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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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26
Out16

A mitificação e a mistificação do capitalismo

António Garrochinho


























"A intoxicação das consciências sobre os direitos sociais e o papel do Estado na economia prossegue. A direita e a propaganda ao seu serviço apresentam as ditas "reformas estruturais" como fatores de "crescimento econômico e emprego". Mas essas "reformas" não são mais que as condições para a oligarquia, assumindo uma arrogância sem limites, ficar livre do controlo democrático e prosseguir atos de vigarice e mesmo criminosos,

Os oligarcas são apresentados como beneméritos da sociedade, agentes do crescimento, único recurso contra a pobreza, quando os factos provam justamente o contrário: absorvem pelas estratégias monopolistas e domínio sobre o poder político o resultado do trabalho alheio, seja do proletariado seja das MPME, e a riqueza do Estado, em nome da confiança dos mercados - eufemismo atrás do qual se esconde a oligarquia.

Os 30 mais ricos detêm de patrimônio líquido, segundo a Forbes, cerca de 950 mil milhões de euros; o 1% mais rico dispõe de 50% da riqueza mundial. Como relata a OXFAM: "Têm tudo e querem mais"."

"A luta para que o céu se tornasse mensurável foi ganha através da dúvida. Mas a luta da dona de casa pelo leite é todos os dias perdida pela credulidade" 
Bertholt Brecht, Galileu Galilei 

"Quando os pobres sabem que é preciso trabalhar ou morrer de fome, trabalham. Se os jovens sabem que não terão socorro na velhice, eles economizam" 
William Nassau, economista e político inglês, 1790-1864.

1 – "Os anos de ouro" 

A mitificação do capitalismo começa por uma visão idílica, mitificada, dos "anos de ouro do capitalismo" apregoando o seu "extraordinário sucesso" e a estagnação e fracasso do socialismo. Por um lado, fecham os olhos às devastações e todas as espécies de horrores cometidos pelo imperialismo, pelo neocolonialismo e pelas ditaduras, para impor o capitalismo. 

Por outro, a realidade socialista é totalmente deturpada, num acervo de mentiras e omissões. Apenas como exemplo, entre 1950 e 1972 a produção industrial dos países socialistas cresceu 8,4 vezes a dos países capitalistas desenvolvidos, 3,1. Em 1940 era na URSS 5,8 vezes a de 1928. [1]

O sistema capitalista é apresentado como tendo permitido a ascensão de classes sociais, produzido mais riqueza, melhoria do nível de vida e direitos. O que esquecem é que tudo isto foi obtido – onde foi – não pelo capitalismo, mas contra o capitalismo, pelo proletariado organizado sindical e politicamente. Porém, o que de positivo e progressista se obteve está, em termos capitalistas, sempre a ser posto em causa, como evidenciam a austeridade, o neoliberalismo, o imperialismo, já não falando dos diversos modelos de fascismo: a ditadura terrorista do grande capital, com ou sem braços esticados. 

Mas onde ficaram então os tais "anos de ouro", aliás para muito poucos. Na realidade, "nos países do Sul o capitalismo são "massas de seres humanos sem voz, sem nada, o povo das favelas a perder de vista, campesinato miserável sofrendo para se alimentar, a brutalidade das condições de trabalho, a humilhação, a desumanidade. No Norte, tão rico, são espectros errantes que olhamos, mas não vemos, sem teto, sem direitos, são os "novos pobres", desapossados, ofendidos, desumanizados." [2]

Os "anos de ouro", deveram-se às cedências da oligarquia em consequência das lutas dos trabalhadores e da admiração dos povos pela URSS e demais países socialistas face aos seus êxitos e à aquisição de amplos direitos econômicos e sociais. 

Não são pois de admirar as objurgatórias dos escribas afetos ao capital sobre o que inventam ter sido o "jugo soviético". Contudo nada os sensibiliza o jugo (este sim bem real) da UE, da NATO, do FMI, não esquecendo a CIA e colaterais sobre os povos [3]

Há contudo que reconhecer que o capitalismo soube incutir no comum das pessoas a sedução pelo consumismo. Os EUA tornaram-se assim, para muitos, objeto de admiração acrítica, não entendendo que o que os atrai nos EUA é também um dos maiores defeitos do seu sistema: com 5% da população mundial consome 25% dos recursos mundiais… 

O mito do consumismo tornou-se fonte de realização individualista, uma das bases do carácter alienatório do capitalismo, que Marx descreveu e Eric Fromm desenvolveu neste aspecto em "Ser e Ter". 

A propaganda e o enaltecimento da riqueza e do modo de vida dos ricos, determina modos de pensar acríticos, deixando na sombra mediática as causas da corrupção, do luxo escandaloso, das desigualdades obscenas. Simultaneamente, o sindicalismo de classe é caluniado como reduto de privilegiados e elemento obsoleto e egoísta à custa dos outros trabalhadores – que o sistema deixa sem direitos ou no desemprego. 

2 – Mitos e realidades 

Um dos mitos é o do êxito hedonista e individualista. O capitalismo diz: o êxito, é uma conquista individual, estás num mundo competitivo, mas tu vais conseguir… se seguires as regras. Ora as "regras" são as da semi-escravatura da "flexibilidade laboral" – precariedade – da austeridade, da globalização capitalista, que coloca o proletariado dividido e isolado, competindo entre si, e em que o seu projeto de vida se limita à sobrevivência a curto prazo, porque doutra forma ou noutro país se obtêm lucros mais elevados. 

Ao mesmo tempo que sem corar afirmam que "não é possível conservar o emprego a todo o custo", apoiam políticas para defender os interesses da finança "custe o que custar". Mas isto é apenas um dos resultados das "reformas estruturais", de facto impossíveis de impor antes do fim da URSS. 

A lógica já enunciada pelos seus defensores com o argumento da competitividade e da "justiça social" (!) é de que não se justifica que trabalhadores europeus tão qualificados como trabalhadores das Filipinas, Bangladesh ou Índia ganhem mais que estes. Claro que nem lhes passa pelo crânio que devam ser estes a ganhar mais. 

O "comércio livre" e seus tratados são propagandeados como permitindo aos países pobres sair da pobreza e proporcionar aos consumidores acesso a bens mais baratos. A defesa dos interesses nacionais e populares é então caluniada como "protecionismo". Com objetivos sedutores no papel, seja com argumentos tecnológicos, seja pela "competitividade", as transnacionais (TN) obtêm o poder de destruir a vida das pessoas, mas são intocáveis e faz-se apelo à vinda do seu capital como um indiscutível bem, ignorando as consequências econômicas e sociais e as exigências impostas. 

Ora as TN sempre foram um perigo para os povos. Em seu benefício foram e são desencadeadas guerras, povos são atirados para o caos social e tragédias humanas. Não deixa de ser curioso que os estrénuos adeptos do "comércio livre", ignorem o efetivo jugo das TN sobre os povos, ao abrigo de uma mítica "economia de mercado". 

Como habitualmente a defesa dos interesses dos mais ricos vem sempre mascarada com bons sentimentos para com os mais pobres. Na Inglaterra do século XIX os defensores do comércio livre diziam que a pobreza era causada pelo protecionismo e direitos aduaneiros – nunca pelo sistema de exploração capitalista! Note-se que quando a França e a Alemanha, desenvolveram as suas indústrias passaram a defender o protecionismo! A exploração desenfreada, essa manteve-se… 

O mito da eficiência capitalista, oposto ao desempenho econômico e social do Estado, conduziu a massivas privatizações, fonte de corrupção e tráfico de influências em que o interesse público não foi defendido, como o Tribunal de Contas relatou. 

As privatizações são uma tentativa de salvar o grande capital da crise e da baixa da taxa de lucro pela monopolização da economia e da precariedade social. Um estudo do Transnacional Institute [4] concluiu sobre as privatizações que não há qualquer prova que demonstre que as empresas privadas fornecem serviços de forma mais eficaz que as públicas; em contrapartida fizeram cair salários, degradar condições de trabalho, aumentar desigualdades. Na realidade, ao fomentar a criação de monopólios estão a subverter o próprio conceito de eficácia capitalista… 

Registre-se que nos primeiros seis meses de 2016, em Portugal, um conjunto de oito empresas privatizadas teve 1,33 mil milhões de euros em lucros, quase metade do défice público no mesmo período (2,8 mil milhões de euros). [5]

3 – A mistificação 

O totalitarismo neoliberal, o "pensamento único", não permite que Ideias, textos, autores, por exemplo apresentados neste site ou nos sites aí citados, sejam discutidos, analisados, sequer mencionados, na comunicação social controlada. No passado, a Igreja justificou a ordem monárquica como imutável e de natureza divina. Agora, papel equivalente está atribuído aos media para que a população não conceba outro sistema, outra economia política. 

Os media não se limitam a ser agentes de desinformação, tornaram-se agentes da conspiração imperialista contra a soberania, o progresso e a paz dos povos. A propaganda procura de todas as formas que a lógica dos oprimidos seja um mero reflexo da dos opressores. Gente arregimentada anda há anos a perorar contra o "despesismo" do Estado em funções sociais, sem as quais quase 50% dos portugueses estaria na pobreza, porém recusam na prática a fiscalidade progressiva e ignoram o que seja a soberania do Estado sobre a riqueza criada no país. 

A intoxicação das consciências sobre os direitos sociais e o papel do Estado na economia prossegue. A direita e a propaganda ao seu serviço apresentam as ditas "reformas estruturais" como fatores de "crescimento econômico e emprego". Mas essas "reformas" não são mais que as condições para a oligarquia, assumindo uma arrogância sem limites, ficar livre do controlo democrático e prosseguir atos de vigarice e mesmo criminosos, 

Os oligarcas são apresentados como beneméritos da sociedade, agentes do crescimento, único recurso contra a pobreza, quando os factos provam justamente o contrário: absorvem pelas estratégias monopolistas e domínio sobre o poder político o resultado do trabalho alheio, seja do proletariado seja das MPME, e a riqueza do Estado, em nome da confiança dos mercados - eufemismo atrás do qual se esconde a oligarquia. 

Os 30 mais ricos detêm de patrimônio líquido, segundo a Forbes, cerca de 950 mil milhões de euros; o 1% mais rico dispõe de 50% da riqueza mundial. Como relata a OXFAM: "Têm tudo e querem mais". 

O resultado são sociedades disfuncionais onde os psicotrópicos se tornam escape. O sistema produz seres humanos na insegurança quanto ao futuro, na apatia ou no desespero, na ansiedade que leva à depressão e à insanidade. Seres abatidos em nome da competição a favor de uma minoria de ultra-ricos. Seres amputados da tal "liberdade de escolha", que serve à propaganda para dominar vontades. 

4 – A transformação necessária 

Uma época de proezas tecnológicas coexiste com uma economia baseada num irracional facciosismo, com a barbárie de criminosas guerras de agressão, duras políticas anti-sociais de austeridade, tudo e todos subordinados a bandos de gananciosos e vigaristas financeiros. 

As políticas vigentes opõem-se a qualquer ideia de progresso e desenvolvimento social, a finalidade é tornar os ultra-ricos mais ricos e os povos dominados pela hipocrisia. A concepção que vigora é que ao povo basta-lhe ter um trabalho, quaisquer que sejam as condições, e consumir aquilo a que a publicidade incita. Contudo, nem isto o capitalismo se mostra capaz de satisfazer. 

Engels em 1844 denunciava as horrorosas condições de trabalho vigentes, incluindo de mulheres e crianças. Houve de facto leis para limitar estas situações, mas com o movimento operário e socialista incipiente era como se não existissem. Compreende-se que para a direita o ideal seja o fim da contratação coletiva e dos sindicatos de classe de que são naturais inimigos. 

O neoliberalismo, colocou o Estado ao serviço do grande capital, estabeleceu a infame "concorrência fiscal" e livre circulação de capitais para o ônus dos défices recair sobre as massas populares. Transformar a sociedade tem que ver como o papel do Estado se altera. É em volta do poder e do papel do Estado que se desenrola o mais intenso da luta de classes: o confronto entre a oligarquia e a democracia. 

O papel do Estado democrático na defesa dos interesses do país e do seu povo foi usurpado pela ficção da "soberania partilhada" e da "governação à distância" que exprimem o domínio das potências hegemônicas na UE e na NATO. Que soberania partilha a Alemanha com Portugal, com a Grécia, com a Espanha, até com a França? Que solidariedade europeia existe quando os países periféricos são tratados como os PIGS? Que entidades "independentes" – da vontade dos cidadãos – têm o direito de determinar, como no fascismo "o que é melhor para os portugueses"? 

O mito das "ajudas" capitalistas, como os fundos estruturais da UE, já foi comparado ao "queijo na ratoeira". Na ratoeira da ingerência, das privatizações e das sanções. Nesta ratoeira a política de direita tem sido promovida, defendida e branqueada, traduzindo-se em pobreza, desindustrialização, desmantelamento da agricultura e pescas, desigualdades crescentes e estagnação 

Instaurou-se um sistema que tenta resolver o acréscimo de contradições e demolidoras crises a que deu origem, aprofundando os erros e se mantém pela propaganda, pela chantagem e ameaças. 

Um sistema incapaz de corrigir os erros e resolver os problemas que cria tem de ser substituído. As necessidades dos povos devem sobrepor-se aos tratados, sem o que estes se tornam "pactos de agressão". 

Neste sentido, o princípio básico de uma política democrática deveria ser: transformar o necessário para a maioria, no possível. Mas este possível, tem como condição necessária a maioria assumir a sua consciência de classe, uma consciência política e social capaz de fazer frente tanto à ideologia reacionária da propaganda oligárquica como às mistificações da social-democracia.











Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .



26
Out16

O GOVERNO FRANCÊS DÁ 250 MILHÕES À POLÍCIA

António Garrochinho
O Governo francês anunciou, esta quarta-feira, um reforço de 250 milhões de euros do orçamento das forças policiais para renovação do equipamento.
O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, após uma reunião entre o Executivo e os sindicatos do setor.
Application immédiate pr la plupart des mesures & dans les meilleurs délais pr celles nécessitant modifica° législatives ou conventionnelles
.@BCazeneuve : "En défendant ses policiers et ses gendarmes, la République défend tous les Français" #sécuritépic.twitter.com/Y3waCYueZq


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Há mais de dez dias que as forças policiais francesas se manifestam nas ruas exigindo uma renovação dos meios e a contratação de mais efetivos.
“Estamos aqui, hoje, para dizer ao Governo que estamos insatisfeitos com o que está a acontecer. É impossível continuar com a situação atual. A polícia francesa está a sofrer muito. Falta-nos tudo! Consideração, meios, efetivos… Não é possível, mais!”, exclama uma agente.
Os sindicatos mostraram-se satisfeitos com as novas medidas do Governo de François Hollande mas continuam a lutar por melhores condições de trabalho.

Os polícias exigem mais medidas em relação à “proteção dos agentes”, em especial depois dos atentados que se registaram nos últimos anos, no país.

VÍDEO

pt.euronews.com
26
Out16

Ilhéus da Culatra “ganham” 19 casas e mais tempo por decisão do ministério

António Garrochinho



O ministério do Ambiente anunciou esta terça-feira que aceitou poupar 19 das 81 casas marcadas para ir abaixo nos núcleos do Farol e dos Hangares da Ilha da Culatra e que adiou para 8 de Novembro a tomada de posse administrativa das demais habitações pela Sociedade Polis Ria Formosa.
A reclamação das habitações estava inicialmente prevista para quinta-feira e para o dia 3 de Novembro. O adiamento, justificou o ministério numa nota de imprensa, foi decidido «por respeito à Assembleia da República, que nesse mesmo dia [quinta-feira] discute um conjunto de recomendações ao Governo sobre este tema».
As casas que saíram da lista da Polis da Ria são todas de «primeira habitação, de pescadores e mariscadores». Para o movimento anti-demolições na Ria Formosa o facto de ficarem de pé «é já uma vitória, pois significa que os processos não estavam a ser devidamente analisados e que a sociedade polis cometeu inúmeros erros».
«Há que relembrar que estas habitações já tinham sido avaliadas e por mais documentação que se apresentasse, o presidente da Sociedade Polis nunca as considerou como primeiras habitações e muito menos considerou que nos nossos núcleos existissem pescadores. Hoje conseguimos prová-lo», salientaram.
Ainda assim, e apesar de até tecerem elogios ao ministro João Matos Fernandes, os ilhéus avisam que «a luta não acabou, porque faltam muitas mais» casas para salvar.
«Falta o direito de igualdade entre todos os núcleos habitacionais da Ria Formosa e para isso continuaremos a lutar. De maneira nenhuma somos coniventes com situações de injustiça. Em Portugal não há portugueses de primeira e de segunda, todos somos portugueses e todos fomos parar àquela ilha do mesmo modo. Foi estipulada nova posse administrativa para dia 8 de Novembro e contamos com a vossa presença ainda com mais força e determinação. Porque ainda faltam muitas batalhas», asseguram.
O SOS Ria Formosa revelou que esteve em contacto com o ministro do Ambiente durante os últimos dias e «aproveitou a abertura dada pelo senhor ministro e o seu bom senso para salvaguardar primeiras habitações, pescadores e viveiristas», frisando «a abertura que até aqui não tinha havido».


www.sulinformacao.pt
26
Out16

“Robomexilhões” estão a avaliar efeitos das alterações climáticas no Algarve

António Garrochinho


Parecem mexilhões, estão no meio de colónias de mexilhões, mas não são mexilhões. São, na verdade, pequenos robôs com sensores de temperatura, que foram colocados, em sete pontos da costa algarvia, para analisar os efeitos das alterações climáticas na região.

Estes “robomexilhões”, como são chamados, foram instalados por Katy Nicastro e Gerardo Zardi, dois investigadores italianos do CCMAR, da Universidade do Algarve, que fizeram parte de um projeto global que analisou, através da utilização destes dispositivos, os efeitos das alterações climáticas, em colónias de mexilhões, em 71 pontos diferentes do planeta.
Nos Estados Unidos, estes sensores estiveram ativos ao longo de 18 anos, recolhendo as variações de temperatura a cada 10 minutos. Esta investigação foi liderada pelo professor Brian Helmuth da Northeastern University, Marine Science Center, de Massachusetts.

«Estes “robomexilhões” foram usados no passado, em grande escala, na América do Norte, América do Sul, Europa, África e Austrália, em 71 locais diferentes. Foi um esforço de 50 cientistas, incluíndo nós os dois, que ficámos na África do Sul», explicou ao Sul Informação Gerardo Zardi.
Portugal ficou excluído deste estudo, por isso, em Junho, «começámos a colocá-los na Ria Formosa, porque os “robomexilhões” tanto podem ser usados em larga escala, como em pequena escala, como é o caso do Algarve. Temos “robomexilhões” na costa Sudoeste, na costa Sul do Algarve e na Ria Formosa», revelou Katy Nicastro ao nosso jornal.
Este «é o início de um projeto a longo prazo, que vai permitir recolher boa informação», sendo que, «já temos informação do Verão, mas não é suficiente. Os primeiros resultados do Algarve estarão disponíveis, pelo menos, daqui a um ano, porque precisamos de tempo para comparar».
Em relação aos dados recolhidos no projeto a nível global, e que originaram uma publicação de um artigo na revista “Scientific Data”, estes «têm surpreendido os investigadores», segundo o CCMAR.
Katy Nicastro explicou que, normalmente, «há a noção que as regiões que são mais afetadas pelas alterações climáticas são os extremos, como os pólos, ou o Equador. No entanto, o que vemos aqui, são áreas no centro da distribuição das espécies, que são muito afetadas pelas alterações climáticas».
Gerardo Zardi acrescenta que «se pensava que estas zonas não estariam a ser afetadas pelas alterações climáticas, mas estão. É importante saber exatamente onde, para podermos agir, repopular e monitorizar».
A importância de monitorizar as alterações climáticas do “ponto de vista” dos mexilhões é explicada por Zardi: «normalmente, procuramos o efeito das alterações climáticas nos organismos a partir de uma perspetiva humana, mas nunca a vemos da perspetiva dos organismos. Isso é o que acontece neste caso. A perspetiva é a dos mexilhões e isto ajuda-nos a perceber o que estes seres experienciam».
Segundo o investigador, a análise dos impactos das alterações climáticas nas colónias de mexilhões têm várias vantagens: «as colónias de mexilhões funcionam um pouco como uma floresta, porque criam espaço para outras espécies, como caranguejos e lagostas. Quando eles morrem, também as outras morrem. São bio-engenheiros».
Depois, «há também o lado económico. Toda a gente come mexilhões, queremos defender a espécie, porque é uma grande fonte de comida em todo o mundo».
Os “robomexilhões”, que estão a ser utilizados nas análises no Algarve, são feitos utilizando a concha de um mexilhão real, ao contrário dos que foram utilizados na experiência global, que eram feitos com conchas de plástico e tinham uma luz verde que piscava a indicar atividade.

A similaridade com os mexilhões reais pode trazer inconvenientes e os investigadores explicam como os identificar. «Às vezes, há pescadores que os retiram, apesar de, obviamente, não serem comestíveis. Onde há mais pescadores é onde perdemos mais sensores. Fazemos, por isso, o apelo para que não os retirem. Os “robomexilhões” são colados com uma quantidade razoável de cola, é visível, e é assim que podem ser reconhecidos», explica Katy Nicastro, que acrescenta que não é tanto pelo valor de um destes sensores, mas pelo valor do conhecimento científico que se perde.
«O mais importante é a informação. Se perdemos três ou quatro “robomexilhões”, é uma grande perda», conclui.


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26
Out16

Brasil : A volta do poder teológico-político

António Garrochinho




















A volta do 

poder teológico-político
por Vladimir Safatle
"Alguém poderia perguntar qual o problema com o fato de uma igreja governar o Rio de Janeiro. Afinal, Genebra foi governada por Calvino. Mas a Universal tem suas peculiaridades. Seu líder, cuja fortuna foi estimada pela revista “Forbes”, em 2013, em R$ 2 bilhões, foi preso nos anos 1990 por charlatanismo, estelionato e curandeirismo."

"Mas não é só a obscuridade ética que ronda a Igreja Universal. Detentora de redes de televisão e emissoras de rádio, a igreja se consolidou, sob os governos Lula e Dilma, como um poder político terreno incontornável. Um poder que procura cada vez mais impor sua agenda ao país e que nada tem a ver com a ideia de uma república laica, plural e radicalmente tolerante."

"Na verdade, esse desmonte final da capacidade de assistência do Estado brasileiro faz parte de um projeto claro de poder. Pois, assim, igrejas como a dele serão, ao final, as únicas responsáveis pela assistência social, criando uma relação perversa de dependência de populações carentes que se verão diante de um Estado cuja única função será deixar os ricos cada vez mais ricos."

A consolidação de um poder teológico-político a comandar o Estado não é algo que seja um risco apenas em certos países muçulmanos ou na Polônia.

Ele é um fato cada vez mais evidente no Brasil com seus pastores-deputados aliados de saudosos da ditadura militar. Tal consolidação do poder teológico-político alcançará um grau inaudito caso o pastor Marcelo Crivella seja eleito prefeito da segunda maior cidade do país.

Crivella tentou se vender como um político “normal”, mesmo relatando lei que obriga bibliotecas a terem uma Bíblia e pune funcionários que desrespeitem tal privilégio (por que não obrigá-las a terem também um Corão, a “Ilíada” ou o “Tratado Teológico-Político”, de Spinoza?).

No entanto, ele é, na verdade, o principal representante político de um megaempreendimento religioso chamado Igreja Universal do Reino de Deus, comandado por seu tio, o arquiconhecido Edir Macedo. Sua eleição significa que a cidade mais emblemática do Brasil será governada pela Igreja Universal.

Alguém poderia perguntar qual o problema com o fato de uma igreja governar o Rio de Janeiro. Afinal, Genebra foi governada por Calvino. Mas a Universal tem suas peculiaridades. Seu líder, cuja fortuna foi estimada pela revista “Forbes”, em 2013, em R$ 2 bilhões, foi preso nos anos 1990 por charlatanismo, estelionato e curandeirismo.

Posteriormente, foi denunciado várias vezes pelo Ministério Público por crimes que vão de importação fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Crivella é o representante maior dessa associação com condutas, no mínimo, passíveis de questionamento judicial.

Mas não é só a obscuridade ética que ronda a Igreja Universal. Detentora de redes de televisão e emissoras de rádio, a igreja se consolidou, sob os governos Lula e Dilma, como um poder político terreno incontornável. Um poder que procura cada vez mais impor sua agenda ao país e que nada tem a ver com a ideia de uma república laica, plural e radicalmente tolerante.

Os trechos de livros de Crivella, nos quais outras religiões são tratadas como “demoníacas” e os homossexuais são definidos como portadores de “conduta maligna”, podem ser vistos não como opiniões de um “jovem” que “amadureceu”, mas como o núcleo duro de crenças alimentadas por sua igreja, momentaneamente caladas em situação eleitoral e que voltarão à tona quando esta se sentir mais forte.

Por outro lado, mesmo crescendo sob as hostes do lulismo, mesmo sendo ministro da Pesca de Dilma, Crivella resolveu ultimamente abraçar o neoliberalismo e defender o Estado mínimo. Ele gosta de perguntar a seu oponente, Marcelo Freixo, de onde sairá o dinheiro para que o adversário implemente seus programas de justiça social e defesa de serviços públicos.

Bem, valeria a pena lembrar ao pastor que certamente a Prefeitura do Rio de Janeiro teria muito mais dinheiro para ações de justiça social se sua igreja fizesse como eu e você e simplesmente pagasse IPTU.

Acho que eles tomaram um pouco ao pé da letra a afirmação de que a Igreja Universal não é terrena, mas celestial, e resolveram acreditar que uma instituição celestial não deve pagar impostos territoriais.

Entretanto, para alguns, é no mínimo cinismo o representante de uma instituição que tem tamanha benesse pública sair a público e defender cortes nos gastos, afetando diretamente educação e saúde.

Se a prefeitura não tem dinheiro é porque, entre outras razões, sua igreja com megaempreendimentos imobiliários não tem o mesmo tratamento a que eu e você somos submetidos.

Na verdade, esse desmonte final da capacidade de assistência do Estado brasileiro faz parte de um projeto claro de poder. Pois, assim, igrejas como a dele serão, ao final, as únicas responsáveis pela assistência social, criando uma relação perversa de dependência de populações carentes que se verão diante de um Estado cuja única função será deixar os ricos cada vez mais ricos.




26
Out16

ASSOCIAÇÃO DE COMBATE À PRECARIEDADE – PRECÁRIOS INFLEXÍVEIS – APROFUNDAMENTO DA LEI DE COMBATE AOS FALSOS RECIBOS VERDES VAI AVANÇAR PARA FALSOS ESTÁGIOS, BOLSAS, TRABALHO TEMPORÁRIO E TRABALHO INFORMAL

António Garrochinho


ASSOCIAÇÃO DE COMBATE À PRECARIEDADE – PRECÁRIOS INFLEXÍVEIS – APROFUNDAMENTO DA LEI DE COMBATE AOS FALSOS RECIBOS VERDES VAI AVANÇAR PARA FALSOS ESTÁGIOS, BOLSAS, TRABALHO TEMPORÁRIO E TRABALHO INFORMAL


Aprofundamento da lei de combate aos falsos recibos verdes vai avançar para falsos estágios, bolsas, trabalho temporário e trabalho informal | Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis 


Os mecanismos para reconhecimento do contrato de trabalho vão ser alargados e melhorados, no sentido de garantir mais eficácia na regularização das situações ilegais e protecção aos trabalhadores. O anúncio (ver aquiaqui) vem finalmente confirmar o que estava prometido: o aprofundamento da Lei 63/2013, a Lei de Combate aos Falsos Recibos Verdes, é um compromisso do Governo que estava previsto no acordo estabelecido entre as forças políticas que suportam o actual ciclo político. Esta legislação foi uma longa batalha do movimento de precários e mudou o panorama do combate à precariedade, mas, como há muito alertamos, tem muitas insuficiências. Embora seja necessário conhecer a proposta concreta, as medidas agora anunciadas são avanços muito relevantes e correspondem a princípios que defendemos e com os quais desafiámos o Governo e as forças políticas: desde logo, o reforço da protecção ao trabalhador, nomeadamente contra o despedimento durante o processo de regularização; e o alargamento destes mecanismos, até agora apenas aplicável aos falsos recibos verdes, a todas as situações em que os patrões negam o devido contrato de trabalho.

O alargamento dos mecanismos de regularização a todas as formas de trabalho não declarado é algo que representa um avanço assinalável. Esta era, aliás, uma solicitação antiga da própria Autoridade para as Condições do Trabalho. Sendo estes mecanismos eficazes, o combate à precariedade só tem a ganhar com a sua aplicação a situações de falsos estágios, a falsas bolsas, ao trabalho informal e todas as situações em que está a ser negado o direito elementar ao contrato de trabalho.

Também o reforço da protecção no decurso do processo de regularização é um elemento que está no centro das reivindicações da Associação de Combate à Precariedade quanto à necessidade de aprofundar a legislação. Esta é a questão decisiva: sem a devida protecção, os trabalhadores em situação precária, a quem é negado o contrato de trabalho, continuam vulneráveis às represálias dos patrões sem escrúpulos. É, por isso, necessário que exista um mecanismo eficaz que impeça os despedimentos arbitrários e fora-da-lei. Este aspecto é essencial para dissuadir a continuação dos abusos e, por outro lado, para dar mais força e encorajar os precários que buscam a regularização da sua situação. Vimos defendendo o reforço das competências da Autoridade para as Condições do Trabalho e o estabelecimento de mecanismos que reconhecem provisoriamente os direitos associados ao contrato de trabalho, até que o processo de regularização esteja concluído. O Governo parece optar por uma outra via, mas que está centrada nesse objectivo essencial.

Consideramos ainda essencial que as alterações a esta legislação actuem no sentido de impedir que as entidades patronais exerçam o seu poder em pleno tribunal, quando as situações seguem a via judicial. A prática confirmou que a possibilidade de estabelecer “acordos” em tribunal é um elemento de chantagem patronal inaceitável e contrário à orientação da própria lei: a acção de reconhecimento do contrato de trabalho deve seguir o seu propósito, com um papel claro do Ministério Público e o foco no interesse público da causa. Por outro lado, é preciso alterar a actual situação, em que o trabalhador pode ser pressionado em pleno tribunal, na qualidade de testemunha do empregador que o sujeita à situação ilegal. E é também importante que, aquando da decisão da celebração do contrato de trabalho, sejam assegurados de forma directa e rápida os direitos associados (nomeadamente, quanto à regularização da carreira contributiva).

A perspectiva de instrumentos legais assentes na regularização das situações ilegais foi uma nossa batalha de sempre. Por isso nos batemos pela aprovação da Iniciativa Legislativa de Cidadãos que deu origem à Lei 63/2013, que finalmente iniciou um caminho centrado no acesso ao contrato de trabalho, na conversão do trabalho precário em trabalho com direitos, num processo em que o trabalhador em situação vulnerável não tem de tomar a iniciativa, em que é protegido e são dadas garantias por entidades administrativas e judiciais. O seu aprofundamento é essencial e uma exigência que fizemos ainda antes deste novo ciclo político. A confirmação de que este aprofundamento vai avançar é uma boa notícia para os precários e um importante avanço. No entanto, esperamos pela proposta concreta, que seja apresentada rapidamente e que nela estejam incluídos outros elementos essenciais e sobre os quais não se houve ainda desenvolvimentos.


aviagemdosargonautas.net
26
Out16

Economia, capitalismo e revolta – 1

António Garrochinho



O discurso dominante é economicista, tecnocrático. 
Fala de competitividade, empregabilidade, PIB, baixos salários e mercado. É altura de se falar de economia política.

1 - O que é a economia?
2 - Os economicistas, os escribas do capitalismo
3 - O mercado e a irrelevância de quem trabalha


1 - O que é a economia?

Para Aristóteles[1], na senda de Thales de Mileto, economia significava a administração da casa, do lar que abarcava uma família e, no caso dos mais ricos, também os criados e os escravos, aparecendo também associada a frugalidade. A economia estava estreitamente relacionada com as necessidades humanas dos membros de uma família e exigia, no seio desta, uma adequada gestão, um conjunto de práticas baseadas no bom senso.  

Esta definição, de irrecusável sensatez era objeto, para Aristóteles, de uma clara distinção face à crematística, a prática do enriquecimento, da acumulação de dinheiro como objetivo essencial, tomada como um desvio contranatura que desumaniza, uma vez que o objetivo passa por uma constante tentativa de superação para atingir algo que nunca pode ser alcançado – o infinito.

Ainda para o filósofo, no caso da economia, a focagem faz-se numa atividade humana natural, com fins precisos e delimitados; por seu turno, a crematística apresenta-se como uma compulsão demente, cuja realização obriga a todas as vilezas; a mentira, a estratificação social, a exploração laboral, os antagonismos culturais e xenófobos, o roubo, a especulação, o saque, a guerra, o assassínio, a predação ambiental e a utilização do aparelho de estado para o feitura de leis e o exercício adequado daquelas para o favorecimento da satisfação insaciável dos possuídos pela crematística – os capitalistas, as classes políticas e os avatares das business schools que incutem nos jovens uma volúpia psicótica.


No feudalismo, a grande maioria da população vivia no campo, sem vínculos económicos, numa atividade de subsistência e com poucos excedentes que eram canalizados para as cidades – que, em geral eram pequenas - e para as cortes dos senhores e dos dignitários eclesiásticos. Na produção familiar era preciso assegurar a subsistência e contar com o tributo a dar ao senhor que era o dono das terras, a quem se devia obediência e agradecimento pela segurança propiciada (… às vezes). Havia um vínculo político do servo para com o senhor e o tributo medido em sacas de cereal[2] selava esse vínculo, não correspondendo a qualquer elo económico, como é a norma no capitalismo. A fuga a esse vínculo era, em regra, com destino a uma cidade, onde a vida era menos penosa e o controlo senhorial menos presente, sobretudo na Itália e na Flandres.

As formas de comércio de longa distância atingiram grande relevância no Império Romano e as atividades bancárias desenvolveram-se a partir da Idade Média, incorporando elementos que se viriam a designar como capitalistas; porém, inseriam-se em sociedades dominadas por realezas, cleros poderosos, senhores feudais. No essencial, a produção material de bens e serviços balizava-se essencialmente na satisfação das necessidades coletivas das diversas comunidades e, só marginalmente, para destinatários geograficamente distanciados. 

A dicotomia entre economia e crematística influenciou a Igreja durante grande parte da Idade Média favorecendo, implicitamente os judeus que praticavam a usura e o comércio longínquo sem condenação teológica proveniente do seu credo. No século XIII, numa época em que o comércio internacional na Europa se expandia, com a afirmação de abastados banqueiros e comerciantes, Tomás de Aquino, preparou a mudança teológica, aceitando a acumulação de capital… desde que o mesmo tivesse um fim virtuoso, a caridade[3].

No seu conceito actual, a economia politica enquadra os sistemas produtivos, de circulação e de consumo de bens e serviços, bem como as relações sociais inerentes àqueles serviços, tornando-se comum o seu uso somente no século XIX[4], com a maturidade do capitalismo, quando a produção para o mercado se tornou dominante e o regime da propriedade privada ocupou o planeta.

Indissoluvelmente ligada a um modo de produção - o capitalismo - a economia terá de ser essencialmente política, uma vez que influi e domina a vida de quase todos, no âmbito das relações sociais, das culturas, dos aparelhos de estado e de representação que conhecemos, ou a regulação da propriedade, extensiva ou influente em quase todos os parâmetros da nossa vida social. A abordagem do sistema produtivo capitalista, envolve uma matriz de ciências, disciplinas e técnicas que estão no cerne da sociabilidade humana recente, quando as relações entre as várias áreas do planeta se densificam, quando os meios materiais de produção se aperfeiçoam e as tecnologias associam grande complexidade com uma durabilidade útil relativamente curta. Estando subjacentes conflitos e antagonismos entre classes e camadas sociais, nações e interesses particulares versus interesses de grandes massas de pessoas, naturalmente o epíteto de economia política tinha (e continua a ter) uma total e inelutável coerência. Desde sempre a economia política teve de integrar num fundo comum – e de forma criativa consoante o espaço, o tempo e os protagonistas em presença - outras abordagens como as da geografia, da geopolítica, da sociologia, da psicologia, da antropologia, do direito, da história. A integração mínima entre essas disciplinas é essencial para compreender a realidade, proceder à crítica social e das instituições, à avaliação das disfunções e perigos resultantes das acerbas disputas pelo controlo dos recursos e das pessoas, que os trabalham e podem consumir, da ligação entre os grupos humanos e a Terra, na sua mais vasta acepção.

As leituras socialmente assépticas têm um lastro pesado na história da economia política. Por exemplo, Lionel Robbins, nos anos 30 equipara a economia à mecânica, define a sua neutralidade face aos fins desejados pelos intervenientes humanos, uma ciência dedutiva, positiva, despojada de juízos de valor; estava-se então em pleno reinado do liberalismo económico. Este tipo de leituras tecnocráticas está muito em voga nos dias que correm – tempos de preponderância neoliberal - quando se observam as universidades a promoverem “ciências empresariais” depois das gerações anteriores terem castrado a política à economia. Nessas “ciências empresariais” o estudo sublinha as técnicas contabilísticas - estas também tomadas como “ciências contábeis”- mesmo que não passem de técnicas baseadas em princípios convencionais, como as partidas dobradas, do “deve” e do “haver”; a que se devem juntar as habilidades perante a caconomia fiscal, o manuseamento dos “packages” informáticos, a leitura das fugazes métricas das bolsas, a atenção às apreciações capciosas ou desastradas das empresas de rating, a validação como reais, dos dados contidos nos balanços (sobretudo dos bancos), a integração da volúpia das pirâmides de Ponzi que alicerçam os mercados financeiros como virtuosos instrumentos de criação de “valor”. 

Na mesma lógica tecnocrática incluem-se os complexos modelos estatísticos inseridos em pesadas técnicas matemáticas, com o desinteresse pela análise concreta da realidade e dos fins que devem enformar a política[5]. As decisões das autoridades nacionais e comunitárias, do BCE, baseiam-se nesses modelos? Claro que não. São enformadas, na concertação entre os governadores dos bancos centrais, devidamente informados pela Goldman Sachs, pela Merryl Lynch e afins, onde trabalharam ou têm relações próximas, para procederem de acordo com as conveniências daqueles colossos financeiros.

Esta despolitização da análise económica tem vários intuitos. Por um lado, cingir essa análise a simples aspetos técnicos, cujo significado profundo é a consideração de que o modelo de sociedade e o capitalismo como o vivemos, não são elementos históricos, insertos numa transição entre o passado e o devir mas, como elementos consolidados, inerentes a qualquer sociedade, considerados como construções divinas de obrigatória aceitação pelos humanos que não queiram ser ímpios. Nessa narrativa, pretende-se isolar os contestatários ou simples discordantes, como elementos dotados de uma qualquer incapacidade que os torna desviados das alegrias do consumo, do endividamento, da precariedade de vida, dos néons publicitários e da inserção na lógica competitiva focada, globalmente, na criação da riqueza, do aumento do PIB. As insuficiências e as derivas típicas do capitalismo tornam-se apenas inconveniências passageiras, resolúveis com soluções técnicas, correções, ajustamentos, eventualmente dolorosos (para os “de baixo” como é óbvio) mas inevitáveis, exigindo aos afetados, fé, paciência e espirito de sacrifício. Esta é a narrativa do neoliberalismo, a do TINA, a do fim da História.

Ainda no século XIX, David Ricardo e Marx e, mais tarde, Keynes acentuaram o carater social e político da realidade económica recusando observá-la com meros utensílios técnicos de gerir recursos escassos de modo racional; e para mais sabendo-se que a racionalidade é algo tão diversificado quanto os indivíduos. Em áreas sociais, a própria racionalidade não está nem poderá estar desligada dos interesses, das aspirações de quem decide ou pretende decidir; e, tanto assim que Keynes defendeu a forte intervenção estatal já aplicada na Grande Recessão e enformou o que se veio a chamar o modelo keynesiano que ainda hoje tem adeptos em gente de “esquerda” ou nacionalistas; e que foi aplicado, implicitamente na Alemanha nazi, com a íntima ligação entre o estado alemão e os grandes empórios industriais germânicos[6].

2 - Os economicistas, os escribas do capitalismo

Precisamente porque se trata de uma área onde os juízos de valor pontuam fortemente a leitura da realidade e das escolhas, há frequentes casos de imbecilidades proferidas por aqueles economicistas que os media escutam com servil deferência ou, que não relevam por ignorância ou obediência. Por exemplo, Paul Samuelson, terceiro galardoado com o Nobel da Economia considerava-se o maior economista vivo embora tenha afirmado que as ondas longas definidas por Kondratiev na segunda década do século XX eram apenas “ficção científica”. O venerado Keynes ainda em 1927 dizia “Não teremos mais nenhum crash no nosso tempo”; porém, o tempo … acabou por encolher muito depressa. A conceituada Harvard Economic Society revelava em 10 de novembro de 1929 que “uma depressão séria parece improvável; esperamos uma recuperação dos negócios na primavera e um crescimento no outono”. Este tipo de discurso esperançoso veio a constituir a norma de primeiros-ministros, ministros das finanças, eurogrupos, FMI, OCDE e dos plumitivos ao seu serviço. Em 1997 o “nobel” da economia recaiu sobre dois economistas (Merton e Scholes) que entusiasmaram com uma estratégia de tornar os mercados de derivados lucrativos e seguros; mas, com tanto azar que logo no ano seguinte houve uma crise financeira que exigiu a intervenção dos bancos centrais para evitar maior descalabro. O reconhecido “maestro” Greenspan confidenciava em 2008; “cometi um erro ao presumir que os interesses próprios das organizações, particularmente bancos e outros, seriam os mais capazes de proteger os seus próprios acionistas e os capitais investidos nas empresas”. Ao que parece acreditou no pai natal até idade avançada.

Quem preferir oráculos mais recentes poderá consultar uma boa porção deles aqui ou acompanhar as revisões das previsões feitas pelo poderoso FMI durante cada ano, começando com um otimismo que a realidade desmente mês após mês. Em dezembro do ano passado, Krugman, prémio “nobel”, venerado pela “esquerda” lusa, avisava ser problemático para a competitividade portuguesa um aumento do… salário mínimo

Podemos também referir dislates de sumidades lusas. Braga de Macedo, ministro das finanças de Cavaco em 1991, declarava que Portugal era um oásis na Europa, então assolada pela recessão; o oásis afinal estava seco e veio a profunda crise de 1993/95, em que o poder de compra dos portugueses terá baixado uns 15%, selando o fim do cavaquismo. Pela mesma altura, um avatar que foi administrador do Banco de Portugal, um apaixonado pelos modelos macroeconómicos – Abel Mateus – anunciava que o PIB português iria aumentar… 10%; afinal o que aconteceu foi a crise. O economicismo é, muitas vezes, um misto de ignorância e pedantismo quando não é capa para a aldrabice.

Um economicista ilustre, Alfred Marshall, há cerca de cem anos, apontava para a maximização da riqueza a partir da soma das maximizações das satisfações individuais abrindo caminho à tara moderna do crescimento infinito do PIB, um género do obsessivo (ou demente) objetivo de alcançar Deus. Contudo, só no rescaldo da Grande Depressão norte-americana surgiu a ideia de medir a recuperação económica, sendo seu criador Simon Kuznets que, no entanto, teve o cuidado de focar as limitações dessa medida. De facto, de acordo com Kuznets, o PIB valoriza a produção de tabaco ou de armas de igual modo como considera medicamentos ou cereais e os serviços publicitários tal como os serviços médicos. Dizia também que o PIB é sempre uma medida aproximativa, uma vez que não considera a economia informal e todas as entre-ajudas, mormente entre familiares, que muito contribuem para o bem-estar coletivo, sem estarem contabilizadas no PIB nem – para grande pena das classes políticas – pagarem impostos. Já em outras ocasiões observámos as falácias que se escondem por detrás da sigla PIB.

A equiparação popular dos economistas a magos decifradores do oráculo, a sacerdotes conhecedores dos segredos divinos deve-se mais à incultura geral sobre a economia política do que aos méritos dos enfatuados avatares que surgem a todo o momento a opinar sobre a realidade económica. Passos e Maria Luís que terão pago propinas para a obtenção de diplomas em economia fazem parte desse vasto leque, como os jornalistas Helena Garrido ou Camilo Lourenço (este, até será licenciado em direito).

Sem desprimor para muita gente bem preparada na compreensão da realidade global, com maior incidência sobre o que se relaciona com a economia política, sublinhamos os conhecimentos de David Graeber (antropólogo, não publicado em Portugal), Anselm Jappe (filósofo), Noam Chomski (linguista), Antonio Negri (filósofo),  Michael Hardt (filósofo e teórico de literatura), Paul Mason (jornalista, musicólogo e cientista político) e outros; com nomeada equiparada, não conhecemos nenhum economista empenhado contra o capitalismo.

3 - O mercado e a irrelevância de quem trabalha

Mercado é um conceito oriundo da designação dada ao local de encontro regular de compradores e vendedores, membros de uma comunidade local ou regional, para a troca dos seus bens, dos seus excedentes, numa atividade baseada na satisfação das necessidades familiares. A subsistência exigia, demasiadas vezes, trabalho árduo e nem sempre com os efeitos desejados, em virtude das vicissitudes meteorológicas, de guerras e pilhagens, das doenças e das imposições dos senhores. 

A produção para o mercado tornou-se apanágio do capitalismo e o bem produzido (mercadoria) passa a ter um destino abstrato, indefinido, uma reserva de valor, de trabalho incorporado e cristalizado, tornando-se secundário se serve (e quando) ou não serve para a satisfação de necessidades; o que importa é a valorização que o mercado faz desse bem, em princípio, proporcional ao volume dos que o desejam (a procura). Para que essa reserva de valor em mercadorias aumente e com ele a riqueza e o património do seu detentor é preciso acrescer a produção de mercadorias, promover a sua venda, em prejuízo de concorrentes, gerando capital-dinheiro. Para esse efeito o figurino medieval, fechado, das corporações de artes e ofícios[7] era insuficiente para a produção de bens destinados a uma população presente numa área bem definida; tornou-se necessário arregimentar mão-de–obra para produzir os bens, destinados a compradores e locais fora da esfera habitual e cujo conhecimento era detido, em exclusivo pelo capitalista.

Para aumentar essa geração de capital, é preciso que o capitalista adquira matérias-primas, equipamentos e força de trabalho em condições otimizadas; e que o detentor dessa força de trabalho não constitua para o capitalista outro encargo que não o correspondente ao tempo de trabalho necessário. Isso constituiu uma enorme vantagem face à escravatura pois, neste caso, há uma responsabilidade objetiva sobre a vida e as condições de vida do escravo; se este morrer, adoecer ou fugir, o seu dono não terá quem o substitua a não ser que compre outro escravo. Em capitalismo, se o trabalhador adoecer ou morrer, se tiver ou não meios de subsistência para si ou para a sua família, o capitalista não tem sobre isso qualquer responsabilidade e terá, quase sempre, quem queira ocupar o lugar daquele trabalhador. Na escravatura adquiria-se a “máquina”, em capitalismo aluga-se.

Nos tempos que correm, vulgarizou-se, para além da contratação habitual do trabalhador pelo capitalista, do aluguer direto da “máquina”, a prática da externalização. Esta, consiste num contrato de prestação de serviços entre duas empresas em que uma delas tem por função o fornecimento à outra de um rebanho de precários, um lote de “máquinas”, numa postura semelhante à dos negreiros do século XXI.  Os ditos trabalhadores colocados ao serviço apresentam-se como máquinas alugadas pelas “tecnológicas” empresas de trabalho temporário, cujo papel é o de fornecerem força de trabalho, precarizada, temporária, mal paga, sem direitos e em local variável. A segmentação dessa prática de aluguer é um símbolo do parasitismo do capitalista e configura o que se designa por alargamento da “cadeia de valor”.

Nas sociedades atuais e, mais do que nunca, entre o produtor e o consumidor, deixou de haver qualquer vínculo ou sequer, conhecimento mútuo; tanto podem estar próximos, como em continentes distintos. É o mundo da mercadoria e nele se defende a ilusão de que o mercado tudo resolve, de que há uma inelutável tendência para o equilíbrio entre oferta e procura. Esse conceito, pura ideologia, traduz o interesse de uma camada social que, dominando a economia e a esfera política pretende perpetuar uma situação de onde extrai grandes vantagens, em detrimento da grande maioria da Humanidade e do equilíbrio ambiental a nível planetário. 

Para o capitalista, essa separação tem o objetivo preciso da acumulação de capital, uma vez que o seu próprio consumo não será problema. Para quem não é capitalista, para quem a acumulação de capital não é o objetivo central de vida, esta centra-se na satisfação das necessidades, encaradas na sua forma mais lata, como as efetivas e naturais, relacionadas com alimentação, habitação… a que se devem adicionar as supérfluas, as induzidas pelo consumismo, pela moda, pela publicidade. Os “de cima” produzem o que lhes convém e aos “de baixo” falta-lhes o que precisam; a harmonia entre esses dois mundos tem uma probabilidade infinitesimal.

No frenesi da satisfação dessas necessidades, sem qualquer controlo ou intervenção nas decisões que conduzem à produção de bens ou serviços, a vida dos 99% resume-se à venda da sua força de trabalho, à submissão a capitalistas, ao Estado que decreta as leis e demais condições que convêm ao capitalismo, no sentido da perenidade desse sistema económico. A intermitência na vida de cada um, entre períodos com salário e outros em que ele não existe - substituído por um subsídio concedido como um favor - agrava-se nas situações em que nem um, nem outro existem, com vidas em inanição, de expedientes, na chamada economia informal, perseguida pelos esbirros do Estado. Para os mais velhos, já afastados do “mercado de trabalho”[8] a sobrevivência nem sempre é fácil, sobretudo nos casos em que é preciso ajudar filhos e netos desprovidos; e os cortes na saúde e na reforma configuram uma situação de genocídio suave. Em todo este plano de mercantilização e precariedade de vida, não admira a crescente prevalência de desequilíbrios psíquicos.

A questão do baixo consumo dificulta o escoamento das mercadorias e introduz um limite físico à acumulação tradicional, com a compra de tempo de vida, de força de trabalho. Como os capitais circulam sempre na procura de maiores rendabilidades, tudo o que dependa do consumo de massas humanas empobrecidas pela precariedade e pelos baixos salários ou pensões deixa de ser satisfatório, atrativo. Neste contexto, a defesa da “competitividade salarial”, baseada em baixas remunerações relativas, para atrair investidores é, no mínimo contraproducente.

Os capitalistas, para o efeito, utilizam duas formas de ultrapassar a referida limitação:

  • Uma, será conseguir a intermediação do Estado para a constituição de contratos que configuram rendas (as portagens, as parcerias público-privadas, desenhadas muitas vezes de formas escandalosas que configuram casos de corrupção dos signatários estatais) ou encomendas (armas, por exemplo) ou ainda subcontratações, envolvendo os serviços públicos de saúde, educação ou ação social, à custa dos quais vivem enxames de capitalistas, intermediários, contratantes de trabalhadores precários, mal pagos e de parcos direitos. Os recursos financeiros para isso são garantidos pela punção fiscal, paga essencialmente pela multidão[9 
  • A outra é a aposta nos mercados financeiros, na especulação, na geração de dívida a contrair por famílias, empresas e Estados enquanto formas de cativação de receitas futuras, na compra e venda de empresas, objeto de rápido emagrecimento (o downsizing) para revenda com lucro dos seus ativos mais rentáveis, expurgados, previamente de grande parte dos trabalhadores.
O contributo individual para a produção social deixou de ter qualquer relação com as necessidades, tornou-se abstrato e desligado da vida e da sociedade e, por seu turno, as necessidades sociais não são sentidas como tal, apenas individualizadas. A ligação entre as necessidades globais (não forçosamente sociais, como no caso das armas) e as necessidades individuais processa-se no ditoso “mercado” dominado e manipulado em função dos interesses dos capitalistas. 

O caráter de mercadoria da força de trabalho evidencia-se pela contrapartida, por um preço - o salário - que, longe de refletir os ganhos de produtividade na forma de redução do tempo de de vida gasto por cada um, mantém o trabalho tão penoso como sempre foi, sobrecarregado com os custos da atomização produzida pela desinserção social, pela luta pela sobrevivência, pelo pagamento das dívidas, pelo contínuo esforço pela integração na empresa, no trabalho, com horas extraordinárias, biscatos, segundos empregos… Um sufoco, no qual se hierarquizam as necessidades, entre as que podem e as que não podem ser satisfeitas, numa luta constante contra a instabilidade laboral, salarial, os aumentos da punção fiscal, contra a vida tornada precária através da sua própria precarização laboral.  

Convirá, a propósito, referir a ideia vulgar de que o “trabalho dignifica” e que quem não trabalha (sem ser capitalista) é um pária, um madraço[10]; essa dicotomia vinca a absorção cultural da mercantilização da vida, empurrando as pessoas para a submissão ao esforço, à penosidade do trabalho[11], a uma reformulada penitência bíblica, seja na fábrica, ao volante ou na monstruosa burocracia que as empresas e o Estado não deixam de aumentar todos os dias. Curiosamente, muitos dos defensores dessa corrente que relaciona trabalho com “dignidade” horrorizam-se com o “Arbeit macht Frei” cujo sentido não é muito distinto do que defendem, embora celebrizado pela associação aos campos nazis de extermínio. A alternativa, nessa narrativa, à “dignidade” do salariato será a proscrição; a mansa inserção no mundo do trabalho, contudo, é a coisificação, a assunção da categoria de mercadoria, não sendo fácil perceber onde está a dignidade de uma condenação à subordinação vitalícia.

Que o capitalismo se apropria dos ganhos da produtividade é uma evidência se tivermos em consideração o enorme incremento das possibilidades da tecnologia e, em contrapartida, para muitos, jornadas reais de trabalho (para quem o tem) idênticas às de há cem anos; quando tudo indicaria que todos tivessem uma vida decente trabalhando muito menos horas. Tendo em conta que a população mundial é hoje muito superior à de então; que há uma crescente parcela das populações afastada da vida laboral e que a longevidade é claramente maior, torna-se claro que há uma parcela crescente da Humanidade imprestável para o capitalismo. São todos aqueles que não interessam como trabalhadores – os menos qualificados, os qualificados tomados como pouco necessários à vida das empresas, os doentes, os desempregados, os muito pobres e ainda os mais velhos que para além disso, na generalidade, não são animadores do consumo; isto é, não são geradores de rendimentos interessantes para os capitalistas. Há ainda a considerar os milhões de pessoas, inseridos no “mercado” ou não, que são desprezados pelo capital; referimo-nos aos tratadores de doentes, velhos e crianças pequenas e ainda aos professores que ensinam os filhos dos trabalhadores pobres. Neste contexto, toda esta enorme massa de gente é inútil, supérflua e pode desaparecer, do ponto de vista dos capitalistas. Como tecnicamente é caro, não os podem enviar para Marte mas, vão utilizando fórmulas criativas e suaves para não serem competitivos e irem desaparecendo da circulação. 

O capitalismo, ao criar a economia enquanto sistema económico, baseado na crematística, primeiramente numa base nacional, em oposição aos de outros países, gerou entretanto, um sistema económico global, opressivo, insaciável, que gera uma informação e um pensamento próprio, único, como matriz onde se inserem as fabulosas previsões de austeras instituições bancárias e internacionais e ancorado em conceitos altamente discutíveis como a concorrência uber alles, a competitividade, o empreendorismo... Essa mescla, qual viscosa beberagem, mostra-se incapaz de dotar grande parte da Humanidade de um bem-estar aceitável, proporcional aos conhecimentos detidos e profundamente desigual; e, para mais, as disfunções que promove vão afetando gravemente os equilíbrios planetários construídos durante milhões de anos.

A incapacidade de compaginar a necessidade prioritária de acumulação de capital com níveis de produção e consumo de coisas úteis e suficientes para a multidão humana é inerente ao capitalismo e essa acumulação, processando-se, hoje, numa escala alargada e global, aprofunda essa contradição. Como arma de defesa e arremesso contra a Humanidade o capitalismo investe fortemente na ideologia, na propaganda, através do controlo e manipulação da informação e, apresentando como produto perfeito e acabado, uma panaceia chamada “democracia representativa” em que os únicos representados são os capitalistas e os gangs partidários ao seu serviço, entre os quais alguns têm por missão a apresentação das alternativas que promovam a ilusão de mudança.



Neste contexto, a multidão mundial posiciona-se distribuída por variadas alternativas sectoriais, parcelares, umas mais realistas, outras mais românticas, outras ainda distraídas por derivas nacionalistas e fascizantes, sem que se cimente um corpo mínimo de ideias que mobilizem uma grande massa de grupos de seres humanos, articulados na sua atuação, sem preconceitos face ao local de nascimento, a cor da pele ou a crença, no sentido da superação do capitalismo.

(Para breve a publicação da segunda parte deste trabalho)


[1] Aristóteles em “Política”
[2] Havia também um outro direito do senhor, o de pernada. Este direito permitia-lhe deitar-se numa primeira noite, com a noiva de um servo, como a selar civilmente o direito deste último a ter uma companheira, sem prejuízo da intervenção legalizadora do padre ou de as pessoas, pura e simplesmente decidirem “juntar os trapos”.
[3] Se esse fim virtuoso fosse a sustentação do fausto na Cúria Romana não deixava de ser caridade
[4] A designação surgiu no princípio do século XVII, com Antoine de Montchretien que usou o termo como uma generalização ao Estado do que se passava na economia, então entendida como doméstica, de acordo com o seu significado, proveniente dos gregos antigos. Ingenuamente, Montchretien equiparava o Estado a um género de lar doméstico alargado, obedecendo aos mesmos comportamentos de racionalidade.
[5] É ilustrativa uma leitura das justificações da Real Academia sueca para a entrega dos prémios “nobel” da economia 
[6] Note-se que Keynes escreveu sobre o seu emblemático “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” em 1936, quando o New Deal já estava no terreno, tal como o plano do vale do Tennessee e o plano de infraestruturas e de armamento de Schacht na Alemanha hitleriana.
[7]  A versão moderna das corporações foi aplicada na Itália de Mussolini ou no Portugal de Salazar, como forma de fundir capitalistas e trabalhadores num interesse patriótico comum, definido pelos primeiros e pelo seu Estado, como está bem de ver. Atualmente, observa-se na atuação dos reguladores (ERSE, Anacom, Autoridade da Concorrência…) despojados de qualquer intuito de integrar os trabalhadores uma vez que o neoliberalismo esqueceu a encíclica Rerum Novarum que inspirou os corporativismos do século XX; apenas conta a concertação dos interesses das grandes empresas. O corporativismo, na sua forma mais degradada, encontra-se ainda nas designadas ordens profissionais, controladas pelos elementos já instalados de uma profissão, com a conivência do Estado, gerando formas de dificultar o acesso aos mais jovens, de os precarizar, com estágios e exigências absurdas, para cercear a… concorrência e limitar o “mercado” a um género de baronato.
[8]  Designação popularizada pelo neoliberalismo que a “esquerda” também adoptou numa aceitação acéfala da consideração da condição de mercadoria, de interiorização da hierarquia estabelecida pelo capitalismo e pelo Estado.
[9]  A gritaria, em Portugal, da direita tradicional e dos seus serviçais com funções nos media, contra um eventual imposto sobre a propriedade imobiliária, pela parcela que se situar acima de € 600000 e que abrange apenas 40000 imóveis - é reveladora da alergia dos ricos ao pagamento de impostos; coisa que aliás não os penaliza particularmente. Dentro da mesma linha, o FMI aponta para cortes sobre salários e pensões para equilibrar as contas do aparelho estatal.
[11] A sociológica penosidade do trabalho está contida nas culturas, incorporada na própria linguagem. Em português, castelhano e francês, trabalho deriva do latim tripalium que era um instrumento de tortura. O italiano lavoro vem de laborque significa cansaço, fadiga. Em euskera, que não tem relação com o latim, nekezale está associado a dor e cansaço. O arbeit alemão, mais ou menos semelhante em outras línguas germânicas, está associado a atividade obrigatória de seres escravizados ou órfãos

grazia-tanta.blogspot.pt
26
Out16

OS INCRÍVEIS QUEBRA CABEÇAS JAPONESES EM MADEIRA - VÍDEOS

António Garrochinho

Os quebra-cabeças de madeira japoneses, também conhecidos como koyosegi, são a mistura perfeita entre a arte e a engenharia. Estas caixas, que podem ser tanto quebra-cabeças mecânicos como combinações e séries de travas, emprestam parte de seu nome do yosegi-zaiku(marchetaria), uma antiga técnica de marcenaria na qual unem diferentes tipos de madeira para formar padrões de formas e cores. Depois, mediante a utilização de plainass, extraem finas camadas de cada padrão criando assim delgadas lâminas de madeira decorativas que são utilizadas para cobrir caixas ou outros adornos.

VÍDEOS


Os mecanismos preenchem a maior parte do volume interior das caixas, e só depois de descobrir a maneira de acionar cada um, a pessoa poderá acessar de maneira sequencial os níveis mais altos. Geralmente o objetivo destas caixas arraiga em ir resolvendo os quebra-cabeças até chegar a um compartimento final, que pode conter uma surpresa ou um prêmio.

Esta caixa que requer de 72 passos para poder ser aberta.

Caixa que requer de 324 passos para poder ser aberta.

www.mdig.com.br
26
Out16

Pas-de-Calais: "uma experiência humana incrível"

António Garrochinho



Três dias foi o tempo necessário para encerrar o campo de refugiados em Pas-de-Calais e distribuir a população de migrantes, cerca de cinco mil pessoas, por diferentes centros do país.

Sob um fundo de tensão, as forças da ordem conseguiram retirar os clandestinos aqui chegados há 18 meses mas não puderam evitar a série de incêndios voluntários que eclodiram durante a noite. Os fogos terão sido provocados por afegãos revoltados com a ideia de não poderem ir para o Reino Unido, segundo algumas testemunhas.

Os responsáveis locais falam do fim de uma aventura humana: “É realmente o fim da selva, um importante momento. Muita coisa aconteceu, uma experiência humana incrível ocorreu dentro deste campo, com todas estas diferentes comunidades. Mas estamos a virar a página e isso é positivo porque essas pessoas são bem vindas em França e podem começar uma nova vida. “

A autarca da região de Pas-de-Calais afirma que 1.000 refugiados não registados deixaram a “selva” para escapar das chamas e evitar também o controlo com o objectivo de poderem viajar clandestinamente para o Reino Unido.

Ao final da tarde um grupo de mulheres africanas manifestou-se para reclamar o direito de continuar em Calais até embarcarem para Inglaterra onde afirmam ter família à espera.

VÍDEO


pt.euronews.com
26
Out16

VÍDEO - ENTREVISTA DE JERÓNIMO DE SOUSA À SIC 25/10/2016

António Garrochinho




Jerónimo de Sousa diz que o Governo ficava a ganhar se houvesse mais transparência na declaração de rendimentos do presidente da Caixa Geral de Depósitos. Em entrevista à SIC, o líder comunista falou também das relações que mantém com o Bloco de Esquerda. Garante que existe um "relacionamento normal" entre os dois partidos, mas que há situações incómodas.


VÍDEO





26
Out16

ENQUANTO DURA...VIDA DOÇURA ! - Adjunto de Costa que só fez quatro cadeiras do curso demitiu-se

António Garrochinho

O adjunto de António Costa que foi dado como licenciado demitiu-se esta terça-feira. Antes de sair a notícia sobre o curso, Rui Roque apagou dados da conta de Facebook.

Rui Roque disse que era licenciado e António Costa assinou o despacho de nomeação. O adjunto demitiu-se esta terça-feira

Rui Pedro Lizardo Roque apresentou esta terça-feira a demissão de adjunto do primeiro-ministro, “que foi aceite”, informou uma fonte oficial de São Bento. O assessor, que nunca fez a licenciatura que consta no seu despacho de nomeaçãoapenas completou quatro cadeiras do curso de Engenharia Eletrotécnica na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Segundo apurou o Observador, Rui Roque terá concluído apenas as cadeiras de Programação de Computadores, Física I, Estatística e Métodos Numéricos, e Desenho e Métodos Gráficos. A primeira disciplina foi feita em 1998 e a última data de 2002. Estas cadeiras são do primeiro ciclo do plano de estudos pré-Bolonha do curso de Engenharia Eletrotécnica (uma das cadeiras poderá ter sido feita em Engenharia Física, o curso em que esteve inicialmente matriculado um ano).
Estes dados sugerem que Rui Roque apresentou falsas declarações quando foi dado como licenciado a trabalhar no gabinete do primeiro-ministro (numa função que não tem como pressuposto a obrigação de ter qualquer grau académico). Da mesma forma, qualquer documento que tenha apresentado como prova de que tinha a licenciatura só pode ser considerado falso à luz das informações recolhidas pelo Observador. O antigo militante da Juventude Socialista terá mostrado a digitalização de um documento alegadamente passado pela universidade no gabinete do primeiro-ministro — que tinha inclusive uma média das suas notas –, mas não foi possível apurar se esse documento tinha o objetivo de tentar comprovar a licenciatura. Apesar da insistência do Observador, não houve ao longo desta terça-feira qualquer reação de São Bento. Também não foi possível voltar a contactar Rui Roque.

Em silêncio há mais de uma semana

O primeiro contacto feito pelo Observador com o gabinete do primeiro-ministro sobre o assunto foi na segunda-feira, dia 17 de outubro, primeiro por mensagem escrita, depois por e-mail. Seguiram-se sucessivos contactos telefónicos e também mensagens escritas, que não resultaram em nenhuma resposta formal até à saída da primeira notícia a 25 de outubro. Nesta terça-feira, 25 de outubro, voltaram a ser feitos contactos telefónicos e também por e-mail, mas que ficaram igualmente sem resposta. Até às 22h30, quando o gabinete comunicou que Rui Roque apresentou a demissão.













Nas declarações que prestou ao Observador na segunda-feira, depois de uma semana de insistência junto do gabinete do primeiro-ministro, Rui Roque disse que os dadosque constam na sua nota curricular de nomeação “baseiam-se nas informações prestadas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra datadas de outubro de 2009”. Ou seja, o adjunto de António Costa passou para a instituição o ónus da sua situação académica. Mais: deu a entender que ficou surpreendido com as perguntas do Observador: “Quando confrontado pelas vossas questões, eu próprio solicitei mais esclarecimentos da mesma instituição. Como ainda não obtive resposta, nada mais tenho a acrescentar.

Responsável pelas idas de António Costa ao terreno

No gabinete do primeiro-ministro Rui Roque é adjunto para os Assuntos Regionais e responsável por fazer as chamadas “preparatórias” em Portugal. A sua função é, no fundo,preparar as idas ao terreno antes das deslocações do primeiro-ministro, um trabalho similar ao que fez na campanha de António Costa nas legislativas de 2015, em que funcionou como um dos operacionais no terreno. Durante a campanha, o socialista era um dos membros da organização da comitiva que ajudava a proteger o primeiro-ministro com um cordão humano, que é habitual em arruadas e normalmente feito por elementos das “jotas”.
Três meses após as legislativas, António Costa acabou por nomear Rui Roque seu adjunto em janeiro de 2016. O socialista tem 37 anos e cresceu na Granja do Ulmeiro (concelho de Soure, distrito de Coimbra), vila onde é autarca eleito pelo PS, como membro da Assembleia de Freguesia.
Rui Roque já era da Juventude Socialista quando ocupou diversos cargos durante a sua vida académica. Foi presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e coordenador-geral dos Núcleos e Pedagogia da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra.
Na segunda-feira, após ser contactado pelo Observador e antes de sair a notícia, eliminou várias fotos e referências que eram públicas no seu perfil no Facebook. Além de apagar diversas fotos e informações, Rui Roque substituiu a foto de capa da página por uma em branco. Antes, a citação de Mark Twain que o adjunto do primeiro-ministro exibia na página, poderia agora levar a interpretações pouco abonatórias:
É mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que elas foram enganadas.”
Tal como o Observador já noticiou, esta questão é, para já, no entender de juristas, mais do domínio ético do que legal. Um dos especialistas contactados — que não se quis identificar por estar a comentar um caso específico — explicou que “como não é um cargo que exija licenciatura, trata-se de um problema de natureza ética e de falsidade nas declarações” e levanta a questão: “Será que alguém que mentiu, mesmo sem precisar de mentir, tem legitimidade para continuar num cargo público dessa responsabilidade?”.
O mesmo especialista diz que o mesmo caso “coloca em causa quem assinou o despacho, que também pode ter sido enganado, o que põe em xeque a relação política e de responsabilidade política”. O mesmo jurista explica que “só existirá matéria criminal se a declaração de licenciatura estiver acompanhada de um documento a comprová-la. Se não houver licenciatura e houver documento, há matéria criminal”. Ou seja: se Rui Roque apresentou qualquer documento, este terá sido falsificado e, aí, a questão passa a ser do foro criminal.

observador.pt
26
Out16

Tatuagens da polaca Inez Janiak

António Garrochinho


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Tatuagem é uma forma de arte, e cada artista tem seu estilo preferido. Old school, geométrico, pontilhismo… Agora, parece que a polaca Inez Janiak criou sua própria identidade na hora de criar os desenhos.
Apostando na tinta preta, suas tatuagens têm personalidade própria graças ao traço único com um estilo de desenho que parece ser rascunho, mas é a obra final muito bem feita. De flores a retratos, de animais a objetos, ela é capaz de deixar sua marca em cada tattoo.
Confira os desenhos de Inez e nos conte: você já viu um tatuador com trabalhos parecidos?
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Todas as fotos © Inez Janiak
vivimetaliun.wordpress.com
26
Out16

OS INTRIGUISTAS

António Garrochinho
OS INTRIGUISTAS
Outra táctica da direita é tentar fomentar dissenções entre os partidos que apoiam o governo. Ao Jerónimo tentam atirá-lo contra a Catarina, à Mortágua tentam atirá-la contra o Costa, ao Costa tentam atirá-lo contra o Jerónimo, e a coisa dá a volta.
Estou a ver uma parva da direita, na RTP3 a dizer que não aumentar as pensões mínimas aumenta a desigualdade social e que o PCP apoia. A deputada Rita Rato, bem educada, lá vai explicando cheia de paciência. Eu digo já que não teria tanta.
Mandava-a logo, bardamerda. Mas estes tipos não queriam cortar nas pensões, além de se terem fartado de cortar?! Esta gente não passsa de uma cambada de vigaristas. Hoje, discute-se o aumento de pensões, pouco ou muito, no tempo dos pafiosos, era sempre um fartar vilanagem em cortes.
O Jerónimo deu uma entrevista, hoje à SIC. Outro pafioso, o Rodrigues Guedes de Carvalho, foi tentando levar o Jerónimo a dizer que o governo era mau já que as medidas do PCP nunca são aceites. E perguntou ao Jerónimo: "Então, se nunca as medidas do PCP vão para a frente, como é que vão votar a favor do orçamento?". Isto é o tipo de pergunta que só pode ser feita por um filho da Nossa Senhora, não da Nossa Senhora santa, mas da Nossa Senhora pecadora. O Jerónimo lá se safou da armadilha e até elogiou António Costa por, apesar de ter ideias políticas diferentes do PCP, é para Jerónimo um negociador leal. E sobre o BE, o que disse é que o BE não é problema. Problema é a direita e o facto de o PS não querer enfrentar a Europa e renegociar a dívida.
O que os pafiosos queriam era que o apoio ao governo do PS se esboroasse para eles regressarem à manjedoura. Já devem andar cheios de fome e, à medida que os meses passam, estão a entrar em estado de histeria avançada.
O que o Jerónimo e a Catarina deviam dizer ao Coelho e comandita é que qualquer má opção de António Costa, por tibieza, conformismo ou táctica, é sempre melhor do que o país ter o aturar de novo.
É que com António Costa ainda se pode negociar. Com Passos Coelho só a pontapé nos fundilhos das calças.

Estátua de Sal, 25/10/2016
26
Out16

VÍDEO - "Não há presos políticos" em Cuba, diz embaixadora em Lisboa

António Garrochinho


Johana de La Torre garante também não existe ditadura, nem repressão, no país. Entrevista TSF/DN no dia em que o Presidente da República começa uma visita de dois dias a Cuba.


Entrevistada pela TSF e pelo Diário de Notícias, a embaixadora cubana em Portugal garante que a prova de que não existem presos políticos em Cuba é que "há grupos de oposição ao governo que viajam para a União Europeia". Johana de La Torre revela que, na semana passada, "estiveram no Parlamento Europeu" e são "pessoas que estão contra o processo de aproximação" aos Estados Unidos.

A diplomata assegura também que, em Cuba, não existe ditadura. Simplesmente, nem todos pensam da mesma forma, mas não é correto falar de repressão. "Não há nenhuma ditadura que se aguente 60 anos", considera De La Torre.

No dia em que Marcelo Rebelo de Sousa começa uma visita oficial de dois dias a Cuba, a embaixadora em Portugal considera que a viagem do Presidente da República não podia ser mais oportuna. "Marca o momento excelente" que as relações entre os dois países atravessam.

Johana de La Torre agradece o apoio do parlamento português ao fim do bloqueio americano a Cuba. "Não basta mudar a retórica (...) é preciso acabar com o abismo entre o discurso e a realidade". A representante diplomática cubana garante que "sempre foi política"de Havana, o "empenho" na relação com os Estados Unidos.

Nesta entrevista à TSF e ao DN, a embaixadora desvaloriza a necessidade de o país adotar o multipartidarismo, considerado um sistema próprio das democracias. "Nos Estados Unidos, há apenas dois partidos e vocês acham que isso são eleições".

De La Torre recusa também a ideia de que não existam eleições livres em Cuba.



VÍDEO


www.tsf.pt

26
Out16

DIPLOMACIA NAS ENTRELINHAS - Marcelo vê Fidel como uma figura incontornável da História - "Eu nunca estive em Cuba", declarou o Presidente da República. "Não escondo que tenho uma grande curiosidade", acrescentou. Quanto ao encontro com o líder hist

António Garrochinho

O Presidente da República começa esta quarta-feira uma visita de dois dias a Cuba onde tem encontros com associações e empresários, mas o ponto alto será o encontro privado com Fidel Castro.


Ainda a bordo do voo que o levaria até Cuba, Marcelo Rebelo de Sousa contou aos jornalistas que o acompanham na visita oficial que desde adolescente acompanha à distância a figura de Fidel Castro, que no seu entender assinala "um certo tempo".

Anselmo Crespo, enviado TSF/DN a Cuba, registou as palavras de Marcelo sobre Fidel no voo para Cuba

som audio


"Eu nunca estive em Cuba", declarou o Presidente da República. "Não escondo que tenho uma grande curiosidade", acrescentou. Quanto ao encontro com o líder histórico cubano Fidel Castro, que poderá acontecer esta à tarde, Marcelo disse que esse possível encontro "é mais um aspeto pessoal, da experiência de encontrar alguém que, à sua maneira, era conhecido pelo jovem Marcelo Rebelo de Sousa, no tempo em que era adolescente". Os jovens da sua geração "acompanhavam à distância" a figura de Fidel Castro, "uns concordando muito, outros discordando muito", disse.

"Como sabem, eu não era propriamente dos apoiantes, não direi da personagem em si mesmo, mas da política que representava. Em qualquer caso, há na vida personalidades com as quais concordamos ou não concordamos, mas que assinam um certo tempo, isso é um facto",afirmou
Questionado se imaginava algum dia encontrar-se com Fidel Castro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Ah, não, isso eu não imaginava, pois se eu não imaginava ser Presidente da República".

Depois de Fidel, a Rainha?

Nesta viagem, o Presidente da República anunciou ainda que tem previsto um encontro com a rainha do Reino Unido, Isabel II, no Palácio de Buckingham, em Londres, "daqui por umas semanas", mas não o deu ainda como confirmado.

A confirmar-se, será "uma visita de trabalho ou de cumprimentos que já estava pensada há algum tempo", segundo o chefe de Estado, "proporcionando-se um encontro que não foi possível logo a seguir à tomada de posse".

www.tsf.pt


26
Out16

São precisos 170 anos para atingir igualdade de género económica

António Garrochinho



A igualdade de género em termos económicos deverá ser atingida dentro de 170 anos, prevê o Fórum Económico Mundial, um retrocesso em relação aos 118 previstos em 2015.

"Ao ritmo atual, e tendo em conta o alargamento da desigualdade desde o ano passado, o fosso só deverá ser fechado dentro de 170 anos", indica o relatório de 2016.
As projeções baseadas em dados do relatório sobre as diferenças globais entre géneros de 2015 indicavam que o fosso poderia fechar-se dentro de 118 anos (em 2133). No entanto, este processo inverteu-se desde então e o período aumentou para 170 anos (2186).
O Fórum Económico Mundial, que analisa fatores como educação, saúde e sobrevivência, oportunidades económicas e participação política, revela que globalmente a igualdade se situa nos 68%, mas em termos económicos a percentagem de paridade desce para os 59%, uma proporção que, ainda assim, é a melhor desde 2008.
Segundo o relatório de 2016, divulgado esta madrugada, as mulheres ganham, em média, pouco mais de metade do que os homens, apesar de em geral trabalharem mais horas.Progressos na educação
O número de mulheres em postos de responsabilidade também se mantém baixo: apenas quatro países em todo o mundo têm o mesmo número de homens e mulheres a exercerem a função de deputados, funcionários de alto nível e diretores, apesar de 95 países terem atualmente tantas mulheres como homens com formação universitária.
A educação é a área em que mais se avançou, com o Fórum Económico Mundial a atribui-lhe 95% em termos de igualdade. Apesar de uma ligeira deterioração, saúde e sobrevivência contabilizam 96%.
"Dois terços dos 144 países incluídos no relatório deste ano podem gabar-se de ter acabado completamente com a desigualdade de género no que toca à proporção de géneros no nascimento, enquanto mais de um terço fez fechar o fosso totalmente em termos de esperança de vida saudável", destaca o relatório.Política
O setor em que a diferença de género é mais pronunciada, o empoderamento político, é também aquele em que se verificaram mais desenvolvimentos desde que o Fórum Económico Mundial começou a medir a desigualdade de género, em 2006.
Nesta área, a igualdade de género situa-se agora em 23%, mais 1% que em 2015 e quase 10% mais elevado que em 2006 - segundo o método do Fórum, quanto mais elevada a percentagem, menor a desigualdade.
No entanto, as melhorias acontecem tendo pontos de partida muito reduzidos: apenas dois países alcançaram paridade parlamentar e apenas quatro em cargos ministeriais.
O Fórum salienta que há "países que começam a disputar a tradicional hegemonia das nações nórdicas no `ranking` da igualdade de género".
Ruanda à frente da Irlanda
Apesar de os quatro primeiros lugares, em termos de igualdade de género, pertencerem à Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia, o quinto país mais bem colocado no índice global é o Ruanda, que ultrapassa a Irlanda, em sexto lugar.

Na lista de 144 nações, Portugal fica em 31.º lugar, mas desce de posição nos índices de participação e oportunidade económica (46.º), formação académica (63.º), saúde e sobrevivência (76.º) e empoderamento político (36.º).
Após a Europa e a América do Norte, a região com maior igualdade de género é a América Latina e o Caribe, com 70%, bem como a Europa de Leste e a Ásia Central.
A Ásia Oriental e o Pacífico conseguiram 68% de igualdade de género.
Quatro países da África Subsariana - Ruanda (5.º), Burundi (12.º), Namíbia (14.º) e África do Sul (15.º) - encontram-se nos primeiros 20 lugares, colocando a região na segunda posição, atrás da Europa Ocidental.
A região pior situada (com 61% de igualdade de género) é o Médio Oriente e o Norte de África.

www.rtp.pt
26
Out16

A América, e com ela o Ocidente, num impasse perigoso com as eleições presidenciais de Novembro – O Departamento de Estado, sob Hillary Clinton , deu autorizações especiais para os principais doadores à Fundação Clinton I

António Garrochinho




Em 12 de Outubro de 2016, em http://www.les-crises.fr/le-departement-detat-sous-hillary-clinton-a-donne-des-autorisations-speciales-a-des-donateurs-importants-de-la-fondation-clinton/

Fonte: Judicial Watch, 10/04/2016

O príncipe do Bahreïn foi obrigado a passar pela fundação para encontrar Clinton depois de se ter comprometido a pagar 32 milhões de dólares para a Clinton Global Initiative.

O magnata de Hollywood Casey Wasserman, o nababo de Slimfast Daniel Abraham, e Rajiv Fernando cuja nomeação foi alvo de controvérsia, fazem parte dos grandes doadores da fundação Clinton que obtiveram favores especiais do Departamento de Estado sob Clinton

(Washington D.C.) – Judicial Watch publicou hoje 725 páginas de novos documentos do Departamento de Estado, compreendendo as trocas de correios eletrónicos inéditos nos quais a antiga colaboradora de Hillary Clinton, Hume Abedin, forneceu aos doadores influentes da Fundação Clinton um acesso rápido à Secretaria de Estado. Em numerosos casos, a preferência atribuída aos doadores fazia-se a pedido expresso de Douglas Band, diretor da Fundação Clinton.

Os novos documentos compreendiam 20 trocas de correios eletrónicos de Hillary Clinton que não tinham sido transmitidos ao Departamento de Estado, o que eleva para 191 o total conhecido até agora de novos emails de Clinton (que por conseguinte não fazem parte das 55.000 páginas de correios eletrónicos que Clinton entregou ao Departamento de Estado). Estes registos contradizem as declarações de Clinton, afirmando que “a seu conhecimento” todos os emails relativos ao governo tinham sido entregues ao Departamento de Estado.

Os emails de Abedin revelam que a antiga assistente de Clinton servia aparentemente de intermediária entre os doadores da Fundação e Hilary, enquanto esta era Secretária de Estado. Em mais de uma dúzia de trocas de correios eletrónicos, Abedin permitiu [eliminar aos doadores] um acesso direto e rápido a Clinton aos doadores que tinham pago entre 25.000 e 10 milhões de dólares à Fundação Clinton. Em numerosos casos, Doug Band, alto dirigente na Fundação, que trabalhou para a Fundação ao longo de todo o mandato de Hillary Clinton, trabalhava em colaboração estreita com a Sra. Abedin. Na sua declaração em junho à Judicial Watch, esta admitiu que uma parte do seu trabalho no Departamento de Estado consistia em ocupar-se “dos negócios da família Clinton. ”

Entre os emails trocados entre Abedin e Band, um deles revela que quando o príncipe herdeiro Salman do Bahreïn solicitou um encontro com a Secretária de Estado Clinton, este foi obrigado a passar pela Fundação Clinton para ter um encontro. Abedin avisou Band que quando tinha passado “pelas vias normais” do Estado, Clinton tinha recusado responder. Porém, após a intervenção de Band o encontro realizou-se no espaço de quarenta e oito horas. De acordo com o sítio da Fundação Clinton, em 2005, Salman comprometeu-se a criar o “Crown Prince’ s International Scholarship Program” (CPISP) para a Clinton Global Initiative (CGI). E em 2010, tinha contribuído com cerca de 32 milhões de dólares para a CGI. O Reino do Bahreïn teria dado entre 50.000 e 100.000 dólares à Fundação Clinton. E o Bahrain Petroleum deu igualmente uma soma suplementar de 25.000 a 50.000 dólares.

De : Doug Band

A : Huma Abedin

Enviado: terça-feira 23 junho 2009

Assunto:

Príncipe herdeiro de Bahrein estará aqui amanhã até sexta-feira. Pede para ser visto. É um bom amigo nosso

De : Huma Abedin

A : Doug Band

Enviado: terça-feira 23 junho 2009

Objet : Resposta:

Ele pediu para ver Hillary Clinton na quinta e sexta-feira pelos canais oficiais. Eu perguntei-lhe e ela disse-me que não se quer comprometer com nada, seja para quinta ou sexta-feira antes de saber como se sentirá. Ela também disse que pode querer ir a NY e não se quer ser comprometer com coisa nenhuma.

De : Huma Abedin [Huma@clintonemail.com]

Enviado: Quinta-feira 25 junho de 2009 10:35:15

A : Doug Band

Assunto :

O Príncipe herdeiro Bahreïn propõe 10:00 da manhã para a entrevista com Clinton

Se o vires, diz-lhe.

Estabelecemos já o contacto pelos circuitos oficiais

Figura igualmente entre os emails entre Abedin e Band uma troca de emails nos quais Band pressiona Abedin para que houvesse uma intervenção do Departamento de Estado de Clinton para a obtenção de um visto para os membros do Wolverhampton Futebol Clube [clube de futebol britânico, NdT], de que um dos seus membros tinha aparentemente dificuldades por causa “de acusações de ilegalidades [crimes]”. Band agia sob ordem de Casey Wasserman, um dirigente milionário no negócio do desporto e Presidente da Fundação Wasserman. Wassermann deu entre 5 milhões e 10 milhões de dólares à Fundação Clinton através da Fundação Wasserman

De : Tim Hoy [Vice Presidente Wasserman Media Group]

Data : 5 Maio de 2009

A : Casey Wasserman

Assunto: Wolverhampton FC/ questão de visto

Casey: o cliente [jogador de futebol inglês famoso], jogador de Paul Martin, tem necessidade de obter um encontro expresso na embaixada dos Estados Unidos em Londres esta semana e encontrámos alguns obstáculos. Escrevo para pedir ajuda.

O Wolverhampton FC vem a Las Vegas esta quinta-feira para “uma pausa festiva”. [apagado] e não pode obter visto nos Estados Unidos sem ser “previamente entrevistado” pelo serviço de vistos da embaixada dos Estados Unidos em Londres.

Contactei o escritório do senador Boxer em SF [San Francisco] para pedir ajuda… Estes não se mostraram prestáveis face às acusações de ilegalidade e disseram que “não podiam ajudar”.

Tento agora obter ajuda do escritório de Sherrod Brown mas isto não parece ir melhor. Por conseguinte tens ideias/contactos que possam contactar a embaixada em Londres e pedir que o recebam amanhã?

De: Casey Wasserman

A: Doug Band; Trista Schroeder [quadro de Wasserman Media Group]

Enviado: 5 Maio de 2009 2:23:50

Assunto: Tr: [apagado] Wolverhampton FC/questão de visto

Podes-me ajudar no que respeita ao negócio abaixo [correio eletrónico de Hoy], ou talvez Huma ??? Ponho Trista nos endereços porque estou no avião e para o caso de poder perder a ligação… Obrigado.

De: Doug Band

Enviado: Terça-feira 5 de maio de 2009 7:08: 21

A: Casey Wasserman; Trista Schroeder

Assunto: Re: [apagado] Wolverhampton FC/question de visto

Enviar-lhe -ei um correio eletrónico.

Enviado: terça-feira, 5 Maio de 2009

Nota de tradução: E a troca de emails continua.

Os e-mails de Abedin também revelam que ao magnata Slimfast S. Daniel Abraham foi concedido o acesso quase imediato à Secretária de Estado Clinton, com Abedin, a servir de ligação. De acordo com o site da Fundação Clinton, Abraham, como a Fundação de Wasserman, deu entre 5 milhões e 10 milhões de dólares à Fundação Clinton. Os e-mails mostram que Abraham foi quase imediatamente recebido por Clinton, a seu pedido.

De : Huma Abedin

A: H

Enviado: segunda 4 Maio, 2009 4:40:34

Assunto: Danny

Danny Abraham telefonou esta manhã. Está em Washington hoje e amanhã e pede 15 minutos contigo. Posso fixar-lhe encontro para amanhã?

De: H

A: Huma Abedin

Enviado: segunda 4 Maio de 2009 5:14

Assunto: Re: Danny

Será que o avião esperará se eu não puder estar lá antes das 7-8 h?

De: Huma Abedin

Enviado: segunda, 4 Maio de 2009 15 :30

Assunto: Re: Danny

Sim, certamente.

Outros emails de Abedin nos quais os conselheiros mais próximos de Clinton intervêm no âmbito do Departamento de Estado por conta dos doadores da fundação Clinton incluem os casos seguintes

  • Sexta-feira 26 de junho de 2009, um próximo de Clinton, Kevin O’ Keefe, escreveu a Clinton dizendo que “Kevin Conlon tenta fixar uma reunião consigo e um cliente importante. ” Clinton escreveu a Abedin, “pode ajudar a fazer isso para Kevin? ” Abedin respondeu, “ vejo isso o mais depressa possível. ” Kevin O’ Keefe deu entre 10.000 e 25.000 dólares à Fundação Clinton. Kevin Colon é “um Grande Doador” da campanha presidencial de Clinton em que recolheu mais de 100.000 dólares para a candidata.

  • Terça-feira 16 de junho de 2009, Ben Ringel escreveu a Abedin, “estou a caminho com Avigdor Liberman. Lembrei-te ontem. Quero parar para ver Hillary Clinton esta noite durante 10 minutos. ” Ringel deu entre 10.000 e 25.000 dólares à Fundação Clinton.

  • Segunda-feira 6 de julho de 2009, Maureen White escreveu a Abedin, “estarei em Washington na quinta-feira. Será que ela terá um tempito? Abedin respondeu, “Sim, vou arranjar isso”. White deu 75.000 dólares à Fundação Clinton.

  • Em junho de 2009, o poderoso personagem de Saint-Louis, o influente Joyce Aboussie trocou uma série de emails insistentes com Abedin. Aboussie evocava os seus esforços para organizar uma reunião entre Clinton e o Vice-Presidente de Peabody Energy Cartan Sumner. Aboussie escreveu, “Huma, tenho necessidade da tua ajuda para intervires, por favor. Temos necessidade desta reunião com a Secretária de Estado Clinton. É, com efeito, o meu primeiro pedido. Apreciaria realmente a tua ajuda sobre isto. Não é necessário estar a dizer que as pessoas de Peabody vieram ter com Dick [Gephardt] e comigo devido às nossas relações com os Clinton. ” Após algumas palavras suplementares de Aboussie, Abedin respondeu, “estamos a trabalhar no assunto e espero que poderemos fazer algo… temos de lidar com a burocracia [sic] aqui. ” Aboussie deu entre 100.000 e 250.000 dólares à Fundação Clinton.

  • Sábado 16 de Maio de 2009, o dirigente de uma grande empresa de telemóveis e militante política Jill Iscol escreveu a Clinton: “Podes dizer-me a quem devo transmitir o pedido de Jacqueline Novogratz [para uma entrevista com a Secretária de Estado]. Sei que a conheces bem, mas, honestamente, está tão avançada sobre toda a gente e é tão brilhante que acredito que Jaqueline poderia ser extremamente preciosa no teu trabalho. ” Clinton enviou consequentemente um correio eletrónico a Abedin em que diz, “imprima, stp”. Jill e o seu marido Ken Iscol deram entre 500.000 e um milhão de dólares à Fundação Clinton. Hillary Clinton nomeou seguidamente Novogratz para o Conselho dos Negócios Estrangeiros do departamento de Estado.

Os emails de Huma Abedin que acabam de ser publicados contêm também uma nota enviada à Cheryl Mills por Laura Pena, encarregada da ligação entre o Departamento de Estado e a Casa Branca. Revela que Rajiv Fernando foi proposto, de maneira um tanto controversa, para um posto sensível no Security Advisory Board [Conselho consultivo para a segurança, NdT] a partir de Junho de 2009. Não foi nomeado antes de 2011 e a sua nomeação desencadeou uma tempestade porque, de acordo com uma reportagem de ABC News, “não tinha nenhuma experiência evidente neste domínio. ” Fernando deu 1 milhão de dólares à Fundação Clinton.


26
Out16

MATUTANDO

António Garrochinho

FALAR DE RESISTÊNCIA E DE AFRONTAMENTO ÁS POLÍTICAS DO FASCISMO, DO NEO LIBERALISMO, DO CAPITALISMO, NÃO É UMA COISA QUE DEPENDA DESTA OU DAQUELA DATA DESTE OU DAQUELE LUGAR ONDE ELE EXISTA ESCRAVIZANDO E MALTRATANDO CIDADÃOS HONESTOS
Convencido de que a única paz possível para a humanidade é possível, eu continuo a lutar e a sugerir seguindo exemplos históricos os de ontem os de hoje de como se pode e devemos lutar.
Há situações que não desejamos mas não as podemos evitar pelo simples motivo de que somos vítimas delas e assim se não resistimos sucumbimos sem nada mudar, resolver ou transformar.
A violência revolucionária, a contestação, a atitude corajosa, o confronto, é necessário sempre que o diálogo não seja possível e quando as instituições não respeitam a vontade popular- Só assim se poderá (para os que realmente o desejam) acabar definitivamente com o causador de todo o mal.
O CAPITALISMO
O FASCISMO
A TRAIÇÃO
António Garrochinho
26
Out16

ESCREVI ISTO HÁ UM ANO

António Garrochinho
ESCREVI ISTO HÁ UM ANO E RECONHECENDO QUE HOUVE ALGUNS AVANÇOS E QUE A GRANDE VITÓRIA DO POVO FOI AFASTAR PORTAS, COELHO E TODA A CASTA DE PAFIANOS DO PODER CENTRAL (NÃO DE TODOS OS LUGARES QUE MEXEM COM INFLUÊNCIA GOVERNATIVA), ESPERO COMO TODOS OS PORTUGUESES INJUSTIÇADOS E SOFREDORES COM AS POLÍTICAS FASCISTAS DA DIREITA QUE ESSES TEMPOS NÃO SE REPITAM


António Garrochinho
26 de Outubro de 2015 ·

CAVACO UNIU O PS

SIM ! CAVACO COM O SEU ÓDIO E RANCOR À ESQUERDA (PARA ELE TUDO O QUE NÃO SEJA O PSD É PERIGOSO) CONSEGUIU UNIR O PARTIDO SOCIALISTA INTERNAMENTE QUE SEMPRE LUTOU PELOS TACHOS , MAS NÃO O UNIU À ESQUERDA NA VERDADEIRA ACEPÇÃO E DEFINIÇÃO IDEOLÓGICA DA PALAVRA.
UNIU-O SIM (PARA MAL DOS PORTUGUESES) NO SENTIDO DE CONTINUAR A SER O QUE SEMPRE FOI, UM PARTIDO QUE SERVE E É ÚTIL À DIREITA PARA QUE A VERDADEIRA ESQUERDA NÃO "CAPITALIZE" A OPOSIÇÃO ÀS POLÍTICAS QUE VÊM SIDO APLICADAS HÁ MAIS DE TRÊS DÉCADAS.

ENQUANTO ISSO OS PORTUGUESES CHUPARAM "O CARAMELO" E AINDA ANDAM, ALGUNS, A ACREDITAR QUE COM O PS É POSSÍVEL UM GOVERNO HONESTO E QUE REPONHA OS DIREITOS PERDIDOS E A JUSTIÇA NESTE PAÍS.

PASSOU-SE, PASSA-SE O TEMPO, COM ESTAS INJECÇÕES QUE PARA LÁ DE OUTROS ALIENAÇÕES NOS VÃO ILUDINDO E ENTRETENDO E CÁ VAMOS ANDANDO COM A CABEÇA ENTRE AS ORELHAS.

NÃO TARDA ESTARÁ AÍ O ARREMESSAR DE PEDRAS ENTRE A ESQUERDA A ACUSAREM-SE MUTUAMENTE DE CULPAS PELA NÃO CONCRETIZAÇÃO DO ACORDO E ENTRETANTO O RELÓGIO, A VIDA NÃO PARA, É UM FUMO ONDE AS NOSSAS ASPIRAÇÕES SE VÃO DILUINDO, ESFUMANDO, SEM QUE O POVO TOME DEFINITIVAMENTE NAS MÃOS A SOLUÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS.

26
Out16

BOM DIA AMIGO(A)S E CAMARADAS - SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

Quando derrubada a ditadura fascista de Salazar e depois representada pelo Marcelismo sacana e endrominador das "conversas em família" com falsas reformas como a do passaporte já que eram mais os que iam a salto para França, a substituição da PIDE pela DGS, para lá de outras "mésinhas" com vista a enganar o povo (os descuidados do pensar), os fascistas de então já tinham a lição bem estudada e saíram ilesos de todos os crimes e assassinatos que cometeram, ao longo da sua governação.
Tomás e Caetano morreram velhos e de barriga cheia em exílios dourados e depois disso outros crápulas como informadores, bufos, torcionários, militares de graduação fizeram inventonas, tentativas de golpe para destruir a almejada liberdade a que o povo aderiu depois do derrube do fascismo.
Hoje há muitas semelhanças com o regime deposto, algumas piores, mais ardilosas, mais sofisticadas, no que diz respeito à maneira como os governantes, os que têm influência na vida social e política do nosso país, tomando o pulso ao povo as aplicam e tornam a nossa vida num "inferno" com tanto imposto para pagar,e com tão pouco para fazer face à renda da casa. á saúde, à escola de filhos e netos, à velhice. Tudo se resolve à custa de dinheiro e a pergunta é ! quem o tem ?
O fascismo existe e reforça-se dentro dos partidos, dentro do estado, dentro das empresas e até no seio do povo.
Muitas das vezes porquê ?
Por ignorância, por ausência de consciência de classe, por perca de dignidade. por falta de oposição real, por medo de dias piores face ao desemprego ( o terror de ficar sem pão), por inercia e pouca ambição no sentido de nos cultivarmos e nos mobilizarmos contra os oportunistas e charlatões que estrategicamente estão colocados nos pontos chave de influência e modelam, confundem, o pensamento e a vida dos que produzem e que na verdade são os mais importantes na construção de um Portugal melhor .
Isso é que se tem que transformar, só nós o podemos fazer !
Se realmente não queremos andar a vida em jeito de "carpideiras" a chorar o que nos roubam ao mesmo tempo que permitimos a aldrabice e que as políticas demagógicas(venham de onde vierem) sejam o pão nosso de cada dia, então temos que arranjar tempo para reflectir e agir no sentido de nos libertarmos da aldrabice e ilusão de que o que queremos e ambicionamos legitimamente cairá do céu.
António Garrochinho

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