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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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06
Set16

Há 16 anos que a água do mar não estava tão quente no Sul de Portugal

António Garrochinho


A temperatura média da água do mar no Algarve e na Costa Vicentina atingiu os valores máximos dos últimos 16 anos, em Julho e Agosto, segundo os dados que foram registados pelo Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa. A predominância de vento de levante ajudou a aquecer a água à superfície na costa algarvia, o que, por sua vez, influenciou a temperatura do mar na Costa Vicentina.
Segundo a Marinha Portuguesa, a «persistência pouco habitual» do vento de levante, que sopra do quadrante este, «provocou, para além de uma agitação marítima de sudeste com altura significativa superior a 1 metro, o arrastamento das massas de água à superfície do mar para junto da costa, o que permitiu o seu aquecimento ao longo deste últimos 2 meses».
Desta forma, a temperatura média da água foi de 22,3 graus centígrados (ºC), em Julho, e de 23,9 graus, em Agosto, na costa algarvia.
«Estes valores correspondem a um aumento de 2°C e de 2,7ºC em relação às respetivas médias dos últimos 16 anos (2000-2015). O máximo registado este ano foi de 26,5°C no dia 28 Julho, correspondendo a um valor muito próximo do máximo histórico registado em 2010 (26,6ºC). É de assinalar que junto às praias, a permanência destas massas de água sobre profundidades menores permite um maior aquecimento da água, registando-se aí temperaturas mais elevadas», segundo a Marinha.

Na Costa Vicentina, a água também aqueceu mais do que o habitual, aumento de temperatura que teve «origem no Algarve». «No entanto, o processo oceanográfico que transportou estas massas de água até Sines, Tróia e mesmo Sesimbra não se deve apenas ao vento de levante registado no Algarve, mas à conjugação deste episódio com a ausência da nortada (vento de norte) ao longo da costa oeste de Portugal, que habitualmente sopra com intensidade neste período do ano», acrescentou a mesma entidade.
Aqui, a situação de água mais quente que o habitual não foi tão longo como o verificado no Algarve, por culpa do «período intenso de nortada» que se verificou em Julho, que provocou «um afloramento de água fria do fundo do mar que manteve a temperatura das praias da costa vicentina abaixo dos 19 graus».
Já em Agosto, verificou-se «uma modificação deste regime de vento, com a redução da sua velocidade e com a sua rotação para o quadrante de Sudoeste», o que «permitiu o transporte de água mais quente, proveniente da costa algarvia através de uma corrente costeira que contornou o cabo de Sagres e alcançou a costa vicentina, chegando mesmo até ao cabo Espichel».


Assim, a água aqueceu, em Agosto, tendo sido registada uma temperatura média de 19,7 graus, superior à média dos últimos 16 anos em 1,6 graus. «Este ano registou-se mesmo um máximo histórico de 23,1 graus, no dia 19 de Agosto, superior em cerca de 1,5°C ao máximo anteriormente registado neste mês», segundo a Marinha Portuguesa.
Estes dados foram recolhidos pelo sistema integrado de observação do oceano do Instituto Hidrográfico (rede MONIZEE), cujas bóias oceanográficas fundeadas ao largo de Portugal continental medem a intensidade e direção do vento à superfície do mar, a temperatura do ar e da água, assim como a agitação marítima e as correntes superficiais.

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06
Set16

Os pescadores de barcos redondos Thung Chai – Hôi an

António Garrochinho



Perguntar-se-ão estes homens sobre a fibra de que são feitos?
São pescadores de barcos redondos, barcos que lembram a era colonial francesa e o desenrasque e necessidade dos pescadores vietnamitas mais pobres que, para contornarem as taxas que os franceses passaram a cobram a quem possuía um barco, construíram estes barcos que dizem não ser barcos.
– São cestas, cestas de bambu.
Justificavam-se eles. São cestas, feitas de tiras de bambu entrelaçado, revestidas com uma resina feita a partir de óleo de coco, alcatrão ou fibra de vidro. São cestas que eles habilmente usam para pescar. São cestas-barcos: sem proa, sem popa, sem estibordo, sem bombordo mas, ainda assim, barcos e eles pescadores.
Às cinco da tarde, e durante o tempo que dura toda uma noite, estes homens, de corpos esguios, que cabem numa estatura baixa, respondem a esta pergunta, quando entram pelo mar diante dos olhos, sozinhos, com um barco redondo, com um só remo que toca o mar. As noites deles são mais longas que as nossas, e feitas de um tempo que não cabe nas horas do relógio. Enquanto o ponteiro dá voltas no tempo eles terão de dar a volta ao medo, às incertezas e imprevisibilidade: do mar, do tempo, esse outro tempo, que não se passa no relógio mas o que se passa nos céus, esse tempo que é dono do sol, do vento, da acalmia e das tempestades, esse tempo que é dono do mar.
Esse mar, que é o medo maior, é o que lhes põe comida na mesa; o ganha pão. Esse mar, que passa de pais para filhos, passa e repete-se. Passa quando os filhos são pequenos e há comida na mesa. Passa quando os filhos são homens e vão enfrentar o mar, num barco ao lado do barco do pai e passa quando os pais – já cansados, já sem força para segurar o remo, já sem olhos para cozer a rede, já sem força para enfrentar o mar, já sem força – ficam em terra a ver os filhos partir.
Nesta tarde, pelas cinco da tarde, estes homens preparavam-se para um a um, embarcarem no seu Thung Chai. Juntos levam cada barco à beira da água, depois, já sozinhos, lançam o barco e lançam-se nele.  Não lhes vemos os olhos, esses eles dão-nos ao mar, como quando não queremos mostrar medo, olhando para o que receamos.
Têm de ser fortes, estes homens. Têm de ser valentes, estes homens.
Daqui vejo-lhes a força, a força que mora em cada um dos lados: do mar e dos homens (do mar).
Enfrentam a rebentação das ondas, em pé, com um remo que os sustenta, o mesmo com que comandam o barco. Pelo percurso vão largando as redes e com elas as bandeiras vermelhas – como a do seu país-casa – que lhes ensinarão o caminho de regresso (à sua casa e aos seus), quando o mar deixar de ser azul, quando o céu deixar de ser azul, quando tudo o que os rodeia for apenas o escuro e negro da noite.
Têm de ser fortes estes homens: franzinos. Têm de ser valentes. E é difícil não encontrar aqui a história de resistência que este país viveu: parece repetir-se em cada homem, em cada pele gasta pelo sol, pelo sal, pelo mar, pela vida.




















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06
Set16

Quem eram os Lusitanos?

António Garrochinho



Origem dos Lusitanos


Hoje é simples, lusitano é sinónimo de português e denomina todo aquele que seja cidadão de Portugal.



Mas esclarecer a origem dos lusitanos, que viviam há 2.300 anos na Hispânia ou Península Ibérica, parece não ser tarefa fácil. A.H. de Oliveira Marques diz na sua História de Portugal, que quando os romanos conquistaram e civilizaram aPenínsula Ibérica para sempre ( século II AC até século I) encontraram vários povos indígenas, entre os quais os Lusitani e os Celti que não tinham grande diferença entre si e que os primeiros eram com toda a probabilidade povos indígenas celticizados.

Enciclopédia Britânica, diz que os lusitanos eram um povo ibérico e que no território que hoje é Portugal, resistiram à penetração romana até século II DC. mas que não se tem a certeza se os Lusitanos eram povos iberos celticizados, ou estavam relacionados com os Celtas Lusões do Nordeste da Península Ibérica.

O Dicionário de História de Portugal, de Joel Serrão, dedica várias páginas ao assunto e esclarece um pouco melhor. Aparentemente foi Estrabão, geógrafo e historiador grego dos 

começos da nossa era, quem primeiramente se referiu aos lusitanos como « a maior das tribos ibéricas, com a qual muitos anos lutaram os Romanos». Plínio e Ptolomeu, assim como outros escritores antigos também se referiram aos "celtici".

Num recente estudo sobre a etnologia dos lusitanos, o Dr. Scarlat Lambrino, partilhando a opinião de Schulten, procurou demonstrar com argumentos bastante convincentes, que tanto os Lusitanos como os Lusones eram povos de origem céltica, talvez procedentes dos Alpes Suíços, entrados na Península quando das migrações célticas, tendo-se os Lusones fixado na região das nascentes do Tejo e os Lusitanos continuando a marcha, seguindo o vale desse rio até ao Atlântico, possivelmente em busca de melhores terras.

Parece também que a palavra Lusos foi uma criação literária empregada pelos humanistas dos séculos XVI e XVII, baseados num passo mitológico de Marco Varrão ( Plinio, III, 8) que filia o topónimo Lusitânia em Lusus ou Lysa, filhos de Baco.

Inspirado nesta fantasiosa lenda, deu Camões à epopeia nacional o título deLusíadas ( A Britânica diz que Camões chamou Lusíadas ao seu poema épico, derivado de Lusitânia - Província Romana ), com o significado de filhos ou descendentes daquele Luso da mitologia.


Alexandre Herculano, por outro lado, colocou-se porém num ponto de vista exageradamente oposto e recusou-se a aceitar qualquer relação étnica entre os antigos lusitanos e os Portugueses actuais. No entanto esta sua opinião é insustentável pelo ponto de vista dos conhecimentos actuais.


Mais detalhes sobre os Lusitanos ( Ver Dicionário de História de Portugal - de Joel Serrão )

Os lusitanos


Os lusitanos constituíram um conjunto de povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a porção oeste da península Ibérica desde a Idade do Ferro. Em 29 a.C., na sequência da invasão romana a que resistiram longo tempo, foi criada a província romana da Lusitânia nos seus territórios, correspondentes a grande parte do actual Portugal.

A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus.

Os lusitanos são considerados, por antropólogos e historiadores, como um povo sem história por não terem deixado registos nativos antes da conquista romana. As informações sobre os lusitanos são-nos transmitidas através dos relatos dos autores gregos e romanos da antiguidade o que por vezes causa diversos problemas ou conflitos na interpretação dos seus textos.

Origem

Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que habitaram Portugal desde o Neolítico. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando origem aos lusitanos. Não se sabe ao certo a origem destas tribos celtas, mas é muito provável que fossem oriundas dos Alpes suíços e teriam migrado devido ao clima mais quente na península Ibérica.

Entre as numerosas tribos que habitavam a península Ibérica quando chegaram os romanos, encontrava-se, na parte ocidental, a dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos.

Supõe-se que a zona do centro de Portugal era habitada pelos Lusis ou Lysis que teriam dado origem aos Lusitanos. Os Lusis eram provavelmente povos do Bronze Final, linguística e culturalmente de origem indo-europeia e pré-céltica que numa época posterior vieram a sofrer influências hallstáticas e mediterrânicas, isto ao longo dos séculos VIII e VII a.C.

Os Lusis foram referidos pela primeira vez no Ora Maritima de Avieno onde foram chamados de pernix, que significa ágil, rápido e é o adjectivo que se aplicava ao praticante de jogos de destreza física.

Etnia segundo os autores da Antiguidade

Os escritores da Antiguidade identificaram duas etnias na península Ibérica, a ibera e a celta, e qualificavam os seus habitantes como sendo iberos ou celtas ou uma mistura das duas etnias. No entanto o conceito de ibero podia ser usado num sentido geral, isto é, num sentido geográfico, referindo-se ao conjunto dos seus habitantes, num sentido restrito a um conjunto de tribos com a mesma etnia, ou mesmo podia variar consoante o conceito da época, e o mesmo se pode considerar relativamente ao conceito de celta da Ibéria ou celtibero.

Diodoro Sículo considerava os lusitanos um povo celta: "Os que são chamados de lusitanos são os mais valentes de todos os cimbros"Estrabão diferenciava os lusitanos das tribos iberas. Viriato foi referido como líder dos celtiberos. Os Lusitanos também eram chamados de Belitanos, segundo Artemidoro.

Indícios arqueológicos e pesquisas etnográficas relativamente recentes sugerem que os lusitanos estejam ligados aos lígures, possivelmente através de uma origem comum. No entanto, a religião, a onomástica, nomes próprios e topónimos, e escavações nos castros lusitanos revelam tratar-se de um povo celta. Entre os autores modernos não existe consenso, são considerados iberos, lígures ou celtas.

Os guerreiros ibéricos

Os guerreiros ibéricos são citados como tropas mercenárias na batalha de Hímeraem 480 A.C.. Os mercenários ibéricos aparecem nos principais confrontos bélicos do Mediterrâneo, tornando-se num dos pilares dos exércitos do Mediterrâneo central. Estão presentes na batalha de Selinute, Agriento, Gela e Calamina. 

Capacete de Lanhoso
Surgem em outros conflitos na segunda guerra grego-púnica, na Sicília, em Siracusa, em Atenas e estão presentes na defesa de Esparta na batalha de Krimios, na Primeira Guerra Púnica, e com os púnicos no norte de África. 

Tito Lívio (218 a.C.) descreve os Lusitanos pela primeira vez como mercenários ao serviço dos cartagineses na guerra contra os romanos.

Os lusitanos foram considerados pelos historiadores como hábeis na luta de guerrilhas. Eram indivíduos jovens na plenitude da sua força e agilidade e seleccionados entre os mais fortes. Neles recai a defesa da comunidade quando está ameaçada. 

A preparação militar dos jovens guerreiros tinha lugar nas montanhas em lugares específicos.

"Em tempo de guerra eles marcham observando tempo e medida; e cantam hinos (paeans) quando estão prontos para investir sobre o inimigo" 6 batendo nos escudos à maneira ibérica.

Falcata Ibérica
Segundo Tito Lívio, os lusitanos eram pacíficos quando não eram acossados.

Mulheres guerreiras

Apiano relata que quando o pretor Brutus, ao perseguir Viriato, atacou as cidades da Lusitânia as mulheres lutavam e morriam valentemente lado a lado com os homens. Depreende-se que de alguma forma o treinamento militar também era dado às mulheres a quem recaia também a defesa dos castros.

Segundo Tito Lívio, são as seguintes as armas utilizadas pelo exército lusitano:

Armamento ofensivo usado na luta corpo a corpo

Punhal de fio recto e antenas atrofiadas ou afalcatado.

Espadas tinham um esmerado processo metalúrgico, com uma resistência e flexibilidade fora do comum para a época. Usavam a espada do tipo La Tène, a espada de antenas atrofiadas e a falcata.

Lança de ponta de bronze - segundo Estrabão, estas lanças eram de uma época antiga e supõe-se que a sua presença se devia a ainda serem usadas em rituais que teriam origem nas tradições das fraternidades guerreiras da idade do bronze.

Labrys, machado de dupla lâmina que aparece em moedas romanas da lusitânia não parece que era usado pelos lusitanos mas pelos cântabros.

Competições Guerreiras

Os guerreiros lusitanos realizavam competições entre si, em que tomava parte a cavalaria e a infantaria; competiam em boxe, luta livre, corridas, faziam combates de grupo e combates entre esquadras. Estrabão reconhecia que os lusitanos lutavam como peltastas, e eram organizados e eficientes a posicionarem-se na linha de batalha ou a movimentarem-se concertadamente para posições estratégicas.

As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram como mercenários no exército púnico e depois reacenderam em 193 a.C.. Em 150 a.C. o pretor Sérvio Galba, após ter infligido grandes punições aos lusitanos, aceitou um acordo de paz com a condição de entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e, durante oito anos, os romanos sofreram pesadas baixas.

As guerras lusitanas acabaram com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três aliados tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e para tentar acabá-la Roma mandou à península o cônsul Décimo Júnio Bruto Galaico, que fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Méron próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão total e o domínio da Lusitânia. A tomada de Numância, na Celtibéria, pelos romanos, foi vista como um símbolo da resistência dos aliados dos lusitanos.

Estruturas dos Povoados

As casas de pedra tinham forma redonda ou rectangular; eram cobertas de palha e ficavam situadas no alto de morros ou colinas, agrupando-se em aldeias - os castros citados pelos historiadores antigos.

As casas eram dispostas ordenadamente e formavam algo semelhante a bairros, organizados por famílias e subdivididos em diversos núcleos habitacionais que distribuíam-se em torno de um pátio, de acordo com a sua função. Incluíam cozinha com lareiras a forno, local de armazenagem de géneros, zonas de dormida, recinto para guarda de animais.

A decoração das casas, em relevo e gravura, era feita com motivos geométricos, em forma de corda, de espinha, com círculos encadeados ou sinais espiralados, tríscelos e tetrascelos, cruciformes e serpentiformes.

Castro da Cárcoda junto à localidade de Carvalhais (São Pedro do Sul)
Nos castros destacava-se um grande edifício de planta circular, para reuniões do conselho comunitário, com bancos ao redor. Havia ainda os balneários públicos para banhos frios e de vapor. As ruas eram calcetadas com pedras regulares.

Encontram-se dois tipos de castros: fortificados, cercados com muralhas defensivas feitas de grandes pedras, chegando a alcançar um quilómetro de perímetro; e abertos, sem estruturas de defesa visiveis. Outros tipos de povoamentos eram os chamados de casais agrícolas. Verifica-se uma relação estreita entre a fortificação dos povoados e a exploração de metais, encontrando-se frequentemente conheiras e minas de filão perto de castros fortificados.

Os instrumentos musicais incluíam a flauta e a trombeta, com que acompanhavam seus coros e danças, de que os romanos deixaram algumas descrições. Homens e mulheres bailavam em danças de roda, de mãos dadas.

A Sociedade Lusitana

sociedade lusitana essencialmente guerreira denotava a presença de uma hierarquia social em que o guerreiro ocupava uma importante posição. Era uma sociedade aristocrática, na qual a maior parte da riqueza estava nas mãos de um grupo reduzido de pessoas. A presença de jóias e de armas nos túmulos indica a presença de uma elite guerreira.

A organização da família lusitana revela uma estrutura gentílica da sua sociedade, era referida nas fontes epigráficas com a designação de gentes ou gentiliates. Os lusitanos encontravam-se unidos entre si por laços de sangue ou parentesco e não pelo território ocupado.
Lunula Ibérica

O tipo de governo era a chefia militar, na qual o líder era eleito em assembleia popular, escolhido entre aqueles que se distinguiam pela coragem, valor, capacidade de liderança e vitórias obtidas em tempo de guerra. 

Os autores gregos referiam-se a estes chefes militares como hegoumenos, isto é, líder, chefe, e os romanos dux. No entanto, o nome de regnator (rei), e principe,também foram referidos. O hospitium, em que adoptavam-se estranhos na comunidade, é também considerado um costume dos lusitanos.

Apiano revela a existência de uma propriedade comunitária, que para além de terras incluía cavalos, produtos agrícolas e diversos outros bens comunitários incluindo um tesouro público, do qual fala Diodoro. Esta propriedade comunitária deveria de coexistir a par da propriedade privada. Os lusitanos eram um povo autónomo (grego: αὐτονόμων), com leis próprias.

Os lusitanos tinham o hábito de frequentar salas onde iam untar o corpo com óleos duas vezes ao dia, tomavam banhos de vapor que emanavam de pedras aquecidas. Lançavam água sobre pedras ao rubro e tomavam em seguida um banho frio. Os balneários eram decorados com gravuras em baixo relevo, como indicam os monólitos Pedra Formosa encontrados em sítios arqueológicos castrejos. Estrabão comenta que viviam de uma maneira simples e limpa semelhante à dos lacedemônios.

As refeições em que os Lusitanos se juntavam, apenas uma vez por dia, tinham lugar numa sala onde sentavam-se em bancos móveis, encostados à volta das paredes da sala. A disposição dos bancos obedecia a uma hierarquia que colocava na frente os de mais idade e seguia uma ordem consoante a posição social.
Motivos Castrejos
O alimento mais característico era o pão de bolota ou glande de carvalho; bebiam leite de cabra e cerveja de cevada, reservando o vinho para as festas, com uma produção desde a época pré-romana.

Caça, pesca (usavam barcos feitos de couro ou pirogas de madeira para navegação dos rios), produção de gado bovino e equino, produção de mel e lã, assim como trigo, cevada, linho e mineração, eram actividades referenciadas.

O custo de vida era muito barato, no século II A.C., os produtos de pesca, ovinos, caprinos e agrícolas abundantes e as peças de caça eram dadas de graça a quem comprava alguns destes produtos.

O escambo era usado nas regiões do interior, onde também usavam peças cortadas de prata batida como dinheiro. Os homens vestiam-se de preto e usavam capas simples, as mulheres capas compridas e vestidos de cores vivas. Os homens usavam os cabelos compridos, como as mulheres, mas que prendiam à volta da testa quando combatiam. Eram tipicamente monogâmicos, casavam-se em cerimónias com rituais semelhantes aos dos gregos.
Culto Religioso

Os lusitanos praticavam sacrifícios humanos e, quando o sacerdote feria o prisioneiro no ventre, faziam-se vaticínios segundo a maneira como a vítima caía. Sacrificavam a Ares, deus da guerra, não só prisioneiros, como igualmente cavalos e bodes. Os sacerdotes, a quem Estrabão chama dehieroskópos, segundo a hipótese de alguns autores, fariam parte de um grupo de pessoas reconhecidas pelo seu prestígio, sabedoria e experiência.

Cabeça Cortada Castreja
Os locais de culto funerários, de grande interesse para os arqueólogos, encontram-se por todo o território da antiga Lusitânia. 

Do período paleolítico, conhecem-se cemitérios onde os corpos estavam dispostos com restos de alimentos, utensílios e armas; do megalítico abundam os dólmens, conhecidos em Portugal como antas ou mamoas - porque os montículos de terra que se acumularam sobre eles criaram essa forma arredondada.

Os santuários eram erigidos nas massas rochosas de locais com certo domínio da paisagem, à beira de cursos de água ou junto a montes. 

Nestes santuários encontram-se cadeirões de pedra, pias e altares, como no Castelo do Mau Vizinho, no Santuário da Rocha da Mina, no Cadeirão da Quinta do Pé do Coelho, ou no Penedo dos Mouros.

Também na área lusitana verifica-se a presença de estátuas chamadas berrões, que assume-se terem sido utilizadas para fins de carácter religioso. Supõe-se que seriam animais sagrados.

Mapa dos Povos Pre-romanos
Os lusitanos eram um povo guerreiro e agrário. A minas no território hispânico davam-lhes o ferro que servia para os seus instrumentos de guerra, sobretudo as compridas lanças, que não poupavam o inimigo. Foi assim, como um povo guerreiro e agrário, que conseguiram dominar a quase totalidade da Península Hispânica.

Era gente aguerrida, formando tribos sem coesão política e que escolhia povoações fortificadas, vivendo do pastoreio e da agricultura. Cultivavam o vinho, o trigo e a cevada, dedicando-se também à pesca. Fabricavam o pão com landes torradas, obtinham a cerveja com base na cevada, alimentavam-se de carne de cabra, usavam a manteiga em vez de azeite.


Estrabão escreveu que os lusitanos eram "a mais poderosa das nações ibéricas e que, entre todas, por mais tempo deteve as armas romanas". Disse também que os lusitanos eram sóbrios e frugais, bebendo só água, cerveja de cevada e leite de cabra. Dormiam deitados no chão. Usavam cabelos compridos como as mulheres, untavam-se com azeite e celebravam jogos vários de destreza física. Fabricavam pão de farinha de glandes de carvalho. Só bebiam vinho em festins. O vestuário dos homens era preto e de lã grosseira ou pelo de cabra.

Sacrificavam aos deuses e consultavam as entranhas humanas em prisioneiros, aos quais cortavam muitas vezes a mão direita. Os criminosos condenados à morte eram despenhados em precipícios, os parricidas lapidados. Casavam à maneira dos gregos. Tito Lívio escreveu que os lusitanos fizeram parte do exército cartaginês de Aníbal que invadiu a Itália ( 218 A.C. ). Diodoro, Possidónio, Plínio, Apiano, Plutarco, etc., escreveram sobre os lusitanos.


(Condensado da Enciclopédia Portuguesa-Brasileira)
 historia-portugal.blogspot.pt
06
Set16

Ao contrário daquilo que possam pensar, tive um dia em cheio na Festa do Avante. Num gesto de pura empatia decidi visitar o território inimigo para o compreender melhor

António Garrochinho
Foto de Jovem Conservador de Direita.
Jovem Conservador de Direita

Ao contrário daquilo que possam pensar, tive um dia em cheio na Festa do Avante. Num gesto de pura empatia decidi visitar o território inimigo para o compreender melhor. A empatia é a qualidade que nos permite colocar-nos no lugar dos outros para percebermos porque é que eles fazem coisas estúpidas como ser comunista. É muito fácil dizer que os comunistas são estúpidos, por isso o meu esforço de empatia foi no sentido de compreender aquilo que os leva a ser estúpidos. E saí de lá com algumas conclusões. Os comunistas não são tão estúpidos como eu pensava. Uma pessoa torna-se comunista porque é medíocre ou incompetente e vê no comunismo e no seu projecto de engenharia social a única forma de conseguir ter algum sucesso na vida. Ser comunista, no fundo, é uma opção racional. É muito fácil para uma pessoa como eu, com todas as qualidades para triunfar nos mais variados palcos, ser de direita. Porque sei que se o sistema premiar os melhores eu vou ser devidamente recompensado pelo meu esforço. Mas, se eu fosse incompetente, poderia facilmente ser aliciado para o comunismo e para um ideal de igualdade que nos coloca a todos, competentes e incompetentes, no mesmo patamar. Ser de direita é a consequência natural de uma pessoa que possui as minhas qualidades. A salvação dos comunistas pode passar por encontrarem uma pessoa que os inspire a serem mais competentes, logo de direita. E saí do Avante com a convicção de que essa pessoa posso ser eu.
Até os comunistas são capazes de reconhecer que uma liderança minha poderia beneficiar toda a gente. Orgulho-me de dizer que a esmagadora maioria das pessoas, quando interrogada pelo meu estagiário acerca da sua opinião sobre mim, só tinha coisas boas a dizer e, sem precisar de falar muito com eles, asseguravam-me que votariam em mim. Até comunistas. É verdade que não é difícil reconhecer grandeza numa pessoa qua anda vestida de fato num sítio em que está toda a gente em tronco nu e a cheirar a suor. A minha presença de fato e gravata naquela festa é a metáfora perfeita da superioridade da direita. Estavam todos mal vestidos, inclusivamente alguns altos dirigentes comunistas, mas basta alguém entrar naquele recinto com a sua farda do sucesso marca Hugo Boss para roubar todas as atenções e captar eleitorado ao próprio partido comunista. É claro que usar fato não chega. O carisma é essencial. O meu estagiário também andava por lá de fato e só ouviu insultos. Foram merecidos. Deixei-o entrevistar um palhaço de andas e ele disse-lhe que o Stalin matava palhaços. Isso não se faz. O palhaço é uma pessoa que está lá a fazer o seu trabalho. Assustar e/ou fazer rir crianças não é fácil e não precisa nada de distracções extra, como saber que estava rodeado de admiradores de um ditador que matava palhaços.
Saí da festa do Avante com uma admiração ainda maior do capitalismo, como se isso fosse possível. Já sabia que era o melhor sistema político, o que eu não sabia é que era o sistema mais magnânimo. Sem capitalismo, a festa dos comunistas não era possível. Sem o capitalismo os comunistas não teriam acesso aos telemóveis que lhes permitem partilhar as suas selfies comunistas nas redes sociais. Teriam apenas um telemóvel soviético e só podiam fazer chamadas depois de irem preencher um impresso a pedir autorização ao partido. Além disso, o grande capital estava bem representado nas barracas do grande capital chinês e angolano, onde provei uma deliciosa moamba. Também sei reconhecer quando os comunistas se tornam capitalistas mas continuam a ser "comunistas" só para os verdadeiros comunistas não os chatearem e os deixarem trabalhar. O Eng. José Eduardo dos Santos ri-se às gargalhadas quando viaja num dos seus jactos particulares comunistas. Eu sei porque já viajei com ele algumas vezes. Ri-se mesmo muito quando lhe chamam camarada. Há quem lhe chame camarada quando ele está a beber champanhe só para ele se cuspir todo. Ele bem tenta ficar chateado a seguir porque, como qualquer bom falso comunista aka capitalista, não gosta de desperdiçar champanhe que custa 10 mil euros a garrafa. Mas é muito difícil dar uma reprimenda a uma pessoa que acabou de contar a nossa piada preferida.

06
Set16

Bloco lamenta encontro de António Costa com Michel Temer

António Garrochinho


Em nota de imprensa, o Bloco de Esquerda denuncia o processo de impeachment de Dilma Russeff “como um golpe contra a democracia” e “lamenta o inoportuno encontro marcado para amanhã entre o primeiro-ministro António Costa e Michel Temer”
Sobre o encontro de António Costa com Michel Temer
No passado dia 31 de agosto Michel Temer tomou posse como Presidente do Brasil, concluindo o processo de impeachment da Presidente Dilma Russeff. O Bloco de Esquerda junta a sua voz à de quem, no Brasil e em todo o mundo, denuncia este processo como um golpe contra a democracia.
No respeito pela soberania do povo brasileiro e sem prejuízo das relações que ligam os dois Estados, o Bloco lamenta o inoportuno encontro marcado para amanhã entre o primeiro-ministro António Costa e Michel Temer, um político que chega à presidência da República do Brasil sem legitimidade e a braços com a justiça. Este encontro vem na sequência de declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no sentido de uma legitimação do novo governo brasileiro, das quais o Bloco também se demarca claramente. A deslocação do primeiro-ministro, anunciada em apoio aos atletas portugueses nos jogos paralímpicos, é uma iniciativa louvável mas que não aconselha nem justifica o encontro com Michel Temer.
Tal como muitos dos seus ministros e dos deputados e senadores que o apoiaram, Temer está no centro de várias suspeitas, investigações e casos de corrupção. O Governo português não desconhece que um dos objetivos dos promotores da destituição da anterior presidente é precisamente o de garantir impunidade perante o combate à corrupção e, particularmente, travar o caso Lavajato, em que muitos estão implicados.
Ninguém desconhece que, apesar dos fundamentos legais para a destituição de um Presidente estarem bem definidos pela Constituição Brasileira, este foi um processo político, para lá da legalidade, visando o derrube do governo democraticamente eleito.

www.esquerda.net
06
Set16

40 anos de Festa, 40 anos de um namoro proibido

António Garrochinho


A Festa do Avante! é uma porta aberta ao que de melhor se faz em Portugal. Ao longo de três dias podemos aprender, comer, beber, ouvir, ver e viver, sem preconceitos ou juízos de valor

Lembras-te da nossa primeira Festa? Ainda adolescentes, os teus pais não sabiam que namorávamos e tu passaste o tempo todo a fugir deles para nos encontrarmos às escondidas! Foi assim a nossa primeira Festa do Avante!, um namoro proibido... Marcávamos encontro no Alentejo ou em Viana do Castelo, antes e depois do almoço ou do jantar, ou então, mergulhados na multidão, corríamos livres sem casa e sem tecto por entre os concertos e a Carvalhesa, tocada vezes sem conta, assim chamando um povo inteiro para que, todos juntos, possam saltar e dançar ao ritmo da liberdade.


E sim, no Domingo choveu, e com a Festa a chegar ao fim mais cedo fomos todos para Coimbra onde não vos conto o muito vinho, “penaltys“ e “shots“ que fizeram desta a melhor Festa de que há memória.

Desde então, e depois desta Festa de arromba e oficializado o nosso namoro (os teus pais não são tão maus assim e até gostam de mim, como gostam de ti), dedicámos os anos seguintes a explorar a Festa, as peças de teatro, a feira do livro, as bienais de artes plásticas, as exposições, a astronomia e o Espaço Ciência, os comes e bebes de todo um país juntos à volta da mesa, a sopa da pedra em Santarém, o bacalhau à Braga, a açorda alentejana, o picadinho da Madeira, sem esquecer a ginja, a sangria ou a cerveja, pois claro, os debates contra a opressão e exploração laboral, a história, tantas vezes esquecida e ignorada, da luta contra a Ditadura, as representações internacionais tão diversas desde a Alemanha ao Chipre, do Peru a Itália, passando pelos PALOP, os concertos intimistas e alternativos no auditório 1.º de Maio, os mais de nove palcos onde a música, o folclore e os novos valores são uma constante, ou simplesmente na relva ao sol junto ao lago a meio da tarde entre pares de beijos e os sonhos desta vida.

A Festa do Avante! é o maior evento político-cultural do país. A Festa do Avante! é uma grande chatice, porque não só não está infestada de comunistas como é uma porta aberta ao que de melhor se faz em Portugal a nível gastronómico, literário, artístico, sem esquecer o desporto, fruto do voluntariado de milhares de pessoas e onde ao longo de três dias podemos aprender, comer, beber, ouvir, ver e viver, sem preconceitos ou juízos de valor, sem a obrigatoriedade de comícios ou propaganda, factos que em si não só enxotam estereótipos como baralham ideias, tornando a Festa num perigo a exterminar por todos quantos se identificam com outras forças partidárias, entenda-se de direita, mas onde Fernando Seara não deixou de comprar uma “boina à Che Guevara“ e onde Marcelo, ele mesmo, o Professor e agora Presidente da República, foi presença constante ao longo de vários anos.

Preconceitos, meus caros, são só para os ignorantes. E, espantem-se, na Festa há um espaço criança, com escorregas e tudo, sem que ninguém venha para as comer.

A Festa tem um espaço Emigração, coisa que vem mesmo a calhar agora que vivemos os dois cá fora, não nos sendo possível ir à Festa com a mesma regularidade de anos passados. Mas, entretanto, já estivemos a olhar para o calendário e para o ano começamos a trabalhar mais tarde, pelo que lá estaremos, em 2017, mergulhados na multidão a correr livres, sem casa e sem tecto, por entre os concertos e aCarvalhesa, tocada vezes sem conta, assim chamando um povo inteiro ao seu regaço para que, todos juntos, possamos saltar e dançar ao ritmo da liberdade.

Texto de João André Costa • 

p3.publico.pt

06
Set16

Choudary: 5 anos e meio de prisão por incitar apoio ao Estado Islâmico

António Garrochinho


O clérigo radical Anjem Choudary, o mais conhecido pregador islamita do Reino Unido, foi condenado por um tribunal de Londres a cinco anos e meio de prisão por incentivar o apoio ao grupo extremista Estado Islâmico.

Famoso pelos discursos anti-Ocidente e suspeito de agir como recrutador de terroristas, o advogado de 49 anos de origem paquistanesa jurou fidelidade ao líder do grupo “jihadista” em vídeos publicados na internet. Mohammed Rahman, um colaborador de Choudary julgado no mesmo processo, também recebeu uma pena de cinco anos e meio de prisão.

Ambos negaram as acusações e denunciaram motivações políticas no processo de que foram alvo.


VÍDEO



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06
Set16

Agricultura dos Feijões Mágicos

António Garrochinho


Poze-agricultura.jpg
Hoje fui ao Allegro de Setúbal. Um pouco mais à frente da entrada do Hipermercado Jumbo, existe um espaço exclusivo às promoções do dia. Assim sendo, fui "bisbilhotar" e reparei que haviam muitos produtos a apenas 1 Euro. Sim, a 1€ cada um.
Nesta zona exclusiva, estavam as latas de feijão preto da Compal. Se formos aoContinente, reparamos que a lata que eu comprei, ou seja, a de 850g custa 1,34€. Por outras palavras e sabendo que o preço poderá ser o mesmo entre o Continente e o Jumbo, a promoção retirou cerca de 25% do preço do feijão. Aqui está o meu talão da compra:
promo.png
Sabendo também que na Lei Portuguesa está escrito que o revendedor não pode comprar abaixo do preço de custo, apenas podemos concluir que o Jumbo ganha mais de 25% de lucro quando vende cada uma daquelas latas.
Se formos mais para trás na Cadeia de Distribuição e formos à Compal, é sabido que tem de haver o processo de enlatar o feijão e que existe também o preço da própria lata. Além destes dois factos, sabemos que o feijão tem de ser cozido.
Assim sendo e voltanto ao preço da lata com a promoção, ou seja, aos 1€ e sabendo que o Estado determina que o IVA deste produto é de 23%, começamos a perceber o quanto ganham as Superfícies Comerciais, as Cooperativas como a Compal (Companhia de Conservas Alimentares) e o próprio Estado.
Quem fica no fundo desta Cadeia Capitalista!? Sim, o Agricultor.
Por outras palavras, aquele que alimenta o Consumidor e a Cadeia de Distribuição é o mais penalizado. Assim se percebe a razão de não haver agricultores milionários mas, por outro lado, existem muitos donos de Hipermercados que o são.
Enfim, é o mundo canibalista em que vivemos…

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06
Set16

Caterpillar encerra fábrica e despede 2200 na Bélgica

António Garrochinho


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O gigante norte-americano anunciou, esta sexta-feira, que vai encerrar a sua fábrica em Gosselies (Bélgica), destruindo directamente 2200 postos de trabalho. Estima-se que mais de 6000 empregos sejam afectados pelo encerramento.

O encerramento da fábrica da Caterpillar em Gosselies, nos arredores de Charleroi (Bélgica), deve afectar, de forma indirecta, mais de 6000 pessoas
 
À decisão anunciada pelo grupo norte-americano de encerrar a fábrica que possui nos arredores de Charleroi centenas de trabalhadores responderam, na sexta-feira, com o bloqueio das instalações.
De acordo com o jornal belga Le Soir, o encerramento da Caterpillar Gosselies levará à destruição directa de 2200 postos de trabalho, mas terá ainda graves consequências para toda a região da Valónia, para a Flandres (também na Bélgica) e mesmo para o Norte de França, na medida em que muitos trabalhadores subcontratados dependiam da relação que mantinham com a fábrica.
Fontes sindicais referem que, no total, mais de 6000 empregos devem ser afectados pelo encerramento anunciado. Os sindicatos apontam o dedo à empresa, tendo em conta que a Caterpillar Gosselies já fora alvo de uma reestruturação, em 2013, «com o objectivo de diminuir os custos», que implicou o despedimento de 1400 trabalhadores e a «flexibilização» na organização do trabalho.
Plano de reestruturação
Num comunicado, a empresa anunciou que pretendia transferir a produção de Gosselies para outros centros fabris, nomeadamente para Grenoble (França). A decisão enquadra-se num plano de reestruturação do grupo Caterpillar, que em 2015, alegando perda de receitas – reviu a previsão de receitas de 49 mil milhões de dólares para 48 mil milhões de dólares –, anunciou a eliminação de 10 mil postos de trabalho até 2018.
Protesto do GUE/NGL
Thoomas Händel, do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), denunciou o encerramento anunciado pela Caterpillar e o consequente despedimento colectivo de 2200 trabalhadores.
Numa declaração, o deputado alemão considera que a medida reflecte a busca de lucro de uma empresa que não enfrenta dificuldades (no primeiro trimestre de 2016, declarou lucros operacionais de 785 milhões de dólares) e afirma que se trata de uma ofensa aos «2200 trabalhadores belgas que vão perder os seus postos de trabalho em Abril de 2017 e que, durante meses, receberam salários mais baixos para salvar a fábrica».
Neste sentido, o representante do GUE/NGL pediu à União Europeia que intervenha urgentemente de forma a proteger os trabalhadores europeus e expressou a sua solidariedade aos trabalhadores afectados.

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06
Set16

Resultados do inquérito sobre Kamov seguiram para MP/ Presidente da Proteção Civil demite-se

António Garrochinho




A ministra da Administração Interna disse hoje que seguiram para o Ministério Público os resultados do inquérito sobre a gestão dos meios aéreos, que incluiu os helicópteros Kamov.

A ministra da Administração Interna disse hoje que seguiram para o Ministério Público os resultados do inquérito sobre a gestão dos meios aéreos, que incluiu os helicópteros Kamov.

"Está a decorrer também um processo judicial no Ministério Público. Achamos por bem também enviar alguns resultados do inquérito para o MP", afirmou Constança Urbano de Sousa, em declarações aos jornalistas na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Na sequência do inquérito realizado pela Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI), a pedido do anterior Governo, o presidente da ANPC, Francisco Grave Pereira, demitiu-se do cargo.



"Este pedido de demissão surge na sequência do inquérito da IGAI à gestão dos meios aéreos instaurado pelo anterior Governo", adiantou a ministra, sublinhando que aceitou a sua exoneração.

Constança Urbano de Sousa escusou-se em avançar os resultados do inquérito, justificando com a sua confidencialidade, mas esclareceu que a averiguação da IGAI está relacionada "exclusivamente com a forma como foram geridos os meios aéreos".

A ministra garantiu também que que a ANPC vai "continuar com o excelente trabalho que tem feito nesta época de incêndios".

Constança Urbano de Sousa disse ainda que a presidência da ANPC está a ser assumida interinamente por um dos diretores nacionais, não havendo ainda substituto para Francisco Grave Pereira, que estava no cargo desde maio de 2014.

Neste momento, está à frente interinamente da ANPC o diretor nacional de Planeamento de Emergência, José Oliveira.

Em junho de 2015, a então ministra Anabela Rodrigues determinou à IGAI a abertura de um inquérito relacionado com os problemas dos helicópteros Kamov, após a ANPC ter detetado problemas "graves no estado das aeronaves", que ditaram "a impossibilidade de os helicópteros estarem em plena condição de serem operados", durante o processo de transferência dos Kamov para a empresa que ganhou o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos.

O inquérito incidia sobre "as circunstâncias descritas e apuradas durante o processo de consignação dos meios aéreos próprios pesados do Estado, tendo em vista o apuramento de responsabilidades a que haja lugar nesse âmbito".

Durante o processo de transferência para a empresa que ganhou o concurso público, foram verificadas "uma série de não conformidades graves no estado das aeronaves", estando apenas operacionais, na altura, um dos seis helicópteros.

Atualmente, apenas três estão aptos para voar, estando dois inoperacionais por avaria e outro acidentado desde 2012.

O jornal Público adianta que a IGAI imputa a Francisco Grave Pereira "violação do dever de zelo na forma como a autoridade geriu o processo de transferência dos seis helicópteros pesados Kamov para a empresa que os está a operar".

Em junho, na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse hoje que os três helicópteros Kamov inoperacionais continuam por reparar, estando o processo de manutenção e reparação destas aeronaves a ser investigado pelo Ministério Público.

Em janeiro, a Polícia Judiciária realizou uma dezena de buscas em Lisboa, Porto e Portalegre, nomeadamente na sede da ANPC, para obtenção de provas relacionadas com contratos públicos de aquisição e manutenção de aeronaves para combate a incêndios.

A Everjets foi a empresa que ganhou o concurso público internacional de operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado para quatro anos, num valor superior a 46 milhões de euros, sendo anteriormente a Heliportugal a empresa responsável.

Com a extinção da Empresa de Meios Aéreos (EMA) em outubro de 2014, a ANPC ficou responsável pela gestão dos contratos de operação e manutenção dos meios aéreos próprios do Estado.


Presidente da Proteção Civil demite-se após proposta de processo disciplinar


Francisco Grave Pereira na tomada de posse como presidente da Autoridade Nacional da Proteção Civil, em 2014  |  

Relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna considera que Grave Pereira violou dever de zelo na transferência dos Kamov

O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), major-general Francisco Grave Pereira, apresentou na segunda-feira a demissão à ministra da Administração Interna, na sequência das conclusões do relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) que considera que Grave Pereira violou o dever de zelo na forma como geriu o processo de transferência de seis helicópteros Kamov para a empresa Everjets. À agência Lusa, o Ministério da Administração Interna confirmou o pedido de demissão e revelou que o mesmo foi aceite.

A notícia foi avançada pelo jornal Público, que acrescenta pormenores sobre o relatório da IGAI. O documento refere que a Proteção Civil não "acautelou devidamente os interesses do Estado" no processo de transferência dos Kamov. O major-general ocupava o cargo de presidente da Proteção Civil desde maio de 2014. Em maio de 2015, foram detetados problemas graves nos helicópteros Kamov, que obrigaram a fazer reparações avultadas encomendadas à Everjets.

Este relatório sugeria a abertura de dois processos disciplinares, um ao presidente da ANPC e um segundo a um ex-diretor nacional, que entretanto saiu do organismo. Porque Francisco Grave Pereira é major-general, a ministra da Administração Interna foi obrigada a remeter o processo para o Ministério da Defesa, entidade que tem a tutela disciplinar sobre o militar.

O inquérito na origem do relatório que levou à demissão do presidente da ANPC foi instaurado em junho do ano passado, por ordem da ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, após proposta do secretário de Estado João Almeida. A ANPC detetou problemas "graves no estado das aeronaves", que ditaram a impossibilidade de os helicópteros estarem em plena condição de serem operados, durante o processo de transferência dos Kamov para a empresa que ganhou o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos para os próximos quatro anos.

O inquérito incidia sobre "as circunstâncias descritas e apuradas durante o processo de consignação dos meios aéreos próprios pesados do Estado, tendo em vista o apuramento de responsabilidades a que haja lugar nesse âmbito".

Dos seis helicópteros Kamov da frota do Estado, apenas três estão aptos para voar, estando dois inoperacionais por avaria e outro acidentado desde 2012.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) deste ano conta com três Kamov estacionados em Braga, Santa Comba Dão e Ferreira do Zêzere, num total de 47 meios aéreos.


Em junho, em declarações na Coissão Parlamentar de Agricultura e Mar, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse aos deputados que o DECIF de 2015 já não contou com os três helicópteros pesados.



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06
Set16

ALGARVE - Na Fuzeta, evasão, romance e charme num espaço só

António Garrochinho


Seguimos pelo Algarve e desta vez escolhemos como refúgio o novíssimo Tapas & Bar Mó de Cima, na Fuzeta. Um moinho recuperado e muito mais para saborear em pleno Parque Natural da Ria Formosa.
Se está pelo sotavento (ou mesmo que não esteja), dê um salto à Fuzeta, uma vila piscatória rica em arte, cultura e música. As influências artísticas estendem-se à gastronomia e a prova disso é o novo espaço Tapas & Bar Mó de cima, de Margarida Gomes, que abriu as portas (e as janelas) à ria em Junho deste ano, reabilitando o antigo moinho José Guerreiro.
“A propriedade tem uma longa história e um forte papel junto das famílias da Fuzeta”, explica Margarida. Há muitos anos na família da proprietária, o actual bar nasceu, em 1920, como um moinho — o moinho dos Olheiros — e serviu, depois, de alojamento a dez famílias que trabalhavam nas salinas e na fábrica do sal “onde agora se situam os apartamentos de turismo rural”, conta Margarida. Estava há alguns anos entregue ao abandono.
Com o desejo de recuperar e reabilitar o moinho antigo de maré, a família de Margarida começou, “em 2006, o projecto”. Quase dez anos depois de uma valente luta e insistência, “com autorizações e licenças” pelo meio, nasceu o Mó de Cima, “construído e posto de pé em menos de dois anos”, explica Margarida, orgulhosa.
Com uma situação geográfica excepcional, o Mó de Cima está localizado em pleno Parque Natural da Ria Formosa, num pontão sobre a ria da Fuzeta. Lado a lado com o espaço de restauração, nasceu também o turismo rural que se compõe de cinco quartos recuperados ao estilo algarvio, de inspirações mouras e portas azul-mar, que são alugados ao dia, semana ou mês aos sortudos que queiram ter o privilégio de adormecer sobre a água.
Está aberto todos os dias das 12h às 23h e é o mais recente must go do sotavento algarvio, sobretudo se procura um momento perfeito de evasão do ruído da cidade, de romance a dois ou de descanso e relaxamento total.
À mesa, enquanto se deleita com iguarias algarvias, servidas em tábuas de granito e de madeira natural, a ria corre lentamente sob o restaurante, fazendo girar o moinho preservado num recanto e decorando as janelas de barcos ligeiros, gaivotas e pequenos patos que por ali passeiam, quase aos seus pés.
O espaço combina a tradição doce do antigo com detalhes modernos e minimalistas. O segredo está no toque de maresia piscatória apresentada com requinte e distinção. A vista é genial e o menu, inspirado nas receitas de Filipa Vilas Boas, é rico em petiscos e tapas algarvias, completando-se, também, com alguns snacks e saladas de inspiração mais cosmopolita.
Não deixe escapar a tapa de muxama com kick, o atum seco (típico algarvio) temperado com queijo fresco, alho, azeite e orégãos. Igualmente irresistíveis são as cavalas deitadas, servidas em pão torrado embebido em cebola refogada e azeite; a bruschetta portuguesa, decorada de tomate fresco, orégãos e azeitonas pretas; a cabra doce, que apresenta o queijo de cabra quente com mel, maçã e nozes algarvias (de comer e chorar por mais); a explosão de gambas (ou devíamos dizer de sabores) e as tiras de choco crocantes, acompanhadas de uma ligeira salada refrescante e maionese de alho.
Fica a dica. O Tapas & Bar Mó de Cima é uma fuga perfeita. Visite-o quando cai a noite e se acendem as luzes que iluminam o caminho de pedras e cada uma das mesas ao redor. As estrelas reflectem-se na água e adormecem serenas num mágico momento de evasão. Não precisa de mais desculpas, renove as suas energias neste moinho antigo renascido.
Tapas & Bar Mó de Cima
R. da Liberdade, 164, Fuzeta
Tel.: 913 092 612
Aberto todos os dias das 13h às 23h











fugas.publico.pt
06
Set16

100 RETRO ESCAVADORAS DEMOLINDO UM VIADUTO NA CHINA (VÍDEO)

António Garrochinho

Os chineses estão tomando gosto por esta coisa de ser líder mundial, algo que deve acontecer no campo econômico no final do ano que vem. Veja o que eles fizeram para remover um velho elevado de 24 anos na cidade de Nanchang, capital da província de Jiangxi, leste da China. Um verdadeiro exército de máquinas de escavação alinhadas, 116 Hyundai, trabalharam para demolir rapidamente a velha estrutura. A ponte foi desmantelada durante a noite e a remoção de todo os escombros durou mias um dia. Graças à otimização do plano, o tráfego foi reaberto em 56 horas.

VÍDEO

www.mdig.com.br

06
Set16

«Soneto», conto poético por Álvares de Azevedo.

António Garrochinho


«Soneto»
Poema de Álvares de Azevedo

866- «SONETO»

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando…
Negros olhos as pálpebras abrindo…
Formas nuas no leito resvalando…

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!

Álvares de Azevedo




wwwpoetanarquista.blogspot.pt
06
Set16

Reino Unido: Ativistas paralisam aeroporto da City de Londres

António Garrochinho



Centenas de voos com partida ou chegada ao aeroporto da City de Londres, no Reino Unido, foram afetados, esta manhã, depois de um grupo de manifestantes ter invadido a pista.

O incidente começou perto das seis da madrugada e a polícia só conseguiu resolver a situação cinco horas mais tarde.

O protesto do grupo Black Lives Matter (Vidas Negras Interessam) do Reino Unido visa denunciar a discriminação racial. A polícia acabou por deter os ativistas que serão processados por entrada ilegal no aeroporto, operação para a qual utilizaram um barco através do rio Tamisa, segundo a imprensa, mas a polícia ainda está a investigar a situação.

Os voos com destino à City foram desviados para Gatwick, arredores da capital, e Southend, no Essex durante o período em que decorreu o incidente. Muito frequentado, estima-se que por este aeroporto passaram cerca de 4,3 milhões de pessoas, no ano passado.

VÍDEO


pt.euronews.com
06
Set16

PC do México: Sobre a reunião de partidos comunistas e socialdemocratas em Lima, Peru

António Garrochinho



Nota da Comissão Política Nacional do PCB: Compartilhamos as ponderações expostas neste pronunciamento do Partido Comunista do México sobre o chamado “Encontro de Partidos Comunistas e Revolucionários”, realizado recentemente em Lima, nomeadamente em defesa da manutenção do caráter dos Encontros Internacionais dos Partidos Comunistas e Operários”.


Durante anos expressamos nosso apoio consequente aos povos e os movimentos populares da região. Somos firmemente solidários com os povos que enfrentam intervenções e ameaças imperialistas. Somos solidários com as forças classistas na Venezuela, Equador e Bolívia, que lutam em condições muito difíceis. É inalterável nossa convicção e ação para colocar fim ao bloqueio contra Cuba. O Partido Comunista do México, mantendo-se fiel ao internacionalismo proletário, luta com firmeza pela unidade de ação do movimento comunista, pela coordenação das lutas dos partidos comunistas e operários a nível regional e internacional.
Desse ponto de partida, temos a responsabilidade de comunicar aos trabalhadores de nosso país e aos partidos comunistas e operários da região e do mundo, nossa avaliação sobre o chamado “Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Revolucionários da América Latina e do Caribe”, que se reuniu em Lima, Peru, nos dias 26, 27 e 28 de agosto, e de esclarecer por que não assinamos e, tampouco, reconhecemos a validade da “Declaração de Lima” que se publicou, nem apoiamos o “Consenso de Nossa América” que em dita reunião se apresentou.
Neste encontro, junto aos Partidos Comunistas, foram também convidados partidos socialdemocratas e oportunistas, partidos totalmente alheios ao movimento comunista, alguns dos quais foram comprovados colaboradores em governos burgueses, e têm responsabilidades em políticas antipopulares, na repressão às lutas populares, e apoio às alianças, planos e intervenções imperialistas.
Não compartilhamos esta ideia de hibridação, de convidar partidos socialdemocratas para encontros de partidos comunistas. Além disso, repudiamos a tentativa de projetar mundialmente este modelo de reuniões cujo objetivo é alterar a natureza do Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários (EIPCO), e abri-lo às forças oportunistas do Fórum de São Paulo e do Partido da Esquerda Europeia, ou de outros espaços de convergência internacional da socialdemocracia, algo que significaria a destruição do processo do EIPCO.
No transcurso dos debates em dito encontro, foram sendo expressas sérias diferenças, de conteúdo e forma, sobre o papel dos governos progressistas, da política de alianças e da luta anti-imperialista, e sobre as tarefas dos partidos comunistas. O fato é que, pela primeira vez em uma reunião que se chama “Encontro de PCs”, foram adotadas decisões e imposições sob a lógica de maioria ou minoria, apresenta-se um passo divisionista, viola o princípio de igualdade entre os partidos, e abre um caminho muito perigoso.
Tanto a “Declaração de Lima” como o “Consenso para Nossa América” são documentos que não ajudam a luta da classe trabalhadora e dos povos. Enfeitam a socialdemocracia e a política pró-monopolista dos chamados governos progressistas. Enfraquecem o papel dos partidos comunistas, os limitam a um papel auxiliar da socialdemocracia, que governando perpetua a exploração capitalista. O pós-capitalismo e o anti-neoliberalismo anulam o objetivo da revolução socialista e fomentam a confusão ideológica, descrevendo como socialista um sistema onde permanecem as relações de produção capitalistas e se perpetua o poder do capital.
O capitalismo explora o povo, empobrece as camadas médias, despoja os camponeses, oprime os povos originários, a mulher e a juventude trabalhadora, independentemente da forma de sua gestão, seja neoliberal ou neo-keynesiana projetada como “progressista”, tal como repetidamente se experimentou sob estes governos nas últimas décadas.
A crise do capitalismo é também a crise do progressismo. Em mais de 15 anos de gestão “progressista” na América Latina, as relações capitalistas permaneceram intactas. O progressismo se mostrou como uma gestão do sistema, que não escapa às leis gerais do capitalismo. Em condições de altas taxas de desenvolvimento capitalista, que se basearam no aumento do grau de exploração, milhões continuarão engrossando as estatísticas de pobreza. As necessidades e demandas da classe operária, da mulher trabalhadora, da juventude trabalhadora, dos povos indígenas e afrodescendentes, não tiveram nem terão satisfação nos marcos das relações capitalistas, mas somente derrubando-as.
Portanto, quando ocorre uma crise de superprodução e superacumulação que afeta o capitalismo, este responde com medidas agressivas, golpeando os direitos sindicais e trabalhistas para desvalorizar a força de trabalho em nome da competitividade e rentabilidade dos monopólios.
Por isso, fica claro que assumir um programa de desenvolvimentismo sobre a base capitalista é uma bandeira distante do movimento comunista.
Consideramos equivocado separar a luta contra o imperialismo da luta contra os monopólios, restringir a luta anti-imperialista ao centro imperialista norte-americano, isentando a União Europeia e outras forças e alianças imperialistas.
Não consideramos que as diversas uniões interestatais – cujo caráter de classe é capitalista –, que se forjam no sul do Continente, sejam alternativas da classe operária e dos povos da América Latina, pois expressam os interesses das burguesias e dos monopólios e fortalecem os processos de acumulação, de concentração e centralização de capital.
Nas difíceis condições em que lutamos, onde as medidas de choque e os mecanismos repressivos estatais e paraestatais se recrudescem contra nossos povos, e considerando que existe um ataque constante do capital para sufocar as posições revolucionárias com a ilusão do reformismo, do possibilismo, os partidos comunistas e operários têm o dever de redobrar suas atividades para organizar os trabalhadores e camadas médias, para desenvolver as lutas dos povos pelo direito ao trabalho, à saúde, à educação, por todos os direitos populares, e levanta-los contra as políticas antipopulares, contra a exploração e a opressão capitalista.
A experiência nos demonstrou que as alianças interclassistas, presas na lógica do mal menor, atrasam a tarefa dos partidos comunistas e operários, enquanto organização e consciência de classe dos trabalhadores.
Os Partidos Comunistas têm a responsabilidade de contribuir para que os trabalhadores possam extrair conclusões sérias dos “governos progressistas”, das alianças com setores da burguesia, e para que deem passos firmes na direção de sua emancipação, saindo do círculo vicioso do chamado “mal menor”. Para colocar resultantemente a necessidade da luta pela derrubada do capitalismo, pelo socialismo e pela socialização e planificação da economia, dirigida pelo poder operário.
O Partido Comunista do México continuará dando seu apoio a esta causa.
Proletários de todos os países, uni-vos!
Comitê Central do Partido Comunista do México
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)


06
Set16

Estão a decorrer várias iniciativas no âmbito do Plano Nacional de Luta Precisam-se de mais enfermeiros

António Garrochinho


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Os enfermeiros entregaram esta manhã no Hospital de São José um abaixo-assinado com centenas de assinaturas para exigir a admissão de profissionais necessários ao bom funcionamento dos seis hospitais que compõem o Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC). 

Do caderno reivindicativo destaca-se a aplicação das 35 horas para todos os enfermeiros
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirma que a carência destes profissionais no CHLC tem levado ao encerramento de camas e a turnos incompletos, provocando o «caos em vários serviços». Só em Agosto, no Hospital de São José ficaram por preencher 100 turnos.
Na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) houve a necessidade de encerrar temporariamente duas camas dos intensivos da neonatologia e quatro das intermédias. O SEP denuncia ainda que o serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia da MAC está a funcionar com menos cinco enfermeiros por turno, uma situação que viola as recomendações mínimas estipuladas pela Ordem dos Enfermeiros. O sindicato refere também a degradação dos cuidados de saúde no Hospital D. Estefânia, onde foram temporariamente reduzidas duas camas na neonatologia.
Foi este «caos» que levou à inscrição de centenas de assinaturas no abaixo-assinado que hoje se entrega no Hospital de São José. No texto enquadrador do documento lê-se que, apesar da aplicação da lei das 35 horas semanais como período normal de trabalho semanal, a carência de enfermeiros obriga a que estes profissionais realizem mais horas por semana.
Enfermeiros de Aveiro em luta até amanhã
A par da redução e regulação do horário de trabalho (porque há enfermeiros com 35 horas de trabalho, enquanto outros trabalham 40 horas), o documento recorda o conjunto de reivindicações sobre o qual assenta o Plano Nacional de Luta que os enfermeiros travam há já vários meses em diversos hospitais, como o pagamento de todo o trabalho extraordinário e a reposição do valor integral das «Horas de Qualidade».
Concentração em Aveiro esta manhã / SEP
No âmbito deste plano, que o AbrilAbrilvem reportando, inscreve-se também a greve de três horas que os enfermeiros do Centro Hospitalar do Baixo Vouga realizam hoje e amanhã, no período entre as 9h e as 12h.
Esta manhã, os enfermeiros concentraram-se junto à entrada principal do hospital, tendo entregado de seguida no serviço de pessoal mais de uma centena de requerimentos individuais a exigir a alteração da cláusula do horário de trabalho para as 35 horas semanais, para os enfermeiros com contrato de trabalho para funções públicas. Para amanhã prevê-se a entrega de abaixo-assinados no Conselho de Administração, com a promessa de novas formas de luta caso não haja resposta às exigências estabelecidas.
Na passada sexta-feira, a greve ao turno da manhã dos enfermeiros do Centro Hospitalar de São João, no Porto, registou uma adesão de 74,5%. Também na semana passada, os enfermeiros do Hospital de Barcelos estiveram em greve durante quatro dias, tendo-se verificado uma adesão de 89% no primeiro (30 de Agosto).

www.abrilabril.pt
06
Set16

Bordados de Hiroko Kubota

António Garrochinho
A artista japonesa do bordado Hiroko Kubota estava confeccionando roupas de tamanho personalizado para seu filho menor, quando ele fez um pequeno pedido: - "Mãe, você poderia colocar alguns gatos nas minhas camisas?" Hiroko explica que seu filho é um pouco obcecado com gatos e tinha feito uma grande coleção de imagens adoráveis encontradas na web. Depois de fazer um gato em algumas camisas, a artista postou fotos das peças on-line e sem surpresa rapidamente se tornou viral, estimulando Hiroko a abrir uma loja Etsy sob a marca Go!Go!5 onde ela começou a vender as camisas por um impressionante preço que varia entre 800 e 1000 reais cada.

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No entanto, o preço não parece ser problema para os fanáticos da internet e as camisas são vendidas quase tão rapidamente quanto ele borda suas peças. Na atualidade, a moradora de Nara, fabrica as camisas sob encomenda onde as pessoas podem solicitar bordados de seus animais de estimação favoritos espreitando no bolso de sua própria camisa.
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06
Set16

A Ilha PROIBIDA do Brasil

António Garrochinho

As ilhas são um dos destinos turísticos mais procurados. Desde a famosa Ilha de Ibiza, na Espanha, onde as pessoas buscam diversão noturna, até a Ilha de Páscoa, com suas cabeças ancestrais misteriosas. Todos os que já estiveram em uma ilha sentem que a magia que permeia sua atmosfera, totalmente cercada por água, gera uma sensação de isolamento e nos lembra de aventuras míticas, como "A Ilha do Tesouro".

Há todo tipo de ilhas e algumas ficaram desconhecidas pelo homem por centenas de anos. É sobre uma dessas ilhas que falaremos no artigo de hoje. O governo brasileiro não teria optado por proibir sua visitação sem um motivo. Certamente, quando você souber a razão, seguramente, não irá querer nem ouvir falar dela. 
O nome desta ilha única é Ilha da Queimada Grande, possui uma área de 430.000 metros quadrados e está localizada na costa do estado brasileiro de São Paulo. Mas esta ilha tem recebido outro nome em função de algo assustador que vive nela.



A ilha não tem nenhum edifício construído, pois é quase impossível construir qualquer coisa sobre ela, havendo apenas um farol que foi mantido por uma família até o final do século XX. A família não sobreviveu à ilha... que é atualmente gerida pelos oficiais da Marinha do Brasil.
Este monte pode parecer, à primeira vista, um paraíso natural, mas nada está mais longe da realidade. Quando você entra nessa, em poucos metros, a vegetação selvagem o cobre até a cintura. Nem de brincadeira eu iria lá, principalmente pelo que a ilha esconde. 
Há cinco cobras por metro quadrado nessa ilha, é o que dizem algumas lendas locais, um número realmente exagerado para a realidade, mas que em alguns pontos da ilha é muito verdadeiro. Ao caminhar em qualquer ponto nesta ilha, você de fato irá encontrar várias cobras.
A ilha é proibida à visitação civil e, além de militares, apenas alguns cientistas às vezes se aventuram até lá, para pesquisar os animais. Além da alta densidade de cobras, confirmou-se que são as espécies mais venenosas no mundo. Tá que eu vou lá....
A ilha é conhecida por todos como a Ilha de Cobras e é um dos maiores serpentários em todo o mundo. É uma reserva natural, protegida pelo seu conteúdo animal. Mas esta cobra está ameaçada pois...
... corre perigo de extinção. Essa cobra é chamada de “Cobra da Ilha da Queimada” pois só é encontrada nesta ilha. Apesar de ocorrer em grande número na ilha, ela corre o perigo adicional da endogamia. Isto significa que, por estarem em um ambiente pequeno, elas acasalam entre famílias do mesmo ramo, o que gera um problema para a sua sobrevivência.
Embora elas sejam altamente venenosas e muito numerosas, essas cobras necessitam ser ajudados pelo governo brasileiro, pois são criaturas únicas e belas. Asquerosas para alguns, mas fantásticas para outros. A verdade é que este tema mexe com muita gente.
Mas não importa o quanto elas sejam belas, nossa recomendação é que o melhor é não chegar nem perto da ilha. O veneno destas cobras é próximo a 5 vezes mais forte que o de outras cobras terríveis de outras famílias semelhantes. Ele gera morte imediata por necrose, o que não seria um atrativo turístico em nenhuma agência de viagens.
 

www.matacuriosidade.com.br
06
Set16

A mulher que apaixonou Nietzsche e Freud

António Garrochinho


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A russa Lou Andreas Salomé chocou a sociedade europeia do início do século XX por ser, ao mesmo tempo, bela, sexy, inteligente, culta e livre. Reconhecida como grande pensadora em uma época marcada por ilustres nomes, ela se relacionou, de um modo ou de outro, com muitos deles – e deles recebeu admiração, paixão e respeito intelectual.
Manteve, por décadas, um casamento aberto e inúmeros relacionamentos, incluindo Nietzsche (que literalmente enlouqueceu por ela), Freud, Rilke e uma longa lista.
Lou Andreas Salomé (ou Luisa Gustavovna Salomé) nasceu em São Petersburgo (1861), e viveu, estudou, escreveu e exerceu a psicanálise – foi uma das primeiras e principais discípulas e correspondentes de Freud – em Paris, Roma, Berlim, Zurique e outras cidades europeias.
Quinze anos mais velha do que Rilke, foi a “grande mulher” atrás do grande poeta alemão. Ensinou-lhe russo e o introduziu na obra de Tolstói e Púchkin, além de apresentá-lo a parte importante da intelligensia europeia.
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Em sua obra, destacam-se estudos sobre Nietzsche, Rilke e sobre sua própria vida, além de ensaios pioneiros sobre a sexualidade feminina.
Lou Andreas Salomé faleceu em 1937, pouco antes de a Gestapo emitir uma ordem de prisão contra ela.
via Hedra
nerdices.com.br
06
Set16

O que encontraram no último bote do Titanic foi arrepiante...

António Garrochinho

A madrugada de 15 de abril de 1912 foi uma das mais trágicas da história do transporte de passageiros em navios. O Titanic afundava naquele momento. O transatlântico famoso foi criado para unir os Estados Unidos à Europa. Depois de partir da costa de Southampton para Nova York e passar duas horas, o navio irremediavelmente afundou, após um impacto com um iceberg, no Oceano Atlântico. O Titanic era uma obra de engenharia monumental, um símbolo de progresso e evolução de seu tempo, por isso, seu naufrágio chocou todo o planeta.
Um mês depois da tragédia, quando ainda havia muito interesse sobre as notícias, a tripulação do navio RMS Oceanic notou um barco de madeira no meio do Atlântico. 
Ele estava muito longe do local onde o famoso navio havia afundado. Nada mais do que 320km distante. A olho nu, não se distinguia ninguém a bordo. Do navio Oceanic não se via nenhuma cabeça. O capitão, no entanto, mandou uma patrulha investigar este suposto barco fantasma, pois suspeitou que pudesse ser um dos do malfadado transatlântico. Oito tripulantes embarcaram para procurar o barco, há uns cem metros do seu navio. Quando chegaram ao barco salva-vidas eles ficaram boquiabertos.


Nele encontraram os corpos sem vida de três pessoas. Um lamentável cenário, onde identificaram dois homens com suas roupas de bombeiros...
Eram engenheiros da sala de máquinas do Titanic. O outro passageiro era um jovem rico, Beattle Thomson, 37, que viajava na primeira classe e aproveitava o cruzeiro maravilhoso. Quando o encontraram, estava em roupas de gala. Mas os corpos há muito estavam em decomposição. Quando a tripulação do Oceanic quis pegar um deles pelos braços, estes cederam e foram arrancados do corpo. Eles decidiram cobri-los com lonas e, entre orações, os atiraram ao mar. Assim, tiveram uma cerimônia marítima de enterro decente.
O salva-vidas era o Barco Dobrável. O último a deixar o Titanic. Acredita-se que ele possa ter sido abordado por 30 pessoas...
Soube-se, depois, que a maioria de seus integrantes perdeu suas vidas devido às temperaturas muito baixas registradas naquela parte do Atlântico naquela noite. Outros foram para outros botes, de onde puderam ser resgatados. Mais tarde, o barco, com os restantes passageiros, ficou à deriva por várias semanas, com os corpos sem vida a bordo. Fala-se também que um outro passageiro, um homem chamado Edward Lindell, deve ter estado nele, tendo morrido devido ao frio. Sua esposa morreu tentando abordar esse barco salva-vidas.
A tripulação encontrou o anel usado por Lindell, grafado "Edward para Greta". Sem dúvida, o Titanic deixou milhares de tragédias...
Recentemente, foram a leilão fotos do momento em que o barco foi inspecionado. Além delas, foi também uma nota de um passageiro do Oceanic."Me encontrava atravessando o Atlântico um mês após o naufrágio do Titanic. Encontramos um dos últimos botes salva-vidas, com dois homens vestidos de bombeiros e um com trajes de festa. Os braços ficaram nas mãos do oficial do nosso barco. Seus corpos foram jogados no mar e todos oramos por eles. Depois disso, o barco salva-vidas foi incorporado ao Oceanic.”
O Titanic não cessa de nos surpreender. A cada ano se revela mais algum mistério desse grande navio que teve esse destino fatal... 
 

Fonte: Imgur/ Starstock
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06
Set16

Argentina: Marcha contra Macri prepara greve geral

António Garrochinho


Carta Maior

A Argentina viveu, nesta sexta-feira (2/9), mais uma multitudinária manifestação contra a administração do presidente Mauricio Macri. A chamada Marcha Federal reuniu mais de 200 mil opositores ao atual governo no centro de Buenos Aires, além de outros protestos menores que se replicaram em outras províncias do país.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas contra uma política econômica macrista. Medidas que vão do aumento das tarifas de serviços básicos (água, gás e energia elétrica) ao corte de despesas com programas sociais, além de outros ajustes que levaram ao aumento do desemprego, da inflação e também dos níveis de pobreza.

O desagrado da população com as políticas de Macri conseguiu unir até mesmo algumas entidades com diferenças históricas, especialmente as centrais sindicais. A marcha foi convocada por mais de cem organizações sociais diferentes. Todas elas estavam representadas nas ruas de Buenos Aires.

Alguns sindicatos aproveitaram a mobilização para anunciar sua intenção de realizar um novo protesto no dia 16 de setembro, desta uma greve. A possível comunhão destas iniciativas pode se transformar na primeira greve geral a ser enfrentada pela direita argentina, menos de um ano depois de reassumir o poder – a data sugerida não foi escolhida por acaso, já que, no mesmo dia, haverá uma Audiência Pública determinada pela Justiça para se discutir a legitimidade e os efeitos do aumento da tarifa de gás, uma das medidas macristas mais contestadas pela população.

Para o líder sindical Hugo Yasky, da CTA (Central dos Trabalhadores da Argentina), “este ato marca um novo momento de confluência do movimento sindical com os movimentos sociais, com o movimento estudantil, com os organismos de direitos humanos, os pequenos produtores, os trabalhadores informais, unidade com as organizações de esquerda, com os cooperativistas, todo o mapa do campo popular que o neoliberalismo quer ver quebrado, dividido”. Yasky assumiu que sua entidade viu no atual cenário uma oportunidade para relevar desavenças do passado em nome de uma ação conjunta pelos interesses de todos. “Se construímos unidade para a luta por justiça social e emancipação, seremos invencíveis, e o hoje é o dia para plantear isso. Somos os protagonistas de uma mudança profunda, porque este povo não se ajoelhará diante do poder econômico e da repressão”, afirmou ele, recordando que outros protestos sindicais realizados este ano enfrentaram a ação violenta da polícia argentina.


A Marcha Federal rememora a experiência da resistência ao neoliberalismo nos Anos 90. Há cerca de vinte anos, uma marcha federal também sacudiu o país, constituindo um marco de resistência às políticas de ajuste e privatização adotadas naquele então pelo governo de Carlos Menem. Agora, a história se repete, mas a teoria já diz que isso nunca acontece do mesmo jeito. Em artigo para o jornal argentino Página/12, o analista político Diego Conno explica que “o formato atual do neoliberalismo na Argentina não é mera cópia do passado, e sim sua versão mais acabada, e por isso mesmo muito mais virulenta. Por outro lado, a situação dos setores populares tampouco é idêntica: há uma experiência sedimentada das lutas e da resistência, em cada ato, e cada mobilização”. Conno acredita que essa mesma lógica da experiência das lutas vale não só para a Argentina, mas também para toda a América Latina, incluindo o Brasil.

Repercussões de um só lado

Muitas figuras opositoras ao governo de Macri estiveram presentes na Marcha Federal, ou manifestaram seu apoio através de declarações ou mensagens pelas redes sociais. Entre os que estiveram in loco, se destacam muitas figuras históricas do kirchnerismo, como os ex-ministros Jorge Taiana (Relações Exteriores), Daniel Filmus (Educação), Carlos Tomada (Trabalho) e Agustín Rossi (Defesa), além do ex-candidato presidencial (derrotado por Macri em 2015) e ex-governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli.

Jorge Taiana, que além de ex-ministro é o atual presidente do Parlasul (o Parlamento do Mercosul), afirmou que “as mais de 200 mil pessoas presentes (na marcha) mostram que os trabalhadores argentinos não se resignam a perder os seus direitos”. Por sua parte, o também ex-ministro Daniel Filmus considera que “o mais importante da marcha foi mostrar o caráter transversal da insatisfação com o governo, porque aqui não está só um setor político, estão os trabalhadores, os estudantes, as organizações sociais e principalmente os argentinos das províncias ou das regiões periféricas de Buenos Aires, que são os que mais estão sofrendo com os aumentos das tarifas”.

Essa impressão contrasta com a única reação governista a respeito da Marcha Federal, de autoria do ministro do Trabalho, Jorge Triaca. Segundo ele, “a manifestação mostrou claras motivações políticas e ideológicas”, porém, afirmou também que “a Argentina é um país que permite o dissenso, pois há liberdade, e apesar de que devemos reconhecer este momento de dificuldades, acredito que estamos transitando a um cenário melhor no futuro”. Triaca foi o único membro do governo a dar declarações sobre os protestos. Embora o presidente Mauricio Macri tenha podido driblar facilmente o tema com a viagem à China para a reunião do G-20, outras figuras importantes da cúpula macrista também alteraram as suas agendas com viagens ao interior, como a própria vice-presidente Gabriela Michetti e os subsecretários da área econômica, que não viajaram à Ásia.

Através das redes sociais, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner contestou o comentário de Triaca, embora sem fazer alusão direta ao seu autor. “Creio que o governo (de Macri) é muito ideológico. Eles sempre atribuem a nós uma carga ideológica, mas as medidas deles são muito mais, pois eles acham que o modelo pode funcionar até mesmo com um índice de desemprego de dois dígitos, e ainda assim insistem na precarização e flexibilização do mercado laboral. É incompreensível que, diante desses efeitos, eles não estejam pensando `bom, vamos mudar as políticas´”, afirmou a ex-mandatária, através das suas redes sociais.

Demissões, educação sabotada e medo de represálias

Muito mais que políticos conhecidos, as ruas de Buenos Aires se encheram de histórias de problemas cotidianos e maiores dificuldades causadas pelas medidas neoliberais de Mauricio Macri.

Histórias como a do trabalhador Hugo Balderrama, que participa de uma cooperativa de construção na província de Jujuy (noroeste do país), e que afirma que “as políticas orçamentárias do governo para com as regiões visam sabotar os programas de infraestrutura e de serviços básicos”. Ele conta que, no caso dos serviços, até mesmo os salários estão sendo afetados, afetando a centenas de funcionários públicos da saúde e da educação só em sua província.

Balderrama também foi a Buenos Aires para protestar contra a prisão de Milagro Sala, a líder social de Jujuy, cuja prisão, em janeiro deste ano, é considerada uma prisão política por parte das organizações sociais argentinas.

O caso de Milagro Sala fez com que muitas organizações sociais tenham receios em expor nomes e rostos a reportagens jornalísticas. Por exemplo, a professora Juana Cartes, da Associação de Professores da Província de Cuyo (no centro-oeste do país), diz que muitos dos seus colegas preferem evitar a identificação dos participantes da marcha, com medo de represálias por parte do poder público local, aliado de Macri. Ela mesma aceitou dar entrevista ao jornal Página/12, mas pediu para não ser fotografada.

Quem também reclama das medidas de Macri, mas especialmente no caso da política para a educação, é a professora Rocío Rodríguez, de Mar del Plata. “Estamos aqui porque estão destruindo todos os planos educativos pelos quais nós lutamos, um retrocesso muito graves, causado pelas demissões, pelo corte de verbas e pelo descaso com os pedidos por melhor infraestrutura”. Rodríguez reclama que as políticas públicas que estão sendo prejudicadas “eram os primeiros avanços a um maior acesso e melhor qualidade na educação dos mais pobres”. Por sua parte, seu esposo, Ignacio Iriarte, denunciou uma maior repressão policial na cidade de Mar del Plata, cujo intendente (Carlos Arroyo) é do mesmo partido de Mauricio Macri, e que desde o começo do ano tem havido maior impunidade na região a respeito das ações de grupos neonazis.


* Com informações do jornal argentino Página/12.

www.marchaverde.com.br

06
Set16

A PROPÓSITO DO OLIMPISMO

António Garrochinho




O olimpismo desportivo enveredou decididamente por um modelo comercial, um negócio em que muito se compra, quase tudo se vende, e no fim o que conta é o número de medalhas obtido. O desporto abandonou a faceta de actividade lúdica e expressão de paz e passou a ser espectáculo e mercado, em que a mercadoria é o próprio atleta. Perdeu-se algum encanto, por mais rápido que se corra ou mais alto se salte, ou que a cerimónia seja deslumbrante.

Temos como aspecto novo por exemplo a nacionalização dos atletas. A equipa de andebol do Qatar é constituída por 14 atletas, onze dos quais de nacionalidades diferentes. Os petrodólares árabes são verdadeiramente magnéticos. O mesmo se passa com inúmeros países, como a Grã-Bretanha, o Brasil e a Espanha, que fazem alinhar a defender as cores nacionais, gente não nascida ou residente no País, embora com uma qualquer e singular ligação familiar do tetravô. As novas potências desportivas são muito activas nessa estratégia.

Uma outra realidade do olimpismo é a epidemia de doping, que envolve muitos atletas, alguns reincididamente e que levou á exclusão de equipas como a russa em certas modalidades. A utilização de meios fraudulentos para atingir resultados desportivos é muito antigo. São inúmeros os historicamente acusados. É o prestígio do olimpismo que está em risco. Importa reestabelecer a confiança e a verdade, doa a quem doer.

Falemos de Portugal, da sua expressão desportiva, a avaliar pelos seus resultados no Rio. Há agora uma muralha de silêncio sobre a representação nacional. Discutir passou a ser, aparentemente, acto anti-patriótico. Á partida, coloca-se a fasquia mais alto, muito mais alto, do que transparece no resultado final. Temos dificuldades em passar de um resultado individual para a expressão global do chamado mealheiro olímpico. Temos poucos argumentos em justificar a pobre mediania (um 78.ºlugar).

Criamos ímpares condições aos atletas de alta competição, investimos em bolsas pecuniárias, em treinadores de elite, em competições regulares. E falhamos … ou fomos apenas razoáveis, segundo alguns.

O que falta dizer é que temos uma prática desportiva numericamente muito pobre, fora das visões apaixonadas das bancadas e das televisões. Poucos praticam desporto, como se vê nas vilas, nas praias, nos jardins. Não temos desporto escolar, não temos desporto universitário (o mais frequente, e não é desporto, são as bebedeiras das Queimas da Fita). Não temos desporto feminino com significado.

Temos uma juventude que desde o pré-primário não exercita o corpo, a mente, o exercício, o equilíbrio, o desporto colectivo. Temos uma juventude obesa, uma juventude pouco habituada a lutar por objectivos e metas parcelares, persistente e sacrificada em nome de um resultado final. Temos uma juventude sem ídolos, plástica ou plastificada, incapaz de um raciocínio próprio, uma rebeldia salutar, uma criatividade com sentido.

E na educação global, na responsabilidade assumida, estará a solução. O bronze de Telma sabe a pouco. Até porque pode ser cada vez mais residual. O futuro anuncia-se negro.


CR
cris-sheandbobbymcgee.blogspot.pt
06
Set16

Dos mitos pouco urbanos

António Garrochinho


Hoje, durante um jantar, um estrangeiro que eu tinha acabado de conhecer fez-me uma pergunta curiosa: "Então é verdade que o vosso primeiro-ministro conseguiu um truque parlamentar para governar sem maioria?".

Esclareci-o que, nas últimas eleições, o PSD foi o partido mais votado e o PS o segundo. Como manda a Constituição, o presidente da República convidou o líder do PSD a formar governo. Este organizou um governo com outro partido, o CDS, e esse governo não conseguiu aprovação na Assembleia da República, porque teve contra si o voto conjugado de todos os partidos da oposição, que, conjuntamente, têm mais deputados que PSD e CDS somados. Nestas condições, e como sucede em todo o mundo (aconteceu, por exemplo, em Espanha), o líder do PS, o segundo partido mais votado, foi convidado a formar governo. Contrariamente ao líder do PSD, que havia arranjado um parceiro de coligação, o PS decidiu fazer um governo sem recorrer a coligações, garantindo para ele, por um acordo parlamentar, apoio político por parte dos dois restantes partidos, que com ele haviam derrubado o governo do PSD/CDS. É esse governo mono-partidário que hoje está em funções, mantendo o apoio desse dois outros partidos.

"Mas não foi isso que me disseram as pessoas com quem eu falei! É verdade que eram todos conservadores, mas a ideia que me deram é que havia uma clara ilegitimidade na constituição deste governo". Expliquei que a única "questão" poderia ser a quebra da "tradição" do partido mais votado chefiar sempre o governo. Esse partido, contudo, teve a sua "chance" de procurar uma maioria e não conseguiu concretizá-la, por falta de apoio parlamentar.

"A ser assim, não há nada de estranho! Pelo que você me explicou, acho mesmo um abuso e uma distorção dizerem que há uma "ilegitimidade" no vosso governo. É um absurdo!". Disse-lher ser da mesma opinião.

O meu interlocutor acrescentou: "Dizem-me que o vosso novo presidente é muito popular e que vem da ala conservadora, não é". Confirmei a popularidade e, quanto à vinculação política, reafirmei que ele é mesmo um orgulhoso militante e fundador do PSD e, que eu saiba, não entregou o seu cartão de filiado. "Mas ele tem poderes para dissolver o parlamento e convocar novas eleições?" Disse-lhe que sim, claro. 

"Então há qualquer coisa que não estou a perceber bem: se todos os meus amigos conservadores me falam da "ilegitimidade" deste governo (embora você já me tenha explicado que não houve nenhuma ilegalidade formal), se o novo presidente é oriundo da ala conservadora e tem hoje forte apoio popular, porque é que ele não aproveita para convocar eleições e assim tentar fazer regressar ao poder os seus amigos políticos?".

Não resisti: "Talvez porque ele demonstra bom senso e porque você é que anda por cá em muito más companhias..." 

duas-ou-tres.blogspot.pt
06
Set16

Entre os discursos de Jerónimo e de Joseph escolha... (embora no essencial digam a mesma coisa)

António Garrochinho



Do discurso de Jerónimo de Sousa, ontem, na Atalaia:
«Duas ameaças – a que resulta da insidiosa acção dos partidos do revanchismo, PSD e CDS, apostados que estão desestabilização do País a todo o custo, a pensar no seu rápido regresso ao poder e a ameaça que se desenvolve a partir da União Europeia com o mesmo objectivo de fazer implodir qualquer solução que ponha em causa a orientação da política dominante.
E a ilusão, tão perigosa quanto as ameaças, de que é possível avançar de forma decidida na solução dos problemas de fundo do País com simples ajustamentos ao modelo imposto pelo processo de integração capitalista da União Europeia e sem o libertar das amarras da política que o conduziu à crise e à ruína.
As opções do PS e a sua assumida atitude de não romper com os constrangimentos externos – sejam as imposições da União Europeia, a submissão ao Euro ou a renegociação da dívida - seja a não ruptura com os interesses do capital monopolista, são um grave bloqueio à resposta aos problemas do País. Mas também uma forma de favorecer as forças que querem impor o regresso ao passado e continuar a levar o País pelo caminho da crise e ao declínio. »
Da entrevista do Nobel de Economia, hoje, à Antena 1:
«Acho que é cada vez mais claro que ficar [no euro] é mais custoso ficar do que sair. A ideia de ficar tem sido defendida com base na esperança de que haverá uma posição mais suave na Alemanha, que as políticas de austeridade prescritas pelos alemães vão funcionar, mesmo que a teoria económica e até o FMI mostrem claramente que a austeridade nunca irá funcionar! Mas o que acontece é o oposto do que os visionários criadores do euro esperaram: esperaram que o euro levaria a prosperidade, logo a solidariedade política. Mas o que está realmente a acontecer é que o euro levou a estagnação, a uma falta de solidariedade e discriminações.»
Quanto à Festa?
Não há mesmo outra como esta!




conversavinagrada.blogspot.pt

06
Set16

06 de Setembro de 1901: William McKinley, Presidente dos EUA, é alvejado por um anarquista, vindo a falecer uma semana mais tarde

António Garrochinho


No dia 6 de Setembro de 1901, o presidente norte-americano William McKinley é alvejado mortalmente nas instalações da Exposição Pan-Americana no estado de Nova Iorque. McKinley estava a saudar a multidão no Templo da Música quando Leon Czolgosz, um anarquista, deu um passo adiante e atirou duas vezes à queima-roupa. McKinley sobreviveu mas acabou por sucumbir devido a uma infecção gangrenosa em 14 de Setembro.


À época do seu assassinato, o presidente McKinley era muito popular e os Estados Unidos estavam a atravessar um período de paz e de galopante prosperidade. Czolgosz, um trabalhador de Cleveland que caíra sob a influência de líderes carismáticos do anarquismo como Emma Goldman e Alexander Berkman, tornou-se particularmente obcecado com Gaetano Bresci, um anarquista que assassinou a tiro o rei Humberto I da Itália em 29 de Julho de 1900. Czolgosz decidiu matar McKinley a fim de promover a causa anarquista. 



Enquanto os presidentes Abraham Lincoln (1809-1865) e James Abraham Garfield (1831-1881) estavam totalmente desprotegidos por ocasião dos seus assassinatos, o recém formado Serviço Secreto estava disponível para proteger o presidente McKinley. Porém quando Czolgosz avançou para aparentemente apertar a mão do presidente, mas com um lenço cobrindo o revólver calibre 32 na sua mão, os agentes de nada desconfiaram. 


Após os tiros, os agentes agarraram Czolgosz e começaram a golpeá-lo, McKinley alertou-os, "Calma, rapazes”, enquanto era levado para uma ambulância. A caminho do hospital, o presidente pediu ao seu secretário que fosse cuidadoso ao comunicar o acontecido à sua mulher. Trabalhando num edifício onde não se havia instalado electricidade, os cirurgiões operaram o presidente que parecia a princípio ter-se recuperado. A lenda conta que a sua dieta para o restabelecimento era constituída de ovos in natura e uísque. Antes de entrar em coma e falecer, as últimas palavras de McKinley foram: “É o desígnio de Deus. A sua vontade, não a nossa, foi feita”. 



O assassinato de McKinley levou a represálias contra os seus críticos em todo o país. Aqueles que falavam mal do presidente foram apontados e perseguidos. Emma Goldman chegou a ser presa sob a alegação de ter incitado o criminoso. Contudo, Czolgosz assumiu sozinho total responsabilidade pelo assassinato e foi enviado à cadeira eléctrica menos de dois meses mais tarde. As suas derradeiras palavras, antes de ser executado em 29 de Outubro de 1901, foram: “Não me arrependo do meu crime”.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)


 
 Cartaz da campanha de William McKinley, 1896

Leon Czolgosz  alveja o Presidente McKinley com um revólver escondido
06
Set16

06 de Setembro de 1991: A cidade de Leninegrado volta a chamar-se São Petersburgo

António Garrochinho


No dia 12 de Junho de 1991, os habitantes da cidade de Leninegrado pronunciaram-se através de referendo para que a cidade retomasse o seu nome original de São Petersburgo. A decisão popular tornou-se efectiva em 6 de Setembro de 1991. Contudo, a região manteve o seu nome soviético – Oblast de Leninegrado.


Anos antes, em 7 de Novembro de 1917, os bolcheviques, liderados por Vladimir Lenine, invadem o Palácio de Inverno no episódio histórico considerado o estopim da Revolução de Outubro – Outubro devido ao calendário juliano vigente – e derrubam a república burguesa, transferindo o poder aos sovietes e permitindo a ascensão do proletariado ao poder. O ataque ao Palácio, sede oficial do czar e símbolo do absolutismo russo, foi anunciado pelo estrondo de um tiro de canhão do cruzador Aurora.


A cidade receberia o título de "a cidade das três revoluções", uma alusão aos três grandes eventos que mudariam os rumos da história política da Rússia no início do século XX: a Revolução de 1905; a Queda da Monarquia e a Proclamação da República em Fevereiro de 1917; e a Revolução Bolchevique. Antes já carregava o epíteto de a "Veneza do Norte", atravessada pelo grandioso rio Neva e os seus inúmeros canais.


Ainda em 1917, tropas alemãs invadiram a Estónia, ameaçando a então Petrogrado (outro nome da cidade entre 1914 a 1924) de bombardeios e uma possível invasão. Em Março de 1918, os sovietes transferiram a capital para Moscovo.


Em 26 de Janeiro de 1924, cinco dias após a morte de Lenine, a cidade foi rebaptizada de Leninegrado. A cidade tem mais de 230 locais associados à vida e às actividades do líder revolucionário, o que lhe rendeu o nome de "cidade de Lenine", ainda que ele não tenha nela nascido.


Nos anos 1920 e 1930, as periferias foram reconstruídas de forma planeada, fazendo com que a arquitectura construtivista florescesse. A habitação tornou-se uma preocupação do governo e muitos dos imensos apartamentos da elite serviram de moradia comunal para diversas famílias numerosas, inaugurando as chamadas kommunalkas.


Já na década de 1930, 68% da população da cidade vivia nesse tipo de moradia. Em 1935, um novo plano geral foi elaborado, fazendo a cidade expandir para o sul. O construtivismo foi descartado para promover o classicismo socialista que valorizava a estética. O então líder soviético Joseph Estaline adoptou um plano para construir um novo palácio para a cidade, com uma grande praça com acesso à avenida Moskovski, que deveria tornar-se a artéria da cidade ao lado da tradicional Nevsky Prospect. O caos decorrente da II Guerra Mundial, entretanto, anulou os planos de modernização de Leninegrado.

  

Leninegrado encontrava-se após o cerco dos 900 Dias e da Grande Guerra Patriótica em situação deplorável com escombros por toda parte. Símbolo da resistência soviética aos invasores nazis e do inenarrável sofrimento causado pelo cerco, a sua reconstrução tornou-se uma questão de honra para a União Soviética. Consagrada ainda em 1945 como ‘‘cidade heroica’’, em muito pouco tempo um milhão de trabalhadores, engenheiros, arquitectos e artistas iniciaram a reconstrução da cidade com a determinação de restaurar por completo os edifícios mais prestigiados. Além do mais, novos quarteirões foram edificados. O volume de novas residências teve o seu auge em 1963.


Em 1953, em comemoração do 250º aniversário da sua fundação pelo czar "Pedro, o Grande", projectaram-se amplas festividades. Contudo, a morte de Estaline interrompeu a programação que finalmente teve lugar em 1957 sob Nikita Kruchev, sem mencionar que se tratava efectivamente do 254º aniversário.


No decurso dos anos seguintes, a cidade e seus arredores conservaram o seu papel de grande região industrial e de principal centro científico da União Soviética. Contudo, estava claro que o coração político e cultural se havia transferido definitivamente para Moscovo.


Em 1988, um incêndio na Academia de Ciências destruiu perto de um milhão de obras na sua biblioteca. Em 1989, o centro da cidade foi declarado zona protegida.


Em 27 de Maio de 2003, os festejos do 300º aniversário de fundação são celebrados. Para a ocasião, quarteirões da cidade velha e diversos palácios foram  restaurados.


Fontes: Opera Mundi 
wikipedia (imagens)

 São Petersburgo no século XIX
O Cavaleiro de Bronze, estátua em homenagem ao czar Pedro, fundador e patrono de São Petersburgo
06
Set16

Polícia dispersou marcha pacífica, diz Reuters; imprensa repercute repressão da PM a protesto contra Temer

António Garrochinho


Um repórter da rede britânica BBC que cobria manifestação em São Paulo contra governo de Michel Temer conta ter sido agredido e chamado de 'lixo' por policiais

Veículos de comunicação repercutem, nesta segunda-feira (05/09), a repressão da Polícia Militar ocorrida no final da manifestação contra o governo de Michel Temer neste domingo (04/09) em São Paulo.

De acordo com a agência Reuters, “a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes no final de uma marcha pacífica para protestar contra a destituição da [agora ex] presidente de esquerda Dilma Rousseff na semana passada em um julgamento de impeachment”.
Segundo a Reuters, os organizadores afirmaram que 50 mil pessoas foram às ruas contra o governo de Michel Temer, incluindo famílias com crianças.


PMs atuam em protesto contra governo de Michel Temer em São Paulo
Um repórter da rede britânica BBC, que cobria a manifestação, foi agredido por policiais e registrou em vídeo o episódio.

Segundo o jornalista Felipe Souza, após a dispersão dos manifestantes a polícia começou a jogar bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral e a disparar tiros de bala de borracha pelas ruas do bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.



Ele diz que, mesmo identificado com colete e crachá da emissora, foi atingido por golpes.

“'Sai da frente! Vaza, vaza!’, diziam ao menos quatro policiais pouco antes de me atingir com golpes de cassetete no antebraço direito, na mão esquerda, no ombro direito, no peito e na perna direita. Um deles ainda me chamou de lixo, mas o áudio do vídeo que fiz não captou”, diz Souza na matéria.
De acordo com a agência Ansa, a Polícia Militar disparou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e muita água nos manifestantes. “Sem dizer qual foi a razão para que isso ocorresse, a Polícia Militar dispersou os manifestantes que já estavam se preparando para ir embora do Largo da Batata, na zona oeste da cidade”, diz o texto.




Página da ANSA falando da truculência policial
matéria diz também que “as bombas assustaram muitas pessoas”, dentre as quais um homem de 90 anos que havia ido pela primeira vez a uma manifestação.
O jornal argentino Clarín também falou da violência policial durante a manifestação de domingo. Em artigo publicado nesta segunda, o veículo afirma que a polícia "inundou" bares de gás lacrimogêneo e "não perdoaram nem os jornalistas".

"A manifestação de desenvolveu de forma pacífica na maior parte do tempo; mas houve um momento em que a polícia militar paulista atirou gás lacrimogêneo. Mas não só contra os manifestantes, também inundaram bares de onde saíam coros contra Temer; e não perdoaram nem os jornalistas, especialmente os cinegrafistas e fotógrafos", disse a autora do texto, Eleonora Gosman.



Jornal argentino também falou de postura agressiva da Polícia Militar durante manifestação em
SP

operamundi.uol.com.br

06
Set16

Polícia dispersou marcha pacífica, diz Reuters; imprensa repercute repressão da PM a protesto contra Temer

António Garrochinho


Um repórter da rede britânica BBC que cobria manifestação em São Paulo contra governo de Michel Temer conta ter sido agredido e chamado de 'lixo' por policiais

Veículos de comunicação repercutem, nesta segunda-feira (05/09), a repressão da Polícia Militar ocorrida no final da manifestação contra o governo de Michel Temer neste domingo (04/09) em São Paulo.

De acordo com a agência Reuters, “a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes no final de uma marcha pacífica para protestar contra a destituição da [agora ex] presidente de esquerda Dilma Rousseff na semana passada em um julgamento de impeachment”.
Segundo a Reuters, os organizadores afirmaram que 50 mil pessoas foram às ruas contra o governo de Michel Temer, incluindo famílias com crianças.


PMs atuam em protesto contra governo de Michel Temer em São Paulo
Um repórter da rede britânica BBC, que cobria a manifestação, foi agredido por policiais e registrou em vídeo o episódio.

Segundo o jornalista Felipe Souza, após a dispersão dos manifestantes a polícia começou a jogar bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral e a disparar tiros de bala de borracha pelas ruas do bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.




Ele diz que, mesmo identificado com colete e crachá da emissora, foi atingido por golpes.

“'Sai da frente! Vaza, vaza!’, diziam ao menos quatro policiais pouco antes de me atingir com golpes de cassetete no antebraço direito, na mão esquerda, no ombro direito, no peito e na perna direita. Um deles ainda me chamou de lixo, mas o áudio do vídeo que fiz não captou”, diz Souza na matéria.
De acordo com a agência Ansa, a Polícia Militar disparou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e muita água nos manifestantes. “Sem dizer qual foi a razão para que isso ocorresse, a Polícia Militar dispersou os manifestantes que já estavam se preparando para ir embora do Largo da Batata, na zona oeste da cidade”, diz o texto.




Página da ANSA falando da truculência policial
matéria diz também que “as bombas assustaram muitas pessoas”, dentre as quais um homem de 90 anos que havia ido pela primeira vez a uma manifestação.
O jornal argentino Clarín também falou da violência policial durante a manifestação de domingo. Em artigo publicado nesta segunda, o veículo afirma que a polícia "inundou" bares de gás lacrimogêneo e "não perdoaram nem os jornalistas".

"A manifestação de desenvolveu de forma pacífica na maior parte do tempo; mas houve um momento em que a polícia militar paulista atirou gás lacrimogêneo. Mas não só contra os manifestantes, também inundaram bares de onde saíam coros contra Temer; e não perdoaram nem os jornalistas, especialmente os cinegrafistas e fotógrafos", disse a autora do texto, Eleonora Gosman.



Jornal argentino também falou de postura agressiva da Polícia Militar durante manifestação em
SP

operamundi.uol.com.br

06
Set16

A única parte de jeito desta noticia de cócó...

António Garrochinho
A única parte de jeito desta noticia de cócó...
Numa altura em que o mote oficial é “repor, defender e conquistar direitos”, a Constituição está claramente em alta. Uns bons vinte minutos antes do Seixal, logo na rotunda Centro Sul, à saída da ponte 25 de abril, via-se um cartaz com dois bonecos de computador a ilustrar o texto do artigo 1.º da CRP:
“Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”
Descrito como o maior evento político-cultural do país, a Festa do Avante encerra este domingo no Seixal
EXPRESSO.SAPO.PT

06
Set16

Vivemos num mundo de extremos. E estas 25 imagens provam-no

António Garrochinho

Saiba qual é o lugar mais quente do mundo, o animal mais mortífero do planeta, a matéria mais cara da Terra. E veja 25 imagens que ilustram o mundo feito de extremos onde vivemos.

Quando pensamos em animais mortíferos podemos imaginar os dentes afiados de um tubarão. Mas a verdade é que, com apenas dez mortes por ano no currículo, ele pode não passar de um peluche: o animal mais mortífero do mundo é o mosquito. O pequeno inseto voador é responsável por 725 mil mortes por ano. Logo a seguir vem o ser humano e só depois aparecem as cobras.

Este é apenas um dos factos que provam que vivemos num mundo de extremos, onde a antimatéria custa biliões de euros e onde, para estar em absoluto silêncio, é preciso entrar numa sala anecoica que, de acordo com os Laboratórios Orfield, podem levar qualquer um à loucura em 45 minutos. Veja na fotogaleria em cima 25 imagens sobre os lugares mais extremos do planeta e os factos mais impressionantes sobre o mundo onde vivemos.

















































observador.pt

06
Set16

A perturbadora vida dentro do bordel mais antigo do Bangladesh

António Garrochinho
 A prostituição é legal neste que é um dos países mais pobres da Ásia 

A fotojornalista Sandra Hoyn fez uma reportagem no bordel mais antigo do Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo, onde a prostituição é legal. O trabalho, que tem o nome de ‘Os Desejos dos Outros’, documenta uma realidade perturbadora e traz imagens chocantes do quotidiano de Kandapara. 

O bordel de Kandapara, no distrito de Tangali, existe há 200 anos. Em 2014 foi destruído, mas muitas das 700 mulheres que por lá trabalham cresceram ali e, depois do espaço fechado, não sabiam para onde ir. Então, surgiu a necessidade de reerguer o bordel com a ajuda de uma Organização Não Governamental (ONG). Contudo, as prostitutas do Bangladesh, ao contrário de outros países onde a prostituição é legal, não têm os mesmos direitos que os outros cidadãos. Sofrem com a falta de liberdade e de direitos humanos básicos. 

A maioria é mesmo vítima de tráfico sexual e não pode sair do bordel. Trabalham muitas vezes de graça até pagar a "dívida" da sua chegada a Kandapara, o que acontece, geralmente, após cinco anos de trabalho quando se tornam profissionais do sexo independentes e conquistam o direito a abandonar o bordel. Após a liberdade, as prostitutas recebem entre 10 a 20 euros dependendo da beleza da mulher e da qualidade do quarto. 

Apesar disso, muitas destas mulheres são desprezadas pela família e sociedade em geral e acabam por permanecer no bordel mesmo após esse período. Para piorar o cenário, muitas das prostitutas deste bordel são menores de idade e tomam esteróides para parecem mais velhas, visto que, a idade mínima para se prostituírem é de 18 anos.
















http://www.cmjornal.pt
06
Set16

LOULÉ - Sul-Africana Dilana traz concerto de rock ao Cine-Teatro Louletano | 9 de setembro

António Garrochinho

Na próxima sexta-feira, 9 de setembro, pelas 21h30, a cantora sul-africana vai estar no Cine-Teatro Louletano para apresentar um concerto de rock, pouco habitual nesta sala de espetáculos.
Dilana começou a cantar na sua terra-natal, África do Sul, e atingiu o primeiro lugar da tabela de vendas nacional com um tema interpretado com a sua banda Wozani.
Enquanto viveu na Holanda, Dilana obteve vários hits com o seu álbum Wonderfool. Ao mudar de residência para os Estados Unidos adquiriu uma grande projeção mediática ao alcançar o segundo lugar no reconhecido programa televisivo (replicado em muitos outros países) Rockstar Supernova, com Tommy Lee (Motley Crue), Jason Newstead (Metallica), Gilby Clarke (Guns N’ Roses) e Dave Navarro (Jane’s Addiction e Red Hot Chili Peppers). Posteriormente, Dilana lançou o seu terceiro disco Inside Out, nos Estados Unidos, em 2009. Alguns anos mais tarde, seria a primeira e única intérprete feminina da banda L.A. Guns durante duas tournées.
Em 2013, após um mês de trabalho de estúdio em Seattle, Dilana apresentou o seu quarto álbum Beautiful Monster, produzido por conhecido Jack Endino (Soundgarden, Nirvana, Pearl Jam). Este ano foi lançado o seu quinto disco, intitulado Dilana/Angel Camouflaged, banda sonora do filme com o mesmo nome.
Dilana abriu concertos para músicos como Joe Cocker, Aerosmith, The Bangles, Beth Hart, Golden Earring, Motorhead, Velvet Revolver, entre muitos outros. A intérprete e compositora também se aventurou no mundo do cinema em 2009, ganhando o prémio de melhor atriz no Action on Film International Film Festival, bem como os galardões de melhor atriz e melhor música no American International Film Festival pelas nove canções que escreveu e interpretou no filme Angel Camouflaged.
O concerto tem a duração de 75 minutos, destina-se a maiores de 12 anos e tem um custo associado de 9 euros (7 euros para o detentores do Cartão de Amigo do Cine-Teatro).
Para mais informações e reservas os interessados podem contactar o Cine-Teatro Louletano pelo telefone 289 414 604 (terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo email cinereservas@cm-loule.pt Além disso, podem consultar a sua página de facebook ou o seu website http://cineteatro.cm-loule.pt, em permanente atualização, existindo também a possibilidade de compra on-line de ingressos através da plataforma BOL, emwww.bol.pt.

planetalgarve.com
06
Set16

A verdade verdadinha de Caracas

António Garrochinho



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Beneficiando dos seus justamente intocáveis direitos e garantias, a imprensa internacional lá estará – muita exibindo o músculo da manipulação, renunciando sem pudor a qualquer compromisso sério com a verdade e o equilíbrio informativo.




«Dezenas de milhares de pessoas manifestam-se em defesa do governo legítimo e da paz e contra o golpismo»
 

Caracas, 1 de Setembro de 2016. Dezenas de milhares de pessoas manifestam-se para pressionar a realização de um referendo para a revogação do mandato do Presidente da República da Venezuela, Nicolás Maduro, convocadas pela coligação de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD). Noutro ponto da cidade, dezenas de milhares de pessoas manifestam-se em defesa do governo legítimo e da paz e contra o golpismo, convocadas nomeadamente pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). São factos.
Um olhar sobre a narração daqueles factos pelos Media sugere a adaptação de uma conhecida anedota nos meios forenses sobre a posse da verdade: há a verdade dos convocantes; a verdade – muito variável – dos meios de informação; e a verdade verdadinha. Por muito imparciais que se arroguem e por muito «órgãos de informação de referência» a que pretendam alcandorar-se, a verdade é que não há nódoa de parcialidade que lhes não macule o prestígio de que se reivindicam.
Vem isto a propósito da denúncia que a ministra venezuelana do Poder Popular para as Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, fez no dia seguinte, numa reunião com o corpo diplomático, acusando as «empresas transnacionais de comunicação»: «Pretendem silenciar a realidade na Venezuela, querem vender mentiras (…) e a verdade verdadeira é que o povo chavista de Caracas saiu à Avenida Bolívar a enchê-la de paz, garantindo a democracia».
Horas antes, a embaixada venezuelana em Madrid apresentava um vigoroso protesto contra a inaceitável ingerência do governo espanhol – aliás em funções de mera gestão desde há mais de oito meses –, cujo Ministério para os Assuntos Exteriores e da Cooperação manifestara o seu apoio à manifestação da oposição e, sem qualquer grão de hesitação diplomática, participava nas pressões para a aceleração do processo referendário.
«Ao preparar, de véspera, os leitores para a "Toma de Caracas", a versão em linha do jornal titulava: "A oposição exibe a sua força nas ruas".»
Por outro lado, a representação venezuelana denunciava a cobertura parcial e tendenciosa de «alguns meios (de comunicação social) espanhóis, que ampliaram a manifestação da oposição e invisibilizaram a mobilização do povo bolivariano a favor do Governo» e pedia «à imprensa responsável uma cobertura equilibrada que dê conta do apoio popular ao Governo».
Seria abusivo o pedido de cobertura «equilibrada», isto é, dando espaço às duas partes e relatando as duas manifestações?
Quem acompanhou, nesse dia, as versões em linha dos meios de informação espanhóis, ou puder recuperá-las (123 4), poderá confirmar, sem favor, que nomeadamente o influente diário «global» El País privilegiou com excessos de entusiasmo a causa da oposição. E que, só quando já não a podia silenciar completamente, é que se referiu à concentração bolivariana, mas em escassas linhas e sem deixar de apoucar a dimensão e o conteúdo da manifestação revolucionária.
Por muito que tente disfarçar os seus compromissos e interesses, estes, de resto, em franco progresso na América Latina, e por muito que o seu director alegue que «o único delito que comete é informar sobre a Venezuela com certa frequência», a torrente de notícias e editoriais de El País não dissimula o evidente desequilíbrio, o ostensivo posicionamento anti-chavista e a adesão a uma retórica agressiva tão favorável à desestabilização do país almejada pela direita.
Ao preparar, de véspera, os leitores para a «Toma de Caracas», a versão em linha do jornal titulava: «A oposição exibe a sua força nas ruas». No texto, assumia que «a ocasião serve, sobretudo, para uma demonstração do renovado músculo eleitoral da oposição».
A metáfora foi retomada na madrugada seguinte, proclamando em título «A oposição da Venezuela exibe músculo e pressiona mais Maduro», dando largas ao argumentário dos que não se conformam com a legitimidade do mandato de Nicolás Maduro e ajudando, com mapa apropriado, a indicar os locais de concentração e a progressão previsível das forças contra-revolucionárias na «tomada de Caracas».
Para amanhã, dia 7, a oposição convocou marchas sobre a sede e as delegações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pressionando a aceleração do pretendido referendo revogatório. Uma semana depois, tomará «todas as cidades» da Venezuela por um período de 12 horas; duas semanas após, todo o país – ameaça – será «tomado» por 24 horas.
Beneficiando dos seus justamente intocáveis direitos e garantias, a imprensa internacional lá estará – muita exibindo o músculo da manipulação, renunciando sem pudor a qualquer compromisso sério com a verdade e o equilíbrio informativo.

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06
Set16

O diabo ainda não está atrás da porta!

António Garrochinho

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Passos e Cristas voltam a agitar o «papão» da esquerda, numa versão século XXI da «injecção atrás da orelha» ou do «comer criancinhas»!

Os caretos são os que se trajam de diabo no Carnaval
Os atropelos dos discursos de Passos Coelho e Assunção Cristas no passado domingo, insinuando uma disputa pelos votos do eleitorado da direita nos próximos actos eleitorais, onde porventura estará em causa a sobrevivência política de ambos, não disfarça a ânsia do PSD e do CDS pelo regresso ao poder. De facto, os líderes dos partidos da direita parlamentar convergiram nos ataques ao Governo e à actual solução política que a suporta e voltaram a agitar o «papão» da esquerda, numa versão século XXI da «injecção atrás da orelha» ou do «comer criancinhas».
Agora, falam em tragédias como consequência das políticas do actual governo, procurando caracterizar desta forma a reversão de medidas gravosas impostas pela governação da anterior maioria e que constam das posições conjuntas entre o PS, o PCP, o BE e o PEV. É o tal diabo à solta em Setembro de que falou o líder do PSD.
Mas a verdade é que os discursos de Passos Coelho e Assunção Cristas, e não só os de domingo passado, não apresentam propostas ou novas ideias para o futuro. O que prometem é o regresso puro e duro às políticas da anterior legislatura, nomeadamente da promiscuidade entre negócios privados e actividades públicas, com privatizações, liberalizações e desregulamentações laborais e sociais, a degradação dos serviços públicos e o fim do investimento público.
Do que verdadeiramente se trata é de, em articulação com as instituições europeias, procurar condicionar o Orçamento do Estado do próximo ano e, naturalmente, os acordos que sustentam o Governo do PS.
Ora, o diabo ainda não está atrás da porta e pode mesmo não vir a estar se, em 2017,  o Salário Mínimo Nacional subir de novo, as pensões e reformas tiverem um aumento digno, o Serviço Nacional de Saúde contemplar melhorias, nomeadamente com mais médicos e enfermeiros, a Caixa Geral de Depósitos reforçar a sua intervenção enquanto banco público e o investimento público retomar.
Estes são, apenas, alguns dos exemplos das catástrofes iminentes de que falam PSD e CDS, que, seguramente, não atingirão a esmagadora maioria dos portugueses mas, sim, os interesses dos grandes grupos económicos e da alta finança, que tanto preocupam Coelho e Cristas.

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06
Set16

CATARATAS

António Garrochinho


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Se existe no mundo algo considerado plenamente maravilho na opinião de dez entre dez pessoas, definitivamente são as cataratas. Tudo bem, sabemos que visitar uma destas maravilhas naturais pode estar associado a alguns indesejáveis mosquitos, mas quem liga diante de tanta lindeza?
Abaixo você confere dez das mais belas cataratas pelo mundo:

1. Niagara Falls – Canadá e EUA

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Claro, você pode ficar nos EUA e testemunhar esta beleza, mas Niagara Falls (ou Horseshoe Falls) do lado canadense oferece uma visão superior. O que falta em tamanho (ela mede cerca de 50 metros altura) sobra em beleza.

2. Angel Falls – Venezuela

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Situada no Parque Nacional Canaima da Venezuela, Angel Falls não é apenas uma das cataratas mais bonitas do mundo, mas também a mais alta. Sua extensão perfura as nuvens com quase mil metros de altura. Seu nome é em homenagem ao aviador americano Jimmie Angel que foi o primeiro piloto a sobrevoar o local.

3. Ban Gioc-Detian Falls – Vietnã e China

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Estas quedas d’água caem sobre o rio Quây Sơn que está situado na região rochosa de Karst entre a China e o Vietnã. O local possui um conjunto de cataratas e, a mais alta delas, possui 29 metros de altura. O resultado é um caleidoscópio de água borbulhante tecendo entre rochas e árvores e que criam a paisagem mais do que perfeita. Detalhe: Na época das chuvas o lugar fica ainda mais maravilhoso.

4. Yosemite Falls – EUA
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Esta surpreendente catarata é a mais alta na América do Norte. Localizada no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, Yosemite Falls apresenta uma série de três quedas diferentes que culminam em uma cascata que cai de uma altura de quase 800 metros e se esconde entre os imponentes pinheiros no vale abaixo.

5. Kaieteur Falls – Guiana

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Uma das cataratas mais impressionantes e poderosas do mundo é também a mais remota. A Guiana Kaieteur Falls está escondida nas profundezas da Amazônia e exige uma caminhada de três dias para chegar até ela. Se você aguentar o tranco e chegar até lá será muito bem recompensado quando chegar ao Rio Potaro e experimentar a sua espumosa água que cai de 225 metros de altura.

6. Plitvice Falls – Croácia

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A costa croata é um refúgio dos sonhos, mas se torna uma experiência ainda mais surreal na região cavernosa de Karst, onde fica o Parque Nacional Plitvice Lakes. As quedas são memoráveis pelo grande fluxo de água que faz parecer as cachoeiras estão fluindo junto a uma harmoniosa canção.

7. Sutherland Falls – Nova Zelândia

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Localizada em Milford Sound em South Island, as quedas de quase 600 metros são as mais altas na Nova Zelândia e uma das mais altos do mundo.

8. Gullfoss – Islândia
08gullfoss-in-iceland

Islândia é o lar de inúmeras cataratas, mas Gullfoss continua a ser a favorita dos turistas que buscam ver de perto a beleza áspera que fez o país um destino de férias tão encantador. A catarata não é tão alta, mas contém dois picos distintos – um de 10 metros e outro de 20 metros.

9. Victoria Falls – Zimbabwe e Zâmbia

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Como se deve medir a maior cachoeira do mundo? Por altura, largura, ou apenas como as pessoas se sentem pequeninas quando estão diante delas? Independente da maneira utilizada para mensurar, Victoria Falls, que está situada entre o Zimbabwe e a Zâmbia, vence. De acordo com o livro dos recordes, esta é a maior cachoeira com base em uma combinação de altura (104 metros) e largura (1700 metros). Ela também atende pelo apelido evocativo Mosi-oa-Tunya (ou a ‘fumaça que troveja’), o que faz sentido já que é possível ouvi-la a milhas de distância.

10. Cataratas do Iguaçu – Brasil e Argentina

010iguazu-falls-in-brazil-and-argentina
Quando se trata de delinear as fronteiras, nada melhor do que o que acontece entre o Brasil e a Argentina que possuem a Cataratas do Iguaçu para marcar a separação entre os territórios. Tecnicamente esta é a maior cachoeira do mundo, pois sua cascata se estende por mais de 3 km ao longo do Rio Iguaçu.

vivimetaliun.wordpress.com
06
Set16

Vera Jardim: "Crucifixos não deviam estar nas escolas. Devem ser retirados"

António Garrochinho




O ex-ministro da Justiça e coautor da Lei de Liberdade Religiosa preside desde hoje à comissão do mesmo nome. Do burquíni em França ao medo de, por cá, afrontar a Igreja Católica, dos crucifixos na escola ao financiamento do Estado e às confissões, conversa sobre desafios da laicidade

A proibição do burquíni em algumas praias francesas pôs liberdade religiosa e laicidade na ordem do dia. Qual a sua opinião?

Regular como as pessoas se podem vestir é uma intromissão absolutamente desnecessária e por vezes aviltante na intimidade e na identidade das pessoas e na maneira como dirigem a sua vida. Foi uma decisão muito infeliz das autarquias, felizmente travada pelo Conselho de Estado, que tem funções parecidas com o nosso tribunal constitucional.

Os decretos nem falam do burquíni, mas de "bons costumes", que é uma noção...

Que se usava muito no anterior regime em Portugal.

E nos que aplicam a chamada lei islâmica. Agora, Sarkozy e Le Pen falam já em proibir toda a indumentária de cariz religioso, com exceção para "religiosos profissionais". E até em alterar a Constituição.

É uma deriva, diria mais uma, da laicidade à francesa, à qual sempre me opus. Vamos ver o que é que dá, mais as experiências noutros países. Estamos confrontados na Europa com problemas muito graves de integração de comunidades, designadamente das islâmicas. E acho que França tem resolvido mal esses problemas.

Já proibira em 2010 a burka e o nikab, com respaldo dos altos tribunais franceses e do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos: acolheram o argumento da segurança e o da igualdade de género.

O motivo segurança parece-me uma visão deformada do problema. É uma falsa questão. Porque então estaríamos em situação de proibir os homens de usar djelaba...

Não é por se tratar de roupa larga, ou conotada com religião. É que impossibilita a identificação.

Não simpatizo nada com trajes que ocultem a identidade da pessoa. Daí a proibi-los... A Alemanha também já fala em proibir a burka. Estes problemas, penso eu, resolvem-se não por imposição mas pelo diálogo, por uma evolução cultural que é preciso cuidar. E a Europa tem cuidado pouco disso. Proibições causam reações negativas e os resultados estão à vista.

Já em 2004 França interditara os símbolos religiosos ostensivos, incluindo o hijab (lenço que cobre o cabelo) nas escolas públicas e nos funcionários que lidam com o público.

O véu é uma coisa que aceito perfeitamente. Não penso que venha daí problema nenhum.

Incluindo nas crianças?

Por que não? Temos de respeitar as pessoas na sua cultura. É evidente que há o problema da desigualdade entre mulher e homem. Mas tenho lido várias intervenções de muçulmanas, intelectuais, professoras universitárias, que reivindicam poder usar o que entenderem.

A proibição não existe na universidade. Falava de crianças.

As crianças até determinada idade têm uma autonomia limitada. Se os pais dizem "levas o lenço para a escola", não vejo razão para o Estado intervir e dizer "não entra".

A interdição surgiu porque as meninas de hijab recusavam despir-se para a ginástica e a natação. E havia bullying sobre as que não o usavam.

Com certeza que isso é mau. É preciso caminhar para a aculturação. E é um processo lento...

Entretanto, deixamos as meninas à sua sorte?

À sua sorte, vamos lá ver. Se os pais dizem ao filho para ir para a escola de calções, o Estado deve intervir?

Deve admitir-se na escola pública, que tem de cumprir os princípios constitucionais da laicidade e da igualdade de género, um apartheid das meninas?

O islão tem aí de fazer um caminho. Mas não é com proibições e imposições que esse caminho se faz. Não se deve dizer que crianças não podem ir de lenço para a escola. Outra coisa é um funcionário público - o funcionário representa o Estado. Aí admito medidas.

Este debate nunca foi feito em Portugal. Em 2005 falou-se dos crucifixos nas escolas mas a questão morreu. Por que que é que cá se fala tão pouco de laicidade?

Acho que pelas experiências negativas que houve na primeira República criou-se uma inibição de discutir problemas de religião.

Existe medo de afrontar a Igreja Católica (IC)?

É isso que estou a dizer. Quando comecei o trabalho da lei de liberdade religiosa muitas pessoas preveniram: "Por que é que se vão meter nisto, a Igreja não vai gostar." Devo dizer que tive, desde o princípio, o apoio de Guterres [à época PM e secretário geral do PS].

Que balanço faz da aplicação da lei, 15 anos depois?

Positivo. Antes tínhamos uma Constituição democrática, com princípios fundamentais em matéria de separação, liberdade religiosa, etc., mas não havia lei que os densificasse. A situação era altamente discriminatória para igrejas minoritárias. E acho que um país se faz notado para o bem ou para o mal consoante protege as minorias ou não. Mas o balanço tem altos e baixos, não está tudo cumprido.

Voltando aos crucifixos: foram colocados na escola por decreto de Salazar de 1936, para sinalizar que "a escola é cristã". 80 anos depois ainda lá estão. É normal?

Não sei o que entende por normal. A maior parte dos portugueses revê-se na religião católica. Se a generalidade dos alunos e pais dos alunos não levantam problemas...

O primeiro presidente da comissão, Menéres Pimentel, considerou, num parecer de 1999 como provedor de Justiça, que se trata "de uma situação desconforme com o princípio da separação das confissões religiosas do Estado e, concomitantemente, com a liberdade religiosa individual e com a liberdade de consciência, que não pode ser sustentada nem pelo peso da tradição nem pela vontade maioritária ou quase unânime dos encarregados de educação".

Não concordo com haver crucifixos nas escolas - é o Estado a impor, entre aspas, uma religião que é a predominante, e acho que esse problema terá de ser analisado.

Não deveria ser a comissão a levantar a questão?

Que saiba nunca a levantou. Há muita problemática que nunca foi enfrentada. E acho que se alguém fizer queixa em relação a uma escola o crucifixo deve ser retirado.

Esperar que alguém se queixe não é da mesma natureza daquilo que em 1987 (e de novo em 2014, em relação à Madeira) o Tribunal Constitucional considerou inconstitucional - a escola pública inscrever todos os alunos, por defeito, nas aulas de Religião e Moral Católica, tendo quem se opunha de o declarar?

Não é a mesma coisa. Se a generalidade das pessoas de uma determinada escola se revê na presença do crucifixo... Na Alemanha esse problema foi ao TC e foi resolvido dessa forma.

Então se vivo numa zona onde, como em algumas de França, a maioria é muçulmana e quer símbolos do islão na parede...

Para as coisas ficarem claras: os crucifixos não deviam estar nas escolas. Se estiverem e um pai disser "não quero aqui esse crucifixo", ele deve ser retirado. Em princípio, acho que os crucifixos nas escolas deviam ser retirados.

Mas não foram. Mais: em 2002 o então cardeal-patriarca exigia mais dinheiro para construir igrejas, dizendo tratar-se de uma obrigação do Estado "tão importante como investir em escolas e hospitais" e que este "só dava até 648 mil euros por cada igreja"; temos corpos de capelães católicos integrados na função pública, procissões em que as Forças Armadas entram, inaugurações de obras públicas benzidas. Não é tudo um pouco contraditório com o princípio da separação?

É e não é. Citou aí imensos casos, cada um tem sua importância. Temos uma tradição católica e um direito e prática parecidos com os de outros povos do Sul, Itália e Espanha. Onde há capelães pagos pelo Estado, procissões com a presença das autoridades militares, etc. Isso violará o princípio da separação? Numa leitura muito estrita do princípio, sim. Mas temos de nos colocar no ambiente cultural em que vivemos. Acho que levar o princípio da separação ao limite em que o Estado se desinteressa totalmente do fenómeno religioso, não deixa um funcionário público participar num acontecimento religioso...

Não é impedir funcionários públicos de participar em procissões, é mandá-los participar.

Eu sei. E convidar o patriarca para cerimónias do Estado... Acho que isso tudo, para quem defende um princípio de separação estrito, à francesa...

Estrito? Financiamento direto de templos por sistema?

Aí acho que há discriminação em relação às religiões minoritárias. Se o Estado adotasse uma política de financiar por igual os templos consoante a presença social das religiões, era uma coisa. Financiar apenas os da IC é discriminatório. O Estado participou com fundos comunitários na Mesquita de Lisboa e a Câmara de Lisboa propõe-se construir uma mesquita, mas no que diz respeito aos protestantes de um modo geral e a outros não conheço casos em que o Estado tenha participado. Acho que as igrejas prestam um serviço à comunidade a que o Estado deve prestar atenção...

A religião é um bem?

É uma presença social importante nas sociedades contemporâneas, apesar de se tratar de um fenómeno de retração - sobretudo na Europa. Não é bem nem mal. Existe e pode ser um bem para a sociedade.

Pode ser e pode não ser.

Sim, e temos exemplos em que não é. Em que a religião se transforma não numa religião verdadeira mas em luta contra um inimigo religioso.

Quem sabe o que é religião verdadeira ou falsa?

Não é o Estado que decide o que é a boa e a má religião. A não ser que haja violação dos princípios constitucionais e da lei. O Estado o que tem de ver é quais são as religiões com presença social no país e consoante isso regulá-las e dar-lhes os direitos que entende.

Espanha fez uma grande discussão sobre as isenções fiscais da IC - estima-se que só nisso são 900 milhões anuais - e os subsídios diretos que recebia do Estado.

Por isso fizeram a consignação fiscal - como nós temos desde a lei de liberdade religiosa. A nossa é 0,5%, a deles 0,7%.

A consignação significa que o cidadão pode alocar a uma igreja ou IPSS uma percentagem dos impostos pagos ao Estado.

Ao contrário da Espanha e de Itália, nós tivemos o cuidado, pensando nas pessoas que não são religiosas ou que sendo não querem dar para igrejas, de incluir as IPSS na consignação. Há outros países que têm outras fórmulas de financiamento das igrejas, como a Alemanha e a Áustria, em que há o imposto de igreja: crentes pagam um determinado valor do seu rendimento para a igreja, através do Estado. E nada pouco: 9% do imposto pessoal. Muitos alemães pagam, dá uma receita de milhares de milhões para as duas igrejas - só para duas, o que cria ainda mais discriminação.

A consignação vinha supostamente substituir a devolução do IVA de que a IC gozava: confissões têm de escolher uma ou outra. Em 2010, o então governo anunciou que ia acabar com a devolução do IVA, excecionando a IC. Medida caiu. Portanto, igrejas continuam a poder devolver IVA.

O problema da devolução do IVA tem sido levantado por vários deputados europeus em relação a Espanha e Itália, que têm o mesmo sistema - em relação a Portugal ninguém o levantou. Há queixas na Comissão Europeia, não sei qual o estado do processo. Mas opiniões que conheço vão no sentido de que a isenção não é admissível.

Em relação às outras isenções fiscais há desde 2004 uma discussão, que nunca mais acaba, entre IC e Finanças sobre o que são os "fins religiosos" que determinam a isenção. Agora chegou ao IMI.

A discussão não se tem feito no local próprio: a comissão criada pela Concordata para analisar e resolver problemas que pudessem advir da respetiva aplicação. A casa do pároco paga IMI ou não? Deve ser a comissão a responder. Em relação às igrejas minoritárias o problema será bastante menor, têm muito menos património. Não é uma questão religiosa, é de aplicação e interpretação da lei. Em relação à IC como em relação a qualquer outra entidade coletiva ou individual. Não vejo aí um problema de maior. Mas tem de ser resolvido.

Com as contas do Estado sob intenso escrutínio, não fazemos ideia de quanto se gasta com as religiões. A discussão das isenções não deve começar por aí?

Claro. Essas contas existem em relação à Alemanha, e também vi na imprensa em relação à Espanha números substanciais. Em Portugal não há esse estudo feito, realmente. Mas qualquer deputado pode pedir ao Ministério das Finanças que faça um levantamento. Não é fácil mas não é impossível. E espero que se venha a saber proximamente. Pôs-se esse problema, a propósito da crise, em relação à Igreja Ortodoxa grega, supostamente a maior proprietária fundiária do país. E li que ela teria dispensado alguns benefícios fiscais. Não sei se é verdade. Mas acho que numa fase de crise essa questão devia ser analisada. Aliás com crise ou sem: qualquer cidadão tem o direito de saber quanto é que o Estado despende nos benefícios fiscais de que as igrejas gozam.

Quando se fala disto há sempre quem invoque os confiscos à IC no século XIX e na República.

Não podemos resolver estes problemas indo levantar as questões históricas, é um mau argumento. Passaram-se determinadas coisas no liberalismo e depois na República, muitos edifícios públicos efetivamente eram antigos conventos, expropriados sem indemnização na maior parte dos casos, mas vivemos agora, temos de encarar o problema hoje. Não sou contra os benefícios fiscais, as igrejas desempenham um papel importante na sociedade, nos equilíbrios sociais. Acho é que se tem de analisar até onde vão, legitimamente. Onde devem terminar? Quanto custam? Qualquer cidadão tem o direito de saber. É uma discussão que está a decorrer e que inclui também a isenção de IMI dos partidos. Veremos onde nos leva.

www.dn.pt
06
Set16

A baleia mais solitária do mundo não tem família, não pertence a um grupo, nunca teve um parceiro

António Garrochinho


https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfl1/v/t1.0-9/14054937_1762324590710628_6243610228662290266_n.jpg?oh=72d2d431cc5a6213ed0ee98431057d34&oe=5855A467&__gda__=1481529890_8d17960ab6d3f41132d6b2ac9769495c
Aos emotivos de plantão, há um enorme coração vagando só pelo pacífico norte. Não, não se trata de um navegador abandonado, mas sim de uma pobre baleia – a baleia mais solitária do mundo. Segundo cientistas, ela não tem família nem grupo, nem jamais teve um parceiro sequer. E segue vagando, desde 1989 ao menos (quando foi descoberta), chamando pela companhia que jamais chega.
Baleia3
Sua existência foi descoberta pela marinha americana, monitorando potenciais inimigos. A razão de sua solidão é na mesma medida especial e melancólica: enquanto as outras baleias emitem seu canto em uma frequência entre 12hz e 25hz, ela canta em um grave inaudível para suas semelhantes, à baixíssima altura de 52hz – mais grave que a mais grave nota de uma tuba. Assim, as baleias simplesmente não são capazes de escutar seu clamor.
Baleia2
O som é de fato quase inaudível, e a história é tão comovente que um documentário está sendo produzido sobre a baleia solitária.
Especulou-se se esta seria uma baleia surda, ou se teria algum tipo de malformação, mas o próprio fato dela permanecer viva, mesmo que sozinha, em um ambiente tão duro quanto o Pacífico norte faz os cientistas crerem que trata-se de uma baleia saudável, e que seu impressionante tom de voz provavelmente venha de uma inesperada mistura genética. O que se tem certeza é que seu gigante coração segue clamando por companhia, tão regular quanto um metrônomo, ainda que ninguém responda.
Baleia1
© fotos: divulgação

vivimetaliun.wordpress.com
06
Set16

Isaías em dificuldades financeiras quer recomeçar em Portugal

António Garrochinho


Isaías e Mats Magnusson  |  

Ex-jogador do Benfica está a viver na zona de Pombal e a ajuda no restaurante do amigo Sílvio Ramos

Isaías foi uma das glórias do Benfica nos anos 90, mas tem passado por dificuldades nos últimos meses. Por isso deixou o Brasil e está de regresso a Portugal à procura de trabalho no futebol. Enquanto não arranja emprego 'o pontapé canhão' ajuda no restaurante de um amigo, em Pombal.

"Está a passar por uma situação difícil. Já se sabe como é: os jogadores de futebol têm dinheiro, mas quando deixam de ser torna-se complicado. Já não dá para viver do que ganhou, ainda por cima, naquela altura, não se ganhava tanto assim. E os amigos só aparecem quando se tem dinheiro", contou ao Jornal de Leiria, o amigo Sílvio Ramos do restaurante 'O Pote'.

Isaías faz questão de dar uma mão no dia-a-dia do restaurante: "Ele é humilde, até demais. Faz questão de ajudar no que for preciso. Está na copa, lava a loiça, descasca batatas se necessário. Os clientes ficam surpreendidos quando o veem e pedem para tirar fotografias. Ainda hoje é um rei por onde passa. A marca do pé canhão ficou."

Isaías Marques Soares chegou a Portugal em 1987, com 23 anos, para jogar no Rio Ave. A equipa de Vila do Conde desceu de divisão e ele mudou-se para o Boavista, onde esteve duas temporadas. Depois surgiu a possibilidade de ir para o Benfica, onde ficou cinco épocas, conquistou dois títulos nacionais e uma Taça de Portugal.

Seguiu-se o Coventry City, o Campomaiorense, e os brasileiros Cabofriense e Friburguense, onde terminou a carreira aos 39 anos.

www.dn.pt

06
Set16

Não há mercado interno ou externo para a produção nacional de cimento

António Garrochinho

A construção civil em Portugal (e não só) abrandou. O país está a consumir um quarto do cimento que pode produzir e as exportações também estão a cair drasticamente, conta o “Jornal de Negócios” esta segunda-feira.
A Cimpor e a Secil têm, em conjunto, seis fábricas de cimento em Portugal, com capacidade de produção de 10 milhões de toneladas. Neste momento, só a produção de uma unidade seria suficiente para abastecer o mercado nacional. O consumo interno deste produto está ao mesmo nível do início dos anos 1970, revelam os resultados semestrais das duas empresas divulgados na semana passada.
Segundo o relatório de contas do primeiro semestre da Semapa, dona da Secil, o consumo de cimento em Portugal caiu 4,9% relativamente ao mesmo período do ano passado, distribuindo cerca de 1,3 milhões de toneladas de cimento.
Por comparação, em 2000, só o mercado interno consumia 11 milhões de toneladas de cimento. A manter-se a tendência, o sector admite que 2016 termine pior do que 2014, ano em que foram atingidos mínimos, na ordem dos 2,4 milhões de toneladas, lembra o “Negócios”.
Porém, a culpa desta queda não é da exclusiva responsabilidade do mercado interno. Os ditos países com as receitas dependentes do petróleo, como é o caso de Angola, diminuíram em muito a procura deste material. O volume de exportações da Secil caiu durante o primeiro semestre 22,2% e a Cimpor perdeu 40%, relativamente ao período ao homólogo em 2015, devido à crise financeira que alguns destes países enfrentam.

expresso.sapo.pt
06
Set16

ALMA DE CORNO - O Golpista

António Garrochinho

ALMA DE CORNO - O Golpista

Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.
Homenagem ao Golpista ( Poema de Fernando Pessoa)
ALMA DE CORNO



Alma de côrno – isto é, dura como isso;
Cara que nem servia para rabo;
Idéas e intenções taes que o diabo
As recusou a ter a seu serviço –

Ó lama feita vida! ó trampa em viço!
Se é p’ra ti todo o insulto cheira a gabo
– Ó do Hindustão da sordidez nababo!
Universal e essencial enguiço!

De ti se suja a imaginação
Ao querer descrever-te em verso. Tu
Fazes dôr de barriga á inspiração.

Quér faças bem ou mal, hyper-sabujo,
Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.


Fernando Pessoa
Nota: reprodução do poema respeitando a grafia original do fac-símile.








Fonte:http://aspalavrassaoarmas.blogspot.com.br/2016/08/a-temer-e-sua-corja.html


06
Set16

Escola de Chicago de Milton Friedman e o Scarface ele também de Chicago

António Garrochinho




«A história sugere que o capitalismo é uma condição necessária para a liberdade política. Claramente não se trata de uma condição suficiente.”
“Não tenho nada de bom a dizer sobre o regime político imposto por Pinochet. […] Era um regime político terrível. O verdadeiro milagre chileno não tem a ver com o quão bom foi o desempenho económico do Chile; o verdadeiro milagre esteve na disposição de uma junta militar em contrariar os seus princípios e apoiar reformas de livre mercado, deixando que elas fossem implantadas por defensores sinceros dos princípios de livre mercado.” (Milton Friedman)» 

Deste escrito glacial de Friedman, afirmando-se autor-ideológico do terror chileno, escorre muito mais sangue do que o provocado por Al Capone com as suas metralhadoras. É esta receita trágica que continua a nos ser imposta, pelo Scarfaceda “Escola de Chicago” Nobel do crime organizado no Pentágono & Cia.

Milton Friedman ao centro com o gang que sob suas ordens atuou no Chile impondo uma economia letal. 


Este é o Al Capone que não conseguiu matar mais de seis rivais de uma assentada, morreu cedo e com ele acabaram os seus crimes. Mas Friedman é o responsável por milhares de crimes no passado e continua a matar com as balas ideológicas que não sabemos até quando os povos de todo o mundo continuarão a ser vítimas da sua crueldade.





Via: as palavras são armas http://bit.ly/2ci29nv
06
Set16

CARTA DE VENEZA – A REGATA HISTÓRICA – por Vanessa Castagna

António Garrochinho

By joaompmachado

É no primeiro domingo de setembro que todos os anos se realiza a regata histórica, uma competição entre embarcações tradicionais venezianas cuja origem remonta pelo menos ao século XIII. A sua primeira representação gráfica encontra-se no conhecido Mapa de Veneza de Jacopo de’ Barbari (século XVI), uma obra-prima da cartografia urbana, onde a palavra “regata” surge perto de um grupo de barcos. O termo estaria destinado a entrar no vocabulário de várias outras línguas europeias para designar uma competição entre embarcações, estando relacionado com o verbo veneziano regatar (ou seja, “competir”, provavelmente vindo do latim aurigare). O termo “regata” era usado em Veneza como sinónimo de “competição” já no século XVI.

Na verdade, faz-se datar só de 1841 a primeira regata moderna, sendo esseregata - I o ano em que a manifestação deixou de ser custeada por privados e passou a ter uma valência mais pública. A partir de 1866, com a anexação de Veneza ao Reino de Itália, a competição associou-se em especial à evocação do passado glorioso da República de Veneza. Mais tarde, em 1899, a regata veneziana ganharia oficialmente a designação de “histórica”.

Numa cidade que muito se orgulha do seu extraordinário passado e das suas tradições, a regata histórica é um dos eventos fulcrais do calendário, com presença marcada e estável nas emissoras nacionais. A regata é constituída por uma série de competições ao longo do Grande Canal entre tipologias diferentes de barcos tradicionais, com especial destaque para os gondolini. A competição é antecedida por um desfile de dezenas de embarcações típicas do século XVI com gondoleiros e figurantes trajados para reevocar um acontecimento de 1489, isto é, a receção de Caterina Cornaro, esposa do Rei de Chipre, que após a morte do mesmo abdicou do trono preferindo-lhe Veneza. A memória do passado da Sereníssima e a celebração da sua identidade marcaram ontem mais uma edição espetacular desta manifestação citadina.






aviagemdosargonautas.net
06
Set16

AZIA

António Garrochinho
COMO É JÁ COSTUMEIRO NESTES DOIS DIAS TENHO LEVADO COM OS ETERNOS DETRACTORES DA FESTA DO AVANTE.
CABE-ME INFORMAR QUE TODAS AS CRIANCINHAS E OS IDOSOS QUE FORAM À FESTA REGRESSAraM ÀS SUAS CASAS SÃOS E SALVOS.
NÃO HÁ CONHECIMENTO DE QUE SE TENHAM COMIDO CRIANÇAS NEM DE INJECÇÕES ATRÁS DAS ORELHAS.
OUVI DEZENAS DE VEZES A CÉLEBRE FRASE QUE NA FESTA DO AVANTE NÃO SÓ LÁ VÃO OS COMUNISTAS.
AINDA BEM !
AS FARMÁCIAS ESGOTARÃO NESTA SEMANA TODO O TIPO DE MEDICAMENTOS PARA A AZIA, A ACIDEZ ANTI COMUNISTA.
NO ANO 2017 AINDA VAI SER MELHOR. PARA OS PADECENTES É MELHOR RESERVAREM MAIS UNS DRUNFOS EM STOK.
António Garrochinho
06
Set16

Esclarecimento

António Garrochinho


Face à notícia publicada pelo Correio da Manhã
5 Setembro 2016
Face à notícia publicada pelo Correio da Manhã relativa a “reformas de políticos” em que é afirmado que o Secretário-geral do PCP se “reformou aos 47 anos”, o PCP esclarece que:
É falso que o Secretário-Geral se tenha reformado. Jerónimo de Sousa continua hoje, com 69 anos, na condição de vida activa com a respectiva carreira contributiva de 55 anos para a Segurança Social.
No quadro do princípio do PCP de não ser beneficiado nem prejudicado no exercício de cargos públicos, Jerónimo de Sousa aufere um vencimento mensal correspondente ao praticado na empresa metalúrgica onde trabalhou desde os 14 anos (a MEC entretanto encerrada).
A notícia do Correio da Manhã confunde subvenções vitalícias com reforma antecipada, e quererá referir-se não a pensões de reforma mas sim a subvenções vitalícias.
Quanto às subvenções vitalícias é conhecida a posição do PCP: opusemos-nos à sua criação, interviemos com vista à sua eliminação o que veio a suceder em 2006, não acompanhámos a proposta para a sua reposição em 2015 e manifestámos a nossa oposição à decisão do Tribunal Constitucional em 2016.
Mantendo-se a sua existência, os eleitos do PCP têm procedido de acordo com a orientação acima referida, ou seja não prescindir desse direito, não dar a outros a gestão dessa verba e requerendo-a não é usada em benefício próprio, é entregue ao PCP e posta ao serviço da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo.
É neste quadro que Jerónimo de Sousa em 1993 quando deixou funções de deputado na Assembleia da República tendo direito à subvenção passou a decidir do destino dessa verba, sendo de sublinhar que essa possibilidade foi suspensa há 14 anos, em 2002 quando voltou a ser eleito deputado.
Via: anónimo séc. xxi http://bit.ly/2ctZtF7
06
Set16

Em Portugal, PCdoB debate situação brasileira na 40ª edição da Festa do Avante!

António Garrochinho



A Festa do Avante!, órgão central do PCP é um evento anual, neste ano já na sua 40ª edição. Congregando militantes de todas as organizações regionais do partido, a Festa do Avante! apresenta uma configuração única, onde a arte e o espectáculo, conjugados com a informação e o debate político, se misturam em ambiente familiar, em torno de pavilhões dedicados a cada região portuguesa, sua gastronomia e tradição cultural, com muitos milhares de visitantes que, nos três dias em que decorre a Festa, presenciam uma mistura de utopia comunista e de realidade revolucionária.


VÍDEO
Comício de encerramento da 40ª festa do Avante!, que terminou neste domingo (4). O vídeo começa com os presentes cantando “Avante Camarada”, hino do PCP. Depois seguem “A Internacional”, “A Portuguesa” (hino de Portugal) e a “Carvalhesa”, tradicional canção portuguesa, adotada pelos comunistas como hino da festa.
A utopia comunista é patente no ambiente humano que o visitante sente  logo quando cruza a entrada da Festa. Não é querida aquela atitude neurótica de revistar pessoas e pertences: cultiva-se a consciência cívica. A cultura de organização partidária reflete-se no modo de organização da Festa e na relacionamento construído com o público – são os mesmos critérios de organização da ação política e de massas. O público não se pretende dissociado da dimensão política da Festa: é parte dela, e nela participa em plena liberdade.
Como qualquer grande evento, existem estruturas de apoio (bombeiros, serviço médico, segurança, etc.) que funcionam na Festa, mas sem alarde, sem se impor ao público visitante. O mesmo ocorre em relação à sua dimensão política: o visitante é convidado a presenciar e participar, sob diversas formas, de atos políticos que abarcam a diversidade das situações que preocupam os comunistas portugueses. Mas não se restringe às questões nacionais.
Na Festa do Avante! há também um espaço dedicado às organizações comunistas e revolucionárias de todo o Mundo, a Cidade Internacional. Nela decorreu, neste ano, um debate sobre a situação na América Latina onde participaram representantes da Nicarágua, do Chile, da Bolívia e do Brasil, além do próprio PCP. O PCdoB foi representado pelo camarada José Reinaldo, tendo exposto uma análise aprofundada da situação brasileira, do golpe parlamentar, da natureza de classe de que se reveste e do papel nele desempenhado pela mídia.
Os oradores procuraram esclarecer o público participante dos antecedentes históricos e das condições objetivas em que se desenvolvem os processos de luta na America Latina, elucidando as suas particularidades e traços comuns, mesmo interdependentes, onde a ingerência estadunidense se manifesta como constante e, mesmo, determinante.
Mas, cada nação vive uma situação histórica e social específica e concreta. E os partidos comunistas e e movimentos revolucionários buscam, no conhecimento dessa realidade, as formas, nas vertentes estratégica e táctica, que se revelem mais adequadas, e  que implicam em garantir a capacidade de resistir, de organizar, de unir e, por outro lado, de afirmar o ideal que os move.
A Festa do Avante! é, assim, um espaço de concretização anualmente renovada da utopia comunista, que é, dialecticamente, um espaço de ação militante concreta. E, também, um evento político, cultural e artístico multiforme e exemplar. Um espaço de luta, de partilha e de debate, de intervenção nacional e de solidariedade internacionalista.
 Alexandre Weffort, de Portugal para o Resistência
 http://www.resistencia.cc
06
Set16

OLHÓ AVANTE ! - as contas trocadas de Passos Coelho

António Garrochinho

 
  • Filipe Diniz 

As contas trocadas
de Passos Coelho
Um dos aspectos penosos da «rentrée» é ter que se levar com sucessivos discursos de Passos Coelho. Desta vez na «tradicional festa do PSD em Boticas» manifestou preocupações face à economia, «que não está a correr bem». Expôs as suas ideias acerca do que «gera emprego e rendimento»: «os homens que no fundo investem o seu dinheiro, as suas poupanças, nas empresas, que criam emprego e rendimento para o futuro», os «investidores de fora». Uns filantropos que não estarão para pôr dinheiro num país «dirigido por comunistas e bloquistas».
Este homem ainda há um ano era primeiro-ministro e é um dos responsáveis pela situação a que a galopada da política de direita conduziu o País. Grave situação que envolve não apenas a economia mas todas as esferas da vida e da soberania nacional, da qual não haverá saída sem uma radical ruptura. A mediocridade de Passos talvez leve alguns a imaginar que a mesma política gerida por gente mais capaz poderia dar resultados diferentes. Contudo o problema não reside na competência dos executantes mas nos interesses ao serviço dos quais se colocam. Começando pela comezinha constatação de quem verdadeiramente cria «rendimento para o futuro»: o trabalho e a sua força criadora em todas as dimensões da actividade humana.
E quanto ao investimento estrangeiro, há que ir colher informação ao Banco Mundial (http://databank.worldbank.org/data/reports.aspx?source=2&series=BX.KLT.DINV.CD.WD&country=). E que constatamos? Que em 2015, em pleno governo PSD/CDS, se verifica uma quebra no investimento estrangeiro no nosso País de 1 315 582 521 dólares norte-americanos. Em 217 países há quebra em 17, e um deles é Portugal. Tratando-se de países tão diferentes como a Noruega ou Aruba, a Nova Zelândia ou a Papua Nova Guiné, a Bélgica ou o Sudão do Sul, uma coisa é certa: é que tal quebra não é devida aos respectivos governos serem dirigidos for forças «de extrema-esquerda» que embirram com os «capitalistas».
Passos Coelho junta a desonestidade intelectual às suas restantes limitações. Mas o essencial do problema a resolver não é arrumar com gente desta. É arrumar com a política de direita, que está longe de se circunscrever apenas ao PSD e ao CDS.

06
Set16

Costa defende aumento "pelo menos" das pensões mais baixas

António Garrochinho





O primeiro-ministro disse que "há uma partilha" com os partidos à esquerda no Parlamento "em torno da estratégia e do objectivo de reposição e de recuperação dos rendimentos das famílias". Mas salário mínimo só chegará a 600 euros em 2019.
O primeiro-ministro admitiu esta terça-feira, 6 de Setembro, proceder a um aumento das pensões, sobretudo as mais baixas, no Orçamento do Estado para 2017, mas salientou que o salário mínimo nacional só atingirá os 600 euros no final da legislatura.

António Costa falava aos jornalistas a meio da sua visita à Bienal de Artes de São Paulo, no Parque Ibirapuera, depois de confrontado com as exigências feitas no domingo pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no sentido de que no próximo ano o salário mínimo suba para os 600 euros mensais e as pensões aumentem pelo menos no valor de dez euros.

O primeiro-ministro disse que "há uma partilha em torno da estratégia e do objectivo de reposição e de recuperação dos rendimentos das famílias".

"Neste Orçamento do Estado para 2017 temos uma grande vontade de darmos um contributo para que, pelo menos as pensões mais baixas, possam ter um aumento. Chegaremos certamente a um valor que seja o possível, o mais próximo possível daquilo que é desejável para as famílias portuguesas e que nos permita ter não só um Orçamento do Estado para 2017 aprovado, mas também executado, cumprido e sem sobressaltos para a economia e para as finanças públicas", declarou.

No caso do aumento do salário mínimo nacional, António Costa demarcou-se da proposta de aumento imediato em 2017 para os 600 euros mensais, alegando que "há uma trajectória" para se chegar a esse valor em 2019.

"O que está previsto é chegar-se aos 600 euros no final da legislatura", acentuou o primeiro-ministro.

Interrogado sobre o facto de as confederações patronais contestarem o aumento do salário mínimo para 557 euros em 2017, tal como está previsto pelo seu executivo, o líder do executivo alegou que "todos os processos negociais" conhecem essas divergências de partida.

"Mas, felizmente, no ano passado foi possível chegar-se a um acordo", respondeu.

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