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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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10
Ago16

Governo prepara modelo pioneiro de gestão de zonas ribeirinhas no Algarve

António Garrochinho


O Governo está a preparar um modelo «inédito» de gestão de zonas ribeirinhas para a região do Algarve, com o objetivo de descentralizar competências da Administração Central para os municípios.

A ministra do Mar Ana Paula Vitorino revelou esta intenção ontem, em Olhão, onde esteve na inauguração do Festival do Marisco.

«Estamos a trabalhar com os municípios, para fazer algo inédito no Algarve. Vamos ensaiar o que nos parece uma solução mais adequada de descentralização e gestão de proximidade deste tipo de infraestruturas, avaliando as necessidades das acessibilidades terrestres e marítimas».

Segundo Ana Paula Vitorino, o objetivo é «fazer uma parceria entre a Administração Central, a Docapesca, o Porto de Sines, Administração Local, municípios e AMAL, para estabelecer as prioridades de intervenção para o Algarve».

A revelação da ministra do Mar surgiu no seguimento de uma pergunta do Sul Informação sobre a necessidade de uma intervenção na Barra de Tavira, devido ao assoreamento que, aliado ao Levante, tem impedido, nos últimos dias, os pescadores de saírem ao mar.

Jorge Botelho, presidente da AMAL, assumiu ao nosso jornal que tem existido «um conjunto de conversas exploratórias no sentido de delegar competências de gestão de zonas ribeirinhas para os municípios».

Segundo o autarca de Tavira, que vê com bons olhos esta medida, uma vez que poderá dar às autarquias a possibilidade de intervir diretamente nas frentes ribeirinhas, «este é um modelo pioneiro a aplicar no Algarve, devido às características próprias da região e da própria AMAL».


www.sulinformacao.pt

10
Ago16

A Culpa dos Incêndios é do Capitalismo

António Garrochinho


Acostumado que estou a acusações de radicalismo e exageração – que me honram! -, às quais geralmente tenho de redarguir denunciando a superficialidade intelectual e sobretudo política dos meus adversários, colho da fama o proveito: a situação, que anualmente se repete, dos fogos que lavram de norte a sul do país tem como causa única e exclusiva não a má índole e súbita aparição de malfeitores incendiários (deixemos essa explicação justicialista para o Paulo Portas), não o surto psicótico  mais ou menos colectivo que desencadeia crises de piromania nas aldeias do país (reservemos essa explicação para os psicologistas de pacotilha), mas, prosaica embora radicalmente, o modo de produção dominante. Não encarar isto é, simplesmente, não querer resolver o problema.
É por vivermos sob capitalismo e por haver uma divisão internacional do trabalho que liquidou o tecido agrícola português que a população se amontoa hoje em cidades atulhadas, deixando ao abandono extensas áreas das regiões do interior. É por haver essa divisão internacional do trabalho que temos intermináveis eucaliptais da Portucel, que secam os solos à volta e criam barris de pólvora nos meses de Verão (perante o silêncio de toda a gente). É por existir modo de produção capitalista que as terras deixadas ao abandono nessas zonas rurais, cujos proprietários nem sabem que são deles muitas das vezes ou, quando sabem, não podem ou não querem trabalhá-las, que vigora um modelo de propriedade privada absolutamente caquético e incompaginável com o bem-estar elementar, impeditivo de que se deite mão às terras maninhas para as limpar, as pôr a produzir, as dividir convenientemente em talhões e parcelas cujo aproveitamento e cuidado não seja um suplício, sem passar por trâmites exasperantes que só lembram à mentalidade doente de um jurista burguês. É por vivermos sob capitalismo e termos este mesmo modelo de propriedade que prédios devolutos, em risco de derrocada, de curto-circuito, residência de colónias de ratos, depósitos de lixo e doença, permeiam as cidades portuguesas, enquanto quem quer residência tem de ir para confins, viver em casas construídas a eito, sem planeamento, sem conforto, sem segurança em caso de catástrofe (como se vê na Madeira). A lista podia prosseguir indefinidamente.
Portanto, é tempo de deixarmos os paninhos quentes, sim. Mas não para cairmos em cima incendiários e criminosos de delito comum, que constituem o último e mais irrelevante dos elos desta cadeia. Chega de paninhos quentes com os proprietários displicentes, com os madeireiros e industriais da celulose, com o direito burguês, com tudo o que, transformando a terra e a habitação numa mercadoria, nos expõe a estes riscos e a estas calamidades. É espantoso como o dogma ideológico da propriedade capitalista (sim, espantem-se todos!, também há dogmas ideológicos foram da extrema-esquerda…) se sobrepõe ao bom senso e à evidência, mas de facto sobrepõe. Enquanto deixarmos. E vai sendo tempo de deixarmos de deixar.


Via: Cravo de Abril http://bit.ly/2aKT2sa
10
Ago16

VÁRIOS VÍDEOS AMADORES DÃO CONTA DOS PROTESTOS NOS JOGOS OLÍMPICOS - Relatos de vários incidentes nos Jogos Olímpicos Juiz proíbe expulsão de espectadores que se manifestem contra Temer

António Garrochinho

Vários espectadores foram expulsos ou proibidos de exibir cartazes de protesto contra o presidente interino Michel Temer. «Fora Temer» vai continuar nas arenas dos Jogos Olímpicos.


A decisão foi tomada após a divulgação de imagens de espectadores dos jogos a serem retirados à força dos seus lugares
A decisão foi tomada após a divulgação de imagens de espectadores dos jogos a serem retirados à força dos seus lugares
Na terça-feira à noite, um juiz federal do Rio de Janeiro proferiu um liminar impedindo que a polícia remova espectadores de estádios olímpicos que estejam simplesmente a protestar contra o impopular presidente Michel Temer. Estas manifestações têm sido feitas através de t-shirts, empunhando cartazes ou cantando palavras de ordem contra o presidente interino.

Segundo a Folha de S. Paulo, o juiz João Augusto Carneiro Araújo determinou que os brasileiros não perdem os seus direitos constitucionais de liberdade de expressão simplesmente por comparecerem aos Jogos Olímpicos.

A decisão foi tomada após a divulgação de imagens de espectadores dos jogos a serem retirados à força dos seus lugares (pela polícia, soldados ou voluntários).

Segundo o juiz, reprimir as manifestações «afronta o núcleo inviolável do direito fundamental da liberdade de expressão, a qual deve ser afastada imediatamente».






O Padre João, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, escreveu para o Procurador-geral da República defendendo que a lei especial que rege o comportamento do público em estádios olímpicos (assinada pela Presidente Dilma Rousseff antes do seu afastamento) apenas proíbe cartazes e outras formas de manifestação de carácter racista, xenófobo ou que estimule a discriminação. A exibição ou canto em coro do slogan «Fora Temer» deve ser permitido, escreveu o presidente da comissão.

No sábado à tarde, um homem foi retirado das bancadas do Sambódromo, durante as finais das competições de arco e flecha, por exibir um cartaz com os dizeres «Fora Temer». A sua expulsão foi gravada e colocada no Facebook por Pedro Freire, membro do colectivo Mídia Ninja. A mulher do espectador expulso contou ao Washington Post que este foi intimado a guardar o cartaz, instrução que seguiu, mas foi forçado a deixar a bancada após outra pessoa gritar o slogan. O depoimento foi feito ao jornal norte-americano sob anonimato: «temos medo pelas repercursões que o vídeo teve no Brasil».

No sábado à noite, durante uma partida de futebol feminino entre os Estados Unidos e a França no estádio do Mineirão em Belo Horizonte, nove apoiantes que envergavam camisolas com o slogan foram informados que deveriam tirar as camisolas ou deixar o estádio. O incidente também foi gravado em vídeo pela Mídia Ninja e amplamente divulgado nas redes sociais.

Gabriela de Paula, de 23 anos, membro do colectivo Mídia Ninja, disse ao Washington Post que «a polícia informou que tinha filmado a cara de cada um que participou no protesto. Fomos censurados».


A repressão oficial à dissidência, inicialmente justificada pelas autoridades dos Jogos Olímpicos como uma tentativa de manter os jogos «livres» de política, pareceu sair pela culatra e inspirou manifestantes a entrar nos estádios levando cartazes contra Temer de forma clandestina e compartilhar imagens dos mesmos nas redes sociais.


Antes da decisão esclarecer que cartazes defendendo a saída do presidente interino explicitamente não poderiam ser proibidos, diversos espectadores encontraram maneiras criativas de mostrar a sua posição, incluindo uma mulher que simplesmente exibiu a frase: «Fora você sabe quem».

Mario Andrada, director de comunicação dos Jogos Olímpicos, defendeu a expulsão: «Não é muito fácil para uma jovem democracia mudar de presidentes. Contudo, as arenas precisam ser política, religiosa e comercialmente limpos pois isso afecta os telespectadores. Afecta a TV", disse aos jornalistas este domingo.

Após as monumentais vaias na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, Temer (que segundo sondagens de Julho conta apenas com 14% de aprovação), vê o protesto à sua presença na preseidência subir de tom no decorrer dos Jogos.

VÍDEOS











www.abrilabril.pt
10
Ago16

Façam o vosso jogo [Mercados Financeiros não criam riqueza]

António Garrochinho


Façam o vosso jogo


Imagine que você tem dois amigos, ambos viciados em jogo e que se encontram proibidos de entrar em casinos…
Para poderem continuar a satisfazer a sua adicção, reúnem-se à mesa de um café e efectuam uma aposta sobre o preço que a onça de ouro atingirá no dia seguinte.
Os dois possuem expectativas opostas quanto ao comportamento do valor de fecho desse activo no dia seguinte: um aposta que vai subir e o outro aposta que vai descer – tem de ser assim, caso contrário, contra quem iriam os dois apostar?

Como toda e qualquer incerteza tem de implicar uma perda/ganho patrimonial para que se considere que existe risco para os intervenientes, vamos assumir que estes dois amigos vão colocar dinheiro em cima da mesa do café: cada um aposta cem euros.

Qual o resultado deste jogo? No dia seguinte, um deles perderá cem euros e o outro ganhará cem euros. Este jogo designa-se por um jogo de “soma-zero”: os cem euros que um dos amigos ganhar anulará os cem euros que o outro perderá. Em termos agregados, o ganho (ou perda) é zero, ou seja, não foi criado qualquer valor, porque, no início do jogo, cada um tinha cem euros; agora, no final, os duzentos euros estão apenas na mão de um deles.

Compreendeu este jogo? Se sim, e se você se sente confortável com o pressuposto de que nenhum dos dois jogadores possui qualquer informação privilegiada sobre a evolução do preço do ouro, então você acabou de compreender um dos princípios mais elementares da economia financeira.

Parabéns! Mais ainda, você implicitamente considerou que a probabilidade da onça de ouro subir é a mesma probabilidade de descer. Confesse que sim. E você está, grosso modo, certo.

Espero também que você tenha compreendido que, o facto de existir um mercado em que estes dois apostadores (ou milhões deles) arriscam dinheiro não cria, de per se, qualquer riqueza (cria apenas a que deriva de algumas pessoas terem emprego para que esteja assegurado que este “casino” opera convenientemente; este, a troco de uma comissão, providencia o necessário para que tudo corra bem).


Louis Bachelier, em 1900, foi o primeiro investigador a debruçar-se sobre o comportamento do preço dos activos financeiros (mais informação sobre o trabalho pioneiro de Bachelier). Este matemático, na altura visto como muito pouco ortodoxo, concluiu que, para se prever a evolução do preço de um activo financeiro, o comportamento passado do seu preço é irrelevante: apenas interessa o preço que esse activo possui hoje, para estimar qual o preço, que amanhã à mesma hora, esse activo evidenciará.
A forma como o preço oscilou em períodos anteriores não tem qualquer influência para efeitos de estimação do preço futuro. Confuso?

Espero que não mas, ao mesmo tempo, espero que se questione sobre qual o objectivo que este texto pretende atingir; devo confessar não é nada de excepcional: apenas sensibiliza-lo para o facto de uma parte da economia financeira ou, o que é o mesmo, uma parte dos activos financeiros nada dependerem da criação de valor ou a perda de valor de outros activos, os designados “activos reais”, esses sim com capacidade intrínseca para criar valor.
Deter um destes outros activos é tão legítimo como possuir o direito de se sentar com os seus amigos na mesa do café. Mas não se pode, em consciência afirmar muito mais do que isso. A parte da economia financeira que se consubstancia neste tipo de jogos movimentou, em 2015, 1,2 quadriliões de dólares, dez vezes mais do que produto interno bruto do mundo inteiro.

Há inúmeros exemplos destes tipos de activos – conhecidos como derivativos porque o seu valor “deriva” ou depende do comportamento futuro de uma variável. Há de tudo como na farmácia, desde contratos em que investidores apostam sobre o preço futuro de acções de empresas, evolução de taxas de câmbio, do petróleo, do café, óleo de palma, do trigo, do algodão, da prata e, até, do sumo de laranja.
Se você for um empresário que necessita de um destes activos para desenvolver a sua actividade (imagine que, quando se senta à mesa do café, você é na verdade um fabricante de jóias de ouro) então você vai querer saber mais alguma coisa sobre este assunto.

Caso contrário, não há justificação para tal: o “racional” por detrás do comportamento dos preços destes activos é, grosso modo, o mesmo “racional” que o faz apostar que o mês de Agosto de 2019 será mais quente do que o de 2018. Não tendo em consideração o impacto que o aquecimento global poderá ter, lamento dizer-lhe que apenas poderá concluir que as coisas podem igualmente correr bem ou mal.
Tire uma moeda não viciada do bolso, lance-a ao ar e você estará, grosso modo, a jogar o mesmo jogo.
Espero que, depois de ler estas linhas, você consiga reagir em conformidade quando algum “radical de esquerda” se referir a uma parte (sublinho, uma parte) da economia financeira que nos destruiu em 2008, como “economia de casino” e como sendo “uma jogatana”.

A não ser, claro, que você seja daqueles que acreditam que o comportamento desta parte da economia financeira está positivamente correlacionada com o comportamento da economia real. Nesse caso, faça como eu: descanse, retempere energias e goze muito as suas férias.


João Ribeiro
Professor universitário, Doutorado em Finanças.
Investigador na área de avaliação de activos.


Sugestão de Lara Ferraz
***«»***
E, além deste esquema da economia de casino, de pura especulação, ainda há um outro, ao nível dos bancos, em que o banqueiro empresta o que tem (o dinheiro dos depositantes) e o que não tem, criando moeda escritural, já que não é moeda física o que o devedor recebe. Este esquema, que é inerente ao funcionamento dos bancos, tem uma capacidade infinita de se multiplicar, até ao momento em que começam a aparecer as imparidades e os produtos tóxicos (dívidas incobráveis), o que conduz à bancarrota, sendo depois reposta a normalidade do sistema (que continuará a manter-se inalterável) com o dinheiro dos contribuintes.

Alexandre de Castro
10-08-2016
Via: Alpendre da Lua http://bit.ly/2aM5xH9
10
Ago16

Trabalhadores da Prosegur e Securitas convocam greve

António Garrochinho

SITAVA acusa empresa de regimes inadequados 
de organização de tempos de trabalho


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A greve ao trabalho suplementar será de 24 de Agosto a 31 de Dezembro, e a greve de 24 horas a 27 de Agosto. Trabalhadores combatem os baixos salários, a precariedade e a flexibilização de horários.


Plenário de Assistentes de Portos e Aeroportos
 

Cumprindo a decisão dos plenários de Assistentes de Portos e Aeroportos (APA), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) enviou à Prosegur e Securitas avisos prévios de greve ao trabalho suplementar, entre 24 de Agosto e 31 de Dezembro e de uma greve de 24 horas, no dia 27 de Agosto.
Para os trabalhadores, em causa está a negociação de um Contrato Colectivo de Trabalho (CTT) para os APA, sem qualquer regime de flexibilização da organização dos tempos de trabalho; a criação de uma carreira profissional, que traga estabilidade e perspectivas de futuro aos APA; a tomada de medidas urgentes no âmbito de saúde e segurança no trabalho (salas de descanso, balneários, exames médicos, riscos de exposição a radiações ionizantes, etc.) e o combate à precariedade e aos baixos salários.
Os APA, das empresas Prosegur e Securitas, foram responsáveis pela segurança dos cerca de 40 milhões de passageiros que passaram pelos aeroportos nacionais em 2015, prevendo-se que em 2016 haja números semelhantes.
Segundo o comunicado do sindicato, após mais de nove meses de negociação de um CCT entre o SITAVA e a Associação das Empresas de Segurança, «não foi possível sensibilizar as empresas (Prosegur e Securitas) para a realidade pela qual passam estes trabalhadores».
No pré-aviso de greve da Prosegur, o SITAVA acusa as empresas de segurança de «insistir em regimes inadequados de organização de tempos de trabalho, pondo em causa a segurança aeroportuária, a própria saúde dos trabalhadores e a consequente diminuição exponencial dos níveis de concentração para o exercício de tão importantes funções».
Denunciam ainda que a empresa só aceitaria a proposta de revisão salarial apresentada pelo SITAVA para o ano de 2016, se o SITAVA aderisse a um CCT onde consta o regime de banco de horas, o regime de adaptabilidade, o regime de trabalho concentrado e o regime de trabalho fraccionado, ou seja, «regimes de flexibilização de trabalho totalmente desadequados para o ambiente aeroportuário». Afirmam também a falta de vontade da Prosegur em proceder em 2017 a qualquer revisão salarial.
Os trabalhadores alertam para o facto de subsistir um regime de banco de horas «encapotado», com o nome de «jornada», à margem do CCT e sem o acordo dos trabalhadores, obrigando-os «a pagar no mês seguinte as horas não trabalhadas no mês anterior, contabilizando para a mesma jornada os próprios feriados que os trabalhadores usufruíram no mês anterior como dias em falta».

www.abrilabril.pt
10
Ago16

DECLARAÇÃO DE JOÃO FRAZÃO, MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL, CONFERÊNCIA DE IMPRENSA - Sobre fogos florestais

António Garrochinho




I- O PCP manifesta a sua solidariedade para com as populações atingidas pelos incêndios dos últimos dias, e o apreço pelo incansável trabalho que milhares de bombeiros e outros intervenientes realizam para minimizar os seus efeitos.
Milhares de hectares de floresta ardida, dezenas de anos de trabalho e investimento perdidos em poucos minutos, habitações, edifícios públicos, culturas agrícolas, gados, armazéns, e outras instalações agrícolas e industriais destruídas. Vidas humanas perdidas. Recorde-se que, no balanço da última década, os incêndios florestais deixaram no País um rasto de destruição expresso em mais de um milhão de hectares de área ardida.
II - O PCP há muito que vem alertando para as causas deste flagelo: desinvestimento, desordenamento, falta de limpeza das matas, escassez dos meios permanentes e dos meios especiais de combate aos fogos, mas aponta como causas mais determinantes a ausência de políticas de apoio ao desenvolvimento da agricultura, aos pequenos e médios agricultores e produtores florestais, o sistemático afrontamento das comunidades dos baldios, a destruição da agricultura familiar, a desertificação do interior incentivadas por falta de actividade produtiva com garantia de rendimento para os produtores, a eliminação de serviços públicos (em particular, escolas e serviços de saúde) e que se acentuaram no mandato do anterior Governo PSD/CDS, com a aprovação da chamada Lei da Eucaliptização, que levou ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas, com a aprovação de uma nova lei dos baldios visando a sua expropriação aos povos, ou com o desvio de mais de 200 milhões de euros do PRODER para outras áreas.
O PCP reitera hoje o que vem afirmando há décadas.
O problema dos incêndios florestais só pode ser resolvido com uma efectiva política de ordenamento florestal, contrariando as extensas monoculturas, de limpeza da floresta, de plantação de novas áreas de floresta tradicional, combatendo a hegemonia do eucalipto – que passou a ser a espécie que ocupa mais área no País, à frente do pinheiro bravo e do sobreiro –, de abertura de caminhos rurais e aceiros, de valorização da agricultura e da pastorícia, de ocupação do espaço rural.
Ordenamento assente num rigoroso cadastro da floresta portuguesa, indispensável para caracterizar com rigor a nossa floresta, os seus principais constrangimentos e os seus proprietários que, apesar de sucessivamente anunciado, não tem saído do papel ou das experiências piloto.
É também indispensável uma acção de combate decidido às espécies infestantes que proliferam pela nossa floresta e que hoje se tornaram dominantes em algumas áreas do País.
Ordenamento que só resultará se se garantir aos produtores um preço justo pela madeira que, por acção do autêntico monopólio do eucalipto e da pasta de papel, se mantém a níveis semelhantes aos de há dez anos atrás, apesar dos custos de manutenção encarecerem a cada dia que passa.
Ordenamento que terá que contar, por um lado, com um dispositivo permanente de equipas de sapadores florestais, que, segundo o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios deveria contar com 500 equipas em 2012, e que hoje apenas dispõe de 283, tendo mesmo havido uma redução nos últimos anos. Equipas que, pela sua agilidade e ligação aos pequenos proprietários florestais, pudessem prestar o importante serviço de limpeza de matas e prevenção no Inverno e de protecção e primeira intervenção no Verão. Por outro lado, como o PCP propôs na anterior legislatura, é ainda necessário retomar o Corpo de Guardas Florestais, integrado numa política de reforço das estruturas desconcentradas do Ministério da Agricultura, capazes de assegurar o acompanhamento, aconselhamento e apoio aos pequenos proprietários que detêm a esmagadora maioria da área florestal e que é necessário respeitar na sua especificidade.
III- Entretanto, os últimos dias foram particularmente trágicos. Contrariando a precipitada avaliação dos fogos florestais, feita em meados do mês de Julho, pouco mais de 15 dias bastaram para mostrar, uma vez mais, o triste cenário de um país a arder com o cortejo de prejuízos ambientais, materiais e dramas humanos que lhes são inerentes. Assistimos a centenas de ocorrências diárias e com uma incidência de extrema gravidade em várias regiões do País e, particularmente na cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, onde há mesmo a lamentar a perda de vidas humanas, para além da destruição de habitações, escolas, evacuação de hospitais, entre outros avultados prejuízos. A situação de autêntica catástrofe que ali existe, exige medidas excepcionais a que é necessário dar prioridade inequívoca.
IV- O PCP considera necessária uma enérgica e imediata intervenção do Governo com vista a assegurar o reforço dos meios de emergência e de combate, tendo em conta que estamos ainda no início do mês de Agosto; o levantamento imediato de todos os prejuízos; o accionamento de medidas de excepção tendo em conta a gravidade da situação criada, para acudir em primeiro lugar às famílias atingidas, mas também aos equipamentos, às actividades económicas e, designadamente, à agricultura.
O PCP chama particularmente a atenção para a necessidade de reforço da cooperação técnica e financeira entre o Governo da República e o Governo Regional da Madeira para dar resposta àquela situação excepcional.
Importará ainda que o Governo desbloqueie os meios do PDR 2020 e do Orçamento do Estado, designadamente do Fundo Florestal Permanente, que o anterior Governo manteve sempre sob uma gestão opaca, para que sejam realizados os investimentos necessários.
Deve também prosseguir a renovação de frotas, a valorização do pagamento às Equipas de Combate a Incêndios Florestais, mais investimento em equipamento tecnologicamente mais avançado, em equipamentos terrestres e aéreos e em maior disponibilidade de meios humanos, tendo presente as dificuldades de muitas corporações de bombeiros, uma vez que, por força da situação social e do desemprego, muitos dos seus efectivos tiveram de migrar.
Estes são elementos que se confirmam como necessários, para aliar à coragem, dedicação e abnegação de milhares de homens e mulheres que, com risco das próprias vidas enfrentam este flagelo nacional.
V - O PCP que interveio junto do Governo sobre esta matéria, e que, nos próximos dias procurará conhecer com maior rigor as diversas situações no país, estando já agendada para a próxima sexta feira uma deslocação de um Deputado do Parlamento Europeu à Madeira, dirigiu já hoje duas perguntas ao PE com o objectivo de mobilizar todos os apoios possíveis para as consequências dos incêndios e designadamente para a Madeira, e intervirá esta tarde, na Conferência de Líderes da Assembleia da República com o objectivo de que esta matéria seja tratada com prioridade para que seja criado um grupo de trabalho de acompanhamento para, com a maior brevidade possível, fazer com o Ministério da Administração Interna o ponto da situação e avaliar as medidas tomadas e a tomar.
Outra política agrícola, outra política florestal, definição da defesa da floresta portuguesa como prioridade da acção política, a par da ajuda imediata às populações atingidas, são medidas pelas quais o PCP não cansará de levantar a sua voz. Uma opção que é inseparável da exigência de uma outra política, patriótica e de esquerda, que em vez de se subordinar aos interesses dos grupos económicos e financeiros, responda aos problemas e aspirações do povo e do País.

www.pcp.pt
10
Ago16

RIO 2016 - O BEIJO OLÍMPICO - É uma história de amor entre duas mulheres: Isadora Cerullo, jogadora da seleção brasileira feminina de râguebi a 7 e Marjorie Enya, gestora do estádio onde decorreram as provas

António Garrochinho


A imagem está a desafiar preconceitos, a dar que falar e é já uma das mais icónicas destes Jogos Olímpicos.

É uma história de amor entre duas mulheres: Isadora Cerullo, jogadora da seleção brasileira feminina de râguebi a 7 e Marjorie Enya, gestora do estádio onde decorreram as provas. Enya pediu Cerullo em casamento e a jogadora aceitou. Tudo aconteceu frente às câmaras de televisão e às objetivas dos fotógrafos, durante a cerimónia das medalhas.


“Para o Comité Olímpico Internacional, é uma história positiva. A não-discriminação com base na raça ou na religião e, agora, também com base na orientação sexual, faz parte da nossa carta de princípios. O que aconteceu leva esse espírito ainda mais longe, porque é uma celebração. Foi boa a sensação, esta manhã, quando vi a notícia”, reagiu Mark Adams, porta-voz do COI.

Nas ruas do Rio de Janeiro, os preconceitos parecem também, em grande medida, ter passado à história.

VÍDEO




Este foi o primeiro ano em que o râguebi feminino entrou nos Jogos Olímpicos. Para a história ficou também a Haka (GRITO) das neozelandesas, derrotadas pela Austrália na final.

VÍDEO


pt.euronews.com
10
Ago16

Janis Lyn Joplin para sempre

António Garrochinho


Janis Lyn Joplin, nasceu na cidade de Port Arthur, Texas, nos Estados Unidos. Ela cresceu ouvindo músicos de blues, tais como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton e cantando no coro local. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School em Port Arthur no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos.

VÍDEO

  
Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat, mudou-se do Texas para San Francisco em 1963, morou em North Beach, e trabalhou como cantora folk. Por volta desta época seu uso de drogas começou a aumentar, incluindo a heroína. (Vídeo no final da postagem)


Janis sempre bebeu muito em toda a sua carreira, e sua preferida era a bebida Southern Comfort. O uso de drogas chegou a ser mais importante para ela do que cantar, e chegou a arruinar sua saúde. 

Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother & The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury. 

A banda assinou um contrato com o selo independente Mainstream Records e gravou um álbum em 1967. Entretanto, a falta de sucesso de seus primeiros singles fez com que o álbum fosse retido até seu sucesso posterior.

O destaque da banda foi no Festival Pop de Monterey, com uma versão da música "Ball and Chain" e os marcantes vocais de Janis. Cheap Thrills de 1968 fez o nome de Janis, foi seu álbum de maior sucesso, continha a música Piece of my heart que atingiu o 1º lugar nas paradas da Billboard e se manteve na posição durante oito semanas não consecutivas. 

Ao sair da banda Big Brother (final de 1968), Janis formou um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou no festival de Woodstock e gravou o álbum I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969), premiado como disco de ouro mas sem o mesmo sucesso de Cheap Thrills. 

O grupo se separou, e Joplin formou então o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum Pearl (1971), lançado após sua morte, e que teve como destaque as músicas "Me and Bobby McGee" (de Kris Kristofferson), e "Mercedes-Benz", escrita pelo poeta beatnik Michael McClure. As últimas gravações que Janis fez foram Mercedes Benz e Happy Trails, sendo a última feita como um presente de aniversário para John Lennon que faria aniversário em 9 de outubro, em entrevista, Lennon contou que a fita chegou em sua casa após a morte de Janis. 

Janis Joplin no Brasil 

Janis Joplin esteve no Brasil em fevereiro de 1970, na tentativa de se livrar do vício da heroína. Durante a sua estada, fez topless em Copacabana, bebeu muito, cantou em um bordel, foi expulsa do Hotel Copacabana Palace por nadar nua na piscina e quase foi presa, pelas suas atitudes na praia, consideradas "fora do normal".


Como era época de carnaval, tentou participar de um desfile de escola de samba, porém teve acesso negado por um segurança que desconfiou de sua vestimenta hippie. Janis teve uma breve, porém tórrida, relação amorosa com o rockeiro brasileiro Serguei.

Morte No dia 3 de outubro de 1970, Janis visitou o estúdio Sunset Sound Recorders em Los Angeles, Califórnia, para ouvir o instrumental da música de Nick Gravenite, Buried Alive in the Blues, a gravação dos vocais estava agendada para o dia seguinte, pela noite ela foi para o hotel, no dia das gravações (4 de outubro) não apareceu no estúdio, então John Cooke (empresário da banda) foi até o hotel, onde a encontrou morta, vítima de overdose de heroína possívelmente combinada com efeitos do alcool. Sua morte ocorreu quando tinha apenas 27 anos. 

Foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, em Westwood, Califórnia. Durante a cerimônia, suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico. O álbum Pearl foi lançado 6 meses após sua morte. O filme The Rose, com Bette Midler, baseou-se em sua vida. 

Ela hoje é lembrada por sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns da época, e temas de dor e perda que escolhia para suas músicas. 


oblogdojf.blogspot.pt
10
Ago16

Câmara de Lagoa atribui 90.300 euros a 10 associações para promover Cultura

António Garrochinho

  Câmara Municipal de Lagoa


A Câmara de Lagoa assinou esta semana protocolos de apoio à cultura com dez associações do concelho, no montante de 90.300 euros.

Segundo a autarquia, estes apoios visam a «aquisição e beneficiação de equipamentos para a sua atividade regular, cedência de transporte nas deslocações e formação de quadros complementares aos projetos programados».

A Câmara Municipal de Lagoa afirma que pretende «promover e incentivar a participação da sociedade civil no conhecimento e preservação do património cultural e artístico no concelho, acompanhando diretamente o desenvolvimento dos recursos locais numa atividade tão essencial como é a cultura».

A autarquia tem assim colaborado com os «agentes locais – que promovem ações no sentido de desenvolver nos cidadãos o gosto pelas atividades nas diversas áreas, como a música, o teatro, a dança ou a leitura – através de apoios financeiros, logísticos e técnicos».

Há pouco mais de uma semana, a Câmara tinha assinado protocolos de apoio à prática desportiva, com associações e clubes, no montante de 288.305 euros.

Os 10 Protocolos foram assinados com:

– Associação Académica Cultural Sénior de Lagoa – 2.500 euros
– Universo dos Mistérios – Associação Cultural – 13.000 euros
– Associação dos Amigos para o Desenvolvimento da Mexilhoeira da Carregação – 12.150 euros
– Associação Académica da Bela Vista – 7.300 euros
– Associação Desportiva e Recreativa – Centro Cultural e Social Quinta de S. Pedro – 8.950 euros
– Associação Cultural e Desportiva de Ferragudo – 12.000 euros
– Rancho Folclórico do Calvário – 14.550 euros
– Sociedade Recreativa Capricho Estombarense – 2.750 euros
– Sociedade Vencedora Recreativa Desportiva e Cultural Ferragudense – 3.600 euros
– Ideias do Levante – Associação Cultural de Lagoa – 13.500 euros

www.sulinformacao.pt

10
Ago16

Racismo. - O Expresso guarda no seu seio um provocatório íman de cliques que é, na minha perspectiva, um verdadeiro insulto à inteligência dos leitores. Refiro-me naturalmente ao espaço de opinião de Henrique Raposo (HR), competidor directo de Jo

António Garrochinho




O Expresso guarda no seu seio um provocatório íman de cliques que é, na minha perspectiva, um verdadeiro insulto à inteligência dos leitores. Refiro-me naturalmente ao espaço de opinião de Henrique Raposo (HR), competidor directo de João Miguel Tavares no renhido campeonato do colunista mais reaccionário do burgo.

HR é um campeão das polémicas artificiais. Estou convencido de que boa parte daquilo que escreve tem como intenção criar ruído, fidelizar cliques e garantir a sua continuidade como colunista do jornal. Seja como for, e independentemente de serem as suas palavras expressão fiel do seu pensamento ou – pelo menos parcialmente – cenário para alimentar uma imagem pública que lhe vai garantindo espaço de opinião como representante de um género de tea-party indígena, a verdade é que HR escreve enormidades que me provocam vergonha alheia. Será Raposo reaccionário, bom actor ou simplesmente desmiolado?


O colunista em causa já deu provas bastantes sobre uma incapacidade continuado de olhar o mundo por outro prisma que não tenha por base formas diversas de preconceito. Também já se revelou desinformado sobre temas diversos (recordo a alusão a uma pretensa aliança Syriza/Aurora Dourada com base na qual desenvolvia uma inquinada análise sobre o contexto político grego). Hoje, no texto “A eterna vitimização do negro”, deixou perfeitamente clara a sua tendência para introduzir argumentos “criativos” que suportem a sua narrativa.

Para Raposo existe uma prova indesmentível sobre a natureza estruturalmente violenta da cultura negra (suponho que se refira à cultura dos negros norte-americanos): o hip-hop (estilo musical que identifica como a “canção negra por excelência”) e os seus vídeos “típicos”, nos quais “um cantor negro e os seus amigos andam pelas ruas acenando Glocks, 38s e Magnums enquanto dão palmadinhas em bundas ao léu”. O colunista resume a coisa da seguinte forma: “os negros também têm a sua NRA, chama-se hip-hop”.

Raposo não sabe, mas o hip-hop não é (nem nos Estados Unidos, nem noutras paragens onde os negros ainda lutam por direitos que vão efectivamente além da letra morte da lei) a “canção negra por excelência”. Nos Estados Unidos, por exemplo, a canção negra por excelência – muito anterior ao advento do hip-hop – chama-se “Blues” e tem origem nas comunidades negras do Sul dos Estados Unidos. Noutros Estados, mais a Norte, existem outros estilos muito apreciados por largas camadas das comunidades negras: do Jazz ao Gospel, passando pelo Soul e, naturalmente, pelo hip-hop e estilos aparentados.

Assim, apresentar a suposta natureza violenta do hip-hop como ilustração de uma “cultura do gatilho” das comunidades negras nos Estados Unidos da América é mais ou menos a mesma coisa que aludir à aliança Syriza/Aurora Dourada para qualificar o governo de Tsipras na Grécia.

De resto fui ver os 20 vídeos de hip-hop considerados pelo site “The Boombox” como os melhores de 2015 e pude verificar que apenas em três aparecem armas, e que apenas num deles as armas são mostradas orgulhosamente por um negro. Este vídeo é precisamente uma sátira à ideia de que os vídeos de hip-hop são aquilo que Raposo afirma serem: filmes de “instrumentalização machista do corpo feminino” e de “glorificação das armas”.

Raposo finta os factos com tentativas pouco inteligentes de criar um enredo de irrealidade alternativa que lhe permita contrariar aquilo a que chama a “narrativa fofinha do Black Lives Matter”. O problema deste tipo de retórica é que os factos não se eclipsam, não desaparecem: existe nos EUA uma “questão racial” que não afecta apenas os negros, mas que afecta especialmente os negros, tanto no Sul como no Norte do país; a violência policial contra membros das comunidades negras atinge uma proporção incomparável com aquela exercida contra membros de outras comunidades (incluindo a hispânica, não raras vezes associada à mesma cultura “machista” e de “glorificação das armas” referidas por Raposo); o número de casos de negros desarmados que foram espancados e executados por membros das forças policiais norte-americanas não deixa margem para dúvidas nem argumentação racista sobre a existência de um problema grave, que tem raízes em séculos de exploração, discriminação, perseguição e segregação das comunidades negras na América do Norte. 

Via: Manifesto 74 http://bit.ly/2aBeAMB

10
Ago16

Cada hora de voo de um Kamov custou 35 mil euros

António Garrochinho


O negócio dos helicópteros de combate aos incêndios já vai numa fatura de pelo menos 348 milhões de euros, 17 vezes mais do que se investe anualmente na prevenção dos incêndios. Apesar do investimento, só três estão a voar. Para onde foi o dinheiro? 

Os seis helicópteros Kamov comprados pelo Estado português em 2006, por cerca de 50,9 milhões de euros, apenas três estão a voar. E para isso foi preciso gastar em 2015 2,7 milhões de euros em reparações. Outros dois precisam de arranjos de 8 milhões de euros e um sexto está acidentado desde 2012, sem que desde então se tenham apurado as causas que levaram a uma alegada falha dos motores. E nem sequer é a primeira vez que os meios aéreos de combate aos fogos – que também fazem transporte de doentes em emergência médica – estão inoperacionais. Há falta de dinheiro para sustentar os Kamov? Não é esse o caso.

A “Visão” fez as contas e concluiu que entre aquisição, gestão, manutenção e reparação dos helicópteros Kamov foram gastos, no espaço de dez anos, pelo menos 348,8 milhões de euros, o equivalente ao que as associações de bombeiros recebem do Estado em 13 anos e cerca de 17 vezes mais do que se gasta anualmente na prevenção dos incêndios florestais. 

Tendo em conta que os Kamov voaram cerca de 10 mil horas desde que estão ao serviço do Estado português, cada hora voada custou aos contribuintes 34,8 mil euros.

Os cálculos da “Visão” englobam os custos de aquisição das aeronaves, gastos com a manutenção durante oito anos, com peças compradas extra-contrato de manutenção, com o orçamento destinado à Empresa de Meios Aéreos (EMA) entretanto extinta, e com as reparações necessárias para voltar a pôr a voar helicópteros que terão chegado, a 2015, com “falhas graves” de manutenção. E a enorme factura ainda não está fechada: os gastos do Estado com a manutenção em 2014 e 2015, por exemplo, ainda não foram calculados; os custos de aluguer de aeronaves de substituição nos momentos em que os Kamov não estiveram disponíveis são também difíceis de calcular.

As contas são apenas uma parte de uma longa história de um negócio ruinoso que está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. Dos emails de Miguel Macedo, suspeito de ter beneficiado a nova empresa que faz a manutenção dos helicópteros (Everjets), às suspeitas de uso de peças inadequadas pela antiga empresa responsável pela manutenção (a Heliportugal). 

A “Visão” revela ainda indícios de que, durante cerca de um ano, os helicópteros Kamov andaram a combater incêndios e a transportar doentes sem cumprir todas as normas de segurança. 

Emails da Kamov e documentos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a que a “Visão” teve acesso indiciam que o fabricante russo deu ordens para substituição de peças com anomalias que não foram cumpridas.

expresso.sapo.pt

10
Ago16

Tribunal de Braga deixa incendiário em liberdade

António Garrochinho

O arguido já tinha sido julgado e condenado, ainda este ano, pelo mesmo crime.

O juiz de instrução criminal do Tribunal de Braga deixou hoje em liberdade um carpinteiro de 34 anos detido pela Polícia Judiciária (PJ) pela presumível autoria de um crime de incêndio florestal nos arredores daquela cidade, informou fonte policial.

A fonte disse à Lusa que o arguido ficou sujeito à medida de coação de apresentações diárias em posto policial.

Segundo a PJ, o arguido já tinha sido julgado e condenado, ainda este ano, também pela prática de crime de incêndio florestal ocorrido na mesma zona. Nesse julgamento, foi-lhe aplicada pena de prisão, suspensa na sua execução.

Os factos que levaram a esta nova detenção ocorreram durante a tarde de domingo, quando o arguido, depois de deambular de carro por vários locais, "terá ateado fogo, com um cigarro, a um monte, composto essencialmente por eucaliptos, com habitações e fábricas nas suas proximidades".

Estas construções, segundo a PJ, "não sofreram qualquer tipo de danos devido à pronta intervenção dos bombeiros".

No entanto, arderam mais de 50 hectares de floresta.

O suspeito está também indiciado pela autoria de vários incêndios de ecopontos na cidade de Braga, registados desde 2015.

www.cmjornal.pt


10
Ago16

Conheça as esculturas hipnotizantes movidas pelo vento

António Garrochinho

esculturas cinéticas que, movimentadas pelo vento de 
forma harmoniosa, nos levam pelos caminhos da hipnose. 
As peças são feitas de aço inoxidável e fibra de vidro e 
são de uma elegância extrema. Os vídeos falam por si.


O escultor diz encontrar inspiração no próprio local de trabalho (que é também onde vive), em Eastsound, Washington, uma comunidade cercada por árvores e em pleno contato com a natureza. As fotos são boas, mas é nos vídeos que você pode observar as esculturas em movimento e em todo o seu esplendor. Coloque a qualidade no máximo e em full screen e confira:


O artista Anthony Howe está impressionando o mundo com suas esculturas cinéticas 
que, movimentadas pelo vento de forma harmoniosa, nos levam pelos caminhos 
da hipnose. As peças são feitas de aço inoxidável e fibra de vidro e são de uma elegância extrema. Os vídeos falam por si.


www.hypeness.com.br
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10
Ago16

Hoje vamos falar do Ratel, o animal mais destemido do mundo

António Garrochinho


Não se engane com a aparência inofensiva e o porte modesto do Ratel.


Esse é um animal capaz de atacar [e comer] cobras venenosas, ficar no meio de leões famintos [e sobreviver], entrar em colmeias infestadas de abelhas e ainda cometer outras loucuras para obter seu alimento.

O Ratel [ou Texugo do Mel] é um mamífero que vive em algumas regiões da África e da Ásia, sendo muito destemido, chega a atacar animais muito maiores do que ele.

Distribuição Geográfica do Texugo do Mel no mundo.
Se parecem muito com um gambá, com sua pelagem preta [ou marrom] contrastando com sua grande listra branca. Parente dos texugos, também possuem unhas afiadas e gostam de cavar a terra atrás de larvas, minhocas e outros insetos.


Mas não é apenas disso que se trata seu cardápio. O Ratel também come qualquer outra coisa que se mova, incluindo escorpiões e cobras venenosas. São loucos por mel, por isso são capazes de invadir colmeias infestadas de abelhas para apreciar seu alimento favorito.

Saiba um pouco mais do comportamento desse animal através desse vídeo:
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Ainda não parece uma loucura? Saiba que o Ratel é capaz de entrar no meio de vários leões famintos e ainda sobreviver:


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E que tal enfrentar zebras? Ameaçar um Chacal? Ou então devorar algumas cobras venenosas?


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As táticas de caça e batalha do Texugo do Mel são impressionantes. Eles são animais muito inteligentes, sendo capazes de estudar e encontrar os pontos fracos de seus adversários [inclusive, quando machos da espécie lutam entre si eles procuram atacar o outro nos testículos]. Outro exemplo: quando estão caçando cobras o Ratel procura ficar em ângulos desfavoráveis às mesmas, de forma que ela não possa reagir à um ataque vindo daquela direção e ele consiga captura-la. 

Vale citar que a habilidade de escalar árvores também é importante para os Ratéis, já que dessa forma é possível encontrar pássaros para predar, além de ovos e uma boa sombra para se proteger do árido clima da região em que vivem.
Os Texugo do Mel também possuem extrema habilidade na hora de cavar, sendo possível encontrar animais subterrâneos para predar. Outro fator que o auxilia a encontrar suas presas é seu incrível olfato, aproximadamente 100 vezes mais potente que o olfato humano. E ainda são habilidosas como as lontras na hora de nadar para caçar suas presas.


Quando encurralado, o Ratel não irá exitar em encarar de forma bem hostil seu agressor, exibindo sua dentição e dando passos para frente e para trás como se estivesse ameaçando atacar, surpreendendo ou até intimidando seus predadores.


Se essa tática falhar eles ainda podem ativar sua glândula anal, liberando seu odor sufocante. E se isso ainda não for suficiente e o Ratel for capturado ele ainda poderá contar com sua pele grossa [que inclusive é mais espessa na parte do pescoço] para protegê-lo de agressões físicas como garradas e mordidas de seus predadores.

Como visto nos vídeos, isso fez com que muitas das vezes eles conseguissem escapar quase ilesos dos predadores mesmo após serem acertados diversas vezes por animais muito maiores do que eles.



O Ratel é um excelente predador, mas nunca perde a oportunidade para conseguir algum alimento "mais facilmente", então eles são extremamente carniceiros. Eles comem todas as partes do corpo de suas presas e carcaças que encontram pelo caminho, devorando inclusive ossos, cabelo, pelos, pele e penas.

Também são ladrões de presas alheias, roubam o alimento de diversos predadores, incluindo leopardos [uma das maiores ameaças aos Texugos do Mel], mesmo quando eles guardam a carcaça da presa na copa das árvores e ainda de outros animais maiores ou menores do que eles.


O acasalamento não é estritamente reservado para uma determinada estação, mas normalmente ocorre entre setembro e outubro. Depois de um período de gestação de cerca de 6 meses, de 1 a 4 filhotes nascem, sendo geralmente 2 filhotes. Estes nascem sem pelos, cegos e falta a coloração do Ratel adulto.

É um fofinho como esses que irá virar um destemido Ratel no futuro.
Se tornam adultos em torno de 8 meses de idade, mas permanecem com sua mãe até perto dos 14 meses de idade. Estimasse que seu tempo de vida na natureza seja entre 7 e 9 anos, embora indivíduos em cativeiro sejam capazes de viver cerca de 24 anos.

Esse costuma ser um animal solitário, mas também tem sido observado em pequenos grupos, que geralmente são compostos por cerca de três membros, sendo provavelmente pequenas famílias.

tudorocha.blogspot.pt
10
Ago16

Exposição “Oceanus” em Quarteira | 11 de agosto a 10 de setembro

António Garrochinho

De 11 de agosto a 10 de setembro, a Galeria da Praça do Mar, em Quarteira, recebe a Exposição “Oceanus” de Libéria Matos.

Maria Libéria Matos é professora de Português, profissão que adora exercer mas, é através da arte que consegue ir à essência mais profunda do seu ser, revelando-se nos trabalhos delicados que executa.

Amante da natureza, das pequenas e insignificantes coisas que dela nascem e se transformam, é com elas que gosta de criar as suas peças com um elaborado sentido estético.

Nas longas caminhadas que faz à beira- mar, vai apanhando fragmentos que o mar deixa na areia que a tocam de forma especial pela beleza das cores, das formas e das suas texturas … São eles os elementos inspiradores na produção de cada uma das suas peças que se vão construindo passo a passo, sem pressa, na busca da perfeição desejada.

Os materiais são totalmente aplicados ao natural e isentos de qualquer tipo de artificialismo.

Cada peça que cria, segundo a autora, “é a extensão da própria natureza para o mundo secreto de cada um”.

A Exposição pode ser visitada, até 31 de agosto, das 15h00 às 19h00 e das 20h00 às 23h00, e a partir de setembro, das 9h30 às 13h30 e das 15h00 às 18h00.

A inauguração acontece dia 11 de agosto, quinta-feira, pelas 19h00. A entrada é livre.

planetalgarve.com
10
Ago16

O que não fazer quando tudo arde *

António Garrochinho

No Carnaval, temos os corsos e os gigantones; no Natal, as rabanadas e o Menino Jesus; na Páscoa, o folar e as amêndoas; e, no verão, os fogos florestais. Somos, para o bem e para o mal, um povo rendido à tirania das tradições. Somos o país que arde e reage ao fogo. Que canaliza dinheiro para aviões, helicópteros, fatos especiais - porque é mais fácil, porque requer apenas um conhecimento rudimentar de engenharia financeira (tirar daqui para meter ali) -, somos o país que tarda em definir uma conveniente política estratégica para a floresta, um país que não age por antecipação, que não sossega enquanto não replanta a mata ardida, desconhecendo que, nalguns casos, isso é o mesmo que lançar gasolina para a fogueira.

Habituámo-nos a olhar para os incêndios como uma fatalidade nacional, encolhemos os ombros, rezamos, crentes e não crentes, para que os bombeiros atuem depressa. Depositamos nos seus ombros a total responsabilidade de nos livrarem deste mal que nos assola com uma brutalidade que só não é mais nociva porque já a inscrevemos no calendário. É rotina.

A época dos fogos (podem tentar convencer-me do contrário, mas decretar uma época dos fogos e dividi-la por fases é o mesmo que oficializar um convite a quem nutre especial atração pelas chamas ou vê nelas um sorrateiro proveito) começa sempre da mesma maneira e conhece sempre o mesmo desfecho.

Discutimos os meios, politizando os argumentos, andamos às cabeçadas sobre quem manda em quem, esgrimimos convicções sobre o valor do dinheiro que queimamos em aluguer de aviões. Sobre o que realmente importa discutir, zero. Nada.

Os fogos, para nós, são entidades abstratas que emergem da bruma a partir de julho e recolhem ao tugúrio sombrio em setembro. Os fogos, para nós, não são ameaças em janeiro ou fevereiro. Muito menos em outubro. Debater a limpeza das matas no inverno soa-nos quase insultuoso (para quê, se está a chover?), desenvolver programas de treino para os bombeiros meses antes de as sirenes soarem nos quartéis seria extemporâneo, porque nos habituamos a que eles, por via da sua bravura, ajam, por vezes, muito com o coração e pouco com a cabeça.

Mas não seria útil a um país que fazia (faz?) gala de ter na floresta uma das suas mais resplandecentes joias parar um pouco para refletir? Não deveria o Governo - este e os que o antecederam - promover uma ampla discussão nacional para, de uma vez por todas, deixarmos de assistir ao mesmo filme, ano após ano? A não ser que queiramos culpar a natureza pelo nosso infortúnio coletivo. Isso: a culpa é das alterações climáticas. Cheguem-lhes fogo.

* Este texto tem seis anos. Foi publicado originalmente neste jornal a 13 de agosto de 2010. Lamentavelmente, continua atual. O que prova que a nossa apetência natural para discutir os problemas continua a ser desproporcional à nossa capacidade para os resolver. Em 2022 falamos.


http://www.jn.pt

10
Ago16

Desmantelada em Espanha rede de tráfico de carros roubados em Portugal

António Garrochinho

A Guarda Civil de Espanha desmantelou uma rede de tráfico de carros roubados em Portugal e vendidos nas províncias espanholas de Ciudad Real, Badajoz e Córdoba, anunciou hoje o governo provincial de Ciudad Real.

Numa operação denominada "Porcorba" a polícia espanhola prendeu sete homens e esclareceu 21 crimes de recetação, fraude e falsificação de documentos relacionados com o roubo e importação de veículos, numa rede que envolvia vários vendedores de veículos usados, refere um comunicado.

Os presos são todos de nacionalidade espanhola, com idades compreendidas entre os 30 e 49 anos.

As investigações começaram em maio depois de ter sido detetada na província de Ciudad Real a entrada de veículos de gama alta que constavam em Portugal como roubados.

Agentes do Grupo de Investigação e Análise de Tráfego do Subsetor de Tráfego da Guarda Civil de Ciudad Real estabeleceram uma operação de busca, localização e identificação dos veículos e seus proprietários em Espanha.

Os intermediários adquiriam os veículos roubados em Portugal para depois vendê-los em Espanha, com a conivência de um vendedor de carros usados, que emitia faturas falsas de venda dos automóveis para obtenção de matrículas espanholas.


http://www.jn.pt
10
Ago16

ALGARVE - Praia Maria Luísa: prevalece o perigo e o cinismo

António Garrochinho

A nova derrocada verificada na extremidade poente da Praia Maria Luísa, felizmente sem causar vítimas,  permitiu de novo perceber uma atitude inconsequente e cínica por parte da APA.





Em primeiro lugar, a APA defende que só há dois factores que contribuem para os desmoronamentos – a acção do mar e da água das chuvas – “esquecendo-se” de referir a influência que a intervenção do homem tem vindo crescentemente a ter nestes casos, devido à ocupação indevida da borda das arribas por construções e, como acontece na própria Praia Maria Luísa, por extensos arrelvados, regularmente regados, o que, certamente, não ajuda a diminuir a sua erosão natural, muito pelo contrário.

Aliás, a derrocada nocturna verificada em 2015 na mesma praia terá sido uma consequência directa de uma inexplicável intervenção da APA, com construção de passadiços e de um miradouro em cima da arriba instável, situação denunciada na altura pela Almargem mas que nunca foi devidamente esclarecida.

Por outro lado, a APA insiste que todas as praias de arribas têm afixado à entrada um mapa onde são demarcadas as zonas de risco e que isso basta, juntamente com os letreiros afixados nalguns locais, para demover a ocupação dessas zonas pelos banhistas. Como se sabe, tal não tem acontecido, em grande parte porque a maior parte das pessoas não tem paciência nem condições para interpretar devidamente as indicações do mapa e, muitas vezes, nem sequer reparam nos letreiros que não podem obviamente ser colocados metro a metro.

A Associação Almargem teve já, por diversas vezes, ocasião de propor uma solução bem mais eficaz, através da demarcação efectiva das zonas de risco no próprio areal, com auxílio de estacas de madeira e corda, pelo menos nas áreas acima do nível máximo da maré cheia. A presença de banhistas nessas zonas tornar-se-ia assim muito mais visível e reprovável, garantindo que a maioria das pessoas se mantivesse em zonas mais seguras.

A Almargem entende que as entidades responsáveis não querem implementar essa medida, ou outras, tais como a autuação dos banhistas prevaricadores, para tentar não macular a imagem pretensamente idílica de um Algarve com praias selvagens e intocadas, capazes de acolher o máximo número de pessoas.

Na tentativa de compatibilizar o incompatível – turismo de massas e ambientes naturais – essas entidades, cinicamente, estão a pôr em risco a integridade dos utentes das praias, deixando mesmo, no pico do Verão, ultrapassar largamente a respectiva capacidade de carga, por elas próprias definida.

De quem não hesitou em destruir a Praia de Dona Ana, a mais emblemática do Algarve, sob o argumento da salvaguarda da segurança dos banhistas, não se pode aceitar esta teimosia em não querer implementar as mais elementares medidas de segurança nas praias com arribas mais instáveis.



Por: Associação Almargem
planetalgarve.com

10
Ago16

Ao contrário do que afirmou ontem o Governo regional, Edgar Silva acusa «A situação não estava controlada»

António Garrochinho

 Edgar Silva acusa o Governo regional de atrasar o pedido de ajuda e de afirmações irresponsáveis no decorrer do incêndio no Funchal. Três mortos e mil deslocados. Situação repete-se depois de 2010 e 2012.





O balanço feito até agora do incêndio que deflagrou no Funchal é de três mortos, um desaparecido, dois feridos graves, um dos quais evacuado para Lisboa, 147 ligeiros, muitas habitações destruídas, um hotel de cinco estrelas ardido. Contabiliza-se ainda, até ao momento, cerca de 1000 deslocados, o Hospital dos Marmeleiros evacuado, os armazéns industriais queimados e as unidades fabris devastadas.

O Governo da República enviou para a Madeira uma equipa constituída por dez elementos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, dez da Força Especial de Bombeiros, dez voluntários e cinco elementos do INEM, para auxiliar os meios já mobilizados pelo Governo regional. Tendo em conta o alastramento do incêndio, juntaram-se a estes mais 40 especialistas em fogos urbanos e mais quatro dezenas de bombeiros. Ao todo, serão cerca de 110 os elementos enviados para reforçar os meios de combate aos incêndios na Madeira.

Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal, nesta madrugada, deu informações sobre os deslocados. «Temos cerca de mil deslocados de casas e hotéis, são residentes e turistas. Cerca de 600 estão no Regimento de Guarnição n.º 3 (Exército), 300 estão no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho», afirmou à Lusa, considerando ser «impossível» fazer a contabilização do número de edifícios ardidos.

Na Madeira, foi activado o Plano Regional de Emergência e declarada a situação de contingência, o que significa a mobilização total dos meios disponíveis. O presidente do Governo regional, Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, mostrou-se preocupado com o turismo, afirmando que existem «situações graves», mas, no seu entender, não pode ser criada «uma situação de culto do alarmismo, visto que a Madeira é uma terra turística e é necessário manter alguma serenidade».

Por volta das 18h de terça-feira, as chamas, que andaram todo o dia nas zonas mais elevadas do Funchal, desceram à cidade. Ao início da noite, os incêndios começaram a atingir prédios na baixa da cidade. A população entupiu as estradas para fugir do fogo e gerou-se uma situação caótica. Existem ainda incêndios a lavrar noutros concelhos da ilha.

Meios insuficientes na Madeira e pedido de ajuda tardio

O AbrilAbril falou com Edgar Silva, deputado do PCP na Assembleia Regional da Madeira, que denunciou a intervenção do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal no grave problema dos incêndios.

Segundo o deputado, tudo indicava, tendo em conta as temperaturas altas e os ventos, que a situação iría piorar e que teria de haver preparação. No entanto, segundo afirma, os governantes repetiram na tarde de ontem que «a situação estava perfeitamente controlada», tendo inclusivamente «rejeitado o apoio dos Açores e do continente, afirmando que a Madeira teria os meios logísticos e humanos necessários para fazer face à situação».

Edgar Silva afirma que a situação não estava controlada, «já estava caótica», e que já era imperioso «mobilizar meios extraordinários». A ajuda chegou, assim, «tardiamente», apenas nesta noite. Já ontem Edgar Silva afirmara à Lusa que «se tivessem sentido de responsabilidade [teriam pedido] uma intervenção atempada de reforços a nível nacional para responder a esta calamidade», sublinhou Edgar Silva.

Refere ainda que a região não estava preparada como devia, nomeadamente desde os incêndios de 2010 e 2012, altura em que os governantes prometeram que «não voltaria a acontecer» e que iam ser tomadas medidas de prevenção e reforço dos meios de combate aos fogos. Edgar Silva acusa que «quase tudo ficou por fazer» nesta matéria.

Os incêndios no país

Quanto aos incêndios activos no resto do país, em declarações à Lusa, o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Carlos Guerra, adiantou que os distritos de Aveiro, Viana, Braga e Porto são esta manhã os que mais preocupam os bombeiros, em Portugal continental, com incêndios de grandes dimensões como os de Águeda, Arouca e Vila Nova de Cerveira, que sofreram alguns reacendimentos devido ao vento. Obrigaram durante a noite à retirada de pessoas de várias aldeias.

Segundo o adjunto operacional da ANPC, a estratégia adoptada pelos comandantes no terreno passa por defender primeiro as aldeias, as pessoas e as habitações.

«Houve algumas habitações nas aldeias periféricas onde tivemos de retirar pessoas das casas, mas não ardeu nenhuma habitação. O pior evitou-se», sublinhou. No que diz respeito a vítimas, Carlos Guerra adiantou que algumas pessoas foram hospitalizadas, mas devido a intoxicações e por exaustão, sem gravidade.

No que diz respeito ao combate aos fogos, o primeiro-ministro, António Costa revelou à imprensa outras medidas: «Gostaria de dizer também que tomámos a decisão de accionar o pré-alerta para o mecanismo europeu de protecção civil, assim como o acordo bilateral com a Federação Russa, tendo em vista a eventual necessidade de accionar meios, caso durante o próximo fim-de-semana e feriado, dia 15, venhamos a ter uma situação que justifique».

Ao todo, no período entre 1 e 8 de Agosto, registou-se um total de 1775 incêndios.

www.abrilabril.pt
10
Ago16

Dimensão económica e social do desemprego

António Garrochinho



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Ao desperdiçar a capacidade produtiva de mais de um milhão de portugueses, os sucessivos governos ao serviço da política de direita abdicaram da possibilidade de atingir níveis de produção nacional muito superiores e empurraram centenas de milhares para a pobreza




Hoje ao fim da manhã, serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) os resultados do Inquérito ao Emprego do segundo trimestre do ano. Saberemos então qual é a estimativa actual do desemprego em Portugal e não temos dúvidas de que estaremos a falar de mais de meio milhão de desempregados em sentido restrito e mais de um milhão em sentido lato.
A boa notícia que será certamente a confirmação da continuação da redução do desemprego que se tem vindo a verificar nos últimos trimestres em termos homólogos, dado o muito baixo ritmo de crescimento da nossa economia, é ofuscada por um nível de desemprego que é ainda hoje quase o triplo daquele que se registava no início deste século e por uma criação de emprego muito inferior à redução registada no desemprego.
A emigração, mais de cem mil em 2015 e mais de meio milhão desde a chegada da Troika, em 2011, e a saída do mercado de trabalho para a situação de inactivos continuam a ser as alternativas encontradas por muitos daqueles que não encontram no mercado de trabalho nacional resposta para a sua situação de desemprego.
«Quanto maior for o chamado exército de reserva de trabalhadores desempregados, maior e mais eficaz é a pressão que é exercida sobre os direitos dos trabalhadores, maior é a precariedade, mais baixos são os salários (...)
É hoje quase um lugar-comum dizer-se que o desemprego pela sua dimensão económica e social é o maior problema que o País enfrenta.
No entanto, indiferentes a essa realidade, os detentores nacionais e internacionais do grande capital e os governos de direita ao seu serviço utilizam cada vez mais a ameaça de desemprego, por despedimento individual ou colectivo, acompanhado pelo encerramento ou deslocalização de empresas, para procurar vergar os direitos e interesses das classes trabalhadoras. E, quanto maior for o chamado exército de reserva de trabalhadores desempregados, maior e mais eficaz é a pressão que é exercida sobre os direitos dos trabalhadores, maior é a precariedade, mais baixos são os salários, maior é a duração do horário de trabalho.
Ao desperdiçar a capacidade produtiva de mais de um milhão de portugueses, que em plena vida activa se vêem afastados do mercado de trabalho, os sucessivos governos ao serviço da política de direita abdicaram da possibilidade de atingir níveis de produção nacional muito superiores e empurraram para a pobreza centenas de milhares de portugueses – estima-se que este nível de desemprego real tenha custado ao país em 2015 cerca de 27% do seu PIB, cerca de 48 mil milhões de euros, seja responsável por uma quebra nas receitas da Segurança Social de cerca 10 mil milhões de euros e por uma quebra na receita fiscal de pelo menos 12 mil milhões de euros. Só no período de intervenção da Troika no nosso país (2011-2015) o acréscimo do desemprego custou ao país em média 15% do seu PIB anual potencial.
Mas nada disto os preocupou ou preocupa porque para eles muito mais importante do que a defesa do interesse nacional, do que a plena utilização da capacidade produtiva do nosso país e o que daí resultaria em redução do desemprego, em bem-estar das populações, em erradicação da pobreza, em resolução dos desequilíbrios externos da nossa economia, é o aprofundamento do desequilíbrio da distribuição do rendimento em detrimento dos rendimentos do trabalho e a favor dos rendimentos do capital (lucros, juros e rendas), que faz parte da sua matriz ideológica.
E afinal esse seu máximo objectivo foi atingido nos últimos cinco anos, com os rendimentos do capital a crescerem 5,2% (3,8 mil milhões de euros), enquanto os rendimentos do trabalho caíram 8,6% (7,3 mil milhões de euros).
«Os últimos cinco anos foram maus para os trabalhadores, para os pensionistas e reformados e para as centenas de milhares de desempregados e suas famílias, mas os detentores de rendimentos de capital não se queixam (...).»
Os últimos cinco anos foram maus para os trabalhadores, para os pensionistas e reformados e para as centenas de milhares de desempregados e suas famílias, mas os detentores de rendimentos de capital não se queixam já que viram crescer uma vez mais o seu peso no rendimento nacional.
Para o governo de direita do PSD/CDS-PP que o povo português com o seu voto derrotou no passado dia 4 de Outubro, o enorme agravamento do desemprego registado entre 2011 e 2015 foi apenas um dos danos colaterais de uma política que convictamente defenderam e de cujos resultados se orgulham, mesmo que tenha conduzido à devastação social que todos conhecemos.
Olhar para o desemprego sem hipocrisias, percebendo o drama individual e colectivo que ele sempre representa, para além do seu impacto económico, terá de constituir uma marca distintiva de qualquer governo que se queira distanciar da política de direita, por mais ténues que sejam esses sinais.

www.abrilabril.pt
10
Ago16

Portugal tem mesmo de continuar a ser assim?

António Garrochinho

Paulo Ferreira

A prevenção e combate aos fogos florestais é um assunto que precisa de todos os ingredientes em que, por regra, somos medíocres: estudo e planeamento, acção coordenada e colaboração entre várias "capelinhas", estabilidade de políticas, avaliação e eventuais correcções.
Não preciso de consultar as estatísticas para perceber que o último ano em que houve uma vaga de incêndios invulgarmente trágica foi em 2010. Como é que sei? Porque nas últimas horas foram várias as pessoas que republicaram artigos escritos em Agosto desse ano nos jornais ou nas suas páginas de redes sociais. Fizeram "copy+paste" sem tirar nem pôr, sem mudar uma vírgula, para mostrar que a única coisa que muda são as árvores que ardem porque o que desapareceu há seis anos já não desaparece agora.

Dois exemplos: Pedro Ivo Carvalho, no Jornal de Notícias e Francisco Seixas da Costa, - a quem abusivamente pedi "emprestado" o título deste artigo - que na sua página de Facebook escreveu na terça-feira:

"FLORESTAS

Porque será que, acabado o verão, acabam de imediato as reuniões e reflexões sobre política florestal, ninguém mais fala da questão da limpeza das matas e tudo entra num total esquecimento até ao ano seguinte, até aos primeiros incêndios, altura em que tudo recomeça, da mesma forma, como no ano anterior?

Portugal tem mesmo de continuar a ser assim?

(Escrevi isto no meu blogue a 13.8.2010)"

Em Portugal a floresta é duas vezes vítima na nossa falta de planeamento, de organização, de exigência, de execução de políticas públicas e posterior avaliação e de responsabilização: a primeira é com a quantidade de árvores abatidas para se imprimirem os "n" relatórios, estudos e reflexões sobre a reforma do sector, a prevenção e combate aos fogos; e a segunda é quando tudo arde porque nada de relevante se fez.

Não há governo que não prometa uma "Reforma da Floresta" e António Costa não foi excepção, como acabámos de assistir. Mas já os anteriores governantes anunciaram mudanças de fundo que ou não foram aplicadas ou estavam mal desenhadas desde o início. Foi assim em 2006 e já tinha sido assim em 2003. Isto para ficar apenas na primeira metade da primeira página de uma arcaica pesquisa no Google.

Já chamámos especialistas norte-americanos e chilenos para nos ajudarem a combater os fogos.

Na década passada, a chamada sociedade civil deu um contributo para o assunto através da Cotec. Foi feito um estudo aprofundado financiado por mais de uma dezena de empresas sobre a prevenção e combate aos fogos florestais, a partir da experiência das melhores práticas internacionais.

O que se desconhece é o resultado de todas as reformas, contributos e iniciativas. Não sabemos o que foi feito ou não foi e que impacto teve na floresta, na sua conservação e valorização sustentável porque em Portugal não há o bom hábito de avaliar o resultado das políticas públicas ou os danos causados pela sua ausência.

Por estes dias, dada a tragédia sobretudo na Madeira, não será o momento para grandes ou pequenas reflexões. O tempo é de controlar danos e cuidar da melhor forma de todos os afectados. Vai fazer-se o rescaldo, tudo vai acalmar e os incêndios deixam os alinhamentos dos telejornais. Daqui a algumas semanas, é muito provável que Fátima Campos Ferreira conduza mais um debate sobre o tema no Prós e Contras, quando o programa regressar em Setembro. Será mais um e é um clássico dos anos em que arde demasiada floresta. Aliás, se quisermos perceber o que não funciona no país basta revisitar a longa carreira deste programa da RTP e verificar os temas que são recorrentes sem que, discussão após discussão, se encontre alguma evolução - já agora, o primeiro programa foi em Outubro de 2002 e colocava a pergunta: "Os portugueses são pouco produtivos?". Não nos soa estranho, pois não?

O que nunca foi feito foi passar à pratica um plano com cabeça, tronco e membros, que resista às mudanças de ministro ou de governo e que, daqui a uns anos, possa ser avaliado e corrigido se necessário for.

O assunto é complexo. Tem uma enorme diversidade de partes interessadas - "stakeholders", como agora se diz - que vão da família com uma pequena parcela de terreno onde construiu a sua casa até às grandes empresas de celulose. Tem um enorme impacto económico. Requer uma coordenação forte entre o Estado central e o poder local. Precisa de importantes contributos dos registos de cadastro das propriedades mas também de medidas penais para os incumpridores a vários níveis. Requer mudanças de hábitos, de educação e de espírito cívico por parte de grandes e pequenos proprietários que podem ser incentivadas com as medidas correctas.

Ou seja, o assunto precisa de todos os ingredientes em que, por regra, somos medíocres: estudo e planeamento, acção coordenada e colaboração entre várias "capelinhas", estabilidade de políticas, avaliação e eventuais correcções.

Não estando estas coisas no nosso ADN, talvez a responsabilização dos decisores políticos pelo que não fizeram e deviam ter feito pudesse dar uma ajuda.

Daqui a algumas horas Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa aterrarão no Funchal para mostrar solidariedade e confortar as vítimas. Até à próxima tragédia, com estes ou outros actores políticos, onde os discursos se repetirão.

24.sapo.pt

10
Ago16

CANÇÕES DE LISBOA

António Garrochinho



“Lisboa da minha saudade” é uma canção da autoria de Arlindo de Carvalho (música) e com letra de Eduardo Olímpio. Arlindo de Carvalho é um cantor e compositor nascido na Beira Baixa (Soalheira). Esta interpretação faz parte do espetáculo realizado em Vale da Senhora da Póvoa (Penamacor), aquando dos festejos comemorativos do 55º aniversário da mudança de nome de Vale do Lobo para a designação atual. O cantor foi acompanhado pelos músicos: Domingo Silva ao piano, Manuel Gomes na guitarra portuguesa, Fernando Gomes na guitarra, Toni Rato na guitarra baixo e José Vitorino na percussão.

VÍDEO
10
Ago16

Barraca de comida de rua recebe prémio internacional da alta cozinha

António Garrochinho
Quando pensamos em alta cozinha provavelmente nos venha à mente um restaurante onde apenas os talheres custam um ano de salários mínimos. No entanto, a famosa guia Michelin de restaurantes acaba de incluir o pequeno box de comida Hong Kong Sauce Chicken Rice and Noodle em sua lista, e têm excelentes razões. O lugar é propriedade de Chan Hon Meng, que há 35 anos prepara pato ao estilo chinês e outras delícias da comida rápida, com tão extraordinária maestria que os clientes fazem longas filas fora do local inclusive antes de que abra.


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Estabelecido em Singapura, mas de ascendência malaia, este chef nunca imaginou que ia estar em uma cerimônia junto a alguns dos melhores chefs do continente asiático. De fato, Chan no princípio pensou que estavam caçoando.

- "Por que a Michelin viria a minha barraca?", perguntava-se com incredulidade quando recebeu o convite ao jantar de gala em Singapura. - "Pode um vendedor ambulante ser indicado?"

E sim, a resposta que recebeu foi que a Michelin reconhece os restaurantes e chefs por sua perfeição culinária e seu sabor, não por suas instalações. Com um custo médio de 5 reais, o restaurante de Chan é o lugar mais barato para comer dentro da guia Michelin.
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www.mdig.com.br
10
Ago16

Bispo católico de Aleppo afirma que a campanha militar russa em Aleppo ajudará o processo de paz, por cujos resultados os sírios aspiram

António Garrochinho



Georges Abou Khazen, Vigário católico de Aleppo






















O bispo católico de Aleppo, M. Ven. Georges Abou Khazen afirmou ao Russia Today, que a maioria do povo sírio apoia a campanha contra o terrorismo realizada pela Rússia, não apenas na assistência militar mas também na promoção do processo de paz, depositando nele grande esperança. O bispo espera que em breve este processo de paz prevaleça sobre os combates na Síria. E referiu na entrevista que "a maioria do povo sírio de todas origens e credos encara a campanha militar da Rússia como uma salvação, de uma forma muito positiva, uma saída para a dureza destes cinco anos “.
Segundo este bispo, as minorias sírias sofreram especialmente neste conflito, sendo de referir que na sociedade síria existem mais de vinte religiões e grupos étnicos. O Vigário de Aleppo referiu que antes do conflito todos viviam em harmonia “A nossa sociedade anterior à guerra era como um lindo mosaico multicolor. Mas, infelizmente, foi destruído.
Descrevendo a situação desta grande cidade, disse que em Aleppo não há electricidade e o fornecimento de água foi interrompido. A falta de água foi o que tornou a vida mais dura durante este último mês. E que muitas famílias fugiram à violência e às condições de combates contínuos, Mas acrescentou “À luz dos recentes avanços militares na região de Aleppo, esperamos que as tensões se reduzam e que a situação na cidade melhore”.
O Papa Francisco nomeou Georges Abou Khazen em 2013 Vigário Apostólico de Aleppo e Bispo titular de Rusadus depois da resignação do seu antecessor.

antreus-dois.blogspot.pt

10
Ago16

Pré-sal, sonhos e realidades

António Garrochinho


 José Goldemberg *




«Agora que o preço do petróleo caiu para menos de US$ 50 por barril, o problema aparece com toda a clareza: como e por que viabilizar o sonho de tornar o Brasil um grande exportador de petróleo?»

Pré-sal, sonhos e realidades

O que a experiência mostra é que a produção de qualquer recurso mineral começa lentamente e vai crescendo até atingir um pico após o que começa a declinar. Isto acontece ou porque o recurso mineral se esgota ou porque o custo de produzi-lo aumenta muito.

As minas de ouro do Brasil colonial que enriqueceram Portugal passaram por este ciclo. Apesar de tudo que já foi extraído, há ainda ouro em muitas minas, mas sua exploração se tornou economicamente inviável. Às vezes novas tecnologias são desenvolvidas e um novo ciclo de produção se inicia.

O que aconteceu com a produção de petróleo no Brasil não foge à regra. Pouco petróleo foi encontrado em terra firme no país, e a exploração se dirigiu quase toda para a plataforma continental do oceano em baixas profundidades, na região de Campos, Espírito Santo. Graças a ela, o país se tornou autossuficiente na produção de petróleo que era o velho sonho da década dos 50 do século XX, que mobilizou tantos de nós e resultou na criação da Petrobras.

Converter a descoberta do pré-sal em defesa de soberania nacional foi uma decisão política das mais duvidosas

A campanha do “petróleo é nosso” defendia a produção de petróleo pelos brasileiros antes que esse petróleo tivesse sido localizado. Só por volta da década de 1970, no governo Geisel, é que a produção começou a aumentar e nos tornou praticamente autossuficientes no nível de consumo de dois milhões de barris de petróleo por dia. Acabaram, portanto, os pesadelos de que ficaríamos à mercê de importações de petróleo que praticamente sufocavam o país. Ao atingir esta meta, o sonho do “petróleo é nosso” havia se tornado realidade.

Daí para frente, expandir a produção de petróleo não mais para garantir o consumo interno e a independência deveria ter passado a ser puramente uma decisão de natureza empresarial e comercial, e não mais ideologia ou estratégia.

Não foi o que aconteceu: a partir de 2005, o governo estimulou uma nova onda nacionalista baseada na descoberta de petróleo a grandes profundidades na plataforma continental (pré-sal). Tal descoberta se deve a avanços tecnológicos louváveis dos técnicos da Petrobras e das universidades brasileiras. Converter, porém, a descoberta do pré-sal no Brasil em defesa de soberania nacional foi uma decisão política das mais duvidosas porque o preço do petróleo produzido nessa área poderia ser muito elevado e não competir com o petróleo barato produzido no Oriente Médio.

Além disso, não era evidente que haveria mercado internacional para ele. Produção de petróleo em águas profundas também estava sendo feita em outras regiões do mundo - principalmente no Mar do Norte, na Europa.

Apesar disso, o país foi envolvido por uma nova onda nacionalista como a da campanha “petróleo é nosso”, e a riqueza do pré-sal parecia abrir caminho para a redenção nacional já que poderíamos até nos converter numa nova Arábia Saudita, segundo alguns. Os recursos que adviriam do petróleo (”royalties”) foram divididos entre os Estados antes mesmo que eles existissem, e leis foram adotadas para desencorajar empresas estrangeiras a participar da exploração do pré-sal com regras para conteúdo nacional mínimo e garantia de que a Petrobras conduziria a exploração, o que levou a empresa a se endividar a ponto de se tornar quase inviável.

Os resultados dessa política são bem conhecidos. Corrupção, é claro, contribuiu para estes problemas, mas não foi a causa principal para a desvalorização brutal das ações da Petrobras. O que a provocou foi a impossibilidade da empresa atingir as metas mirabolantes impostas a ela, apesar de toda a competência técnica dos seus engenheiros.

A partir de 2005, e por quase dez anos, o país poderia ter se beneficiado do preço do petróleo acima de US$ 100 por barril se tivesse atraído empresas internacionais para dividir com elas os custos e riscos da exploração em grandes profundidades.

Este era um problema empresarial que deveria ter sido tratado como tal e não como estratégico ou de defesa da soberania nacional, que não estava em jogo. Só para dar um exemplo da falta de visão dos governantes na época: desde 2008 não foram licitados novos campos para exploração no pré-sal. Se estas licitações forem feitas agora não é provável que empresas internacionais se interessem em participar delas.

Agora que o preço do petróleo caiu para menos de US$ 50 por barril, o problema aparece com toda a clareza: como e por que viabilizar o sonho de tornar o Brasil um grande exportador de petróleo?

Existem fortes indícios de que o preço do petróleo não vai tornar a subir aos níveis anteriores de US$ 100 dólares por barril pelas seguintes razões:

? Há hoje um excesso de produção porque surgiram outros produtores e eventuais exportadores de petróleo além dos tradicionais países da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo): o Irã, a Líbia e os produtores de petróleo e gás de xisto nos Estados Unidos, que até deixaram de importar petróleo do Oriente Médio.

? A Arábia Saudita está disposta a “quebrar” seus concorrentes, inclusive os produtores de tipo pré-sal e xisto, já que seu custo de produção é baixo e suas reservas imensas.

A situação poderia mudar se o consumo de petróleo estivesse aumentando no mundo, mas isto não está acontecendo. A China, grande importadora, deixou de crescer a taxas de 10% ao ano e nos países industrializados o consumo de petróleo começou a cair porque não há necessidade de mais automóveis, os quais, além do mais, estão se tornando mais eficientes. Os próprios padrões de consumo dos americanos em particular estão mudando e se afastando do uso ilimitado de automóveis, principalmente devido aos problemas de congestionamento, o que favorece o transporte coletivo.

A realidade hoje é muito diferente da realidade que alimentou os sonhos dos últimos anos.

*José Goldemberg é professor emérito da Universidade de São Paulo e presidente da Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo).

Valor Economico/Por José Goldemberg - 31/07/2016

www.odiario.info
10
Ago16

CINZAS E GATUNICE

António Garrochinho
NUM PAÍS INFESTADO DE PULHAS, HÁ OS QUE ROUBAM O POVO, OS QUE MATAM E MANDAM MATAR E OS QUE POR INTERESSES REDUZEM PORTUGAL A CINZAS E FAGULHAS.
A JUSTIÇA QUER É PUTAS E LINGUÍÇA !

António Garrochinho
10
Ago16

É ESTA TENEBROSA GOLDMAN AND SACHS ! QUE TEM ULTIMAMENTE UM FILHO DE PORTUGUÊS, ? MAS ANTI PORTUGAL ---- UM ANIMAL DECOROSO E NOGENTO ANTI PATRIÓTICO ---DE NOME DURÃO BARROSO

António Garrochinho

Custodio Canilhas Roque

É ESTA TENEBROSA GOLDMAN AND SACHS ! QUE 

TEM ULTIMAMENTE UM FILHO DE PORTUGUÊS, ? 

MAS ANTI PORTUGAL ---- UM ANIMAL DECOROSO E 

NOGENTO ANTI PATRIÓTICO ---DE NOME DURÃO 

BARROSO ---- SIM, É ESSE MESMO FILHO DA PUTA, 

QUE ESTÁ A PENSAR...! E MORRE TANTA GENTE 

BOA .
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Finalmente a Verdade !!!
Sabia que há várias espécies de terrorismo?
Que classificação daria ao que vai ler?
Sabia que a Goldman and Sachs, o Citygroup, o Wells Fargo e outros semelhantes apostaram biliões de dólares na destruição do euro? Se o EURO cair ou desvalorizar eles ganham milhões!
Sabia que obtiveram avultadissimos lucros durante a crise financeira de 2008 (que permanece viva...) e há suspeitas de que foram eles que manipularam o mercado?
Sabia que o Senado norte americano levantou um inquérito que resultou na condenação destes gestores que apostaram em tombar a Europa? Mas tudo ficou na mesma...
Sabia que ficou demonstrado que o banco Goldman and Sachs aconselhou os seus clientes a efectuarem investimentos no mercado de derivados num determinado sentido, mas o próprio Goldman and Sachs realizou apostas em sentido exactamente contrário no mesmo mercado?
Sabia que deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões de dólares (com o respectivo prejuízo para os seus clientes)?
Sabia que estes manipuladores se estão a transformar nos homens mais ricos e influentes do planeta e se divertem a ver os países tombar um por um?
Sabia que todos os dias são lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o planeta, em resultado desta actividade predatória?
Sabia que tudo acontece com a cumplicidade de alguns governantes e das autoridades reguladoras?
Sabia que desde a crise financeira de 1929 que o Goldman and Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que envolvem especulação e manipulação de mercado, com os quais tem sempre obtido lucros monstruosos?
Sabia ainda que este banco tem armazenado milhares de toneladas de zinco, alumínio, vários outros metais, petróleo, e até cereais, etc., com o objectivo de provocar a subida dos preços e assim obter lucros astronómicos, manipulando o mercado?
Sabia que, desta maneira, manipula o crescimento da economia mundial, e condena milhões de pessoas à fome?
Sabia que o Goldman, com a cumplicidade das agências de “rating”, pode declarar que um governo está insolvente e, como consequência, os produtos financeiros sobem e, assim, obriga os países a pedirem mais empréstimos com juros agiotas impossíveis de sustentar (como se tem feito com a Grécia, Portugal e outros) — Em simultâneo impõe duras medidas de austeridade que empobrecem esses países?
- De seguida, em nome do aumento da competitividade e da modernização, obriga-os a vender os sectores económicos estratégicos (energia, águas, saúde, banca, seguros, etc.) às corporações internacionais por preços abaixo do que valem.
- Para isso, infiltra pessoal dos seus quadros nas grandes instituições políticas e financeiras internacionais, de forma a manipular a evolução política e económica a seu favor e em prejuízo das populações. Cargos como os do CEO do Banco Mundial, do FMI, da FED, etc. de que fazem parte quadros oriundos do Goldman and Sachs. E na UE estão: Mário Draghi (BCE), Mário Monti e Lucas Papademos (primeiros-ministros de Itália e da Grécia, respectivamente), Vitor Gaspar, Carlos Moedas, e muitos outros que por lá passam para aprenderem como se roubam os povos do Mundo e se fazem fortunas pessoais e/ou de corporativas financeiras.
Sabia que alguns eurodeputados ficaram estupefactos quando descobriram que alguns consultores da Comissão Europeia, bem como da própria Angela Merkel, têm fortes ligações ao Goldman and Sachs?
Sabia que este poderoso império do mal, está a destruir não só a economia e o modelo social, como também as impotentes democracias europeias?
Sabia que é do interesse deste mundo financeiro que isto não passe pela cabeça dos povos, que já vivem diariamente com a ameaça crescente desta forma de terrorismo?
Texto de Domingos Ferreira, da Universidade Nova de Lisboa, Professor/Investigador na Universidade do Texas, EUA.
10
Ago16

Os Verdes exigem declaração de calamidade na Madeira

António Garrochinho



Partido recorda que na última década a Madeira foi atingida por vários desastres. Sem ajuda extra, a população não vai conseguir recuperar.


O Partido Ecologista Os Verdes exige que seja decretada a situação de calamidade na sequência dos incêndios que lavram no Funchal, Madeira, considerando que, dessa forma, podem ser acionados pedidos de apoio junto da União Europeia.

REGISTO AUDIO



O coletivo regional da Madeira do partido diz que "a situação dramática decorrente da propagação" do incêndio no Funchal, "atingindo o seu núcleo histórico, destruindo centenas de habitações e pondo em perigo milhares de pessoas e património inestimável", tornou-se "um verdadeiro drama sem par na história dos incêndios nos últimos 100 anos em Portugal".

A dirigente do partido, Manuela Cunha, sublinha que aquilo que aconteceu na Madeira é inédito
À TSF, Manuela Cunha recorda que é normal o fogo andar no topo do concelho do Funchal, mas nunca desceu tão abaixo, até ao centro da cidade.

Os Verdes defendem que é urgente decretar o estado de calamidade pública, comparando o desastre deste verão com o temporal e enxurradas de 2010.



O partido diz que a população da Madeira enfrentou vários desastres nos últimos anos e não tem capacidade para recuperar, sozinha, agora, dos fogos
Para Os Verdes, a situação no Funchal também "coloca na ordem do dia" a "falta de meios e a pouca adequação dos meios existentes na prevenção e combate aos incêndios".

REGISTO AUDIO



www.tsf.pt
10
Ago16

Um olhar íntimo e comovente sobre as lembranças e objetos deixados neste asilo

António Garrochinho


Por mais de 150 anos funcionou o asilo psiquiátrico Willard, em Nova York. Inaugurado em 1869, Willard chegou a ser o maior asilo do país, com mais de 80 edifícios. Em 1877 o asilo já possuía 1500 pacientes, especializado em casos perigosos e violentos e, como toda instituição desse tipo, uma incalculável coleção de memórias, dores, lutas, sorrisos e lágrimas inscritas entre as paredes de tal lugar.
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O asilo foi fechado somente em 1995, mas a teimosia da memória encontrou uma maneira impressionante de fazer, de uma maneira ou de outra, as histórias desses pacientes permanecerem. Quando do encerramento de Willard, uma coleção de maletas pessoais, que pertenceram aos pacientes do asilo, foi encontrada e, intocada, transformada em acervo do museu de Nova Iorque.
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Fascinado pela passagem do tempo que se registra nesses objetos, como uma coleção vasta de biografias visuais e máquinas de tempos inexatos, o fotógrafo Jon Crispin decidiu por registrar tais malas e seus conteúdos, como uma maneira de espiar um pouco não só a intimidade de pessoas específicas e especiais, mas também registrando o próprio afeto desses pacientes isolados e a sensação e os detalhes de um local e época como que pelo buraco da fechadura – olhando o passado de dentro do próprio passado.
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© fotos: Jon Crispin

vivimetaliun.wordpress.com
10
Ago16

Este jovem entrou na zona proibida de Fukushima e fez imagens inéditas e impactantes

António Garrochinho


O cenário é apocalíptico e fantasmagórico, como se a população de uma cidade inteira tivesse simples e subitamente abandonado o que estavam fazendo e fugido, largando tudo para trás. Assim permanecem as cidades dentro da zona vermelha de exclusão, no Japão, próximas à usina de Fukushima, depois do terremoto seguido de uma tsunami que assolou o país. Pela primeira vez, as regiões de Okuma, Futaba e Namie foram fotografadas hoje em dia. E tudo permanece lá, intacto, como se a qualquer momento os locais fossem ser arrumados para voltarem a funcionar.
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Quem realizou a arriscada proeza de visitar esses locais e fotografa-los foi o jovem Keow Wee Loong, que arriscou a própria vida para entrar nessa zona proibida. A sensação imediata, segundo ele conta, foi de ardor nos olhos e um espesso cheiro químico no ar, mesmo com a máscara de proteção. Loong entrou no local sem autorização, de madrugada através de uma floresta, com nada além de um GPS e do Google Maps.
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A região foi evacuadas assim que o alarme do tsunami ecoou, o que fez com que fosse abandonada perfeitamente como estava. Por isso é ainda possível encontrar comida, roupas, computadores, produtos diversos e dinheiro ao alcance das mãos. Horas depois da evacuação, a explosão na usina ocorreu.
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Segundo ele, caminhar por uma cidade abandonada e pouquíssimo visitada nos últimos cinco anos foi como um estranho sonho infantil, de se estar sozinho em um supermercado e poder comer o que quiser – mas, é claro, no sonho não existe o altíssimo nível de radiação que ainda permanece na zona vermelha de exclusão. Entre o fantástico e o terror, é como se lá a radiação tivesse impedido o tempo de passar.
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© Fotos: Keow Wee Loong

vivimetaliun.wordpress.com
10
Ago16

Incêndios - Madeira - Portugal Continental e ilhas não tem meios nem recursos para fazer face a esta tragédia que afecta a nossa floresta por todo o país.

António Garrochinho
Portugal Continental e ilhas não tem meios nem recursos para fazer face a esta tragédia que afecta a nossa floresta por todo o país.
O que se está a passar na Madeira,principalmente no Funchal, onde a incapacidade para deter as chamas é notória,mostra essa mesma escassez de meios.Não haver meios aéreos de combate a incêndios na Madeira é escandaloso,não consigo compreender.
São necessárias medidas de prevenção que passam pela limpeza da floresta.Todos sabemos que a maioria destes incêndios tem mão criminosa.A Justiça tem que ter mão pesada para com quem pratica estes actos criminosos.E principalmente não necessários mais meios para prevenir e atacar os incêndios.O que se está a passar não pode cair em saco roto nem ser esquecido.São necessárias respostas urgentes.Obrigado aos Bombeiros que continuam arduamente a dar o seu melhor até à exaustão.A minha solidariedade para com todos os Portugueses que de alguma forma sofreram com esta catástrofe que se instalou.

Joe Wolf


Henrique Ilharco Viana (facebook)


10
Ago16

Caminhada para o Mundial 2018 com Portugal / Estónia no Estádio Algarve | 13 de novembro

António Garrochinho


A Seleção A de Portugal de Futebol realizará no Estádio Algarve, no próximo dia 13 de Novembro, um jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2018, que a oporá à sua congénere da Estónia. Esta é assim uma excelente oportunidade de ligar o nome do Estádio Algarve à caminhada, que se espera triunfal, da nossa Seleção rumo ao Mundial da Rússia.

A Câmara de Faro dá nota pública do seu agradecimento à Federação Portuguesa de Futebol, pela confiança manifestada neste equipamento e na capacidade de organização da Associação Municipal Loulé Faro (AMLF), por diversas vezes comprovada ao longo dos últimos meses, com destaque para a realização da Supertaça Cândido de Oliveira, com assinalável sucesso.

Na divulgação desta excelente notícia, o Município de Faro informa ainda que a AMLF procederá, em conjunto com a Federação, a todos os trabalhos de apetrechamento do Estádio Algarve, com vista à condigna receção da equipa campeã da Europa.

A feliz notícia surge pouco tempo depois da revelação feita pela Liga de Clubes de que a final four da Taça da Liga vai realizar-se também no estádio Algarve. Disputada em novos moldes, a fase decisiva da Taça da Liga está marcada para 25 e 26 de janeiro, disputando-se a grande final no 29 do mesmo mês. Os outros candidatos eram Leiria, Coimbra e Açores.

Para o Município de Faro fica comprovado que o investimento efectuado neste equipamento se vem revelando acertada, proporcionando a sua rentabilização e os naturais dividendos para a economia local.


planetalgarve.com

10
Ago16

CETA e TTIP | Sessão esclarecimento em Silves | 11 de agosto

António Garrochinho


A Plataforma Portuguesa Não ao TTIP/CETA está a organizar sessões de esclarecimento em colaboração com entidades locais. Depois de São Brás de Alportel, Faro e Tavira, é a vez de Silves, desta vez em colaboração com a Associação FALAJAR.
stop_ttip_ceta 
Convidam-se todos os interessados e os políticos algarvios a participar nesta sessão que aborda as consequências da implementação do CETA na vida dos cidadãos e na vitalidade da democracia. A sessão esclarecimento terá lugar no dia 11 de agosto, pelas 21h00, no Art’aska Lounge Caffe.
O CETA e o TTIP são tratados de livre comércio que a União Europeia está a negociar com o Canadá e os EUA. Não sendo nós empresários, pensamos, de forma quase automática, mas que tenho eu a ver com isto? Estamos enganados, se acabarem por entrar em vigor a nossa vida piorará muito. Como sabemos? Através de especialistas (o nobel americano da economia J. Stiglitz, a Ordem dos Médicos e muitos outros) e da experiência concreta da implementação deste tipo de tratados, como é o caso do NAFTA. As empresas transnacionais poderão processar os estados sempre que se sentirem lesadas nos lucros expectáveis. Passará a ser legal processar um estado em situações como a de aumentar o ordenado mínimo ou aprovar legislação para proteger a qualidade da água ou impedir a extração de hidrocarbonetos. E é por isso que a contestação da sociedade civil é cada vez maior. Em Portugal começou-se agora a falar do TTIP mas é o CETA que será assinado no final de Outubro sem haver debate público. Precisamos de perceber o que está a acontecer sem esquecer a Constituição: “A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno”.

planetalgarve.com

10
Ago16

Festa da Juventude do Concelho de Loulé

António Garrochinho

O Jardim das Comunidades, em Almancil, é o palco escolhido para a Festa da Juventude do Concelho de Loulé com o intuito de celebrar o Dia Internacional da Juventude.

A 12 de agosto, pelas 12 horas, a Associação Olhos da Juventude arranca com a iniciativa que irá levar a juventude ao rubro com diversas iniciativas temáticas.

Vão ser 10 horas de animação com DJs como Sotto Mayor, Respect, William Jobs, entre outros.

Haverá ainda espaço para festas temáticas: We Are Music Summer Party e Color Party by Olhos da Juventude.

Programa

12h às 16h – Animações e diversos concursos promovidos pela AOJ e pela FNAC
17h às 20 – Colour Sunset com DJ Sotto Mayor
20- Grande Aula de Zumba com Sónia Melo
21:30h-DJ Wiliam Jobs
23- DJ Respect

ENTRADA GRATUITA


planetalgarve.com

10
Ago16

HÁ UMA ALDEIA DENTRO DESTA CAVERNA NA CHINA

António Garrochinho
A vila Zhongdong, localizada na província de Guizhou, no sul da China, é o único assentamento estabelecido dentro de uma caverna no país. A 1.800 metros acima do nível do mar, a caverna só pode ser acessada por uma caminhada de uma hora, e em função de tal inacessibilidade, a comunidade enfrenta diversos problemas para sobreviver. Para piorar a situação, o governo afirmou que "a China não é uma sociedade de homens das cavernas" e fechou a escola da aldeia no início de 2011. Agora, as crianças devem caminhar a pé por duas horas todas as manhãs e à noite para frequentar a escola mais próxima.

A fim de melhorar os meios de subsistência dos moradores, os anciãos tentaram influenciar o governo local para que construísse uma estrada que ligaria a vila na caverna até a cidade mais próxima, mas ainda que Zhongdong tenha acesso à televisão e jornal ocasional, a aldeia ainda permanece em grande parte desconectada do mundo exterior.

Dentro desta caverna há uma aldeia com 100 pessoas.
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Este é o único assentamento dentro de uma caverna localizada a 1.800 metros de altura na China.
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Para se chegar ao local é preciso atravessar um trilha durante mais de uma hora.
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A escola existente no local foi fechada pelo governo em retaliação "a sociedade de homens das cavernas".
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A cada semana, os moradores vão a pé até a cidade mais próxima, a 15 km, comprar víveres e mantimentos.
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Eles tem até mesmo uma quadra de basquete improvisada dentro da caverna.
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A quadra é a única área de lazer das crianças que moram na aldeia
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Há também uma pousada abandonada dentro da caverna.
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www.mdig.com.br
10
Ago16

Quercus e CTT pedem ajuda para plantar árvores nas áreas ardidas

António Garrochinho

No início da primavera de 2017 serão plantadas mais árvores na Serra da Estrela  

A campanha decorre até dia 30 de novembro e o valor conseguido será utilizado para limpar e plantar árvores em áreas ardidas

O projeto de reflorestação promovido pela Quercus e pelos CTT, que já instalou 7000 árvores na Serra da Estrela, volta a pedir a participação dos portugueses para plantar espécies autóctones em zonas afetadas por incêndios.

Chamada "Uma árvore pela floresta", a iniciativa pretende recuperar matas nacionais com as suas espécies características, como teixos, que está em extinção, carvalho ou vidoeiro, a partir da contribuição dada pela compra de uma árvore simbólica por três euros, nos 320 balcões dos CTT que participam.

A soma conseguida pela campanha, que decorre até 30 de novembro, será utilizada para limpar e plantar árvores na primavera do próximo ano, na Serra da Estrela e num outro local do país que ainda não está escolhido, como avançou o presidente da Quercus.

João Branco explicou que as sementes a plantar são recolhidas em matas naturais de Portugal de modo a preservar o valor genético, num esforço de conservação da biodiversidade.

"No início da primavera de 2017, serão plantadas mais árvores, de espécies autóctones, na Serra da Estrela e num local que ainda iremos escolher", com base nos resultados da campanha que agora se inicia, disse ainda o presidente da Quercus.

As 7.000 árvores conseguidas na campanha de 2015, entre teixos, vidoeiro ou carvalho, foram plantadas na Serra da Estrela, numa zona de Manteigas que tinha ardido há alguns anos atrás.

A área da intervenção de limpeza e plantação, realizada pelos sapadores florestais, situa-se, segundo João Branco, "bastante perto da zona atingida pelos incêndios do último fim de semana de julho", ocorridos no vale glaciar de Manteigas e na freguesia do Sameiro.

O ambientalista defendeu que o Parque Natural da Serra da Estrela "precisa de muita intervenção, é uma zona muito importante, com os últimos bosquetes (pequenos bosques) de teixo, um habitat prioritário a nível europeu".

A intervenção planeada visa proteger a natureza e evitar os incêndios, "apostando em espécies de baixa combustibilidade, ou seja, que ardem mais dificilmente".

Além de terem maior resistência à propagação de incêndios, estes bosques autóctones "são melhores para amenizar o clima, promover a biodiversidade e proteger a paisagem, a água e os solos", refere uma informação divulgada esta terça-feira pelos CTT.

Os balcões dos CTT vendem um "kit" composto por uma árvore em cartão reciclado e um código que permite registar a planta, identificar a espécie e o local de plantação, e consultar a evolução do respetivo bosque durante cinco anos.

O projeto já chegou a quase cinco milhões de portugueses que foram alertados para a importância da biodiversidade e de evitar os incêndios florestais, acrescentam os CTT.

A empresa realça que esta iniciativa integra o seu esforço de apoio à biodiversidade e luta contra as alterações climáticas que permitiu a redução para metade da sua pegada ecológica desde 2008.


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10
Ago16

As aves ameaçadas de Baturité

António Garrochinho


Uma pesquisa infográfica lançou luz sobre a necessidade de preservação das aves da Serra de Baturité, no Ceará.


Em especial sobre 12 espécies que estão ameaçadas de extinção que, se não cuidarmos, virarão apenas memória aos olhos de quem algum dia teve a sorte de encontrá-las na floresta. Saiba mais sobre essas aves marcadas com um selo de "ameaçadas de extinção".

Baturité é um município brasileiro do Estado do Ceará e localiza-se na microrregião de Baturité, mesorregião do norte cearense. Sua população estimada no último censo foi de 32.968 habitantes, o que representa cerca de 0,38% da população do estado de Ceará.


A vegetação da região é formada pela caatinga arbustiva densa, floresta subcaducifólia tropical, floresta úmida semiperenofólia, floresta úmida semicaducifólia, floresta caducifólia e mata Ciliar. Existe ainda uma APA (Área de Proteção Ambiental).

Baturité possui um clima bastante peculiar para esta região do Brasil. As máximas chegam a 32ºC nos meses mais quentes, podendo cair para 20°C ou menos na época mais fria. A pluviometria média é de 1.065 milímetros, com chuvas concentradas entre janeiro e junho, chegando a ocorrerem tempestades com ventos fortes e raios.

Porém, as chuvas também são irregulares podendo ocasionar seca e racionamento de água, como o registrado entre os anos de 1998 e 1999 quando o principal reservatório de abastecimento da cidade, a Barragem Tijuquinha, chegou ao nível zero.




Mais de 139 espécies de pássaros diferentes podem enfrentar dificuldades para continuar existindo se nada for feito nessa região, e 12 em especial, correm sério risco de extinção, conheça cada uma delas:


Uru

Essa espécie só encontrada na Serra de Baturité no Ceará. Tem o canto forte e vocaliza "urú-urú". Vive em florestas preservadas e é uma das espécies mais raras e ameaçadas da região.







Jacucaca

É perseguida pelos caçadores por ser muito rara. Vive em grupos e quando se sentem ameaçadas emitem sons altos de alerta.








Periquito-cara-suja

Essa espécie era encontrada em boa parte do Nordeste Brasileiro, mas atualmente só pode ser achada na Serra de Baturité, Quixadá e Ibaretama. O tráfico e a destruição do habitat o colocaram na condição de criticamente ameaçado de extinção.








Arapaçu-de-garganta-amarela

Com registro confirmado somente no Ceará, nas Serras de Ibiapaba e de Baturité, é uma ave pouco abundante e arisca, vivendo no interior da floresta úmida. Vai à borda para se alimentar.








Tucaninho-da-serra

Essa espécie é encontrada na Amazônia e na Serra de Baturité. Por conta desse isolamento entre as duas populações o tucaninho é considerado uma subespécie raríssima e ameaçada de extinção.






Saíra-militar

Esta subespécie só tem registro no Brasil para as serras da Aratanha, Maranguape e Baturité. É do interior da mata, mas vem à borda, aos pomares e comedouros. 










Pintassilgo-do-nordeste

Já foi muito abundante em Baturité, mas a perseguição desenfreada por traficantes a deixou ameaçada de extinção e agora com sorte pode ser vista nos períodos chuvosos.






Vira-folha-cearense

Possui registros apenas no Ceará, nas serras da Ibiapaba, Baturité, Itatira e Chapada do Araripe. Habita os bosques sombreados das matas preservadas, virando folhas secas atrás de alimento. 





Chupa-dente-do-nordeste

É uma ave discreta que habita somente os sub-bosques preservados. Vivem aos casais, sendo que o macho possui trechos brancos na lateral da cabeça, o que é ausente nas fêmeas.




Maria-do-nordeste

Essa ave vive no interior da mata úmida e pode ser vista executando voos curtos, entre galhos, para capturar insetos. É uma das raridades do Baturité.






Choca-da-mata

Essa ave também só é encontrada na Serra do Baturité. Ela vive em casal, defendendo o território de indivíduos da mesma espécie.








Arapaçu-rajado-do-nordeste

É uma ave rara e ocorre apenas em algumas florestas úmidas do Ceará. Também é conhecida como Subideira por escalar troncos em busca de insetos e larvas.








Para se ter uma ideia, uma em cada 11 espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil [522 espécies], juntamente com uma em cada 6 espécies de aves [1.622], uma em cada quinze espécies de répteis [468], e uma em cada 8 espécies de anfíbios [516]Muitas dessas são exclusivas do Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios.

A extinção de pequenos animais que normalmente são esquecidos como rãs e sapos afetam de forma drástica a vida de todos. Eles são de imensa importância para todo o ecossistema, mas geralmente a população associa animais em extinção com espécies emblemáticas, como a onça e a baleia.

Mas estes animais estão em risco devido a poluição e extinção de muitos banhados, queimada das florestas, perda de habitat e tráfico de animais. O fim de áreas úmidas traz prejuízo ao clima, à qualidade da água e a toda uma gama de animais, sejam eles humanos ou não". 

Por esses motivos fica um alerta para todos, vamos preservar e proteger nossa natureza para que ao olharmos para trás, os nomes de muitas das espécies que habitavam essas regiões virem apenas vagas lembranças de bons tempos distantes.



tudorocha.blogspot.pt
10
Ago16

10 de Agosto de 1881: A lâmpada incandescente é uma das novidades apresentadas na Feira Internacional da Electricidade de Paris

António Garrochinho


Milhares de lâmpadas acenderam de uma só vez em 10 de Agosto de 1881, no parque de exposições da Feira Internacional da Electricidade em Paris. O público entusiasmou-se com as "estrelas" ou "luminárias de Edison".

Segundo o historiador  Karl Bienek,  uma das sensações da 1ª Feira de Electricidade de Paris foi o stand em que os visitantes podiam ligar e desligar uma lâmpada – uma novidade fascinante, na época. "A feira de 1881 foi decisiva para a introdução da luz e de outras formas de uso da electricidade", afirma.

Hoje é quase inimaginável que alguém possa viver sem energia eléctrica, mas no século XIX ela era praticamente inexistente. Isso mudou depois da feira de Paris, quando o inventor norte-americano Thomas Edison mostrou aos europeus que a nova luz significava o início de uma nova era.

De Goebel a Edison

No entanto, o inventor da lâmpada incandescente não foi Thomas Alva Edison (1847-1931) – como se acredita – e sim o mecânico alemão Johann Heinrich Goebel (1818–1893). Emigrado para os Estados Unidos em 1848, ele usou em 1854 as fibras de bambu da sua bengala como filamento.

Ligadas nas extremidades por meio de arames de aço, elas transformavam-se em condutores de energia eléctrica. Em ampolas de vidro transparente, as fibras de bambu chegavam a permanecer acesas  até 200 horas. Goebel usou o invento para iluminar a sua ourivesaria em Nova Iorque.

Segundo Karl Bienek, Goebel estava à frente  do seu tempo. Ao tentar iniciar a industrialização e a produção em série, não encontrou financiador. Na época, simplesmente não existia demanda por lâmpadas incandescentes e faltava também a infraestrutura tecnológica.

O mérito de Edison foi transformar a lâmpada incandescente num produto de consumo, o que viabilizou a sua produção em série. Ele começou também a desenvolver a tecnologia necessária para o emprego do invento. São dele, por exemplo, as ideias básicas e a construção de um sistema de iluminação eléctrica, com motor a dínamo, distribuidor, linhas de distribuição, registador de consumo, fusíveis, material isolante, interruptores e bocais.

Longo caminho até  à comercialização

Apesar de muito admirada na feira de Paris, a electricidade ainda demorou a  impor-se na Europa. Os alemães, por exemplo, continuaram a usar lamparinas de petróleo, velas de cera e lampiões a gás para a iluminação em geral.

Somente no início do século XX a Alemanha percebeu que era possível ganhar dinheiro com a nova tecnologia. Foi aí que Auer von Welsbach revolucionou a lâmpada de Edison, com a introdução do filamento incandescente de metal.

A lâmpada ósmico-volfrâmica, abriu o caminho para o lançamento, em 1912, de lâmpadas com filamento totalmente à base de tungstênio no mercado alemão. A tecnologia básica da lâmpada incandescente, portanto, foi desenvolvida de 1854 a 1912. E com ela, a electricidade conquistou as casas e as ruas da Europa e do mundo.


Fontes: DW
wikipedia (imagens)
Palais de l'Industrie em 1855, local da Exposição Internacional de Electricidade em 1881
Medalha da Exposição Internacional da Electricidade de 1881, da autoria de  Oscar Roty
Medalha da Exposição de Oscar Roty

10
Ago16

10 de Agosto de 1793: É inaugurado o Museu do Louvre em Paris

António Garrochinho


Depois de mais de dois séculos como palácio real e sede do poder monárquico, o Louvre é inaugurado no dia 10 de Agosto de 1793 como museu público pelo governo revolucionário francês.


Hoje, o acervo do Louvre é um dos mais ricos e diversificados do mundo, com obras de arte – fundamentalmente pinturas e esculturas – e objectos representativos de 11 mil anos de civilização e cultura da humanidade.

O palácio do Louvre começou com o rei Francisco I em 1546 no local onde antes existiu uma fortaleza do século XII construída pelo rei Filipe II. Francisco era um grande coleccionador de arte e o Louvre servia como sua residência real. Os trabalhos de remodelação do palácio, supervisionados pelo arquitecto Pierre Lescot, continuaram após a morte de Francisco e prosseguiram nos reinados de Henrique II e Carlos IX.


Quase todos os monarcas que se seguiram ampliaram o Louvre e os terrenos em volta, porém as maiores ampliações ocorreram sob o reinado de Luis XIII e Luis XIV no século XVII. Ambos os reis expandiram enormemente os bens artísticos da coroa, chegando Luis XIV a adquirir toda a colecção de arte do rei Carlos I de Inglaterra após a sua execução na Guerra Civil inglesa. Em 1682, Luis XIV mudou a corte para Versalhes e o Louvre deixou de ser a principal sede e residência da monarquia.



Envolvidos pelo espírito do Iluminismo, muitos na França começaram a conclamar pela exibição pública das colecções reais. Denis Diderot, grande escritor e filósofo francês e inspirador da Enciclopédia, estava entre os primeiros a propor a criação de um museu nacional de arte aberto ao grande público.


Embora o rei Luis XV tenha exibido temporariamente uma selecção de pinturas do seu acervo no Palácio de Luxemburgo em 1750, somente com a eclosão da Revolução Francesa é que foram alcançados efectivos progressos na instalação de um museu permanente. No dia 10 de Agosto de 1793, o governo revolucionário inaugurou o Museu Central de Artes na Grande Galeria do Louvre.


O acervo do Louvre cresceu rapidamente. O exército francês pilhou peças arqueológicas e artísticas dos territórios e nações conquistadas nas guerras do período revolucionário e principalmente nas Guerras Napoleónicas. Muitos desses objectos de arte saqueados retornaram às suas origens depois da derrota de Napoleão em 1815, porém muito das colecções de antiguidades da secção do Egipto e de outros departamentos deve às conquistas de Napoleão.


Duas novas alas foram acrescentadas ao edifício central no século XIX e o complexo de vários edifícios do Louvre foi completado em 1857, durante o reinado de Napoleão III.



Nos anos 1980 e 1990, o Grande Louvre como o museu é oficialmente conhecido, passou por uma grande remodelação. Inúmeros serviços públicos modernos foram acrescentados e milhares de metros quadrados de espaço para exibição foram abertos.


O arquitecto chinês I. M. Pei construiu uma imensa pirâmide de aço e vidro no centro do pátio de Napoleão, fronteiriço ao museu e que se abre também ao interior. Tradicionalistas invectivaram-na como um ultraje e ofensa às melhores tradições. Em 1993, por ocasião do 200º aniversário do museu, uma ala reconstruída, antigamente pertencente ao Ministério das Finanças, foi aberta ao público. Pela primeira vez, todo o complexo do Louvre era destinado aos objetivos artísticos e culturais do Grande Museu do Louvre.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (Imagens)
File:Hubert Robert, Une galerie du Musée.jpg
Uma galeria do Museu - Hubert Robert

Museu  do Louvre - Hubert Robert (1796)Fichier:Hubert Robert - Projet d'aménagement de la Grande Galerie du Louvre (1796).JPG
As Tulherias, o Louvre e a rua Rivoli - Charles Fichot
File:Paris moderne. Les Tuileries, le Louvre, et la rue de Rivoli, vue prise du Jardin des Tuileries.jpg

10
Ago16

Curiosidades da Revolução Francesa: O Calendário Revolucionário

António Garrochinho


Com a instauração da República através da formação da Convenção Nacional a 20 de Setembro de 1792 e, principalmente, depois da chegada dos jacobinos ao poder, em 2 de julho de 1793, a Revolução Francesa radicalizou-se, buscando transformar completamente a sociedade francesa.  Uma das medidas usadas para empreender essa transformação profunda foi a criação de um novo calendário, diferente do calendário gregoriano, símbolo do cristianismo e do Antigo Regime Monárquico que havia sido extinto. Ele foi adoptado a partir de 1793, mas o seu início marcaria a data de 22 de Setembro de 1792.

O objectivo era iniciar a marcação de uma nova era de ruptura com as tradições cristãs e mais próxima do racionalismo burguês. O ano I, iniciado em 1792, era o ano da adopção da Constituição que havia instituído o sufrágio universal, a democratização.

A elaboração do calendário foi obra do matemático Gilbert Romme, que manteve a divisão do ano em 12 meses, mas com profundas alterações nas demais marcações. Os meses seriam compostos por trinta dias, divididos em semanas de 10 dias, que foram chamadas de decêndios. Os dias eram numerados de um a dez, recebendo os seguintes nomes: primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi e décadi. Posteriormente, cada dia receberia um nome específico, retirado de elementos da natureza como plantas, animais, pedras etc. A quantidade de dias dentro desses meses somava 360 dias. E havia ainda a defasagem entre o tempo do calendário e o tempo dos movimentos da terra e dos demais astros celestes. Para isso instituíram-se cinco dias de feriados, os dias dos sans-culottes, mantendo ainda a utilização do dia bissexto a cada quatro anos.

A marcação do tempo dentro de um dia também foi alterada com o estabelecimento do dia de 10 horas, contando cada hora com 100 minutos e cada minuto com 100 segundos. Pode-se perceber que a base do cálculo era a numeração decimal.

Para a denominação dos meses, os revolucionários pediram que o poeta Fabre d’Eglantine criasse uma nova denominação para cada um deles. A sua inspiração foi encontrada na referência às estações do ano, ficando da seguinte forma o calendário:

Outono

Vindimiário (vendémiaire, remetendo à colheita da uva): 22 de Setembro a 21 de Outubro;

Brumário (brumaire, remetendo às brumas, aos nevoeiros): 22 de Outubro a 20 de Novembro;

Frimário (frimaire, remetendo às geadas): 21 de Novembro a 20 de Dezembro.

Inverno

Nivoso (nivôse, remetendo à neve): 21 de Dezembro a 19 de Janeiro;

Pluvioso (pluviôse, remetendo às chuvas): 20 de Janeiro a 18 de Fevereiro;

Ventoso (ventôse, remetendo aos ventos): 19 de Fevereiro a 20 de Março.

Primavera

Germinal (germinal, remetendo à germinação): 21 de março a 19 de Abril;

Florial (floréal, remetendo às flores): 20 de Abril a 19 de Maio;

Prairial (prairial, remetendo aos prados): 20 de Maio a 18 de Junho.

Verão

Messidor (messidor, remetendo às colheitas): 19 de Junho a 18 de Julho;

Termidor (thermidor, remetendo ao calor): 19 de julho a 17 de agosto;

Frutidor (fructidor, remetendo ao fruto, à frutificação.): 18 de Agosto a 20 de Setembro.

Os dias dos sans-culottes seriam entre 17 de Setembro e 21 de Setembro.

Este calendário eliminou ainda os feriados religiosos, bem como os domingos utilizados pelos cristãos como dia de adoração a Deus. O resultado foi a oposição da população ao calendário, já que a sua maioria era cristã. Com a chegada de Napoleão ao poder, foram ordenados o fim da utilização do calendário revolucionário e a volta do calendário gregoriano a partir de 31 de Dezembro de 1805. O calendário revolucionário francês seria reutilizado somente nos dois meses de vigência da Comuna de Paris, em 1871.

wikipedia(imagens)

 File:Calendrier-republicain-debucourt2.jpg
Calendário Republicano de 1794

Alegoria do Termidor

10
Ago16

Um autocarro de transporte oficial de jornalistas que fazem a cobertura dos Jogos Olímpicos foi atingido por tiros

António Garrochinho



O autocarro fazia o percurso entre a Arena da Juventude, em Deodoro, e o Parque Olímpico da Barra.

Dois tiros atingiram o veículo. Duas pessoas ficaram feridas em consequência dos estilhaços dos vidros.

O fato ocorreu quando o autocarro, onde seguiam 12 jornalistas, passava pelo bairro de Curucica.

De recordar que, no sábado, uma bala perdida atingiu o centro equestre e, por pouco, não acertou nos jornalistas que estavam no local.

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10
Ago16

KOSOVO: OPOSIÇÃO GOVERNAMENTAL LANÇA GÁS LACRIMOGÉNEO PARA BLOQUEAR PARLAMENTO

António Garrochinho




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A oposição ao Governo do Kosovo voltou a usar gás lacrimogéneo para bloquear os trabalhos do Parlamento, esta terça-feira.

A ação do deputado ultranacionalista Driton Caushi, do Partido Vetevendosje, visava protestar contra o acordo de demarcação da fronteira com Montenegro, que considera prejudicial para o Kosovo, dado que reduz o seu território.

VÍDEO


Enquanto alguns deputados decidiram abandonar a Comissão, outros, apesar do gás da granada invadir a sala, aprovaram o relatório do Governo sobre a demarcação da fronteira.



Na próxima quinta-feira, o Parlamento pode debater e aprovar o acordo de fronteira.

A sua ratificação é uma das exigências da União Europeia para permitir aos kosovares a isenção de vistos para acederem ao espaço Shengen.


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10
Ago16

Dá Deus o fogo conforme a incúria e o louco!

António Garrochinho



As imagens televisivas reproduzem as chamas e inspiram pirómanos. Nenhuma reportagem ou notícia dá conta de que tenha ardido um só hectare de uma qualquer propriedade florestal explorada e existem muitas. Tal demonstra que os incêndios nem são uma inevitabilidade nem castigo divino. 
Em texto antigo eu explicava o que pensava e veio o meu amigo e camarada Cid Simões, num comentário, resumir tudo:
«O país arde porque está abandonado e continuará a arder enquanto não for repovoado. Tudo o resto é conversa sem sentido.»
E faz agora um ano, porque se assistia ao mesmo cenário trágico e esfarrapadas justificações, ouve que fazer denuncia. Palavras oportunas e actuais e que aqui lembro antes que a mesma argumentação surja e a tragédia para o ano se repita:

VÍDEO

10
Ago16

Há dez anos que este povo de Cem Soldos dá Bons Sons

António Garrochinho

Durante o Bons Sons, a aldeia é fechada e transforma-se, toda ela, no recinto do festival. Os palcos são integrados nos espaços da terra  



O festival de música portuguesa volta nesta semana à aldeia do concelho de Tomar. O Bons Sons mantém-se fiel aos seus princípios e já tem notoriedade, só faltam apoios financeiros

Os velhotes falam para a câmara como se ela não estivesse ali. Contam histórias de quando eram crianças, dos primeiros namoricos, dos bailes da aldeia. Um deles é José Morengo, aquele que há dois anos, no spot do Bons Sons, convidava toda a gente a ir a Cem Soldos. "Na altura, era a pessoa mais idosa da terra, entretanto já morreu. O que só nos fez pensar que, de facto, este trabalho documental que estamos a fazer é importante e que devemos continuá-lo", explica Miguel Atalaia, um dos autores do documentário Este Povo, que será apresentado no primeiro dia do festival Bons Sons, na próxima sexta-feira.

Na verdade, o projeto vai muito para além deste documentário sobre o povo de Cem Soldos. "Decidimos fazer um arquivo digital com as memórias das pessoas da terra", conta Miguel, designer que faz parte da equipa do festival. Juntaram-se as vontade de um grupo de jovens - uns com experiência em vídeo, outra com um curso de gerontologia, outros só com interesse pela ideia - e há um ano e meio começaram a entrevistar os mais velhos da aldeia. "Mas também aqueles que sabíamos que seriam felizes a contar-nos a sua história, que não se sentissem constrangidos", explica Miguel Atalaia. O arquivo digital está ainda em construção e as entrevistas vão continuar, garante. Mas, para já, fizeram este documentário. Como uma primeira amostra do potencial do material que já têm.

O filme Este Povo é o exemplo acabado do que é especial no festival Bons Sons - não só pelo modo como foi feito mas sobretudo por mostrar tão bem a ligação entre o festival e a aldeia que fica a cerca de cinco quilómetros de Tomar. "Este festival nasce de dentro para fora, da nossa vontade, dos cicladenses, de fazer um festival", explica Luís Ferreira, diretor artístico do Bons Sons.

No ano em que se assinalam os dez anos do festival dedicado exclusivamente à música portuguesa, Luís Ferreira está feliz por o evento ser cada vez mais reconhecido (em março ganhou o prémio de melhor festival médio ibérico), mas também sabe que o segredo do sucesso passa por se manter fiel aos seus princípios: "Temos limites, sabemos que o festival não pode crescer mais do que as 40 mil pessoas. Este fascínio pelos megaeventos acaba por ser um tiro no pé porque esmaga a vivência do próprio evento. Nós não vamos deixar que isso aconteça. A vivência da aldeia é essencial." A aposta não é para que venham mais pessoas ao Bons Sons mas para que as pessoas venham mais vezes, ao longo do ano, a esta aldeia, e, para isso, há já outros projetos culturais.

Nos quatro dias de evento, a aldeia de Cem Soldos é fechada, tornando-se ela própria o recinto do festival. A organização é da responsabilidade da associação cultural local e toda a produção é assegurada por voluntários - seja a equipa de cerca de cem pessoas, sejam as pessoas da terra, sejam outros voluntários, num total de 400 pessoas a trabalhar sem ganhar para pôr de pé este evento. "Fazemos tudo, programação, gestão de palcos, plano ecológico... temos muito poucas subcontratações." O que continua a faltar a isto tudo são os apoios financeiros: cada edição representa um investimento na ordem dos 450 mil euros, dos quais apenas 20% são financiamentos externos. "É um festival autossustentado e isso é bom, mas é um risco enorme para a aldeia", diz Luís Ferreira.

Que esse pormenor não perturbe a festa. Para assinalar os dez anos, pela primeira vez o festival tem artistas repetentes - dez, de todas as edições anteriores. Sem concessões ao popularismo. "O Bons Sons continua a ser um lugar de encontros, entre o local e o nacional, entre o mais novo e o mais velho, entre o consagrado e a revelação, entre o hipster e o freak, há espaço para tudo na aldeia."

www.dn.pt
10
Ago16

"Cenário dantesco" no centro histórico do Funchal

António Garrochinho


Pessoas abandonam as casas. Prédios consumidos pelas chamas

O fogo já chegou à zona da igreja de São Pedro, na baixa da cidade do Funchal, depois de ter consumido um edifício devoluto, confirmou à Lusa a Policia de Segurança Pública (PSP) no local.

O jornalista da Lusa também constatou a situação complicada na zona da Pena, com várias casas a arder, onde três viaturas de uma empresa de construção civil estão a tentar ajudar e a jogar água nas casas.



Os relatos dão conta de um "cenário dantesco" e de uma situação "completamente descontrolada", com muitos focos ativos espalhados pela cidade, entre os quais o Til, Rochinha, Penteada, sendo audível o som de algumas explosões.

A via rápida esteve encerrada, mas já reabriu ao trânsito. Condicionadas estão as entradas da cidade, onde o trânsito está caótico, como constatou a agência.



Entretanto, o chefe de gabinete do presidente da câmara, que se encontra no local, confirmou à Lusa que alguns prédios devolutos situados na zona histórica do Funchal estão a arder.

Em declarações à Lusa, Miguel Iglésias, chefe de gabinete do presidente Paulo Cafôfo, revelou que às 21:40 estavam a decorrer operações na zona história do centro da cidade do Funchal, onde existem "prédios devolutos a arder", não referindo a existência de vítimas.



O vento forte e as elevadas temperaturas fizeram com que o fogo que lavra nas zonas altas do concelho do Funchal desde a tarde de segunda-feira descesse até ao centro da cidade, provocando caos e pânico entre a população.

O trânsito está caótico, com muitos congestionamentos na baixa do Funchal, tendo a Polícia de Segurança Pública (PSP) encerrado as entradas da cidade, presenciou a Lusa.

A Lusa constatou que é muito difícil respirar, devido ao tempo quente e ao denso fumo, com as pessoas a usarem máscaras. Têm sido audíveis várias explosões, depois de a situação se ter agravado ao final da tarde.













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10
Ago16

Exportações de bens estão a ter o pior ano desde 2009 - Carros são das importações que mais crescem.

António Garrochinho


Há sete anos que não havia um 1º semestre tão fraco nas vendas ao exterior. 

Exportações para a Europa perdem gás mas ainda crescem 3,5%. 

As exportações nacionais de mercadorias estão a evoluir ao ritmo mais fraco dos últimos sete anos. 

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor exportado caiu 1,8% no primeiro semestre; as vendas para a Europa estão a abrandar, mas ainda cresceram 3,5%; o valor faturado fora da União Europeia colapsou 16%. 

De acordo com o histórico do INE, é preciso recuar a 2009, o ano da grande crise económica mundial, para encontrar um pior desempenho do sector exportador. No primeiro semestre desse ano, registou-se uma queda de 25%. Há um ano, na primeira metade de 2015, as vendas ao exterior estavam a subir 4,4%. 

Desde então que o declínio se tem vindo a consolidar, colocando agora em xeque as metas de crescimento da economia para este ano (1,8%, diz o governo, que conta com uma subida real de 4,3% nas exportações totais). 

O abrandamento económico mundial, liderado pelos países emergentes e dependentes de petróleo, não afeta só as exportações. 

A desvalorização do crude, por exemplo, influencia o valor das importações portuguesas. Estas recuaram 1,8%, com as compras feitas fora da UE a descerem 9%. 

Défice comercial ligeiramente maior 

No entanto, como as exportações totais de Portugal caíram mais do que as importações, o défice comercial do país (só mercadorias) acabou por se agravar ainda mais, mostram os dados oficiais. Passou de 4989,7 milhões no primeiro semestre de 2015 para 5016 milhões de euros em igual período deste ano, contribuindo assim para deteriorar as contas externas do país. 

Além das mercadorias, Portugal exporta serviços (cerca de um terço do total), como por exemplo turismo, hotelaria e passagens aéreas. Os dados completos para o primeiro semestre ainda serão publicados pelo Banco de Portugal, mas sabe-se que até maio o cenário era algo desolador. 

O crescimento nominal homólogo das exportações de serviços aumentou apenas 0,6% nos primeiros cinco meses do ano (variação homóloga também). 

Mas de volta às mercadorias. Segundo o INE, “no 1º semestre de 2016, as exportações diminuíram 1,8% face ao 1º semestre de 2015, principalmente devido à redução das exportações para Angola (-44,5%) e China (-36,4%). Excluindo as transações para estes dois parceiros as exportações registaram um aumento de 0,8%”. 

Nas importações “evidencia-se claramente, em junho de 2016, o decréscimo de Angola (-55,6%) face ao mesmo mês de 2015 e, em contrapartida, o aumento das importações da Alemanha (11,2%) e dos Estados Unidos (62,2%)”. Assim, “as importações diminuíram 1,4% no 1º semestre de 2016 em relação ao período homólogo de 2015. Para esta evolução contribuiu sobretudo a redução das importações originárias de Angola (-49,6%). As importações excluindo as transações para este país diminuíram 0,3%”, diz o INE. 

A queda do petróleo 

Nas exportações, os produtos mais afetados pela crise comercial global foram os “minerais”, onde figuram petróleo e combustíveis. Aqui a quebra chegou a uns impressionantes 32% no primeiro semestre. Nas grandes indústrias nacionais, as menções honrosas vão para a indústria dos têxteis (mais 5%), as peles e os couros (7%), para a produção vegetal (115) e para os metais e pedras preciosos e semipreciosos (15%). Nas importações, sem surpresa, Portugal comprou menos 37% de produtos minerais e menos 8% de metais comuns. Calçado e material de transporte (carros) continuam a ter dos melhores desempenhos: aumentos de 17% e 18%, respetivamente.

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10
Ago16

INTERNET/GOOGLE UM MONSTRO AO SERVIÇO DO CAPITALISMO - Apesar das 212 mil assinaturas, Google mantém Palestina fora dos mapas

António Garrochinho





Fórum dos Jornalistas Palestinos considera que esta atitude deve ser corrigida, na medida em que contraria as normas e convenções internacionais. "Desaparecimento" da Palestina não é, contudo, factual

Furiosos com a suposta eliminação da Palestina dos mapas do Google, os membros do Fórum dos Jornalistas Palestinos, grupo de profissionais sedeado em Gaza, acusam a gigante da tecnologia de encetar "um esquema para estabelecer [Israel] como um Estado legítimo para as gerações vindouras e abolir a Palestina definitivamente." O Washington Post deixa, contudo, um alerta: o Google Maps não removeu a Palestina; tal Estado nunca lá esteve.

"O gesto pretende falsificar a História e a geografia, bem como ameaçar o direito dos palestinos à pátria. Falhou na adulteração da memória dos palestinos e árabes tal como do mundo", acusa o comunicado citado pelo Middle East Monitor. De acordo com o Fórum, a atitude da Google deve ser corrigida, já que é contrária às normas e às convenções internacionais.

Uma pesquisa hoje no motor de busca geográfico fornece, contudo, a mesma informação que há cinco meses oferecera. Nessa plataforma, "Palestina" corresponde a uma região não assinalada entre Hebrom e Jenin, na Cisjordânia, Jerusalém e Jordânia.

Nos últimos meses, mais de 212 mil pessoas assinaram uma petição que exige a colocação da Palestina no mapa. Ainda assim, nenhum medida foi tomada pela gigante da tecnologia.

Em setembro de 2015, 136 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas e dois outros países que não integram a organização reconheceram o Estado da Palestina. Em 1988, a Organização para a Libertação da Palestina tinha proclamado o estabelecimento do Estado em causa.

A Palestina é 'reconhecida' pelo Google desde 2013, ano a partir do qual uma pesquisa no motor de busca em questão passou a apresentar informação não sob a designação de "territórios palestinos", mas sob o termo "Palestina" (consolidando a natureza estatal deste projeto), relembra o The Free Thought Project.

Desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, que a maioria das áreas reivindicadas pelo Estado da Palestina estão ocupadas por Israel. Em 2005, Gaza foi entregue à Autoridade da Palestina. Já a Cisjordânia - conquistada à Jordânia por Israel, no mesmo confronto bélico - possui tanto territórios soberanos palestinos como territórios com habitantes israelitas.

De acordo com a lei internacional e com as determinações das Nações Unidos, a Faixa de Gaza e Cisjordânia devem integrar o Estado da Palestina.

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10
Ago16

FOTOGALERIA - Três mortos e mil deslocados no Funchal: o inferno desceu à cidade

António Garrochinho

As chamas, que andaram todo o dia nas zonas mais elevadas do concelho, desceram à noite à cidade espalhando destruição e aflição por onde passavam. Já não há lugares seguros no Funchal.

Três mortos, um desaparecido, dois feridos graves, um dos quais evacuado para Lisboa, 147 ligeiros, um sem número de habitações destruídas, um hotel de cinco estrelas ardido e uma tempestade de caos bem no centro Funchal. O balanço, feito na madrugada desta quarta-feira, dos incêndios que lavram desde a véspera na capital madeirense contabiliza ainda os cerca de 1000 deslocados, o Hospital dos Marmeleiros evacuado, os armazéns industriais consumidos pelo fogo e as unidades fabris ...



















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