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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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09
Nov16

Marina Ginesta, ícone da Guerra Civil Espanhola

António Garrochinho

Marina Ginesta no último piso do Hotel Colón Barcelona em 21 de julho de 1936, durante a Guerra Civil Espanhola. Fotografia: Juan Guzmán (Hans Gutmann).

O ar da juventude idealista contrastando com a terrível realidade da época se tornou uma fonte de inspiração no mundo todo, onde o Nazifascismo ameaçava a humanidade com guerra e destruição. Marina, com apenas 17 anos, impõe-se serenamente vestindo um macacão com as mangas da camisa enroladas, um rifle pendurado no ombro e um olhar bem focado nas lentes do fotógrafo. Seu singelo sorriso consegue transmitir tranquilidade, vontade e um pouco de ironia, ao passo que seu cabelo é elegantemente chicoteado pelo vento. Marina, neste belo dia Verão, parecia convidar homens e mulheres à luta…

A fotografia é um dos registros mais simbólicos da Guerra Civil Espanhola (1936–1939), onde a jovem guerrilheira Marina Ginesta dispara seu olhar aparentemente calmo nos primeiros dias do conflito. Amplamente considerada uma obra-prima, a imagem teve sua cristalização realizada por Juan Guzmán (Hans Gutmann) no último piso do Hotel Colón Barcelona, em Barcelona, na Espanha, em 21 de julho de 1936.
Décadas mais tarde, Marina teria dito a respeito da época:
A juventude, a vontade de vencer, levei isso a sério. Acreditávamos que, se resistíssemos, ganharíamos a guerra.
A simplicidade da foto ainda hoje é capaz de suscitar fortes emoções de um período em que o mundo se preparava para o mais sombrio evento da história, a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). “A Guerra Civil Espanhola foi um conflito travado entre os nacionalistas comandados pelo general Franco (apoiado pelos nazifascistas) e os governistas republicanos do socialista Caballero (apoiado pela URSS); dentre os interesses das nações estrangeiras, entretanto, encontrava-se também a oportunidade de testes práticos para novas estratégias, manobras e armas de guerra[, que seriam largamente utilizadas na Segunda Grande Guerra (1939–1945)].” (BEZERRA, 2016, s/p, acréscimo nosso)
Hotel Colón Barcelona em 1916. Fotografia: autor desconhecido.
Hotel Colón Barcelona em 1916. Fotografia: autor desconhecido.
Marina Ginesta Coloma nasceu em 29 de janeiro de 1919 em Toulouse, na França, mudou-se para Barcelona com seus pais aos 11 anos e poucos anos depois se filiou ao Partido Socialista Unificado da Catalunha. Exerceu as funções de jornalista e tradutora para o correspondente soviético do Jornal Pravda, Mikhail Koltsov.
Na ocasião da foto, o fotógrafo Hans Gutmann solicitou que Marina fizesse algumas fotos preparada para guerra que acabara de ser iniciada, mas não imaginava a tamanha repercussão que seu registro causaria, ao ponto de se tornar um ícone da época. Marina Ginesta sobreviveu à guerra, vindo a falecer somente em 6 de janeiro de 2014, em Paris, na França. Contava 94 anos de idade.
Marina Ginesta em 2008, com uma cópia da icônica foto dela tirada durante a Guerra Civil Espanhola. Fotografia: Agência EFE / REX.
Marina Ginesta em 2008, com uma cópia da icônica foto dela tirada durante a Guerra Civil Espanhola. Fotografia: Agência EFE / REX.
www.museudeimagens.com.br
09
Nov16

Saladino, o maior herói do mundo muçulmano

António Garrochinho



“Saladino, o Vitorioso”. Salah al-Din Yusuf ibn Aiub, mais conhecido no Ocidente como Saladino, tradicionalmente, é o maior herói do mundo muçulmano. Imagem: Gustave Doré.
“Saladino, o Vitorioso”. Salah al-Din Yusuf ibn Aiub, mais conhecido no Ocidente como Saladino, tradicionalmente, é o maior herói do mundo muçulmano. Imagem: Gustave Doré.

Carismático, feroz em combate e generoso na vitória, Saladino, o maior herói do mundo muçulmano, provou que mesmo adversários podem se respeitar. Ferrenho defensor do Islã, hábil administrador, humilde e avesso à riqueza desmedida e à cobiça, morreu pobre, apesar de ser o rei mais poderoso de sua época. Salah al-Din Yusuf ibn Aiub, mais conhecido como Saladino, provavelmente é um dos maiores exemplos de liderança que o mundo graciosamente já testemunhou brilhar.

Saladino era reconhecido por seu cavalheirismo e sua cultura, até mesmo entre os seus inimigos. Ele unificou o mundo muçulmano, derrotou o exército de ocupação cristão deixado pela Segunda Cruzada, defendeu Jerusalém contra a Terceira Cruzada e fundou a dinastia abássida no Egito. (CAWTHORNE, 2010, p. 112)
Infância, juventude e formação
Nascido nas montanhas de Tikrit, na Mesopotâmia, no território que atualmente corresponde ao Estado do Iraque, em 1137 ou 1138 (data de nascimento incerta), Salah al-Din Yusuf ibn Aiub, que significa “Virtude da Fé, José, filho de Jó”, tornou-se popularmente conhecido no Ocidente como Saladino. Filho de Najm ad-Din Aiub, o governante de sua cidade natal, Saladino era curdo e na juventude estudou Teologia em Damasco, na Síria. Sua família havia sido expulsa de Tikrit em 1139.
Pouco se sabe acerca da juventude de Saladino. Diz-se que conhecia o direito, a aritmética, que gostava de biografias de renomados cavaleiros árabes e que possuía um bom senso de história, entre outras coisas. Como todo árabe à época, cresceu escutando histórias sobre os horrores de quando os cristãos tomaram Jerusalém durante a Primeira Cruzada (1096–1099). Tais histórias acabariam por forjá-lo em um ferrenho defensor do Islão e do povo muçulmano sem, contudo, incorrer nas mesmas barbáries executadas pelos latinos.
Saladino era o terceiro filho e, por isso, pouca responsabilidade possuía, diferentemente do primogênito. Tudo mudou quando seu irmão mais velho repentinamente faleceu e o segundo na linha de sucessão, que facilmente irritava a família pelo temperamento inconsequente, acabou privado do poder. Desta forma, Saladino começou a despertar mais e mais o interesse da família.
Ascensão
Após a família de Saladino ser banida de Tikrit, seu pai, Aiub, e seu tio, Asad Ad-Din Shirkuh, declararam lealdade ao futuro mártir muçulmano e então senhor de Mossul e Alepo, Imad ad-Din Atabeg Zengi. Zengi travou uma série de batalhas vitoriosas contra os latinos, conquistando, entre outras cidades cruzadas, a importante Edessa, em 1144 — um dos grandes motivos que desencadearia a Segunda Cruzada (1147–1149), que se mostrou um tremendo fiasco —. Pelo auxílio prestado a Zengi, Aiub foi recompensado com o governo de Baalbek.
Em 1146 Zengi morreu assassinado e uma violenta guerra civil estourou na Síria. A família de Saladino permaneceu fiel a Zengi protegendo o herdeiro designado à sucessão, Nur a o-Din, o qual saiu vitorioso do conflito. Diante do triunfo, a família de Saladino mais uma vez foi recompensada: Aiub se tornou o governador da importante Damasco e Shirkuh o comandante do poderoso exército em ascensão.
Shirkuh, vislumbrando o promissor futuro do sobrinho, integrou-o ao seu estado-maior. Desta forma, Saladino rapidamente subiu na hierarquia militar, o que provavelmente deixou muitos outros militares descontentes. Ademais, Saladino teria se dedicado com afinco aos estudos militares, embora, assim como na sua juventude, seja custoso trazer elementos que comprovariam o aprendizado daquele que se tornaria o maior herói do Islão.
Estátua de Saladino em Damasco, Síria. Fotografia: autor desconhecido.
Estátua de Saladino em Damasco, Síria. Fotografia: autor desconhecido.
A Campanha do Egito
Em meados das décadas de 1150 e 1160, fortes agitações continuavam a solapar o mundo islâmico e cada vez mais se fazia necessária a presença de um líder capaz de unificá-lo sob uma só flâmula. As disputadas entre os próprios muçulmanos eram acirradas e favoreciam os cristãos, que não raramente se apoderavam de cidades e kraks (castelos) árabes enfraquecidos. Grande parte dessa agitação decorria do surgimento da vertente xiita do Islã, uma corrente mais radical que a majoritária, a sunita, da qual o próprio Saladino fazia parte.
No ano de 1164, Nur a o-Din despachou tropas ao Egito para pôr ordem, visto que os xiitas que governavam o país africano se mostravam incapazes de controlar a região. O Egito era governado pelo Califado Fatímida que desde 969 se encontrava no poder. Tradicionalmente, os califas consubstanciavam o poder total do Estado, eram os Chefes de Estado, mas se encontravam em declínio, tendo, inclusive, o califado da África do Norte já sido extinto em 1048. O califado do Egito, em franco declínio, não passava de um fantoche nas mãos dos vizires (vizir: uma espécie de governante, ministro).
A instabilidade no Egito aumentava e as ambições dos cruzados também. Nur a o-Din sabia da vital importância de se manter a região muçulmana, decidindo-se por restabelecer a ordem e enviando Shirkuh como chefe da expedição militar. Shirkun teria feito questão de levar o sobrinho, Saladino, consigo.
O jovem califa do Egito, Al-Adid, surpreendeu ao conseguir uma aliança militar com o Reino de Jerusalém, um Estado cristão (e o maior motivo de disputa das Cruzadas). Nos bastidores, Shawar, um influente e poderoso vizir egípcio, havia articulado a aliança, na tentativa de conter a intromissão de Nur a o-Din. Apesar da aliança, o exército de Nur a o-Din logrou diversas vitórias até conquistar a capital do Egito, Cairo. Em algumas dessas batalhas o jovem Saladino teria demonstrado seu peculiar gênio militar.
Conquistado o Egito, Shirkun se tornou o regente em 1169, mas teria falecido de modo bizarro algum tempo depois: engasgado durante um banquete. Afirma-se que Saladino teria se tornado vegetariano com receio de incorrer no mesmo fim.
Xirkuh [Shirkuh] foi proclamado rei do Egito, mas morreu dois meses depois, enquanto se esbaldava em um banquete fartamente servido de carneiros, cabras e codornas no espeto. Segundo o escritor paquistanês Tariq Ali, autor de O Livro de Saladino, ele se engasgou de tanto comer. Saladino teria ficado tão impressionado com a cena que passou o resto da vida preferindo pratos vegetarianos, como ervilhas cozidas. Outros escritores, porém, cogitam a hipótese de envenenamento. (SGARIONI, 2016, s/p)
Com Shirkuh morto, Saladino assumiu o posto do tio. Nur a o-Din acreditava que o sobrinho de Shirkun, por não ser inexperiente na política, não lhe traria maiores problemas, permanecendo preso às suas ordens. Saladino assumiu como vizir egípcio.
O Sultão do Egito
Com maiores poderes, Saladino reformulou as forças armadas do Egito ao modo curdo/turco de lutar, administrou bem os cargos de confiança a fim de evitar eventuais traições e parecia satisfeito. Parecia. O histórico líder islâmico se preparava para uma grande campanha de restauração do seu mundo.
Desenho do século XV: Saladino, rei do Egito. Imagem: autoria desconhecida.
Desenho do século XV: Saladino, rei do Egito. Imagem: autoria desconhecida.
Ajustes internos concluídos, Saladino se lançou decididamente contra o califado dos fatímidas a fim de encerrá-lo, fato concluído em 1171, com a morte de Al-Adid aos 22 anos de idade. Assim, tornou-se sultão do Egito, um cargo absoluto e sem sujeição, mas estranhamente abaixo do califa (que já não existia mais). Saladino eliminou vizires, conspiradores e outros que ameaçavam seu poder, para dar prosseguimento às novas reformas internas.
Saladino também se mostrou um hábil e humano administrador, o que lhe gerou um profundo respeito perante as massas. A lealdade selada do seu povo lhe facilitaria a conquista do Reino de Jerusalém futuramente.
O governo de Saladino foi o mais popular da história. No Cairo, era adorado pela população por sua simplicidade e por ter recuperado a economia local. “Para merecer o respeito do povo, e em particular de nossos soldados, devemos nos acostumar a comer e vestir como eles”, ele dizia. “Ao contrário dos califas fatímidas, Saladino não exigia que o povo pagasse imposto para ele acumular uma fortuna pessoal. Recompensava muito bem seus soldados e impedia que o país fosse assolado pela fome”, afirma o escritor Tariq Ali. (SGARIONI, 2016, s/p)
O poder absoluto
Como supramencionado, as décadas de 1150 e 1160 também foram marcadas pelo empenho de Nur a o-Din em conter os cristãos instalados na Terra Santa. Eram constantes os massacres de árabes perpetrados por guerreiros cruzados que, segundo amplamente se afirma na literatura referenciada, mais se assemelhavam a bárbaros cegos por pilhagens e perversões do que cristãos em busca da salvação divina. Saladino, agora à frente da lança de guerra de Nur a o-Din, iniciou os preparativos para sua estreia na função há muito almejada.
Em 1174, Nur a o-Din morreu e Saladino, que não seria o escolhido para a sucessão, invadiu a Síria com seu exército a fim de assumir as rédeas do comando. Um longo debate entre os vizires teria sido feito, de onde restou acordado que Saladino era a melhor opção para suceder o líder recém-falecido. Seu excelente histórico militar e a longa dedicação de sua família a Zengi e ao próprio Nur a o-Din o faziam uma escolha lógica. Mais uma vez, não se sabe ao certo como tudo teria se desenrolado, mas é fato que Saladino domou o poder total.
Obstinado a concretizar a unificação do mundo árabe. Uma vez mais se lançou em uma campanha, ora diplomática ora beligerante, de aproximadamente 12 anos conseguindo unificar os territórios muçulmanos da Síria, Mesopotâmia, Palestina e Egito. Resistiu a inúmeras tentativas de assassinato, eliminou conspiradores e pequenas dissidências.
Jihad, a Guerra Santa
Quando Deus me deu a terra do Egito, eu tinha a certeza de que ele pretendia me dar também a Palestina — teria dito Saladino.
Com a órbita islâmica restabelecida, havia chegado a vez dos reinos latinos criados durante a Primeira Cruzada (1096–1099) sumirem da região. Em 1186, os Estados cruzados na Palestina, onde ainda se situa Jerusalém, viram-se completamente cercados pelo novo e impressionante poder de Saladino. Havia chegado a hora da Jihad.
Com o Islã unificado, Saladino se tornou o soberano mais poderoso da época. Naquele tempo Damasco, Cairo e Bagdá somavam uma população de cerca de 2 milhões de habitantes. Já Paris e Londres tinham menos de 50 mil moradores cada uma. (SGARIONI, 2016, s/p)
O rei consorte de Jerusalém, Guy de Lusignan, contrariado com os acontecimentos que cada vez mais o colocavam em uma difícil situação, expediu ordem para que todas as guarnições de castelos e fortificações fossem reunidas na formação de um grande e poderoso exército, que se lançou incessante e imprudentemente no encalço da força muçulmana.
A Batalha de Hattin e a tomada de Jerusalém
A disputa decisiva entre cristãos e muçulmanos ocorreu em 4 de julho de 1187, na chamada Batalha de Hattin — ou dos Chifres de Hattin —, e representou o controle da cidade sagrada de Jerusalém. O resultado da luta se mostrou um completo desastre para os defensores da cidade (cristãos), que tiveram seu exército literalmente destroçado pelas forças islâmicas.
Batalha dos Chifres de Hattin (1187), de Gustave Doré.
Batalha dos Chifres de Hattin (1187), de Gustave Doré.
Os muçulmanos, sabendo que os cruzados não poderiam lutar longe de seus recursos, mantiveram distância no deserto, ao passo que a imprudência do alto comando cristão cada vez mais se lançava à morte certa. Quando sedentos e em número bastante reduzido, os cruzados foram surpreendidos por um forte ataque executado pelas tropas de Saladino.
A derrota em campo também assegurou que Guy de Lusignan e Reinaldo de Châtillon, um poderoso líder de cavalaria, fossem presos, sendo Guy libertado, com a condição de que não mais travasse guerras na Arábia, e Reinaldo decapitado, talvez, pelo próprio Saladino. Reinaldo era responsável pela quebra de diversas tréguas e tratados de paz — normalmente Châtillon massacrava caravanas e aldeias de muçulmanos.
Com o histórico triunfo de Saladino em Hattin, a conquista da cidade sagrada de Jerusalém seria questão de tempo para os muçulmanos — ocorrendo finalmente em 2 de outubro do mesmo ano após um curto cerco —. Diferentemente do ocorrido quando os cristãos conquistaram Jerusalém, Saladino e as tropas muçulmanas respeitaram os cristãos.
A obra Saladino e Guy de Lusignan após a Batalha de Hattin, de Said Tahsine. Saladino logo depois teria ordenado a libertação de Lusignan e realizado a famosa – e ofensiva – proposta aos soldados da Cruz, o que desencadeou o famoso sacrifício de centenas de bravos guerreiros da Cristandade.
A obra Saladino e Guy de Lusignan após a Batalha de Hattin, de Said Tahsine. Saladino logo depois teria ordenado a libertação de Lusignan e realizado a famosa – e ofensiva – proposta aos soldados da Cruz, o que desencadeou o famoso sacrifício de centenas de bravos guerreiros da Cristandade.
Doravante, desguarnecidas pela anterior ordem de Guy Lusignan para criar o forte exército que acabou vencido em Hattin, as cidades de Tiberias, Acre, Toron, Beirute, Sindon, Nazaré, Cesareia, Nablus, Jafa e Ascalon também foram subjugadas diante do grande poder de Saladino.
O sacrifício dos templários e hospitalários
O fiasco de Hattin também abarcou um episódio que teria impressionado Saladino e seu estado-maior: após a derrota das forças defensoras de Jerusalém, os monges guerreiros da Cristandade — templários e hospitalários — deram sua última prova de fé: a vida. Embora trágico, o sacrifício coletivo timbrou a devoção das ordens religiosas e foi glorificado por diversas ordens semelhantes.
Em meio à desgraça total, um pequeno grupo de cavaleiros ainda permanecia em pé e com elevado número de sobreviventes para sua categoria, eram os templários e hospitalários. Dos 600 que teriam iniciado a luta, acredita-se que aproximadamente 250 tenham sobrevivido e Saladino lhes fez uma oferta visando testar seu fervor a Cristo.
Saladino era conhecido — entre aliados e adversários — por sua sabedoria, serenidade e por honrar sua palavra. Também havia criado laços de respeito com adversários, como Balduino IV (antigo rei leproso de Jerusalém). Contudo, apesar de misericordioso, era feroz no campo de batalha e estava bastante irritado com a violação dos termos de paz por Reinaldo de Châtillon (por isso o teria matado).
Afirma-se que Saladino reuniu os templários e hospitalários e “pediu” que renegassem a cruz, dando sua palavra de que todo aquele que cumprisse a oferta seria libertado, mas, do contrário, seria morto por decapitação. Dos 250 monges que receberam a oferta de liberdade, 250 a recusaram. Todos foram mortos.
À esquerda um cavaleiro templário, à direita um hospitalário. Imagens: autores desconhecidos.
À esquerda um cavaleiro templário, à direita um hospitalário. Imagens: autores desconhecidos.
Os templários e hospitalários ficaram conhecidos por sua forte devoção a Cristo e incrível fúria em combate. Os templários (Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão), sem dúvida, tornaram-se a marca registrada das Cruzadas. “Os Templários provaram ser o primeiro exemplo de uma devoção imensamente popular que se espalhou pela Europa e pelo Oriente Próximo.” Sua túnica era branca com uma cruz vermelha em seu peito.
Semelhantes aos famosos templários, a Ordem dos Hospitalários (derivado do Hospital de São João Batista de Jerusalém), inicialmente, apenas se destinava aos cuidados de peregrinos na Terra Santa, mas logo seus monges pegaram em armas e marcharam. Sua túnica era negra com uma cruz branca em seu peito.
A Terceira Cruzada
Também denominada como a Cruzada dos Reis (1189–1192), por abarcar os três mais poderosos monarcas da Cristandade, quais sejam: Ricardo I (Coração de Leão), da Inglaterra, Filipe II, da França, e Frederico Barba-Ruiva (Barbarossa), do Sacro Império Romano-Germânico, a Terceira Cruzada havia sido convocada pelo Santo Padre Gregório VIII após a perda do Reino de Jerusalém.
Os reis da Terceira Cruzada (1189-1192): Frederico Barbarossa, da Germânia; Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; e Filipe II, da França, respectivamente. Pinturas: Christian Siedentopf; Merry Joseph Blondel; e Louis Félix Amiel, respectivamente.
Os reis da Terceira Cruzada (1189-1192): Frederico Barbarossa, da Germânia; Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; e Filipe II, da França, respectivamente. Pinturas: Christian Siedentopf; Merry Joseph Blondel; e Louis Félix Amiel, respectivamente.
Diferentemente das cruzadas anteriores, onde o papado possuía relevante destaque, a terceira edição possuiu um aspecto regiamente romântico. “O papado teve parte secundária nessa expedição; estava em uma de suas fases de fraqueza; a cruzada foi mais principesca, cavalheiresca e romântica de todas. As acrimônias e asperezas religiosas eram mitigadas pela galanteria cavalheiresca que por igual dominava tanto Saladino quanto Ricardo (Coração de Leão). O apaixonado do pitoresco e do romântico pode ir buscar nos romances desse período o perfume da época.” (WELLS, apud: VILAR, 1960, p. 78).
Tragicamente, em 10 de junho de 1190, durante marcha em direção à cidade de Jerusalém, Frederico Barbarossa morreu afogado ao tentar atravessar o rio Saleph, na atual Turquia. Frederico já era idoso e o frágil corpo cada vez mais sentia o peso da couraça, mas seu caráter beligerante e ambicioso ainda tentou arrebatá-lo à última e histórica campanha: a Terceira Cruzada. Fato não concluído.
Em 1191, Ricardo Coração de Leão, recém-desembarcado na Terra Santa, juntou-se a Filipe II, para intensificar as operações de cerco à cidade de Acre (atual Akko, em Israel), que havia sido iniciado há dois anos, em 1189. Utilizando seus dois xodós — imensos e poderosos trabucos (trebuchet) — apelidados de Catapulta de Deus e Mal Vizinho (ou Vizinho do Mal), Ricardo Coração de leão derrotou os defensores muçulmanos e conquistou a cidade em apenas seis semanas.
Vitória no Cerco do Acre (1189-1191): Ricardo I e Felipe II triunfam. Pintura: Merry Joseph Blondel.
Vitória no Cerco do Acre (1189-1191): Ricardo I e Felipe II triunfam. Pintura: Merry Joseph Blondel.
Após o cerco de Acre, a Cruzada dos Reis se dissolveu, quando Filipe retornou à França, deixando Ricardo sozinho para enfrentar Saladino. A constante rivalidade entre os reis Ricardo e Filipe, que não raramente discordavam calorosamente sobre os rumos da invasão, aliada a alguns problemas de saúde deste e agitações internas na França forçaram o retorno prematuro do soberano francês.
Ainda em 1191, Saladino, subestimando o comando do monarca inglês, acabou sendo facilmente derrotado por Ricardo I em Arsuf, mas o impediu de dominar Jerusalém, ao empreender um recuo tático. Nesse recuo, Saladino executou a tática da terra arrasada/seca com perfeição, privando os cruzados de recursos imprescindíveis e impossibilitando a conquista do Reino de Jerusalém. Poços de água haviam sido envenenados e lavouras antecipadamente colhidas ou destruídas. Um ano de lutas ainda se seguiu até Saladino e Ricardo Coração de Leão pactuar um tratado. A paz foi feita. A Cruzada dos Reis estava oficialmente encerrada em 1192.
Ficou acordado que os cristãos permaneceriam com uma estreita faixa de terra na Palestina e que teriam acesso a Jerusalém, assim como a outros locais sagrados. A essa altura, Saladino e Ricardo I, embora de lados opostos, haviam criado um grande respeito mútuo. O tratado, contudo, não foi bem aceito pelos cristãos, que mais tarde deflagrariam nova cruzada, a quarta.
O tratado estabelecia o reconhecimento da posse de uma estreita faixa do litoral sírio-palestino aos ocidentais e a permissão das peregrinações dos cristãos a Jerusalém. Saladino manifesta, nesse tratado, seu perfil de hábil líder militar e diplomático que via na tolerância para com os cristãos um dos caminhos de continuidade de seu projeto de unidade islâmica. (…) Por sua vez, Ricardo Coração de Leão seria acusado de pactuar com o inimigo. (FERNANDES, 2011, p. 119)
Último ano, 1193
No ano seguinte, em 1193, Saladino retornou à sua capital, Damasco, na Síria. No dia 4 de março do mesmo ano, com aproximadamente 55 anos de idade, o maior herói do Islão finalmente descansou, morto pela febre amarela. Contudo, em paz por ter salvado seu mundo e ganhado o respeito de aliados e adversários.
Um fato intrigante sobre sua morte é que, apesar de ser o mais poderoso rei de sua época, Saladino teria morrido pobre. Saladino valorizava a simplicidade das coisas e rejeitava a cobiça. Sobre esta, o líder curdo acreditava ser reservada a homens inseguros.
Tumba de Saladino em Damasco, na Síria. Fotografia: Godfried Warreyn.
Tumba de Saladino em Damasco, na Síria. Fotografia: Godfried Warreyn.
Diz-se que Saladino se sentia mais que satisfeito por gozar do padrão de vida de rei e não vislumbrava sentido na acumulação de bens. Quando faleceu, “como não possuía terras, ouro, nada de valor, seus seguidores pediram dinheiro emprestado para a argila seca que cobriria a sepultura. Afirma-se que, no leito de morte, o sultão disse: “Espetem um trapo em meu porta-bandeira e mostre ao povo que isso é tudo o que o Rei do Oriente levará ao túmulo.” (SGARIONI, 2016, s/p)
REFERÊNCIAS:
CAWTHORNE, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. trad. Pedro Libânio. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.
CUMMINS, Joseph. As Maiores Guerras da História. trad. Vania Cury. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.
FERNANDES, Fátima Regina. Cruzadas na Idade Média. In.: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2011.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, 2012.
SGARIONI, Mariana. As mil e uma noites de Saladino. Acesso em: 10 jan. 2016.
VILAR, Leandro. A história por trás de Assassin’s Creed. Acesso em: 9 jan. 2016.
WATERSON, James. Espadas Sacras: Jihad na Terra Santa, 1097-1291. trad. Giancarlos Soares Ferreira. São Paulo: Madras, 2012.
IMAGEM(NS):
A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato.
www.museudeimagens.com.br
09
Nov16

12 artistas que tem um talento inacreditável

António Garrochinho

capa

Alguns artistas tem o dom de nos surpreender usando poucos recursos. Uns conseguem com apenas tinta a óleo ou acrílico, carvão vegetal, canetas ou um simples lápis produzir imagens vivas que são quase impossíveis de distinguir de fotografias. Com esse talento, alguns artistas conseguem criar coisas muito mais impressionantes do que fotocópias simples. São simplesmente uma janela para o mundo alternativo na visão de grandes artistas.
Podemos ver telas extremamente realistas pintadas apenas com carvão vegetal ou um simples lápis onde retratam muito bem todos os detalhes da pele humana.
Se você é uma dessas pessoas que adoram fazer desenhos utilizando seus lápis de cores tradicionais em casa e acha que manda bem nisso, separamos pra vocês 12 artistas que possuem um talento fora do comum que você provavelmente nunca tenha ouvido falar, confira com a gente.

1- Diego Fazio

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Obra

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Diego funciona como uma impressora a jato de tintas. Começa seu desenho de um lado da página em movimento ao outro lado. Ele utiliza nas suas obras apenas lápis simples e carvão vegetal. Ele leva aproximadamente 200 horas para concluir  uma de suas composições.

2- Omar Ortiz

2

Obra

2
Omar tem uma facilidade imensa para transmitir luz, cor e sombra que é tão incrível que se tornou sua marca registrada. Ele domina de forma única a capacidade de reproduzir perfeitamente cada linha curva do corpo humano.

3- Gregory Thielker

3

Obra

3
Gregory cria suas imagens “chuva” usando aquarela e pinturas de petróleo manchadas com o punho. Olhando suas obras, dá a impressão de estar viajando em um carro em um dia frio e chuvoso.

4- Ruth Tyson

4

Obra

4
O britânico Ruth Tyson não é um artista por formação, mas possui um talento único expressado em suas telas. Ele usa a mistura de grafite, lápis aquarela para criar obras fantásticas.

5- Roberto Bernardi

5

Obra


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Difícil acreditar que as imagens de Roberto Bernardi não são tiradas com uma máquina fotográfica, né? Ele surpreende a cada obra produzida.

6- Robin Eley

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Obra


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Esse artista inglês cria, em grande escala, pinturas realistas com óleo. Ele oculta muitas vezes a falta de uma vestimenta com um pedaço de plástico translúcido para passar um ar de elegância.

7- Gottfried Helnwein

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Obra


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Gottfried predominantemente usa tintas de água para criar suas obras. Não parece haver fim para seus talentos. O artista trabalha como pintor, fotógrafo e escultor.

8- Vincent Fantauzzo

8

Obra

8

O artista australiano Vicent Fantauzzo é conhecido em todo o mundo. O seu retrato de Heath Ledger foi feito apenas algumas semanas antes da morte do ator.

9- Kamalky Laureano

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Obra


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Kamalky é um artista dominicano muito talentoso. Ele aplica sobre as telas uma técnica de pintura com tintas acrílicas. Para Laureano, uma pintura não é somente a cópia de uma fotografia, mas sim um reflexo da própria vida.

10- Paul Cadden

10

Obra


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O único método utilizado por Paul é um lápis grafite. Parece que isto é mais do que o suficiente para ele transmitir a precisão de todas as linhas, rugas e emoção de uma pessoa real em suas telas.

11- Matthew Cornell

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Obra


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Não existem seres humanos nas pinturas de Cornell pois ele carrega a crença de um mundo onde a natureza predomina.

12- Bryan Drury


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Obra


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O artista americano Bryan Drury concluiu seus estudos na Academia Americana de Artes em 2007, desde então tem realizado trabalhos realistas de pintura. Drury se concentra em descrever a pele humana e consegue alcançar seu objetivo com facilidade ao retratá-la tão bem.
FONTE(S): Bright Side
www.ultracurioso.com.br
09
Nov16

30 raros e deslumbrantes fenómenos naturais

António Garrochinho

Nosso planeta é mais bizarro e bonito do que você pode imaginar.

1. Relâmpagos vulcânicos acontecem quando um raio é produzido em uma pluma vulcânica.
 Eles se parecem com a entrada para o inferno!

 2. Mas aqui está a verdadeira porta para o inferno, uma cratera no Turcomenistão que está em chamas desde 1971.
3. Bolhas de gelo inflamáveis: bolhas congeladas de metano, presas debaixo do Lago Abraão, no Canadá.
4. Relâmpago do Catatumbo, na Venezuela: esse fenômeno ocorre durante 140-160 noites por ano, 10 horas por noite e até 280 vezes por hora.
5. Caranguejos vermelhos da Ilha de Natal: Todo ano, aproximadamente 43 milhões de caranguejos migram para colocar seus ovos no mar. A maioria das estradas são fechadas pelas autoridades durante a migração, que geralmente acontece por 7 dias.
6. Todo ano, milhões de borboletas monarcas migram do Canadá e EUA para o México, criando essa cena surreal.
 7. Eu decididamente não gostaria de viver perto de Wagga Wagga, na Austrália. Quando chove muito, milhares de aranhas cobrem os campos com teias de aranhas.
8. Círculos de Fadas da Namíbia: sua origem é desconhecida, mas acredita-se que os responsáveis por esses curiosos círculos são cupins de areia.
9. Nada de alienígenas! Esses desenhos submersos perto da costa do Japão são criados por um baiacu macho, a fim de atraia fêmeas.
10. Essas rochas esféricas na Nova Zelândia foram criadas pelo acúmulo de sedimentos que se juntaram no fundo do mar por mais de 60 milhões de anos.
11. O Grande Buraco Azul de Belize: com seus 300m de diâmetro, 124m de profundidade e sua forma circular quase perfeita, o Grande Buraco Azul é um grande abismo submerso.
12. Milhares de estorninhos criam padrões incríveis em áreas do Reino Unido pouco antes do pôr do sol durante o meio do inverno.
13. Isso é o que acontece quando milhões de sardinhas migram para o norte ao longo da costa leste da África do Sul.

14. A Calçada dos Gigantes, na Irlanda do Norte, contém cerca de 40.000 colunas de basalto interligadas, resultantes de uma antiga erupção vulcânica.
15. “As pedras que se movem sozinhas”, no Vale da Morte, EUA. Trata-se de um fenômeno no qual rochas deslizam pelo solo que tem uma fina camada de gelo, onde elas criam longas faixas que dão a impressão que elas se movem sozinhas.
16. Pororoca na Amazônia, Brasil: acontece quando a primeira onda da maré vêm em forma de uma onda que percorre um rio contra a corrente.
17. Atacama florido: quando chove muito, esse é o cenário do deserto normalmente mais seco do mundo.
 18. Arcos circum-horizontal: esse raro fenômeno ocorre pela refração dos raios de sol nos cristais de gelo que formam em uma nuvem cirrus. Não é um arco-íris.
19. Nuvens lenticulares: muitas vezes confundidas com OVNIs, essas nuvens em forma de lentes se formam na troposfera sob condições muito específicas.
20. Nuvens Mammatus: esse incrível padrão de nuvens se forma com ar descendente sob a bigorna de uma nuvem cumulonimbus após uma tempestade muito forte.
21. Nuvens nacaradas são compostas de minúsculos cristais de gelo.
22. Undulatus asperatus: é um tipo proposto de nuvem em 2009, e parecem muito tempestuosas, mas tendem a se desfazer sem realmente se transformar em uma tempestade.
 23. Lago Natron, na Tanzânia: é um lago extremamente salgado e alimentado pela riqueza de minerais termais.
24. Lago Manchado, no Canadá: esse lago surreal contém elevadíssimas concentrações de sulfato de magnésio, cálcio e sódio.
25. Ondas bioluminescentes: acontecem quando há na areia espécies de fitoplânctons bioluminescentes, que quando molhadas pelas marés, convertem a energia química em energia luminosa.
26. Dinoflagelados bioluminescentes em condições adequadas criam a assustadora maré vermelha.
27. Pilares de luz surgem quando cristais de gelo refletem a luz solar ou lunar na atmosfera da Terra.
28. Eucalipto arco-íris: essa árvore enorme tem como principal característica seu colorido e espetacular tronco.
29. Flores de gelo: no inverno polar, quando se forma gelo no oceano, estruturas que são compostas de umidade atmosférica congelada e de salmoura sugada da superfície congelada do mar se formam.
 30. Chaminé de neve no Monte Erebus, Antártida: é o vulcão ativo mais ao sul da Terra.
misteriosdomundo.org
09
Nov16

ALGUNS DITADORES POUCO CONHECIDOS

António Garrochinho

 Hassanal Bolkiah — Brunei

Imagina ter um cafetão como regente do seu país? Pois é, os habitantes da nação de Brunei têm e não se importam com isso. Hassanal Bolkiah é podre de rico e tem um vício que não larga por nada: sexo! O homem tem o seu próprio harém — composto por garotas de até 15 anos de idade que ficam à sua disposição 24 horas por dia.
Ele chegou a ser acusado de manter uma ex-miss Estados Unidos como sua escrava sexual, mas, quando ela quis processá-lo, ele alegou imunidade diplomática. O sujeito é cheio das maluquices e, em 2014, quis proibir a comemoração do Natal no país. Isso causou comoção total e, para a felicidade das pessoas, ele não levou a ideia adiante.

 Rei Mswati III — Suazilândia

Assim como Hassanal Bolkiah, o rei Mswati é um playboy pra ninguém botar defeito. O governante de uma das nações mais pobres da África tem 13 esposas e inúmeras amantes. Todos os anos, ele realiza uma festa na qual mais de 10 mil virgens com os seios expostos competem para ser mais uma das suas mulheres.
Enquanto quase todo o país vive abaixo da linha da pobreza e muitos morrem infectados pelo HIV, o ditador construiu, no ano passado, um aeroporto no meio do nada cujo custo foi avaliado em cerca de 10% do PIB do país. E não é preciso dizer que qualquer pessoa que discorde do rei é massacrada, vítima de todo tipo de violência e morta.

 Yahya Jammeh — Gâmbia

Você já ouviu falar desse cidadão? Provavelmente não. Yahya Jammeh é o presidente da Gâmbia, país famoso por suas esquisitices geográficas. No poder desde 1994, esse ditador é rejeitado por muitos devido à sua opinião sobre a homossexualidade: ele a comparou ao satanismo e disse que isso pode ser a queda de toda a civilização.
Como prova de seu repúdio, ele prometeu decapitar quaisquer pessoas homossexuais que ousarem entrar no país. Enquanto ele se preocupa com esse assunto, habitantes do Gâmbia são presos e torturados sob ordem do ditador, além de serem constantemente vigiados por espiões que estão espalhados por toda a parte.
09
Nov16

OLHÓ AVANTE ! - A TELEVISÃO BELIGERANTE

António Garrochinho




Correia da Fonseca 

A televisão beligerante

Há dois ou três dias, a televisão trouxe-nos notícias das eleições na Moldávia não se esquecendo de dizer que, dos dois candidatos à presidência do país, um era a favor da Rússia e o outro a favor «da Europa». Os telespectadores ouvem e já nem se dão conta de que a fórmula usada implica a exclusão da Rússia do contexto europeu e, sem que disso nos demos clara conta, sugere uma pertença da Rússia ao Oriente que na sensibilidade dos europeus desatentos e longamente manipulados está confusamente relacionado com requintadas crueldades e défices civilizacionais capazes de meterem algum medo. Vai longe o tempo em que De Gaulle, contudo longe de poder ser suspeito de simpatias comunistas, falava de uma Europa «do Atlântico aos Urais», isto é, de uma pacificação do continente que seria o inverso da Guerra Fria então já em fase de arranque. Entretanto a URSS autodestruiu-se e o Ocidente euroatlântico acreditou que conseguira uma vitória para durar mil anos, como o nazismo previra para o afinal derrotado III Reich, mas nem assim amainou o seu belicismo inveterado: quem for capaz de o fazer facilmente enumere as guerras de vária dimensão em que os Estados Unidos, coroados como soberanos absolutos do Ocidente, intervieram directa ou indirectamente. Entende-se: o capitalismo precisa de guerras e da conquista de mercado a bem ou a mal como de pão para a boca. Como é sabido, do lado de lá do Atlântico proliferam as mais diversas religiões e seitas religiosas, mas na verdade a mais forte e dominante religião que impregna a vida norte-americana é a da «struggle for life» aplicada às sociedades humanas, isto é, a convicção de que a brutalidade há-de comandar a existência colectiva e, consequentemente, de que é legítimo e mesmo recomendável usar a força na generalidade das circunstâncias. Este revelador princípio de ordem geral é detectável na televisão não só quando ela nos informa da grande frequência de crimes de morte havidos nos Estados Unidos mas também quando, em frequentes documentários sobre a vida animal que são produção norte-americana ou de outros países que partilham a concepção da bruteza como adequada forma de convívio social, a tónica da informação por eles prestada é a permanente luta entre espécies ou até dentro da mesma espécie. Assim se insinuando como lei da vida o que de facto é lei da morte. 

Para que 

Sendo assim, não surpreende decerto que o capitalismo USA sinta a saudade de conflitos militares que o engordem, e é neste quadro que deve ser entendido o já claro lançamento de uma reedição, por agora ainda sob uma forma relativamente «soft», da Guerra Fria havida no século passado, ofensiva de que diariamente nos chegam sinais claros e concretos graças aos media que os Estados Unidos controlam em todo o Ocidente e não só. De passagem, anote-se para nosso proveito que uma interessante tradição dos serviços secretos norte-americanos é a presença de «gente sua» nos mais importantes órgãos de informação dos quatro cantos do mundo. Porém, o que mais importa agora é atender ao que se passa na generalidade da informação mediática e talvez mais especialmente na televisão que todos os dias é visita de nossa casa e do nosso cérebro. Com maior ou menor intensidade, é uma televisão de guerra, embora de guerra fria, e é imperioso que disso tenhamos permanente consciência. O relativo clamor mediático suscitado pela legalíssima passagem pela nossa Zona Económica Exclusiva de um porta-aviões russo, dizem que desactualizado, e de dois outros modestos navios, foi um exemplo recente mas não dos mais significativos: a campanha (des)informativa acerca de bombardeamentos russos na Síria, como se não houvesse a precedência de aviões USA contra as forças leais a Damasco, foi e é decerto mais importante. De facto, a TV portuguesa está em guerra contra a Rússia e é saudável ter presente esse facto. Para que nos mantenhamos lúcidos. Ou, como por vezes diz o povo, para que não nos comam por parvos.

Jornal Avante !
09
Nov16

Peço desculpa pela minha intromissão, mas não resisto a expressar a minha visão do resultado eleitoral nos USA.

António Garrochinho
José Silva (facebook) Boa tarde.


Peço desculpa pela minha intromissão, mas não resisto a expressar a minha visão do resultado eleitoral nos USA.
Barack Hussein Obama II, indivíduo nascido a 4 de Agosto de 1961 em Honolulu no Havai, foi, ainda é, o 44º presidente dos EUA, eleito no primeiro mandato em 2008 após vencer a sua adversária Hillary Clinton e depois o candidato republicano John MacCain.
Agora venceu Donald Trump estas últimas eleições, após uma campanha demasiado caricata, recheada de episódios revanchistas, em que foi tentada a manobra de o colar a Putin.
Choca-me de certo modo, mas em nada me surpreende esta escolha de um homem que se confessou em directo ser homofóbico, anti aborto, racista, etc.
Não me sinto surpreendido, porque já vi demasiado vindo de um grande país como o é os USA, uma grande nação construída por gente ida de todos os cantos do mundo, mas dominada pelo sionismo nazi, pela nata dos Illuminati, pelo bolor dos Bilderberg, Rockefeller, etc., etc.
Em 2008 Barack Hussein Obama venceu Hillary Clinton, porque os norte-americanos jamais aceitarão serem governados por uma mulher, uma vez que apenas vêem a MULHER como objecto sexual. O “American Dream” é precisamente isso, ao homem cabe a governação e à mulher cozer cuecas e peúgas, assoar filhos ranhosos e cozinhar, jamais poderá assumir o máximo posto da nação.
Eis porque Obama venceu sendo negro, os norte-americanos preferiram engolir sapos a aceitarem a ascensão de uma mulher ao máximo posto do seu país. O partido democrático jogou duas cartadas em uma ao apoiar ao máximo Obama. Sendo negro, iria aglutinar os votos de uma população considerada inferior, os votos das minorias latinas, que se reviram no candidato negro, assim como mostravam ao mundo que são a pátria da liberdade, da democracia, do anti-racismo, etc.
Hoje venceu um indivíduo considerado louco. Mas se tivesse vencido Hillary ficaria o mundo mais seguro?
Não o creio. Ela é o rosto de todas as agressões militaristas de invasão do reinado de Obama, é o rosto de todas as investidas contra os governos legítimos e democráticos da América latina, é o rosto do apoio aos grupos secretos que dominam o nosso mundo, é o rosto de toda a política fascizante que domina o mundo e especialmente a nossa Europa onde o fascismo de novo rosto emerge em força, constrói muros, legisla barreiras e avança rapidamente para mais um holocausto que bem pode ser o nosso último.
Ela não se coibiu de lançar um sério aviso ao Irão de que se vencesse as eleições que não hesitaria em arrasar aquele país, assim como deu a entender que faria o mesmo à Coreia do Norte.
Agora resta-nos esperar pelos resultados. Quem perdeu? Apenas o povo norte-americano, que mais uma vez cedeu à pressão do seu sistema político, onde ganha um e é eleito outro. Perde também o mundo que continua sob a ameaça do complexo militar norte-americano, sob a ameaça dos que sonham com o domínio total e escravização mundial.
No entanto, ganhámos nós, pelo menos os atentos, já que ficou bem desmascarada a acção da comunicação social que nos impingiu uma vitória que lhe fugiu. Mas nada de ilusões, porque o sistema norte-americano não sofreu a mais leve beliscadura, porque ganhar o Partido democrata ou o Partido Republicano é igual, vence o capitalismo imperialista sionista nazi e estremece o mundo que quer ser livre.
09
Nov16

Artista chileno viaja pelo Brasil de bicicleta pintando muros em cada vilarejo por onde passa

António Garrochinho


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O artista chileno Negro Betzhold tem um estilo de vida diferente daquilo que consideramos como ‘convencional’. Aos 40 anos, ele viaja pelo Brasil de bicicleta pintando muros em cada villarejo por onde passa.
Há três anos longe do Chile, ele vive com o que consegue de seus murais, expressivas obras que buscam a conexão do homem com a natureza. Ele não se identifica com o grafite e se autodenomina ‘pintor de rua’ utilizando basicamente tinta látex e pincéis.
Criando mundos mágicos e presenteando povoados quase sempre carentes com sua arte, o artista é extremamente simples e tem um estilo de vida alternativo que lhe permite viver do pouco que consegue ganhar com seus murais – sendo a grande maioria cria gratuitamente às comunidades.
Betzhold já passou pela Bolívia, Peru, Argentina e, no Brasil, pelos estados de Mato Grosso, Manaus, Acre, Tocantins, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Veja algumas das obras que o artista pintou em suas andanças pelo Brasil:
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Todas as fotos © Luiza Liu
vivimetaliun.wordpress.com

09
Nov16

PESADELO CLIMÁTICO

António Garrochinho

Os Estados Unidos da América elegeram para presidente um dos piores males. O outro pior dos males perdeu. O mundo e os EUA que se cuidem. Alguns idiotas úteis andavam muito alegres e satisfeitos com a hipótese de uma mulher ser eleita pela primeira vez presidente dos EUA. Facto histórico diziam com a mesma inconsciência com que celebraram um afro-americano ter sido eleito pela primeira vez presidente. Um afro-americano a quem foi atribuído o Nobel da Paz e foi quem mais guerras directas ou por procuração espalhou pelo mundo. Um afro-americano que aumentou as desigualdades económicas e sociais e a violência racial nos EUA durante os seus mandatos. São esses os factos históricos para essa gente cega por uma visão medíocre e mundana que se preparava para comemorar se Hillary Clinton fosse eleita, esquecendo ser ela a candidata preferida por Wall Street e pelo grande capital. Ser ela uma das principais responsáveis pelo caos que se vive no Médio-Oriente e pelo ambiente de apocalipse que os seus aliados ocasionais do Estado Islâmico espalharam. Trump é melhor ou é pior? Não se sabe e não é certamente melhor! Trump é um proto-fascista com errático sentido de Estado, de quem se pode esperar tudo ou nada.

Facto histórico nestas eleições é a traição de Bernie Sanders que, depois de ser uma forte lufada de esperança para milhões de norte-americanos sobretudo jovens, atirou na Convenção Democrática essa esperança para o caixote de lixo da senhora Clinton, mesmo sabendo as vigarices e os truques sujos que ela usou para o derrotar. Traição por não ter tido a coragem de romper com um sistema bipartidário corrupto, manipulado pelo grande capital e pelo complexo industrial-militar. Teve todas as condições para o fazer, recuou cobardemente encurralando os seus apoiantes nas baias clintonianas do Partido Democrático.

Esse é o grande facto histórico destas eleições em que os norte-americanos ficaram obrigados a escolher não entre o menor dos males mas entre os dois piores dos males. Qual dos dois era o pior, é o que não iremos saber nos próximos quatro anos por um ter perdido e o outro ganho. Com Clinton ou Trump o mundo fica mais perigoso e imprevisível. Os EUA são cada vez mais um pesadelo climatizado, como lhe chamou Henry Miller, com os norte americanos a puderem ir à Califórnia aliviar-se das dores com a canabis agora legalizada para fins recreativos.


pracadobocage.wordpress.com
09
Nov16

A CONSEQUÊNCIA TRUMP, A CAUSA HILLARY - Está tudo em polvorosa. Trump ganhou as eleições, nos mercados, sempre racionais, as bolsas começaram a cair mas acalmaram após a declaração do novo presidente dos EUA, que não falou em muros nem bombas nuc

António Garrochinho

















Está tudo em polvorosa. Trump ganhou as eleições, nos mercados, sempre racionais, as bolsas começaram a cair mas acalmaram após a declaração do novo presidente dos EUA, que não falou em muros nem bombas nucleares nem em agarrar mulheres pela vagina. Os próximos tempos têm tudo para ser interessantes e há tanto para analisar que não há-de caber neste texto nem em centenas de outros tantos que vão produzir-se. Nos EUA, a política deixou de ser política e passou a ser espectáculo, há muitos anos.Seé que algum dia a política foi política naqueles estados. Sendo espectáculo, ganhou um show manproduzido e adorado pelos media por ser excêntrico. Um grunho, mas um grunho excêntrico, e é isso que vamos todos comendo no quotidiano. O discurso de que os políticos são todos iguais é o que mais vende nos nossos dias, principalmente por cá. Se é verdade que há muitos que o são, há outros tantos ou mais para quem isto é uma comparação injusta. Não é preciso ser “especialista” no que quer que seja para perceber no que dá. Mas todos os dia se dá tempo de antena a gente que não faz mais do que acusar os políticos, essa entidade estranha que ninguém sabe bem quem é, mas que é suficientemente abrangente para sacudir culpas e lançar acusações. Basta ver, por exemplo, a quantidade de personagens “independentes” com ambições políticas que têm vindo a ganhar espaço em todos os espaços, dos media às autarquias.
A nossa superioridade intelectual
Apesar de tudo, estamos confortáveis aqui na Europa. Afinal, somos pobres que acreditamos que qualquer um pode ter um apartamento de meio milhão de euros. E foi também com esta ilusão que Trump ganhou as eleições. Que qualquer um pode ser milionário, a pobreza é apenas um tempo intermédio até lá chegarmos. Estamos confortáveis, sim. No fim de contas, não somos sírios, não somos iraquianos, libaneses, iemenitas, não fomos afectados pela beleza da Primavera Árabe que levou um caos ainda maior àquela região do globo, não sofremos com o golpe no Brasil e com a desestabilização da América Latina, que continua a ser vista como a casa de putas dos interesses dos EUA.Claro que para nós é um choque. Estamos aqui sentados a ver tudo nos smartphones, enquanto meio mundo explorado tenta chegar ao meio mundo explorador para fugir à morte. Agora, como sucedeu com o Brexit, vamos só achar que são burros e esquecer os motivos e as causas dessa burrice. E este é também o legado de Hillary fora dos EUA. Porque nós somos tão inteligentes. Nós, que elegemos Cavaco quatro vezes.
O espectáculo
Vivemos na era da enformação. Papamos tudo desde crianças, sem questionar. Só sabemos que é assim porque é assim e nunca poderia ser de outra forma. Vamos pegar no exemplo de canais de televisão vistos, essencialmente, por jovens. A MTV deixou de ser um canal de música para ser um canal de reality shows. A SIC Radical tem na sua programação espaços em que transmite reality shows sobre empresas de reboques, cozinhas, tatuagens, uma família que vive do negócio da pornografia. Curiosamente, foi também na SIC radical que pudemos conhecer melhor Trump, já que transmitiu O Aprendiz, onde era possível assistir ao despedimento de pessoas. Entretenimento. Só para dar alguns exemplos e sem entrar nas generalistas e em canais que em tempos foram de informação e formação, mas que, hoje, transmitem reality shows a partir de cadeias dos EUA, sobre a caça ao ouro e a vida dos traficantes. É isto que estamos a comer todos os dias, a todas as horas. Mas, já sabemos, os americanos é que são estúpidos. Nem nos apercebemos que estamos a ficar tão estúpidos como eles. Quem nunca se riu, afinal, daqueles inquéritos aos norte-americanos em que não sabem identificar países nem oceanos e mais além?
Género e raça
A onda de esperança que atravessou o globo com a eleição de Obama, só não se esvaiu imediatamente a seguir, porque, lá está, também ele se transformou numa estrela. Estamos a falar de alguém que chegou à presidência dos EUA e recebeu um Nobel da Paz mas que deixou o país envolvido em mais conflitos do que quando tomou posse. Ao seu lado estava Hillary. Neste tempo, aumentou a desigualdade entre ricos e pobres, a desigualdade salarial, a desigualdade de género e, pasme-se, também a racial. Nos últimos anos, aliás, assistimos a uma tensão crescente entre a comunidade negra e as forças policiais. Mas Obama continua a ser, para nós, o que podemos chamar de um gajo porreiro. Até dança em programas e faz vídeos engraçados para o YouTube. A ter havido votos que Hillary perdeu por ser mulher, foram residuais. O problema do capitalismo não é de género ou de raça, é do sistema; ainda que mulheres e não-brancos possam ser mais afectados por ele. Mas essa é uma condição do capitalismo.
Trump? Impossível.
Quando Trump anunciou que seria candidato pelos republicanos, poucos acreditaram. E muitos, do alto da sua superioridade intelectual, ridicularizaram o pré-candidato. No entanto, Trump começou a ganhar estado atrás de estado. Mas, para alguns especialistas e analistas, faltava sempre um estado que era impossível ganhar. Não faltou. Quando foi nomeado o candidato republicano, Hillary ia trucidá-lo. Hillary perdeu.Mas perderam também as sondagens, como já havia sucedido com o Brexit. Talvez seja altura de começarmos a questionar para que servem, afinal, as sondagens, se não para serem mais um elemento de condicionamento das escolhas.
A consequência
Acredito que Trump não será a causa de coisa alguma. Trump é uma consequência de tudo o que foi e não foi dito atrás. Trump é também uma consequência do que foi Hillary na sua vida política. Trump é um produto do sistema e não creio que vá ser tão louco como foi durante a campanha. O novo presidente não é uma ameaça para o sistema, é um produto dele. E o que poderá acontecer, no máximo, é a troca do establishment do sistema por outros actores. O sistema eleitoral, político e económico dos EUA segue vivo e de boa saúde, para gáudio de quem vive muito bem às custas dele.
09
Nov16

"Tentei entregar-me logo. Fui perseguido como um animal"

António Garrochinho


Pedro Dias afirma, em declarações exclusivas à RTP, que desde a madrugada de 11 de outubro tentou entregar-se às autoridades mas não lhe permitiram. Garante que está inocente e que o militar que sobreviveu "terá certamente mais a dizer" sobre o que aconteceu.

© RTP

E ao fim de 28 dias, terminou a caça ao homem mais procurado: Pedro Dias, também conhecido por ‘Piloto’. É suspeito da autoria dos crimes de Aguiar da Beira, que no dia 11 de outubro culminaram na morte de um militar da GNR e de um civil. Uma mulher ficou gravemente ferida, estando ainda internada, bem como um militar que, entretanto, já teve altar hospitalar.
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Mas o suspeito garante que está inocente e que “desde o primeiro dia” tentou entregar-se: “Mas não me permitiram nem aqui [em Arouca], nem em Sabrosa”.
"Mal cheguei ao alto da Freita fui logo recebido com uma salva de tiros de G3. A partir daí fui perseguido como um animal. Atiravam tiros para os silvados ao calha, chegaram a atirar a um metro do [local] onde eu estava. Cheguei a ouvir comentários que era naquele dia que me iam caçar, incluindo de populares", relata.
"No primeiro dia, no alto da Serra da Freita, só vi [militares da] GNR e davam tiros para qualquer moita, para qualquer sítio onde não tivessem visibilidade. Tanto é que, às duas por três, um deles chegou a ser ferido, apercebi-me que foi uma ambulância buscá-lo. As armas iam com a bala na câmara e ele feriu-se a ele próprio, de certeza, porque eles atiravam para todo e qualquer sítio"
Além da inocência, Pedro Dias diz querer agora “cumprir” as suas “obrigações de cidadão que é esclarecer tudo o que se passou”. Mais. “O senhor militar da GNR”, que teve altar hospitalar, “terá certamente mais a dizer sobre o que me fizeram do que eu”, garante ‘Piloto’.
Estas declarações fazem parte de um pequeno excerto de uma entrevista exclusiva dada à RTP, que será emitida na próxima sexta-feira no programa Sexta às 9, antes de entregar-se à Polícia Judiciária (PJ) e da respetiva detenção. Passou a noite nas instalações da PJ da Guarda, onde chegou num carro preto acompanhado por inspetores, à meia-noite desta quarta-feira.
De referir que a casa, local onde ontem à noite Pedro Dias se entregou, pertence à sua família e localiza-se a cerca de 200 metros da residência dos pais, que durante a investigação foi alvo de buscas.
A advogada que o representa, Mónica Quintela, explicou que optou por esta estratégia de entrega pública, perante uma equipa da RTP e um jornalista do Diário de Coimbra, para "preservar a segurança e integridade" mas sublinhando que as autoridades "foram impecáveis".
Segundo a sua advogada, Pedro Dias entregou-se às autoridades por volta das 21h45, em Arouca, sem que se registasse qualquer incidente e antes das 23h00 já estava a caminho da Guarda, onde nas próximas 48 horas deverá ser presente a um juiz de instrução criminal, admitindo que também o Ministério Público "poderá tentar" ouvi-lo.

www.noticiasaominuto.com
09
Nov16

TRUMP NA CASA BRANCA

António Garrochinho


Não há precedente na pátria de Jefferson para uma campanha eleitoral tão sórdida e recheada de insultos como a última.
Donald Trump tomará posse em Janeiro como 45º Presidente dos Estados Unidos da América.
Obama foi um mau presidente. Trump será muito pior.
As sondagens até final davam Hillary como vencedora. Mas foram desmentidas nas urnas. Trump ganhou e por uma margem relativamente confortável.
Donald Trump fez desde o início da sua campanha declarações profundamente reacionárias. Insultou as mulheres com afirmações sexistas e, ao comprometer- se a erguer um muro na fonteira com o México, hostilizou milhões de latinos. Ameaçou aliás expulsar os imigrantes ilegais.
As posições que assumiu relativamente à política exterior alarmarem o Pentágono e o Departamento de Estado.
Foi acusado de simpatias por Putin ao declarar que pretende melhorar as relações com a Rússia. As grandes empresas do complexo militar industrial reagiram com alarme quando afirmou que tem a intenção de desenvolver as relações comerciais com a China e reduzir a dimensão do orçamento de defesa.
Mas, sempre contraditório, depois de distanciar do lobby sionista, disse já no final da campanha que ajudará Israel «a destruir o Irão».
Arrasar o establishment, que definiu como «classe política corrupta», foi um slogan permanente da sua campanha.
Hillary Clinton foi, pelo contrário, a candidata apoiada pelo establishment. Contou com o apoio do grande capital, da quase totalidade dos grandes media e da maioria dos intelectuais e artistas.
Mas, em artigos e entrevistas, intelectuais de prestígio como John Pielger, Oliver Stone, James Petras e Julian Assange identificaram nela «o mal maior», um perigo para a Humanidade por ter admitido o eventual recurso a armas nucleares num eventual confronto bélico com a Rússia.
Que fará Trump na Casa Branca?

Muitos observadores admitem que, sob a pressão do Sistema, engavetará rapidamente muitos dos compromissos assumidos durante a campanha. Seguiria o exemplo de Obama.
Mas o multimilionário Presidente eleito dos EUA é um homem imprevisível, meio tresloucado.
Uma onda de pânico atingiu às primeiras horas da madrugada Wall Street e o Pentágono. As bolsas da América, da Europa e da Ásia tendem a despenhar-se.
O mundo acompanhou com absorvente interesse as eleições americanas. Existe convergência no tocante ao caracter sórdido das campanhas dos candidatos. Em ambas ficou transparente a decadência dos EUA e de um Sistema de poder que aspira a dominar o planeta e surge como responsável por guerras criminosas.
09
Nov16

as sondagens falharam !

António Garrochinho

MUITOS DOS QUE ESTÃO NOS GOVERNOS APALHAÇADOS DA EUROPA PODERÃO NÃO ESTAR CONTENTES. AS SONDAGENS FALHARAM ESCANDALOSAMENTE.
A PESTE NEGRA VENCEU !| NÃO HAVIA ESCOLHA.
OS AMERICANOS ESTÃO BEM REPRESENTADOS COM TRUMP.
A SERIAL KILLER CLINTON JÁ FEZ MUITOS ESTRAGOS NO MUNDO.
AGORA É A VEZ DO AUSTRALOPITHECUS TRUMP.
A HILLARY VAI AGORA ANDAR DE MAU HUMOR POR UNS TEMPOS MAS ELA ACOMODA-SE A TUDO.
JÁ PASSOU POR PIOR E ENGOLIU TUDO EM NOME DA RIQUEZA, DO LUXO, DOS INSTINTOS DE DOMÍNIO E PODER QUE ELA COMO OS SEUS COMPARSAS DO TIO SAM TANTO GOSTAM.

09
Nov16

O QUE SE "DEU" JÁ TINHA SIDO ROUBADO

António Garrochinho
O QUE SE "DEU" AO POVO TINHA SIDO ROUBADO PELA CORJA LARANJA PELOS CINZENTOS DO CDS, PELO PATRONATO, E AINDA FALTA TANTO PARA REPOR.

AINDA FALTA REMENDAR A CONSTITUIÇÃO DE TANTO RETALHADA PELO "ARCO DA MALDIÇÃO" E O QUE MAIS FALTA FAZ É CONSTRUIR DE VEZ POLÍTICAS DE EMPREGO, PRODUZIR, SIM É PRECISO PRODUZIR ! É NECESSÁRIA A CRIAÇÃO DE EMPRESAS E POSTOS DE TRABALHO, POIS NINGUÉM VIVE COM ESTA MERDA DOS "SERVIÇOS" DA CONTRATAÇÃO A RECIBOS VERDES, COM TRABALHO PRECÁRIO E ESCRAVO.

SIM ! OS "XUXAS" PORTUGUESES SÃO OS MAIORES ALQUIMISTAS DA ERA MODERNA. TRANSFORMARAM OS CRAVOS DE ABRIL EM ROSAS MURCHAS, AS POLÍTICAS QUE PRATICAM POUCO E POR VEZES NADA SÃO DIFERENTES DAS DO PAF(s), DOS FAMIGERADOS PASSOS/PORTAS/CAVACO.

SÃO TRAVESTIDAS COM ARTIMANHAS E ROUPAGEM FÁTIMA LOPES, COLORIDAS COMO OS CANDELABROS E GALOS DE BARCELOS DA JOANA VASCONCELOS.

A LÁBIA É CUIDADA E INTELIGENTE. É PRECISO ARMAR AS ORELHAS COM ARAME PARA QUE ESTEJAM SEMPRE ESPETADAS PERANTE A PUBLICIDADE E A PROPAGANDA ONDE SÃO HÁBEIS.

QUANTO TEMPO IRÁ DURAR NÃO SEI JÁ QUE A CONTABILIDADE QUE IRREMEDIAVELMENTE SE TEM QUE FAZER É QUE O POVO ESTÁ SEMPRE A PERDER.

FELIZ POR SE TER LIVRADO DOS MONSTROS E DOS ALI BÁBÁS CAIU O POVO NAS MÃOS DE FEITICEIROS E DUENDES.

António Garrochinho
09
Nov16

ele/ela

António Garrochinho
ele/ela vai piscar o olhinho ao poder das armas, ao capital selvagem, à agressão e mortandade de crianças e gente inocente de outros povos do mundo.

olhem nos olhos e verão a mesma pessoa, o mesmo sistema, a mesma política terrorista


09
Nov16

AZAR

António Garrochinho
Ò PEDRO DIAS ! TÁS COM AZAR PÁ ! GANHOU O TRUMP !
TENS QUE ARMAR MAIS MERDA QUE É PARA VOLTARES AO PAINEL PRINCIPAL DO JORNALIXO !
AG
09
Nov16

DIGLADIEM-SE E DEIXEM O MUNDO EM PAZ

António Garrochinho
SE NO TEMPO DE OBAMA, O PRETO POR FORA E BRANCO POR DENTRO, JÁ SE ASSASSINAVA O PEOPLE NAS RUAS, AGORA COM O TRUMP, TAMBÉM ELE COM CARTÃO DE SÓCIO DO KLU KLUX KLAN A INDÚSTRIA DO ARMAMENTO, O LOBI DAS ARMAS ESTÁ DE PARABÉNS.

AOS "AMIGOS " YANKEES DESEJO-LHES BOA SORTE JÁ QUE ESTÃO A VIVER O MUNDO DE QUE SEMPRE GOSTARAM.

DIGLADIEM-SE INTERNAMENTE FAÇAM FAVOR, E DEIXEM O RESTO DO MUNDO EM PAZ !

AG
09
Nov16

NÃO SEI

António Garrochinho

NÃO SEI, SINCERAMENTE NÃO SEI !
BERNIE SANDERS NÃO SERIA A "LEBRE" PARA TENTAR DAR A IMAGEM QUE O POVO, QUALQUER POVO, MANDA OU PODE ASPIRAR À ELEIÇÃO DE GENTE HONESTA PARA GOVERNAR SEGUNDO A INTENÇÃO REAL DE VOTO DOS CIDADÃOS !?

CADA VEZ MAIS AS ELEIÇÕES SE VENCEM NÃO COM OS VOTOS DO POVO MAS SIM COM A VIGARICE E O PODER DO CAPITALISMO, O PODER DAS ARMAS, DA REPRESSÃO DOS EXÉRCITOS MERCENÁRIOS E DAS POLÍCIAS.

A BATOTA, A TRAFULHA, O PODER DO DINHEIRO DESTRÓI TUDO O QUE NÃO SEJA FAVORÁVEL AO CAPITALISMO E AO CRIME PORQUE OS HOMENS SE AMOUXAM, JÁ NÃO TÊM HONRA.

AINDA MUITOS PAPALVOS FALAM DAS REVOLUÇÕES QUE TRANSFORMARAM O MUNDO E QUE INFELIZMENTE NÃO TIVERAM CONTINUIDADE ! OS HOMENS JÁ TIVERAM TOMATES E DIGNIDADE, AGORA SÃO MARIONETAS, ESCRAVOS, CHARLATÕES, COVARDES E VENDIDOS-

O FASCISMO E O CAPITALISMO NUNCA SE RENDERÁ ! A LUTA PELA JUSTIÇA E PELA LIBERDADE É DE TODOS OS DIAS, É PARA SEMPRE !

António Garrochinho

09
Nov16

REZEM

António Garrochinho
REZEM ! DE JOELHOS, DE CÚ PARA O AR, JUNTO AOS MUROS DA LAMENTAÇÃO E NÃO AJAM !

MINTAM , CHOREM LÁGRIMAS DE CROCODILO, OLHEM SÓ PARA O VOSSO UMBIGO, FALEM DE UNIDADE ENQUANTO DIVIDEM, E CONTINUEM NO VOSSO CANTINHO HIPÓCRITA E EGOÍSTA, DO SALVE-SE QUEM PUDER, E BOTEM CÁ PARA FORA A LÁBIA TRAIÇOEIRA DOS QUE NÃO QUEREM A MUDANÇA, DOS ACOMODADOS, DOS QUE TÊM VÁRIAS CARAS.

FALEM DOS CORAJOSOS, DA HISTÓRIA, AGITEM BANDEIRAS, FAÇAM ROMARIAS E DEPOIS VÃO DISCUTIR O FUTEBOL PARA A MESA DO CAFÉ E ZANGUEM-SE MUITO, MUITO, ENQUANTO SÃO GOZADOS POR TUDO E POR TODOS.
AG
09
Nov16

OS FALSOS "DEMOCRATAS" DO JORNALIXO ESTÃO ENGASGADOS COM A MERDA QUE SEMPRE DEFENDERAM.

António Garrochinho

OS QUE APOSTARAM EM CLINTON UMA SERIAL KILLER, LOUCA, FRUSTRADA, APOIADA PELO SISTEMA IMPERIALISTA E CRIMINOSO DOS USA PERDEU SEM PERDER NADA JÁ QUE LHE GANHOU UM "BICHO MONSTRO IGUAL" QUE SERVE OS MESMOS INTERESSES SANGUINÁRIOS DA "RAÇA AMERICANA".

OS FALA BARATOS QUE QUE NAS SUAS PREVISÕES JORNALÍSTICAS ONDE ACERTAM SEMPRE POUCO, ESTÃO AGORA "LIXADOS" COM A VITÓRIA DE TRUMP .NÃO TARDA ESTARÃO A BAJULAR O NOVO FUHER DO AMERICAN DREAM.

EMBORA SE SAIBA QUE NOS USA NADA MUDA PARA MELHOR NA POLÍTICA EXTERNA DOS YANKEES, JÁ QUE A SUA POLÍTICA É A DE EXTORQUIR RIQUEZA E MANDAR BOMBAS PARA CIMA DE INOCENTES, OS MERDAS DO JORNALIXO CHAMARAM-LHE O QUE MAOMÉ NÃO CHAMOU AO TOUCINHO E AGORA POR UNS DIAS VÃO MANTER A VERBORREIA (por uns dias) PARA NÃO ALERTAR PARA A SUA IGNORÂNCIA NA ANALÍTICA DO QUE SE PASSA NO MUNDO.

NÃO TARDA, LÁ ESTARÃO ELES A LAMBER AS NÁDEGAS À NOVA TRAMPA (TRUMP) QUE SEMPRE LHES FOI O PETISCO PREFERIDO.
António Garrochinho

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