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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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04
Nov16

Loulé entregou talhões das Hortas Sociais a quatro munícipes

António Garrochinho


Quatro novos talhões das Hortas Sociais das Bicas Velhas de Loulé foram entregues ontem, quinta-feira, a outros tantos munícipes louletanos.
Com a entrega destes lotes eleva-se para 40 o número de terrenos cedidos pela Câmara de Loulé a cidadãos do concelho que enfrentam maiores dificuldades financeiras.
«Localizadas no terreno onde se encontrava uma antiga lixeira desativada desde 1984, as Hortas Sociais de Loulé constituem um equipamento camarário com uma forte componente social, que proporciona aos cidadãos, em especial aos mais carenciados, a possibilidade de cultivarem e assim poderem usufruir de produtos agrícolas frescos, produzidos por si e pelo seu agregado familiar, constituindo por isso um instrumento de subsistência alimentar, complementar e sociocultural para famílias com maiores dificuldades económicas», enquadrou a Câmara de Loulé.
O uso dos talhões não implica qualquer tipo de pagamento por parte destas famílias, «mas requer o cumprimento das regras estabelecidas no Regulamento, o uso correto dos recursos disponibilizados e uma convivência sã entre os utilizadores, bem como o cumprimento das técnicas de uma agricultura sustentável e saudável, de acordo com as regras da agricultura biológica».

www.sulinformacao.pt
04
Nov16

FRAUDULENTOS – ALMEIDA FARIA

António Garrochinho




GUIA PARA CANDIDATOS AOS INFERNOS
X
FRAUDULENTOS


O Oitavo Círculo tem fama de ser o mais concorrido.
Além de nós, incansáveis praticantes da fraude
E seu instrumental (o embuste, o branqueamento,
Os documentos forjados), ao mesmo Círculo vão parar
Os aduladores e sedutores de mansas falas
E os temíveis rufias de várias rufiagens.
Muitos de nós cultivamos a fraude fiscal, banal
Quando Justiça e Estado andam neste estado.
Outros optaram pelo contrabando
Dos secos e molhados da mentirola
Em verso e prosa, das amplas promessas
E poses honestas para enrolar papalvos.
Todos nós, mulheres e os homens,
Porque a vaidade de aceder à verdade
Não compensa, é uma perda de tempo e dá trabalho,
Nos tornámos a fraude de nós próprios, defendendo
A nobre causa do direito à fraude.
Via: voar fora da asa http://bit.ly/2fpkWfV
04
Nov16

As pieguices de Luís Montenegro

António Garrochinho


lm
O artista, já dizia Diácono Remédios, é um bom artista. E Luís Montenegro, gostemos ou não do personagem, é, efectivamente, um bom artista. Mas a desfaçatez da sua intervenção de ontem no Parlamento é de bradar aos céus. Quem ouviu o líder parlamentar do PSD, fica com a sensação de que os anos em que o seu partido governou não terão realmente existido. Que trabalhadores e pensionistas não foram espremidos até ao tutano. Que o estado-providência não foi profundamente afectado. Que os portugueses não foram alvo de um brutal aumento de impostos. Que não se vendeu património do Estado ao desbarato.
Para Montenegro, “2016 foi um ano perdido”. Talvez se refira ao seu partido e a oposição vazia e medíocre que fez. Ou, quem sabe, aos barões do ensino privado, que perderam uma boa parte das rendas milionárias que acumulavam, ano após ano, enquanto a escola pública definhava. Talvez se refira aos pobrezinhos da Comporta que, coitados, terão agora que reduzir a dose diária de caviar para pagar o novo imposto sobre o património. Não sei. Com certeza que não se estará a referir aos trabalhadores que recuperaram rendimentos, aos pensionistas que se livraram do corte de 600 milhões de euros que o seu partido defendia ou aos portugueses em geral, que em 2016 viram a factura fiscal descer, depois de, no ano anterior, o último em que o seu partido governou, terem aumentado 4,4%. Pelo quarto ano consecutivo.
Diz o deputado que “Até há um ano Portugal era um exemplo de reformismo na Europa“. Reformismo? Qual reformismo? Há um ano, Portugal era um exemplo de retrocesso. Era a trabalho precário que se banalizava, de mãos dadas com a acelerada destruição de direitos laborais, eram os impostos que não paravam de subir, sufocando as famílias e as pequenas empresas, era o SNS sem dinheiro, com as urgências transformadas num inferno e era a escola pública com cortes na casa dos 700 milhões de euros. Era o Banif a arder, o Novo Banco a arder, o dinheiro dos contribuintes a arder e o sistema bancário, no geral, transformado num incêndio só. E mesmo assim não se atingia uma meta, sendo que a do défice, aquela que agora ficará dentro dos limites impostos por Bruxelas, quase nos custou um processo sancionatório.
Questiona Luis Montenegro se “No fim de cada dia as pessoas estão verdadeiramente melhor daquilo que estavam e da perspetiva que tinham no final de 2015?“. É possível que o seu círculo mais chegado, ou quem sabe os amigos do avental, estejam hoje um pouco pior. Com o salário mínimo a aumentar e a perspectiva de terem que pagar uns trocos a mais pela casa de férias, é possível que o Bóbi passe a ir menos vezes ao salão de estética. Mas nada que um bom pé-de-meia nas Caimão não resolva. Porque as pessoas que beneficiaram da devolução de rendimentos, do alívio fiscal ou do aumento do salário mínimo são capazes, palpite meu, de estar pelo menos um pouco melhor que em 2015.
Austeridade transitória foi o que os senhores nos prometeram senhor deputado. Durante quatro anos e seis penosos meses. E entregaram-nos um país mais pobre, mais desigual, com uma carga fiscal incomportável e um estado social partido. Um país com uma dívida que não parou de crescer, um défice que nunca esteve controlado e um sistema bancário em cacos. Um país de onde centenas de milhares fugiram, onde as falências se multiplicaram e a desigualdade floresceu. Independentemente do resultado final da experiência Geringonça, o senhor e os seus pares continuam sem moral alguma para dar lições de moral a quem quer que seja. A vida do doutor Montenegro, compreende-se, poderá não estar melhor do que durante os anos de vassalagem que marcaram o anterior governo. Mas a vida dos portugueses, a tal que não estava melhor durante a governação catastrófica da coligação além-Troika, está hoje manifestamente melhor. Que o digam os trabalhadores que recuperam rendimentos, os pensionistas que, ao invés de cortes, viram as suas pensões aumentadas ou todos aqueles que viram a factura fiscal descer. Olhe, que o diga o Royal Bank of Scotland, essa perigosa pandilha esquerdalha, que por estes dias falou sobre um “mar de boas notícias” no país. Vá lá Luís, deixe-se de parvoíces e não seja tão piegas!

aventar.eu
04
Nov16

OLHÓ AVANTE ! - FORTE DE PENICHE - DEFESA DA MEMÓRIA HISTÓRICA

António Garrochinho




Todos sabemos o que aconteceu à sede da PIDE em Lisboa, convertida em condomínio de luxo. Nada sobrou para que permanecesse conhecido o registo das brutais atrocidades ali cometidas pela sinistra polícia política


Forte de Peniche
Defesa da memória histórica

Com surpresa, sentimento de choque e até com profunda indignação foi recebida a notícia da intenção do Governo de concessionar a privados o Forte de Peniche. Foram públicas, de imediato, diversas declarações de repúdio. Alguns ex-presos, militares de Abril e conhecidos democratas também reagiram promovendo e pondo a circular um abaixo-assinado – Forte de Peniche, defesa da memória, resistência e luta – que teve desde logo, como aliás se esperava, um largo acolhimento e assim prossegue, procurando expressar a convicta e sentida oposição a esta intenção e ao mesmo tempo preservar o que é memória da luta e da resistência, um lugar que é sentido e reconhecido pelo povo português como património histórico nacional.



O Forte de Peniche foi durante muitos anos a prisão de alta segurança do fascismo, onde eram encarcerados, depois de «julgados» e condenados pelos tribunais especiais, portugueses que se empenhavam na luta contra o regime opressor.

O Forte de Peniche contém, para lá das suas espessas muralhas e nos edifícios gradeados onde os presos viviam, não só marcas profundas de sofrimento mas também elevados exemplos de coragem que por isso o converteram em local de uma memória colectiva a preservar, mantendo e respeitando as marcas desse passado, o legado de resistência e luta do povo português.

Sabe-se, conhece-se, ninguém pode ignorar que o Forte de Peniche é talvez o mais simbólico dos locais da resistência ao fascismo. Ali milhares de cidadãos, das mais diversas profissões e originários um pouco de todo o País, sofreram o pior dos isolamentos, castigos, maus-tratos, privações de todo o tipo.

Não pode ser esquecido que dentro daquelas fortes muralhas, em celas de tamanho diminuto, milhares de portugueses passaram parte das suas vidas encarcerados para que possamos hoje viver, todos, em liberdade.

Nesse sentido, esta primeira iniciativa, já subscrita por milhares de portugueses e portuguesas, pretende assim e, desde já, expressar a firme e legítima exigência de que o Forte de Peniche permaneça um património nacional em que o Estado e os restantes poderes públicos se devem empenhar para que ali se perpetue de forma digna a história da luta e resistência do povo português contra o regime fascista que durante décadas tão duramente nos oprimiu.

O Estado não se pode alhear de contribuir para a preservação dessa memória, desse património. É uma obrigação ética de todos, e também obrigação constitucional do poder democrático. É seu dever preservar na memória dos portugueses a consciência de que o Portugal democrático tem na sua génese a resistência ao regime fascista a que o 25 de Abril veio pôr fim.



Uma história que não se pode apagar

Todos sabemos o que aconteceu à sede da PIDE em Lisboa, convertida em condomínio de luxo, apesar dos protestos, manifestações. Nada sobrou para espaço de memória futura, para que permanecesse conhecido o registo das brutais atrocidades ali cometidas pela sinistra polícia política, votando assim ao esquecimento os dias e noites seguidos de tortura do sono, os espancamentos brutais, os degradantes maus-tratos, a brutalidade terrível durante os interrogatórios infligidos a tantos homens e mulheres que lutaram pela democracia e a liberdade. E o tão falado «memorial» afinal não passa duma pequena e despercebida placa que só quem nela tropeça talvez leia.

Se o Forte de Peniche fosse concessionado a privados, que aconteceria ao conjunto das instalações desta antiga cadeia da ditadura fascista?

Que aconteceria ao Parlatório, logo ali à entrada, onde se realizavam as visitas que famílias e presos esperavam ansiosamente para se verem? Apenas para se verem, porque presos e familiares ficavam separados por aquele balcão de meia parede em que assentava o vidro que os impedia de se poderem sequer tocar. E, mesmo assim, sempre submetidos à vigilância apertada dos carcereiros.

Quem ousará tentar apagar a memória de milhares de crianças que ali se deslocaram para verem os seus pais e, ao entrarem naquele estreito corredor circular, os viam apenas da cintura para cima, e sempre ladeados pelos guardas prisionais de farda escura, aquelas figuras hirtas de pé?

Ao longo de quarenta anos, milhares de crianças, filhas dos presos, ali foram anos seguidos visitar os pais. No regresso, tristes no rum-rum da carreira ou nos carros da solidariedade dos amigos, ali seguiam encostados ao vidro, vendo cada vez mais longe os edifícios gradeados entre as elevadas muralhas onde estavam encarcerados os seus pais. E no trepidar da viagem, quando o sono chegava, quem sabe se naquele primeiro sonho não aparecia ainda a memória daquela noite em que homens bateram à porta e entraram à bruta, amarraram as mãos do pai, remexeram gavetas, procurando papéis e livros, rudemente mandaram calar a mãe e o irmão mais pequeno, que chorava. Depois levaram o pai. Talvez já no fim da viagem surja de novo a pergunta: ó mãe, porque é que o pai está preso? Já falamos, filho, quando chegarmos a casa…

E que perguntas terão feito às suas mães as muitas crianças que com elas foram presas pela PIDE, sem saber porquê, e nas prisões do fascismo permaneceram por longo tempo?...

E que aconteceria ao Redondo, lá em frente, mesmo ao fundo, junto à muralha, onde funcionou o tristemente célebre «segredo»? Local dos castigos, pequeno cubículo isolado e sem luz onde tantos presos foram encerrados dias e noites. Local também de resistência e de históricas fugas de corajosos antifascistas que se evadiram para logo retomarem o seu combate na luta pela liberdade.

Que aconteceria ao Pavilhão A e ao Pavilhão B, agora quase abandonados, onde tantos antifascistas cumpriram anos e anos de prisão, muitas vezes prolongados por outros tantos das infames «medidas de segurança»?

De início, de 1934 aos anos cinquenta, os presos viviam em casernas, antigas cavalariças, locais muito húmidos e sem o mínimo de condições como nos deixou escrito Sérgio Vilarigues. Recentemente, foi mostrado no Forte um conjunto de fotos dessa altura tiradas com uma máquina fotográfica que os presos conseguiram obter e, um belo dia para fazerem a limpeza a essas catacumbas aproveitaram a distracção dos carcereiros para tirar umas fotos. Ali fora, em pequenos grupos, até parece que estavam de férias. Estas fotos são hoje exemplos preciosos de documento para uma exposição permanente de futuro museu da resistência ao fascismo.

O Forte de Peniche encerra histórias extraordinárias de luta e de sofrimento, tão duramente compartilhados pelas famílias dos presos e até pela população de Peniche. Talvez muitos não tenham ainda esquecido aquele momento antes das visitas, quando se ia à loja comprar qualquer coisa para levar ao familiar preso. Quanto custam estas broas? São baratas, era a resposta do lado de dentro do balcão. Então levo seis, não, doze. E pensava-se logo, eles lá dentro distribuem tudo uns pelos outros. Os que não têm visitas hão-de comer também. Quanto devo? Apenas a mão silenciosa dos donos ou empregados empurravam a embalagem, leve. Secretamente intuía-se, não, não é para pagar, é para os nossos. Gestos, tantos gestos generosos e cúmplices e de solidariedade da população de Peniche. Tudo isto faz parte de uma história que ninguém deve poder apagar.

Este edifício histórico do presídio fascista que há tantos anos espera para ser recuperado tem que ser um espaço museológico da memória. 

Fazer o que tem de ser feito

Depois do fim da segunda Guerra Mundial, da derrota do nazi-fascismo, Salazar e o seu regime opressor viram-se na necessidade de alterar as humilhantes e precárias instalações onde encarceravam os seus opositores. Foram então construídos os tais blocos actuais de alta segurança, prisões tipo americanas, com corredores compridos ladeados de celas individuais. Tudo mais sofisticado. Mais isolamento, mais vigilância dos guardas. Os presos só se encontravam quando as grossas portas das suas celas se abriam para as refeições ou para o curto recreio: «…não quero ajuntamento, quero ouvir tudo o que aqui se diz… fale mais alto, está a ouvir?...». A autoridade do carcereiro era assim a todos imposta.

Não se pode aceitar que um país que construiu auto-estradas, belíssimos estádios de futebol, bons pavilhões escolares e municipais, rotundas, pontes, tanta coisa de que o País precisava, não tenha ainda conseguido uma verba para a manutenção do Forte de Peniche, para ali deixar a todos nós, e sobretudo às futuras gerações, um espaço digno da memória da luta e da resistência.

Hoje, milhares de pessoas visitam o Forte, entre eles alunos de escolas de vários pontos do País, que acompanhados pelos seus professores ali vão conhecer o que custou a liberdade. A destruição dos antigos edifícios, a retirada das grades, a descaracterização do espaço e de todo o ambiente que envolve este Forte seria um atentado ao património histórico, um crime contra a memória colectiva do povo.

Poucos serão os que ali entram, para sentirem o mar e todo aquele ambiente único do Forte, para olharem em volta, os edifícios prisionais em frente, as grades das celas, que não se lembrem de rostos de ex-presos que conheceram ou de quem ouviram falar. O tal, o Lourenço que sabia nadar muito bem e que conseguiu enganar os carcereiros e numa noite de Inverno fugiu atirando-se ao mar. Os outros dez, entre os quais o Álvaro, que conseguiram conquistar a confiança de um guarda da GNR e que efectuaram uma arriscada fuga colectiva que o fascismo sentiu como uma grande derrota. E o Jaime, que até do Forte de Peniche também conseguiu escapar. E o outro, mais o outro, operário agrícola, engenheiro, metalúrgico, médico, advogado, e tantos outros que, não tendo conseguido fugir, foram grandes exemplos. Entre eles apetece só lembrar aquele operário corticeiro, modesto mas culto, do Algarve, o Vitoriano, que depois do 25 de Abril foi vice-presidente da Assembleia da República. Muitos já partiram do nosso convívio, mas deixaram o seu generoso exemplo de coragem.

A indignação e o protesto contra esta intenção do governo não podem nem vão parar.

Deste mesmo lado devem estar também todos os autarcas do concelho e da região, onde opiniões diferentes só se compreendem pela falta de meios financeiros próprios do município para fazer o que tem de ser feito. Ao seu lado estaremos todos, não na solução agora anunciada da concessão a privados, mas antes na firme exigência ao Governo para que avance com as verbas e o projecto para a conservação da Fortaleza e a concretização do museu da resistência ao fascismo no Forte de Peniche.

Deve avançar-se na concretização das decisões anteriormente tomadas pela Câmara e Assembleia Municipal e já formalmente anunciadas, nomeadamente a edificação no espaço central do Forte de um monumento e mural com o nome dos cerca de 2500 presos que por ali passaram – apuramento fruto de prolongada investigação na Torre do Tombo, em colaboração com a URAP – a inaugurar no próximo dia 25 de Abril, iniciativa em que a Câmara Municipal de Peniche e a URAP têm vindo a trabalhar no âmbito do protocolo desde há anos existente entre as duas partes.

Temos todos de compreender que o pequeno espaço museológico actual destinado à Resistência, situado no terceiro piso do Bloco C – sem elevador, onde para se lá chegar se tem de subir sucessivos lanços de escadas –, é muito importante, mas completamente insuficiente face ao que deverá ser um museu da resistência.

Se o Governo entende que há investidores turísticos interessados em investir em Peniche, então apresente-lhes outros espaços, outras boas localizações fora do Forte. Dentro do Forte, onde permanecem memórias históricas colectivas tão recentes da luta do povo pela liberdade, património de todos, não poderá ficar uma instalação hoteleira que necessariamente comprometerá a preservação da memória.

A concessão do Forte de Peniche a privados, a construção de instalações turísticas ali dentro é inconcebível.

Quando em Portugal ainda é necessário este forte apelo em defesa do Forte de Peniche como património da resistência, cabe lembrar com satisfação que países irmãos, falantes da mesma língua, ainda noutra fase do seu desenvolvimento e certamente com bem mais dificuldades, souberam preservar a memória da nossa luta comum.

Por exemplo, Cabo Verde recuperou as velhas instalações do Campo do Tarrafal – o campo da «morte lenta» – para espaço de visita e memória da luta contra o fascismo e o colonialismo e da resistência dos nossos povos. E agora mesmo, veja-se bem, ao mesmo tempo, no dia em que Governo português anuncia esta sua intenção, os jornais mostram-nos uma grande foto do presidente moçambicano com legenda à largura de toda a página: «Presidente de Moçambique inaugura museu a presos políticos da PIDE».

Como compreender que em relação ao Forte de Peniche se tenha deixado arrastar e protelar este espaço tão único, tão simbólico da resistência e luta dos portugueses?

Os muitos subscritores do abaixo-assinado que está a circular – Forte de Peniche, defesa da memória, resistência e luta – apelam a todos para que se mobilizem, tomem posição e se empenhem para que esta concessão a privados não se concretize e que o Estado se empenhe nas decisões necessárias para manter e requalificar este espaço de memória e luta.

A antiga cadeia do Forte de Peniche deve assim seguir o mesmo rumo que a Prisão do Aljube, hoje transformada em local também de memória, devidamente ilustrado e documentado.

Está ainda viva entre nós a recordação emocionada dos episódios ocorridos nos dias e horas que antecederam a libertação dos presos políticos do Forte de Peniche.

Uma multidão logo cedo aí acorreu e aí permaneceu até que, já noite dentro, de 26 para 27 de Abril, se abriram as grandes portas da muralha e, ao som de canções da resistência e vivas à liberdade e ao MFA, fomos saindo um a um, seguindo em frente pelo corredor aberto entre os milhares e milhares que ali se concentravam, entre aplausos de alegria e lágrimas de emoção e conforto. O povo resistiu e venceu.


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04
Nov16

Paulo Sá, deputado do PCP - Hoje, no debate do Orçamento do Estado para 2017

António Garrochinho
Hoje, no debate do Orçamento do Estado para 2017, intervenção sobre as insuficiências e limitações do Orçamento que resultam das opções do PS e do Governo relativas à dívida pública, aos constrangimentos impostos pela União Europeia e à política fiscal.
No debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2017, Paulo Sá afirmou que "valorizamos…
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04
Nov16

O Estado brasileiro parece desintegrar-se’, diz o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira

António Garrochinho



































Estado brasileiro parece desintegrar-se’, diz o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira

por Chico Castro Jr.

"O Estado brasileiro parece desintegrar-se. Nem durante a ditadura militar a Polícia Federal invadiu o Congresso. Ela ganhou uma autonomia, que não podia ter, não respeita governo nem a Constituição, e muitos de seus agentes são treinados e conectados com o FBI, DEA, CIA etc. Os promotores-públicos e juízes, por sua vez, passam por cima das leis, extrapolam, como senhores de um poder absoluto e incontestável. Estão incólumes. Quase nunca são penalizados. E, quando o são, afastados das funções, continuam a receber suas elevadas remunerações, dez vezes ou mais superiores aos dos juízes da Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e outros países altamente desenvolvidos, segundo a European Commission for the Efficiency of Justice (CEPEJ) e outras fontes. Certos magistrados do STF comportam-se como políticos partidários. Outros, que se deviam resguardar, fazem declarações públicas, antecipando julgamentos, e afiguram como se estivessem intimidados pela grande mídia, um oligopólio, uníssono na condenação, aprovação ou omissão de fatos. "

Em seu livro A desordem mundial, o senhor aborda diversos pontos de tensão ao redor do mundo. O mundo retrocedeu na busca pela paz entre as nações? Como o Brasil do golpe parlamentar / impeachment se encaixa neste complicado tabuleiro de xadrez?



Desde o governo do presidente Lula da Silva, o Brasil, conquanto mantivesse boas relações com os Estados Unidos, inflectiu em sua política exterior no sentido de maior entendimento com a China e a Rússia e empenhou-se na conquista dos mercados da América do Sul e África, a favorecer as empresas nacionais, como todos os governos o fazem. 

Ao mesmo tempo, reativou a indústria bélica, com a construção do submarino atômico e outros convencionais, em conexão com a França, a compra dos helicópteros da Rússia e dos jatos da Suécia, países que aceitaram transferir a tecnologia, como determinou a Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Decreto Nº 6.703, de 18 De dezembro de 2008. E essa transferência de tecnologia, que os Estados Unidos não aceitam realizar, é necessária, indispensável, ao desenvolvimento econômico e à defesa do Brasil, pois “la souveraineté est la grande muraille de la patrie”, conforme o grande jurista Rui Barbosa proclamou, ao defender, na Conferência de Haia (2007), a igualdade dos Estados soberanos. Outrossim, ele advertiu, citando Eduardo Prado, autor da obra A ilusão Americana, que não se toma a sério a lei das nações, senão entre as potências cujas forças se equilibram. Esta lição devia pautar a estratégia de segurança e defesa nacional. 

O Brasil é e sempre foi um pivot country no hemisfério sul devido à sua dimensão geográfica, demográfica e econômica, a maior do hemisfério, abaixo dos Estados Unidos, apesar da assimetria. E constituiu com a Rússia, Índia e China o bloco denominado BRIC, contraposto, virtualmente, à hegemonia dos Estados Unidos, e abrir uma alternativa à preponderância do dólar nas finanças e no comércio internacional. Tais fatores, inter alia, como a exploração do petróleo pré-sal sob o controle da Petrobrás, dentro de um contexto em que os Estados Unidos deflagraram outra guerra fria contra a Rússia e, também, contra a China, concorreram para que interesses estrangeiros, aliados a poderoso segmento do empresariado brasileiro, sobretudo do Sul do país, encorajassem e financiassem o golpe parlamentar, conjugando a mídia e o judiciário, com o apoio de vastas camadas das classes médias.

Como o senhor viu o processo do impeachment e a ascensão de Michel Temer ao poder? Como em 1964, há quem diga que o golpe / impeachment atende a interesses norte-americanos - desta feita, no pré-sal. O senhor acredita nesta hipótese?

O Estado brasileiro parece desintegrar-se. Nem durante a ditadura militar a Polícia Federal invadiu o Congresso. Ela ganhou uma autonomia, que não podia ter, não respeita governo nem a Constituição, e muitos de seus agentes são treinados e conectados com o FBI, DEA, CIA etc. Os promotores-públicos e juízes, por sua vez, passam por cima das leis, extrapolam, como senhores de um poder absoluto e incontestável. Estão incólumes. Quase nunca são penalizados. E, quando o são, afastados das funções, continuam a receber suas elevadas remunerações, dez vezes ou mais superiores aos dos juízes da Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e outros países altamente desenvolvidos, segundo a European Commission for the Efficiency of Justice (CEPEJ) e outras fontes. Certos magistrados do STF comportam-se como políticos partidários. Outros, que se deviam resguardar, fazem declarações públicas, antecipando julgamentos, e afiguram como se estivessem intimidados pela grande mídia, um oligopólio, uníssono na condenação, aprovação ou omissão de fatos. 

O Congresso está pervertido, muito dinheiro correu para a efetivação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, canalizado pela CIA e ONGs, financiadas sustentadas pelas fundações de George Soros, USAID e National Endowment for Democracy (NED), dos Estados Unidos. E esse golpe de Estado, que começou com as demonstrações em São Paulo, no estilo recomendado pelo professor Gene Sharp, no seu manual Da Ditadura à Democracia, traduzido para 24 idiomas, atendeu a interesses estrangeiros, entre os quais, mas não apenas, não o único, a exploração das camadas de pré-sal, que, de acordo com a Lei 12.351 estaria a cargo da Petrobras, como operadora de todos os blocos contratados sob o regime de partilha de produção, condição esta anulada pelo projeto 4.567, em tramitação na Câmara de Deputados. Todo o alicerce da república, proclamada com o golpe de Estado de 1889, está podre. É um lodaçal.

Como o senhor vê o juiz Sergio Moro? Herói inquestionável para uns, inquisidor a serviço da plutocracia para outros, ele é sinônimo de polêmica, inclusive, por que passou por um estágio no FBI, segundo a filosofa Marilena Chauí.

O que Marilena Chauí disse é, virtualmente, certo. De qualquer modo, o fato é que o juiz Sérgio Moro, condutor do processo contra a Petrobras e contra as grandes construtoras nacionais, realizou cursos no Departamento de Estado, em 2007. No ano seguinte, em 2008, o juiz Sérgio Moro passou um mês num programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard, em conjunto com sua colega Gisele Lemke. E, em outubro de 2009, participou da conferência regional sobre “Illicit Financial Crimes”, promovida no Rio de Janeiro pela Embaixada dos Estados Unidos. A Agência Nacional de Segurança (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu a ocorrência de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT e, possivelmente, passou informação sobre o doleiro Alberto Yousseff, a delegado da Polícia e ao juiz Sérgio Moro, de Curitiba, já treinado em ação multi-jurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros). Não sem motivo o juiz Sérgio Moro foi eleito como um dos dez homens mais influentes do mundo pela revista Time. Seu parceiro, o procurador-geral Rodrigo Janot, acompanhado por investigadores federais da força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, em fevereiro de 2015, foi a Washington buscar dados contra a Petrobrás e lá se reuniu com o Departamento de Justiça, o diretor-geral do FBI, James Comey, e funcionários da Securities and Exchange Commission (SEC). Sérgio Moro e o procurador-geral da República Rodrigo Janot atuaram e atuam com órgãos dos Estados Unidos, sem qualquer discrição, contra as companhias brasileiras, atacando a indústria bélica nacional, inclusive a Eletronuclear, levando à prisão seu presidente, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. E ainda mais eles e agentes da Polícia Federal vazam, seletivamente, informações para a mídia, com base em delações obtidas sob ameaças e coerção, com o objetivo de envolver, sobretudo, o ex-presidente Lula. Os danos que causaram e estão a causar à economia brasileira, interna e externamente, superam, em uma escala muito maior, imensurável, todos os prejuízos que a corrupção, que eles dizem combater. E continua a campanha para desestruturar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do Sul e África.

No Brasil e no mundo, parece estar ocorrendo uma espécie de levante conservador antiprogressista. Quem o senhor acha que está por trás da paranoia anticomunista que desenterraram lá dos anos 1950 em pleno século 21? A quais interesses serve este tipo de manipulação da opinião pública?

Não estou a ver nenhuma paranoia anticomunista no Brasil nem na Europa. Em São Paulo, os grupos de pessoas que levantaram a questão do comunismo, nas demonstrações contra a presidente Dilma Rousseff, eram inexpressivos e ninguém levou a sério. Aldo Rabelo, dirigente do PC do B, foi ministro da Defesa do Brasil e nenhum problema houve com as Forças Armadas. Como o notável historiador Eric Hobsbawm, que conheci em Londres em 1978, disse certa vez à agência de notícias Telam, da Argentina, “já não existe esquerda tal como era”, seja socialdemocrata ou comunista. Ou está fragmentada ou desapareceu. Ele toda a razão tinha. Entretanto, o elevado desenvolvimento tecnológico favoreceu a concentração de riqueza e de poder e as disparidades sociais aumentaram ainda mais nos países da periferia do sistema capitalista, alimentando o fundamentalismo religioso, em meio à instabilidade política. E oito anos após o colapso financeiro de 2007/2008, mais de 44 milhões de pessoas estão desempregadas nos países da Europa e nos Estados Unidos. Mesmo assim, as grandes corporações bancárias e industriais, o capital financeiro internacional, tratam de impor ao país reformas no sentido de acabar com os direitos sociais, conquistados pela classe trabalhadora ao longo do século XX. E, ainda mais, os Estados Unidos pretendem eliminar a legislação nacional dos diversos países para que os interesses das megacorporações multinacionais, do capital financeiro, sobrepujam a soberania dos Estados nacionais nas relações econômicas e comerciais, conforme estatuídas nos dos Tratado de Parceria Transatlântica (TPA), Tratado Trans-Pacífico (TTO) e Tratado Internacional de Serviços (TISA). Mas a resistência aumenta.

Numan Kurtulmus, vice-premiê turco, declarou (no dia 20 de outubro), que a operação para libertar Mossul (Iraque) do Estado Islâmico e a guerra na Síria podem levar Estados Unidos e Rússia a um conflito direto, uma “3ª Guerra Mundial”. E ainda há a situação complicada na Ucrânia. Isto vai de encontro ao tópico das “guerras por procuração” que o senhor desenvolve em seu livro. Estamos a caminho de um conflito global?

O polo maior de tensão não é Mossul. É Aleppo, na Síria. Lá os Estados Unidos estão em um beco sem saída. A cidade, a segunda maior e mais importante da Síria, sob intenso bombardeio, está na iminência de cair sob o domínio completo das forças de Bashar al-Assad. E se Aleppo cair, Damasco, que já conquistou Latakia, Homs e Hama, dominará praticamente toda a Síria. Essas cidades concentram 70% da população e os mais significativos redutos industriais e praças de comércio do país, cujo resto do território é quase todo deserto. Os Estados Unidos, entretanto, continuam a sustentar a resistência dos que chamam de “rebeldes moderados”, na verdade, terroristas da Jabhat Fatah al-Sham (Frente da Conquista da Síria), Jabhat al-Nusra, ramo de al-Qaeda na Síria, Ahrar al-Sham e mais diversos grupos jihadistas. Por volta do dia 20 de outubro de 2016, a Rússia enviou dois maiores navios de sua Marinha de Guerra, o cruzador de combate Pyotr Velikiy (099), movido a energia nuclear, e o porta-aviões Almirante Kuznetsov para o leste do Mediterrâneo, com a tarefa de instituir uma zona de exclusão naval de 1.500km, ao longo do litoral da Síria, e enfrentar qualquer ataque de países do Ocidente contra Damasco. Por outro lado, uma fragata da Marinha de Guerra da Alemanha e o porta-aviões Charles de Gaulle já se dirigiram para a mesma região. Quanto à Ucrânia, Washington está consciente de que a Rússia não vai devolver a Criméia e Kiev alternativa não tem senão reconhecer a autonomia da região de Donbass, Donetsk e Luhansk. Não creio, porém, que a Rússia e os Estados Unidos/OTAN cheguem, diretamente, a qualquer confronto armado seja por causa da Ucrânia ou da Síria. Uma guerra nuclear aniquilaria toda a humanidade.

Há quem defenda os Estados Unidos como o país mais democrático do planeta. Mas logo no primeiro capítulo do seu livro, o senhor relata uma tentativa de golpe fascista em 1934, alinhado ao governo alemão hitlerista e bancado pela elite econômica ianque. Há ainda o histórico de intervenções (abertas ou secretas) que os EUA praticam em todo o mundo, inclusive no Brasil, sempre vendendo sua ideia de “democracia”, também amplamente documentado em sua obra. O mundo ficaria melhor sem essa política intervencionista? Ou ela serve ao equilíbrio de poder?

Os Estados Unidos, devido às suas tradições culturais e políticas e ao elevado desenvolvimento do capitalismo, precisavam e precisam conservar a mantra do “excepcionalismo”, do exemplo de democracia perfeita etc. Porém, a suposição de que lá nunca houve golpes de Estado não corresponde propriamente aos fatos históricos. Se nos Estados Unidos não houve golpes militares, ocorreram quatro assassinatos de presidentes e cinco atentados, que fracassaram. Constituíram atos de violência e aparentemente resultaram de conspirações, para mudança de governo. Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881), William McKinley (1901) e John F. Kennedy (1963) foram assinados. E Andrew Jackson (1835), Franklin D. Roosevelt (1933) (como presidente eleito), Harry S Truman (1950), Gerald Ford (1975) e Ronald Reagan (1981) sofreram tentativas de assassinato. No entanto, na América espanhola, apesar da instabilidade, nunca geralmente ocorreu a necessidade de matar o presidente, o que só ocorreu em meio de uma revolução ou de um golpe militar, como, e.g., no Chile (Manuel de Balmaceda, 1891), Bolívia (Gualberto Villarroel, 1946) e Chile (Salvador Allende, 1943) . Quase sempre bastou que o Exército se rebelasse, desse um golpe e expulsasse ou exilasse o presidente. É necessário, entretanto, não esquecer que os golpes de Estado, ocorridos, sobretudo, a partir da Segunda Guerra Mundial, como no Brasil, Argentina, Chile etc., foram encorajados pelos Estados Unidos, cujas intervenções, diretas e/ou indiretas, só produziram, desde o fim da Guerra Fria, guerras, terror, caos e catástrofes humanitárias.

A onda do ódio conservador atualmente em voga tem dado força a candidatos de perfil bastante controverso, como Donald Trump, Marine Le Pen e no Brasil, Jair Bolsonaro. O senhor acredita que eles possam chegar ao poder em seus países? Que consequências adviriam da eleição deles?

Jair Bolsonaro é caricatura, comparado com Donald Trump e Marine Le Pen. Não creio que esse coronel, uma reminiscência grotesca do que houve de pior na ditadura militar, pudesse ser eleito presidente no Brasil. Os fatores que alimentam as candidaturas de Donald Trump (Hillary Clinton é uma excrescência neoconservadora, responsável também pela sangueira na Líbia) e Marine le Pen são outros e diversos. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, é igual ou pior que seu antecessor George W. Bush, neoconservador do Partido Republicano. Na França, François Hollande, do Partido Socialista, é da mesma laia que seu adversário conservador e colonialista Nicolás Sarkozy. Entre les deux mon cœur balance. Je ne sais pas laquell au pis-aller. E daí é que Marine le Pen desponta.

O senhor será homenageado pelos seus 80 anos na USP. Como se sente?

Sinto-me confortado. É um reconhecimento de minha obra. Fiz meu doutoramento na Universidade de São Paulo, onde sempre tive e tenho muitos amigos desde meus 20 anos de idade. Sinto muitas saudades e, infelizmente, meu coração, enfermo, não mais me permite voar cerca de 11/12 horas para rever o Brasil. Morei muitos anos em São Paulo e lá vivi, clandestinamente, durante a ditadura militar. E profundamente grato sou as homenagens que meus queridos amigos e colegas da União Brasileira de Escritores (UBE) e a Universidade de São estão prestar-me, aos meus 80 anos. Vejo que meu trabalho, ao longo de tantas décadas, não foi em vão. Frutificou.

Qual sua relação com a Bahia hoje? O senhor tem memória afetiva daqui? Sente falta?

Apesar de viver tantos anos longe, nunca deixei de amar a Bahia, onde nasci e me criei, até 18/19 anos de idade, quando passei para o Rio de Janeiro e São Paulo e então me tornei citizen of the world. Porém meus vínculos com a Bahia nunca se desvaneceram. São e continuam profundos. Sou descendente de Garcia d’Ávila, da Casa da Torre, e de Diogo Moniz Barreto, que chegou à Bahia com Tomé de Sousa e foi primeiro alcaide-mor de Salvador. Aí estão minhas raízes, que se alastraram pelo Recôncavo e adjacências. Tenho muitas saudades da Bahia, a Bahia histórica, a Bahia que sempre cultivou a cultura e deu ao Brasil grandes escritores, poetas, romancistas, e homens de ciência. Na Bahia, recebi uma educação humanística, desde o Colégio da Bahia, até o primeiro ano, na Faculdade de Direito, no Portão da Piedade, o que me valeu para toda a minha vida e carreira acadêmica, como cientista político e historiador. Nas duas instituições de ensino tive excelentes professores, dos quais guardo as melhores recordações. E sinto muito orgulho por haver recebido da Faculdade de Filosofia e Ciências Humana da UFBA, importante universidade de meu Estado natal, ora sob a gestão do eminente reitor, Prof. Dr. João Carlos Salles, o título de Dr. honoris causa. Sim, sinto falta de tudo, que tive, na minha infância e adolescência, da comida, das moquecas, mas, até hoje, conquanto a viver na Alemanha há mais de 20 anos, não dispenso a pimenta e a farinha.



Fonte: atarde.com.br


Este artigo encontra-se em : O Diário


04
Nov16

O GANCHO

António Garrochinho

Uma invenção  para ajudar a polícia a dar um fim rápido nas perseguições de alta velocidade que de vez em quando vemos na televisão pelas rodovias americanas. 

grappler (uma espécie de gancho) lança uma amarração localizada no pára-choque dianteiro do carro da polícia, que deverá travar as rodas traseiras do veículo do criminoso, impedindo o eixo de girar, e resultando em uma parada surpreendentemente controlada (mais ou menos). A ideia é boa, resta saber se os bandidos vão deixar que as viaturas façam aproximações de forma tão simples como as mostradas no vídeo.

VÍDEO

www.mdig.com.br
04
Nov16

Basta

António Garrochinho


Basta sensatez. A Caixa é pública, a sua administração é pública, não deve haver acumulação de fontes de rendimento, os vencimentos têm de ser um pouco menos altos do que nos outros bancos para ajudar a regular o mercado, e o património tem de ser declarado. Simples. Devia ser, pelo menos. 

Pedro Lains tem razão, mas a sensatez escasseia num tempo ainda dominado pelo empresarialmente correcto, pelo romance dos homens providenciais da gestão, parte da ficção neoliberal para justificar a concentração de rendimentos no topo. Entretanto, Lains apela a que se explore a pista europeia para identificar a fonte política do problema do governo da banca pública, obrigada a comportar-se como se fosse privada. No detalhe deste sensato apelo, creio que subestima a resiliência do espírito da troika, que vai muito para lá do FMI e da própria direcção-geral da concorrência: o desgraçado Consenso de Bruxelas, que resgatou o Consenso de Washington, está inscrito na lógica do euro.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
04
Nov16

Sharbat Gula, a mulher que se tornou famosa há 30 anos como capa da revista National Geographic e que foi detida há cerca de uma semana, deu agora entrada num hospital de Peshawar.

António Garrochinho



A agora mulher afegã, de idade desconhecida e com três filhas, terá adoecido na prisão. De acordo com o advogado Moshin Dawar, que a defende, os exames efetuados no hospital Lady Reading revelaram que Sharbat Gula padece de hepatite C, a mesma doença de que morreu há alguns anos o marido da afegã.
A agora refugiada foi apanhada no Paquistão com documentos falsos, incorre numa pena de 14 anos de prisão e quarta-feira viu o tribunal negar-lhe fiança.

pt.euronews.com
04
Nov16

TURQUIA - A RAZIA CONTINUA - A polícia turca deteve os dois dirigentes do Partido Democrático dos Povos(HDP, pela sigla em língua turca), no quadro do que Ancara define como uma investigação relacionada com “propaganda terrorista.”

António Garrochinho



Nas eleições de junho de 2015, o HDP acabou com a maioria do AKP ou Partido da Justiça e do Desenvolvimento, do presidente conservador Recep Tayyip Erdoğan
HDP conta com 59 lugares dos 550 existentes na Grande Assembleia Nacional da Turquia (Türkiye Büyük Millet Meclisi) o parlamento de Ancara.
Selahattin Demirtas, um dos dirigentes do HDP, foi detido na cidade de Diarbaquir, sudeste da Turquia, na zona de maioria curda. 

Momentos antes, segundo os meios turcos, Figen Yüksekdağ, também dirigente do HDP, era detida na sua casa na capital turca, Ancara.
HDP publicou um conjunto de imagens nas quais o domicílio de Yüksekdağ é supostamente invadido pelos agentes.
O partido disse ainda, em mensagem publicada na rede social Twitter, que a sua sede nacional, em Ancara, foi também alvo de buscas por parte da polícia. 
#HDP co-chairs #Demirtaş and #Yüksekdağ detained by house raids along with several other MPs.

Segundo a agência de notícias estatal Anadolou, ambos dirigentes recusaram anteriormente prestar declarações numa investigação relacionada com atividades ligadas ao terrorismo.
O Executivo turco confirmou, entretanto, que foram emitidas ordens de detençãopara 13 membros do HDP.
Dois dos visados, no entanto, encontram-se no estrangeiro. A lista de detidos foi publicada pela Anadolou. 
A purga de Tayyip Erdoğan depois da tentativa de golpe de Estado 
A Turquia passou por momentos de grave tensão durante a tentativa de golpe de Estado militar de 15 de julho de 2016.
O Executivo acusou então o clérigo Fethullah Gülen, atualmente exilado nos Estados Unidos, de ser um dos principais instigadores do golpe e procedeu a uma limpeza no sistema de justiça, de segurança, de ensino e administrativo turcos.
Milhares de pessoas foram despedidas e alvo de processos judiciais, num processo muito criticado pela União Europeia e Estados Unidos e descrito como uma purga por grande parte dos meios de comunicação internacionais.
A nível interno, juntam-se, às críticas da oposição, as vozes de intelectuais turcos em relação ao processo levado a cabo pelo presidente Erdoğan.
Uma dessas vozes é a do jornalista Can Dundarn, um dos três finalistas do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2016, atribuído aos ativistas da minoria Yazidi.
Em entrevista à Euronews, Dundarn referiu-se à Turquia como uma prisão para jornalistas.
Dundarn fora detido depois do jornal que dirigia ter noticiado o alegado contrabando de armas dos serviços de informações da Turquia para rebeldes na Síria.
O jornalista sofreu uma tentativa de assassinato quando se encontrava em liberdade, à espera da decisão de um apelo, tendo posteriormente procurado exílio no estrangeiro.

VÍDEO

pt.euronews.com
04
Nov16

CACAREJO

António Garrochinho
TINHA NO FACEBOOK UMA "AMIGA" QUE TENTAVA MOSTRAR QUE PARTILHAVA DAS IDEIAS DO PCP E QUAL O MEU ESPANTO QUANDO NUMA PUBLICAÇÃO NA SUA PÁGINA DIZ QUE ERA DEVER DELA AVISAR OS AMIGOS QUE TINHA ADERIDO AO CDS.
OK ! MAIS UMA INFILTRADA NO FACEBOOK E AINDA POR CIMA ADVOGADA.
COMO NÃO A POSSO RECOMENDAR AO BLOCO, DECIDI BLOQUEÁ-LA PARA QUE NÃO VENHA CUSCAR, E DESEJAR-LHE O MESMO QUE DESEJO ÀS GALINHAS...QUE CONTINUE A CACAREJAR NOUTROS LADOS MAS NUNCA NA MINHA PÁGINA.
AG
04
Nov16

MAPA

António Garrochinho
O QUE EU "OFERECIA" AO MUNDO, AOS USA, A ISRAEL SIONISTA/NAZI, ERA UM MAPA ONDE ELES NÃO EXISTISSEM..
OS SULISTAS, OS YANKEES NÃO TÊM CULTURA PRÓPRIA, SÃO UNS IGNORANTES, UNS CAGAÇALOSOS E COMO BELICISTAS E ASSASSINOS QUE SÃO DOMINAM O MUNDO PELO TERROR.
OS NATIVOS AMERICANOS, OS POUCOS QUE RESTAM, FORAM ROUBADOS DIZIMADOS E REMETIDOS PARA CAMPOS DE "CONCENTRAÇÃO" MODERNOS, OU SEJA PARA PEQUENAS ÁREAS ONDE O ÁLCOOL E OUTROS LIXOS FORRAM DISSEMINADOS PARA OS DESTRUIR.
OS SIONISTAS JUDEUS ESTÃO POR TODO O MUNDO NOS SEUS NEGÓCIOS E CRIMES.
A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL FOI UMA MANOBRA IMPERIALISTA, COLONIALISTA , SANGUINÁRIA E TÊM ARRASADO UM PAÍS LEGÍTIMO COMO A PALESTINA NUM GENOCÍDIO PERMITIDO.
AG
04
Nov16

HIGIENE

António Garrochinho
QUEREM ALGUMAS SUGESTÕES QUE NOS PODEM ALIVIAR A MONOTONIA, A SUJICE DOS DIAS QUE SE VIVEM EM PORTUGAL E NA EUROPA !?

IMAGINEM

um Portugal sem Mário Soares
sem o euro
sem o Dom excelentíssima, revenderíssima, eminência o padreco maior Clemente e o seu patrão. o papa.
sem a Marilu, o Paulinho das feiras, a Cristas.
uma França sem Sarkosy, sem Hollande, sem Le Pen
uma Itália sem o crápula do Berlusconi
uma Europa sem a Alemanha de Merkel e o Wolfang Shauble
JÁ SE SENTEM MELHOR ?
fixe !
04
Nov16

04 de Novembro de 1877: Inauguração da Ponte D. Maria Pia

António Garrochinho


Ponte ferroviária metálica construída sobre o Rio Douro, em 1876,  projectada pelo Eng.º Théophile Seyrig e edificada, entre 1876  e 1877, pela empresa Eiffel Constructions Métalliques.  Durante mais de um século, ligou a cidade do Porto ao Sul do País. Em 1991 o trânsito ferroviário passou para a Ponte de S. João, construída a muito pouca distância. A Ponte de D. Maria Pia é hoje monumento nacional. A Ponte de D. Maria Pia, construída nos finais do século XIX, permitiu concluir a ligação ferroviária entre o Porto e Lisboa que, na altura, terminava na estação das Devesas em Vila Nova de Gaia. Foi inaugurada em 1877. De facto, a revolução dos transportes em Portugal tornava urgente a ligação direta entre as duas principais cidades, assumindo a cidade do Porto a posição de nó de um conjunto de linhas importantes. As transformações operadas pela introdução deste meio de transporte na cidade são evidenciadas pela construção de novas estruturas ferroviárias (pontes, túneis, estações)e pelo reordenamento do tecido urbano em função da localização das estações .Em Maio de 1875 foi aberto um concurso público internacional para a seleção da empresa construtora. Das quatro soluções, apresentadas pelas companhias francesas Eiffel et Ce, Fiver Liles e Batignolles e pela inglesa Medd, Wrightson & Co, foi seleccionada a proposta dos engenheiros Gustave Eiffel e Théophile Seyrig, considerada a mais económica e elegante. De facto, o projecto de Eiffel, prevendo a construção de um tabuleiro horizontal ao nível da cota mais alta das margens, apoiado num enorme arco parabólico, revela uma especial atenção aos valores paisagísticos do vale do Douro, procurando os pontos de inserção mais favoráveis num local em que as margens mais se aproximam. Para além de concretizar um problema tecnicamente difícil que era a implantação de uma ponte numa escarpa acentuada, esta estrutura representa um sucesso do ponto de vista formal. O tabuleiro, com 354 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, fica a 61 metros do nível das águas, assentando em seis pilares que apoiam sobre um arco com 160 metros de vão e 42,60 metros de flecha, formado por duas curvas parabólicas que no alto têm uma separação de dez metros. Apoia sobre rolos de fricção, o que possibilita a sua dilatação no sentido longitudinal e o torna independente dos movimentos do arco. A construção foi adjudicada em 5 de Janeiro 1876 e o contrato previa um prazo de construção de dezoito meses. O Inverno atrasou as obras que se fixaram em 22 meses, terminando em 30 de Outubro de 1877. No dia da conclusão foi realizada uma experiência de resistência tendo circulado dois comboios pela ponte.

Nesta construção, vigiada pelos engenheiros Pedro Inácio Lopes e Manuel Afonso Espregueira, trabalharam cerca de duzentos operários. A montagem do arco, a operação mais delicada exigiu a presença dos engenheiro sfranceses Emil Nouguier e Marcel Augevère.

A ponte foi inaugurada em 4 de Novembro, com assistência do rei e da rainha que daria o nome à ponte, esta estrutura manteve-se operacional até 1 de Junho de 1991.Depois desta obra notável, entre 1880 e 1884, Eiffel construiu em França o famoso viaduto de Gabarit, sobre a profunda garganta do Truyère, com 448 metros de vãoe 122 metros de altura, seguindo o modelo estabelecido para a Ponte D. Maria Pia.



Ponte de D. Maria Pia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
paginas.fe.up.pt
repositorio-tematico.up.pt
Palácio Nacional da Ajuda


Cópia do projecto original da Ponte de D. Maria Pia
Ficheiro:Ponte d maria pia.jpg
Ponte D. Maria Pia -Gravura de 1887



 D.Maria Pia e D. Luís
04
Nov16

Assange: 'Clinton e Daesh são financiados pelas mesmas fontes'

António Garrochinho



O fundador do site de vazamento WikiLeaks, Julian Assange, destacou a ligação entre o financiamento da organização terrorista Daesh e a fundação de Hillary Clinton durante a sua entrevista ao canal RT.
Em um e-mail de 2014 divulgado pelo WikiLeaks no mês passado, Hillary Clinton, que havia desempenhado o cargo de secretária de Estado até o ano anterior, insta John Podesta, então assessor de Barack Obama, a "pressionar" o Qatar e a Arábia Saudita "que estão fornecendo apoio financeiro e logístico clandestino ao Daesh e outros grupos radicais sunitas". Assange explicou porque esse e-mail é tão significativo: "Todos os analistas respeitados sabem e até mesmo o governo norte-americano concordou que algumas personalidades sauditas têm apoiado o Daesh e financiado o Daesh, mas sempre se tem dito que são alguns príncipes 'rebeldes' que usam seu dinheiro proveniente do petróleo para fazer o que querem, e que o governo desaprova. Ora esse e-mail diz que são o governo da Arábia Saudita e o governo do Qatar que estão financiando o Daesh".

Ao mesmo tempo, os sauditas, os qatarenses, os marroquinos, os bareinitas, particularmente os dois primeiros, estão dando dinheiro à Fundação Clinton, enquanto Hillary Clinton, como secretária de Estado, aprovou a venda maciça de armas, particularmente à Arábia Saudita.

"Sob Hillary Clinton — e os e-mails de Clinton revelam uma importante discussão sobre o assunto — o maior acordo de vendas de armas do mundo foi fechado com a Arábia Saudita: mais de $ 80 bilhões. Durante seu mandato, as exportações totais de armas dos Estados Unidos dobraram", disse Assange.


Sputniknews

www.marchaverde.com.br
04
Nov16

Quase metade das casas reabilitadas no Porto são para estrangeiros

António Garrochinho


Cerca de 48% dos apartamentos integrados em projetos de reabilitação urbana construídos ou em desenvolvimento na Invicta estão localizados no Centro Histórico.

Por outro lado, com apenas 21% da oferta, a zona dos Aliados é a que apresenta o preço médio mais elevado das habitações restauradas: 2981 euros por metro quadrado (m2). Os estrangeiros representam 40% da procura.

Os dados foram ontem revelados na apresentação do estudo "Reabilitação urbana para uso residencial no Porto", uma iniciativa da Prime Yield, desenvolvida em parceria com a Predibisa e as firmas de advogados SRS e ALC.

http://www.jn.p

04
Nov16

ISTO NÃO PODE FICAR ASSIM

António Garrochinho
Sim, há juízes que são a

peste negra da Justiça. 


E agora processem-me .





O deputado do PSD Carlos Peixoto identificou os idosos do país com uma «peste grisalha». O idoso António Figueiredo e Silva respondeu-lhe então assim, de uma forma até muito elegante e delicada, sobretudo se comparado com o que muitos escrevemos então nas redes sociais:

Os loucos por vezes curam-se,
os imbecis nunca.
(Óscar Wilde)

A PESTE GRISALHA 
(Carta aberta a deputado do PSD)


Exmo. sr.

António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto

Por tardio não peca.

Eu sou um trazedor da peste grisalha cuja endemia o seu partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros “valorosos” meios ao seu alcance, todavia algo tenho para lhe dizer.
A dimensão do nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente, composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português.

Face às clavas da revolta que me flagelam, era motivo para isso, no entanto, vou fazer o possível para não atingir o cume da parvoíce que foi suplantado por si, como deputado do PSD e afecto à governação, sr. Carlos Peixoto, quando ao defecar que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”, se esqueceu do papel higiénico para limpar o estomago e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência.

A figura triste que fez, cuja imbecilidade latente o forçou à encenação de uma triste figura, certamente que para além de pouca educação e civismo que demonstrou, deve ter ciliciado bem as partes mais sensíveis de muitos portugueses, inclusivamente aqueles que deram origem à sua existência – se é que os conhece. Já me apraz pensar, caro sr., que também haja granjeado, porém à custa da peste grisalha, um oco canudo, segundo os cânones do método bolonhês. Só pode ter sido isso.

Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os “intelectuais” que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente.

É por isso que este país anda em crónica claudicação e por este andar, não tarda muito, ficará entrevado.

Sabe sr. Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preze está em posição cimeira, deve pensar, medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, - segundo a capacidade genética e intelectual de cada um - que vai bolçar cá para fora. É que, milhares pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio, à peste grisalha. Pode estar errado, mas está no seu direito… ainda que torto.

Pela parte que me toca, essa maleita não o deve molestar muito, porque já sou portador de uma tonsura bastante avantajada, no entanto, para que o sr. não venha a sofrer dessa moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas iguais ou de carácter mais acintoso do que aquelas que preteritamente narrou como um “grande”, porém falhado “artista”.

E mais devo dizer-lhe: quando num cesto de maçãs uma está podre, essa deve ser banida, quando não, infecta as restantes; se isso não suceder, creio que o partido de que faz parte, o PSD, irá por certo sofrer graves consequências decorrentes da peste grisalha na época da colheita eleitoral. Pode contar comigo para a poda.

Atentamente.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/04/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu


O tribunal da Relação de Coimbra acaba de dar razão ao deputado Carlos Peixoto condenando António Figueiredo e Silva a pagar ao Peixoto a quantia de 3 mil euros e 2 mil à Justiça.

E pronto, quem não se faz respeitar no exercício das suas funções, não pode esperar qualquer tipo de respeito.

otempodascerejas2.blogspot.pt
04
Nov16

10 praças pelo mundo que merecem a sua visita

António Garrochinho


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Já parou para pensar quanta história há embutida nas praças existentes pelo mundo? Ponto de encontro de moradores e turistas, estes lugares são palco de acontecimentos importantes, manifestações públicas, apresentações artísticas, reuniões familiares, encontros entre apaixonados e muitas outras coisas.
Além disso, cada praça possui uma peculiaridade arquitetônica com mais uma carga histórica impossível de ser ignorada. Listamos abaixo 10 praças pelo mundo para colocar na lista de lugares para conhecer. Confira!

1. Praça da Concórdia – Paris, França

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Localizada entre o Museu do Louvre e a chiquérrima rua Champs-Élysées, essa praça teve um importante papel na história da França: foi a sede da guilhotina durante a revolução francesa. Ali foram decapitados centenas de pessoas entre eles a rainha Maria Antonieta e o Rei Luis XVI. Tirando esse passado obscuro e sanguinário, o local é uma das praças mais bonitas de Paris. Um de seus destaques é o gigantesco obelisco que foi oferecido a Paris pelo vice-rei do Egipto, Méhémet Ali, em 1829. Este obelisco tem 23 séculos de história, mede 23 metros de altura, pesa 230 toneladas e provém do templo de Louxor. O monumento se encontra na Praça da Concórdia desde 1836.

2. Binnenhof – Haia, Holanda

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A praça situada em meio a um conjunto de prédios é o centro da vida política do país e ainda é a sede do parlamento holandês. Lá está situado o salão dos cavalheiros, o “Ridderzaal”, local onde acontece o “Prinsjesdag” (Dia do Príncipe), discurso de abertura anual do parlamento feito pelo rei. Esta cerimônia é bastante aguardada tanto por moradores quanto por turistas pela aura de contos de fadas que a envolve: a família real chega ao Binnenhof em uma carruagem dourada.

3. Washington Square Park – Nova York, Estados Unidos

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A Washington Square Park é um dos mais agradáveis espaços ao ar livre da cidade. O lugar, que é muito frequentado por estudantes da Universidade de Nova York (localizada próxima), possui Wi-fi grátis e food trucks com diversas opções de comida por preços. Na praça, além de uma imponente fonte, existe um grande arco que homenageia George Washington, e que foi modelado tendo como inspiração o famoso Arco do Triunfo de Paris.

4. Praça Vermelha – Moscou, Rússia

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Durante a era da União Soviética esta praça sediava desfiles militares, hoje em dia o local se mantem como palco de manifestações populares da Rússia e é também um dos principais pontos turísticos da cidade e até mesmo do país. As muralhas do Krêmlin e a multicolorida catedral de São Basílio fazem desta praça um dos lugares mais icônicos do mundo.

5. Praça de São Pedro, Vaticano

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É a porta de entrada no Vaticano e a área onde se situa a Basílica de São Pedro, o maior e mais importante edifício da religião cristã e local onde milhares de pessoas se juntam para ouvir e ver o Papa. O local possui dezenas de estátuas de santos e um obelisco egípcio que simboliza a dominância da igreja sobre o paganismo.

6. Praça das Armas, Cusco, Peru

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Todas as ruas da cidade velha de Cusco vão dar nesta praça onde sobrevivem marcas deixadas pelo império inca há cerca de 500 anos. O lugar é o marco de todo o Centro Histórico e concentra as construções mais impactantes de Cusco tal como o templo de Machu Picchu e a imperdível Catedral de Cusco. No centro da praça há um jardim para passear e observar a vida ao redor. Conhecida entre os incas como lugar de encontro ( “Huacaypata”, no original inca), esta praça possui os principais serviços voltados para o visitante, como casas de câmbio, restaurantes diversos e agências de turismo.

7. Trafalgar Square, Londres, Inglaterra

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É um ponto de parada obrigatório para quem visita Londres. O local situado no centro de da capital inglesa celebra a Batalha de Trafalgar (1805), uma vitória da Marinha Real Britânica nas Guerras Napoleónicas. Além de um marco importante da história, a Trafalgar Square sedia diversos eventos e serve como palco para os protestos realizados na cidade.

8. Plaza de Mayo – Buenos Aires, Argentina

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Construída em 1810, a bela Plaza de Mayo é um dos pontos preferidos dos turistas que visitam Buenos Aires. O local situado entre a Casa Rosada (sede do governo argentino) e a prefeitura e a Catedral Metropolitana de Buenos Aires recebe semanalmente as Mães da Praça de Maio que protestam pela investigação do desaparecimento de seus filhos durante a época da ditadura e também solicitam outras necessidades sociais.

9. Praça da Paz Celestial (Tiananmen), Pequim, China

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É a grande praça no centro de Pequim e a terceira maior do mundo. Ampliada em 1949, a praça tem ao norte a Cidade Proibida, no centro contém o Monumento das Pessoas Heróis, de 38 metros, com inspiração do presidente Mao Zedong, onde está escrito que os heróis do povo são imortais. A leste e oeste foram construídos importantes edifícios de estilo soviético. A avenida, usada para desfiles do governo da China. Tendo a praça também o Mausoléu de Mao Zedong.

10. Praça dos Três Poderes, Brasília, Brasil

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Praça dos Três Poderes, em Brasília, no Brasil, é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo). A reúne diversas esculturas, como A Justiça (uma mulher com os olhos vendados), de Alfredo Ceschiatti, e Os Guerreiros (também conhecida como Os Candangos), de Bruno Giorgi. Como em quase todos os logradouros da cidade, a parte urbanística da praça foi idealizada por Lúcio Costa e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer.
Todas as fotos: Reprodução

vivimetaliun.wordpress.com
04
Nov16

ROUBAVAM TRÊS VEZES MAIS DO QUE AQUILO QUE SE COMIA E COMO SEMPRE O ZÉ POVINHO A PAGAR E A PASSAR FOME ! Corrupção na Força Aérea envolve 46 suspeitos

António Garrochinho


Seis militares foram detidos e empresários constituídos arguidos por corrupção. Gestão das messes terá lesado o Estado em 10 milhões de euros. Há suspeitas de pagamentos de comissões

Um esquema de corrupção nas messes da Força Aérea (FA) terá lesado o Estado em dez milhões de euros nos últimos anos. Esta é uma conclusão preliminar da PJ, que ontem lançou a Operação Zeus, detendo seis militares por suspeitas de corrupção e falsificação de documentos: um major, dois capitães e três sargentos do ramo.

Dois dos suspeitos foram detidos no Estado-Maior, em Alfragide (Lisboa), um no Lumiar, outro na Ota e dois na base aérea de Monte Real, soube o DN junto de fontes da FA. Outras 40 pessoas - entre militares e civis (empresários) - foram constituídas arguidas. O esquema passaria pela faturação de quantidades de alimentos três vezes superiores ao efetivamente fornecido, sendo "a diferença [...] dividida pelos elementos envolvidos", disse a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Uma das interrogações reside na duração do caso, sabendo-se que as três refeições diárias dos militares têm um custo de 9,48 euros, conforme portaria em vigor desde o dia 29 de dezembro de 2010. Tendo a FA cerca de 6000 militares e fazendo contas a 250 dias por ano, o seu orçamento anual para alimentação rondará os 15 milhões de euros.

Esse bolo é distribuído pelas várias unidades da FA, tendo cada uma "competência para fazer" as compras de alimentos, explicou uma fonte do ramo. Aquisições centralizadas só quando envolvem valores "muito elevados", adiantou.

Esta investigação, cujo processo corre na 9.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, começou há cerca de dois anos com a Polícia Judiciária Militar - que ontem também participou na operação. Mas, segundo informações recolhidas pelo DN, foi a entrada em cena da Unidade Nacional contra a Corrupção da PJ (UNCC) a dar-lhe impulso decisivo, que culminou com as detenções de ontem.

Fonte ligada à investigação adiantou ao DN que uma das principais dificuldades prendeu-se com o rasto do dinheiro, pois os militares terão recebido as comissões em numerário e não faziam depósitos. "Eram pessoas muito discretas, não exibiam sinais exteriores de riqueza. Houve muito dinheiro encontrado em residências que terá de ser contabilizado", explicou a fonte.

Em comunicado, a PJ adiantou que "no decurso das 180 buscas a 12 bases militares, em 15 empresas e em diversos domicílios, foram apreendidas elevadas quantias em dinheiro, que se presume que sejam produto da prática dos crimes". Os principais alvos foram messes de Monsanto, Figo Maduro, Lumiar e Alfragide (Lisboa), Alcochete, Sintra, Monte Real, Beja e Montijo.

Na operação participaram 330 investigadores e peritos da PJ, acompanhados por quatro dezenas de elementos da PJM e 27 magistrados do Ministério Público.

A PGR adiantou que o esquema passaria por um "acordo entre militares que trabalham nas messes [e] fornecedores dos géneros alimentícios e um elemento do departamento do Estado-Maior da Força Aérea com funções de fiscalização das referidas messes".

Os seis militares detidos serão presentes nos próximos dias a um juiz de instrução.

www.dn.pt
04
Nov16

SEXO

António Garrochinho
ANDA A IGREJA, OS JUDEUS, OS MUÇULMANOS, OS HINDUS, OS BUDISTAS.OS LUTERANOS OS TÂNTRICOS, OS PANTEÍSTAS, ETC ETC, A DISCUTIREM O SEXO E A MANEIRA DE O ACEITAR E O PRATICAR !
MUITOS DOS QUE VÊM OPINAR E QUERENDO DOMINAR SÃO SUJOS E CRIMINOSOS, MATAM PELO SEXO !
NÃO É O SEXO É O DOMÍNIO !

QUALQUER FORMA DE SEXUALIDADE QUE NÃO AGRIDA, NÃO FIRA, DEVE SER REPUDIADA, E NENHUMA DEVE OCUPAR LUGAR DE DOMÍNIO, MEDIATISMO, OCUPAÇÃO DE LUGARES DE DESTAQUE E PODER SOBRE OUTRAS.
PORQUÊ ?
PORQUE O SEXO SOMOS NÓS !
EXISTEM OS HETERO, OS BI, OS HOMO, OS TRANS, OS PANS, OS ASSEX ,OS INTERGÉNERO.
EXISTEM OS QUE SOFREM, OS QUE SÃO ALIENADOS, OS QUE QUEREM SER ÚNICOS E TÊM NAS SUAS FILEIRAS HOMENS E MULHERES QUE NÃO PRECISAVAM DE REPUDIAR,OU DE PROMOVER QUALQUER OPÇÃO, FORMA DE SEXUALIDADE.
BASTA ACEITAR, VIVER NATURALMENTE RESPEITANDO E SENDO RESPEITADO.
AS VÁRIAS FORMAS DE SEXUALIDADE (NÃO CRIMINOSAS) QUE O SER HUMANO ADOPTA PARA A SUA FELICIDADE SEMPRE O ACOMPANHARÃO.
A VIOLÊNCIA, O CRIME, AVANÇA POR CAUSA DE GENTE DOIDA QUE QUER DOMINAR, SER SUPERIOR A OUTROS.
António Garrochinho
04
Nov16

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

QUANDO A NOSSA MÃE NOS PARIU PORQUE O NOSSO PAI A COBRIU, NASCEMOS NÓS, QUE NÃO CONHECÍAMOS O MUNDO ANTES.
Herdamos o olhar, o físico, a maneira de andar,o som,determinados genes e formas de conduta que depois devemos honrar ou não.


A VIDA VAI-NOS MOLDAR PARA O BEM E PARA O MAL.
Os livros, os nossos pais, os nossos professores, os nossos amigo(a)s e camaradas, a luta que necessariamente nos envolve e nos abre as portas para COMBATER AS BESTAS, a batalha pela sobrevivência, vão construindo ao longo dos nossos dias a nossa forma de pensar, de estar, de agir.
Não há super fortes perante a vida ! o que existe são formas de a abordar de explorar de entender, o que ela nos vai dando.
FORTE É O QUE RESPEITA O SEU IRMÃO E NÃO SE DEIXA APANHAR NAS TEIAS DA ILUSÃO ESOTÉRICA, NÃO SE DEIXA ENREDAR NOS DISCURSOS SUJOS E DOUTRINAS DA ESCRAVIDÃO E DA SUBSERVIÊNCIA.
FORTE É O QUE PENSA, SENTE, E QUE AGE, SEGUNDO OS PRINCÍPIOS DA LIBERDADE, DA JUSTIÇA, DO HUMANISMO, OU SEJA, DO RESPEITO, DO AMOR, DA PERSONALIDADE, E DIGNIDADE
FRACO É O QUE NÃO SE INTERROGA, É MERCENÁRIO, O QUE SE VENDE, NÃO SE QUESTIONA, NÃO SE CULTIVA E OLHA PARA O LADO QUANDO AS INJUSTIÇAS FEREM E MATAM O SEU SEMELHANTE.
António Garrochinho

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