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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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19
Ago16

Há 80 anos, Olimpíada alternativa em Barcelona desafiava Hitler e Alemanha nazi

António Garrochinho


Olimpíada Popular foi organizada como contraponto a Jogos de Berlim de 1936, mas foi atropelada por golpe de Estado que desencadeou Guerra Civil espanhola
A tarde do dia 19 de julho de 1936 deveria ser marcada por uma grande celebração em Barcelona. Exatamente às quatro da tarde, 5.000 atletas e 3.000 folcloristas começariam a desfilar no estádio de Montjuïc, para celebrar o espírito esportivo, a paz e a fraternidade. Seria a cerimônia de abertura da Olimpíada Popular, evento organizado como um contraponto aos jogos oficiais, que em 15 dias seriam inaugurados na Berlim capital da Alemanha nazista e entrariam para a história como os jogos de Hitler.

Se o projeto da Olimpíada Popular nasceu para desafiar o nazismo alemão, foi o fascismo espanhol que acabou impedindo que as competições acontecessem. Na véspera da cerimônia de abertura, ocorreu o golpe de Estado mal sucedido que desencadeou a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Desta forma, a Olimpíada Popular, que seria realizada entre 19 e 26 de julho, terminou tragicamente, sem que nem mesmo tivesse começado.
A origem desta empreitada que seria a Olimpíada Popular remonta à escolha da cidade que sediaria os jogos de 1936. A eleição de Berlim como sede das Olimpíadas havia acontecido em 1931, quando a Alemanha ainda vivia sob a democrática e instável República de Weimar. Na ocasião, Barcelona havia sido a principal adversária de Berlim, sendo considerada a favorita entre as dez cidades candidatas, incluindo o Rio de Janeiro. A capital catalã já havia realizado uma bem-sucedida Exposição Universal em 1929, tendo montado uma estrutura turística e hoteleira que seria reutilizada como vila olímpica e construído um estádio com capacidade para receber os jogos na colina de Montjuïc.


Arte produzida para a divulgação da Olimpíada Popular de 1936
Apenas dez dias antes da escolha da cidade-sede dos jogos de 1936, em 14 de abril de 1931, ocorreu a proclamação da 2ª República Espanhola, o que teria sido determinante para a derrota de Barcelona. Diversos membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), desconfiados do governo republicano recém-eleito, decidiram optar por Berlim. A votação foi realizada por correspondência e o placar final foi de 43 a 16.
Apenas dois anos depois, porém, o Partido Nazista ascenderia ao poder na Alemanha e, em pouco tempo, o país mergulharia em uma feroz ditadura. O temor de que as Olimpíadas de 1936 se tornassem um evento global de propaganda do regime e dos ideais nazistas fez surgir uma ampla campanha internacional de boicote. O movimento reuniu desde a esquerda tradicional e grupos liberais até entidades judaicas, passando por federações esportivas e atletas que acreditavam que as Olimpíadas não deveriam ser utilizadas para tais fins.
A contestação aos Jogos de Berlim: do boicote à Olimpíada Popular
A ideia de realizar uma olimpíada alternativa nasceu no seio da campanha de boicote internacional. Além da Espanha, tal movimento ganhou repercussão – ainda que efêmera – em países como Grã-Bretanha, França, Suécia, Tchecoslováquia e Holanda, tendo força particular nos Estados Unidos, onde algumas federações debateram a adesão ao boicote e parte da comunidade judaica se mobilizou pela causa. Alemães exilados também fizeram campanha contra os jogos e, individualmente, atletas judeus de diversas nações aderiram ao movimento.
Campanha pelo boicote aos jogos de Berlim nos EUA
Campanha pelo boicote aos jogos de Berlim nos EUA
Como forma de esvaziar a campanha de boicote, o governo nazista tomou providências para suavizar sua imagem nos meses que antecederam os jogos. Símbolos antissemitas foram retirados das ruas e, apesar da exclusão dos atletas de ascendência judaica das federações alemãs, foram aceitas algumas poucas exceções, como a esgrimista Helene Mayer. A decisão dos Estados Unidos, em dezembro de 1935, de participar das Olimpíadas de Berlim enfraqueceu o movimento de boicote e, ao final, apenas a Espanha, que à época já estava em guerra civil, se manteve fora das competições.
A decisão de realizar um evento paralelo às Olimpíadas de Berlim aconteceu relativamente tarde. Embora a ideia já estivesse ganhando força na Espanha e no movimento internacional que defendia o boicote, foi decisivo o resultado da eleição espanhola de fevereiro de 1936. Naquele momento o país encarava o seu pleito mais acirrado. A formação de uma ampla coalização, a Frente Popular, levou a esquerda espanhola a uma apertada vitória. A candidatura reunia republicanos progressistas, socialistas, comunistas e grupos que defendiam uma maior autonomia regional, contando até com o apoio indireto dos anarquistas. Na Catalunha foi eleito Lluís Companys, político republicano de esquerda, que apoiou a realização da Olimpíada Popular e foi convertido em presidente de honra do evento.
No mês de abril, o recém-criado Comitê Catalão Pró-Esporte Popular (CCEP), formado por diversas organizações, envia uma carta ao novo presidente espanhol, Manuel Azaña, criticando o financiamento previsto pelo governo anterior para a ida de esportistas ao evento alemão. No documento, a associação afirmava que “o regime nacional-socialista utiliza o movimento esportista para seus fins reacionários, para a militarização da juventude e para a preparação da guerra”, como relata o livro “L’Altra Olimpíada” (A Outra Olimpíada, em catalão), dos historiadores Carles Santacana e Xavier Pujadas. Na carta, o CCEP solicitava que o dinheiro fosse utilizado para financiar o esporte popular e realização da Olimpíada paralela.
Arte produzida para a divulgação da Olimpíada Popular
Arte produzida para a divulgação da Olimpíada Popular
Sem esperar resposta do governo, o CCEP começa a articular com diversas outras entidades a viabilização da Olimpíada Popular, com a criação do Comitê Organizador no início de maio. No ato de constituição, é reforçado o carácter de contraposição ao evento alemão, mas não às Olimpíadas em si: “os organizadores da Olimpíada Popular querem a afirmação do verdadeiro espírito olímpico, do ‘fair play’ e do ‘jogo honrado’, e é por isso que essa será a verdadeira festa olímpica da Paz e da Fraternidade”.
Com a formação do Comitê Organizador há menos de três meses das competições, concretizar o evento não foi simples, ainda mais com um orçamento pequeno. A Olimpíada contou com um financiamento modesto, mas importante, dos governos de Catalunha, Espanha e França, à época também sob um governo de Frente Popular. Apesar de relativamente bem estruturada, a capital catalã não estava preparada para receber as milhares de pessoas que viriam para participar e acompanhar o evento, e o Comitê recorreu ao apoio de diversas associações e clubes, inclusive do Barcelona, para atender as demandas.
Além destas dificuldades, a Olimpíada Popular sofreu uma oposição implacável da direita e dos conservadores espanhóis, que em seus jornais chamavam o evento de “Olimpíada Vermelha”. Os críticos ainda afirmavam que a realização e o uso do termo Olimpíada eram uma afronta ao COI e que nunca mais Barcelona realizaria os jogos olímpicos.
Como seria a Olimpíada Popular?
O evento contaria com 16 modalidades. Haveria esportes olímpicos tradicionais, como futebol, rúgbi, basquete, handebol, beisebol, boxe, tênis, tênis de mesa, atletismo, natação, ciclismo, remo, tiro e luta, além de outros hoje não presentes: pelota basca e xadrez. Os jogos contariam ainda com exibições de ginástica e aviação sem motor. Além disso, as competições seriam acompanhadas de uma programação cultural, com mais de 3.000 artistas participando de atividades folclóricas como danças populares, música e teatro. Esta programação contemplava a concepção de que as duas dimensões – esporte e cultura – eram inseparáveis e contribuíam à formação integral dos indivíduos.
Um dado impressionante é que os jogos alternativos de Barcelona contariam com um número de participantes maior que o de Berlim, embora não contasse com todos os atletas de ponta como o evento oficial. A capital alemã recebeu pouco mais de 4.000 atletas de 49 países, enquanto da Olimpíada Popular participariam cerca de 6.000 esportistas de 23 países. Ainda eram esperadas outras 20 mil pessoas para acompanhar os jogos. A maior delegação estrangeira era a francesa, com 1.500 atletas, sendo 500 de federações oficiais, seguida da Suíça com 200 e da Bélgica, Holanda e Reino Unido, com 50 esportistas cada.
A Olimpíada Popular, além de receber delegações nacionais, possibilitou a inscrição de equipes regionais e locais, como forma de quebrar o monopólio estatal sobre a representação esportiva. Foram inscritas, por exemplo, delegações de Catalunha, País Basco e Galícia, na Espanha, e da Alsácia, na França. Além disso, estiveram presentes equipes das colônias francesas em Marrocos e Argélia; da Palestina, à época em mãos inglesas; e dos territórios espanhóis na África. Houve também a participação de representações de exilados políticos alemães, austríacos e italianos e uma equipe de judeus de diferentes nacionalidades.



Outra prioridade do evento foi buscar o incentivo à participação das mulheres nas competições. Nas primeiras décadas do século 20, as Olimpíadas contaram com escassa presença feminina, que enfrentava oposição inclusive do fundador dos jogos modernos, Pierre Coubertin. Nos jogos de Berlim, por exemplo, as atletas foram apenas 8% do total de inscritos. Ainda que os dados disponíveis não permitam conhecer o número de mulheres participantes do evento espanhol, entidades e federações esportivas femininas estiveram na organização e competiriam no evento.
Muitos dos atletas participantes foram enviados por clubes e associações esportivas vinculadas a sindicatos e partidos de esquerda, e não por comitês patrocinados pelos Estados, com algumas poucas exceções como a França, que inscreveu atletas para as duas Olimpíadas. Desde o início, o intuito dos organizadores era realizar um evento o mais amplo possível, atraindo instituições oficiais de diversos países. Ao final participariam dez federações internacionais, oito espanholas e seis catalãs. O objetivo não era realizar mais uma competição internacional de atletas amadores ou outra edição dos tradicionais jogos operários e, sim, organizar um grande evento esportivo capaz de se contrapor aos jogos oficiais.
Sonho interrompido
Milhares de atletas já estavam na capital da Catalunha no dia 18 de julho. Os últimos ensaios para a cerimônia de abertura eram realizados no Estádio de Montjuïc, quando começou a correr a notícia de que iniciara um golpe militar, a partir dos territórios espanhóis na África. O clima tenso que tomava o país era sentido entre os atletas às vésperas das competições, como relata o participante catalão Eduardo Vivancos: “o entusiasmo e a euforia flutuavam sobre o estádio, mas, desgraçadamente, eram mitigados por um sentimento de temor e tensão. Durante todo o dia corriam rumores muito alarmantes sobre uma iminente rebelião militar”.
No dia seguinte, antes de o sol raiar, as ruas de Barcelona vivenciariam uma insurreição militar que tentou controlar a cidade. “Em torno das cinco da manhã, os atletas foram despertados por tiros de fuzil, metralhadora e canhão: as forças fascistas tentavam derrubar a República”, recordaria em uma crônica da época Auguste Delaune, dirigente francês que participou da organização da Olimpíada. O que se seguiu então foram dois dias de combates até que as forças legalistas controlassem a capital catalã, com um saldo de centenas de mortos e cerca de mil feridos.
O desenrolar dos confrontos nas outras regiões espanholas nos dias seguintes deixou o país dividido em duas zonas, uma leal ao governo republicano democrático e outra que havia sido tomada pelos insurgentes, que tinham entre suas lideranças o futuro ditador Francisco Franco. A guerra civil que explodiu justo um dia antes do início da Olimpíada Popular tinha como pano de fundo a conjuntura internacional radicalizada da década de 1930 e, em especial, a extrema polarização da sociedade espanhola, então dividida entre grupos conservadores e os que defendiam – de distintas formas – profundas mudanças sociais.
Com o início do conflito, muitos dos atletas estrangeiros deixaram o país às pressas e, inclusive, dois barcos foram fretados para que pudessem partir rumo à França. Alguns atletas, entretanto, decidiram ficar e colaborar com a República, principalmente franceses e exilados alemães e italianos. Segundo o historiador Antony Beevor, em seu livro “A Batalha Pela Espanha”, “muitos dos atletas estrangeiros que esperavam em seus alojamentos e hotéis se uniram no dia seguinte aos operários para lutar contra o fascismo, e uns duzentos deles se incorporaram mais tarde às colunas das milícias populares”.
Reprodução

Barricadas na Barcelona da Olimpíada Popular
É difícil confirmar tal número, mas é certo que muitos esportistas colaboraram com a resistência ao golpe militar – há relatos de um austríaco morto já no dia 19 – e que alguns deles teriam participado de outras batalhas. O livro “L’Altra Olimpíada”, por exemplo, confirma que um grupo de alemães teria lutado na frente de Aragão. Outros episódios relatados pela obra mostram que italianos e franceses teriam participado dos combates em Barcelona. Além disto, esportistas espanhóis de Mallorca e Zaragoza decidiram permanecer na capital catalã, já que suas regiões haviam sido tomadas pelos insurgentes. Com o passar do tempo, ganhou força a tese – difícil de ser confirmada – de que aqueles atletas teriam sido uma espécie de embrião das Brigadas Populares, formadas por milhares de estrangeiros que deixaram seus países para lutar ao lado da República.
Os jogos de Hitler
Enquanto a Espanha mergulhava em sua violenta guerra civil, começava a Olimpíada de Berlim com uma estrutura nunca antes vista. O orçamento havia sido multiplicado por 20 e foi construído um moderníssimo complexo esportivo. A Olimpíada teve presença de jornais do mundo todo, foi a primeira transmitida ao vivo pelo rádio – e para mais de 40 países – e ainda contou com uma pioneira cobertura televisiva. Além disso, a destacada cineasta Leni Riefenstahl foi escalada para produzir o filme oficial dos jogos “Os deuses do Estádio”. Como se era de esperar, as competições foram transformadas em um espetáculo de apologia ao nazismo e de propaganda do poderio alemão.
Reprodução

Adolf Hitler na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim, que foram transformados em um evento global de propaganda nazista
Pela primeira vez se realizou o agora tradicional cortejo da tocha desde as ruínas de Olímpia. Mais de 3.000 atletas carregaram o fogo olímpico desde a Grécia até chegar em Berlim para a cerimônia de abertura, que foi acompanhada por 100 mil pessoas e não poupou na exibição de símbolos nazistas e no culto à personalidade do führer. Entre as delegações estrangeiras em desfile, muitas fizeram a saudação nazista ao passar por Hitler, que declarou os jogos abertos. Enquanto a euforia tomava conta de Berlim, 800 ciganos eram levados para o gueto de Marzahn e, perto da capital alemã, o enorme campo de concentração de Sachsenhausen era erguido. Em pouco tempo seria o destino de milhares de inimigos do regime.
Lluís Companys, presidente catalão fuzilado pelo regime franquista após o fim da Guerra Civil
Lluís Companys, presidente catalão fuzilado pelo regime franquista após o fim da Guerra Civil
Após as competições, mesmo com a consagração do atleta negro norte-americano Jesse Owens, era inegável a enorme vitória política da Alemanha. O país ficou em primeiro lugar, com 38 medalhas de ouro, e utilizou o evento para legitimar o regime nazista e propagandear seus ideais. O próprio Pierre de Coubertin afirmou, ao final das competições, que aquela tinha sido a melhor edição. Com a Segunda Guerra Mundial e derrota da Alemanha nazista, o tempo não perdoaria a Olimpíada de 1936, hoje considerada o episódio mais controvertido da história dos jogos modernos.
Esquecimento e memória
Quase 40 anos de ditadura franquista fez com que a empreitada da Olimpíada Popular praticamente caísse no esquecimento. Apenas com a abertura política, a partir de 1975, a memória desses acontecimentos ressurgiu. Até hoje o tema é relativamente desconhecido e diversas informações a seu respeito se perderam para sempre, como muitos dos arquivos dos jogos que desapareceram durante a guerra civil. O único livro sobre o assunto, “L'Altra Olimpíada”, foi publicado em 1990, e, apenas em 2006 o governo da Catalunha realizou uma exposição sobre os jogos. Atualmente, por conta do aniversário de 80 anos, outra mostra está em cartaz no Estádio do Montjuïc.
Foram necessários 56 anos para que Barcelona realizasse seus Jogos Olímpicos, contrariando os opositores da Olimpíada Popular que afirmavam que a capital catalã nunca mais teria tal oportunidade. O mesmo estádio de Montjuïc que sediaria a Olimpíada Popular foi reformado e adaptado para os jogos de 1992. Desde 2001, o lugar foi nomeado Estádio Olímpico Lluís Companys. Assim como a Olimpíada Popular, seu presidente de honra também teve um fim trágico. Após a tomada da Catalunha pelos franquistas em 1939, Companys foge para a França, onde foi preso pelos nazistas, que haviam invadido o país em 1940. Deportado para a Espanha, acabou fuzilado no castelo de Montjuïc, muito próximo ao estádio que hoje leva o seu nome. Muitos catalães gostam de lembrar, com orgulho, que o seu então presidente teria sido o único chefe de estado democraticamente eleito a ter sido executado no exercício do cargo.
O sentimento de frustração de muitos dos que se envolveram naquela aventura foi traduzido, ainda durante a guerra civil, em julho de 1937, em um texto do articulista Prats i Fonts, reproduzido no livro “L’Altra Olimpíada”: “não nos foi possível computar nossa força esportiva diante do mundo pelo fato de que tivemos que trocar os dardos pelo fuzil; o lançamento de disco pela bomba de mão; os saltos de obstáculos pelas barricadas e trincheiras; e as corridas pelas marchas militares; da mesma maneira nossa alegria se desmoronou ao sofrimento e a atração estrangeira foi trocada pelo horror, o turismo pela invasão, e a luz, o amor e a vida pelo tenebroso, o ódio e a morte. O CCEP não pôde levar a cabo aquele sonho que se havia forjado com tanto ânimo”.

operamundi.uol.com.br
19
Ago16

Este é mais um exemplo de aumentos salariais Trabalhadoras do Clube Praia da Oura conseguem aumentos salariais

António Garrochinho


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As trabalhadoras do Clube Praia da Oura decidiram desconvocar a greve de amanhã, depois do acordo conseguido pelo sindicato, que implicou aumentos salariais e passagem de trabalhadores a efectivos.


Protesto dos trabalhadores do Inatel Albufeira
 
As trabalhadoras do Clube Praia da Oura, em Albufeira, decidiram desconvocar a greve que estava marcada para amanhã. A decisão teve por base o acordo alcançado entre o sindicato e a administração, que contempla o aumento dos salários para este ano para os cerca de 400 trabalhadores do grupo MGM Hotels & Resorts em 2%, com um mínimo de 30€, e retroactivos a 1 de Junho. Prevê também, a partir de 1 de Janeiro de 2017, o aumento de 3% dos salários, com um mínimo de 30€ e o compromisso de passar a efectivos os trabalhadores precários que estejam a ocupar postos de trabalho permanentes, auscultando para tal a Comissão Negociadora Sindical numa reunião a realizar em Setembro. 

Ficou acordado ainda a realização de uma reunião em Novembro para aferir as necessidades para 2017 no sentido de melhorar as condições de trabalho, nomeadamente em relação à necessidade de contratação de mais trabalhadores para as secções em que a carga de trabalho, segundo afirma o sindicato, tem sido excessiva.
Este é mais um exemplo que vem juntar-se ao dos trabalhadores do grupo JJW Hotels & Resorts, que também viram no presente mês os seus salários aumentados em 30€.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve considera «bastante positivo» o acordo alcançado e «exorta os trabalhadores do sector a seguirem estes exemplos de determinação, unidade e capacidade de luta por uma vida melhor e condições de trabalho dignas».

www.abrilabril.pt
19
Ago16

Um trecho de antologia - Assistimos à banalização de uma dor incomensurável e impossível de reduzir a uma imagem cujo significado corre o risco de se esgotar na emoção do momento, até a próxima criança, até a próxima imagem, até o próximo co

António Garrochinho


Valdemar Cruz
Por VALDEMAR CRUZ
Jornalista

A última imagem e o próximo combate
Rapaz numa ambulância. O estupor provocado por uma imagem, um só retrato, uma só punhalada nas certezas acomodadas, pode ter um efeito demolidor. A repetição até a náusea dessa imagem arrasadora, nas televisões, nos jornais, nas redes sociais, mesmo se aparentemente inevitável numa sociedade cada vez mais dependente da mediatização dos acontecimentos, tem um reverso perigoso e para o qual cada vez será mais difícil encontrar antídotos. 

Assistimos à banalização de uma dor incomensurável e impossível de reduzir a uma imagem cujo significado corre o risco de se esgotar na emoção do momento, até a próxima criança, até a próxima imagem, até o próximo combate do qual resulte mais um olhar desesperado, mais um rosto a rasgar a sensibilidade das consciências. 

E essa é, também, uma das gritantes e deploráveis hipocrisias associadas a estes arrastões noticiosos, sobretudo quando abafam a complexidade dos conflitos onde são gerados. 

A Síria é hoje palco de uma guerra onde se confrontam demasiados poderes e interesses para que seja possível assumir, sem a questionar, a sempre eficaz, mas simplista, divisão entre os inquestionavelmente bons e os definitivamente maus. 

Como se vê, de resto, pelas hesitações dos EUA, que ora diabolizam o papel da Rússia no apoio (constante, antigo) a Assad, ora colaboram com as forças armadas russas na tentativa de desalojar o chamado Estado Islâmico. 

O que se passa na Síria é uma batalha longa e cruel, na qual estão envolvidas o exército sírio e milícias do Hezbollah, uma amálgama de grupos terroristas colocados na órbita do Daesh, brigadas com ligações à al-Qaeda, outros grupos islamistas, milícias curdas que controlam algumas áreas no Norte do país e ainda outros grupos apoiados pelos EUA e vários países europeus. 

No meio disto tudo é preciso contar ainda com os interesses da Turquia, que combate os curdos, que por sua vez combatem o Daesh, do Irão, da Arábia Saudita, do Qatar ou da Jordânia. 

O olhar perdido no infinito de um rapaz sentado numa ambulância é um olhar acusador. 
Verbaliza, mesmo se em silêncio, o horror da guerra. O olhar perdido no infinito de um rapaz sentado numa ambulância é o olhar onde se escondem os olhares perdidos no infinito de milhares e milhares de crianças cujo rosto não vemos, às quais as ambulâncias não chegam, nem o olho das objetivas captam. Estão longe, estão perdidas, estão a morrer em silêncio. Mas existem. Em todos os lados de todos os conflitos.
(…) 
(em Expresso curto)
19
Ago16

CHOCANTE ! - ISRAEL: RACISMO, ÓDIO E DESPREZO PELA VIDA

António Garrochinho




ISRAEL: RACISMO, ÓDIO E DESPREZO PELA VIDA
Por Gideon Levy

Deixem de viver em negação. Israel é um Estado perverso. Depois de falar do nacionalismo e do racismo, o ódio e o desprezo pela vida dos árabes, o culto da segurança e o vício da ocupação, a vitimização e o messianismo, ainda assim há que juntar outro elemento, sem o qual não se pode explicar o comportamento do regime de ocupação israelita: a maldade. A maldade pura. A maldade sádica. O mal pelo mal. Às vezes, é a única explicação possível.

Eva Illouz descreveu os seus sinais (“O mal agora”, edição hebraica de Haaretz, 30/7/16). O seu ensaio, que questiona a ideia da banalidade do mal, considera o grupo nacional como a fonte do mal. Usando o conceito do filósofo Ludwig Wittgenstein, ela encontra uma “parecença familiar” entre a ocupação israelita e os regimes perversos da história. Esta semelhança não significa que Israel seja nazi, nem fascista. Mas é membro da mesma terrível família: a família dos Estados perversos. É uma análise brilhante e deprimente.

A maldade que Illouz atribui a Israel não é banal; não pode ocorrer em qualquer parte, e tem raízes políticas e sociais que estão profundamente enraizadas na sociedade israelita. Assim, Illouz une-se a Zeev Sternhell, que advertiu no seu impressionante e contundente ensaio sobre o terreno fértil no qual está crescendo o fascismo em Israel (O nascimento do fascismo, edição hebraica de Haaretz, 7/7/16).

Mas com estas análises, também há que oferecer uma breve história da maldade. Devemos apresentar os casos que se combinam para traçar uma imagem ampla e horrenda: a imagem da crueldade de Israel nos territórios ocupados, a fim de fazer frente a quem nega essa maldade. Não se trata das pessoas – por exemplo, o sargento Elor Azaria, que está a ser julgado por ter executado um agressor palestino quando este estava ferido e diminuído em Hebron – mas sim o comportamento do sistema e o regime de ocupação que prova a maldade. De facto, a continuação da ocupação demonstra a perversão. Illouz, Sternhell e outros oferecem análises discutíveis sobre as suas origens, mas seja o que for, a maldade já não se pode negar.

Um caso vale mais que mil testemunhos: o caso de Bilal Kayed. Um homem jovem que cumpriu uma pena de prisão de 14 anos e meio – a totalidade da sua pena – sem uma só saída, sem que lhe fosse permitido sequer dizer adeus por telefone ao seu pai moribundo – um claro sinal de maldade.

Faz umas seis semanas, Kayed estava a preparar-se para ser libertado. Um representante do serviço secreto Shin Bet – uma das maiores agências do mal em Israel – mostrou-lhe uma fotografia da casa que a sua família havia construído para ele, com o propósito de atiçar ainda mais as suas expectativas da iminente libertação. E então, quando a família o esperava com impaciência na encruzilhada e Kayed is ficando cada vez mais ansioso na sua cela, foi informado que tinha sido colocado sob detenção administrativa por mais seis meses, sem julgamento e sem explicações.

Desde então, Kayed está em greve de fome. Está algemado na cama. À sua família não é permitido vê-lo. Os guardas da prisão nunca saem da sua cela e as luzes não se apagam nem por um momento. Maldade.

Só a maldade pode explicar a conduta do Estado com Kayed. Só um Estado maligno actua desta maneira. O anúncio arbitrário, no último momento, de uma nova detenção sem motivo algum é um abuso, e a forma como tem sido tratado desde então também é um abuso.

Só a maldade pode explicar a prisão na semana passada de outro jovem, Hiran Jaradat, cujo irmão Arif (que sofria de síndrome de Down) foi assassinado em Junho, e cujo pai morreu há dois dias. Jaradat está detido por “incitação no Facebook”, e não lhe foi permitido assistir ao funeral do seu pai. Maldade pura.

A continuação da prisão da poetisa Darin Tatur: maldade. A destruição da pequena piscina que os habitantes de Jirbet Tana, uma pequena aldeia no norte da Cisjordânia, tinham construído para os seus filhos: maldade. O confisco dos depósitos de água de uma comunidade de pastores no vale do Jordão, em pleno calor de Julho: maldade.

Uma grande quantidade de acções do regime que decide o destino de pessoas, famílias, comunidades, povos e cidades não se pode explicar sem maldade. A lista é tão grande como a ocupação. A extorsão de pessoas doentes em Gaza para que se tornem colaboradoras, o cerco imposto a cidades e povos inteiros durante semanas, o bloqueio de Gaza, a demolição de casas: tudo isto é produto da maldade.

Banal ou não, deve-se reconhecer a sua existência; e deve ser reconhecida como um dos valores mais entranhados. Sim, em Israel há um regime malvado em acção, e portanto é um Estado perverso.

Por Gideon Levy, Haaretz
Fonte: ContraInfo


19
Ago16

PUBLICAÇÕES, IMAGENS, DA IMPRENSA SOBRE A PIDE/DGS

António Garrochinho
Uma série para “não deixar que a PIDE fosse apenas um nome”

Entrevista a Jacinto Godinho, jornalista e autor da série documental A PIDE Antes da PIDE, que procura resgatar os rostos dos resistentes e dos agentes que fizeram as polícias políticas entre 1926 e 1945 - as que vieram antes da PIDE.










A PIDE Antes da PIDE foi muitas coisas. Mas de designação para designação ou de líder para líder, foi sempre a polícia política do Estado Novo, um dos sinónimos da repressão e da cultura da ditadura portuguesa. Nunca foi, porém, um conjunto de nomes e de rostos bem gravados na memória colectiva. A PIDE Antes da PIDE é agora uma série da RTP2, candidata a ser uma das mais relevantes produções portuguesas documentais de 2016, realizada por Jacinto Godinho. Jornalista, professor universitário e investigador, vive desde 2008 o projecto de fazer uma História da PIDE, versão audiovisual, e quer contar histórias da polícia política com gente dentro. E fazer a ponte entre a investigação científica e a divulgação para o grande público

Neste projecto, com coordenação científica de Irene Pimentel, faz algumas descobertas e desenterra imagens nunca antes interpretadas. Revela que Agostinho Lourenço, fundador e director da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), antecessora da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), tinha ligações à Maçonaria; mostra fotografias inéditas de presos dentro das celas do Aljube e novas imagens do primeiro campo de concentração em Cabo Verde, construído em 1931 no Tarrafal. Fala da sensação de ter “cinco camiões TIR de informação na cabeça” depois de entrevistar o máximo de intervenientes possível, com a urgência do tempo e das idades. Viu centenas de imagens, rostos que aprendeu a conhecer, que depois identificou noutros contextos.

“Uma série magnífica", disse o historiador Fernando Rosas ao Jornal de Letras em Junho, teve uma média de 100 mil espectadores na sua primeira exibição, entre 28 de Maio e 24 de Julho na RTP2. Essa audiência, diz Teresa Paixão, directora de programas da 2, “só foi abalada quando a exibição coincidiu, no dia 10 de Julho, com a transmissão da final do Euro”. Estreada no 90.º aniversário do golpe militar de Gomes da Costa, foca-se no período 1926-1945 e já foi exibida também na RTP3 e na RTP Internacional (o último episódio passa dia 26 de Agosto), estando prevista a sua repetição “mais tarde” na 2, confirmou Teresa Paixão; “é uma hipótese provável” que chegue também à RTP1, diz o seu director de programação Daniel Deusdado, salvaguardando que “este é um programa do ADN da RTP2” – e do seu orçamento, 290 mil euros para seis episódios que se tornariam 11. Os nove actuais e os dois de Os Últimos Dias da PIDE, estreados a 25 de Abril de 2015.

Os últimos oito anos tiveram percalços – além do ordálio da pesquisa em alguns arquivos, Godinho viu a equipa encolher pelas saídas precipitados pelos planos de rescisões voluntárias da RTP com a produção já em curso. Os Últimos Dias da PIDE surgiram nesse momento, pedidos pela RTP2 para o 41.º aniversário da revolução. As entrevistas e a pesquisa para grande parte do projecto geral de contar toda a história da polícia política já estavam feitas e “Os Últimos Dias da PIDE seriam dois dos episódios da série da História da PIDE”, explica o jornalista; "devido às circunstâncias, acabei por estrear o fim da série” primeiro, ri. Ou qualquer coisa como isso  – “obviamente há o pós-25 de Abril, as comissões de extinção, o julgamento dos PIDEs, que ainda fará parte de um outro episódio”.

As imagens vêm do Arquivo RTP (o seu valor não está incluído no orçamento), mas também do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (cujos direitos de exibição condicionam o streaming de alguns episódios no RTP Play, por exemplo), além do Arquivo da PIDE-DGS da Torre do Tombo, Museu da Polícia Judiciária, Biblioteca Nacional e Arquivo Histórico-Social, na Fundação Mário Soares e a estreia da pesquisa, no Arquivo Histórico-Militar, dos processos dos agentes da PIDE julgados no pós-25 de Abril. “A primeira vez que foram consultados oficialmente foi como pedido que fiz para a série”, diz o jornalista da RTP, que ainda aguarda 70% dos processos pedidos, alguns dos quais serão dos “mais importantes” da sua pesquisa.

Agora, espera que a estação continue a “achar que é serviço público apostar neste tipo de programas e nesta série, algo que por paradoxal que pareça nem sempre é um discurso que colhe na RTP”, para explorar o período 1945-74 da PIDE e dar uso ao muito material que já coligiu. Para “cumprir o dever de memória” num país “original” na forma como absorveu discretamente, diz, a maioria daqueles que foram a PIDE.

Agostinho Lourenço é uma das figuras que mais se destaca na série e no que sobre ela se tem dito. Detectou a ligação do fundador da PVDE à Maçonaria, e que a sua iniciação foi subscrita pelo Nobel português Egas Moniz. Qual é a importância, para a narrativa sobre este período, desta descoberta?


Senti-me, em muitos casos, a resgatar um pouco à História aqueles episódios que o jornalismo não pôde ou não quis contar, por causa da censura ou porque estava envolvido no próprio Estado Novo. Achei interessante, à medida que desenvolvi a série, ver a importância que figuras não muito conhecidas tiveram no regime. Talvez a mais inquietante tenha sido mesmo Agostinho Lourenço, que esteve 25 anos à frente da polícia política, que esteve lá quando o regime se estruturou. E que quando saiu da polícia política foi o único dirigente português da Interpol.

Em grande parte, um dos problemas da forma como olhamos para o Estado Novo é o de o olharmos sempre a partir da figura de Salazar, o "Salazarcentrismo". A polícia política foi construída por militares que vieram da I República, da direita republicana, ligados ao sidonismo, e que depois se constituíram como os tenentes da ditadura. Tiveram sempre muita influência, uma rede que não passa só por linhas ideológicas, mas também por redes de amizades e clientelares. Ter percebido que o Agostinho Lourenço, numa determinada fase, tinha sido iniciado na Maçonaria, e que Egas Moniz, que pertencia à direita republicana, mas era um liberal, também estava ligado a esse processo, fez-me pensar em como as linhas com que se teceu o Estado Novo são mais complexas.

Pensamos nos directores da PIDE como sendo homens fiéis ao ditador. Mas houve momentos de fricção e conflito, de tensão, entre Agostinho Lourenço e Oliveira Salazar. E isso inquietou-me. Como é que um homem está 25 anos à frente da polícia se o poder dele não provém directamente da figura do ditador? Que outros poderes fortes existem na sociedade? Foi isso que me levou a investigar essa pista da Maçonaria.

Senti-me, em muitos casos, a resgatar um pouco à História aqueles episódios que o jornalismo não pôde ou não quis contar

Diz querer desenterrar os “rostos invisíveis por detrás da figura de Salazar”. Que outros rostos são esses?   


Esta primeira série dá rosto a pessoas não só ligadas ao regime, mas também à resistência. A memória do Estado Novo está para nós muito mais próxima dos anos 1960, de Humberto Delgado, das lutas estudantis, da Guerra Colonial, do que propriamente dos anos 1930 e 40. É a estranha injustiça da História, que às vezes avança como nevoeiro, tapando aquilo que a memória vai esquecendo. Não a dos historiadores, obviamente, mas a memória comum, da cultura geral.

Achei extraordinário tentar perceber como foi a organização da resistência entre os militares, à volta de figuras como Jaime Morais, ou o tenente Correia, que mostrei na série como um resistente típico do reviralhismo, alguém que vinha do 5 de Outubro e que termina a sua carreira política quando é preso por ter estado quatro anos clandestino, em casa, já em 1937/8. Ou o Sarmento Medeiros, um ás da aviação, uma figura que estava por aí nos postais, que as pessoas conheciam como hoje conhecem as celebridades do futebol. E que se opôs ao regime, participou em golpes do período reviralhista, esteve fugido, na clandestinidade, foi preso.

Por outro lado, um dos grandes objectivos da série era não deixar que a PIDE fosse apenas um nome. Em muitos livros e em textos dos jornais, a PIDE é uma espécie de entidade abstracta. “A PIDE entra”, “a PIDE chegou”, “a PIDE apareceu”…, sem rostos. É como se todas figuras – dos agentes, dos inspectores, dos directores – e a maneira como fazem parte da nossa sociedade tivessem sido cobertas por um manto de invisibilidade. 

Noutros países que tiveram regimes autoritários coevos as figuras dos seus dirigentes e dos colaboracionistas são amplamente estudadas e escrutinadas…Essa quase amálgama identitária da PIDE é uma singularidade da ditadura portuguesa?



Penso que o caso português é um caso original. Nunca houve processos de colaboracionismo, nem a inquirição política que ainda hoje há em França ou na Alemanha. Obviamente existe um grande estigma em relação à PIDE como entidade abstracta, mas em relação aos nomes concretos, às figuras, isso não aconteceu. Não estou a dizer que devia ter acontecido, mas interessa reflectir por que é que não aconteceu e se deslocou para entidades abstractas ou se centrou na figura de Salazar.

É a estranha injustiça da História, que às vezes avança como nevoeiro, tapando aquilo que a memória vai esquecendo.


Ainda hoje é muito difícil investigar este período. Tive imensas dificuldades para conseguir consultar os ficheiros de identificação de funcionários da polícia política, tive de ir à Assembleia da República para ter autorização. Sendo que durante o Estado Novo eram funcionários públicos – era aliás algo de que se queixavam, porque o seu nome aparecia em Diário da República quando entravam para a PIDE. Chegou a haver casos de eu pedir entrevistas a agentes da PIDE com livros publicados e que não a quiseram dar, argumentando que a família não quis, ou talvez por medo de revelar a alguns dos seus descendentes um passado de que não se orgulhariam.

Não terá a ver com o poder da imagem, e da televisão?
Talvez. Temos muito boa investigação histórica deste período, muito do que foi tratado na série está escrito, apesar de eu ter feito a minha investigação e de haver algumas coisas inéditas. O que falta é a transição, a mediação entre o lado mais profundo, científico, da investigação histórica e o conhecimento do público em geral. Esse conhecimento precisa de operações intermédias: documentários televisivos, filmes, histórias de banda-desenhada...

É essa a importância de tratar este tema com imagens?


Há todo um dispositivo cultural que é preciso para que o conhecimento do público sobre a História não fique apenas por três ou quatro episódios míticos. Falta-lhe um outro patamar de profundidade e nele a questão da visualidade é interessante. Contar uma história sem imagens é sempre mais difícil quando estamos a falar da grande audiência. Hoje é muito difícil conseguir fazer com que este tipo de programas interesse ao grande público, às mesmas massas que vêem as novelas, por exemplo. É mais complicado hoje do que há 20 anos.

Porquê?


Os media foram-se uniformizando muito à volta do mesmo tipo de programas, do espectáculo televisivo. Fomos criando uma cultura do espectador que gosta de imagens impactantes, habituado a um olhar fragmentado, a ser acedido através de soundbytes; e o espectador do documentário é um espectador que está mais próximo do livro. Não tem apenas a ver com o interesse, tem a ver também com uma cultura que há que inverter.

A série não se inserirá também numa outra cultura, própria da fragmentação temática, que criou espaços para produtos mais autorais, de maior fôlego, na ficção ou no documentário?


Existe um hiato muito grande em relação aos públicos mais exigentes, que vão estando também nos canais especializados e que têm a sua oferta. Mas o serviço público de televisão não pode prescindir da grande audiência, não pode deixar que os seus níveis culturais baixem ao nível do sensacionalismo e do espectáculo. Por isso mesmo o investimento neste tipo de programas não pode ser apenas para um público minoritário, tem de haver um esforço para o aproximar de outro tipo de público. Essa tem de ser uma missão do serviço público.

A questão é que estes modelos, que são os da televisão dominante, exigem investimento a longo prazo em pessoas e meios e quando se investe numa determinada linha, não se investe noutra. Um dos grandes problemas de fazer documentários deste género é que não há uma estrutura que agilize a produção para poderem ser mais frequentes, para se poderem fazer até com menos peso orçamental. As televisões nos últimos 20 anos têm investido muito na televisão em directo, nos programas de estúdio, e menos noutro tipo de discurso. Seria errado pensar que é uma simples questão de opção para quem tem de decidir se fazemos mais notícias breves ou mais reportagens longas. Não é assim tão fácil. Infelizmente.

Dois detalhes diferenciadores da série são o de colorir de algumas figuras, tratando as imagens documentais com menos reverência, e o de abrir episódios com Abandono, de Amália. Com que objectivo?

Tive dúvidas sobre se colorir as imagens não iria enfraquecer o lado forte e documental que muitas daquelas fotografias tinham. Mas a série tem como grande base as fotografias e não as imagens filmadas – não havia muitas e são muito caras – e os efeitos para destacar [as figuras nas fotos] são limitados. A técnica [da colorização] é muito utilizada.

Sobre Amália, decidi que não ia buscar demasiados ícones estereotipados daquele período – a não ser que fizessem parte da história. Excepto no Fado do Abandono, que mais tarde se chamou o Fado de Peniche, porque está ligado a um episódio – um dos autores, o músico Alain Oulman, foi preso pela PIDE [o poema é de David Mourão-Ferreira]. A própria Amália e o fado em si representam um pouco a linha que eu queria para a série. Amália foi vista durante muitos anos como uma figura ligada ao antigo regime e que cantou um dos mais belos fados da resistência. Os extremos tocam-se.

VÍDEO




As polícias políticas que antecedem a PIDE, criada por Salazar em 1945, são sempre fruto da mesma cultura ou há nuances?

As várias encarnações reflectem as lutas internas do regime. Tinha a ver com quem mandava na altura no regime e como a partir daí controlava a polícia; e esse controlo passava mais vezes por uma mudança semântica do que de conteúdo.

Houve uma mudança de conteúdo importante para o regime quando o primeiro governo de Salazar nomeia Albino dos Reis para ministro do Interior, e ele tenta suavizar as polícias. Tenta fazer uma polícia que saia um pouco da linha que já estava instituída, a PDPS [Polícia de Defesa Politica e Social], que só existe durante seis meses mas que é a única que é dirigida por um civil, o juiz Vieira de Castro. Penso que faz parte da estratégia de Salazar de negociar com as várias facções do regime. Abriu ligeiramente, integrou a direita republicana que era forte, mas logo que conseguiu a aprovação da Constituição do Estado Novo em plebiscito a coisa voltou para trás. Albino dos Reis é substituído por um militar e as duas polícias são revertidas numa outra polícia, com uma outra estrutura que vai ser definidora do regime, a PVDE, mais homogénea, concentrada, com muito mais poderes – de gerir as prisões, a emigração. E com uma tutela muito forte sobre o regime, um braço longo que se estende efectivamente por todo o território e não apenas pelo Porto e Lisboa.

A meio deste projecto, qual acha que é a importância sociocultural da PIDE e da sua cultura, informada pelo relativo desconhecimento sobre os seus actores, para o Portugal actual?   

A cultura do medo e da delação está muito ligada à maneira de fazer política em Portugal. Faz-se muita política sob o tom da ameaça, da superioridade, da imposição. Isso ainda se mantém e teve como consequência também algo que vem dos tempos do Estado Novo: a separação da política e do resto. O povo integrou essa máxima de que a política é algo de perverso, uma forma de desvirtuamento pessoal.


A polícia política aproveitou algo que é estruturante da sociedade portuguesa, a questão clientelar – somos um país de clientelas, de cunhas, de amigos. Este foi um dos grandes trunfos da polícia política, criando uma rede de informadores, que é também uma rede potlach, de troca de favores. Salazar era um mestre do clientelismo e dos favores, de saber negociar. São coisas que ficaram vincadas naqueles anos, e penso que os episódios o mostram, que servem também para ler a nossa sociedade. São linhas de genealogia, talvez com algumas mudanças, mas que se mantêm activas.




PIDE interrogou suspeitos do golpe no próprio dia da revolução, revela insvestigador



A polícia política do Estado Novo (PIDE/DGS) fez detenções e interrogou elementos ligados à revolução de 25 de Abril na madrugada do próprio dia do golpe militar.

"A PIDE/DGS esteve a actuar naquele dia [25 de Abril de 1974] e conseguiu inclusivamente prender pessoas, que não levou para a rua António Maria Cardoso [onde se situava a sua sede], levou-as para o Governo Civil e estava-as a interrogar na altura em que o Salgueiro Maia estava a obter a rendição de Marcelo Caetano", descreve Jacinto Godinho, autor de uma investigação inédita à polícia política, que vai ser transmitida esta sexta-feira na RTP.
Para o investigador da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, tudo o que se passa em torno da PIDE/DGS (Polícia Internacional de Defesa do Estado/Direcção-Geral de Segurança), desde a madrugada do dia 25 até ao dia 26 de Abril de 1974 são acontecimentos "determinantes" e que definem o Movimento das Forças Armadas, "as hesitações" e as primeiras "lutas intestinas" que começaram de imediato após o golpe militar.

De acordo com Jacinto Godinho, a PIDE/DGS não sabia o plano de operações dos militares revoltosos, "que era muito vasto", mas tinha a informação de que alguma coisa estava a acontecer. "A PIDE não iria impedir o golpe por duas razões: em primeiro lugar porque um golpe de militares é impedido por militares, e em segundo lugar era estratégia da polícia política, desde o golpe de Beja [1 de Janeiro de 1962], que os golpes saíssem às ruas para depois prenderem os responsáveis", explica Jacinto Godinho.

O que a polícia política fazia em relação aos civis eram prisões preventivas por suspeita de envolvimento em organizações clandestinas, mas em relação às Forças Armadas o comportamento era distinto. Normalmente, era necessário que os militares revoltosos que estivessem envolvidos em alguma conspiração fossem demitidos da hierarquia militar e só depois é que a polícia os podia prender, uma regra que apenas teve excepção no Golpe das Caldas, a 16 de Março de 1974.

"Em relação ao 25 de Abril a estratégia era deixar sair, esperar que as forças leais ao governo actuassem. Eles estavam convencidos de que depois da prisão daqueles que eram os elementos mais importantes - ou seja, depois da prisão de Almeida Bruno e Manuel Monge a seguir ao 16 de Março e depois do exílio de Melo Antunes e de Vasco Lourenço - qualquer movimento não teria gente para o liderar", diz Jacinto Godinho.

A investigação do jornalista refere que a PIDE tinha de proteger as instituições do regime em caso de golpe de Estado, assim como garantir a segurança do presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, e do Presidente da República, Américo Tomás. "O que é curioso é que nós não sabemos bem a partir de quando é que a acção da polícia acabou. Se foi, ou não, por acção dos generais", afirma Godinho, destacando a vontade declarada de Costa Gomes e de Spínola em manter a polícia política.
"Mais tarde, os disparos efectuados pela PIDE na sede em Lisboa são determinantes no que diz respeito a decisões sobre o próprio futuro da instituição", diz Godinho sobre o ataque dos agentes da PIDE contra a população e que fez quatro mortos e 45 feridos. "A única coisa que sabemos é que a PIDE foi a última instituição do regime a render-se e que se preparou para se defender com unhas e dentes", disse Jacinto Godinho destacando o papel da população das cidades de Lisboa e Porto no envolvimento espontâneo contra a polícia política.

"A primeira coisa que [a] atacou foram as instituições que mais odiava: a censura e a polícia política e deu o corpo ao manifesto. Alguns destacamentos populares investiram contra a instituição que mais odiava. Isso aconteceu no Porto, de forma surpreendente, e, com surpresa, em Lisboa", conclui Jacinto Godinho. A investigação que inclui as informações sobre a actividade da PIDE no próprio dia 25 de Abril vai ser transmitida sexta-feira, às 22h na RTP-Informação.

Para a PIDE o regime não caía, apenas mudava de mãos

Documentário da RTP vai mostrar os últimos dias da polícia política e contar as histórias das vítimas dos seus disparos na Rua António Maria Cardoso no 25 de Abril – houve cinco mortos e 45 feridos.

Martins Guerreiro 

“A PIDE achava que o regime dirigido pelos generais António de Spínola e Costa Gomes iria precisar de um serviço de informações, e eles haveriam de continuar.” Martins Guerreiro, almirante, oficial do Movimento das Forças Armadas (MFA), relembra a diferença de expectativas que conduziu ao primeiro embate entre António de Spínola e o MFA. A primeira divergência entre os spinolistas e os outros oficiais levou à saída de Spínola em 30 de Setembro de 1974 da Junta de Salvação Nacional e conduziu à tentativa de golpe do 11 de Março de 1975.

A história explica a divergência: a revolução do 25 de Abril “não foi planeada”, como prova não ter sido previamente definido o futuro do principal sustentáculo da ditadura que era a sua polícia política. Em Os Últimos Dias da PIDE, documentário do jornalista Jacinto Godinho, que a RTP vai transmitir brevemente, o autor procura uma versão diferente da narrativa histórica mais conhecida dos últimos 40 anos.

O almirante Martins Guerreiro foi um dos “capitães de Abril” que esteve na génese da preparação do golpe de Estado. A série televisiva, exibida no sábado, em antestreia no Algarve, relembra que a revolução não foi só de cravos – também teve mortos e sangue na rua.

Antigo membro do Conselho da Revolução, Martins Guerreiro, algarvio, vive hoje na casa de família da zona do barrocal do concelho de São Brás de Alportel, que define como o seu “porto de abrigo” onde diz encontrar o sossego para trabalhar a sua intervenção cívica. Pertence há 32 anos aos órgãos dirigentes da Amnistia Internacional. “No 25 de Abril”, recorda, estava incumbido de escolher a “melhor oportunidade para divulgar à imprensa o programa do MFA”. A estratégia comunicacional fazia parte do plano operacional, mas as diferenças entre os três ramos das Forças Armadas e a velocidade a que a revolução se fazia furaram os planos.

Os relatos sobre a chamada “revolução dos cravos” não podem esquecer a pressão das manifestações e concentrações populares espontâneas, não previstas portanto no plano de operações concebido por Otelo Saraiva de Carvalho que se saldou em cinco mortos e 45 feridos na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, junto à sede da PIDE/DGS, na tarde de 25 de Abril de 1974.
Jacinto Godinho explica que os repórteres de imagem convergiram para os dois locais que se tornaram os palcos mediáticos da revolução – Terreiro do Paço e Largo do Carmo. No primeiro recinto, os tanques de Santarém levaram à desmobilização dos blindados da Escola Prática de Infantaria, um dos poucos sustentáculos organizados da defesa da ditadura, e levantaram canhões em direcção aos vasos de guerra da Marinha fundeados no Tejo que só mais tarde aderiram à rebelião.

No Carmo, depois de um cerco de muitas horas, houve a simbólica mudança de poder: de Marcello Caetano, sitiado no Quartel da Guarda Nacional Republicana, para o general António de Spínola. “Para que o poder não caísse na rua”, justificou o antigo presidente do Conselho.
Com o contributo de uma investigação da historiadora Luísa Tiago Oliveira, que tem estudado o papel da Marinha na revolução, o jornalista da RTP lembra outros acontecimentos decisivos para a revolução.
PIDE em posição estratégica

Martins Guerreiro, um dos oficiais que desde 1970 conspirava contra o regime, que não aparece no documentário mas que visionou o trabalho, revela ao PÚBLICO: “Podia ter ocorrido um morticínio na António Maria Cardoso [sede da PIDE].” Jacinto Godinho afirma que os agentes da PIDE, “quando se renderam aos revoltosos, entregaram-se ao general Spínola, porque, para eles, o regime não caía, apenas mudava de mãos”.

A série documental, a transmitir pela RTP a 25 de Abril, resultado de uma investigação de sete anos à PIDE, em Portugal e nas antigas colónias, procura mostrar que a revolução não foi planeada a regra e esquadro. Foi influenciada por imponderáveis, como a adesão popular à queda da ditadura, logo no dia 25 de Abril, de que o cerco à sede da polícia política é um dos primeiros episódios.
As imagens recolhidas confirmam as duas tentativas de ocupação da sede da PIDE/DGS pelos fuzileiros e as manifestações populares que terminaram com cinco mortos e 45 feridos. “Naquela rua, a revolução não foi de cravos. O vermelho era mesmo do sangue que escorreu nas ruas e da muita violência exercida pela polícia política”, diz Jacinto Godinho. “Estas cenas não ficaram praticamente registadas em filmes e fotos.” Martins Guerreiro explica que os agentes da PIDE, bem armados e colocados em posições estratégicas no edifício da António Maria Cardoso, eram em número muito superior aos militares.

Então primeiro-tenente da Marinha, Martins Guerreiro relata ao PÚBLICO os “jogos de poder” que se desenrolavam enquanto Salgueiro Maia desafiava o poder do antigo regime. Os cerca de 70 homens do destacamento de fuzileiros, que iriam embarcar para Moçambique na semana seguinte, tinham nesse dia como missão obter a rendição da PIDE. Por isso, observa, embora nas imagens apareçam com cartucheiras, estão vestidos com a farda azul de cerimónia e não com o tradicional camuflado, a indumentária de combate. Embora cercada, a polícia política tinha uma posição de vantagem estratégica que a levou a disparar sobre as centenas de populares.  

Martins Guerreiro, à paisana, encontrava-se entre a população que exigia a rendição da PIDE. “Era eu que fazia a ligação política às forças da Marinha que fossem para o terreno”, explica. Depois é o momento do volte-face na transição do poder para a Junta de Salvação Nacional: “O general Spínola decidiu cortar dois pontos fundamentais do programa – extinção imediata da PIDE/DGS e o claro reconhecimento à autodeterminação dos povos dos territórios ultramarinos.”

O problema do Exército, conta, é que eles “não tiveram ninguém que fizesse a síntese entre as partes – operacional, política e cooperativa”. Na Marinha, diz, quem desempenhou esse papel foi Pinheiro de Azevedo. “Um dia vou escrever sobre isso”, anuncia. 
Mais de 500 mortos nas colónias

Dos vários “jogos de poder” que ocorreram no período revolucionário, destaca que as modificações introduzidas no programa do MFA pelo general Spínola viriam a custar a morte a centenas de soldados nas antigas colónias. “Os movimentos de libertação sabiam quem era Spínola e, a partir da altura em que não há o reconhecimento imediato à autonomia administrativa das populações autóctones, decidiram intensificar a guerrilha para se colocarem em melhor posição negocial”, relata.

Distantes de Lisboa, mas sabendo que o regime de Caetano tinha caído, “os soldados portugueses não tinham vontade de ir para o mato combater”. No entanto, as ordens para os combates pararem não chegavam. Por causa desse tempo de incerteza sobre o futuro das então colónias, as mortes também não pararam: “tombaram 400” nos meses seguintes, segundo as contas de Martins Guerreiro. Em A Guerra Colonial, os historiadores militares Aniceto Simões e Carlos Matos Gomes contabilizaram 504 baixas até às independências. Mortes em combate, devido a acidentes com armas de fogo e de viação e por outras causas.

“Spínola pretendia uma relação neocolonial”, sintetiza Martins Guerreiro. Lembra que o general “chegou a nomear para chefe da PIDE, em substituição do major Silva Pais, o inspector Coelho Dias, que acabaria, devido à pressão do MFA, por não chegar a tomar posse”.

Em relação a Otelo Saraiva de Carvalho manifesta simpatia: “Do ponto de vista humano, é um ser excepcional, simpático – gosta do show-off, é um actor.” “Politicamente, às vezes, divergimos, mas depois ele também nunca se ofende.” De resto, acrescenta, “os militares não dão facadas nas costas uns dos outros, o que os políticos não entendem”.

Tiros da sacada

Na série da RTP, há imagens dos últimos minutos de vida dos manifestantes atingidos pelas rajadas disparadas pela PIDE e são identificados os feridos. Relembram-se, assim, protagonistas caídos no esquecimento. “O resultado final só foi possível devido aos recentes processos de digitalização no arquivo audiovisual da RTP, tanto de televisão como de rádio, bem como o recurso ao espólio digitalizado dos fotógrafos que se destacaram neste período”, refere Jacinto Godinho. A reportagem cruzou testemunhos de protagonistas, imagens e documentos recolhidos por historiadores. 

A 25 de Abril de 1974, Octávio Seruca foi um dos populares que se manifestavam na Rua António Maria Cardoso e que foi atingido pelos disparos da PIDE. Depois de observar António Spínola a sair do Peugeot preto, no Largo do Carmo, foi “ver o que se passava” na sede da PIDE. “A malta gritava: 'Abaixo o fascismo'”, diz.
No momento em que foi alvejado “estava de conversa com umas pessoas, com uma moça que não conhecia”. De repente, abre-se a porta da sacada do 1º andar. “Aparecem dois agentes, disparam à queima-roupa. Encontrava-me mesmo em frente. Pensei que ia morrer”, relata. A bala passou de raspão, e só ao fim de algum tempo deu conta que tinha "a camisa toda ensopada em sangue”. A cicatriz, do lado direito da barriga, permanece. A rapariga que se encontrava a seu lado teve pior sorte: “Começou logo a jorrar sangue, ficou em estado bastante crítico.”
Seruca, engenheiro reformado e antigo director-geral do Ambiente, nunca soube o nome da jovem alvejada. Só sabe que se salvou depois de ter estado internada no Hospital Curry Cabral.

Vítimas do Estado Novo não querem que permaneçam símbolos da ditadura em Portugal



Estudo do Instituto de Ciências Sociais conclui que não foi aplicada justiça aos funcionários da PIDE/DGS responsáveis pela repressão durante o antigo regime.





Nem um museu sobre António Oliveira Salazar em Santa Comba Dão nem uma ponte sobre o Tejo chamada Salazar – as vítimas do Estado Novo consideram que não devem permanecer símbolos da ditadura em Portugal, conclui um estudo realizado por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O inquérito procura saber o que pensam as vítimas da ditadura, 90 anos depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que pôs termo à Primeira República e deu início ao antigo regime.

O inquérito Memória da Oposição e Resistência ao Estado Novoquestionou, em Março e Abril deste ano, 131 pessoas entre os 50 e os 91 anos que, por motivos político-ideológicos, foram alvo de prisão ou detenção, exílio, clandestinidade, afastamento da função pública, expulsão do sistema de ensino, e foram desertores ou refractários. De acordo com as autoras, Filipa Raimundo, Sofia Serra da Silva e Joana Morais, a média de idades destes inquiridos corresponde a 70 anos e quase 80% são homens.

Sobre a construção do museu, 51% dizem que não devia ser permitida, 23% são a favor, e 26% não optam por qualquer posição. Mas na questão da mudança de nome da Ponte Salazar para Ponte 25 de Abril a opinião é muito mais expressiva: 84% concordam e apenas 5% discordam. “Há uma tendência em Portugal para rejeitar a permanência de alguns símbolos ligados ao Estado Novo”, disse ao PÚBLICO Filipa Raimundo, coordenadora do estudo.

“Salazar não alimentou uma imagem muito carismática com símbolos, e com a ruptura de 1974 os poucos existentes foram eliminados.” Depois do 25 de Abril “permaneceram duas estátuas de Salazar mas uma acabou bombardeada [colocada em frente ao tribunal, em Santa Comba Dão, foi decapitada em 1975 e desfeita em 1978] e outra desapareceu [estava no pátio interior do Palácio Foz, em Lisboa, então sede do SNI – Secretariado Nacional de Informação]”. Pelo contrário, por exemplo, “em Moscovo, as estátuas de Estaline e Lenine foram retiradas de outros locais e concentradas num jardim em Moscovo; em Espanha a estátua equestre de Franco de Santander só foi retirada em 2008”, realça a investigadora do ICS-UL.

Filipa Raimundo, que há anos faz investigação académica sobre “a forma como a democracia portuguesa ajustou contas com o passado”, cruzou alguns dados deste inquérito com um outro do ICS, em 2014, também sobre o Estado Novo e a transição para a democracia, e chegou à conclusão de que há uma notória diferença entre a avaliação dos ex-membros da oposição e resistência e a da população em geral acerca do antigo regime. 94% das vítimas do Estado Novo dizem que este teve mais coisas negativas do que positivas enquanto a população em geral tem uma posição ambígua: 47,2% faz uma avaliação negativa, 31,5% diz que foi tão positivo como negativo e 21,2% tem uma impressão mais positiva que negativa. Apenas 1,8% das vítimas admitem que o antigo regime foi mais positivo que negativo. A análise etária das respostas da população em geral permite perceber que são as faixas nos extremos que têm uma avaliação mais positiva do Estado Novo – os mais velhos porque foram socializados nas décadas antes da guerra colonial, e os mais novos porque não tiveram qualquer contacto com a realidade do antigo regime.

Falta de reconhecimento

O inquérito também procurou saber se as medidas de reparação e de reconhecimento pela resistência ao Estado Novo decididas pelos sucessivos governos desde 1974 foram eficazes e suficientes. Entre elas contam-se as amnistias para quem fugiu do país para escapar ao serviço militar,os refractários, a possibilidade de reintegração a quem fora afastado da função pública ou das Forças Armadas por motivos político-ideológicos, a criação de uma pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia – a mesma envolvida em polémica quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusou atribuí-la a Salgueiro Maia mas nos anos 90 foi dada a dois agentes da antiga PIDE -, de subvenções mensais vitalícias por trabalhos forçados no Tarrafal e por participação na revolta de 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande. Apesar disso, cerca de 72% dos inquiridos consideram que as vítimas “ainda não obtiveram o reconhecimento que merecem”.

www.publico.pt
19
Ago16

PUBLICAÇÕES, IMAGENS, DA IMPRENSA SOBRE A PIDE/DGS

António Garrochinho
Uma série para “não deixar que a PIDE fosse apenas um nome”

Entrevista a Jacinto Godinho, jornalista e autor da série documental A PIDE Antes da PIDE, que procura resgatar os rostos dos resistentes e dos agentes que fizeram as polícias políticas entre 1926 e 1945 - as que vieram antes da PIDE.









A PIDE Antes da PIDE foi muitas coisas. Mas de designação para designação ou de líder para líder, foi sempre a polícia política do Estado Novo, um dos sinónimos da repressão e da cultura da ditadura portuguesa. Nunca foi, porém, um conjunto de nomes e de rostos bem gravados na memória colectiva. A PIDE Antes da PIDE é agora uma série da RTP2, candidata a ser uma das mais relevantes produções portuguesas documentais de 2016, realizada por Jacinto Godinho. Jornalista, professor universitário e investigador, vive desde 2008 o projecto de fazer uma História da PIDE, versão audiovisual, e quer contar histórias da polícia política com gente dentro. E fazer a ponte entre a investigação científica e a divulgação para o grande público

Neste projecto, com coordenação científica de Irene Pimentel, faz algumas descobertas e desenterra imagens nunca antes interpretadas. Revela que Agostinho Lourenço, fundador e director da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), antecessora da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), tinha ligações à Maçonaria; mostra fotografias inéditas de presos dentro das celas do Aljube e novas imagens do primeiro campo de concentração em Cabo Verde, construído em 1931 no Tarrafal. Fala da sensação de ter “cinco camiões TIR de informação na cabeça” depois de entrevistar o máximo de intervenientes possível, com a urgência do tempo e das idades. Viu centenas de imagens, rostos que aprendeu a conhecer, que depois identificou noutros contextos.

“Uma série magnífica", disse o historiador Fernando Rosas ao Jornal de Letras em Junho, teve uma média de 100 mil espectadores na sua primeira exibição, entre 28 de Maio e 24 de Julho na RTP2. Essa audiência, diz Teresa Paixão, directora de programas da 2, “só foi abalada quando a exibição coincidiu, no dia 10 de Julho, com a transmissão da final do Euro”. Estreada no 90.º aniversário do golpe militar de Gomes da Costa, foca-se no período 1926-1945 e já foi exibida também na RTP3 e na RTP Internacional (o último episódio passa dia 26 de Agosto), estando prevista a sua repetição “mais tarde” na 2, confirmou Teresa Paixão; “é uma hipótese provável” que chegue também à RTP1, diz o seu director de programação Daniel Deusdado, salvaguardando que “este é um programa do ADN da RTP2” – e do seu orçamento, 290 mil euros para seis episódios que se tornariam 11. Os nove actuais e os dois de Os Últimos Dias da PIDE, estreados a 25 de Abril de 2015.

Os últimos oito anos tiveram percalços – além do ordálio da pesquisa em alguns arquivos, Godinho viu a equipa encolher pelas saídas precipitados pelos planos de rescisões voluntárias da RTP com a produção já em curso. Os Últimos Dias da PIDE surgiram nesse momento, pedidos pela RTP2 para o 41.º aniversário da revolução. As entrevistas e a pesquisa para grande parte do projecto geral de contar toda a história da polícia política já estavam feitas e “Os Últimos Dias da PIDE seriam dois dos episódios da série da História da PIDE”, explica o jornalista; "devido às circunstâncias, acabei por estrear o fim da série” primeiro, ri. Ou qualquer coisa como isso  – “obviamente há o pós-25 de Abril, as comissões de extinção, o julgamento dos PIDEs, que ainda fará parte de um outro episódio”.

As imagens vêm do Arquivo RTP (o seu valor não está incluído no orçamento), mas também do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (cujos direitos de exibição condicionam o streaming de alguns episódios no RTP Play, por exemplo), além do Arquivo da PIDE-DGS da Torre do Tombo, Museu da Polícia Judiciária, Biblioteca Nacional e Arquivo Histórico-Social, na Fundação Mário Soares e a estreia da pesquisa, no Arquivo Histórico-Militar, dos processos dos agentes da PIDE julgados no pós-25 de Abril. “A primeira vez que foram consultados oficialmente foi como pedido que fiz para a série”, diz o jornalista da RTP, que ainda aguarda 70% dos processos pedidos, alguns dos quais serão dos “mais importantes” da sua pesquisa.

Agora, espera que a estação continue a “achar que é serviço público apostar neste tipo de programas e nesta série, algo que por paradoxal que pareça nem sempre é um discurso que colhe na RTP”, para explorar o período 1945-74 da PIDE e dar uso ao muito material que já coligiu. Para “cumprir o dever de memória” num país “original” na forma como absorveu discretamente, diz, a maioria daqueles que foram a PIDE.

Agostinho Lourenço é uma das figuras que mais se destaca na série e no que sobre ela se tem dito. Detectou a ligação do fundador da PVDE à Maçonaria, e que a sua iniciação foi subscrita pelo Nobel português Egas Moniz. Qual é a importância, para a narrativa sobre este período, desta descoberta?
Senti-me, em muitos casos, a resgatar um pouco à História aqueles episódios que o jornalismo não pôde ou não quis contar, por causa da censura ou porque estava envolvido no próprio Estado Novo. Achei interessante, à medida que desenvolvi a série, ver a importância que figuras não muito conhecidas tiveram no regime. Talvez a mais inquietante tenha sido mesmo Agostinho Lourenço, que esteve 25 anos à frente da polícia política, que esteve lá quando o regime se estruturou. E que quando saiu da polícia política foi o único dirigente português da Interpol.

Em grande parte, um dos problemas da forma como olhamos para o Estado Novo é o de o olharmos sempre a partir da figura de Salazar, o "Salazarcentrismo". A polícia política foi construída por militares que vieram da I República, da direita republicana, ligados ao sidonismo, e que depois se constituíram como os tenentes da ditadura. Tiveram sempre muita influência, uma rede que não passa só por linhas ideológicas, mas também por redes de amizades e clientelares. Ter percebido que o Agostinho Lourenço, numa determinada fase, tinha sido iniciado na Maçonaria, e que Egas Moniz, que pertencia à direita republicana, mas era um liberal, também estava ligado a esse processo, fez-me pensar em como as linhas com que se teceu o Estado Novo são mais complexas.

Pensamos nos directores da PIDE como sendo homens fiéis ao ditador. Mas houve momentos de fricção e conflito, de tensão, entre Agostinho Lourenço e Oliveira Salazar. E isso inquietou-me. Como é que um homem está 25 anos à frente da polícia se o poder dele não provém directamente da figura do ditador? Que outros poderes fortes existem na sociedade? Foi isso que me levou a investigar essa pista da Maçonaria.

Senti-me, em muitos casos, a resgatar um pouco à História aqueles episódios que o jornalismo não pôde ou não quis contar

Diz querer desenterrar os “rostos invisíveis por detrás da figura de Salazar”. Que outros rostos são esses?   
Esta primeira série dá rosto a pessoas não só ligadas ao regime, mas também à resistência. A memória do Estado Novo está para nós muito mais próxima dos anos 1960, de Humberto Delgado, das lutas estudantis, da Guerra Colonial, do que propriamente dos anos 1930 e 40. É a estranha injustiça da História, que às vezes avança como nevoeiro, tapando aquilo que a memória vai esquecendo. Não a dos historiadores, obviamente, mas a memória comum, da cultura geral.

Achei extraordinário tentar perceber como foi a organização da resistência entre os militares, à volta de figuras como Jaime Morais, ou o tenente Correia, que mostrei na série como um resistente típico do reviralhismo, alguém que vinha do 5 de Outubro e que termina a sua carreira política quando é preso por ter estado quatro anos clandestino, em casa, já em 1937/8. Ou o Sarmento Medeiros, um ás da aviação, uma figura que estava por aí nos postais, que as pessoas conheciam como hoje conhecem as celebridades do futebol. E que se opôs ao regime, participou em golpes do período reviralhista, esteve fugido, na clandestinidade, foi preso.

Por outro lado, um dos grandes objectivos da série era não deixar que a PIDE fosse apenas um nome. Em muitos livros e em textos dos jornais, a PIDE é uma espécie de entidade abstracta. “A PIDE entra”, “a PIDE chegou”, “a PIDE apareceu”…, sem rostos. É como se todas figuras – dos agentes, dos inspectores, dos directores – e a maneira como fazem parte da nossa sociedade tivessem sido cobertas por um manto de invisibilidade. 

Noutros países que tiveram regimes autoritários coevos as figuras dos seus dirigentes e dos colaboracionistas são amplamente estudadas e escrutinadas…Essa quase amálgama identitária da PIDE é uma singularidade da ditadura portuguesa?
Penso que o caso português é um caso original. Nunca houve processos de colaboracionismo, nem a inquirição política que ainda hoje há em França ou na Alemanha. Obviamente existe um grande estigma em relação à PIDE como entidade abstracta, mas em relação aos nomes concretos, às figuras, isso não aconteceu. Não estou a dizer que devia ter acontecido, mas interessa reflectir por que é que não aconteceu e se deslocou para entidades abstractas ou se centrou na figura de Salazar.

É a estranha injustiça da História, que às vezes avança como nevoeiro, tapando aquilo que a memória vai esquecendo.

Ainda hoje é muito difícil investigar este período. Tive imensas dificuldades para conseguir consultar os ficheiros de identificação de funcionários da polícia política, tive de ir à Assembleia da República para ter autorização. Sendo que durante o Estado Novo eram funcionários públicos – era aliás algo de que se queixavam, porque o seu nome aparecia em Diário da República quando entravam para a PIDE. Chegou a haver casos de eu pedir entrevistas a agentes da PIDE com livros publicados e que não a quiseram dar, argumentando que a família não quis, ou talvez por medo de revelar a alguns dos seus descendentes um passado de que não se orgulhariam.

Não terá a ver com o poder da imagem, e da televisão?
Talvez. Temos muito boa investigação histórica deste período, muito do que foi tratado na série está escrito, apesar de eu ter feito a minha investigação e de haver algumas coisas inéditas. O que falta é a transição, a mediação entre o lado mais profundo, científico, da investigação histórica e o conhecimento do público em geral. Esse conhecimento precisa de operações intermédias: documentários televisivos, filmes, histórias de banda-desenhada...

É essa a importância de tratar este tema com imagens?
Há todo um dispositivo cultural que é preciso para que o conhecimento do público sobre a História não fique apenas por três ou quatro episódios míticos. Falta-lhe um outro patamar de profundidade e nele a questão da visualidade é interessante. Contar uma história sem imagens é sempre mais difícil quando estamos a falar da grande audiência. Hoje é muito difícil conseguir fazer com que este tipo de programas interesse ao grande público, às mesmas massas que vêem as novelas, por exemplo. É mais complicado hoje do que há 20 anos.

Porquê?
Os media foram-se uniformizando muito à volta do mesmo tipo de programas, do espectáculo televisivo. Fomos criando uma cultura do espectador que gosta de imagens impactantes, habituado a um olhar fragmentado, a ser acedido através de soundbytes; e o espectador do documentário é um espectador que está mais próximo do livro. Não tem apenas a ver com o interesse, tem a ver também com uma cultura que há que inverter.

A série não se inserirá também numa outra cultura, própria da fragmentação temática, que criou espaços para produtos mais autorais, de maior fôlego, na ficção ou no documentário?
Existe um hiato muito grande em relação aos públicos mais exigentes, que vão estando também nos canais especializados e que têm a sua oferta. Mas o serviço público de televisão não pode prescindir da grande audiência, não pode deixar que os seus níveis culturais baixem ao nível do sensacionalismo e do espectáculo. Por isso mesmo o investimento neste tipo de programas não pode ser apenas para um público minoritário, tem de haver um esforço para o aproximar de outro tipo de público. Essa tem de ser uma missão do serviço público.

A questão é que estes modelos, que são os da televisão dominante, exigem investimento a longo prazo em pessoas e meios e quando se investe numa determinada linha, não se investe noutra. Um dos grandes problemas de fazer documentários deste género é que não há uma estrutura que agilize a produção para poderem ser mais frequentes, para se poderem fazer até com menos peso orçamental. As televisões nos últimos 20 anos têm investido muito na televisão em directo, nos programas de estúdio, e menos noutro tipo de discurso. Seria errado pensar que é uma simples questão de opção para quem tem de decidir se fazemos mais notícias breves ou mais reportagens longas. Não é assim tão fácil. Infelizmente.

Dois detalhes diferenciadores da série são o de colorir de algumas figuras, tratando as imagens documentais com menos reverência, e o de abrir episódios com Abandono, de Amália. Com que objectivo?
Tive dúvidas sobre se colorir as imagens não iria enfraquecer o lado forte e documental que muitas daquelas fotografias tinham. Mas a série tem como grande base as fotografias e não as imagens filmadas – não havia muitas e são muito caras – e os efeitos para destacar [as figuras nas fotos] são limitados. A técnica [da colorização] é muito utilizada.

Sobre Amália, decidi que não ia buscar demasiados ícones estereotipados daquele período – a não ser que fizessem parte da história. Excepto no Fado do Abandono, que mais tarde se chamou o Fado de Peniche, porque está ligado a um episódio – um dos autores, o músico Alain Oulman, foi preso pela PIDE [o poema é de David Mourão-Ferreira]. A própria Amália e o fado em si representam um pouco a linha que eu queria para a série. Amália foi vista durante muitos anos como uma figura ligada ao antigo regime e que cantou um dos mais belos fados da resistência. Os extremos tocam-se.



As polícias políticas que antecedem a PIDE, criada por Salazar em 1945, são sempre fruto da mesma cultura ou há nuances?
As várias encarnações reflectem as lutas internas do regime. Tinha a ver com quem mandava na altura no regime e como a partir daí controlava a polícia; e esse controlo passava mais vezes por uma mudança semântica do que de conteúdo.

Houve uma mudança de conteúdo importante para o regime quando o primeiro governo de Salazar nomeia Albino dos Reis para ministro do Interior, e ele tenta suavizar as polícias. Tenta fazer uma polícia que saia um pouco da linha que já estava instituída, a PDPS [Polícia de Defesa Politica e Social], que só existe durante seis meses mas que é a única que é dirigida por um civil, o juiz Vieira de Castro. Penso que faz parte da estratégia de Salazar de negociar com as várias facções do regime. Abriu ligeiramente, integrou a direita republicana que era forte, mas logo que conseguiu a aprovação da Constituição do Estado Novo em plebiscito a coisa voltou para trás. Albino dos Reis é substituído por um militar e as duas polícias são revertidas numa outra polícia, com uma outra estrutura que vai ser definidora do regime, a PVDE, mais homogénea, concentrada, com muito mais poderes – de gerir as prisões, a emigração. E com uma tutela muito forte sobre o regime, um braço longo que se estende efectivamente por todo o território e não apenas pelo Porto e Lisboa.

A meio deste projecto, qual acha que é a importância sociocultural da PIDE e da sua cultura, informada pelo relativo desconhecimento sobre os seus actores, para o Portugal actual?   
A cultura do medo e da delação está muito ligada à maneira de fazer política em Portugal. Faz-se muita política sob o tom da ameaça, da superioridade, da imposição. Isso ainda se mantém e teve como consequência também algo que vem dos tempos do Estado Novo: a separação da política e do resto. O povo integrou essa máxima de que a política é algo de perverso, uma forma de desvirtuamento pessoal.


A polícia política aproveitou algo que é estruturante da sociedade portuguesa, a questão clientelar – somos um país de clientelas, de cunhas, de amigos. Este foi um dos grandes trunfos da polícia política, criando uma rede de informadores, que é também uma rede potlach, de troca de favores. Salazar era um mestre do clientelismo e dos favores, de saber negociar. São coisas que ficaram vincadas naqueles anos, e penso que os episódios o mostram, que servem também para ler a nossa sociedade. São linhas de genealogia, talvez com algumas mudanças, mas que se mantêm activas.



PIDE interrogou suspeitos do golpe no próprio dia da revolução, revela insvestigador



A polícia política do Estado Novo (PIDE/DGS) fez detenções e interrogou elementos ligados à revolução de 25 de Abril na madrugada do próprio dia do golpe militar.
"A PIDE/DGS esteve a actuar naquele dia [25 de Abril de 1974] e conseguiu inclusivamente prender pessoas, que não levou para a rua António Maria Cardoso [onde se situava a sua sede], levou-as para o Governo Civil e estava-as a interrogar na altura em que o Salgueiro Maia estava a obter a rendição de Marcelo Caetano", descreve Jacinto Godinho, autor de uma investigação inédita à polícia política, que vai ser transmitida esta sexta-feira na RTP.
Para o investigador da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, tudo o que se passa em torno da PIDE/DGS (Polícia Internacional de Defesa do Estado/Direcção-Geral de Segurança), desde a madrugada do dia 25 até ao dia 26 de Abril de 1974 são acontecimentos "determinantes" e que definem o Movimento das Forças Armadas, "as hesitações" e as primeiras "lutas intestinas" que começaram de imediato após o golpe militar.
De acordo com Jacinto Godinho, a PIDE/DGS não sabia o plano de operações dos militares revoltosos, "que era muito vasto", mas tinha a informação de que alguma coisa estava a acontecer. "A PIDE não iria impedir o golpe por duas razões: em primeiro lugar porque um golpe de militares é impedido por militares, e em segundo lugar era estratégia da polícia política, desde o golpe de Beja [1 de Janeiro de 1962], que os golpes saíssem às ruas para depois prenderem os responsáveis", explica Jacinto Godinho.
O que a polícia política fazia em relação aos civis eram prisões preventivas por suspeita de envolvimento em organizações clandestinas, mas em relação às Forças Armadas o comportamento era distinto. Normalmente, era necessário que os militares revoltosos que estivessem envolvidos em alguma conspiração fossem demitidos da hierarquia militar e só depois é que a polícia os podia prender, uma regra que apenas teve excepção no Golpe das Caldas, a 16 de Março de 1974.
"Em relação ao 25 de Abril a estratégia era deixar sair, esperar que as forças leais ao governo actuassem. Eles estavam convencidos de que depois da prisão daqueles que eram os elementos mais importantes - ou seja, depois da prisão de Almeida Bruno e Manuel Monge a seguir ao 16 de Março e depois do exílio de Melo Antunes e de Vasco Lourenço - qualquer movimento não teria gente para o liderar", diz Jacinto Godinho.
A investigação do jornalista refere que a PIDE tinha de proteger as instituições do regime em caso de golpe de Estado, assim como garantir a segurança do presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, e do Presidente da República, Américo Tomás. "O que é curioso é que nós não sabemos bem a partir de quando é que a acção da polícia acabou. Se foi, ou não, por acção dos generais", afirma Godinho, destacando a vontade declarada de Costa Gomes e de Spínola em manter a polícia política.
"Mais tarde, os disparos efectuados pela PIDE na sede em Lisboa são determinantes no que diz respeito a decisões sobre o próprio futuro da instituição", diz Godinho sobre o ataque dos agentes da PIDE contra a população e que fez quatro mortos e 45 feridos. "A única coisa que sabemos é que a PIDE foi a última instituição do regime a render-se e que se preparou para se defender com unhas e dentes", disse Jacinto Godinho destacando o papel da população das cidades de Lisboa e Porto no envolvimento espontâneo contra a polícia política.
"A primeira coisa que [a] atacou foram as instituições que mais odiava: a censura e a polícia política e deu o corpo ao manifesto. Alguns destacamentos populares investiram contra a instituição que mais odiava. Isso aconteceu no Porto, de forma surpreendente, e, com surpresa, em Lisboa", conclui Jacinto Godinho. A investigação que inclui as informações sobre a actividade da PIDE no próprio dia 25 de Abril vai ser transmitida sexta-feira, às 22h na RTP-Informação.

Para a PIDE o regime não caía, apenas mudava de mãos

Documentário da RTP vai mostrar os últimos dias da polícia política e contar as histórias das vítimas dos seus disparos na Rua António Maria Cardoso no 25 de Abril – houve cinco mortos e 45 feridos.

Martins Guerreiro 

“A PIDE achava que o regime dirigido pelos generais António de Spínola e Costa Gomes iria precisar de um serviço de informações, e eles haveriam de continuar.” Martins Guerreiro, almirante, oficial do Movimento das Forças Armadas (MFA), relembra a diferença de expectativas que conduziu ao primeiro embate entre António de Spínola e o MFA. A primeira divergência entre os spinolistas e os outros oficiais levou à saída de Spínola em 30 de Setembro de 1974 da Junta de Salvação Nacional e conduziu à tentativa de golpe do 11 de Março de 1975.
A história explica a divergência: a revolução do 25 de Abril “não foi planeada”, como prova não ter sido previamente definido o futuro do principal sustentáculo da ditadura que era a sua polícia política. Em Os Últimos Dias da PIDE, documentário do jornalista Jacinto Godinho, que a RTP vai transmitir brevemente, o autor procura uma versão diferente da narrativa histórica mais conhecida dos últimos 40 anos.
O almirante Martins Guerreiro foi um dos “capitães de Abril” que esteve na génese da preparação do golpe de Estado. A série televisiva, exibida no sábado, em antestreia no Algarve, relembra que a revolução não foi só de cravos – também teve mortos e sangue na rua.
Antigo membro do Conselho da Revolução, Martins Guerreiro, algarvio, vive hoje na casa de família da zona do barrocal do concelho de São Brás de Alportel, que define como o seu “porto de abrigo” onde diz encontrar o sossego para trabalhar a sua intervenção cívica. Pertence há 32 anos aos órgãos dirigentes da Amnistia Internacional. “No 25 de Abril”, recorda, estava incumbido de escolher a “melhor oportunidade para divulgar à imprensa o programa do MFA”. A estratégia comunicacional fazia parte do plano operacional, mas as diferenças entre os três ramos das Forças Armadas e a velocidade a que a revolução se fazia furaram os planos.
Os relatos sobre a chamada “revolução dos cravos” não podem esquecer a pressão das manifestações e concentrações populares espontâneas, não previstas portanto no plano de operações concebido por Otelo Saraiva de Carvalho que se saldou em cinco mortos e 45 feridos na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, junto à sede da PIDE/DGS, na tarde de 25 de Abril de 1974.
Jacinto Godinho explica que os repórteres de imagem convergiram para os dois locais que se tornaram os palcos mediáticos da revolução – Terreiro do Paço e Largo do Carmo. No primeiro recinto, os tanques de Santarém levaram à desmobilização dos blindados da Escola Prática de Infantaria, um dos poucos sustentáculos organizados da defesa da ditadura, e levantaram canhões em direcção aos vasos de guerra da Marinha fundeados no Tejo que só mais tarde aderiram à rebelião.
No Carmo, depois de um cerco de muitas horas, houve a simbólica mudança de poder: de Marcello Caetano, sitiado no Quartel da Guarda Nacional Republicana, para o general António de Spínola. “Para que o poder não caísse na rua”, justificou o antigo presidente do Conselho.
Com o contributo de uma investigação da historiadora Luísa Tiago Oliveira, que tem estudado o papel da Marinha na revolução, o jornalista da RTP lembra outros acontecimentos decisivos para a revolução.
PIDE em posição estratégica
Martins Guerreiro, um dos oficiais que desde 1970 conspirava contra o regime, que não aparece no documentário mas que visionou o trabalho, revela ao PÚBLICO: “Podia ter ocorrido um morticínio na António Maria Cardoso [sede da PIDE].” Jacinto Godinho afirma que os agentes da PIDE, “quando se renderam aos revoltosos, entregaram-se ao general Spínola, porque, para eles, o regime não caía, apenas mudava de mãos”.
A série documental, a transmitir pela RTP a 25 de Abril, resultado de uma investigação de sete anos à PIDE, em Portugal e nas antigas colónias, procura mostrar que a revolução não foi planeada a regra e esquadro. Foi influenciada por imponderáveis, como a adesão popular à queda da ditadura, logo no dia 25 de Abril, de que o cerco à sede da polícia política é um dos primeiros episódios.
As imagens recolhidas confirmam as duas tentativas de ocupação da sede da PIDE/DGS pelos fuzileiros e as manifestações populares que terminaram com cinco mortos e 45 feridos. “Naquela rua, a revolução não foi de cravos. O vermelho era mesmo do sangue que escorreu nas ruas e da muita violência exercida pela polícia política”, diz Jacinto Godinho. “Estas cenas não ficaram praticamente registadas em filmes e fotos.” Martins Guerreiro explica que os agentes da PIDE, bem armados e colocados em posições estratégicas no edifício da António Maria Cardoso, eram em número muito superior aos militares.
Então primeiro-tenente da Marinha, Martins Guerreiro relata ao PÚBLICO os “jogos de poder” que se desenrolavam enquanto Salgueiro Maia desafiava o poder do antigo regime. Os cerca de 70 homens do destacamento de fuzileiros, que iriam embarcar para Moçambique na semana seguinte, tinham nesse dia como missão obter a rendição da PIDE. Por isso, observa, embora nas imagens apareçam com cartucheiras, estão vestidos com a farda azul de cerimónia e não com o tradicional camuflado, a indumentária de combate. Embora cercada, a polícia política tinha uma posição de vantagem estratégica que a levou a disparar sobre as centenas de populares.  
Martins Guerreiro, à paisana, encontrava-se entre a população que exigia a rendição da PIDE. “Era eu que fazia a ligação política às forças da Marinha que fossem para o terreno”, explica. Depois é o momento do volte-face na transição do poder para a Junta de Salvação Nacional: “O general Spínola decidiu cortar dois pontos fundamentais do programa – extinção imediata da PIDE/DGS e o claro reconhecimento à autodeterminação dos povos dos territórios ultramarinos.”
O problema do Exército, conta, é que eles “não tiveram ninguém que fizesse a síntese entre as partes – operacional, política e cooperativa”. Na Marinha, diz, quem desempenhou esse papel foi Pinheiro de Azevedo. “Um dia vou escrever sobre isso”, anuncia. 
Mais de 500 mortos nas colónias
Dos vários “jogos de poder” que ocorreram no período revolucionário, destaca que as modificações introduzidas no programa do MFA pelo general Spínola viriam a custar a morte a centenas de soldados nas antigas colónias. “Os movimentos de libertação sabiam quem era Spínola e, a partir da altura em que não há o reconhecimento imediato à autonomia administrativa das populações autóctones, decidiram intensificar a guerrilha para se colocarem em melhor posição negocial”, relata.
Distantes de Lisboa, mas sabendo que o regime de Caetano tinha caído, “os soldados portugueses não tinham vontade de ir para o mato combater”. No entanto, as ordens para os combates pararem não chegavam. Por causa desse tempo de incerteza sobre o futuro das então colónias, as mortes também não pararam: “tombaram 400” nos meses seguintes, segundo as contas de Martins Guerreiro. Em A Guerra Colonial, os historiadores militares Aniceto Simões e Carlos Matos Gomes contabilizaram 504 baixas até às independências. Mortes em combate, devido a acidentes com armas de fogo e de viação e por outras causas.
“Spínola pretendia uma relação neocolonial”, sintetiza Martins Guerreiro. Lembra que o general “chegou a nomear para chefe da PIDE, em substituição do major Silva Pais, o inspector Coelho Dias, que acabaria, devido à pressão do MFA, por não chegar a tomar posse”.
Em relação a Otelo Saraiva de Carvalho manifesta simpatia: “Do ponto de vista humano, é um ser excepcional, simpático – gosta do show-off, é um actor.” “Politicamente, às vezes, divergimos, mas depois ele também nunca se ofende.” De resto, acrescenta, “os militares não dão facadas nas costas uns dos outros, o que os políticos não entendem”.

Tiros da sacada
Na série da RTP, há imagens dos últimos minutos de vida dos manifestantes atingidos pelas rajadas disparadas pela PIDE e são identificados os feridos. Relembram-se, assim, protagonistas caídos no esquecimento. “O resultado final só foi possível devido aos recentes processos de digitalização no arquivo audiovisual da RTP, tanto de televisão como de rádio, bem como o recurso ao espólio digitalizado dos fotógrafos que se destacaram neste período”, refere Jacinto Godinho. A reportagem cruzou testemunhos de protagonistas, imagens e documentos recolhidos por historiadores. 
A 25 de Abril de 1974, Octávio Seruca foi um dos populares que se manifestavam na Rua António Maria Cardoso e que foi atingido pelos disparos da PIDE. Depois de observar António Spínola a sair do Peugeot preto, no Largo do Carmo, foi “ver o que se passava” na sede da PIDE. “A malta gritava: 'Abaixo o fascismo'”, diz.
No momento em que foi alvejado “estava de conversa com umas pessoas, com uma moça que não conhecia”. De repente, abre-se a porta da sacada do 1º andar. “Aparecem dois agentes, disparam à queima-roupa. Encontrava-me mesmo em frente. Pensei que ia morrer”, relata. A bala passou de raspão, e só ao fim de algum tempo deu conta que tinha "a camisa toda ensopada em sangue”. A cicatriz, do lado direito da barriga, permanece. A rapariga que se encontrava a seu lado teve pior sorte: “Começou logo a jorrar sangue, ficou em estado bastante crítico.”
Seruca, engenheiro reformado e antigo director-geral do Ambiente, nunca soube o nome da jovem alvejada. Só sabe que se salvou depois de ter estado internada no Hospital Curry Cabral.

Vítimas do Estado Novo não querem que permaneçam símbolos da ditadura em Portugal



Estudo do Instituto de Ciências Sociais conclui que não foi aplicada justiça aos funcionários da PIDE/DGS responsáveis pela repressão durante o antigo regime.





Nem um museu sobre António Oliveira Salazar em Santa Comba Dão nem uma ponte sobre o Tejo chamada Salazar – as vítimas do Estado Novo consideram que não devem permanecer símbolos da ditadura em Portugal, conclui um estudo realizado por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O inquérito procura saber o que pensam as vítimas da ditadura, 90 anos depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que pôs termo à Primeira República e deu início ao antigo regime.

O inquérito Memória da Oposição e Resistência ao Estado Novoquestionou, em Março e Abril deste ano, 131 pessoas entre os 50 e os 91 anos que, por motivos político-ideológicos, foram alvo de prisão ou detenção, exílio, clandestinidade, afastamento da função pública, expulsão do sistema de ensino, e foram desertores ou refractários. De acordo com as autoras, Filipa Raimundo, Sofia Serra da Silva e Joana Morais, a média de idades destes inquiridos corresponde a 70 anos e quase 80% são homens.

Sobre a construção do museu, 51% dizem que não devia ser permitida, 23% são a favor, e 26% não optam por qualquer posição. Mas na questão da mudança de nome da Ponte Salazar para Ponte 25 de Abril a opinião é muito mais expressiva: 84% concordam e apenas 5% discordam. “Há uma tendência em Portugal para rejeitar a permanência de alguns símbolos ligados ao Estado Novo”, disse ao PÚBLICO Filipa Raimundo, coordenadora do estudo.

“Salazar não alimentou uma imagem muito carismática com símbolos, e com a ruptura de 1974 os poucos existentes foram eliminados.” Depois do 25 de Abril “permaneceram duas estátuas de Salazar mas uma acabou bombardeada [colocada em frente ao tribunal, em Santa Comba Dão, foi decapitada em 1975 e desfeita em 1978] e outra desapareceu [estava no pátio interior do Palácio Foz, em Lisboa, então sede do SNI – Secretariado Nacional de Informação]”. Pelo contrário, por exemplo, “em Moscovo, as estátuas de Estaline e Lenine foram retiradas de outros locais e concentradas num jardim em Moscovo; em Espanha a estátua equestre de Franco de Santander só foi retirada em 2008”, realça a investigadora do ICS-UL.

Filipa Raimundo, que há anos faz investigação académica sobre “a forma como a democracia portuguesa ajustou contas com o passado”, cruzou alguns dados deste inquérito com um outro do ICS, em 2014, também sobre o Estado Novo e a transição para a democracia, e chegou à conclusão de que há uma notória diferença entre a avaliação dos ex-membros da oposição e resistência e a da população em geral acerca do antigo regime. 94% das vítimas do Estado Novo dizem que este teve mais coisas negativas do que positivas enquanto a população em geral tem uma posição ambígua: 47,2% faz uma avaliação negativa, 31,5% diz que foi tão positivo como negativo e 21,2% tem uma impressão mais positiva que negativa. Apenas 1,8% das vítimas admitem que o antigo regime foi mais positivo que negativo. A análise etária das respostas da população em geral permite perceber que são as faixas nos extremos que têm uma avaliação mais positiva do Estado Novo – os mais velhos porque foram socializados nas décadas antes da guerra colonial, e os mais novos porque não tiveram qualquer contacto com a realidade do antigo regime.

Falta de reconhecimento

O inquérito também procurou saber se as medidas de reparação e de reconhecimento pela resistência ao Estado Novo decididas pelos sucessivos governos desde 1974 foram eficazes e suficientes. Entre elas contam-se as amnistias para quem fugiu do país para escapar ao serviço militar,os refractários, a possibilidade de reintegração a quem fora afastado da função pública ou das Forças Armadas por motivos político-ideológicos, a criação de uma pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia – a mesma envolvida em polémica quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusou atribuí-la a Salgueiro Maia mas nos anos 90 foi dada a dois agentes da antiga PIDE -, de subvenções mensais vitalícias por trabalhos forçados no Tarrafal e por participação na revolta de 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande. Apesar disso, cerca de 72% dos inquiridos consideram que as vítimas “ainda não obtiveram o reconhecimento que merecem”.

www.publico.pt
19
Ago16

Câmara de Odemira disposta a ajudar Governo a pagar obras na ligação ao Algarve

António Garrochinho

A Câmara de Odemira está disposta a ajudar o Governo a financiar as obras na EN266 (Luzianes Gare – Porto de Lagos), que liga o concelho ao Algarve. A falta de garantias do Governo para arranjar uma solução antes de 2018 levou o presidente da Câmara de Odemira a propor uma programa de partilha de recursos, «inclusivamente financeiros», para resolver o problema.

José Alberto Guerreiro revelou que a Câmara propôs «ao Ministro Adjunto que transmitisse ao Governo que estamos dispostos a estabelecer um programa de partilha de recursos, inclusivamente financeiros, para resolver o problema das acessibilidades do concelho de Odemira».



Apesar de o problema se estender a outras ligações, o mau estado do piso da EN266 é uma das maiores preocupações: «a EN266, que liga Luzianes Gare ao interior norte do Algarve, é uma via fundamental para a atividade do nosso interior. As populações de Luzianes, São Martinho ou Santa Clara utilizam-na porque não têm outra alternativa. A juntar a isto, há a questão da ferrovia e o abandono a que fomos votados, por quem dirige, e nos deixou sem comboio regional».

José Alberto Guerreiro acrescenta que «as pessoas ficaram privadas de comboio e agora também de circular na rodovia, que está em péssimas condições. Já tive duas reuniões com o secretário de Estado das Infraestruturas [Guilherme W. Oliveira Martins] que diz que lamenta a situação, mas dá-me muito poucas esperanças para 2016, para 2017 também não são certezas, e aponta alguns caminhos para 2018».

Ora, sublinha o autarca, «isso é inaceitável, porque a intervenção é urgente. Por isso, temos de fazer um esforço e e mostrámos disponibilidade para uma parceria. Melhor que isto já não sei, qualquer dia teremos de ser nós a ir tapar os buracos nas estradas nacionais».




Segundo o edil odemirense, «quem percorre a EN266 facilmente encontra motivos para alarme. Não se pode, numa estrada nacional daquela importância, assinalar “Piso em Mau Estado” e a questão está resolvida. Exigimos responsabilidades a quem permitiu que lá passassem cargas excessivas, que é o que acontece todos os dias. É uma estrada importante para as pessoas e também para atividade económica a EN266 é essencial».

José Alberto Guerreiro reforça que «temos que juntar esforços. O que o Município está a dizer é que estamos disponíveis para ajudar a resolver estes problemas. Não sei se já aconteceu a nível nacional que a solidariedade fosse de baixo para cima».

Além da EN266, há outras estradas nacionais em mau estado no concelho e a proposta da autarquia é extensível a estas. «Também há a EN120, entre Odemira e São Luís, que liga ao Hospital do Litoral Alentejano e tem uma situação dramática, enquanto a EN389, que sai do Cercal, passa por Colos e faz a ligação Sines-Algarve, está deplorável. Alguma coisa tem de ser feita e espero encontrar soluções o mais rapidamente possível», concluiu José Alberto Guerreiro.

www.sulinformacao.pt


19
Ago16

Fogo que arde e se vê

António Garrochinho




Chegou tarde, mas chegou em força, a temporada de incêndios. Como sempre, nesta altura, há especialistas em incêndios nos sete canais.

Todos têm teorias sobre o que já devia ter sido feito, o que não se fez e o que não deviam ter desfeito. Chegando o fresco Setembro, já nunca mais ninguém pensa nisto. Depois, passam uns meses e vêm os especialistas nas cheias em Albufeira e Santarém, e o ano termina com a falta de limpa-neves na serra da Estrela (que tem a única estância de esqui do mundo que, quando neva, fecha). Já todos sabemos que, depois, fica tudo na mesma. A única medida para ajudar na prevenção dos incêndios em 2017 era aumentar o tamanho dos baldes das esfregonas, porque acaba sempre por ser o popular com o balde a lutar com o incêndio.

Confesso que pouco percebo do tema. Em criança, peguei fogo a umas dezenas de coisas, mas metade foi sem querer. A partir do momento em que tomei conhecimento que um tipo vai à caça e invade o terreno privado de outro, e está à vontade, mas que se for alguém da câmara limpar o mato, é invasão de propriedade, desisti de perceber do assunto. É demasiado complexo. Diria que os tipos da câmara que vão fazer as limpezas deviam levar mais caçadeiras do que ancinhos.

Pelo que vi, em termos de material, sinto que fazem falta mais “meios aéreos”. É uma pena o arpão não disparar mísseis de água. Fez-me confusão ver que na Madeira aquilo ardia tudo e nem uma avioneta com uma mangueira. E quando vi a notícia: “Marrocos envia aviões para Portugal”, estranhei que não aparecesse o discurso do “cuidado que podem vir extremistas islâmicos misturados com bombeiros”.

Na verdade, Portugal acabou a ser ajudado pelos russos e pelos marroquinos, nossos parceiros na União Europeia. Não sejamos injustos, há uma explicação. A UE justificou a ajuda limitada a Portugal com falta de disponibilidade de meios devido aos incêndios registados em vários Estados-membros, e ao gato do Schäuble, que não queria descer de uma árvore.

Pior do que a prevenção de incêndios, só a cobertura jornalística dos mesmos. O jornalista está convencido de que é melhor jornalista quanto mais perto estiver do fogo. Se estiver com dificuldades em respirar, melhor ainda. Mas não ajuda no combate, isso, nem pensar. Entrevista um senhor que está a lutar pela vida, com um ramo contra uma labareda, mas não intervém. Limita-se a perguntar – vocês correm o risco de ficar sem nada? – Sim, se o senhor não se chegar para o lado ou não for buscar um balde.

Depois, há os senhores jornalistas que, perante pessoas em choro e desespero, a quem tudo ardeu, perguntam sempre o mesmo: “É uma situação que nunca tinha vivido

– A minha casa ardeu, fiquei sem nada, não sei do meu filho…

– É uma situação que nunca tinha vivido?

– Não, ainda na semana passada lutei com uma lula gigante.

Evitem. É só estúpido.


 João Quadros

Jornal de Negócios

19
Ago16

19 de Agosto é o Dia Internacional do Orangotango

António Garrochinho


Existem duas espécies de orangotangos. A de Bornéu (Pongo pygmaeus), considerada ameaçada pela IUCN e a de Sumatra (Pongo abelii), criticamente ameaçada - Foto: Сергей Урядников/iStock/Thinkstock
Existem duas espécies de orangotangos. A de Bornéu (Pongo pygmaeus), considerada ameaçada pela IUCN e a de Sumatra (Pongo abelii), criticamente ameaçada – Foto: Сергей Урядников/iStock/Thinkstock
 19 de agosto é o Dia Internacional do Orangotango. A data foi criada com objetivo de proteger e expandir o habitat do primata e obter apoio para a conservação das duas espécies de orangotangos encontradas no planeta.
A palavra orangotango significa pessoa da floresta. Esses primatas alaranjados de pelo comprido, achados somente em Sumatra e Bornéu, são extremamente inteligentes e precisam aprender processos complexos para sobreviver. Eles são os maiores mamíferos arborícolas do mundo. Possuem braços extremamente longos (a envergadura dos machos podem chegar a 2 metros), necessários para alcançar os galhos das árvores, onde passam a maior parte do tempo. Eles até constroem ninhos para dormir nas alturas e usam folhas como guarda-chuva para se manterem secos durante temporais.
É a única espécie de primata que possui dois tipos diferentes de machos. Os machos com discos faciais são duas vezes maiores, possuem um manto de pelos escuros nas costas, um saco na garganta usado para vocalização e são muito agressivos com outros machos. Os machos sem discos faciais são do tamanho das fêmeas e não emitem vocalizações territoriais. Os dois tipos acasalam com as fêmeas.
A transformação de um macho sem discos faciais para um macho com discos faciais pode acontecer a qualquer momento, isso depende de aspectos da estrutura social dos orangotangos que não é completamente compreendida.
Filhote e mãe possuem uma ligação extremamente forte - Foto: USO/iStock/Thinkstock
Filhote e mãe possuem uma ligação extremamente forte – Foto: USO/iStock/Thinkstock


vivimetaliun.wordpress.com
19
Ago16

Sismo de 4,1 na escala de Richter ao largo de Peniche sentido em Lisboa

António Garrochinho

Capital tremeu por segundos com abalo. Epicentro a cerca de 80 quilómetros de Peniche

Um sismo de 4,1 foi registado esta sexta-feira a cerca de 80 quilómetros de Peniche, tendo sido sentido em várias zonas de Lisboa, sem causar danos pessoais ou materiais.

Em comunicado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera refere que o sismo ocorreu às 12:44 e que o epicentro se localizou a cerca de 80 quilómetros a oeste de Peniche.

Nesta declaração, o IPMA refere que não houve informação de que o sismo tenha sido sentido, mas ao DN chegaram relatos de que o tremor de terra foi sentido em várias zonas de Peniche e de Lisboa, nomeadamente Campo de Ourique e Marquês de Pombal, no que diz respeito à capital.
Imagem do Instituto Português do Mar e da Atmosfera mostra epicentro do sismo  |  IPMA



O IPMA explica ainda que o abalo "foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) na região de Mafra e em Lisboa".

Testemunhas ouvidas pela Lusa deram conta de que sentiram o abalo em diferentes locais dos distritos de Lisboa e Leiria.

Em declarações à Lusa, o especialista Jorge Cruz, do IPMA, explicou que "é normal acontecerem estes fenómenos de vez em quando", que decorrem "do movimento da crosta [terrestre]".

Salientando que este "foi um evento só sentido pela população, que não causou danos", o especialista admitiu a ocorrência de réplicas, que serão, contudo, "de intensidade menor".

A escala de Richter, que mede a magnitude dos sismos, vai até ao valor 10. Um abalo de 4,1 é considerado ligeiro, de acordo com esta escala.

A escala de Mercalli, que avalia a intensidade, vai até XII.

O Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria informou, pouco depois das 13:00, não ter recebido qualquer comunicação.


www.dn.pt
19
Ago16

Conheça 9 animais com dentes muito medonhos

António Garrochinho


Você provavelmente tem medo de alguns animais, certo? Até porque muitos deles são conhecidos por serem bastante perigosos. Quando o assunto é o que causa pânico, são considerados alguns fatores como as garras e presas de alguns bichinhos e bichões que habitam o nosso planeta. 
1 – Babirusa
Esse gigante nada simpático é nativo da Indonésia e costuma utilizar esses dentes imensos para atacar, já que, como se não bastassem essas presas à mostra, o danado possui dentes no interior da boca, meio vampirescos. Melhor não chegar muito perto.

2 – Veado-dente-de-sabre
Não, não existem apenas tigres com esse tipo de dentição. Esses veados são nativos da Eurásia e costumam usar os dentes imensos na luta contra machos da mesma espécie. Coitado de quem comprar briga...

3 – Cachorra
Não é história de pescador! Esse peixe, conhecido como cachorra ou payara, existe mesmo, tem esses enormes dentes – que medem até 10 cm e permanecem escondidos, dentro da boca – e mede mais de 1 metro. Ele é encontrado na Amazônia e seu método de ataque consiste em perfurar os órgãos de suas vítimas antes de engoli-las por inteiro.

4 – Merganso-grande
Cuidado ao alimentar as simpáticas aves que encontrar em alguns rios da Eurásia, dos EUA e do Canadá, pois esse animal mora nesses lugares e, com seus 150 microdentes afiados, é capaz de cortar diversos bichos ao meio, como se estivesse com um facão.

5 – Tubarão-motosserra
Esse animal gigante de 6 metros de comprimento já está extinto, mas costumava representar perigo nas profundezas do oceano, já que sua dentição fazia picadinho de suas vítimas rapidamente.

6 – Narval
Talvez você precise observar essa imagem com mais calma para entender que estamos falando de uma baleia, também conhecida como unicórnio do mar. O bicho é considerado pequeno diante de outras baleias, medindo “apenas” 4 metros. Essa espécie de chifre é, na verdade, um dente canino superdesenvolvido que se estende até a testa do bicho. O dente serve para ajudar na caça e também quebrar geleiras.

7 – Babuíno
Este macaco não muito simpático é o maior da espécie, chegando a pesar 36 kg, isso, claro, sem contar o fato de que seus caninos chegam a medir 5 cm de comprimento – maiores do que os dentes de leões adultos. Apesar da dentição assustadora, eles não costumam atacar, exceto quando disputam fêmeas com outros machos.

8 – Hipopótamo
Considerados o terceiro maior animal terrestre, o hipopótamo pode medir mais de 5 metros e pesar o equivalente a 4 toneladas! Considerando esse tamanho todo, é normal que ele tenha os maiores caninos entre os animais da Terra, ou você conhece algum outro bicho gigante como esse com caninos de 40 cm? Para você ter uma ideia, esse tipo de animal tem a capacidade de matar duas pessoas de uma vez só, com uma única e poderosa abocanhada.

9 – Balistoides viridescens
Esse peixinho aparentemente simpático é conhecido por seus grandes ataques – inclusive a mergulhadores. Podendo medir até 60 cm, os parentes dos peixes-porcos têm dentes semelhantes aos dentes humanos e os usam para esmagar rochas de corais.


Fonte: megacurioso.com.br

19
Ago16

HABITAÇÕES ANCIÃS

António Garrochinho
Na lista abaixo você irá encontrar exemplos de casas anciãs em todo mundo que foram construídas com as próprias mãos, utilizando apenas materiais disponíveis localmente.
 
Mesmo que uma construção desse tipo tenha execução difícil nos dias atuais, as ideias são uteis para inspiração e para maior conhecimento da forma como as antigas comunidades viviam em harmonia com o ambiente.
 
Tipi
Tipis são as tendas que serviam como moradia para os índios nativos das planícies da América do norte. As tendas eram feitas com uma estrutura de madeira em forma de cone com uma cobertura de pele de búfalo. Originalmente tinham um pé direito de 12 metros de altura.
 
 
Lavvu
Lavvu é uma tenda semelhante a uma Tipi mas tem um desenho mais horizontal e mais estável a ventos fortes. É um abrigo temporário utilizado pelo povo Sami que habitava as planícies no norte da Escandinávia. Era construída com postes de madeira cobertos por pele de rena.
 
 
Oca
A Oca é o modelo de casa utilizado pelos índios no Brasil. Destinadas a durar cerca de 5 anos, as ocas são erguidas com varas e cobertas por palhas e folhas.
 
 
Hogan
O Hogan é o modelo de abrigo tradicional do povo Navajo da América do norte. Pode ser redondo, em forma de cone ou quadrado, com paredes e teto de pedra ou madeira revestida com terra.
 
 
Burdei
Os Burdeis datam mais de 6.000 anos e são o modelo de construção nativo das comunidades que viviam nas montanhas e estepes do leste europeu. São compostas por madeira, barro e grama e ficam abaixo do nível do solo.
 
 
Clochán
Clochán é uma cabana em formato redondo feita com pedras secas justa e sobrepostas encontrada comumente na costa ocidental da Irlanda. As pedras são empilhadas sem qualquer tipo de argamassa deixando as peças independentes. Alguns clocháns possuem telhados de palha e parede com espessura de até 1 metro e meio.
 
 
Pueblo
Puelbos são construções complexas feitas em adobe pelos índios Pueblos norte americanos. As casas formam um grande complexo modular capaz de abrigar tribos inteiras.
 
 
Iglu
Um pouco mais conhecidos por nós, o Iglu, conhecido como casa de neve é o modelo de habitação dos esquimós. As comunidades que habitam as zonas de frio extremo tais como o Alasca e o Ártico constroem os Iglus utilizando blocos maciços de gelo arrancados do chão e dispostos de forma espiral ascendente.
 
 
Yurt
Yurts são abrigos utilizados pelos nômades que viviam nos estepes na Ásia Central por pelo menos 3.000 anos. Os Yuts tradicionais são feitos com uma estrutura circular de madeira com uma cobertura de couro. A construção completa leva cerca de duas horas.
 
 
Log
Algumas das primeiras cabanas Log foram construídas no Norte da Europa, principalmente na Escandinávia e do lado oriental europeu há milhares de anos. São construídas com entalhes de madeira maciça sobrepostas e cobertas com vegetação. O modelo de cabana pode ser erguido em poucos dias por uma família mas pode durar por centenas de anos resistindo a intempéries.
 
Imagens: Wikipedia / Lloydkahn / Northern Bushcraft / Mother Earth News / Revista Ecoturismo / Autarka

arquiteturadovale.com
19
Ago16

São memórias emprestadas, que eu sinceramente espero que não se repitam.

António Garrochinho



De tempos a tempos na CUF havia balões.
Não daqueles coloridos e festivos, os balões neste caso eram grupos de trabalhadores despedidos, dispensados, temporariamente até a fabrica decidir que precisa deles outra vez.
Sempre que acontecia um balão, sabia-se que a miséria iria ainda ser maior.
Para além dos sapatos herdados de pais para filhos, onde percorriam toda a escala do mais velho ao mais novo até não terem forma, além das noites cortadas pelo frio dos cobertores insuficientes, para além da roupa virada no ritual de descoser um fato tornar a cozer tudo pelas mesmas costuras, mas com o tecido virado do avesso, onde estaria menos gasto, para além de tudo isso, haveria fome, mais fome do que o habitual, porque ela estava sempre presente nas refeições eternamente insuficientes.

Deixava de existir a féria, exígua, para abater no rol da mercearia, para adquirir o pão, a posta de bacalhau, o naco de toucinho para a sopa…
Passado uns dias ou semanas, o desespero tomava conta das pessoas atingidas pelo “balão”, começava a circular que nessa noite se fariam os assaltos.
Os assaltos eram simples, grupos famintos entravam durante a noite nas mercearias e roubavam. Roubavam: grão, feijão, bacalhau, farinha, toucinho, roubavam comida, repito roubavam comida.
Os lojistas balançam entre duas atitudes, os que tentavam em vão conter aquela onda de desespero e os que pelo contrário estavam lá e abriam as portas.
A segunda atitude costumava ser a mais inteligente, para além de ser tudo feito com calma, sem estragar nada, era acompanhado com um sussurro de agradecimento e um pagamento à posteriori quando voltavam a ter trabalho.
Não assisti a isso, ainda bem, escutei esta história contada muitas vezes pela minha avó, pela memória infantil dos meus pais e tias.
São memórias emprestadas, que eu sinceramente espero que não se repitam. 
19
Ago16

Poluição Nos Rios Sagrados

António Garrochinho



Sempre que paramos para ler sobre a história antiga, sempre vamos encontrar locais que foram importantes para esses acontecimentos. A curiosidade muitas vezes é aguçada e queremos conhecer de perto cada um desses lugares. Podemos citar as pirâmides do Egito, por exemplo, que ainda podem ser visitadas por qualquer turista.
Poluição Nos Rios Sagrados
Poluição Nos Rios Sagrados
Mas e quando esses locais encontram-se extremamente sem preservação? A ação do homem fez com que heranças religiosas fossem destruídas ao redor do mundo inteiro.  Isso anda acontecendo com muita frequência e aqui vamos conhecer um pouco mais sobre alguns exemplos específicos. No caso dessa nossa conversa, vamos conhecer a situação precária de alguns rios sagrados que andam muito poluídos e sem receberem atenção alguma dos governos locais. Você vai saber um pouco mais sobre a história de cada um e o que anda acontecendo por lá.

Rio Jordão

Cristão ou não, você com certeza conhece a história de Jesus Cristo que foi contada na Bíblia e reproduzida em diversos filmes e livros não considerados de importância sagrada. Na história, o Rio Jordão foi citado como o rio onde Jesus foi batizado por João Batista e devido essa importância religiosa, diversos peregrinos passaram a visitar o local em busca de serem batizados pelas mesmas águas que benzeram o seu maior representante de Deus.
O rio Jordão está localizado em Yardenit, cidade que fica localizada ao norte de Israel, na chamada Terra Santa pelos cristãos. Anualmente são cerca de 100 mil turistas que viajam para o local em busca de conhecer ao vivo, os locais por onde passou seu salvador e seus discípulos há muitos anos. Acontece que a herança deixada por essas pessoas não vem sendo nada benéfica para a sociedade, pois a poluição desse rio vem ameaçando a sua existência e consequentemente, o turismo para a região.
Rio Jordão
Rio Jordão
As condições encontradas hoje no Jordão não são nada agradáveis, chegando até a estarem proibidos os batismos nas águas do rio. Isso aconteceu porque o Rio Jordão tornou-se um fluxo para esgotos e detritos industriais. O nível de poluição do local anda tão drástico que chegou ao ponto de existir a intervenção do Ministério da Saúde de Israel para proibir totalmente o acesso às águas desse local e você poderá encontrar diversas placas na extensão do rio informando os riscos que existem ao molhar-se com essas águas.
O Jordão, além do Cristianismo, é tido como rio de águas sagradas também pela Torá e pelo Alcorão, o que fez com que a poluição aumentasse ainda mais, já que a divergência religiosa dava importância diferente à essas águas e consequentemente, os resíduos depositados também ajudaram nessa sujeira toda encontrada por lá.
Com receio então de que o Rio Jordão desapareça por total, membros religiosos israelenses, palestinos e jordanianos criaram a Friends of the Earth Middle East (FoEME)e apelam para todos os governos, meios viáveis de ajudar na despoluição do Jordão.

VÍDEO

Rio Ganges

O número de pessoas que se banham diariamente nesse rio já ultrapassa o número de 1 milhão. Imaginem então 1 milhão de pessoas depositando resíduos prejudiciais nas águas de um rio DIARIAMENTE. A principal cidade sagrada da Índia, Varanasi, onde está localizado o Rio Ganges, sofre com esse número e mesmo com tantos projetos implantados no local, aina não conseguiu uma solução para esse problema.
A importância do Rio Ganges para a religião vem do hinduísmo, que afirma que tomar banho nessas águas faz com que nos livremos de todos os pecados e isso se torna indispensável, nessa religião, para que as pessoas possam reencarnar.  Mas não é somente o banho diário de pessoas que agride o rio, apesar de ser um número bastante elevado, o local passou a ser ponto de despejo de esgotos e resíduos de indústrias e da agricultura sem que exista um tratamento ideal para isso.
Recentemente, o governo indiano investiu 4 bilhões de dólares para limpar as águas do Rio Ganges. Isso deve acontecer até 2020 e a proposta faz com que as redes de esgotos que estão despejando seus resíduos nesse rio sagrado, sejam totalmente desviadas. Se você analisar por quantidade, com certeza vai pensar que 4 bilhões de dólares é uma quantidade de dinheiro absurda e que será mais que suficiente para limpar o rio, mas a realidade é bem diferente disso tudo.
O Rio Ganges abrange 2.510 quilômetros de extensão e a sua margem abriga mais de 400 milhões de pessoas. O valor destinado para esse projeto poderia ser eficiente se não existisse toda essa população dependendo economicamente dessas águas e também a questão a religião, pois para esse povo, limpar a alma nas águas desse rio é de extrema importância e acabando com as águas dessa extensão, vai mobilizar um sistema de crença que é milenar.
Mas mesmo com toda a poluição e alerta feito pelo governo local sobre os perigos que os banhistas correm ao molhar-se nessas águas, ainda existe uma quantidade imensa de pessoas que arriscam-se em nome da religião.










Rio Yamuna

O Yamuna também está localizado na Índia e inclusive, é um dos afluentes do Rio Gange, que citamos mais acima. O Rio Yamuna é um dos sete rios sagrados desse país, mas ocupa o segundo lugar em importância. A história do rio diz que a deusa Yamuna filha do Deus do Sol, Surya e irmã do Deus da morte Yama.
A lenda diz que quando uma pessoa morria, suas cinzas deveriam ser jogadas ao local para que a Deusa protegesse e guiasse a sua alma. Acontece que a crença história fez com que a poluição do local crescesse de uma forma totalmente sem controle. Muitas pessoas cremavam os corpos a margem desses rios e logo depositavam os restos mortais nessas águas.
Além do problema quanto ao depósito de cinzas de mortos nas águas do rio, ainda existe o sistema de esgoto e escoamento que vai cair diretamente nas águas do Rio Yamuna. Já existem diversos projetos no governo da China e ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil, que estão voltados à preservação dessas águas tanto pela sua importância econômica para a região, como para a religião.






 o Ganges


www.revistaplaneta.com.br
19
Ago16

Rios Africanos: Nilo, Congo e Níger - História/vídeos/imagens

António Garrochinho


Por causa da alta incidência de desertos no continente há poucas bacias hidrográficas consideradas grandes. As existentes são indispensáveis para a manutenção de vida dos seres humanos e outras espécies de animais e vegetação. A irrigação na agricultura representa exemplo da dependência dos cidadãos que vive em regimes com pouca presença da chuva. Grande parte da população está concentrada nas proximidades dos lagos e rios. Nilo, Níger e Congo são os principais rios africanos.

VÍDEO








Rio Nilo

Considerado com o segundo maior rio do planeta Terra com aproximados 6.650km de extensão. Após nascer no Lago Vitória faz longa travessia que corta diversos países até desaguar nas águas do Mar Mediterrâneo. Consumo, pesca, transporte de pessoas ou produtos e irrigação dos cultivos agrícolas simbolizam os principais objetivos das águas do Nilo.
Antes de chegar ao Mar Mediterrâneo o Rio Nilo se ramifica, aumentando a acessibilidade das águas para diversas regiões distintas dentro do continente africano. Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Egito são os países que possuem águas da maior bacia da África.
As lendas antigas afirma que o Império somente conhecia a extensão até Cartum, capital do Sudão. O delta do Nilo está no Egito, região plana com formação triangular com grande largura, imagem contrária da sua extensão conhecida por ser apenas longa. Os canais de Roseta e Damieta servem como bifurcação das águas do Nilo até o Mar Mediterrâneo. Ao longo do caminho existem diversas barragens, sendo a de Assuã considerada mais importante, construída na década de sessenta do século XX com apoio da então URSS.

VÍDEO
Geograficamente, está formado por causa da confluência de três rios: Atbara, Nilo Branco e Nilo Azul. Os gregos no século quatro antes de Cristo já haviam viajado até a região e feito diversas anotações sobre o onipresente rio Africano. Especialistas apontam que noventa por cento da população egípcia se encontram instaladas nas margens do Nilo, montante equivalente a dez milhões de indivíduos.
O Egito sempre foi dependente do Nilo desde o início da civilização na região há cinco mil anos, seja no período de cheia ou nas vazantes. Na antiguidade, durante as cheias, as águas levavam quantidades consideráveis de sedimentos distribuídos nas margens, deixando o solo repleto de nutrientes, caso do húmus, indispensável para promover cultivos de cereais que são tidos como base alimentar do povo egípcio até os dias de hoje.
1971: Neste ano foi encerrada a construção da represe Assua. Desde então o ciclo natural do rio de enchentes para fertilizar os solos encontrados na margem diminui e passou a ocorrer de forma desordenada, resultando em perde dos períodos e do processo. Agricultores não encontraram outra saída senão aplicar insumos nos cultivos para evoluir a agricultura. 

Rio Congo

Segundo colocado em extensão na África com 4.700km e sétimo maior do mundo, chegando a ser o segundo em nível mundial quando o assunto é volume líquido. A nascente acontece no Vale RIFT, recebe volume de água considerável no Lago Tanganica e deságua no Oceano Atlântico. No percurso podem ser encontradas diversas cachoeiras e belezas naturais singulares. Há trechos próprios para a navegação, interligando o rio com outras localidades. Existem barcos de grandes tonelagens navegando principalmente na República Democrática do Congo.
Pode também ser chamado de Rio Zaire. Em 1483 recebeu a visita do primeiro explorador europeu de origem portuguesa chamado de Diogo Cão. O nome foi recebido por causa do Reino do Congo, nome antigo da região que percorre a bacia. Como a nação congolesa tem poucas estradas e ferrovias o fluxo comércio é dependente da navegação.

VÍDEO
Vale ressaltar o poder energético que existe no Rio Congo, responsável por quase quinze por cento do potencial de energia existente em todo globo terrestre, suficiente para ser fonte energética para a região completa que abrange a África subsaariana. Nos dias atuais existem mais de quarentas usinas hidrelétrica na Bacia.
Atualmente existem empresas tentando aumentar capacidade energética das usinas com a criação de novas barragens, fator que cresceria a potência e geração de energia além da hidrelétrica chinesa Três Gargantas, considerada maior do mundo. Porém, com o risco de extinção de muitas espécies, as autoridades mantém posição em defesa da vida animal e vegetal.
Cientistas afirmam que o Rio Congo se formou a dois milhões de anos atrás, no Pleistoceno. A bacia traz espécies com riqueza abundantes. São quase setecentos peixes diferentes no catálogo oficial. Algumas partes estão intocáveis pela ação humana.








Rio Níger

Está na terceira posição entre os rios mais extensos da África com 4.180km. Deságua no Golfo da Guiné após nascer no Planalto Guiné. Nascente situada em plena fronteira de Guiné com Serra Leoa. Passa por Mali e Benim até desaguar no Golfo Guiné, presente na Nigéria, composto por um delta gigante. Teve importância fundamental na história por proporcionar abastecimentos das caravanas europeias.
Suas águas estão reguladas de forma regular nas barragens. Em Mali e na Nigéria tem importância não somente por causa da irrigação proporcionada à agricultura como também pela energia hídrica. Interessante notar que por causa da alta demanda da irrigação os recursos do Níger estão pressionados, gerando impactos diretos no clima das regiões que estão na beira da extensão do rio.

VÍDEO
A construção de hidrelétrica para fazer energia também está relacionada com a problemática. No início da década de oitenta do século passado a situação já era tida como deplorada, com irrigação acontecendo somente em 0,93 mil hectares em demanda de área equivalente a quase três milhões de hectares.
Desde o final de 2007 o governo nigeriano coloca em prática o plano que consiste em retirar excesso de lodo acumulado no solo do Rio Níger. A dragagem tem incumbência de facilitar o transporte comercial pra assentamentos isolados do Atlântico. O plano deve auxiliar a Nigéria para alcançar pelo menos posição entre as vinte nações mais industrializadas do mundo até 2020.








Vídeo Sobre Rios Africanos

Veja esse vídeo de dois minutos que explica a importância dos três principais rios africanos. Conta com linguagem acessível e arte para deixar as explicações mais fáceis de serem compreendidas.


VÍDEO

meioambiente.culturamix.com

19
Ago16

O que aconteceria com o planeta se todos os humanos desaparecessem?

António Garrochinho




No biênio 2014-2015, o mundo começou a sofrer as consequências do temido aquecimento global, que, segundo estudos, está sendo acelerado pela própria ação do ser humano e a natureza, claro, está desequilibrada. Mas, e se os seres humanos de repente sumissem a face do planeta, o que aconteceria? Nossa ausência seria sentida? A natureza seria capaz de se regenerar dos abusos sofridos com nosso progresso? Existiriam vestígios de nossa presença ?
Segundo Alan Weisman, autor do livro "O Mundo sem Nós", uma grande parte de nossa infra-estrutura física começaria a ruir quase que imediatamente. Sem equipes para a manutenção das ruas, nossos grandes bulevares e rodovias começariam a rachar e a ficar abaulados em questão de meses. Nas décadas seguintes, muitas casas e edifícios comerciais ruiriam, mas alguns itens comuns resistiriam à degradação por um tempo extraordinariamente longo. Panelas de aço inoxidável, por exemplo, poderiam durar milênios, especialmente se ficassem enterradas nos sítios pré-históricos cobertos por ervas daninhas em que nossas cozinhas se transformariam. E certos plásticos comuns permaneceriam intactos por centenas de milhares de anos, não se decompondo até que micróbios evoluíssem para adquirir a capacidade de consumi-los.
Weisman diz que podemos ter um vislumbre desse mundo hipotético observando bolsões “primitivos” onde as marcas da humanidade sejam mais leves:
"Para ver como o mundo seria se os humanos desaparecessem, comecei indo a lugares abandonados, que as pessoas deixaram por diferentes motivos. Um deles é o último fragmento de floresta primitiva na Europa. É como num conto de fadas dos irmãos Grimm: uma floresta escura, fechada, com lobos uivando e toneladas de musgo pendurado nas árvores. E esse lugar existe. Ele fica na fronteira da Polônia com a Bielo-Rússia. Era uma reserva de caça, estabelecida nos anos 1300 por um duque lituano que mais tarde se tornou rei da Polônia. Uma série de reis poloneses e depois czares russos a mantiveram como área de caça particular. Houve pouco impacto humano. Após a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou um parque nacional. Você vê carvalhos e freixos de mais de 45 metros de altura e 3 metros de diâmetro, com sulcos tão profundos na casca que pica-paus os enchem de pinhas. Além de lobos e alces, essa floresta abriga o último rebanho selvagem de Bison bonasus, o bisão europeu nativo."



Cronologia da regeneração
Artistas expressam o futuro do planeta.
Pesquisadores do Brasil criaram uma lista cronológica mostrando os eventos que provavelmente aconteceriam sem nossa presença:
Após 4 a 20 anos... ...Os animais domésticos voltariam ao estado feral.
Esse período representa duas a 10 gerações de espécies como cachorros, porcos e bois. Ser fera está nas características genéticas desses animais, mas isso é reprimido pelo convívio com os humanos. Sem nós, eles sofreriam até mudanças físicas. Cães ficariam mais parecidos com lobos (e voltariam a viver em matilhas) e porcos, com javalis.
Após 20 anos... ...O trecho urbano do rio Tietê ficaria 100% limpo.
Sem lixo químico – ou mesmo os dejetos orgânicos produzidos pelos humanos – sendo despejado no trecho que atravessa a cidade de São Paulo, o rio Tietê entraria em um processo de autolimpeza. Em duas décadas, estaria tão limpo e piscoso quanto antes de os portugueses chegarem ao Brasil.
Após 70 anos... ...A camada de ozônio estaria sem buraco nenhum.
Para sua recuperação total, bastaria a parada na emissão de gases como CFC e amoníaco.
Após 300 anos... ...A temperatura média global começaria a cair.
O fim da emissão de CO2 por veículos, indústrias e queimadas brecaria na hora o aquecimento global. A temperatura se estabilizaria nos atuais 14,7 °C (prevê-se que ela subirá até 5 °C até o fim do século).
Em até 1 000 anos... ...Todo o lixo produzido no mundo “desapareceria”.
O lixo orgânico – restos de alimentos e carcaças de animais, por exemplo – seria consumido por insetos, bactérias e fungos em um tempo relativamente rápido, em cerca de 500 anos. Os outros 500 são culpa do lixo inorgânico – como metais, plástico e vidro –, cujo processo de reabsorção pela natureza é muito mais demorado.


Após 1 000 anos... ...As construções apodreceriam até sumir.
Sem manutenção, o concreto de um prédio começaria a apresentar fissuras e rachaduras em 100 anos. Em 500 anos, com as estruturas metálicas se desmanchando em ferrugem, o prédio cairia. Em mais 500 anos tudo viraria pó.
Após 5 mil anos... ...A Mata Atlântica engoliria são paulo.
Depois do esfacelamento das construções e do desaparecimento da cobertura asfáltica, ainda seria necessária a recuperação do solo para que árvores de grande porte pudessem ocupar o terreno – isso levaria de 3 mil a 5 mil anos.
Após milhões de anos... ...O petróleo abundaria.
O processo de decomposição que forma o petróleo nunca cessou, mas é muito lento. Sem a extração, as reservas de petróleo levariam de muitos milhões a poucos bilhões de anos para voltar ao nível do século 19, antes da exploração maciça.


19
Ago16

SALVAR AS FLORESTAS. A BATALHA PELA PRESERVAÇÃO DAS MATAS TROPICAIS

António Garrochinho
19
Ago16

PCP apresenta três propostas sobre habitação na Assembleia da Madeira

António Garrochinho


Os deputados do PCP na Assembleia da Madeira entregaram hoje três propostas legislativas com medidas para dar resposta aos problemas habitacionais agravados com os incêndios que deflagraram na ilha da Madeira na passada semana.
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Um outro projeto de resolução sublinha "a necessidade de fortes meios financeiros para concretizar esse programa, o que devia justificar um orçamento retificativo", e a terceira iniciativa (um projeto de decreto legislativo regional) propõe a criação de um plano regional de habitação.
Edgar Silva salientou que os fogos que ocorreram na segunda semana de agosto na Madeira "provocaram uma catástrofe de grande dimensão", pelo que é preciso "uma forte mobilização de meios".
"Nós não podemos permitir que os apoios, que são urgentes mobilizar para resolver os atuais problemas de habitação, anulem a numerosa lista de espera que corresponde a milhares de dramas de gente que desespera por uma habitação social", disse o deputado do PCP.
Por isso, o partido "defende a criação de um programa emergencial que não suspenda nem anule outros compromissos, outros programas e outras soluções habitacionais que precisam de ter resposta", complementou o parlamentar madeirense.
"Senão, acontece como em 2010 [ano de um forte temporal na Madeira], quando os problemas se agravaram de uma forma exponencial", vincou.
Recordando que em 2000, no concelho do Funchal, estavam referenciadas e havia um programa para resolver o problema habitacional de 1.200 famílias, Edgar Silva considerou que "tudo isso foi suspenso para acudir às vítimas do 20 de fevereiro, pela via da Lei de Meios".
A Leia de Meios foi criada pelo Governo socialista de José Sócrates para responder aos prejuízos causados pelo temporal de 20 de fevereiro de 2010, que fez mais de 40 mortos na ilha.
O deputado apontou que, de acordo com a última informação oficial, atualmente existem 3.500 famílias em lista de espera para ter uma habitação no Funchal.
Devido à necessidade de "mobilização de avultados meios financeiros, alguns deles necessariamente com implicações já no exercício orçamental do corrente ano de 2016", o grupo parlamentar do PCP defende que a Assembleia da Madeira deve requerer que o Governo Regional "garanta todas as fontes de financiamento e defina etapas de financiamento necessárias à execução do programa extraordinário de recuperação e reconstrução".
Os incêndios que deflagraram na Madeira no dia 08 de agosto provocaram três mortos e cerca de mil desalojados e deslocados.
Três centenas de edifícios ficaram danificados e registaram-se avultados danos materiais, ainda não totalmente contabilizados.
LUSA
19
Ago16

6 milhões de mortos no Congo ignorados por toda a Comunicação Social

António Garrochinho



Um genocídio está a acontecer na República Democrática do Congo (RDC). Mais de 6 milhões de pessoas (das quais metade são crianças com menos de 5 anos!), foram massacradas, sob uma indiferença geral e com o apoio dos Estados Unidos e da Europa!

Centenas de milhares de mulheres e de raparigas foram violadas e mutiladas pelas tropas de ocupação. Isto com o único objectivo: para se apoderarem das riquezas minerais excepcionais que se encontram no subsolo do país…

Em pleno centro de África, o Congo é um país rico, cheio de matérias-primas (diamantes, ouro, estanho, gás, petróleo, urânio, acrónimo de colombite-tantalite…), florestas, água, mulheres e homens, múltiplas tribos reunidas numa nação desenhada por colonos, e que corresponde historicamente a nada. No seguimento do genocídio no Ruanda, os países vizinhos aproveitaram-se da incerteza político-institucional do Congo (país limítrofe do Ruanda), para atacar, de todos os lados, este gigantesco país cheio de tesouros.

E qual a reacção dos Ocidentais face a isto?


A culpa dos dirigentes americanos e europeus quanto ao genocídio da Ruanda, levou-os a optar por uma politica pró-Ruanda, deixando os rebeldes Ruandeses passar para o Congo, livremente, e podendo fazer o que querem, ajudados pelos aliados da Uganda e do Burundi…

É imprescindível salientar que as numerosas riquezas naturais da RDC são vitais para as economias ocidentais, especialmente, para os sectores automóvel, aeronáutico, espacial, a alta tecnologia e a electrónica, a joalharia… O acrónimo de colombite-tantalite sobretudo (o Congo que possui pelo menos 60% dos recursos mundiais), é essencial no fabrico dos componentes electrónicos que encontramos nas televisões, nos computadores, nos smartphones mas também em certas armas com o os mísseis! A RDC sofre, igualmente, de um desflorestação maciça. E quais são os principais importadores? Os EUA, a Europa, a China, nada de surpreendente.

Como os conflitos parecem ser internos, dizendo unicamente respeito à África, ninguém pode acusar os EUA e as outras potências ocidentais, por se aproveitarem dos recursos e das riquezas do Congo, uma vez que não têm uma intervenção directa. Não há dúvida, que é muito mais prático deixar os povos matarem-se entre si. Em paralelo, os EUA apoiam as ditaduras que se sucedem no Congo e as milícias da Ruanda e da Uganda. É uma maravilha.

A pobreza mantida e as condições de vida miseráveis, as violações constantes (quando a taxa de SIDA é superior aos 20%, nas províncias a Leste do país), a deslocação da população, os ultrajes, as epidemias, etc. Trata-se de uma estratégia de desumanização usada para tornar as vitimas impotentes. Não existem palavras suficientemente duras para descrever esta terrível situação.

Serão os dirigentes ocidentais tão sedentos de riqueza, ao ponto de não intervir num novo genocídio? Sim! Aliás, não só não intervém, como escondem esse genocídio, ajudam com armas e permitem a observação dos treinos militares realizados pelas nossas elites.

Uma coisa é certa: o que se passa no Congo, dos negócios político-económicos ao genocídio, nada é determinado, unicamente, pelos Congoleses, tendo as potências da carnificina, ávidas de riqueza e sem consideração pelos povos, um papel determinante.

A situação no Congo será resolvida pelos Congoleses, desde que a comunidade internacional pare de apoiar os Ruandeses, os Ugandeses e todas as milícias que perpetuam este estado de guerra insuportável. Ao apoia-los, a comunidade internacional está a permitir-lhes a tomada das riquezas de um país, sem qualquer justificação. 6 milhões de mortes, metade das quais, eram crianças pequenas. O mundo que se diz «livre» – ou seja, nós – tem a obrigação de encarar o que essa «liberdade» deixa acontecer. Porquê tanta violência e tão pouco barulho por parte dos meios de comunicação?

Será que é suficientemente interessante para o Francês médio? Não será suficientemente sensacionalista, este massacre que se conta em milhões de pessoas? Será que é muito longe de «vossa casa»? Aplicam, mais uma vez, esta odiosa «lei da proximidade»? Qual o motivo da inexistência de reacção? Não há qualquer impacto no imaginário colectivo? Nenhuma indignação? Nenhuma cólera? Nenhuma emoção?

A nossa obrigação como cidadãos do mundo é, portanto, de fazer circular esta informação, para que o mundo saiba, antes que algo mais aconteça. Existem culpados tanto em África como na Europa. O silêncio dos poderosos mata tanto como o barulho das metralhadoras. Ponhamos os assassinos face às suas responsabilidades.

Como podem 6 Milhões de mortos serem absolutamente silenciados, sem qualquer repercussão mediática?


Nas cinzas do genocídio ruandês, a segunda guerra do Congo rebenta em 1998, na região dos grandes lagos, a Este do Congo. Através da acção de cerca de trinta milícias locais, nove países Africanos estão directamente envolvidos: a Angola, o Zimbabué, a parte sul da Namíbia, o Ruanda, o Uganda, o Burundi, o Congo, o Chade e a parte Norte do Sudão.
Esta guerra do Congo está marcada: pelas sequelas do genocídio ruandês, pela fraqueza do Estado congolês, pela vitalidade militar do novo Ruanda, pela sobrepovoação da região dos grandes lagos, pela permeabilização das velhas fronteiras coloniais, pela intensificação das tensões étnicas devidas à pobreza, pela presença de riquezas naturais, pela militarização da economia informal, pela procura a nível mundial de matérias primas minerais, pela procura local de armes e pela impotência das Nações Unidas.

O balanço é pesado: 6 milhões de mortes, próximo dos 4 milhões de deslocados, campos de refugiados saturados e centenas de milhares de pessoas empobrecidas. As populações não morrem debaixo de fogo. Elas morrem, maioritariamente, de doenças e de fome. As armas de guerra são a violação e a destruição do tecido social.

Para a exploração do acrónimo de colombite-tantalite, esgota-se as populações locais, empobrecendo-as, violando-as, incitando-as a ir embora. Destruindo, para esse fim, as infra-estruturas sanitárias, transformando, assim, a mais pequena patologia mortal. O acrónimo de colombite-tantalite é um cascalho preto que se encontra na lama e que possui um poder económico muito pesado. 80% das reservas mundiais estão na RDC. O acrónimo de colombite-tantalite contem tântalo e todo o planeta quer. Trata-se de um elemento químico adaptado às superligas da indústria da aeroespacial e aos condensadores no domínio da electrónica. Indispensável na produção de tablets e smartphones.

A debandada a volta do acrónimo de colombite-tantalite é organizada pelas grandes multinacionais longínquas, pelos mafiosos e pelos ditadores dos países vizinhos.

Os agricultores da província de Kivu são perseguidos, caçados. A militarização da economia gera a comercialização da violência. As milícias propõe os seus serviços para aterrorizar, torturar, violar. O ódio étnico é exposto, como numa montra, para justificar as acções, mas é só areia para os olhos. A realidade é outra, a violência atende à concorrência comercial.

O historiador David Van Reybrouck, num Opus admirável que se dedicou ao sujeito «Congo» chez actes sud, descreve os mecanismos da região e admira-se com o facto de 6 milhões de mortos não ter qualquer cobertura mediática e nem provocar qualquer indignação popular.

«Ela desapareceu da actualidade mundial porque era inexplicável e confusa. Para cobrir guerras, o jornalismo recorre a um enquadramento de referências morais, nesta guerra do Congo não há um lugar dedicado aos bonzinhos».

E quando, com alguma regularidade, uma reportagem vem descodificar esta guerra, não tem eco, não há nenhuma reacção da opinião pública, é o silêncio da comunidade internacional. Ninguém quer saber e todos se acomodam.

(isto nunca será foto de capa do jornal Libération, não sonhem…)

l’Indigné du Canapé


Jornal X
www.marchaverde.com.br

19
Ago16

O menino sírio e a hipocrisia da imprensa ocidental

António Garrochinho



Os tele jornais do ocidente estamparam a foto da criança síria Omran sendo resgatada após um ataque. Culparam o governo da Síria pelo ataque, mesmo sem citar fonte ou apresentar provas.

Trata-se de mais uma matéria hipócrita, mentirosa e manipuladora fabricada pelo Pentágono e distribuída pela mídia ocidental. Lixo televisivo, lixo jornalístico para apoiar os terroristas que assassinam milhares de civis indefesos na Síria e Iraque, financiados pelos governos dos EUA, Israel, França, Catar e Arábia Saudita.

Ao culpar o governo da Síria estão manifestando apoio aos terroristas, porque o presidente Bashar Al Assad e seu povo estão lutando contra os terroristas.

O governo russo distribuiu nota afirmando que não ataca alvos civis. O governo sírio culpou os terroristas que há 3 dias seguidos estão disparando morteiros em 4 áreas da Síria, exatamente em áreas residenciais entre elas Aleppo, onde se registraram os ataques que vitimaram dezenas de civis e feriram Omran.

As fotos abaixo, mostrando crianças yemenitas assassinadas pelos governos da Arábia Saudita e Estados Unidos da América não encontram espaço na mídia ocidental mercenária. Por que será?


www.marchaverde.com.br




19
Ago16

FAÇA A LEI PARA PODER SER APROVADA SENHORA MINISTRA ! - Ministra sugere que terras abandonadas passem a ter “utilização comunitária”

António Garrochinho

A ministra da Administração Interna manifestou-se a favor de uma "utilização comunitária" para os terrenos florestais que, estando ao abandono por parte de proprietários privados, prejudicam o combate aos incêndios.


A ministra da Administração Interna manifestou-se este sábado a favor de uma “utilização comunitária” para os terrenos florestais que, estando ao abandono por parte de proprietários privados, prejudicam o combate aos incêndios.
“Temos também que rever o nosso sistema de propriedade, porque, se as pessoas abandonam as suas terras e não têm interesse nelas, deveremos encontrar uma solução para haver uma utilização comunitária [desses terrenos]”, afirmou aos jornalistas Constança Urbano de Sousa.
O semanário Expresso avança na sua edição de hoje que o Governo tem a intenção de passar a posse de terras abandonadas para as autarquias, que ficarão responsáveis pela sua gestão e exploração.
Numa visita ao comando de operações da Proteção Civil em Castelo de Paiva, um dos municípios atingidos por incêndios nos últimos dias, a ministra afirmou que a floresta portuguesa “está muito repartida em pequenos pedaços que são de propriedade privada” e defendeu que a ideia de se desenvolver um cadastro florestal que ajude a identificar terras abandonadas seria “muito útil”.
“É uma ideia que deve ser ponderada, bem refletida e penso que muito útil”, declarou a governante.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva ainda não tem contabilizada a área ardida durante os fogos desta semana nesse concelho, mas, admitindo que se terá perdido 70% da floresta da freguesia de Real, a principal mancha verde do concelho, apoia igualmente a decisão de avançar com o cadastro dessas propriedades.
“Vejo com bons olhos as soluções para minimizar os efeitos devastadores que têm estas situações”, declarou Gonçalo Paiva.
“Esse cadastro é muito importante e já tive indicação de que o Governo está apostado em fazer esse trabalho de levantamento de toda a propriedade e seus responsáveis, porque assim será muito mais fácil identificá-los”, realçou.
O autarca reconhece que “há sempre situações que demoram a ser resolvidas no seio familiar, nomeadamente ao nível das heranças e partilhas”, mas, nos casos de solução mais simples, não se opõe a que a posse das terras abandonadas passe a ser entregue às autarquias.
Deixa, contudo, o aviso: “As autarquias já apostam muito em gabinetes técnicos da área florestal e de planeamento, mas é preciso muito mais recursos e as câmaras estão muito limitadas”.

observador.pt
19
Ago16

MAFIA

António Garrochinho
UM CAPANGA DO ANTRO MAFIOSO DO COELHONE, UM TAL CRISTOVÃO QUE É DO SUL MAS NEM SABE PARA QUE LADO É O NORTE.
UM INTRUJÃO, UM DEMAGOGO, QUE ENVERGONHA OS ALGARVIOS NÃO SE FARTA DE CAGAR LANTONAS NA IMPRENSA REGIONAL. CLARO QUE SÃO TUDO MENTIRAS NA ESPERANÇA DE MANTER O TACHO E CONTINUAR A RECHEAR AS ALGIBEIRAS.
AG
19
Ago16

«Banho Santo» e muita animação nas festas de São João da Degola da Manta Rota

António Garrochinho

  
Festas de São João da Degola_Banho Santo 


A tradição do «Banho Santo» volta a cumprir-se na praia da Manta Rota, à maneira antiga, no dia 29 de Agosto, naquele que será o culminar das festas em honra de São João da Degola, que começam amanhã, sexta-feira nesta localidade de Vila Real de Santo António.

Ao longo de 11 dias será possível assistir a concertos, partipar em bailes, reviver tradições e ver fogo-de-artifício. Todas as iniciativas decorrem no largo do antigo casino e têm entrada livre.

O ritual de tomar um banho de mar no dia em que se assinala a data em que São João Baptista foi degolado já é bem antigo. «Em anos idos, este era o dia em que as gentes da serra algarvia se deslocavam até à praia, acompanhadas pelos animais de carga, para tomar um banho de que se acreditava ser santo e capaz de curar todos os males. No final, a celebração era rematada com um piquenique», recordou a Câmara de VRSA.

Festas de São João da Degola_Banho Santo (3)Hoje em dia, quem desce da serra para ir a banhos já não o fará em animais de carga, mas não é por isso que a tradição se deixa de cumprir. A associação «A Manta» e a Câmara Municipal de VRSA voltam a apostar na recriação histórica do evento, atraindo centenas de curiosos até à praia da Manta Rota para ver como as coisas se passavam noutros tempos.

A preparação para o dia do «Banho Santo» começa já amanhã, com uma série de concertos e bailes por onde vão passar bandas e artistas como «Bailasons», «Uns&Outros», Tino Costa, «Feijão e Massa», Zé Aníbal, Fábio Lagarto, Cristiano Martins e Ângelo Correia. Estes espetáculos, que se repetem diariamente até dia 26, começam sempre às 21h00.



No sábado, dia 27, a animação musical tem a assinatura do músico cubano Baby Lores, percursor na área do reggaeton (estilo musical que tem suas raízes na música latina e caribenha) e responsável pela produção musical de grupos internacionalmente conhecidos como Eddy K, Gente de Zona, Acento Latino ou Orishas. No domingo, dia 28, há corrida solidária às 10h00 e, à noite, um concerto do «Grupo +2».

A 29 de Agosto, dia de São João Batista, as festividades começam com o Banho Santo, às 11h00, na praia da Manta Rota. Às 18h30, há procissão e missa ao ar livre em honra de São João Baptista.

Mais tarde, às 21h00, tem início o baile com o «Duo Reflexo», seguido de um espetáculo do grupo de dança «Arutla». As festas serãoencerradas com fogo de artifício, à meia-noite, no areal da praia da Manta Rota.

As festas em honra de São João da Degola são organizadas pela associação «A Manta» e têm o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, da Junta de Freguesia de Vila Nova de Cacela e de outras entidades e empresas locais.


www.sulinformacao.pt
19
Ago16

Trabalhadores mantêm a luta - Apesar do aumento de lucros, Unicer intransigente no aumento de salários

António Garrochinho


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Depois da administração se ter mostrado intransigente no aumento dos salários, os trabalhadores decidiram manter a greve, de hoje a domingo. Os lucros de 2015 foram de 33 milhões de euros.


Greve dos trabalhadores da Unicer no dia 16 de Dezembro de 2015
 
A Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) acusa a Unicer de «intransigência total» quanto a aumento de salários, razão pela qual os trabalhadores decidiram manter a greve entre o dia de hoje e domingo.
O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) havia anunciado greve na Unicer à primeira hora de trabalho entre 15 e 17 de Agosto e às duas primeiras e últimas horas de trabalho entre 19 e 21 de Agosto. Entretanto, os trabalhadores decidiram suspender a greve de 15 a 17 de Agosto, pelo facto de ser marcada uma reunião entre a administração e o sindicato, onde os responsáveis da empresa apresentariam formalmente a sua proposta.
Posteriormente à reunião com a administração, ocorreu um plenário de trabalhadores, onde foi decidido, perante a postura da empresa, manter a greve de 19 a 21 de Agosto.
«Há de facto uma intransigência total da Unicer no que toca a aumentos salariais e esta intransigência por parte da empresa não deixou nenhuma alternativa aos trabalhadores e por isso a greve vai manter-se», afirmou à imprensa Francisco Figueiredo, dirigente sindical da FESAHT, organização filiada na CGTP.
Na discussão com a administração, foi apresentada a proposta do sindicato de «um aumento de 3%, no mínimo de 30 euros» que «a empresa recusou liminarmente», sem apresentar «nenhuma proposta para desbloquear a greve», lamentou.
Francisco Figueiredo revelou, porém, que a Unicer «admitiu, informalmente, dar um dia de férias a mais aos trabalhadores» e mostrou-se disponível para «negociar a partir de dia 1 de Outubro aumentos salariais para o ano de 2017».
No entanto, os trabalhadores «exigem que seja dado um aumento salarial já em 2016. A empresa deu muitos lucros em 2015, não há nenhuma razão para que não conceda um aumento salarial para os trabalhadores», defendeu.
O sindicalista referiu ainda que, no final do plenário, os sindicatos manifestaram a sua «disponibilidade para reunir a qualquer momento com a empresa» e «desbloquear a situação», desde que a Unicer apresente «uma proposta de aumentos salariais».
Esta acção de luta havia sido decidida, em plenário, pelos trabalhadores das empresas Unicer GPS, Unicer Bebidas e Unicer AT, a laborar nos estabelecimentos de Leça do Balio, Santarém, Santo Antão do Tojal e Miraflores.
A Unicer registou o ano passado 33 milhões de euros de lucros, mais 24% do que no ano anterior.

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19
Ago16

Decorre o Plano Nacional de Luta Enfermeiros protestam em todo o País

António Garrochinho


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Nas últimas semanas, enfermeiros da Guarda e do Algarve, entre outros, fizeram acções de protesto e reivindicaram as 35 horas semanais de trabalho para todos, e a admissão de mais enfermeiros.


A greve dos enfermeiros da Unidade Local de Saúde da Guarda está a 
decorrer desde quarta
As várias acções de luta desenvolvidas pelos enfermeiros neste mês enquadram-se num Plano Nacional de Luta, dinamizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. De entre as exigências estão a aplicação das 35 horas de trabalho semanal para todos, a admissão de mais trabalhadores e o pagamento integral do trabalho extraordinário.
Ontem deu-se o segundo dia de greve na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, em que se manteve a adesão de 50% de quarta-feira, estando a decorrer hoje o terceiro e último dia de protesto. Os enfermeiros concentraram-se junto ao Conselho de Administração da ULS, e entregaram um abaixo-assinado, que também será enviado para o ministro da Saúde, o ministro das Finanças e o primeiro-ministro. Houve ainda a entrega de vários requerimentos, por parte de enfermeiros com contrato individual de trabalho, a exigir a alteração da cláusula para as 35 horas semanais.
Num folheto distribuído aos utentes, durante a acção, pode ler-se que «a Organização Internacional do Trabalho define como tempo máximo recomendado para os enfermeiros as 36 horas semanais, [e que] Portugal subscreveu essa directiva», embora existam enfermeiros «com 40 horas semanais» de trabalho. «Há enfermeiros que têm uma carga horária superior a 50 horas semanais, sem qualquer compensação financeira extra, devido à grave carência de profissionais na instituição; (…) pontualmente os enfermeiros permanecem nos serviços a trabalhar mais de 16 horas seguidas, de modo a que os cuidados de enfermagem sejam assegurados», pode ainda ler-se no comunicado.
Já no Centro Hospitalar do Algarve (que inclui o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e Hospital do Algarve), as greves estavam previstas para 9 e 10 de Agosto. No segundo dia registou-se uma adesão por parte dos enfermeiros do Barlavento Algarvio de 94% no turno da noite, 75% no turno da manhã e 93% no turno da tarde. Os protestos foram prolongados para os dois dias seguintes, e logo no dia 11, no Hospital de Faro, aderiram 60% dos enfermeiros no turno da noite, 61% no turno da manhã e 68% no turno da tarde. Foram entregues nesse mesmo dia 150 requerimentos, dirigidos ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, onde se exigia o cumprimento das 35 horas.
Também no dia 10, os enfermeiros do IPO de Coimbra e do Hospital Distrital da Figueira da Foz fizeram greve, com adesões de 81 e 85%, respectivamente. Em causa está, uma vez mais, a discriminação de que são alvo os enfermeiros com contrato individual de trabalho, com horário de 40 horas.
Na ULS do Norte Alentejano houve greve ao turno da manhã do dia de hoje, com uma concentração, conferência de imprensa e entrega de documentos ao Conselho de Administração. Na nota à comunicação social, os enfermeiros «assumem estar disponíveis para continuar a desenvolver novas formas de luta caso o Governo não resolva a discriminação de que são alvo», referindo-se ao incumprimento das 35 horas como período normal de trabalho para todos os enfermeiros.
As acções reivindicativas continuam na próxima semana. No Hospital de Guimarães, os enfermeiros dos serviços de internamento e urgência fazem greve nos dias 23 e 25 deste mês, enquanto os do bloco operatório, cirurgia de ambulatório e consultas externas entram em greve nos dias 24 e 26. No Centro Hospitalar Tondela-Viseu, as greves vão de 22 a 26.

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19
Ago16

Frente às ameaças de detenção e multas Solidariedade com a Palestina presente em Celtic Park

António Garrochinho


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Desafiando as regras da UEFA, apoiantes do Celtic mostraram bandeiras da Palestina no jogo que a equipa escocesa disputou esta quarta-feira com a equipa israelita do Hapoel Beer Sheva, a contar para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.


Apoiantes do Celtic mostram-se solidários com a Palestina durante o jogo com uma equipa israelita
 
Centenas de apoiantes do Celtic Football Club, muitos dos quais organizados na Green Brigade [Brigada Verde], fizeram questão de mostrar a sua solidariedade com a Palestina e denunciar o apartheid israelita, durante o jogo que esta quarta-feira opôs, em Celtic Park (Glasgow), a equipa local ao clube israelita Hapoel Beer Sheva.
A mobilização para a acção solidária com a luta do povo palestiniano, demonstrativa da exigência do reconhecimento do Estado palestiniano e do repúdio pela opressão diária, o apartheid, o colonialismo que sofrem às mãos dos israelitas, foi organizada antecipadamente nas redes sociais, sob o lema «Fly the flag for Palestine, for Celtic, for Justice» [«Mostra uma bandeira pela Palestina, pelo Celtic, pela Justiça»], informam o Brasil de Fato e o5Pillars.
No dia do jogo, antes do pontapé de saída, activistas do grupo Palestinian Alliance [Aliança Palestiniana] distribuíram bandeiras e panfletos informativos sobre a Nakba [Catástrofe], em 1948, que marcou o início da «limpeza étnica e da expulsão de milhões de palestinianos das suas terras», para dar lugar à criação do Estado sionista.
Os apoiantes do Celtic tinham sido avisados pelas autoridades escocesas que, se exibissem bandeiras da Palestina dentro do estádio, podiam ser detidos. Mas a solidariedade com o povo palestiniano falou mais alto e, tal como noutras ocasiões, os adeptos deste clube escocês, fundado por imigrantes irlandeses e com uma identidade muito ligada à luta de libertação do povo irlandês, mantiveram-se firmes perante as ameaças.
O Celtic poderá agora enfrentar um processo disciplinar por parte da UEFA e ser multado. A verificar-se, não é a primeira vez que o Celtic é sancionado pelo facto de os seus apoiantes se mostrarem solidários com a Palestina. Em 2014, enquanto Israel massacrava os palestinianos em Gaza – mais de 2000, na operação «Margem Protectora» –, os adeptos do Celtic mostraram bandeiras da Palestina no jogo contra o KR Reykjavik. O clube foi multado em 16 mil libras.
A política da UEFA
A UEFA proíbe a exibição de «mensagens políticas» nos seus jogos e recorre com frequência ao Art. 16 (2e) do Regulamento Disciplinar para punir os clubes pela exibição de bandeiras ou faixas. A bandeira da Palestina entra na categoria de «mensagem política» e vale punições pesadas – como de resto e a título de exemplo, também tem valido a da Catalunha.
No entanto, os critérios da UEFA têm os seus «quês». Basta lembrar que, quando os adeptos do Ajax exibiram uma grande bandeira de Israel – e já o fizeram mais que uma vez –, o artigo referido do regulamento disciplinar não foi aplicado ao clube de Amesterdão.
Questionado sobre estes «pesos e medidas», Mick Napier, da Campanha Escocesa de Solidariedade com a Palestina, disse ao 5Pillars que é «difícil entender as questões do lobbying», mas que «o posicionamento da UEFA se enquadra num contexto mais vasto de tentativas de criminalização do apoio aos palestinianos e ao movimento BDS [Boicote, Desinvestimento e Sanções]».

www.abrilabril.pt
19
Ago16

19 de Agosto de 1692: Julgamentos das Bruxas de Salém: uma mulher e cinco homens são executados após terem sido acusados de bruxaria.

António Garrochinho


Na povoação de Salém, ao norte de Boston, na colónia de Massachusetts Bay, Nova Inglaterra, Sarah Goode, Sarah Osborne e Tituba, uma escrava indígena de Barbados, foram acusadas em 1 de Março de 1692 de prática ilegal de feitiçaria. Naquele mesmo dia, Tituba, possivelmente debaixo de coerção, confessou o crime, encorajando as autoridades a iniciar uma caça às bruxas de Salém. A onda de intolerância e fanatismo religioso que se seguiu vitimou no início quase 20 pessoas.


Os problemas na pequena comunidade puritana começaram no mês anterior, quando Elizabeth Parris de nove anos e Abigail Williams de 11 anos, filha e sobrinha, respectivamente, do reverendo Samuel Parris, passaram a sofrer ataques e outras misteriosas doenças. Um doutor concluiu que as meninas estavam a sofrer os efeitos de bruxarias. Elas corroboraram o diagnóstico médico.


Com o encorajamento de muitos adultos da comunidade, as jovenzinhas, às quais se juntaram prontamente outros “aflitos” residentes de Salém, acusaram um amplo círculo de habitantes locais de prática de feitiçaria, a maioria mulheres de meia-idade, mas também diversos homens e até uma criança de quatro anos. Durante os meses que se seguiram, atormentados moradores daquela área incriminaram mais de 150 mulheres e homens de Salém e zonas circunvizinhas de práticas satânicas.


Em Junho de 1692,o tribunal de Oyer, para as “audiências” e o tribunal de Terminer, para as “decisões”, reuniram-se em Salém sob a presidência do juiz William Stoughton para julgar os acusados. A primeira a ser julgada foi Bridget Bishop de Salém, considerada culpada e executada na forca em 10 de Junho. Treze outras mulheres e quatro homens de todas as idades foram também conduzidos ao patíbulo e um homem, Giles Corey, foi executado por esmagamento. No dia 19 de Agosto realizam-se novas execuções. A maioria dos submetidos a julgamento foi condenada com base no comportamento das próprias testemunhas durante os procedimentos judiciais, caracterizado por ataques e alucinações que alegavam estar a ser causados pelos acusados naquele mesmo momento.




Em Outubro de 1692, o governador William Phipps de Massachusetts ordenou que os Tribunais de Oyer e Terminer fossem dissolvidos e substituídos por um Tribunal Superior  que proibiu esse tipo de testemunho sensacionalista nos julgamentos subsequentes.




As execuções cessaram e o Tribunal Superior finalmente libertou todos os acusados que aguardavam julgamento e indultou aqueles sentenciados à pena de morte. Terminava assim os processos das feiticeiras de Salém que resultou na execução de 19 mulheres e homens inocentes.




As perseguições às bruxas de Salém serviram, dois séculos e meio depois, como tema para que o dramaturgo Arthur Miller – sofrendo as intimidações feitas pelo Comité de Actividades Antiamericanas do senador Joseph McCarthy –, escrevesse a peça de teatro The Crucible,  conhecida como As Bruxas de Salém. Encenada no início dos anos 1950, eram evidentes as analogias que Miller fez entre as perseguições à esquerda americana na época da Guerra Fria, com os tormentos sofridos pelas “bruxas” de Salém.




Na Idade Média, as pessoas acusadas levianamente de praticar bruxaria ou magia, depois da acusação eram perseguidas, caçadas e levadas à fogueira. Os episódios de Salém tornaram modernamente “caça às bruxas” como acusação e perseguição indiscriminada às pessoas sem provas reais e sem o devido processo.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

Ilustração de 1876 da sala de audiências
O Reverendo Samuel Parris
19
Ago16

19 de Agosto de 1883: Nasce Coco Chanel

António Garrochinho


Empresária do mundo da alta-costura e da perfumaria, Coco Chanel nasceu a 19 de Agosto de 1883, em França,foi baptizada como Gabrielle Bonheur Chanel, e passou uma infância difícil na região de Auvergne. Viveu com os tios depois de ter ficado órfã aos seis anos. Foi criada segundo uma maneira muito tradicionalista, mas aos 16 anos mudou-se para Paris, com a ajuda de um oficial de cavalaria milionário, e passou a conviver com a alta sociedade. Como não gostava dos espampanantes chapéus com plumas de avestruz da época, montou uma pequena loja e passou a desenhar os seus próprios chapéus. Mais tarde, em 1914, abriu um estabelecimento maior em Paris.A sua carreira de estilista tinha sido iniciada aos 26 anos, mas foi só durante a Primeira Guerra Mundial que começou a ser conhecida, por ter desenhado os fatos de trabalho fabril para as mulheres que substituíram os homens que partiram para combater.Na sua loja, Coco Chanel vendia roupa simples e confortável para mulher e alcançou grande sucesso porque foi de encontro às necessidades da época. A casa Chanel, em cerca de cinco anos, tornou-se numa das mais conceituadas de Paris, graças à introdução de diversas novidades a nível de vestuário. Coco Chanel apresentou roupas mais masculinas para as mulheres, tentando assim torná-las mais livres e independentes.

As suas criações eram tão caras como as da concorrência, mas serviram de inspiração para a confecção, por particulares, de peças acessíveis a quase toda a gente.

Em 1921 lançou o mundialmente famoso perfume Chanel n.º 5, que na altura representou uma viragem no mercado, devido ao nome simples e à forma do frasco, de linhas retas, pouco usuais na época.Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa e envolveu-se romanticamente com um oficial alemão facto que causou bastante polémica em França.

Reabriu o seu negócio em Paris em 1954 para ajudar a fazer subir as vendas dos perfumes com a sua marca. Na época lançou ainda uma colecção de fatos que não convenceu a crítica, mas pouco tempo depois muitos costureiros já imitavam estas peças. Na época, Coco Chanel tentou combater a predominância dos vestidos muito apertados na cintura.

Na década de 60 não apresentou grandes novidades e optou por refinar o seu estilo, que consistia em blusas sem gola, saias levemente cintilantes e bainhas que nunca subiam do joelho. Entre as suas clientes mais famosas contam-se mulheres como a princesa Grace e as actrizes Marlene Dietrich e Ingrid Bergman.Coco Chanel faleceu a 10 de Janeiro de 1971 com o estatuto de uma das mais influentes criadoras de moda de sempre em todo o mundo, graças à opção por um estilo simples, mas com classe.

Fontes: Coco Chanel. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
wikipedia (Imagens)
Arquivo: Coco Chanel, 1920.jpg
Coco Chanel em 1920
Arquivo: Chanel camisa casual wear 1917, jpg.
Ilustração de Março de 1917 publicada em  Les Elegances parisiennes
Arquivo: CHANEL No5 parfum.jpg

19
Ago16

O TRABALHO DE LIDAR COM FLORES É AGRADÁVEL

António Garrochinho
Há um monte de motivos para que gostemos de flores, além de sua belezaexuberante. Elas cumprem uma função integral no movimento das estações do ano, produzindo açúcar natural para os insetos, como habitat para os microorganismos, e as sementes para a propagação das espécies vegetais. A flor é o órgão de reprodução sexual de uma planta, em que se misturam a genética e a evolução. Todas as formas de vida superior, tais como os animais e os seres humanos, não poderiam existir sem as flores. Por isso me encantei muito com o Instagram chamado Floret Flower.

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Este Instagram prova que o trabalho dos floristas é a melhor coisa do mundo 01
A página mostra utilitários cheios de flores, baldes de narcisos e braços cheios de peônias, algo que parece de um mundo de fantasia, mas para Erin Benzakein, a proprietária do Floret Flores, é habitual e cotidiano.

Erin é florista, fotógrafa, escritora e mãe de dois, que um dia decidiu deixar a cidade grande para levar uma vida mais simples no interior. Ela começou o cultivo de flores após o plantio de algumas ervilhas-de-cheiro em homenagem a sua bisavó, que foi quem a introduziu no mundo da jardinagem.

- "Quando a primeira onda de ervilhas-de-cheiro floresceu em nosso novo jardim, era como se ela estivesse lá comigo. Foi nesse dia que descobri minha verdadeira vocação", afirma Erin em seu Instagram.

Agora, a família tem uma grande e próspera de cultivo, estúdio de design e centro de aprendizagem, que oferece aulas para todos os interessados nas artes botânicas. Um verdadeiro sonho que se tornou realidade!
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Fonte: Floret Flower.

www.mdig.com.br
19
Ago16

CHINESA DE 78 ANOS USA TÉCNICAS ANTIGAS NA CRIAÇÃO DAS SUAS ESCULTURAS

António Garrochinho
Uma artista de 78 anos de idade chamada Deng Daohang usa ferramentas arcaicas para criar nova vida a partir de madeira bruta. Com um único machado, faca trinchante e régua, ela transforma a madeira em deliciosa imaginações de personagens fictícios, onde cada uma parece respirar com misticismo sutil. Com seu trabalho manual preciso, Daohang destaca o material na sua estrutura autêntica, deixando manchas visíveis de suas ásperas camadas exteriores como elementos da própria escultura, como se fosse um complemento. Só vendo para entender.

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Em uma de suas criações, a casca escarpada é um longa barba perfeita dependurada no suave sorriso do rosto de um mestre chinês, em contraste com a cabeça calva. Em outra, ela forma uma espécie de chapéu para uma mulher elegante, com um sorriso travesso. Quando não está integrada com aspectos dos personagens, a casca da madeira forma um quadro externo para enfatizar a suavidade da escultura, que encontra uma tela macia e suave na substância orgânica.

O trabalho de Daohang apresenta uma técnica chinesa antiga que desapareceu lentamente na esteira de métodos de artesanato moderno. Apesar do declínio na popularidade dessa forma de arte, a artista mantém a sua confiançana tradição da cinzeladura de madeira, dizendo que:

- "Eu acredito que este ofício não vai morrer, porque ele também é um testamento da longevidade e a evolução do ofício".

Pese que tenha sido uma tradição predominantemente do sexo masculino no passado, Daohang desafia esta história com práticas específicas e com aprendizes do sexo feminino. Com suas habilidades e imaginação, ela usa as técnicas tradicionais com uma dedicada finesse e ganhou o título honorário de "mestre do ofício", na província de Hubei.
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Fonte: CCTV
www.mdig.com.br
19
Ago16

Fotos mostram como eram os aparelhos de ginástica antigamente

António Garrochinho


Você acha que essa moda de ir para a academia para cuidar da saúde ou virar “monstrão” é algo recente? Se você pensava isso, saiba que está enganado!


Segundo registros, Dr. Gustav Zander foi o criador da primeira academia de ginástica da história, em 1865, na cidade de Estocolmo. O local era parecido com as academias de musculação de hoje, onde as pessoas iam para treinar os músculos através de aparelhos de ginásticas à base de pesos.
O interessante é que homens e mulheres iam com seus trajes convencionais! Confira algumas fotos de como eram os aparelho de ginástica nessa época:









tudoparahomens.com.br

19
Ago16

CDU - Sobre o incêndio na Glória do Ribatejo

António Garrochinho


CDU de Salvaterra de Magos lamenta a ocorrência do incêndio que deflagrou no passado sábado, dia 13 de Agosto, na Glória do Ribatejo e apresentamos igualmente a nossa solidariedade a todos os glorianos que viram as suas casas ameaçadas pelo fogo e as suas propriedades consumidas pelas chamas, o que se traduziu em milhares de euros de prejuízo.


Neste incêndio na Glória do Ribatejo o fogo destruiu centenas de hectares de floresta. 



Veio agora a público que o responsável pela Protecção Civil Municipal de Salvaterra de Magos, João Gomes, apresentou a sua demissão do cargo tendo como fundamento ter sido desautorizado pelo presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos (CMSM), Hélder Esménio, que terá delegado competências de forma verbal num funcionário da CMSM que, não obstante toda a boa vontade que certamente terá demonstrado em dar resposta à situação, estará longe de ter a formação e a preparação adequada para coordenar o combate a incêndios. 

 
Por se tratar de uma situação relevante e merecedora da mais cuidada atenção, visto que estiveram em causa a segurança das populações e dos seus bens, assim como o próprio meio ambiente e os seus ecossistemas, a CDU de Salvaterra de Magos informa que pretende ver esclarecida esta questão pelo presidente da CMSM, remetendo-lhe por escrito as seguintes perguntas: 

  1. Quais as razões para o responsável pela Protecção Civil Municipal de Salvaterra de Magos apresentar a sua demissão?;
  2. Porque motivos(s) as bocas de incêndio na Rua do Cocharro não funcionaram?;
  3. Porque razão as viaturas dos Bombeiros tiveram de ir abastecer com água ao Granho?;
  4. Qual o motivo para o fogo passar à Rua do Cocharro, uma vez que nessa zona só existe pasto rasteiro?;
  5. Quem coordenou a Protecção Civil Municipal no combate ao incêndio?;
  6. Qual foi a intervenção do Presidente da CMSM, Hélder Esménio, no combate ao fogo em Gloria do Ribatejo? 

Entendemos que estas questões são pertinentes e, ao abrigo da legislação vigente, devem ser respondidas pelo presidente da CMSM, comprometendo-nos desde já a divulgar as respostas quando as mesmas nos chegarem.

Salvaterra de Magos, 19 de Agosto de 2016

A Comissão Coordenadora da CDU de Salvaterra de Magos 


19
Ago16

Artistas espalham estátuas de Trump nu pelos Estados Unidos

António Garrochinho
Spencer Platt / GettyImages

Em Nova Iorque, a estátua durou apenas duas horas. Mas outras iguais apareceram em Seattle, Cleveland, Los Angeles e San Francisco

As autoridades municipais de Nova Iorque retiraram de Union Square, no centro de Manhattan, uma estátua de tamanho natural do candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donal Trump, nu.
A estátua é obra do grupo de artistas Indecline, que com a colocação da estátua no meio da concorrida praça pretendiam protestar contra as atitudes e declarações do candidato presidencial.
O "duplo" de Trump nu esteve apenas duas horas na rua, tendo sido depois retirado pelas autoridades municipais, que esclareceram que é "ilegal" expor obras de arte nas ruas sem autorização.
Antes de ser retiras, vários nova-iorquinos e turistas aproveitaram para tirar fotografias com a estátua.
O coletivo de artistas, que já tem feito vários protestos contra Donald Trump, espelhou estátuas semelhantes por outras cidades americanas, incluindo Seattle, Cleveland, Los Angeles e São Francisco.

visao.sapo.pt
19
Ago16

Quarteira - Luís Guedes: 85 anos de combate, lucidez, energia e dinamismo

António Garrochinho





Luís Guedes, de Quarteira, comemorou esta quarta-feira, dia 17 de agosto, 85 anos de vida.
O grande antifascista completa assim 85 anos de luta pelas causas sociais, sempre do lado dos mais fracos.
A sua luta mais recente é contra as portagens na Via do Infante. A sua presença é uma constante em todas as manifestações pela abolição das portagens.
Luís Guedes é ainda um dos elementos da Comissão de Honra para as Comemorações do Centenário da Freguesia de Quarteira.
No dia do seu 85.º aniversário, Luís Guedes convidou para um almoço os seus grandes e bons amigos Jorge Guerreiro (Tesoureiro da Junta de Freguesia de Quarteira) e Jorge Matos Dias (Administrador do jornal online PlanetAlgarve). Dois amigos que desejaram chegar aos 85 anos com a mesma saúde e lucidez, a mesma robustez física, a energia e o dinamismo deste seu amigo, uma das figuras mais controversas e combativas da comunidade quarteirense.

planetalgarve.com
19
Ago16

Este homem está transformando áreas desertas após catástrofe em um ‘paraíso de alimentos’

António Garrochinho


Os moradores de Nova Orleans nunca esquecerão o mês de agosto de 2005, quando o Furacão Katrina destruiu boa parte da cidade. Em 2009, David Young, um morador de Ohio, recebeu um “chamado de Deus” e decidiu partir para a cidade para ajudar as pessoas que ainda enfrentavam (e enfrentam) várias dificuldades.
Ele se estabeleceu em uma área que foi abandonada e aproveitou 30 terrenos desertos para criar pomares que produzem alimentos para os moradores da região, que precisam se locomover por mais de 5 quilômetros para chegar a alguma loja ou mercado. O local foi batizado Capstone.
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Tudo que é produzido por David é doado ou vendido a baixos preços para os moradores mais necessitados da comunidade, e qualquer um pode ir até os pomares e colher frutas. Ele também produz mel no local, vendendo potes para poder bancar seu trabalho. Em 2015, David doou mais de 1100 quilos de alimento!
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O “paraíso dos alimentos” do americano é também lar para cabras e galinhas que ele resgatou na região, além de milhares de abelhas que também foram afetadas pelas inundações por perderem boa parte de seu habitat. Em busca de sustentabilidade, David procura abastecer tudo com energia solar e conta com doações e trabalhos voluntários para manter tudo isso em funcionamento.
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Todas as fotos © Capstone

vivimetaliun.wordpress.com
19
Ago16

23 sítios misteriosos que provocam arrepios na espinha

António Garrochinho

Será aquele farol uma casa para os mortos do mar? Porque é que os cães se suicidam nesta ponte? Como é que se entra na "Área 51" australiana? Descubra 23 sítios misteriosos do planeta Terra.


Alguns parecem saídos de um filme de terror, outros não têm fantasmas à mistura. Certo é que foram todos abandonados, entregues à voracidade do tempo e votados ao esquecimento. Para os exploradores são, no entanto, alguns dos sítios mais interessantes por onde passear: ainda que seja raro encontrar por lá vivalma, até porque muitos destes locais são perigosos ou verdadeiramente inóspitos. É exatamente o mistério que os torna tão atrativos.

O Observador andou em busca de algumas das histórias mais interessantes de locais envoltos em segredos e com um passado que parece quase obscuro. Há casas assombradas, esqueletos e cadáveres, lagos e pontes. Eis 23 exemplos de como a vida nas sombras pode ser realmente impressionante. Veja tudo na fotogaleria.













































observador.pt


19
Ago16

Além da medalha, quanto ganha um campeão olímpico?

António Garrochinho

Além de ter o prazer de pisar um pódio com uma medalha ao pescoço, quanto ganha um atleta por alcançar este feito? Os prémios e os valores variam muito entre países.


Joseph Schooling não só "retirou" o ouro a Phelps nos 100 metros mariposa como ganhou 753 mil dólares

Além de ter o prazer de subir ao pódio com uma medalha ao pescoço, quanto ganha um atleta por alcançar este feito? Os prémios e os valores variam muito entre países.
Dos 206 países participantes, há alguns bem generosos, como é o caso da Singapura, que paga 753 mil dólares a quem conquistar uma medalha de ouro. Mas outros, como o Reino Unido, Noruega ou Suécia, não pagam absolutamente nada aos atletas medalhados, como foi o caso do tenista britânico Andy Murray.
Estes pagamentos são independentes do Comité Olímpico Internacional e são atribuídos pelos países e, assim sendo, cada uma estipula o valor a oferecer.
Portugal paga 40 mil euros a quem ganhar o ouro olímpico, 25 mil euros para a prata e 17,5 mil para o bronze, quantia que Telma Monteiro recebeu pelo seu terceiro lugar no judo.
O Comité Olímpico Brasileiro paga cerca de 11 mil dólares aos atletas que subam ao pódio individualmente, qualquer que seja a medalha ganha. No caso de uma prova de equipa, são entregues 5,5 mil dólares para cada um.
Mas vencer muitas medalhas não é sinal de receber muito dinheiro. Singapura é um país com grande capacidade financeira, mas também não tem uma grande história olímpica, visto que venceram a primeira medalha de ouro nestes Jogos do Rio, e por isso recompensam “bastante bem” os seus atletas. Por outro lado, países como os EUA ou a Alemanha, habituais vencedores de inúmeras medalhas, dão 25 mil e 20 mil dólares, respetivamente, por cada ouro. Ou seja, as cinco medalhas de ouro de Michael Phelps garantiram-lhe 125 mil dólares nestes Jogos, valor ainda distante dos 753 mil dólares que Joseph Schooling arrecadou ao roubar-lhe a medalha de ouro em mariposa.
Contudo, estes prémios podem passar bem despercebidos a certos atletas que, fora dos Jogos, estão habituados a ganhar autênticas fortunas. A revista Forbes reuniu os atletas que mais dinheiro ganham e que estão no Rio de Janeiro.
Dos 14 selecionados pela publicação, temos seis basquetebolistas, cinco tenistas, um futebolista, um velocista e um golfista, sendo que consta apenas uma mulher na lista, a número 1 do mundo do ténis, Serena Williams.
Kevin Durant, basquetebolista dos Golden State Warriors, representa a seleção norte-americana e ganha mais de 50 milhões de euros por ano, sendo que “apenas” 18 milhões são de salário. Para Durant, os 25 mil dólares em caso de vitória dos EUA parece algo insignificante.
Já Andy Murray, não recebeu nem uma libra por ter vencido a medalha de ouro frente ao argentino Del Potro na final de ténis. Contudo, ganha mais de 20 milhões de euros por ano e só na última edição do Open da Austrália ganhou três milhões de euros.
Mas o dinheiro não é tudo. Segundo conta o Telegraph, há países que não dão dinheiro mas oferecem outras regalias. A Coreia do Sul dá isenções militares e os alemães podem ter cerveja ilimitada para o resto da vida.

observador.pt
19
Ago16

The Iron Knight, o camião mais rápido do mundo?

António Garrochinho


Objetivo é bater recordes de velocidade dos 0 aos 500 metros e dos 0 aos 1000 metros




Volvo

Tem 4,5 toneladas e 2400cv de potência. Chama-se “The Iron Knight” (Cavaleiro de Ferro, em português) e pretende tornar-se no camião mais rápido do mundo. O objetivo é bater os recordes de velocidade dos 0 aos 500 metros e dos 0 aos 1000 metros.


Para esta missão, a Volvo Trucks pegou no conhecido motor de seis cilindros em linha 12,8 litros D13 dos camiões FH da marca sueca, e que na sua versão de produção debita “apenas” 540 cv.

A inclusão de quatro turbocompressores, um intercooler refrigerado a água e obviamente, a reprogramação da centralina, permitiu alcançar números surreais: 2400cv e 6000 Nm.
Por outro lado, a caixa de dupla embraiagem i-Shift manteve-se praticamente de origem, ganhando apenas reforços e uma programação electrónica que favorece a rapidez na transição de mudanças.
A aerodinâmica foi outra das preocupações, não fosse o desafio velocidade. A cabina é feita de fibra de vidro para maior ligeireza e foi trabalhada para oferecer o mínimo de resistência aerodinâmica. Conta ainda com saias laterais e entradas de ar para melhorar a refrigeração do motor.
“O Iron Knight tem um desenho atrativo e poderoso inspirado pelo atual Volvo FH. Basta olhar para o veículo para perceber que é um camião verdadeiramente rápido. Mesmo quando está parado parece sempre que está em movimento”, referiu Nigel Atterbury, designer responsável na Volvo Trucks.
A revelação desta proeza no dia 24 de agosto surge, incidentalmente, um dia após a revelação de um novo camião da rival Scania, prevendo-se assim mais um episódio da rivalidade entre os dois construtores, com a Volvo a tentar ‘roubar’ para si algumas das atenções.
Recorde-se que a Volvo detém o recorde de velocidade com camião nos 1000 metros, conquistado em 2009 com o “Wild Viking” de 1600 cv, que atingiu os 158,8 km/h.

VÍDEO

www.tvi24.iol.pt
19
Ago16

Afinal Fisco só vai ter acesso a contas acima de 50 mil euros

António Garrochinho

É a partir desse limite que as Finanças consideram existir maior risco de evasão fiscal. Até aqui, e para além da polémica acerca da (in)constitucionalidade da medida, pensava-se que o controlo seria sobre todas as contas de todos os clientes dos bancos


Fernando Rocha Andrade (José Sena Goulão/Lusa)

Afinal, há limites mínimos. O Fisco vai ter
 acesso às contas dos clientes dos bancos, mas só àquelas que têm saldos acima dos 50 mil euros. Abaixo desse valor, ficam fora do radar de controlo. 

Claro que não estão em causa apenas as contas à ordem, mas também aplicações financeiras de vária índole, como contas a prazo ou poupança. 
Fonte do ministério das Finanças adiantou ao Jornal de Negócios que os bancos só vão ser obrigados a fornecer essas informações quando os saldos das aplicações financeiras dos clientes que residem em Portugal ultrapassarem, então, o limiar dos 50 mil euros. 
A polémica acerca da (in)constitucionalidade do diploma foi tema quente desta semana, também porque se pensava que o Governo teria poderes para passar a pente fino todas as contas, de todos os clientes dos bancos, mesmo sobre quem nunca recaiu qualquer suspeita de delito fiscal. 
Não se ouviu falar de um limiar mínimo, até agora, mas alegadamente ele já faria parte dos planos originais. A ideia seria que o valor constasse só Portaria que virá, em breve, a regulamentar a medida. 
A verdade é que o dedo apontado pela Comissão de Proteção de Dados ao diploma, para além do eco que encontrou na comunicação social, levou o Executivo a ponderar alguns pontos e, ainda, a integrar já no decreto-lei - que está a ser ainda finalizado - esse patamar dos 50 mil euros. 
O Governo de António Costa e, em particular, o ministério liderado por Mário Centeno, não desistiram, assim, da medida, até porque argumentam que se trata da transposição das regras europeias de troca automática de informações e do acordo do género com os EUA (FACTA) para o plano nacional.
Ainda assim, e com mais esta notícia, estão a ser limadas arestas. Um dos problemas levantados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados foi a quebra do sigilo bancário. As Finanças responderam acolhendo algumas das suas recomendações e tomando medidas preventivas de segurança, para proteger a informação pessoal dos contribuintes.

E quem tem dinheiro em Portugal mas não vive no país?

No caso de um não residente com contas bancárias em Portugal, o Fisco português irá fornecer ao à entidade homóloga do país onde essa pessoa vive os saldos e juros de todas as aplicações financeiras.
Já quanto aos cidadãos que vivem em Portugal e têm dinheiro lá fora, as autoridades fiscais estrangeiras vão obter informação junto das instituições e enviar esses dados para Portugal.
No caso específico dos EUA , o controlo só será feito se poupanças superarem os 50.000 euros.

www.tvi24.iol.pt
19
Ago16

NÃO SEI SE A NOTÍCIA TEM FUNDAMENTO MAS AINDA NÃO ESTÃO CONTENTES COM A MAMA ! QUEREM MAIS !!!! - Padres queixam-se de cobrança indevida de IMI pelo Fisco

António Garrochinho


Só em Braga, 20 acerdotes queixaram-se ao bispo da cobrança do imposto municipal até agora isento ao abrigo da Concordata entre a Santa Sé e o Estado. Conferência Episcopal Portuguesa diz que situação não é de agora e aconselha dioceses a contestar


Cruz [Reuters]

O Fisco está a cobrar Imposto Municipal sobre Imóveis, o 
IMI, a dezenas de paróquias. Só em Braga, 20 padres queixaram-se ao bispo da cobrança do imposto municipal até agora isento ao abrigo da Concordata, celebrada em 2004 entre a Santa Sé e o Estado.
Alvo de notificação por parte das Finanças, estão edifícios com fins sociais e pastorais como, por exemplo, aqueles que estão destinados à catequese ou a atividades sociais. Serão dezenas de paróquias, segundo o Jornal de Notícias.
Aveiro, Bragança, Leiria e Setúbal também integram o leque de dioceses que receberam um aviso de pagamento por parte do Fisco.
A situação abrange ainda conventos e casas para os pobres mandadas contruir pelo padre Américo, fundador da Casa do Gaiato, em Paço de Sousa, Penafiel e que a Autoridade Tributária diz terem um valor patrimonial entre 13.910 e 28.960 euros.
Isso quer dizer que o IMI a pagar varia entre 41 e 86 euros, sendo a primeira vez em 66 anos que a instituição é chamada a contribuir.
TVI24 já tentou, nesta manhã de sexta-feira, obter uma reação por parte do Ministério das Finanças, ainda sem sucesso.

Conferência Episcopal: "Cada diocese contestará abuso"

A Conferência Episcopal Portuguesa lamentou entretanto que a Concordata não esteja a ser cumprida. 
Conheço alguns casos, não é de agora, mas está a ser feito agora com mais incidência", disse à Lusa o porta-voz Manuel Barbosa
O Fisco “não está a respeitar um acordo internacional que está acima das leis locais”. "É de lamentar essas situações”, disse ainda, remetendo para o artigo 26.
Manuel Barbosa esclareceu que as dioceses conhecem as normas e estão a responder à Autoridade Tributária para contestar o pagamento, o qual normalmente acaba por não ser feito.
Cada bispo e responsável diocesano está a agir no sentido de contrapor essa solicitação de pagamento de IMI. Sei que são algumas dezenas, não é de agora, tem havido recurso e tem havido resposta positiva no sentido de não pagar".
Embora diga não ter concretos e totais do número exato de casos, o responsável diz que neste mês de agosto assistiu-se a “alguma atuação mais insistente e com mais extensão” por parte das finanças. Mas logo avisou que “cada diocese cuidará de fazer a devida prova de que era um abuso da própria lei”.

O que estipula a Concordata?

"Estão isentas de qualquer imposto ou contribuição geral, regional ou local sobre lugares de culto" e "instituições de apoio direto e exclusivo às atividades com fins religiosos".
www.tvi24.iol.pt
19
Ago16

EM LUGARES ONDE NÃO HÁ JUSTIÇA, SAÚDE, PÃO, OS SENHORES DA GUERRA PÔEM-LHES ARMAS NA MÃO ! - UNICEF em alerta por causa de crianças-soldado.

António Garrochinho

A UNICEF pede a "libertação incondicional" das crianças que têm sido recrutadas pelos agentes armados no Sudão do Sul. Estima-se que tenham sido recrutadas16 mil crianças desde dezembro de 2013.


A UNICEF pede o “fim imediato do recrutamento de crianças e a sua libertação incondicional por parte dos agentes armados” do Sudão do Sul. Desde o início do ano, foram recrutadas mais de 650 crianças e a organização receia que o reacender do conflito na região coloque dezenas de milhares de crianças em risco, de acordo com o comunicado divulgado nesta quinta-feira.

A crise no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013 e estima-se que os grupos armados do país já tenham recrutado cerca de 16 mil crianças. Apesar de ter havido um compromisso político para pôr fim a esta prática, a UNICEF afirma que as crianças continuam a ser recrutadas e usadas para combater.

“O que todos nós tínhamos sonhado para as crianças deste jovem país tornou-se num pesadelo”, afirmou Justin Forsyth, adjunto do diretor executivo da UNICEF, acrescentando que “no atual período extremamente precário da breve história do Sudão do Sul, a UNICEF teme que possa estar iminente um aumento exponencial do recrutamento de crianças iminente”. As declarações foram proferidas no regresso de uma deslocação a Bentiu e Juba, no Sudão do Sul.

Em 2015, a UNICEF supervisionou aquela que foi considerada “a maior desmobilização de crianças de sempre” – 1.777 crianças-soldado que foram libertadas. Contudo, o reacender do conflito não coloca um ponto final no recrutamento das crianças e as violações continuam a aumentar.

As crianças continuam a sofrer provações tremendas. Os relatórios recentes dão conta de violência sexual generalizada contra raparigas e mulheres. O uso sistemático da violação, da exploração sexual e do rapto como arma de guerra no Sudão do Sul tem de acabar, bem como a impunidade de todos os seus autores”, afirmou Forsyth.
O acesso de todas as intervenções humanitárias em Juba e noutras zonas do país é urgente para prestar apoio, proteção e assistência às crianças e mulheres, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância. “Sem um setor humanitário totalmente operacional, as consequências para as crianças e suas famílias serão catastróficas, disse Forsyth.

Desde que o conflito começou, em 2013, cerca de 900 mil crianças foram forçadas a deslocar-se no interior do país e mais de 13 mil estão desaparecidas, foram separadas das famílias ou estão sozinhas. Cerca de 250 mil crianças estão subnutridas.

A UNICEF promove os direitos e bem-estar das crianças no mundo, trabalhando em 190 países. No Sudão do Sul, reporta e monitoriza violações graves dos direitos das crianças no âmbito de um Grupo de Trabalho das Nações Unidas – Monitoring and Reporting Mechanism (MRM), documentando seis abusos cometidos contra crianças: recrutamento por forças e grupos armados, assassínio e mutilação, ataques contra escolas e hospitais, violação e outras formas de violência sexual, rapto e impedimento do acesso humanitário.



















observador.pt
19
Ago16

Aumentos que são devoluções

António Garrochinho


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O «aumento» dos salários trata-se, na verdade, da reposição do valor dos salários tirado aos trabalhadores desde 2010, ainda com o governo de José Sócrates. O governo que se lhe seguiu desde logo se disponibilizou para ir além da troika.





Entre 2010 e 2014 o número de trabalhadores remunerados diminuiu em 307,9 mil
Dois apontamentos devem ser feitos à notícia desta semana, segundo a qual o salário médio subiu 4,5% desde a saída da troika do País.
Em primeiro lugar, este «aumento» (já explicamos o porquê das aspas) não pode ser desligado da solução governativa encontrada no seguimento das eleições do passado dia 4 de Outubro. Foi de resto um dos pontos discutidos entre os partidos de esquerda com o PS e que foi explanado nas posições conjuntas.
Por outro lado, convém relembrar que «aumento» é este: trata-se, na verdade, da reposição do valor dos salários tirado aos trabalhadores desde 2010, ainda com o governo de José Sócrates. O governo que se lhe seguiu, do PSD e do CDS-PP, desde logo se disponibilizou para não só cumprir as exigências da troika como ir mais além, mostrando que o «memorando de entendimento» foi um bom pretexto para pôr em prática o seu próprio programa de Governo.
O salário médio líquido aumentou, entre 2007 e 2011, 11,1%, enquanto entre 2011 e 2016 o crescimento foi de apenas 3%. O crescimento médio do salário líquido, por ano, segundo o INE, foi de 2,6% no primeiro período – e de 0,6% no segundo.
Entre 2010 e 2014 reduziu-se o número de trabalhadores remunerados em 307,9 mil. No mesmo período, a remuneração média anual, por trabalhador, diminuiu 546,9 euros. O que levou a isto é bem conhecido de todos nós: despedimentos colectivos, contratos precários (a prazo, mensais, etc.) com renovação automática, estágios não remunerados, crescimento das empresas de trabalho temporário (em que nalguns casos mais de metade do parco salário não passa sequer pelos trabalhadores), para dar apenas alguns exemplos.
Outro dado a ter em conta é a parcela de Produto Interno Líquido (riqueza líquida criada) que vai anualmente para os trabalhadores (aqueles que contribuem verdadeiramente para essa riqueza). Em 2009 a percentagem era de 45,1% – em 2015 foi de apenas 40,4%, um valor abaixo dos 44,4% registados em… 1995. Note-se que 82,3% da população empregada são trabalhadores por conta de outrem.
É uma evidência dizer que mesmo estes valores tão expressivos não mostram com exactidão a dimensão do problema, e que para a compreendermos precisamos de ter em conta os aumentos de preços, de impostos e de um conjunto de outros factores que fizeram com que a pobreza alastrasse na sociedade portuguesa.
Outra evidência é a crescente desigualdade que se verifica entre países da União Europeia: se entre 2010 e 2015 o ganho médio mensal de um português adulto diminuiu 3,7%, o de um grego diminuiu 17,2% e o de um alemão aumentou 11,9%.
Porém nunca é demais referir estas evidências, principalmente quando vemos os partidos então no governo a contorcerem-se em manobras para demonstrar que a realidade por eles deixada não era esta. Era esta e era sobre ela que era preciso actuar. É neste contexto que começam a surgir as devoluções dos salários dos trabalhadores, ainda que por ora bem insuficientes.

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19
Ago16

A importância do investimento público

António Garrochinho





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Uma visão cega e imediatista de controlo do défice orçamental e da dívida pública tem condicionando a nossa evolução económica; a queda abrupta do investimento público contribuiu decisivamente para o longo período de estagnação económica que vivemos.

É hoje bem aceite nos meios académicos e da política económica, apesar do neoliberalismo reinante, que o investimento público e em particular o investimento em infra-estruturas tem um papel crucial na promoção do crescimento económico.
No passado fim-de-semana Nicolau Santos, na sua página do suplemento de economia do jornal Expresso, chamou a atenção para a importância que um investimento público como foi a construção da barragem do Alqueva, muito justamente reivindicado durante décadas, teve na transformação do grupo Nutrinveste na maior empresa mundial de produção de azeite. Entre outros factores, são destacados os elevados níveis de produtividade só possíveis com o perímetro de rega da barragem do Alqueva, um investimento público indispensável para que este e muitos outros investimentos privados tenham hoje sucesso nesta região do País.
«Por cada milhão de euros de investimento público, o investimento privado cresce cerca de 8,12 milhões de euros, são criados cerca de 230 novos postos de trabalho e o produto aumenta 9,54 milhões de euros.»
A este exemplo muitos outros investimentos públicos poderíamos juntar, em infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias, em produção de energia, transporte e sua distribuição, em infra-estruturas básicas de água e saneamento, em infra-estruturas de comunicações e telecomunicações e em equipamentos de saúde, educação e desporto, investimentos que o Estado foi assegurando a um ritmo aceitável até ao início deste século e que alavancaram muito do investimento privado realizado, que proporcionaram benefícios às famílias e às empresas e que se traduziram no aumento do bem-estar das populações e num aumento da produtividade do tecido produtivo, estimulando-se desta forma muito do crescimento económico verificado.
Os resultados empíricos dos estudos desenvolvidos pelos economistas Alfredo Marvão Pereira e Jorge Andraz sobre os efeitos do investimento público agregado, bem como dos diferentes tipos de infra-estruturas de transportes – estradas e auto-estradas, portos, aeroportos e caminhos-de-ferro – no desempenho económico português (ver «O Impacto do Investimento Público na Economia Portuguesa», edição de 2004 da Fundação Luso Americana, e «Os Investimentos Públicos em Portugal», edição de 2013 da Fundação Francisco Manuel dos Santos), são bem elucidativos.
Concluem estes autores que no longo prazo, por cada milhão de euros de investimento público, o investimento privado cresce cerca de 8,12 milhões de euros, são criados cerca de 230 novos postos de trabalho e o produto aumenta 9,54 milhões de euros.
Apesar de todas estas evidências, uma visão cega e imediatista de controlo do défice orçamental e da dívida pública tem-se sobreposto no nosso país nos últimos anos, condicionando a nossa evolução económica. A queda abrupta do investimento e em particular do investimento público contribuíram decisivamente para o longo período de estagnação económica que vivemos há cerca de 15 anos.
«A destruição da capacidade produtiva é tal que o nível de investimento anual é hoje insuficiente para cobrir o consumo de investimento»
A destruição da capacidade produtiva do País é bem visível na evolução do stock de capital (formação bruta de capital fixo menos consumo de capital fixo) ao longo deste período. Quer para o investimento público quer para o investimento privado, o stock de capital vem-se reduzindo de tal forma desde o início do século que, em 2012, um e outro eram já negativos. Isto é, a destruição da capacidade produtiva é tal que o nível de investimento anual é hoje insuficiente para cobrir o consumo de investimento e desta forma se repor, no final de cada ano, pelo menos o nível de investimento existente no início.
De um peso do investimento público no PIB entre 4 e 5% até ao início deste século, assistimos nos últimos anos a uma sua redução permanente, bem visível nos últimos anos e no 1.º semestre do corrente ano, de tal forma que neste momento esse peso é francamente residual, situando-se abaixo dos 2% do PIB.
Não tenhamos dúvidas: é aqui que reside a principal razão do fraco crescimento económico e da escassa criação de emprego.
Sem vontade política clara para apostar no crescimento forte e sustentado do investimento público, em particular no investimento em infra-estruturas de transportes, em reabilitação urbana e em equipamentos de saúde, educação, desporto e apoios sociais, investimentos cujo efeito multiplicador sobre o investimento privado, o emprego e o produto estão comprovados, o País manter-se-á em estagnação económica e o actual governo correrá sérios riscos de sobrevivência.


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19
Ago16

dificuldade

António Garrochinho
NUNCA FUI DERROTISTA NEM DEMASIADO OPTIMISTA.
A LUTA DO DIA A DIA, O QUE OUÇO,O QUE OUVI, O QUE VI E O QUE VEJO LEVAM-ME A EXERCER O PENSAR.
ESTOU COM SÉRIAS DIFICULDADES EM ACREDITAR NO AMANHÃ.
AG
19
Ago16

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

O MUNDO PRECISA DE POLÍTICOS INTELIGENTES E HONESTOS E NÃO DA VARA DE FANTOCHES QUE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS TÊM APODRECIDO A SOCIEDADE.
TENHO SÉRIAS DÚVIDAS DE QUE O "FIM" DO EMBARGO A CUBA SEJA ALGO DE CREDÍVEL E SAUDÁVEL PARA UM POVO QUE É RECONHECIDAMENTE LUTADOR E HUMANISTA.
A SEMENTE DO ÓDIO, DO TERROR, DO ASSASSINATO E DA ESCRAVIDÃO PODE ESTAR A INSTALAR-SE EM CUBA COMO JÁ EXISTIU OUTRORA.
QUALQUER HOMEM OU MULHER QUE SEJA ANTI FASCISTA E ANTI IMPERIALISTA TERÁ COMO EU AS SUAS DÚVIDAS E RECEIOS PERANTE A POLÍTICA DE SANGUE DOS IANQUES AMERICANOS, DOS SIONISTAS E DOS TERRORISTAS DA ARÁBIA SAUDITA.
A EUROPA DE MERKEL, DE HOLLANDE NADA MAIS É DO QUE UMA MONTANHA DE MERDA CRIMINOSA E CHEIA DE ARDIS QUE FAZ PERIGAR A LIBERDADE NO MUNDO.
ANUNCIAM-SE MEDIDAS "AGRADÁVEIS" PARA CUBA E AO MESMO TEMPO CONTINUA A CHACINA DE INOCENTES EM OUTROS PAÍSES, OUTROS POVOS, E ACENTUA-SE A HEGEMONIA DOS NEO NAZIS PELOS VÁRIOS CANTOS DO PLANETA.
NADA DO QUE SE POSSA PASSAR NO FUTURO IRÁ ALTERAR O MEU ENTENDIMENTO DAQUILO QUE É A SOCIEDADE SOCIALISTA E A LUTA DE TODOS OS COMUNISTAS NO MUNDO, ONTEM, HOJE E AGORA.
António Garrochinho
19
Ago16

EU SOU PELA VERDADE DESPORTIVA QUANDO ELA NÃO ASSUME POSIÇÕES DE NOJO EXCLUSIVAMENTE POLÍTICAS - Isinbayeva considera que eleição é «resposta à injustiça» Atletas elegem saltadora russa para o Comité Olímpico

António Garrochinho


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Isinbayeva foi eleita para a Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional após ser impedida de participar nos Jogos do Rio pela exclusão colectiva de toda da equipa russa.




Yelena Isinbayeva, de 34 anos, é recordista mundial do salto com vara de forma ininterrupta desde 2004
A russa Yelena Isinbayeva foi eleita para a Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional (COI), numa votação em que participaram 5185 atletas de todo o mundo. Britta Heidemann (Alemanha), Seug-min Ryu (Coreia do Sul) e Daniel Gyurta (Hungria) são os outros três atletas eleitos.
A recordista mundial, medalhada nos Jogos de Atenas, Pequim (ouro) e Londres (bronze) afirmou que a eleição pelos seus pares para o órgão do COI representa «uma resposta à injustiça», depois de toda a equipa russa ter sido excluída da participação nos Jogos Olímpicos deste ano.
Os 68 atletas da Federação Russa que se qualificaram para os Jogos do Rio ficaram impedidos de participar depois da revelação de um relatório que aponta para um esquema de dopagem organizada naquele país. Atletas que nunca foram testados de forma positiva, como Isinbayeva, ficaram suspensos, apesar de outros que já cumpriram suspensões, como os velocistas Tyson Gay, Justin Gatlin (EUA), Yohan Blake (Jamaica) ou Yelyzaveta Bryzgina (Ucrânia), terem já marcado presença na competição.
Yelena Isinbayeva tem dois títulos olímpicos e nove títulos mundiais (cinco em pista coberta). É a actual recordista mundial e olímpica do salto com vara, sendo a única atleta da história a superar os 5 metros ao ar livre.

abrildenovomagazine.wordpress.com
19
Ago16

1945: Pétain é condenado à morte

António Garrochinho


Em 14 de agosto de 1945, Philippe Pétain, chefe do regime de Vichy, é condenado à morte por um tribunal de guerra francês, por colaboração com a Alemanha nazi.
"Deixem o réu entrar", ordenou o juiz. Mal começa o processo contra o marechal Henri Philippe Pétain, chefe de Estado francês durante os quatro anos do regime de Vichy, quando algo inusitado acontece na sala da 1ª Câmara do Tribunal de Apelação de Paris.

Por uma estreita porta, aparece o acusado de alta traição, vestido de uniforme cáqui, com medalhas e condecorações, bainha de seda e luvas brancas, e cumprimenta a todos com um gesto imponente. O efeito de sua presença é tão magnético que os presentes – em sua maioria contrários ao réu – se levantam instintivamente, em sinal de respeito. Esta cena ilustra bem a personalidade de Pétain.
Marechal não pede perdão
Com voz rouca, ele lê a seguinte declaração: "Um marechal francês jamais pede perdão. Só Deus e as próximas gerações poderão julgar. Isso basta à minha consciência e à minha honra. Deposito toda a minha confiança na França."
Pétain confia na França, mas acaba ficando só. Charles de Gaulle teme que a nação se divida. Depois de ser humilhada pela Alemanha, a França é ridicularizada pelos aliados, que apenas a toleram como parceira.
Vichy – o regime que executou as ordens de Hitler na França – é o símbolo desta humilhação, uma cicatriz na consciência nacional francesa, e Pétain é o representante de Vichy. De herói nacional a bode expiatório: apesar de Pétain desempenhar o papel de pai da nação, a razão de Estado exige uma vítima.
Popularidade contra colaboração
Para os militares, uma condenação de Pétain à morte seria parricídio. Afinal, o marechal – filho de agricultor com uma carreira militar impecável – é venerado pelos soldados.
Pétain já conquistara sua fama em 1916, como "salvador de Verdun", por ter resistido a uma ofensiva das tropas alemãs. Graças a este mérito, Petáin torna-se marechal, assumindo o comando das Forças Armadas francesas.
Phillipe Petain (Foto: Wikimedia Commons)
Phillipe Petain (Foto: Wikimedia Commons)
Após a Primeira Guerra, o marechal já é uma das personalidades mais populares da França. Apesar da idade avançada, Pétain mantém o comando militar e assume o Ministério francês da Guerra em 1934.
Armistício com Hitler e jogo duplo
Quando as tropas nazistas invadem o país pelas Ardenas, em março de 1940, e tomam o país de assalto, cresce o apelo por um "salvador". Em julho do mesmo ano, Pétain assume – aos 86 anos – o cargo de chefe de Estado francês, mas a derrota militar já estava selada.
Em Compiègne, no famoso vagão de trem em que a Alemanha se submetera ao Tratado de Versalhes, Pétain assina o armistício com Hitler. Com isso, a França é dividida numa parte ocupada e em outra livre, o "Etat Français", com sede na cidade de Vichy.
Por trás da fachada do "Etat Français", Pétain faz um suspeito jogo duplo, de recusa e colaboração com o regime nazista, tolerando inclusive a deportação de judeus para campos de concentração alemães. Ao incentivar as estruturas camponesas e patriarcais, ele segue à risca a ideologia nazista do "solo e sangue".
Pétain consegue – por um lado – excluir a França dos planos de Hitler e – por outro – manter o contato com os aliados até a libertação, em 1944. Por fim, ele acaba por fugir das tropas aliadas e passa os últimos meses da guerra na Alemanha, retornando à França, através da Suíça, logo após a capitulação alemã. O Tribunal de Guerra o acusa de colaboracionismo e alta traição.
O marechal só se manifesta poucas vezes durante o julgamento. Ele se considera o "escudo da França", deixando a De Gaulle o papel de ser a "espada". "Os alemães me chamavam de raposa velha. Eu sou mesmo uma raposa velha. Mas se vocês acham que Vichy foi fácil, estão muito enganados. Eu jamais mostrei minhas verdadeiras intenções. Como na infantaria, nunca se deve colocar a cabeça para fora da trincheira antes da hora."
Uma sentença e uma surpresa
Em 14 de agosto de 1945, os jurados se reúnem pela última vez, pronunciando a sentença, às quatro da manhã do dia seguinte: "O tribunal condena o marechal Philippe Pétain à morte, suspende seus direitos de cidadão e confisca seus bens".
Mas o fim do processo também foi inusitado: após anunciar a sentença, os jurados expressam o desejo de que ela não seja executada. Então, De Gaulle lança mão de seu direito de indulto e comuta a pena de morte em prisão perpétua.
Pétain ouve o pronunciamento da sentença, impassível. E cumpre a pena de prisão, até a sua morte, em julho de 1951, na ilha de Yeu.
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19
Ago16

1959: Fabricado o primeiro Mini - No dia 18 de agosto de 1959, a montadora britânica Austin & Morris apresentou um novo modelo de carro que surpreendeu pelo pequeno tamanho: o Mini, projetado por Alec Issigonis

António Garrochinho


Na efervescência dos anos 60, toda uma geração oscilava entre pettycoat e a revolução sexual. Um carro virou símbolo da juventude nessa época: o Austin Seven, mais conhecido como Mini. Em 18 de agosto de 1959, a primeira unidade do veículo deixou a linha de montagem da fábrica inglesa em Longbridge.

O jornalista especializado alemão Dieter Günther lembra que o Mini deve grande parte de sua popularidade a uma série de inovações que introduziu no mercado automobilístico em 1959. Os modelos anteriores de carros compactos eram fortemente influenciados pelo Fusca, com motor traseiro. O Mini, porém, tinha apenas três metros de comprimento, motor transversal na frente e tração dianteira.


Mini de 1963
Essa tecnologia até então relativamente incomum dispensava um túnel de transmissão mais volumoso (hoje, praticamente todos os carros pequenos utilizam esse sistema). E o slogan "maior por dentro do que por fora" era muito esperto.
Esboço num guardanapo
O Mini nasceu da necessidade do Reino Unido de economizar combustível durante a crise do Canal de Suez, no final da década de 50. Em função disso, havia uma demanda por carros econômicos.
Os diretores da British Motor Company – mais tarde absorvida pelo grupo Austin – reuniram-se num jantar com o chefe dos seus projetistas. Alec Issigonis (1906–1988), nascido na Grécia, fez os primeiros esboços do minicarro num guardanapo. O modelo virou cult, transformando o "homem da rua" num "homem ao volante", como dizia a publicidade. E seu idealizador ganhou o título de Sir.
Segundo Dieter Günther, os carros compactos, na época, não tinham classe. "Já o Mini era chique, tinha classe, agradava tanto à esposa de um banqueiro quanto ao operário; ele proporcionava um verdadeiro prazer de dirigir."


Primeiro Mini-Mirror adquirido por uma família norte-americana, em 1959
Já no primeiro ano de produção, foram vendidas cerca de 20 mil unidades do novo modelo. Custando menos de 500 libras esterlinas, era um carro acessível a todas as classes sociais. Com um motor de 34,5 cv, desenvolvia velocidades de até 115 km/h. Mas o Mini foi bem mais do que uma versão inglesa do Fusca.
Graças a um certo John Cooper, que lançou o Mini Cooper, o carro ficou famoso por vencer ralis nos anos 60. Venceu quase todos o prêmios de automobilismo da época. Os destaques, porém, foram as três vitórias no rali de Monte Carlo, em meados da década de 60.



Cooper reequipou o veículo, lançando em 1961 uma versão esportiva de 55 cv e velocidade máxima de 145 km/h. O modelo clássico era vermelho, com teto branco e duas listras de rali no capô. O Mini Cooper tornou-se um sucesso de vendas.
Cobiçado por todos
Segundo Dieter Günther, "de repente, passou a ser chique dirigir um Mini. Firmas especializadas passaram a criar acessórios especiais, como vidros elétricos, parabrisas fumê ou painéis de instrumentos em madeira. Esses modelos custavam tanto quanto um Bentley ou um Rolls-Royce. Mas existiam clientes ilustres dispostos a comprá-los", como a atriz Diana Rigg e o Beatle Ringo Starr. A costureira inglesa Mary Quandt até teria se inspirado no Mini para criar a famosa minissaia, igualmente curta, chique e predestinada a virar um clássico.


Mini Cooper tornou-se carro de luxo
O Mini clássico foi fabricado, continuamente, durante 41 anos e influenciou profundamente os modelos de carros pequenos projetados depois. O último Mini "tradicional", fabricado pela MG Rover, saiu da linha de montagem em 4 de outubro de 2000 e levou o número 5.387.862. Ele está exposto no Heritage Motor Museum em Gaydon, Warwickshire, ao lado do primeiro Mini Minor, produzido em 1959.
O minicarro criado por Alec Issigonis evoluiu a ponto de as versões modernas ultrapassarem os 160 km/h e perfazerem mais de 18 km por litro de combustível. A marca Mini sobreviveu a várias transferências de donos (BMC, Austin, Morris e British Leyland, Rover). Sua produção só foi suspensa depois que a BMW assumiu a fábrica inglesa da Rover, em 1994. Pouco tempo depois, a BMW desfez-se da deficitária Rover, mas manteve as duas marcas de sucesso da empresa britânica: Mini e Land Rover.
No Salão do Automóvel de Paris, no ano 2000, a BMW apresentou, então, o novo Mini, que começou a ser produzido no outono europeu de 2001 e logo se tornou um enorme sucesso de vendas.

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19
Ago16

Olimpíadas 2016: O desporto é o que menos importa

António Garrochinho



 Mauro Iasi*     

Os Jogos Olimpicos do Rio de Janeiro não cumpriram as metas fixadas pelo Comité Olímpico.
Para poupar energia a pira Olímpica foi muito menor do que o previsto.O tratamento do esgoto lançado na Baia da Guanabara não atingiu metade da meta estabelecida. As obras de limpeza dos rios da bacia de Jacarepagua foram paralisadas em 2015, apesar de a empresa responsável ter recebido 235 milhões de reais. Mais de 77000 pessoas foram desalojadas das suas residências para criar terrenos destinados a futura especulação imobiliária. Não obstante a mobilização de 85000 policias, a segurança das delegações funcionou muito mal. Muitos atletas foram assaltados e roubados dentro e fora da Vila Olímpica.-O desporto, como lembra Mauro Iasi, foi no Rio16 o que menos importou aos organizadores.



Um pouquinho, sinhá, só um pouquinho. Uma parte não se mostra naquilo que se apresenta como imagem ideológica. Seleciona-se, assim como os atletas em busca do índice olímpico, aquilo que aparecerá na imagem refletida do real.
Este é um Brasil que canta e é feliz, este é um país em que uma menina negra da favela chega ao ouro, este é um país que se esforça muito, luta diariamente vencendo obstáculos. Este é um Brasil, no entanto, que canta porque é triste, no qual crianças negras são abatidas a tiros nas favelas, em que os juízes saem para jantar com os vencedores, um país em que se trabalha muito e se ganha pouco enquanto poucos ficam com quase tudo. Como nas Olimpíadas.
Como em toda imagem ideológica, as Olimpíadas também mostram e demonstram muito naquilo que escondem. Não é uma mera falsidade, pura manipulação. Isto aqui, sinhô, é bastante do Brasil. Os jogos são um funil seletivo no qual passam apenas os melhores entre os melhores, os campeões, os semideuses olímpicos, que disputam poucos lugares no pódio e só um pode ser de ouro. A livre concorrência entre indivíduos desiguais em condições, igualados pelas regras comuns da disputa. Iguais em direito, desiguais de fato. Indivíduos, heróicos, enfrentando dificuldades até alcançar os louros da vitória.
Mas, isso é o óbvio. Uma outra dimensão se insinua de forma mais sub-reptícia. Há vagas especiais para aqueles que não atingiram os índices, para que todos os países participem como convidados, há equipes para abrigar os refugiados e, depois, há as Paraolimpíadas. Todos os círculos, de todas as cores, se irmanam num abraço como as argolas do mágico que com perícia esconde o truque. A mensagem para o mundo é a importância de cuidar da natureza e do equilíbrio ambiental, a paz mundial, assim como a importância da educação e do cuidado com as crianças.
Vejam, não há nada de errado neste discurso, assim como não há nada de errado nos jogos, na emoção da disputa, no reconhecimento do esforço dos atletas, na beleza dos esportes. A dimensão ideológica atua em outra dimensão que exige um pouco de distanciamento.
Os jogos que defendem o equilíbrio ambiental, por exemplo, não cumpriram com suas metas. Fizeram uma Pira Olímpica menor, para economizar energia, mas na conta da compensação de carbono resta um déficit de 31% por conta do replantio insuficiente de mudas em relação a emissão de gases associados às obras para receber o evento. O esgoto jogado na Baía da Guanabara, cuja promessa seria tratar 80%, não chegou nem à metade da meta. A limpeza e canalização dos rios da bacia de Jacarepaguá, segundo os dados da “Jornada de lutas: Jogos da Exclusão”, tiveram suas obras paralisadas no final de 2015, com um ano de atraso no prazo previsto, e sem nenhum resultado, apesar das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia terem abocanhado a bagatela de R$ 235 milhões pelas obras.
Enquanto se festeja a inclusividade dos jogos, a generosa inclusão de nações sem índice olímpico ou a oportunidade para refugiados (alguns vindos de países que foram bombardeados pelas nações européias que depois se negaram a recebê-los em seus territórios), os megaeventos desalojaram mais de 77 mil pessoas desde 2009. No Rio de Janeiro, inúmeras famílias foram desalojadas na Vila Autodromo, Vila Recreio II, favela Metro Mangueira, Vila Harmonia e outras muitas apenas para criar terrenos vazios para a futura especulação imobiliária.
Pombinhas de papel simbolizam a paz no mundo e a cidade é tomada pelo exército e a polícia. A ocupação na Maré, durante a copa do mundo em 2015, consumiu R$ 599 milhões em 15 meses. Os organizadores dos “Jogos da Exclusão” estimam que entre 2010 e 2016 a prefeitura do Rio investiu R$ 303 milhões em programas sociais em todas as favelas da cidade. O conjunto dos gastos com segurança podem chegar aos 3 bilhões de reais. Os assassinatos cometidos por policiais cresceram 135% em um ano.
Pessoas são retiradas dos estádios por expressar sua posição contra o governo ilegítimo instalado em Brasília e uma lei da mordaça cai sobre os atletas. Enquanto os fogos iluminavam a noite da cidade, a policia descia a porrada nos manifestantes em outro canto.
Mas, o que o esporte tem a ver com tudo isso? Ele não é o culpado pelas razões que levam aos meus queixumes políticos, nem com a ganância das grandes empresas que esfolam mercantilisticamente o evento. Essa é uma questão difícil.
Atletas treinam muito e com dedicação, uns com mais apoio, outros sem nenhum, mas o que importa é que neles podemos ver, algumas vezes, isso que um certo Barão, Pierre de Coubertin, chamou de “espírito olímpico”. E isso é muito bom de se assistir e deve ser ainda mais legal participar. Mas, pesa como maldição de todo “espírito” habitar um “corpo”, objetivar-se e, em certas condições, estranhar-se. A materialidade olímpica é a intensa utilização desse valor de uso para servir de base para o seu valor de troca. Sua transformação em mercadoria, sua mercantilização intensa, independe das formas próprias de seu valor de uso e muito menos das intenções de seus protagonistas, aliás como em todo processo de produção de mercadorias.
O esporte é o que menos importa. O Ministério do Esporte, que quase nunca usa a verba que lhe é atribuída, disponibilizou cerca de 190 milhões para bolsas para aqueles que alcançam índices e podem disputar vagas no esporte de competição. É quase o valor pelo qual o Maracanã foi vendido, cerca de 180 milhões a serem pagos em 30 anos, apesar das obras terem chegado ao estratosférico valor de 1,34 bilhão. Programas de massificação do desporto, formação, estruturas de qualidade, como sempre são abandonados e seus recursos mínguam.
Ao final, as medalhas distribuídas, os lucros das empreiteiras, dos conglomerados de comunicação, dos monopólios envolvidos contabilizados, nossa emoção catártica realizada, a cidade voltará ao seu “normal”. A Universidade Estadual do Rio de Janeiro seguirá sua crise, os professores do ensino fundamental seguirão com seus salários atrasados, as carcaças de estruturas descartáveis apodrecerão como testemunhas silenciosas do desperdício e da ostentação.
Ai sinhô, ai, ai, sinhá… tem mais uma coisa que está aqui e vai seguir depois:
É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não.


Publicado no Blog da Editora Boimtempo em 10 de Agosto de 2016

*Mauro Iasi é escritor, dirigente do Partido Comunista Brasileiro e foi candidato à Presidência da República

www.odiario.info
19
Ago16

APENAS UM PEQUENO CONTRIBUTO PARA O DEBATE…

António Garrochinho

Imagem inquietante de um grupo de fundamentalistas cristãs, invadindo o espaço sagrado das nossas praias e desrespeitando a nossa civilização e a cultura do bikini, do fio dental, da tanguinha sem mais nada…
Onde pára a polícia? É preciso fazer alguma coisa. Ser firme com estas potenciais terroristas. Não pactuar! Não transigir!!! 
Samuel Quedas
Foto de António Garrochinho.