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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

05
Out16

Smart Silva

António Garrochinho
Anos a fio, a áurea de homem sério foi quanto baste para se manter a salvo de toda e qualquer acusação. Uma vez invocado o autoproclamado estatuto, aqui e ali adornado com uma ou outra alusão subtil (nunca concretizada) a campanhas orquestradas contra si, todas as suspeitas foram esquecidas, relegadas ao eterno esquecimento. Porém, numa época dominada pela tributação dos imóveis, qual fénix renascida, ressurge a polémica da Gaivota Azul. Ao invés da reacção tradicional, desta feita, nada. Nem sim, nem não. Zero, silencio total.
Noutros tempos teríamos já sido brindados com um categórico e sucinto comunicado desmentido tudo, provavelmente reiterando sound bites do passado, conclusivas singelas e curtas, “por vezes” auto-elogios mas sempre, sempre compatíveis com a persona construída, como a celebre tirada sobre seriedade na qual garantiu ser tanta a sua que para qualquer um de nós ir a meças, teria de nascer mais uma vez. Um conceito complexo, mas seja como for, a moral é simples, diz-se sério.
Parece contudo, a fazer fé em noticias vindas a publico recentemente, que nenhum de nós terá de voltar a nascer para com ele ombrear em seriedade. Já não é preciso, basta ser esperto. Mesmo tendo duvidas, o que hoje é verdadeiramente relevante é a esperteza. Sinal dos tempos, talvez apenas uma manifestação do processo de aculturação em curso, influenciada pela maior e mais liberal economia do mundo, mas parece que actualmente pagar menos impostos é sinal de esperteza. Quem não a tem paga, quem tem paga menos. Muito menos.
smart-silva

aoleme.com

05
Out16

AÇORES - PS aprovou lei que Vasco Cordeiro classificou como “maior atentado à autonomia ”

António Garrochinho


Zuraida Soares acusou esta quarta-feira o PS de ter aprovado a lei do ordenamento e gestão do espaço marítimo que o próprio Vasco Cordeiro classificou, ainda esta semana, como o “maior atentado à Autonomia dos Açores”.






A candidata do Bloco subscreve inteiramente estas afirmações, mas salienta que Vasco Cordeiro “esqueceu-se de contar a história toda, e de dizer que esta lei que espolia a nossa Região dos seus recursos marítimos e que é um atentado à nossa Autonomia foi aprovada na Assembleia da República” com os votos favoráveis do PSD, do CDS e também do PS, incluindo os deputados eleitos pelos Açores”.
A aprovação desta lei foi feita através de uma negociação liderada, por parte do PS, pela atual ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, quando era deputada.
Zuraida Soares salienta que “se alguém defendeu os Açores relativamente a esta espoliação e ataque à Autonomia, foi o Bloco de Esquerda, que conseguiu introduzir na lei uma alteração que garante o direito à participação e à informação das Regiões Autónomas em tudo o que diga respeito ao seu mar”.
Uma lei que "espolia" os Açores
“Vasco Cordeiro tem que começar a falar a verdade às pessoas”, disse a candidata do Bloco.
Numa ação de campanha realizada hoje no Faial, Zuraida Soares lançou um desafiou aos líderes partidários do PS, PSD e CDS: “Vasco Cordeiro, Artur Lima e Duarte Freitas têm que dizer com clareza o que vão fazer para alterar esta lei que espolia os Açores, que nos retira competências sobre o mar, e que permite a privatização do mar por períodos de 50 anos”.
A coordenadora do Bloco Açores desafiou ainda Carlos César, enquanto mandatário e líder parlamentar do partido na Assembleia da República – a “dizer, antes das eleições, o que é que o seu grupo parlamentar vai fazer para alterar esta lei no sentido de garantir os direitos dos açorianos relativamente ao seu mar”.
Zuraida Soares quer ainda que o PS explique porque é que “não concorda com a proposta de alteração do Bloco ao Estatuto Político Administrativos dos Açores que pretende tornar obrigatória a concordância do Governo Regional para que seja tomada qualquer medida pelo Governo da República relativamente ao mar dos Açores”.

www.esquerda.net
05
Out16

13 mulheres de diferentes países incluindo uma Nobel da Paz foram atacadas por Israel enquanto estavam a navegar ao largo de Gaza

António Garrochinho




Israel ataca barco de mulheres 

Rumo a Gaza

As forças armadas israelitas assaltaram o barco Zaytouna-Oliva, que 
pretendia romper o bloqueio à faixa de Gaza, e obrigaram-no a seguir 
para o porto de Ashdod, no norte de Gaza, onde as ativistas ficarão 
detidas.

O barco foi assaltado em águas internacionais pelas forças armadas de Israel.
O site palestinalibre.orgdenuncia que às 16.15 (hora de Espanha) “a armada israelita 
voltou a atuar com total impunidade e contra a legalidade internacional assaltando um 
barco civil que navegava rumo a Gaza em águas internacionais do Mar Mediterrâneo”.
Segundo Middle East Monitor, as forças armadas de Israel abordaram o barco e 
exigiram à comandante, a coronel Ann Wright da armada norte-americana, que voltasse 
para trás ou as 13 ativistas que estão no barco seriam presas.
Os militares israelitas tomaram o controle do barco e levaram-no para o porto de 
Ashdod, no norte de Gaza, onde as ativistas serão detidas.
Centenas de pessoas permaneceram durante várias horas no Porto de Gaza 
esperando a chegada do barco Mulheres Rumo a Gaza e agradecer a luta das ativistas 
que lutam contra o bloqueio de Israel a Gaza.
Esta iniciativa da frota Rumo a Gaza é a primeira de mulheresEsta iniciativa da frota Rumo a Gaza é a primeira de mulheres
Esta iniciativa da frota Rumo a Gaza é a primeira de mulheres e conseguiu chegar mais próximo do que a do ano passado, quando o barco Marianne foi intercetado a 140 milhas da costa.
A resposta mais violenta de Israel contra esta campanha deu-se em 31 de maio de 2010, quando militares israelitas assaltaram o barco Mavi Marmara e mataram nove pessoas.
Para esta quarta-feira, 5 de outubro, foram convocadas 20 concentrações em Espanha para:
- Pedir que o governo espanhol condene o ato de Israel e para pedir proteção consular para a espanhola Sandra Barrilaro, que se encontra a bordo do Zaytouna-Oliva.
- Exigir a libertação imediata das mulheres e a devolução do barco.
- Apelar a que sejam pedidas responsabilidades políticas e legais às autoridades 
israelitas por parte do governo de Espanha.

Al Jazeera (que tiene una corresponsal en el barco Zayton) informa ya que la marina israelí ha interceptado a#MujeresRumboaGazahttps://twitter.com/AJABreaking/status/783673555892506624 



www.esquerda.net




Ver todas as mensagens de SOS dos participantes aqui .

Por favor, agir agora. Ligue ou escreva:
Peter Lerner, porta-voz do IOF 
+972 252 945 2966 e Lt. O general Gadi Eizenkot contact@tsahal.fr idf.europacdesk@gmail.com 

exigir que a mulheres e o barco sejam libertados!





Por favor, entre em contato com as seguintes autoridades e 

exigir que eles chamam para a segurança e respeito por 

essas mulheres:

Nações Unidas:  Sua Excelência  Sr. Ban Ki-moon
Secretário Geral das Nações Unidas 
E-mail: sgcentral@un.org
Twitter:  @UN_Spokesperson

Estados Unidos: John Kerry , o secretário de Estado 
E-mail: kerryj@state.gov
Telefone: 202-647-4000 
Web: http://state.gov 
Twitter: @JohnKerry 
Siga a campanha dos EUA no Facebook:   
https: // www .facebook.com / Womens-Boat-to-Gaza-us-Section-996595507080925 /? fref = ts
Europa: Federica Mogherini, Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e de 
Segurança
de E-mail:  federica.mogherini@ec.europa.eu
Twitter:  @FedericaMog
AUSTRÁLIA Julie Bishop , o chanceler 
Email Julie.Bishop.MP@aph.gov.au
Telefone : +61 8 9388 0288 
Twitter: @JulieBishopMP 
FB: Julie Bishop MP

CANADÁ

Justin Trudeau , o primeiro-ministro 
Câmara dos Comuns 
Ottawa, ON 
K1A 0A6 (sem porte necessário!) Telefone: +1 613 995 0253 Telefone: +1 514 277 6020 E-mail: j+ustin.trudeau@parl.gc.ca Twitter:  @JustinTrudeau




Stephane Dion , Ministro das Relações Exteriores 
da Câmara dos Comuns 
Ottawa, Ontario 
K1A 0A6 
Informação de contato mailto: stephane.dion@parl.gc.ca
Para mais contatos no Canadá:  http://canadaboatgaza.org

FRANÇA

Monsieur le Président, protégez la Flottille des Femmes despeje Gaza 
http://www.plateforme-palestine.org/Monsieur-le-President-protegez-la-Flottille-des-Femmes-pour-Gaza

NOVA ZELÂNDIA / AOTEAROA

NORUEGA

Børge Brende 
Ministério dos Negócios Estrangeiros 
N-0032 OSLO 
E-mail: utenriksminister@mfa.no
Twitter: @borgebrende www.shiptogaza.no

ÁFRICA DO SUL

ESPANHA

Tome a ação nas ruas!

  • Por favor verifique o seguinte link para mais detalhes :  
  • http://www.rumboagaza.org/convocatorias-asalto-zaytouna/
  • Rumbo a Gaza convida a sociedade civil e organizações para reunir às 7h em frente
  • dos escritórios do governo espanhol no mesmo dia da possível interceptação.
  • Rumbo a Gaza apela ao Governo espanhol e deputados e deputados espanhóis para 
  • proteger Boat das Mulheres para a missão de Gaza e seus participantes, incluindo o
  •  espanhol Sandra Barrilaro.

Reino Unido

Boris Johnson , secretário de Relações Exteriores 
Tel: +44 20 7219 4682 
E-mail: boris.johnson.mp@parliament.uk~~V
Twitter: @borisjohnson 
Facebook: facebook.com/foreignoffice 
Twitter: @foreignoffice
05
Out16

A CRISE DO EURO – A HIPÓTESE DE REBENTAR A ZONA EURO, DE NOVO – A CONSEQUÊNCIA DA SAÍDA DO EURO, de GIORGIO LUNGHINI + HOT€L CALIFÓRNIA, de SERGIO CESARATTO – selecção, tradução, introdução, organização e montagem de JÚLIO MARQUES MO

António Garrochinho

by joaompmachado
 




A crise do euro - a hipótese de  rebentar a zona euro,  de novo

mapa itália

Meus caros

Uma sensação do já visto, do já lido ao traduzir este texto de Giorgio Lunghini e este é o mesmo autor que escreveu que a Europa se estava a tornar uma máquina de destruição, dizendo-nos que “a Europa que é considerada a região potencialmente mais avançada e florescente no mundo arrisca-se a transformar-se numa gigantesca espiral de destruição.” Arrisca-se e nisso se tornou. E qual a ideia agora do professor  Giorgio Lunghini. Lapidar. Servindo-se da metáfora dos Eagles, servindo-se pois do texto da canção Califórnia Hotel, dizendo-nos pois que “ a União Económica e Monetária europeia é como o  "Hotel California" na canção dos  Eagles: talvez seja melhor não entrar, mas uma vez lá dentro, é impossível sair.

Uma sensação do já lido, do já visto, ao ler este texto. O inferno vem aí é o que nos anuncia o professor Lunghini se sairmos da União Europeia, portanto é melhor continuarmos na gigantesca espiral recessiva que é esta Europa, como o mesmo professor reconhece desde há anos.

Bela perspetiva a que agora é desenhada a poucas semanas  do referendo que pode levar a Itália à beira do caos com uma eventual ascensão do Movimento 5 Estrelas ao poder  e mais uma pressão para a sida do euro. É preciso justificar o poder existente. Mau mas a alternativa é bem pior, é o que se pode inferir do texto do citado professor. Mas isto faz-nos lembrar a campanha orquestrada para salvar Cameron, faz-nos lembrar a campanha orquestrada  pelas grandes Instituições Internacionais  a Passos Coelho  ou até a entrevista dada pelo jornalista Luís Delgado a uma rádio a pouco mais de um dia das eleições legislativas em Portugal em Outubro: António Costa foi um grande ministro, foi um grande presidente de Câmara, foi muita coisa de bom, mas o povo não irá nunca esquecer quem  o tirou da crise, ou seja, nunca irá esquecer Passos Coelho.

A mensagem do fatalismo é o que aqui se propaga ou, como assinala Sapir num contexto semelhante, trata-se de propagar a mensagem de que devemos aprender a viver com o que não pudemos mudar. Estes homens ou mulheres cometem  um enorme erro, diz-nos ainda Sapir que é  o de querem esquecer que o que certos homens fizeram, outros poderão desfazer.

No fundo trata-se, direi eu, de um intelectual cujo discurso legitima a situação presente e que  ao mesmo tempo procura desviar a atenção de procura de alternativas  para o drama que se segue se continuarmos na mesma via.

Aqui estamos perfeitamente de acordo com Sergio Cesaratto, quando afirma:

“Em suma, não se pode escapar à impressão que o prof. Lunghini se presta, contra a sua vontade, a uma estratégia de alarmismo económico visando calar as vozes que podem suscitar uma reação popular contra o euro, contra esta Europa; vozes que se batem pela criação de um governo que, na base de um forte apoio popular, prossiga uma política de pleno emprego, o restabelecimento do Estado-Providência e uma política de instrução pública por todos os meios ao seu alcance (incluindo o restabelecimento da soberania monetária e de uma economia de controlos a relembrar as teses de Frederico Caffè de há muito tempo); que não mantenha como inelutável um destino carregado de incerteza para os nossos filhos e netos.”

A direita e a extrema direita têm muitos auxiliares, mesmo que com roupagens supostamente de esquerda. É preciso saber enfrentá-los, como o fez Cesaratto, como o fez Nuti e o os seus colegas e esta mensagem de Cesaratto contra os adversários da Europa que aqui quero sublinhar

________
il manifesto

A consequência da saída do euro

 Giorgio Lunghini, Le consequenze di un'uscita dall'euro

Il manifesto, 22 de Setembro de 2016

Alguns números sobre os efeitos de se abandonar a moeda única, moeda comum, para se compreender porque é  melhor evitar a saída.

Há hoje  um consenso sobre a desadequação do  quadro institucional  da União Económica e Monetária (UEM), e acima de tudo há uma crítica unânime, fundamentada e  severa    sobre a sua arquitetura de  política económica (para uma revisão das diferentes posições pode ver o meu comentário ("o euro: um destino condenado"), Crítica marxista, de Março a Junho de 2015). Diferentes são as avaliações sobre as  consequências económicas e sociais de uma saída unilateral da Itália da  UEM - que alguns até sucessivamente invocam. Isso  parece-me  uma questão de grande importância, e aqui eu faço minhas as estimativas e a conclusão do Carluccio Bianchi (e que podem ser encontrados através de pesquisa no Google  "“lincei 2015 bianchi storia breve dopoguerra”).

Nas condições dadas, o primeiro efeito seria a desvalorização da nova moeda nacional. A perda de competitividade no que diz respeito à Alemanha é  agora na casa dos  30%, e este seria o limiar mínimo; contudo os movimentos monetários poderiam determinar uma desvalorização de 50-60%. A consequência imediata sobre a inflação seria de  15%, e desencadear-se-ia uma espiral entre salários-preços-taxas de cambio , pela ligação entre estas três variáveis : com uma taxa de inflação na ordem dos 20% ao ano e com uma perda salarial insuportável.

Com uma desvalorização de 50% aumentaria  na mesma proporção  o valor da dívida pública nas mãos de investidores estrangeiros (mais de 35% do total), com a fuga de capitais e o incumprimento do Estado  italiano, incapaz  de responder aos pedidos de reembolso. O valor real da dívida interna em cinco anos seria assim  reduzida para  metade com uma perda para as famílias que possuem títulos de 110 mil milhões  de euros, ou 11% do seu rendimento disponível. Para os bancos e instituições financeiras, que possuem cerca de metade da dívida, o impacto sobre os seus  orçamentos seria trágico, especialmente para aqueles que têm passivos em moeda estrangeira. Para além da necessidade de recapitalização pelo Estado, seria necessário evitar a corrida dos depositantes aos balcões dos bancos.

Também se exigiriam  medidas para limitar a posse de moeda  estrangeira  e o levantamento dos  depósitos bancários (como na Argentina com o corralito), assim  como seria necessário o controle de movimentos de capitais. As taxas de juro iriam disparar  rapidamente, seja pela  inflação   mais elevada, seja pela crise cambial e bancária ou ainda pela entrada em incumprimento do Estado italiano.  Aumentariam as dívidas das empresas em moeda estrangeira e poderia ocorrer uma crise de liquidez e uma restrição do crédito bancário .

As empresas exportadoras desenvolveriam as suas atividades mas aqueles que produzem para o mercado interno seriam todas afetadas pela contração do consumo e do investimento e pela crise bancária; e diz-se que as exportações devido à desvalorização as exportações sairiam muito  beneficiadas : em face de desvalorizações competitivas, os países restantes dentro da UME poderiam  adotar uma política aduaneira comum em que subiriam as barreiras alfandegárias.

Na presença de uma desvalorização inicial de 50%, e de uma inflação média anual consequente de 20%, haveria consequências muito graves sobre os salários reais. O poder de compra dos salários só poderia ser mantido com uma indexação total dos salários  à evolução dos preços; mas a perda média anual do rendimento  seria de 10%, perda esta que seria acrescentada à perda sobre certos bens mobiliários  determinada pelos  efeitos da inflação sobre os títulos da dívida pública ; e com inflação  tão elevada aumentaria posteriormente  ainda mais as desigualdades na distribuição de rendimento e da riqueza entre os empregados por conta de outrem e os trabalhadores  independentes, e entre credores e devedores. Como consequência de tudo isso, a queda do PIB na Itália seria em torno de 40% no primeiro ano e 15% nos anos seguintes por um período de pelo menos três anos.

Um custo enorme, o que geraria agitação civil e revoltas populares, e a história da Europa ensina que crises desta magnitude levam a uma saída pela direita. Em suma, a União Económica e Monetária europeia é como o  "Hotel California" na canção dos  Eagles : talvez seja melhor não entrar, mas uma vez lá dentro, é impossível sair.


Fonte: Il manifesto, 23 settembre 2016


***

testata-sollevazione-copia

Sergio Cesaratto, LUNGHINI, L'EURO E L'HOT€L CALIFORNIA

Sollevazione, 30 de Setembro de 2016


As questões que levanta o prof. Lunghini em relação a uma rutura do euro são muito importantes e devem ser discutidas tanto numa base quantitativa como numa base histórico-política. Começando por este último aspeto, que é o mais relevante, Lunghini examina o caso de uma saída unilateral do nosso país, "a frio", da zona euro. A rutura unilateral é, naturalmente, apenas uma das possibilidades.

Uma outra alternativa poderia seria que o Hotel Califórnia, onde se entra mas não se sai, de acordo com a metáfora do professor, se incendiasse e desse incêndio quase toda a classe política saísse pelo menos um pouco chamuscada e do qual certamente fugiria. Mas a mesma saída unilateral só pode resultar se o incêndio se verificar apenas na sala onde está alojado o nosso país, provavelmente não iluminado por um qualquer economista imprudente, mas sim por uma severa crise bancária em que, dados os atuais mecanismos europeus, abriga nele alguns milhões de aforradores no seu pátio central. Claro, os bombeiros europeus de alguma forma chegam com os seus créditos em mãos e algumas condicionalidades mais a terem que ser aceites  sobre o orçamento público. Mas isso poderia levar a novos protestos. Ou talvez não. Mas, se isso acontecesse, um governo, instalado pelo Movimento 5 Estrelas, pode ser tentado a requerer que a Alemanha  aceite a suspensão da participação italiana na moeda única. Mas também poderia acontecer que o fogo tenha alastrado para uma qualquer outra sala contígua, como a ocupada pela França porque Madame Le Pen decidiu fazer as malas e na saída esqueceu-se da vela acesa

Ou, e porque não, poderia ser o gerente alemão deste Hotel Califórnia a ir-se embora já cansado do barulho que vem do rés-do-chão e da  parte sul do hotel (sem se esquecer de queimar tudo, de acordo com o que é já seu hábito). Oh, uma responsabilidade de alguns economistas imprudentes, ( há sempre economistas sem nenhum sentido da economia dir-se-á no mainstream) por exemplo, por  sugerirem  aos investidores que a falência dos bancos não é devido à corrupção, mas sim às políticas europeias e à perda de soberania monetária, ou ainda sugerindo que o euro é um ataque contra a Constituição muito mais grave do que aquele que foi realizado pela ministra Maria Elena Boschi, ministra da Reforma Constitucional. Mas eu não creio que o prof. Lunghini esteja a sugerir que se escondam essas verdades. Ou não? Porque, como se disse, o professor parece sugerir que seria melhor não dizer nada às pessoas, a não ser que o euro é um destino incontornável que nós merecemos, de modo a não suscitar maus pensamentos. Mas esses economistas imprudentes, sem nenhuma ideia de como funciona a economia na realidade,  incutem um espírito de aventureirismo nas massas, bem longe da tradicional responsabilidade europeista da "esquerda", em vez de ensinar estas mesmas massas e educá-los no perdão e na paciência cristã.
cesaratti

Na minha opinião, é pois errado colocar a questão da ruptura do euro fora de um contexto histórico e político em que uma possível ruptura se colocaria, quando tudo seria posto em causa num quadro internacional não necessariamente hostil, dado o interesse geral para que a estabilidade seja restaurada. O prof. Lunghini está muito preocupado com a ideia de que a Itália possa regressar à desordem monetária do estilo da dos anos setenta que, confessemo-lo, se deu precisamente devido ao dinheiro caro de que já se esqueceu. Esses economistas sem nenhum sentido da economia que olham para a vida e ainda sonham com a época em que até mesmo o operário queria que o seu filho fosse doutor. Estes infelizes e imprudentes economistas estudaram história económica e sabem que a moeda única (como o padrão-ouro) se fez para sufocar a luta de classes e a democracia.

Para reforçar o seu ponto de vista, o professor difunde números e cenários apocalípticos, que se teriam verificado no passado algures. Nós, reformistas incuráveis, acreditamos que com uma soberania monetária que o pais venha a readquirir,  saberá então dotar-se de instituições que, por sua vez, reconciliarão as questões da repartição do rendimento e da desigualdade, o crescimento e o controlo dos preços. Sobre a dívida pública denominada  em euros – admitindo que esta moeda ainda exista - podem surgir algumas disputas graves . Isto, devido particularmente devido à  decisão irresponsável em que a Itália aceitou em 2012  uma cláusula que a pode impedir de redenominar a sua a divida em nova libras (pelo menos em relação às novas emissões). Mas, repetimos, se chegarmos a uma fase de rutura então será um de Abril de 1945, quando, de novo, tudo se discute. E de toda a maneira a escolha é política: entre o respeito de uma "cláusula de ação coletiva" (ativada pelos detentores de grandes valores em títulos da dívida pública) e a democracia, o que escolhe o Professor? Sobre a dívida privada, nenhum cataclismo ocorreu em 1992 face a uma desvalorização de 30% (não vejo porque é que agora deveria ser maior.

Em suma, não se pode escapar à impressão que o prof. Lunghini se presta, contra a sua vontade, a uma estratégia de alarmismo económico visando calar as vozes que podem suscitar uma reação popular contra o euro, contra esta Europa; vozes que se batem pela criação de um governo que, na base de um forte apoio popular, prossiga uma política de pleno emprego, o restabelecimento do Estado-Providência e uma política de instrução pública por todos os meios ao seu alcance (incluindo o restabelecimento da soberania monetária e de uma economia de controlos a relembrar as teses de Frederico Caffè de há muito tempo); que não mantenha como inelutável um destino carregado de incerteza para os nossos filhos e netos.



Sergio Cesaratto, LUNGHINI, L'EURO E L' HOT€L CALIFORNIA, texto disponível em:

aviagemdosargonautas.net
05
Out16

GUTERRES

António Garrochinho
GUTERRES, GUTERRES, GUTERRES !
O QUE É QUE ESSE TIPO JÁ FEZ PARA TER QUE ATURAR TODA ESTA HISTERIA ?
LEMBRAM-SE DE QUANDO FOI PRIMEIRO MINISTRO E DEU DE FROSQUES ?

QUE FEZ ELE EM QUASE 10 ANOS A LIDAR COM OS REFUGIADOS ? O MESMO QUE VAI FAZER AGORA NAS NAÇÕES UNIDAS ! ENCHER OS BOLSOS !
MAIS UM BUROCRATA COMO O QUE CESSA FUNÇÕES E MAIS UM SUBMISSO AOS EUA QUE SÃO OS FINANCIADORES MAIORES DA ONU
É-ME INDIFERENTE A SUA ELEIÇÃO
MÁ NADA !

E ELES TODOS SE FELICITAM
E ENVIAM PARABÉNS
OS RICOS QUE NESTE MUNDO HABITAM
DE GENTES COM TRÊS VINTÉNS


António Garrochinho
05
Out16

Gueterres e a teoria dos jogos

António Garrochinho



Como toda a gente fala no António, Gueterres de apelido, também não posso fugir ao tema.

Há um coro de aplausos, da esquerda à direita, pelo sucesso da candidatura de Gueterres a Secretário-Geral da ONU. Louvam-se as qualidades do candidato e diz-se que elas foram a alavanca para que os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU o tenham aceitado, logo numa primeira escolha, praticamente por unanimidade. Eu não duvido que as qualidades humanas, políticas e técnicas do candidato tenham sido importantes. Mas tal não seria suficiente se qualquer um dos grandes países considerasse ter, neste momento, a força suficiente para impor um outro candidato, mais próximo dos seus interesses e das suas políticas. Não há quem a tenha. O que o sucesso de Gueterres prova é que atualmente, na correlação de forças a nível mundial, nenhuma potência se destaca com um poder de hegemonia tal que possa ousar, sequer, iniciar um processo de imposição às restantes dos seus pontos de vista, ou pelo menos que tal não seja feito sem grande desgaste e custos.

Fazendo um paralelismo com a teoria dos jogos, a vitória de Gueterres é consequência de uma situação de equilíbrio de Nash: ou seja, todos os países concluíram ganhar mais em cooperar, apoiando a candidatura de Gueterres, qualquer que fosse a decisão dos restantes, do que em a hostilizar e sujeitar-se a ter que vir a aceitar uma outra bem pior, já que nenhum deles se viu com força suficiente para impor o seu candidato.

Como em todos os processos, também aqui há ganhadores e perdedores. Gueterres, Portugal e todos o que o apoiaram, a própria ONU enquanto organização mundial cuja face pública e poderes de influência saem reforçados, são grandes vencedores. A Alemanha, a Comissão Europeia, Juncker, Barroso e comandita, e os grandes interesses financeiros que giram à volta do PPE, saem nitidamente de rastos.

Sobretudo Merkel. Quis dar um passo maior que a própria perna. Julgou que conseguia impor ao mundo uma candidata de última hora tal como consegue impor à Europa e aos frouxos líderes europeus a sua agenda e o seu programa castigador. É preocupante a Europa estar entregue a alguém com uma capacidade de julgamento político e de avaliação das situações e das forças em presença tão limitada e tão canhestra. Merkel saiu derrotada e falhou em toda a linha.

Tal como está a falhar na política financeira, no Euro, nas perspectivas de crescimento das economias europeias, sacrificando uma geração à desesperança e aos extremismos consequentes. Tal como falhou na gestão da crise das dívidas soberanas, mormente no caso da Grécia. Tal como falhou na questão dos resgates e das troikas à Grécia, a Portugal e à Irlanda. Tal como falhou na crise dos refugiados e que culminou com o vergonhoso e caro acordo que veio a fazer com a Turquia. Tal como falhou no processo que levou ao Brexit. Tal como falha, aceitando a política xenófoba e racista da Hungria agora sufragada em referendo. Tal como irá falhar, provavelmente, na gestão do dossier do Deutch Bank, que lhe irá rebentar nas mãos e espalhar estilhaços letais pelo mundo fora, e em primeira linha pela Europa adentro.

De derrota em derrota até à derrota final, assim vai a chanceler. Só é pena que leve consigo para o abismo o seu país e, por tabela, todos os outros países europeus, o presente e o futuro de milhões de cidadãos. Parece que a Alemanha não tem jeito para negociar e dialogar com ninguém. A História isso mesmo nos diz. Está-lhe na genética, nas práticas e nos cometimentos, e até nos filósofos. Relembro uma frase de Friedrich Nietzsche: “Ser independente é apanágio de uma pequena minoria, é um privilégio dos fortes”.

Enquanto na Europa a Alemanha é forte, e quer sempre subalternizar os restantes países, no mundo a Alemanha não é assim tão forte, e acabou por provar do seu próprio veneno. Se a D. Merkel fosse uma grande estadista sabê-lo-ia seguramente e teria evitado sujeitar o seu país e as instituições europeias, que é suposto liderar, a mais uma humilhação.

estatuadesal.com

05
Out16

CDU VOTOU A FAVOR da MOÇÃO sobre "...SUSPENSÃO IMEDIATA DAS DEMOLIÇOES na RIA FORMOSA" - CORRECÇÂO de notícia do CM

António Garrochinho

Nessa notícia informa-se que o vereador da CDU se absteve.
Porém, a votação da moção em causa foi a seguinte:
Cinco votos a favor – Quatro da Coligação Juntos por Faro e um da CDU.
Quatro votos contra do PS.
Agradeço-vos, por conseguinte, a informação aos vossos leitores de que o vereador da CDU na Câmara Municipal de Faro votou a favor da aprovação da “MOÇÃO: Câmara Municipal exige suspensão imediata das demolições”.
Com os melhores cumprimentos,
António Mendonça
Vereador da CDU na C. M. de Faro"
Foto de PCP Algarve.
CDU VOTOU A FAVOR da MOÇÃO sobre "...SUSPENSÃO IMEDIATA DAS DEMOLIÇOES na RIA FORMOSA"
CORRECÇÂO de notícia do CM
Carta enviada ao Correio da Manhã pelo Vereador da Câmara Municipal de Faro, eleito pela CDU António Mendonça
"Exmos. Senhores
Na vossa edição de hoje, dia 2016-10-04, há uma notícia sobre a aprovação pela Câmara Municipal de Faro de uma moção que exige a suspensão imediata das demolições na Ria Formosa.
Nessa notícia informa-se que o vereador da CDU se absteve.
Porém, a votação da moção em causa foi a seguinte:
Cinco votos a favor – Quatro da Coligação Juntos por Faro e um da CDU.
Quatro votos contra do PS.
Agradeço-vos, por conseguinte, a informação aos vossos leitores de que o vereador da CDU na Câmara Municipal de Faro votou a favor da aprovação da “MOÇÃO: Câmara Municipal exige suspensão imediata das demolições”.
Com os melhores cumprimentos,
António Mendonça
Vereador da CDU na C. M. de Faro"


05
Out16

Fotos interessantes e as histórias por trás delas

António Garrochinho


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Este é um apartamento em Hong Kong

 
 
 
 
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Soldado mutilado por mina terrestre recebendo carinho da sua esposa


 
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Pedreira de mármore na Grécia


fts_curiosa_04

Jardim de cannabis “escondido” em um campo de milho

 
 
 
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Este é o almoço de uma escola pública em Minnesota

 
 
 
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Cabine do capitão do navio USS Missouri


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Laboratório industrial de metanfetamina encontrado nas Filipinas

fts_curiosa_08

Um viveiro de vieiras

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Snipers franceses e britânicos prontos para o trabalho no campo


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A menor mulher do mundo sendo reconhecida pelo Guinness


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Jovens Lula e Fernando Henrique Cardoso trocando algumas ideias

 
 
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Maior tragédia da cidade de São Paulo, o incêndio do Edifício Joelma marcou a década de 70. Na imagem, várias pessoas esperando ajuda do corpo de bombeiros

 
 
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Maior cavalo do mundo. Foto da década de 30

 
 
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Presidente Médici recepcionando a seleção brasileira campeã do mundo, em 1970


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Esta é a rainha Elizabeth servindo na Segunda Grande Guerra


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Iuri Gagarin, primeiro homem a viajar pelo espaço. É dele a frase: “a Terra é azul”, em 1961

 
 
 
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Vinícius de Moraes e sua “garota de Ipanema”, Helô Pinheiro, em 1962

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Estas são as garras de uma águia coroada

 
 
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Este é o resultado de um relâmpago que caiu no meio de uma floresta


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Fotógrafo russo deixa câmera parada e animais se empolgam com ela



 obutecodanet.ig.com.br
05
Out16

MONTE SAINT MICHEL À VISTA DE DRONE (VÍDEO)

António Garrochinho
05
Out16

Primeiros candidatos a trabalhar no IKEA de Loulé começam a ser chamados no dia 20 de Outubro

António Garrochinho


foto ikea (Medium)
O IKEA anunciou, em conferência de imprensa realizada ontem no Auditório da Escola Secundária de Loulé, que os primeiros «contactos e triagens de currículos» de candidatos a trabalhar na futura loja da multinacional no Algarve vão ser feitos a 20 de Outubro.
Apesar de as candidaturas decorrerem até 15 de Novembro, a garantia foi dada por Pedro Barroso, responsável pelo recrutamento para o IKEA de Loulé. No total, a multinacional pretende contratar 250 pessoas. O passo seguinte, após os primeiros contactos, será, de acordo com as respostas de cada um, a convocatória para um exercício em grupo.
«Estes exercícios vão ser feitos pela nossa equipa no Centro de Emprego de Loulé. Serão feitas quatro sessões diárias, duas de manhã e duas à tarde, o que significa que vamos convocar cerca de 40 pessoas por dia», explicou Pedro Barroso, perante um auditório lotado. Depois de cada exercício, haverá uma entrevista individual a cada participante.
foto ikea 2 (Medium)Já a entrada, efetiva, dos primeiros trabalhadores, apenas para formação, será feita, «se possível», em Janeiro… nas lojas de Lisboa. Esta formação será feita apenas para quem ficar a trabalhar num regime de full-time e não em part-time. Pedro Barroso assegurou que os custos de transporte e alojamento serão suportadas pela IKEA. Para quem não puder fazer esta formação, a entidade também será «flexível». «Cada caso é um caso. Quem não puder, não será por isso que não será recrutado», acrescentou.
Outra garantia dada por Pedro Barroso foi que o recrutamento se está a fazer apenas para quatro áreas: apoio ao cliente, vendas, logística e restaurante. «As outras áreas não será o IKEA a gerir o recrutamento, mas sim um prestador de serviços», revelou.

Ainda não há data e mês para a abertura do IKEA
A única informação avançada por Pedro Barroso, e que já era conhecida, foi o facto de a loja abrir na Primavera de 2017. Já quanto ao MAR Shopping Outlet, que será paredes meias com o IKEA, o responsável pelo recrutamento confessou «não saber quando abre, já que são projetos totalmente distintos».
Por seu lado, Cláudia Domingues, diretora de comunicação e sustentabilidade do IKEA, garantiu ao Sul Informaçãoque o projeto de responsabilidade social, que está a ser preparado em conjunto com a Câmara de Loulé, está «numa fase de triagem». «Estamos ainda a conhecer a região e as instituições do concelho para perceber quem são e as suas valências. Queremos perceber qual é que se adequa mais aos nossos objetivos e à nossa estratégia», acrescentou.
foto ikea 3 (Medium)Já quanto à loja em si, a novidade, além do facto de se querer articular com o futuro centro comercial, é o aproveitamento do sol do Algarve em termos energéticos. «As instalações dos painéis fotovoltaicos serão iguais às outras lojas, mas esperamos tanto produzir mais energia, como ter um maior retorno», explicou Cláudia Domingues.
Madalena Feu, delegada regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), completou o painel de oradores da conferência de imprensa. Além de confessar estar «muito satisfeita» com este investimento, Madalena Feu revelou que os inscritos no IEFP vão «provavelmente receber convocatórias para apresentação do projeto do IKEA e para informar sobre o processo de recrutamento».
As candidaturas para o IKEA podem ser feitas clicando aqui.


www.sulinformacao.pt

05
Out16

A geringonça no país desengonçado

António Garrochinho




Vasco Pulido Valente teve criatividade para designar por geringonça um governo de maioria parlamentar de que não gostou ele que odeia tudo e todos e principalmente tudo o que cheire a esquerda ou que não contenha pelo menos um grau de álcool. Mas, logo ele que é um comentador muito atento, não reparou que o país deixado por aqueles que formariam um governo tipo Ferrari mesmo sem apoio parlamentar, foi um país desengonçado.
Um país de onde os quadros fogem, com um Estado que parou sem apostas na modernização e com os seus quadros desmotivados, onde quatro anos, nem privados, nem sector público investiram, com um sistema financeiro desorientado e falido, com uma falsa bolsa de valores que serve mais para ludibriar papalvos do que financiar a economia, era um país desengonçado. Mas exigiram que a tal geringonça que não sobreviveria desengonçasse um país que estava desengonçado há quatro anos.
Exigem milagres em 5 meses, de Abril a Setembro, o tempo que decorreu desde a aprovação do orçamento, mas, mais ridículo ainda, aqueles que em tão poucos meses apelaram à direita Europeia para tramarem o país se fosse governado pela maioria do parlamento, que exigiram e sugeriram à EU que exigisse um plano B, que tudo fizeram para que fossem aplicadas sanções, exigem agora milagres.
Aqueles que anunciaram a desgraça porque o governo fez as reposições de rendimentos que a própria direita prometeu, que previram segundos resgates, que tiveram um orgasmo a cada subida dos juros, que esperam em cada execução a notícia da desgraça, querem agora os milagres que eles próprios prometeram, o crescimento robusto que se iria sentir, a criação de emprego graças às reformas laborais, a vinda de investimentos para uma economia sem regras.
A verdade é que só o facto de não ter havido qualquer desgraça já é um milagre. Provou-se que os cortes de vencimentos foi um pequeno prazer dado a um primeiro-ministro da extrema-direita que odeia funcionários públicos e pensionistas, provou-se que não é possível resolver os problemas dos bancos sem soluções dramáticas com um primeiro-ministro a passear as xanatas na Manta Rota, demonstrou-se que é possível governar sem atiçar ódios, que é possível gerir a austeridade com equidade e justiça social.

Afinal a geringonça funcionou, parece estar bem oleada e dá menos solavancos do que um líder do PSD desorientado, que a cada passo dá um rater e que tem vindo a fazer uma pantomina onde já desempenhou os mais diversos papéis, desde o de primeiro-ministro morto ao de primeiro-ministro exilado.
05
Out16

Grupo de Cidadãos pede "responsabilização criminal" de Cavaco

António Garrochinho


Um grupo de cidadãos criou uma petição online para exigir ao Ministério Público que abra um inquérito a Cavaco Silva na sequência da notícia do Público que dava conta de que o antigo Presidente da República teria fornecido dados errados ao Fisco que fizeram com que pagasse menos IMI do que era devido.

"O cidadão Anibal Cavaco Silva deu dados falsos às Finanças, o que lhe permitiu pagar menos impostos que os devidos durante 15 anos. O cidadão prevaricou. O cidadão cometeu um crime, ao prestar informações falsas visando ganho financeiro. O cidadão deve ser tratado como qualquer outro nas mesmas circunstâncias, se a igualdade realmente existe, e se as leis são mesmo para cumprir da mesma forma e por todos", escrevem os signatários lembrando o princípio de igualdade previsto na Constituição e o dever de investigar do Ministério Público.
No entanto, não fica claro o motivo pelo qual os signatários optam por um abaixo-assinado em vez de uma participação ao Ministério Público. Isto, porque por lei, o Ministério Público tem a obrigação de investigar sempre que tenha notícia de um ilícito criminal.
Recorde-se que uma investigação do jornal Público revelou no fim de semana que Cavaco pagou metade do IMI que era devido durante 15 anos. Tudo, porque o antigo Presidente não forneceu às Finanças dados corretos relativos à moradia que detém na Praia da Coelha, no Algarve.
Cavaco terá entregue às Finanças uma declaração, mas, como escreve o Público, "essa declaração descreve uma propriedade composta por uma moradia com uma área coberta de 252 m2 e uma área descoberta de 1634 m2" que nunca existiu. A casa que foi construída era diferente da que estava no projeto e, caso as regras de IMI em vigor se lhe tivessem aplicado, Cavaco Silva teria pago o dobro do imposto que pagou durante 15 anos.
Até agora, Cavaco tem recusado comentar o caso.

ionline.sapo.pt

05
Out16

Bélgica Dois polícias esfaqueados em Bruxelas, atacante baleado

António Garrochinho



Dois agentes da polícia foram esfaqueados, esta quarta-feira, em Bruxelas, num ato que poderá ser considerado terrorismo, segundo procuradores belgas.

Um polícia foi esfaqueado no pescoço e outro no estômago, no bairro de Schaerbeek, enquanto um terceiro que chegou entretanto ao local ficou com o nariz partido, avançou a televisão belga VRT.

O atacante foi baleado numa perna e levado de ambulância.

"Temos elementos para acreditar que o incidente foi um ataque terrorista", declarou o porta-voz do procurador federal belga, Eric Van Der Sypt.

O caso ocorre horas depois de duas das maiores estações ferroviárias de Bruxelas serem evacuadas devido a uma ameaça de bomba.

Segundo as autoridades, os agentes feridos não correm risco de vida.

A 6 de agosto, num incidente semelhante, dois polícias foram feridos com uma faca em Charleroi (sul) por um homem que gritou "Alá é Grande", acabando por ser abatido pela polícia.

E, a 7 de setembro, em Molenbeek, dois polícias foram igualmente alvo de um ataque com uma faca, sem contudo sofrerem ferimentos.


http://www.jn.pt


05
Out16

PORTUGAL – DESIGUALDADES – por EUGÉNIO ROSA – I

António Garrochinho










 (CONTINUA)

Ver o estudo de Eugénio Rosa As Desigualdades de Rendimento em Portugal segundo as Estatísticas do Ministério das Finanças, publicado em A Viagem dos Argonautas a 30 de Setembro de 2016, clicando em:

AS DESIGUALDADES DE RENDIMENTO EM PORTUGAL SEGUNDO AS ESTATÍSTICAS DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS – por EUGÉNIO ROSA

aviagemdosargonautas.net

05
Out16

MAIS UM GANDA TACHO !!!! - António Guterres eleito secretário-geral da ONU

António Garrochinho



Candidato português foi a escolha "unânime" do Conselho de Segurança das Nações Unidas


António Guterres [Foto: Reuters]

António Guterres
 foi eleito secretário-geral da ONU, depois de ter superado com sucesso a sexta votação, nesta quarta-feira.


O candidato português, ex-Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, foi, segundo as agências de notícias internacionais, a escolha unânime dos membros do Conselho de Segurança, que vai ser formalizada na quinta-feira.
Nas anteriores cinco votações Guterres foi sempre o preferido da Assembleia Geral, mas a candidatura de última hora da búlgara Kristalina Georgieva chegou a ensombrar a provável vitória do antigo primeiro-ministro de Portugal.
A embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU disse hoje que os 15 países membros do Conselho de Segurança decidiram unir-se em volta de António Guterres devido às provas que deu na sua carreira e durante a campanha.
As pessoas queriam unir-se em volta de uma pessoa que impressionou ao longo de todo o processo e impressionou a vários níveis de serviço", disse Samantha Powell aos jornalistas.
António Guterres ficou à frente com 13 votos de encorajamento e não recolheu nenhum veto na sexta votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, para eleger o próximo secretário-geral da organização.
O Conselho de Segurança, com a presença de todos os embaixadores, anunciou que o português era o "vencedor claro" e que avançava já na quinta-feira para a aprovação de uma resolução que propõe o nome de Guterres para aprovação pela Assembleia Geral.
Depois de cinco votações em que os votos dos 15 membros eram indiscriminados, os votos dos membros permanentes (China, Rússia, França, Reino Unido e Estados Unidos) foram destacados pela primeira vez, sendo assim possível confirmar se havia algum veto.
António Guterres venceu as cinco primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de julho, 5 de agosto, 29 de agosto, 9 de setembro e 26 de setembro
www.tvi24.iol.pt
05
Out16

Célia Brito será a candidata do PS à Câmara de Castro Marim

António Garrochinho





Célia Brito será a candidata do PS à câmara de Castro marim, nas eleições que se irão disputar em 2017. A atual Vereadora da Câmara Municipal de Castro Marim e presidente da Comissão Política Concelhia de Castro Marim foi escolhida por unanimidade para encabeçar a lista socialista numa reunião da comissão política que decorreu no sábado.
A enfermeira especialista em saúde comunitária castromarinense, de 47 anos, reside em Altura e foi presidente da Junta de Freguesia de Castro Marim até 2013.
Nas últimas eleições autárquicas foi a número dois da lista encabeçada por Carlos Nóbrega à Câmara, que acabou derrotada nas urnas pelo PSD, tendo assumido o cargo como vereadora, que ocupa desde então.

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05
Out16

Faro contrata empresas especializadas para recuperar espaços verdes da cidade

António Garrochinho


A Câmara de Faro assinou na segunda-feira, com duas empresas especializadas, três contratos de manutenção e conservação dos espaços públicos ajardinados na cidade, para recuperar e manter as áreas verdes de todo o espaço urbano e periurbano nos próximos meses.
No total, o Município investe 67.699 euros na recuperação das zonas verdes da cidade, «procurando devolver-lhes a dimensão estética e a dignidade que elas merecem», salienta a autarquia.
De fora do âmbito destes contratos, ficam apenas a Baixa e o Centro Histórico, que serão assegurados pelos serviços da autarquia (10 trabalhadores), e os espaços verdes dos estabelecimentos escolares do concelho, adjudicados a outra empresa.
As prestações agora contratualizadas terão a duração de 90 dias e antecedem uma solução de carácter mais definitivo, cujo procedimento concursal está já em marcha.
Em nota de imprensa, a Câmara de Faro diz ter encontrado «a melhor solução para resolver as dificuldades experimentadas no tratamento dos verdes da cidade desde que, em Agosto de 2013, o Tribunal de Contas decidiu que esta prestação estava fora do âmbito de atuação da Fagar».
Nessa altura, «foi a edilidade que teve que voltar a assegurar estes serviços, sem meios técnicos nem recursos humanos para tal, e numa fase crítica do seu plano de reequilíbrio financeiro».
«Agora, abatida mais de 40% da dívida total e após a revisão ao orçamento de 2016 oportunamente anunciada, o Município pode alocar verba para atacar com toda a segurança a questão dos espaços verdes da cidade de Faro, a contento de todos os que aqui residem e nos visitam», conclui a autarquia da capital do Algarve.

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05
Out16

Estação de São Bento no Porto foi inaugurada há 100 anos

António Garrochinho



A Estação Ferroviária de São Bento, no Porto, classificada desde 1997 como Imóvel de Interesse Público e que se distingue pelos painéis de azulejo que decoram o átrio principal, assinala hoje os 100 anos da sua inauguração.
“Todos os meses cerca de um milhão de passageiros utiliza a Estação Ferroviária de São Bento como ponto de partida e chegada nas suas deslocações, seja em trabalho, seja em viagens de lazer ou não fosse a cidade do Porto um dos principais destinos turísticos do país”, afirmou a Infraestruturas de Portugal (IP) em comunicado à Lusa.
Da autoria do arquiteto José Marques da Silva, a estação ferroviária veio substituir um barracão de madeira, inaugurado em 1896, e resolver o descontentamento da população do Porto que exigia uma estação central “digna da cidade”, explicou.
Este edifício, um dos principais monumentos da cidade, é célebre pelos seus painéis de azulejo, da autoria de Jorge Colaço, que representam uma cronologia dos meios de transporte utilizados pelo homem, mitos e quadros da história de Portugal, cenas de trabalho campestre e costumes etnográficos.
Em 2010 e 2011, a IP - à data REFER – restaurou o revestimento azulejar do átrio, uma intervenção distinguida com o “Prémio SOS Azulejo 2013” e “Prémio Brunel 2014”, na categoria Estações, atribuído pelo Grupo Watford.
Inserida no Centro Histórico do Porto, classificado como Monumento Nacional, a estação ferroviária está ainda abrangida pela zona de proteção da Muralha de D. Fernando e respetivo Miradouro, com a mesma categorização.
“É daqui que parte o serviço urbano de transporte ferroviário de passageiros da área do Grande Porto e regiões limítrofes, os serviços regional e turístico de passageiros entre o Porto e o Pocinho, da Linha do Douro e a ligação internacional a Vigo, através da Linha do Minho. Também aqui é o ponto de partida para os serviços regionais de passageiros entre o Porto e Braga e entre o Porto e Guimarães”, salientou a IP.
A Cerimónia do Centenário da Estação de São Bento conta, hoje à tarde, com a presença do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, do presidente do Conselho de Administração Executivo da IP, António Laranjo, e do autarca do Porto, Rui Moreira.










05
Out16

Gosto

António Garrochinho
GOSTO DAS CORES DO MEU PAÍS
DO MEU BERÇO DA MINHA RAÍZ
DE QUEM POR ELE LUTA
DE QUEM POR ELE RESISTA
GOSTO DAS CORES DO MEU PAÍS
DE QUEM PORTUGUÊS SE DIZ
DE QUEM POR ELE LABUTA

António Garrochinho
Foto de António Garrochinho.

05
Out16

República: O Sindicalismo na I República

António Garrochinho


Este texto mais não pretende ser que uma modesta e despretensiosa abordagem do papel desempenhado pelo Movimento Operário Português na Primeira República. Trata-se de mais um contributo para ajudar a compreender o papel das organizações dos trabalhadores na divulgação e promoção dos valores e ideais republicanos, na luta pela implantação de República e na sua defesa nos momentos críticos, em que, acossada pelos conspiradores monárquicos ou pelas frequentes intentonas e golpes palacianos, esteve em vias de soçobrar.
Mas como o sindicalismo, em Portugal, não nasce com a República seja-nos permitido uma nota à intervenção deste nos anos que antecederam o 5 de Outubro de 1910.
Desde a década de 70 do século XIX, que os sindicatos se assumem como a principal força social na luta pelos direitos dos trabalhadores, pela melhoria do salário e das condições de vida, pela redução do horário de trabalho - que muitas vezes atingia as 14 horas diárias -, pelo direito ao descanso semanal obrigatório, pelo fim do trabalho das crianças em actividades penosas, pelo direito à alfabetização.
Inúmeras manifestações, protestos e greves, desencadeadas por estes objectivos contribuíram para agravar as contradições da monarquia incapaz de tomar as medidas necessárias para superar os graves problemas com que Portugal se confrontava.
A decisão de D. Carlos em dissolver o Parlamento e atribuir a João Franco plenos poderes para governar em ditadura - que contribuiu, e muito para o regicídio -  aprofunda o desprestígio do regime.
O reforço do Partido Republicano nas Cortes; a dificuldade de D. Manuel II constituir um Governo à altura da situação, assim como as inúmeras greves, protestos e manifestações, colocam na ordem do dia a implantação da República.
É neste quadro que o Directório do Partido Republicano Português (PRP) decide organizar um movimento militar, de 4 para 5 de Outubro, visando a destituição do Rei e a instauração da República.
Deficientemente preparado, este não teve a adesão militar que seria de esperar. Ainda assim, as tropas sublevadas, organizadas pelo Comissário da Marinha Machado dos Santos que contou com um significativo apoio popular, foram suficientes para fazer frente aos militares fiéis à monarquia comandados por Paiva Couceiro. 
Os interesses de classe dos principais dirigentes do PRP, quase todos eles oriundos da burguesia comercial, industrial e agrária, a que se juntavam intelectuais e profissionais liberais, divergiam, e muito, das aspirações e objectivos das classes trabalhadoras.
Alcançado e consolidado o novo Regime, era natural que os trabalhadores esperassem do Governo, respostas concretas aos seus problemas.
O Governo Provisório não só não manifesta disponibilidade para tal, como dá início a uma relação conflituosa e de clara hostilidade para com os trabalhadores e os seus Sindicatos.

"Decreto burla"


A 6 de Dezembro de 1910, o Ministro do Fomento Brito Camacho faz publicar a Lei da Greve, que passou à história como "decreto burla". Apesar de reconhecer o direito à greve legitimava, também, o direito ao lock-out. Era, pois, um presente envenenado "oferecido" aos trabalhadores, já que permitia aos patrões encerrarem as empresas quando aqueles entravam em luta, assegurava a protecção aos fura greves e o uso da força policial e militar nas empresas e nas manifestações.
Esta Lei esteve na origem de inúmeras intervenções repressivas.
Um dos primeiros e mais violentos confrontos ocorre a 13 de Março de 1911, quando as trabalhadoras das fábricas de conservas de Setúbal entram em greve por melhores salários. O governo envia a recém-criada Guarda Nacional Republicana e um trabalhador e uma trabalhadora são assassinados.
A 25 de Abril de 1912, os trabalhadores rurais de Évora, reunidos em Congresso, decidem convocar uma greve como protesto contra a violação, pelos patrões, do acordo negociado sobre os salários.
Esta greve desencadeia uma onda de solidariedade a nível de todo o país.
O Governo responde mandando encerrar a Casa Sindical de Lisboa e prender mais de 700 dirigentes e activistas que foram enviados para dois navios de guerra e, posteriormente, para o Forte de Sacavém, transformado em prisão.
No Congresso Sindical, realizado em 1911, o movimento operário português, adopta os princípios do sindicalismo revolucionário fortemente influenciado por concepções anarquistas, consagradas na " Charte d`Amiens " aprovada, em 1906, no Congresso da CGT  de França.
Esta orientação ideológica não facilitava as relações entre o poder político e o movimento sindical, já que este considerava que a emancipação dos trabalhadores passava pela recusa da intervenção política e institucional.
Tal não obstou, bem pelo contrário, uma cada vez maior adesão dos trabalhadores aos sindicatos. 
De 15 a 17 de Maio de 1914, em Tomar, realiza-se o I Congresso Nacional Operário, no qual foi constituída a primeira Central Sindical Portuguesa: a União Operária Nacional.

No plano das lutas, um levantamento muito sucinto das greves realizadas durante a Primeira República, permitiu-nos contabilizar um total de 518 greves sectoriais e nacionais, das quais 217 por aumento de salários, 84 pela redução do horário de trabalho, 97 de solidariedade por outros trabalhadores em luta e 129 por outros motivos. Quanto aos resultados em 128 destas os trabalhadores viram integralmente satisfeitas as suas reivindicações, 196 resultaram em acordos e 63 foram consideradas derrotas, ou foram suspensas.
Os sectores e as profissões abrangidas são muito diversas. Desde os que podemos considerar tecnologicamente mais avançados àqueles em que o trabalho manual era predominante.  

Primeiras conquistas


Como resposta às reivindicações dos trabalhadores, ou porque novas relações de produção assim o exigissem, os Governos da República decidem implementar medidas cujo alcance social não pode ser subestimado. 
O descanso semanal obrigatório, ao domingo, para todos os trabalhadores assalariados; o direito de protecção e de assistência clínica e medicamentosa para os trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho; o direito à reforma dos trabalhadores da Função Pública com trinta anos de serviço; a fixação das 48 horas como o horário máximo de trabalho semanal para os trabalhadores da indústria e do comércio, a criação das Bolsas de Trabalho, a legislação sobre a negociação colectiva de trabalho, entre outras.
A I Grande Guerra com início a 28 de Julho de 1914, influenciou radicalmente a situação do país.
Assiste-se a uma falta generalizada de bens alimentares, provocada pelo açambarcamento e o poder aquisitivo dos salários, nomeadamente no sector da indústria, sofre uma quebra significativa.
Quem beneficiou com a Guerra foi a burguesia financeira. A sua actividade incrementa-se com a abertura de novos bancos e seguradoras que geram enormes lucros.
A sociedade portuguesa divide-se quanto ao conflito e a uma possível participação de Portugal. 
Ainda que contradições internas, a União Operária Nacional posiciona-se contra a participação de Portugal na Guerra.
A entrada de Portugal no conflito, a 9 de Março de 1916, levou à institucionalização da censura a todas as publicações periódicas ou não, à instauração da pena de morte, à criminalização dos protestos cívicos e ao envio para o teatro de guerra, nomeadamente para França, de dezenas de milhares de portugueses, muitos dos quais morreram, ficaram gravemente feridos ou foram vitimas da inalação de gases tóxicos.

Consequências da guerra


A pretexto de uma vaga de assaltos a estabelecimentos, em parte justificada pelo açambarcamento de bens alimentares, o governo desencadeia uma violenta ofensiva contra os sindicatos. 
Em Julho de 1917, uma greve dos trabalhadores da construção civil é violentamente reprimida, mais de 700 activistas foram presos, tendo-se desencadeado uma onda de solidariedade a nível de todo o país. Perante a dimensão deste movimento, o governo, presidido por Afonso Costa, cede. Os presos foram libertados e as negociações conduziram a um aumento dos salários em 50 %.

A 5 de Dezembro de 1917, o major Sidónio Pais, apoiado por diversas unidades militares de Lisboa desencadeia um golpe militar que dissolve o Parlamento, destitui o Presidente da República, exila ou prende os principais chefes dos partidos republicanos: Bernardino Machado, Afonso Costa, Norton de Matos e procede a uma revisão da Constituição, instituindo um Regime Presidencialista.
A União Operária Nacional (UON), fortemente hostilizada pelos governos republicanos, e numa atitude claramente oportunista, decide apoiar o golpe, acreditando que um regime forte resolveria os problemas dos trabalhadores.
O apoio da UON a Sidónio Pais durou pouco. Cedo as ilusões se perderam e os apoios se esfumaram. Sidónio Pais representava os interesses dos sectores mais reaccionários do Portugal de então.
A proibição da realização de comícios contra a carestia de vida em Setembro de 1918, leva a UON a convocar uma greve geral para 18 de Novembro.
As difíceis condições de vida, o surto epidémico conhecido como a " pneumónica", e a prisão " preventiva" de mais de 300 sindicalistas e membros dos piquetes de greve levaram a que esta tivesse tido uma fraca adesão.
A repressão não se faz esperar. Centenas de trabalhadores foram despedidos, a sede da UON é assaltada por um grupo de civis armados, perante a passividade da polícias e das autoridades.
A 14 de Dezembro de 1918 Sidónio Pais é assassinado na estação do Rossio. Tal não significa, no entanto, o fim do " regime" instituído por este.
Nos dias imediatos assiste-se a várias tentativas de restaurar a monarquia que nem a eleição para Presidente da República de um conhecido simpatizante monárquico, o Almirante Canto e Castro, impede.
A 23 de Dezembro, dois regimentos de Lisboa decidem sublevar-se e ocupar as unidades militares sediadas no Monsanto, procurando e, conseguindo, a adesão de outras unidades em diversos pontos do país. 
A 19 de Janeiro, Paiva Couceiro proclama, no Porto, a " Monarquia do Norte".

O movimento operário

Em toda esta crise é justo relevar o papel desempenhado pela União Operária Nacional e pelos trabalhadores.
O apelo aos trabalhadores para se mobilizarem em defesa da República, as manifestações realizadas em Lisboa e, sobretudo a decisão de desalojar os regimentos sediciosos instalados no Monsanto foi determinante.
O assalto ocorre a 23 de Janeiro de 1919 e nele participaram para além de trabalhadores, outros estratos sociais, assim como marinheiros sublevados. Dois dias de duros combates puseram fim à intentona e abriram caminho à restauração da legitimidade republicana.
A influência dos sindicatos, na sociedade e face aos órgãos de poder, vê-se reforçada.
Os trabalhadores alcançam significativas conquistas económicas e sociais: o poder de compra recupera o nível de 1914, é instituído o seguro obrigatório e é publicada a lei das 48 horas semanais para os trabalhadores da indústria e do comércio.

A 23 de Fevereiro de 1919 é publicado o jornal " A Batalha", órgão da UON que, em pouco tempo, passa a ser o segundo jornal de maior tiragem no país.
A Revolução Russa reflecte-se na sociedade portuguesa por duas vias: a crescente influência no proletariado e em sectores intelectuais, dos ideais que lhe estavam subjacentes, e na reacção violenta dos sectores mais conservadores da sociedade contra os " perigos" do bolchevismo.
A criação, por militantes sindicais, da Federação Maximalista Portuguesa e a publicação, em Outubro de 1919, do Jornal " A Bandeira Vermelha", contribuíram para a divulgação não só dos acontecimentos na Rússia, mas para a formação ideológica dos quadros que viriam a fundar, a 6 de Março de 1921, o Partido Comunista Português.
A 25 de Setembro de 1919 realiza-se, em Coimbra, o II Congresso da UON, que decide criar a Confederação Geral do Trabalho. Neste Congresso, as posições anarquistas nos órgãos da Central saem ainda mais reforçadas.
As contradições dos anarquistas são evidentes: o apoliticismo e o isolacionismo não lhes permitem extrair dividendos e tirar ilações das lutas e das vitórias dos trabalhadores. Lutas, essas, que se estendem aos mais diversos sectores. 
Mas a repressão sobe igualmente de tom. As sedes da CGT e dos sindicatos metalúrgicos são encerradas, os trabalhadores ferroviários são colocados sob tutela militar. O Governo decreta o estado de sítio em Lisboa e nos concelhos limítrofes durante 15 dias.
Com início em 30 de Setembro de 1922 tem lugar, na Covilhã, o III Congresso Nacional Operário, o II da CGT,
O tema mais relevante relaciona-se com a filiação internacional da CGT.

Duas correntes em confronto: os partidários da Internacional Sindical Vermelha, comunistas mas também sindicalistas revolucionários, e os anarquistas partidários da IV Internacional e acérrimos inimigos da Revolução Russa.
Foi decidido promover um referendo que teve lugar a 5 de Abril de 1923 e em que os sindicatos filiados apoiam, maioritariamente, a proposta de filiação na IV Internacional.
Ainda que as lutas continuassem a nível dos mais diversos sectores, esta decisão deu início à divisão do movimento operário português, que se vem a consumar em Setembro de 1925 no Congresso de Santarém.
Foi, sem dúvida, um rude golpe no Movimento Operário Português e nas forças que se opunham à crescente ascensão dos sectores conservadores e anti-republicanos que viriam a constituir o suporte do fascismo em Portugal.
Resumindo: No deve e haver de um atribulado percurso da nossa História, os trabalhadores não só contribuíram para a implantação da República, como se bateram por ela, de armas na mão, aquando das incursões monárquicas e dos golpes militares e palacianos que a punham em causa.
Foram dos mais abnegados defensores dos ideais proclamados no Programa do Partido Republicano Português.
Lutaram, denodadamente, em defesa dos interesses e direitos dos humilhados e ofendidos e por uma vida melhor para as classes mais exploradas da nossa sociedade.

www.searanova.publ.pt
05
Out16

Símbolos - O Busto da República

António Garrochinho


A imagem da República foi adoptada como símbolo da República Portuguesa, na sequência da implantação do novo regime, a 5 de Outubro de 1910. A imagem da República Portuguesa foi representada de várias formas, seguindo o modelo genérico da Liberdade de Eugéne Delacroix, individualizando-se, apenas, pelas cores vermelha e verde das suas roupas (cores da nova Bandeira Nacional). A partir de 1912, o busto da República, esculpido por Simões de Almeida, torna-se o padrão oficial da imagem da República Portuguesa, sendo usado como efígie nas moedas de escudo e de centavos e colocado nas repartições públicas.
O busto da República passou a ser considerado um dos símbolos nacionais de Portugal, a par do retrato oficial do Presidente da República, do brasão de armas, da bandeira e do hino. Tornou-se obrigatória a existência de uma reprodução do busto da República, em local de destaque, em todos os edifícios públicos.
Entretanto, ao contrário do que aconteceu com os restantes símbolos nacionais, o uso da imagem da República foi caindo em desuso, sendo, hoje, raro.

Fonte:Wikipedia




05
Out16

Histórias do Futebol em Portugal (16)... Taça Império e Taça Estádio: As "sementes" da Supertaça Cândido de Oliveira

António Garrochinho

A vistosa Taça Império


























1944 é um ano marcante não só na história do futebol português como na história do desporto lusitano de uma forma geral. 

A 10 de junho desse ano eram oficialmente abertas as portas daquela que ainda hoje é considerada a mais emblemática sala de visitas do desporto de Portugal, o Estádio Nacional. 


Uma obra - à época - majestosa, que colocava a nação lusa em pé de igualdade com as maiores potências europeias de então, no que dizia respeito a infraestruturas desportivas modernas e de grande dimensão. 


Uma obra que teve o cunho do Estado Novo, nascida no berço da ditadura salazarista e cuja idealização remontou a 1933, altura em que na sessão de encerramento do Congresso dos Clubes Desportivos o presidente do Conselho, Oliveira Salazar, vincaria a importância do desporto enquanto veículo de educação da juventude com vista «ao crescimento de uma raça forte e sã que pudesse vir a defender o seu país». Concluída essa sua visão deixaria no ar uma promessa aos desportistas lusos: a construção de um Estádio Nacional! 

Um ano depois foi lançado o concurso para a edificação da catedral do desporto português, ficando definindo que esta seria erguida no Vale do Jamor e iria contemplar não só um moderno estádio como também um vasto leque de outras infraestruturas desportivas. 


pontapé de saída na empreitada - projetada por (Eng.) Duarte Pacheco - foi dado em 1939, sendo que o apito final ocorreu cinco anos volvidos. Para a inauguração da obra uma pomposa festa foi agendada então para o dia 10 de junho de 1944, naquela que se constituiu como uma das maiores manifestações populares promovidas pelo Estado Novo e onde na qual marcaram presença cerca de 80.000 pessoas. 


Densa massa humana que preencheu as bancadas do imponente recinto que ali se inaugurava e que testemunhou o vasto programa festivo desenhadopara celebrar a efeméride, programa esse pautado - sobretudo - por inúmeros desfiles de desportistas oriundos de inúmeras representações nacionais da Mocidade Portuguesa. 
Um dos muitos desfiles que ocorreram no dia
da inauguração do Estádio Nacional
























Porém, o ponto alto da cerimónia foi protagonizado pelos dois mais laureados clubes da capital, Sporting e Benfica, emblemas que disputaram um sempre animado e intenso duelo futebolístico. 

Os leões subiam ao recém inaugurado tapete verde do Estádio Nacional na qualidade de campeões nacionais, ao passo que as águias o faziam enquanto detentores da Taça de Portugal. 


O prémio para o vencedor deste capítulo do dérbi eterno seria atribuído em dobro, isto é, o clube que chegasse ao fim na frente do marcador levaria para casa dois troféus, a Taça Império, instituída pela Federação Portuguesa de Futebol, e a Taça Estádio, oferecida por Salazar para celebrar a ocasião. 


E eis que a bola começa a rolar perante o olhar das bancadas que fervilhavam de entusiasmo. 


O Benfica teve um ligeiro ascendente no iníco do encontro, mas seria o Sporting a abrir o marcador quando estavam decorridos 10 minutos por intermédio do feroz leão Fernando Peyroteo, que assim batia pela primeira vez naquela tarde festiva o guardião Martins, escrevendo desde logo uma página na história do desporto nacional, e muito em particular do futebol luso, já que dos seus pés havia saído o primeiro de muitos remates certeiros que seriam desenhados no mítico palco. Já no segundo tempo Espírito Santo empataria a contenda, oferecendo desta forma aos presentes mais 30 minutos suplementares de futebol. 

Quase logo após o pontapé de saída do prolongamento Peyroteo voltou a fazer estragos na área encarnada ao fazer o seu segundo golo da tarde. Tento que animou os leões, que embalados chegariam ao 3-1 por intermédio de Eliseu. Julinho ainda iria reduzir para o Benfica, um golo que seria insuficiente para impedir a vitória sportinguista por 3-2. Nesse encontro as equipas alinharam com: 


Sporting - Azevedo, Manecas, Canário, Álvaro Cardoso, Barrosa, Eliseu, Mourão, António Marques, Peyroteo, Cruz e Albano. 

Benfica - Martins, César Ferreira, Carvalho, Jacinto, Albino, Francisco Ferreira, Espírito Santo, Arsénio, Julinho, Jaime e Rogério. 
Uma vista panorâmica do duelo entre Sporting e Benfica no dia 10 de junho de 1944



O Sporting arrecadava os dois troféus em disputa e mostrava o porquê de ser a melhor equipa do futebol português daquele tempo. Este simples jogo de futebol - e apontamento principal do cartaz festivo de propaganda fascista daquela tarde de junho de 44 - acabaria por servir de inspiração aos responsáveis vindouros do futebol português, os quais cerca de três décadas mais tarde se basearam nele para criar a terceira competição futebolística de maior importância do futebol português: a supertaça. 

Prova esta que desde 1979 é disputada pelo campeão nacional e pelo vencedor da Taça de Portugal, e que desde 1981 passou a chamar-se Supertaça Cândido de Oliveira, em homenagem a um dos maiores vultos da história do futebol em Portugal, precisamente o mestre Cândido de Oliveira.
Vídeo: EXCERTO DE UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO NACIONAL EM QUE SURGE UM BREVE RESUMO DO JOGO ENTRE SPORTING E BENFICA 



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05
Out16

HISTÓRIA DO BILHETE DE IDENTIDADE/O BILHETE DE IDENTIDADE NASCEU COM A 1ª REPÚBLICA

António Garrochinho


Como eram os primeiros cartões. Eram maiores e mais detalhados do que os actuais. Tinham informações sobre sinais, cor da barba, cabelo, olhos e pele. Ninguém podia sequer andar de bicicleta sem eles.
Texto de Ana Catarina André e Lucília Galha.
Clicar para ampliar.Da aldeia de Mata do Rei, onde vivia, ao Registo Civil de Santarém, António Cândido demorou cinco horas. Foi de mula, na altura o único meio de transporte de que dispunha. O adolescente, com 15 ou 16 anos, tinha recebido uma bicicleta do pai, mas, para aproveitar o presente, precisava de tirar o bilhete de identidade (BI). «Naquela altura, era necessário identificação para andar de bicicleta», explica à SÁBADO o antigo moleiro, hoje com 92 anos.
Em Santarém, o processo foi rápido. Apresentou a cédula de nascimento, pôs o dedo indicador direito num papel, para deixar registada a impressão digital, e explicou por que queria o documento. «O meu pai só o tirou já adulto. Precisou dele para ter uma licença de carroça. Tinha uma azenha e um moinho de vento para fazer farinha, que transportava para Santarém.»
Na época, 1936 ou 1937, os bilhetes de identidade eram documentos mais detalhados do que são hoje. Além do nome, data de nascimento, filiação, naturalidade, altura, impressão digital e fotografia, o BI de António Cândido tinha indicações sobre sinais particulares, cor da barba, do cabelo, dos olhos e da pele. O formato também era diferente: em vez do cartão amarelo ainda hoje em uso (embora em substituição gradual pelo cartão de cidadão), os portugueses da primeira metade do século XX tinham uma caderneta desdobrável. Era um documento de três páginas preenchido à mão.
Clicar para ampliar.No mês passado, o BI fez 99 anos. Desde 1914 que é usado para provar a identidade dos cidadãos. Os primeiros registos de identificação em Portugal são do século XVI. Em pleno período dos Descobrimentos, os capitães das naus apontavam o nome, alcunha, estado civil, filiação e naturalidade dos marinheiros. Era uma forma de saberem quem levavam a bordo, embora não existisse qualquer papel oficial. Só bastante mais tarde, na Primeira República, surgiu essa necessidade: percebeu-se que era preciso ter um registo dos cidadãos porque havia cada vez mais pessoas a viver nas cidades e tornava-se difícil identificá-las quando morriam.

O INVESTIGADOR
 e antigo inspector da Polícia Judiciária, Francisco Moita Flores, diz que foi esse problema de identificação dos corpos que deu origem à palavra "morgue".
«A palavra francesa morguer significa observar com atenção. Na prisão de Paris, havia uma sala enorme numa cave, com uma clarabóia com grades. Os presos iam para essa sala e os guardas ficavam a olhar para eles para tentarem memorizar as suas feições, caso fugissem ou reincidissem. Não havia outro método de identificação», explica à SÁBADO.
Com o aparecimento do bilhete de identidade em Portugal, em 1914, parte destes problemas de reconhecimento acabaram: o documento tinha fotografia e impressão digital. Mas não só: possuía também informações detalhadas sobre os traços físicos. Um dos primeiros portugueses a tirar o BI foi o antigo Presidente da República, Manuel de Arriaga. O documento, que data de 1914, e que hoje pertence ao espólio do Museu da Presidência da República, tinha três páginas. Indicava que o líder republicano vivia no Palácio de Belém, tinha uma cicatriz na cabeça, do lado direito, cabelo e barba de cor branca. Estas informações eram ainda complementadas com duas fotografias, uma de perfil e outra de frente, que ocupavam a parte central da caderneta amarelada. Por baixo das imagens, está a data em que foram tiradas: 1911.
Desde que foi criado oficialmente e até 2007 (ano em que começou a ser substituído pelo cartão de cidadão), o bilhete de identidade sofreu várias mudanças. De um cartão com três páginas cheio de detalhes sobre a aparência física, passou a documento plastificado com menos informação, mas mais difícil de ser copiado.
Clicar para ampliar.Clicar para ampliar.
Fernando Pessoa O documento de identificação estava em português e inglês. Curiosidade O poeta trabalhava na área do comércio e é com essa profissão que aparece identificado. Tirou-o em 1928, um ano depois de ser obrigatório para todos.
Em 1952, por exemplo, chegou mesmo a haver uma versão diferente para as pessoas que viviam nas então províncias ultra-marinas: em vez de só se recolher a impressão digital do dedo indicador, punham-se as dos 10 dedos.
Nos primeiros tempos, o BI não servia para verificar oficialmente a identidade dos cidadãos. Só em 1919
a lei estabeleceu que o documento podia servir como prova. Se, por exemplo, alguém duvidasse do nome verdadeiro de uma pessoa, era preciso levar duas testemunhas que atestassem no Registo Civil a veracidade da informação. Nessa época, o BI português tinha uma validade de cinco anos e era um dos mais modernos da Europa. O director do Arquivo de Identificação da Catalunha chegou a andar que o iria copiar por o considerar um dos mais bem feitos da época.
Apesar de admirado, o documento enfrentou resistências em Portugal quando, em 1926, se tomou obrigatório para todos os funcionários públicos. Como as impressões digitais e as fotografias eram até então usadas para identificar presos e mortos, alguns trabalhadores ficaram irritados ao perceberem que iriam ter um documento como os dos criminosos, com as mesmas características. Chegaram mesmo, de acordo com o Diário de Notícias, a enviar um grupo de representantes ao Senado. "Estavam alarmados", dizia o jornal, porque, segundo a lei, deixariam de receber salário se não tivessem o tal cartão. Além do mais, ainda tinham de pagar 50 escudos para a sua emissão.
Apesar da contestação, a polémica lei do BI foi aprovada. "A ideia era cruzar o registo criminal com o registo civil. O Estado queria ter um papel mais vigilante", explica à SÁBADO Maria Rita Lino Garnel, investigadora do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa. O Estado também pretendia distanciar-se da Igreja e converter tanto o casamento, como o divórcio ou a morte, em actos civis e não apenas religiosos.

UM ANO DEPOIS, em 1927, o cartão tornou-se obrigatório para todas as profissões. O poeta Fernando Pessoa, que então trabalhava no comércio, tirou-o a 28 de Agosto de 1928. O documento estava escrito, como determinava a lei, em três línguas: português, francês e inglês. E tinha apenas uma fotografia do escritor.
Até se democratizarem, na década de 50-60, os bilhetes de identidade continham frequentemente informações vagas e imprecisas. Quando, em 1930, com apenas 12 anos, Maria Rosalina Pais tirou o seu cartão, os funcionários do Registo Civil escreveram no espaço destinado à altura: "a crescer". A antiga professora primária, hoje com 94 anos, precisou daquele documento para se matricular no Liceu Filipa de Lencastre, em Lisboa. Na época, o cartão só era necessário para circunstâncias específicas, como estudar, trabalhar, viajar ou para qualquer acto público. "Por exemplo, a minha mãe só o tirou aos 80 anos, quando o meu pai morreu, para poder receber o subsídio", conta à SÁBADO.
Clicar para ampliar.
A antiga professora primária recorda-se de que já naquele tempo o documento era valioso. "As pessoas tinham muito medo de o perder, por isso guardavam-no com cuidado." Além disso, tirar o bilhete de identidade era uma espécie de "prova iniciática", acrescenta a historiadora Maria Rita Lino Garnel. "Punha-se um vestido bonito, ia-se bem lavado e penteado."
24 ABRIL 2013
As impressões digitais começaram por ser utilizadas nos boletins de identificação dos cadáveres. Ao lado, uma ficha de 1911.

A evolução do BI
PASSOU DE CADERNETA DESDOBRÁVEL  A CARTÃO DE UMA PÁGINA

1914 – Aparecem os primeiros cartões. Têm três páginas e, além do nome, filiação e naturalidade, incluem duas fotografias, uma impressão digital i do dedo indicador, assinatura, e informações sobre altura, cor da pele, olhos, cabelo, barba, sinais particulares e residência.
1918 – Os bilhetes de identidade passam a ter apenas uma foto. Estão escritos em três línguas: português, francês e inglês.
1926 – Começam a ter espaço para registar alterações do nome do cônjuge e do estado civil. Tornam-se obrigatórios para todos os funcionários públicos.
1957 – São reduzidos a duas páginas e impressos exclusivamente em língua portuguesa. Emitem-se dois modelos: um para cidadãos nacionais, outro para estrangeiros.
1970 – Passam a ter apenas uma página e são plastificados. Um ano depois, começam a ser informatizados. Os documentos escritos à mão são cada vez mais raros.
1986 – É obrigatório usar fotografias a cores nos bilhetes de identidade.
1992 – É introduzido o plástico à volta do cartão e uma faixa de segurançapor cima da fotografia, que se encontra do lado direito.
2007 – O BI começa a ser gradualmente substituído pelo cartão de cidadão.

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O BILHETE DE IDENTIDADE NASCEU COM A 1ª REPÚBLICA





O Bilhete de Identidade de Fernando Pessoa é o ponto de partida para um pouco de História sobre o B.I. em Portugal. O BI nasceu com a República. De facto, em 1919 é criado o B.I. 

O decreto-lei nº 5266, de 16 de Março estipulou a obrigatoriedade de um B.I. para "todas as pessoas (...) que fossem nomeadas para algum cargo público civil em Lisboa". Para as restantes, de ambos os sexos, era facultativo. 

O documento tinha quatro páginas, nas quais eram inscritos o nome, filiação, naturalidade, data de nascimento e profissão do requerente, bem como quaisquer sinais físicos particulares, uma fotografia, a impressão digital e a assinatura (se o indivíduo soubesse escrever). 

O decreto nº 12202, de 21 de Agosto de 1926, reorganizou os serviços do Arquivo de Identificação, regulamentou a emissão do B.I., alargando o conjunto de situações em que este era exigido. 

Em 1927 o B.I. passou a ser obrigatório para o exercício de qualquer profissão e para a matrícula em qualquer liceu ou universidade. Neste ano os serviços de identificação civil foram distribuídos por três arquivos, com sede em Lisboa, Porto e Coimbra.

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05
Out16

A 1ª República (da implementação à queda)

António Garrochinho


Da Monarquia à República
   
  A 5 de outubro de 1910 uma das mais antigas Monarquias europeias é substituída por uma República. Isto devido a vários factores que levaram a Monarquia portuguesa a cair em descrédito. Portugal tinha uma economia de base agrícola, era dependente do exterior, tinha uma balança comercial deficitária que se fazia acompanhar de altos impostos, de inflação e desemprego que acabou por se concretizar na bancarrota em 1889. A nível social os trabalhadores não dispunham de direito à greve nem de descanso semanal regulamentado. Trabalhavam entre 12 e 14 horas por dia sendo-lhes pagos baixos salários. Estes trabalhadores eram sobretudo não instruídos pois a taxa de analfabetismo nacional era superior a 80%. No campo político a governação tinha cedido de boa vontade ao Ultimato Inglês, isto aos olhos de uma população pouco instruída e incapaz de perceber aimpotência militar e diplomática do país em 1890. Nos últimos anos da Monarquia verificava-se umrotativismo partidário sem produzir resultados positivos. E a família Real ostentava-se através de fundos das contas públicas enquanto o país padecia de fome.
   
  Visto isto sociedades secretas como a Carbonária e a Maçonaria em conjunto com o PRP (Partido Republicano Português) movimentam-se no sentido de a 1 de fevereiro 1908 cometerem o regicídio sobre o Rei D. Carlos e seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe e a 5 de Outubro de 1910destituir a Monarquia Constitucional e implementar um regime republicano em Portugal (figura1).

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Figura 1  Representação do 5 de Outubro de 1910.


  A jovem República propõe-se desde logo a solucionar os problemas do anterior regime. É criada uma Constituição – Constituição de 1911 – e procede-se com a Lei de Separação do Estado das Igrejas - a laicização do Estado através: da validação do casamento apenas se comprovado pelo registo civil assim como os nascimentos; da expulsão dos jesuítas; da privatização de bens da Igreja e da legalização do divórcio -; a regulamentação do horário de trabalho para 8 horas diárias, descanso semanal ao domingo assim como o direito à associação asindicatos e à greve – este direito deu origem a uma subida nos salários e nas condições de trabalho (por exemplo, em 1919, a exigência do seguro social obrigatório contra desastres no trabalho) pois era a primeira vez a ser usado, legalmente, em Portugal, verificando-se assim múltiplas greves após a instituição deste direito – e são feitos investimentos na Educação de modo a diminuir a taxa de analfabetismo nacional (Figura 2).

Figura 2 – escola primária durante a 1ª República.

Contudo a dependência externa continua; as contas públicas verificam-se desordenadas (à exceção de 1913 quando estas se mostraram positivas); a agricultura procede como base da economia e os investimentos na Educação não surtem resultados significativos.
  Esta República ‘ateísta’, ao tomar medidas anticlericaisdistancia-se do grande número de religiosos que o país tem como tradição (Figura 3)Igualmente se distancia das camadas conservadoras, e das grandes fortunas assim que favorece as camadas baixas (e médias) da população que eram o pilar de apoio da República. Estava ainda mais afastada dos monárquicos - isto por razões óbvias - e daí se verificarem as tentativas de reimplantação da Monarquia de 1911 a 1913 por Paiva Couçeiro enquanto a República era ainda jovem.
 
 Figura 3 - caricatura de perspetiva religiosa do ‘mata-frades’ (Afonso Costa - ministro criador da Lei da Sepração do Estado das Igrejas). Aqui Afonso Costa agarra (controla) dois membros do Clero influenciado pelo ‘Diabo’. Pose esta a que a Santa Sé se opõe em forma de serpente.


O Estrangeiro e o Portugal…
   
  Após o fim da 1ª Guerra Mundial inicia-se a regressão do demo-liberalismo. As sociedades europeias deixam de acreditar nos governos de uma Europa cujas fábricas e campos estão destruídos, os combatentes não voltam para restituir a mão-de-obra e os que voltam estão inadaptados à sociedade enquanto que os países vencidos são desonrados perante os vencedores com o Tratado de Versalhes em 1919. As populações vivem vítimas da escassez de bens, da carestia de vida, de racionamentos e, portanto, uma galopante inflação. (Esta última era de ainda maior crescimento com a solução que os Estados europeus arranjaram: a impressão extra de dinheiro). Assim, influenciadas pela ‘bem sucedida’ Revolução de outubro na Rússia, as camadas mais baixas da sociedade sonham com o paraíso comunista que é ‘publicitado’ pela 3ª Internacional ouInternacional Comunista (Comintern) – criada em 1919 - que através do seu lema (“Trabalhadores do mundo, uni-vos!”) transmite a ideia de que uma Revolução Vermelha será a solução para os problemas e dificuldades da população menos favorecida. E assim se verificam os surtos grevistas, os levantes e os ataques bombistas que se espalharam pela EuropaCom uma solução política contrária em mente, as classes médias, os religiosos, as camadas conservadoras e os grandes proprietários temem o bolchevismo que ganha aceitação entre as camadas mais baixas. Temem o fim da propriedade privada que caso se sucedesse perderiam tudo aquilo que ganharam com o seu trabalho que já pouco os distanciava do proletariado devido à crescente inflação. Visto isto, entregar o poder a regimes fascistas de modo a resolver a crise económica e a repor a ordem sobre os ‘arruaceiros’ é um ‘mal menor’. É exemplo o apoio a Benito Mussolini que sobe ao poder em 1922 em Itália depois da ‘marcha sobre Roma’.
  Assim, após a entrada Portugal na 1ª Guerra Mundial em 1916 do lado da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) combatendo a Tríplice Aliança (Impérios Alemão, Austro-Húngaro e Otomano), a situação agrava-se (Figura 4).


 Figura 4 – Mal treinados, mal equipados e mal moralizados alguns dos militares do Corpo Expedicionário Português são aqui fotografados como prisioneiros de guerra após a batalha de La Lys.


 clima económico negativo da Europa influencia também Portugal sendo este ainda dependente do estrangeiro. E à semelhança do sucedido na Europa, o agravamento da situação políticaportuguesa continua e o descrédito na 1ª República acentua-se a partir do fim da 1ª Guerra Mundial. Mas já em 1915 a instabilidade política leva à efémera ditadura de Pimenta de Castro que apenas durou cerca de um mês; em 1917 à também breve ditadura do “Presidente-Rei” (Sidónio Pais) que teve uma duração de um ano e que se repercutiu na curta guerra civil de 1919 entre a Monarquia do Norte e a República. Isto porque o poder político se mostra incapaz de responder às necessidades do país. As sessões parlamentares eram dedicadas à tertúlia do quotidiano enquanto os oradores discursavam para um plenário repleto de deputados desinteressados. De modo igual ao que acontecia na Europa, o descontentamento social afasta o pilar da República - as camadas mais baixas da sociedade - em direção às ideias socialistas, comunistas. Daí em 1919, com a grande influência da propaganda comunista, dá-se a junção dos sindicatos nacionais na UGT (União Geral dos Trabalhadores) que se torna a linha da frente em contestação e propaganda comunista em Portugal. Por exemplo através do jornal ‘A Batalha’ que retrata as dificuldades e anseios do proletariado nacional (Figura 5). Também à semelhança do passado na Europa, as classes médias, as classes conservadoras, os religiosos e os grandes proprietários e temem o bolchevismo e começam a apoiar ideias de extrema-direita. Os monárquicos apoiam também última posição política devido a ser a que mais se assemelha à antiga Monarquia com o seu líder inquestionável.


Figura 5 – Publicação do jornal “A Batalha” que noticia em grande plano o alto preço/kilo do único tipo de pão e incita à greve geral.

A saída do pântano.
  “Na nossa frente abria-se um pântano. Cada passo que dávamos, mais a gente se enterrava, o país e o Exército.” (A justificação do Marechal Gomes da Costa Em Diário de Notícias de 31 de Maio de 1926).
Dado isto, numa ‘arrancada patriótica’a 28 de Maio de 1926o Marechal Gomes da Costa parte de Braga acompanhado por militares e populares em direção a Lisboa para a 6 de junho se reunir aí com as forças do Almirante Mendes Cabeçadas e - por mera coincidência ou não - fazer uma ‘marcha sobre Lisboa’ (Figura 6) encerrando o parlamento e exigindo a demissão do governo e do Presidente da República.


Figura 6 – Marechal Gomes da Costa (ao centro, montado a cavalo e erguendo a espada de oficial de cavalaria) apoiado por militares e populares em Lisboa na sua ‘marcha sobre Lisboa’ a 6 de junho de 1926.

E assim após oito Presidentes da República e quarenta e cinco governos em apenas 16 anos a 1ª República, que acaba com o nome de ‘República Velha’, dá lugar a uma Ditadura que começa por suspender as liberdades fundamentais e se torna nacionalista, autoritária, repressiva, antidemocrática, antiliberal e anti-comunista. Por ser primeiramente governada por militares, e cujo Presidente da República foi o Marechal Gomes da Costa, foi chamada Ditadura Militar (1926-1928). Depois com a nomeação por decreto de Óscar Carmona e consequente eleição do mesmo sem qualquer oposição em 1928 inicia-se a Ditadura Nacional (1928-1933). É durante esta fase da Ditadura que António de Oliveira Salazar é chamado a ministro das finanças e em 1932 o até então famoso e heróico ministro das contas públicas é nomeado Presidente do Conselho. Depois da aprovação da Constituição 1933 por referendo, Salazar inicia a última e mais durável das ditaduras em Portugal – o Estado Novo (1933-1974).

Em conclusão:
  A mudança de regime político de Monarquia Constitucional para uma República Parlamentar em Portugal trouxe, de facto, progresso ao país. Porém, devido a alguma ineficácia da tutela; de resistência a novos ideais por parte de uma tradição muito entranhada na sociedade portuguesa e ao contexto externo em que a República se fez nascer, esta fracassou. Por isso, após 16 anos da 1ª República surge a Ditadura como um ‘desvio do beco sem saída’ que era a República à altura já ‘velha’ e sem progresso a apresentar ao país.

 


 
Fontes:

Bibliografia:

Manual História A 12º Ano “O Tempo da História” (1ª Parte) - Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterosso Rosas (Porto Editora)

Webgrafia:

conhecerahistoria12.blogspot.pt
05
Out16

Fenprof volta aos alertas sobre estado da Educação Especial

António Garrochinho

A Federação Nacional dos Professores lamenta a falta de professores qualificados e a sobrelotação de turmas, na educação especial, salientando que tais carências ameaçam o ideal da escola inclusiva.


Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, as escolas da rede pública têm metade dos professores de educação especial que seriam desejáveis - 5.000 e não 10.000 - e apenas 21 por cento das turmas com alunos com necessidades educativas especiais (crianças ou jovens, por exemplo, portadores de deficiência) "é que cumprem as normas" estabelecidas quanto à redução do número de alunos.

Mário Nogueira, que falava aos jornalistas, em Lisboa, após a reunião do Conselho Nacional da Fenprof, apontou, além da sobrelotação de turmas e da "grande falta de professores qualificados", a ausência de técnicos, terapeutas, psicólogos e assistentes operacionais.

As escolas, disse, estão "a desenrascar-se, a adaptar-se, a encontrar respostas que não são as adequadas", uma situação que, a perpetuar-se, assinalou, ameaça o "princípio da escola inclusiva".

O líder da maior estrutura sindical de docentes precisou que, erradamente, os professores de Língua Gestual continuam a ser considerados técnicos. Casos há, acrescentou, em que professores de educação especial dão apoio a 30 a 40 alunos, e que esse apoio, segmentado, chega a ser de meia hora por semana.

A Fenprof voltou hoje a enumerar outros problemas nas escolas públicas: a falta de pessoal não-docente (4.000 a 5.000 funcionários) e o excesso de alunos por turma no primeiro ciclo de ensino.

www.tsf.pt

05
Out16

Jovens que não trabalham nem estudam custam mais de 2 mil milhões por ano

António Garrochinho


Os jovens que não trabalham nem estudam custam a Portugal mais de 2 mil milhões de euros, cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, da riqueza produzida anualmente no país.



O jornalista Nuno Guedes explica as contas da OCDE
As contas são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) num relatório hoje publicado sobre o que está bem e mal na sociedade portuguesa.


SOM AUDIO




Na vasta parte dedicada ao problema dos chamados "jovens nem-nem" com idades entre os 15 e os 29 anos, o documento explica que depois do pico durante a crise (19%) a percentagem de jovens que não trabalham nem estudam até desceu para 15% em 2015.

Contudo, continua acima dos valores registados antes da crise com mais de metade a estarem desempregados e os outros inativos, ou seja, nem estão à procura trabalho.

Perto de 70% dos "nem-nem" vivem nas casas dos pais, um valor apenas ultrapassado pela Itália e Grécia, com os jovens nascidos no estrangeiro a terem 20% mais de probabilidades de estarem nesta situação.

Feitas as contas aos custos para o país de ter tantos jovens sem fazer nada, a OCDE estimou para Portugal um valor que ronda os 1,2% do PIB, um resultados mais altos da Europa, apenas ultrapassado pela Itália, Bélgica e Grécia.

Feitas as contas, 1,2% do PIB representa mais de 2 mil milhões de euros por ano.

www.tsf.pt

05
Out16

Portugueses são os menos satisfeitos com a vida. Porquê?

António Garrochinho




Todos os anos a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) faz um retrato do que está mal nos vários países desenvolvidos. Conheça as principais preocupações para Portugal.

Pouca saúde, poucas crianças ou jovens e um desemprego que continua muito elevado, sobretudo entre quem chega ao mercado de trabalho ou é mais velho.

O jornalista Nuno Guedes explica o estudo da OCDE sobre a insatisfação com a vida
Estes são alguns dos principais problemas identificados pela OCDE para Portugal no seu relatório anual Society at a Glance que também revela que os portugueses são, nos países desenvolvidos, os menos satisfeitos com a vida.

SOM AUDIO




Pouca saúde e pouca satisfação com a vida

Além de confiarem muito pouco no governo, a satisfação com a vida caiu bastante em Portugal desde o início da crise. Numa escala de 0 a 10 os portugueses escolhem, em média, o 5,1, o valor mais baixo entre os países da OCDE.

Além disso, menos de 50% dos portugueses dizem sentir-se saudáveis, o que fica muito abaixo dos 70% da OCDE.

Muito poucos bebés

A taxa de fertilidade em Portugal fica-se por umas modestas 1,23 crianças por mulher. Muito abaixo da média da OCDE (1.68) e um número que apenas consegue ser superior ao que se encontra na Coreia do Sul, a campeã na falta de crianças. Em todos os outros países há mais bebés do que em Portugal.

A percentagem de população jovem também não tem parado de cair desde 1960 (menos 8 pontos percentuais) e os jovens são hoje apenas 16% da população.

Finalmente, as mulheres portuguesas mães de bebés (0 a 2 anos) estão entre as que mais trabalham: 70% contra 53% da média da OCDE, a quarta taxa mais alta da Europa, com muitas a não terem outra hipótese a não ser colocar o filho num infantário.

Desemprego continua elevado

Apesar da queda de 5 pontos percentuais desde o pico da crise, a OCDE sublinha que o desemprego em Portugal continua muito elevado. E para os mais novos que chegam ao mercado de trabalho a taxa ronda os 50%.

Nos mais velhos, três em cada quatro desempregados com mais de 55 anos estão desempregados há mais de um ano, uma percentagem das mais elevadas da OCDE.

Crianças e jovens mais atingidos pela crise

Portugal é um exemplo claro de um país onde os jovens com menos educação foram mais afetados pela crise, o que se vê bem no desemprego de quem tem 15 a 29 anos.

A taxa de pobreza entre jovens e crianças também é muito mais elevada do que noutros países. Chega aos 18% enquanto nos adultos se fica pelos 13% e nos idosos pelos 10%. Os jovens em Portugal têm muito mais probabilidades de serem pobres.

www.tsf.pt

05
Out16

Algarvios em destaque na 66.ª Edição do Troféu Mundial do Acordeão

António Garrochinho


A 66.ª Edição do Troféu Mundial do Acordeão decorreu entre 26 de Setembro e 2 de Outubro na cidade de Portimão, competição promovida pela “CMA Confédération Mondiale de l’Accordéon” e acolhido pela Academia de Música de Lagos. É considerada uma das mais importantes e exigentes competições mundiais nesta área musical, tendo nela participado mais de uma centena de participantes em representação de 26 países.
De entre os acordeonistas portugueses a concurso, destacam-se os resultados obtidos pelo acordeonista João Filipe Guerreiro, natural de Montenegro (Faro), aluno do Prof. Hermenegildo Guerreiro, que, chegado de uma brilhante vitória no prestigiado Concurso Internacional de Acordeão de Castelfidardo (Itália), revalida em Portimão o estatuto de Vice-Campeão do Mundo na Categoria Sénior Varieté (obtido em 2014 na Copa do Mundo realizada em Salzburgo – Áustria).
Por sua vez, Hugo Madeira, jovem acordeonista de apenas 9 anos, natural de Altura (Castro Marim), aluno do Prof. João Pereira, sagrou-se campeão na Categoria “Trophy National Sub’10”.
Já Francisco Monteiro, de Portimão, aluno do Prof. Gonçalo Pescada, alcançou o 2.° lugar na Categoria “Trophy National Sub’17”.
De referir a brilhante participação de todos os acordeonistas portugueses a concurso, os quais, de forma exemplar, se esforçaram para dignificar Portugal em tão prestigiosa competição.
Premiados da 66.ª Edição do Troféu Mundial de Acordeão “Trophy National”Troféu Mundial
Júnior Varieté
1.° – Radu Ratoi (Moldávia)
2.° – Alexander Bodell (Reino Unido)
Júnior Clássico
1.° – Radu Ratoi (Moldávia)
2.° – Veljko Milojkovic (Sérvia)
Sénior Varieté
1.° – Anatoli Taran (Biélorussia)
2.° – João Filipe Guerreiro (Montenegro – Algarve – Portugal)
Sénior Clássico
1.° – Vitaly Kondratenko (Rússia)
2.° – Junhao Mao (China)
Masters
1.° – Dusan Ceganjac (Sérvia)
2.° – Arkadi Shkurov (Rússia)
Categoria Sub’10
1.° – Hugo Madeira (Altura – Algarve – Portugal)
2.°  David Deja (Polónia)
Categoria Sub’12
1.° – Leïth Del Campo (França)
2.° – Molly McKenna (Irlanda)
Categoria Sub’15
1.° – Zhang Shuo (China)
2.° – Marta Cubas Hondal (Espanha)
Categoria Sub’17
1.° – Nikita Alymov (Rússia)
2.° – Francisco Monteiro (Portimão – Algarve – Portugal)
World Music
1.° – The Pillers (Áustria)
2.° – Art Family (Sérvia)





planetalgarve.com
05
Out16

ALGARVE - Bombeiros e televisão japonesa visitam esculturas em areia, em Pêra

António Garrochinho


Dezenas bombeiros de várias coorporações algarvias têm visitado, em lazer, o Festival Internacional de Escultura em Areia, respondendo a um convite feito pelo FIESA como forma de agradecimento por todo o trabalho desenvolvido neste verão de 2016 no Algarve, nomeadamente na recente luta contra os incêndios florestais.
Além de abrir as portas gratuitamente a todos os bombeiros e seus familiares, entre 1 e 8 de outubro, o festival vai ainda doar 50% das receitas de bilheteira do dia 1 de outubro às diferentes corporações de bombeiros do Algarve.
Por outro lado, parte do Tomohiro’s Railway Tour, um dos documentários mais emblemáticos da televisão japonesa, vai ser gravado no festival nos dias 7 e 8 de outubro, em que o famoso ator e compositor Tomohiro Sekiguchi vai passear entre as esculturas, falar com artistas e com elementos da produção, comentando aquilo que descobre entre a centena de peças esculpidas.
Já a televisão nacional irlandesa, RTÉ One, realizou no FIESA, a 24 de setembro último, parte do programa de viagens Getaways, uma série co-produzida com a BBC One Northern Ireland, que irá para o ar no início de 2017.
O FIESA, que se realiza desde 2003 em Pêra, no Algarve, é um dos maiores conjuntos de esculturas em areia já alguma vez construído e tem sido visitado por milhares de pessoas que admiram esta nova forma de expressão artística.
As esculturas deste ano foram realizadas por um conjunto de escultores de várias nacionalidades, muitos deles premiados internacionalmente, que esculpiram, de forma criativa, músicos famosos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo.
A exposição do FIESA dedicada à Música encerra a 30 de Outubro, podendo ainda ser vista todos os dias, entre as 10:00h e as 20:00h.










planetalgarve.com
05
Out16

As pontes feitas com raízes vivas na Índia

António Garrochinho
A Índia tem uma população de mais de um bilhão de pessoas e muitas delas moram em locais pobres e quase inacessíveis. Meghalaya, por exemplo, no nordeste do país é o lar de florestas subtropicais montanhosas cheias de riachos e desfiladeiros. A fim de fazer a travessia nesses locais, os moradores arrumaram uma forma engenhosa de engenharia natural: a ponte de raiz viva, mas eles tiveram que ser muito pacientes pois a ponte literalmente tem que crescer até atravessar um obstáculo natural.

Parece sempre chover em Meghalaya, os rios são frequentemente muito perigosos e caudalosos. Este é um dos locais mais úmidos no planeta. A precipitação constante combinada com o terreno acidentado, encostas íngremes e espessa folhagem das florestas faziam com que muitas partes das floresta de Meghalaya fossem inacessíveis. No entanto, as pessoas inventivas e engenhosas que vivem ali encontraram a maneira.

Pontes eram necessárias, isso estava óbvio. Contudo, sem as ferramentas necessárias para derrubar árvores grandes o suficiente para fazer o trabalho, o povo War Khasi continuava de mãos amarradas. No entanto, um deles notou a maneira que as árvores na área crescem: sobre pedregulhos, falésias ou ao lado dos rios e a maioria das raízes são aparentes. A resposta estava em manipular essas raízes em benefício do povo.

Durante muitos anos, as pessoas gradualmente começaram a "treinar" as raízes a crescer por sobre os obstáculos que deveriam transpor, até que se enraizassem no outro lado (ou que se encontrassem e se enrolassem com as raízes da margem do outro lado do rio). Ao longo do tempo o povo War Khasi tornou-se extremamente eficiente nesta façanha de engenharia natural e algumas das pontes têm uma extensão de mais de trinta metros. Ademais, com a manutenção cuidadosa as pontes são auto-sustentáveis e auto-renováveis. Algumas pontes são tão velhas que acreditam que têm mais de 500 anos de idade.

As duas principais espécies de árvores que possibilitaram tudo isso foram majoritariamente duas: a figueira-de-bengala (Ficus benghalensis) e a árvore-da-borracha (Ficus elastica). Para fazer com que a raiz nasça na direção desejada eles usam uma palmeira chamada areca. Seu tronco oco cria um sistema de orientação para as raízes até o ponto desejado. Uma vez que as raízes chegam ao fim de uma destas guias, outra é colocada no final, e assim por diante até que a ponte esteja completa. Como são abundantemente regadas pela chuva, uma vez que chegam ao outro lado do rio se instalam lá.

No entanto, tudo isso leva tempo, muitas vezes até vinte anos para atravessar o rio e mais alguns para as raízes crescerem e se tornarem suficientemente fortes para sustentar o peso. Costumamos falar sobre o futuro, de naves espaciais inter-geracionais que deverão cruzar os sistemas solares de muitos anos luz de distância da Terra. Talvez alguns membros do povo War Khasi deva fazer parte desta tripulação, porque de paciência e perseverança eles são especialistas.

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05
Out16

Foi através de relatos detalhados de viajantes portugueses do século 16, como Domingo Pais ou Fernão Nunes, que o mundo ficou a conhecer a magnitude de um dos maiores tesouros da Índia

António Garrochinho
Foi através de relatos detalhados de viajantes portugueses do século 16, como Domingo Pais ou Fernão Nunes, que o mundo ficou a conhecer a magnitude de um dos maiores tesouros da Índia: Hampi.
O Templo de Virupaksha domina Hampi, a antiga capital do chamado Império Vijayanagara que conheceu a prosperidade no século 14 e manteve o seu poderio durante mais de duzentos anos. Em 1986, este conjunto monumental foi classificado como Património Mundial da Unesco.
Todos os anos, passam por aqui mais de meio milhão de turistas. Em breve, poderão também visitar estas imensas construções à luz do luar: os responsáveis de Hampi pretendem abrir as portas à noite.
Samy veio da Alemanha. “Chegámos por volta das 5 da manhã. Subimos até ao Monte Mantunga e daí pudemos ver todo o conjunto de Hampi. Foi impressionante. Tirámos imensas fotografias, enviámos para os nossos amigos e eles ficaram estupefactos. Só nos perguntavam onde é que estávamos”, conta-nos.

Um tesouro escondido até ao século 19

Aquele que é considerado um dos maiores museus a céu aberto da Ásiaestende-se ao longo de mais de 30 quilómetros quadrados no sul da Índia. Foi o coração de uma monarquia hindu até os sultanatos do planalto do Decão terem provocado a sua queda. As ruínas viriam a ser achadas por militares britânicos no início do século 19.
“O meu avô instalou-se aqui há oitenta anos. Na altura, não havia turismo. Mas vinham vários peregrinos. Ou seja, era um local de adoração, não de visita. O meu avô costumava oferecer café e alguns alimentos a esses peregrinos, porque os considerava como convidados de Deus”, diz-nos Manjunat Gowda, um guia local.
Há mais de mil monumentos neste complexo histórico. Os edifícios dividem-se entre a arquitetura de inspiração religiosa e as estruturas militares. Na verdade, a cidade encerrava-se originalmente dentro de sete linhas muralhadas, pontuadas por portais.
Segundo o arqueólogo Prakashn Nayakanda, “eles já tinham tudo o que era preciso. Tinham sistemas de irrigação, uma agricultura desenvolvida, uma arquitetura específica. Tudo o que se faz hoje em dia, já se fazia naquela altura”.

A glória da imensa e extravagante Hampi continua a deslumbrar pela originalidade e o mistério que envolve esta cidade que foi resgatada do esquecimento.

VÍDEO

pt.euronews.com
05
Out16

Yahoo espiou centenas de milhões de emails dos seus clientes

António Garrochinho


A pedido do FBI e da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, a Yahoo criou em 2015 um programa secreto para espiar os emails dos seus clientes e passar informação relevante a estes organismos.

A Yahoo espiou centenas de emails dos seus clientes, refere a Reuters, citando ex-trabalhadores da tecnológica e uma terceira pessoa ao corrente dos factos.

Segundo as informações que vieram agora a lume, a Yahoo criou no ano passado, no âmbito de uma directiva governamental dos EUA, um programa secreto para procurar informação específica no correio electrónico dos seus clientes privados e enviá-la ao FBI e NSA.
 .
Vários especialistas em vigilância electrónica sublinham que esta não é a primeira vez que uma empresa de Internet acede a pedidos dos EUA para espiarem os seus clientes, aplicando filtros que procuram mensagens e palavras específicas nas caixas de entrada dos emails dos seus utilizadores, refere, por seu lado, o El País.

A Reuters não conseguiu ainda apurar que tipo de informação foi transmitida pela Yahoo às autoridades norte-americanas nem se o governo dos EUA solicitou serviços similares a outras empresas do sector. A Microsoft e a Google, por exemplo, quando questionadas sobre este assunto, escusaram-se a comentar.

Nos termos da nova legislação aprovada em 2008, os serviços de inteligência norte-americanos podem solicitar às empresas nacionais informação sobre os seus clientes. A justificação é que estes dados ajudam as autoridades a detectar e evitar redes terroristas que operam no país.

As revelações de Edward Snowden, que trabalhou na NSA e foi responsável pela fuga de muita informação relevante e confidencial, revelou pormenores sobre este tipo de programas nos últimos anos e obrigou o governo dos EUA a reduzir a sua vigilância electrónica de modo a obedecer aos direitos de privacidade dos cidadãos.

A Yahoo, liderada por Marissa Meyer (na foto), poderia ter recusado o pedido das autoridades, usando dois argumentos: a imensa quantidade de informação que era pedida e a necessidade de ter de criar um programa específico para filtrar as caixas de entrada dos emails dos seus clientes, salienta o El País. 
Foi precisamente isso que fez a Apple, quando em inícios do ano recusou criar um programa especial para que o FBI acedesse ao iPhone encriptado do atirador responsável pelo massacre de San Bernardino em 2015.

* O verdadeiro "Big Brother" é a administração americana.



apeidaumregalodonarizagentetrata.blogspot.pt
05
Out16

HOJE SERÁ

António Garrochinho


Hoje será um bom dia para se ver...

Hoje seria um bom dia para se “fazer” democracia, para se deixar o domínio da palavra, desse conceito tão pouco concreto, e abraçar o ato, despudoradamente, descomplexadamente.
Hoje todos os que votaram na pérfida PaF — PSD ou CDS — deviam levantar-se à hora do costume, fazer a higiene pessoal, tomar o pequeno-almoço e ir trabalhar.
Hoje seria um bom dia para se ser o que se defende, verdadeiramente, para se defender o que se acredita, para dar o corpo aos ideais.
Hoje seria um bom dia para isso, em vez de se aproveitar, oportunisticamente, o feriado pelo qual se votou contra.
Hoje será um bom dia para se mostrar de que é feito e como é feito o caráter que se tem.
Hoje será, seguramente, um bom dia para se ver a cara dos oportunistas e dos hipócritas.



portodeamato.blogs.sapo.pt
05
Out16

05 de Outubro de 1713: Nasce o escritor e filósofo francês Denis Diderot, autor de "Jacques, O Fatalista" e "A Religiosa"

António Garrochinho

Pensador e homem de Letras francês, foi, em virtude sobretudo do seu trabalho de publicista, um dos vultos mais influentes do Iluminismo.Nascido a 5 de outubro de 1713, Diderot estudou primeiro num colégio de Jesuítas e depois na Universidade de Paris, pela qual se licenciou em 1732. Para fazer face a dificuldades financeiras recorrentes, ensinou, praticou advocacia, fez traduções e escreveu textos pagos. Entretanto, o produto do seu próprio pensamento ia vindo a lume. Em 1746 publicou os Pensamentos Filosóficos, obra enformada por uma ideologia fortemente anti-cristã. Três anos mais tarde daria à estampa a sua Epístola sobre a Cegueira, em que propunha que se ensinasse aos cegos a leitura através do tato (no que antecipava o método implementado por Braille no século seguinte) e avançava ideias que prenunciavam já as teorias darwinianas da evolução das espécies. Os Pensamentos sobre a Interpretação da Natureza, de 1754, refletiam sobre as virtualidades do método experimental, enquanto os Elementos de Fisiologia, publicados entre 1774 e 1780, desafiavam as verdades estabelecidas e sugeriam, uma vez mais, uma origem puramente material para a natureza, que se teria desenvolvido historicamente sem qualquer tipo de intervenção providencial ou divina.

A extrema versatilidade criativa e reflexiva de Diderot levou-o ainda à produção de obras no domínio da literatura,das quais a mais interessante é porventura Jacques o Fatalista, que escreveu em 1773 mas só viria a público postumamente.

O seu maior legado intelectual, contudo, residiria na magnífica Enciclopédia que, com a colaboração de D'Alembert numa primeira fase, dirigiria entre 1751 e 1772. Esta realização ambiciosa marcou verdadeiramente a sua época. Órgão que pretendia fomentar o progresso intelectual de acordo com uma filosofia racionalista abrangente, a Enciclopédia congregou os esforços de cientistas e pensadores de todas as áreas do saber na feitura da grande síntese da cultura avançada da época. Tão avançado era o empreendimento, no seu contexto histórico, que a publicação houve de confrontar-se com críticas acerbas e os próprios mecanismos da censura foram ativados, tendo os volumes derradeiros sido publicados clandestinamente.

Após a conclusão da Enciclopédia, Diderot passou a contar com o patrocínio - inestimável, para fazer face às suas dificuldades económicas - da imperatriz Catarina da Rússia. Chegou, aliás, a visitar este país em 1773. A sua intensa atividade intelectual não pararia até à data da sua morte, a 31 de julho de 1784.


Fontes:Denis Diderot. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)

Ficheiro:Louis-Michel van Loo 001.jpg
Retrato de Diderot -  Louis-Michel van Loo


A Enciclopédia




Arquivo: Un dîner de philosophes.Jean Huber.jpg

Um jantar de Filósofos (Diderot é o terceiro a contar da direita) - Jean Huber Voltaire
05
Out16

05 de Outubro de 1910: A República Portuguesa é proclamada da varanda da Câmara de Lisboa, por José Relvas

António Garrochinho


A República Portuguesa foi proclamada em Lisboa a 5 de outubro de 1910. Nesse dia foi organizado um governo provisório, que tomou o controlo da administração do país, chefiado por Teófilo Braga, um dos teorizadores do movimento republicano nacional. Iniciava-se um processo que culminou na implantação de um regime republicano, que definitivamente afastou a monarquia.

Este governo, pelos decretos de 14 de março, 5, 20 e 28 de abril de 1911, impôs as novas regras da eleição dos deputados da Assembleia Constituinte, reunida pela primeira vez a 19 de junho desse ano, numa sessão onde foi sancionada a revolução republicana; foi abolido o direito da monarquia; e foi decretada uma república democrática, que veio a ser dotada de uma nova Constituição, ainda em 1911.

A implantação da República é resultante de um longo processo de mutação política, social e mental, onde merecem um lugar de destaque os defensores da ideologia republicana, que conduziram à formação do Partido Republicano Português (PRP), no final do século XIX.

O Ultimato inglês, de 11 de janeiro de 1890, e a atitude da monarquia portuguesa perante este ato precipitaram o desenvolvimento deste partido no nosso país. De 3 de abril de 1876, quando foi eleito o Directório Republicano Democrático, até 1890, altura em que se sentia a reação contra o Ultimato e a crítica da posição da monarquia, a oposição ao regime monárquico era heterogénea e desorganizada. Contudo a "massa eleitoral" deste partido conseguiu uma representação no Parlamento em 1879, apesar de pouco significativa, numa altura em que a oposição ao regime era partilhada nomeadamente com os socialistas, também eles pouco influentes entre a população.

Em 1890, o partido surgiu quase do vazio, para um ano depois do Ultimato publicar um manifesto, elaborado pelo Diretório, em que colaboraram: Azevedo e Silva; Bernardino Pinheiro; Francisco Homem Cristo; Jacinto Nunes; Manuel de Arriaga e Teófilo Braga. Este manifesto saiu a 11 de janeiro de 1891, umas semanas antes da tentativa falhada de implantar a República de 31 de janeiro.

Após o desaire desta tentativa, o partido enfrentou grandes dificuldades; no entanto, a 13 de outubro de 1878, fora eleito o primeiro representante republicano, o deputado José Joaquim Rodrigues de Freitas.

Os representantes republicanos, no primeiro período da sessão legislativa de 1884, eram José Elias Garcia e Manuel de Arriaga. No segundo período foi a vez de Elias Garcia e Zéfimo Consiglieri Pedroso. Estes dois últimos estiveram também nas sessões de 1885 a 1889.

Para o primeiro período da sessão legislativa de 1890 foram eleitos os deputados Rodrigues de Freitas e José Maria Latino Coelho, e para o segundo período dessa sessão Bernardino Pereira Pinheiro, Elias Garcia, Latino Coelho e Manuel de Arriaga.

Na sessão de 1891, ano em que faleceram Elias Garcia (22 de abril) e Latino Coelho (29 de agosto) pontificavam os quatro deputados da sessão anterior; na de 1892 foram Bernardino Pinheiro, Manuel de Arriaga e Eduardo de Abreu; na de 1893 Eduardo Abreu, Francisco Teixeira de Queirós e José Jacinto Nunes; e passado um ano, em 1894, o mesmo Eduardo de Abreu e Francisco Gomes da Silva. Desta data e até 1900 não houve mais representação republicana. Nesta fase, em que esteve afastado do Parlamento, o partido empenhou-se na sua organização interna.

Nos últimos quinze anos de vida da monarquia portuguesa o Directório do Porto e o P.R.P., apesar de algumas divergências, trabalharam em conjunto. Na cidade do Porto o periódico A Voz Pública desempenhou um papel importante em prol da propagação dos ideais republicanos, tal como os de Duarte Leite, lente da Academia Politécnica. Em Lisboa circulavam O Mundo, desde 1900, e A Luta, desde 1906.

Após um período de grande repressão, o movimento republicano entrou de novo na corrida das legislativas em 1900, conseguindo quatro deputados: Afonso Costa, Alexandre Braga, António José de Almeida e João Meneses.

Nas eleições de 5 de abril de 1908, a última legislativa na vigência da monarquia, foram eleitos, além dos quatro deputados das eleições transatas, Estêvão Vasconcelos, José Maria de Moura Barata e Manuel de Brito Camacho. A implantação do republicanismo entre o eleitorado crescia de forma evidente.

Nas eleições de 28 de agosto de 1910 o partido teve um resultado arrasador, elegendo dez deputados por Lisboa. E a 5 de outubro desse ano era proclamada a República Portuguesa.

Fontes:Implantação da República. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
Wikipedia (Imagens)


Ficheiro:Proclamação República Portuguesa.jpg
Proclamação da República por José Relvas
Ficheiro:Portuguese Provisional Government, 1910.jpg
Governo provisório da República portuguesa em 1910
Ficheiro:Estremoz13.jpg

Ilustração alusiva à Proclamação da República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910

VÍDEO



estoriasdahistoria12.blogspot.pt
05
Out16

Purga turca fecha canais de TV e suspende quase 13 mil polícias

António Garrochinho
Na praça Taksim, em Istambul, as vozes ainda se fizeram ouvir contra o fecho governamental de dezenas de canais de rádio e televisão, sob acusações de “propaganda terrorista”.
Na sequência do golpe de Estado falhado de 15 de julho, a purga continua na Turquia, um país posicionado nos últimos 30 lugares do relatório anual de liberdade de imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras.
“À nossa frente estão os dias em que todos os canais e vozes de oposição são silenciados. Hoje, 23 canais de tv foram fechados, amanhã podem fechar mais 15. Depois disto, somos forçados a ver apenas um canal, como nos anos 80 ou 90. E esses canais serão usados pelo governo para a sua propaganda. Não vamos deixar que aconteça.”, declara Ugur Guç, presidente do sindicato de jornalistas turco.
O estado de emergência, que permite ao Presidente Tayyp Erdogan governar por decreto, foi estendido poucas horas antes até Janeiro, pelo menos.
IMCTV, um dos canais curdos mais importantes do país, foi encerrado em direto. 
No total, mais de 100 jornalistas foram já detidos e mais de 100 meios de comunicação encerrados por serem críticos face ao poder.
A força policial também assistiu à suspensão de 12mil oitocentos e um agentes, com mais de 2 500 chefes incluídos, por suspeita de ligação com Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e a quem Ankara acusa de ter orquestrado o golpe e quer ver extraditado.

Desde o golpe de estado falhado, cerca de 100 mil pessoas foram afastadas das suas funções nos serviços judiciais, administrativos, militares e académicos. Mais de 30 mil estão presas.
VÍDEO

pt.euronews.com
05
Out16

Foi inaugurado o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia de Lisboa.

António Garrochinho

 Depois de cinco anos de construção abriu portas esta terça-feira o novo Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia de Lisboa. A obra custou cerca de 20 milhões de euros. Na cerimónia de inauguração do edifício projectado pela arquitecta britânica Amanda Levete estiveram presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa.

PÚBLICO




ovoodocorvo.blogspot.pt
05
Out16

Feira de Santa Iria volta a animar Faro e traz novidades

António Garrochinho



A Feira de Santa Iria, que se realiza de 14 a 23 de Outubro, no Largo de São Francisco, tem este ano várias novidades, desde o novo divertimento “The King”, até ao «especial destaque» para a área de street-food, bares e restaurantes. 
Esta nova zona de restauração vai situar-se junto às Muralhas. Já o “The King” «vai colocar à prova os nervos dos mais corajosos com os seus loopingsgiratórios». Ainda assim, a Feira vai «continuar a manter as suas características tradicionais e populares», garante a Câmara de Faro.
Aos fins de semana as tasquinhas e restaurantes estarão abertos a partir das 12h00.
De 10 a 28 de Outubro, o parque de estacionamento da Pontinha será gratuito como forma de minimizar a falta de estacionamento livre na baixa da cidade em virtude da impossibilidade de se utilizar o Largo de São Francisco para esse fim.
Esta é a 420ª edição da Feira de Santa Maria. «Foi a 1 de Junho de 1596 que o rei D. Filipe I, atribuiu a esta feira a franquia (feira franca), isentando os mercadores e feirantes que se deslocassem a Faro da cobrança de portagens e impostos, como forma de estimular a economia e a reconstrução da cidade que tinha sido destruída, pilhada e incendiada meses antes por corsários ingleses», conclui a Câmara de Faro.

Horário da Feira de Santa Iria 2016
2ª a 5ª feira: 16h00 às 00h00
6ª feira: 16h00 à 01h00
Sábado: 14h00 às 01h00
Domingo: 14h00 às 00h00

www.sulinformacao.pt
05
Out16

Os sindicatos (e os sindicalistas) não são todos iguais…

António Garrochinho


Manif CGTP-IN
O primeiro relatório anual sobre a contratação colectiva, apresentado, dia 20 de Julho, no Ministério do Trabalho, revela que, apesar da paralisação da negociação nos últimos anos, a contratação colectiva continua a regular as condições de trabalho de quase 2,2 milhões de trabalhadores, ou seja, 89 por cento da força laboral por conta de outrem.
Até 2011, cerca de 60 por cento dos trabalhadores abrangidos por instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho viam as condições de trabalho, nomeadamente os salários, actualizadas anualmente. Agora, depois de 4 anos de governo PSD/CDS, essa actualização abrange apenas um quarto dos trabalhadores.
Face a estes dados analisemos 2 exemplos diametralmente opostos:
«Independentemente do que vier a passar-se nos próximos meses, uma coisa parerce certa:
a contratação vai renascer, porque ela é necessária à melhoria das condições de trabalho, a uma melhor distribuição da riqueza com salários mais dignos e que sejam capazes de manter no país «a geração mais qualificada» que o nosso sistema de ensino produziu, que os portugueses pagaram e que é indispensavel ao nosso desenvolvimento e bem-estar.»
25 Maio 2013 Lisboa_6
«Rui Riso é presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, vice-presidente da UGT e deputado eleito pelo PS. Em declarações à Lusa, o distinto dirigente sindical explica que não houve «grande sucesso na sindicalização dos trabalhadores do Deutsche Bank em Portugal, nos últimos anos», e por isso o envolvimento do sindicato a que preside não será grande.
«Uma das coisas que faz com que se verifique uma sindicalização muito forte no sector é, sem dúvida, o apoio na saúde mas como o Deutsche Bank em Portugal não é subscritor do acordo colectivo de trabalho, os trabalhadores não têm o nosso apoio em termos de saúde, tendo optado por seguros de saúde privados», continua o dirigente da UGT.
E eis como se transforma um sindicato num seguro de saúde com direito a apoio jurídico, caso surjam conflitos laborais. O papel do sindicato – a defesa dos interesses e dos direitos dos trabalhadores – transformado num negócio.»
De facto os sindicatos (e os sindicalistas) não são todos iguais…
Via: O CASTENDO http://bit.ly/2dpbZbb
05
Out16

Faro desenvolve Plano de Pormenor para Largo do Mercado e Plano de Urbanização para o Areal Gordo

António Garrochinho






O Município de Faro está a desenvolver o Plano de Pormenor para o Largo Dr. Francisco Sá Carneiro  (Largo do Mercado), que pretende a reorganização da estrutura urbana desta zona, e o Plano de Urbanização do Areal Gordo, com vista a uma «ocupação sustentável da Campina de Faro».
A área de intervenção do Plano de Pormenor para o Largo Dr. Francisco Sá Carneiro tem aproximadamente 3,5 hectares de solo urbano, integrando o Largo Dr. Francisco Sá Carneiro e abrange também um troço da Rua Dr. Cândido Guerreiro.
A Câmara de Faro explica que esta zona «corresponde a uma área consolidada e de referência para a cidade, sobre a qual incide alguma pressão urbanística. É necessário reorganizar a estrutura urbana por forma a garantir uma correta relação entre edifícios e as zonas urbanas envolventes, assegurando ainda um espaço público com condições de mobilidade para todos».
Por sua vez, o Plano de Urbanização do Areal Gordo tem uma área de intervenção de aproximadamente 133 hectares, localizada em zona predominantemente rural, a nascente da cidade da Faro, junto à EN 125.
Segundo a autarquia, «com a elaboração deste plano, pretende-se essencialmente promover uma ocupação sustentável da Campina de Faro, bem como promover a reestruturação e renovação urbana».
Outro objetivo realçado pela autarquia é o de desenvolver «uma área empresarial municipal e a expansão e requalificação da área infraestruturada com vista ao acolhimento de atividades empresariais, para a relocalização de empresas e indústrias situadas ao longo da EN 125, em perímetros urbanos ou em solo rural».
Depois da publicação dos dois planos, o que ainda não aconteceu, haverá um período de consulta pública que se vai prolongar-se 15 dias úteis «durante o qual os interessados poderão proceder à formulação de sugestões, bem como à apresentação de informações, no âmbito do procedimento de elaboração dos referidos planos».

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05
Out16

"Algumas toneladas" de combustível derramadas em Sines

António Garrochinho



Polícia Marítima investiga ocorrência. "Fuel Oil" já foi contido e esta a ser recolhido

Um derrame de combustível ocorrido domingo no mar, junto ao porto de Sines, está a ser alvo de contenção e remoção, confirmou hoje a administração portuária, estando a Polícia Marítima a investigar a origem da ocorrência.

Contactada pela agência Lusa, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) confirmou a situação, assegurando que, "ao ser detetada a ocorrência, foram colocados em ação todos os meios especializados disponíveis e o produto já foi contido e está a ser recolhido".

Alegando não dispor ainda de dados concretos, o capitão do Porto de Sines, José Velho Gouveia, adiantou à agência Lusa terem sido derramadas "algumas toneladas" de "fuel oil", combustível usado por navios, junto ao terminal de contentores do porto de Sines.

"Não temos ainda uma estimativa correta da quantidade de produto que está lá, sabemos que é "fuel oil` de média densidade, não é gasóleo", especificou.

No local, estão a decorrer trabalhos de contenção e de remoção do combustível, a cargo da APS, mas que poderão não ser suficientes, referiu.

"A APS, que é quem tem a responsabilidade neste tipo de situações, movimentou imediatamente os meios que tem disponíveis para o local, foram colocadas barreiras de contenção do produto à volta de dois navios que se suspeita que estejam na origem deste episódio de poluição e conteve-se ali o produto", relatou.

O comandante do Porto de Sines adiantou que já foi colocada, entretanto, uma segunda barreira "a fechar o terminal".

"Neste momento, o que se está a tentar fazer é recolher o mais rapidamente possível o produto, que está contido no terminal de contentores com as barreiras colocadas pela APS, mas a recolha do produto tem estado a ser feita por um equipamento e vai ser preciso mais meios", referiu.

A hipótese de "recorrer a mais entidades" para a recolha do combustível do mar está ainda a "ser estudada" com a APS.

"Ainda estamos a analisar isso, mas é provável que numa primeira abordagem seja [pedida ajuda] ao Serviço de Combate à Poluição da Direção Geral da Autoridade Marítima", acrescentou.

Com a movimentação de navios parada no terminal, a Polícia Marítima está a investigar a origem do derrame, estando previstas "inquirições aos comandantes dos navios", um "porta-contentores da MSC" e uma embarcação que o "estava a abastecer de combustível", que "parecem estar na origem do problema".

"Enquanto não estivermos satisfeitos com o que eles nos disserem, provavelmente os navios não saem [do terminal]", apontou.

Segundo esclareceu o capitão do porto de Sines, a ocorrência está classificada relativamente à gravidade como "grau quatro", "o mais baixo", no âmbito do Plano Mar Limpo.

"No grau quatro trata-se de pequenos derrames que são normalmente contidos e solucionados pelas administrações dos portos, portanto este é o grau mais baixo [sendo o grau um o mais grave]", esclareceu.

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