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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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16
Out16

Animais em zoológicos: a noção romântica esconde a realidade

António Garrochinho

Zoológicos: a história e a realidade dos animais enjaulados

Animais em zoológicos, escrevi este texto quando me dirigia à Limeira (SP) para ministrar palestra sobre o assunto. Trata-se de um tema sobre o qual sempre nos cabe refletir, ainda mais quando são tantas denuncias e tantos incidentes envolvendo esses empreendimentos que nos chegam a cada dia. A noção romântica que muitas pessoas possam ter destes parques está longe da realidade. Estes não são locais de lazer, educação ambiental ou pesquisa, mas de sofrimento interminável para os animais.


Um pouco de história






A visão de animais como “coisas” ou “objetos” a serem utilizados para nossos propósitos não é recente na história humana, e como todas as demais “coisas”, animais parecem ter sido sempre colecionados por seres humanos, mesmo no período pré-histórico.
Há sítios arqueológicos pertencentes aos mais variados grupamentos humanos que demonstram a presença de ossadas de animais juntamente a restos humanos, isso mesmo nos casos de grupos que ainda não haviam desenvolvido a agricultura ou pecuária. Os arqueólogos creem que estes animais não eram mantidos por razões econômicas, nem tampouco parecem ter sido aproveitados em alguma refeição. Possivelmente muitos desses animais eram crias de animais abatidos em caçadas ou pertenciam a espécies que sequer eram caçadas. Eram aparentemente mantidos pelo prazer de mantê-los.
Já nas primeiras civilizações, animais selvagens eram transportados vivos de regiões remotas para serem utilizados como moeda de troca por outros itens. Na civilização mesopotâmica, por exemplo, onde o comércio de itens de sobrevivência já havia atingido certa robustez, itens de luxo e entretenimento também tinham seu mercado, entre eles animais vivos.
Não raro os nobres e comerciantes abastados adquiriam leões ou outros animais, os quais mantinham como símbolo de status, riqueza ou poder. Quanto mais exótico, feroz ou raro, melhor era.
Foi no Egito, na cidade de Nekhen, 5.500 anos atrás, que surgiu o primeiro zoológico conhecido na história. Nele eram mantidos centenas de animais entre hipopótamos, elefantes, antílopes, babuínos, felinos selvagens. No entanto, a proposta dessa coleção não era a exibição pública dos animais.
Essa coleção particular servia tão somente ao faraó e à elite egípcia, que podiam acompanhar os animais se caçando dentro dos recintos, já que muitas vezes predadores e presas eram colocados no mesmo recinto. Também, a coleção servia para que o faraó pudesse caçar animais em um ambiente mais controlado, sem se expor demasiado aos riscos inerentes às caçadas. A coleção servia também para demonstrar riqueza e poder aos dignitários estrangeiros.
A faraona Hatshepsut , por volta de 3.500 anos atrás, costumava colecionar animais que eram trazidos como tributo das províncias ao sul, especialmente animais de Punt (Somália) como aves, macacos, leopardos, rinocerontes, girafas, etc. Foi Hatshepsut que abriu o primeiro zoológico para visitação pública e ela o utilizava como demonstração de poder.
Na China antiga, o fundador da dinastia Zhou, Imperador Wen Wang, fundou 3.000 anos atrás um zoológico o qual chamou Lingyou (Jardim do Encorajamento da Inteligência). Tratava-se de 1.500 acres de terra com coleção de animais oriundos de toda a China, incluindo o panda gigante. O propósito de seu zoológico era que a população cada vez mais urbanizada tivesse a oportunidade de conhecer os animais selvagens que ocorriam na região.
Kublai Khan, neto de Genghis Khan, no século XIII, expandiu os zoológicos na China, mas de centros de contemplação da fauna transformou-os em anexos para a caça. Kublai Khan, como os mongóis até hoje, apreciava a caça com falcões, cães e em seu caso utilizava também felinos domesticados. Diz-se que possuía 1.000 guepardos de caça e milhares de aves de rapina, e muitas vezes caçava animais de sua própria coleção.
Roma foi a responsável de levar para a região do Mediterrâneo diversos animais pertencentes às suas províncias conquistadas no norte da Europa, África e Ásia Menor. Essas coleções de animais, chamadas de Vivarium eram secundárias frente ao objetivo principal: o massacre de animais nos anfiteatros e arenas. Romanos se deleitavam em assistir a espetáculos onde animais se combatiam até a morte, ou em que seres humanos lutavam contra animais.
O imperador azteca Montezuma (século XVI) mantinha enormes coleções de animais em Tenochtitlán, Teotihuacán,Tlalelolco, Texcoco e Iztapalapánas quais chamava Totocalli (“casa de animais”, em náhuatl). Consistia em conjuntos de construções divididos em espaços onde vários animais eram mantidos cativos para serem usados como sacrifício ou outras finalidades, inclusive para demonstrar poder para os estrangeiros.
O Totocalli de Tenochtitlán possuía 300 tratadores para cuidar dos animais; possuía tantas aves de rapina que necessitava de 500 perus por dia para alimentá-las. Especula-se que jaguares e pumas pudessem ser alimentados com carne oriunda de sacrifícios humanos. Possuía também uma grande quantidade de serpentes, além de 10 lagoas de água doce e 10 lagoas de água salgada. Esses zoológicos aztecas também possuíam uma coleção de homens e mulheres deformados, aleijados, anões, corcundas e albinos.
Já na Idade Moderna, caracterizada pela Renascença, as grandes navegações e o requinte das nobrezas europeias, as coleções de animais ganharam novo impulso. A Europa colonizava a África e a Ásia e descobria a América. Animais exóticos eram trazidos nos navios, juntamente com escravos e outras mercadorias e abasteciam os monarcas, nobres e aristocratas. Em breve, mesmo os monastérios e municipalidades já possuíam sua própria Menagerie.
A maior parte dos animais que não morriam durante a viagem, morria logo após a chegada à Europa, seja por doenças adquiridas durante a viagem, pela má alimentação, pelas instalações inadequadas, seja pelo clima, seja pelo que fosse. Aqueles que adquiriam esses animais não conheciam seus hábitos e isso explica muito do insucesso em sua manutenção.
Animais então eram apenas mercadoria sem valor inerente. Seu preço em dinheiro era determinado com base em beleza, raridade e dificuldade de se trazer à Europa exemplares vivos. Embora uma grande percentagem desses animais morresse no caminho o lucro obtido com a venda dos exemplares vivos garantia a continuidade do negócio.
D. Manuel I, de Portugal, que apoiou os descobrimentos e instituiu monopólios comerciais, praticamente monopolizou também o comércio de macacos e aves que vinham da África e América para abastecer a Europa. Ele mesmo possuía uma enorme coleção de animais no Parque Real, entre macacos, araras e papagaios do Brasil e babuínos, elefantes, leopardos e um rinoceronte da África.
Luiz XIV, o Rei-Sol, construiu por volta de 1665 uma ménagerie no Palácio de Versailles, na França. Essa coleção de animais foi mantida e incrementada ao longo dos anos por seus sucessores, até que em 1789, durante a Revolução Francesa, revoltosos soltaram grande parte dos herbívoros pertencentes à coleção real para que os famintos pudessem caçá-los e comê-los.
Após a Revolução, em 1793, a Menagerie du Parc de Versailles foi transferida para o Jardin des Plantes e aberta ao público. Sendo mantida pelo Muséum National D’Historie Naturelle, essa coleção foi considerada pela primeira vez por critérios científicos.
De todas as coleções particulares e zoológicos que foram constituídos na Europa desde o século XVI, o mais antigo que existe até hoje é o Tiergarten Schönbrunn, de Viena, que começou como uma coleção da família Hapsburg, em 1752 e foi aberto ao público em 1779. A própria família imperial austríaca promovia excursões de captura de espécimes na América e África para enriquecer sua coleção.
Na Inglaterra animais exóticos eram mantidos pelo menos desde o século XIII. Leões eram mantidos na Torre de Londres desde 1210. Eram comuns incidentes envolvendo esses animais e pessoas e a manutenção da coleção foi descontinuada no século XIX.
Em 1826 foi fundada a Zoological Society of London, que construiu um zoológico de 16 alqueires no Regent Park, onde ainda se encontra o London Zoo. Curioso que o principal objetivo da Zoological Society of London era identificar novas espécies de animais que pudessem ser exploradas comercialmente pelo ser humano.
De fato era de se estranhar que todas as domesticações animais haviam ocorrido tantos milhares de anos antes, e desde então mais nenhuma. O empreendimento, porém, falhou. Nenhuma das espécies estudadas apresentava características zootécnicas que justificassem sua exploração. Para ser justo, a Zoological Society of London apresentou ao mundo o hamster dourado, hoje popular animal de estimação. Foi ela também que cunhou os termos “Zoological Park” e “Zoo”.
Podemos imaginar que tipo de vida era essa que esses animais tinham. Viviam confinados em pequenos espaços, encarcerados em pesadas gaiolas vitorianas, com vários outros animais, vendo os passantes se aproximarem por entre as barras geladas de metal, fazendo barulho, provocando-os, algumas vezes cutucando-os com varas para verem eles se mexerem, vivendo em um ambiente pobre, sujo, fétido . . . Nessa época as pessoas podiam mesmo tocar os animais, alimentá-los.
Os animais passavam o dia assustados. Ou entediados, frustrados. Privados de todas as suas atividades naturais, desenvolviam patologias psíquicas, comportamentos estereotipados ou anormais.
Estes comportamentos ainda podem ser observados em animais cativos hoje em dia: Animais que apresentam comportamento repetitivo, andando de um lado para o outro da cela. Animais que se alimentam de suas próprias fezes. Animais que tentam cavar no concreto. Elefantes que balançam a cabeça, macacos que se masturbam compulsivamente, papagaios que se automutilam . . .
Após a transferência da família real e da corte portuguesa para o Brasil, D. João VI, escreveu, em 1819, para o governador de Angola exigindo que todos os navios que partissem para o Brasil deveriam trazer “um viveiro de pássaros esquisitos”. Entre 1819 e 1823 ele recebeu 762 pássaros vivos, mas milhares chegavam mortos. D. João VI pediu também 6 zebras, para diversão dos príncipes, mas elas morriam no caminho.

Expondo seres humanos em zoológicos
Podemos, por essa revisão histórica, ver que animais nada mais eram do que representantes involuntários da extensão do poder dos governantes. Quando um faraó expunha um leão, ou um rei português expunha uma zebra ele de certa forma estava dizendo: “Vejam até onde se estendem meus domínios”. A proposta original das coleções de animais e zoológicos nada mais era do que isso.
O propósito educacional dessas coleções também era distorcido. Elas não ensinavam um senso de reverência pela vida, pelo contrário, ensinavam que a beleza podia ser roubada e mantinha encarcerada. Animais exóticos sempre atraíram multidões, mas isso nada ensinava em relação ao que eles realmente eram. As pessoas não viam os animais como eles são, mas reflexos do que eles são. Acima disso, animais eram vistos como caricaturas de nós mesmos, seres humanos imperfeitos, que estão enjaulados para nos fazer rir e nos lembrar de nossa própria superioridade.
Fato é que, juntamente com essas coleções de animais oriundos dos territórios descobertos e conquistados, também se usava expor seres humanos adquiridos nas mesmas condições. Quando os navegadores se apresentavam aos seus respectivos reis levando amostras das “criaturas” que viviam além do oceano, além dos animais, traziam também alguns exemplares humanos.
Foi assim que os primeiros africanos, asiáticos, americanos e oceânicos chegaram ao Velho Mundo. Pessoas pertencentes a várias etnias eram exibidas em zoológicos e coleções itinerantes, de forma degradante, para satisfazer a curiosidade de um público pagante.

Exposições coloniais mostravam ao público europeu frações dos hábitos de vida dos povos conquistados, por esse motivo, esses zoológicos reproduziam as vilas de onde essas pessoas haviam sido tiradas. E exemplares desses grupos eram ali mantidos com suas roupas tradicionais desempenhando atividades que seriam típicas de sua cultura.
Assim, zoológicos de pessoas possuíam vilas que representavam fragmentos de uma aldeia ameríndia ou africana, ou alguma cidade asiática. E seus “habitantes” deveriam entreter os europeus com seus costumes peculiares ou deixando tocar seus corpos tão diferentes.
Se o objetivo alegado era promover um melhor entendimento dos europeus sobre outras culturas é claro que isso não podia ser feito dessa forma. Tudo o que essas exposições faziam era degradar o ser humano e “provar” a superioridade cultural europeia.
Merece destaque a história das mulheres da etnia khoisan levadas à Europa para exposição, em especial a história de Saartjie Baartman, que viveu entre 1789 e 1815 e ficou conhecida como a Vênus Hotentote (hotentote era como os khoisans eram chamados pelos africânders; os ingleses os chamavam bushmen e em português eles foram chamados bosquímanos).
Não se sabe ao certo seu nome de nascença, Saartjie (“Sarinha”) foi o nome que os holandeses lhe deram. Saartjie sofria de esteatopigia, possuía nadegas enormes, o que levou à falsa crença de que todas as mulheres hotentotes possuíam a mesma característica. Além disso, ela tinha sinus pudores, enormes lábios vaginais.


Em 1810 ela foi levada para a Inglaterra para ser exposta, por um valor a mais era permitido tocá-la nas partes intimas. Em 1814 ela foi vendida para um francês que a expôs ainda mais e a alugava para animar festas, inclusive a de reintronização de Napoleão Bonaparte (1815), onde a moça sofreu bastante nas mãos dos bêbados.
Quando eventos políticos fizeram com que as exposições fossem canceladas, a moça foi obrigada a se prostituir e se tornou alcoólatra, vindo a morrer poucos meses depois. Para lucrar com ela mesmo após sua morte, seu proprietário vendeu o cadáver para o Musée de l’Homme, em Paris.
Exposições de seres humanos persistiram até por volta de 1950, principalmente por meio de circos itinerantes que apresentavam pessoas com deformidades e problemas genéticos (mulheres peludas, gêmeos siameses, anões, gigantes, etc). Após isso, a sociedade passou a considerar esses freak shows como degradantes demais para serem tolerados.

Há uma justificativa para os zoológicos?
O ser humano inventa desculpas para justificar suas más ações. Isso nos cria uma sensação de conforto, ainda que as desculpas sejam pouco convincentes. É fácil verificar que um zoológico não pode ser justificado pelo ponto de vista ético: O que justificaria manter animais selvagens em gaiolas e jaulas? O ser humano cria suas justificativas…
A justificativa de que os zoológicos possuem função socioeducativa, em diferentes variedades de colocações, tem sua máxima na frase “conhecer para preservar”. Isto pressupõe que se não conhecemos algo, não temos interesse em preservá-lo.
Talvez essa mesma desculpa tenha sido utilizada no passado para se manter exposições coloniais na Europa. Mas será que a única forma de um europeu criar alguma simpatia por indígenas brasileiros seria manter alguns exemplares vivos de tupinambás em uma exposição?
E embora aquela pequena criança senegalesa exposta em um zoológico em Paris tenha potencial de despertar simpatia dos frequentadores, não vejo como isso possa se refletir de forma positiva quanto à consideração dos interesses dos senegaleses que permaneceram em seu território.
Quer essa desculpa que esses poucos exemplares depositados na coleção sejam embaixadores de seus compatriotas na natureza? Isso ignora o fato de que aqueles animais, que de fato tem o potencial de gerar simpatia das pessoas, não são representantes de seus pares na natureza. A despeito do lazer e da curiosidade, o zoológico não cria qualquer espécie de consciência nas pessoas.
Uma criança que vê um elefante em um recinto de fato aprecia o animal, mas a mensagem que ela recebe, ainda que de maneira subliminar, é a de que podemos aprisionar animais. Animais são inferiores e nós somos superiores. E nossa superioridade nos permite capturar um animal na natureza e mantê-lo em cativeiro. Criamos a simpatia pelo animal, mas à medida que o animal se assemelha a nós mesmos.
É aí que quando encostamos ao lado dos visitantes em um zoológico podemos escutar toda sorte de comentários: “Que urso lindo, parece meu tio bonachão”, “Credo, que lagarto horrível” . . . De toda forma, não precisamos dos zoológicos para conhecer os animais, nem acho que o zoológico permita esse conhecimento.
Quando as exposições de animais começaram essa era a única forma de um europeu ver um rinoceronte ou um chimpanzé. A televisão então não existia e se o cinema existia, o que ele mostrava eram filmes onde os animais eram subjugados por algum homem branco criado desde a infância por primatas africanos.
Foi apenas na década de 1960 e 1970 que começaram a surgir documentários sobre vida selvagem que de fato mostravam os animais vivendo em seus habitats. Esses documentários, mais do que qualquer zoológico do mundo, podiam nos apresentar os animais tais como eles eram.
Alguém poderia defender que assistir animais pela televisão não tem o mesmo efeito que poder olhar para eles pessoalmente, mas tampouco vê-los confinados em gaiolas pode nos mostrar o que esses animais realmente são. Em termos de educação e respeito, os documentários da natureza e sobre vida selvagem nos ensinam mais do que qualquer zoológico.
Outra desculpa comum para justificar a manutenção de zoológicos é a de que essas coleções são depositárias de animais ameaçados, e talvez representem a solução para o problema de algumas espécies em vias de extinção.
Ora, de que adianta manter em um zoológico alguns poucos exemplares de determinada espécie enquanto seu habitat é suprimido? Qual a ideia por trás desse raciocínio? Manter indefinidamente essas espécies em cativeiro sem jamais poder introduzi-las? Afunilar sua diversidade genética a alguns poucos exemplares representantes da espécie em cativeiro e manter essas populações indefinidamente cruzando entre si? Não vejo aí qualquer sentido nessa espécie de preservação.
Preservação de fato é a preservação de um bioma, a preservação da espécie em seu habitat, A preservação da variabilidade genética dentro do grupo. Nada disso se pode conseguir com zoológicos.
A despeito de alguns poucos programas que foram bem sucedidos em introduzir exemplares de zoológicos em vias de extinção em seu ambiente selvagem, mais resultados ainda teriam sido obtidos se parques fossem criados em torno das áreas de ocorrência da espécie antes da mesma ser colocada em perigo de extinção.
A pesquisa, outra das justificativas para a manutenção de zoológicos, em grande parte não necessitaria ser realizada no âmbito de uma instituição que mantém animais em cativeiro. Pesquisas de preservação podem ser realizadas com animais em seu ambiente natural. Aliás, melhor que seja assim. A parcela de atividades que demandariam, de fato, animais cativos é justamente aquelas pesquisas que visam aprimorar as formas de manutenção de animais cativos. Há um ciclo vicioso aí.
A outra justificativa que normalmente se fornece para a manutenção de animais em zoológicos é a de que zoológicos representam uma alternativa de lazer barata e, portanto, acessível para parcelas significativas da população. Ora, que fosse um conflito real de interesses, de um lado temos a prisão sem justificativa de animais que nada fizeram para merecer isso, de outro temos pessoas querendo se divertir vendo esses animais, qual interesse deve prevalecer?
Além disso, há tantas outras formas de se divertir de forma acessível que não demandam o aprisionamento de animais, realmente essa é uma desculpa pouco defensável.
Entendo que a biofilia, a satisfação em conviver com outras espécies, seja natural ao ser humano, mas para que tal convivência seja saudável é importante que ela seja o mais harmônica possível. Em um passeio pelo Horto Florestal vemos macacos e aves as mais diversas, vemos uma variedade de insetos, vemos patos que apesar de não serem nativos estão ali soltos e se sentem à vontade. Não encontraremos em um parque como este a variedade que se encontra em um zoológico, mas mais do que quantidade devemos primar pela qualidade. Um parque razoavelmente equilibrado, onde se possa observar uma variedade de animais de, talvez, 15 espécies, cada qual desempenhando sua função ecológica, tem um potencial de educação e lazer maior do que um jardim zoológico com uma variedade de 200 espécies acumuladas em pequenos recintos onde as atividades naturais mais elementares estão restringidas.

A vida por trás das grades
Recentemente, o vereador de Goiânia, sr. Zander Fábio Alves da Costa (PSL) propôs a extinção do zoológico local. Sua proposta encontrou oposição desde a população local até o conselho de medicina veterinária. Basicamente a linha de defesa para a manutenção do zoológico foi de que ali os animais não são maltratados. Que ali eles recebem a alimentação correta, água e estão protegidos de predadores. Que se houvessem maus tratos todos saberiam.
Pois bem, é possível que em muitos aspectos a vida de um animal de zoológico possa ser considerada superior á vida de um animal na natureza. Dificilmente em um zoológico atual um impala possa ser caçado por um leão, então pelo menos no que diz respeito a predação os animais estão mais seguros.
Também é fato que grande parte das preocupações de um animal selvagem na natureza, ou seja, o forrageamento atrás de alimentos não chega a ser uma preocupação do animal em um zoológico, já que se tudo estiver funcionando bem o alimento aparecerá por uma portinha na hora certa.
As causas de morte e sofrimento da maior parte dos animais na natureza, a predação, a disputa por territórios ou a inanição parecem ser eliminadas quando o animal se encontra em um zoológico. Pelo ponto de vista humano essa pode parecer uma ótima alternativa de vida, mas não podemos analisar a situação de forma tão enviesada.
Cada animal possui seu umwelt, sua própria realidade, sua percepção de mundo.Manter organismos em recintos e supri-los com o mínimo para mantê-los vivos é privá-los de todas as demais experiências que lhes seriam naturais. Animais de zoológico que as pessoas podem considerar saudáveis e em ótimas condições não estão vivendo, apenas sobrevivendo.
Portanto, mesmo nos zoológicos considerados referência, que mantém seus recintos limpos, com enriquecimento ambiental, alimentação de qualidade e em quantidade suficiente, os animais que ali vivem não levam vidas plenas. São apenas reflexo do que seriam se estivessem em liberdade.
Dificilmente um zoológico conseguirá prover para os animais ali alojados as condições de vida que eles teriam caso se encontrassem em condições naturais. Um felino solto percorre quilômetros por dia; em um zoológico tudo o que ele pode fazer é percorrer aqueles poucos metros de jaula milhares de vezes em um mesmo dia. Na natureza primatas ocupam seu tempo forrageando, ou catando ectoparasitas uns dos outros, ou explorando seu território; em um zoológico essa possibilidade não existe, os animais passam o dia entediados ou expressando comportamentos anormais e estereotipados (e o que fazer com um macaco que se masturba em frente aos visitantes?).
Elefantes na natureza vivem em bandos de vários indivíduos, que exploram seu ambiente em busca de alimentos e fontes de água; no zoológico alguns poucos exemplares são forçados a conviver em um recinto restrito e apresentam comportamentos estereotipados, como o balanço de cabeça que só ocorre em animais cativos.
E não se pode deixar de notar que os animais que se encontram expostos em um zoológico são apenas uma fração dos animais que ali se encontram abrigados. Para além das jaulas e recintos de exposições, há todo um universo de animais considerados excedentes, apinhados em recintos menores e menos cuidados. Esses animais aguardam por um destino, que seja a venda para outros zoológicos, para colecionadores particulares, para centros de pesquisa que poderão dissecá-los, para fazendas de caça, etc. E por enquanto tratamos dos melhores zoológicos.
Nos piores zoológicos as denúncias afloram. Apenas no ano de 2013, mais de 500 mil animais morreram em zoológicos de todo o mundo devido a condições inapropriadas às quais foram submetidos.

Para nos atermos apenas a fatos mais recentes:
Entre janeiro e março de 2010, 11 tigres siberianos foram deixados morrer de fome no zoológico de Shenyang (China). Argumentou-se que os animais comiam demais. Mas suas carcaças puderam ser aproveitadas, sendo partes destas vendidas a bom preço para abastecer a demanda por produtos derivados de tigres, usados na medicina tradicional chinesa.
O país hoje possui menos de 50 tigres em liberdade e mais de 5.000 em cativeiro e o zoológico de Shenyang não foi o único onde foram encontrados problemas. Em apenas 3 meses de investigação não muito aprofundada o órgão ambiental nacional da China encontrou outros 50 zoológicos que abusavam de animais no país.
Igualmente, o zoológico de Surabaya, na Indonésia, foi mundialmente denunciado pelo estado de inanição e miséria em que os animais se encontram. Muitos outros zoológicos, como o Melaca, também na Indonésia, foram denunciados internacionalmente.
E todos se recordam da girafinha Marius, morta em fevereiro de 2014 e retalhada em frente ao público, inclusive crianças, no Zoológico de Copenhagen, para alimentar os leões. Se usou dizer que a girafinha era um animal excedente que poderia cruzar com sua própria mãe no futuro, mas essa desculpa era bastante fraca, pois havia vários interessados em adotar o animal.
Festas às sextas-feiras à noite no Zoológico de Londres já foram denunciadas devido aos abusos cometidos contra os animais. Exceto pelo barulho que em si já estressa os animais demasiadamente, há relatos de pessoas invadindo a jaula dos animais e cometendo abusos. Para citar alguns, uma mulher foi pega agredindo uma ave, um homem foi pego jogando cerveja no tigre, outro foi pego nadando nu na piscina dos pinguins e várias borboletas foram encontradas esmagadas. O zoológico argumenta que as festas são lucrativas, mas podemos perguntar: “E daí?”
No Zoológico Dählhölzli, de Berna, Suíça, um filhote de 5 meses de urso foi morto porque, segundo se alegou, ele sofria Bullying de seu pai. Ora, é natural que machos de ursos não tolerem filhotes, ainda que sejam seus filhos. Ursos são, em geral, animais solitários. O pessoal do zoológico não sabia disso. O ursinho foi morto e empalhado, e exposto ao lado da jaula dos ursos “para que as crianças saibam que a natureza é cruel”. Eis a educação ambiental que se pretende que os zoológicos ensinem.
No Brasil há 110 zoológicos e 13 aquários. Desses, 31 são particulares, 69 municipais, 04 estaduais, 02 do exército e os demais 17  são fundações ou administrações mistas. No Estado de São Paulo são 60 empreendimentos, a maior parte dos quais encontra-se denunciado.
Provavelmente o zoológico que se encontra com maior número de denúncias seja o zoológico de Taboão da Serra (Parque das Hortências), que vinha recebendo enorme quantidade de denúncias devido às péssimas condições em que os animais se encontravam alojados, além de alta taxa de mortandade em pequeno espaço de tempo.
O zoológico foi interditado e vários de seus animais foram encaminhados para outros centros, como por exemplo a Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, para triagem dos espécimes possíveis de serem reintroduzidos em seu habitat natural
O Bosque dos Jequitibás, em Campinas, foi denunciado pela morte de mais de 10 animais durante o ano de 2013, devido a maus tratos. Além disso, há denúncias contra os zoológicos de Araçatuba, Limeira, Sumaré, Guarulhos, Salvador . . .
No zoológico de Guarulhos, além dos elevados casos de mortes devido ao manejo e instalações inadequadas, foram registrados o desaparecimento de mais de cem animais, possivelmente para abastecer o comércio de animais silvestres e exóticos.
Mesmo no Zoo Safari, onde em tese os animais vivem em uma condição melhor, por estarem soltos e serem os visitantes quem adentram os recintos dentro de seus carros, as condições dos animais são bastante ruins. Funcionários do parque constantemente cutucam-nos com varas ou chicotes para que estes se movam, saiam dos recantos abrigados e embrenhem-se em meio aos carros. Creio até que viver no safári seja mais estressante do que viver no próprio zoológico.
Além dessas denúncias devido às condições de manutenção dos animais, há ainda os recentes eventos que ganharam destaque na mídia envolvendo zoológicos, como o caso do garoto que teve seu braço retalhado por um tigre no zoológico de Cascavel e o caso da girafa que morreu enforcada pela corda que suspende seu alimento, no zoológico de Belo Horizonte.
Embora estas sejam fatalidades e no caso do garoto a culpa seja muito mais de seu pai irresponsável do que do zoológico (e muito menos a culpa pode ser atribuída ao tigre, pois é isso que se espera que esses animais façam) tais episódios servem para nos lembrar que zoológicos não devem ser vistos como locais encantados e românticos, mas sim como locais de aprisionamento de animais inocentes.

O que fazer com os animais de zoológicos?
Com freqüência sou confrontado com o fato de que na maior parte dos zoológicos do mundo, e a maior parte dos animais que constituem suas coleções, o que encontramos são exemplares nascidos em zoológicos, ou que chegaram ao zoológico por meio de trocas ente instituições, ou ainda de apreensões de animais do trafico. São então animais já distantes da natureza.
Supondo que essa afirmação seja verdadeira, ainda assim pode-se questionar se zoológicos são a melhor alternativa para lidar com a questão dos animais cativos. Por tudo o que sabemos de zoológicos, sua prioridade é manter coleções de animais, alguns poucos exemplares de cada espécie e o máximo de diversidade de espécies de forma a tornar isso uma exposição interessante para o público.
Zoológicos geralmente não provêm aos animais mais do que isso. Eles não se especializam em grupos específicos de animais e em geral não apresentam solução para o problema. São simplesmente coleções de animais vivos e expostos ao público.
Em 2013 a Costa Rica decidiu fechar seus zoológicos estatais. A decisão foi baseada nos princípios que guiam aquela nação: Não é possível se dizer que o país preserva o meio ambiente quando tantos animais encontram-se ainda enjaulados.
Assim, a Costa Rica transformou seus zoológicos em jardins botânicos e parques naturais urbanos. Os animais que ali se encontravam foram transferidos para centros de resgate no próprio país, com vistas à sua reintrodução na natureza.
Importante dizer que os zoológicos do país mantinham principalmente animais pertencentes à fauna local, de modo que a reabilitação e reintrodução dos animais no próprio território são mais simples. Poderíamos pensar um mundo inteiro seguindo esse exemplo.
Não precisamos de animais em jaulas para conhecer essas espécies, documentários da natureza, livros e passeios no campo ensinam pessoas realmente interessadas no assunto.
Os animais hoje presentes nos zoológicos necessitam ser reabilitados e reintroduzidos na natureza, ou talvez estes sejam matrizes para uma próxima geração de animais que já nasçam sendo preparados para esse propósito. Mesmo animais mantidos por gerações em cativeiro tem potencial de serem introduzidos se o trabalho for bem feito.
A maior parte dos animais expressam principalmente comportamentos inatos e uma pequena parcela de comportamentos adquiridos, daí a facilidade de reintroduzi-los na natureza se estes estiverem gozando de boa saúde física.
Já os animais que expressam grande parte de seu comportamento baseado em comportamento adquirido (aprendido) estes podem ser ensinados a viver na natureza.
Apenas faz sentido falar em preservação ambiental quando o propósito for a reintrodução dos animais. Isso apenas poderá ser feito se a prioridade for a preservação dos ambientes naturais.
Porém, diferente da Costa Rica, a maior parte dos zoológicos do mundo possuem coleções de animais exóticos. É por esse motivo que o movimento pelo fim dos zoológicos deve ser realizado em nível mundial.
No estado atual, se apenas o Brasil resolvesse abolir os zoológicos, seus leões e elefantes possivelmente teriam de ser transferidos para outros zoológicos em outros países, talvez até para parques de caça. As reservas africanas talvez possam não ter interesse em receber esses animais que poderão criar problemas para as populações já instaladas. Além do que a capacidade suporte das reservas existentes pode já ter sido atingida.
Mas no caso de uma abolição dos zoológicos em âmbito mundial, ou de uma política sólida de repatriação de animais entre continentes, os animais seriam distribuídos por uma rede de instituições para centros de reabilitação instalados em cada bioma, e cada um deles desenvolveria um trabalho com vistas à reabilitação desses animais na natureza, ou na reprodução dos mesmos com objetivo de reintroduzir sua prole.
Importante que entendamos que nas condições físicas e psicológicas em que muitos dos animais de zoológico se encontram, eles em si jamais possam ser reintroduzidos. Talvez mesmo para o caso de animais hábeis, o processo de reintrodução não terminasse dentro de seu próprio ciclo de vida. Mas possivelmente seus filhotes já nascessem em estado de semi-liberdade e seus netos em estado de completa liberdade.
Uma outra possível alternativa para muitos dos animais que hoje se encontram em zoológicos são os santuários de animais. Santuários de animais, diferentemente de zoológicos, não priorizam a diversidade de espécies. Eles dão abrigo a grande número de indivíduos pertencentes a poucas espécies, e geralmente vivendo em espaços maiores. Santuários também priorizam o bem-estar do animal, e não sua exposição ao público.
Santuários podem se especializar em determinados grupos de animais, de modo que isso facilite seu manejo. Eles podem também ser estabelecidos de forma a atingirem certo nível de sustentabilidade econômica, caso não disponham de verbas públicas para sua manutenção (ver Sustentabilidade para Santuários de Animais).
Imagino, por exemplo, que uma enorme fazenda no cerrado pudesse ser transformada em um santuário para grandes herbívoros africanos que por diversos motivos não puderam ser repatriados. Na savana africana zebras, gnus, girafas, rinocerontes, elefantes, búfalos do cabo, avestruzes, antílopes, impalas e outros animais formam bandos mistos, pastando lado a lado de forma harmônica.
De forma bastante controlada essa área poderia receber a visitação de turistas, que não mais visualizariam animais em pequenos recintos, mas animais vivendo em ambientes muito próximos de seu ambiente original. Não seriam os animais que estariam presos, mas os visitantes, dentro de jipes, à semelhança do que ocorre em safaris fotográficos. Importante que tal empreendimento, para ser qualificado como santuário, tivesse o compromisso de continuar preservando o bem-estar dos animais em detrimento das opções de visualização por seres humanos.
Estes santuários não deveriam se transformar em zoológicos com jaulas maiores, nem parques safaris. Os jipes não deveriam se aproximar demasiadamente dos animais, nem persegui-los, nem alterar seu comportamento. Também, nesses santuários os animais deveriam ser todos estéreis, para evitar futuros problemas ecológicos (por tratarem-se de espécies exóticas) ou a perpetuação do empreendimento. A visitação seria apenas uma forma de manter a saúde econômica do santuário, pelo tempo de vida dos animais.
Tenho com frequência tratado do tema “santuários de animais” e muitas pessoas me perguntam se não seriam também estes locais de aprisionamento de animais e sua exposição ao público. É verdade que animais em um santuário encontram-se igualmente presos, mas essa prisão é circunstancial. Muitos desses animais, se fossem simplesmente soltos, morreriam (no caso de animais silvestres) ou causariam problemas ecológicos (no caso de animais exóticos). Mantê-los aprisionados em santuários, em muitos casos, talvez seja a única possibilidade.
A reabilitação de animais e sua liberação em áreas de soltura é um processo complexo que atravessa diferentes fases. As aves necessitam aprender a voar em enormes gaiolas voadeiras e após isso são liberadas em campo tendo ainda a alternativa de buscarem seu alimento junto a comedouros instalados por humanos até que consigam completa independência.
Pode se tratar de um processo de anos e por esse motivo esse processo necessita ser sustentável. Se não houverem verbas públicas destinadas para essa causa, penso que uma alternativa seria que esses empreendimentos fossem realizados nas proximidades de hotéis de campo. Os hóspedes poderiam acompanhar o trabalho realizado com a reabilitação das aves, observá-las nos comedouros, em estado de semiliberdade, e vê-las já em liberdade.
Diferente de zoológicos, tais empreendimentos sim teriam um potencial de educação ambiental, preservacionista e científico. Zoológicos são perpetuadores do cativeiro, mas esses empreendimentos funcionariam na direção oposta. Também não cabe o argumento de que tais santuários, devido á limitação de visitação, seriam elitistas. A visitação é mera forma de manter o sistema economicamente viável, de forma alguma é a prioridade de um santuário.
Creio que o futuro dos zoológicos seja o da própria extinção. As desculpas antes utilizadas para sua manutenção fazem cada vez menos sentido e mesmo as reformas cosméticas, que apresentam os recintos com menos barras nas jaulas e mais fossos, menos concreto aparente e mais enriquecimento ambiental, não enganarão as pessoas por muito mais tempo.
No futuro não existirão zoológicos, mas os animais serão tão, ou melhor, conhecidos pelos interessados. Animais não mais serão expostos para curiosos, mas as pessoas poderão visitá-los em reservas e santuários, eventualmente avistá-los em seu ambiente natural. Apenas então poderemos usar a palavra respeito para com os animais com alguma propriedade.

Biólogo, mestre em alimentos e nutrição e ativista pelos direitos animais, membro da Sociedade Vegana. Autor de livros e artigos sobre experimentação animal, métodos substitutivos, direitos animais, vegetarianismo, veganismo, bioética e temas afins.
 

16
Out16

Como o fascínio da humanidade com o 'rei dos animais' acabou com uma espécie

António Garrochinho


ThinkstockImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionO fascínio causado pelos leões data de priscas eras
Leões abriram caminho pela história com a beleza e agilidade, inspirando medo e respeito.
Mas, apesar do fascínio gerado por estas criaturas, os humanos conseguiram acabar com um tipo de leão, segundo a jornalista da BBC Mary Colwell.
O tema do leão aparece em brasões de reis, carros, barras de chocolate e camisas de times. A famosa companhia cinematográfica MGM usou e ficou famosa com a imagem de um leão rugindo em seu logo, usada desde 1924.
Leões estão entre os assuntos mais populares dos filmes sobre história natural, nos quais cada nuance de suas vidas é explorada detalhadamente. Nunca nos cansamos da emoção de uma caçada ou de ver filhotes brincando em volta de um animal adulto e sonolento.
Há uma constelação de Leão e o animal é considerado a encarnação do poder e riqueza, um símbolo de beleza física, agilidade muscular e majestade.
MGMImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionO famoso símbolo do cinema americano
Historicamente, o leão-do-atlas (também conhecido como leão-bérbere), uma subespécie de leões da Savana africana, eram considerados mais valiosos pois o macho exibia uma longa juba preta. Os pelos se estendiam da cabeça até a barriga, dando ao animal um perfil magnífico. Todos os que queriam mostrar ao mundo que tinham poder, queriam este leão.

Imperadores romanos queriam o felino como animal de estimação e gladiadores frequentemente tinham que enfrentar este leão na arena. O público vibrava com a visão da coragem humana contra a elegância e força do animal. A selvageria do leão o transformou em um agente perfeito para a execução de criminosos e cristãos.

Leões da Torre de Londres

ThinkstockImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionDetalhe de um mosaico mostrando a história bíblica de Daniel na cova dos leões
Na Inglaterra medieval estes leões eram mantidos na Torre de Londres. As jaulas ficavam tão prontas da entrada - o Portão do Leão - que nenhum visitante podia entrar nos domínios reais sem primeiro encarar os olhos cor de âmbar do leão. A mensagem era clara - este rei tem até o magnífico leão sob controle.
Os crânios de dois leões-do-atlas machos foram encontrados por operários em um fosso da Torre em 1937. O método de datação por carbono determinou que os animais viveram entre 1280 e 1385, o que nos dá um vislumbre da condição física dos animais que viveram em Londres há cerca de 700 anos.
E o que foi descoberto é que os pobres animais morreram jovens, não tinham alimentação adequada e sofriam com problemas físicos.
Em um dos crânios, por exemplo, o buraco por onde entra a coluna é deformado.
"Deveria ter uma bela forma, subcircular", afirmou Richard Sabin, curador da área de mamíferos no Museu de História Natural de Londres.

"Mas você pode perceber que, no topo do buraco, há preenchimento de osso, e isto é, na verdade, uma patologia, uma reação potencial a algum tipo de estresse nutricional. Quando o osso cresceu, pode ter feito pressão na coluna e causado paralisia e cegueira", acrescentou.
Não que isto importava para os que iam olhar aquele leão. O que os visitantes da Torre de Londres viam naquela época era a epítome da majestade.
Foto: © The Trustees of NHM, LondonImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionUm dos crânios encontrados na Torre de Londres (Foto: © The Trustees of NHM, London)
Foto: © The Trustees of NHM, LondonImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionO buraco deformado em um dos crânios (Foto: © The Trustees of NHM, London)

Cristianismo

Na mentalidade medieval o leão também tinha um significado cristão: representava Jesus Cristo e, na época, acreditava-se que filhotes de leão ficavam na toca durante três dias após o nascimento, sem forma ou identidade. Até que eles ouviam o rugido do pai e ganhavam vida e energia.
Era clara a referência a Jesus no útero esperando o Pai chamá-lo para uma nova vida.
O esplendor físico dos leões se fundia com o poder de Deus e a grandiosidade dos reis, dando aos leões medievais uma posição única.
Mas o desejo de ter um leão, principalmente os leões-do-atlas, significou que muitos deles foram tirados de seu habitat no norte da África e, durante séculos, os números da espécie sofreram quedas dramáticas.
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Image captionCaçadas ajudaram a dizimar o leão-do-atlas no século 20
A invenção da arma e a popularidade da caçada esportiva no século 19 reduziram ainda mais os números e os últimos leões-do-atlas selvagens foram mortos no meio do século 20.
O poder do leão, tão cobiçado pela elite da Europa, foi seu fim.

Recriando leões?

Pesquisas atuais sugerem que não existem leões-do-atlas puros em cativeiro, mas há discussões para trazer estes leões de volta à vida usando o DNA de parentes próximos na Índia, ou fazendo a reprodução seletiva de leões em cativeiro, leões que tenham os genes desta subespécie.
GettyImage copyrightBBC WORLD SERVICE
Image captionUm friso assírio de cerca de 700 A.C. mostra uma caçada a um leão
Mas qual seria a razão para se fazer isto? Mesmo se fosse tecnicamente possível ver um leão-do-atla puro novamente, ele seria apenas uma curiosidade e nunca poderia vagar pelo norte da África de novo.
"Podemos recriar o ambiente natural deles ou isto foi mudado para sempre? Ou eles vão ser apenas exemplos isolados de sua espécie em um zoológico, e as pessoas vão pagar para vê-los?", questionou Richard Sabin.
No presente, o mais próximo que as pessoas vão chegar de um leão-do-atlas é em Trafalgar Square, a praça no centro de Londres na qual quatro esculturas de bronze deste leão guardam os pés da Coluna de Nelson. Colocados no local em 1867, eles são um lembrete comovente de nosso poder de destruir o que mais admiramos.
Sabin, no Museu de História Natural de Londres, acredita que os restos dos leões-do-atlas ainda têm um papel importante a cumprir.
"Dizimamos estes leões e os empurramos para a extinção. O fato de termos os restos deles em nossa coleção no museu significa que os pesquisadores têm a oportunidade de extrair dados e colocá-los em um contexto moderno e analisar de perto as espécies relacionadas que podem estar a caminho da extinção e, potencialmente, parar e desacelerar estas extinções."

www.bbc.com
16
Out16

LEITE: UM ALIMENTO CHEIO DE HISTÓRIA

António Garrochinho


historia-leite
O leite de origem animal é um alimento que passou por diversos momentos da história, sendo consumido pelos humanos logo após o surgimento da agricultura e com a domesticação do gado. 

Esse processo se deu em especial no Oriente Médio, durante a revolução Neolítica. Historicamente a vaca foi o primeiro animal domesticado, depois a cabra e por último a ovelha, entre 9 mil e 8 mil a.C. 

Além disso, a história mostra que os primeiros a ordenharem o animal para o consumo da bebida fizeram isso em 6 mil a.C. e habitavam as regiões atuais da Inglaterra e Europa Ocidental.

Na Líbia, pinturas rupestres mostravam a ordenha e em desenhos que datam de 5 mil a.C.. São apresentados até processos na fabricação de queijo. Por volta de 3.500 a.C., os egípcios utilizavam o leite com finalidades religiosas. 

A vaca era adorada e dedicada aos deuses cultuados nos templos. A fama do leite era tanta que diversos filósofos e pensadores famosos, como Aristóteles e Heródoto, mencionaram o alimento em alguns de seus registos.

Durante a Antiguidade e a Idade Média, o leite era muito difícil de se conservar e portanto era consumido fresco ou em forma de queijo. 
Com o tempo, foram sendo desenvolvidos outros laticínios, como a manteiga. Inclusive os romanos tiveram um papel importante na história do leite, introduzindo o leite de vaca e aperfeiçoando a técnica para trabalhar seus derivados, tendo-as espalhado por todo o seu império no norte da Itália, Gália, Alemanha e Inglaterra.
Por volta de 1830, com a Revolução Industrial na Europa, foi possível executar o transporte do leite fresco das zonas rurais até as zonas urbanas, devido a melhorias que essa época trouxe ao sistema de transporte. 
As melhorias tecnológicas desse período contribuíram para o processamento do leite, uma delas utilizada até hoje, a pasteurização. 
O processo, criado em 1864 por Louis Pasteur e sugerida sua utilização no leite em 1886 pelo químico microbiologista alemão Franz von Soxhlet, conseguiu dar ao leite um aspecto mais saudável, conservação por mais tempo o alimento


Na década de 1920, o leite pasteurizado começou a ser produzido em grandes quantidades e a partir desse processo teve início a produção em garrafas de vidro. 
Desse momento em diante a produção de leite no mundo se modernizou, com o advento de processos tecnológicos que garantem um alimento rico nutricionalmente e muito saudável.

leitegaucho.com.br
16
Out16

A história do homem que foi empalhado e exibido como um animal

António Garrochinho

A história do homem que foi empalhado e exibido como um animal

Escritor holandês Frank Westerman conta caso do negro que foi levado da África à Europa para ser colocado em exposição em museu.

Escritor holandês foi em busca da história por trás de El Negro. (Foto: BBC)Escritor holandês foi em busca da história por trás de El Negro. (Foto: BBC)
No início do século 19, era "moda" entre os europeus recolher animais de vários lugares do mundo, levá-los para casa e colocá-los em exposição.
Um comerciante francês, porém, foi além e trouxe para casa o corpo de um guerreiro africano.
O escritor holandês Frank Westerman descobriu o homem em um museu espanhol há 30 anos e decidiu investigar a história por trás dele. Leia, a seguir, o seu relato:
AVISO: Algumas imagens ao longo deste texto podem ser consideradas ofensivas
"Uma cerca de arame decorativa nas cores nacionais - azul, branco e preto - marca a sepultura de um dos mais famosos - e menos invejados - filhos de Botswana: "El Negro".
Seu local de descanso em um parque público na cidade de Gaborone, sob um tronco de árvore e algumas pedras, faz lembrar o túmulo de um soldado desconhecido.
Uma placa de metal diz:
El Negro
Morreu em 1830
Filho da África
Trazido para a Europa morto
Levado de volta a solo africano
Outubro de 2000
Local onde ficaram os restos mortais de El Negro em Botswana. (Foto: BBC)Local onde ficaram os restos mortais de El Negro em Botswana. (Foto: BBC)
Sua fama vem de suas viagens póstumas - que duraram até 170 anos - como as para exibições em museus na França e na Espanha. Gerações de europeus ficaram boquiabertos com o corpo seminu, que havia sido empalhado por um taxidermista. Ali ele ficou, sem nome, exibido como um troféu.
De volta a 1983, como estudante universitário na Holanda, eu acidentalmente acabei "cruzando" com ele em uma viagem de boleia para a Espanha. Eu havia passado uma noite na região de Banyoles, uma hora ao norte de Barcelona. A entrada do Museu Nacional de História de Darder era coincidentemente na porta ao lado.
"Ele é real, você sabia?", uma garota de colégio gritou para mim.
"Quem é real?"
"El Negro!", a voz dela ecoou pela praça, acompanhada de roncos e risadas de seus amigos.
No instante seguinte, uma senhora apareceu saindo de um salão com um casaco sobre os ombros. Ela abriu o museu, me vendeu um ingresso e apontou na direção da Sala de Répteis.
"É ali", ordenou. "Aí vá passando pelas salas no sentido horário".
Quando eu estava no caminho para o Quarto Humano, um anexo do Quarto dos Mamíferos, passei uma parede de escalada com macacos e esqueletos de gorilas - e, de repente, comecei a tremer. Estava ali, o Negro de Banyoles, empalhado. Uma lança na mão direita, um escudo na esquerda. Curvando-se devagar, ombros levantados. Seminu, apenas com uma tanga laranja.
El Negro era um homem adulto, pele e ossos que mal chegavam a um cotovelo. Ele estava mantido em um recipiente de vidro no meio do carpete.
Ele era um ser humano, mas sendo exibido como qualquer outra amostra de animais selvagens. A história ditou que o taxidermista era um europeu branco e, seu objeto, um negro africano.
O reverso era inimaginável.
Ao ver essa cena, meu rosto corou e senti as raízes do meu cabelo formigarem - simplesmente por causa de uma sensação difusa de vergonha.
Senhora Lola não tinha uma explicação. Ela nem tinha um catálogo ou um livro com a história daquele homem. Me deu um cartão postal que dizia apenas "El Negro" e que trazia atrás "Museu Darder - Banyoles. Bechuana".
"Bechuana?", eu questionei.
Senhora Lola continuou olhando para mim. "Os cartões custam 40 pesetas cada", ela disse.
Comprei dois.
Cartão Postal vendido no Museu Darder, na Espanha. (Foto: BBC)Cartão Postal vendido no Museu Darder, na Espanha. (Foto: BBC)
Vinte anos depois, decidi escrever um livro sobre a extraordinária jornada de El Negro de Botswana (Bechuana) até Banyoles e de volta de novo.
História
A história começa com Jules Verreaux, comerciante francês que, em 1831, testemunhou o enterro de um guerreiro no interior da África, ao norte da Cidade do Cabo, e depois retornou à noite - "não sem correr risco de morte" - para escavar até o corpo e roubar a pele, o crânio e alguns ossos.
Com a ajuda de um fio de metal que funcionava como a espinha, pedaços de madeira que funcionavam como membros, e enrolando tudo isso em jornais, Verreaux preparou e preservou as partes do corpo roubadas.
Depois, ele colocou o corpo em um navio para Paris junto com outros corpos de animais conservados. Em 1831, o corpo do africano apareceu em uma exposição na Rua Saint Fiacre, número 3.
Em reportagem, o jornal Le Constitutionnel elogiou o "corajoso Jules Verreaux, que deve ter encarado perigos entre nativos que são tão selvagens quanto negros". Esse texto deu o tom e, de repente, o "índivíduo do povo de Botswana" atraía mais atenção do que as girafas, hienas ou avestruzes.
"Ele é pequeno em postura, tem pele preta e sua cabeça está coberta por uma lã de cabelos crespos", dizia o jornal.
Mais de meio século depois, o "Botswano" apareceu na Espanha. À margem da exibição mundial em Barcelona em 1888, o veterinário espanhol Francisco Darder apresentou o homem em um catálogo como "O Botsuano", com um desenho em que ele é visto usando uma ráfia (como uma folha de palmeira) e segurando uma lança e um escudo.
Até o século 20, já tendo sido levado a Banyoles, uma cidade pequena ao pé dos Pirineus, as origens do homem haviam sido majoritariamente esquecidas, até que ele ficou conhecido como simplesmente "El Negro".
Em algum momento, a tanga laranja "reveladora" que Jules Verreaux havia colocado nele foi substituída por curadores católicos romanos do Museu de Banyoles, que o vestiram com uma saia laranja muito mais "recatada". Sua pele também ganhou um polimento de sapato para fazer com que ele parecesse ainda mais negro do que era.
El Negro, como ele era exibido no museu em Barcelona. (Foto: BBC)El Negro, como ele era exibido no museu
em Barcelona. (Foto: BBC)


















De pé em sua "caixa" de exibição, levemente curvado e com um olhar penetrante, El Negro incorporava de uma forma mais pungente e angustiante, os aspectos mais obscuros do passado colonial europeu. Ele confrontava visitantes de frente com teorias de "racismo científico" - a classificação das pessoas como inferiores ou superiores baseado em medidas de crânio e outros pressupostos falsos.
Conforme o século 20 avançava, El Negro se tornou mais um anacronismo. Não só houve aumento de culpa e consciência sobre o fato de que seu corpo e túmulo haviam sido violados, como ficou clara a ideia de que ele, como um artefato europeu do século 19, refletia ideias que haviam se tornado universalmente insustentáveis.
Tudo começou a mudar em 1992, quando um médico espanhol de origem haitiana sugeriu, em uma carta para o jornal El País, que El Negro deveria ser retirado do museu. Os Jogos Olímpicos estavam vindo para Barcelona naquele ano e que o lago de Banyoles era um dos locais de competição. Com certeza, escreveu Alphonse Arcelin, atletas e espectadores que visitassem o museu local poderiam se sentir ofendidos com a visão de um homem negro empalhado.
O pedido de Arcelin foi apoiado por nomes importantes, como o do pastor americano Jesse Jackson, e o jogador de basquete Magic Johnson. O ganês Kofi Annan, então secretário-geral assistente da ONU, condenou a exibição dizendo que ela era "repulsiva" e "barbaramente insensível".
Mas, devido à resistência forte do povo catalão, que abraçou El Negro como "um tesouro nacional", foi preciso esperar até março de 1997 para El Negro desaparecer de vista do público. Ele foi armazenado e, três anos depois, em 2000, começou sua jornada final de volta para casa.
Volta à África
Seguindo longas consultas com a Organização para a Unidade da África, a Espanha concordou em repatriar os restos humanos para Botswana para um novo enterro cerimonial em solo africano. O primeiro passo da repatriação foi uma viagem à noite em um caminhão para Madri.
Uma vez na capital, seu corpo empalhado foi "desmontado" e desprovido de tudo de "não humano" que havia sido adicionado, como seus olhos de vidro. El Negro foi "desfeito", como se tudo o que Jules Verraux havia feito para conservar seu corpo por 170 anos tivesse sido rebobinado.
Sua pele, porém, estava dura e rachou. Por causa disso e por causa do tratamento com polimento de sapato, eles decidiram mantê-la na Espanha. De acordo com uma reportagem de jornal, ela foi deixada no Museu De Antropologia de Madri.
Assim, o caixão que ia para Botswana tinha apenas o crânio, além de alguns ossos de braços e pernas. Os restos do guerreiro de Botswana ficaram expostos na capital Gaborone, onde cerca de 10 mil pessoas passaram por ele para prestar as últimas homenagens. No dia seguinte, 5 de outubro de 2000, ele foi enterrado em uma área cercada no Parque Tsholofelo.
Foi um enterro cristão. "No espírito de Jesus Cristo", o padre disse com a mão na Bíblia, "que também sofreu". Um toldo, apoiado por dois postes, protegeu os convidados de honra do sol.
"Nós estamos preparados para perdoar", disse o então ministro das Relações Exteriores Mompati Merafhe para o público. "Mas não podemos esquecer os crimes do passado, para que não corramos o risco de repeti-los."
Houve bênçãos, cantos e danças.
Depois disso, o túmulo foi esquecido por muitos anos e o gramado ao redor dele foi usado como campo de futebol. Mais recentemente, porém, o governo de Botswana restaurou o local, transformou-o em uma área de visitação e colocou várias placas explicando a importância dele.
Mas, em 2016, ainda não se sabe quem esse "filho da África" era, qual era seu nome ou exatamente de onde ele veio.
Uma autópsia feita em um hospital catalão em 1995, no entanto, trouxe algumas informações. O homem que se tornou mundialmente conhecido como El Negro viveu cerca de 27 anos. Ele tinha cerca de 1,35m e 1,4m e provavelmente morreu de pneumonia."
g1.globo.com


16
Out16

ARTE EM CARCAÇAS DE CRÂNIOS DE ANIMAIS POR JASON BORDERS

António Garrochinho


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Os crânios fazem e fizeram parte da história da humanidade em seus mais diferentes contextos e significados, seja por povos milenares ou atualmente como ornamento: eles já representaram a escuridão, o poder, fizeram parte simbólica de rituais e também marcaram sua presença dentro da história da arte. Jason Borders, um talentoso artista, utiliza desse artefato para dar-lhes uma re-significação, atribuindo a eles um visual atraente e vigoroso. Sua arte consiste em esculpi-los e modela-los ao modo que possa dar um novo sentido a sua arte de acordo com sua percepção, munido de uma técnica minuciosa chamada de “dremel”, o artista desenha detalhados traços e padrões num resultado que faz remeter à técnica hindu de pinturas corporais e também à devoção da Fiesta de los Muertos no México. Apesar das referências, Borders consegue manter a singularidade de sua obra intrigando pela perfeição e beleza, controverso à todo histórico dessa peça.
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16
Out16

Governo de Passos desbaratou 19 milhões de euros

António Garrochinho


A edição semanal do Expresso divulga que o Governo vai revogar o perdão de 19 milhões de euros a uma empresa do grupo Barraqueiro e à TST. O anterior executivo abdicou de cobrar compensações pelo passe social pagas a mais a estas empresas.


Utentes denunciam a degradação do serviço prestado pela 
O semanário revela que o secretário de Estado-adjunto do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, já homologou um parecer da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) que propõe a revogação parcial de um despacho do anterior governo, por haver dúvidas sobre a «boa aplicação dos dinheiros públicos».
O processo reporta aos anos de 2012 e 2013, em que foram pagos cerca de 19 milhões de euros a mais à Rodoviária de Lisboa (9,9 milhões de euros), do grupo Barraqueiro, e à TST - Transportes Sul do Tejo (8,8 milhões de euros). O pagamento a estas empresas refere-se às compensações financeiras pela sua adesão ao passe social.
O semanário Expresso expõe factos que ligam este processo ao da TAP. O presidente do grupo Barraqueiro, Humberto Pedrosa, «tornou-se um dos proprietários da TAP, num processo liderado pelo então secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, um dos autores do despacho agora visado pela IGF». 
Do despacho de Agosto de 2015 resultou a não previsão das compensações que a lei previa, desobrigando as empresas que receberam dinheiro a mais a devolver esses montantes. 
O cálculo dos 19 milhões de euros foi avançado pela Comissão Executiva da Área Metropolitana de Lisboa. A IGF terá agido na sequência dessa denúncia. 

«Os TST não servem os utentes»

Esta manhã, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos do Montijo concentrou-se na estação dos TST para protestar contra a degradação do serviço e o custo do passe social, tendo exigido uma reunião com a administração da empresa.
Conforme noticiado esta semana pelo AbrilAbril, os utentes denunciam a supressão de carreiras e horários que, além de não serem cumpridos, estão desarticulados com horários das escolas e laborais, não existindo transporte adaptado a deficientes. 
Os utentes do Montijo lamentam que o passe intermodal não esteja implementado nos TST e denunciam o elevado custo dos bilhetes e dos passes sociais.

www.abrilabril.pt
16
Out16

Pedro Dias espanca casal e assalta residência

António Garrochinho
Homicida de Aguiar da Beira visto este domingo em Arouca. 

Está em fuga num Opel Astra branco. 

O homicida de Aguiar da Beira, Pedro Dias, foi visto este domingo em Moldes, a cerca de três quilómetros do centro de Arouca. 

Testemunha relata à CMTV fuga de Pedro Dias Suspeito em fuga num Opel Astra branco. 

O homem mais procurado pelas autoridades portuguesas sequestrou e espancou violentamente um casal de idosos, tendo roubado comida de casa destes.  Pedro Dias roubou ainda as chaves da viatura do casal. Colocou-se em fuga em direção a Póvoa das Leiras, contou uma testemunha à CMTV. 

O homicida estará acompanhado e desloca-se num Opel Astra branco cuja matrícula é 98-57-EA. O caso ocorreu cerca das 13h30, quando os idosos se preparavam para sair de casa para almoçar com o filho. Uma vez que se estavam a demorar, o filho alertou a GNR às 15h30. Dirigiu-se depois à habitação e encontrou as vítimas espancadas, amarradas e manietadas. 

Estradas de acesso a Moldes cortadas Grande contingente de militares fecha Serra da Freita. 

As estradas de acesso à Serra da Freita e à Serra da Senhora da Hora estão cortadas. GNR e PSP fazem buscas minuciosas na área. As equipas da CMTV foram travadas por perímetro policial. As autoridades montaram uma caça ao homem no distrito de Aveiro. Alertam para que nenhum civil tente abordar Pedro Dias e caso aviste o homicida ligue 112.

 http://www.cmjornal.pt

16
Out16

QUANDO A VERGONHA NÃO EXISTE E IMPERA A BATOTA VALE TUDO PARA PREJUDICAR OS QUE DEMONSTRAM HONESTIDADE NA VIDA POLÍTICA - CDU faz queixa à CNE por manipulação do símbolo nos boletins de voto

António Garrochinho



A CDU diz que o símbolo impresso corresponde "a uma reconstrução com inserção de elementos inexistentes"

A Coligação Democrática Unitária (CDU) fez hoje queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) por alegada manipulação do símbolo desta força política nos boletins de voto.

Na queixa, a que a agência Lusa teve acesso, assinada pelo mandatário regional da coligação, Jaime Araújo Pacheco, a CDU (PCP e PEV) considera que o seu símbolo se apresenta "manipulado na reprodução inscrita nos boletins de voto".


Pormenor do boletim  



Para a CDU, esta situação prejudica "gravemente a sua identificação e perceção pelos eleitores, situação suscetível de causar graves implicações nos resultados eleitorais".

O coordenador regional da CDU nos Açores, Aníbal Pires, explicou à Lusa que o símbolo foi diminuído "mais de um terço do seu tamanho", o que para "alguns eleitores gera confusão, dado que há outro partido [PCTP/MRPP] que apresenta no seu símbolo também a foice e o martelo".

"Na verdade, o símbolo inscrito no boletim de voto não corresponde ao símbolo oficial registado no Tribunal Constitucional e apresenta muito piores condições de legibilidade e identificação da candidatura concorrente", adianta o texto da queixa.

Segundo a CDU, esta situação só pode ter acontecido "atendendo ao facto de terem sido entregues em todos os tribunais as reproduções constantes da inscrição no Tribunal Constitucional e do símbolo impresso corresponder a uma reconstrução com inserção de elementos inexistentes".

Nesse sentido, para a CDU ocorreu "uma manipulação pelos serviços regionais encarregues da impressão dos boletins".

www.dn.pt
16
Out16

A suástica pode ter mais de 11 mil anos e um movimento busca livrá-la da associação ao nazismo

António Garrochinho

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Buda Gigante de Ngong Ping, na China, construído em 1993
Pesquisadores estão apontando para a possibilidade de que a civilização indiana pode ser ainda mais antiga do que se imaginava. Entre os elementos para enriquecer essa especulação está a possibilidade de que a suástica pode ter mais de onze mil anos segundo historiadores, arqueólogos e antropólogos indianos envolvidos numa pesquisa que indica que o símbolo é anterior aos antigos arianos indo-europeus e até mesmo da Civilização de Harappa, no vale do rio Indo. Os indícios estão sendo investigados em textos antigos do período pré-harapiano que indicam que a suástica já era comum desde muito antes daqueles que produziram esses escritos e que desde então o símbolo já possuía um significado associado a ideia de paz e progresso/continuidade.

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Prato sumério (por volta de 6.000 aC) 

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Moeda coríntia (por volta de 500 aC) com uma figura do mitológico Pegasus e uma suástica
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Moeda trácio-macedônica (por volta de 450 aC)
Outras culturas na região indiana assimilaram o antigo símbolo (presente no hinduísmo e no budismo, por exemplo) e ele chegou longe, sendo difundido em áreas tão distantes e diferentes como em tribos no atual Alasca ou na Macedônia por volta de 500 aC.
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Criança com uma suástica pintada na cabeça durante uma cerimónia budista no Tibete 
A apropriação nazi da suástica acabou estigmatizando o símbolo, mas já existe hoje um movimento que busca ressaltar seu antigo valor. Sob o lema “aprenda a amar a suástica”, artistas, estudiosos e religiosos orientais estão  voltando a utilizar a suástica em seus antigos contextos para reverter o estrago feito por Hitler contra a reputação do símbolo.

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16
Out16

Mutilação a serviço da arte: Os cantores castrados

António Garrochinho


Já imaginou a possibilidade de castração masculina para fins musicais? Pois isso realmente ocorreu e estes artistas mutilados eram conhecidos como castrati. Esta prática de castração teve início no século XVI, quando coros infantis encantavam os ouvidos de admiradores de boa música nas igrejas, mas as vozes dos talentosos cantores mudavam com a chegada da puberdade, então ocorreu que impedir essa mudança seria um meio eficaz de preservar os timbres vocais dos meninos cantores e a castração foi o meio encontrado para tentar amenizar aquilo que a natureza realiza nas transições entre a infância e a fase adulta.
Entre famílias muito pobres passou a ocorrer a oferta de meninos para integração dos corais de vozes finas e agudas e estes jovens cantores eram recrutados pelos organizadores desses grupos musicais. A castração dos meninos ocorria entre os 7 e 8 anos de idade e era empregada porque por meio dela o desenvolvimento do processo que levava ao engrossar das vozes era gravemente afetado (hoje sabe-se que isso se deve a inibição hormonal que resulta num processo através do qual as pregas vocais acabam não engrossando ao ponto de alterar a voz). O que levava famílias a oferecerem seus meninos para este destino era a ânsia de obtenção de melhores condições de via e uma chance de ascensão social que não eram amparadas em nenhuma garantia.
A castração era realizada cirurgicamente e geralmente de forma clandestina ou mesmo diante de alguma justificativa falsa, alegando que a criança sofrera algum acidente que resultou na necessidade de realizar a retirada de canais escrotais (geralmente não ocorria a amputação dos testículos, mas estes sofriam algumas atrofias decorrentes da operação). Claro que era um procedimento arriscado e não eram raros os resultados trágicos das cirurgias, que podiam resultar em complicações e até em mortes. Boa parte do risco envolvia o processo de anestesia, que podia envolver ópio, sangramentos propositais para provocação de desmaios, uso de gelo para provocar dormência na área a ser operada. Entre os efeitos da castração também estavam a possibilidade de moderação do crescimento, eventuais problemas ósseos que resultavam em desproporções nas pernas e braços, crescimento de mamilos, de mandíbula e até de nariz, conforme registravam os observadores do processo.
O mais famoso castrato foi o italiano Farinelli, que viveu no século XVIII. A exumação de seu esqueleto em 2006 indicou que ele possuiu problemas possivelmente decorrentes da castração, tais como hiperostose frontal interna (que a concentração anormal de massa óssea no crânio), o que poderia causas fortes dores de cabeça, vertigem, depressão, convulsão e outros efeitos. Farinelli fez sucesso porque não apenas possuía uma bela voz infantil e feminina como também por ser virtuoso conhecedor de música. Depois dele os castrati deixaram de ser populares e foram pouco a pouco sumindo das igrejas, dos palcos teatrais e até das espeluncas onde iam parar os mais desafortunados deles.


Farinelli


No século XX teve destaque Alessandro Moreschi, que cantou até 1913 e que fora conhecido como o “Anjo de Roma”, além de ter sido o último dos castrati. Algumas gravações de Moreschi podem até ser conferidas, a exemplo desta aqui abaixo.


VÍDEO






 




historiablog.org
16
Out16

Reportagem: “Nuestros Hermanos” invadiram VRSA e tinham polícia espanhola à espera

António Garrochinho

PSP Policia espanhola VRSA (6)A baixa de Vila Real de Santo António está cheia de gente e é raro ouvir-se falar português. É 12 de Outubro, dia da Feira da Praia, que coincide com o feriado nacional do outro lado da fronteira e, por isso, há romaria de muitos espanhóis à cidade pombalina.

A PSP sabe que, com tanta gente na cidade, há quem tente aproveitar-se de uma qualquer distração para furtar uma carteira ou um telemóvel. Consta que, em anos passados, vinham carteiristas de Lisboa até ao Algarve para este dia específico. Por isso, nas ruas, há agentes à paisana, polícia de intervenção e um reforço especial vindo de Espanha: dois agentes do Corpo Nacional de Polícia (CNP) espanhol também estão a patrulhar a cidade, na companhia de agentes da polícia portuguesa.

À medida que andam pelas ruas, os polícias espanhóis – e os portugueses por “arrasto” – parecem estrelas de televisão: há olhares dos trauseuntes, que comentam a sua presença, e, alguns mais afoitos, abordam-nos, para perguntar o que fazem ali, do lado de cá da fronteira.

Um grupo de turistas espanhóis não sabe regressar ao autocarro e aborda os agentes

Também há aqueles que têm problemas “a sério”: há quem esteja perdido nas ruas de Vila Real de Santo António, desenhadas a régua e esquadro, há quem não encontre os familiares no meio da multidão, e há também quem tenha mesmo sido vítima de furto.

A todos eles, os agentes respondem com a mesma simpatia: os agentes portugueses num “portunhol” mais próximo do espanhol do que do português, dada a experiência de trabalho junto à fronteira, e os espanhóis que conhecem a língua, mas não conhecem a cidade.

Por isso, as patrulhas mistas, como são chamadas, são compostas por um agente português e um agente espanhol. Assim, o conhecimento geográfico da PSP alia-se ao conhecimento linguístico do CNP, em dias como este, em que há quase tantos espanhóis em Vila Real de Santo António, como vila-realenses.

À medida que a patrulha prossegue o seu caminho por entre a multidão, a pergunta repete-se: “porque há polícias espanhóis no Algarve?”. O chefe Luís Salas, da PSP, explicou ao Sul Informação a razão: «esta iniciativa faz parte de um acordo policial internacional que existe entre a PSP e o CNP. Esta é uma das várias vertentes que existem, e é a que pomos em prática com mais assiduidade, que são as patrulhas mistas, que têm como principais objetivos a visibilidade e prevenção».

Segundo Luís Salas, «é uma mais-valia termos esta colaboração, facilita-nos em relação à barreira linguística e qualquer tipo de informação que necessitemos, em relação a alguma pessoa envolvida numa ocorrência, é-nos dada em tempo útil».

Mas este protocolo é mais abrangente. No Algarve, durante o Verão, Natal ou Páscoa, estas patrulhas mistas entram em ação, mas a polícia portuguesa também visita o país vizinho. «Principalmente na altura das viagens de finalistas, em zonas turísticas de Espanha, a polícia portuguesa vai dar apoio à polícia espanhola», explica Luís Salas.

O centro da cidade de Vila Real de Santo António ficou para trás e as patrulhas vão receber mais um ferry-boat que chega cheio, de Ayamonte, com turistas que querem visitar a Feira da Praia.

Os passageiros do ferry são recebidos pela polícia e aconselhados a terem algumas precauções para evitar dissabores durante a sua estadia em Vila Real de Santo António: as mochilas devem ser colocadas à frente, não nas costas, e as bolsas devem estar bem fechadas.

Há caras conhecidas à chegada. Um dos agentes espanhóis é de Ayamonte, apesar de pertencer ao corpo de polícia de Huelva, e vários recém-chegados reconhecem-no. Alguns voltam a fazer a mesma pergunta: “o que faz ele ali?”.

«Quando os espanhóis nos vêem, nota-se alegria. Vão a um país onde não conhecem o idioma e vêem alguém do mesmo país, sentem-se logo mais seguros. É essa a sensação que tenho, que as pessoas sentem que não estão desamparadas», explica Luis, um dos agentes espanhóis, que esteve numa das patrulhas acompanhadas pelo Sul Informação.

O chefe Luís Salas acrescenta um sentimento de quem se cruza com as patrulhas mistas: «há muitas vezes admiração, porque não conhecem este tipo de iniciativa».

Os agentes procuram «abarcar as zonas com mais movimento de pessoas, onde estejamos mais visíveis, porque a presença policial já é um fator dissuasor, para que as pessoas nos possam ver e comunicar connosco. As nossas tarefas são, normalmente, de alerta para possíveis perigos, aconselhamento, e de boas-vindas», explica Luís Salas.

Sergio, o outro agente espanhol que esteve em Vila Real de Santo António, na quarta-feira, notou diferenças no trato entre as pessoas. «Aqui é mais cordial, mais chegado, mais educado. Nós trabalhamos numa cidade maior, é diferente. Tanto as pessoas na rua, como os companheiros, têm uma relação mais fria», considerou.

Já sobre os portugueses com quem normalmente se cruza em Huelva, esses são menos cordiais: «quando tratamos com portugueses, ou outras pessoas de qualquer país, é porque são suspeitos de algum delito. É, por isso, diferente. Aqui temos o objetivo de informar, prevenir. Em Espanha, procuramos armas, droga e outros delitos, é outro ambiente».

Este tipo de protocolo com a polícia espanhola tem dado frutos, e a Secretaria de Estado da Administração Interna está em negociações com a polícia francesa e inglesa para que, também estas, possam começar a participar em patrulhas mistas no Algarve.

FOTOGALERIA
























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16
Out16

Ameaças

António Garrochinho


Ameaças
por Jorge Cadima






















"Há anos que os EUA impõem pela força a sua vontade. Quem se recusa a cumprir ordens é vítima de sanções econômicas, «revoluções coloridas», exércitos terroristas a seu soldo, invasões e guerras. Poucos são hoje os governos que se atrevem a votar contra as potências imperialistas na ONU. A Rússia, para lá do seu sistema social ou das questões de classe, é objecto dum cerco cada vez mais evidente. A NATO foi alargada até às suas portas. Os vassalos dos EUA provocam-na para a guerra (Geórgia em 2008, Ucrânia em 2014, Polônia em 2016). Quem se pode surpreender se depois de ver o destino da Jugoslávia, Iraque ou Líbia, os dirigentes russos chegarem à conclusão que enfrentar os EUA é uma questão de vida ou de morte para o seu país? Salvar o (legítimo, reconhecido pelos próprios EUA!) governo sírio e travar o monstro da guerra imperialista na Síria é tentar impedir que ele chegue ao seu próprio país. Para os EUA, uma derrota da sua guerra interposta contra a Síria seria um golpe profundo no seu poderio hegemônico. É por isso que o Gen. Milley invectiva contra «aqueles que se tentam opor aos Estados Unidos» e ameaça «esmagá-los»."
Nunca a luta pela paz e contra a loucura belicista foi tão urgente.

O Chefe de Estado Maior do Exército dos EUA, Gen. Milley, ameaçou num discurso oficial: «quero ser muito claro com aqueles que se tentam opor aos Estados Unidos […] vamos travar-vos e vamos esmagar-vos de forma mais dura do que alguma vez vos tenham esmagado» (no YouTube, e citado em www.military.com, 5.10.16). A ameaça é dirigida à segunda maior potência nuclear do planeta, a Rússia. Outra ameaça veio do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros dos EUA: «grupos extremistas irão expandir as suas operações, incluindo – sem qualquer dúvida – ataques a interesses russos, talvez mesmo contra cidades russas» (NYT, 29.9.16). Um editorial do New York Times (29.9.16) tem o título «O Estado fora-da-lei de Vladimir Putin». Porquê tamanha histeria contra a Rússia capitalista?

O acordo de cessar-fogo na Síria, assinado por Kerry e Lavrov, foi enterrado em poucas horas pelo ataque dos EUA que matou quase 100 soldados sírios que defendiam a cidade de Deir-ez-Zor, cercada pelo ISIL. Ataque que Kerry afirmou ter sido um «erro», mas sobre o qual o Chefe de Estado Maior General dos EUA, Gen. Dunford, tem outra opinião: «pode ser que, após concluída a investigação [...] digamos que voltaríamos a fazer o que fizemos» (Reuters, 19.9.16). 

A aparente insubordinação militar vinha de trás: o New York Times (13.9.16) deu (timidamente) conta duma conferência de imprensa no Pentágono em que os militares dos EUA se recusavam a prometer cumprir a sua parte do acordo assinado por Kerry. Já a quando da sua nomeação, o Gen. Dunford afirmara que «a Rússia era a principal ameaça aos EUA», referindo «como as mais importantes ameaças seguintes à segurança dos EUA, e por essa ordem, a China, a Coreia do Norte e o Estado Islâmico» (Washington Post, 9.7.15). O ministro da Defesa de Obama concorda: «Ashton Carter listou a hierarquia de ameaças aos Estados Unidos, que incluía a China, a Coreia do Norte, o Irão e, por fim, a luta contra o terrorismo. Mas o seu alvo prioritário foi a Rússia» (editorial do NYT, 3.2.16). 

Num artigo na USA Today (11.2.16), com o título «Wesley Clark: Na Síria, a Rússia é a verdadeira ameaça», o ex-chefe da NATO na guerra contra a Jugoslávia afirma «temos de reconhecer que [...] a ameaça maior é a Rússia». Afirmando que «Bashar al-Assad e a Rússia estão a ganhar no terreno», Clark acrescenta: «não podemos deixar que [...] os jihadistas "bons" financiados pelos nossos aliados sejam marginalizados». A ficção da «luta contra o terrorismo» deixa cair a máscara.

Há anos que os EUA impõem pela força a sua vontade. Quem se recusa a cumprir ordens é vítima de sanções económicas, «revoluções coloridas», exércitos terroristas a seu soldo, invasões e guerras. Poucos são hoje os governos que se atrevem a votar contra as potências imperialistas na ONU. A Rússia, para lá do seu sistema social ou das questões de classe, é objecto dum cerco cada vez mais evidente. A NATO foi alargada até às suas portas. Os vassalos dos EUA provocam-na para a guerra (Geórgia em 2008, Ucrânia em 2014, Polónia em 2016). Quem se pode surpreender se depois de ver o destino da Jugoslávia, Iraque ou Líbia, os dirigentes russos chegarem à conclusão que enfrentar os EUA é uma questão de vida ou de morte para o seu país? Salvar o (legítimo, reconhecido pelos próprios EUA!) governo sírio e travar o monstro da guerra imperialista na Síria é tentar impedir que ele chegue ao seu próprio país. Para os EUA, uma derrota da sua guerra interposta contra a Síria seria um golpe profundo no seu poderio hegemónico. É por isso que o Gen. Milley invectiva contra «aqueles que se tentam opor aos Estados Unidos» e ameaça «esmagá-los».

Mas a Rússia, ao contrário de anteriores alvos, tem armas nucleares. A parada é enorme, e os perigos são assustadores. Não há guerras inevitáveis. Mas há um partido da guerra, que ganhou força com a crise do capitalismo. Só quem ignora a História e a natureza do imperialismo pode estar descansado. Nunca a luta pela paz e contra a loucura belicista foi tão urgente.



Fonte: Avante



16
Out16

ANGKOR WAT: ALMA E CORAÇÃO DO CAMBOJA

António Garrochinho

O templo Angkor Wat, no Camboja, é o maior monumento religioso do planeta e, recentemente, foi eleito pela Lonely Planet como a melhor atração turística do mundo. Além disso, o local faz parte da lista de patrimônios da humanidade da Unesco e fica em um dos sítios arqueológicos mais importantes da Ásia, em Angkor. E você sabe o motivo de tantos títulos e importância?




O Camboja passou muitos anos com dificuldades e uma situação política complicada. A década de 1970 foi dura, com intensos bombardeios dos EUA na tentativa de dizimar os guerrilheiros do Vietcong infiltrados na região da fronteira. O cenário serviu para o fortalecimento do movimento revolucionário comunista Khmer Rouge, liderado pelo ditador Pol Pot que instalou um regime truculento, derrubando o governo em 1975, evacuando as cidades e criando uma economia agrária baseada na coletivização da produção. 


A nação viveu um forte período de guerra . 


Os guerrilheiros Khmer Rouge sustentaram uma guerrilha até 1993, 


quando a ONU conseguiu promover as primeiras eleições “livres”.

O país ficou inacessível aos estrangeiros durante quase um quarto de século, mas este cenário, felizmente, está enterrado. 


Hoje, o Camboja atrai milhares turistas atraídos pelas belezas naturais, praias paradisíacas, sabores únicos, templos místicos e sua cultura milenar.



Aproveitando a redemocratização do país, a Unesco abriu as portas para novas fontes de doações que pudessem cobrir os gastos necessários com as restaurações, ao qualificar o conjunto de templos de Angkor Wat como Patrimônio Mundial, em 1992. 


Considerada uma das maiores estruturas religiosas já construídas na história, o templo possui ruínas das diferentes capitais do Império Khmer. As pedras de Angkor Wat estavam tomadas pela vegetação e não eram prioridade para um governo que precisava se reestruturar depois de décadas de destruição . Instituições alemãs, francesas e japonesas começaram a trabalhar com o governo cambojano para recuperar as ruínas.


Localizados nas imediações da cidade de Siem Reap, os mais de 30 templos que formam o complexo abrigaram o maior império do sudeste asiático, o Khmer, que se estendia da Tailândia ao Vietnã. Em duas décadas, as ruínas passaram de um lugar misterioso no meio da floresta para uma das atrações turísticas mais importantes da Ásia.

Considerado o principal símbolo do país, o desenho do templo está no centro da bandeira nacional. 


O orgulho que a população sente pela majestosa construção tem explicação. Na época da sua construção, antes de 1150, a Europa vivia um período medieval obscuro e nenhum castelo ou templo no ocidente se igualava a Angkor.


Os detalhes da arquitetura são impressionantes. São mais de três mil esculturas nas paredes mostrando as apsaras, ninfas celestiais. Cada uma possui um desenho particular, mas todas apresentam pulseiras, braceletes e colares, além de corpos bem desenhados. Foram identificados 37 penteados diferentes.


Angkor Wat é o principal templo do complexo, rodeado por uma muralha de mais de 3 km de extensão. Pesquisadores concluíram que existem mais pedras lá do que nas Pirâmides do Egito. Edificado na primeira parte do século 12 como um santuário hinduísta dedicado a Vishnh, Angkor transformou-se, no século seguinte, em um templo budista, sendo até hoje um local de veneração.


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obviousmag.org
16
Out16

O jornalista nem-nem

António Garrochinho


David Dinis
O jornalista nem-nem

Nem diz bem, nem diz mal deixa a peçonha
 
O novo diretor do Público tem o estilo e a astúcia dos que não se atrevendo a expelir veneno puro usa linguagem viscosa para paralisar a vítima. O Dinis é manhoso, é manholas, é matreiro, risinho de quem tenta fazer passar a insidia por entre os entrefolhos da mente vendida.
É o protótipo do jornalismo nem-nem, nem critica os avanços por serem poucos, nem aplaudo os progressos por não serem muitos, é o modo canalha de agradar ao patrão e não desagradar totalmente aos que agride. Publicita o sorriso nem-nem, nem sorri de escárnio, nem sorri de contentamento. Um esgar ou nem isso.
 
É o jornalismo nem-nem opaco, nem branco, nem preto, nem furta-cores, nem podia ser de outro modo. Sim, pode: é o jornalismo laranja.  

o que escreveu David Diniz

Orçamento nem-nem

 


Para António Costa, olhando para estes seus dois orçamentos, o lema da legislatura será este: ano a ano, vai-se andando.

 
Orçamento do Estado 2017
Nem-nem. É o que costumamos chamar a uma boa parte da geração mais nova. Nem emprego, nem estudo. Parada. À primeira vista, podemos chamar isso mesmo a este segundo Orçamento do PS de António Costa: nem avança, nem recua. Continua assim num frágil equilíbrio negocial.

Vejamos as medidas centrais, anunciadas esta sexta-feira. As pensões sobem, sim, mas nem todas. Nem sequer todas as mais baixas. Os apoios sociais sobem, sim, mas ao ritmo da inflação. A sobretaxa do IRS desce, mas não como foi prometido e sem as mexidas nos escalões que o PS queria. O “imposto Mortágua” avança, mas acima dos 600 mil euros, para não prejudicar o investimento (imobiliário). Quanto ao investimento, estima-se que suba, mas nem muito. E os impostos indirectos vão subindo, mas nem tanto como se pensou.


Nem-nem. É assim também, se olharmos para os calendários. As pensões só aumentam dez euros em Agosto, mas nem para todos (nem para as mínimas aumentadas por Passos). A sobretaxa desce, mas só ao longo do ano, conforme os escalões de rendimento. O IVA da restauração talvez desça também, no que ainda não desceu, mas nunca sem antes se avaliar o efeito da medida já aplicada.

Este Orçamento, na verdade, é nem-nem por feitio, nem sequer por defeito. António Costa nem tem o seu programa, nem pode governar com o das esquerdas. Nem pode prescindir do BE e PCP, nem pode afrontar Bruxelas. Nem tem margem para estimular a economia, nem tem como fazer as reformas que, no curto prazo, poderiam ter mais impacto na competitividade. Nem tem dinheiro, nem pode pedir mais emprestado.

No actual equilíbrio político, este Orçamento tem a enorme vantagem de não ser tão mau como se esperava, tendo a desvantagem de não dar confiança para uma reviravolta na economia. Precisamente porque este Orçamento é o que podia ser, António Costa fez caminho para a China e só depois veio ver como as coisas estavam. À chegada, parece ter-lhe bastado dia e meio para fechar o documento. Espera-se agora que não tenha, no mês e meio que se segue, uma surpresa no Parlamento ou vinda de fora.

Para António Costa, olhando para estes seus dois orçamentos, o lema da legislatura será este: ano a ano, vai-se andando. Veremos, no próximo mês e meio, como termina este Orçamento (nas negociações com a esquerda, nas conversas com Bruxelas). Pelo caminho teremos de ir olhando para a economia, já sem esperança numa bala mágica. Nem-nem. Depois, logo se vê.

Via: as palavras são armas http://bit.ly/2e7h1VV
16
Out16

'Brics é um dos elementos-chave do mundo multipolar em formação', afirma Putin

António Garrochinho


Ele participa, neste final de semana, da 8ª Cúpula do bloco, realizada em Goa, na Índia; segundo Putin, uma das forças dos Brics é a integração do grupo
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, afirmou, em entrevista à agência Sputnik e a outros veículos russos e indianos, que considera os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) “um dos elementos-chave” do processo de multipolarização mundial. Ele participa, neste final de semana, da 8ª Cúpula do bloco, realizada em Goa, na Índia. As declarações foram divulgadas nesta quinta-feira (13/10).

“O BRICS é um dos elementos-chave do mundo multipolar em formação. Os participantes do ‘quinteto’ invariavelmente reafirmam o seu apego aos princípios fundamentais do direito internacional, promovem a consolidação do papel central da ONU. Os nossos países não aceitam a política de pressão com força e de abalo da soberania de outros Estados. Temos abordagens parecidas aos problemas internacionais atuais – inclusive, quanto à crise na Síria”, disse o presidente russo.
Segundo ele, uma das forças dos Brics é a integração do grupo, já que, no momento, existem mais de 30 equipes interministeriais nos âmbitos político, econômico, humanitário, de segurança e policial.



Para Putin, encontro dos Brics é oportunidade para líderes 'sincronizarem relógios'
“O exemplo concreto da interação é a criação do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas do BRICS, com o capital total de 200 bilhões de dólares. Estou convencido de que, com o processo da criação do Banco, o rendimento prático das suas atividades só aumentará, inclusive por conta dos projetos que promovem a integração entre os países do BRICS”, afirmou.
De acordo com Putin, a agenda da cúpula em Goa inclui a análise do primeiro projeto de parceria econômica entre os países, que foi decidida na última cúpula, em Ufá (Rússia), em 2015. “Planejamos criar novos formatos e mecanismos de cooperação com os parceiros, no âmbito dos quais serão elaboradas medidas coordenadas para o desenvolvimento dos laços em várias áreas. Com isso, permanecerão no foco as questões relacionadas com o reforço da segurança internacional e estabilidade, o fortalecimento da competividade das nossas economias, a promoção do desenvolvimento internacional.”
“Este encontro”, conclui o presidente russo, “é uma boa oportunidade para os líderes 'sincronizarem seus relógios' quanto às questões chave da agenda internacional. Estamos decididos a cooperar na área de combate ao terrorismo, luta contra tráfego de drogas e corrupção. Conjuntamente, desejamos contribuir para resolução de conflitos, segurança de informação internacional. Todos nós estamos preocupados com a persistente instabilidade na economia mundial. Junto com os parceiros, deliberaremos o que é possível fazer para consolidar futuramente os nossos esforços frente a estes desafios.”

operamundi.uol.com.br
16
Out16

BARREIRO - Detido um dos assaltantes após tiroteio mortal

António Garrochinho

 Quatro homens continuam a monte.

Dois agentes ficaram feridos e um assaltante foi morto.
Um assaltante morreu perto da meia-noite e outro ficou ferido com gravidade num tiroteio com a PSP, que também teve um agente baleado numa perna e outro atropelado após uma tentativa de assalto ao Centro Comercial Continente do Barreiro. Segundo a comissária Maria do Céu, da PSP de Setúbal, havia um total de sete assaltantes encapuzados e armados com shotguns, metralhadoras e pistolas, encontrando-se cinco assaltantes em fuga num automóvel.

A CMTV sabe que um dos assaltantes em fuga foi entretanto detido pelos agentes da PSP. As autoridades desconhecem o paradeiro de quatro criminosos.

Noutra viatura, que foi deixada no local, tal como o produto do assalto, as autoridades encontraram uma metralhadora, uma shotgun, um revólver e um rádio comunicador.

VÍDEO

  FOTOS













http://www.cmjornal.pt
16
Out16

Esta ilha é um segredo bem guardado e tem mais póneis que seres humanos

António Garrochinho


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Algumas vezes, nós viajamos para conhecer outros lugares e entender mais sobre suas culturas e as pessoas que vivem na cidade. Porém, em outras oportunidades só pensamos em uma coisa: relaxar. E é isso que você poderá fazer nesta ilha com mais pôneis do que seres humanos.
<> on October 2, 2016 in Foula, Scotland.
Trata-se de Foula, considerada a ilha habitada mais remota de toda a Grã-Bretanha. Sua população é de aproximadamente 30 pessoas. Mas, além dos humanos, centenas de pôneis habitam a região, transformando a paisagem do lugar de uma maneira única.
FOULA, SCOTLAND - OCTOBER 02: A view of a property on the Island of Foula on October 2, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
Além dos pôneis, a ilha também resguarda belíssimos penhascos, colinas e uma incrível vida selvagem, como mostram as fotos capturadas por Jeff J Mitchell.
FOULA, SCOTLAND - SEPTEMBER 30: Building and telephone box on the Island of Foula on September 29, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people,and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
Mas não pense que será fácil visitar a ilha, já que para chegar até ela você terá que ir de balsa até uma ilha vizinha ou tomar um voo que sai poucas vezes por semana. Mesmo assim, dá para perceber que o passeio irá valer a pena, não acha?
FOULA, SCOTLAND - OCTOBER 01: Ponies run free on the Island of Foula on October 1, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - SEPTEMBER 29: Sheep graze beside an old cottage on the Island of Foula on September 29, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people,and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - SEPTEMBER 30: A view of Gaada Stack on the Island of Foula, September 30, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - SEPTEMBER 28: The plane arrives from Tingwall airport at the Island of Foula airstrip on September 28, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - OCTOBER 01: The New Advance ferry manned by residents leaves the harbour on the Island of Foula to take the Grear family ponies to a sale on Shetland on October 1, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - OCTOBER 01: Ponies graze freely on the Island of Foula on October 1, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
FOULA, SCOTLAND - SEPTEMBER 30: Sunlight shines through the cliffs on the Island of Foula on September 30, 2016 in Foula, Scotland. Foula is the remotest inhabited island in Great Britain with a current population of thirty people and has been owned since the turn of the 20th century by the Holbourn family. (Photo by Jeff J Mitchell/Getty Images)
Todas as fotos © Jeff J Mitchell/Getty Images
vivimetaliun.wordpress.com
16
Out16

16 de Outubro de 1854: Nasce o escritor inglês de origem irlandesa Oscar Wilde, autor de "O Retrato de Dorian Gray"

António Garrochinho


Poeta, dramaturgo e ensaísta irlandês, de nome completo Oscar O'Flahertie Fingal Wills Wilde, nasceu a 16de Outubro de 1854, em Dublin, e faleceu a 30 de Novembro de 1900, em Paris, França.

Filho de um cirurgião e de uma escritora, herdou da mãe o interesse pela literatura. A sua obra, nomeadamente apoesia, apresenta características que permitem incluí-lo na corrente finissecular do Esteticismo. As comédiasLady Windermere's Fan (O Leque de Lady Windermere, 1892) e The Importance of Being Earnest (A Importânciade se chamar Ernesto, 1895) são consideradas obras-primas. É autor também da famosa obra The Picture ofDorian Gray (1890, O Retrato de Dorian Gray).

Pela sua homossexualidade, foi alvo de um célebre processo-crime, que o levaria a cumprir dois anos de prisãocom trabalhos forçados. Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes". Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas, a que chamou de De Profundis.

Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. 

Depois de ser libertado, adoptou o nome Sebastian Melmouth e foi viver para França. Passou os últimos três anosda sua vida em Paris, onde publicou The Ballad of Reading Gaol (A Balada da Prisão de Reading, 1898),revelando as condições inumanas da vida na prisão.

Fontes:Oscar Wilde. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Wikipedia( Imagens)



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Oscar Wilde em Oxford
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16
Out16

Os Meninos da Palhavã

António Garrochinho


Este era o nome dado aos filhos bastardos que o rei D. João V teve com diversas senhoras.

D. António, filho de D. Luísa Inês Antónia Machado Monteiro, nasceu em Lisboa, a 1 de outubro de 1714, e formou-se em Teologia na Universidade de Coimbra. Faleceu a 14 de agosto de 1800 na mesma cidade em que nasceu e foi sepultado no claustro do S. Vicente de Fora.

Manuel, que depois de crismado se passou a chamar Gaspar, era filho de D. Madalena Máxima da Silva Miranda Henriques. Nasceu em Lisboa, a 8 de outubro de 1716, e morreu em Braga, onde foi arcebispo desde 1758, a 18de janeiro de 1789.

D. José, que no batismo foi também denominado Manuel e que, como o seu irmão António, se doutorou emTeologia na Universidade de Coimbra, era filho da madre Paula Teresa da Silva, do convento de Odivelas. Nasceu a 8 de setembro de 1720 em Lisboa, foi inquisidor-mor e morreu na mesma cidade em que nasceu, a 31 de julho de 1801, tendo sido sepultado no mesmo mosteiro em que estava o irmão António.

O nome adveio do sítio onde viviam, o palácio do marquês de Louriçal (onde hoje é a embaixada espanhola, junto à Praça de Espanha), na zona de Palhavã, onde foram educados com esmero por Frei Gaspar da Encarnação.

Foram legitimados pelo seu pai por um documento de 1742. Por esta razão e pelas constantes conspirações dos irmãos contra o marquês de Pombal, este desterrou D. António e D. José em 1760 para o convento do Buçaco,para que não fizessem sombra a D. José, filho legítimo de D. João V. Estes dois irmãos apenas voltaram após a morte de D. José, em 1778.

Menos sorte teve outra filha de nome Maria Rita, pelo facto de ser mulher, não constou do "requerimento de paternidade", assinado pelo rei em 1742. Era filha da "Flor de Murta", assim se alcunhava a mãe D.Luísa Clara de Portugal, dama da casa da rainha.

Eventualmente nascida em Maio 1731, professou no convento de Santos até à morte, em data que se ignora.

Também como fruto da sua relação com D.Filipa de Noronha, filha do marquês de Cascais, terão gerado uma filha, nascida em Maio de 1710, no convento de Santa Clara, para onde D.Filipa terá sido desterrada. A criança durou pouco tempo, enquanto o destino da sua mãe parece traçado numa carta existente na Biblioteca do Palácio da Ajuda, onde alude ás promessas de casamento do rei não cumpridas, mas termina dizendo "Peço a V.Majestade licença para professar no convento onde morreu Santa Teresa de Jesus. que assim como o amor de V.M. me desterrou do Paço, quero que a sua ingratidão me extermine do Reino"

Meninos da Palhavã. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 

Palácio da Palhavã, Lisboa (E. Cerdeira, s.d.)

Palácio da Palhavã, Lisboa, [s.d.].Foto: E. Cerdeira in Lisboa Antiga

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16
Out16

Aumenta a tensão entre o Iémen e EUA.

António Garrochinho

O Iémen voltou a disparar vários mísseis, este sábado, contra três navios de guerra norte-americanos no Mar Vermelho.
A informação foi avançada por um responsável da Defesa norte-americana, que frisou que nenhuma das embarcações foi atingida.A mesma fonte informou que o contratorpedeiro USS Mason, que navegava em águas internacionais ao largo do Iémen, respondeu ao ataque.
Na última quinta-feira, a Marinha norte-americana tinha lançado mísseis de cruzeiro Tomahawk contra três radares móveis, em território controlado pelos “houthis”, na costa iemenita do Mar Vermelho. Uma iniciativa que se seguiu ao disparo, por parte dos rebeldes, apoiados pelo Irão, de “rockets” contra o USSMason. Situação negada pelos “houthis”.
Os EUA estão a dar apoio logístico à coligação liderada pela Arábia Saudita, na luta contra os rebeldes. Esta foi a primeira ação direta do país contra os “houthis”.
Apesar da tensão entre os dois países foram libertados, este sábado, dois reféns norte-americanos.

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16
Out16

Sindicatos criticam aumento do subsídio de refeição

António Garrochinho


Os sindicatos da Função Pública criticam o aumento do subsídio de refeição, que está estagnado há sete anos.

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, considera que atualizar em alguns cêntimos o subsídio de refeição, sem aumentar salários e pensões, seria "brincar com os trabalhadores".

O dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) José Abraão classificou hoje de "irrisório" o aumento do subsídio de alimentação em função da inflação proposto pelo Governo.

Ana Avoila frisou que os sindicatos não receberam qualquer contraproposta do governo relativamente às medidas que apresentaram ao Ministério das Finanças, dizendo que ninguém compreenderá se surgir uma medida isolada para o subsídio de refeição, na proposta de Orçamento do Estado para 2017, conforme noticiam os jornais esta sexta-feira.

"Se for uma atualização aos valores da inflação sobre 4,27 euros (não sei se será 1% ou 1,2%), para acrescentar uns cêntimos, ninguém vai perceber. Não se pode brincar com os trabalhadores", declarou.

A dirigente sindical considerou que a medida terá de ser enquadrada no âmbito do aumento dos salários e das pensões, bem como do descongelamento das carreiras dos funcionários públicos.

"A nossa proposta é de 150 euros, mas isso vem depois do aumento dos salários (trata-se de vencimento), é apenas um subsídio", sublinhou.

O Observador avançou na quinta-feira que o Governo está a preparar-se para fazer um aumento do subsídio de refeição com base no valor da inflação. Será a primeira atualização deste valor em sete anos.

"Ficará com certeza aquém daquilo que é necessário corrigir, de aumentar, de dignificar, para melhorar os rendimentos dos trabalhadores da administração pública. (...) No entanto, se for em função da inflação, estamos a falar de valores tão irrisórios que significarão muito pouco", comentou o dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) José Abraão.

"Atualmente, temos um subsídio de alimentação de 4,27 cêntimos, se for atualizado em função da inflação estamos a falar de um ou dois cêntimos. Os trabalhadores, porque acreditaram em políticas diferentes, em mudança, exigem ser tratados com mais respeito e que se olhe para eles como fatores determinantes na prestação de serviços públicos às populações", disse.

José Abraão lembrou que a FESAP defendeu, no seu documento reivindicativo, além do aumento do subsídio de refeição, o descongelamento e progressão nas carreiras, salientando que os trabalhadores "não vão ter os salários de 2009, porque nesse ano pagavam menos 2% da ADSE e desde então também não houve aumento da inflação".

"Vamos aguardar para que se conheça em definitivo o OE e se se ficar só pelo aumento do subsídio de refeição, pois não ficamos contentes, não estamos satisfeitos e iremos lutar e trabalhar no sentido de que possa haver mais reposição de justiça para os trabalhadores da administração pública", concluiu.

Por sua vez, a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Helena Rodrigues, disse à Lusa que "não conhece o documento", salientando que vai esperar pela apresentação do OE para se pronunciar.

O Governo deverá entregar, esta sexta-feira, na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), que deve incluir medidas como o fim da sobretaxa, o aumento das pensões e um novo imposto sobre o património imobiliário.

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16
Out16

Justiça - Mãe do rapaz agredido por filhos de embaixador teme que Governo prepare "saída airosa"

António Garrochinho
filhos do embaixador do Iraque




A mãe do jovem agredido em Ponte de Sor por dois filhos do embaixador iraquiano em Lisboa mostrou-se "surpreendida" por o Governo português admitir recorrer à declaração de "persona non grata" caso não seja levantada a imunidade diplomática.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a mãe de Rúben Cavaco de 16 anos, Vilma Pires, recorda que "é importante não esquecer" que os dois irmãos, filhos do embaixador do Iraque em Portugal, são "autores assumidos da bárbara agressão" e que "já declararam publicamente que pretendem responder" perante a justiça portuguesa.

"Agora o que eu gostaria de saber é se o Governo português se está a preparar para dar o caso como encerrado com a expulsão dos dois jovens do território português", questiona Vilma Pires.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, admitiu na sexta-feira recorrer à declaração de "persona non grata" caso as autoridades iraquianas não respondam ou rejeitem o pedido de levantamento de imunidade diplomática.

O Governo português informou o Iraque que esperará até ao final da próxima semana pela resposta ao pedido, feito em 25 de agosto, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Esta declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros português assusta-me porque dá a sensação de que tem conhecimento de que o Governo do Iraque não vai levantar a imunidade diplomática e que apenas pretende agora, em estreita colaboração com o Governo iraquiano, ganhar tempo e preparar a opinião pública para uma saída airosa que não belisque as relações diplomáticas entre os dois países", lê-se no comunicado assinado por Vilma Pires.

A mãe de Rúben Cavaco considera ainda que a deslocação a Portugal dos dois interlocutores do Governo iraquiano "só podia ter duas justificações, caso de os dois governos estivessem a agir de boa-fé" neste processo.

Em primeiro, sublinha Vilma Pires, seria para "dar a conhecer" aos interlocutores iraquianos os contornos do crime para "poderem avaliar" se se estaria perante "um daqueles casos" em que se justificava o levantamento da imunidade diplomática ou, "em alternativa", procurar junto da família da vítima, encontrar uma solução que, "pelo menos, ressarcisse o menor dos prejuízos causados e do sofrimento vivido".

"Uma vez que até hoje nem os dois interlocutores iraquianos nem o Governo português procuraram intermediar qualquer solução junto da minha família, seria lógico acreditar que o Estado do Iraque se preparasse para anunciar o levantamento da imunidade diplomática, uma vez que é evidente para toda a gente que esta é uma daquelas situações que não faz sentido estar abrangida pela Convenção de Viena", lê-se no documento.

Vilma Pires revela que tem "receio" que haja uma terceira justificação para esta vinda a Portugal dos dois interlocutores iraquianos, da qual se recusa a acreditar que seja verdade.

"Atendendo à declaração do nosso ministro dos Negócios Estrangeiros receio que haja uma terceira justificação para esta vinda a Portugal dos dois interlocutores iraquianos que eu me recuso a acreditar que seja verdadeira: ganhar tempo para que a solução que mais convém aos dois governos se vá cimentando na opinião pública como inevitável", afirma Vilma Pires.

Para a mãe de Rúben Cavaco, caso este cenário se confirme, "seria a prova da má fé" com que os dois governos atuariam, "representando uma nova agressão" ao jovem de Ponte de Sor, à justiça portuguesa e a todos os cidadãos.


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16
Out16

BE fala em "desplante" da direita preocupada com "assalto à coca-cola"

António Garrochinho





"É uma 'direita coca-cola' que está preocupada com o assalto à coca-cola", ironizou Catarina Martins

A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que "deveria haver um limite para o desplante da direita" quando fala sobre o Orçamento do Estado para 2017, assinalando que as críticas "resumem-se à coca-cola".

"Desde ontem [sexta-feira] à noite tenho lido as coisas mais variadas sobre o Orçamento do Estado (...) acho que devia haver limites para o desplante da direita quando fala do Orçamento do Estado", afirmou Catarina Martins no encerramento do encontro distrital de ativistas laborais no Porto.

Para a coordenadora do BE, "quando Maria Luís Albuquerque no seu intervalo de trabalho vem dizer que este orçamento é socialmente injusto, é importante perguntar onde é que estava nos últimos quatro anos".

De igual forma, "quando Assunção Cristas, que esteve no governo que mais aumentou os impostos em Portugal, face a um orçamento que desce objetivamente os impostos de quem vive do seu trabalho vem dizer que está aberta a caça ao contribuinte, é preciso perguntar-lhe onde é que estava o CDS, nos últimos quatro anos".

A coordenadora do BE salientou que "não há neste OE nenhum aumento geral sobre o consumo" e que "o único imposto novo é o imposto sobre os refrigerantes com alto teor de açúcar".

"Portanto, percebemos que os argumentos da direita se resumem à coca-cola. É uma direita coca-cola que está preocupada com o assalto à coca-cola", ironizou.

A deputada admitiu que este OE "não é um documento simples para o BE, nem para nenhum dos partidos que o negociou", tendo mesmo "muitos defeitos" e "muitas limitações".

Destacou porém que "todas as pensões terão alguma valorização e para 80% dos pensionistas haverá ao longo do ano um aumento nominal de 10 euros" o que "contrasta bem com os 600 milhões de euros que a direita queria cortar nas pensões ou com o congelamento de pensões que o PS prometia".

"Não haverá teste mais claro e mais transparente do que as pessoas pensarem se, com o seu salário ou a sua pensão, com as alterações fiscais de 2016 para 2017, estarão a pagar mais ou menos impostos. Eu vos garanto que estarão a pagar menos impostos", sublinhou.

Analisando questões laborais, Catarina Martins realçou o reaparecimento da "negociação coletiva para o setor empresarial do estado" e a devolução do subsídio de Natal, para além da "contratação de auxiliares para as escolas".

A bloquista adiantou que o partido "está a preparar alterações que podem trazer mais justiça" em questões como a sobretaxa e que "o Parlamento terá espaço para se continuar a debater o documento ao longo da especialidade".

A coordenadora do BE destacou ainda algumas medidas "extraordinariamente importantes" vertidas no Orçamento como a valorização de pensões, a tributação do património de luxo, o aumento do abono de família, o reforço do Porta 65, a tarifa social da energia e da água, entre outras.

"Em 2017 precisamos de um novo impulso, de uma viragem para uma economia que seja mais concentrada no investimento e no emprego e no relançamento dos serviços de educação, saúde, combate à pobreza e na redução da precariedade", referiu,

O Governo apresentou na sexta-feira a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do PIB, uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

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16
Out16

BARREIRO - Tiroteio em hipermercado. Polícia procura cinco fugitivos - Um dos assaltantes morreu e outro ficou ferido.

António Garrochinho



Um dos assaltantes morreu e outro ficou ferido. Autoridades dizem que grupo estava estava fortemente armado e encontraram dinheiro num carrinho de compras

A PSP está a desenvolver diligências para capturar os cinco fugitivos do assalto a um hipermercado no Barreiro, com um dos assaltantes a morrer e outro a sofrer ferimentos, disse o comandante distrital da PSP de Setúbal.

"Cerca das 23:30 de sábado, a PSP foi alertada para um assalto ao Continente e de imediato deslocou para cá um carro patrulha, que mal chegou ao local foi alvejado por assaltantes. O carro patrulha tem marcas de projétil, e os elementos da PSP, para se defenderem, usaram as armas de fogo e houve uma troca de tiros. Da troca de tiros resultou um morto e um ferido, que foi para o hospital, e presume-se que estejam cinco em fuga", disse o superintende Viola Silva.

Junto ao hipermercado, na estrada, estava um carrinho de compras com dinheiro que terá sido roubado
Segundo o responsável da PSP, os dois elementos policiais, que foram os primeiros a chegar ao local, também sofreram ferimentos, um deles sendo atropelado pelos assaltantes, mas já estão a recuperar.

VÍDEO





"Recuperámos uma pistola, um revolver, uma metralhadora e uma 'shotgun'. Neste momento estamos a tentar localizar os indivíduos. Foi uma situação muito grave, os assaltantes estavam fortemente armados e atacaram a PSP a tiro. É gente muito perigosa e é importante que os consigamos apanhar em breve", salientou.

Segundo o superintendente os assaltantes atuaram com gorros, luvas e coletes à prova de bala.

Junto ao hipermercado, na estrada, estava um carrinho de compras com dinheiro que terá sido roubado, bem como uma das viaturas utilizadas pelos assaltantes, com marcas de tiros, junto à qual se encontra o corpo do assaltante morto.


"Este local aqui junto ao Continente tem um descampado com matagal e é muito escuro. Vamos fazer outras buscas para ver se existem outras armas aqui", salientou.

Viola Silva referiu ainda que não sabiam se a vítima mortal, cujo corpo pelas 05:30 ainda permanecia no local, foi morta por disparos da polícia ou se foi ele próprio, que ao tentar fugir, efetuou um disparo por engano.

Tiroteio em hipermercado no Barreiro fez um morto e um ferido grave

O assaltante ferido foi transportado para o hospital de Santa Maria, em Lisboa, com ferimentos graves.

A Polícia Judiciária esteve durante bastante tempo no local a recolher indícios.

www.dn.pt
16
Out16

História da criação do Estado de Israel e a luta pela criação de um Estado palestino, desde o fim do domínio do Império Otomano até as negociações mais recentes entre árabes e israelitas. - PALESTINA ANTES DO SIONISMO (VÍDEOS)

António Garrochinho


História da criação do Estado de Israel e a luta pela criação de um Estado palestino, desde o fim do domínio do Império Otomano até as negociações mais recentes entre árabes e israelenses.

A região era chamada de Palastu pelos assírios.

A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os filisteus.

Os filisteus não eram semitas e sua provável origem é creto-miceniana, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egipto com o nome de prst, por onde também passaram e foram repelidos.

No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.

Primeira prova numismática para o nome da Síria Palaestina vem do período do imperador Marcus Aurelius Antoninus.

Heródoto escreveu em c.450 aC nas histórias de um bairro "da Síria, chamado Palaistinê" (daí Palaestina, de onde Palestina). Em c.340 aC, Aristóteles escreveu em Meteorologia sobre a Palestina, em uma referência para o Mar Morto: "Mais uma vez se, como é fabuloso, há um lago na Palestina, de tal forma que se você ligar um homem ou animal e jogá-lo flutua e não afundará, isso suporta o que já dissemos. Dizem que este lago é tão amargo e salgado que nenhum peixe vive nele e que se você mergulhar a roupa nele e agitá-los limpa-os ". E em C.40 AD, Roman-escritor judeu Philo de Alexandria escreveu dos judeus na Palestina: "Além disso a Palestina e a Síria também não estão desprovidos de sabedoria exemplar e virtude, que os países não pequena parte que a nação mais populosa dos judeus habita. Há uma parcela dessas pessoas chamada Essênios "


PALESTINA - HISTÓRIA DE UMA TERRA (em português do Brasil)

VÍDEO



VÍDEOS

PALESTINA DEPOIS DE 1948




PALESTINA ANTES DE 948
16
Out16

HISTÓRIA - Guerra Civil Espanhola (extractos) (1)

António Garrochinho

A chamada Guerra Civil Espanhola teve início em 1936 e durou até 1939, ano em que teve início a Segunda Guerra MundialO período que se seguiu ao fim da guerra civil ficou conhecido como Franquismo, haja vista que o general Francisco Franco, líder da Frente Nacionalista – o polo vencedor da guerra civil – assumiu o comando do país.


Forças Republicanas espanholas
Até 1936, a Espanha passou por um período de tribulações e tensões no âmbito político. MiguelPrimo Rivera, um ditador ligado ao conservadorismo espanhol, governou o país entre os anos de 1923 e 1930. Seu regime ficou conhecido pelo autoritarismo de viés nacionalista e pelas perseguições aos comunistas e aos anarquistas que procuravam se articular dentro da Espanha.
Em 1931, foi instituída a II República, tendo como presidente eleito Niceto Alcála-Zamora, que permaneceu no poder até o ano de 1936. Niceto foi sucedido por Manuel Azaña Díaz, que teve como primeiro-ministro Largo Caballero, um conhecido político socialista. Logo houve uma crescente insatisfação com relação ao governo da II República. Essa insatisfação partia dos setores conservadores espanhóis, os mesmos que apoiavam o governo de Primo Rivera na década de 1920.
Esses setores tentaram promover um golpe de Estado e novamente conduzir um líder autoritário ao poder. No entanto, dessa vez, a tentativa de golpe não teve o mesmo êxito obtido no caso de Rivera. As forças conservadoras espanholas tiveram que enfrentar forte resistência das organizações anarquistas e do Partido Comunista Espanhol (PCE), que, por sua vez, era auxiliado internacionalmente por Moscou, o maior centro de difusão do comunismo na época.
Nessa ambiência, constituíram-se as duas principais linhas de combate da guerra civil: a Frente Popular, que concentrou as forças da esquerda, e o Movimento Nacional, que concentrou, por sua vez, grande parte das forças da direita, lideradas pelo general Francisco Franco. A inspiração e o apoio de Franco vinham do fascismo italiano e do nazismo alemão, que serviam de referência para sua perspectiva política. Os nacionalistas tinham uma posição contrária ao liberalismo e à democracia representativa, por eles considerados modelos ultrapassados e frágeis de política e, doravante, incompatíveis com a situação que a Espanha vivia nos anos 1930.
Durante a guerra, os nacionalistas partidários de Francisco Franco tiveram apoio dos fascistas e nazistas, enquanto os republicanos da Frente Popular receberam apoio do comunismo internacional, sobretudo da URSS. O fornecimento de armas, combatentes treinados e equipamentos sofisticados para o combate e para as estratégias de guerras estava na lista dos apoiadores do conflito.
Além disso, vários voluntários de várias regiões do mundo também participaram da Guerra Civil Espanhol, como foi o caso do escritor George Orwell. O conflito resultou em enorme destruição dos principais centros urbanos espanhóis e serviu de “anúncio” da catástrofe que viria com a Segunda Guerra Mundial.






Quem eram os falangistas?
Eram de tendências fascistas, e comandados pelo general Francisco Franco tinham como objetivos a eliminação de um crescente movimento comunista que existia na Espanha. Estes tiveram o seu devido apoio de setores tradicionais e conservadores de toda a sociedade espanhola, como por exemplo a Igreja, o Exército e os grandes proprietários rurais. Os falangistas também contavam com a ajuda militar da Alemanha nazista e da Itália fascista, tendo como objetivos básicos criar um governo autoritário na região.




Frente Popular
De tendência esquerdista, contavam com o apoio dos sindicatos, partidos políticos de esquerda e defensores da democracia. Queriam combater o nazi-fascismo, que estava crescendo na Espanha e outros países da Europa. Defendiam o Governo Republicano e tiveram o apoio externo da União Soviética.

Golpe de Estado e início da guerra
O clima político e social na Espanha na primeira metade da década de 1930 era tenso e recheado de conflitos entre esquerdistas e nacionalistas. Mas a guerra teve inicio quando em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o exército espanhol num golpe de estado contra o governo democrático e legal da Segunda República Espanhola. Porém, o golpe não foi bem sucedido e a Espanha ficou dividida entre falangistas e republicanos. A guerra civil provocou milhares de mortos e muita destruição. Perseguições e execuções eram frequentes e patrocinadas por ambos os lados.

Intervenção estrangeira
Os falangistas conseguiram apoio militar dos regimes fascistas da Alemanha e Itália, que estavam interessados em implantar um regime fascista na Espanha e combater o crescimento do movimento socialista no país. Já os republicanos contaram com o envio de armas e equipamentos bélicos da União Soviética.

Bombardeio a Guernica
Um dos episódios mais cruéis da guerra civil foi o bombardeio a cidade de Guernica, patrocinado por aviões de guerra da Alemanha e Itália. O bombardeio ocorreu em 26 de abril de 1937 e matou cerca de 125 civis espanhóis. O painel intitulado Guernica, pintado por Pablo Picasso, mostra a crueldade do ataque aéreo sobre os civis da cidade espanhola. 

Como terminou
Após quase três anos de conflito bélico a Guerra Civil Espanhola, considerada uma das mais violentas e cruéis da história, terminou com a vitória dos falangistas que conseguiram derrubar o Governo Republicano do poder. Francisco Franco assumiu o poder em abril de 1939, implantando um regime ditatorial de direita na Espanha.

Saldo da Guerra Civil Espanhola:

Cerca de 400 mil mortos;
Destruição de prédios, igrejas e casas em várias cidades;
Destruição no campo com prejuízos para agricultura e pecuária;
Diminuição de cerca de 30% da renda dos espanhóis;
Forte crise econômica na Espanha, que perdurou por vários anos.




16
Out16

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

OS DA MINHA TERRA ( santos da terra não fazem milagres), OS CONHECIDOS FISICAMENTE, OS QUE TÊM UM PORTE HUMANO BENIGNO E SAUDÁVEL, OS VIRTUAIS, OS QUE SÃO MEUS CAMARADAS, OS QUE TÊM A MESMA IDEOLOGIA QUE EU TENHO E DEMONSTRAM QUE REALMENTE ACREDITAM NUMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E DIGNA , OS QUE ACREDITAM OU NÃO ACREDITAM QUE A CLASSE POLÍTICA (ESTA CLASSE POLÍTICA) NÃO RESOLVE OU RESOLVE OS PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DA HUMANIDADE, OS QUE DISCORDAM NÃO POR ÓDIO MAS QUE É ESSA A SUA INTERPRETAÇÃO DO QUE VÊEM E DO QUE OUVEM, TODOS OS OUTROS QUE SE COMPATIBILIZAM COM OS MEUS IDEAIS OU NÃO, E QUE DE MANEIRA SAUDÁVEL SÃO ELES PRÓPRIOS SEM FACADAS E TRAIÇÕES, SÃO MEUS AMIGOS, MEUS IRMÃOS.

UM COMUNISTA NÃO EXCLUI OUTRA PESSOA POR PRAZER, ÓDIO, INVEJA, SUPERIORIDADE MORAL OU OUTRA, UM COMUNISTA TEM QUE SER HONESTO ÍNTEGRO E DENTRO DAS SUAS CAPACIDADES TEM QUE O DEMONSTRAR, UM COMUNISTA SE DESEJA PARA OUTROS ESTÁ DESEJANDO PARA SI PRÓPRIO E EMBORA DETERMINADOS HUMANOS NÃO SE ADAPTEM AO RESPEITO, AO AMOR, À VIDA EM SOCIEDADE, EU NÃO JULGO TUDO PELA MESMA BITOLA.

SOU REALMENTE RADICAL NOS MEUS IDEAIS POIS JÁ TENHO MUITA LUTA EM CIMA DOS OSSOS, MUITO CONHECIMENTO DO QUE ME RODEIA E ISSO PARA MIM É QUE É IMPORTANTE. JÁ VIVI SITUAÇÕES DE SOLIDARIEDADE, FRATERNIDADE, LIBERDADE E TAMBÉM DE INJUSTIÇA QUE NÃO FOSSE EU DE CARNE E OSSO, LUTADOR, PERSISTENTE E ACREDITANDO EM DIAS MELHORES NUNCA ME PERMITIRIAM SER QUEM SOU.

COMO EU, MILHARES E MILHARES DE GENTE BOA, OS MEUS CAMARADAS, OS MEUS AMIGOS, MULHERES, HOMENS.

QUEM GOSTA DE MIM GOSTA E FACE À MINHA IDEOLOGIA SEJA BEM VINDO QUEM VIER POR BEM,OS QUE NÃO GOSTAM PONHAM NA BORDA DO PRATO.

UM BOM DOMINGO

António Garrochinho

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