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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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07
Set16

CAIA FORA PRESIDENTA DESGRAÇADA (INCLUI VÍDEO COM O POEMA)

António Garrochinho

CAIA FORA, PRESIDENTA DESGRAÇADA.

caia fora
presidenta desgraçada
antes que seja tarde
e eu não consiga
domar
a minha empregada
que agora deu
pra ler 
e querer ser
bem remunerada
caia fora
presidenta desgraçada
que minha calça cara
e minha temporada
em Miami
está ameaçada
por causa
dessa sua mania
infame
de ajudar 
a pau de arara
a ficar bem alimentada
caia fora
presidenta desgraçada
que eu não vou a NY
desde a semana passada

Resultado de imagem para dilma de costas

que o meu porteiro
agora não quer mais
a macarronada
estragada
que sobrou
do almoço de domingo
retrasado
caia fora
sua comparsa
do diabo
que agora
tá cheio de viado
travesti
e sapatão
beijando na boca
e você fazendo a loca
achando que tudo isso é normal
caia fora, presidenta imoral
antes que o favelado
ache que é igual a mim
e invente de frequentar
cinema
teatro
e fazer turismo em Berlim
caia fora 
presidenta desgraçada
que meu patrimônio
não é capim
pra eu ter que pagar
direitos trabalhistas
de um filho da puta chinfrim
pra ser eu obrigado a vender 
o meu rim
se eu quiser gozar
do meu conforto
e ter cozinheira
lavadeira
faxineira
e motorista
caia fora
presidenta vigarista
que por sua culpa
a economia
virou essa baderna
e o pobre
decidiu
protestar
e não quer mais esperar
pela felicidade eterna
vê se tem cabimento, 
presidenta boçal
o filho da minha manicure
agora se atreve
a ler meu jornal
não tem condição
graças a sua porra-louquice
andar de avião
está pior que uma feira
acredita
que ontem fui no mesmo voo
que uma moradora
de Madureira?
caia fora
presidenta encrenqueira
que minha família
tem um padrão a zelar
e prevejo
descermos de vez a ladeira
se você continuar 
no poder
daqui a pouco
minha querida
vai ter miserável
jurando
que tem direito
a qualidade de vida
e quem se ferra
é meu filho
pois graças a sua insensatez
presidenta desgraçada
o meu caçula de cinco anos
não vai ganhar iphone 6
porque você 
insiste
nesse atrocidade
de que pobre
merece
até frequentar
faculdade
caia fora
e me deixe em paz
enquanto ainda 
há conserto
para todo o mal
que você me faz.

almanaqueiras.blogspot.pt


VÍDEO



07
Set16

NASCIMENTO – MIGUEL TORGA

António Garrochinho


NASCIMENTO

Nascem os homens como deuses pobres:
Nus e de um ventre que desesperou
De os guardar
Sagrados e secretos no seu lago.
Nascem disformes, sem nenhum afago
Da raiva desabrida que os expulsa
E das mãos aterradas que os recebem.
Bebem
O ar do mundo aos gritos.
Olham sem ver, e são
Surdos e transitórios mitos
Da nossa devoção.


MIGUEL TORGA
in Diário VII, p. 203


Via: voar fora da asa http://bit.ly/2cpe42I
07
Set16

WOODSTOK O FESTIVAL ONDE TUDO ACONTECEU

António Garrochinho


Que tal voltar no tempo e mergulhar no Festival de Woodstock, ocorrido em agosto de 1969, nos Estados Unidos? O festival marcou uma geração de jovens ligados aos ideais do movimento hippie e principalmente a consolidação do Rock”n Roll. Vamos mergulhar neste momento histórico da contracultura.
woodstock-women-fashion-1969-45__880Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, ocorreu, na fazenda de Max Yasgur, nas imediações da cidade de Bethel, Estados Unidos, um dos maiores festivais de música da história, o Woodstock. O Festival possuía um vínculo direto com a contracultura que se desenvolveu exponencialmente nos anos 1950 e 1960 e, sobretudo, com o principal eixo contracultural, o Movimento Hippie. Esse festival aconteceu em uma época em que o mundo estava no auge da bipolaridade geopolítica, isto é, na ambiência da Guerra Fria.
richie-havens-woodstock-691Primeiro nome a se apresentar o cantor e musico Richie Havens e a musica Freedom.
Para entender a importância e a magnitude do Woodstock, é necessário saber que, após a Segunda Guerra Mundial, houve um surto de desenvolvimento tecnológico voltado para a vida doméstica, sobretudo nos Estados Unidos. Era a época do “American Way of Life” (o modo de vida americano), que se tornava um modelo para todo o mundo ocidental. Essa época ficou conhecida também como a “era dos eletrodomésticos”. O fato é que, ao mesmo tempo em que havia esse otimismo social ligado ao consumo, os EUA estavam envolvidos em um dos confrontos mais dispendiosos desse período: a Guerra do Vietnã.  Mais do que nunca abria-se a vez da roqueira do Texas Janis Joplin colocar seu protesto em seu Piece of my heart.
vietnan4A contracultura nasceu como contestação dos jovens ao clima de rivalidade fomentado pela Guerra Fria. A Guerra do Vietnã tornou-se um dos principais alvos desse movimento. As formas de protestos encontradas pelos jovens desse período eram a música, sobretudo o Rock n’ Roll, e as drogas – principalmente as sintéticas, como o LSD e a mescalina. Por meio do som e das letras do rock e também das performances no palco, a contracultura começou a penetrar na sociedade como um todo. Neste clima se apresentou Creedence Clearwater Revival e seu rock rural, também em grande ebulição pelo meio oeste americano.
bab0556O Woodstock representou o ápice dessa era contracultural. O projeto de um grande festival que reunisse os principais representantes do rock daquele período partiu de quatro jovens: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lag. A proposta era oferecer ao público interessado (a maioria esmagadora de hippies) um festival de três dias completamente voltado ao rock e às práticas contraculturais adjacentes: sexo e drogas.
Alguns autores que estudaram a história do festival dizem que a declaração dos organizadores de que era esperado um público de 60 mil pessoas não procede, haja vista que foram vendidos 180 mil bilhetes bem antes da realização. De toda forma, o evento contou com mais que o dobro de pessoas que haviam garantido sua vaga antecipadamente. Vivendo esse momento do Festival, 400 mil pessoas deliravam na apresentação do grupo Folk  – Crosby, Still, Nash, e Young  com Southern Man.
janisA cidade não suportou a demanda por comida e outras formas de mantimentos para tamanha quantidade de pessoas e teve que recorrer à ajuda das cidades vizinhas. Os organizadores tentaram fazer um evento com as principais personalidades do rock da época, mas nem todos puderam selar o compromisso. Nomes como Jim Morrison, Led Zeppelin e Frank Zappa, apesar de cogitados, não foram ao festival. Entretanto, os três dias contaram com artistas da estirpe de Janis Joplin, Santana, Jimi Hendrix, além de muitos outros que fizeram o sucesso do evento. E com Jimi Hendrix em um dos grandes momentos deste festival – Purple Haze.
henfrixO Woodstock ficou marcado ainda pelas imagens registradas em vídeo tanto dos shows quanto do público e por acontecimentos fatídicos também, como a morte de três pessoas, vitimadas, respectivamente, por atropelamento, rompimento do apêndice e overdose de heroína. Mas, o que ficou para a história foi o acontecimento que marcou um dos mais importantes momentos de uma época que contestou, criou e definitivamente se tornou inesquecível, principalmente para o Rock and Roll. Já no final desta memorável comemoração naquele agosto de 69 em uma tarde de domingo terminava o Festival de Woostock que jamais foi  esquecido por futuras gerações. Volte no tempo e ouça a voz rouca de Joe Cocker cantando ao pôr do sol sua “ With a littlle help from my friend.”

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                                        Joe Cocker – With a litlle help from my friend

www.cidadaocultura.com.br



A MODA DOS FESTIVAIS: WOODSTOCK




Se você for mergulhar a fundo na história da moda, você irá ver e entender que praticamente (ao meu ver) tudo que usamos hoje que é dito como “moda”, não passa de uma releitura do que já foi considerado “moda” décadas atrás. E, inspirada por essa enxurrada de looks do Lolla nas redes sociais, pensei: por que não falarmos então do maior festival de música de todos os tempos: Woodstock, e como ele refletiu na moda os anseios, ideologias e comportamentos de toda uma geração?!


Vamos viajar no tempo?!


Os anos 60, também conhecidos como “os anos rebeldes”, não leva esse nome à toa. Imaginem o contexto daquela época: em 1959, é iniciada a guerra do Vietnã, uma das mais sangrentas da história mundial com mais de 1 milhão de mortos entre civis e militares e o dobro de mutilados e feridos; em 1961, Yuri Gagarin é o primeiro homem a viajar pelo espaço, acirrando ainda mais a corrente espacial disputada entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos, também nesse mesmo ano é construído o muro de Berlim; em 1963 John F. Kennedy, então presidente dos EUA, é assassinado em Dallas; em 1968, Martin Luther King é assassinado, no mesmo ano aconteceu uma rebelião estudantil nos EUA contestando as chamadas ”fábricas de conhecimento”, assim chamadas as universidades bem como aumentou-se o número de protestos contra a guerra no Vietnã; e, em 1969, Neil Amstrong é o primeiro homem a pisar na lua.

Ufa! Muita informação para absorver em 1 minuto..haha...mas se faz necessária já que Woodstock aconteceu no final dessa década, em 1969, em uma fazenda localizada em uma cidadezinha  perto de Nova York, chamada Bethel. Onde se esperava em torno de 200 mil pessoas durante os 3 dias de festival, só que mais de meio milhão apareceram para compartilhar 3 dias de paz e música.



Considerado também um festival onde a contracultura era a regra, na roupa não poderia ser diferente. O ecletismo marcante dessa época é expresso na rota hippie e espiritual Marrocos/Índia muito explorada nas estampas de  caftãs floridos, além das estampas psicodélicas impressas em vestidos, macacões, etc. A calça boca de sino, franjas em tudo que você imaginar, as chamadas headbands, um dos acessórios mais usados pelos hippies e óculos com lentes circulares, ou em formato de coração (love Always in the air), marcaram a vestimenta dos participantes desse festival que fez história.  A geração do baby boom, os “babies” do período pós-guerra, batiam de frente com o regime, pedindo o fim das guerras, da violência, da segregação social e racial através de paz e amor.

Jimmy Hendrix sendo a lenda das guitarras com franjas a perder de vista.
Janis Joplin sendo Janis Joplin com seus óculos redondos característicos ;)
Calça floral de diferentes estampas


Fofuras como essa também estavam presentes no festival.
Referências psicodélicas, indianas, marroquinas super coloridas faziam parte do ecletismo daquela época, principalmente em Woodstock. 
Caftã com estampa florida com referências indianas e marroquinas.
Esse chapéu te lembra alguma coisa?! Modinha de hoje que foi moda na década de 60.


E franjas e mais franjas. Adorei o look dela! ;D

Sobreposição de colares que hoje bomba assim como em 1969.
As headbands tão usadas no estilo boho chic de hoje.
Diante do público surpresa e bem além do esperado, se formaram longas filas de carros, onde muitos decidiram seguir o resto do caminho a pé ou tocando um violão sentados na traseira de um carro.
Ônibus símbolo do movimento hippie bem como a Kombi daquela época. Quem nunca quis tirar foto em um ônibus desses?! Eu adoraria! ;D 
Woodstock, a meu ver, foi não só um festival, mas um movimento de contracultura, onde as ideologias capitalistas, a ganância pelo poder, o preconceito e a violência desapareceram, não existiam fronteiras, julgamentos ou padrões a serem seguidos, as pessoas estavam celebrando ali o que é mais genuíno no ser humano: o nosso espírito livre.


www.dresstorun.com.br
07
Set16

A história da moda e as influências no mundo

António Garrochinho


Créditos Pixabay

A moda vai além das tendências de cores e cortes. Ela evidencia gerações e marca a identidade de personalidades. Pode-se analisar a construção histórica do homem e da sociedade pelas suas vestimentas e pelo seu comportamento. No universo feminino, a moda era ditatorial, os vestidos longos e pesados eram desconfortáveis e nada práticos, usava-se várias saias, formando diversas camadas.
O homem bem-vestido era aquele que usava paletós e calças, mas o tecido era grosso e quente, ainda haviam os coletes, lenços e chapéus.
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as mulheres passaram a integrar o mercado de trabalho, assim, as saias encurtaram e proporcionaram praticidade e leveza. As calças se popularizaram alguns anos depois, nos quadris da estilista Coco Chanel.
Fatos históricos participam de toda a trajetória da moda, como o biquíni (grande impacto para a moda praiana da época), nomeado assim, devido ao nome de uma ilha bombardeada na Segunda Guerra Mundial. Até os anos 20, as classes sociais podiam ser identificadas pelas roupas que as pessoas usavam. Mas uma aceitação bem-sucedida por parte das mulheres em aderir peças práticas ao armário, tornou a moda mais acessível e atraiu um grande número de adeptas.
Estilistas renomados e inovadores
Os estilistas não criam apenas modelos, eles criam ideologias, inventam e reinventam. Conseguir combinar os elementos que a sociedade precisa em determinado momento histórico, exige estudo e visão no segmento de moda.
Confira a relação de alguns estilistas que revolucionaram a moda. Inspire-se e tire as suas próprias conclusões:
cocochanel1
– Gabrielle Chanel, a “Coco Chanel” (1883-1971): revolucionou a moda com a criação de roupas soltas e livre de amarrações, como o espartilho. Incorporou algumas peças masculinas ao armário feminino, a calça foi uma delas. A década de 20 foi exclusivamente de Coco e do seu icônico “pretinho básico”, que perdura até hoje.
CD
– Christian Dior (1905-1957): e seu New Look (1947) renovaram os ares marcados pela Segunda Guerra Mundial. Saias plissadas, cintura delineada, feminilidade, sofisticação e luxo fizeram dele um estilista da alta costura.
VELENTINO-e-i-suoi-abiti
– Valentino Garavani (1936): chamado de “vermelho Valentino” pela grande quantidade do tom vermelho em suas peças, detém o V (seu símbolo) mais reconhecido da moda. Seus modelos possuem cortes diferenciados que realçam a feminilidade.
mary quant
– Mary Quant (1934): ousada e revolucionária, a criadora da minissaia causou um boom nos anos 60. Mary considerava a moda terrível, e sua loja Bazaar foi símbolo da vanguarda das décadas de 60 e 70.
1966-Catherine-Deneuve-avec-Yves-Saint-Laurent2
– Yves Saint Laurent (1936-2008): o “Le Smoking” feminino, de 1966, foi uma grande inovação para todas as mulheres. O famoso terninho é usado em todas as ocasiões, trabalho, festas e até nos eventos mais sofisticados.
A democratização da moda no decorrer dos anos, trouxe para o novo século um leque de opções. Desde o início dos anos 2000, as lojas diversificaram as suas araras: de um lado você encontra vestidos para festas, formaturas e eventos requintados e do outro lado calças jeans.
Há algumas peças que regem o estilo de cada pessoa e que são insubstituíveis no guarda-roupa, mas ninguém está preso a uma regra, a não ser a do próprio gosto. O cinema, a televisão e as novas mídias impulsionam e repercutem as tendências.

VÍDEOS


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07
Set16

Top 10: motos que mudaram a história

António Garrochinho


hhhhhhhhhhh
Da primeira fábrica de motocicletas na Alemanha, em 1894, a tecnologia embarcada que salva vidas, o mundo das duas rodas teve seus modelos revolucionários. Que mudaram conceitos, seja pela beleza ou pelo pioneirismo.
Para descobrir a história dessas criações, selecionamos dez motos que mudaram os rumos da história. Confira abaixo a nossa lista.
10 – 1914 Indian 998 cm³
bbbbbbbbbA Indian Motorcycles Manufacturing Company foi fundada em 1901. Antes da primeira guerra mundial, a marca era considerada o maior fabricante de motos do mundo. A grande contribuição da Indian surgiu em 1914, com o modelo Indian 998 cm³ – nome alusivo à capacidade do motor aplicado. Foi a primeira motocicleta da história com partida elétrica e suspensão traseira com sistemas de braços oscilantes. Para muitos à época, era vista como a moto mais confiável de todos os tempos.
9 – A primeira motocicleta com motor quatro cilindros em linha
AAEspecializada na produção de armamentos bélicos, a indústria belga FN (Fabrique Nationale de Herstal) criou o primeiro motor de quatro cilindros em linha para motos, em 1905. Primeiramente com 365 cm³, passou para 410 cm³ no ano de 1906 e 498 cm³, em 1910. Outra curiosidade era a ausência de suspensão na traseira. No ano seguinte (1911), a moto da FN evoluiu ao receber um câmbio de duas marchas e embreagem.
8 – BMW K100, a primeira moto com freios ABS
ccccccccc
Entre 1983 a 1992, a BMW produziu o modelo K100, como motor de quatro cilindros em linha montado longitudinalmente. Contudo, a grande inovação apareceu, em 1988. Chegava às lojas a K100 com freios ABS. Foi a primeira moto equipada com sistema de freios antitravamento.
7 – Honda GL 1800 Gold Wing, a primeira com air bag
eeeeeeeeeee
Capacidade cúbica e equipamentos dignos de automóveis de luxo. A Honda GL 1800 Gold Wing traz, além do motor de 1.832 cm³, sistema de áudio, freios ABS, controle de velocidade, marcha à ré e três compartimentos para bagagens com abertura por controle remoto. Em 2007, a motocicleta ganhou também o air bag – o primeiro para motocicletas. O equipamento funciona por meio de quatro sensores que fazem uma leitura do impacto frontal e acionam a bolsa inflável para amortecer e reduzir o impacto do piloto.
6 – Yamaha RD50, a primeira moto fabricada no Brasil
jjjjjjjjjjj
A produção da Yamaha RD 50 começou em 1974, na cidade de Guarulhos (SP). Com motor de dois tempos e 50 cc, atingia a velocidade máxima de 80 km/h. A primeira moto fabricada no Brasil tinha como novidade o sistema de admissão diretamente no cilindro. O conjunto de suspensão dianteiro era composto de garfo telescópico com molas externas e, na traseira, braço oscilante com duplo amortecimento. Ambos os sistemas de freios (na dianteira e traseira) eram a tambor.
5 – Honda CB 750
dddddddddd
A famosa “sete galo” debutou no salão de Tóquio, de 1968. O motor de quatro cilindros em linha de 736 cm³, alimentado por quatro carburadores, levava o motociclista aos 192 km/h de velocidade máxima. A transmissão era de cinco marchas. Trazia duas grandes novidades: o freio a disco na dianteira e o comando de válvulas no cabeçote. Além disso, com seu preço acessível, é responsável pela expansão da marca Honda e queda das marcas britânicas, como Triumph e Norton. No final dos anos 90, foi eleita a moto do século.
4 – Suzuki GSX-R 750
ggggggg
Com desempenho de moto de competição, essa Suzuki “civil” estreou no mercado, em 1985. Seu motor de quatro cilindros em linha, DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote) e 16 válvulas desenvolvia 106 hp de potência máxima a 10.500 rpm e 6,52 kgfm a 8.000 rpm de torque máximo. A GSX 750 utilizava o SACS (Suzuki Advanced Colling System), um sistema que refrigerava os cilindros e pistões com o próprio óleo do motor. Desenvolvido pelo engenheiro Etsuo Yokouchi, foi amplamente empregado pela marca de 1985 a 1992 e ditou tendências no segmento de esportivas: foi uma das primeiras motos de rua projetada para ser a mais rápida nas pistas.
3 – Triumph Thunderbird 650
hhhhhhhhhhh
A bi-cilíndrica Triumph Thunderbird 650, pilotada pelo ator Marlon Brando, ficou eternizada no filme “O Selvagem” (The Wild One, 1953). A naked era o sonho dos motociclistas na década de ouro – visual refinado, bom desempenho, enfim uma moto com cara de moto. Fundada em 1887, por Segfried Bettman e Mauritz Schulte, em 1887, a companhia iniciou a fabricação de motocicletas em 1902 e chegou a ser uma das maiores do mundo. Depois de quase falir e renascer, a Triumph continua até hoje fabricando motocicletas na Inglaterra.
2 – Vespa
iiiiiiiiiiiii
Impossível falar de motos revolucionárias e não citar a charmosa Vespa. Construída pela italiana Piaggio depois da II Guerra Mundial, com pequenos motores dois tempos usados para dar partida nos aviões. Criada para ser um meio de transporte barato e acessível, a Vespa fez enorme sucesso pela sua simplicidade, robustez, elegância e, acima de tudo, baixo custo. E, depois que Gregory Peck levou Audrey Hepburn para dar uma volta em Roma no filme “A Princesa e o Plebeu”, o pequeno scooter ganhou notoriedade mundial. Fabricada até hoje, a Vespa é Cult.
1 – A primeira Harley-Davidson
ffffffffffff
Dois visionários chamados Arthur Davidson e William S. Harley adaptaram um antigo motor num quadro de bicicleta. Essa idéia resultou no início da marca mais cultuada de todos os tempos: a Harley Davidson. Entretanto, a primeira motocicleta H.D apareceu em 1904. A Silent Grey Fellow tinha motor monocilíndrico de 494 cm³ e desenvolvia 6,5 cv de potência máxima. Sua produção durou até 1912. Já o primeiro motor V-Twin da Harley Davidson apareceu em 1909.
eritonmotos.wordpress.com
07
Set16

HISTÓRIA DO SKATE

António Garrochinho





Inicialmente, o objetivo do skate era apenas deslizar sobre o solo. Hoje  é considerado um desporto radical, devido ao grau de dificuldade das manobras executadas.

O Skate teve origem na Califórnia, surfistas locais queriam fazer do surf um divertimento também nas ruas, onde no começo, o nome da nova diversão era Sidewalk Surf.

O Skate daquela época (1960) era muito diferente do que é hoje. Não possuíam nose nem tail, eram apenas uma tábua de madeira com 4 rodinhas. O novo “Surfe no asfalto” contagiou tanto as pessoas, que rapidamente ganhou seu espaço, praticantes e admiradores.
Em 1970 o Sidewalk Surf, já conhecido como Skate, sofreu uma revolução, novas rodinhas foram estudadas e feitas de um material chamado uretano. Com a ajuda dessas rodinhas, o Skate passou a pesar por volta de 2,5kg.

Um grupo de garotos revolucionou ainda mais o Skate. Em 1975, mostraram ao mundo que era possível fazer manobras de Surf sobre o ele. Mais conhecidos como Z-Boys, faziam parte da equipe Zephyr  da Califórnia, de um lugar que chamavam de Dogtown.
Uma das primeiras e muito importante manobras do Skate, o famoso Ollie, foi inventada em 1979 por Alan Gelfand, onde os skatistas pulavam obstáculos. Hoje o Ollie é base de qualquer manobra, o Skate nunca mais foi o mesmo. Essa manobra abriu a mente dos skatitas para o que era até então impossível, ai veio à criatividade nas manobras.

"Em 1976 nós andávamos de skate em piscinas vazias. Ninguém sabia o tudo o que se podiam fazer então nós nos divertíamos e víamos até onde podíamos forçar" – DIZ Wally Inouye.

Na década de 80, um dos revolucionários do Skate Street foi o glorioso Rodney Mullen, considerado por muitos, o melhor skatista o mundo até hoje.

Mullen foi responsável por 39 manobras, como kickflip, heelflip, hardflip, casper, darkslide, rockslide, 50-50, body varial, nollieflip underflip, primo, reemo, varialflip, inward heelflip, 360 flip, fs flip, bs flip, varial heelflip, fs heelflip, bs heelflip, etc...

Nessa mesma época, Tony Hawk inovou o Skate no Half Vertical, sempre procurando ultrapassar limites de criatividades e dificuldade das manobras. Vencendo barreiras de preconceito, o Skate vem crescendo e inovando até os dias de hoje.






www.skateboardbrasil.com.br
07
Set16

Os 10 carros mais revolucionários da história

António Garrochinho


Estes são os veículos com inovações tecnológicas que mudaram a história do automóvel 

 Benz Motorwagen 1896

Os 10 carros mais revolucionários da história

Nem mais nem menos do que o primeiro carro na história. O inventor Karl Benz criou este triciclo motorizado em que sua esposa e filhos realizaram a primeira viagem da história. 

Utilizava um pequeno motor de um cilindro, com a produção de 1,1 cv 462cc ligorin combustível.  

mobilidade humana nunca mais seria a mesma; desde então, o carro iria se tornar um elo vital para o progresso. 


Ford Modelo T 

Ford T foi produzido entre 1908 e 1927 tornando-se o primeiro carro acessível na história . 

Enquanto o Motorwagen Benz começou a história automóvel , o Modelo T revolucionou a forma como os carros foram fabricados com a linha de produção inventada por Henry Ford , facilitando a produção e tornando o processo mais económico. Graças a este sistema,foram produzidos nafábrica da Ford em Michigan mais de 15 milhões de Modelo T, que ajudou a mobilizar a classe média EUA .. 

A invenção foi tão revolucionária que hoje todos os carros são produzidos neste formulário (com as respectivas melhorias, claro).


Citroen DS 

DS foi o sucessor para o Traction Avant  e , trouxe grande tecnologia para os carros. Primeiro foi o sistema de suspensão hidropneumática que não só absorvia o terreno irregular como nenhum outro, mas também se ajustava à altura Em adição, ele usou sistema de freio a disco e, embora ele não fosse o primeiro a usa -lo , foi o único que se popularizou  

O problema que  tinha era a complexidade desses sistemas, a suspensão era delicada e os travões de disco foram colados à transmissão que complicou manutenção. 


Oldsmobile F85 Turbo Jetfire 1962 

A primeira vez que um turbo chegou a uma produção de motores de automóveis foi em 1962 pela Oldsmobile. Antes disso, os turbos foram apenas utilizado na aviação para compensar  a perda de potência devido à baixa pressão atmosférica em altitude elevada. 

E foi, então, que a empresa viu a oportunidade de extrair mais potência do motor V8  


Volvo Amazon 

Volvo Amazon era um carro produzido entre 1956 e 1970

A grande contribuição deste carro foi a introdução de série de cintos de segurança de três pontos, marcando o início da preocupação com a segurança dos ocupantes de automóveis. 

Hoje , essa preocupação atingiu níveis que nos anos 50 eram impensáveis ??e tornou-se uma prioridade, desde o design exterior para o desenvolvimento de novas tecnologias de segurança passiva e ativa. 

Mercedes-Benz S-Class 1991 

De acordo com a NHTSA (National highway Traffic Safety Administration), a questão da segurança mais importante depois do cinto foi o o controle de estabilidade. 

Surpreendentemente, foi concebida antes do airbag (visto pela primeira vez na Classe S 1979). 

O primeiro fabricante a introduzir um carro de produção foi a Mercedes-Benz com o seu modelo topo de gama, o S - Classe 1991. 

Desenvolvido a partir do sistema ABS ajuda a manter o carro em perfeita direção

Hoje, praticamente todos os carros no mundo moderno tem este sistema. 

Cadillac Type53 1916. 

Além de incorporar o novo sistema de ignição eléctrica do Cadillac 1912  o Type 53 de 1916 é o primeiro carro na implementação do layout de controle como nós conhecemos hoje. 

Antes deste carro, cada um tinha diferentes para  alavancas, pedais e outras complicações que o usuário tinha de aprender a mover em cada sistema do veículo. 

Cadillac 1916, usou um volante, três pedais no chão: embreagem, freio e acelerador na ordem da esquerda para a direita, a alavanca de velocidades entre os assentos dianteiros e o freio de estacionamento um pouco atrás da alavanca. 


Citroën Traction Avant 

Tração às rodas dianteiras

 Enquanto os outros carros naquela época (1934-1957) foram construídas sobre uma estrutura de aço, o Traction Avant tinha"chassis" e o corpo de uma só peça, conseguindo assim um melhor rigidez estrutural, menor peso e mais espaço na cabine. 

759,111 unidades deste carro francês foram fabricadas

Austin-Morris Mini

Foi a altura em que invadiram a Europa os carros de pequenas dimensões . British Motor Corporation (BMC) decidiu, em 1959, criar um veículo que iria revolucionar completamente a construção de carros, tanto de modo que hoje a maioria dos carros são construídos dessa maneira. 

Não é nem mais nem menos do que o primeiro carro com motor transversal dianteiro, o que significa que a unidade e transmissão são colocados em toda a largura do carro e não junto.


Semper Vivus Lohner-Porsche 1899 

La idea de un auto impulsado por dos fuentes diferentes de energía (auto híbrido) no es tan reciente como se podría pensar, de hecho es casi tan antigua como el mismo automóvil. Ferdinand Alexander Porsche, en conjunto con el empresario Jacob Lohner, entregaron en 1899 la patente para un carruaje impulsado por dos motores, uno a nafta y dos eléctricos colocados en las ruedas delanteras. Así, en 1900 nació el primer auto híbrido de la historia. Desgraciadamente la tecnología no se continuó desarrollando por la dificultad que representaban el peso y eficiencia de las baterías (obstáculo que hasta hoy en día no se ha terminado de superar).

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07
Set16

Da revolução ao lar, do lar à revolução

António Garrochinho



Camila Moraes Monteiro
Mariana Imbelloni Braga Albuquerque



A mulher nasce e vive igual ao homem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas a não ser no bem comum.
Declaração dos direitos da mulher e da cidadã ? 

Olympe de Gouges1791 

Embora, sem dúvida, esteja pouco a pouco a passar o tempo em que as mulheres imaginavam dever imitar os homens em todos os domínios em que pretendiam dar provas do seu valor (...)- estamos muito longe ainda de encarar com respeito tudo que é específico da mulher.
A humanidade da mulher ? 

Lous Andreas-Salomé1899
A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, viu saírem às ruas e lutarem por seus direitos, em meio à população das cidades, as até então ?reclusas? mulheres. Uma vez lutando em conjunto com os homens pela Revolução, nela procuraram participar, sendo ativas em suas decisões, tomando parte em suas conquistas. Passado o período de maior convulsão, porém, foram novamente afastadas do espaço político. Mesmo no fim do século XIX, sua posição na sociedade ainda não estava bem definida, oscilando entre afirmar a igualdade e a desigualdade perante ao homem. Como entender esse aparente retrocesso? Teria ficado a mulher depois da revolução restrita ao ambiente doméstico? As transformações nos direitos da mulher só podem ser compreendidas como uma lenta evolução, marcada por avanços e retornos. Sem grandes marcos, porém em constante movimento.
A gradual abertura à participação feminina inicia-se na França revolucionária: as multidões não hierarquizadas são propícias à atuação da mulher. Dessa forma, estarão as mulheres presentes na queda da Bastilha em julho de 1789; a marcha sobre Versalhes, no mesmo ano, é iniciada por um conjunto de agitadoras, sendo as ?bota-fogo? dos pequenos e grandes motins do período. A fase de defesa da Revolução contra os ataques externos (Guerras Revolucionárias sob o governo da Convenção) tornou ainda mais disseminada a responsabilidade pela manutenção das mudanças.

?A liberdade guiando o povo? - Eugène Delacroix
Não só a mulher como agitador,a à frente do levante, mas como próprio símbolo dos ideais revolucionários

A elas também cabia o mesmo empenho que o do homem, seja na economia de racionamento imposta às cidades, seja no papel ativo nos conflitos. Disfarçadas de homens algumas iam aos campos de batalha lutar junto de seus maridos, pais ou irmãos; uma ousadia que contestava a ideologia iluminista de fragilidade física e intelectual feminina Mas sua participação não fica restrita aos momentos de convulsão. Exatamente por participar deles, a mulher começa a buscar direitos que lhe eram negados. Mesmo não podendo votar, participam ativamente das assembléias políticas, até em número, por vezes, superior aos dos homens. E não eram meras espectadoras, reagiam aos debates com aplausos e gritos de reprovação ou concordância, influenciando o curso da assembléia. Por sua atuação ?barulhenta? e por, durante a sessão, dedicarem-se a trabalhos manuais, como o tricô, ficaram conhecidas como tricouteses. A participação feminina era feita principalmente entre grupos de mulheres, a vizinha era a companheira de revolução, não o marido. Reuniam-se, assim, em organizações próprias, visto que não tinham acesso aos grupos revolucionários masculinos. Ficavam restritas, pois, à clubes e sociedades, nos quais discutiam as leis e os problemas políticos locais.


Charlotte Courday e Olympe de Gouges
Exemplos de participação ativa e representativa de mulheres na Revolução. Charlotte foi a assassina do líder revolucionário Marat. Já Olympe se empenhou em diversas lutas a favor dos direitos das mulheres, criando, inclusive, a ?Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã? como resposta à excludente ?Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão.?

Outra marcante conquista feminina dos tempos revolucionários foi a das liberdades civis; mesmo que não igualitária, a mulher adquiriu uma certa cidadania. A possibilidade do divórcio e o estabelecimento do casamento civil, por exemplo, colocam a mulher em posição simétrica ao homem, pelo menos nesse campo. Criam, também, uma argumentação política de que aquela que pode escolher seu marido e dele se separar poderia, na mesma lógica, opinar na escolha do governante. A despeito disso e do ativo papel nas ruas, para a Convenção ficou estabelecido, na voz do deputado Amar, que ?Não é possível que as mulheres exerçam direitos políticos.?. Dessa forma, no desenrolar da revolução, a mulher é requisitada para as ações diretas, mas excluída das discussões posteriores. Com o fim da Convenção e das Guerras Revolucionárias, ou seja, com o fim da fase radical e ascensão do Diretório e de Napoleão, as mulheres serão reconduzidas às posições pré-1789. A sociedade retoma sua ordem e, consequentemente, seus direitos sobre a parcela feminina, mesmo os clubes e sociedades são proibidos.

Desde quando é habitual ver a mulher abandonar os piedosos cuidados do seu lar, o berço dos seus filhos, para vir para a praça pública arengar nas tribunas?
Chaumette, a favor da proibição da reunião de mulheres em clubes e sociedades, final de 1793


A execução de Olympe de Gouges
A própria que havia dito? A mulher tem o direito de subir ao cadafalso; deve ter igualmente o direito de subir à tribuna?
Olympe subiu ao cadafalso sem ter tido o direito de subir à tribuna.

Assim, as que se podem considerar primeiras conquistas femininas, foram marcantemente limitadas. Embora não cessassem de reivindicar, com bastante barulho, aliás, seu direito de participação política e de igualdade de direitos civis, o alcance das modificações foi muito restrito. O estatuto civil concedido à mulher era ainda muito inferior ao masculino, seu direito a voto nem era cogitado. A própria restrição ao direito de se reunir em clubes, aliada à de voz nas tribunas, demonstram como a opinião feminina era desconsiderada.
Mas apesar das inumeras restrições à atuação das mulheres e do retorno à situação anterior , a Revolução Francesa foi o primeiro momento em que se discutiu tal questão. Mesmo que não houvesse ainda conquistas definitivas, o papel da mulher foi colocado em pauta, e seria tema constante de discussão no século seguinte. O início do século XIX foi marcado pela negação de qualquer concessão oficial à participação feminina, tanto para a dama burguesa quanto para a mulher do povo. Enquanto as damas ficavam cada vez mais restritas ao espaço privado das casas e dos salões, a mulher do povo circula nas ruas, lava a roupa, vende. Mesmo quando começa a ser requisitada como operária, não possui participação política reconhecida. Os próprios dirigentes das centrais sindicais, na maioria das vezes, vetava a participação feminina. Eram mesmo acusadas pelos companheiros de fábrica de influenciarem na exploração dado o baixo salário que recebiam.
Porém, tal ausência de direitos não leva à passividade. A atuação das mulheres nos levantes permanece na primeira metade desse século. Eram também elas que incitavam os demais a participarem dos motins que ocorriam nas cidades, seja por um aumento no preço do pão, por um conflito com a guarda ou algum distúrbio urbano. Há, contudo, uma mudança na função feminina nas agitações, ao invés de iniciarem, passam a ser coadjuvantes. Mesmo que desconsiderada do ponto de vista político e jurídico, mesmo que as lutas pontuais das quais participava não tivessem vitórias duradouras, a mulher seguia inserida nas revindicações da sociedade.
Essa participação esporádica na vida política mostra que depois da Revolução a mulher não mais acatou a condição excludente que lhe era imposta. A cada abertura na hierarquia social, para as mais diversas manifestações, ela se inseria, mesmo que fosse afastada a cada ordem reestabelecida. Nessas idas e vindas do lar para a revolução, da revolução para o lar, a mulher vai conquistando um papel crescente na sociedade, na sua forma de pensar, na sua imaginação. As reivindicações femininas ganham mais vozes, apesar ainda das muitas contestações. A lenta transformação do papel da mulher segue seu curso, sem grandes marcos, sem muitas vitórias imediatas, mas, uma vez inaugurada, em constante luta. Somente o século XX veria os resultados legais dos embates iniciados no XVIII, mas isso não significa que o período intermediário tenha sido de marasmo, pelo contrário. Mesmo que não vitoriosas, as lutas do século XIX possibilitariam as conquistas posteriores.

Cronologia1789 ? Julho: Queda da Bastilha: participação ativa das mulheres nesse e em outros movimentos.
Agosto: Publicação da ?Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão?
1791 ? Em resposta, Olympe de Gouges publica uma ?Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã?, ampliando para os dois sexos as propostas da anterior.
1792 ? 1794 ? Guerra Revolucionária
1795- 1799 ? Ascensão do governo do Diretório: Estabilidade Revolucionária, retomada da ordem social.
1799 ? Início do governo Napoleônico no Consulado.

Bibliografia
GOUDINEAU, Dominique. ?Filhas da liberdade e cidadãs revolucionárias? IN: História das Mulheres no Ocidente. (Michele Perrot e George Duby, org.), Vol. 4. Porto. Edições Afrontamento, 1991
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. 19ª ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005
PERROT, Michelle. Mulheres. IN: Os Excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1988.
SLEDZIEWSKI, Élisabeth G. ?Revolução Francesa: A viragem.? IN: História das Mulheres no Ocidente. (Michele Perrot e George Duby, org.), Vol. 4. Porto. Edições Afrontamento, 1991

Núcleo de Estudos Contemporâneos - UFF
07
Set16

AS MULHERES REVOLUCIONÁRIAS QUE MUDARAM A HISTÓRIA

António Garrochinho


Homenagem as mulheres que mudaram e muito, o rumo da história feminina no mundo. Listando as seis que vocês precisam conhecer.

– Simone de Beauvoir
Ela é considerada a papisa do feminismo. Seu livro, “O segundo Sexo”,  foi visto como um atentado ao pudor na época do lançamento, em 1949. Só nos anos 60, as mulheres viram a real importância da obra, que criou as bases do feminismo e é tida como uma das 100 mais importantes do século 20. Está tudo ali: a forma como as tradições políticas e sociais justificam o patriarcado e a opressão masculina, como criaram a tese da inferiorização da mulher, os programas para a liberação feminina, o questionamento da instituição do casamento.
Com o livro em punho, as mulheres mudaram o mundo. Além disso, a própria vida de Simone, que representava a quintessência da liberdade, inspirou milhões de jovens. Ela viveu uma das maiores histórias de amor de todos os tempos com Sartre, sem nunca morar com ele. Sem ” O Segundo sexo” não existiria aborto, divórcio, nem mulheres ministras e presidentes.

– Betty Friedan
Os machistas fizeram de tudo pra colocar ela pra baixo, associando seu nome e sua feiúra – que ela afirmava ser “uma praga” em sua vida – a um bando de mal-amadas. Betty foi vítima de piadas a vida toda, mas deu a volta por cima e entrou para a história como ícone da luta feminina.
Tudo começou quando ela escreveu o livro “A Mística Feminina”, em 1963, que se tornou o estopim da chamada “segunda onda” do movimento de emancipação, oWomen’s Lib. No livro, a psicóloga Betty, que tinha que ser apenas dona de casa, mostrava a insatisfação de mulheres como ela, impedidas de atingir todo seu potencial. Entre outras coisas, brigava pelo nosso direito de ter uma profissão e pela divisão de tarefas domésticas. Antes dela, nada disso era discutido


– Coco Chanel
Ela apareceu nos anos 20 e nos livrou do espartilho, das roupas apertadas e dos chapéus incômodos e nos deu de presente o conforto e o luxo contido. As peças leves de jérsei, a bolsa a tiracolo, o suéter folgado, o cardigã, o tailleur, o estilo estilo navy e o pretinho básico são algumas das inúmeras invenções da francesa Gabrielle Bonheur Chanel, conhecida como Coco Chanel. Ela também foi uma das primeiras mulheres a aderir o estilo boyish. Em 1909 abriu uma butique de chapéus. Pouco depois, um ateliê de costura, teve um sucesso enorme, mesmo antes de lançar o perfume Chanel no 5 e a bolsa 2.55. Continuou a criar e brilhou até morrer, aos 88 anos, no hotel Ritz, onde morava. Teve vários namorados, mas nunca se casou.

– Frida Kahlo
Uma das mais famosas artistas mexicanas é vista por muitos como um ícone da criatividade feminina. Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que ganhou o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Dizem que por isso, mais tarde, passou a usar longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas registradas.
Frida começou a pintar depois de ficar gravemente ferida em um acidente de ônibus, no qual fraturou a coluna e a pélvis. Ela produziu diversas pinturas enquanto se recuperava e também foi ativista política, juntando-se à liga das jovens comunistas e à organização mexicana dos comunistas. Kahlo foi uma das primeiras mulheres famosas a se assumir bissexual e uma das primeiras mulheres que se tem notícia a se casar e morar em casas separadas como ela fez com Diego Rivera em 1940.

– Virginia Woolf
A emblemática escritora inglesa revolucionou a literatura do século XX ao abordar em seus livros questões relacionadas à mulher e ao seu papel na sociedade. Em 1917, fundou com seu marido, Leonard Woolf, a editora Hogarth Press, o que deu a Virgínia a chance de publicar seus livros assumindo a própria autoria, prática incomum para as mulheres da época. Virginia é considerada a maior romancista da língua inglesa e foi integrante do movimento modernista inglês. Em 1922, chegou a viver um romance com a também escritora Vita Sackville-West, o que a levou a abordar a questão homoafetiva e feminista em alguns de seus livros, inspirando futuras leitoras e ativistas anos depois.


www.gwsmag.com
07
Set16

Sobre a condecoração do Presidente da República a António Champalimaud

António Garrochinho


O PCP não pode deixar de registar negativamente a condecoração atribuída pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a António Champalimaud a título póstumo, porquanto este acto do Presidente da República, se insere na reabilitação de alguém que acumulou uma fortuna colossal assente nas benesses do Estado, na brutal exploração do povo português e dos povos das colónias à custa de negócios obscuros, de um dos monopolistas que foi esteio do regime fascista. Não se pode branquear nem apagar esta realidade a pretexto da filantropia de Champalimaud.

07
Set16

"Angelina Jolie do Curdistão" morreu a combater o Estado Islâmico

António Garrochinho



Asia Ramazan Antar, conhecida como "Angelina Jolie do Curdistão"

Asia Ramazan Antar era conhecida como "Angelina Jolie do Curdistão". Militar destacada pela beleza, morreu recentemente em combate com o Estado Islâmico.

Apesar de ser mais parecida com a espanhola Penélope Cruz, Asia Antar era conhecida como "Angelia Jolie" do Curdistão. Um epíteto que deriva da beleza da jovem curda, de 22 anos, que, em 2014, se juntou às Unidades Femininas de Proteção, a ala feminina do braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), as Unidades de Proteção Popular.

Asia Antar foi "feita mártir numa batalha contra o Daesh (acrónimo árabe de Estado Islâmico)", perto da fronteira entre a Turquia e a Síria, refere uma mensagem colocada na página do Facebook "Queremos liberdade para o Curdistão".

Conhecida no Ocidente pela beleza, Asia é reconhecida pelo envolvimento em numerosas batalhas contra o Estado Islâmico e um dos elementos mais destacados das Unidades Femininas de Proteção, sub-milícias que contam com mais de 10 mil mulheres nas fileiras.


 http://www.jn.pt

07
Set16

07 de Setembro de 1822: D. Pedro proclama a Independência do Brasil

António Garrochinho


Nos últimos anos do século XVIII, registaram-se no Brasil alguns movimentos conspirativos, as "inconfidências", tendentes a criar um país independente, de regime republicano. Influenciados pelo Iluminismo europeu, pelas ideias revolucionárias provenientes da França e pelo exemplo recente da Revolução Americana, estes conspiradores - soldados, advogados, artesãos - eram na generalidade portadores de projetos vagos, que apenas demonstravam a existência de uma cultura oral contestatária da política e da religião oficiais. Isolados nos seus núcleos secretos, sem apoio popular, que não buscavam sequer, foram firmemente reprimidos e eliminados pela justiça colonial portuguesa.


A independência do Brasil veio, mais tarde, a ser concretizada por forças políticas ligadas à Coroa portuguesa e como consequência de duas situações de crise profunda da política metropolitana, que afetaram grandemente as relações entre Portugal e o Brasil: a fuga da família real para o Brasil, em 1808, e a consequente deslocação da capital para o Rio de Janeiro, quando as tropas de Napoleão invadiram Portugal e aquando da Revolução de 1820.

Quando eclodiu a revolução em Portugal, o rei D. João VI encontrou-se perante um dilema - se permanecesse no Brasil, perdia o trono em Portugal; se regressasse a Portugal, legitimava uma revolução em que não acreditava nem confiava. Qualquer das opções representava um perigo, não apenas para os interesses da realeza, mas também para os de numerosas regiões brasílicas, que haviam beneficiado da transferência do poder real para o Rio e da transformação subsequente do Brasil em fulcro da economia do império.

O debate arrastou-se e, em março de 1821, o rei, regressado a Portugal para fazer face à Revolução Liberal, promoveu a eleição de deputados para o Congresso reunido em Lisboa. A regência do Brasil ficava entretanto assegurada pelo príncipe D. Pedro, o herdeiro da Coroa portuguesa, que se viu imediatamente confrontado com a divisão da colónia em dois grandes blocos, dificilmente conciliáveis, organizados em torno da defesa de interesses económicos particularistas - as províncias setentrionais apoiavam as Cortes de Lisboa e recusavam subordinar-se ao Rio, enquanto as meridionais permaneciam ao lado do regente sem, contudo, o apoiarem financeiramente.

D. Pedro procurou e conseguiu então o apoio da elite de formação coimbrã, partidária da preservação de um império luso-brasileiro. Confrontado com as determinações das Cortes de Lisboa, que acarretavam a subordinação dos poderes coloniais diretamente a Lisboa e o seu imediato retorno a Portugal, D. Pedro optou pela desobediência às ordens das Cortes e permaneceu no Brasil, o que fez desencadear novos conflitos. A opção separatista reforçou-se e acabou por vencer, embora numa fase inicial quedando-se apenas por uma autonomia política que não chegou à total separação formal entre Brasil e Portugal.

No entanto, a radicalização das posições levou o Brasil para um outro rumo - a 7 de setembro de 1822, D. Pedro consumou irrevogavelmente a separação do Brasil, no histórico episódio chamado Grito do Ipiranga, sendo aclamado imperador em outubro e solenemente coroado em dezembro do mesmo ano.

A celeridade e o endurecimento do processo não esconde, todavia, um facto fundamental - o motor da independência foi uma reduzida elite política, organizada em torno de uma figura reinante, e não um movimento popular dotado de uma consciência de identidade nacional. A independência do Brasil foi, fundamentalmente, o resultado de um combate pela posse do poder dentro do Império.

Independência do Brasil. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012
wikipedia (Imagens)


 Ficheiro:Independence of Brazil 1888.jpg
Independência ou Morte Pedro Américo

Ficheiro:Independencia brasil 001.jpg

Independência do Brasil - François-René Moreau

D. Pedro I do Brasil, IV de Portugal  c. 1830, de Simplício Rodrigues de Sá.
07
Set16

PSP mata homem a tiro em operação no Vale da Amoreira

António Garrochinho



Agentes abordaram indivíduo que ripostou, ferindo um deles no peito com um machado

Um homem foi morto a tiro por um agente da PSP em Vale da Amoreira, na Moita, distrito de Setúbal. Dois agentes tentavam identificar o indivíduo na via pública quando este, usando um machado e uma faca, os agrediu. Um deles, que ficou ferido no pescoço com maior gravidade - mas não corre risco de vida - disparou e atingiu mortalmente o suspeito.

Ao DN, fonte do comando de Setúbal revelou que os polícias abordaram o suspeito na via pública no cumprimento de um mandado de detenção e o indivíduo "virou-se contra os agentes".

"Os dois elementos da PSP que costumam fazer notificações viram um indivíduo na rua que suspeitavam que tinha um mandado de detenção. Quando o abordaram para o identificar, sem que nada o fizesse prever, o indivíduo agrediu um agente com um machado e uma faca", adiantou à Lusa a comissária Maria do Céu, da PSP de Setúbal.

Na sequência desta agressão, "o agente da PSP foi obrigado a disparar em legítima defesa", acrescentou. O outro agente no local também sofreu ferimentos, um corte ligeiro no braço, e foi assistido, mas já teve alta hospitalar.

"O agente da PSP sofreu ferimentos com um machado e uma faca na zona do peito, perto do pescoço. Não sabemos ainda a exata gravidade dos ferimentos, está no hospital, mas não corre risco de vida", referiu a mesma fonte.

O alerta para o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal foi dado às 10:44; o caso ocorreu na Avenida Almada Negreiros, no Vale da Amoreira.

"O agente da PSP foi transportado para o hospital do Barreiro, com ferimentos graves, enquanto o outro envolvido se encontrava já cadáver", disse fonte do CDOS.

Segundo a mesma fonte, estiveram no local 39 operacionais e dez veículos, da PSP, GNR, dos bombeiros da Moita e dos bombeiros Sul e Sueste, do Barreiro.

www.dn.pt
07
Set16

Riberalves condenada por obstrução a plenário de trabalhadores

António Garrochinho


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O Sintab informa que a empresa dedicada à indústria e transformação de bacalhau terá que pagar uma coima de 33 mil euros por ter desrespeitado a Lei Sindical.


A empresa Riberalves tentou obstruir um plenário de trabalhadores
A empresa Riberalves, localizada na Moita e em Torres Vedras, foi condenada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) do Barreiro, por denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) e dos trabalhadores, a uma contra-ordenação muito grave, com uma coima a rondar os 33 mil euros, por obstrução a um plenário de trabalhadores. Segundo o sindicato, este foi marcado correctamente, havendo assim por parte da empresa «desrespeito à legislação vigente em Portugal respeitante à Lei Sindical».
A estrutura sindical afirma em comunicado que «fica mais uma vez provado que a Administração da Riberalves, sabendo o risco que corria em obstruir o plenário do Sintab, optou por fragilizar financeiramente a empresa», em vez de «respeitar os seus trabalhadores». Lembra ainda que «uma empresa que paga o salário mínimo nacional na sua maioria» prefere desrespeitar a lei e ser condenada em 33 mil euros.
O sindicato sublinha que nunca se tinha deparado com esta situação, «pois jamais houve uma empresa, nas milhares onde o Sintab está em Portugal, que se recusasse à realização dos plenários». No final do comunicado o Sintab afirma que irá marcar novamente plenários, onde serão discutidas «formas de luta» dos trabalhadores.

www.abrilabril.pt

07
Set16

"Grande muralha de Calais". Reino Unido e França constroem muro para travar imigração

António Garrochinho


Vista aérea da "Selva" de Calais L


O muro deverá estar pronto até ao final do ano para impedir a entrada de migrantes no Reino Unido

O Reino Unido anunciou esta quarta-feira que vai construir um muro na cidade de Calais, a norte de França, para impedir que migrantes tentem entrar nas ilhas britânicas através do Canal da Mancha. O muro estará concluído até ao final do ano, segundo o ministro do Interior inglês.

A "Grande Muralha de Calais", como já está ser chamada pelos meios de comunicação ingleses, vai ter quatro metros de altura e um quilómetro de comprimento ao longo da estrada de acesso ao porto de Calais. A construção, que deverá começar este mês, será totalmente financiada pelo governo britânico e deverá custar cerca de 2.7 milhões de euros.

"Nós vamos começar a construir este grande muro em breve", afirmou o ministro do Interior inglês, Robert Goodwill. "Nós construímos uma cerca, e agora vamos construir um muro".

A construção deste muro foi acordada em março entre a França e o Reino Unido. Espera-se que a nova barreira impeça os milhares de migrantes que neste momento estão na "Selva de Calais", o campo de refugiados improvisado na cidade francesa, de chegarem ao Reino Unido.



Esta semana foi organizada uma manifestação que pedia o desmantelamento do campo de refugiados, pois os mais de sete mil migrantes que ali vivem estão a perturbar o normal funcionamento da zona.

Camionistas e empresas de transportes queixam-se que os refugiados várias vezes atacam os camiões que vão para o Reino Unido e tentam entrar nos veículos para passarem despercebidos pelas autoridades. Os habitantes de Calais dizem que as máfias de tráfico humano são um risco à segurança e que a cidade não aguenta mais.



Estima-se que todos os dias cheguem entre 40 a 80 pessoas à "Selva", a maioria vindos do Afeganistão, Somália, Sudão e do Curdistão, e com o objetivo de chegar ao Reino Unido.

O muro anunciado pelo Reino Unido é mais uma das barreiras físicas que têm sido construídas pela Europa para travar a imigração. A Hungria anunciou que construiria um muro na fronteira com a Sérvia em 2015 e a Áustria anunciou que faria o mesmo na fronteira com a Hungria


www.dn.pt.
07
Set16

MUROS

António Garrochinho
HÁ MUITOS ANOS QUE SE DERRUBOU O MURO DE BERLIM QUE TENDO O SEU SIGNIFICADO POLÍTICO E HISTÓRICO LIGADO À 2ª GUERRA MUNDIAL AINDA HOJE DÁ PANO PARA MANGAS AOS QUE PREFEREM A DISTORÇÃO E OUTROS DESCONHECEM A RAZÃO DE TAL SEPARAÇÃO.
TEMOS AGORA OS MUROS VERGONHOSOS, OS MUROS ERGUIDOS A CADA MINUTO POR TODO O MUNDO DESDE A PALESTINA, MÉXICO, HUNGRIA E PELA EUROPA "HUMANITÁRIA"
HÁ QUEM NÃO FALE NELES, OS HIPÓCRITAS, OS TRAFULHAS, AQUELES QUE SÓ TÊM UMA LEITURA DA HISTÓRIA, A DO FASCISMO E DO CAPITALISMO.

SÓ A MURRO !


António Garrochinho
07
Set16

Crise: mais de 30% dos portugueses deixaram de jantar fora e 13% comem pior

António Garrochinho


Os dados resultam do primeiro grande inquérito sobre sustentabilidade em Portugal, que será apresentado esta manhã, em Lisboa.


O estudo sobre sustentabilidade em Portugal, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, mostra uma mudança nos hábitos alimentares dos portugueses, por causa da crise.



O jornalista Miguel Videira falou com uma das coordenadoras do estudo, Luísa Schmidt, que realçou algumas das principais conclusões do estudo
Mais de 30% dizem que deixaram de ir a restaurantes. Preferem comer em casa, levar a marmita para o trabalho e cultivar os próprios legumes o que, em alguns casos, se traduziu numa alimentação mais saudável. Há ainda cerca de 13% que afirmam mesmo que comem pior desde que a crise se instalou.

REGISTO AUDIO


O inquérito fala mesmo num consumidor constrangido que, antes de comprar, procura gerir as poupanças. Luísa Schmidt, uma das coordenadoras do estudo, diz que a palavra de ordem é mesmo procurar tudo o que seja gratuito.

O primeiro grande inquérito sobre sustentabilidade em Portugal é apresentado esta manhã, em Lisboa, com a presença dos ministros do Trabalho e do Ambiente. À tarde, Marcelo Rebelo de Sousa estará também no Instituto de Ciências Sociais.

www.tsf.pt

07
Set16

Poraquê: O Matador de Jacarés

António Garrochinho


Não possuindo nem presas ou garras para matar, mas o Poraquê possui uma das maiores defesas do reino animal, ele consegue dar uma descarga elétrica de 500 volts.


“Aquele que põe para dormir”. Esse é o significado do nome do peixe amazônico poraquê (Electrophorus electricus). Mas não se engane! Isso não tem nada a ver com canções de ninar. O poraquê é temido pelos ribeirinhos e é capaz de derrubar um cavalo. Mas como isso acontece? Se prepare, porque a resposta é “eletrizante”!

poraquê possui células modificadas capazes de gerar eletricidade, os eletrócitos. Quando ameaçado, produz uma descarga elétrica que pode chegar a 500 volts, o suficiente para matar um homem adulto.  Ochoque é terrível: os músculos se contraem de forma tão intensa que é impossível controlar os movimentos. Os órgãos internos são danificados, o coração entra em colapso e finalmente para de bater. Essa habilidade lhe rendeu outro nome: peixe-elétrico.



No vídeo Peixe-elétrico mata jacaré,  é possível ter uma ideia desse poder “de fritar o cérebro”. (Alerta para as pessoas sensíveis: o vídeo é chocante!)

VÍDEO




Mas não pense que a energia acaba por aqui, a vida do peixe-elétrico é repleta de “raios e trovões”. Ele emite pulsos de baixa voltagem enquanto se aproxima lentamente. Quando a presa se encontra em seu raio de alcance, o peixe-elétrico confere a descarga elétrica fatal e pega seu almoço requentado pelas micro-ondas.


poraquê não é o único peixe capaz de utilizar a eletricidade para perceber o ambiente, mas é o peixe elétricocom a maior descarga conhecida até hoje.

bio-orbis.blogspot.pt
07
Set16

As Abelhas Azuis Australianas

António Garrochinho



Conhecidas internacionalmente como “Blue Banded Bee”, as abelhas-azuis (Amegilla cingulata) são animais endêmicos da Austrália que chamam a atenção por conta da cor azul no abdômen.


Pertencente ao gênero Amegilla, também podem ser encontradas em toda a região entre a Ásia e o Pacífico.

Atualmente, várias organizações científicas estão conduzindo pesquisas sobre como essas abelhasbeneficiam a agricultura através do seu distintivo "polinização do zumbido". Estas abelhas são muito importantes para a produção de alimentos e contribuem para, pelo menos, 30% das culturas na Austrália.

Taxonomia

A. cingulata foi descrito pela primeira vez pelo dinamarquês entomologista Johan Christian Fabricius em 1775. Seu epíteto específico cingulata é do cíngulo palavra latina ("cinturão") se referindo a bandas da abelha. O gênero Amegilla contém mais de 250 espécies adicionais, mas vários são virtualmente indistinguíveis de A. cingulata, por isso são comumente confundida com ele.

Descrição

A. cingulata tem uma aparência muito marcante, semelhante a várias outras espécies de Amegilla. Ao contrário de abelhasprodutoras de mel, elas tem listras azuis opalescentes pálidos em seu abdômen. O macho podem ser distinguidos pelo número de bandas completas, tendo cinco em oposição à das fêmeas de quatro. Em tamanho, A. cingulata pode crescer até 10-12 mm (0,39-0,47 in).

Distribuição e habitat

A. cingulata são nativas da Austrália, mas também é relatado a partir de Papua Nova Guiné, Indonésia, Timor Leste, Malásia e Índia, mas os últimos registros podem se referir a espécimes ‘misidentified’ de espécies semelhantes, tais como A. zonata. Seu habitat são em regiões tropicais e subtropicais. As abelhashabitam áreas urbanas, florestas, bosques e áreas de saúde.

Comportamento

Essas abelhas podem picar, mas não são tão agressivas como outras abelhas. Elas parecem ser mais rápida do que outras em movimento. Os machos se agarram a hastes da planta durante a noite.São criaturas solitárias, habitam tocas no solo, ao contrário de espécies sociais, como abelhas de outros gêneros, que vivem em grandes colônias.

Dieta

A. cingulata na Austrália recolhe a maioria do seu néctar de flores azuis, embora outros investigados incluem Lambertia formosa e flor cinza aranha (Grevillea buxifolia), bem como a introduzida Abelia grandiflora e lavanda (Lavandula). Elas também se alimentam de algumas flores como a Salvia coccinea, tomate (Solanum lycopersicum) e berinjela (Solanum melongena), flores brancas de Leea indica, e alguns membros da família Verbenaceae. As abelhas utilizam um processo que envolve asflores e começam a vibrar intensivamente, o que aumenta a libertação do pólen. Elas só têm uma gama de forrageamento limitada a cerca de 300 m do seu ninho, e as fêmeas fazem pelo menos nove voos por dia.


Ciclo de vida

A. cingulata constrói um ninho solitário, mas muitas vezes perto de outros membros da mesma espécie. Essas abelhas tendem a ninhos em tocas em bancos de areia perto de rios, casas de barro antigas, e argamassa entre tijolos, mas também podem enterrar em arenito macio, e áreas deste tipo de rocha pode tornar-se cheio de túneis de abelhas. As células, no final de túneis, contém um ovo com uma mistura de pólen e néctar para a alimentação das larvas.

Ameaças

A. cingulata é predada por muitos animais, incluindo o sapo-cururu, rãs e pássaros. Seus ninhos são parasitados pela abelha neon cuco (Thyreus nitidulus). A atividade humana, por exemplo, a compensação das margens dos rios no Rio Caboolture, pode ameaçar locais de nidificação desta espécie de abelha.


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07
Set16

A BOLA DE BERLIM

António Garrochinho
SABIA QUE....
DA BOLA DE BERLIM MUITO SE DIZ, HÁ QUEM DIGA QUE TEM ORIGEM PRECISAMENTE NA ALEMANHA MAS QUE SERIA RECHEADA COM CREMES VERMELHOS, COMO POR EXEMPLO O DE FRAMBOEZA, DEPOIS HÁ QUEM AFIRME QUE FOI TRAZIDA DA ALEMANHA POR SOLDADOS DA GRANDE GUERRA MAS....No entanto e por documentos encontrados na Torre do Tombo, descobriu-se que a verdadeira receita da Bola de Berlim teria sido escrita por Brites de Almeida em meados do Sec. XIV. Brites de Almeida mais conhecida pela famosa Padeira de Aljubarrota, teria inventado este bolo e lhe dado o nome de "Bola de Faaron" mais tarde "Bola de Faro", um bolo destinado à festa de anos de D.João Mestre de Avis.. A receita permaneceu secreta e no sec XVII durante as periguinações dos fieis á Ordem Rosacruz esta aparece numa cidade do sul da Alemanha onde adopta o nome de "Kugel von Berlin", em homenagem a Friedrich I da Prússia.
Quando voltarem a comer uma "Bola de Berlim" ou "Bola de Faro" lembrem-se que foi inventada por uma padeira portuguesa !!!
Foto de António Garrochinho.

07
Set16

O Perigoso Dragão Azul

António Garrochinho


Um Dragão? você não leu errado, sim é um Dragão, mas ele não cospe 
fogo nem voa.



Dragão-azul é um dos nomes dados às lesmas do mar da espécie ‘Glaucus atlanticus’. 
Pertencente ao grupo dos moluscos nudibrânquios, também é popularmente conhecido como 
frota-azul ou andorinha-do-mar. Estes seres podem ser encontrados em diversas regiões do 
mundo, mas com mais facilidade em águas europeias, na África do Sul, costa leste da Austrália e 
Havaí. Esta é a única espécie conhecida do gênero Glaucus.

Com um corpo afilado e achatado, a lesma tem é marcada pela cor azul e possui seis 
apêndices que se ramificam como raios com tiras prateadas. São seres pequenos, que 
não passam de 5 centímetros. Muitos deles, geralmente, ficam na média dos 35mm.

O perigo dos dragões-azuis 
vem da sua capacidade 
de injetar nematocitos(células urticantes) através da pele humana, por isso são muito perigosos. Apesar da habilidade, principalmente por conta de seu tamanho, o processo é lento. Eles têm vários tipos de presas, mas seus principais alimentos são hidrozoários e a perigosa Caravela-portuguesa (Physalia siphonophore). Ao consumir a caravela essas lesmasarmazenam toxinas e os nematocistos para seu próprio uso. O venenorecolhido fica em sacos especializados localizados nas pontas dos seus apêndices.

Como a maioria das lesmas-do-mar, é uma espécie hermafrodita, apresentando tanto órgãos 
sexuais masculinos como femininos. Ao contrário dos demais nudibrânquios, o 
acasalamento não ocorre pela parte direita, mas pela ventral destas lesmas.

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07
Set16

Tarzan no Oriente

António Garrochinho


Tarzan's Three Challenges
(1963) de Robert Day
Fotos de Larry Burrows

Jock Mahoney recebendo uma massagem tailandesa e na outra foto, vê-se como adoeceu durante a sua segunda aparição como Tarzan e perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


O líder espiritual de um país oriental está morrendo. O líder do mal, seu irmão Khan quer impedir Kashi, o jovem herdeiro, de assumir o seu lugar de direito ao trono. Tarzan é convocado para proteger Kashi e, ao fazer isso, ele deve enfrentar Khan em três testes de força. O teste final é uma luta de espadas que acontece em uma rede de malha larga esticada sobre caldeirões de óleo a ferver. Elefantes com jóias levam em grandes procissões, mil meninas para realizar a "dança das velas". (Sinopse do filme)

O mau (Khan) é Woody Strode, "O Sargento Negro" de John Ford (o que uma pessoa tem de fazer para ganhar a vida). Jock Mahoney é o Tarzan nº 13 (creio) e o outro actor não sei quem é, numa cena de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Jock Mahoney nasceu como Jacques O´Mahoney, em 17 de fevereiro de 1919, em Chicago, e quando estava na universidade destacou-se como um grande atleta, principalmente em natação, basquetebol (pois era muito alto), tinha um 1,93m e futebol americano. Na Segunda Guerra Mundial alistou-se como piloto e instrutor de natação para os homens rãs. Quando a guerra terminou foi para Hollywood para ser "duplo" e realizou diversas cenas perigosas para John Wayne, Errol Flynn e Gregory Peck, entre outros. Quando começou a ter participações como actor em filmes de cowboys, Gene Autry contratou-o para um episódio da série de TV "The Range Rider" (1951) e mudou-lhe o nome para Jock Mahoney. Em 1949 foi indicado para substituir Johnny Weissmuller (o "verdadeiro" Tarzan, que já estava velho), mas a escolha recaiu em Lex Barker (que fez cinco filmes como Tarzan).

Tarzan (Jock Mahoney) lutando com Khan (Woody Strode) e Tarzan no templo; duas cenas do filme Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.

Depois, Jock Mahoney continuou a sua carreira em outros filmes. Em 1960 trabalhou no filme “Tarzan the Magnificent” onde fez o papel de um dos maus do filme, mas a sorte sorriu-lhe novamente, quando Gordon Scott Scott desistiu da carreira de Tarzan (chegou a fazer quatro filmes de Tarzan). Para substituí-lo, o produtor Sy Weintraub convidou Jock para interpretar o herói da selva e ele acabou fazendo dois filmes como Tarzan. O primeiro foi Tarzan E os Elefantes (Tarzan Goes to India, 1962)  e o último filme como Tarzan, foi Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963). Durante as filmagens, Jock Mahoney ficou muito doente, devido às doenças tropicais que apanhou durante as gravações na Tailândia e também porque já estava com alguma idade (44 anos). Então, de comum acordo com Sy Weintraub dissolveu o contrato. Ficou um período recuperando a saúde, a sua força e peso, e voltou a fazer filmes de ação participando sobretudo em séries de televisão. 

Jock Mahoney e Woody Strode à conversa; foto de filmagens numa gruta e Jock Mahoney brincando com a anotadora. Fotos da rodagem de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.

A carreira de Jock Mahoney foi interrompida em 1973, quando ele sofreu um derrame durante as filmagens de um episódio do programa de televisão "Kung Fu" (1972). Num dos seus ultimos filmes, ironicamente intitulado The End (1978)), realizado por Burt Reynolds, Jock Mahoney actuava com sua enteada, Sally Field. Jock Mahoney foi coordenador de "duplos" no filme Tarzan, o Homem Macaco (1981), onde a melhor coisa era a Bo Derek. Mais tarde, ainda entrou em episódios de séries de TV. Jock Mahoney morreu em 1989, em Washington de um acidente vascular cerebral, após um acidente de carro. (Fontes: wikipédia. Imdb)

Jock Mahoney perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Jock Mahoney sendo maquilhado, durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Aqui vê-se bem o emagrecimento de Jock Mahoney. A vida de Tarzan é dificil. Ele perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.



Filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.




(Fotos Larry Burrows e LIFE Archive)
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07
Set16

SANTO TRAFICANTE - HAVANA LA AMERICANA

António Garrochinho





«Havana era publicitada como "uma mistura exótica de Casablanca, Las Vegas e Monte Carlo"»
Foto copiada da revista Visão

Antes da revolução, Cuba era o destino preferido dos gringos: para jogar nos casinos e ver espectáculos de sonho mas também para fazer negócios... nem sempre limpos. Um país-satélite dos EUA, transformado à medida por um ditador amigo da máfia


Durante sete anos, entre 1952 e 1959, Havana viveu um período de expansão económica nunca antes vista. Construíram-se grandes hotéis e casinos, túneis, pontes, auto-estradas. Os turistas chegavam aos milhões, todos os anos, sobretudo dos Estados Unidos.
Cuba fica a pouco mais de 150 quilómetros da costa norte-americana e, naqueles anos, a distância parecia ainda menor – a ilha de açúcar e do rum, da praia e do sexo, do mambo e do jogo, era, aos olhos dos americanos, uma espécie de paraíso na Terra. Com os pesos a circular, em vez dos poderosos dólares, tudo era ainda mais apetecível.
A boa vida e as noites loucas de Havana, descrita em panfletos turísticos da época como «uma mistura exótica de Casablanca, Las Vegas e Monte Carlo», serviram de engodo para atrair os homens de negócios. Depressa os principais recursos da ilha estavam na mão de empresas americanas: açúcar, fruta, madeira, mas também refinarias, hotéis, casinos, bancos e, claro, o sector automóvel, que inundou as ruas de Havana de Chevrolets e Cadillacs, até aos dias de hoje. Raro era o negócio que não envolvesse capital gringo e o investimento directo dos EUA em Cuba disparou de 142 milhões de dólares, em 1952, para os 952 milhões, em 1959.
Tudo isto foi possível graças à combinação de dois factores que só anos depois seriam revelados: a tomada do poder, através de um golpe de Estado, a 10 de Março de 1952, do general Fulgencio Batista, e o domínio dos negócios do turismo e do jogo pela máfia.

O actor George Raft (amigo de mafiosos) no Casino de Capri em Havana e gripo de turistas 
americanos jogando a roleta no Casino do Hotel Nacional. Havana, Cuba. 1958. Francis Miller.


‘A DANÇA DOS MILHÕES’

Essa aliança não foi fruto do acaso. Era um sonho acalentado desde os anos 20, quando a Lei Seca imperava nos EUA e a máfia começou a fazer fortunas traficando álcool de Cuba para a Florida (e daí para toda a América do Norte). Nesses tempos, a Rota do Rum, como ficou conhecido o trajecto entre as duas costas, era dominada pelo gangster de Chicago, Al Capone. Ele gostava de vigiar pessoalmente os negócios em Havana e tinha sempre reservado o quarto 615 do Hotel Sevilla Biltmore. Os loucos anos 20 ficaram conhecidos como «a Era da Dança dos Milhões», com o açúcar a duplicar o seu valor no mercado mundial e o álcool a inspirar viagens turísticas – e novas bebidas para gringos, como a Cuba Libre, casando rum com Coca-Cola. O guia turístico mais vendido na década, segundo o New York Times, tinha o sugestivo título de É hora de cocktails em Cuba.
No início dos anos 30, dois outros importantes membros da máfia começaram a olhar para Cuba como muito mais do que um mercado abastecedor de álcool. Para «Lucky» Luciano, o «patrão» de Nova Iorque, com o fim da Lei Seca e a perseguição da polícia americana aos negócios da «família» (Al Capone acabara de ser condenado a 11 anos de prisão, por evasão fiscal...), Havana parecia a capital perfeita para um império da máfia. Para isso, teriam de encontrar um cúmplice no governo, e o mafioso Meyer Lansky, que dominava a região da Florida, recomendou a aposta num sargento que começava a dar nas vistas: Fulgencio Batista.
Segundo revelou o gangster Joseph Stacher ao jornalista norte-americano T.J. English, que publicou em 2007 um livro sobre a aventura da máfia em Cuba (Havana Nocturne – How the Mob owned Cuba... and then lost it to the revolution, Ed. Harper Collins), Lansky chegou a acordo com Batista em 1933, num quarto do Hotel Nacional. «Garantimos-lhe 3 a 5 milhões de dólares por ano, mais uma parte dos nosso lucros, desde que nos assegurasse o monopólio do turismo e do jogo em Cuba», contou Stacher, que acompanhou Lansky nesse encontro. Como sinal de boa vontade, a máfia entregava a Batista, nesse dia, os primeiros 5 milhões. «Ficou a olhar para as malas de dinheiro, sem dizer palavra. Depois apertou a mão de Lansky e foi-se embora.» O negócio estava fechado.

Meyer Lansky, jogador e gangster da máfia em Havana, deixando o casino Riviera com uma 
amiga e uma mala que continha 200,000 dólares da caixa. Havana, Cuba. 1958. Francis Miller.


LUTA PELO PODER

Batista liderou, poucos meses depois, a «revolta dos sargentos», que determinaria a substituição do Presidente Carlos Manuel de Céspedes. Este assumira o cargo apenas três semanas antes, no calor de uma revolta estudantil, substituindo Gerardo Machado, o general que governava Cuba com mão-de-ferro desde 1925. O poder foi entregue, em Setembro de 1933, a Ramón Grau. E Fulgencio Batista, já promovido a coronel, assumia a chefia das Forças Armadas, controlando, de facto, o país. Cem dias depois forçaria mesmo o novo Presidente a demitir-se, substituindo-o por Carlos Mendieta.

DIVIDIR O BOLO




«MÁFIA - Meyer Lansky, «Lucky» Luciano
e Santo Trafficante dominavam o turismo e
o jogo em Havana» Copiada da revista Visão



O ambiente político em Cuba era instável e Batista não tinha (ainda) interesse em assumir a Presidência. A situação não estava fácil para os seus «amigos» americanos. Depois de Al Capone ser «apanhado» em Chicago, o procurador de Nova Iorque decidiu seguir o exemplo e processar vários patrões da máfia por outras ilegalidades. «Lucky» Luciano seria acusado de 90 crimes de incentivo à prostituição e condenado, em 1936, a 30 anos de prisão.
Meyer Lansky era um jogador sábio e não ousou apostar em Cuba sozinho. Mas não abandonou o sonho, diversificando os negócios no ramo dos casinos e da hotelaria (comprou parte da cadeia Hilton), com o objectivo de, um dia, avançar com o «plano Havana».
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, tudo se complicou. O único desenvolvimento nesse período surgiu de forma inesperada, quando o FBI propôs, em 1942, um acordo a «Lucky». Os investigadores sabiam que, mesmo na prisão, o siciliano continuava a controlar os negócios da máfia e era respeitado no submundo nova-iorquino.
Só no mês anterior, 50 navios e submarinos americanos tinham sido afundados pelos alemães e as sabotagens aos navios no porto de Nova Iorque atingiam proporções dramáticas. O FBI acreditava que o porto estava cheio de espiões italianos que passavam informações aos alemães. 
O mafioso tomou conta do assunto. Em menos de um mês, dezenas de pessoas foram presas e terminaram os ataques aos navios. E, assim que a guerra acabou, o governo americano cumpriu a sua parte do acordo, libertando «Lucky». Havia apenas um senão: ele teria de ser deportado para Sicília. E não voltar, jamais, aos EUA.
Sem poder controlar os negócios a partir de Itália, «Lucky» decide jogar a sua última cartada e viaja, em segredo, para Cuba, convocando uma reunião com todos os patrões da máfia, no Hotel Nacional. Essa semana em Havana ficou famosa pelo luxo e ostentação da «conferência» de criminosos – até Frank Sinatra cantou, em privado, para o grupo – e foi imortalizada no cinema por Francis Ford Coppola. No clássico O Padrinho, o grupo de gangsters celebra o fim das suas negociações cantando à volta de um bolo, com uma colorida Havana esculpida em açúcar. O bolo é dividido em pedaços e devorado avidamente pelos mafiosos – uma metáfora poderosa do que, realmente, estava prestes a acontecer.

Santo Trafficante, o mafioso dono do casino Sans Souci em Havana e Jake Lansky irmão 
do gangster Meyer Lansky no Casino do Hotel Nacional. Havana, Cuba. 1958. Francis Miller.
















DADOS LANÇADOS

Os planos sairiam furados quando o jornalista Robert Ruark escreveu sobre a amizade de Sinatra com «Lucky», mencionando as festas e orgias daqueles dias de 1946 e que fizeram furor em Havana. A história foi manchete nos jornais americanos, dias a fio. 
Sinatra negou tudo e, no auge da sua carreira, escapou incólume ao que classificava de «boatos». Mas «Lucky» acabava de ser exposto – tinha-se comprometido a ficar em Itália e, afinal, estava tão perto dos EUA. O presidente Harry Truman pediu a Cuba que o expulsasse, acusando-o de «inundar de droga» o seu país. Durante semanas, as relações diplomáticas azedaram, com Havana a recusar a deportação de um italiano com o passaporte em dia... Truman decidiu então cortar o abastecimento de «drogas legais» a Cuba enquanto o «traficante» não fosse expulso. Não havia volta a dar. Até ao fim dos seus dias, «Lucky» viveria isolado numa mansão de 60 quartos, em Nápoles... chorando a sua má sorte.
Sem o cabeça de cartaz da «operação Havana», a máfia recuou para os seus territórios, nos EUA. Só Lansky continuou a acalentar o sonho, mantendo contacto regular com Batista. O coronel tinha assumido a Presidência entre 1940 e 1944, e, segundo a Constituição, só poderia voltar a candidatar-se depois de um interregno noutros cargos públicos. Por isso, entre 1948 e 1951, ocupou um lugar no Senado. 
No ano seguinte, candidatou-se à Presidência mas, segundo indicavam as sondagens, ficaria em último. Nunca se soube quem ganhou: Batista não queria esperar mais e orquestrou um golpe, impondo-se como «presidente provisório». Estava aberto o caminho para fazer rolar os milhões da máfia pelas ruas de Havana.


Baile de Carnaval em Havana. 1954. Robert W. Kelley. E, Fulgencio Batista com a sua mulher, 
um ano antes de fugir de Cuba e vir parar ao Estoril. Havana, Cuba, 1958. Joseph Scherschel.


MILHÕES NA SUÍÇA

Meyer Lansky foi convidado para ser «conselheiro especial para a reforma do Jogo», com um salário de 25 mil dólares anuais. Era uma fachada para legitimar a ligação entre o político e o a máfia. Com Lansky viajou também o «patrão» Santo Trafficante, que assumiria o controlo da «família» em Havana. 
Foram criadas leis de incentivo à promoção turística, à construção de hotéis e de casinos e, em poucos meses, a capital estava transformada num estaleiro. Nos negócios da noite, ao clássico Nacional e aos famosos Sans Souci e Tropicana, que já existiam, juntou-se o luxuoso Riviera, projecto pessoal de Lansky, onde os empregados vestiam smoking e nenhum cliente entrava sem traje de gala. A inauguração do Copa Room Cabaret foi abrilhantada por Ginger Rogers e transmitida na televisão norte-americana. Nos anos seguintes, era vulgar ouvirem-se em Havana alguns dos maiores artistas da época, como Nat King Cole, Ella Fitzgerald e, claro, Frank Sinatra...
Segundo T.J. English, as contas de Lansky e de Batista na Suíça engordavam a olhos vistos. O Presidente receberia, só em percentagens legais, mais de 10 milhões de dólares por ano.
O esquema sonhado durante tantos anos terminou abruptamente, numa noite de réveillon, com muito mambo e bailarinas gingando as suas ancas, champanhe francês e roletas ao rubro. A 1 de Janeiro de 1959 Batista demitia-se, vergando-se ao poder do movimento de Fidel Castro.
Lansky voou nessa noite para a Florida, Batista fugiu para a capital da República Dominicana. Nunca mais regressaram ao «seu» paraíso. A festa tinha acabado.

Patrícia Fonseca
Texto e titulos
Visão História
22-12-2008

A Revolução vinha a a caminho: Sinais anti-Batista na entrada principal 
da Universidade de Havana. Cuba. 1958. Joseph Scherschel.

A Revolução vinha a a caminho: Os líderes rebeldes Victor Bordon (com chapéu) e Ernesto 
Che Guevara na ocupação de Villas Fomente, Cuba. 27-12-1958. Foto encontrada na net.

A Revolução vinha a a caminho: Ernesto Che Guevara e outros rebeldes descansando depois 
de assumir o poder em Villas Fomente, Cuba, 28 de dezembro de 1958. Foto encontrada na net.

A Revolução tinha chegado. Camilo Cienfuegos e "Che" Guevara em Havana. Cuba, 
1959. Joseph Scherschel.

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07
Set16

GRANDES ESTRELAS

António Garrochinho

Sofia Loren 


Sofia Loren numa festa sendo cumprimentada por Peter Lorre. EUA 1957. Ralph Crane.
Sofia Loren sentada ao colo de Vittorio de Sica durante as filmagens de Matrimonio all'italiana (Casamento à Italiana). Italia 1964 Alfred Eisenstaedt e numa cena de Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean.


Sofia Loren sendo dirigida por Charles Chaplin em uma cena do filme A Countess from Hong Kong (A Condessa de Hong Kong). Londres 1967.  Alfred Eisenstaedt.

Sofia Loren jogando ás cartas com o fotógrafo Pierluigi enquanto os fãs espreitam, durante um intervalo das filmagens de Madame Sans-Gêne de Christian-Jaque. Italia 1961. Alfred Eisenstaedt.

Sofia Loren com Marcello Mastroianni numa cena de Matrimonio all'italiana de Vittorio de Sica (Casamento à Italiana). 1964. Alfred Eisenstaedt e numa cena com John Wayne em Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean.


Sofia Loren na Cinecittá em Roma durante as filmagens de Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean. 

(Fotos LIFE Archive)

David «Chim» Seymour e as estrelas


«Nascido Dideki Zsymin em Varsóvia, em 1911, passou a assinar CHIM (numa abreviatura fonética do apelido) ao tornar-se fotojornalista em Paris, por volta de 1932. Na América mudou o nome para Seymour, a fim de proteger os pais sob o jugo do nazismo (mas o novo apelido ainda soava mais judeu, como lhe fizeram notar os amigos!). Também era conhecido pelos diminutivos Dik (de Didek, isto é, David), Chimou, Chim-Chim (que é nome de panda). Com os seus olhos penetrantes, óculos, nariz proeminente e careca adiantada, lembrava um mocho sábio. Não tinha o ar atraente e morenaço de Capa, mas inspirava nas mulheres instintos protectores, o que vinha a dar na mesma. A fotografia ajuda a libido. O certo é que Chim era, à  sua maneira tímida e secreta, um conquistador inveterado (Rodger dizia que, neste campo, o próprio Capa tinha muito a aprender com Chim). Talvez por isso viria a apurar as lentes com as estrelitas talentosas — Gina Lollobrigida, Kim Novak, Joan  Collins, Ava Gardner, Audrey Hepburn, Sophia Loren, etc.»
(Jorge Calado, Expresso, 01-11-1996)


Sofia Loren com 19 anos. 1953. David «Chim» Seymour.

 Ingrid Bergman. 1952. David «Chim» Seymour.

  Ingrid Bergman e seu filho Robertino. 1952. David «Chim» Seymour.

  Ingrid Bergman. 1953. David «Chim» Seymour.

  Isotta e Isabella Rosselini, filhas de Ingrid Bergman. 1952. David «Chim» Seymour.

  Joan Collins com 18 anos. Londres.1951. David «Chim» Seymour.

 Barbara Laage. Paris. 1954. David «Chim» Seymour.

 Gina Lollobrigida.Paris. 1953. David «Chim» Seymour.

  Gina Lollobrigida. Itália. 1954. David «Chim» Seymour.

  Kirk Douglas. Paris. 1954. David «Chim» Seymour.

  Kirk Douglas. Paris. 1954. David «Chim» Seymour.



(Fotos de David «Chim» Seymour e chim.eastmanhouse.org)

Filmes Série Z ou Não



O actor Johann Peterson (cuja altura era considerável), abraça as suas vitimas para a reportagem da LIFE do filme Prehistoric Woman de Greg C. Tallas, 1950. Allan Grant.
Laurette Luez, a protagonista do filme Prehistoric Woman de Greg C. Tallas (talvez por ser casada com o realizador), aqui numa foto sugestiva, (se eu tivesse 13/15 anos, parado a ver os cartazes do Olympia dava logo vontade de ir ver o filme). Um dia declarou que foi ela que aconselhou o nome de Marilyn Monroe, a Norma Jeane Mortensen, mas isso agora não interessa nada. 1950. Allan Grant.
 Cartaz do filme e as pré-históricas á caça com uma pantera. 1950. Allan Grant.


Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.


O Monstro da Lagoa Negra (Creature from the Black Lagoon, 1954) é um filme de Jack Arnold, a preto e branco e que foi lançado com efeitos 3-D. Ricou Browning é o Monstro nas cenas subaquáticas. Ben Chapman interpretou o Monstro em terra no filme, portanto nas fotos não se sabe quem é quem e ambos não foram creditados no filme. Mas ela é a boazona (para a época) Julia Adams às voltas com a criatura escamosa descoberta no Rio Amazonas. O monstro é anfíbio e embora seu habitat natural seja aquático ele consegue respirar e caminhar na superfície. A aparência associa-o a uma espécie de homem-peixe, com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e pés. As fotos são a cores porque foram feitas para uma reportagem da LIFE. 



Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Cartaz do filme Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold. 


(Fotos LIFE Archive, os cartazes estavam na net)

Katharine Hepburn

"Katharine Hepburn foi a melhor e mais
importante actriz da história do cinema"
(João Bénard da Costa)

Katharine Hepburn. New York, 1938. Alfred Eisenstaedt.

Que o actor (todo o grande actor) esteja em «estado geral de graça», já Herberto Helder o disse num poema belíssimo. Mas, para continuar a citá-lo há o «actor (que) acende a boca» / (que) «acende os pés e as mão» (que) «estala como sal queimado» e o actor (a criatura do cinema, para dizer melhor) a quem acendem a boca, os pés e as mãos e que só depois dessa luz acesa (por outro - o realizador) estala também como sal queimado. os primeiros «transformam a própria acção da transformação». Os segundos são «transformados por essa acção».
(...) Katharine Hepburn que «cresce no seu acto», que «faz crescer o acto» precisa e não precisa que a acendam. Vê-la em filmes é ver uma grande actriz num teatro filmado, sem qualquer sentido perjorativo. também nunca a vi em carne e osso, mas aposto que a experiência não é diferente e que o que ela consegue perante as câmaras consegue nos palcos. Aqui o que a câmara revela é a actriz, não a mulher, é a representação não a aparência, é a «astronave que atravessa a distância de Deus» não a deusa que atravessa a distância da astronave. 


Katharine Hepburn. New York, 1938. Alfred Eisenstaedt.


Mesmo os maiores cineastas que a dirigiram (Cukor, Hawks, Mankiewicz) e dirigiram pelo acender da boca (a magia do seu verbo) e revelaram como ser teatral (mais uma vez, no melhor sentido da palavra), a gravaram e não a criaram. Antes de ser estrela, é actriz; depois de o ser também. Não sei explicar melhor, mas sei que é esta  a direção misteriosa que explica a diferença entre Hepburn e Marlene, entre Hepburn e Marilyn, entre Hepburn e Garbo. É uma mudança de estado, no sentido em que fala da passagem do estado sólido a liquído ou gasoso. Hepburn passa por eles todos, as estrelas jamais têm acesso ao sólido. O instante é a sua natureza (a 24 imagens por segundo) e não as horas, os dias ou as noites, natureza das outras. (...) Nasceu em Hartford, Connecticut e estudou na Bryn Mawr University donde lhe viria o peculiar sotaque, tão inconfundível. Começa no teatro e já está na Broadway em 1928. O sucesso de uma adaptação de «Lisistrata» leva a RKO a contratá-la em 32. Por sorte foi parar às mãosde Cukor que a dirigiu pela primeira vez em a Bill of Divorcement. No ano seguinte em Morning Glory (Lowell Sherman) ganha o seu primeiro «oscar», triunfo espectacular para uma jovem de 24 anos. Mas, do mesmo, é o admirável Little Women (de novo, Cukor) em que fez uma inesquecível Jo. 


Após três filmes menores, tem em 35 outro ano áureo: Sylvia Scarlett, que persisto em considerar o seu máximo papel e onde contracenou pela primeira vez com Cary Grant; Alice Adams (George Stevens), Maria Stuart (John Ford) e A Woman Rebels (Mark Sandrich) título quase paradigmático para o seu personagem. Paradoxalmente, à època, nenhum desses filmes foi grande êxito, como o não foram os quatro seguintes:Quality Street (Stevens), Stage Door (La Cava), ambos de 37, Bringing Up Baby (Hawks, 38 - outro dos seus filmes mais geniais) e Holiday (38) de novo Cukor, e ambos com Cary Grant.
(...) Diz-se que foi Selznick quem mais se opôs à hipótese de ser ela a fazer a Scarlett O´Hara no E Tudo o Vento Levou. Hepburn rompe então com a RKO e Hollywood e regressa aos palcos para fazer «Philadelphia Story» que foi um êxito monumental. Quando quiseram adaptar a peça ao cinemas descobriram que Miss Hepburn tinha adquirido todos os direitos, com uma cláusula prevendo expressamente que qualquer adaptação cinematográfica só podia ser feita com ela e tendo ela o direito de escolher o realizador e «partenaires». A Metro teve que «engolir tudo: pagou-lhe 250 000 dólares e Hepburn escolheu Cukor, Cary Grant e James Stewart. Assim nasceu Philadelphia Story uma das melhores comédias jamais feitas em Hollywood. Injustamente preterida para o «oscar», atingiu então o máximo de celebridade.

João Bénard da Costa, em Dicionário, 
Catálogo do Cinema Americano dos Anos 50, 
Editado pela Fundação Gulbenkian, Lisboa 1981

Katharine Hepburn. New York, 1938. Alfred Eisenstaedt.


 Capa do catálogo do Cinema Americano dos Anos 50.


citizengrave.blogspot.pt
07
Set16

Muro contra a discriminação é coberto por 15 mil origamis e forma intervenção artística incrível na Roménia

António Garrochinho


As cidades se transformam por meio da arte e para a nossa sorte, as grandes ideias acabam percorrendo o mundo todo. Na cidade de Cluj-Napoca, na Romênia, uma intervenção artística tem chamado a atenção: um muro coberto por 15 mil origamis, que tem como propósito aumentar a conscientização contra a discriminação.
Anualmente, acontece a eleição da Capital Europeia da Juventude, na qual 49 países da Europa almejam a busca de suporte para jovens e organizações de juventude que participem ativamente na mudança da sociedade, através de um processo de desenvolvimento urbano sustentável, responsável e inclusivo.
Como dever, no 15º dia de cada mês a eleita do ano precisa organizar um evento que envie uma mensagem por meio de ações simples. Na ocasião, a cidade romena escolheu o movimento global “Sem Discurso de Ódio”, focado em reduzir os níveis de aceitação de discursos de ódio, discriminação e intolerância.
A opção resultou na decoração das paredes com as flores de papel, feitas por voluntários em 750 horas de trabalho e coladas em cerca de 14 horas. No início do ano, a intervenção escolhida foi decorar todos os transportes da cidade com citações de autores contemporâneos e clássicos.
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07
Set16

QUARTEIRA | Mais de uma Tonelada de Polvo para a Semana do Polvo 2016

António Garrochinho


É já este sábado que começa a Semana do Polvo. 28 restaurantes da freguesia de Quarteira vão confeccionar propostas bem ousadas à base de polvo. A iniciativa já movimentou mais de 1 tonelada de polvo capturado na costa algarvia,
Os restaurantes aderentes da Semana do Polvo 2016 já estão a ser abastecidos e cerca de 1 tonelada de polvo já rumou das lotas para os estabelecimentos de restauração.
O certame, que começa já este sábado, dia 10, contempla iniciativas para todos os gostos. Desde mostras gastronómicas, passando por workshops de sushi e cozinha mediterrânica, um concurso de receitas, showcooking, actividades sensoriais para crianças, exposição de esculturas e a realização de um Seminário.
Visite Quarteira, saboreie uma das 28 receitas com Polvo num dos restaurantes aderentes e de seguida visite a exposição de esculturas realizadas pelas crianças dos estabelecimentos de ensino da Cidade. Conheça todo o programa em www.aeqv.pt ouhttps://www.facebook.com/events/1756513037937817/
São parceiros desta iniciativa a Câmara Municipal de Loulé, Junta de Freguesia de Quarteira, IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Docapesca – Portos e Lotas S.A, Agrupamento de Escolas Dra Laura Ayres, Pingo Doce e Delicifrutas.


planetalgarve.com
07
Set16

.07 de Setembro de 1813: Nasce o "Uncle Sam", personificação dos EUA

António Garrochinho


No dia 7 de Setembro de 1813, os Estados Unidos passam a ter a designação de Uncle Sam (Tio Sam). O nome está vinculado a Samuel Wilson, um distribuidor de carne de Troy, Nova Iorque, que fornecia bifes em barris ao exército dos Estados Unidos durante a Guerra de 1812. Wilson (1766-1854) etiquetava os barris com a expressão "U.S." de United States, mas os soldados começaram a referir-se à comida como de U.S. - Uncle Sam. O jornal local publicou essa história e a expressão Uncle Sam ganhou ampla aceitação como o apelido do governo federal dos Estados Unidos. 


No final dos anos 1860 e nos anos 1870,  Thomas Nast, que realizava cartoons políticos (1840-1902) começou a popularizar a imagem do Tio Sam. Nast continuou a desenvolver o desenho, dando finalmente à imagem de Tio Sam a barbicha branca e o fato com as listas e estrelas, que até hoje estão associados à sua figura. Credita-se a Nast, nascido na Alemanha, a criação da moderna imagem do Pai Natal, bem como a apresentação do burro como símbolo do Partido Democrata e do elefante como símbolo do Partido Republicano. Nast também satirizou genialmente a corrupção no Tammany Hall da cidade de Nova Iorque - sociedade política, formada por membros do Partido Democrata, que dominou o governo municipal de Nova Iorque entre 1854 a 1934, quando Fiorello LaGuardia foi eleito prefeito - , com os seus cartoons  na imprensa  foi, em parte, responsável pela queda do líder do Tammany, William Tweed. 

 Talvez a mais famosa imagem do Tio Sam tenha sido criada pelo artista James Montgomery Flagg (1877-1960). Na versão de Flagg, o Tio Sam veste uma cartola alta e uma jaqueta azul e está a apontar directamente para quem o vê. Durante a Primeira Guerra Mundial, este retrato do Tio Sam com as palavras “Eu quero você para o Exército dos Estados Unidos” foi usado como poster de recrutamento. A imagem, que se tornou imensamente popular, foi publicada pela primeira vez como capa da revista mensal Leslie. O poster foi amplamente distribuído e subsequentemente utilizado numerosas vezes com distintos subtítulos ou textos-legendas.

Em Setembro de 1961, o Congresso dos Estados Unidos reconheceu Samuel Wilson como o “símbolo nacional da América do Tio Sam”. Wilson faleceu aos 88 anos em 1854 e foi enterrado ao lado de sua mulher, Betsey Mann, no cemitério de Oakwood, em Troy, Nova Iorque, uma cidade que se cognomina como “O Lar de Tio Sam” 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

Cartaz mostrando o Tio Sam, na Primeira Guerra Mundial, ilustrado por James Flagg em 1917.
07
Set16

07 de Setembro de 1867: Nasce Camilo Pessanha, poeta simbolista, influência da geração de Orpheu.

António Garrochinho


Camilo de Almeida Pessanha nasce em Coimbra, na freguesia da Sé Nova, cerca das 23:00 horas do dia 7 de Setembro de 1867, filho de Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira e de Francisco António de Almeida Pessanha (então estudante do 3o ano de Direito) .

O jovem Pessanha vive em várias partes do país, alguns anos nos Açores, acompanhando as colocações ou transferências do pai, juiz, de quem viria a seguir as passadas: em 1878, ainda em Lamego, completa a instrução primária; em 1884, já na cidade do Mondego, termina o curso liceal no Liceu Central e ingressa então no Curso de Direito da Universidade de Coimbra.

Ao longo do seu período académico, publica poemas (o primeiro, “Lúbrica”, datado de 1885) e outros escritos  em revistas e jornais, como “A Crítica” (Coimbra) ou o “Novo Tempo”, periódico de Mangualde dirigido por Alberto Osório de Castro, colega de curso e grande amigo, irmão da também grande amiga de Pessanha, Ana de Castro Osório . Durante estes anos, leva uma vida boémia que em muito terá contribuído para a sua debilidade física, tentando restabelecer energias nas férias, na Quinta de Marmelos, em Mirandela. A sua irmã, Madalena da Paixão Pessanha, recorda-o nesses períodos:

“Lembro-me de o ver chegar de Coimbra. Não sei agora se já estava formado ou não. Suponho que nessa altura andava a rondar a casa dos 30. Era bem apessoado. Tinha um ar triste mas era alegre. À noite passava muito tempo junto à lareira. Era onde a família se reunia. Ele deitava-se no chão e recitava versos. Fazia-o tão bem! Por essas alturas escreveu alguns mas logo os rasgava. Parece que os escrevia só para os decorar e depois fazia o papel em pedaços.” 

Camilo Pessanha reprova no 4o ano (1887/88), na mesma altura em que faz a acesa crítica ao “romanticismo decadente, pretensioso, mascarado de frases novas” da obra Versos da Mocidade de António Fogaça. Não se matricula em 1888/89, no ano lectivo de 1889/90 encontra-se no 4o ano e recebe a 29 de Julho de 1890 o grau de bacharel. Em Fevereiro do ano seguinte, surgem as revistas rivais coimbrãs “Boémia Nova” e “Os Insubmissos”, divulgando em Portugal as correntes literárias Decadentismo e Simbolismo, cujas ideias o autor acolhe, agregando-se, apesar de casualmente, ao grupo dos Nefelibatas, constituído no Porto por elementos das duas revistas.

Em 1891, termina o curso de Direito e em Outubro do ano seguinte ingressa na magistratura, ocupando o lugar de procurador régio de Mirandela. Dois anos mais tarde, parte como advogado para Óbidos, com o juiz Alberto de Castro Osório. Talvez para “poder ajudar o seu irmão Francisco a formar-se” ou talvez devido a “uma tremenda decepção que a vida profissional inflingiu ao jovem subdelegado” , Camilo Pessanha apresenta-se a um concurso para professores no recentemente criado Liceu de Macau (Diário do Governo, 19/08/1893) e é nomeado em 18/12/1893 professor de Filosofia; entre outros nomeados encontramos Horácio Poiares, Mateus de Lima, João Pereira Vasco e, pouco antes, Wenceslau José de Sousa Morais. A 17 de Março de 1894 parte para Macau no barco a vapor espanhol, Santo Domingo. Camilo Pessanha morreu no dia 1 de Março de1926 em Macau, devido ao uso excessivo de Ópio.

Fontes:cvc.instituto-camoes.pt
wikipedia (imagens)




Floriram por engano as rosas bravas 


Floriram por engano as rosas bravas 
No inverno: veio o vento desfolhá-las... 
Em que cismas, meu bem? Porque me calas 
As vozes com que há pouco me enganavas? 
Castelos doidos! Tão cedo caístes!... 
Onde vamos, alheio o pensamento, 
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento 
Perscrutaram nos meus, como vão tristes! 
E sobre nós cai nupcial a neve, 
Surda, em triunfo, pétalas, de leve 
Juncando o chão, na acrópole de gelos... 
Em redor do teu vulto é como um véu! 
Quem as esparze _quanta flor! _do céu, 
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos? 

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra' 
07
Set16

A estratégia do medo mostra que já perderam

António Garrochinho



Não é todos os dias que aparece um economista com o estatuto de Joseph Stiglitz a afirmar com toda a clareza que Portugal deve sair do euro. A Antena 1 resolveu entrevistá-lo (ouvir aqui) e as televisões tiveram de ir atrás.

Porém, o comentador de economia da SIC Notícias, José Gomes Ferreira, não gostou mesmo nada do que disse Stiglitz e, assumindo que não percebe nada de economia, resolveu desancar no economista norte-americano (ver aqui). Desde logo, exactamente por ser norte-americano pois, insinuou, os economistas norte-americanos têm um inconfessado interesse geoestratégico no fracasso do euro. Ora vejam lá, uma moeda cujo peso nos pagamentos internacionais não foi além do que representavam as anteriores moedas seria uma ameaça ao dólar, o que motivaria as análises críticas destes economistas.

A ideia da conspiração dos EUA contra a UE é uma fábula muito frequente nos círculos europeístas. Porém, a fábula não resiste a um mínimo de investigação histórica. Jean Monet e os restantes pais fundadores da UE eram íntimos dos círculos do poder nos EUA e sempre contaram com o seu generoso apoio através da CIA. Sem o assentimento dos EUA, a UE nunca teria existido e Maastricht não foi um obstáculo à continuidade dessa parceria.

O facto é que, desde sempre, houve economistas dos dois lados do Atlântico que sabiam que o euro é uma aberração histórica (recordo Nicholas Kaldor, um precursor), que uma moeda europeia sem um Estado europeu seria, por natureza, uma construção política condenada ao fracasso. O valor de uma moeda é determinado pela garantia de que o Estado que essa moeda serve, dotado de um banco que cria a moeda necessária, paga sempre as suas dívidas. Isto não existe na UE-Zona Euro e essa é uma razão fundamental para a crise em que está mergulhada.

Ao tentar desvalorizar Stiglitz, JGF caiu no ridículo. Procurando amedrontar os portugueses, disse as maiores barbaridades sobre as implicações de uma saída de Portugal da zona euro. Chegou ao ponto de afirmar que o país iria regredir décadas. Afirmações destinadas a meter medo aos telespectadores que, como é sabido, não têm acesso a opiniões diferentes. Com este tipo de comentadores, a SIC Notícias e os restantes canais de televisão estão transformados em canais de propaganda do sistema vigente com o objectivo de anestesiar o povo.

Vejamos um dos disparates de JGF: "as dívidas ficam em euros". Precisamente o contrário. A esmagadora maioria das empresas e famílias portuguesas tem dívidas com contratos regidos pelo direito português. Todos esses contratos serão redenominados automaticamente com a saída do euro. Portanto, as dívidas das famílias e das empresas convertem-se na nova moeda. Os salários de uma família e a sua dívida ao banco, em termos relativos, ficam na mesma.

Segundo a jurisprudência internacional (lex monetae), também a dívida pública emitida sob legislação nacional, mesmo que esteja na posse de estrangeiros, é convertida na nova moeda. É a isto que se referem os operadores financeiros quando falam do 'risco de redenominação' (ver aqui).


Claro que isto traz problemas à banca no que toca às dívidas que tenha contraído no estrangeiro. Por isso mesmo alguns bancos poderão ter dificuldade em pagar as suas dívidas em euros a bancos estrangeiros, e terão de ser recapitalizados (e nacionalizados) com o apoio do banco central, do Banco de Portugal. Note-se que, num país com moeda própria, as dívidas do Estado ao respectivo banco central são dívidas do Estado ao próprio Estado.

O Estado tem uma dívida à troika que, pela jurisdição em que foi contraída, permanece em euros. Por isso, terá de ser renegociada, mas agora em posição de força porque o Estado português já não precisará dos seus empréstimos para se financiar.


Quanto à perda do poder de compra dos salários, JGF talvez não saiba que a taxa de desvalorização da nova moeda não se traduz em inflação do mesmo nível. Talvez não saiba que o conteúdo em importações do cabaz de bens de consumo de uma família anda pelos 25%, o que significa que uma desvalorização de 50% no imediato (mas que não se repete) se traduziria numa subida de preços de 50%x25%= 12,5%. É uma subida de preços pontual que tende a esbater-se nos anos seguintes. Não é inflação, no sentido de subida permanente dos preços a essa taxa. Claro que a inflação no país será maior fora do euro, mas isso vem acompanhado de um nível de desemprego muito mais baixo, como acontece em todos os países em desenvolvimento. Só num país em grave estagnação, caso da Zona Euro, é que os preços não sobem mais do que 1% ao ano e não há teoria económica que justifique um nível de inflação perto dos 2%, o mandato do BCE. A Rússia e a Islândia fizeram desvalorizações maiores e não consta que tenham regredido décadas, bem pelo contrário. A Islândia até alcançou o pleno emprego.

Ou seja, para defender a manutenção de Portugal nesta crise sem fim, JGF vê-se forçado a exagerar os custos da saída do euro pintando um cenário de calamidade. Mas não devemos estranhar porque, à medida que o fracasso do euro se vai tornando evidente para o comum dos cidadãos, maior será a histeria dos avençados do sistema. Nos próximos tempos até poderemos ver um ou outro 'virar a casaca' com o maior descaramento.

Seremos nós capazes de criar formas de comunicação alternativa para que o povo tenha acesso ao contraditório que os media lhe negam?

(Também publicado aqui)

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
07
Set16

A ilha longe da civilização que tem 35 milhões de anos e as árvores e plantas mais exóticas que você já viu

António Garrochinho


https://scontent-gru2-1.xx.fbcdn.net/v/t1.0-9/14051786_1764088667200887_4983932650196082151_n.jpg?oh=2ce02d334dbc8a84de5f3ded0db13214&oe=5810EC46
Há cerca de 35 milhões de anos, a ilha de Socotra se separou do continente e ficou isolada no Oceano Índico. Desde então, pouca coisa mudou por lá e a evolução parece ter parado no tempo.
Hoje, a ilha pertence ao Iêmen e fica a cerca de 250 km da costa africana. Graças ao isolamento geográfico, ela preserva espécies únicas de plantas e animais, algumas das quais contabilizam 50 milhões de anos. É essa natureza única que transformou a ilha em patrimônio mundial da Unesco.
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Cerca de 37% das espécies de plantas, 90% das de répteis e 95% dos caracóis de Socotra não existem em nenhum outro lugar do mundo. Uma das árvores mais conhecidas por lá é a Sangue de Dragão, que tema forma de um cogumelo gigante e produz uma seiva cor de sangue.
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Em Socotra não chove durante 9 meses ao ano, o que faz com que as plantas e animais precisem se adaptar ao tempo seco. É o caso da rosa do deserto, que guarda água no tronco para enfrentar as secas.
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Os apaixonados por destinos exóticos poderão se encantar pelas atrações turísticas da região, que incluem trekking, mergulho, passeios de barco e observação de animais. Entre os atrativos, encontram-se ainda montanhas, cavernas e praias de areias brancas.
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Apesar disso, é importante estar preparado para uma aventura rústica e com infraestrutura turística mínima e praticamente nenhuma oferta de transporte público. A comunicação com os cerca de 40 mil habitantes locais é feita em árabe, embora a ilha também possua um idioma próprio, o socotrí.
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07
Set16

Supressões na ligação fluvial Lisboa-Barreiro por falta de trabalhadores

António Garrochinho


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É anunciado pela Soflusa o corte de carreiras pelo menos até dia 9 de Setembro. Sindicato denuncia a falta de trabalhadores, assim como problemas relacionados com a frota.

 
Estão a ocorrer várias supressões nos transportes fluviais da Soflusa
A Transportes de Lisboa e a Soflusa anunciaram publicamente supressões na ligação fluvial entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa, entre os dias 6 e 9 de Setembro, sem apresentar qualquer motivo. O Sindicato dos Trabalhadores Fluviais Costeiros e da Marinha Mercante revelam que a razão das supressões se deve à falta de trabalhadores.
Em comunicado, o sindicato afirma que «as anomalias que têm existido nas carreiras fluviais entre o Barreiro e Lisboa, ou seja, a supressão diária de carreiras», como as anunciadas pela empresa nos espaços informativos, «se devem exclusivamente à falta de trabalhadores para preencher as vagas deixadas em aberto por rescisões impostas pelo anterior Conselho de Administração, liderado pelo Eng. Rui Loureiro, com directrizes do Governo anterior, e por infelicidade de um colega recentemente falecido», o que veio agravar mais a situação.
A estrutura sindical alerta ainda para que o problema ficou agravado no último trimestre devido ao período de férias. O sindicato refere que a situação tem sido compensada «com um enorme volume de trabalho extraordinário», que já começa a ter consequências como «problemas de saúde e cansaço» dos trabalhadores da empresa, «esgotados com todo este esforço físico e mental».
O comunicado refere ainda que a questão da admissão de novos trabalhadores tem sido repetidamente colocada em reuniões, mas teve sempre «a mesma resposta»: «os orçamentos não permitem nem o ministro das Finanças autoriza». O sindicato alerta para a falta de investimento na contratação e para o facto de poder ficar posta em causa a renovação das frotas. Afirmam que os actuais navios estão na sua maioria parados por falta de componentes e de certificados, assim como «com problemas estruturais que os impedem de prestar o serviço público de transportes», lembrando que este não é só um problema da Soflusa, mas também da Transtejo. Já em meados de Agosto, a Comissão de Trabalhadores da Transtejo tinha enviado uma carta aberta ao Governo onde denunciava os entraves criados à retoma da autonomia jurídica da empresa e os problemas da manutenção da frota.

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07
Set16

Trabalhadores indianos realizaram uma das maiores greves gerais da história

António Garrochinho



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Entre 200 e 300 milhões de trabalhadores aderiram, sexta-feira, à greve geral convocada por dez sindicatos na Índia. Em causa estão os planos governamentais de privatizar sectores estratégicos da economia, bem como a exigência de melhores salários e pensões.

A greve geral realizada dia 2 de Setembro na Índia foi uma das maiores de sempre na história, com uma adesão que se estima superior a 200 milhões de trabalhadores
 
Os números variam consoante as fontes, mas todas sublinham que se tratou de uma maiores greves alguma vez realizadas. Em estados como Bengala, Kerala ou Andhra Pradesh, onde a influência comunista é grande, a paralisação foi total; noutros estados indianos, mesmo com uma menor adesão, a greve teve uma dimensão gigantesca, refere o Resumen Latinoamericano.
No sector público, a adesão dos trabalhadores foi enorme, mas também na indústria, nos transportes, nos bancos privados, nas minas, na construção civil, nas empresas de telecomunicações se registaram elevadas adesões. Sintoma disso foi a paralisação que se fez sentir nos transportes urbanos, comboios, portos, fábricas e diversos serviços em cidades de grande dimensão, como Deli, Bombaim ou Calcutá. A cintura industrial de Deli esteve completamente paralisada.
Firmeza dos trabalhadores
Desde que chegou ao governo, há dois anos, Narendra Modi tem implementado políticas de flexibilização das leis laborais, para beneficiar as grandes empresas e atrair mais investimento estrangeiro. A greve de sexta-feira surge como resposta a estes planos e tem antecedentes tanto em vários protestos sectoriais como na greve geral desencadeada há um ano, pois os sindicatos temem que os planos de liberalização se venham a reflectir negativamente nos salários e nas políticas de emprego.
Entre as exigências expressas pelos sindicatos nesta greve geral, contavam-se ainda: a retirada da reforma laboral promovida pelo partido conservador Bharatiya Janata, de que é membro o actual primeiro-ministro; o aumento do salário mínimo; a revalorização das pensões; o alargamento da cobertura da Segurança Social a faixas de trabalhadores – muito numerosos – ainda não abrangidas.
Dias antes da greve, Narendra Modi tentou fazer algumas ofertas, como o aumento do salário mínimo para os trabalhadores não qualificados (350 rupias diárias), mas a proposta foi recusada pelos sindicatos, considerando que a medida iria afectar apenas algumas centenas de milhares de operários, deixando nas mesmas condições os cerca de 470 milhões trabalhadores indianos.
De acordo com o Resumen Latinoamericano, registaram-se fortes confrontos com a Polícia em Bengala Ocidental, mas, no geral, a jornada de luta decorreu sem incidentes graves.

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07
Set16

O CORSO DE ZUNDERT NA HOLANDA É O MAIOR DESFILE DO MUNDO

António Garrochinho
Desde 2012 que, após o primeiro domingo de setembro, nós publicamos fotografias do festivo desfile de carros alegóricos gigantes decorados com milhares de dálias que cruzam as ruazinhas estreitas da cidade de Zundert, na Holanda. O Corso de Zundert, que é considerado o maior desfile de flores do mundo, é feito integralmente por voluntários de 20 vilarejos da pequena cidade, que trabalham duro desde o mês de maio para ganhar o título da mais bela estrutura adornada com flores do grande show apoteótico.


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As esculturas gigantes do Corso 2016, o maior desfile floral do mundo 01
Como as flores não devem estar sem frescor e nem murchas no dia do desfile, os concorrentes só começam a aplicar as dálias na quinta-feira antes do Bloemencorso. Vilarejos inteiros trabalham diuturnamente fixando as dálias com alfinetes nos painéis que formam a atração. Ao final todos acham que o esforço vale a pena pois as criações coloridas deixam milhares de pessoas com a boca aberta em reverência.

Segundo o júri profissional e independente a instalação vencedora deste ano, intitulada "Transporte perigoso”, mostrava um dragão laranja gigante e foi desenhada pela equipe do bairro Tiggelaar, que foi festivamente ovacionada por mais de 50 mil pessoas que se acotovelam nas ruelas de Zundert.
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VÍDEO
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Set16

Conheça um dos arquipélagos mais incríveis do mundo

António Garrochinho
Vietname tem ganhado fama e se destacado como um destino turístico em potencial crescimento nos últimos tempos. E não é à toa – afinal, o país está repleto de belezas naturais, como é o caso do incrível arquipélago Ha Long Bay, considerado Patrimônio Mundial da UNESCO e que impressiona pelas águas esverdeadas de cor intensa, além da natureza ao redor.


Formado por 3 mil ilhas de diversos formatos e tamanhos, este paraíso vietnamita, próximo a capital Hanói tem diversas grutas e cavernas, como a Sung Sot Cave, Trinh Nu Cave e Dau Go Cave, para serem exploradas durante os passeios, além de plantações de arroz onde vivem as comunidades camponesas. 

Outra atração local são os passeios com o tradicional barco junk, marcados pelas velas inspiradas nas antigas embarcações chinesas.


O acesso é feito de barco, autocarro e carro, com duração de, em média, 4h30 até Halong City, a cidade que dá acesso às ilhas. A maior delas é a chamada Cat Ba Island, com 87 quilômetros quadrados. Com sua área coberta, em boa parte, pelo Parque Nacional, a região possui boa infraestrutura para turistas, com hospitais, bancos e supermercados. 

Vale aproveitar os meses de junho a setembro, quando o verão faz o arquipélago ficar ainda melhor.


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Fotos © Halong Travel
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Foto © Halong Marathon
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Foto: via
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Fotos: via
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Fotos via

*Feito de países com culturas milenares, o Extremo Oriente é, porém, uma das regiões mais cosmopolitas do mundo e, por isso, tem atraído tanta atenção. 

www.hypeness.com.br
07
Set16

Gladiadores morriam mesmo lutando? Mito ou verdade?

António Garrochinho


Mosaico_gladiadores_Zliten



Diferentemente dos roteiros de Hollywood, em que a vida de um gladiador é uma luta por sobrevivência, esses guerreiros eram tratados como atletas de elite na Roma Antiga.

Seu treinamento e estilo de vida eram um verdadeiro investimento para o império. As disputas eram regidas por regras estritas que um juiz e seu assistente faziam cumprir, por isso eles estavam muito mais próximos de uma exibição esportiva do que de uma batalha sangrenta. Por isso, raras vezes morriam em combate.

Embora a maioria dos lutadores fosse recrutada entre os escravos, também havia cidadãos livres que se ofereciam para os combates, seduzidos por uma vida de conforto e de treinamento constante.

A expectativa de vida de um cidadão romano comum era em média 27 anos e a de um gladiador não costumava passar dos 25. Todavia, eles viviam em locais de treinamento, gozando de uma alimentação especial, composta principalmente por grãos, legumes e frutas. Eles tomavam regularmente uma mistura feita de extratos de erva e vinagres, que funcionava como bebida energética.

coliseuderoma
Até 200 a.C., era permitida a participação de mulheres gladiadoras na arena, que geralmente enfrentavam homens de baixa estatura.
Os combates eram espetáculos enormes e muito populares. Uma boa briga chegava a levar um público de até 50 mil pessoas às arenas. Grafites encontrados na antiga Pompeia mostram que os atletas eram considerados símbolos sexuais pela população.

nerdices.com.br
07
Set16

Milionário mandou destruir uma aldeia de gente pobre e… vejam o que ele fez!

António Garrochinho



Este milionário regressa à sua humilde aldeia no sul da China e decide transformá-la com dinheiro e luxos

Alguns sabem gastar dinheiro sem desperdiçá-lo.


Ele é Xiong Shuihua, nascido em Xiongkeng, uma aldeia humilde no sul da China, onde as famílias viviam em cabanas de madeira cercada por estradas lamacentas. Shuihua deixou a aldeia em busca de uma vida melhor. 50 anos depois, ele decidiu voltar e encontrou os vizinhos a viver na mesma miséria:


Quando Xiong era pequeno não tinha praticamente nada, mas teve sucesso na indústria do aço para se tornar um magnata bilionário. Um dia, o empresário decidiu que era hora de fazer alguma coisa pelo povo da sua aldeia e foi a Xiongkeng com a clara intenção de mudar as coisas:


Como sinal de gratidão a todos aqueles que o ajudaram a crescer e que o apoiaram na sua decisão de deixar a aldeia em busca de fortuna, o bilionário fez planos para a demolir e a substituir por apartamentos de luxo gratuitamente.


Hoje, os caminhos lamacentos desapareceram e 72 famílias vivem em apartamentos de luxo com todos os tipos de comodidades, tais como água, eletricidade e aquecimento:


Este homem construiu moradias isoladas a 18 famílias com quem se sentia particularmente vinculado:


Aparentemente, a sua gratidão e generosidade não tem limites, uma vez que, como se tudo isso não bastasse, Xiong prometeu providenciar comida para todos os idosos e as famílias com rendimentos mais baixos. Para os habitantes desta pequena aldeia no sul da China, a vida acaba de dar uma volta de 180 graus

www.worldnoticias.com
07
Set16

Cérebros de vítimas do regime nazista foram encontrados na Alemanha - Órgãos estavam escondidos em instituto psiquiátrico

António Garrochinho
Equipe de Julius Hallervorde antes da guerra. Ele é o segundo à esquerda na fileira de cima (Foto: Reprodução)

D
Dezenas de cérebros foram encontrados no Instituto de Psiquiatra Max Planck, em Munique, na Alemanha. 
Trata-se dos resquícios das vítimas da campanha de eugenianazista — suspeita-se que alguns deles sejam do Holocausto.
A descoberta foi feita em 2015, durante as reformas do Instituto. No entanto, a imprensa israelense só começou a repercutir o assunto recentemente. De acordo com o instituto, 100 dos cérebros encontrados eram de casos cuidados pelo pesquisador e médico Julius Hallervorden, que era membro do partido nazista. Em 1938, ele começou a trabalhar no Instituto de Pesquisa Cerebral, onde hoje fica o Instituto de Psiquiatria Max Planck. 
Hallervorden realizava experimentos em cérebros que foram extraídos de prisioneiros executados, além de deficientes mentais. Como o IPC recebia órgãos do médico Josef Mengele, famoso por sua atuação nos campos de concentração, acredita-se que vários dos cérebros sejam de vítimas do Holocausto. 
( Via Giz Modo)
revistagalileu.globo.com

07
Set16

Maquiavel e o pensamento político.

António Garrochinho
Maquiavel
Retrato de Maquiavel (detalhe),
por Santi di Tito (séc. XVI)




Maquiavel (1469-1527) é um dos mais originais pensadores do renascimento,  uma figura brilhante mas também algo trágica.  Durante os séculos XVI e XVII, o seu nome será sinónimo de crueldade, e em Inglaterra o seu nome tornou ainda mais popular o diminutivo Nick para nomear o diabo, não havendo pensador  mais odiado nem mais incompreendido do que Maquiavel. A fonte deste engano é o seu mais influente e lido tratado sobre o governo, O Príncipe, um pequeno livro que tentou criar um método de conquista e manutenção do poder político.

A  vida de Maquiavel cobriu o período de maior esplendor cultural de Florença, assim como o do seu rápido declínio. Este período, marcado pela instabilidade política, pela guerra, pelo intriga, e pelo desenvolvimento cultural dos pequenos estados italianos, assim como dos Estados da Igreja, caracterizou-se pela integração das rivalidades italianas no conflito mais vasto entre a França e a Espanha pela hegemonia europeia, que preencherá a última parte do século XV e a primeira metade do século XVI. De facto, a vida de Maquiavel começou no princípio deste processo - em 1469, quando Fernando e Isabel, os reis católicos, ao casarem unificaram as coroas de Aragão e Castela, dando origem à monarquia Espanhola. 


Maquiavel era filho de um influente advogado florentino, e durante a sua vida viu florescer a cultura e o poder político de Florença, sob a direcção política de Lourenço de Médicis, o Magnífico. Veria também o crepúsculo do poder da cidade quando o filho de Lourenço e seu sucessor, Piero de Médicis, foi expulso pelo monge dominicano Savonarola, que criou uma verdadeira República Florentina. Quando Savonarola, um fanático defensor da reforma da Igreja, foi também ele expulso do poder e queimado, uma segunda república foi fundada por Soderini em 1498. Maquiavel foi secretário desta nova república, com uma posição importante e distinta. A república, entretanto, foi esmagada em 1512 pelos espanhóis que instalaram de novo os Médicis como governantes de Florença.
Maquiavel parece não ter tido uma posição política clara. Quando os Médicis retomaram o governo, continuou a trabalhar incansavelmente para cair nas boas graças da família. O que prova que, ou era extraordinariamente ambicioso, ou acreditava de facto no serviço do estado, não lhe importando o grupo ou o partido político que detinha as rédeas do governo. Os Médicis, de qualquer maneira, nunca confiaram inteiramente nele, já que tinha sido um funcionário importante da república. Feito prisioneiro, torturaram-no em 1513 acabando por ser banido para a sua propriedade em San Casciano, mas esta actuação dos Médicis não o impediu de tentar novamente ganhar as boas graças da família. Foi durante o seu exílio em San Casciano, quando tentava desesperadamente regressar à vida pública, que escreveu as suas principais obras: Os discursos sobre a primeira década de Tito LívioO PríncipeA História de Florença, e duas peças. Muitas destas obras, comoO Príncipe, foram escritas com a finalidade expressa de conseguir uma nomeação para o governo dos Médicis.
A extraordinária novidade, tanto dos Discursos como do Príncipe, foi a separação da política da ética. A tradição ocidental, exactamente como a tradição chinesa, ligava tanto a ciência como a actividade política à ética. Aristóteles tinha resumido esta posição quando definiu a política como uma mera  extensão da ética. 

A tradição ocidental, via a política em termos claros, de certo e errado, justo e injusto, correcto e incorrecto, e assim por diante. Por isso, os termos morais usados para avaliar as acções humanas eram os termos empregues para avaliar as acções políticas.
Maquiavel foi o primeiro a discutir a política e os fenómenos sociais nos seus próprios termos sem recurso à ética ou à jurisprudência. De facto pode-se considerar Maquiavel como o primeiro pensador ocidental de relevo a aplicar o método científico de Aristóteles e de Averróis à política. Fê-lo observando os fenómenos políticos, e lendo tudo o que se tinha escrito sobre o assunto, e descrevendo os sistemas políticos nos seus próprios termos. Para Maquiavel, a política era uma única coisa: conquistar e manter o poder ou a autoridade. Tudo o  resto - a religião, a moral, etc. -- que era associado à política nada tinha a ver com este aspecto fundamental - tirando os casos em que a moral e a religião ajudassem à conquista e à manutenção do poder. A única coisa que verdadeiramente interessa para a conquista e a manutenção do poder manter é ser calculista; o político bem sucedido sabe o que fazer ou o que dizer em cada situação.


Com base neste princípio, Maquiavel descreveu no Príncipe única e simplesmente os meios pelos quais alguns indivíduos tentaram conquistar o poder e mantê-lo. A maioria dos exemplos que deu são falhanços. De facto, o livro está cheio de momentos intensos, já que a qualquer momento, se um governante não calculou bem uma determinada acção, o poder e a autoridade que cultivou tão assiduamente fogem-lhe de um momento para o outro. O mundo social e político do Príncipe é completamente imprevisível, sendo que só a mente mais calculista pode superar esta volatilidade.


Maquiavel, tanto no Príncipe como nos Discursos, só tece elogios aos vencedores. Por esta razão, mostra admiração por figuras como os Papa Alexandre VI e Júlio II devido ao seu extraordinário sucesso militar e político, sendo eles odiados universalmente em  toda a Europa como papas ímpios. A sua recusa em permitir que princípios éticos interferissem na sua teoria política marcou-o durante todo o Renascimento, e posteriormente, como um tipo de anti-Cristo, como mostram as muitas obras com títulos que incluíam o nome anti-Maquiavel. Em capítulos como «De que modo os príncipes devem cumprir a sua palavra» (cap. XVIII) Maquiavel afirma que todo o julgamento moral deve ser secundário na conquista, consolidação e manutenção do poder. A resposta à pergunta formulada mais acima, por exemplo, é que:
«Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que souberam cativar, pela manha, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se basearam na lealdade».
Pode ajudar na compreensão de Maquiavel imaginar que não está a falar sobre o estado em termos éticos mas sim em termos cirúrgicos. É que Maquiavel acreditava que a situação italiana era desesperada e que o estado Florentino estava em perigo. Em vez de responder ao problema de um ponto de vista ético, Maquiavel preocupou-se genuinamente em curar o estado para o tornar mais forte. Por exemplo, ao falar sobre os povos revoltados, Maquiavel não apresenta um argumento ético, mas cirúrgico: «os povos revoltados devem ser amputados antes que infectem o estado inteiro.»


O único valor claro na obra de Maquiavel é a virtú (virtus em Latim), que é relacionado normalmente com «virtude». Mas de facto, Maquiavel utiliza-a mais no sentido latino de «viril», já que os indivíduos com virtú são definidos fundamentalmente pela sua capacidade de impor a sua vontade em situações difíceis. Fazem isto numa combinação de carácter, força, e cálculo. Numa das passagens mais famosas do Príncipe, Maquiavel descreve qual é a maneira mais apropriada para responder a volatilidade do mundo, ou à Fortuna, comparando-a a uma mulher: «la fortuna é donna». Maquiavel refere-se à tradição do amor cortesão, onde a mulher que constitui o objecto do desejo é abordada, cortejada e implorada. O príncipe ideal para Maquiavel não corteja nem implora a Fortuna, mas ao abordá-la agarra-a virilmente e faz dela o que quer. Esta passagem, já escandalosa na época, representa uma tradução clara da ideia renascentista do potencial humano aplicado à política. É que, de acordo com Pico della Mirandola, se um ser humano podia transformar-se no que quisesse, então devia ser possível a um indivíduo de carácter forte pôr ordem no caos da vida política.

www.arqnet.pt
07
Set16

A trágica história da modelo que inspirou famosas estátuas de Nova York

António Garrochinho


Um dos monumentos de Nova York que teve Audrey Munson como modelo
Image captionImagem de Audrey Munson podem ser vista em vários monumentos de Nova York
As ruas e prédios de Nova York exibem belos monumentos e estátuas, geralmente de figuras femininas.
O que poucos sabem é que uma só mulher foi a inspiração e modelo para grande parte dessas obras do início do século 20: Audrey Munson.
Estátuas famosas de locais como a Biblioteca Pública de Nova York, a entrada da Manhattan Bridge e a Columbus Circle foram criadas a partir de sua beleza. No topo do prédio da prefeitura, no sul da ilha, está a maior delas, de mais de 7,6 metros de altura.
A vida da modelo e atriz de cinema mudo virou recentemente um livro, escrito pelo jornalista James Bone. O título da biografia já mostra que sua trajetória não foi nada comum: The Curse of Beauty: The Scandalous and Tragic Live of Audrey Munson, America's First Supermodel ("A Maldição da Beleza: A Vida Escandalosa e Trágica de Audrey Munson, Primeira Supermodelo dos Estados Unidos", em tradução literal).

Munson viveu bastante, até os 104 anos. Mas morreu esquecida em um manicômio da costa leste dos Estados Unidos, onde morou durante mais da metade de sua vida, e seu túmulo nem sequer recebeu uma lápide.
A estátua no topo da prefeitura municipal de Manhattan
Image captionMunson foi modelo para a estátua do topo do prédio da Prefeitura de Nova York

Beleza clássica

Nascida no interior do Estado, Audrey Munson chegou a Nova York em 1909, quando tinha apenas 18 anos. O objetivo: ser corista.
"Para sorte dela, Audrey era muito bonita, escultural, tinha 1,77 m de altura, alta para uma mulher da época. Tinha traços quase clássicos, com um nariz longo e reto", contou Bone à BBC.
O jornalista afirma que 1915 foi o ano em que tudo aconteceu para ela: grande parte dos monumentos e estátuas que se vê nos dias de hoje em Nova York foram esculpidos e construídos naquele período.
"Os prédios precisavam de deusas, figuras alegóricas de mulheres."
Columbus CircleImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionModelo era tipo ideal que artistas buscavam para monumentos como o da Columbus Circle
Com seu corpo esbelto e alto, traços delicados e nariz longo, Munson se encaixava perfeitamente no que os artistas procuravam.

Segundo o The Wall Street Journal, ela era chamada à época de "Vênus Americana" - em conversa com o jornal, Bone explicou que a modelo e atriz era considerada parecida com a Vênus de Milo, famosa estátua grega hoje pertencente ao Museu do Louvre, em Paris.

Cinema mudo

Aproveitando sua fama, Munson tentou a sorte em algo então novo: o cinema mudo.
Cena de filme com Audrey Munson
Image captionNa maioria dos filmes, a atriz interpretava a modelo para algum artista
Ela estrelou uma série de filmes, na qual sempre interpretava praticamente a mesma personagem: a modelo de um artista.
De acordo com o The Wall Street Journal, esse papel permitia que ela fizesse algo que já sabia - seu talento dramático era considerado "limitado".
James Bone cita um filme em especial: Purity, de 1916.
"Ele foi redescoberto em 1993, quando um francês morreu e um sobrinho descobriu sua coleção do que era considerado pornografia (na época)", explicou o jornalista à BBC.
Segundo o escritor, a pressão do show business começou a influenciar o comportamento de Munson já na época em que essa película foi filmada.
"A partir da segunda metade de 1916 ela começou a ter episódios de doença mental."

Hospital psiquiátrico

Cena do filme
Image captionA partir de 1916, Munson começou a apresentar sintomas de problemas mentais
A atriz nunca se casou. Depois que sua fama acabou, se mudou com sua mãe para o norte do Estado de Nova York, onde trabalhou até como garçonete.
Munson chegou a tentar se matar bebendo veneno. Ela e a mãe viveram por muitos anos na região, até que, a mãe a internou, aos 40 anos, em um hospital psiquiátrico.
Seu passado era algo que a abalava. "Quando as pessoas perguntavam sobre o passado, ela fechava os olhos e cruzava os braços. Se recusava a falar", contou Bone.
Depois de quase 65 anos internada, Audrey Munson morreu aos 104 anos. Seu corpo foi sepultado em um cemitério de New Haven, em Connecticut - e, como contou Bone, não havia espaço nem sequer para colocar uma lápide no túmulo.
"A mulher que inspirou tantos monumentos famosos não tem nem uma lápide. É uma grande vergonha que ela não tenha sido homenageada."
Cena do filme
Image captionPara o jornalista James Bone, é uma "vergonha" Munson não ter sido homenageada

www.bbc.com

07
Set16

NEGROS INFLUENTES NA HISTÓRIA

António Garrochinho

Ray Charles

2° maior cantor de todos os tempos.

Charles faleceu em 2004. Foi pianista e cantor pioneiro da música soul e R&B. De família pobre perdeu a sua visão ainda criança. É considerado um dos grandes gênios da música americana. Foi eleito pela revista Rolling Stone como o 2° maior cantor de todos os tempos e grande influenciador das futuras gerações.

Rosa Parks

Precursora das reformas igualitárias nos Estados Unidos.

Rosa Parks era uma costureira norte americana falecida em 2005. É um dos símbolos do movimento dos direitos civis dos negros nos EUA. Em 1º de dezembro se tornou famosa ao recusar ceder espaço em um ônibus para um branco. Esta atitude foi o estopim do movimento igualitário. Até hoje ainda recebe diversas homenagens e serviu como exemplo para os discursos de Martin Luther King.


Nelson Mandela

O maior líder negro da história mundial.

Nelson Mandela morto em 2013, foi um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul. É considerado o mais importante líder da África e ganhador do prêmio Nobel da paz em 1993. Dedicou 67 anos de sua vida a serviço das lutas pelos direitos iguais. A ONU nomeou o dia 18 de julho, data de seu nascimento, como o Dia de Nelson Mandela. Lutou contra o regime do Apartheid, um sistema racista, ficando preso por quase 30 anos. Mandela se tornou um grande pai para todos os povos que vivem na África de gerações passadas até hoje.

www.mensagenscomamor.com

Dr. Charles Drew

Criador dos bancos de sangue.

Falecido em 1950, Dr. Charles foi um médico e pesquisador afro-americano. Suas pesquisas se concentraram no domínio das transfusões de sangue. O banco de sangue começou a ser desenvolvido no inicio da II Guerra Mundial para ajudar feridos. Protestava contra a desigualdade racial nas doações de sangue. Drew se tornou o primeiro cirurgião afro a servir como um examinador na Câmara Americana de Cirurgia. Até hoje milhões de vida são salvas com o seu trabalho.


Machado de Assis

Fundador da Academia Brasileira de Letras.

Morto em 1908, Machado de Assis foi um dos maiores escritores brasileiros da história. Era poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, jornalista e crítico literário. Teve como grande obra a conhecida história de Capitu no romance "Dom Casmurro". Nascido no Rio de Janeiro, veio de família pobre nunca pôde frequentar uma universidade. Já adulto fundou a Academia Brasileira de Letras. Além do Brasil possui fama internacional.

Martin Luther King Jr.

Martin Luther King foi assassinado em 1968 devido ao incômodo causado nos brancos pela sua luta a favor dos direitos iguais para negros. Era um pastor e protestante ativista político. Liderou várias marchas e manifestações e deixou sua marca na história quando fez seu discurso tão famoso em Washington conhecido como "I Have a Dream" (Eu tenho um sonho). em 1954 King recebeu o Nobel da Paz devido ao seu combate á desigualdade racial. Em 1986, os EUA declarou o dia 4 de outubro, dia de sua morte, como feriado federal.

07
Set16

Há redes de ladrões de laranjas à solta no Algarve

António Garrochinho

As laranjas, tangerinas e clementinas algarvias não estão a salvo. Os ladrões "veem em carrinhas, descarregam o pessoal" que rouba os citrinos e até fazem a embalagem em armazéns escondidos.

São autênticas quadrilhas de ladrões de citrinos. É assim que o presidente da Associação pelo Futuro do Algarve e antigo autarca de Faro descreve as redes de criminosos que diz estarem a operar na região.

Ouvido pela TSF, José Vitorino fala em operações criminosas em grande escala, redes criminosas sediadas em Portugal e Espanha que estão a violar as leis do país e causar prejuízos estimados de 3 milhões de euros.


REGISTO AUDIO


José Vitorino descreve como os ladrões de laranjas atuam


A ASAE está no terreno e até ao passado dia 15 a GNR do Algarve manteve a operação Citrino Seguro. José Vitorino diz que se trata de uma ajuda, mas o mal é tão grande que exige remédios mais fortes.



O presidente da Associação pelo Futuro do Algarve conta que há casos de ladrões que foram apanhados em flagrante mas que "são mandados para casa, absolvidos"
Em nome dos produtores de citrinos da região, José Vitorino pede uma frente de ataque aos ladrões com envolvimento das autoridades de Portugal e Espanha, Polícia Judiciária e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

REGISTO AUDIO


www.tsf.pt


07
Set16

Táxis podem parar "o tempo que for necessário"

António Garrochinho

A ameaça de paralisação em setembro é por tempo indeterminado. O protesto é contra o "modus operandi" de empresas como a Uber. 

Os taxistas querem pressionar o Governo a legislar.


A intenção acaba de ser avançada na TSF por Florêncio Almeida, da Antral, a principal associação de empresários do sector. A paralisação "prolongada o tempo que for necessário" depende ainda de uma reunião. O protesto visa pressionar o Governo a legislar para travar a atividade de empresas de transporte não convencional, com a Uber.



Florêncio Almeida, da Antral, admite à jornalista Dora Pires que a paralisação pode ser "prolongada"
Num mês que os taxistas consideram chave na guerra contra a Uber e os restantes serviços de transporte não convencional de passageiros, há hoje um momento importante: a ANTRAL e a Federação Portuguesa do Táxi vão ser ouvidos na comissão parlamentar que está a tratar do problema, por proposta do Partido Socialista

Na Comissão de Inovação e Obras Públicas, há neste momento, duas petições de sentido oposto. Uma, a favor da regulamentação da Uber e das empresas congéneres, Outra, patrocinando a perseguição destes serviços.

REGISTO AUDIO


www.tsf.pt
07
Set16

Quando há 4 anos o desemprego era bom...

António Garrochinho



VÍDEO


Foi há 4 anos.

Pedro Passos Coelho anunciava as alterações à TSU como "contributo equitativo" (9'50''): aumentava a dos trabalhadores de 11 para 18% e reduzia a das empresas de 23,75 para 18% (10'34''). Era uma medida para combater o desemprego (!). Sim, porque nessa altura - aliás,  tal como hoje, embora envergonhadamente - Passos Coelho achava que a subida do desemprego não se estava a dever à "austeridade dita excessiva"... mas apenas à falta de financiamento à economia (5'50'') e à "reestruturação da economia que está a ter lugar". Na sua opinião, tudo estava a mudar para melhor. Se havia desemprego e se subia tão rapidamente, isso devia-se ao facto de, no passado, a economia ter assente em sectores que "cresceram em condições e expectativas desajustadas da realidade do país e que sofrem agora uma retracção súbita" (6'22''). Ou seja, o desemprego era um sinal positivo da mudança.

É bom, de ora em quando, reviver o passado. E agora ouvir Passos Coelho, exigir a António Costa emprego sustentado..

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
07
Set16

A Festa, o poder imenso da Imprensa e a surpresa de Pacheco Pereira

António Garrochinho


Foto de Eduardo Baptista
«O crime em si é já uma imperfeição. Esta tirada filosófica, vem a propósito, e uma vez mais, da censura canalha da RTP1 paga por todos nós.
4 de setembro de 2016. Recuperei o início do jornal da manhã e, às seis e meia (6.30 da manhã) tive a grata surpresa de ver uma peça muito correta sobre a ‘Festa do Avante’. Com a ingenuidade natural a quem está sempre disposto a acreditar na regeneração de gente menos sã, exclamei para os que me rodeavam: Já não era sem tempo!
No noticiário das nove dessa mesma manhã a notícia tinha sido castrada e a ‘peça’ insossa e reduzida aos banais vinte e poucos segundos.»
José Pacheco Pereira, aqui
Só pode ser ironia do acima citado pois se há quem saiba, até à medula, as teias que a nossa imprensa tece, esse é ele.
Por ventura não é o único a ter tal saber. Hoje sabe-se que os media terão a sua própria agenda. Quanto ao poder que detém, ele pode fazer eleger um presidente ou até fazê-lo destituir. Esconder a Festa é pois tão só e apenas a forma de ir adiando o ponto em que usará todo o poder de que dispõe. Por enquanto basta ir omitindo, manipulando.

O vídeo abaixo não trata a realidade nacional, mas quem diz que haja diferença nos processos? 

VÍDEO


conversavinagrada.blogspot.pt
07
Set16

E Lulia chegou ao poder

António Garrochinho




O autor deste artigo, o jornalista brasileiro João Almeida Moreira recorda o sombrio passado político de Michel Temer. O oportunismo permanente do seu partido, o PMDB, e o amoralismo do homem que desempenhou um papel importante no golpe parlamentar que destituiu Dilma Rousseff abrindo-lhe as portas da presidência do Brasil.




Sim, Lulia, com i. O “novo” presidente do Brasil chama-se Michel Miguel Elias Temer Lulia, sangue libanês nos dois apelidos, tanto no exposto quanto no escondido.
A dias de completar 76 anos, o homem de quem um dia disseram que tinha cara de mordomo de filme de terror e que foi acusado, em rumores de internet, de praticar satanismo, é um respeitado constitucionalista cuja carreira política foi forjada nos corredores de Brasília - corredores em que Frank Underwood, o maquiavélico personagem da série americana House of Cards, se sentiria uma virgem.

Poeta nas horas vagas - publicou Anónima Identidade, obra escrita em guardanapos de papel dos cafés dos aeroportos de Brasília e São Paulo e que, segundo um crítico, justificaria imediatamente o seu impeachment - é casado com Marcela Temer, ex-miss, 42 anos mais nova, classificada pela revista Veja como “bela, recatada e do lar”.

Mas o lado mais importante de Temer, o homem que não escolheu nem mulheres (52 por cento da população brasileira) nem negros (no segundo país com mais negros do mundo, a seguir à Nigéria) para o seu ministério, é ser do PMDB.

O PMDB - Partido do Movimento da Democracia Brasileira - foi a única força de oposição autorizada durante a ditadura militar. Por isso, em democracia revelou-se um caldo de interesses municipais, regionais e nacionais com raízes profundas nas estruturas do Estado. Da arca de Noé peemedebista fazem parte, além de Temer, o cacique do Maranhão José Sarney, o perturbador cleptocrata Eduardo Cunha, a rainha do agronegócio e férrea dilmista Kátia Abreu e dezenas de investigados na Lava-Jato. O partido aceita tudo: menos gente com ideologia ou qualquer outra superficialidade que obstaculize a permanência no poder.
O PMDB é causa e é consequência, é sintoma e é doença da política à brasileira. Uma espécie de “partido Tancredi Falconeri”, por ser fiel à máxima do personagem de Lampedusa que sentenciou “é preciso mudar tudo para que tudo fique na mesma”. Um dia alguém notou que se nos ausentarmos do Brasil por um mês, quando voltamos está tudo diferente; mas se nos ausentarmos 30 anos, quando voltamos está tudo igual. Há 30 anos, o PMDB estava no poder.

Nos últimos 22 anos, houve seis eleições presidenciais às quais chegaram à segunda volta sempre os candidatos do PSDB, de centro-direita, e do PT, de centro-esquerda, os dois partidos mais progressistas do Brasil. Chamou-se clima de “Fla-Flu” à rivalidade que tucanos (os do PSDB, de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves) e petistas (os do PT, de Lula e Dilma) mantiveram. Mas, enquanto os dois partidos se alternavam no Planalto, quem foi o sócio deles em todos os seis governos? O PMDB. Neste Fla-Flu quem ganha é o Botafogo.

O sucesso do jeito de ser do PMDB reflete-se na existência de meia dúzia de forças políticas criados à sua imagem. Como não ser nada e tudo ao mesmo tempo se revelou interessante nicho de mercado, nasceu o Centrão, grupo de partidos que fizeram parte da base de apoio de Dilma e da base de apoio de Temer e são PMDB em miniatura. O líder de um deles, Gilberto Kassab, disse quando o fundou em 2011 que era “de centro, de direita e de esquerda” - Kassab foi ministro duas vezes neste ano, primeiro das Cidades, sob Dilma, e agora das Comunicações, sob Temer.

Para alguém governar o país - leia-se, aprovar leis no Congresso - precisa pois do apoio e dos votos do titânico PMDB e dos seus satélites do Centrão. Lula, talvez com uma mola no nariz para não sentir o cheiro a podre, aliou-se a eles - e ao suspeitíssimo Collor de Mello ou ao procurado pela Interpol Paulo Maluf. E, talvez com uma venda nos olhos, permitiu o Mensalão, o esquema de troca de votos por dinheiro que não era muito diferente do que sucedeu agora, à luz do dia, na compra de votos de deputados e senadores sob promessa de cargos futuros, ao longo do impeachment.
Dilma, de estômago mais sensível do que o antecessor na frente política e inábil na frente económica, nunca se sentiu confortável em Brasília. Passou, portanto, de mal necessário a mal desnecessário aos olhos do PMDB (e do Centrão), e caiu.

Se a ascensão pela terceira vez em democracia de um militante do PMDB à presidência sem recurso a eleições, depois de Sarney e de Itamar Franco, é “golpe” ou não, é tema mais do domínio da semântica do que da ciência política. Porque a política brasileira, enquanto não se reformar, é, em si mesma, um “golpe” permanente.


Este artigo foi publicado pelo «Diário de Notícias» a 4 de Setembro de 2016
www.odiario.info
07
Set16

FRENTE CÍVICA

António Garrochinho
O QUE É ISTO ? SERÁ BOM, SERÁ MAU ? QUEM QUISER DAR UMA ACHEGA, FAÇA FAVOR !
Vem aí a Frente Cívica. E é para desassossegar
É uma espécie de partido que não quer ir a votos. Será lançado em Coimbra, dia 24, e promete incomodar os poderes instalados em defesa da boa gestão dos dinheiros públicos e da cidadania. O que une, entre outros, um ex-candidato presidencial e um vocalista de banda rock?
Foto de António Garrochinho.

07
Set16

Polícias, militares e os media...

António Garrochinho

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A PJ, o SEF, a PSP e a GNR são forças policiais ou órgãos de polícia criminal, a Autoridade Marítima não é nem uma coisa nem outra!


O jornal Público, na edição do passado sábado, publicou uma notícia, sob o título «Polícias unem-se para combater redes de apanha ilegal da amêijoa», onde se pode ler que os bivalves recolhidos no rio Tejo são uma ameaça à saúde pública e que a gravidade desta situação terá levado «PJ, SEF, Autoridade Marítima, PSP e GNR a unir esforços».
Ora bem, se é verdade que a PJ, o SEF, a PSP e a GNR são forças policiais ou órgãos de polícia criminal, a Autoridade Marítima não é nem uma coisa nem outra. Aliás, é recorrente a esmagadora maioria dos órgãos de comunicação social associar, sabe-se lá porquê, a autoridade no mar à Marinha, quando a este e aos outros ramos das Forças Armadas está vedado, por imperativo constitucional, o exercício de missões de segurança pública.
O que deveria constar da notícia não era a Autoridade Marítima mas, sim, a Polícia Marítima (PM), que é uma força de segurança com identidade e personalidade próprias e que não deixa de o ser por ser comandada por um militar. Do mesmo modo, independentemente de a GNR ser comandada por um oficial general do Exército e os cargos na sua estrutura superior serem exercidos por oficiais generais oriundos do mesmo ramo, quando a comunicação social fala, e bem, da GNR não lhe chama Exército, o que aconteceria se os jornalistas aplicassem a esta situação o mesmo critério que aplicam no caso da Autoridade Marítima/Polícia Marítima.
A ligação da Marinha ao Sistema de Autoridade Marítima (AMN) e à sua estrutura de direcção tem a ver com o facto de a Autoridade Marítima Nacional ser exercida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada.
Mas, a este propósito, é preciso dizer que nem tudo é mau na comunicação social, já que o Diário de Notícias do passado dia 20 de Maio, sob o título «PCP quer Marinha fora da Autoridade Marítima», informa que os comunistas entregaram na Assembleia da República dois projectos-lei: «um adequa “a AMN e a Marinha ao actual quadro constitucional regulador daquelas organizações de Estado”, o outro aprova a lei orgânica da PM e acaba com o cargo de comandante-geral, substituindo-o por um “director nacional” a exemplo das restantes forças e serviços de segurança (excepto a GNR)».
Resta-nos aguardar o desfecho parlamentar desta discussão, na expectativa de, no futuro, termos «cada macaco no seu galho», atribuindo aos polícias o que é da Polícia e aos militares as funções constitucionais que lhes competem.

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07
Set16

Habitação. Olhando para além da nuvem mediática

António Garrochinho


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Vêm sendo divulgadas propostas que constam de um projeto de lei do PS, já aprovado na generalidade na Assembleia da República, sobre um chamado estatuto de «senhorio de cariz social».

A atual versão do NRAU resulta de alteração legislativa produzida durante o anterior governo do PSD/CDS e foi muito justamente denominada por lei dos despejos
A comunicação social tem vindo a dar alguma divulgação a anunciadas alterações à legislação do arrendamento urbano. Ao mesmo nível vêm sendo divulgadas propostas que constam de um projeto de lei do PS, já aprovado na generalidade na Assembleia da República, a acordos entre o PS e o BE, sobre um chamado estatuto de «senhorio de cariz social».
Tentemos olhar para estas diversas situações.
Primeiro. A proposta de alteração à lei do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), apresentada pelo PS e aprovada na generalidade a 8 de abril, com os votos favoráveis do PS, do BE, do PCP, do PEV e do PAN, e os votos contra do PSD e do CDS-PP.
A atual versão do NRAU (Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro) resulta de alteração legislativa produzida durante o anterior governo do PSD/CDS (Lei n.º 31/2012, de 14 de agosto) e foi muito justamente denominada por lei dos despejos. É uma lei que, ao permitir elevadíssimos aumentos de rendas e ao agilizar os procedimentos de despejo, coloca em causa o direito à habitação e à atividade comercial, em especial do pequeno comércio e do comércio tradicional. É uma lei dificilmente melhorável e a exigência lógica seria a sua revogação. Admita-se, no entanto, e na inexistência de maioria parlamentar que aprove a sua revogação, aliás proposta pelo PCP em anteriores iniciativas parlamentares, a possibilidade de algumas melhorias pontuais.
Vejamos nesta ótica a proposta do PS. Esta tem aspetos positivos dado que vem obstar ao previsível despejo em 2017, no final do período transitório previsto no NRAU, dos inquilinos com mais de 65 anos e com mais de 60% de incapacidade. E vem obstar igualmente à facilitação dos despejos das chamadas lojas históricas. São aspetos positivos.
Não obstante, é uma proposta redutora quando se limita a alargar de 5 para 10 anos o período transitório de atualização do valor da renda. Alguém, não importa se com demagogia ou não, pode ver aqui o mero desejo de poupar ao Orçamento do Estado o encargo com os subsídios de renda. Passado o novo prazo, espera-se nova alteração?
E, é igualmente redutora quando, ao limitar a proteção às lojas e entidades com interesse histórico e cultural, esquece todo um importante conjunto de micro e pequenas empresas comerciais, sujeitas a despejo em troca de miseráveis contrapartidas pecuniárias. Não é desta forma que se impede o encerramento de atividades económicas, se combate o desemprego ou se aumentam receitas fiscais. E, acrescente-se, isto apenas para os contratos anteriores a 1990. Para os restantes, e são a larguíssima maioria, o mercado de arrendamento continua a ser um mercado de especulação e de precariedade.
O desejável possível é que, aquando da discussão e posterior aprovação deste projeto, ele seja enriquecido com outras propostas e outros contributos que, sem alterar o princípio de necessidade de revogação do NRAU, venham, apesar de tudo, melhorá-lo de forma menos redutora do que está proposto.
Segundo. O tal estatuto de «senhorio de cariz social», ao contrário do que alguns comentadores de direita afirmam, não é nenhum papão comedor de propriedade e, também ao contrário do que alguns sociais-democratas mais entusiasmados afirmam, não será a solução do binómio da gente sem casaversus casa sem gente.
Quanto à direita convém lembrar que o regime fascista praticou, com algum, ainda que limitado, sucesso, esta medida, com a chamada renda limitada. Quanto aos excessivamente entusiasmados, recordo a correção do Secretário de Estado da Habitação quando afirma que o modelo se aproxima «um bocadinho daquele que é praticado no Norte da Europa» (entrevista ao jornal Público de 29 de agosto de 2016).
É a esse nível «do bocadinho» que se devem colocar as expectativas. Com isto não se pretende diabolizar a proposta. Ela é, em muitos anos de governos de direita e da social-democracia, a primeira que denota preocupações com o mercado do arrendamento e a sua dinamização, contrariando a «bolha» especulativa hoje dominante sobretudo em Lisboa e Porto. O seu nível de sucesso passará pelas medidas fiscais que o Orçamento do Estado permita e, creio, muito pela sua ligação a programas de reabilitação urbana. O seu grande sucesso exigiria sempre a reversão das políticas imobiliárias que têm dominado as políticas de solos.
Terceiro. A Lei nº 32/2016, de 24 de agosto, que produz alterações ao Regime Jurídico da Renda Apoiada (Lei nº 81/2014, de 19 de dezembro) constitui, já, matéria dada. Convém, no entanto, recordá-la até por aquilo que tem de exemplar no processo legislativo que a ela conduziu.
Recorde-se que a exigência de alterações, por parte de moradores e por bastantes eleitos autárquicos, decorreu das características da Lei 81/2014, do Governo PSD/CDS-PP. Era uma lei que contrariava o direito à habitação das famílias de menores recursos, conduzindo a significativos aumentos de renda e facilitando os despejos. Contrariava ainda a autonomia das regiões autónomas e dos municípios.
Durante a anterior legislatura e também no início da atual, o PCP apresentou, sem sucesso, diversas propostas de alteração e de suspensão. Entretanto, com o decorrer dos trabalhos parlamentares, surgiram propostas de alteração do PS, do BE, do PCP. Todas elas, embora em graus diversos, melhoravam significativamente a lei. Do trabalho desenvolvido em sede de comissão parlamentar, foi possível a aprovação, com os votos contra do PSD e do CDS-PP, de alterações que garantem a autonomia de municípios e regiões, podendo estes definir regulamentos mais benéficos para os moradores dos seus parques habitacionais.
Foi possível determinar que o cálculo da renda passe a ser feito em função do rendimento líquido e não do rendimento bruto, que sejam maiores as deduções por dependentes, por idosos e para famílias monoparentais, que a taxa de esforço máxima corresponda a 23% do rendimento. Foi possível retirar um vasto conjunto de medidas facilitadoras de despejo, aumentar o prazo de validade dos contratos e ainda, impor critérios de adequação ao uso da habitação por pessoas de mobilidade reduzida.
Tratou-se de um processo onde a correlação de forças existente na Assembleia da República permitiu a adoção de um novo regime, garante de habitação para largos milhares de famílias portuguesas. É óbvio que nenhum dos três partidos proponentes de projetos de alteração viu o seu projeto integralmente aprovado. É igualmente óbvio que aquilo que foi aprovado permite significativa melhoria relativamente ao que havia sido legislado pelo PSD e CDS-PP. E é ainda óbvio que cada partido e as populações mantêm total capacidade de continuar a lutar por aquilo que consideram ainda não atingido.
Este foi o caminho percorrido com a renda apoiada. Este será o melhor caminho a seguir nas restantes áreas das políticas de habitação.

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07
Set16

Vila Real - Médica foi embora e 325 pessoas ficam à espera de cirurgia

António Garrochinho



A especialidade de cirurgia vascular foi suspensa no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediado em Vila Real, depois de a única médica habilitada se ter transferido para o Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, no início do mês.

A especialidade tem, nesta altura, uma lista de espera de 325 cirurgias e 829 consultas. A saída da única cirurgiã vascular deixou o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos, "perplexo" por ter sido permitida pelo Ministério da Saúde.

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07
Set16

Há 50 milhões de crianças "desenraizadas" no mundo

António Garrochinho





Relatório diz que 28 milhões menores tiveram de abandonar as casas devido a violência e a conflitos e deixa seis recomendações para as cimeiras sobre refugiados deste mês

As crianças representam um terço da população global, mas são cerca de metade de todos os refugiados. No total, dez milhões de menores estão fora do seu país de origem sob proteção do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o dobro de há uma década. Em todo o mundo há 50 milhões de crianças que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) considera estarem "desenraizadas", das quais 28 milhões tiveram de abandonar as casas devido a violência e a conflitos.

"Imagens inesquecíveis de algumas crianças, como o corpo inerte de Aylan Kurdi, que morreu afogado e deu à costa numa praia, ou o rosto aturdido e ensanguentado de Omran Daqneesh quando é levado para uma ambulância depois de uma bomba ter arrasado a sua casa chocaram o mundo", disse Anthony Lake, diretor executivo da UNICEF, citado no comunicado de imprensa. "Mas cada imagem, cada rapariga ou cada rapaz representam muitos milhões de crianças em perigo, o que exige que a nossa compaixão pela criança cuja imagem chega até nós se traduza em ação para todas as crianças", acrescentou.


Segundo o relatório "Desenraizadas: a crise que se agrava para crianças refugiadas e migrantes", perto de 50 milhões de crianças migraram além-fronteiras ou foram forçadas a deslocar-se, num dado que a UNICEF considera "conservador". Este número resulta da soma das crianças migrantes internacionais no final de 2015 (31 milhões, mais 20% do que em 2005), com as crianças deslocadas internamente devido a conflitos e violência (17 milhões).



"As crianças não têm qualquer responsabilidade pelas bombas e balas, pela violência de gangues, por perseguições ou pelas colheitas definhadas e pelos baixos salários das suas famílias que as levam a partir das suas terras. Porém, elas são sempre as primeiras a ser afetadas por guerras, conflitos, alterações climáticas e pela pobreza", lê-se no sumário do relatório. Uma em cada 200 crianças é refugiada.



Segundo o texto, três em cada cinco crianças migrantes vivem na Ásia ou em África - como a Turquia é o país que tem mais refugiados sob o mandato do ACNUR, estima-se que é também o que alberga mais menores com esse estatuto. Quanto aos países de origem, metade de todas as crianças refugiadas vêm da Síria ou do Afeganistão.



Recomendações

O documento é publicado em vésperas da reunião de alto nível sobre refugiados e migrantes, que decorre a 19 de setembro na ONU, e da cimeira de líderes dedicado ao mesmo tema, organizada um dia depois pelo presidente dos EUA, Barack Obama. A UNICEF pede aos intervenientes uma "atenção especial" à situação das crianças, propondo seis recomendações específicas.

A primeira é "proteger as crianças refugiadas e migrantes da exploração e da violência, especialmente as não acompanhadas". Em 2015, segundo a UNICEF, cem mil crianças que não estavam acompanhadas requereram asilo em 78 países, quase o triplo do registado em 2014. A segunda recomendação é "pôr fim à detenção de crianças" que pedem o estatuto de refugiado, sugerindo como alternativa a entrega temporária do passaporte e a obrigação de prestar contas regularmente.


A terceira proposta da UNICEF é "manter as famílias juntas", apelando aos governos que evitem separar os menores nos controlos de fronteiras e facilitem a reunificação dos menores com os familiares. Para a UNICEF essa é "a melhor forma de proteger as crianças e conceder-lhes um estatuto legal".



Mas esse estatuto "não deve nunca ser um obstáculo para aceder a serviços essenciais", como saúde, habitação, água e saneamento ou educação. Essa é a quarta recomendação da UNICEF. "Uma criança refugiada tem cinco vezes mais probabilidade de não frequentar a escola do que uma não refugiada", diz o relatório, além de que muitas vezes a procura de uma melhor educação para os filhos é um dos fatores que levam as famílias a migrar. Para as que conseguem ir à escola, há o problema da discriminação e do bullying, com a UNICEF a pedir a promoção de medidas para combater a xenofobia e a marginalização.

O Fundo da ONU para a Infância pede finalmente aos responsáveis políticos ações concretas nos países de origem dos refugiados e migrantes, "para combater as causas que estão na origem de movimentos em larga escala".

www.dn.pt
07
Set16

Taxa dos sacos de plástico incentivou reutilização para 70% dos portugueses

António Garrochinho

Os resultados do "Primeiro Grande Inquérito Sustentabilidade em Portugal", realizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, são divulgados esta terça-feira


Sete em cada 10 portugueses defendem que a taxa sobre os sacos de plástico incentivou a sua reutilização para as compras, enquanto mais de metade dizem que fez diminuir os resíduos de plástico, sem influenciar a separação de lixo.
Segundo as conclusões do "Primeiro Grande Inquérito Sustentabilidade em Portugal", realizado Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, e que será divulgado esta terça-feira, para 69% dos 1.500 inquiridos a decisão de aplicar uma taxa aos sacos de plástico leves, mais poluentes, incentivou a sua reutilização para transportar as compras.
À pergunta sobre se a medida obrigou a comprar sacos específicos para o lixo, 64% responderam que sim e 14% que não, os restantes estão indecisos.
A diminuição do volume de lixo foi uma consequência da taxa para 56% dos inquiridos, mas 18% têm uma opinião contrária, segundo o inquérito do Observador de Ambiente e Sociedade, do ICS.
Para 58% dos 1.500 inquiridos, a decisão de taxar os sacos de plástico não teve influência já que continuaram a fazer a separação do lixo como habitualmente.
Já 18% das respostas apontam para um aumento da separação, passando a usar outros sacos de lixo, mas 11% reconhecem que diminuiu a separação de resíduos, já que habitualmente utilizava os sacos distribuídos gratuitamente no comércio, principalmente nos hiper e supermercados.
A nova taxa de dez cêntimos sobre os sacos de plástico, que entrou em vigor a 15 de fevereiro do ano passado, pretendia reduzir a utilização dos 466 para os 50 sacos por habitante e por ano, uma das mais elevadas da Europa.
A medida, avançada pelo anterior ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, tem como objetivo contribuir para o decréscimo da quantidade plásticos que estão a poluir o ambiente, com especial incidência nos oceanos.
O inquérito presencial foi realizado de 7 de abril a 7 de maio, a 1.500 residentes em Portugal, com mais de 18 anos, numa amostragem aleatária atendendo a região, género, idade e escolaridade, com um intervalo de confiança de 95%.

expresso.sapo.pt
07
Set16

Decreto-lei de 1941 para trajes de época balnear

António Garrochinho


Salazar controlou tudo. Até os fatos de banho



O decreto diz que só será permitido


“Usar e vender fatos de banho que não contrariem as condições mínimas oficialmente fixadas e tornadas públicas”
que o “uso dos fatos de banho é restrito às praias, piscinas e outros locais destinados à prática de natação, sendo rigorosamente proibido ostentá-los fora desses lugares”.

O legislador acrescentou estar atento “às exigências do desporto de natação”.


LEI VISAVA HOMENS E MULHERES




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Decreto-lei de 1941 estipula que o traje de banho das senhoras deve ter “calção justo à perna”. Para os homens “fato inteiro”

FOTO ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE CASCAIS - COLEÇÃO HOTEL PALÁCIO



Os homens poderiam mostrar as costas até à cintura, as mulheres só até 10 centímetros acima da cintura.
O fato de banho delas tinha de ter um saiote que cobrisse em pelo menos um centímetro a parte de baixo do calção justo à perna, enquanto o calção deles teria de ter um comprimento de perna mínimo de dois centímetros, e tapar a barriga, podendo ser inteiro ou de duas peças




− com recurso a fita métrica −

A repressão sobre a forma de vestir das mulheres − ou pelo menos uma fortíssima pressão social − era uma das maiores preocupações da Mocidade Portuguesa Feminina (MFP), que em conjunto com a OMEN [Obra das Mães pela Educação Nacional], iniciara a campanha pela “moralização das praias” em 1936.



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Estes editais permaneceram afixados nas praias portuguesas durante décadas. A partir dos finais da década de 1950 os incumpridores eram muitos e já não eram incomodados com multas


ARQUIVO A CAPITAL

portugaldeantigamente.blogs.sapo.pt

07
Set16

Agentes da justiça dizem que pacto só é possível com mais dinheiro

António Garrochinho




Juízes organizam um encontro com o alto patrocínio do Presidente. Profissionais pedem mais gente e mais meios

Quando chegou à comarca de Silves, o procurador António Ventinhas encontrou um cenário a roçar o catastrófico: 30 mil processo de execução, que estavam a ser trabalhados apenas por meia dúzia de funcionários, "sem um fax, uma digitalizadora e uma fotocopiadora". "Havia um telefone", recordou ao DN o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público que, juntamente com os juízes e o Sindicato dos Funcionários Judiciais concordam num aspeto: faltam meios à Justiça para esta cumprir a sua função e qualquer "pacto" que pode surgir terá esta questão como problema central.

"A falta de funcionários para dar andamento aos processos é consensual entre nós, os procuradores, juízes e advogados", disse ao DN Fernando Jorge, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, para quem o desafio do Presidente da República para um "pacto" que comece nos chamados "operadores judiciários" é bem vindo" E ao contrário do que aconteceu no Congresso da Justiça, com anos de trabalho, em dois, três meses, as pessoas podem sentar-se e apresentar conclusões, porque os problemas estão há muito identificados", referiu Fernando Jorge.

"A falta de meios, humanos e materiais é dos principais problemas, porque de nada nos vale fazer reformas sem depois ter os meios para concretizá-las", acrescentou António Ventinhas. "Nos últimos anos, andaram a mascarar a falta de meios com leis", concretizou o presidente do SMMP. Um posição corroborada por João Paulo Dias, professor universitários e membro do Observatório Permanente para Justiça: "Andar a fazer reformas só para manter o discurso reformista, não funciona. Um pacto para a justiça é positivo, mas este precisa de uma agenda, de se saber o que se quer e quais os passos". Para este investigador, "fazer reformas como a do Mapa Judiciário sem investimento de curto-médio prazo não traz nenhum benefício, muito pelo contrário. É preciso investimento". João Paulo Dias defende ainda mais análise e estudos sobre as reformas já feitas, como por exemplo a do Mapa Judiciário.

Ora, "investimento" quer dizer mais "despesa pública" e com as admissões à Função Pública muito controladas, nos últimos anos o quadro de funcionários não foi reforçado. Isto mesmo recordou, ontem, o juiz presidente da Comarca do Porto, António Cunha, durante uma cerimónia de tomada de posse de 50 novos magistrados judiciais: "Recordo a carência de funcionários judiciais, que continua a verificar-se, apesar da entrada de 600 novos oficiais de justiça, mas as aposentações, entretanto ocorridas, ultrapassam esse número"

Ainda assim, José Miguel Júdice, antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, e um dos impulsionadores do Congresso da Justiça que, há 13 anos, juntou as principais profissões do setor, terminando com um conjunto de propostas entregues ao poder político, acredita ser possível, hoje, reeditar esse espírito, "haver consensos", fazer uma espécie de "estados gerais". Júdice lembrou que há 13 anos foram "centenas de horas de trabalho".

Hoje, a Associação Sindical dos Juízes dá um pontapé de saída para o debate, com a realização da conferência "Que Justiça Queremos", encontro patrocinado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que no final dos trabalhos poderá dar mais algumas pistas sobre a sua proposta de "pacto".

Da realidade à "utopia"

Logo após o desafio do "pacto", lançado na semana passada durante a cerimónia de abertura do ano judicial, as reacções foram positivas, temperadas até com algum entusiasmo: a atual Bastonária, Elina Fraga, disse desafio de Marcelo Rebelo de Sousa foi "a grande mensagem". Manuela Paupérrimo, vice-presidente da Associação Sindical dos Juízes, por sua vez, declarou ser necessário "convocar todos a participar numa solução".

"Pacto? Isso é uma utopia", respondeu de imediato António Martinho Pinto, ex-Bastonário da Ordem dos Advogados. "Se o Presidente da República percebesse o funcionamento do sistema de justiça, não faria propostas utópicas", considerou Marinho Pinto, para quem um encontro alargado entre os operadores judiciários apenas serviria para cada um "tentar satisfazer os seus egoísmos corporativos".

"Há muitos interesses conflituantes", acrescentou o advogado, não acreditando no sucesso da iniciativa: "A Assembleia da República é o poder soberano para legislar em matéria de tribunais. O poder político é que deveria colocar os tribunais ao serviço de quem a eles recorre e não das corporações", finalizou.

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