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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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17
Nov16

O último suspiro da abelha na Palestina ocupada

António Garrochinho






Said Hillis, 60 anos está inconsolável. Palestino, dos arredores de Gaza, não se conforma com a brutalidade dos israelitas.
Said vivia da venda de mel. Não vive mais porque as suas colmeias foram destruídas pelo exército de Israel.

“Gostaria de entender que mal minhas abelhas causaram”, fala pausadamente enquanto observa as desesperadas tentativas de algumas abelhas buscando a vida.

“ Eu ainda implorei para que poupassem as abelhas, murmura diante das colmeias totalmente destruídas, mas não me ouviram. Alias ouviram sim. Disseram que estavam explodindo as colmeias porque uma abelha teria picado um soldado” ...



“Nem adiantou eu dizer que as abelhas só atacam quando ameaçadas, mas não quiseram saber...

“Um dos soldados até argumentou com o comandante que ele conhecia as abelhas e que elas nunca atacaram ninguém. Mas o comandante foi irredutível”.

Explodiram tudo. Até as oliveiras centenárias, que resistiram até hoje, eles destruíram, alegando que poderiam abrigar terroristas”...

Vizinhos se aproximam para consolá-lo, mas não conseguem evitar suas lágrimas.

Said segura uma das abelhas moribundas e carinhosamente sopra sobre o seu frágil corpinho.

Ela expira olhando para ele.



www.marchaverde.com.br

17
Nov16

A "JUSTIÇA" CÁ DA REPÚBLICA

António Garrochinho


A ativista Ana Nicolau foi condenada esta quinta-feira a seis meses de prisão, substituída por 1440 euros de multa, por ter pedido a demissão de Passos Coelho nas galerias do parlamento.

Entretando os 20 nazis que a polícia judiciária tinha detido numa operação muito publicitada onde foram apreendidas armas e droga estão todos cá fora a gozar com com a polícia e com o povo.

Dos detidos agora todos a voar que nem pombinhos. alguns já eram referenciados e cadastrados com crimes de agressão, racista, religiosa, sexual e tentativas de homicídio a militantes de esquerda foram todos soltos.

O QUE INCOMODA É UMA CIDADÃ QUE SEM VIOLÊNCIA DENUNCIA O QUE SE FEZ E FAZ NESTE PAÍS DE MERDA COM POLÍTICAS SEMPRE À DIREITA, CORRUPTAS E CRIMINOSAS.

PASSOS COELHO DEVIA DINHEIRO À SEGURANÇA SOCIAL, DIZ QUE PAGOU ! E A SUA FOLHA FOI LIMPA.
OS NAZIS TAMBÉM !


António Garrochinho

17
Nov16

NADA NA MESA

António Garrochinho

O prato que andamos a comer sem refilice é o de lentilhas social democratas e mesmo essas algumas falidas do género paf. Uma mixórdia com chorum * pobre e 
ausente ( *nome popular da gordura).

Bonitos os talheres, a louça, mas a comida não se vislumbra no fundo do prato. Em algumas mesas houve melhorias mas o povo, a maioria, ripa fome de cão.

Oxalá me enganasse mas na minha perspectiva e já o digo há muito tempo não se prevê qualquer melhoramento de rancho.


António Garrochinho
17
Nov16

Grandes impérios africanos que não conhecemos

António Garrochinho





As histórias de um continente de passado ilustre foram escondidas durante séculos com o subdesenvolvimento imposto pelas invasões europeias


O continente africano tem um passado exuberante, muito além das civilizações do Egito e Cartago. Grandes impérios ali floresceram na era antes de Cristo, na idade média e nos séculos seguintes. Por vários motivos declinaram: guerras civis, fragmentações políticas ou pela chegada dos colonizadores. O imperialismo, aliás, submeteu vários povos e dividiu o continente. Essa “partilha” misturou etnias e grupos inimigos, além de interferir nas práticas religiosas e na própria liberdade dos povos.
Mas o que havia antes dos invasores, que chegavam em busca de escravos e outras riquezas, como o ouro?
Sociedades tribais organizadas e complexas tinham seus sistemas políticos, econômicos, de crenças e línguas. Uma das cidades, no Império do Mali, era comparada a Paris. Muitas não deixaram vestígios, pois eram baseadas em tradições transmitidas oralmente. Em outros casos, as evidências históricas que restaram foram retiradas de seus locais de origem e passaram a habitar os grandes museus do mundo, como Louvre, em Paris, e o British Museum, em Londres.

Conheça oito grandes reinos e impérios africanos e olhe de outra maneira o continente vizinho, sobre o qual ainda se sabe tão pouco.

Império de Gana ou Wagadu

Existiu de 830 a.C. até por volta do ano de 1235 d.C, com apogeu nos últimos 500 anos. Localiza-se no que é hoje o sudeste da Mauritânia e Mali Ocidental.
A capital do império chamava-se Koumbi Saleh e chegou a ter 20 mil habitantes. Consistia em duas cidades, com habitações contínuas, em pedra. Em uma habitava o rei de Gana e na outra os mercadores muçulmanos.
Gana era chamada de Costa de Ouro, por causa da grande quantidade de jazidas. Ainda hoje está entre um dos principais produtores do metal. O império controlava a rota das caravanas de camelos que transportavam ouro e sal (que chegou a valer mais que o ouro) para exportação, rumo ao norte do continente, com eficiente sistema de cobrança de impostos.
O declínio se deu por instabilidades políticas internas, até perder força e se fragmentar. Gana também se recusava a seguir a religião islâmica. Em dado momento foi invadida e dominada pelo império mandinka do Mali.

Império de Aksum ou Axum



Existiu entre os anos de 100 a 940 d.C, aproximadamente, onde hoje se localiza a Eritreia e a Etiópia. Em seu auge, poderia ser comparado aos maiores impérios já conhecidos, como Pérsia, Roma e China. Controlou um território de 1,25 milhão de quilômetros quadrados.
Era um centro estratégico para o comércio marítimo do Oceano Índico, que ligava o Egito à Índia, China e Sudeste da Ásia, controlando o Mar Vermelho. Foi um dos primeiros impérios do mundo a se converter ao cristianismo.
Durante a colonização europeia na África, a Etiópia foi o único país não dominado. Por isso, seu último imperador, Haile Selassie I, era adorado por seus súditos, os Rastafarians. No século 20 ele virou símbolo de liberdade e da representação política no cenário mundial.
O declínio do Império de Aksum acontece após disputas comerciais que acabaram resultando em isolamento e fragmentação política.

Império do Mali ou Mandinka


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Existiu entre os anos de 1230 a 1600, com auge na década de 1350.Possuía imensas minas de ouro em suas fronteiras. Até o início do século 14, foi a fonte de quase metade do ouro e sal do Velho Mundo.
A religião predominante era o islamismo, mas havia influências especialmente pagãs, com muito de feitiçaria nas crenças populares. Parte dessas tradições você pode ver no seriado Raízes, produzido e exibido pelo History Channel.
O Mali teve um governo semidemocrático, com uma das mais antigas constituições conhecidas do mundo, o Kurukan Fuga.
A cidade de Tombuctu foi uma das mais ricas e importantes da região, considerada a Paris do mundo medieval. Sua universidade era um dos maiores centros de cultura muçulmana da época, com 25 mil estudantes. Foram construídas mesquitas, escolas e uma biblioteca que guardava manuscritos que abrangiam todas as áreas de conhecimento do mundo.
A decadência do império, no final do século 14, acontece por disputas pela sucessão que enfraqueceram a coroa. As cidades de Tombuctu e Djenné, dois dos maiores centros econômicos, foram designadas pela UNESCO como Patrimônio Mundial.
Hoje, infelizmente, o Mali está entre os 25 países mais pobres do mundo.

Império do Congo



Estima-se que origens do Império do Congo remontem ao  século 14.O sistema econômico e social baseava-se no comércio de marfim, cobres, têxteis e cerâmica, além de escravos e, mais tarde, a borracha. Tudo era transportado pelos gigantescos rios que cortam a região: Cuango, a leste; Ogooué, a norte; e Kwanza, ao sul.
A religião cristã foi estabelecida a partir de missões religiosas pela Igreja Católica Romana, via ocupação portuguesa, recebida “cordialmente” ao apresentar suas armas de fogo. As relações com os europeus resultaram num forte comércio de escravos e na venda de prisioneiros de guerra para Portugal e Holanda.
Com as riquezas adquiridas, realizaram grandes construções como a Catedral de São Salvador do Congo, em Angola, conhecida como a primeira igreja construída na África subsaariana.
Mais tarde, o império do Congo foi dividido entre franceses, portugueses e belgas durante o século 19 e dessa “partilha” originaram-se as atuais República Democrática do Congo (antigo Zaire) e a República do Congo, além do noroeste da Angola.

Império Songhai


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Do início do século 15 ao fim do século 16, foi um dos maiores impérios islâmicos na história, com organização mais elaborada que a do grande Mali, por exemplo. Seu nome vinha do seu principal grupo étnico, os Songhai. Eles haviam formado uma província desde o século 11 na região que passava a ser capital do império, Gao.
Ferramentas, artefatos religiosos e minas de ouro independentes formavam a base econômica do Império. Socialmente, o sistema era organizado em clãs: no topo, nobres e descendentes dos povos originais Songhai; na base, prisioneiros de guerra e escravos europeus condenados a trabalhar especialmente na agricultura.
No governo de Askia Muhammad, o Império assistiu a uma crescente centralização. Ele encorajou a aprendizagem em Tombuctu, recompensando os professores com pensões maiores.
O império foi perdendo força com guerras civis. Em uma delas, o sultão da Dinastia Saadi do Marrocos ordenou uma invasão a Songhai. Ele contou com a ajuda do espanhol Judar Pasha, que dispersou o numeroso exército Songhai com armas de pólvora do Saadi, na Batalha de Tondibi, em 1591.

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Império de Zimbábue



Tradições orais que persistiram, bem como ruínas antigas, contam o que se sabe de Zimbábue. Provavelmente surgiu de um reino anteriormente conhecido como Mapungubwe, que existiu entre os séculos 11 e 13, sendo considerado por muitos arqueólogos a primeira sociedade hierárquica complexa na África Austral.
Agricultura, ouro e marfim eram as principais fontes de riquezas, fundamentais para estabelecer ligações comerciais com o Oriente Médio e a Índia. A transformação da região foi provavelmente desencadeada pela expansão das culturas Bantu, que trouxe novos métodos de plantio e metalurgia.
Zimbábue significa “grandes casas de pedra” na língua Shona, uma vez que a cidade moderna foi delimitada em torno de 1220 por uma impressionante fortaleza de pedra conhecida como Grande Zimbabwe.
Aliás, até 1950, os pesquisadores não aceitavam que a construção tivesse sido erguida pelo povo local.
O império não era convertido ao islamismo, como muitos na África. Quando os europeus chegaram, a população local praticava suas tradicionais crenças pré-abraâmicas, venerando tanto uma divindade suprema quanto espíritos ancestrais.

Império Oyo Yorubá



Império de Oyo Yoruba localizou-se no que hoje é a Nigéria ocidental entre 1400 e 1835. Até hoje os yorubás (ou iorubás ou yorubás) são um dos maiores grupo étno-linguístico da África Ocidental, composto por 30 milhões de pessoas.
Oyo era a capital política dos Yorubás. A partir do século XVI, o poder da cidade cresce até tornar-se o estado politicamente mais importante da região, unificando todas as Cidades-Estado Yorubá. Tornou-se, assim, um dos maiores impérios do Oeste africano encontrados pelos exploradores coloniais, tanto por suas riquezas obtidas pelo comércio como pela poderosa cavalaria.
Milhares de yorubás foram trazidos ao Brasil e aqui se tornaram escravos. Muitas palavras e tradições deste grupo são usadas até hoje por aqui.

Reino do Benin




Indícios apontam para seu desenvolvimento entre os séculos XII e XIII, na região onde estão Nigéria, Camarões e o próprio Benin.
A localização favorecia o encontro de mercadores, o que também contribui para  o processo de urbanização das cidades, convertidas em reinos cercados por muralhas.
O comércio era a principal atividade econômica, especialmente peixe seco, sal, inhame, dendê, feijão, animais de criação e cobre, um produto raro. Também faziam parte das transações itens como pimenta, marfim, tecidos e escravos
O governo temia a redução da população nativa masculina, pois muitos estavam sendo vendidos como escravos. A solução: importar homens de outras regiões do continente para comerciá-los com os europeus a partir do século 16.
Sob o domínio dos ingleses, o reino foi destruído pelas formas armadas em 1897, sob o comando de Harry Rawson. A cidade foi saqueada, destruída e incendiada.
Uma coleção dos famosos bronzes de Benin está exposta no British Museum, em Londres. Parte do acervo levado pelas tropas britânicas voltou para a Nigéria em 1972.

Imagem: Castelo Fasilide em Godar, Etiópia. Kenneth Dedeu / Shutterstock
Fontes:
17
Nov16

Onde fica o ponto mais distante da Terra?

António Garrochinho

O local é tão distante da humanidade e é uma zona tão erma que as agências espaciais da Rússia, Europa e Japão o utilizaram para jogar fora objetos espaciais desmantelados. “Como no caso dos destroços de naufrágios, criam-se habitats colonizados por toda e qualquer coisa que viva nessas profundidades”, explica a arqueóloga Alice Gorman, da Universidade Flindres, na Austrália.
Nessa região, a vida marinha é escassa, já que não chegam correntes de água ricas em nutrientes nem o vento transporta matéria orgânica do continente, devido à grande distância que os separa.

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nerdices.com.br
17
Nov16

Como protestar contra a tua autarquia

António Garrochinho

Queres protestar contra a tua câmara municipal e não sabes como?
Fácil. Segue os seguintes passos e terás grande sucesso na tua carreira profissional.
1 – Verifica que carro tem o teu autarca. É um Volvo? Estás safo. Repete no Facebook até à exaustão que o autarca tem um Volvo, ignorando que custa o mesmo que alguns Renaults e passa ao passo seguinte. Se o autarca tiver um Renault, desiste já.
2 – Verifica se há algum ganso aprisionado no jardim da cidade e assegura-te de que os patos do lago desapareceram. Se a resposta for afirmativa estás safo. Faz um post no facebook a mostrar a tua indignação, ignorando que o ganso está resguardado para ser protegido das obras que decorrem no jardim. Passas assim por grande entendido nas matérias da cidade e, simultaneamente, por grande defensor dos animais. É o dois em um. Acrescenta que o autarca anda de Volvo e que o carro deve ter sido comprado com o dinheiro da venda dos patos.
3 – Se tiver sido substituído algum bebedouro de brecha da Arrábida no jardim da cidade, faz outro post no Facebook e insinua logo que alguém abarbatou o bebedouro. Passa a chamar-lhe fonte para dar grandiosidade à coisa. O sucesso é garantido. Passas a estrela do Facebook instantaneamente, mesmo que o bebedouro tenha sido substituído porque já não oferecia as mínimas garantias de salubridade. Insinua que alguém meteu o bebedouro dentro de um Volvo e o levou para casa.
4 – Se a câmara quiser fazer mais uma rotunda, junta-te ao grupo dos que protestam contra as rotundas e acusa algum autarca de estar a meter dinheiro ao bolso com a empreitada da obra para comprar mais um Volvo.
5 – Se a câmara quiser aumentar o estacionamento, recorda sempre que o Volvo do autarca pode estacionar em todo o lado sem pagar. Ignora que o carro é da câmara e não do autarca e não faz sentido a câmara pagar estacionamento a si própria, assim como o facto de quem se desloca em trabalho ter normalmente as despesas de estacionamento pagas pelas suas empresas.
6 – Se houver um descarregamento no porto de lixo importado para tratamento numa empresa especializada, criada por iniciativa de um qualquer governo com o qual até simpatizaste, ignora este último facto e acusa a câmara de estar distraída a comprar Volvos e não ter visto passar o barco com o lixo, mesmo que a autarquia não tenha qualquer responsabilidade no licenciamento de tais empresas, não controle o tráfego marítimo e nem sequer tenha autoridade para proibir o que quer que seja nesta matéria.
7 – Se a câmara não faz obra, protesta com veemência recordando só há dinheiro para Volvos.
8 – Se a Câmara faz muitas obras, protesta com veemência, garantindo que são obras desnecessárias, assim como o Volvo do autarca.
9 – Se for asfaltada uma qualquer rua da cidade, insinua de imediato que só é feita aquela obra porque o Volvo do autarca passa muito por ali.
10 – Se arranjarem uma qualquer avenida, apressa-te a garantir que o que deviam fazer era arranjar a rua do lado, mas não o fazem porque o Volvo do autarca não passa por lá.
12 – Repete até caíres para o lado que a tua cidade tem o mais alto IMI do país, mesmo que tal realidade ocorra em mais 32 câmaras municipais, na maior parte dos casos por imposição legal. Acrescenta que deve ser para os autarcas andarem de Volvo e comprarem mais Volvos.
13 – Argumenta que o IMI só não baixa porque os autarcas não querem. Não precisas referir que até agora nunca nenhum governo se quis comprometer, preto no branco, que a Câmara da tua cidade pode baixar o IMI porque sabem que há um quadro legal que a impede de baixar o imposto e, na verdade, preferem deixar os autarcas andarem de Volvo, mas arder em lume brando.
Cumpriste todos estes passos?
Serás um profissional de sucesso no protesto contra a tua autarquia e podes começar a pensar em prestar serviços noutras cidades.
Talvez até consigas comprar um Volvo…

Nota 1– A Volvo não patrocina este texto.
Nota 2 – Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

pracadobocage.wordpress.com
17
Nov16

Uma tentativa de golpe de Estado moderno sob a égide da União Europeia na Itália a 4 de Dezembro de 2016 – O desastre Italiano por Perry Anderson

António Garrochinho

seleção de Júlio Marques Mota

A Europa está doente. Qual a profundidade da doença e quais as razões da doença são questões nem sempre fáceis de responder, são perguntas que nem sempre são de fácil resposta. Mas entre os diversos sintomas três deles são conspícuos e inter-relacionados. O primeiro e mais familiar, é a degenerativa deriva da democracia em todo o continente europeu, de que a estrutura da UE é ao mesmo tempo a sua causa e a sua consequência. O elenco oligárquico das suas disposições constitucionais, uma vez concebidas como um patamar provisório para uma soberania popular de escala supranacional a alcançar tem-se, ao longo do tempo, firmemente endurecido. Os referendos não são regularmente autorizados, se eles se cruzam contra a vontade dos governantes. Os eleitores cujas opiniões são desprezadas pelas elites que evitam as assembleias nacionais que nominalmente representam , levam a que os dirigentes em exercício caiam a cada eleição que se faça. Os burocratas que nunca foram eleitos policiam os orçamentos dos parlamentos nacionais sem que mesmo se tenha dado nenhuma transferência de poderes. Mas a União não é uma excrescência dos Estados-Membros o que, de outra maneira, até poderia ser saudável. Isso reflecte, tanto quanto se aprofunda, as tendências de longo prazo que a mesma contém. A nível nacional, praticamente em todos os lugares, os executivos procuram domesticar ou manipular as legislaturas cada vez com mais facilidade ; os partidos perdem sucessivamente militantes; os eleitores perdem a crença de que eles contam para alguma coisa, da mesma forma que as opções políticas se reduzem cada vez mais e as promessas de diferenças diminuem ou desaparecem nas assembleias legislativas ou nos gabinetes ministeriais.

Com esta generalizada regressão social e política veio uma corrupção generalizada da classe política, um tópico em que a ciência política, suficiente faladora sobre o que na linguagem da ética se chama défice democrático da União, fica normalmente silenciosa. Para estas formas de corrupção… ainda tem que se encontrar uma sistemática taxonomia. Há uma corrupção pré-eleitoral: o financiamento de pessoas ou de partidos a partir de fontes ilegais – ou legais – contra a promessa, expressa ou tácita, de favores futuros. Há uma corrupção pós-eleitoral: o uso do poder para obter dinheiro por desvio de rendimentos, ou luvas sobre contratos. Há também a compra de pessoas ou de votos nas assembleias. Há o simples roubo do erário público. Há a manipulação sobre credenciais para ganhos políticos. Há enriquecimento por abuso de cargos políticos, mesmo após a saída do cargo , bem como durante ou antes de o ocupar. O panorama desta corrupção a é impressionante. Para se apresentar um fresco do que se acaba de afirmar poderíamos começar com Helmut Kohl1, líder da Alemanha durante dezasseis anos, que acumulou na altura qualquer coisa como 2 milhões de Marcos em fundos secretos vindos de dadores ilegais cujos nomes, uma vez que o tema foi conhecido, Kohl se recusou a revelar por medo que as benesses que tinha recebido viessem à luz do dia. Do outro lado do Reno, Jacques Chirac, presidente da República francesa, cargo ocupado durante doze anos, foi condenado por desvio de fundos públicos, abuso de poder e conflitos de interesses, uma vez que a sua imunidade chegou ao fim. Também não sofreu qualquer penalização. Estes foram os dois políticos mais poderosos de seu tempo na Europa. Um olhar sobre a cena desde então é suficiente para dissipar qualquer ilusão de que eles eram, como corruptos, eram uma excepção.

Na Alemanha, o governo de Gerhard garantiu um empréstimo de mil milhões de euros à Gazprom para a construção de um gasoduto no Báltico, a poucas semanas de abandonar o seu cargo de Chanceler e aparecendo depois na folha de pagamento da Gazprom com um salário maior do que aquele que recebia quando governava o país. Desde a saída de Schroeder, Angela Merkel já viu dois presidentes da República em demissão forçada, renunciando ao cargo, sob o seu reinado: Horst Köhler, um antigo Director-geral do FMI, saiu por ter explicado que o contingente da Bundeswehr no Afeganistão estava lá para proteger os interesses comerciais alemães; e Christian Wulff, da democracia-cristã e antigo chefe na Baixa Saxónia, saiu por causa de um empréstimo questionável para a sua casa que lhe concedido por um homem de negócios seu amigo. Dois dos ministros principais, um da Defesa, o outro da Educação, tiveram que abandonar o governo quando lhes foram retirados os seus graus de doutoramento – uma credencial importante para uma carreira política na República Federal – por plágio intelectual. Quando o último, Annette Schavan, uma íntima de Merkel (que expressou nela plena confiança), tentou , ainda, agarrar-se ao poder, o Bild-Zeitung sublinhou que ter como seu ministro da educação alguém que falsificou a sua investigação é equivalente a ter como ter como ministro das finanças alguém com uma conta secreta na Suíça.

Se mais cedo fosse dito, mais cedo seria visto! Em França, o ministro socialista para o orçamento, o cirurgião plástico Jérôme Cahuzac, cujo processo era o de confirmar a sua honestidade em termos de impostos e em termos de capitais próprios, descobriu-se ter algures entre 600.000 € e € 15 milhões em depósitos ocultos na Suíça e em Singapura. Enquanto isso, Nicolas Sarkozy, é acusado por convergentes testemunhas de receber uns US $ 20 milhões de Kaddafi para a sua campanha eleitoral, a que o levou à Presidência. Christine Lagarde, que foi, sob a presidência Sarkozy, a responsável pela pasta das Finanças e que agora dirige o FMI, está sob interrogatório pelo seu papel no prémio de € 420 milhões em ‘compensação’ para Bernard Tapie, um bem conhecido bandido com um registo de prisão, ultimamente um amigo de Sarkozy. A situação de desagradável proximidade face ao crime é pois bipartidária. François Hollande, actual presidente da República, escondeu-se, para encontros com a sua amante no apartamento de uma “amiga” de um gangster Corso, morto durante um tiroteio na ilha no ano passado.

Na Grã-Bretanha, e quase que ao mesmo tempo, o ex-primeiro ministro Blair foi conselheiro de Rebekah Brooks, que corre risco de prisão por cinco acusações de conspiração criminosa (‘Keep strong and definitely sleeping pills. It will pass. Tough up’) e instando-a a ‘publicar um relatório ao estilo de Hutton’, como ele próprio tinha feito para limpar qualquer ideia de responsabilidade da sua administração na morte de um forte crítico da guerra no Iraque: uma invasão da qual se quis depois limpar – naturalmente, para a sua Faith Foundation – com um conjunto de astúcias e negócios à volta do mundo e nestes é de sublinhar o dinheiro pago por uma companhia petrolífera da Coreia do Sul, dirigida por um criminoso já condenado e com interesses no Iraque e na dinastia feudal do Kuwait. Que recompensa ele poderá ter ganho ainda mais a leste pelos profusos conselhos à ditadura Nasarbajev está ainda por se saber (‘Kazakhstan’s achievements are wonderful. However, Mr President, you outlined new heights in your message to the nation.’ Ad litteram). Em casa, por uma troca de favores, sobre a qual ele mentiu sem escrúpulos no Parlamento, as suas mãos foram untadas com £ 1 milhão para os cofres do partido, vindos do dono da F1, o magnata Bernie Ecclestone, actualmente sob acusação na Baviera por subornos no montante de € 33 milhões. Na cultura do New Labour, as figuras proeminentes no círculo de Blair, ministros de um dia – Byers, Hoon, Hewitt – podem eles próprios estar disponíveis para venda no próximo governo. Nestes mesmos anos, sem discriminação de partido, a Câmara dos Comuns foi exposta como sendo um antro em que se verificaram muitos desvios de dinheiro dos contribuintes.

Na Irlanda, enquanto isso, o líder do Fianna Fáil, Bertie Ahern, tendo canalizado mais de 400.000 € em inexplicáveis pagamentos antes de se tornar o chefe do governo,taioseach, votou ele próprio o salário mais alto de qualquer primeiro- ministro na Europa – €310.000, mesmo mais que o Presidente dos Estados Unidos – um ano antes de ter que abandonar o cargo por descrédito por toda esta sua desonestidade2.

Em Espanha, o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, dirigindo um governo de direita, foi apanhado em flagrante no recebimento de luvas da construção e de outros negócios totalizando 250 mil euros em mais de uma década, que lhe foram passados por Luis Bárcenas. Tesoureiro do seu partido desde há vinte anos, Bárcenas está agora preso por acumular um tesouro de € 48 milhões em contas não declaradas na Suíça. Dos seus livros de contabilidade manuscritos, que detalhavam as suas transferências a Rajoy e a outros notáveis do Partido Popular – incluindo Rodrigo Rato, outro antigo-director geral do FMI – têm aparecido em fac-símile abundantes dados na imprensa espanhola. Uma vez que o escândalo se tornou conhecido, Rajoy mandou a Bárcenas uma mensagem em termos praticamente idênticos aos que Blair enviou a Brooks: “ Luis, eu entendo. Mantenha-se firme. Eu telefono-te amanhã. Um abraço.” Com uma insolente audácia face a este escândalo em que 85 por cento do público espanhol acredita que ele está a mentir, Rajoy está firmemente sentado no Palácio da Moncloa.

Na Grécia, Akis Tsochatzopoulos, sucessivamente ministro do interior, da defesa e de desenvolvimento nos governos do Pasok, um delfim talhado para líder da social-democracia grega teve menos sorte: condenado no outono passado a vinte anos de prisão por uma carreira formidável de extorsões e de lavagem de dinheiro. Nas mesmas águas, Tayyip Erdoğan, desde há muito tempo aclamado pelos media da Europa pelo establishment intelectual como o maior estadista democrático da Turquia, cuja conduta terá virtualmente obtido o direito do país passar a ser considerado membro honorário da UE ante diem, tem mostrado que, na verdade, é digno de inclusão nas fileiras da União Europeia de uma outra forma: numa conversa gravada, instruía o seu filho a esconder dezenas de milhões em dinheiro, um outro levantamento como preço de um suborno feito à volta de um contrato de construção. Três ministros caíram após divulgações similares, antes de Erdoğan ter tempo de limpar a força policial e judiciária para poder estar seguro de que as coisas não iam mais longe. Depois de ter feito isso, a Comissão Europeia publicou o seu primeiro relatório oficial sobre a corrupção no seio da União, cuja dimensão o Comissário seu autor descreve como sendo a corrupção de tal dimensão que nos deixa estupefactos : numa estimativa baixa, custa à UE tanto quanto o todo o orçamento da União, alguns € 120 mil milhões por ano – na verdade sendo “provavelmente muito maior”. Prudentemente, o relatório cobriu somente os Estados-Membros. A própria UE3, toda a Comissão de memória recente a ficar assim protegida na opacidade, foi excluída.

Um lugar comum numa União que se apresenta como um tutor moral para o mundo, a poluição do poder pelo dinheiro e pela fraude decorre do branqueamento da substância ou do envolvimento em democracia. As elites libertadas verdadeiramente da divisão acima, ou da significativa responsabilidade abaixo, pode enriquecer-se ela própria sem nenhuma distracção ou retribuição. A exposição pública deixa de importar muito, tanto quanto a impunidade se torna a regra. Tal como os banqueiros, os líderes políticos não vão parar à prisão. Da fauna acima, somente um idoso grego sofreu essa indignidade. Mas a corrupção não é apenas uma função do declínio da ordem política. É também, naturalmente, um sintoma do regime económico que tomou conta desta Europa desde a década de 1980. Num universo neoliberal, onde os mercados são o indicador do valor, o dinheiro torna-se, mais directamente do que nunca, a medida de todas as coisas. Se os hospitais, as escolas e as prisões podem ser privatizadas como empresas com fins lucrativos, porque não também os cargos políticos?

Para lá da precipitação cultural do neoliberalismo, contudo, encontra-se o seu impacto como um sistema socioeconómico – o terceiro e, na experiência popular, é a muito mais aguda de todas as maleitas que afligem a Europa. Que a crise económica desencadeada em todo o Ocidente em 2008 foi o resultado de décadas de desregulamentação financeira e da expansão do crédito, até mesmo os seus arquitectos o estar agora mais ou menos a admitir -ver Alan Greenspan. Interligados, através do Atlântico, os bancos europeus e as operações imobiliárias estavam tão profundamente envolvidas no descalabro como as suas contrapartes americanas. Na UE, no entanto, esta crise geral foi sobre determinada por uma outra característica, esta peculiar à União, as distorções criadas por uma moeda única imposta amplamente a diferentes economias nacionais, levando a que os países mais vulneráveis ficassem à beira da falência, uma vez que a crise global atingiu o seu máximo.

O remédio para isso? Por insistência de Berlim e de Bruxelas, não exactamente um regime clássico de estabilização do tipo Churchill-Brüning de entre as duas guerras, cortando nas despesas públicas, mas um pacto fiscal, definindo um limite uniforme de 3 por cento para todo e qualquer défice como uma disposição constitucional, efectivamente como a consagrar uma fixação dos olhos sobre uma parede como um princípio económico básico do Rechtsstaat, em pé de igualdade com a liberdade de expressão, igualdade perante a lei, habeas corpus, divisão de poderes e o resto. Não se fosse a sua participação em comportamentos sobre a tortura ontem, seria difícil encontrar um exemplo mais agudo sobre a consideração com que estes princípios são mantidos pelas oligarquias da UE hoje.

Economicamente, os ganhos resultantes da integração foram, desde o início, sobreavaliados e assim foram propagandeados. Na Primavera de 2008, a estimativa mais cuidadosa, feita por Andrea Boltho e Barry Eichengreen, dois economistas distintos e claramente defensores da perspectiva pró- União Europeia , concluíam que o mercado comum pode ter levado ao aumento do crescimento em 3 a 4% do PIB da CEE ao longo do período que vai desde meados da década de 1950 a meados da década de 1970, enquanto o Acto único europeu será responsável por apenas 1% de crescimento, enquanto o impacto positivo da União Monetária tinha até à data sido insignificante – tendo-se dado origem globalmente a um total no crescimento de apenas 5 por cento do PIB em mais de metade de um século. Isto antes do início da crise. Qual é o balanço desde então? Até ao final de 2013, cinco anos após o aparecimento da crise, o PIB da zona euro ainda não terá recuperado ao nível de 2007. Quase um quarto da sua juventude está desempregada. Na Espanha e na Grécia, os dados são uma verdadeira catástrofe: 57 e 58 por cento, respectivamente, estão no desemprego. Mesmo na Alemanha, que acumula excedentes comerciais, ano após ano e amplamente aplaudidos como sendo o resultado de uma história de sucesso da época, o investimento tem estado entre o mínimo nas economias do G7 e a proporção de trabalhadores de baixos salários (aqueles que ganham menos de dois terços do rendimento mediano) é a proporção mais alta de entre todos os países de qualquer Estado na Europa Ocidental. Estes são as leituras mais recentes sobre a União Monetária. Os charlatões da austeridade têm estado a sangrar o paciente, não a restituírem-lhe a saúde.

Neste cenário, um país é amplamente visto como o caso mais agudo de todos os casos de disfuncionamento na Europa. Desde a introdução da moeda única, a Itália apresentou o pior recorde económico de qualquer Estado-membro da União: vinte anos praticamente ininterruptos de estagnação com uma taxa de crescimento bem abaixo da verificada na Grécia ou em Espanha. A sua dívida pública é hoje de mais de 130 por cento do PIB. Ainda por cima não é um pequeno país nem sequer um país médio no conjunto dos países desde há pouco tempo considerados dserem a periferia da União. É um país membro fundador dos seis, com uma população comparável à da Grã-Bretanha e uma economia tão grande novamente como a de Espanha. Depois da Alemanha, a sua indústria transformadora é a segunda maior na Europa, onde é igualmente posicionada quanto á exportação de bens de capital. As suas emissões de dívida pública via Tesouro representam o terceiro maior mercado de títulos soberano no mundo. Quase metade da sua dívida pública é vendida no exterior: os dados similares do Japão estão abaixo dos 10 por cento. Combinando importância e fragilidade, a Itália é verdadeiramente o elo mais fraco na UE, um elo que teoricamente poderá quebrar.

(continua)
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Ler o original em:

aviagemdosargonautas.net

17
Nov16

VAMOS LÁ ....

António Garrochinho
VAMOS LÁ MAS É TOMAR ATENÇÃO À VERDADEIRA PROSTITUIÇÃO DAS SEDAS, PÉROLAS, DIAMANTES E DOS PERFUMES CAROS. 

DOS SMOKINGS DA ALTA CILINDRADA E COLARINHOS BRANCOS.

ESSES XULOS, PROXENETAS, LADRÕES REFINADOS SABEDORES DA ETIQUETA, EDUCADOS,.

ASSASSINOS QUE SE BENZEM E REZAM E CONTINUAM NA IMPUNIDADE.

MEROS PORCOS COM ANEL DE OURO NO FOCINHO.


AG
17
Nov16

Administradores da CGD, é hoje que decidem se entregam as declarações?

António Garrochinho



O Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) reúne-se hoje e poderá ser tomada uma decisão relativamente à entrega das declarações de rendimentos dos seus membros, matéria que tem estado na ordem do dia.


   
Em causa está o impasse gerado relativamente à apresentação das declarações de património e de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC) por parte da nova equipa de gestão do banco público que, segundo as notícias que têm vindo a público, entende que não está obrigada a fazê-lo.



Porém, o TC notificou na quarta-feira da semana passada os membros da administração da CGD para que entreguem as declarações de rendimentos ou que justifiquem as razões para não o fazerem.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da CGD escusou-se a confirmar se este assunto vai ou não ser discutido na reunião do Conselho de Administração de hoje.

Nas últimas semanas, todos os partidos defenderam que os administradores da Caixa deveriam entregar as declarações de rendimento e património no TC, tal como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.

O primeiro-ministro, António Costa, considerou na terça-feira que o Governo, enquanto representante do acionista Estado, tem o foco apontado para o processo de reestruturação do banco estatal, remetendo decisões sobre esta matéria para os órgãos competentes.

"Aquilo que tenho de tratar com a administração da CGD é o seu plano de atividades, o seu plano de capitalização e os resultados que a administração tem de apresentar. O cumprimento das obrigações legais por parte da administração é um assunto entre a administração e as autoridades judiciárias", advogou.

Certo é que até o cenário de a equipa de gestão da CGD, que entrou em funções a 31 de agosto último, avançar com um pedido de demissão já é colocado em cima da mesa por diversos órgãos de comunicação social.

Na terça-feira, questionado sobre se a recapitalização da CGD vai ocorrer com a atual administração ou com outra, o ministro das Finanças, Mário Centeno, limitou-se a afirmar que, "neste momento, a CGD tem uma administração e está num processo de recapitalização importantíssimo e crucial para o país".

A nova equipa de gestão da CGD, liderada por António Domingues, entrou em funções em 31 de agosto.

www.noticiasaominuto.com
17
Nov16

Comunistas querem mais genéricos, mais médicos e menos alunos por turma

António Garrochinho


O PCP vai apresentar mais nove propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), incluindo o objetivo de atingir uma quota de 40% em valor de medicamentos genéricos, mais médicos internos e menos alunos por turma.


Segundo a bancada parlamentar comunista, que totaliza, para já, 16 iniciativas alternativas à proposta do Governo socialista, a fixação do objetivo de 40% de genéricos, face aos atuais 28%, "permitirá, por si só, uma poupança estimada em quase 200 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde e mais de 100 milhões de euros para os utentes".

A renovação dos contratos dos médicos internos e abertura de vagas para acesso ao internato médico, assim como a avaliação das condições para a reposição da estrutura de combate à toxicodependência são outras ideias defendidas pelo PCP que terão aceitação por parte do executivo do PS, com mais reticências relativamente à última.
Ainda sob discussão estão as iniciativas que visam a "definição de critérios para a redução do número de alunos por turma para o ano letivo 2017/2018" e a "revisão das regras do Porta 65 Jovem (apoio ao arrendamento de habitações) para alargamento do número de beneficiários e reforço dos apoios".
A "integração progressiva dos bolseiros de investigação" parece comprometida à partida por parte do Governo, mas a reposição do apoio da Ação Social Escolar a estudantes carenciados nas visitas de estudo, a reposição das bolsas de apoio à criação literária e a instituição da apresentação de trabalhos académicos e teses em formato digital devem ser integradas na versão final do OE2017.
O grupo parlamentar do PCP já apresentou outras sete iniciativas, incluindo a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) de pequenas empresas - de 1.000 para 850 euros -, a manutenção do valor base das custas judiciais (102 euros) e a majoração de 10% do subsídio de desemprego para pais com filhos a cargo mesmo que recebam pensão de alimentos.
A reposição do orçamento da agência noticiosa Lusa previsto em 2016 (mais 2.598.280 euros do que inscrito no OE2017), apoios a pequenos agricultores e pescadores artesanais relacionados com combustíveis e a "transferência automática e mensal da receita da CAV (Contribuição Audiovisual) para a RTP" foram outras medidas defendidas pelos comunistas.
O OE2017 já foi aprovado na generalidade por PS, BE, PCP e PEV, a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP. As propostas de alteração na especialidade têm de ser apresentadas até às 21:00 horas de sexta-feira.
A discussão em plenário e votações na especialidade das eventuais alterações vão decorrer em 24, 25 e 28 de novembro, antes da sessão magna de encerramento e votação final global, prevista para 29 de novembro.

www.noticiasaominuto.com
17
Nov16

calem-me a Teodora

António Garrochinho


CALEM-ME A TEODORA
QUE A COITADA DA SENHORA
ESTÁ MORTA, FALTA-LHE O AR
E ALÉM DISSO 

CHEGA DE ENCHER O CHOURIÇO
COM O RANÇO 

FALSO E MANSO
DOS DISCURSOS DE SALAZAR

A SENHORA ESTÁ SENIL
SAUDOSA, DOENTE, FEBRIL
DOS TEMPOS QUE JÁ LÁ VÃO
DE DINHEIRO JÁ NÃO PRECISA
E QUE VÁ FAZER DE JUÍZA
DENTRO DE QUALQUER CAIXÃO

NÃO É QUE QUEIRA QUE MORRA
MAS ATURÁ-LA É UMA PORRA
QUE A MUITOS FARÁ JEITO
DÊEM-LHE UMA PASTILHA ELÁSTICA
METAM-NA NUMA ORDEM MONÁSTICA
JÁ EU FICO SATISFEITO

António Garrochinho

17
Nov16

Irão ultrapassa Arábia Saudita no fornecimento de petróleo à Índia

António Garrochinho



Aconteceu em outubro e pode alterar o equilíbrio de forças entre países produtores de ouro negro. O Irão ultrapassou a Arábia Saudita e tornou-se o principal fornecedor de petróleo da Índia, um reflexo direto do levantamento das sanções do Ocidente ao regime dos ayatollahs.

Antes das primeiras sanções ocidentais - justificadas com o desenvolvimento do programa nuclear de Teerão - o Irão era o segundo maior fornecedor de petróleo da Índia. Acabaria por perder esse estatuto para o Iraque.
A OPEP deverá ultimar no fim deste mês um corte da produção destinado a impulsionar os preços, que se mantêm abaixo dos 50 dólares por barril.
Este ano, já em consequência do levantamento das sanções, em janeiro, as importações indianas de petróleo do Irão dispararam. E em outubro mais do que triplicaram, atingindo os 789 mil barris diários.

No mesmo mês, a Arábia Saudita exportou 697 mil barris diários de petróleo para a economia indiana. Ainda assim, de janeiro a outubro a produção saudita continuou a liderar as exportações com destino ao país asiático, com uma média de 830 mil barris diários, contra os 784 mil barris do Iraque e os 456.400 do Irão.

“A capacidade de refinação da Arábia Saudita tem vindo a aumentar ao longo do tempo, como tal não está em posição de aumentar as suas exportações, ao passo que o Irão está melhor colocado para aumentar o seu output e as vendas para a Índia”, explicou, em declarações à agência Reuters, Ehsaan Ul Haq, da consultora KBC Energy, com sede no Reino Unido.
Política de descontos
Esta melhoria do desempenho da indústria petrolífera iraniana fica ainda a dever-se a descontos nos preços que atraíram os indianos, apostados, nesta altura, em robustecer as reservas de petróleo do país.

Entre abril e outubro a Índia importou 523.200 barris diários de petróleo iraniano, contra os 249.100 do período homólogo.



O Irão produz atualmente cerca de quatro milhões de barris diários de petróleo, exportando um total de 2,4 milhões de barris. Na vigência dos sucessivos pacotes de sanções ocidentais, a produção do país caiu de quase três milhões de barris por dia – número de 2011 - para um milhão de barris.
Um momento crucial
A subida iraniana no pódio petrolífero da Índia, país que é o terceiro maior importador do mundo, tem lugar num momento crítico para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deverá ultimar na reunião prevista para 30 de novembro um corte de produção destinado a empurrar os preços.

Como assinala a agência Reuters, o Irão forma, com a Líbia e a Nigéria, um grupo de países isentos dos esperados cortes de produção de petróleo - o primeiro por causa dos efeitos de anos de sanções e os segundos devido aos respetivos conflitos intrafronteiras.

Com o derrube dos sauditas à cabeça das exportações para a Índia, a defesa da exceção iraniana na próxima reunião do cartel torna-se mais complexa.

c/ Reuters
www.rtp.pt
17
Nov16

Sexta-feira greve na Função Pública

António Garrochinho

Atenção a este aviso prévio. 

Neste final de semana, greve em alguns serviços públicos como escolas e tribunais.

A Frente Comum, que representa os 35 Sindicatos da Administração Pública, entregou um pré-aviso de greve de forma a permitir que os trabalhadores possam participar na manifestação marcada para amanhã.

Ana Avoila espera uma forte adesão e diz que escolas, tribunais e repartições de finanças devem ser os serviços mais afetados por este protesto.

som áudio



Serviços mais afectados

A dirigente da Frente Comum diz que "até ao lavar dos cestos é vindima". Ana Avoila acredita que o governo pode recuar e sublinha que o protesto dos funcionários públicos contribuiu para a queda do governo PSD-CDS.

som áudio




Governo pode recuar
A manifestação dos trabalhadores da administração pública está marcada para amanhã, à tarde no Marquês do Pombal, em Lisboa. Um protesto para reivindicar aumentos salariais e o descongelamento das progressões nas carreiras.

www.tsf.pt


17
Nov16

JUSTIÇA ? CONSTITUCIONAL ? O QUE É ISSO ? DE CIMA DEVERIA VIR O EXEMPLO MAS É COMO SE VÊ !!!!! CONVERSA PARA BOI DORMIR, O PAÍS ESTÁ INFESTADO DE RATOON (s) RATAZANAS - Juiz do TC não declarou rendimentos, outro omitiu conta bancária

António Garrochinho



O Presidente da República na posse do presidente do Tribunal Constitucional, Costa Andrade, como membro do Conselho de Estado, a 29 setembro de 2016 

Há dois juízes do Palácio Ratton, que estão em incumprimento nas suas declarações de rendimentos

Em casa de ferreiro, espeto de pau: há dois juízes do Tribunal Constitucional (TC) que omitiram informações nas declarações de rendimentos e património, a que estão obrigados a depositar no próprio Tribunal, num momento em que os juízes do Palácio Ratton notificaram os administradores da Caixa Geral de Depósitos.

Segundo antecipa a Sábado, num trabalho a publicar na sua edição de amanhã, um dos juízes não apresentou rendimentos de trabalho, enquanto outro omitiu uma única conta bancária de que seja titular.

De acordo com a revista, que consultou as declarações de rendimentos depositadas no TC, o juiz conselheiro Lino Ribeiro não especificou os rendimentos auferidos em 2012, na primeira e única declaração que entregou. À época, ainda era magistrado do Supremo Tribunal Administrativo. O juiz limitou-se a indicar, ainda de acordo com a Sábado, os 20 imóveis de que é proprietário - de Baião a Lisboa, passando por Vila Nova de Gaia e Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro (Brasil). Não indica o valor patrimonial de qualquer um.

Já Gonçalo Almeida Ribeiro não dá a conhecer qualquer conta bancária sua ou a que possa aceder, seja como primeiro, segundo ou terceiro titular. Como recorda a Sábado, a Lei nº 4/83 impõe aos juízes - como aos Presidentes da República e da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, aos deputados ou aos administradores de empresas públicas, como a CGD -, a descrição de "carteiras de títulos, contas bancárias a prazo, aplicações financeiras equivalentes e desde que superior a 50 salários mínimos, contas bancárias à ordem e direitos de crédito".

Eleito pela Assembleia da República já este ano - iniciou funções a 22 de junho -, este juiz indica de rendimentos 41 978,28 euros por trabalho dependente (é professor na Universidade Católica), 12 615,40 por trabalho independente (era consultor na sociedade de advogados PLMJ) e ainda 3 416 por rendimentos prediais (detém 50 por cento de dois prédios rústicos), de acordo com a revista.

Segundo a informação no site da Sábado, a revista tentou falar com os dois mas não obteve qualquer comentário a tempo do fecho de edição.

www.dn.pt

17
Nov16

NO POUPAR É QUE ESTÁ O GANHO ! E PARA ONDE VAI O QUE SE POUPA ? Vêm aí as notificações do Estado por email. Governo prevê poupar €21 milhões

António Garrochinho

O Governo aprova esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei que permite aos portugueses receberem todas as notificações do Estado por via eletrónica, num email que decidirem associar aos seus dados de identificação civil, avança o “Público”. Com esta medida, o Governo espera poupar 21 milhões de euros já na segunda metade de 2017.
O diploma, no âmbito do programa de desmaterialização dos procedimentos do Estado anunciado a 19 de maio por António Costa, quando foi apresentado o Simplex+, “introduz a possibilidade de as pessoas e as empresas fidelizarem uma morada digital” para receberem as notificações do Estado, explica Graça Fonseca, secretária de Estado adjunta e da Modernização Administrativa, ao matutino.
Desta forma, os cidadãos portugueses vão poder “associar à sua identificação civil uma morada eletrónica, as empresas poderem associá-la ao seu registo comercial e os estrangeiros que trabalham em Portugal ao seu número de identificação fiscal”. Este procedimento de associação poderá ser feito “numa loja de cidadão ou através do portal online do Estado”. O processo é voluntário.
Esta funcionalidade foi apresentada na quarta-feira à tarde pela secretária de Estado Graça Fonseca em reuniões separadas aos parceiros parlamentares do PS, o BE, o PCP e o PEV.
Segundo o matutino, o valor previsto para notificações fiscais no OE 2017 é de 85 milhões de euros e, com este sistema, o Governo prevê poupar cerca de 25% desta verba entre julho e dezembro do próximo ano. Numa “previsão realista num cenário otimista”, Graça Fonseca admite que a medida permitirá poupar 21.250 milhões de euros já em 2017.

expresso.sapo.pt
17
Nov16

ORA AQUI ESTÁ UMA ALDRABONA, UMA SERIAL KILLER "DEMOCRATA" DA TERRA DO GOD BLESS YOU, COM SANGUE NAS MÃOS QUE AO LONGO DA SUA CARREIRA NOJENTA SÓ SE PREOCUPOU COMA OPULÊNCIA E A TRAMA E QUE DEPOIS SE LEMBRA DA CRIANÇA DO NEVADA ESQUECENDO OS MILHARES

António Garrochinho



Candidata democrata derrotada por Trump falou publicamente pela primeira vez desde o discurso de concessão

Na sua primeira aparição pública, na quarta-feira, desde que reconheceu a derrota nas presidenciais dos Estados Unidos, Hillary Clinton disse que os resultados eleitorais expuseram divisões profundas "no maior país do mundo".

"Na última semana, muitas pessoas questionaram-se se a América é o país que achavam que era. As divisões que se evidenciaram durante esta eleição são profundas, mas por favor oiçam-me quando digo: a América vale a pena", disse a democrata durante um evento em Washington.

Clinton falava perante uma audiência de doadores e outros convidados num evento de uma organização sem fins lucrativos dedicada às crianças desfavorecidas.

O evento homenageou Clinton pelas suas contribuições para a organização, onde trabalhou quando era uma jovem advogada, nos anos 1970, e mais tarde ocupou um lugar na administração.

"Admito que vir aqui hoje não foi a coisa mais fácil. Houve alguns momentos na última semana em que tudo o que quis fazer foi enroscar-me com um bom livro ou com os nossos cães e nunca mais sair de casa", disse.

Clinton reconheceu que muitos ficaram desapontados com o resultado das eleições, ganhas pelo republicano Donald Trump.

"Eu também fiquei, mais do que alguma vez possa expressar. Mas como disse na semana passada, a nossa campanha nunca foi sobre uma pessoa ou uma eleição. Foi sobre o país que amamos e sobre construir uma América com esperança, inclusiva e com um coração grande. Não me dediquei ao serviço público para conseguir um alto cargo", afirmou.

Apelando a que a audiência apoie as crianças desfavorecidas, Clinton aludiu à promessa de Trump de deportar milhões de imigrantes indocumentados.

"Há crianças que estão hoje assustadas, como a menina que conheci no Nevada, que começou a chorar quando me disse como estava com medo que os seus pais fossem afastados dela e deportados. Nenhuma criança devia ter de viver com medo", defendeu.

Apesar dos progressos conseguidos durante a presidência de Barack Obama, mais de 31 milhões de crianças vivem ainda na pobreza nos Estados Unidos, salientou.

"Esperava ter a oportunidade de continuar os progressos que o Presidente Obama fez porque sei que somos mais fortes juntos quando nos estamos a elevar uns aos outros. Por isso, peço-vos, por favor, não desistam dos valores que partilhamos", apelou.

www.dn.pt


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