Compreendo muito bem a estratégia não enunciada que está por trás da acção presidencial: Marcelo aceita a “geringonça”, mas pensa que ela é inerentemente instável, nem que seja pela Europa, e quer ter uma solução alternativa. Essa solução, que claramente prefere, é uma aliança entre PS e PSD. Ele sabe que ela hoje não é possível, não tanto por causa de Costa, mas por causa de Passos Coelho. Por isso, aponta para uma possível saída de Passos depois de um mau resultado autárquico, e daí o prazo que definiu para umas hipotéticas eleições, que foi erradamente interpretado como sendo para o Governo PS, quando o é para Passos. Marcelo sabe que Costa se pode entender bem com outro líder do PSD, Rio por exemplo, mas não com Passos.