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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

28
Nov16

FECHA A PORTA QUE FAZ CORRENTE

António Garrochinho

fecha a porta que faz corrente
que mêntra pra coisa adentre
e logo me posso constepar
e vai à lenha pró fôgo
e vê se m´rranjas fôlego
lá pra despôs do jantar

fecha a porta que faz corrente
e nã têjas a afiar o dente
co bôlo é pra oferecer
bebe um copo d´águardente
nã t´demores munto tempo ausente
que temos munto que fazer

as ovelhas pra ordenhar
a cabana pra arrojar
e dar de comêr ò porco
fecha a porta que faz corrente
que mêntra pra coisa adentre
se tu te constepares
não m´emporto

António Garrochinho

28
Nov16

VERSALHADA

António Garrochinho


Eu gosto da minha Terra,
E dos vocábulos q´ela usa.
Ovelha que come, não berra,
Cântara de barro é enfuza.

Ramo grande é pernada,
Rebento novo é galhoto,
Terreno no monte, raciada,
Pássaro pequeno é ploto.

Coelho piqueno é caçapo,
Hortelã bravo é mantrasto,
Ganducho faz manta de trapo,
Arbusto pequeno é carrasco.

Aldrabice é cambalacho,
Sexo do homem é chula,
Cavalo com burra “dá” macho,
Burro com égua “dá” mula.

Onde há caca é cagadoiro,
Ovelha “faz” caganitas,
Bosta é trampa de Toiro,
O burro expele bonicas.

Acarta-se lenha em cangalhas,
E esterco nas gorpelhas,
As redes carregam palhas,
Encerram também as ovelhas.

Tigela grande é Pelengana,
Tacho de barro é caçoila,
Moça estouvada é magana,
Cueca d´homem ceroila.

Ordenha-se a cabra mocha,
Rouba-se o leite ao chibinho,
Amêndoa falida, tá xoxa,
Monte piqueno é Montinho

A perdiz faz recocão,
O coelho caçapeira,
Cotovia nino no chão,
A merrola na romaneira.

A cabra é bicho de mato,
Tem chibo de criação,
Chibo grande é chibato,
Ou simplesmente cabrão.

Lebre nova é laboracha,
Lebre macho é lebrão,
Lenha d´azinho não racha,
Figueira não ”dá” carvão.

Penêra passa a farinha,
Limpa-se o grão na joêra,
A grama é erva daninha,
Um tufo é uma rabolêra.

É na feira que se merca,
Leva-se a mrenda no talego
Rega-se do poço na cerca,
Adoça-se tramoço no pêgo.

O moiral guarda gado,
Lavra a terra o ganhão,
Com charrua e com arado,
Semeia-se seara de pão.

Ovo de negaça é endés,
Chama-se boleta à bolota,
Uma vaca é uma rés,
Raiz de esteva, arregota.

Filha de rés é bezerra,
Camisa também é blusa.
Eu gosto da minha Terra,
E dos vocábulos q´ela usa.


Publicado por José Varzeano
Tema: Colaborador José Rodrigues

alcoutimlivre.blogspot.pt
28
Nov16

A MUHER RUSSA QUE COMPROU UM TANQUE PARA VINGAR A MORTE DO SEU MARIDO MORTO PELOS NAZIS

António Garrochinho


Por trás de todas as guerras há milhares de histórias de sofrimento, morte e desgraça. Esposas, maridos, filhos, pais... tiveram que resignar-se ante a perda de um ser querido. ou não, como foi o caso da russa Maria Vasilyevna Oktyabrskaya, que perdeu seu marido durante a Segunda Guerra Mundial e decidiu não ficar chorando a perda. A mulher usou todos os seus recursos para se vingar dos alemães.

A russa que comprou um tanque para vingar seu marido na Segunda Guerra Mundial
Maria nasceu em 1905 em um pequeno povoado da região da Crimeia. De família humilde de camponeses e com 9 irmãos, desde menina não teve vida fácil tendo que compartilhar a escola com o trabalho em uma fábrica de conservas para ajudar à economia familiar.

Depois de completar seus estudos na escola secundária, conseguiu trabalho como operadora de uma central telefônica, até que certo dia, quando tinha 20 anos, cruzou em seu caminho um charmoso oficial do Exército Vermelho. Casaram-se e Maria deixou tudo para acompanhar o marido aos diferentes destinos e bases militares onde era enviado.

A vida militar permitiu a Maria familiarizar-se com o manejo das armas, dirigir veículos pesados, aprender noções básicas de primeiros socorros e participar nas reuniões e associações das esposas dos oficiais. Tudo mudou, no entanto, com o começo da Segunda Guerra Mundial e, sobretudo, com a ofensiva alemã para invadir a União Soviética em 1941 (Operação Barbarossa). O esposo de Maria foi enviado à frente e as mulheres dos militares foram enviadas a Tomsk, na Sibéria, longe dos combates.
A russa que comprou um tanque para vingar seu marido na Segunda Guerra Mundial
Depois de quase dois anos esperando notícias de seu marido, chegou aquele fatídico dia: ele havia morrido em Kiev em agosto de 1941, apenas algumas semanas após ter sido enviado à coluna. O restante de esposas se resignaram e choraram a perda de seus maridos, mas ela não... Maria jurou vingança.

Que podia ela fazer? Vendeu todas suas posses e financiou a compra de um tanque T-34 para doar ao Exército Vermelho, mas com uma condição: ela pilotaria a máquina. E assim expôs por carta ao Comitê Estatal de Defesa. Ainda que surpresos por tão estranha proposta, viram naquele gesto um bom gancho publicitário para elevar a moral e implicar a população em geral, e às mulheres em particular, na luta contra o exército invasor.

Aprovaram a petição de Maria e foi alistada como piloto-mecânico na Brigada nº 26 de Tanques da Guarda. Depois de um período de instrução de cinco meses e apesar do tripúdio de alguns colegas de instrução, em outubro de 1943 Maria teve seu batismo de fogo no comando do Fighting Girlfriend (Colega de Armas), nome dado a seu tanque segundo a inscrição em sua torreta.

Os deboches iniciais de seus colegas converteram-se em admiração quando sua brigada combateu na área de Smolensk: o Fighting Girlfriend saiu da formação planejada e lançou-se contra as filas inimigas destruindo várias peças de artilharia e fazendo os alemães fugirem.

Depois de um pequeno puxão de orelhas de seus superiores por aquele ato de indisciplina, não lhes restou mais remédio do que reconhecer o valor daquela mulher, outrora um simples reclame publicitário. Ela também foi uma das protagonistas quando os soviéticos recuperaram a cidade de Nóvoie Selo em novembro de 1943.
A russa que comprou um tanque para vingar seu marido na Segunda Guerra Mundial
Maria parecia não temer à morte, era ousada e, também, muito indisciplinada. Tudo conspirava para que não sobrevivesse a guerra: a noite de 17 de janeiro de 1944, em uma operação contra uma posição fortificada dos alemães, uma bomba anti-tanque destroçou as esteiras deixando o Fighting Girlfriend imóvel. Pese que tenha recebido ordens de não sair do tanque, Maria saiu junto ao restante da tripulação para tentar arrumar as esteiras. Foi quando um fragmento de metralhadora acertou sua cabeça deixando-a inconsciente. Ela permaneceu em coma durante dois meses e em 15 de março de 1944 faleceu.

Maria Vasilyevna Oktyabrskaya, a mulher que comprou um tanque para vingar a morte de seu marido recebeu em 2 de agosto de 1944 o título de Heroína da União Soviética, a mais alta distinção outorgada pela União Soviética pelas façanhas heróicas ao serviço do Estado e da sociedade.

http://www.mdig.com.br
28
Nov16

a ilusão

António Garrochinho
PETRÓLEO

ANDAM HÁ POR AÍ MUITOS INGÉNUOS QUE PENSAM QUE PORTUGAL FICARIA RICO SE CÁ SE DESCOBRISSE O PETRÓLEO, FAZEM LEMBRAR O RAUL SOLNADO COM O "HÁ PETRÓLEO NO BEATO"

HÁ GENTINHA QUE NEM SEQUER SE PREOCUPA EM LER OS CONTRATOS JÁ CELEBRADOS ONDE PORTUGAL FICA A VER NAVIOS CASO SE COMECE A EXPLORAÇÃO PETROLÍFERA EM PLENO E A SUA EXTRAÇÃO.

INFORMEM-SE E VEJAM O LOGRO DA "DESEJADA RIQUEZA" E MEDITEM BEM NOS PREJUÍZOS E NA RUÍNA QUE PODE CAUSAR À NOSSA COSTA SOBRETUDO NO ALGARVE ONDE O TURISMO AINDA QUE JÁ MENOS NOS VAI TRAZENDO ALGUNS TOSTÕES NA FALTA DE OUTRA MANEIRA DE GANHAR O PÃO.

EXPLOREM O MAR COM AS PESCAS A AGRICULTURA E OUTROS POTENCIAIS QUE O PAÍS TEM E DEIXEM-SE DE ILUSÕES.

A PROPÓSITO, ERA BOM QUE TODOS OS PARTIDOS MOSTRASSEM CLARAMENTE AS SUAS POSIÇÕES SEM MENTIRAS NEM SUBTERFÚGIOS SOBRE O QUE PENSAM DA EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO NA COSTA ALGARVIA. EU JÁ LI MUITA COISA E HÁ MUITO GATO COM O RABO DE FORA.

FALEM CLARO ! OU SIM OU SOPAS, DE PREFERÊNCIA LIVRES DO MOLHO NEGRO DO ALCATRÃO, DA POLUIÇÃO QUE JÁ NOS BASTA A DO COLARINHO BRANCO E A DOS POLÍTICOS INCOMPETENTES QUE NÃO FAZEM NADA NA CRIAÇÃO DE EMPREGO.


António Garrochinho
28
Nov16

a mim....

António Garrochinho
A MIM SÓ ME DERAM DESGOSTOS !
OS MOMENTOS FELIZES FORAM DE LUTA ONDE COISAS BOAS ME ACONTECERAM.
NÃO LHES DEVO NADA ! ELES É QUE ME ROUBARAM SEMPRE.
AG
28
Nov16

ÚLTIMA HORA - Um suspeito morto após disparos na universidade de Ohio

António Garrochinho


Um suspeito morreu e pelo menos oito pessoas foram hospitalizadas depois de um atirador ter sido detetado nas instalações da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos.

Segundo a CNN, oito feridos foram transportados para o hospital, um dos quais em estado grave.

As autoridades acreditam que a ameaça está agora controlada, depois de, ao início da tarde desta segunda-feira, ter sido divulgado um alerta na rede social Twitter para a presença de um atirador no edifício de ciências e engenharia da universidade de Ohio. As autoridades de segurança da universidade pediram às pessoas para evitar esta área.

Foi divulgada uma imagem de alunos barricados na sala de aula, com as cadeiras a bloquearem a porta.



"Ouvimos muitas sirenes. Estava numa aula e toda a gente recebeu uma mensagem no telemóvel ao mesmo tempo sobre o alerta de emergência", disse Anthony Falzarano, de 22 anos, citado pela CNN.

No local estão vários meios de socorro e muitos agentes da polícia.

Wyatt Crosher, de 19 anos, contou ter ouvido "três ou quatro disparos na rua" e logo a seguir muitos veículos da polícia e ambulâncias.



VÍDEO



O complexo universitário de Ohio é um dos maiores dos Estados Unidos, com 65 mil estudantes.



 http://www.jn.pt

28
Nov16

28 de Novembro de 1520: Fernão de Magalhães atinge o Oceano Pacífico

António Garrochinho


Navegador português, ao serviço de Castela na época dos Descobrimentos, nasceu em 1480, provavelmente emTrás-os-Montes, segundo muitos autores em Sabrosa, município do distrito de Vila Real. Morreu bem longe dali, amais de 15 000 quilómetros, na ilha de Mactan, no arquipélago das Filipinas, a 27 de abril de 1521. Sem honra nem glória, durante muito tempo com a sua memória esquecida. O seu diário de bordo e as suas anotações desapareceram depois da sua infeliz ingerência nas guerras tribais na ilha de Mactan, incidente que lhe tirou avida, às mãos do régulo nativo Lapu-Lapu. Acabava assim um périplo que cobrira já dois longos oceanos e um sem número de infortúnios, problemas, mortes e revoltas entre os seus subordinados. Chegar às Filipinas foi complicado, quase dois anos depois de ter zarpado de Sanlúcar de Barrameda (Espanha), a 20 de setembro de 1519. Capitaneava uma armada de cinco navios (Trinidad, San Antonio, Concepción, Victoria e Santiago), à frente de 234 homens. Uma armada que se resumiria, no fim da viagem de circum-navegação completa ao mundo, a uma embarcação (Victoria), outro comandante, Sebastião Del Cano, e a apenas dezoito homens (incluindo Del Cano). Mas esquecidos de Magalhães, com exceção de um italiano que seguiu na armada de 1519, António Pigafetta, que nos deixou relatórios impressionantes mas autênticos das jornadas intercontinentais do navegador português e dos seus últimos dias.


Tudo começou em 1517, quando aquele nobre português, depois de uma carreira de subalternidade, sem brilho nem grandes feitos pessoais, ao serviço de D. Manuel, na Ásia como na África, ofereceu as suas armas e préstimos ao rei de Espanha, Carlos V. Apesar de no anonimato de um subordinado, Magalhães ganhou vasta experiência militar e náutica nas suas andanças pelo Oriente. Em 1505, depois de ter sido educado na corte portuguesa, partiu para a Índia na poderosa armada de D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei da Índia (1505-1509),a qual tinha como missão afastar as frotas turcas dos mares da região – o que se conseguiu, até 1538. Depois da partida do vice-rei, em 1509, sempre animado pelo forte desejo de conhecer as terras a Oriente (percorreu vastos territórios do subcontinente indiano e da África oriental) e principalmente as terras das Especiarias (Molucas, Sunda, Celebes), acompanhou D. Diogo Lopes Sequeira na malograda expedição (naufrágio) a Malaca, ainda naquele ano de 1509. Permaneceu no Oriente até 1513, tendo-se tornado amigo do feitor das Molucas, Francisco Serrão, junto do qual apurou os seus conhecimentos acerca dessas ilhas, das suas famosas especiarias e das rotas adjacentes. Na sua estada no Extremo Oriente, participou ainda na tomada de Malaca por D. Afonso de Albuquerque, em 1511, um ano depois de ter sido promovido a capitão. Em 1513 regressou a Portugal, tendo sido destacado para Marrocos, onde participou em várias expedições, numa das quais, a Azamor, em 1514, foi ferido num joelho, regressando a Lisboa. Atrás de si vinha uma fama menos consentânea com a sua posição, acusado de ganância e poucos escrúpulos. Não se sabe se por tal motivo ou se por outro que desconhecemos, o certo é que D. Manuel I lhe recusou um aumento de 100 reais na tença anual que lhe pagava.

Com uma imagem não muito boa junto do monarca português, afigurava-se difícil a sua anuência para outro projeto que há muito acalentava: o de atingir as Molucas por Ocidente, solução que considerava mais rentável e segura que a rota do oriente via Índia-Malaca, repleta de muçulmanos e piratas hostis aos Portugueses e seus interesses. Depois de várias recusas de D. Manuel I (também de uma nau para a Índia), Magalhães dirigiu-se a Sevilha para "vender" o seu projeto ao rei de Espanha, Carlos V. Foi acompanhado de Rui Faleiro, português. A Carlos V propôs Magalhães não apenas atingir as Molucas por Ocidente mas acima de tudo provar que aquelas ilhas não estavam dentro da área de jurisdição portuguesa defendida no Tratado de Tordesilhas (1494) mas sim em mares "espanhóis". Além disso, a viagem decorreria sempre em águas espanholas. Apesar de algumas reticências, Carlos V aceitou o projeto, confiando a Magalhães uma frota de cinco navios, 234 homens e 480 toneladas em navegação. Com muitas peripécias e uma rutura de relações com Faleiro, a armada de Magalhães saiu de Sanlúcar de Barrameda a 20 Setembro de 1519, depois de lhe nascer o primeiro filho e de sua mulher esperar outro, que o altivo navegador nunca conheceu. 

A viagem de circum-navegação começou bem, atingiu rapidamente a América do Sul depois de escala nas Canárias.  Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da actual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a nau "Santiago" foi perdida numa viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Noutra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na nau "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes.

Em Novembro  de 1520 a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (28 de Novembro de 1520), e baptizando o oceano em que entravam como«Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. Foi também no Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães.

Em Março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas actuais ilhas Filipinas em 7 de Abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.

Fontes: Fernão de Magalhães. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012
wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Ferdinand Magellan.jpg
Fernão de Magalhães
Ficheiro:Detail from a map of Ortelius - Magellan's ship Victoria.png
A embarcação de Fernão de Magalhães, Victoria
Ficheiro:Magalhães Elcano Circum-navegação-pt.svg
Mapa da expedição: a vermelho a rota percorrida por Magalhães, a laranja a rota percorrida por Elcano
28
Nov16

Entrevista com general sírio: EUA e Turquia apoiam Daesh na Síria

António Garrochinho




Damasco possui evidências de que Washington e Ancara oferecem total suporte aos grupos radicais no território da Síria, disse em entrevista à Sputnik o diretor do departamento de informação do exército da Síria, general de brigada Samir Suleiman.

"Os Estados Unidos apoiam o Daesh e investem em terrorismo. A maior prova disso é o incidente, no qual (as forças aéreas dos EUA) atacaram os destacamentos das tropas sírias em Deir ez-Zor, abrindo caminho para o Daesh abrir ofensiva contra o aeroporto militar", disse o general.

Quanto à Turquia, ele destacou que Damasco não enfrenta o país de forma direta, "mas através do combate com os grupos armados". "Toda vez que o nosso exército enfrenta grupos terroristas em todas as regiões do país, e principalmente em Aleppo, isso significa um combate, mesmo que indireto, com a Turquia. Tudo porque Ancara oferece total suporte a esses grupos: com armas, pessoas, especialistas, que por sua vez participam dos combates", disse o interlocutor da agência.

O general classificou as atividades dos dois países na Síria de agressão e de intervenção em assuntos internos sírios. "Não há nenhuma coordenação entre nós com a Turquia e os EUA. Não há e não pode ser. Consideramos as ações desses dois países no norte da Síria de intervenção em nossos assuntos internos. De agressão e de intervenção, que estamos enfrentando, ao combater os militantes terroristas", afirmou o general. Ele destacou que o exército da Síria "enfrentará todas as tentativas de invasão por parte de terceiros países".

Além disso, disse Suleiman, a operação em Aleppo começou, pois os patrocinadores dos terroristas no Ocidente bloquearam todos os canais de diálogo políticos.

"Anunciamos o início da operação militar em Aleppo após os canais de diálogo político terem sido fechados. Quando os países do Ocidente e do Oriente Médio que apoiam os terroristas cerraram as portas para o diálogo, precisamos iniciar as ações militares", disse o general. Ao comentar a possibilidade de ampliar as operações nos bairros tomados pelos terroristas em Aleppo, o general sírio disse que o "exército não revelará todos os seus planos". No entanto, ele destacou ser difícil a ação militar nessa parta da cidade, "pois os terroristas usam todos os prédios residenciais como abrigo". "A data do fim da operação não foi determinada. Podemos confirmar que a operação continua e que ela não terminou… Isso não significa, entretanto, que a operação no momento está em mesma fase de atividade que no início. Em ações militares sempre existem determinadas fases, que dependem das condições em campo e, às vezes, da situação política", explicou o militar.

"Quando os nossos amigos russos quiseram instaurar um cessar-fogo — possivelmente no âmbito de certos acordos internacionais — o exército sírio demonstrou entendimento e deu chance para a trégua por alguns dias e horas. Quando essas tréguas terminam, a operação militar continua e não para mais".

Ao comentar a recente eleição do candidato republicano Donald Trump nas eleições norte-americanas, Samir Suleiman afirmou que o fato não deve afetar a política de Damasco. "Não seria certo contar com quaisquer alterações na política ocidental ou nas permutações em governos ocidentais. É preciso sempre apostar em forças próprias e nos seus aliados, e não no inimigo. O inimigo deve sempre ser encarado como inimigo, porque este sempre recorrerá a todos os meios para te enganar", declarou o general. O militar sírio depositou grande esperança na cooperação com a Rússia e manifestou certeza de que uma vitória é possível. "O nosso povo e o nosso exército adquiriram certeza plena de que, com a ajuda russa, essa luta chegará ao fim. A vitória sobre o terrorismo será uma vitória comum dos exércitos russo e sírio", disse o entrevistado da Sputnik.

O general lembrou que a parceria militar entre os dois países é tradicional e que a tática adotada pelo exército da Síria no momento se fundamente na experiência dos militares russos e soviéticos. Suleiman adicionou que todo o equipamento dos soldados sírios também é russo. Além disso, muitos militares sírios estudaram na Rússia.

"As relações entre os oficiais russos e sírios são muito fortes agora — não só na dimensão militar, mas também no plano psicológico e social. Um aspecto 'espiritual' se revelou nas relações entre eles, pois esses oficiais combatem contra o terrorismo em nome da defesa dos povos dos dois países e de toda a humanidade", revelou o general sírio. "Ser irmão de armas é umas das formas mais sagradas de relações humanas", concluiu o interlocutor da Sputnik.


Sputniknews
www.marchaverde.com.br
28
Nov16

ESTE GATO É UMA PEDRA

António Garrochinho


O artista hiperrealista italiano Roberto Rizzo Pittore transforma pedras sem nenhuma graça em pinturas de animais reais. Este gato é chamado Pinto e tem cerca de 18 centímetros. Todas as suas obras são peças únicas, protegidas com verniz, com assinatura e certificado de autenticidade.


VÍDEO

aqui tem mais trabalhos de Roberto Rizzo em pedras que encontra na natureza





















28
Nov16

A PESCA COM "CORMORÕES" NA CHINA

António Garrochinho
Esta é uma parceria entre o homem e animal que já dura mais de um milênio. Um pescador precisa pegar peixes suficientes para vender e alimentar a si e sua família e ás vezes isso significa que ele precisa de um assistente. Ao longo dos caminhos fluviais da China a ajuda veio de um membro da ordem das aves suliformes: o pássaro que chamamos de cormorão, que em lugares como Yangshou são considerados animais de estimação. A principal diferença é que eles não nascem em cativeiro, senão que são atraídos por iscas e então passam a ser adestrados.

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A pesca com cormorões na China 01
Os cormorões são tratados com o máximo cuidado e atenção e se acostumam a viver com seus novos amigos de forma surpreendentemente rápida. O período de treinamento dura apenas cerca de duas semanas e logo eles estão totalmente prontos para seu novo estilo de vida.

A pesca com cormorão é considerada como uma arte ancestral de sobrevivência. Os costumes na China rural são conservados de tal modo, que saindo das grandes cidades em zonas da província de Guangxi, poderemos observar os tradicionais pescadores com cormorão caminhando pela cidade com seus pássaros equilibrados sobre um bambu.

Os cormorões são por natureza experientes pescadores e por isso, acompanham seus donos em uma jornada de pesca atados a uma cordinha de cânhamo. O pescador desloca-se à área de pesca em um barco ou balsa de bambu, e uma vez no lugar, acende seu lampião ou lanterna para cevar os peixes e coloca o pássaro na água.

O pássaro mergulha até 10 metros, pega um peixe com o bico e quando volta a superfície seu dono retira o pescado de sua boca e dá um naco de filé de peixe ao pássaro como reforço positivo. E o ciclo assim se repete. Podemos pensar que é uma exploração -e não estaríamos necessariamente errados-. No entanto, que relação entre homem e qualquer animal não é assim? Uma vez completada a jornada, o pescador libera o cormorão para que possa pescar por si só.

Se você já ouviu falar sobre isso antes, então há grandes chance de que você associe a pesca com cormorões com os chineses. Embora a atividade predomine nesta parte da Ásia, também já foi uma vez muito comum no Japão. De fato a pesca com cormorões já foi feita até na Macedônia.

Claro que hoje existem métodos muito mais eficientes de capturar um peixe. Os cormorões são mantidos agora mais para atrair turistas do que como forma de subsistência. No entanto, este ritual pode ser apreciado por um magnífico passeio pelo rio Li, um dos mais majestosos da China.
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A pesca com cormorões na China 02
Via: Stuck in Customs
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A pesca com cormorões na China 03
Via: Pathos Photos
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A pesca com cormorões na China 04
Via: Phogel
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A pesca com cormorões na China 05
Via: Pathos Photos
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A pesca com cormorões na China 06

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A pesca com cormorões na China 07
Via: Proggie
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A pesca com cormorões na China 08
Via: oafbot
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A pesca com cormorões na China 09
Via: Andy Sitonen
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A pesca com cormorões na China 10
Via: Flaneur Harris
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A pesca com cormorões na China 11

Via: Phil @ Delfryn Design
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A pesca com cormorões na China 12
Via: Pathos Photos
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A pesca com cormorões na China 13
Via: haechoo
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A pesca com cormorões na China 14
Via: oafbot
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A pesca com cormorões na China 15
Via: Luc V de Zeeuw
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A pesca com cormorões na China 16

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A pesca com cormorões na China 17
Via: Gastromonk
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A pesca com cormorões na China 18
Via: Unvarnished
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A pesca com cormorões na China 19
Via: Umissable Japan
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A pesca com cormorões na China 20
Via: Kyoto

www.mdig.com.br
28
Nov16

5 Argumentos a Favor e Contra a Pena de Morte

António Garrochinho



A existência da pena de morte em qualquer sociedade levanta uma questão subjacente: se nós estabelecemos os nossos sistemas de justiça de um desejo para a reabilitação, ou de um desejo de vingança?

5A. Contra: Não ensina nada ao condenado

Qual é a finalidade da pena? Nós levamos a nossa liderança de uma fonte importante, nossos pais, e eles, sem dúvida, levam a sua liderança a partir de seus próprios pais. Quando o seu filho imita o que acabou de ver em um filme de Rambo, você dá-lhe um sermão sobre o que é real e o que não é, o que é aceitável na vida real e o que não é. Quando seu filho tenta algum movimento acrobático louco numa peça de mobiliário e se fere a si mesmo, você pode bater-lhe para ter certeza de que ele se lembra de nunca mais fazer isso de novo. Assim, quando a criança cresce, invade uma casa e rouba eletrônicos, ele é pego e vai para a prisão. Seu tempo na prisão é para privá-lo da liberdade de ir para onde ele quiser em qualquer lugar do mundo e não para fazer o que ele quer, quando ele quer. Esta é a punição e a maioria das pessoas não aprende com ela. Mas, em geral, ninguém quer voltar. Mas se essa criança cresce e assassina alguém para roubar a sua carteira ou apenas por diversão e eles por sua vez são condenados à morte, não lhes é ensinado exatamente nada, porque eles não estão mais vivos para aprender com isso. Não podemos reabilitar uma pessoa matando-a.

5B. A favor: É o Aviso Final

No entanto, se os criminosos sabem, com premeditação, sem dúvida, que eles serão condenados à morte por assassinarem, muitos deles deveriam ser menos inclinados a cometer o assassinato. Queiram ou não que os criminosos estejam receosos de cometer o pior crime, é impossível, uma questão importante e provavelmente uma questão para responder. Assim, alguns criminosos desconsideram este aviso, por várias razões. Mas o fato que permanece é que muitos criminosos que montam a cerca de cometer assassinato, em última análise, decidem poupar a vida da vítima.

Num sentido mais amplo, a pena capital é o aviso final contra todos os crimes. Se o criminoso souber que o sistema de justiça não vai parar de colocá-lo à morte, então o sistema parece pior para ele. Por isso, ele é menos inclinado a quebrar e entrar. Ele pode ter a intenção de matar alguém no processo de os roubar, mas é muito mais apreensivo com a possibilidade, se souber que será executado. Assim, há uma melhor chance dele não cometer o ato.


4A. Contra: Ele não dissuade

Se a presciência de qualquer punição serve para dissuadir o criminoso de cometer o crime, por que as pessoas ainda matam outras pessoas? Os EUA tinham uma taxa de homicídios em 2012 de 4,8 vítimas por 100.000 - intencionando que cerca de 15.000 pessoas foram vítimas de homicídio naquele ano. A pena de morte parece estar fazendo o seu trabalho, mas não parece estar a mudar a mente de cada criminoso sobre matar pessoas inocentes. Se ele não dissuadir, então ele não serve para nada. A advertência de prisão perpétua sem liberdade condicional deve igualmente dissuadir criminosos.

4B. A favor: Fornece encerramento das vítimas

Há muitas vítimas de um único assassinato. O criminoso é apanhado, julgado e condenado e entende-se que a punição será severa. Mas a pessoa que ele matou já não tem um papel a desempenhar nesse processo. Infelizmente, o assassino privou sua família e amigos de um ente querido. Sua dor começa com o assassinato. Ele não pode terminar com a execução do assassino, mas a execução gera uma sensação de alívio por não ter que pensar sobre o calvário, um sentimento que muitas vezes não surge enquanto o assassino ainda vive.

Um sistema em vigor para efeitos de concessão de justiça não pode fazê-lo para as vítimas sobreviventes, a não ser o próprio assassino ser condenado à morte.

3A. Contra: É hipocrisia

É estranho uma nação se recuperar da prática de assassinato por cometer o mesmo ato. Ao fazer isso, estamos defendendo, essencialmente, o direito à vida, levando-a de outras pessoas. Mas, na verdade, acham que não são assassinos e, compreensivelmente, se recusam a ser colocados na mesma categoria que alguém como Ted Bundy. Mas, para muitos opositores da pena de morte, mesmo a Ted Bundy, deveria ter sido dada a vida sem liberdade condicional. O fato de que ele matou pelo menos trinta pessoas - pela simples razão de que ele gostava de fazer isso -, não tem qualquer influência sobre a hipocrisia, a desonestidade flagrante, da declaração de que tal pessoa merece ser morta, porque ele não tinha o direito de matar. 

Se a meta de qualquer punição, como dito acima, é nos ensinar essas coisas que não devemos fazer, então o sistema de justiça deve ensinar de forma mais adequada a criminalidade de matar ao se recusar a participar na morte também.

3B. A favor: É tudo quanto os criminosos têm medo

Se você ler sobre a vida de Bundy na prisão, esperando nove anos por sua execução, você vai ver que um homem exausto por cada ponto jurídico único que ele e seus advogados poderiam pensar, tudo na tentativa de poupá-lo de execução. Ele se "defendeu" em entrevistas de prisão culpando a pornografia para causar sua libido adolescente incontrolável e para o levar a pensar nas mulheres como objetos e não seres humanos. Ele tentou ter sua sentença de morte comutada para prisão perpétua sem condicional, explicando que era tudo culpa de pornografia e que se ela nunca tivesse existido, ele seria uma boa pessoa.

Quando isso não funcionou, ele fingiu estar limpo e disse à polícia onde os corpos das vítimas não encontrados estavam, de modo que suas famílias pudessem fechar o assunto. Ele nunca admitiu que ele era uma pessoa má e, pouco antes de sua execução, ele alegou que ele não tinha feito nada de errado. Era óbvio que ele temia ser condenado à morte. Ele fez o seu melhor para evitá-lo. 
Isso significa que ele não temia a vida na prisão, pelo menos não tanto quanto ele temia a pena capital. Ele teve muitas oportunidades para se matar em sua cela, mas ele não o fez. Ele poderia ter feito isso um mês antes de sua execução, quando toda a esperança de clemência tinha ido embora, mas ele tinha medo da morte. Quantos pretensos assassinos se afastaram no último segundo puramente por medo da agulha do carrasco?

2A. Contra: É sempre Cruel

No final, no entanto, a morte é sempre pelo menos um pouco doloroso. Talvez a única forma verdadeiramente pacífica para ir é durante o sono, mas ninguém jamais voltar a dizer que não doeu. Se o seu coração pára enquanto você dorme, é certamente possível que o seu cérebro reconheça um problema e o acorde no exato momento quando é tarde demais. Então, o que nós não podemos compreender, devíamos deixar a natureza fazer, não devemos forçar sobre os outros por qualquer motivo. Se fizermos isso, talvez seja justo dizer que nós, cumpridores da lei, as pessoas, que incorporam o sistema de justiça, são culpados de igual crueldade para com os criminosos que cometem assassinato. A Declaração Universal das Nações Unidas dos Direitos Humanos, por exemplo, determina que "ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante."

Nos EUA, há cinco métodos legais de execução: injeção letal, eletrocussão, pelotão de fuzilamento, de suspensão e gaseamento. Estes são todos com a intenção de ser o mais simples possível, mas todos eles correm o risco de acidentes. John Wayne Gacy, que não tinha medo da morte, foi executado pelo método mais livre de risco e eficiente, a injeção letal. No entanto, sua morte não saiu como planejado.

O tiopental sódico entrou em sua corrente sanguínea com sucesso e colocou-o para dormir. O brometo de pancurônio foi então administrado com sucesso para paralisar o seu diafragma. Isto iria causar asfixia se o seguinte produto químico, cloreto de potássio, não fosse imediatamente administrado para parar o coração. Mas o cloreto de potássio tinha congelado em seu tubo antes de Gacy ser trazido para o quarto. Ele estava inconsciente e incapaz de respirar por alguns minutos enquanto o último tubo do medicamento foi alterado. Sua morte levou 18 minutos, em vez dos habituais sete. E se a sua dor era grande ou não, é impossível de determinar.

2B. A favor: Nem sempre é cruel

É verdade que a crueldade não deve ser legalmente tolerada e os cinco métodos listados acima são muito eficientes em matar o condenado antes que ele ou ela seja capaz de sentir. Com certeza, não somos capazes de saber se os mortos sentem ou não pressão em seus pescoços ou se os produtos químicos queimam dentro deles, mas as execuções americanas modernas raramente dão errado. Pode acontecer, mas os acidentes registados desde 1976, são cerca de 10 em todo o país, a partir de 1328.

Quando o condenado é preso na cadeira elétrica, um dos condutores é amarrado com segurança ao redor da cabeça com o metal contra o couro cabeludo raspado e molhado. Isso permite que a eletricidade a ser realizada diretamente no cérebro, seja desligada rapidamente antes do cérebro registar a dor.

As causas de morte por encaixe no gargalo do condenado em torno da segunda capacidade das vértebras do cérebro, são desligadas imediatamente para comunicar com o resto do corpo, fazendo com que o coração pare em segundos.

O pelotão de fuzilamento envolve 5 homens que disparam o coração do condenado com rifles de alta potência. O coração está completamente destruído e inconsciência em poucos segundos.

A câmara de gás já não é usada sobre o condenado, porque freqüentemente parece causar mais dor do que era esperado ou aceitável. O gás é geralmente o cianeto de hidrogênio, o que inibe a respiração mitocondrial em todas as células de todo o corpo e teoricamente desliga o cérebro como um interruptor de luz. Mas isso requer que o condenado respire profundamente.

1A. Contra: Prisão é o Inferno na Terra

Considere um pedófilo que mata uma menina infantil por estuprá-la. Há um "código de honra" não escrito nas prisões que praticamente exige aos presos que matem tais infratores. Provavelmente, metade dos presos da América foram de alguma forma abusados quando eram crianças e abrigam um ódio fervente por aqueles que abusam de crianças. Ao pedófilo que assassinar não é dada a pena de morte, mas provavelmente irá passar dez anos na prisão. Provavelmente será alojado em uma cela solitária para sua própria proteção, mas há frequentemente buracos em tal proteção e os presos podem encontrar o caminho para ele. E, quando isso acontece, os pedófilos são frequentemente estuprados, castrados, espancados até a morte, esfaqueados e, às vezes, até mesmo decapitados antes de guardas chegarem – guardas que podem deliberadamente ignorar a cena ou podem salvá-los.

A maioria dos prisioneiros têm consideração uns aos outros por estarem na mesma situação e tratam-se bem uns aos outros, em geral. Mas eles ainda estão na prisão e desesperam pela sua falta de liberdade. Como era a vida de Zacarias Moussaoui, o membro das equipas de sequestro do 11 de setembro que foi apanhado um mês antes do ataque? Um único jurado o salvou da morte. Desde 2006, foi preso por 23 horas por dia em uma pequena cela de, com uma hora de exercício diário em uma piscina vazia de natação, não tem acesso a outros presos, tem apenas contato raro com guardas, que nada lhe dizem, não pode ver nada do mundo exterior, exceto uma pequena porção de céu e esta será a vida. A pena de morte é uma ameaça desnecessária.

1B. A favor: É a melhor resposta para crimes graves

O sistema de justiça basicamente tenta infligir castigos que se encaixam no crime. Crimes graves resultam em prisão. Roubo não é tratado com a gravidade que é dispensada para assassinatos, que, consequentemente, recebem mais tempo na prisão. Então, se for grave, mas não de violência para com os outros, é encontrado um merecedor da vida sem liberdade condicional e é dado homicídio premeditado a mesma punição? Este fato pode induzir um suposto criminoso para ir em frente e matar a vítima já assaltada e aleijada. Por que isso importa, afinal? Sua sentença não poderia ficar pior.

Se o assassinato é a privação voluntária do direito da vítima à vida, então a privação intencional do sistema de justiça do direito do criminoso é o mesmo, mesmo que excessivamente severo, uma punição que se encaixa no crime mais grave que pode ser cometido. Sem pena de morte, pode-se argumentar que o sistema de justiça não prevê, em resposta ao crime de homicídio e, portanto, não fornece nenhuma justiça para a vítima.

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28
Nov16

O Genocídio de Ruanda

António Garrochinho



O genocídio ruandês, o massacre da minoria tutsi e alguns hutus pela maioria hutus, custou cerca de 800.000 vidas em apenas 4 meses, em 1994. 20% da população de Ruanda foi mortalmente assassinada e cerca de 70% pertencia à minoria tutsi. Depois do derramamento de sangue terminar, o país, se não o mundo, procurava freneticamente os criminosos assassinos para levá-los à justiça. Muitos dos assassinos por trás do genocídio desapareceram de repente e a Igreja Católica pode ser responsável pela sua fuga.

Na época do genocídio, a Igreja Católica foi chamada de "a mais poderosa instituição social de Ruanda." Cerca de 2 terços da população de Ruanda era católica. Grupos de direitos humanos e grupos de sobreviventes afirmam que a Igreja Católica foi cúmplice ao permitir que o genocídio ocorresse e alguns clérigos católicos participaram no massacre. Além disso, a Igreja Católica e o seu clero ajudaram alguns dos perpetradores do genocídio a fugir de Ruanda para escapar à perseguição ou para protegê-los da extradição.

Como outros padres fizeram com os ratlines nazistas após a Segunda Guerra Mundial, uma rede organizada de padres católicos ajudou e protegeu os padres genocidas. Houve uma rede de contrabando dos criminosos de Ruanda para a Europa, onde poderiam ser protegidos contra os processos e até mesmo continuar a pregar nas igrejas católicas. Muitos fugiram para Itália devido à forte presença da Igreja Católica no país e da capacidade de lutar contra a extradição.

Um desses sacerdotes era o padre Athanase Seromba. Durante o genocídio ruandês, o padre Seromba disse a cerca de 2.000 tutsis que poderiam refugiar-se da violência dentro da igreja em que ele operava. A 6 de abril de 1994, quando 2.000 dos tutsis se reuniram lá dentro, Seromba ordenou que a Igreja fosse demolida com os Tutsis lá dentro. Depois da igreja ser demolida, o padre Seromba e os seus capangas mataram os restantes sobreviventes.

Depois do genocídio ser interrompido, o padre Seromba fugiu de Ruanda com a ajuda de uma rede de clérigos simpatizantes. Continuou a praticar como sacerdote para a Igreja Católica, sob um nome falso, numa igreja perto de Florença, em Itália. Passou despercebido até 2002, quando foi descoberto por investigadores que trabalhavam com o Tribunal Internacional de Ruanda. O procurador-chefe do tribunal alegou que o Vaticano havia combatido a extradição do padre Seromba para enfrentar o seu julgamento. O Vaticano disse ao promotor que o padre Seromba estava "a fazer boas obras em Itália".

Os defensores dos direitos humanos em todo o mundo há muito tempo que tentam que a Igreja Católica se desculpe pelo seu papel no genocídio de Ruanda e pelas suas consequências. Até agora, a Igreja Católica não emitiu qualquer declaração semelhante.

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28
Nov16

A Castração Forçada dos Meninos Abusados

António Garrochinho



A castração era um estilo clássico de cantar; os cantores masculinos cantavam numa escala mais elevada, que podia geralmente apenas ser cantada por mulheres. Para produzir essa voz alta de castrato no sexo masculino, o cantor precisava de ser literalmente castrado antes de começar a puberdade, evitando que o corpo alcançasse a maturidade sexual e a sua voz se alterasse.

Pode perguntar-se: Porque razão não colocavam apenas as mulheres a cantar as notas altas? Bem, a Igreja Católica nunca pensou que fosse uma opção permitir que as mulheres a cantassem nos seus coros de igreja, citando um versículo da Bíblia: "Permitam que as mulheres estejam caladas nas igrejas." Em 2001, foi revelado que a Igreja Católica tinha incentivado que os meninos do coro fossem castrados, com o objetivo de alterar a sua faixa de canto. A partir do século XVI, a Igreja Católica castrou os seus coristas pré-púberes para evitar deliberadamente que atingissem a maturidade sexual.

Alguns dos cantores castratos, como Alessandro Moreschi, eram famosos entre os ópera-frequentadores da época da Europa. Moreschi e aqueles como ele, eram valorizados pela sua capacidade de utilizar a força vocal do corpo masculino com o alto registo da voz feminina. No entanto, a maioria dos rapazes castrados ficavam incapazes de cantar ou viver uma vida normal. Foram, portanto, descartados pela Igreja.

Em 1902, a Igreja Católica emitiu um decreto que proibiu a prática dentro da Capela Sistina, mas o Vaticano continuou a tolerar a prática. Pensa-se que o último cantor castrato se aposentou em 1959.

Mas o uso da Igreja Católica para a castração por vezes tinha uma intenção ainda mais obscura. Em 2012, foi revelado que a Igreja Católica na Holanda tinha castrado forçosamente os meninos do coro que ameaçavam dizer à polícia que tinham sido sexualidade abusados pelos seus padres. O jornalista investigativo holandês, Joep Dohmmen, descobriu a história de um menino num internato católico que foi abusado sexualmente por um monge holandês e relatou o abuso à polícia holandesa em 1956. Depois da Igreja Católica Holandesa descobrir que o menino relatara o abuso às autoridades, colocaram-no numa ala psiquiátrica administrada pela igreja, declararam-no homossexual e castraram-no.

Houve pelo menos 10 outros casos semelhantes entre os colegas do menino, que também foram abusados sexualmente pelos sacerdotes e depois forçosamente castrados pela Igreja Católica quando tentaram relatá-lo.

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28
Nov16

O Comércio Ilegal de Marfim

António Garrochinho



O comércio de marfim é uma prática horrível. O comércio, maioritariamente ilegal, tem colocado numerosas espécies em perigo, dizimando a população de elefantes em África. Os elefantes, uma das espécies mais inteligentes do planeta, são mortos insensatamente e desumanamente e as suas presas de marfim são roubadas. O resto do corpo mauado do elefante é descartado como desperdício. Talvez a principal razão pela qual a prática ilegal exista seja devido à religião organizada.

Com o objetivo de parar a violência, 180 países reuniram-se e formaram o tratado CITES, ou Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas. A finalidade do tratado é manter as espécies ameaçadas de extinção, colocando fim a práticas que têm obliterado as suas populações, como o comércio de marfim ou o comércio das barbatanas de tubarão. Houve uma notável exceção entre os signatários: a Igreja Católica.

A Igreja Católica opôs-se à tentativa de proteger as espécies ameaçadas de extinção porque a Igreja Católica compra muito marfim. Não o faz por necessidade, mas por tradição. Muitos dos crucifixos decorativos em igrejas católicas são feitos de marfim e só podem ser feitos através do abate de um elefante.

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28
Nov16

A Aliança aos Radicais Islâmicos

António Garrochinho



Em 1994, 180 países reuniram-se para redigir uma proposta com as Nações Unidas para enfrentar a próxima crise de superpopulação. O plano encontrou um inimigo inesperado na Igreja Católica. Na sua oposição ao plano, a Igreja Católica chegou a aliados improváveis: os radicais islamistas.

O plano elaborado por representantes de 180 países tentava adulterar a superpopulação, incluindo medidas para aumentar os direitos das mulheres e os direitos reprodutivos em todo o mundo. A Igreja Católica achou que este se opunha às suas opiniões conservadoras sobre o direito ao aborto e à liberdade sexual. Mas a Igreja Católica teve dificuldade em encontrar aliados em todo o mundo que se unissem à sua oposição, de modo que se aliaram com "governos radicais e fundamentalistas e grupos em países islâmicos".

O movimento recebeu uma denúncia rápida de países ocidentais ao redor do mundo. Os diplomatas ocidentais receavam que o Vaticano reforçasse os radicais islâmicos com planos de derrubar governos ao redor do Oriente Médio e formasse o seu próprio estado radical islâmico.

Depois do Irão assinar com a Igreja Católica, o vice-ministro das Relações Exteriores, Mohammad Hashemi Rafsanjani, insinuou uma aliança maior entre o Vaticano e o Islâmico Iraniano. Rafsanjani disse que "a colaboração entre os governos religiosos em apoio da ilegalização do aborto é um bom começo para a concepção da colaboração em outras áreas."

O Vaticano também atingiu uma aliança semelhante com a Líbia e outros governos fundamentalistas islâmicos. Como resultado do acordo, o Vaticano tentou ajudar a Líbia a conter os seus conflitos com as nações ocidentais. As nações ocidentais procuraram reprimir a ditadura depois de patrocinarem o ataque terrorista Lockerbie, em 1988, que resultou na morte de 259 pessoas.

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28
Nov16

DE SANTA É QUE ELA NÃO TINHA NADA

António Garrochinho

As Mentiras de Madre Teresa


Embora Madre Teresa fosse beatificada como santa pela Igreja Católica em 2003, na realidade, estava longe de ser a santa que a Igreja leva a crer. Na verdade, Madre Teresa nem é o seu nome verdadeiro; o seu nome é Anjeze Gonxhe Bojaxhiu e nasceu na Albânia. As questões não terminam com o seu pseudónimo.

Madre Teresa alcançou a fama ao ajudar os pobres de todo o mundo, mas ela fez exatamente o oposto ao longo da sua vida. Madre Teresa aceitou dinheiro do ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, que tinha sido roubado aos pobres do Haiti. Duvalier era conhecido por roubar milhões aos pobres do Haiti para manter o seu estilo de vida pródigo. Ele gastou US $ 2 milhões do dinheiro do Haiti para pagar o seu casamento extravagante. Duvalier também lucrou com o tráfico de drogas e venda de partes do corpo de haitianos mortos.

Madre Teresa também lidou com outro ladrão, chamado Charles Keating. Keating é o banqueiro mais conhecido por fraudar os contribuintes americanos em mais de US $ 3 bilhões durante a crise de poupança e empréstimo dos anos 80 e 90. Keating doou US $ 1,25 milhões a Madre Teresa e emprestou-lhe o seu jato particular para a missionária fazer boa figura em todo o mundo. Keating mais tarde seria condenado em tribunais estaduais e federais de uma litania de crimes, incluindo fraude e conspiração. Depois de Keating ser condenado, Madre Teresa recusou-se a devolver o dinheiro roubado e pediu a um dos tribunais que anulasse a sua sentença.

O que ela fez com o dinheiro permanece em questão. Os cuidados que prestou aos doentes e pobres nos seus hospícios foi dito ser totalmente insalubre, os cuidados médicos eram totalmente insuficientes e a gestão da dor pela morte era cruelmente inadequada. Os seus hospícios nem sequer faziam distinção entre os doentes terminais e aqueles que poderiam ser curados. Consequentemente, os pacientes com doenças curáveis morriam devido ao tratamento pobre e insalubre que recebiam nas instalações de Madre Teresa.

A sua motivação para estabelecer esses hospícios pode ter sido menos de compaixão e mais de fundamentalismo. Madre Teresa encorajava insensivelmente os que trabalhavam nos seus hospícios a baptizar pacientes moribundos, independentemente das crenças religiosas ou do consentimento do paciente. O fundamentalismo de Madre Teresa estendeu-se além do tema do baptismo. Afirmou que o aborto era "o maior inimigo da paz no mundo" e opôs-se à contracepção, mesmo nos casos de violação e incesto.

Madre Teresa também defendeu um padre pedófilo chamado Donald McGuire, tentando dar-lhe clemência depois dele ser condenado por violar crianças. Ela queria que ele fosse reintegrado como sacerdote, apesar dos seus crimes hediondos.

A maior ironia de tudo isso é que, no final da sua vida, Madre Teresa nem sequer acreditou no fundamentalismo que pregava ou na religião que passou a vida a servir. Após a sua morte, as cartas que a Madre Teresa havia escrito para o Vaticano revelaram que ela tinha deixado de acreditar na religião que pregava. Madre Teresa escreveu: "Trabalho para quê? Se não há Deus, não pode haver alma. Se não há alma então, Jesus também não é verdadeiro."


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28
Nov16

SABIA QUE....

António Garrochinho


Hachiko era um cão da raça akita, que viveu entre 1923 e 1935, mundialmente conhecido por sua fidelidade a seu dono, o professor universitário Hidesaburō Ueno.
Hachiko acompanhava todos os dias seu dono de sua casa até a estação de comboio Shibuya, que levava o professor ao trabalho.
À noite, encontrava-o no mesmo lugar para acompanhá-lo de volta à casa. Depois de pouco mais de um ano nessa rotina, Hidesaburō teve um AVC no seu trabalho e faleceu.
Hachiko foi viver com parentes de seu dono em Tokio, mas sempre fugia e voltava a Shibuya. Após um ano sem que o cachorro se acostumasse com a nova casa, fugindo sempre para esperar o seu dono na estação, o cão foi dado ao jardineiro do professor, que o conhecia desde filhote.
No entanto, Hachiko continuava fugindo. Ao perceber que seu dono não morava mais na casa, o cão passou a ir para a estação todos os dias, ao longo dos anos, esperando que Hidesaburō Ueno voltasse para casa.
Até sua morte. Hachiko ficou famoso no país inteiro e era utilizado por pais e professores, para ensinar as crianças sobre lealdade e perseverança.
Ele ganhou uma estátua em bronze, em frente à bilheteira da estação de Shibuya, e todos os anos no dia 8 de Março é realizada uma cerimónia solene em homenagem ao cão.
28
Nov16

Mais uma vez o "jornalixo"

António Garrochinho

Cheguei à conclusão que o jornalismo de hoje é conscientemente aldrabão, criminoso e composto de uma estrutura mental primitiva ou carente de sofisticação intelectual.
Em primeiro lugar, hoje, notam-se os sintomas de atraso mental na maior parte dos que se apresentam como jornalistas que são de uma ignorância gritante, arrogantes, peneirentos e como já disse conscientes de que todos os dias enganam quem os vê e lê borrifando-se eles para as críticas que até são muito poucas e suaves pelo papel que desempenham na "informação".

As pivots dos telejornais na sua cagança do alto do escadote têm (padecem da mania que são boas) muitas delas só com caca na cabeça e nalguns casos já com 70% plástico no body para não perderem o ordenado .Doentes imitações da Marylin, Lilis a cairem aos pedaços., metem dó aos que não fogem de imediato com medo do seu gesticular e verborreia encomendada. 

Claro que o que conta é o dinheiro na bolsa, as festas, as farras onde se mostram como se fossem manequins na montra, com etiquetas de preço alto a serem consumidas por enrugados burgueses com pózinho à mistura rentabilizando as suas traições e entrevistas no lixo cor de rosa.

Eles de sapatos último grito da moda, com ar de actores de cinema mas com orelhas salientes que nem burros fartam-se de se esforçar para parecer que são verdadeiros profissionais, que estão trabalhando e informando algo de positivo para os espectadores e leitores . São mais comediantes do que jornalistas.

Os outros, os patrões, poupam muito dinheiro com os lacaios que são mão de obra barata. Os que ladram nos telejornais, são tristes palhaços, de shows pobres e de mau gosto ,plagiadores, copiadores da estranja, gente sem capacidade de criação, opinadores medíocres, escritores da treta etc etc 
São uma mina para os donos da comunicação fazendo todos os papéis sem qualquer pudor ou problema de consciência.

Por fim o povo (uma grande parte do povo) empaturra-se com toda a merda que lhe é posta no prato e digladia-se mesmo perante a realidade que lhes entra pelos olhos dentro.
A mentira
A incompetência
A ignorância
O crime da manipulação e a camuflagem que muda e molda a vida dos cidadãos todos os dias.

António Garrochinho
28
Nov16

Uma história, duas narrativas: como israelitas e palestinos veem o 15 de maio de 1948?

António Garrochinho

Para uns, o dia 15 de maio de 1948 é uma data que lembra a criação do Estado de Israel. Para outros, esse é o marco de uma grande catástrofe. Literalmente. Para os árabes, o 15 de maio é o Dia da Nakba e “Nakba” quer dizer “catástrofe”. A data lembro os eventos que expulsaram mais de 800 mil palestinos de suas casas. Por isso, neste especial sobre o Dia da Nakba, conversamos com israelenses e árabes que testemunharam os eventos na época. Aqui, você vai encontrar detalhes sobre os vários lados dessa história e saber o que realmente está por trás do conflito.
Para entender duas visões tão opostas da mesma data, é preciso relembrar como foi criado o Estado de Israel. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo inteiro estavam empenhado para evitar que novos conflitos acontecessem. Nessa época, a recém-criada ONU assumiu o posto de organização supranacional que se propôs a achar a saída para diversos impasses pelo mundo. Entre eles, a tentativa de fundar, no Oriente Médio, um lar para o povo judeu, que havia sido massacrado no Holocausto. Então, na resolução 181 de 1947, a ONU resolveu dividir a Palestina em dois: o lado destinado aos judeus, que totalizaria 53% do território (e que compunham apenas 15% da população), e o lado árabe, que ficaria com 47% da terra (e que era a maioria dos habitantes).

A VERSÃO PALESTINA
A Nakba: o massacre que não terminou
nakbanakba
No dia da Nakba, crianças em Gaza seguram chaves para simbolizar o retorno à terra palestina. 
Se você caminhar por uma ruazinha qualquer da cidade de Al-Khalil (ou Hebron, na versão em hebraico), na Palestina, pode parar um transeunte e perguntar sobre a Nakba. O termo, que ao pé da letra significa “catástrofe”, está bem vivo na memória dos palestinos e muita gente conhece seu significado histórico na ponta da língua. A expressão descreve o processo de expulsão do povo local. Até hoje, árabes dizem que houve uma limpeza étnica na região depois da criação do Estado de Israel. Nessa série de conflitos, muitos vilarejos palestinos foram dizimados e mais de 800 mil palestinos tiveram de buscar refúgio em outros cantos do mundo.
O território palestino já vivia em conflito antes de 1948. Desde 1923, a Palestina vivia sob domínio inglês e diversos revoltas brigaram pela independência do país. Quando judeus começaram a comprar terras por lá e, depois, a ONU garantiu um território extenso para os judeus da região, os protestos árabes ganharam força.
De acordo com os palestinos que viviam por lá, grupos sionistas armados já aterrorizavam as vilas muito antes da grande catástrofe. “Muito antes de 1948, esses grupos atacavam os árabes. Nós recebíamos as notícias sobre os assassinatos”, conta Mazen Nicolas Manasseh, palestino de Haifa, que vive hoje em São Paulo. Ele foi um dos milhares que deixaram suas casas devido aos ataques em 1948, aos sete anos de idade. As milícias sionistas como a Haganah, que atuavam nessa época, serviram de embrião para estruturas militares futuras, como a própria Força Armada de Israel.
A grande catástrofe
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Palestinos deixando suas vilas em 1948.  
O descontentamento com a partilha da Palestina fez a região mergulhar em protestos. A situação piorou de vez com o reconhecimento do Estado de Israel, em maio de 48, um marco da Nakba. Com isso, as tropas sionistas deram início a um plano para “limpar” o território de seus habitantes palestinos. O palestino Abder Raouf Ibrahim Misleh, que hoje mora no interior de São Paulo, relembra o ataque à sua aldeia, Kakun. Foram jogadas bombas na na praça central, onde a população se reunia ao fim do dia. Ele, que tinha 13 anos de idade à época, mal tinha saído da escola e se deparou com a destruição do local, onde cerca de 40 pessoas haviam morrido. “Era difícil reconhecer quem era quem. Tive de passar a mão pelo rosto de uma das crianças mortas, para tentar reconhecer quem era ele”, relata. Também coube a Abder Raouf levar a notícia à família do menino, que havia sido morto no ataque. Ele deixou a Palestina em 1948, rumo à Jordânia.
Ataques semelhantes aconteceram em diversas partes da palestina, devastando por volta de 500 vilas. O número de pessoas que foram expulsas de suas terras e tiveram de buscar refúgio em outros lugares chegou ao marco dos 800 mil palestinos . O problema maior é que a catástrofe não se restringiu a 1948 e a Palestina ainda sofre com o processo de expulsão e limpeza étnica. “A Nakba ainda não acabou, a Nakba acontece todos os dias”, resume Abder Raouf.
A VERSÃO ISRAELENSE
A independência e o retorno às origens
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Aniversário de 25 anos da declaração de independência de Israel, em Jerusalém.
“Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel (…)”. Foi o que Deus disse para Moisés, ou pelo menos é o que está escrito na bíblia. A terra que jorra leite e mel era Canaã, que hoje compreende Israel, a faixa de Gaza e outras partes do mundo árabe. Deus teria prometido essa terra ao povo hebreu há aproximadamente 3800 anos atrás. Ou seja, há muitos anos o povo judaico acredita que tem direito à terra que hoje é Israel.
O começo da guerra
Adam Levi* é um judeu que viu a história da independência de Israel se desenrolar na sua frente. Nascido na ainda chamada Palestina e morando no Brasil há mais de quatro décadas, era uma criança de 12 anos quando presenciou a guerra. Ele afirma que a sua infância foi de intensa convivência com árabes, tendo inclusive aprendido a língua quando criança. E todos se davam muito bem até mais ou menos o ano de 1942, quando os ingleses começaram a estimular a disputa entre os dois povos. Tudo para não perder o poder de influência sobre o Oriente Médio.
No dia 29 de novembro de 1947 o Plano de Partição da Palestina foi aprovado. Os líderes palestinos de facções mais radicais se sentiram injustiçados com a situação e recusaram o plano, mesmo com a aceitação de Israel e de uma boa parte dos povos árabes que lá moravam. As tropas israelenses foram eficientes na ocupação do território – enquanto a guerra civil, ou guerra palestino-sionista começava.
A tão aguardada independência
De uma só vez, três grandes eventos aconteceram: no dia 14 de maio de 1948 o mandato britânico teve fim, a independência de Israel foi proclamada e os árabes invadiram o Estado recém-criado. Para muitos judeus, Israel não expulsou ninguém do seu território. Os líderes árabes, já planejando o ataque, teriam alertado o seu povo, que se retiraram por vontade própria.
A guerra foi sentida principalmente por Adam que viu aviões egípcios caindo do lado da sua casa, na Galileia. Ele, que ajudou nas construção dos Bunkers (estruturas fortificadas que protegem contra o inimigo) também perdeu primos e tios no período. Para ele e sua mulher, também judia nascida na antiga Palestina, a guerra faz crescer, por bem ou por mal. E ainda completam: “Os maiores problemas são os extremistas dos dois lados. Com conversa dá pra resolver tudo”.
*O nome foi trocado a pedido do entrevistado


super.abril.com.br
28
Nov16

Câmara de VRSA com bandeira a meia-haste para homenagear Fidel Castro

António Garrochinho


A Câmara de Vila Real de Santo António vai homenagear o líder cubano Fidel Castro, que morreu na passada sexta-feira, colocando a sua bandeira a meia-haste.
Em nota enviada às redações, o presidente da Câmara de VRSA Luís Gomes, manifesta «o seu pesar» e lamenta a morte de Fidel Castro.
No mesmo documento, o autarca destaca «o papel importante da República de Cuba na recuperação da visão e dos problemas oftalmológicos de mais de 300 vila-realenses», uma vez que «a autarquia de Vila Real de Santo António foi pioneira no envio de pacientes a Cuba para realização de cirurgias oftalmológicas quando, em Portugal, no Serviço Nacional de Saúde, se esperava em média 8 anos por uma cirurgia».
Além da saúde, Vila Real de Santo António «possui diversos protocolos estabelecidos com Cuba em diversas áreas, nomeadamente na educação, desporto, desenvolvimento comunitário e reabilitação urbana», acrescenta a nota.
Na cultura, esta proximidade traduz-se na organização anual do Encontro de Cultura Cubana, evento que está prestes a cumprir uma década de existência, bem como ao acolhimento, em Vila Real de Santo António, da cimeira Ibero-americana José Martí.

www.sulinformacao.pt
28
Nov16

Acordo Ortográfico vai ser "aperfeiçoado". Associações querem é exterminá-lo

António Garrochinho


Academia de Ciências vai sugerir o regresso de algumas consoantes mudas

Academia das Ciências de Lisboa (ACL) vai apresentar, ainda este ano, um estudo para aperfeiçoar o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90), sugerindo nomeadamente o regresso à utilização de algumas consoantes mudas.

Em declarações à Lusa, o presidente da ACL, Artur Anselmo, salientou que a instituição não tem qualquer tendência política e que o AO90 é "um problema científico e não político", que deveria de ser resolvido definitivamente, e que é utópico impor uma grafia igual em todos os países que falam português.

Ana Salgado, coordenadora do novo dicionário da Academia (que deve estar pronto em 2018), disse também que o acordo não estabelece uma ortografia única e inequívoca, o que permite várias interpretações e, por isso, causa instabilidade. O estudo da Academia pretende acabar com essa instabilidade. A responsável frisou à Lusa que a ACL não defende a revogação do AO90, mas sim o seu aperfeiçoamento, sendo que o que propõe são ajustes, como de resto a Academia brasileira já fez também.

A Academia vai, por exemplo, recomendar o emprego do hífen em algumas palavras (fará uma listagem) - ressalvando que o não emprego do hífen "não quer dizer que seja um erro".

Quanto às consoantes que não se pronunciam a ACL vai defender que elas só caiam nos casos em que há uma grafia única em Portugal e no Brasil (como na palavra 'ação'). No entanto, em casos como a palavra 'recepção' "a nossa leitura" (da ACL) é que a escrita com o 'p' é "legítima no espaço lusófono". Na palavra 'optica', a ACL defende também o uso do 'p'.

Professores de acordo... com limites

A presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Antunes Ferreira, reagiu a este anúncio afirmando que aceita uma "revisão ligeira" do AO90, "para não trazer tantos prejuízos, mas nunca anular o AO90".

"Temos de ver em que termos será feita essa revisão", advertiu.

Por exemplo, relativamente ao regresso de algumas consoantes mudas, Edviges Ferreira foi clara: "nós não concordamos; é muito mais simples escrever conforme falamos do que estarem a perceber ou a decorar, principalmente depois de ter abolido e estar a escrever de uma determinada forma, estar a voltar atrás".

"Temos que ver o que está bem e o que está mal", disse Edviges Antunes, que aconselhou "muito cuidado" numa eventual revisão.

Grupos querem é o fim do AO

Do lado das associações que se dedicam à luta contra o AO, a revisão não chega.

O Grupo em Acção Contra o Acordo Ortográfico (GACAO) demarca-se da ideia, ainda que estime que este "pode ser um primeiro passo para o fim" do acordo, como disse à Lusa Madalena Homem Cardoso.

Para a responsável do GACAO, que reúne 75.000 membros, "rever é talvez um primeiro passo para acabar com o disparate total", disse Madalena Homem Cardoso, referindo-se ao AO1990.

Já os defensores da simples revogação do AO90 consideram mesmo que as posições "revisionistas" do AO90 "são de rejeitar"

Ivo Miguel Barroso, que tem contestado o Acordo, não tem dúvidas: "O destino adequado para o AO90 é o caixote do lixo", disse à Lusa, alertando que "para ser revisto, é necessário que haja uma alteração do teor do Anexo I e II (Bases e Nota Explicativa)", do Acordo.

"Quem conhece o Direito dos Tratados sabe perfeitamente que, se o AO90 é para ser revisto, é necessário que haja uma alteração do teor do Anexo I e II (Bases e Nota Explicativa). Ou seja, tal implicaria um novo Tratado ou uma revisão do mesmo entre todos os Estados da CPLP, no sentido de alterar o Anexo I do AO90", afirmou.

"Ora, para que isso suceda, é necessário que todos os Governos dos Estados assinem; e que, depois, o novo Tratado seja ratificado internamente. Por outro lado, tal propósito de revisão significaria que pelo menos parte das normas do AO90 não seriam para cumprir", realçou Ivo Miguel Barroso.


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28
Nov16

PS Beja considera taxa de IMI “demasiado elevada”

António Garrochinho


     
O Grupo do PS na Assembleia Municipal de Beja absteve-se na votação da proposta da Câmara para a taxa de IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, a cobrar em 2017.
A Câmara Municipal vai aplicar uma taxa de 0,36% para os imóveis urbanos da área do Concelho de Beja.
O PS entende que “a taxa estabelecida é ainda demasiado elevada e que tal facto deriva de nunca a CDU ter reduzido a mesma ao longo deste mandato autárquico”.
Numa nota enviada à comunicação social, o PS relembra que a receita de IMI na área do concelho era de cerca de 2,3 milhões de euros em 2012 e que foi superior a 3.5 milhões de euros em 2015.
O PS entende por isso que “a redução de IMI iniciada no mandato anterior deveria ter tido continuidade de forma progressiva, aliviando a taxa deste imposto municipal sobre os proprietários de imóveis em Beja, algo que não aconteceu”.
A proposta socialista fixava o IMI para 2017 em 0,34% acrescentando ainda uma majoração de redução à taxa- base em função dos agregados familiares terem 1, 2 ou 3 e mais filhos.
O PS estima que Beja deverá ter este ano a maior receita de sempre de impostos municipais e que rondará, ou poderá mesmo superar, os 7 milhões de euros.
Os socialistas recordam ainda que “por erro exclusivo da Câmara de Beja os coeficientes de localização de imóveis em várias zonas da cidade de Beja estão errados desde o início de 2016, penalizando bastante quem tenha inscrito ou reavaliado imóveis durante o corrente ano (...)”.

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28
Nov16

Domingues procurou apoio político mas ele não chegou

António Garrochinho


Presidente espera rapidez na resolução do problema criado com a saída de António Domingues 

Administradores estavam disponíveis para entregar declarações no TC e governo sabia. PS não teve força para demover o BE

O apoio do Bloco de Esquerda ao projeto do PSD, aprovado no Parlamento, e a incapacidade do PS para demover o seu parceiro de coligação foi a gota de água na relação de desconfiança que há muito se tinha instalado entre a administração da CGD e o governo. A forma como o PS e o governo geriram este dossiê acabou por ser determinante, levando a uma renúncia que acabou por surpreender o executivo.

A equipa de António Domingues já tinha decidido entregar as declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional e o executivo, bem como o BE, sabiam dessa intenção. O apoio à iniciativa do PSD que torna essa entrega obrigatória por lei caiu por isso muito mal na administração da Caixa. Esse mal-estar foi comunicado ainda na quinta-feira ao executivo, com conhecimento a Belém. Na sexta-feira de manhã houve uma segunda votação - com uma avocação pedida pelo PS -, repetindo-se o resultado da véspera.

A demissão de António Domingues, que deverá ser acompanhada pela demissão dos restantes administradores, foi então comunicada ao governo, mas só deverá ser formalizada hoje. De qualquer forma, foi já assumida pelo Ministério das Finanças que ontem informou lamentar esta renúncia, esclarecendo que "a renúncia só produzirá efeitos no final do mês de dezembro".

O Ministério das Finanças garante ainda que "muito brevemente será designada, para apreciação por parte do Single Supervisory Mechanism [o supervisor bancário europeu], uma personalidade para o exercício de funções como presidente do conselho de administração da CGD, que dê continuidade aos planos de negócios e de recapitalização já aprovados", mas em Belém e em São Bento reina a mesma preocupação, pelos atrasos que esta renúncia pode causar nos processos de recapitalização e reestruturação do banco público.

A meio da tarde de ontem, o Presidente da República recordou a importância da estabilidade do sistema financeiro e a necessidade de ultrapassar os problemas que surgem "uns dias de manhã, outros à tarde, outros à noite, à noitinha..." A referência causou surpresa porque Marcelo Rebelo de Sousa estava numa entrega de prémios a instituições de solidariedade, numa parceria da TSF com a Fundação Manuel António da Mota. O DN sabe que o Presidente já tinha conhecimento da demissão de António Domingues e quis deixar ali uma mensagem de tranquilidade e de esperança.

"Demissão tardia"

O primeiro partido a reagir à notícia foi o PCP que, pela voz de Jorge Pires, apontou baterias ao PSD e ao CDS, que acusou de terem criado um incidente político para fragilizar a CGD, nomeadamente ao levarem à votação em plenário uma proposta de lei no sentido de impor aos administradores do banco a apresentação das suas declarações.

Este é um tiro a fazer ricochete para atingir igualmente o Bloco de Esquerda, que votou ao lado do PSD e CDS, mas Mariana Mortágua não parece ter acusado o toque, preferindo voltar baterias contra a administração da Caixa, considerando que "a demissão de António Domingues só peca por tardia", já que "quem não reconhece a lei não serve para gerir o banco público".

O DN contactou o deputado do PSD, Leitão Amaro, que não quis prestar declarações, confirmando que o partido só nesta segunda-feira irá pronunciar-se. O CDS-PP também já confirmou que só hoje anunciará a sua reação.

Se o Ministério das Finanças foi lacónico no comunicado em que confirmou a renúncia de António Domingues, da parte do Partido Socialista só houve silêncio.

Governo tentou volte-face

Na SIC Notícias, Marques Mendes - que há uma semana tinha anunciado que a administração da Caixa tinha tomado a decisão de apresentar as suas declarações de rendimentos - defendeu neste domingo que foi por se ter sentido pessoalmente visado que António Domingues decidiu bater com a porta.

Segundo Marques Mendes, Domingues quis demitir-se logo na quinta-feira, quando o diploma foi aprovado com os votos favoráveis de PSD, CDS e BE. "Foi por isso que o governo e o PS pediram a repetição da votação. Houve uma votação na quinta e uma repetição na sexta", disse. "Houve ainda uma tentativa de ver se uma segunda votação alterava a primeira."

O pedido de demissão terá sido comunicado na sexta-feira, e, ainda segundo Marques Mendes, houve ainda tentativas da parte do governo de dissuadir António Domingues.


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