Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

19
Out16

Marx: "A Burguesia e a Contrarevolução"

António Garrochinho



















Artigo de Karl Marx, publicado na Neue Rheinische Zeitung de 15 de Dezembro de 1848



"As revoluções de 1648 e de 1789 de modo algum foram revoluções inglesas ou francesas, foram revoluções de estilo europeu. Não foram a vitória de uma classe determinada da sociedade sobre a velha ordem política; foram a proclamação da ordem política para a nova sociedade europeia. Nelas, a burguesia venceu; mas a vitória da burguesia foi então a vitória de uma nova ordem social, a vitória da propriedade burguesa sobre a feudal, da nacionalidade sobre o provincianismo, da concorrência sobre a corporação, da divisão [da propriedade] sobre o morgadio, da dominação do proprietário da terra sobre o domínio do proprietário pela terra, das luzes sobre a superstição, da família sobre o nome de família, da indústria sobre a preguiça heroica, do direito burguês sobre os privilégios medievais. A revolução de 1648 foi a vitória do século XVII sobre o século XVI, a revolução de 1789 a vitória do século XVIII sobre o século XVII. Estas revoluções exprimem mais ainda as necessidades do mundo de então do que das regiões do mundo em que se deram, a Inglaterra e a França."


Quando o dilúvio de Março — um dilúvio em miniatura — passou, não deixou à superfície da terra berlinense quaisquer prodígios, quaisquer colossos revolucionários, mas criaturas do estilo antigo, figuras burguesmente atarracadas — os liberais da Dieta unida, os representantes da burguesia prussiana consciente. As províncias que possuíam a burguesia mais desenvolvida, a Província Renana e a Silésia, forneciam o contingente principal para os novos ministérios. Atrás deles, todo um séquito de juristas renanos. À medida que a burguesia era empurrada para um plano secundário pelos feudais, nos ministérios, a Província Renana e a Silésia cediam lugar às primitivas províncias prussianas. O ministério Brandenburg só ainda tem ligação com a Província Renana através de um tory de Elberfeld. Hansemann e von der Heydt! Nestes dois nomes reside, para a burguesia prussiana, toda a diferença entre Março e Dezembro de 1848!

A burguesia prussiana foi atirada para os píncaros do Estado, porém, não, como tinha desejado, por meio de uma transição pacífica com a Coroa, mas por meio de uma revolução. Não eram os seus próprios interesses, mas os interesses do povo, que devia representar contra a Coroa, isto é, contra si própria, uma vez que um movimento popular lhe tinha preparado o caminho. Aos seus olhos, a Coroa era, porém, precisamente apenas o escudo pela graça de Deus por detrás do qual se deviam ocultar os seus interesses próprios profanos. A inviolabilidade dos seus interesses próprios e das formas políticas correspondentes ao seu interesse, traduzida na linguagem constitucional, devia soar [assim]: inviolabilidade da Coroa, Daí o entusiasmo da burguesia alemã e, especialmente, da prussiana pela monarquia constitucional. Daí que, se a revolução de Fevereiro com todas as suas sequelas alemãs, foi bem recebida pela burguesia prussiana, porque por ela o leme do Estado lhe foi posto nas mãos, ela igualmente foi um golpe nos seus cálculos, porque, deste modo, a sua dominação ficava ligada a condições que ela não queria cumprir nem podia cumprir.

A burguesia não tinha mexido um dedo. Tinha permitido que o povo se batesse por ela. A dominação para ela transferida não era, portanto, a dominação do general que vence o seu adversário, mas a dominação de um comité de segurança a quem o povo vitorioso confia a defesa dos seus interesses próprios.

Camphausen sentia ainda inteiramente o incómodo desta posição e toda a fraqueza do seu ministério deriva deste sentimento e das circunstâncias que o condicionaram. Uma espécie de rubor envergonhado ilumina, portanto, os atos mais desavergonhados do seu governo. A desvergonha e a impudência descaradas eram o privilégio de Hansemann. A teinte vermelha constitui a única diferença entre estes dois pintores.

Não se pode confundir a revolução prussiana de Março, nem com a revolução inglesa de 1648, nem com a francesa de 1789.

Em 1648, a burguesia estava ligada à nobreza moderna contra a realeza, contra a nobreza feudal e contra a Igreja dominante.

Em 1789, a burguesia estava ligada ao povo contra realeza, nobreza e Igreja dominante.

A revolução de 1789 tinha por modelo (pelo menos, na Europa) apenas a revolução de 1648, a revolução de 1648 apenas a insurreição dos Países Baixos contra a Espanha. Ambas as revoluções estavam avançadas um século, não apenas pelo tempo, mas também pelo conteúdo, relativamente aos seus modelos.

Em ambas as revoluções, a burguesia era a classe que realmente se encontrava à cabeça do movimento. O proletariado e as fracções da população urbana não pertencentes à burguesia não tinham ainda quaisquer interesses separados da burguesia ou não constituíam ainda quaisquer classes, ou sectores de classes, autonomamente desenvolvidas. Portanto, ali onde se opuseram à burguesia, como, por exemplo, de 1793 até 1794, em França, apenas lutaram pela prossecução dos interesses da burguesia, ainda que não à maneira da burguesia. Todo o terrorismo francês não foi mais do que uma maneira plebeia de se desfazer dos inimigos da burguesia, do absolutismo, do feudalismo e da tacanhez pequeno-burguesa.

As revoluções de 1648 e de 1789 de modo algum foram revoluções inglesas ou francesas, foram revoluções de estilo europeu. Não foram a vitória de uma classe determinada da sociedade sobre a velha ordem política; foram a proclamação da ordem política para a nova sociedade europeia. Nelas, a burguesia venceu; mas a vitória da burguesia foi então a vitória de uma nova ordem social, a vitória da propriedade burguesa sobre a feudal, da nacionalidade sobre o provincianismo, da concorrência sobre a corporação, da divisão [da propriedade] sobre o morgadio, da dominação do proprietário da terra sobre o domínio do proprietário pela terra, das luzes sobre a superstição, da família sobre o nome de família, da indústria sobre a preguiça heroica, do direito burguês sobre os privilégios medievais. A revolução de 1648 foi a vitória do século XVII sobre o século XVI, a revolução de 1789 a vitória do século XVIII sobre o século XVII. Estas revoluções exprimem mais ainda as necessidades do mundo de então do que das regiões do mundo em que se deram, a Inglaterra e a França.

Na revolução prussiana de Março nada disto [se dá].

A revolução de Fevereiro tinha abolido a monarquia constitucional, na realidade, e a dominação burguesa, na ideia. A revolução prussiana de Março devia instituir a monarquia constitucional, na ideia, e a dominação burguesa, na realidade. Muito longe de ser uma revolução europeia, foi apenas a repercussão atrofiada de uma revolução europeia num país atrasado. Em vez de estar avançada em relação ao seu século, estava mais de meio século atrasada em relação ao seu século. Era desde o princípio secundária, mas é sabido que as doenças secundárias são mais difíceis de curar e simultaneamente desgastam mais o corpo do que as primitivas. Não se tratava do estabelecimento de uma nova sociedade, mas da ressurreição berlinense da sociedade falecida em Paris. A revolução prussiana de Março nem sequer era nacional, alemã; desde o princípio, era provincial-prussiana. As insurreições de Viena, de Kassel, de München, toda a espécie de insurreições provinciais, se deram nas proximidades dela e disputaram-lhe o primado.

Enquanto 1648 e 1789 tinham o infinito orgulho de estarem no cume da criação, a ambição de 1848 berlinense era constituir um anacronismo. O seu brilho assemelhava-se ao brilho das estrelas que só chega até nós, habitantes da Terra, 100.000 anos depois de os corpos que o irradiavam estarem extintos. A revolução prussiana de Março era, em ponto pequeno — aliás, era tudo em ponto pequeno —, uma dessas estrelas para a Europa. O seu brilho era o brilho de um cadáver de sociedade, há muito apodrecido.

A burguesia alemã tinha-se desenvolvido tão indolente, cobarde e lentamente que, no momento em que se contrapôs ameaçadoramente ao feudalismo e ao absolutismo, avistou frente a si própria, ameaçadores, o proletariado e todas as fracções da população urbana cujos interesses e ideias se aparentam com o proletariado. E viu como inimiga não apenas uma classe atrás de si, mas toda a Europa diante de si. A burguesia prussiana não era, como a francesa de 1789, a classe que defendia toda a sociedade moderna face aos representantes da velha sociedade, a realeza e a nobreza. Tinha descido a uma espécie de estado [ou ordem social — Stand], tão marcadamente contra a Coroa como contra o povo, desejosa de opor-se a ambos, indecisa face a cada um dos seus adversários tomado isoladamente, uma vez que os via sempre atrás ou diante de si; inclinada desde o princípio para a traição contra o povo e para o compromisso com o representante coroado da velha sociedade, uma vez que já ela própria pertencia à velha sociedade; representando não os interesses de uma nova sociedade contra uma velha, mas interesses renovados dentro de uma sociedade envelhecida; ao leme da revolução não porque o povo estivesse atrás de si, mas porque o povo a empurrava para diante de si; à cabeça não porque representasse a iniciativa de uma nova época da sociedade, mas o rancor de uma velha; um estrato do velho Estado, que não conseguiu vir ao de cima, atirado por um tremor de terra para a superfície do novo Estado; sem fé em si própria, sem fé no povo, resmungando contra os de cima, tremendo perante os de baixo, egoísta para com os dois lados e consciente do seu egoísmo, revolucionária contra os conservadores, conservadora contra os revolucionários, desconfiando das suas próprias palavras de ordem, com frases em vez de ideias, intimidada pela tempestade mundial, explorando a tempestade mundial — energia em nenhuma direção, plágio em todas as direções, vulgar, porque não era original, original na vulgaridade — traficando com os seus próprios desejos, sem iniciativa, sem fé em si própria, sem fé no povo, sem vocação histórica universal — um velho amaldiçoado que se viu condenado a dirigir e a desviar no seu próprio interesse senil os primeiros arroubos juvenis de um povo robusto — sem olhos, sem ouvidos, sem dentes, sem nada — assim se encontrava a burguesia prussiana depois da revolução de Março ao leme do Estado prussiano.


Karl Marx


19
Out16

TIRA E PÕE - Bloco tira tapete ao Governo nos ordenados da CGD

António Garrochinho



Com António Costa sentado na bancada governamental, Catarina Martins garantiu. "Este não é um assunto encerrado"

A líder e deputada do BE afirmou no Parlamento, num debate com o primeiro-ministro sobre o próximo Conselho Europeu, que o Governo tem a "integral oposição" do seu partido "aos salários da administração da Caixa Geral de Depósitos."

A questão daqueles salários "milionários" "é "pura e simplesmente inaceitável" para o Bloco, reforçou a líder bloquista. Ou seja, "este não é um assunto encerrado", pelo que o partido tomará proximamente uma iniciativa (não disse qual). Costa teve oportunidade de responder mas escolheu não o fazer, passando ao lado do assunto.

A tomada de posição do BE surge um dia depois de se saber que o novo presidente do conselho de administração do banco público, António Domingues, vai ganhar 423 mil euros/ano - valor que, segundo o Executivo, é a mediana dos que se praticam no setor, ao nível dos administradores de topo.

Este vencimento foi possível depois de o Governo ter aprovado um decreto-lei, já promulgado pelo Presidente da República, acabando com os limites salariais nos vencimentos dos gestores da CGD. Decorrem na AR tentativas de o alterar - até agora falhadas.

www.dn.pt
19
Out16

Os EUA admitem que Israel caminha para um regime permanente de apartheid

António Garrochinho


Com o apoio sistemático dos EUA, o sionismo prossegue a sua acção de ocupação territorial e de discriminação e negação de qualquer espécie de direitos ao povo palestino. Constrói um regime idêntico ao da África do Sul do apartheid. Mas deve acrescentar-se que a política de Israel não é só de discriminação, é também de genocídio. Os seus antecedentes históricos não estão só na África do Sul.



Em 2010 Ehud Barak, então ministro da Defesa israelita, advertiu explicitamente que Israel se tornaria um regime de “apartheid” se não chegasse a um acordo de paz com os palestinos em que estes tivessem a sua própria nação soberana e plenos direitos políticos. “Enquanto neste território a oeste do rio Jordão existir apenas uma entidade política chamada Israel esta ou será não-judia ou não-democrática”. Disse Barak: “Se este bloco de milhões de palestinos não puder votar, isso será um regime de apartheid”.

Observadores honestos situados em ambos os lados do conflito há muito reconheceram que a perspectiva de uma solução de dois Estados é virtualmente inexistente: uma outra maneira de dizer que o status de Israel como regime de apartheid permanente é inevitável. Com efeito, as agências de Inteligência dos EUA já há 45 anos advertiam explicitamente que a ocupação israelita seria permanente se não terminasse de imediato.

Todos os acontecimentos relevantes confirmam que foi justamente isso que sucedeu. Durante muitos anos não houve qualquer progresso no sentido da solução de dois Estados. A composição da população judia de Israel – que se tornou de longe mais beligerante e de direita que as gerações anteriores - afastou cada vez mais o país desse objectivo. Há ministros-chave no governo de Israel, incluindo o genuinamente extremista ministro da Justiça, que são aberta e explicitamente opostos à solução dos dois Estados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deixou claro, tanto em palavras como em actos, que se opõe a um tal acordo. Em suma, o objectivo de Israel é continuar governando uma Palestina ocupada, negando indefinidamente aos palestinos o direito à autonomia, às liberdades políticas e o direito de voto.

Apesar desta agressão e opressão, ou talvez por causa delas, a administração Obama tem protegido continuamente Israel com uma lealdade inquebrantável e tem-lhe oferecido generosamente armas e dinheiro. Este prémio à conduta israelita teve o seu ponto mais alto com o anúncio, há três semanas [13 de Setembro de 2016], da assinatura de um “memorando de entendimento”, no sentido de incrementar significativamente o quantitativo de dinheiro que os EUA dão a Israel cada ano, apesar de Israel ser já, de longe, o país que mais dinheiro recebe dos EUA. Segundo este acordo os EUA darão a Israel 38.000 milhões de dólares ao longo de 10 anos, um novo record na ajuda internacional dos EUA, embora os cidadãos israelitas gozem de todo o tipo de beneficios estatais que os estado-unidenses (cujo dinheiro é entregue a Israel) não têm - porque lhes é dito que são demasiado onerosos - incluindo o acesso universal aos cuidados de saúde que melhoraria a esperança de vida e diminuiria a mortalidade infantil.

Com o acordo que lhe dará 38.000 milhões de dólares no bolso o governo de Israel anunciou a aprovação um novo colonato na Cisjordânia, em marcada oposição às posições formais dos EUA, ao consenso internacional e a qualquer perspectiva de fim da ocupação. Segundo The New York Times: “o novo colonato foi desenhado como uma cadeia de complexos habitacionais que ameaçam dividir a meio a Cisjordânia. O objectivo é alojar colonos de um colonato ilegal próximo, Amona, cuja demolição foi ordenada por um tribunal israelita”. Este novo colonato estende-se em profundidade na faixa oeste: fica efectivamente mais próximo da Jordânia do que de Israel.

Em resposta a este anúncio, o Departamento de Estado dos EUA publicou um comunicado em que denuncia as acções de Israel em termos invulgarmente duros: “Condenamos energicamente a recente decisão do governo de Israel de avançar com um plano que iria criar um importante novo colonato profundamente avançado na Faixa Ocidental”, começava. Sugeriu que Netanyahu tem vindo a mentir publicamente, fazendo notar que “a aprovação contradiz anteriores declarações públicas prévios do governo israelita de que não tinha a intenção de criar novos colonatos”. O Departamento de Estado invocou o pacote de ajuda que os EUA acabavam de conceder, descrevendo como “profundamente preocupante, no momento em que Israel e os EUA concluem um acordo de assistência militar sem precedentes, delineado para fortalecer a segurança israelita, que Israel tomasse uma decisão tão contrária aos interesses da sua segurança a longo prazo nos termos de uma resolução pacífica do seu conflito com os palestinos”.
Boa parte disto, ainda que algo mais claro retoricamente do que é costume, é para a galeria: os EUA - segundo a modalidade Obama – divulgam belos comunicados, agradáveis declarações proclamando estar incomodados com os colonatos israelitas, enquanto prosseguem incessantemente acções que protegem e viabilizam as mesmas políticas a que Obama finge opor-se. Mas esta denúncia do Departamento de Estado foi efectivamente notável pelo seu reconhecimento explícito e severo – e há muito devido - de que Israel está clara e irreversivelmente empenhado em dominar perpetuamente os palestinos, tornando-se o exacto regime de apartheid acerca do qual Ehud Barak advertira.

“Os israelitas devem em última análise decidir entre expandir os colonatos ou preservar a possibilidade de uma solução pacífica de dois Estados. Desde o último relatório trimestral da Comissão Quadripartida, em que foi feito um apelo a ambas as partes a que invertessem o rumo em curso e avançassem no sentido da solução de dois estados, o que se verificou, infelizmente, foi o contrário. Avançar com este novo colonato é mais um passo no sentido da consolidação de uma realidade de um só Estado de ocupação perpétua, que é fundamentalmente incoerente com o futuro de Israel como um Estado judeu e democrático. Iniciativas destas apenas gerarão condenação por parte da comunidade internacional, o afastamento de Israel de muitos dos seus parceiros, e porão ainda mais em causa o empenho de Israel em alcançar acordo de paz negociado.”

Portanto Israel - segundo as palavras do seu mais leal benfeitor - está a mover-se inexoravelmente no sentido “da consolidação de uma realidade de um só Estado de ocupação perpétua ” que é antidemocrático: ou seja, que é o equivalente do apartheid. E o principal protector e promotor deste regime de apartheid são os EUA – tal como fizeram com o regime de apartheid na Africa do Sul nos anos oitenta.
Pior ainda, Hillary Clinton, que com alta probabilidade será a próxima presidente dos EUA, prometeu não só continuar tudo isto como aumentar tanto a ajuda a Israel em geral e a Netanyahu em particular. Com efeito, a sua única crítica à política dos EUA foi de que estes não têm sido suficientemente leais a Israel. O seu opositor, Donald Trump, exprimiu de início algumas discordâncias acerca da política relativa a Israel, mas desde então entrou na linha. A absoluta ausência de discordância política sobre este tema no círculo político dos EUA está reflectida no facto de que a única oposição ao pacote de 38.000 milhões de dólares veio de um grupo de senadores que - fazendo eco de Netanyahu – manifestaram irritação por não ter havido ainda maior generosidade para com Israel, à custa dos cidadãos estado-unidenses. Em resumo, o apoio incondicional a apartheid de Israel é virtualmente consenso inquebrantável entre as elites políticas dos EUA.

O pior de tudo é que a ortodoxia política dos EUA não só tem financiado, alimentado e protegido este Estado de apartheid como tenta ilegitimar todas as forma de resistência a este. Tal como fez antes com o Congresso Nacional Africano e Nelson Mandela, os EUA denunciam hoje como “terroristas” todos os grupos e indivíduos que usam a força contra o exército de ocupação israelita. Tem denegrido os programas não-violentos contra a ocupação - como el movimento pelo boicote, as sanções e a retirada de investimentos - catalogando-os como intolerantes e anti-semitas (uma postura que Clinton tem defendido com especial veemência). E o movimento pelo boicote tem sido alvo de ataque crescente em todo o Ocidente, onde é censurado e até criminalizado. Segundo a ortodoxia política dos EUA a única via de acção aceitável para os palestinos e os que apoiam o seu direito a libertarem-se da ocupação é a submissão total.

Apesar de consenso ocidental continuar a venerar os mais incondicionais apoiantes do regime sul-africano do apartheid - Ronald Reagan, Margaret Thatcher, Shimon Peres - ao menos agora considera o apartheid naquele país como uma desgraça histórica. A história deveria considerar exactamente do mesmo modo os que promovem a marcha de Israel no sentido de um apartheid permanente. Os mais agressivos e constantes promotores deste apartheid encontram-se no estrato mais alto da classe política dos EUA.


www.theintercept.com.
Texto completo en: http://www.lahaine.org/eeuu-admite-que-israel-marcha
www.odiario.info
19
Out16

De “lobos” a «cordeirinhos»

António Garrochinho


Uma maneira de
ver nada inocente
Apesar das permanentes (embora em grau variável) demarcações do PCP e do BE dos chamados «compromissos europeus», Manuel Carvalho, em artigo hoje no Público, considera que «António Costa amarrou, finalmente, o PCP e o Bloco ao compromisso europeu».
 
Além de não se perceber aquele «finalmente», o que se pode dizer é que naturalmente não deu a Manuel Carvalho para escrever algo mais rigoroso que seria por exemplo «PCP e Bloco amarraram o PS outra vez, embora de forma insuficiente, a medidas e orientações que ele nunca tomaria caso tivesse tido a maioria absoluta ou se tivesse coligado com o PSD».
 
E estamos assim: entre a gritaria delirante sobre a «sovietização» do país e estes espasmos sobre um PCP e um BE tornados sacristãos junto ao altar do «compromisso europeu», o que fica de fora é sempre a complexa mas cristalina verdade das coisas.
 
Não digo outra vez que «vou-me embora para Pasárgada» porque é de lá que escrevo.

Via: o tempo das cerejas 2 http://bit.ly/2e1q8rC
19
Out16

RECORDAR

António Garrochinho


RECORDAR (lembre-se) é uma intervenção participativa criada com tinta giz de pulverização efémera, com base no conceito de memória, e com mais de 23.500 pés quadrados.
"RECORDAR significa passar através do seu coração. Quando uma memória é revivida nós sentimos as mesmas coisas de onde vivemos e sentimos no passado. "Jorge Rodríguez-Gerada, um artista nascido cubano e atualmente um residente em Barcelona, criou um dos maiores graffitis públicos, obras de arte em Espanha, com mais de 23.500 pés quadrados (2.200 metros quadrados). A obra de arte participativa e efémera cobriu a Plaza Comercial localizada
na seção de Born, em Barcelona no dia 1º de outubro de 2016.
Foi criado com a ajuda de residentes locais e mais de 500 voluntários, teve o apoio filantrópico da associação de pequenas empresas Nascido Comercio apoio à produção da Agência Subagora.
"Recordar" é uma obra de arte que pode ser classificada como um desempenho urbano e foi realizada com o uso da tecnologia GPS fornecido pela empresa TopCon. A obra foi então preenchida com a colaboração de voluntários usando tinta spray giz. Esta pintura efémera, não-tóxica e lavável foi criada por Montana Cores com uma fórmula especial que não iria danificar o pavimento e veio em latas recicláveis.

VÍDEO


¨RECORDAR¨ / ¨Remember¨/ by Jorge Rodriguez Gerada - Interactive Participative Urban Art Project from Bizzarre.co.uk on Vimeo.


19
Out16

Beneficios Fantásticos da Couve

António Garrochinho

A couve é um alimento extremamente nutritivo, com vários complexos vitaminicos em cada folha além do seu próprio talo, indicados para todos e para todos os objectivos, mesmo aqueles que procuram perder peso, ganhar massa muscular ou somente manter uma boa forma.
A Couve é rica em vitaminas A e vitaminas do complexo B, vitamina C que é essencial para energia do corpo humano e tratamento de gripe, vitamina K a qual combate directamente Radicais livres, previne e combate o Câncer.
Além das vitaminas descritas acima, a couve possui mais ferro que o próprio feijão e melhor absorção do corpo, além de fortalecer Ossos pela grande quantidade de Cálcio também, mas como não fosse suficiente conta com fosforo, magnésio e silicio.
Couve é Anti-inflamatória
A couve com a sua megadose de vitamina K, artrite e doenças auto-imunes. Por conter a substância Glucosinolatos, cobate canceres de mama, colon, próstata, ovario, beixiga entre outros.
Bom Para o Coração
A couve junto do seu talo, tem grandes quantidades de fibra que contribuem para a diminuição significativa do colesterol no coração, impedindo também que suas artérias coronárias fiquem entupidas, prevenindo junto com actividade fisica, enfartes no miocardio além de melhorar o funcionamento do figado.
Desintoxicação do Corpo
Na desintoxicação, a couve é um importante auxilio, pois tem teor elevado de enxofre que acelera este processo.
couve
Antioxidante
Esta Hortaliça também tem função importante como antioxidante, deixando nossa pele, cabelos e dentes sempre mais bonitos, além de aumentar a nossa imunidade contra doenças.
Vitamina C
Além de ser imprescindível no tratamento da gripe e na manutenção de energia do nosso corpo, a vitamina C presente em grande quantidade na couve combate doenças oculares como catarata e degeneração Macular, além de reduzir a pressão arterial

feijoadacity.com.br

19
Out16

Simpósio: Posse e Uso da Terra – Caracterização da Agricultura do Alentejo

António Garrochinho


cartaz e monofolha
Organizado pela Associação Povo Alentejano (APA), vai realizar-se no próximo dia 26 de Outubro, no pólo da Mitra, das 9:30 às 19:00, um simpósio sobre a Posse e Uso da Terra. Tem por temas:
– Caracterização da produção agrícola, silvícola e pecuária no Alentejo
– Alqueva, a posse e uso da água e da terra
– Quem trabalha a terra hoje no Alentejo
– Caracterização da posse e do uso da terra
Organização: Associação Povo Alentejano (APA)
Em 26.10.2016
09:30 | Pólo da Mitra | Universidade de Évora

abrildenovomagazine.wordpress.com
19
Out16

VÍDEO - UMA EXCELENTE ANIMAÇÃO - BORROWED TIME

António Garrochinho



Entre os projetos e trabalhos que desenvolvem na Pixar, os animadores Andrew Coats e Lou Hamou-Lhadj, durante seu tempo livre nos últimos cinco anos, criaram este curta-metragem de animação que é o cinema de animação no seu melhor absoluto. Borrowed Time acompanha um xerife que vive assombrado pelas memórias de um erro trágico que ele cometeu quando ainda era muito jovem e que passou a vida tentando esquecer. Não dá para falar muito pois o enredo é curto e estragaria o prazer de ver esta bela obra de seis minutos.

VÍDEO


www.mdig.com.br
19
Out16

A EXTRAVAGANTE CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO DE BANDEIRAS NA FRONTEIRA ÍNDIA/PAQUISTÃO (VÍDEOS)

António Garrochinho


Cerimónia de descerramento das bandeiras na fronteira de Wagah, nos portões que separam Paquistão e Índia, próximo ao Memorial Nacional dos Mártires de Hussainiwala, é uma prática militar diária que as forças indianas e paquistanesas de segurança seguem realizando desde 1959. O exercício, que é caracterizado por manobras elaboradas e rápidas de marchas bizarras semelhantes, é tanto um símbolo da rivalidade entre os dois países, como de fraternidade e cooperação entre as duas nações. Recentemente um líder político indiano, no entanto, descreveu o ritual como "feio e ridículo".

VÍDEOS


A formalidade ocorre diariamente, meia hora antes do pôr do sol quando os dois países fecham os portões de um dos seus poucos pontos de comunicação. Ela começa com um estranho desfile dos soldados de ambos os lados, e acaba em um coordenado descerramento das bandeiras dos dois países. As bandeiras são então dobradas e cerimônia termina com uma retirada que envolve um aperto de mão brusco entre os soldados de ambos os lados, seguido pelo fechamento dos portões.

O espetáculo da cerimónia atrai muitos visitantes de ambos os lados da fronteira, bem como turistas internacionais. Em outubro de 2010, um general das forças armadas do Paquistão decidiu que o aspecto agressivo das encenações cerimoniais deviam ser atenuadas. E no ano passado, mulheres passaram a participar do ritual também.

Em 2 de Novembro de 2014, cerca de 60 pessoas morreram e pelo menos 110 ficaram feridas em um ataque suicida no lado paquistanês da fronteira de Wagah. Um terrorista de 18 anos, detonou 5 kg de explosivos em seu colete a 500 metros dos portões, logo após a cerimónia.

Esta outra cerimónia, ainda mais bizarra, acontece uma vez por ano no Dia da Defesa. Em dado momento achei que o globo ocular do sujeito fosse cair.
www.mdig.com.br
19
Out16

VÍDEO CHOCANTE- Entrevista com a família cuja fuga de Mossul foi gravada em tempo real pela televisão francesa.

António Garrochinho


Estão agora em segurança num campo de refugiados, depois de terem vivido quase dois anos sob as garras do Daesh em Mossul. Há seis meses, Mahmud, a mulher e os quatro filhos arriscaram tudo e fugiram. A emoção ainda está à flor da pele. A fuga foi captada por uma equipa da televisão francesa, France 2, que estava no local.


Em abril, depois do recolher obrigatório, de noite, a família atravessou os campos minados que os separavam das posições dos peshmergas curdos. A poucos metros do objetivo, aconteceu algo: “Andámos um pouco e passámos as trincheiras. Nessa altura, pus-me de pé, olhei, vi os meus pais e foi então que a explosão aconteceu”, conta Amar, uma das crianças da família.

Atingido pela mina e inconsciente, o rapaz perdeu a vista imediatamente. Salooan, o irmão, ficou gravemente ferido na barriga. Foi um soldado peshmerga que o levou ao colo para um lugar seguro: “Operámo-lo para extrair metralha que se tinha alojado no corpo. Ele é um herói”, conta Mahmud, o pai.

Tendo em conta os perigos que enfrentaram para fugir, é um milagre que a família esteja completa. Foi uma decisão arriscada mas, segundo a mãe, não havia outra solução: “Estávamos sob pressão psicológica, as mulheres não podiam sair e são obrigadas a usar o niqab. Estamos completamente nas mãos deles”, conta.

Amar acrescenta: “São uns cães. Se não vais rezar à mesquita executam-te, se te veem à porta de casa à hora das orações matam-te. Levam-te tudo. Se não tens uma barba suficientemente longa, matam-te. Executam-te sob todo e qualquer pretexto”.

“Peço às forças de segurança do Iraque e aos países de todo o mundo que tirem estas famílias às garras do Daesh. Se não libertarmos todas as cidades e aldeias, todas as zonas controladas pelo Daesh, vão todos sofrer a mesma sorte que o Amar”, alerta o pai da família.

VÍDEO


pt.euronews.com
19
Out16

Gostar de Olhão!

António Garrochinho


 Fernando  Silva Grade escreve um excelente texto como titulo As Vistas de Olhão, sobre a realidade de Olhão que foi publicado no Barlavento online.

Por nos identificarmos com a grande maioria do texto tomamos a ousadia de o publicar, contentes, que o nosso artigo tenha servido de alerta,   artigo esse que era sobre a possível, destruição do Jardim Patrão Joaquim Lopes e a  triste realidade de mias uma vez correrem com os pescadores viveiristas e mariscadores de Olhão, desta vez do Porto de Abrigo para a Pesca Artesanal, construídos com dinheiro da União Europeia, para  calar e dar condições aos pescadores entretanto corridos aquando a construção do Porte de Recreio de Olhão, a que pomposamente começaram a chamar Marina para a especulação imobiliária do Hotel e apartamentos muitos deles construídos em cima da antiga estrumeira de Olhão que por incrível que pareça,  e com a anuência de várias entidades publicas, ficou depositado debaixo de vários edifícios do Real Marina.
Aqui deixamos o artigo integral  de Fernando Silva Grade.

 " Vistas de Olhão"
O sentimento que todos os habitantes de Faro têm, sobre o esplendoroso cenário da Ria Formosa, é de um grande desgosto e de um sentido de perda, isto devido à construção, há um século, da linha de caminho-de-ferro e do aterro que o suporta, e que secou para sempre a frente ribeirinha da cidade. 
Por isso, quando qualquer farense se desloca a Olhão não deixa de sentir com particular fascínio essa magnífica paisagem das ilhas, dos sapais, dos barcos de pesca, do pôr-do-sol a esconder-se na profundidade do horizonte, um cenário sempre mutante e fecundador de sentimentos que tocam a nossa secular alma atlântica. 
Esta benesse que Olhão detém é uma marca seminal da sua identidade, tendo a sua população sido moldada na contemplação dos barcos e das marés a partir do cais, das açoteias e dos mirantes. 

Por isso é com indescritível incredibilidade que me confronto com o último projeto da Câmara Municipal de Olhão que, em última análise, se traduz na vontade de emparedar completamente a frente ribeirinha de Olhão com o prolongamento da marina de barcos de recreio. 
A marina que já atingiu uma dimensão despudorada, ao abarcar metade da zona marginal de Olhão, vai continuar o seu percurso estrangulador, mordendo nesta primeira fase já em concurso, os calcanhares ao mercado do peixe, para numa segunda fase que se perspetiva, se prolongar até ao cais de embarque para as ilhas, isto em função de ser essa a vontade do autarca, já assumida publicamente, arriscando selar, desta forma, o cenário imemorial das vistas para a Ria Formosa. 
Esta situação de lesa-pátria, não é contudo assim tão surpreendente em função do histórico desta cidade. Há cerca de 25 anos, numa entrevista na televisão, o maestro Vitorino de Almeida afirmava a certa altura, que havia considerado Olhão eventualmente a cidade mais bonita do mundo, mas que na sua última visita ficara chocado ao constatar as mudanças terríveis que entretanto aí tinham ocorrido. O maestro notava a descaracterização profunda das habitações com a emergência de arrepiantes «azulejos de casa de banho», alumínios rutilantes nas janelas e nas portas, e os prédios desmedidos a despontarem por todos os lados. 
Olhão, que aparece (ou aparecia) invariavelmente referido nos livros e compilações internacionais sobre arquitetura vernacular ao lado dos lugares mais relevantes do mundo, que se esculpia em reentrâncias de cal e misteriosas medinas, que foi musa do encantamento de João Lúcio e de Artur Pastor entre muitos outros, esta obra-prima da forma, da luz e da cor, tem sido, ao longo dos anos, deploravelmente descaracterizada, abastardada e mutilada, sem dó nem piedade, sob a batuta de presidentes da Câmara que demonstraram uma ignorância, insensibilidade e sabedoria-saloia de dimensão clamorosa. 

Também a vigorosa população da terra não tem sabido, em função das dinâmicas da moda que nos tempos atuais são de uma abrangência totalitária, defender a sua cultura e os seus valores imemoriais. E assim chegamos à situação caricata e vergonhosa em que, neste momento, quem se bate pela integridade de Olhão, da sua arquitetura e da sua cultura, seja quase em exclusivo a comunidade estrangeira que ali se fixou nos últimos anos. Citemos, então, algumas das contribuições oficiais para o desfiguramento da cidade de Olhão: 

• «Reboleirização» da Avenida da República, em tempos uma encantadora via romântica, com demolição de inúmeras e belíssimas casas e palacetes; 

• Estado de abandono e decrepitude de muitos casarões e antigas fábricas, que se perfilam para serem abatidos como já aconteceu com muitos deles, e que, pela sua importância arquitetónica, seriam, em qualquer outro país civilizado, primorosamente reabilitados; 

• O estado calamitoso em que os bairros históricos se encontram, totalmente descaracterizados, e onde a única intervenção lá ocorrida foi a introdução de um revestimento pedonal piroso quanto baste e um mobiliário contemporânea de uma dissonância a toda a prova. Salvam-se meia dúzia de casas reabilitadas por estrangeiros que voltaram às paredes caiadas e às janelas e portas tradicionais de madeira; 

• A permissão para construir mais andares na primeira linha de casas o que irá acabar com as vistas para a Ria a partir de muitas açoteias da cidade; 

• A permissão para a construção do Marina Hotel e apartamentos adjacentes, no lado poente, com uma volumetria e estilo arquitetónico incompatíveis com o peculiar tecido urbano de Olhão. 

Por fim, e infelizmente, teremos de acrescentar mais uma barbaridade a este lastimável rosário de incompetência, ignorância e falta de amor pela terra: o prolongamento da marina de recreio qual cobra constritora que irá sufocar, cada vez mais, a deslumbrante vista sobre a Ria Formosa."


Nota do Olhão Livre: O  nosso artigo sobre a destruição do Jardim Patrão Joaquim Lopes e do abate de grande parte das suas árvores cinquentenárias, para dar lugar a mais estacionamento automóvel, e decissão ditatorial de António Miguel Ventura Pina de querer correr com os pescadores locais,  da zona ribeirinha de Olhão para dar lugar a 220 embarcações de  recreio, veio alertar vários sectores da sociedade civil que começaram a  ter opinião, e a movimentar-se de modo a mostrar a sua indignação e a sua revolta sobre o que querem para a Zona Ribeirinha de Olhão.
Com tanto dinheiro,  que o Ministro tem para calar António Pina ,sobre a demolição das 80 casas dos pés descalços, das Ilhas dos Hangares e Farol,  era bem melhor António Miguel Ventura Pina,  acabar com os crimes ambientais que todos os dias a CMOlhão na figura do seu presidente, comete ao descarregar nas aguas da Ria Formosa toneladas de esgotos tóxicos sem qualquer tratamento no T(local de embarque para as Ilhas da Armona Culatra e Farol), na dita Marina mesmo em frente à esquadra da PSP na Docapesca em frente à Fábrica Bela Olhão e em frente às oficinas do Rodrigues e Almeida., os esgotos da Horta da CMOlhão, do Macdonald e das Piscinas Municpais de Olhão que descarregam esgotos e aguas não  tratadas nas linhas de agua que vão dar à Ria Formosa. ao pé da Rotunda Poente de Olhão.

Olhão que hoje infelizmente cheira a merda,  antes cheirava a peixe derivado à sua intensa  pesca das mais de 40 traineiras e da transformação do pescado, pela industria conserveira,e pelo cheiro da fábrica de farinha de peixe a Safol.
Hoje com as traineiras reduzidas a menos de meia dúzia, a industria de conserva reduzida a uma unidade e outra de patés de peixe, assim sendo  Olhão deixou de cheirar a peixe não por iniciativa do PS e dos seus autarcas,  sempre em maioria na CMOlhão, mas porque o PS,e o PSD/CDS, no poder,  tudo tem feito para acabar com a pesca em Olhão e em Portugal.

Foi o fim da pesca que acabou com o cheiro a peixe em Olhão, feito esse que alguns ex.autarcas,e mais uma carrada de ex..no curriculum,  gostam muito de  se vangloriar,  como tendo sido o fim do cheiro a peixe uma grande obra,  dos autarcas do PS na CMOlhão.

Olhão já não cheira a peixe mas cheira a merda, por toda a zona ribeirinha assim que a maré vaza ou o vento vem de Poente e trás até nós os cheiros nauseabundo a metano gás preveniente da ETAR  assassina e mal construída na Ilha da Lebre, onde se deram ao luxo (não será crime?), de deixar 2 noras das hortas existentes no local que  continua a contaminar os aquíferos da zona.de Belamandil.

De referir que essa ETAR  construída pela C.M.Olhão em 1995, emana cheiros tão fortes a merda que o gerência do Hotel Real Marina queixou-se  que esses cheiros incomodavam os turistas, sendo que tiveram de colocar um ambientador  gigante que disfarça o cheiro a merda mas emana para o ar quando o vento vem de quadrante Oeste, um odor a lima para os clientes do Hotel não sentirem o cheiro  a merda,mal sabem eles que assim são duas vezes intoxicados com o gás metano e  com os odores nada saudáveis desse ambientador gigante,que mostramos nessa foto tirada por nós nessa ETAR assassina de Olhão Poente.

O futuro de Olhão não pode ser decido por um aprendiz de ditador, as pessoas de Olhão e as que gostam de Olhão devem tomar posição publica contra estas medidas,que vão descaracterizar a baixa do nosso  Olhão.

19
Out16

Alberto João Jardim defende um Estado federado para Portugal

António Garrochinho


Tem mantido um ‘low profile’ desde que deixou a presidência da Região e foi hoje o convidado da tertúlia do Conselho Cultural da UMa e para falar sobre ‘Autonomias: Que Caminhos? Que futuro?’
 .
FEDERAÇÃO DA CUECA





































Alberto João Jardim no início da tertúlia prometeu que não faria “aqueles discursos de 2 horas como fazia no Parlamento Regional”, mas antes da conferência falou aos jornalistas sobre a sua opinião nas questões de autonomia.

Assume-se como um federalista, como já é conhecido, não apenas em relação aos arquipélagos, mas em todo o país. “Quando vêm dizer-me que Portugal é muito pequeno para ser um Estado federado, digo: a Suíça é mais pequena do que nós e o modelo confederado deu resultados”, justifica Jardim, defendendo a revisão da Constituição da República e a implantação de um Estado federado em Portugal.

O orador convidado mostrou-se convicto de que “o federalismo será uma maneira de sair daquilo que se tem vivido, que é sempre uma Lisboa macrocéfala”. E expressou ainda: “Se querem continuar com esta constituição, tirem-me daqui.”

Sobre a autonomia nos dias de hoje, Alberto João Jardim admite haver menos autonomia devido às políticas de austeridade da União Europeia. “Estas políticas de austeridade levaram a um maior centralismo do Estado portanto, a autonomia está, assim por dizer, mais constrangida”, considerou. “Tal como estão as centralizações políticas em todos os países europeus sobretudo depois das políticas de austeridade da União Europeia.”

* Comparar Portugal com a Suíça, no que respeita à configuração sócio-antropológica é  no mínimo burrice.



apeidaumregalodonarizagentetrata.blogspot.pt
19
Out16

16 de Outubro de 1918 – Leva da Morte

António Garrochinho

A ditadura militar de Sidónio Pais instaurada com o golpe de Estado de 5 de Dezembro de 1917 cedo desiludiu quantos lhe concederam o benefício da dúvida. A miséria grassa no País e sucedem-se as greves, os motins, os levantamentos populares. Uma revolta eclode em Coimbra, a 12 de Outubro. O movimento não tem eco, mas o governo decreta o estado de sítio. As prisões de Lisboa enchem-se de presos políticos. Por falta de espaço, decide-se transferir uma parte deles para os fortes de São Julião da Barra, Alto do Duque e Caxias. 153 detidos saem do edifício do Governo Civil ao cair da tarde do dia 16, rodeados por 253 guardas. O cortejo é aberto por corneteiros e tambores. Quando a cabeça da coluna chega à Rua Vítor Córdon soa um tiro. Gera-se a confusão e o pânico, os guardas disparam em todas as direcções. Balanço: sete mortos e sessenta feridos. No dia seguinte, o governo responsabiliza um dos presos, que teria disparado sobre os guardas. A arma nunca foi encontrada. A versão não convence ninguém: tornou-se evidente que o massacre fora preparado e que a insólita presença dos corneteiros era o sinal para o ataque à que ficou conhecida como a «Leva da Morte», nome dado à rua em 1924. Tentando apagar a memória, em 1937 a ditadura de Salazar integra o local do crime na Rua Serpa Pinto.

AQUI


ocastendo.blogs.sapo.pt
19
Out16

VÍDEO - ESPANHA - CONFRONTOS VIOLENTOS À MARGEM DO JOGO LÉGIA DE VARSÓVIA E O REAL MADRID

António Garrochinho
O jogo de futebol entre o Legia Varsovia e o Real Madrid foi marcado por violentos confrontos entre adeptos polacos e a polícia.
Pelo menos dois agentes e cinco ultras ficaram feridos, durante as escaramuças à porta do estádio Santiago Barnabéu em Madrid.

–– ADVERTISEMENT ––

As autoridades afirmam ter detido pelo menos 12 pessoas durante os confrontos.

VÍDEO

pt.euronews.com
19
Out16

19 de Outubro de 1745: Morre o escritor irlandês Jonathan Swift, autor de " As Viagens de Gulliver".

António Garrochinho


Jonathan Swift nasceu em Dublin no dia 30 de Novembro de 1667 e faleceu na mesma cidade a 19 de Outubro de 1745. Foi um dos maiores escritores satíricos de língua inglesa e um poeta notável, cuja obra se distinguiu pelo vigor e espontaneidade, o que lhe valeu o reconhecimento da sociedade da época.

Entre os sete e os quinze anos frequentou a Grammar Scholl de Kilkenny em Dublin e em 1682 ingressou no Trinity College de Dublin, onde, apesar das constantes punições, se licenciou quatro anos mais tarde. Em 1692, e depois de se empregar como secretário de Sir William Temple, estadista e escritor de grande prestígio, obteve o doutoramento em Hart Hall, Oxford. Em 1694 foi ordenado sacerdote da Igreja Anglicana e colocado na paróquia de Kilrrot, perto de Belfast, uma paróquia hostil à sua Igreja, o que o fez decidir a voltar ao serviço de William Temple até à morte deste em 1699. Desempregado, regressa então à Irlanda como capelão de Lorde Berkeley. Em 1702 obteve o doutoramento em Teologia em Dublin e cinco anos depois voltou a Londres designado pelo clero inglês embaixador perante o governo. Devido a questões políticas, a sua gestão foi pouco eficaz mas, em compensação, tornou-se nesta altura uma celebridade literária. Grande moralista, é possível que o seu génio literário nascesse da desesperada indignação que experimentava frente à habilidade do homem em "aplicar mal a sua razão para aumentar a corrupção". Depois da sua primeira obra impressa, Ode to the Athenian Society (1692), o seu estilo evolui de forma notável nas obras posteriores entre as quais há que mencionar as sátiras Tale on a Tub (1704) e Battle Between the Ancient and Modern Books (1704). Escreveu também Journal to Stella (1714), As Viagens de Gulliver (1706), sua grande obra prima e uma sátira cáustica não apenas da sociedade como também da mesquinhez do género humano, Cadenus and Vanessa (1726), Sobre a Poesia (1733), The Legion Club (1736), Verses on the Death oh Doctor Swift (1739) e Directions to Servants(1745). No fim dos anos de 1730 começou a entra em declínio e, em 1742, recebeu o diagnóstico médico de "incapacidade mental e da memória", vindo a falecer três anos mais tarde.

wikipedia (imagens)


Retrato de Jonathan Swift por Charles Jervas 
As Viagens de Gulliver
19
Out16

O Futurismo

António Garrochinho


Movimento de revolução estética desencadeado pela publicação, por Marinetti, do manifesto "Fundação e Manifesto do Futurismo", na primeira página do jornal Le Figaro, a 20 de fevereiro de 1909, seguido de uma série de outros manifestos que irão nos anos seguintes fazer alastrar por toda a Europa os processos e técnica sartísticas futuristas. Através de uma linguagem que choca pela sua agressividade e pelo seu carácter iconoclasta,o tom violento, interpelativo e provocatório dos manifestos futuristas funda-se num ultimato lançado com raiva a um passado que vigora ainda no presente nas formas estéticas, ideias, crenças e atitudes dominantes, por vezes simbolizadas numa figura pública que urge abater espiritualmente (cf., por exemplo, o Manifesto Anti-Dantas de Almada Negreiros), em nome de um futuro cujos traços definidores se concentram no dinamismo, na exaltação da técnica, na simultaneidade de espaços, de tempos e de sensações, na fusão de expressões artísticas, na dessacralização das poéticas convencionais. Ao mesmo tempo, a poética futurista postula a necessidade de a linguagem literária dever contribuir também para a demolição de hábitos culturais estereotipados e retrógrados. Os poemas futuristas são facilmente identificáveis por uma série de recursos destinados a abalar o leitor: profusão de exclamações, de apelos, de neologismos criados pela associação inédita de palavras, pelo emprego de termos insultuosos, pela autonomia concedida ao significante linguístico, numa exploração dos efeitos visuais e fónicos das palavras, pela introdução de grafismos no poema, pela rutura com a lógica sintática tradicional: longas enumerações de frases nominais, uso do verbo no infinitivo, uso aleatório da pontuação e de maiúsculas.

A introdução do futurismo em Portugal é devida à assimilação dos seus princípios por Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso, residentes em Paris. Os principais textos portugueses de índole próxima do futurismo ("A Cena do Ódio" (1915), de Almada Negreiros, "Manucure" e "Apoteose" (ambos de 1915), de Mário de Sá-Carneiro, e a "Ode Triunfal" (1914) de Álvaro de Campos) estão associados ao escândalo criado em torno da publicação da revista Orpheu, em 1915, embora, na verdade, a revista fundada por Fernando Pessoa e Mário deSá-Carneiro concilie ainda elementos tradicionais com caracteres de vanguarda, ao mesmo tempo que se assume como síntese de todos os movimentos literários do Modernismo, que abarcaria, além do futurismo, o paulismo, o intersecionismo, o simultaneísmo, o simbolismo, o decadentismo ou o sensacionismo. Com efeito, a teorização do sensacionismo nos escritos de Fernando Pessoa confere ao movimento sensacionista contornos mais vastos que os que definem o Futurismo, reconhecendo neste movimento de vanguarda apenas uma influência, já que o sensacionismo derivaria de três movimentos: do simbolismo francês, do panteísmo transcendentalista português "da baralhada de coisas sem sentido e contraditórias de que o futurismo, o cubismo e outros quejandos sãoexpressões ocasionais, embora, para sermos exatos, descendamos mais do seu espírito do que da sua letra"(PESSOA, Fernando - Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, Lisboa, Ática, pp. 134-138). Só em 1917 é que o futurismo português conhecerá uma efémera apoteose com a 1.a Conferência Futurista de 14 de maio de 1917,onde Almada lê o seu "Manifesto Futurista às gerações portuguesas do século XX", com a formação, por Almada e Santa-Rita, do Comité futurista de Lisboa e com a edição, em novembro, da revista Portugal Futurista,apreendida após o lançamento do seu número inaugural.

Fontes:Futurismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.A History of Graphic Design

wikipedia (Imagens)

File:Manifesti del futurismo.jpg

Manifesto Futurista?


1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insónia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostar-se diante do homem.

8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade omnipresente.

9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.

10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academia de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

Excerto do  manifesto Futurista de Filippo Marinetti

Arquivo: FilippoTommasoMarinetti.jpg
Filippo Marinetti
O Futurismo na Pintura?
                                                                                
 Umberto Boccioni, The City Rises
Umberto Boccioni - Riot in the Gallery

VÍDEOS



19
Out16

Um orçamento de esquerda?

António Garrochinho


Centeno diz que o OE 2017 é de esquerda. Não sei o que é esquerda para o ministro das finanças, mas  o  OE 2017,embora  seja melhor e mais justo do que os dos últimos 5 anos, talvez seja o possível, mas não é  obviamente de esquerda.
                        
clique no link a vermelho
E já agora, quando vemos estes escândalos, também não  podemos dizer, alegremente, que temos  um governo de esquerda. Temos, apenas, um governo mais justo do que o anterior.E isso, reconheça-se, já não é mau...

cronicasdorochedo.blogspot.pt
19
Out16

Antecâmara para uma cambalhota na história

António Garrochinho




por Amato
Os tempos políticos que correm são de um grande surrealismo e, passado o tempo conveniente para o podermos apreciar com uma certa distância, a sua natureza surreal, perplexa, é já indisfarçável, quer dizer, injustificável.

A direita teve razão quando se indignou com a solução parlamentar oferecida pela esquerda à governação PS. A direita, dentro e fora do PS, nunca pôde conceber tal solução e, portanto, nunca a conseguiu compreender e interiorizar, razão pela qual não lhe consegue oferecer uma resposta minimamente inteligível enquanto oposição. O máximo que Assunção Cristas e Passos Coelho conseguem é ensaiar uma débil posição de contraponto ao governo, criticando tudo o que acontece, com muito dramatismo, mas sem qualquer decalque com o real. E, depois, a memória ainda está bem fresca no povo. Ouvi-los criticar aumentos de impostos descredibiliza-os de uma forma tão definitiva que se torna num embaraço lamentável.

Não obstante, a direita tinha razão para se sentir como se sentiu. As razões são históricas e de prática política. O PS, tendo tido oportunidade para o fazer, sempre escolheu aliar-se à direita para formar soluções governativas de... direita. É factual. A exceção foi este governo.

Mas a situação é surreal não só pela história e pela coerência política, mas também pela prática concreta atual. Vejamos se me consigo explicar.

Olhamos para a proposta de orçamento de estado para 2017 e o que vemos? Melhor, o que vemos de esquerda? Concretamente, nada!

O aumento das pensões e o fim da sobretaxa são medidas que qualquer governo com uma certa razoabilidade e sentido de justiça poderiam tomar. Embora positiva, a reorganização fiscal operada, que coleta em potência exatamente os mesmos, também não. No que é o universo da esquerda, no que é a regulamentação do mercado de trabalho, a segurança dos trabalhadores, a distribuição da riqueza do país pelos portugueses... há apenas uma ténue medida de taxação aos imóveis de mais de seiscentos mil euros. É isso. Acabou. Tudo o resto, todo o lastro de desregulamentação, de destruição, do país nos anos de austeridade mantém-se perfeitamente intocado.

Honestamente, de que estamos nós concretamente a falar? É realmente surreal vermos a direita a criticar este governo quando, em bom rigor, o devia aplaudir de pé por ter conseguido o mais baixo défice da história democrática do país e, por seu turno, vermos a esquerda a apoiar e a constantemente argumentar desculpas para proteger este executivo, quando o devia estar a criticar ferozmente por, essencialmente, manter-se fiel à austeridade.

É evidente que a coisa política chegou a um ponto tão dramático, de clivagens tão profundas, em que a direita se extremou tão radicalmente, que obrigou a esquerda a aceitar um mal menor chamado governo PS. Entendo isso. Não deixo, contudo, de ter consciência dos conceitos em jogo. Esses não se alteraram. O vermelho não deixou de ser vermelho, nem o azul passou a ser cor-de-rosa. E a esquerda não está a apoiar um governo de esquerda. A esquerda está a apoiar um governo de direita e devia dizê-lo mais claramente e assumir um sentimento de alguma vergonha por isso mesmo. Ao meter-se em bicos de pés e ao não conseguir disfarçar um certo orgulho em medidas absolutamente frívolas como um aumento de dez euros nas pensões ou um desconto nos passes escolares dos estudantes do superior, está a colar-se a esta governação e a cada uma das suas consequências, boas ou más.

Vivem-se tempos políticos surreais, de facto. Veremos se todo este processo não conduzirá a transformações dramáticas dentro e fora destes partidos. Veremos se estes tempos não servirão como antecâmara para uma cambalhota na história.

portodeamato.blogs.sapo.pt
19
Out16

Campanha eleitoral nos EUA é uma catástrofe e vergonha global

António Garrochinho







Na terça-feira (18), a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou em seu pronunciamento perante estudantes do Instituto Aeronáutico de Moscou que, na sua opinião, a campanha eleitoral nos EUA não é digna do povo norte-americano.

Comentando a corrida presidencial de 2016 nos EUA, Zakharova lamentou que acusando Moscou de organizar ataques informáticos alegadamente com o objetivo de interferir na política norte-americana, Washington envolveu a Rússia na campanha pré-eleitoral.

"Dizem repetidamente que a Rússia realiza ciberataques contra certas estruturas norte-americanas", disse. Zakharova sublinhou que os EUA não apresentaram nenhumas provas de que os hackers envolvidos nos ataques têm relação com a Rússia. Na sua opinião, tal retórica antirrussa não é digna do povo americano. "Os EUA são uma grande potência, um grande povo, não há nenhumas dúvidas. Penso que esta campanha não é digna do seu povo. Como pessoa que lidou com tecnologias informacionais na universidade eu penso que esta campanha é uma catástrofe. <…> Penso que é uma vergonha global", disse Zakharova.

No início deste mês, o governo norte-americano declarou que está seguro de que a Rússia organizou ataques hacker contra responsáveis e organizações norte-americanos, dizendo que o vazamento organizado pela WikiLeaks foi autorizado pelo governo russo com a intenção de "interferir no processo eleitoral norte-americano".

Por seu turno, Moscou nega as acusações. O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que estas acusações são absurdas, dizendo muitos dos ciberataques que a Rússia enfrenta todos os dias podem ser atribuídos aos EUA mas que a Rússia se abstém de tais declarações.

Sputniknews
www.marchaverde.com.br
19
Out16

Temer sonha com 2018. Cadê a pinguela?

António Garrochinho



Por Altamiro Borges





Já que a mídia brasileira perde celeremente a sua credibilidade, um artigo publicado no jornal argentino Clarín nesta segunda-feira (17) promete agitar os bastidores do covil golpista em Brasília. Segundo o diário, o usurpador Michel Temer não descarta mais concorrer à presidência da República em 2018. O jornal ouviu algumas pessoas próximas ao Judas, que afirmam que ele será candidato à reeleição “se a economia decolar”. A reportagem lembra que até recentemente o peemedebista negava terminantemente a possibilidade de disputar o pleito. Ele receava que esta ideia implodisse o pacto mafioso que se formou para viabilizar o “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma, dificultando ainda mais a sua gestão ilegítima. Agora, porém, ele já não guarda mais segredo para o seu entorno que sonha em continuar no Palácio do Planalto.

Logo que assumiu a interinidade, em maio passado, alguns integrantes do seu “ministério de notáveis” corruptos defendeu abertamente esta alternativa. De imediato, ela foi bombardeada pelos caciques do PSDB, partido que se considera o principal líder da conspiração golpista e natural sucessor no trono. O cambaleante Aécio Neves até chegou a ameaçar com a implosão da frágil aliança, afirmando que os tucanos não participariam do ministério golpista. José Serra, seu rival no ninho, não deu ouvidos para as bravatas do senador mineiro e logo topou virar “chanceler” – apesar da sua conhecida truculência diplomática. A rinha tucana assustou o Judas Michel Temer, que fez questão de desautorizar os seus afoitos capachos do PMDB e garantiu que não seria candidato em 2018. Demagogo e cínico, ele disse que o seu único desejo “é salvar o Brasil da crise”. 

Nos últimos dias, porém, cresceram as especulações de que o Judas Michel Temer mudou de plano e já encara o desafio de trair seus aliados de conspirata. Durante a reunião do Brics na Índia, nesta semana, o usurpador negou qualquer acordo prévio com os tucanos para o pleito de 2018. “Nós não temos nenhuma intenção de fazer aliança com o PSDB”, afirmou em entrevista coletiva. Para ele, as especulações sobre este acordo “são extremamente prematuras”. No mesmo rumo, o ministro Geddel Vieira, braço direito do golpista e famoso lobista do PMDB, descartou qualquer casamento por encomenda. “Primeiro nós temos que resolver os problemas do país, antes de pensar nos processos da eleição”. Agora, o jornal argentino Clarín garante que o usurpador não está disposto a entregar a rapadura e pretende disputar a presidência em 2018. 

Qual será a reação do PSDB nas próximas semanas? Em recente entrevista, o grão-tucano FHC afirmou, de forma deselegante, que Michel Temer seria “apenas uma pinguela”. Que seu papel era exclusivamente o de bancar as “medidas impopulares” para enfrentar a crise econômica para, na sequência, deixar o Palácio do Planalto com a sensação de dever cumprido. A tese sociológica do “príncipe da Sorbonne” evidentemente não agrada a gulosa cúpula do PMDB – o que talvez explique as recentes insinuações de Michel Temer e até mesmo a estranha reunião com FHC, em pleno feriado da semana passada, no Palácio do Jaburu. Os peemedebistas não estão dispostos a fazer o trabalho sujo – impondo várias maldades à sociedade brasileira – para depois entregar de mão-beijada o trono aos caciques do PSDB. 

Ou seja: a guerra fisiológica entre peemedebistas e tucanos se aproxima do seu momento de maior tensão, o que pode implodir o pacto mafioso que viabilizou o “golpe dos corruptos” contra a democracia brasileira. A conferir!
19
Out16

PSD, CDS-PP e os pobrezinhos: tão amigos que nós somos!

António Garrochinho

As declarações do PSD e do CDS, feitas ontem a propósito do Orçamento do Estado, revelam o maior descaramento e falta de vergonha de quem se mostrou insaciável no roubo aos trabalhadores e aos reformados.
Os partidos da direita aparecem agora como os grandes defensores dos mais pobres e dos mais desfavorecidos, depois de os terem esmifrado durante quatro anos de governação.
As declarações do PSD e do CDS-PP, feitas ontem a propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2017, revelam o maior descaramento e falta de vergonha de quem, ao longo de quatro anos, se mostrou insaciável no roubo aos trabalhadores e aos reformados. Os mesmos que agora, demagogicamente, se põem em bicos de pés em defesa da chamada classe média que quase deixaram na penúria, quando foram empurrados para fora do governo.
Uma direita que, entre outras malfeitorias, se propunha manter a Sobretaxa do IRS e os cortes nos salários da Administração Pública e que, segundo os dados estatísticos da União Europeia, conduziu Portugal para uma situação tal que, em 2014, um em cada cinco portugueses estava em risco de pobreza. Para não falarmos no grande embuste que foi o compromisso de haver devoluções aos contribuintes, caso a receita fiscal no IVA e no IRS ficasse acima do que tinham projectado. Uma mentira que PSD e CDS-PP alimentaram até às eleições, quando se confirmou que, ao contrário de números sucessivamente avançados durante meses, não haveria devoluções para ninguém.
Não deixa mesmo de ser ridículo o desafio do CDS-PP ao PCP e ao BE para apoiarem a sua proposta de aumento das pensões mínimas. Nem se percebe bem o alcance deste desafio feito aos comunistas, dado que estes defenderam e continuam a defender um aumento de dez euros para todas as pensões.
Aliás, provavelmente o PS e o BE não iriam além da aplicação da lei de 2006 a que corresponderiam aumentos nas pensões do regime contributivo de 0,7% para pensões até 633 euros, de 0,2 para pensões entre os 633 e os 2532 euros, ficando as pensões acima deste valor sem aumento. Ora, a teimosia dos comunistas nesta matéria permitiu que fossem já atingidos, para o regime contributivo, um aumento extraordinário de dez euros para as pensões até 633 euros e de 0,7% até 844 euros (e não de 0,2% para aquelas entre os 633 e os 844 euros, como previsto na lei de 2006), incluindo todas as pensões que tenham, no mínimo, quinze anos de carreira contributiva.
Depois, andam à procuram de medidas para combater a elevada abstenção, como a que aconteceu no passado domingo nos Açores, e de justificações para aquilo a que chamam afastamento dos portugueses da política. E que tal saírem do pântano da mentira e da mistificação em que vivem, falarem verdade aos portugueses e cumprirem o que prometem. Talvez não fosse má ideia!

www.abrilabril.pt
19
Out16

Um OE tranquilo

António Garrochinho


Conseguir acomodar as artimanhas fiscais montadas pelo CDS de Paulo Núncio par falsear os resultados das execuções orçamentais de 2015, levar a fundamentalista Teodora Cardoso a admitir que a execução orçamental de 2016 está a correr bem, conseguir levar o ano até ao fim sem orçamentos rectificativos era algo em que ninguém acreditava. 

Conseguir tudo isto sem dramas, sem medidas de austeridade sob a ameaça dos papões internacionais e os conselhos do avô Boca Doce do Banco de Portugal, repondo a legalidade constitucional que determinava a reposição de direitos abusiva e ilegalmente retirados era par muitos difícil. 

Mas conseguir tudo isso e propor um OE para 2017 com o mais pequeno défice da história da democracia era impossível, tanto mais que os acordos que viabilizaram a geringonça nada assumiam em relação aos anos posteriores a 2016. Mas não só isso foi possível, como sucedeu sem dramatismos e com negociações aparentemente tranquilas. 

Conseguiu-se um défice de 1,7% sem “desvios colossais”, sem medidas “robustas”, ou sem colossais aumentos de impostos. Sucedeu de forma tranquila, gerindo os recursos escassos para distribuir sacrifícios de forma mais justa e promovendo alguma justiça social. Um OE com um défice de 1,7%, que obriga a cortes substanciais na despesa pública nunca seria um orçamento de fartura, de grandes aumentos de vencimentos ou de pensões.

Mas a justiça não se faz apenas distribuindo muito, faz-se também distribuindo de forma justa o pouco que há para distribuir e o muito que há para cobrar. Distribuiu-se o pouco que havia por aqueles que foram injustamente sacrificados e repartiram-se os sacrifícios de forma equitativa, não esquecendo os mais ricos, como sucedeu no passado. 

Há quem diga que o OE não promove o crescimento, mas esse argumento é cínico quando tem como pressuposto que o crescimento depende da injustiça social. Os que dizem isso consideram que cobrar impostos aos ricos é impedir o investimento, enquanto cortar no rendimento dos mais pobres é ser austero e rigoroso porque com consumo dos que trabalham é um custo para a sociedade. Mais lucros significam crescimento, mais bem-estar social é a desgraça nacional.

Bem tentam encontrar argumentos, os que promoveram muitas dezenas de mexidas nos impostos estão agora preocupados com a instabilidade fiscal, os que revelaram um total desprezo pelos pobres estão muito incomodados com as pensões mais baixas, os que ridicularizaram o ministro da Economia da direita Álvaro Santos Pereira quando este pediu medidas para o crescimento estão agora muito empenhados em promover o crescimento, os que transformaram os pilares das pontes em construção em bases de ninhos de cegonhas defendem agora o investimento.

jumento.blogspot.pt

19
Out16

ARÁBIA SAUDITA EXECUTA PRÍNCIPE

António Garrochinho



Arábia Saudita executa príncipe acusado de matar homem em briga O príncipe Turki bin Saud al-Kabir foi condenado à morte depois de a família da vítima se recusar a um acordo de compensação


VÍDEO

ovoodocorvo.blogspot.pt

19
Out16

Solidariedade «enorme» de Olhão deu em 2 toneladas de ração para animais abandonados

António Garrochinho


«Esta não é uma cidade rica, mas ao nível do voluntariado e da solidariedade é enorme», considerou Célia Caravela,a presidente da Associação de Defesa de Animais e Plantas de Olhão , enquanto olhava para as quase duas toneladas de ração que alunos do agrupamento João da Rosa, em Olhão, angariaram ao longo de duas semanas, para oferecer à ADAPO.
Sacos grandes, outros mais pequenos, latas de comida e até sacos de plástico cheios de ração amontoaram-se esta terça-feira no recreio da EB 2,3 João da Rosa, onde foi mostrado o resultado desta ação solidária, promovida pela associação de pais deste agrupamento, em parceria com as escolas e com apoio da Junta de Freguesia de Olhão e dos cinemas do Ria Shopping.
Também presente esteve a turma do 3º AC da Escola EB1 da Cavalinha, que foi aquela que mais alimentos ofereceu. Como prémio, receberam uma ida ao cinema, bem como alguns momentos de “fama”, já que vão aparecer nos jornais e na televisão. E houve alguns que se preparam a rigor, não faltando alunos de gravata e até de laço.
No final, a responsável Célia Caravela não escondia a sua satisfação e até orgulho pela generosidade dos mais pequenos. «Não me espanta esta solidariedade, pois estes miúdos são fantásticos. Já nos tinha acontecido algo semelhante com os alunos da Alberto Iria, agora voltou a acontecer. Portanto, já espero deles esta resposta», disse.
«É uma ajuda muito grande, apesar de, com as necessidades que temos, se gastar depressa. Penso que a comida de cão dará à vontade para três meses. Já a de gato, tendo em conta que temos de alimentar 150, é capaz de não durar tanto tempo», considerou.
Certo é que esta é uma ajuda preciosa, já que «evitamos gastar dinheiro em alimentação, que podemos pagar aos veterinários, já que as nossas dívidas são elevadas».
Também Zaida Capitão, da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento João da Rosa, se mostra orgulhosa da generosidade dos alunos. «Estão todos de parabéns, porque fizeram um grande esforço de angariação, mesmo aqueles com mais dificuldades financeiras. É muito interessante e deverá ser marcante para os alunos saber que estão a ajudar animais abandonados, que precisam do seu auxílio», disse.
Houve, de resto, um grande entusiasmo à volta desta recolha de alimentos, por parte dos alunos. Até porque havia o aliciante da ida ao cinema, em grupo. «Notou-se muito esse entusiasmo. Eu até nem esperava que houvesse tanto, este volume final de alimentos recolhidos é impressionante», confessou o diretor do agrupamento João da Rosa Luís Felício.
Foi junto ao impressionante monte de comida para cão e gato que os alunos do 3º AC da Cavalinha receberam das mãos do presidente da Junta de Olhão Luciano Jesus o bilhete simbólico que os levará a ver o filme «As Cegonhas», que estreou recentemente.
«Nós, desde que fomos abordados pela associação de pais, disponibilizámo-nos a ajudar, imprimindo os livros que foram distribuídos [durante sessões de sensibilização no Dia Mundial do Animal]. Também já me ofereci para arranjar transporte para tamanha quantidade de alimentos, se for necessário. Este é um motivo de orgulho para todos nós», assegurou Luciano Jesus.












www.sulinformacao.pt
19
Out16

A Guerra dos mídia a nível global

António Garrochinho




CLIQUE NO LINK (AQUI) A VERMELHO
Fim da farra, Tio Sam!”(aqui) por Dilip Hiro


(extrato)
«Durante a visita de Putin à China, em junho, Xi falou a favor de estreitarem-se as relações de cooperação entre as respetivas agências de notícias, de modo que os dois países possam “aumentar a influência” de suas mídias sobre a opinião pública mundial. Essas agências noticiosas já obtiveram avanços significativos no fluxo global de comunicação. Na China, a Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão iniciou seu projeto de “expandir-se para o exterior” já em 2001, com a China Central Television. Em 2009, os setores de transmissão em idiomas estrangeiros já distribuíam programas para todo o planeta — em árabe, inglês, francês, russo e espanhol.
Em 2006, Putin inaugurou a Russia Today (RT) como um braço da TV-Novosti, organização autónoma sem finalidades de lucro, financiada pela agência de notícias da Rússia, RIA Novosti, com orçamento de US$ 30 milhões. Constituiu-a com mandato para expor o ponto de vista russo oficial sobre eventos internacionais. Desde então, a RT International distribui boletins de notícias 24 horas por dia: documentários, programas de entrevistas, debates, noticiário esportivo e programação cultural em 12 idiomas, dentre os quais inglês, espanhol, hindi e turco. A RT America e a RT Reino Unido transmitem noticiário de conteúdo local desde 2010 e 2014 respetivamente.
Com orçamento anual de US$ 300 milhões em 2013-2014, RT ainda fica atrás do BBC World Service Group, com seus US$ 367 milhões de orçamento e noticiário em 36 idiomas. Durante uma visita aos moderníssimos estúdios da RT em Moscou em 2013, Putin conclamou os funcionários a “romper o monopólio anglo-saxão sobre os fluxos globais de informação.”»


Via: GPS & MEDIA http://bit.ly/2e54lmK
19
Out16

Simuladores para cálculo da pensão

António Garrochinho



Simuladores para cálculo da pensão
Eugénio Rosa1

«Só foi publicada em 7.10.2016 a Portaria 261/2016, com os coeficientes de revalorização dos salários que servem para cálculo da pensão na Segurança Social e para o cálculo da pensão de aposentação da CGA.
Apesar de ter sido publicada só em Outubro, de acordo com o seu artº 4º, esta Portaria tem efeitos a partir de 1.1.2016. Portanto, todos os trabalhadores que se reformaram ou aposentaram em 2016 devem pedir à Segurança Social ou à CGA o recálculo da sua pensão pois estão receber pensões inferiores às que têm direito.
Para além disso, atualizei já com base na Portaria 261/2016, os simuladores para cálculo da pensão da Segurança Social em 2016 e em 2017, porque em 2017 as regras de cálculo da pensão vão mudar, e para cálculo da pensão de aposentação em 2016. 

Na impossibilidade de responder individualmente a cada um decidi, com o objetivo de os ajudar a calcular a pensão a que têm direito, disponibilizar três simuladores - UM SIMULADOR PARA CÁLCULO DA PENSÃO DA SEGURANÇA SOCIAL EM 2016, UM SIMULADOR PARA CÁLCULO DA PENSÃO DA SEGURANÇA SOCIAL  EM 2017, E UM SIMULADOR PARA CÁLCULO DA PENSÃO DE APOSENTAÇÃO EM 2016 - para assim cada trabalhador poder calcular, ele próprio, a sua pensão que, embora seja um valor indicativo, no entanto  o ajuda a  tomar uma decisão fundamentada relativamente a uma matéria com consequências em toda a sua vida futura, como é o valor da pensão

ocastendo.blogs.sapo.pt
19
Out16

A CRISE AUSTERITÁRIA E A QUADRATURA DO CÍRCULO – REFLEXÕES SOBRE A CRISE DA ECONOMIA, DO PENSAMENTO ECONÓMICO E DA DEMOCRACIA – TEXTOS DE REFERÊNCIA PARA ENTENDER A REALIDADE PRESENTE – B) BILL MITCHELL. 4. ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A SUSTENTABIL

António Garrochinho

By joaompmachado



Obrigado ao blog do tirloni.




Selecção e tradução de Júlio Marques Mota


Bill Mitchell, Fiscal Sustainability

Modern Money Mechanics, 1 de Novembro de 2010



Algumas questões sobre a sustentabilidade da dívida





Um companheiro ligado ao neo-liberal  American Enterprise Institute, Desmond Lachman, também não é capaz de se reconciliar  com os termos da  essência de um sistema monetário de moeda fiduciária. Disse ao National Journal:

A OCDE define utilmente a política orçamental  de um país para ser sustentável, se se   pode considerar  que o governo pode ser capaz de continuar a responder ao seu serviço da dívida sem uma correção futura irrealisticamente grande para o equilíbrio da suas receitas e despesas.  À luz desta definição, parece que a proposta de orçamento de Obama levanta  pois grandes questões em termos de sustentabilidade orçamental  para os Estados Unidos.

Nota: a taxa de desemprego dos EUA está acima de 9 por cento e a subir. Enquanto a expansão do  défice   está a começar a  dar alguma sustentabilidade à  economia dos EUA ele é até ainda  pequeno em relação ao PIB para seriamente responder ao objectivo público  da  redução do desemprego. Onde é que se faz menção a isto na conceptualização da sustentabilidade orçamental?

Dica:  o colocar como exigência o bem público  é outra componente do que “sustentabilidade orçamental ” significa. Nenhum de nós  pode defini-la nos  seus próprios termos contabilísticos  – um valor, qualquer que ele seja, relativamente ao PIB , ou uma coisa qualquer que seja .

Mas  voltemos a Lachman. Um governo soberano não enfrenta nenhum problema de solvabilidade. De igual modo,  não tem que passar pela  lógica neoliberal que o restringe a  um agregado familiar – essa lógica funciona como se segue – se nós agora gastamos mais do que os nossos rendimentos  temos que contrair um empréstimo na diferença. . Para pagar o empréstimo feito,  temos que nos  assegurar de que nós iremos ter no futuro  rendimento para o pagar.  Se nós pedimos um empréstimo demasiado elevado  defrontar-nos-emos com grandes ajustamentos sobre as nossas receitas e despesas e nós podemos ter que seriamente deixar de fazer a despesa e deferi-la para mais tarde.

É esta  a lógica que as famílias  têm que considerar dia a dia . Têm que financiar cada $ que gastam e assim é-lhes exigido o planeamento para se assegurarem de  que “não dão cabo dos seus cartões de crédito”! Mas essa lógica não se aplica a um governo soberano. Podem gastar agora (mesmo se emitem simultaneamente dívida  –  lembro aqui  que isto não tem nada a ver com o  financiamento da despesa). Podem igualmente gastar mais tarde assim como podem fazer a dívida e pagar depois   sem comprometer coisa nenhuma.

Podem os volumes de dívida serem tão  grandes que já não haja nenhum espaço para “gastar” noutras  coisas? Note-se que  a questão não é se eles já não têm  capacidade para gastar noutras coisas. A ideia é então de  que os pagamentos do serviço da dívida se tornariam  tão grandes que não haveria mais “espaço” para  gastar (presumivelmente porque a diferença entre a despesa efectiva e a potencial (máxima) é já nula !). Primeiro, as fugas  do sistema vindas da  despesa impedirão  que isto aconteça – os impostos, a poupança e as  importações. Em segundo lugar, se por algum motivo  o governo não deseja essa posição basta-lhe então deixar de estar a emitir dívida ! Paragem  total.

Lachman coloca na lista  quatro “separadas questões mas na verdade inter-relacionadas que agora deveriam estar a ser levantadas como  bandeiras vermelhas sobre a sustentabilidade orçamental   como problema ” nos Estados Unidos. As mesmas questões são geradas pelos nazis do  défice em todos os lugares. Elas são:

A trajectória do défice: de quanto aumentará o défice  e quanto tempo  se  levará para assumir uma posição de  excedente?

O nível da dívida pública: qual a percentagem da dívida pública/PIB que é aceitável? Os conservadores citam frequentemente os critérios de Maastricht que fazem  parte do ridículo Pacto de Estabilidade e Crescimento , (PEC) e servem  de base para a zona euro e que curiosamente são eles a garantir   que os governos da zona euro  serão forçados  persistentemente a altos níveis de desemprego para os seus infelizes cidadãos – tudo isto  em nome da prudência orçamental . Pense-se nisto.  De qualquer forma, Lachman cita os critérios – dívida/PIB abaixo de 60 por cento, como o “limite prudente para a dívida pública”.

Ainda outros  desafios orçamentais  de mais  longo prazo: o falso problema entre as gerações, com o qual nos tentam dizer   que o “envelhecimento da geração do baby boom” vai forçar a enormes  e insustentáveis défices e níveis de dívida pública para as gerações futuras e que assim este ameaça a solvabilidade  dos sistemas de saúde e de  segurança social.

A elevada proporção de financiamento estrangeiro no orçamento: Lachman diz: “parece temerário esperar que os estrangeiros  financiem indefinidamente os enormes défices públicos, especialmente quando eles já se estão a  manifestar com preocupações sobre as questões de sustentabilidade”.

Estas são as quatro questões principais que caracterizam  o debate público sobre a condução da política  orçamental   do governo. São todas elas concepções de  “padrão ouro”  de quem coloca a cabeça na areia sob  os alegados constrangimentos  que pelo governo  enfrentam  os governos  soberanos– seja nos EUA ou seja na Austrália ou no  Japão ou maioria em quase todos os outros países.

Primeiramente, o Pacto de Estabilidade e Crescimento é  uma regra voluntariamente-imposta sobre os governos anteriormente soberanos e imposta  por eles mesmos como uma maneira de lhes permitir  a entrada no Euro.  Cada um dos leitores pode gostar de voltar atrás e gostar de ler o meu texto  – Social security insolvency 101 – para compreender  melhor o dilema da zona euro.

Se eles estão obcecados assim com uma moeda única  e um banco central único banco  (BCE) e, consequentemente, com uma única política monetária, então é certo que os  países da zona euro cederam igualmente de forma voluntária as  suas capacidades orçamentais  a um único corpo unificado – talvez ao Parlamento Europeu.  Qualquer que seja a entidade a tomar a responsabilidade da  política orçamental  é uma questão distinta, e há  posições  diferentes sobre ela. O que se deve aqui sublinhar  é que o acordo a que chegaram levou a que os países  conservam as responsabilidades orçamentais  individualmente,  cedendo a capacidade da política monetária ao BCE e isto é  um resultado sem-sentido. Então tiveram que artificialmente forçar a sua capacidade orçamental  individual com o medo   que a Itália ou a Espanha  desejassem  sair à força  (realmente  a quererem ajudar os  seus cidadãos a evitarem o desemprego e a pobreza ou ainda  o que quer que seja!). O pacto foi violado mas sim pelas  economias europeias mais fortes (Alemanha).

Mas esta regra dos  60 por cento não tem nenhum fundamento em teoria económica. É uma relação arbitrária, desprovido de conteúdo económico.  Ela  não pode ser representada como “prudente” seja de que forma for,  dada a sua natureza ad hoc, apesar da autoridade que a maioria dos economistas  lhe atribui . É uma invenção! Além disso, qualquer rácio da  dívida pública/PIB   falha o ponto essencial – e é a questão que dever ser posta  – qual é o objectivo  público  que a está a ser alcançado   com o  défice ? E porque é que uma dada  e qualquer emissão de dívida pública   não é constrangida pelas receitas públicas

Dica: não vamos encontrar e uma definição de “sustentabilidade  orçamental” conceptualizada a partir de  algum nível do rácio dívida pública/PIB.

Em segundo lugar, para se  entender a “trajetória do défice”, cada um de nós tem  que entender porque é que se  altera o saldo  orçamental. Duas coisas podem estar na base destas  mudanças: (a) o trabalho dos  estabilizadores automáticos funciona contra a dinâmica do ciclo de actividade para as configurações existentes de política económica – então quando a actividade económica  entra em recessão, os estabilizadores automáticos fornecem estímulos– rendimentos em baixa  e   aumento de pagamentos em termos de Segurança Social – e  tenta-se assim  evitar entrar na recessão.-  O oposto acontece quando a economia fica robusta.  Muito da mudança nos saldos orçamentais por todo o  mundo neste momento – que é o caminhar-se para grandes défices  (ou no caso da Austrália é a passagem de  excedente  para défice) reflete o trabalho desses estabilizadores; e (b) alterações discricionárias nas   políticas também irão alterar os saldos orçamentais   quando as contas são feitas.  Assim, os programas de aumento da despesa negligenciados pelos neo-liberais obcecados  com os excedentes aumentará a despesa líquida (os défices)  devido aos  impactos dos estabilizadores automáticos.

Devemos preocupar-nos  com  estas mudanças discricionárias ? Tudo depende. Se a economia está em plena capacidade (2 por cento desemprego e o subemprego zero) então não seria sensato para o governo nacional estar a aumentar os seus défices   gastando mais e a não fazer nada mais, porque a procura  nominal adicional irá certamente forçar  a economia para além da sua real capacidade de resposta. Então  começa-se a caminhar para a inflação .

Observe que eu qualifico isto dizendo e ” nada mais”. O governo nacional pode decidir que quer expandir a importância do sector público em relação ao sector privado da economia numa economia de pleno emprego como um objetivo político. Isso seria um objetivo perfeitamente razoável – querer expandir os bens e serviços públicos em detrimento de bens privados e serviços privados, se  isto reflete   o sentimento político da população . Como um aparte, isto seria uma opção política. Não há nada, mesmo nada, na  teoria económica que nos diga  seja o que for sobre a dimensão desejável do sector público  na economia global, apesar daquilo de que o lobby dos defensores  de um  governo pequeno nos quer fazer crer. Repito: não há mesmo nada  A dimensão ideal de governo é sempre uma decisão política (e de escolha).

Bem, nesse caso o governo poderia continuar a aumentar a despesa líquida – para comandar uma maior  parcela dos recursos totalmente utilizados  – mas ao mesmo tempo teria que aumentar os impostos para drenar alguma capacidade de despesa do setor privado. Note-se que a subida dos imposto não é um  financiamento público de uma despesa adicional  que não está limitada  pelas receitas. Ao invés disso, os impostos são uma maneira do governo poder diminuir a capacidade de despesa ao  setor não-governamental para que possa assim  comandar uma  maior utilização dos recursos finitos disponíveis.

Observe também que esse cenário é basicamente irrelevante quanto à economia estar ou não estar a trabalhar  abaixo da capacidade total.

Dica: a sustentabilidade orçamental  está diretamente relacionada com a extensão a que os recursos do trabalho são tomados em conta para a economia. O objetivo é gerar o pleno emprego.

Em terceiro lugar, como nós analisámos anteriormente  – veja-se o meu texto   – The Future Fund scandal  entre outros.

O problema  é que não há nenhuma uma crise económica entre gerações  a menos que nós  tenhamos falta de bens e serviços  e a população futura estiver forçada a viver com  menos  que as gerações anteriores.  Não há nenhuma limitação financeira sobre um governo soberano que que quer fornecer  a segurança social e os cuidados médicos adequados aos seus  futuros residentes. Pode ser politicamente difícil fazê-lo  se, digamos,  as gerações mais novas querem mais bens e serviços à sua disposição do que na estrutura produtiva existente é possível, o que poderia  excluir  a possibilidade de os  tornar disponíveis  por incapacidade de reproduzir as condições que os torne possíveis. Mas isso não  é um problema económico mas uma questão de  solvabilidade pública.

Dica:   o conceito de sustentabilidade orçamental não é definido em termos de qualquer noção de solvabilidade  pública. Um governo soberano é sempre solvente (a menos que ele escolha  por razões políticas, não o  poder ser!).

Em quarto lugar, a questão externa é totalmente irrelevante. O governo chinês pode deter  muitos dólares e também muita  dívida pública no presente. Onde  é que  eles conseguiram os dólares? Do governo dos EUA! Como é que o  conseguiram? Venderam o material para os EUA (exportações) em  maiores quantidades   do que os EUA lhes venderam  a eles produtos americanos   (importações). Quem ganhou? Os cidadãos dos EUA  puseram   menos  (renunciaram) bens e serviços,  que poderão  antes ter  consumido,   sobre os  navios que enviaram    para a China do que os chineses colocaram nos  navios que  enviaram para os   EUA. Mais bens  e serviços  em termos líquidos foram então enviados  para os EUA. Parece que os EUA estão  a fazer bem agindo desta forma .

Nós temos de estar sempre a  lembrar  que as exportações são um custo, e as importações são um benefício, não o contrário! Os chineses (e qualquer entidade estrangeira) podem querer  manter activos financeiros denominados em dólares dos Estados Unidos como uma sua escolha voluntária. Na maior parte é para manter o valor das  suas moedas subavaliadas, porque eles acham que exportar muito  da  sua riqueza (recursos) é bom. Bem, enquanto eles pensam que dando na verdade mais  bens e serviços em termos líquidos  é bom, eles então  vão continuar desejar  acumular USD e outros activos financeiros em moeda estrangeira. Quando eles decidem não  continuar a fazer isto  então deixarão de exportar ao mesmo nível que têm estado a fazer  e a moeda dos EUA vai perder um pouco do seu valor  e os americanos terão de enviar relativamente mais  bens e serviços do que o tinham feito no passado para  a China. Por  outras palavras, a festa vai acabar para os EUA, mas isso significa apenas ajustamentos marginais no esquema das trocas internacionais . O céu não vai cair sobre a cabeça dos  americanos!

Além disso, como é que podemos dizer que os chineses estão a  “financiar ” as despesas públicas americanas? O governo dos EUA, a última vez que vi  (agora mesmo !) gasta em dólares. O  monopólio de emissão  dólares americanos é do governo americano. O governo chinês não emite dólares americanos. Para os terem, isto requer que os americanos os gastem primeiro, antes que os chineses os  possam  obter.  Isto mostra como é que a lógica neoliberal  está cheia de falta de sentido e é claramente absurdo pensar   o contrário do que afirmamos.

Conclusão: Lachman não entendeu nada de como funciona a economia.

Dica:  o conceito de sustentabilidade orçamental não incluirá  nenhuma  noção de limites de “financiamento” estrangeiro nem nenhumas   preocupações estrangeiras sobre a solvabilidade  do governo soberano.

Fim da parte 1

Bem,  ficamos hoje por aqui.  Amanhã, na parte 2 (a menos que nos falhem alguns dados principais !) continuaremos a analisar  o que os outros pensam sobre esta questão e tentaremos igualmente avançar no sentido de  obtermos uma definição de sustentabilidade orçamental que esteja assente  numa compreensão  detalhada de como  funciona o sistema monetário  fiduciário  moderno.

________

Ver o original em:

https://modernmoney.wordpress.com/2010/11/01/fiscal-sustainability-101-part-1b/

aviagemdosargonautas.net
19
Out16

XENOFOBIA INGLESA ASSUSTA, por LUIZ EÇA

António Garrochinho


By joaompmachado

OBRIGADO A LUIZ EÇA, OLHAR O MUNDO E CORREIO DA CIDADANIA



Livre das amarras humanistas que prendiam seu país à União Europeia, ela começou declarando seu país fora da Convenção de Direitos Humanos europeia. Depois de mostrar seu lado desumano, o governo May mostrou ser também xenófobo. Através da secretária do Interior, Amber Rudd, o governo propôs que se encorajassem os empresários a admitirem funcionários ingleses.

Com o brexit, os conservadores ingleses estão mostrando sua verdadeira face. Primeiro escolheram como líder e primeira-ministra a Sra. Teresa May, notória defensora da saída inglesa da União Europeia.

Como secretária do Interior do governo Cameron, ela já tinha mostrado suas ideias linha-dura, que a qualificam como uma segunda Margareth Thatcher.

Livre das amarras humanistas que prendiam seu país à União Europeia, ela começou declarando seu país fora da Convenção de Direitos Humanos europeia.

Segundo sua apresentação na recente Conferência do Partido Conservador, os militares ingleses não estarão mais sujeitos à punição por infrações aos Direitos Humanos, como vinha acontecendo no país.

Depois de mostrar seu lado desumano, o governo May mostrou ser também xenófobo.

Através da secretária do Interior, Amber Rudd, o governo propôs que se encorajassem os empresários a admitirem funcionários ingleses.

Informou que estariam em estudos medidas para levar as empresas a elaborarem listas de funcionários estrangeiros, tendo em vista sua substituição – talvez gradativa – por funcionários ingleses.

A Sra. Rudd suavizou sua ideia, insistindo que “não era algo que definitivamente resolvemos fazer”.

Mas deixou claro que bem poderia ser implantado, depois de discussões.

Chocado com a apresentação da Sra. Rudd, Tim Farron, líder dos liberais-democratas, chamou as novas propostas de “uma política mesquinha e nojenta, que merece ser jogada numa lata de lixo.

Mas, Teresa May não seguiu seu conselho. elo contrário, reforçou o caráter xenófobo do seu governo como fez no programa BBC Breakfast.

Perguntada se ela garantia a permanência dos médicos estrangeiros no Serviço de Saúde Inglesa, ela respondeu de modo ambíguo: “sim. Teremos aqui equipes (médicas) do exterior num período interino, até que, mais tarde, exista um número suficiente de médicos ingleses capazes de serem treinados e ingressarem no serviço em condições de serem capazes de trabalharem em nossos hospitais”.

Portanto, quando essa data chegasse, os médicos estrangeiros seriam despedidos – talvez com um agradecimento da primeira-ministra ou mesmo uma medalha – e encaminhados para as filas dos desempregados ou talvez de volta a seus países de origem.

Todas estas propostas são claramente xenófobas, com grandes chances de serem adotadas por figuras como madame Le Pen e Nigel Farage (UKIP), caso seus partidos de extrema-direita racista cheguem ao poder.

Novamente, vozes de ingleses que prezam as tradições liberais e igualitárias do Reino Unido se fizeram ouvir.

Nicola Sturgeon, a primeiro-ministro da Escócia, escreveu no Twitter: “A arrogância destas decisões do governo do Reino Unido é espantosa… Como se ele estivesse fazendo um favor a esses doutores, permitindo que ganhem a vida aqui”.

A parlamentar trabalhista Tulip Siddiq comparou a nova política ao controverso “vão pra casa vans” (apelido depreciativo) infringido aos imigrantes ilegais, lançado por Teresa May quando era secretária do Interior, descrevendo-a como ”vergonhosa e perigosa”.

Até uma conservadora, a parlamentar Sarah Wallonston, embora aplaudindo o aumento dos centros de treinamento hospitalar de novos médicos, tuitou que “seria melhor para Teresa May que ela inequivocamente recebesse bem nossas valiosas equipes de saúde do exterior. Todos nós nos beneficiamos dos seus talentos”.

Pergunta-se: o que estarão estas pessoas fazendo na Inglaterra da Magna Carta, primeira lei protegendo os cidadãos contra as exações reais; de Darwin; de Florence Nightingale; de Bertrand Russell e de tantos outros que tanto fizeram pela humanidade?

Ao assistir pela TV estes devastadores pronunciamentos de Teresa May e seguidores, parece sentir-se ao longe a aproximação de botas pesadas martelando as ruas, ao som do “Horst Wessel Lied”, daqueles grupos conscientes, ou não, da perversidade intrínseca da xenofobia.

aviagemdosargonautas.net
19
Out16

Cartazes. Quando os homens tinham medo da luta das mulheres e as atacavam com cartazes

António Garrochinho

Quando as mulheres começaram a lutar pelo seu direito ao voto, eles reagiram. Com cartazes assustadores sobre o perigo da emancipação feminina.  Ui, o medo que eles tinham

Reza a lenda que, antigamente, as mulheres de Ática tinham direitos iguais aos dos homens na hora de votar. Mas quando Cécrope I subiu ao trono grego, algo de estranho aconteceu: surgiu na região uma oliveira e uma fonte. Intrigado, o rei refugiou-se num oráculo de Delfos em busca de respostas e obteve-as: a oliveira simbolizava a deusa Minerva e a fonte simbolizava o deus Neptuno. Os homens e mulheres de Ática deviam escolher um deles para dar novo nome à cidade. E assim foi: as mulheres votaram em massa em Minerva e os homens em Neptuno. Minerva ganhou por apenas um voto. E Neptuno ficou tão furioso que levantou ondas gigantes sobre a cidade. Para acalmar o deus, as mulheres sacrificaram-se em nome da segurança da cidade: deixariam de ser chamadas atenienses, nenhum dos seus filhos receberia o nome da mãe e deixariam de votar.

Infelizmente, a realidade é muito parecida com as histórias mitológicas. O afastamento da mulher das decisões sociais é milenar: até na Grécia Antiga, berço da democracia, elas ficavam longe das urnas. Só mesmo depois da Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, é que o ativismo levou muitas mulheres a procurarem aproximar os seus direitos aos dos homens.

Quando a Nova Zelândia se tornou no primeiro país a garantir o sufrágio feminino (graças à luta de Kate Sheppard), outros países do Ocidente viveram nas ruas a luta pelo sufrágio feminino, com especial destaque para o Reino Unido. Às portas de 1900, viram a professora Millicent Fawcett fundar a União Nacional pelo Sufrágio Feminino. E o que começou por ser um movimento pacífico, acabou a desvendar a brutalidade da polícia, o preconceito masculino e formas mais radicais de sexismo.

Enquanto as mulheres se manifestavam na rua e discursavam de forma ilegal para a época, colocando a polícia em alvoroço e preocupada com as repercussões na comunicação social, os homens tentavam ripostar. E uma das formas que tinham para persuadir as mulheres a não se juntarem ao movimento sufragista era o lançamento de uma série de cartazes. Alguns ridicularizavam as sufragistas, dizendo que não passavam de solteiras sem sentido de vida. Outros dirigiam-se ao homem, de modo a persuadi-lo a manter as mulheres longe dos ideais feministas.

São esses cartazes os que lhes mostramos. Veja 25 deles na fotogaleria.
























































observador.pt

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •