May French Sheldon – (Beaven (Pensilvânia, EUA) 10/05/1858 – Londres, 10/02/1936) – Viajante, escritora.
Nascida no seio duma família abastada e culta, cuja principal actividade económica era o cultivo do algodão, tabaco e cana-de-açúcar, cultivo este que se espalhava por milhares de hectares no sul do Mississípi, May Sheldon recebeu uma educação esmerada e completa. Os seus pais, membros da aristocracia americana, por descenderem dos primeiros colonos que por ali se fixaram, não se enraizavam demasiado nas questões políticas do Sul. Apesar de viverem no ainda paradisíaco sul esclavagista (para os senhores) a Europa era o seu porto de abrigo e para onde viajavam com frequência, o que os tornava amantes dos prazeres da vida sulista mas apoiantes dos princípios europeus. O seu pai (o Coronel French) era um estudioso das ciências matemáticas e a sua mãe (Elisabeth French) uma apaixonada pelo estudo da influência da electricidade no tratamento humano, tendo publicado diversas obras sobre este tema (“Manual de electroterapia” (1873); “Breve tratado de anatomia e fisiologia” (1877); “Guia familiar para as aplicações da electricidade” (1877) e “O diagnóstico electro-cranial” (1885).
E deste casal progenitor, mundano, elitista, defensores do darwinismo e materialista e viajado, que tanto se sentiam bem em Filadélfia como em Londres ou em Paris, May Sheldon receberá uma educação esmerada, aberta aos novos rasgares das fronteiras da ciência e da filosofia e será incentivada a expandir os seus desejos. Faz os seus estudos em Itália, onde aprende Literatura Clássica, Música, Desenho, Italiano e Francês e, a completar esta educação esmerada, apenas com 16 anos de idade acompanha os seus pais numa viagem à volta do mundo.
No seu estado adulta busca onde fixar a sua actividade e, para tal, volve os seus interesses para os Estudos Clássicos, pela História, para a Geologia e, finalmente, sendo filha duma médica, cursa medicina, que completa. É então que o destino aponta o seu caminho ao travar conhecimento com um amigo do seu pai, o mundialmente famoso Henry Morton Stanley, um dos mais duros experimentados exploradores e desbravadores do continente africano (1). Henry Stanley fascina May Sheldon que, ao relatar-lhe as suas odisseias africanas, põe-na a sonhar com as grandes extensões territoriais africanas ainda desconhecidas dos europeus.
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Em 1883 casa-se com Eli Lemon Sheldon e, aproveitando o dom e a apetência do seu esposo para o mundo dos negócios, acaba por fundar uma editora (Saxon & Co.), com escritórios em Londres e Nova Iorque. Aproveitando a sua formação académica nas áreas da Literatura e sendo proprietária duma editora, May Sheldon durante seis anos dedica-se a traduzir a obra “Salambô” de Gustave Flaubert e quando o edita (1886), dedica este seu trabalho “…ao homem que criou o Estado Livre do Congo (2), destinado a ser um dia a imagem da antiga Fenícia”, ou seja dedica a obra a Henry Morton Stanley. Três anos mais tarde publica um romance da sua autoria, ao qual dá o título de “Herbert Severance”, livro este que é um autêntico fiasco editorial.
Aos 33 anos May Sheldon encontra-se numa encruzilhada. Rica, culta, viajada, dona duma editora de sucesso (o contrário da sua tentativa de ser escritora) procura algo mais que possa vincar as suas ideias feministas e provar ao mundo que as mulheres também são tão capazes como os homens. O elo de amizade que a liga a Henry Morton Stanley e o fascínio da sua vida aventurosa naquele continente levam-na a tomar uma opção: irá até África, visitar o monte Kilimanjaro e explorar a região onde vivem os masai (3), famosos, na altura, pela sua beleza e coragem, por viverem para e com o gado que pastoreavam e de quem sorviam o seu sangue e por guerrearem as tribos das regiões que atravessavam, sendo livres como o vento.
Prepara a expedição ao pormenor, como se fosse uma campanha militar. O conforto e o luxo, que a sua imensa riqueza lhe permite, serão seus companheiros permanentes, fazendo lembrar outra exploradora famosa, Alexine Tinne (4). Desde o armamento mais que suficiente para se defender e caçar, aos medicamentos (leva uma enfermaria completa), aos artigos de higiene e de banho, de dormir, guarda-roupa e todos os restantes acessórios, de tudo abunda e exige, ao milímetro que nada falte, para além duma corte de servidores.
As prendas a ofertar às chefaturas nativas locais, quer para garantir a segurança da sua expedição quer para que a alimentação não falte, são uma panóplia infindável: roupas, bonecas, tecidos de veludo e de seda, rendas, fardas vistosas, caixas de música, cachimbos, livros com gravuras, espelhos, maquinaria diversa e para cima de um milhar de anéis de cobre com o seu nome gravado, que iria oferecer a rodos, como forma de deixar o registo da sua passagem por aquelas paragens.
Mas o artigo que mais vistoso havia na sua expedição era o palanquim de vime entrançado em que se iria deslocar e ao qual apelidou de “Elefante Branco”. Viajar sim, mas com requintes de grande dama. May Sheldon não era uma aventureira pura e dura, mas sim uma viajante do mais fino recorte.
"Elefante Branco"
Em princípios de 1891 May Sheldon, finalmente, parte de Londres sendo acompanhada pelo seu marido até Nápoles, onde se separam. Atinge Mombaça onde a esperam dificuldades. Os britânicos não vêm com bons olhos a chegada desta norte-americana rica, que pretende viajar atá ao território masai, região esta que ainda não está soberanizada à Coroa, pois os alemães também a reivindicam para si. As dificuldades burocráticas que lhe erguem são tantas que decide ir até Zanzibar, onde admite que aí as autoridades coloniais não a obstaculizem tanto.
No entanto aqui a tenacidade opositora britânica é a mesma e ainda mais se acentua quando May Sheldon, feita feminista convicta, pretende contratar carregadoras em detrimento de carregadores, o que a torna no centro principal das piadas dos colonos. Cansada e irritada joga tudo por tudo junto do Sultão de Zanzibar, ali entronado por convénio entre os britânicos e o Sultanato de Omã, a quem deve obediência. Após um turbulento encontro conseguirá obter deste um salvo-conduto e uma centena de carregadores, mas tem que desistir das suas ideias de criar um corpo feminino de carregadoras. Apenas conseguirá uma e da qual virá a arrepender-se por a achar preguiçosa.
Salvo-conduto emitido pelo Sultão zanzibarita
Volta para Mombaça e, cônscia que muitas expedições falharam porque os seus líderes trataram mal os seus homens, May Sheldon não cometerá esse erro. A todos distribui roupa, escolhe chefias intermédias que acha capazes, efectua os pagamentos estipulados atempadamente e a todos discursa. Mas as dificuldades virão ao de cima logo no início da caminhada, quando parte de Mombaça para o interior. Os homens não acham que ela, uma mulher, seja capaz de os defender em caso de emboscada. Largam a carga no chão e recusam-se a avançar. May Sheldon não hesitará e ordena o chicoteamento público de dois líderes da contestação.
Sobre este tema do chicoteamento escreverá mais tarde: “… ao todo não chicoteei mais de dez homens na minha viagem. … percebi que a disciplina só podia ser mantida com a aplicação de castigos seguros e simples, segundo um método que era familiar àqueles homens e tinha a aprovação de todos. Qualquer discussão, qualquer tentativa de persuasão só suscitava ironia e desprezo sem dúvida porque eu, o chefe, era uma mulher.”
May Sheldon conquistava o título de “Bebe Bwana”, a mulher chefe. Lidera incontestavelmente este grupo num total duns 300 homens, e tentará, a todo o custo, que todos regressem sãos e salvos. Diariamente inspeciona as suas forças, vistoriando o asseio dos mesmos, vacinando-os contra a varíola, mandando rapar as cabeças logo que surgem as primeiras lêndeas, distribuindo pensos e pomadas para curarem as feridas, principalmente nos pés e ordena que os feridos e doentes sejam transportados em macas, recusando-se a abandoná-los. É, sem dúvida, reconhecida como “Bebe Bwana”, caminhando à frente da expedição (nem sempre usava o palanquim), com as pistolas à cintura, óculos fumados para lhe proteger a vista da inclemência do Sol e apoiando-se no seu famoso bordão onde gravara a bandeira americana e a sua divisa “Noli me tangere” (“Não me toquem”).
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Pouco a pouco a expedição, bem alimentada, vestida e disciplinada, interna-se no sertão e atinge território masai. Pelo caminho vão-se cruzando com grupos étnicos que se admiram por ser uma mulher a liderar tal expedição. Para muitos deles será a primeira vez que vêm uma branca e, para ainda mais os impressionar, May Sheldon envergará uma cabeleira postiça loira, vestidos de seda, e distribuirá anéis com o seu nome gravado, bem como nunca regateando preços para troca de alimentos. Nasce assim a lenda da “Rainha Branca”, pois todo o fausto com se rodeia e se apresenta àqueles povos, muitos deles ainda em estado semi-selvagem, ajuda a que toda esta encenação faça cimentar a lenda. May Sheldon tem a firme convicção que ao apresentar-se esplendorosa e detentora dum poder de fogo e persuasão inquestionáveis, garantirá a sobrevivência da sua expedição naquelas paragens inóspitas, ainda mal calcorreadas por brancos.
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Apaixona-se pela África primitiva e pelas suas gentes reconhecendo-lhes nobreza. Escreverá, a cera altura, sobre um encontro que teve nas faldas do Kilimanjaro, com um grupo de nativos: “… no entanto possuíam o porte orgulhoso e descontraído que se espera dum homem civilizado. Quando mandei distribuir-lhes as peças de pano… observaram-nas e olharam para amaneira como os meus carregadores estavam vestidos com elas. No entanto, em vez de se embrulharem nelas como exigia o pudor, preferiram fazer uma cauda caindo três a quatro metros de um dos ombros, ou um turbante enrolando-os à volta da testa ou à volta do braço, do tornozelo. Nenhum esteve disposto a com ele cingir os rins. … não têm qualquer consciência da sua nudez; usam-na com tanta dignidade. E eu considero a sua cor negra como um fato adequado à sua primitiva simplicidade. Na verdade estavam vestidos como uma toga viril, um traje apropriadamente masculino, que não sai da moda, inato.”
Será, por isso, que May Sheldon não terá qualquer rebuço em vituperar um pouco mais tarde, o chefe Miraeli, considerado o mais importante líder daquela região do Kilimanjaro, a quem o visita na sua aldeia. Este recebe-a rodeado dos seus milhares de homens e trajando roupas europeias descompassadas. Irritada, a viajante interpela-o: “Porque usa essas roupas? Fazem-no parecer uma cabra. Quero vê-lo com a sua roupa habitual, com a de Miraeli, o grande sultão africano.” Despindo-se e voltando aos seus trajes africanos, Miraeli viu-se presenteado, por troca da sua lança, com uma caixa de música, uma toalha e um serviço de chá. Para ainda mais impressionar as gentes de Miraeli, May Sheldon apresentou-se: “Quando fiz a cerimónia de recepção em grande traje de noite, caiu (Miraeli) literalmente ao chão… A minha peruca loira interessou-lhe especialmente e ele trouxe-me uma peruca indígena, usada nas danças, feita com os pêlos brancos do colobe (5) modelados de forma a parecerem uma cabeça humana. O meu vestido era uma infinita fonte de admiração, não só para Miraeli, mas para todos os chefes e todos os indígenas. Miraeli quis saber de que tecido era feito. Josefe (o intérprete) apresentou a minha cidadania americana como testemunho, informando-o rapidamente de que a seda e a musselina prateada que cobriam o tecido nunca eram usadas no meu país senão pelas rainhas como Bebe Bwana. As grandes pedras de cristal colorido, com que estava coberto no princípio, tinham sido arrancadas no decurso da viagem, para a troca e para os presentes, até não restarem mais nenhumas. Sucedera o mesmo com as minhas pulseiras, colares, anéis com que me cobria…”.
Usará todo este esplendor quando irá visitar outro chefe tribal, Mandara. Mas este, tido pelos alemães do posto de Moshi como cruel e sanguinário, que ansiava tanto por ver uma mulher branca, tendo até prometido um prémio de cem vacas a quem lhe satisfizesse tal capricho, ficou completamente rendido ao charme e ao fausto de May Sheldon. Quando a avistou, Mandara fixou de tal modo perturbado que disse: “Pensar que vivi o suficiente para ver uma mulher branca e que estou aqui sem me poder mexer.” Para alívio de May Sheldon.
Em Abril de 1891 May Sheldom explora o lago Chala, localizado a dois mil metros de altitude, a bordo duma barca, na companhia dum comerciante europeu e dalguns dos seus homens, indiferente aos crocodilos. Fotografa o lago e desenha os seus contornos. Convive com os rombos, um povo pacífico que aí vive, apesar de ter má fama, mas devido às razias dos negreiros árabes. Deles dirá: “São meigos com os filhos. … A liberdade total com que homens e mulheres se misturam, e a simplicidade das relações que unem pais e filhos mostram ser os traços mais simpáticos da sua vida social, sem que sejam especialmente o seu ideal…. Vivem para o prazer e têm prazer em viver.”
Lago Chala
Em defesa deles opor-se-á ao testemunhos do explorador alemão Karl Peters (6) que liquidou 120 guerreiros rombos, algumas semanas depois de May Sheldom ter por lá passado, justificando-se que fora atacado. Desta chacina dirá: “Isto faz-me ferver o sangue de indignação. É assim que a Alemanha se propõe colonizar, civilizar África? Sem dúvida devo estar investida dalgum poder sobre-humano pata ter sido capaz de vencer estes rombos pretensamente hostis ou então os processos do Dr. Peters foram simplesmente brutais, atrozes e inúteis.”
Finalmente May Sheldon cruza-se com os masai, a norte do Kilimanjaro a quem virá a classificar como “esplêndidos selvagens”, apesar de ter-se desiludido com eles. O seu primeiro encontro dá-se com um barulhento grupo de trinta guerreiros que tentam assustá-la. Mas May Sheldon não se amedronta e oferece-lhes prebendas, que logo os acalmam. Apesar de apreciar os seus trajes e os seus portes altivos não se deixa enganar. Deles dirá: “Não revelando qualquer sinal de afecto, mantendo as esposas a seus pés, não são felizes, não são alegres, não têm outros cânticos para além dos guerreiros. São os trágicos de África, comediantes cheios de ostentação teatral.”
Até ali a expedição decorrera sem grandes incidentes de monta, contando apenas com um morto nos seus homens (morto por um leão) o que era uma proeza assinalável, para a época. Para além da poeira, da chuva, da sede, dos ataques dos pequenos animais venenosos e dos de grande porte, dos mosquitos e das doenças típicas dos territórios que atravessavam, May Sheldon e os seus homens foram resistindo. Mas o seu périplo africano teve que ser interrompido contra sua vontade quando se viu atingida por um espinho numa vista. Enquanto aguardava alguma recuperação no seu palanquim foi atacada por uma piton, tendo sido salva em extremo pelos seus homens que acudiram aos seus gritos. Deste encontro com o ofídio dirá: “Não tenho vergonha de dizer que foi o maior terror da minha vida e que estava quase paralisada por ele.” Atacada pelo paludismo e a ser conduzida dentro do seu palanquim, ao atravessarem o rio Mkosambi, um dos seus carregadores põe o pé em falso num tronco apodrecido e o “Elefante Branco” tomba no rio, com May Sheldon no seu interior, atafulhadas de almofadas e tecidos ensopados, que lhe prendem ainda mais os movimentos na água. A custo os seus homens conseguem resgatar o palanquim das águas turbulentas do rio mas, ao retirarem o seu corpo dentro do mesmo, junto às margens, May Sheldon cai e fractura algumas costelas contra as rochas ribeirinhas. Recordará: “Fui levantada sem forças, incapaz de me mexer, começando a julgar-me incapacitada para toda a vida. Quando me recompus um pouco do choque, percebi imediatamente que a minha vida dependia da rapidez com que chegasse à costa.”. Ordena a deslocação para o posto alemão de Malinde e dali para a costa.
E é aqui que lhe surgiu a recompensa do ter bem tratado os seus homens durante todo o seu périplo por terras africanas. Apesar de esgotados os carregadores e a restante expedição acelerou o passo em direcção à costa, atingindo o litoral em Pangani. Dali segue de barco para Mombaça onde, apesar de estar violentamente debilitada, ainda consegue reunir forças para pagar o devido aos seus homens, deixando todas as contas liquidadas.
Sobrevive à viagem, reunindo-se ao seu marido em Nápoles. Este virá no entanto a falecer alguns meses mais tarde. A ele May Sheldon dedicará o livro que publica uns meses mais tarde (1892), onde narra a sua odisseia africana e que titula de “Sultan to Sultan: adventures among masai and other tribes of East Africa”. Contrariamente ao seu romance “Herbert Severance” este é um êxito literário. Recebe o reconhecimento público de diversos organismos geográficos.
Dois anos mais tarde, a convite do Rei Leopoldo da Bélgica, parte de novo para África, a fim de estudar as populações nativas do Estado Livre do Congo. Aí desilude-se, de vez, com o colonialismo belga e acaba por não redigir nenhum relatório. A escravatura e os tratos desumanos a que são submetidas as populações indígenas horroriza-a.
Quando rebenta a Primeira Grande Guerra está na Bélgica e trabalha em prol da Cruz Vermelha belga, na recolha de fundos. Será uma das suas últimas actividades públicas. Aos 78 anos, sem mais ter voltado a África, May Sheldon inicia a Grande Grande Viagem, em busca do seu marido. Já ninguém se lembrava dela. De certeza que, ao partir para o etéreo, finalmente pôde apreciar o cume nevado do Kilimanjaro, ela que fora apelidada em vida de “Rainha Branca do Kilimanjaro”.
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1 – Já anteriormente biografado.
2 – Já anteriormente sintetizado.
3 – Povo semi-nómada que habita o actual Quénia e norte da Tanzânia.
4 – Já anteriormente biografada.
5 – Macaco de pêlo longo e sedoso, segundo nota do editor em rodapé.
6 – Muito sumariamente biografado anteriormente, será alvo duma abordagem mais completa numa futura mensagem. Detentor duma visão altamente rácica, a sua actividade exploratória em África, ao serviço de interesses próprios e da política alemã foi extremamente controversa e torcionária.
Nota:
A – As transcrições de May Sheldon, no presente trabalho, foram colhidas do livro “As aventureiras em crinolina” de Christel Mouchard (Publicações Europa-América, 2000, 232 págs.), B – Este livro também serviu de suporte principal para a recolha e pesquisa desta biografia.
C – Não conheço nenhuma tradução, em português, do livro “Sultan to Sultan”.