elementos de vídeo vigilância. O ministro do Interior anunciou depois que irá processar a funcionária policial «por difamação».
A imprensa francesa e belga tem dado destaque a uma outra estranha anomalia do combate contra o terrorismo. Seis operacionais do Projecto Sentinelle, corpo especial de segurança do Ministério da Defesa, estiveram à porta do Bataclan em 13 de Novembro de 2015, enquanto decorria o massacre no interior da sala de espectáculos parisiense. Explicação das autoridades: os militares não intervieram porque o seu mandato não incluía ordens para o fazer, «devendo antes proteger-se a si próprios», segundo o deputado belga Georges Dallemagne citado pelo jornal Le Soir de Bruxelas.
«As vítimas são sempre os povos do Médio Oriente e agora também os povos europeus que, caso não se previnam, além do terrorismo estão cada vez mais cercados pelo fascismo a que ele serve de pretexto.»
Dados como estes acumulam-se sobre as especulações geradas anteriormente em torno do estranho suicídio do comissário policial adjunto Helric Fredou, de Limoges, encarregado de fazer um relatório sobre as ligações dos autores do massacre no Charlie Hebdo, que viveram muito tempo nesta cidade. O polícia investigava também as ligações de uma antiga secretária de imprensa de Sarkozy, próxima dos dirigentes do Movimento Sionista Francês, a uma das vítimas do assalto ao jornal satírico. A versão oficial da morte de Fredou foi suicídio com um tiro na cabeça, mas a mãe alega que o corpo – sonegado à família durante 24 horas – não tinha sinais desse desfecho.
O mundo provavelmente ainda se recorda da veemência com que o presidente francês prometeu atacar imediatamente o Daesh no Iraque e na Síria em resposta ao atentado de Nice. Mas se não existem evidências de que haja ligação entre este acontecimento e a organização terrorista, também é verdade que o Daesh não pagou por ele. De acordo com queixa apresentada pelo governo sírio ao secretário-geral da ONU e ao presidente do Conselho de Segurança, os bombardeamentos então efectuados por aviões franceses, no quadro da «coligação internacional», mataram 120 civis, na sua maioria idosos, mulheres e crianças, na aldeia de Tukhan al-Kubra, ao norte de Manjib, próximo da fronteira com a Turquia. Não consta que tenha sido abatido qualquer terrorista do Daesh.
Aliás, segundo um trabalho publicado pelo New York Times, jornal certamente insuspeito nestas matérias, a «coligação internacional» inibe-se frequentemente na alegada guerra contra o Daesh na Síria porque este grupo, tal como a Frente al-Nusra (al-Qaida), enquadra operacionalmente os mercenários «moderados» ao serviço dos Estados Unidos, França e outros «amigos da Síria»; a contenção da «coligação internacional» em relação aos dois mais importantes grupos terroristas é ainda maior quando as posições que estes ocupam podem ser decisivas para derrubar o governo de Damasco, o principal objectivo de Washington e Paris, confirma o New York Times.
Os dirigentes europeus podem fazer rufar os tambores de guerra contra o terrorismo, mas haja a noção de que grande parte do ruído não passa de propaganda. As vítimas são sempre os povos do Médio Oriente e agora também os povos europeus que, caso não se previnam, além do terrorismo estão cada vez mais cercados pelo fascismo a que ele serve de pretexto.

www.abrilabril.pt
28
Jul16

Volta a Portugal: Daniel Mestre é o novo camisola amarela

António Garrochinho


O ciclista Daniel Mestre (Efapel) venceu ao sprint a primeira etapa, com meta em Braga, conquistando também a camisola amarela da prova.

Mestre cumpriu os 167,4 quilómetros que ligaram Ovar a Braga em 4:21.27 horas e bateu sobre a meta o italiano Davide Vigano (Androni Giocattoli) e o português José Gonçalves (Caja Rural), segundo e terceiro classificados, respetivamente.

Com este triunfo, Daniel Mestre arrebatou a camisola amarela, símbolo de líder da prova, comandando com um total de 4:26.03 horas, menos seis segundos do que José Gonçalves, segundo, e nove segundos do que o seu companheiro de equipa e compatriota Joni Brandão, terceiro na geral.

www.tsf.pt
28
Jul16

SIC NOTÍCIAS

António Garrochinho
SÓCRATES É O QUE O POVO SABE ! GAMOU FORTE E FEIO !
OS MÉDIA, AUTÊNTICOS LACAIOS SERVIS DO CAPITAL ARRANJARAM UM BELO GUARDANAPO PARA LIMPAR AS FUÇAS À DIREITA.
ONTEM NA SIC NOTÍCIAS FOI O QUE SE VIU E OUVIU.
CLARA DE SOUSA E OS OUTROS XAFURDARAM À VONTADE E ATIRARAM TUDO PARA CIMA DO SÓCAS, O MENINO DE OURO.
AG
28
Jul16

MOEDAS

António Garrochinho
Comissário português garante que na reunião em Bruxelas defendeu o cancelamento da multa de 360 milhões de euros a Portugal e Espanha
Foto de António Garrochinho.

28
Jul16

O que é feito dos "Panamá Tretas"?

António Garrochinho


Alguém se lembra do Panamá Papers? Certamente que sim, muito menos dos que na ocasião se interessaram pelo tema e muito menos dos que ainda se lembram do Swissleaks, ainda que quando surgiram os primeiros alguém tenha vindo a público garantir que o fisco não se tinha esquecido dos outros. Quando o caso estalou o então diligente secretário de estado dos assuntos fiscais apressou-se a dar “instruções à administração tributária para ter acesso imediato aos 611 nomes de pessoas ligadas a Portugal e que constam de uma lista com contas bancárias na Suíça. O banco HSBC terá ajudado clientes de todo o mundo a esconder do fisco de mais de 180 mil milhões de euros, revelou a investigação Swissleaks.”

O que é certo é que os resultados de todo o alarido do Swissleaks foi o que se viu, um zero absoluto, ainda entreteve o voyeurismo nacional quando se “apanhou” uma inspectora de Finanças (IGF) com uma conta choruda mas esgotada a má língua tudo ficou em águas de bacalhau.

Com o caso Panamá Papers o espectáculo foi bem maior, tudo começou com jornalistas a explicarem com ar muito ´serio que tinham sido os eleitos para aceder aos grandes segredos, que até tinham recebido formação para trabalhar nas bases de dados da informação. Era à TVI e ao Expresso que cabia a representação nacional e o país ficou suspenso, prometiam-se grandes revelações.

Mas tudo tinha que ser feito a conta-gotas porque antes de divulgar tinha que se estudar bem os processos pois nem tudo é ilegal. Entretanto, algumas personalidades já caídas em desgraça iam vendo os seus nomes a alimentar a vendas do Expresso. Foi o caso, por exemplo, do dono da Bial e do actual bombo da festa nacional, Ricardo Salgado. Entretanto ia-se aguçando a vontade de comprar o Expresso da próxima semana, sugerindo-se novas revelações.


A verdade é que o país foi enganado pelos distintos jornalistas do Expresso e da TVI e hoje já ninguém se lembra de absolutamente nada. O caso Panamá Papers não foi mais do que um Panamá Tretas e aqueles órgãos de comunicação social limitaram-se a gerir o caso em favor das suas audiências, algo importante para assegurar os seus vencimentos e prémios de desempenho. E da mesma forma que o caso foi lançado acabou por ser bem abafado e hoje ninguém sabe se a montanha pariu um rato ou se os nossos corajosos jornalistas apanharam quem não deviam apanhar.


jumento.blogspot.pt
28
Jul16

Passos revela que convidou António Costa para vice-primeiro-ministro e Portas concordava

António Garrochinho



Passos Coelho revelou, numa entrevista à Sábado, que desafiou António Costa para ser vice-primeiro-ministro após as eleições legislativas. Portas concordava. Mas o socialista recusou.


Pedro Passos Coelho revelou esta quinta-feira ter convidado António Costa para vice-primeiro-ministro logo a seguir às eleições legislativas, quando manteve conversações com o PS sobre a possibilidade de formar Governo. O convite foi feito um dia depois de Passos ir a Belém falar com Cavaco Silva, num encontro informal com o líder socialista, contou o presidente do PSD numa entrevista à revista “Sábado”. Passos disse que Paulo Portas concordou em deixar de ser o número dois do Governo para viabilizar uma solução governativa maioritária. No entanto, António Costa rejeitou o convite e alegou que não faria sentido somar o PS à coligação Portugal à Frente.

No que se refere ao caso Banif, cuja comissão de inquérito chegou ao fim com grande tensão entre o PS e o PSD, Passos Coelho reconheceu que a notícia da TVI dificultou a situação do banco. O líder do PSD defendeu, na mesma entrevista, que o “Banif de 2015 não era o de 2012” uma vez que estava com “resultados positivos” e considerou “curioso” o facto de ter sido o primeiro-ministro a divulgar a resolução do banco, em vez ser do governador do Banco de Portugal. Na sua opinião, devia ter sido feito o carve out do banco (uma solução semelhante à do Novo Banco), e que era a intenção do seu Governo.

Sobre a relação com Assunção Cristas, líder do CDS, Passos Coelho disse à “Sábado” ter uma relação “muito descomplexada”, afirmando que tem conversas regulares quando assim se justifica. O líder do PSD também afirmou que não lhe causam “nenhuma desconfiança” as notícias que dão Luís Montenegro, líder parlamentar, como um eventual sucessor. Passos recusou, na mesma entrevista, que o resultado das autárquicas pudesse pôr a sua liderança em causa: “Não colocarei a discussão da minha liderança em jogo por causa do resultado autárquico”.

Texto editado por Vítor Matos
observador.pt

28
Jul16

ÚLTIMA HORA - Mulher armada barricada num centro de emprego em Colónia

António Garrochinho



Em atualização

As autoridades alemãs foram chamadas a um centro de emprego em Colónia, depois de relatos de que uma mulher armada estava no edifício.

A porta-voz da polícia disse que estavam a deter um suspeito noutro caso quando foram alertados para a presença de uma mulher armada.

Segundo o Express, o edifício está ser gradualmente evacuado. De acordo com a polícia, uma pessoa foi detida e não há feridos.

A área já não está isolada, mas as autoridades mantém-se no local.





http://www.express.de/
28
Jul16

Município de Faro abre vagas para 54 funcionários

António Garrochinho





O Município de Faro abriu vagas para 54 novos funcionários. São procurados 45 assistentes operacionais para a área de ação educativa, 7 assistentes técnicos para área de animação e 2 assistentes operacionais-coveiro.

Os postos de assistentes operacionais têm um salário previsto de 530 euros mensais, enquanto para os assistentes técnicos a remuneração prevista é de 683,134  euros.

O prazo de candidaturas para estes 54 novos postos de trabalho começou hoje, dia 27 de Julho, e acaba no dia 9 de Agosto.

Segundo a Câmara de Faro, estas contratações «irão resolver lacunas detetadas em alguns serviços do Município. A prioridade vai para as escolas do concelho, que têm sido as mais afetadas pelas restrições à contratação que têm vindo a ser impostas às autarquias locais».


 www.sulinformacao.pt
28
Jul16

LAGOA - FATACIL: Mais espaço, nova arrumação…e um recorde para o Guinness

António Garrochinho
A FATACIL, que vai decorrer em Lagoa de 19 a 28 de Agosto, terá este ano mais espaço para circular, uma nova arrumação mais atraente…e até vai tentar bater um recorde do Guinness.

Para que tudo isso seja possível, a FATACIL está em obras, como salientou o presidente da Câmara Francisco Martins, na apresentação oficial do certame, na segunda-feira. «As pessoas passam lá, veem as obras e dizem que estão atrasadas. Não estão! Comprometo-me a que estejam prontas muito a tempo da FATACIL», disse o edil lagoense.

As obras, que custam 150 mil euros, passam pela construção de um novo e mais funcional pórtico de entrada, pela remoção do palco fixo na zona dos restaurantes, dando-lhes assim mais espaço, e pela transformação da nave, que passará a ser mais baixa, mais aberta…e a acolher, pela primeira vez, o espaço “aMARaTERRA”, onde se juntam todos os produtores regionais de vinhos, conservas, sal, licores, mel, enchidos, queijos, e outros produtos algarvios.

Francisco Martins acrescentou que as obras são necessárias «por uma questão de segurança», mas também para garantir uma nova circulação no interior da feira e mais visibilidade, logo que se entra, para os setores importantes, como o espaço “aMARaTERRA”, em nova localização.

Este será também o ano em que a FATACIL será organizada, pela primeira vez em muitos anos, diretamente pela Câmara Municipal, e não pela FATASUL, uma entidade externa que acumulou avultados prejuízos, acabando por ser extinta.

Isso, explicou o presidente da autarquia, levou a alguns constrangimentos, nomeadamente na contratação, mas também em coisas tão comezinhas como na quantidade de dinheiro de caixa nas bilheteiras. «Para abrirmos as bilheteiras todos os dias precisamos de 10 mil euros em dinheiro de caixa, para trocos. Mas só podemos ter 500 euros…»


O grande objetivo desta que é a maior feira generalista a Sul do Tejo é agora voltar a focar-se naquilo que é a base da sua identidade e diferença: o Algarve.

«A FATACIL, quando nasceu, era uma montra das atividades económicas do nosso concelho, mas devagar, devagarinho, Lagoa foi desaparecendo da FATACIL, devagar, devagarinho, o Algarve foi desaparecendo da FATACIL. É precisamente isso que queremos inverter!», anunciou o presidente Francisco Martins.

O primeiro sinal desta inversão da tendência é o facto de o pavilhão “aMARaTERRA” ter sido deslocado do canto da feira, junto aos animais, para o centro, quase logo à entrada, passando a ocupar toda a nave coberta, que foi sujeita a profundas obras.

O edil de Lagoa assumiu mesmo o compromisso, perante os jornalistas presentes na conferência de imprensa de apresentação da feira, de «nos próximos três anos, 80% da FATACIL ser Algarve».

Para essa vertente mais algarvia e mais ligada à identidade do concelho também contribui o setor equestre, que trará o cavaleiro francês Gari Zoher – pela primeira vez a atuar em Portugal – e o Campeão do Mundo de Equitação de Trabalho, o português Pedro Torre, bem como a aposta que este ano é feita no setor do vinho. Ou não fosse Lagoa, durante 2016, a Cidade do Vinho a nível nacional.

«O Algarve é uma pequena região produtora de vinho, no contexto nacional. Produzimos pouco mais de um milhão de litros de vinho anuais. Mas os vinhos do Algarve passaram a ter qualidade», garantiu José Graça, sub-diretor regional de Agricultura, também presente na apresentação do certame.

Por isso, um dos pontos altos desta edição da feira será a tentativa de bater o recorde do maior brinde do mundo. O brinde será feito com o mesmo vinho de Lagoa, o Lagoa Reserva DOP 2014, que esteve a estagiar no fundo do Rio Arade.

Para que o recorde seja batido e possa ser registado no Guinness Book of Records, será preciso haver pelo menos 1500 pessoas a brindar em simultâneo com o vinho de Lagoa. Por isso, vá já marcando na sua agenda uma ida à feira nesse dia.

«O Município de Lagoa já estabeleceu contactos com o Guinness Book, para saber o que é preciso oficialmente e quais as condições», anunciou Luís Encarnação, o vereador responsável por toda a programação da Lagoa Cidade do Vinho 2016.

A tentativa de bater o recorde até já tem data marcada: será na noite de 27 de Agosto, no palco, mesmo antes do concerto de Ana Moura. E quem sabe se a própria cantora não irá também ela ajudar a quebrar este recorde?…

Mas o setor do vinho estará ainda em força a outro nível: «sendo Lagoa a embaixadora do vinho português ao longo deste ano de 2016, cada um dos dias da feira será dedicado a uma região vitivinícola, com prova de vinhos, gastronomia dessa região e folclore», revelou o vereador Luís Encarnação.

Ao todo, haverá na FATACIL 15 expositores de vinho fixos, mais a representação da Comissão Vitivinícola do Algarve e a da Associação Nacional dos Municípios do Vinho. Mas a esses terão de ser acrescentados os dois ou três produtores de cada região que estarão na feira todos os dias, a apresentar a sua produção.

Outra aposta que a FATACIL continua a fazer todos os anos é na qualidade do cartaz musical, que este ano custa 200 mil euros aos cofres da organização. O responsável por isso é o músico André Sardet que recordou que a feira de Lagoa «tem importância muito marcada na carreira de muitos músicos». E foi precisamente essa característica que permitiu trazer Rui Veloso por quase metade do seu cachet normal, para o concerto de encerramento da FATACIL, no dia 28 de Agosto.

«O Rui Veloso também fala com um brilho nos olhos da FATACIL, mas estava arredado da nossa feira há muitos anos. Ele não está a fazer muitos concertos, por opção, mas quando lhe falei da FATACIL ele quis cá estar», acrescentou André Sardet.

De resto, explicou o músico e promotor de espetáculos, o cartaz será «muito eclético, mas não se repetindo em outros eventos do Algarve». Esse foi, garantiu Sardet, «um dos grandes cuidados e das grandes dificuldades da negociação». E será assim que, pelo palco da feira de Lagoa, passarão DAMA (19 de Agosto), Anselmo Ralph (20), The Gift (21), Agir (22), Miguel Araújo (23), Quim Barreiros (24), Rita Guerra (25), Mickael Carreira (26), Ana Moura (27) e Rui Veloso (28).



Pórtico de entrada da FATACIL em obras: já se vê as diferenças, mesmo no interior



De resto, para evitar chatices na hora de encontrar um lugar para estacionar, este ano haverá quatro parques de estacionamento, aumentando «em muito a capacidade de estacionamento», revelou ainda o presidente da Câmara. Além disso, os parques dos supermercados Aldi e Apolónia, situados a poucas centenas de metros do recinto da FATACIL, junto à estrada para Carvoeiro, poderão ser utilizados a partir das 22h00 e de forma gratuita.

Para que não falte dinheiro para as compras, este ano haverá três máquinas multibanco no recinto, uma delas na zona da restauração.

E para concluir os números: a FATACIL custou este ano 850 mil euros, dos quais 200 mil gastos no cartaz musical e 150 mil nas obras em curso. Terá 700 expositores e são esperados mais de 300 mil visitantes.







Fatacil : apresentação


Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação e Kátia Viola|CMLagoa

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28
Jul16

O Instituto de Emprego está a divulgar anúncios de emprego que oferecem pouco mais de 500 euros de salários mensal para engenheiros ou directores de serviços.

António Garrochinho


O Instituto de Emprego está a divulgar anúncios de emprego que oferecem pouco mais de 500 euros de salários mensal para engenheiros ou directores de serviços. A denúncia é feita pela CGTP que considera vergonhoso um organismo do Estado dar espaço aos abusos das empresas.

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28
Jul16

PRAIA DE FARO - Novidades do Verão: Passadiço e estacionamento exterior da Praia de Faro

António Garrochinho


Este Verão, ir a banhos à Praia de Faro poderá ser bem menos complicado, para os que não se importam de andar um pouco junto à Ria formosa. Para isso, basta deixar o carro no novo parque de estacionamento exterior à praia e usar o passadiço em madeira pedonal e ciclável, que o liga à ponte para a Praia de Faro.

Tanto o parque de estacionamento, como o passadiço, foram oficialmente concluídos esta quarta-feira. Estas intervenções eram a parte que faltava de uma empreitada de maiores dimensões, que incluiu a requalificação da estrada entre a ponte e a chamada curva do Aeroporto, bem como a instalação de passagens hidráulicas neste troço de estrada, para permitir a circulação da água da Ria Formosa.

A obra causou constrangimentos no acesso à Praia de Faro durante algum tempo e foi muito criticada, tendo em conta a aproximação da época alta e os problemas de segurança que causou, mas terminou há cerca de um mês,poucos dias depois de ter começado o Verão.








Quanto à obra agora (definitivamente) concluída, tem duas facetas distintas. «Através da repavimentação do acesso à Praia de Faro e da criação de um passadiço paralelo dedicado em exclusivo à mobilidade suave, finalmente os peões e ciclistas obtêm uma perspectiva privilegiada sobre a Ria Formosa, ao mesmo tempo que vêem resolvido o conflito decorrente da convivência com o tráfego automóvel, melhorando assim as condições de segurança na via para todos os seus utentes», descreveu a Sociedade Polis Ria Formosa.

Já o parque de estacionamento tem «aproximadamente 1000 lugares, compreendendo ligeiros e pesados de transporte de passageiros» e permitirá «o alívio da carga automóvel sobre o frágil e debilitado sistema da Península do Ancão, podendo o trajeto até à Praia de Faro ser feito através do passadiço».

«Terminado o período estival, serão realizadas as plantações de material vegetal no parque de estacionamento, incluindo árvores de sombreamento, devendo-se o seu adiamento à necessidade de evitar um período crítico de altas temperaturas e reduzida humidade, que colocariam em risco o sucesso» das plantações, acrescentou a Polis.

A obra custou cerca de 1,5 milhões de euros e foi financiada com recurso ao capital social da Polis Litoral Ria Formosa, incluindo uma comparticipação da componente Câmara Municipal de Faro.

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28
Jul16

28 de Julho de 1945: Um bombardeiro do exército norte-americano choca com o Empire State Building, em Nova Iorque

António Garrochinho

No dia 1 de Maio de 1931, foi inaugurado em Nova Iorque o Empire State Building, na esquina entre a Quinta Avenida e a Rua 34 Oeste. Com 102 andares e 443 metros de altura, era o edifício mais alto da cidade e do mundo, e iria manter essa posição durante  41 anos, até à inauguração da Torre Norte do World Trade Center em 1972.

Uma tragédia abalou o Empire State Building pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial. Em finais de Julho de 1945, o Mundo estava numa espécie de interlúdio militar, depois da vitória dos Aliados sobre a Alemanha que tivera lugar em 8 de Maio e quando se concertavam as operações que conduziriam à inevitável derrota do Japão. As atenções da imprensa mundial estavam concentradas na Conferência de Potsdam, na Alemanha.

Em Nova Iorque, o dia 28 de Julho foi um sábado de nevoeiro apesar de já se estar em pleno Verão. Cerca das 9H30 da manhã, o tenente-coronel que pilotava um bombardeiro B-25 que levantara voo de Boston nessa mesma manhã, pediu autorização para aterrar no Aeroporto La Guardia. A torre de controlo do aeroporto informou-o que as condições de visibilidade eram nulas. Mesmo assim o piloto insistiu em fazer a aproximação à pista. Foi um erro. Não se vendo um palmo à frente do nariz, às 9H40 o bombardeiro B-25 acabou por embater contra a fachada norte do Empire State Building à altura do 79º andar, que está situado a uns 300 metros de altura. Sendo sábado, o edifício tinha apenas aproximadamente 1.500 pessoas em vez das 10 a 15.000 que ali estariam num dia útil. Em consequência do embate e do incêndio que imediatamente deflagrou houve 14 mortos (3 no avião, 11 no edifício) e 26 feridos.

Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio em 40 minutos. Não foram os únicos profissionais à altura da situação. Ernie Sisto, um destemido fotógrafo profissional, acompanhou as equipas de salvamento e, ultrapassando os dois andares onde se dera o principal impacto, conseguiu, pendurado dos parapeitos e agarrado pelas pernas por dois ajudantes, tirar a fotografia que serviu de capa ao New York Times do dia seguinte.

O acidente causou um prejuízo de 500 mil dólares, passados dois dias o edifício foi reaberto.



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28
Jul16

CONHEÇA O FUTEBOL ALPINO O NOVO DESPORTO RADICAL

António Garrochinho


Um grupo de desportistas de Montafon, Áustria, inventou um novo desporto radical. De acordo com eles, o futebol jogado em outros países é fácil e qualquer um pode fazê-lo. Ademais áreas planas do tamanho de um campo de futebol são raramente encontradas nos Alpes e, quando você encontra uma, ela está geralmente sendo usada para outra coisa. Assim que deram um um passo adiante e criaram o Futebol Alpino Extremo. O futebol no seu mais difícil, uma vez que só é jogado nas encostas mais íngremes dos Alpes. E como tudo é mais difícil nos Alpes, o futebol não podia ser diferente.

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28
Jul16

ASSOBIADOR - O SOBREIRO MAIS ANTIGO DO MUNDO

António Garrochinho



Assobiador: o sobreiro mais antigo do mundo

É o sobreiro mais antigo do mundo e dele tem sido extraída cortiça ao longo de séculos. É conhecido como assobiador e encontra-se em Águas de Moura.


Chamam Assobiador ao maior e mais velho sobreiro do mundo. O nome deriva do som originado pelas numerosas aves canoras que pousam entre a sua ramagem, a mais de 14 metros de altura. O mais antigo e mais produtivo sobreiro existente no mundo é o Assobiador, em Águas de Moura, no Alentejo.



Plantado em 1783, este sobreiro tem mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco. Deve o seu nome ao som originado pelas numerosas aves canoras que abriga na sua ramagem. Desde 1820, já foi descortiçado mais de vinte vezes. Em 1991, o seu descortiçamento resultou em 1200 kg de cortiça, mais do que a produção registada pela maioria dos sobreiros em toda a sua vida. Só esta extração deu origem a mais de cem mil rolhas.



Ainda que se possa contabilizar a sua contribuição directa para a indústria da cortiça – é uma árvore de excepção –, é impossível calcular quantos animais já abrigou, quantos outros alimentou com as suas bolotas, quanto contribuiu para a fertilização e irrigação dos terrenos e até para combater o aquecimento global.



Tal como o Assobiador na planície do Alentejo, milhões de outros sobreiros em toda a bacia mediterrânica suportam uma ecologia única e frágil que constitui um habitat para espécies raras ou em vias de extinção.



E não são apenas as mais de duzentas espécies de animais que encontram no montado as condições ideias de sobrevivência – por cada mil metros quadrados, podem ser encontradas 135 espécies de plantas, muitas delas medicinais, aromáticas ou usadas em culinária.



Estas florestas formam um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade, sendo reconhecidas pelas ONG ambientais como um dos 35 hotspots mundiais nesta matéria. Estão equiparadas a paraísos como a Amazónia, os Andes ou o Bornéu.



Perfeitamente adaptados ao clima quente e à terra árida, os montados protegem contra a erosão e a consequente desertificação e são uma barreira natural anti-incêndios, devido à fraca combustão da cortiça, que funciona como a epiderme do sobreiro.



As raízes retêm a água da chuva, formando bacias hidrográficas vitais, e retiram os nutrientes de níveis profundos, que mais tarde serão devolvidos ao solo através das folhas, transformando-se em adubo natural.



 ASSOBIADOR





28
Jul16

O CAVALO BRANCO DE NAPOLEÃO

António Garrochinho


Bonaparte franchissant le Grand Saint Bernard, Jacques Louis David
Antes mesmo de atingir a idade para entender quem foi Bonaparte, eu adorava a lançar a questão: qual é a cor do cavalo branco de Napoleão?


Vizir, no Les Invalides
Bem mais tarde conheci o cavalo das minhas piadinhas infantis no museu Invalides, em Paris, e descobri sua história.
Ele se chama Vizir e é um cavalo árabe inteiro – quer dizer não castrado – de cor cinza claro. Ele nasceu em 1793 e foi oferecido à Bonaparte pelo sultão do Império Otomano Selim III.


Vizir foi recentemente restaurado, Museu Invalides
Ele tem na sua perna esquerda a marca do haras imperial: um N coroado.
Em 1806 ele participou da famosa batalha Iéna e temos a seguinte descrição literária:
Na aurora, uma bruma espessa cobre o terreno. De repente o Imperador aparece e se posiciona diante das tropas montando Vizir, sob uma magnífica sela de veludo vermelho bordado de dourado.


La victoire est à nous ! Soir d’Iéna, 1806, Jean-Baptiste-Edouard Detaille, coll. musée de l’Armée.
Em 1807 ele conduziu Napoleão na terrível batalha de Eylau. Por causa da sua idade, 20 anos, ele não participou de outras batalhas.
Em 1814, quando Napoleão partiu para seu exílio na ilha de Elba, ele escolheu Vizir como acompanhante. Vizir foi instalado nas proximidades da residência de seu mestre. No ano seguinte, Napoleão e Vizir retornaram por alguns meses, mas o cavalo não participou da batalha de Waterloo.
Vizir é um dos personagens principais de obras de arte representando Napoleão Bonaparte.


Vizir, Pierre Martinet


Ele é um dos raros cavalos personagem central de um quadro, obra encomendada pela Manufacture de Sèvres. O pintor se chama Pierre Martinet e você pode comprar o poster da obra na loja dos Musées Nationaux (clique aqui).
Vizir morreu em 1826, após uma longa vida de 33 anos.
Coitado, sua trajetória post mortem foi movimentada em função de um contexto político complicado.
Após sua morte ele foi empalhado pela pessoa que se ocupava dele. Mas com medo de perdê-lo confiscado por forças inimigas, esta pessoa o entregou a um inglês residente no norte da França. Pelas mesmas razões, este inglês o passou para a frente e no final das contas ele aterrissou em Manchester, na Sociedade de História Natural. Mas antes de atravessar a fronteira, para não chamar a atenção, Vizir foi descosido, esvaziado e escondido nas bagagens.
Em 1868, a Sociedade que o detinha o devolveu para a França. Durante 30 anos ele viveu no sótão do museu do Louvre, dentro de uma caixa com a etiqueta: cavalo empalhado sobre o qual montava Napoleão e entregue pela Sociedade de História Natural de Manchester.
Em 1904, o diretor do Museu das Forças Armadas recém inaugurado – Les Invalides – o pediu ao Louvre e assim a trajetória de Vizir, nascido otomano, naturalizado francês, depois inglês, chegou ao fim. Uma última viagem o conduziu da margem direita à margem esquerda do Sena, onde, desde então, ele vive pertinho do túmulo do seu prestigioso cavaleiro.
Os cavalos foram personagens importantes durante as guerras napoleônicas e ocuparam um lugar central nas forças armadas do Imperador. Napoleão tinha à sua disposição inúmeros cavalos ditos “du rang de sa magesté” ou dignos da sua majestade. Eles viviam nos castelos de Versailles, Tuileries, Saint Cloud e Fontainebleau e em todas as residencias imperiais para que o Imperador pudesse chegar e partir a qualquer momento.
Napoleão teve outros cavalos célebres como o Marengo que, machucado e capturado pelos ingleses, vive hoje em forma de esqueleto no National Army Museum de Londres.
Napoleão montava cavalos de todas as raças mas tinha uma preferência pelos árabes.

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28
Jul16

AS FAMOSAS ATERRAGENS PARALELAS NO AEROPORTO DE SAN FRANCISCO

António Garrochinho

Um Boeing 777 da Asiana e um 757 da United


Nos Estados Unidos é comum ver esse tipo de operação com frequência. Não só as companhias, pilotos e pessoal do controle estão acostumados a esse procedimento como pesa contra nosso país o fato de termos na prática apenas um aeroporto com pistas paralelas suficientemente distantes para executar essa manobra com segurança,
Mas mesmo nele, as primeiras experiências acabaram sendo frustrantes e os pousos desse gênero, suspensos por ora. Mas quando vemos o que o aeroporto de San Francisco, na California, é capaz de fazer, certamente uma sensação de incredulidade vem à tona.O aeroporto possui quatro pistas que se cruzem como numa cruz. As duas maiores (10L/28R e 10R e 28L) tem entre  e 3,5 mil e 3,6 mil e são usadas com mais frequência. E é nelas que vemos algumas das mais impressionantes aproximações.
Com uma distância entre os eixos de menos de 230 metros, as duas pistas são palco de pousos praticamente simultâneos, com aeronaves lado a lado a ponto de ser possível assistir a aproximação do outro avião como se você estivesse no palco de um cinema. Airway separou a seguir alguns vídeos que mostram esses fabulosos pousos e como o treinamento e a preocupação com segurança podem tornar essa proeza em algo rotineiro.

VÍDEOS


Um passageiro a bordo de um Embraer Emb-120 Brasilia grava o pouso de um Airbus A319

Um Boeing 737 da Southwest (acredite, em primeiro plano) toca um pouco antes de um Boeing 747-400 da United

A bordo de um A320 da Virgin, o passageiro assiste de camarote ao pouso de um 777 da Asiana

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28
Jul16

CONHEÇA AQUI ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE EVA BRAUN

António Garrochinho


Como você deve saber, Adolf Hitler cometeu suicídio em seu bunker no dia 30 de abril de 1945 — quando ficou claro que ele havia perdido a guerra de vez e as tropas soviéticas estavam prestes a capturá-lo. Contudo, o Führer não estava sozinho quando se matou com um tiro na cabeça. Ele estava acompanhado de sua esposa, Eva Braun, que também acabou com a própria vida ingerindo uma cápsula de cianeto.
Porém, o que mais se sabe sobre essa mulher — que passou diversos anos ao lado de um dos personagens mais odiados da História e inclusive chegou a se casar legalmente com ele? Descubra alguns fatos dramáticos e interessantes sobre a vida de Eva Braun a seguir:
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1 – Ela realmente se apaixonou por Hitler

Eva Braun conheceu Adolf Hitler quando ela tinha 17 anos de idade — e ele 40 —, antes de ele subir ao poder na Alemanha, o que significa que a jovem não sabia quem era o homem diante dela, sem falar que, quando os dois foram apresentados, Hitler deu a Eva um nome falso, dizendo que se chamava Herr Wolff.
Ela trabalhava como modelo quando conheceu Hitler
Surpreendentemente, Eva se sentiu imediatamente atraída por Hitler, e o interesse foi recíproco. Com o tempo, o Führer começou a convidar a moça para acompanhá-lo em todo tipo de programa — como para ir ao cinema, à ópera, a jantares etc. —, e ela acabou se apaixonando de vez pelo futuro ditador. Entretanto...

2 – Ela não era a mulher que Hitler amava de verdade

Bem, pelo menos no início do relacionamento com Eva Braun, Hitler estava vivendo com outra mulher — sua sobrinha Geli Raubal. Apesar do parentesco, tudo parece indicar que o Führer amava a moça perdidamente e, para a sua frustração, ele não era correspondido. Tanto que a jovem pretendia se casar com outro homem e, quando anunciou ao tio que havia decidido se mudar para Viena, ele ficou enfurecido.
Geli Raubal, quando ainda era criança
A versão oficial da história é que Geli Raubal cometeu suicídio depois de passar a noite inteira discutindo com o tio possessivo. E, independente de isso ser verdade ou não, Eva Braun já estava na jogada — e aproveitou a oportunidade para consolar o desolado Hitler. O relacionamento dos dois decolou a partir desse episódio, mas Eva devia ter fugido para as colinas em vez de se aproximar do Führer!
Geli Raubal já maiorzinha
Isso porque Geli Raubal não foi a única mulher próxima a Hitler a cometer suicídio. Segundo os historiadores, nada menos do que oito mulheres com as quais o Führer teria se envolvido tentaram ou conseguiram tirar as próprias vidas — entre elas uma famosa atriz alemã chamada Renate Müller, que morreu no auge de sua carreira. Aliás, dessas mulheres todas, apenas Geli veio antes de Eva, o que significa que Hitler a traía com bastante frequência.

3 – Ela tentou cometer suicídio mais de uma vez

Eva, conforme mencionamos no comecinho da matéria, se matou juntamente com Hitler. Mas ela já havia atentado contra a própria vida em outras duas ocasiões — uma delas quando descobriu que o Führer estava arrastando suas asas para os lados de Renate Müller. Ao ficar sabendo do suposto romance, Braun, com 20 anos na época, pegou uma pistola de seu pai e puxou o gatilho.
A atriz Renate Müller
Por sorte — ou propositalmente, vai saber... —, Eva sobreviveu aos ferimentos e inclusive foi capaz de telefonar ela mesma para o médico de Hitler. Na verdade, tudo indica que a coisa toda não passou de uma tentativa desesperada de Braun de chamar a atenção do Führer, e a artimanha surtiu algum efeito, já que ele foi visitá-la no hospital com um buquê de flores nas mãos e a promessa de que cuidaria direito dela dali para frente. Até parece...
Pobre Eva
Cerca de três anos depois, após Eva não saber nada de Hitler por alguns meses, ela descobriu que ele estava com outra mulher — e não deu outra! Braun tomou entre 20 e 35 (dependendo da fonte consultada) pílulas para dormir e provavelmente teria morrido se não tivesse sido encontrada por sua irmã. O Führer, mais uma vez, voltou para ela cheio de promessas vazias, e Eva, coitada, acreditou.

4 – Hitler escondia seu relacionamento com Eva

Apesar de todas as promessas que Hitler fez a Eva, ele nunca foi um grande companheiro — e só se casou com ela na véspera de morrer. Na verdade, embora Braun vivesse com o Führer, ela só podia ser vista na casa quando os amigos mais íntimos dele apareciam para visitar. Caso o Chanceler recebesse alguma autoridade, Eva era obrigada a ficar trancafiada em um quarto ao lado do quarto de Hitler para que ninguém desconfiasse de sua presença.
Ele nomeou Eva sua secretária particular para justificar a presença constante dela ao seu lado
Como se fosse pouco, o Führer também desdenhava de Eva com frequência diante de seus amigos, dizendo coisa do tipo: “um homem altamente inteligente só deveria se envolver com mulheres primitivas e estúpidas” ou, ainda, “imagine se eu tivesse que lidar com uma mulher que interferisse no meu trabalho!”.
Ele só se casou com Braun na véspera de sua morte
Com o tempo, Hitler decidiu nomear Eva como sua “secretária particular” para poder justificar sua presença constante ao seu lado; contudo, mesmo assim, toda vez que ela entrava ou saía da residência do Führer — e sua! —, era obrigada a fazer isso discretamente, usando uma porta nos fundos da casa para não ser vista por ninguém.

5 – Ela se recusou a abandonar Hitler

Conforme a Segunda Guerra Mundial foi chegando ao final e ficou evidente que a Alemanha cairia, os soldados soviéticos invadiram Berlin e começaram a caçada a Adolf Hitler. Era claro que, quando o Führer fosse encontrado, ele e seus seguidores mais próximos seriam assassinados. Portanto, a vida de Eva Braun corria sério perigo — mas ela simplesmente se recusou a abandonar Hitler.
Eva Braun ficou com o Führer até o final
Várias pessoas tentaram persuadir Eva a fugir enquanto ainda havia tempo, incluindo Henriette von Schirach, esposa do líder da Juventude Hitlerista, mas ela negou todas as ofertas. E, em 1944, quando as coisas começaram a ficar feias para a Alemanha, Braun fez um testamento em que dizia que se suicidaria caso Hitler morresse e alertou que ninguém a impediria. Pelo menos, sabemos que ela, ao contrário dele, era capaz de cumprir suas promessas!
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28
Jul16

Greve dos enfermeiros no Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém com "boa adesão"

António Garrochinho


A greve dos enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém, que começou às 00:00 de hoje, teve uma "boa adesão", com alguns hospitais, como o do Fundão, a atingir os 100%, disse fonte sindical.

"A adesão à greve no turno da noite, veio de encontro às nossas expectativas. Em Faro a adesão foi de 68%, em Portimão 84%, em Lagos 50%, no Fundão 100%, Cova da Beira (Covilhã) 92%, Castelo Branco 94% e Hospital de Braga 55%", adiantou à agência Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

"Com este números de adesão à greve, naturalmente vão de encontro às nossas expectativas e mais uma vez vem demonstrar o descontentamento dos enfermeiros e que se aprofundou devido ao comportamento do Ministério da Saúde à mesa negocial que depois de ter assinado um protocolo de acordo retirou a proposta recusando-se a negociar", disse.

Guadalupe Simões sublinhou que os enfermeiros perante esta situação "estão ainda mais revoltados".

Os enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portuguesa (SEP), no mesmo dia em que mais trabalhadores da saúde também estão em protesto.

Inicialmente nacional, o primeiro dia desta greve foi transformada em greve territorial de enfermeiros, tendo em conta o facto do Ministério da Saúde ter recuado na intenção de "eliminar a autonomia que os enfermeiros conquistaram nas últimas décadas", através da legislação dobre os atos profissionais, segundo o dirigente do SEP, José Carlos Martins.

"Decorrente do aviso da greve e concentração, o Ministério da Saúde remeteu a proposta de lei para negociação com o SEP e teve uma evolução muito grande, repondo o essencial da autonomia", adiantou.

José Carlos Martins exemplificou com a intenção inicial da tutela de propor a revogação de que os enfermeiros façam diagnósticos de enfermagem e prescrevam intervenções de enfermagem, a qual não avançou.

Perante esta atitude do Ministério da Saúde, e uma vez que a regulamentação dos atos profissionais era um dos motivos da greve, o SEP "repensou o seu processo de luta" e o primeiro dia de greve, inicialmente nacional, passa a ser uma greve em cinco distritos: Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Santarém e Faro.

A greve nacional marcada para sexta-feira mantém-se, uma vez que prosseguem os seus motivos, como "a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com Contratos Individuais de Trabalho, a reposição do valor integral das horas de qualidade extraordinárias, a admissão de enfermeiros e o pagamento das horas extraordinárias".

José Carlos Martins lamentou que, desde o aviso da greve, e "a propósito das pressões e das sanções europeias, os ministérios da Saúde e das Finanças tenham retirado das negociações a aplicação das 35 horas aos CIT".

DD (SMM) // ARA

Lusa/Fim
28
Jul16

A insustentável inconsistência dos seres

António Garrochinho



«Não há nenhuma razão para agravar o tratamento da Comissão Europeia dentro do procedimento por défice excessivo na medida em que, fora o que foi contabilizado por causa do Banif, Portugal não teve um défice acima dos 3% em termos nominais.» (Pedro Passos Coelho a 13 de maio, dez dias depois de a Comissão Europeia ter indicado que a decisão sobre sanções seria tomada considerando um défice de 3,2% em 2015)

«Este procedimento não se refere só ao desempenho do passado, mas com a trajetória para o futuro. O que a Comissão está a dizer é que não acredita na consistência das medidas do Governo até 2019.» (Miguel Morgado a 12 de maio, dois dias depois do primeiro debate de orientação do colégio de comissários, em que Bruxelas considerou a possibilidade de aplicar sanções a Portugal e Espanha)

«[Portugal poderá vir a ser alvo de sanções porque] muitos dos governos da Europa têm dúvidas sobre aquilo que se está a passar no país, (...) sobre as reformas importantes que estão a ser revertidas, sobre a maneira como estamos a andar para trás em vez de andar para a frente.» (Pedro Passos Coelho a 23 de julho, o dia em que constava que Bruxelas iria pedir a suspensão de 16 fundos estruturais como sanção a Portugal).

«Hoje é um dia bom para Portugal. (...) O ano de 2015 foi avaliado, os resultados foram avaliados, sabemos que o resultado dessa avaliação é sanções zero para Portugal. (...) Portugal cumpriu e qualquer tipo de sanção seria injusto e injustificado.» (Miguel Morgado a 27 de julho, o dia em que a Comissão Europeia decidiu cancelar a aplicação de sanções a Portugal).


ladroesdebicicletas.blogspot.pt
28
Jul16

MAIS UM SAUDOSO DO FUHRER - Presidente do Eurogrupo desiludido por falta de sanções a Portugal e Espanha

António Garrochinho




Jeroen Dijsselbloem afirmou que apesar dos esforços, Espanha e Portugal continuam em perigo

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou esta quarta-feira que está desiludido com a decisão da Comissão Europeia de não aplicar sanções a Portugal e Espanha.

"É desapontante que não haja seguimento à conclusão de que Espanha e Portugal não adotaram ações eficazes para consolidaram os seus orçamentos", afirmou Dijsselbloem, segundo a Reuters.

"Tem de ficar claro que apesar de todos os esforços feitos, Espanha e Portugal continuam em perigo".

Jeroen Dijsselbloem disse ainda que vai esperar que a Comissão Europeia clarifique a sua decisão e discuta o assunto com outros países da zona euro.

O colégio de comissários europeus decidiu hoje recomendar que não seja aplicada qualquer multa aos países ibéricos, mas de acordo com as regras, o Conselho Ecofin tem agora um prazo de 10 dias para se pronunciar.

O conselho de ministros europeus das finanças pode aprovar, rejeitar ou emendar a recomendação, sendo que é necessária uma maioria qualificada para alterar a proposta de hoje do executivo comunitário, ou seja, para rejeitar a "multa zero" recomendada pela "Comissão Juncker".

Já quanto ao novo trajeto orçamental proposto pelo executivo comunitário -- que decidiu dar mais um ano a Portugal para reduzir o défice abaixo dos 3% do PIB, mais concretamente 2,5% -, o Ecofin tem dois meses a partir de 12 de julho, data em que constatou que os dois países não cumpriram as anterior metas, para correção do défice excessivo (que no caso de Portugal era 2015).

Por fim, quanto ao congelamento parcial de fundos para 2017, uma parte incontornável (porque automática) do processo de sanções, só haverá novos desenvolvimentos numa fase posterior (em setembro), depois de um "diálogo estruturado" com o Parlamento Europeu, solicitado pela assembleia.


www.dn.pt


28
Jul16

28 de Julho de 1655: Morre o escritor e pensador francês Cyrano de Bergerac

António Garrochinho


Hercule-Savinien de Cyrano de Bergerac, conhecido como Cyrano de Bergerac, poeta, dramaturgo e pensador francês, contemporâneo de Molière e Boileau, morre em Sannois em 28 de Julho de 1655, aos 36 anos, em consequência dos ferimentos causados por uma viga que caiu sobre a sua cabeça.


Pela sua atitude desrespeitosa ante as instituições religiosas e seculares foi considerado um libertino. É tido também como um dos precursores da ficção científica.


Nasceu em París em 6 de Março de 1619, como quarto filho de Abel de Cyrano, advogado do Parlamento. Passou a maior parte da sua infância em Saint-Forget, para logo mudar-se para Paris, onde transcorreu quase toda a sua vida.

Em 1638, adoptou o sobrenome de Bergerac, correspondente às terras que o seu avô, Savinien I de Cyrano, havia comprado ao enriquecer com negócios relacionados com o sector da pesca, aquisição que permitiu à família de Hercule-Savinien ingressar no círculo da pequena nobreza.


Escolheu a carreira militar e fez-se célebre pela sua audácia e os seus numerosos duelos. Deixou a carreira militar em 1641 depois de um ferimento na garganta por ocasião do cerco de Arras. Foi então que começou a estudar filosofia com Pierre Gassendi.


Cyrano foi um dos mais importantes escritores do século XVII em França e uma personalidade verdadeiramente eclética: romancista, dramaturgo, autor satírico. Antes de falecer deixou escrito um Tratado de Física, como igualmente pretendia liderar uma vanguarda cultural, uma nova filosofia de vida.


Alvo de discussão e controvérsia, foi considerado sucessivamente "um mártir livre-pensador" (Paul Lacroix), um "cientista incompreendido" (Pierre Jupont, em A Obra Científica de Savinien de Cyrano "Cyrano de Bergerac", 1907), "um libertino sem arte nem parte (Lechèvre), um "racionalista militante" (Weber) e "pretenso alquimista" (Eugéne Conseliet).


As suas obras foram editadas muitas vezes, especialmente em 1851 por Leblanc Duvernet, e em 1858 por Paul Lacroix, conhecido como "O Bibliófilo Jacob".


Em "Historia Cómica dos Estados", considerada como uma das primeiras novelas de ficção científica, Cyrano dividiu-a em duas partes: "História Cómica dos Estados e Impérios da Lua", publicada em 1657 pelo seu amigo Lebret,  e "História Cómica dos Estados e Impérios do Sol", publicada em 1662. Cyrano escreve na primeira pessoa a viagem que realiza à Lua e ao Sol e as observações que faz das pessoas que encontra, cujo modo de vida é, às vezes, chocante e totalmente distinto do nosso. Esta viagem imaginária é, antes de mais nada, um pretexto para expressar a sua filosofia materialista e fazer uma crítica à sociedade e às ideias e crenças da época. Os dois relatos foram publicados a título póstumo.


Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)


 

Cyrano de Bergerac numa gravura do século XVII
28
Jul16

28 de Julho de 1914: Primeira Guerra Mundial - O Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia.

António Garrochinho


Quando a 28 de Junho de 1914 nas ruas de Sarajevo é assassinado por um nacionalista bósnio, o arquiduque Franz Ferdinand ( Francisco Fernando ), herdeiro do trono do império Austro-húngaro, chegou aos píncaros a tensão entre as várias potências europeias, mas especialmente entre a Sérvia ortodoxa e o império austro-húngaro católico.


O Império austro-húngaro era constituído essencialmente pelos reinos católicos da Áustria e da Hungria, a que se juntavam várias outras «realidades nacionais».

O surgimento dos nacionalismos europeus, tinha enfraquecido de sobremaneira o império que se encontrava numa situação extremamente complexa tendo que gerir os intentos separatistas especialmente dos povos eslavos que o constituíam.

A Bósnia, com uma população mista católica e ortodoxa, tinha sido ocupada pelos austro-húngaros havia apenas alguns anos, com o intuito de impedir a expansão do nacionalismo sérvio, que prosseguia planos de expansão com o objectivo da formação do velho sonho da «Grande Sérvia».


O assassinato do arquiduque Francisco Fernando aumentou ainda mais a tensão entre sérvios por um lado e austro-húngaros por outro.


Durante o mês de Julho de 1914, a Sérvia foi responsabilizada pelo incidente e pressionada pelo governo de Viena para que permitisse que a sua polícia procurasse os assassinos do arquiduque Francisco Fernando no seu próprio território.

A Sérvia, aceitou quase todas as exigências austro-húngaras, mas recusou permitir o acesso à polícia imperial à Sérvia para participar directamente nas investigações.

De imediato, a Áustria, por pressão dos sectores mais intervencionistas, começou a falar na possibilidade de intervenção contra a Sérvia.

A Sérvia sentia-se pelo menos parcialmente protegida pela sua aliança com o Império Russo, com o qual partilhava laços religiosos, dado os dois países serem maioritariamente ortodoxos.

Esta relação com a Rússia, levou o Império Austro-Húngaro a contactar a Alemanha, para saber se poderia contar com o apoio do Império Alemão para dissuadir a Rússia de intervir.


A resposta dos alemães sobre o assunto foi no sentido de ainda tentar evitar conflitos, mas aparentemente houve uma interpretação incorreta da resposta alemã.


Existem indícios de que o ministro austríaco da guerra Marechal Alexander Von Korbatin e especialmente o ministro das relações exteriores conde Lopold Von Berchtold que se sabia serem favoráveis à guerra contra a Sérvia, inventaram um ataque por parte de forças sérvias na fronteira.


Também por isso se especula que o imperador austríaco foi igualmente enganado sobre as verdadeiras intenções da Alemanha, que inicialmente não estava interessada num conflito de imediato.

Pressionado por causa de um suposto ataque sérvio e convencido de que tinha o apoio do Kaiser alemão, o velho imperador Habsburgo, Francisco José I assina a declaração de guerra do império Austro-húngaro à Sérvia em 28 de Julho de 1914.


É no entanto frisar que ainda que a guerra tivesse sido declarada, até ali tratava-se de um conflito regional, entre dois países da Europa central.


No entanto, e sem qualquer declaração de guerra adicional, a Rússia decretou de imediato a mobilização geral das suas tropas em preparação para um eventual conflito, dando a entender que apoiaria a Sérvia, seu tradicional aliado.


Acredita-se hoje, que os alemães não estavam muito dispostos a entrar na guerra, mas a rapidez com que a Rússia iniciou os preparativos para a mobilização geral alertou e alarmou os dirigentes alemães, que não a esperavam.


A Alemanha exigiu que a Rússia cancelasse a sua mobilização, considerada como uma ameaça, mas ao mesmo tempo que exigia o cancelamento da mobilização russa, a Alemanha decretava também a sua mobilização geral como medida preventiva.


A mobilização geral da Alemanha serviu para consolidar a recusa russa, e em 1 de Agosto a Alemanha declarou guerra à Rússia, internacionalizando assim o conflito.

wikipedia (imagens)
Os governantes da Alemanha,FrançaRússiaÁustria-Hungria e  do Reino Unido tentando manter a tampa do caldeirão  a ferver das tensões imperialistas e nacionalistas nos Balcãs para evitar uma guerra geral europeia. Eles foram bem sucedidos em 1912 e 1913, mas não tiveram sucesso em 1914.
Conde  Leopold von Berchtold, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria - Hungria
Nikola PašićPrimeiro Ministro da Sérvia
28
Jul16

O vendedor de ilusões

António Garrochinho


por Amato
Ouvir o discurso de Barack Obama na convenção do Partido Democrata americano é a cereja no topo do bolo. Suponho que a democracia americana tem tanto valor quanto o valor que a sociedade atribui a este tipo de espetáculo demagógico, a este fogo de artifício vazio de política propriamente dita. Pergunto-me o que teria aquela gente toda a dizer se, do outro lado, não pontificasse a sinistra figura de Donald Trump. Nada? Provavelmente.

Algumas conclusões:

1) A política norte-americana está reduzida a espetáculo mediático puro, completamente desapossada de qualquer discussão efetivamente política, sendo certo que o cargo de Presidente dos Estados Unidos da América já foi engenhosamente formatado para ter o seu real poder muito limitado.

2) Os políticos norte-americanos são menos importantes que atores ou cantorespop. Este facto não deixa de ser irónico.

3) A resposta do Partido Democrata ao Partido Republicano de Trump é combater palhaçada com palhaçada.

4) Barack Obama, com o seu discurso de apoio a Hillary Clinton — enterrada até ao pescoço nas mais fétidas promiscuidades com os lobbies e os interesses que governam os americanos —, mostra aquilo que é e aquilo que sempre foi: um vendedor bem-falante de ilusões que, para o fazer, é capaz de nos mentir descaradamente.

http://www.harpweek.com/Images/SourceImages/CartoonOfTheDay/August/083161m.jpg


portodeamato.blogs.sapo.pt
28
Jul16

Inspetor da PJ detido por desviar dinheiro

António Garrochinho



Suspeito apanhado pelos colegas do combate à corrupção. 


Um inspetor da Polícia Judiciária foi ontem detido pelos colegas do mesmo departamento em que estava colocado, na Unidade Nacional de Combate à Corrupção, em Lisboa, na sequência de uma investigação por peculato. 

É suspeito de se ter apropriado de dinheiro que estava à guarda do Estado – nas instalações da própria PJ –, apreendido em processos no âmbito de operações em que este inspetor interveio. 

Foi detido na sequência de uma investigação com largos meses, que ainda não está concluída – e ontem à noite saiu do Tribunal Central de Instrução Criminal em direção a Évora: foi colocado em prisão preventiva, a aguardar o desenrolar do processo, pelo juiz Carlos Alexandre. Em causa, na investigação da Polícia Judiciária com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, está o desvio de dinheiro que foi apreendido a suspeitos no âmbito de processos por crimes económicos. 

O inspetor, um ex-agente da PSP que estava há relativamente pouco tempo na PJ, investigava sobretudo crimes fiscais – relacionados por exemplo com o contrabando de tabaco ou de bebidas alcoólicas.


http://www.cmjornal.xl.pt

28
Jul16

Deputados de todos os partidos na AR debatem petróleo no Algarve

António Garrochinho

POR SUL INFORMAÇÃO
  
Deputados do PS, PSD, Bloco de Esquerda, CDU, PEV e PAN são os convidados para o debate que este sábado, 30 de Julho, às 21h00, vai ter lugar no Club Farense, em Faro, tendo como tema a interrogação: «Exploração de Petróleo no Algarve?».

Organizado pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), que integra as principais associações ecologistas nacionais e regionais e ainda movimentos de cidadãos, o debate com o deputados de todos os partidos com assento na Assembleia da República pretende discutir a prospeção, pesquisa, desenvolvimento e exploração de petróleo na região algarvia e não só.

«Com este debate aberto ao público espera-se aumentar a discussão deste problema, fazendo uma ponte entre a população e os representantes na Assembleia da República», salienta a PALP.

Esta Plataforma recorda que já entregou na Assembleia da República «a petição que pode salvar os interesses de todos nós, cidadãos. E acima de tudo, do nosso frágil ecossistema».

«Mas não chega», admite a PALP. «Por isso, este evento contará com a presença de deputados do BE, PAN, PCP, PEV, PS e PSD, que deverão esclarecer as posições assumidas desde que tomaram conhecimento deste problema e comprometer-se em salvaguardar um futuro sustentável para o Algarve».

A PALP apela ainda à «presença da população neste debate que poderá ser mais um passo para obtermos um Algarve livre de petróleo e gás natural».



Data: 30 de Julho às 21h00
Local: Club Farense, Rua de Santo António, em Faro
Participantes: representantes parlamentares do BE, PAN, PCP, PEV, PS e PSD

www.sulinformacao.pt

28
Jul16

Autarquias passam a gerir transportes do Algarve e lançam plano para melhorar mobilidade

António Garrochinho
A gestão do sistema de transportes do Algarve vai passar a ser feita pela AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve. A entidade que junta os 16 municípios algarvios assumiu a liderança de um processo que junta várias dezenas de entidades, públicas e privadas, com o objetivo de melhorar a mobilidade na região.

A face mais visível desta colaboração é o  Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do Algarve (PAMUS), lançado no início desta semana, na sequência da assinatura de uma Carta de Compromisso para a Mobilidade Urbana Sustentável.

«A mobilidade é um problema histórico da região. Até agora, nunca nos conseguimos juntar para criar uma solução sustentável, de âmbito intermunicipal, municipal e inter-freguesias, e fazer com que as coisas combinem e casem, de modo a que as pessoas possam abdicar do seu meio de transporte privado», enquadrou o presidente da AMAL Jorge Botelho, na cerimónia de assinatura da carta, que decorreu segunda-feira em Faro.

Daí que considere o acordo que foi celebrado nesse dia seja «um marco para a região». «Vejo aqui muitos dirigentes regionais e muitas pessoas com responsabilidades, que pensam o território. Acho que não falta cá ninguém», disse Jorge Botelho.

De facto, na sala repleta estavam representantes (em muitos casos, os responsáveis máximos) dos principais operadores de transportes, na região, como a CP, a ANA Aeroportos, a Eva, a Frota Azul e a Renex, mas também empresas dos mais diversos setores, Instituições de Ensino Superior, nomeadamente a Universidade do Algarve e o ISMAT, e as principais associações empresariais da região, entre muitos outros. A carta de Compromisso foi assinada por 46 parceiros.




Apesar de ver o acordo como algo importante, Jorge Botelho avisa que ele não significa que a mobilidade na região «vá melhorar da noite para o dia». O que se conseguiu, para já, foi uma plataforma alargada de colaboração, inédita na região.

Muito do que acontecerá no futuro dependerá do PAMUS, cuja primeira fase passará por um mapeamento dos transportes na região. Isto permitirá que, «no curto prazo, os sistemas de transportes passem a funcionar de forma integrada». Mas há muito mais a fazer, para atingir o objetivo da mobilidade sustentável, até porque um dos conceitos que lhe está associado é o do carbono zero, algo que requer outro tipo de medidas, de mais difícil implementação.

Algumas das ações que são necessárias poderão ser sugeridas pela população, que é chamada a participar neste processo. Na sequência do lançamento do plano, foi criado o projeto «Vamus participar», que tem o duplo objetivo de sensibilizar para a mobilidade sustentável e pedir o contributo dos cidadãos, através do preenchimento de um inquérito rápido (cerca de 2 minutos).

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28
Jul16

Haiti: “A partir de hoje somos todos negros”

António Garrochinho



Os haitianos ainda hoje pagam caro o atrevimento de em 1804 terem aprovado a mais radical e igualitária das Constituições do século XIX.
Eduardo Grüner ensina-nos que os haitianos não se limitaram a construir a 1ª República independente negra do mundo, mas também descobriram que eles estavam excluídos da «totalidade» da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que haviam recebido com alvoroçada e vã esperança.
E para isso, logo no seu artº 14º a Constituição haitiana de 1804 define a totalidade, agora a partir da parte que havia sido excluída (eles), e prescreve:
«Todas as distinções de cor necessariamente desaparecerão entre os filhos de uma e a mesma família, onde o Chefe de Estado é o pai; todos os cidadãos haitianos, de aqui em diante, serão conhecidos pela denominação genérica de negros», denominação que não excluía brancos nem mulheres…

Começo por citar uma abruptamente uma frase justamente célebre em certos meios restritos, ainda que devesse sê-lo muito mais conhecida, pelo seu profundo alcance numa teoria crítica da identidade. A frase é esta:
«Todos os cidadãos, de ora em diante, serão conhecidos pela denominação genérica de negros».


Esta frase não é a expressão de um capricho, nem um improviso provocatório, e muito menos um delírio surrealista. É o artigo 14º da Constituição Haitiana de 1805, promulgada por Jean-Jacques Dessalines, de acordo com os rascunhos de Toussaint Louverture em 1801, mas cuja institucionalização teve que esperar pela Declaração de Independência de 1804, com Toussaint já morto nas prisões napoleónicas. E, na passada, sirva esta referência para questionar a bizarra ideia de festejar o chamado «Bicentenário» das revoluções independentistas americanas em 2010, quando a primeira, a mais radical e a mais inesperada dessas revoluções foi levada a cabo em 1804 e não em 1810. A mais radical, digo bem, visto que nela foram os ex-escravos africanos – isto é, a classe dominada por excelência, e não as novas elites «burguesas» compostas por europeus brancos – os que tomaram o poder para fundar uma republica, justamente chamada negra.


Mas voltemos à nossa pequena frase citada. O que é que se está a jogar na sua estranha formulação? Recordemos alguns antecedentes mínimos. Haiti – que antes de 1804 se chamava de S. Domingos – era de longe a mais rica colónia francesa no Caribe, e há até quem afirme que era a mais rica colónia em qualquer parte. Em 1789, quando rebenta a camada revolução «Francesa», havia nessa sociedade plantadora e esclavagista produtora de açúcar e café uns 500.000 escravos de origem africana, uns 27.000 colonos brancos e uns 34.000 «mulatos». Já no princípio do século XVIII os cartesianos ocupantes franceses, com a sua racionalista paixão taxonómica, tinham acreditado poder detetar e classificar 126 tonalidades diferentes de «negritude», cada uma com a sua respetiva denominação e «caracterologia». Rebentada a revolução na metrópole, os escravos recebem alvoroçados as notícias sobre o seu maior documento político, a Declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão, só para rapidamente se inteirarem que eles não são membros desse «universal»: são a parte sem a qual o Todo não poderia funcionar (qualquer coisa mais que uma terça parte das receitas francesas provenientes do trabalho escravo de S. Domingo), pelo que devem ficar como a particularidade excluída do «Universal», para que o novo «Todo» possa ser sustentado pela economia. E que por isso mesmo terão que iniciar – em 1791 – um longo e violento processo revolucionário próprio, com a paradoxal finalidade de cumprir esse postulado de «universalidade» que lhes é alheia, ou melhor dito roubada, o que custará aos ex-escravos a bagatela de 200.000 vidas. O verdadeiro paradoxo – quase nos atrevíamos a dizer o escândalo – é que a revolução haitiana é nesse sentido, «mais francesa que a francesa» porque é haitiana – porque é a particularidade que por definição falta à «Totalidade».
O artigo 14º é pois, como costuma dizer-se, uma reparação, jurídico-política em primeiro lugar, mas também e sobretudo, «filosófica», e de uma radicalidade filosófica autenticamente inédita.


No que diz respeito ao tema que hoje nos traz aqui, a sua dinâmica questiona criticamente, de facto, todas as dúvidas de qualquer princípio de «identidade» universal. Com a declaração de independência de 1804 nasce, como dizíamos, uma república «negra», mas com nome indígena («Hayti», é o antigo nome da ilha na língua taína). Primeira manifestação de pluralidades «identitárias» cruzadas.


Mas se se quiserem mais provas da densidade filosófica do conteúdo político da revolução, bastaria citar o primeiro parágrafo do Preâmbulo da nova constituição, promulgada por Dessalines em 20 de maio de 1805:
«Na presença do Ser Supremo, perante quem todos os mortais são iguais, e que disseminou tantas classes de seres diferentes cobre a superfície do globo com o único propósito de manifestar a sua glória e poder através daa diversidade das suas obras…».


Já não se trata, vê-se, da simples homogeneidade abstrata da igualdade perante a Lei (humana ou divina). Começa-se por afirmar uma igualdade universal para, no mesmo movimento, asseverar a diferença e a diversidade. Apela-se à retórica ilustrada da revolução francesa (o «Ser Supremo») para imediatamente dotar o Ser de determinações particular-concretas. A frase seguinte avança um pouco mais neste caminho:
«…Perante a criação inteira, cujos filhos despossuídos temos tão injustamente e durante tanto tempo sido considerados…»


Outra vez a totalidade da criação é especificada pela sua parte excluída, «despossuída» - por essa parte-que-não-tem-parte, como diria Jacques Rancière: para o nosso caso, os antigos escravos negros («etnia» e classe são novamente evocados para definir um não-lugar na totalidade). Tudo concorre para a arquitetura textual de uma complicada dialética na qual universalismo e particularismo, na verdade, se referenciam mutuamente, ainda que sem operar uma «síntese superadora», como faria uma certa vulgata hegeliana: a igualdade universal não poderia ser alcançada sem a exigência particular dos escravos negros que foram «expulsos» da universalidade; ao contrário, a sua exigência particular só tem sentido pela sua referência á universalidade. A primeira desborda a segunda e à segunda é-lhe pequena a primeira. A parte é mais que o «Todo» ao que a parte lhe faz falta.


Esta estrutura ainda se manifesta mais quando confrontamos aqueles artigos do corpo constitucional que abordam especialmente as questões «raciais» e de «classe». O artigo 12º adverte-nos que «Nenhuma pessoa branca, de qualquer nacionalidade, poderá pôr pé neste território na qualidade de amo ou proprietário, nem no futuro adquirir aqui propriedade alguma»; o artigo seguinte, no entanto, aclara que «o artigo procedente não terá qualquer efeito sobre as mulheres brancas que tenham sido naturalizadas pelo governo (…). Incluídos na presente disposição estão também os alemães e polacos (?) naturalizados pelo governo». E assim chegamos ao nosso famoso artigo 14º, que agora citamos de forma completa: «Todas as distinções de cor necessariamente desaparecerão entre os filhos de uma e a mesma família, onde o Chefe de Estado é o pai; todos os cidadãos haitianos, de aqui em diante, serão conhecidos pela denominação genérica de negros».
Não sabemos por que razão se faz a estranha especificação sobre os «alemães e polacos» naturalizados. Mas sem dúvida que a sua menção é o cúmulo do «sarcasmo» particularista, ainda mais sublinhado pelo facto de também os alemães e os polacos – que costumam ser associados à pele branquíssima e aos cabelos loiros dos saxões e dos eslavos – passarem agora a ser negros. Esta generalização à primeira vista absurda tem o enorme valor de produzir uma disrupção do «racialismo» biologista ou «naturalista», que entre os finais do século XVIII e princípios do século XIX terem começado a impor-se: se até os polacos e os alemães podem ser decretados «negros», então é evidente que negro é uma denominação política (ou político-cultural se quisermos), isto é, arbitrária, (num sentido mais ou menos saussiriano da arbitrariedade do signo linguístico) e não natural nem necessária. E que, portanto, o foi sempre: com o mesmo gesto se «des-constroi» a falácia racista que atribui traços diferenciais às 126 «espécies» de negritude.

Há que insistir: através do «ato da fala» - este verdadeiro e poderoso performativo – produz-se uma inquietante aporia filosófica, a de que o universal é derivado de uma generalização de um dos seus particulares. E não é de um qualquer, mas, uma vez mais, do que até então tinha sido «materialmente» excluído. É uma aporia quase «benjaminiana»: é o polo extremo, o que se contrapõe à pretensão de universalidade, o que põe a constelação na sua totalidade. Como disse não sem discreto sarcasmo Sybille Fischer, «chamar a todos os haitianos, para além da cor da sua pele, negros, é um gesto semelhante ao de chamar a todas as pessoas, independentemente do seu sexo, mulheres. De qualquer forma, e para voltar ao tema, está clara a intenção político-cultural da cláusula. Finalmente, para que é necessário introduzi-la, se começou por se aclarar que no Haiti não será permitida nenhuma classe de distinções pela cor da pele? O sentido não é, pois, meramente jurídico: trata-se de não ocultar nem disfarçar, na história que agora se pode chamar «haitiana», o lugar determinante que nela teve o conflito político entre as «raças». O artigo 14º (e toda a constituição à qual pertence) faz de facto a crítica , inclusive antecipada, de uma (ideo)lógica constitucional que imagina o estado-nação «moderno» como uma unidade homogénea, sem distinções de classes, «raças», género, etc.. E também, há que dizê-lo, faz a crítica – muito mais «antecipada» – de certas (ingénuas ou não) celebrações «multiculturalistas» até que ponto a emergência das «diferenças» são uma função das desigualdades produzidas pelo poder.

No entanto, ao mesmo tempo há na constituição de 1805, e no próprio artigo 14º, uma conceção unitária da nação. Mas veja-se com que critério: «Todas as distinções de cor necessariamente desaparecerão entre os filhos de uma mesma família, onde o Chefe de Estado é o pai». «Paternalismo», dizíamos antes – e naturalmente, podíamos acrescentar «patriarcalismo» –; a nação é pensada como uma grande família unida e indivisível (onde, já o sabemos, todos os membros são «negros»), dirigida – como corresponde à metáfora – pelo «pai» e também Chefe de Estado (ainda que não só: já vimos que, alegoricamente, há ao mesmo tempo um regresso à Mater implícita nessa carne negra, sem a qual não se pode pensar a cidadania haitiana). É justamente contra esta analogia entre o Estado e a família (uma oposição que na tradição política europeia pode já detetar-se na Grécia Antiga e a sua distinção entre polis e oikos, central inclusivamente como motivo de conflito trágico, tal como se encontra na Antígona de Sófocles), é contra esta analogia, dizíamos, que lutam os primeiros grandes teorizadores do Estado «europeu-moderno» (o debate pode ler-se em Maquiavel, em Hobbes, em Locke). Obviamente, trata-se antes de mais de um combate contra o «paternalismo» feudal. Mas é também um argumento tendente à separação entre «sociedade política» e «sociedade civil» – ou mais genericamente, entre Estado e sociedade –, separação necessária para a autonomia da ascendente classe «burguesa». De qualquer modo, essa é uma questão europeia «ocidental». O artigo 14º nada tema ver com essa polémica, e por outro lado, ao considerá-la de facto alheia, refuta também a sua «naturalidade»: a unidade «política» que levanta como programa é a da estrutura social não «tradicional» ou «pré-moderna», mas, simplesmente, africana, isto é, outra, na qual a lógica do poder «político» é indistinguível do que os antropólogos estudaram como estruturas do parentesco que, segundo diz o próprio Lévy-Strauss, transformam a consanguinidade biológica em aliança social e política [1]. Outra demonstração, pois, de politização – isto é de materialização, no sentido estrito – de uma «natureza» abstrata.

Tudo o dissemos anteriormente poderíamos chamar uma identidade dividida – ou se se quiser, bifurcada – haitiana. Temos uma nação nova, fundada «a partir do zero»: ao contrário do que virá a suceder com as outras independências americanas há uma des-continuidade radical (jurídica, sem dúvida, mas também e sobretudo étnico-cultural: é uma nação «negra») em relação à situação colonial. Mas a sua «novidade» consiste, antes de mais, num reconhecimento e uma encenação dos insolúveis conflitos herdados da situação colonial e da lógica étnica, social e económica da plantação: o ideário da Revolução Francesa é, simultaneamente conservado, levado mais além dela mesma, um «mais além» onde se encontra com a cor negra; e esse «cor local», para assim a chamar, obriga a um retrocesso – para lá das conceções «evolucionistas» e «progressistas» eurocêntricas – para as tradições sociais e míticas africanas. A sua modernidade – plenamente assumida sob o ideário sob o ideário da Revolução Francesa – só pode ser «realizada» através de um recurso à «tradição. Como reza essa extraordinária primeira frase da biografia de Zapata por John Womack: «Esta é a história de uns camponeses que não queriam mudar, e que por isso mesmo… fizeram uma revolução». Poderiam citar-se várias outras instâncias paradoxais (talvez se devesse dizer «dialéticas») para ilustrar esta bifurcação dos tempos modernos que, longe de ser «extra moderna», pertence a uma modernidade que só quando se aborda a partir do que Benjamin chamaria a história dos vencidos se mostra , ela também, como tendo uma identidade dividida. No Haiti seria o caso da religião vudu ou da língua crioula, que agora não temos tempo de discutir. Esta podia ser uma via para pensar a sintomática e quase total ausência, na denominada Teoria Pós-Colonial, de referências a um fenómeno como o haitiano, que parece dever ser um exemplo paradigmático para as suas categorias. Com efeito, não ilustra exemplarmente o artigo 14º o que Gayatri Spivak denominou essencialismo estratégico? No entanto, parece que as coisas não foram assim tão fáceis.

Doris Garraway introduz uma hipótese para explicar esta «impotência» da teoria pós-colonial face ao fenómeno Haiti: a da não-pertinência das categorias de nacionalismo com as quais os académicos tentam caraterizar os movimentos anticoloniais modernos, categorias que não podem dar conta do fenómeno da revolução haitiana. Um dos mais influentes textos sobre este tema, o de Benedict Anderson (que não é preciso dizê-lo, nunca menciona o Haiti) [2], avança a sugestiva hipótese de o nacionalismo não é um produto europeu pós-Revolução Francesa – como convencionalmente se dá por assente) – mas uma «invenção» do mundo colonial na sua luta por romper com as potências imperiais. O Haiti, no entanto, não encaixa em nenhum dos paradigmas que Anderson expõe detalhadamente. Não é um típico nacionalismo «crioulo» como os habituais nas independências da América Latina, onde as minorias, brancas na sua maioria, propulsaram o que pode ser chamado nativismo fronteiriço, ainda que conservando culturais europeus e uma ordem social com supremacia branca. O Haiti também não é exatamente o caso dos movimentos anticoloniais da Índia ou de África, que introduziram nas suas questões de soberania um desejo de diferença absoluta com a Europa, baseada na pureza das suas origens étnico-culturais. A revolução haitiana supôs uma transculturação conflitual (ou catastrófica, como a denominámos noutro lugar) marcada por uma tensão não-resolvida entre essas referências culturais: uma tensão em boa medida ligada ao facto de, no momento se produzir o movimento emancipatório, uma importante parte dos escravos insurretos (qualquer coisa como mais de um terço do total) não serem «africanos» originários, mas os seus antepassados provinham (uma proveniência forçada, naturalmente) de África, enquanto eles já podiam ser considerados antilhanos ou caribenhos.

Há pois, neste caso, uma espécie de triângulo «tensional» que é qualquer como simetricamente inverso do triângulo atlântico, de que tanto se falou para qualificar o comércio esclavagista, e que como tal supõe três vértices (África/Europa/América), e não uma menos complexa oposição linear como noutros casos que temos mencionado (África/Europa, Índia/Europa, etc.), ou uma continuidade cultural com descontinuidade jurídica como no caso de outros movimentos independentistas latino-americanos. O vértice «África» é aqui, naturalmente, o terceiro excluído que se inclui, rompendo toda a possibilidade de um equilíbrio (ainda que conflitual) entre os dois polos (Europa/Colónias) ao introduzir, por um lado, a noção de um retorno mítico à «Guinea» (como os escravos denominavam África) e a sua própria tensão interna pelos crioulos «afro-americanos», por outro a questão da negritude, e tudo isso ao mesmo tempo aderindo (nunca é demais repeti-lo com maiores e heterótipos alcances) ao ideário da Revolução Francesa e da «modernidade».
Nem as teorias clássicas do nacionalismo – que, como já dissemos, tendem a considerá-lo um fenómeno da modernidade europeia – nem a teoria de Benedict Anderson –, se bem que procure livrar-se de um inacabado eurocentrismo, constrói um a série de modelos em nenhum dos quais se encaixa o caso haitiano – nem o mainstream da teoria pós-colonial – que, com todas as suas «raízes» horizontais [rizomas], «hibridices», «in-betweens» e tudo o mais continua, paradoxalmente, a pensar de forma binária a relação metropolis / colónia – seguindo à nossa maneira Levy Strauss – com a qual teve de se confrontar a revolução haitiana.

Com «bifurcação tri-partida estamos a embalar, para uma maior clarificação, o que na verdade é um pleonasmo: apesar do equívoco da raiz «bi», toda a bifurcação abre três direções, como é fácil de ver no que se chama uma bifurcação do caminho, perante a qual se podem avançar pela esquerda, pela direita ou retroceder (de volta à «Guinea», digamos assim). A bifurcação, como sabemos, é uma figura central na chamada teoria das catástrofes de René Thom e outros. E num outro registo teórico e literário, é o lugar no qual Édipo se encontra com o seu destino: esse cruzamento tem três caminhos ( o que os latinos chamam Trivium, de que deriva o adjetivo trivial) onde, precisamente por não querer retroceder, assassina o seu pai, Layo e precipita-se na tragédia.
Ora bem, num parágrafo acima especulávamos com a ideia que os escravos – revertendo a lógica da «universalização» da particularidade operada pelo eurocentrismo colonial – se assumirem como a parte que se projeta para o todo, sublinhando a sua «universalidade» como falsa, visto que trunca. A isso pode chamar-se universalismo particular, enquanto oposto do particularismo «universal» europeu e enquanto cumpre a premissa de um autêntico pensamento crítico: a de uma dialética negativa que re-instala no centro do «universal» o conflito irresolúvel com o particular excluído, põe a nu a violência da negação do «outro» interno, rejeitando as tentações do pensamento «identitário». Este é o significado profundo do artigo 14º com a sua irónica – e politizada – universalização da cor negro. Mas o que faz esta lógica é construir e constituir essa cor como o significante privilegiado – ou se se preferir dizer assim, o operador semiótico fundamental – de uma materialidade crítica, uma bifurcação catastrófica que vai atravessar, de uma ou outra maneira, a produtividade discursiva (filosófica, ensaística, ficcional, narrativa, poética e estética) da cultura antilhana. Desde já, o cruzamento conflitual e a intertextualidade trágica são um processo presente em toda a cultura latino-americana (e em toda a cultura neo – ou pós – colonial), e nesse contexto deve ser pensado «a cor negro». Mas no caribe a questão da negritude introdua uma especificidade, inclusive uma extremidade, que lhe dá toda a sua peculiar singularidade. E essa «extremidade», essa especificidade que também – sob a lógica do «artigo 14º - é criticamente universalizável, enquanto mostra as aporias irresolvidas, e provavelmente irresolúveis, de uma relação outra com uma «modernidade» presumidamente homogeneizada pela cultura ocidental.
Esta última conclusão pode tornar-se importante. Pessoalmente, sempre me surpreendeu a facilidade com que o pensamento «pós» se submete – mesmo que seja para se opor – à versão dominante da Modernidade apresentada como o que o mesmo pensamento denominou uma grande narrativa homogénea e linear. Mas não há apenas uma «modernidade»: a modernidade é tanto o particularismo universal do «Todos somos iguais menos alguns» da Revolução Francesa como o universalismo particular do «todos somos negros ainda que nem todos o sejamos» da Revolução Haitiana. O conceito de uma identidade intencionalmente bifurcada mostrando, como dizíamos, que há outra modernidade, ou inclusive uma contra-modernidade «periférica», talvez permitisse libertar a oposição binária «modernidade / pós-modernidade em que permanece encerrado o academismo pós, incluindo os estudos culturais e a teoria pós-colonial. Desde já é uma via sempre incompleta e em processo de des-totalização e re-totalização, como diria Sartre. A relação de desconexão/reconexão bifurcante das identidades resguarda, ao fim e ao cabo, os seus próprios enigmas, que talvez seja conveniente resguardar


Notas:
[1]  Lévi-Strauss, Claude:  Las Estructuras Elementales del Parentesco , Barcelona, Paidós, 1975.
[2]  Anderson, Benedict: Comunidades Imaginadas , Mexico, FCE, 1998.
http://www.contrahegemoniaweb.com.ar/
* Professor na Universidade de Buenos Aires (UBA).


Tradução de José Paulo Gascão

abrildenovomagazine.wordpress.com
28
Jul16

A NOTÍCIA DO DIA ! - Dormir com galinhas diminui o risco de ser picado por insetos

António Garrochinho




As galinhas podem ser a solução para diminuir o número de casos da doença

Dormir com pelo menos uma galinha no quarto ajuda a afastar os mosquitos e reduz o risco de contrair malária e outras doenças transmitidas por insetos. A conclusão é de um estudo da Universidade de Ciências Agrícolas da Suécia, publicado na revista científica Malaria Journal, que concluiu que o cheiro natural das galinhas afasta os mosquitos (An. arabiensis).

Para esta investigação, os cientistas suecos contaram com o apoio de cientistas da universidade de Adis Abeba, na Etiópia, e as experiências foram realizadas neste país, onde pelo menos 60% da população está exposta aos parasitas que provocam a malária.

Os parasitas da malária são transmitidos através da picada dos mosquitos infetados e a doença ainda tem uma alta taxa de mortalidade. Segundo um relatório das Nações Unidas, só em 2015, 400 mil pessoas morreram de malária e a doença ainda é endémica em África, América do Sul e no sul da Ásia.

Durante a experiência alguns voluntários dormiam com uma galinha viva enjaulada ao lado da cama enquanto outros dormiam com outros remédios para afastar mosquitos. Em ambas as situações eram usadas redes de mosquiteiros, que os cientistas dizem ser essenciais.

Os investigadores concluíram que a presença dos animais "reduziu significativamente" o número de mosquitos no quarto, porque as galinhas produzem um repelente natural.

Os cientistas da Etiópia afirmaram que, após esta descoberta, o próximo passo é extrair os componentes do cheiro das galinhas e refiná-los para produzir um novo e mais eficaz repelente contra os insetos responsáveis pela propagação da doença.


www.dn.pt

28
Jul16

ENQUANTO MILHÕES CHORAM E SÃO MANIPULADOS, OUTROS LAMBUSAM-SE ! - Os milionários portugueses estão mais ricos. Saiba quem são

António Garrochinho

Os 25 portugueses mais ricos, com o empresário da cortiça Américo Amorim no topo, concentram 8,3% da riqueza nacional e viram a sua fortuna crescer para 15 mil milhões de euros em 2015, revela a revista Exame.

A lista anual dos 25 mais ricos de Portugal é elaborada há 12 anos pela Exame e será publicada na edição de agosto da revista que chega às bancas na quinta-feira.

Este é o terceiro ano consecutivo em que as fortunas dos 25 mais ricos aumentam, atingindo os 15 mil milhões de euros (14,7 mil milhões de euros em 2015 e 14,3 mil milhões em 2014), o que representa 8,3% do Produto Interno Bruto nacional.

A maior fatia está concentrada nos primeiros do 'ranking': Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos e na família Guimarães de Mello, três fortunas que contabilizam por si só 6,5 mil milhões de euros.

Américo Amorim, que foi o homem mais rico do país em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2013, mantendo a partir daí a mesma posição, mas este ano "ainda mais rico", com uma fortuna avaliada em 3,1 mil milhões de euros (2,5 mil milhões de euros no ano passado).

"Entre o sobe e desce da fortuna de Américo Amorim, ao sabor da cotação da Galp Energia, uma coisa é certa: o empresário está a ganhar distanciamento em relação ao segundo classificado, Alexandre Soares dos Santos", escreve a Exame.

Os patrões da grande distribuição, Alexandre Soares dos Santos (Jerónimo Martins) e Belmiro de Azevedo (Sonae) e a família Guimarães de Melo estão igualmente entre os mais ricos dos ricos.

Soares dos Santos ocupa o segundo lugar, mas viu a sua fortuna aumentar para mais de 2 mil milhões de euros, graças à valorização das ações da dona do Pingo Doce.

Os Guimarães de Mello são a família mais rica e ocupam este ano a terceira posição destronando Belmiro de Azevedo face ao ano passado.

A família mantém a fortuna de 1,2 mil milhões de euros, com os investimentos no Grupo José de Mello, Brisa, CUF e Efacec.

Belmiro de Azevedo perde 250 milhões e cai para o quarto lugar do 'ranking', depois de já ter sido o homem mais rico de Portugal. A sua fortuna bolsista desceu 250 milhões para 1.150 milhões de euros, já que a evolução das suas empresas em bolsa não lhe tem sido favorável, segundo analisa a Exame.

Maria Isabel dos Santos, uma das principais acionistas da Jerónimo Martins, volta a ser a mulher mais rica do país e está mesmo "mais rica".

Detentora de cerca de 10% da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, dona da Jerónimo Martins, subiu do 9.º lugar para o 8.º do 'ranking' deste ano, com uma fortuna de 545,5 milhões de euros (448 milhões de euros em 2015 e 429 milhões de euros em 2014).

Fernando Figueiredo dos Santos sobe uma posição face a 2015 e ocupa este ano o 9.º lugar, com uma fortuna de 545,5 milhões de euros (448 milhões de euros anteriores.

Já o "patrão" dos hotéis Pestana, Dionísio Pestana, perde fortuna e cai de 8.º lugar para a 10.ª posição, com uma fortuna de 480 milhões (506,6 milhões de euros em 2015).

A Exame faz o levantamento do património empresarial usando todas as fontes disponíveis, como relatórios e contas (de 2014 e 2015), entrevistas de gestores, 'sites' das empresas e do mercado, aplicando-se depois diversos critérios de avaliação, conforme as empresas em apreciação.

Segue-se a lista completa dos "top 10" do ranking

1. Américo Amorim: 3.071 milhões de euros (2.484,2 milhões no ranking anterior, que já liderava);

2. Alexandre Soares dos Santos: 2.078 milhões de euros (vs. 1.763,2 milhões de euros no ranking anterior, quando já era segundo);

3. Família Guimarães de Mello: 1.285 milhões de euros (vs. 1.189,4 milhões de euros, subindo agora ao terceiro lugar no ranking);

4. Belmiro de Azevedo: 1150 milhões de euros (vs. 1382,5 milhões de euros quando estava em terceiro lugar no ranking);

5. António da Silva Rodrigues: 1115 milhões de euros (967 milhões de euros no estudo anterior, já figurando no quinto lugar);

6. Família Alves Ribeiro: 972 milhões de euros (vs. 663 milhões de euros, um dos maiores crescimentos de fortuna. Já ocupava o sexto lugar);

7. Fernando Campos Nunes: 561,9 milhões de euros (539,2 milhões de euros no ano passado, mantendo o lugar);

8. Maria Isabel dos Santos: 545,5 milhões de euros (vs. 448 milhões de euros anteriores, sobe de 9.º para 8.º lugar);

9. Fernando Figueiredo dos Santos: 545,5 milhões de euros (448 milhões de euros anteriores. Era 10.º lugar);

10. Dionísio Pestana: 480 milhões (506,6 milhões de euros em 2015. Perde fortuna e cai de 8º lugar para 10.º).



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