Lletra de la cançó La samarreta, que aparegué per primera vegada al LP col·lectiu «Dies i hores de la nova cançó» (1978).
Jo sóc fill de família molt humil, tan humil que d’una cortina vella una samarreta en feren. Vermella.
D’ençà, per aquesta samarreta, no he pogut caminar ja per la dreta. He hagut d’anar contracorrent perquè jo no sé què passa que tothom que el ve de cara porta el cap topant de terra.
D’ençà, per aquesta samarreta no he pogut sortir al carrer, ni treballar al meu ofici, fer de ferrer. He hagut de en el camp guanyar jornals, ai, si la gent ja no em veia, jo treballava amb la corbella.
I dintre de tots els mals, sé treballar amb dues coses: amb el martell i la corbella. Gairebé no comprenc perquè la gent quan em veia pel carrer em cridava: Progressiste! Jo crec que tot això era promogut pel seu despiste.
Potser un altre en les meves circumstàncies ja hagués canviat de samarreta. Però jo que m’hi trobe molt bé amb ella, perquè abriga, me l’estime, i li pregue que no se me faça vella.
Há um champagne concebido desde 2013, referente a uma edição limitada que custa(ria) a módica quantia de 1,2 milhões de libras esterlinas por garrafa, tal é a avaliação do seu estatuto diferenciado.
Tem o nome de “Goût de Diamants”, e cada garrafa com este líquido inacessível possui um arranjo de sumptuoso cristal Swarovski.
Eis a nunca acabada demonstração da criatividade esclavagista do poder económico. É vital para a Humanidade destruí-lo, arrasá-lo. Que ninguém possa comprar mais uma garrafa de vinho por 1 milhão de libras.
HÁ-DE HAVER UM TEMPO EM SERÃO OS ESPERMATOZÓIDES A DECIDIREM SE QUEREM SER BANQUEIROS OU JOGADORES DE FUTEBOL GUTERRES VAI SALVAR O MUNDO, RONALDO SALVA-SE DO FISCO EM ESPANHA. AMBOS SALVAM A CARTEIRA !
No rastro do documentário “What happened, Miss Simone”, vale a pena refletir sobre a vida, música e lutas da compositora negra que dizia: “É obrigação artística refletir o meu tempo”. Por Kauê Vieira, no Afreaka.
O movimento dos direitos civis é um dos momentos mais importantes da história dos Estados Unidos, concentrado principalmente em estados do sul do país, os factos ocorreram entre 1954 e 1968 e foram uma forma de resistência da comunidade negra que exigia o fim da segregação racial imposta por supremacistas brancos. O objetivo era questionar e boicotar decisões claramente racistas, como as proibições sociais quotidianas impostas aos negros e os direitos cedidos apenas às pessoas brancas o que, na visão dos estrategas do movimento, provocaria uma crise e consequentemente um diálogo com as autoridades.
De ambos os sexos, ativistas famosos e anónimos faziam uso de variados instrumentos culturais para reunir as pessoas e discutir a importância do orgulho negro. O discurso estava presente no teatro com o espetáculo “To Be Young Gifted and Black” – peça de Lorraine Hansberry que falava de racismo, igualdade social e de género; em reuniões nas igrejas gospel da comunidade; na literatura e retórica dos envolventes discursos de Martin Luther King, Malcolm X e Rosa Parks e na música, principalmente na obra de Nina Simone.
Nina Simone estava determinada em usar a música em prol dos negros. (Foto – John Rudoff / Facebook Oficial)
Nascida em 1933, na Carolina do Norte, estado do sudoeste do país e fronteira com alguns dos pontos nevrálgicos dos conflitos raciais, Eunice Waymon, nome de nascimento da artista, sofreu desde pequena os males do racismo. Contudo, desde os primeiros contactos com as teclas de um piano, colocou na cabeça que seria a primeira pianista clássica negra dos Estados Unidos e foi à procura do sonho. O tempo passou e já respondendo pelo nome de Nina Simone, a jovem conquistou o público com um estilo que unia jazz, blues, música clássica e gospel. Em função de canções como ‘I Loves You Porgy’, Nina, mulher e negra, era disputada por importantes casas de espectáculos conhecidas pela predominância branca, como o Town Hall em Nova Iorque.
O sucesso da cantora crescia em compasso com os conflitos raciais. Muitos foram os rastilhos para a fúria dos negros, sendo o massacre de 1963 um dos mais marcantes, quando quatro crianças negras foram mortas num atentado racista numa igreja batista na cidade de Birmingham, no Alabama, logo após o assassinato do ativista Medgar Ever no Mississippi. Os factos despertaram um sentimento novo em Simone, que percebeu o significado de ser negra nos Estados Unidos. Um momento crucial para a carreia da cantora, que resolveu transformar a sua arte em política, tornando-se num símbolo de expressão dos direitos civis e da luta do movimento negro.
Ao perceber o que era ser negra nos EUA, Simone decidiu se tornar uma ativista dos direitos civis. (Foto – Jack Robinson / Facebook Oficial)
O primeiro e duro recado da artista para as injustiças do país veio com ‘Mississippi Goddam’ (Mississippi puta que o pariu na tradução livre), que expressa toda a sua raiva e indignação acerca da situação dos homens e mulheres negros dos EUA. A faixa era um hino político e as suas letras cheias de raiva e desespero contrastavam com o conhecido repertório da artista e deixavam claro o objetivo de Simone de usar a sua música como mais um instrumento a favor dos direitos civis.
Determinada, Simone continuou mergulhada num momento considerado decisivo para a comunidade negra e continuou a dedicar toda a sua produção musical ao assunto. Em 1968, o movimento dos direitos civis sofreu outro duro golpe, a morte de um dos seus principais líderes, Martin Luther King, morto aos tiros em 4 de abril de 1968. O facto mexeu muito com Sinome que mais uma vez recorreu ao talento musical para expressar os seus sentimentos e escreveu a canção ‘Why? The King of Love is Dead’ (‘Porquê? O Rei do amor está morto’ na tradução livre), cantada por ela três dias depois numa performance emocionante no enterro de Doctor King.
No ano seguinte Simone, grande amiga da escritora Lorraine Hansberry, gravou um dos hinos dos direitos civis, ‘To Young Gifted and Black’, homenagem ao trabalho da amiga, conhecida por usar a arte como ativismo em prol dos negros e também por despertar a consciência política de Nina. No entanto, a guinada política de Nina não trouxe apenas benefícios para a cantora, que passou a ser negligenciada e evitada pelas casas de músicas, gravadoras e parte do público, que evitavam envolver-se diretamente com a causa. Esgotada com a violência dos conflitos e com a rejeição imposta por uma cultura ainda racista, Nina Simone resolveu afastar-se dos holofotes e deixou os Estados Unidos em 1970. Morou em Barbados, e em seguida passou um longo período na Libéria, depois Suíça, Holanda e França, onde acabou por fixar residência.
O movimento dos direitos civis deixou feridas profundas na sociedade norte-americana ao mesmo tempo que inspirou e inspira jovens dispostos até hoje a mudar a realidade de homens e mulheres negros. Tal como antes, as artes e especialmente a música tem vindo a exercer um papel fundamental nas mudanças. Nomes como Erykah Badu, Lauryn Hill e muitos outros beberam na fonte e seguiram os corajosos passos de Nina Simone na procura por uma sociedade que precisa de aprender de uma vez por todas a conviver com as diferenças. Nina Simone faleceu em 2003 deixando um legado ímpar para o mundo da arte e emblemático para a luta pelos direitos civis e igualdade racial.
“(I Can’t Get No) Satisfaction” foi a música que catapultou os Rolling Stones para o posto mais alto do rock nos anos 60 ao lado dos Beatles, deflagrando assim o que viria a ser chamado de british invasion, quando uma leva de bandas britânicas literalmente invadiram o lado de cá do atlântico dominando as paradas de sucesso. O single foi lançado em 6 de junho de 1965, tornou-se não só um sucesso instantâneo (foi primeiro lugar nos EUA e Reino Unido), como pode ser considerada o “hino nacional do rock n’ roll”.
Aproveitando o ensejo dos 50 anos do lançamento do single, reunimos aqui algumas curiosidades sobre a música
O famoso riff da música surgiu para Keith Richards no meio de uma noite de sono após um show da primeira turnê americana dos Rolling Stones. Ele acordou, gravou o riff que não saía de sua cabeça em um gravador portátil no quarto do hotel em que estava hospedado e voltou para dormir. No dia seguinte ligou o gravador, se deparou com o riff e se surpreendeu. Daí apresentou ao resto da banda
Como achou o riff de guitarra muito semelhante a Dancing In The Streets de Martha & The Vandellas, Richards ficou preocupado, mas nunca houve reivindicação de plágio. E 1986 Mick Jagger e David Bowie fizeram uma versão de Dancing in the Streets.
A música foi gravada em 12 de maio de 1965 e lançada primeiro nos EUA, em 6 de junho. Só em 20 de agosto foi lançada no Reino Unido. A música entrou na versão americana do disco Out of Our Heads, enquanto na terra natal foi lançada apenas como single. Uma música ser lançada em single e em álbum era considerado exploração pelos ingleses.
Em 1968 Mick Jagger disse: “soava como um folk quando começamos a trabalhar em cima dela e Keith não estava gostando do resultado, ele não queria que fosse single, pois não achava que teria êxito. Eu acho que Keith achava um pouco básico. Eu não acho que ele realmente ouviu apropriadamente. Ele estava muito próximo àquilo e achou simplesmente que era um riff bobo.
Richards gravou a guitarra com uma Gibson Fuzz Box, para dar os efeitos de distorção. A princípio ele não aproveitaria a gravação, mas a banda achou que valeu a pena pois era uma sonoridade fora do usual para uma música de rock
A frase I can’t get no satisfaction na verdade estaria gramaticamente errada. Em inglês, a negativa dupla geraria uma afirmativa positiva
Mick Jagger escreveu quase toda a letra, exceto pelo “I Can’t get no Satisfaction”, de autoria de Keith Richards. A música refletia o que Jagger considerava os dois lados da América: o real e o falso. É uma música sobre um homem buscando autenticidade, mas sem conseguir muito êxito.
Há uma música de Chuck Berry chamada Thirty Days que a letra diz “I can’t get no satisfaction from the judge”. Keith Richards sempre foi um grande fã de Berry, provavelmente foi daí que ele tirou o refrão e nome para a música
Quando os Stones apresentaram a música pela primeira vez na TV, no Ed Sullivan Show em 1966, os censores “bleeparam” a frase “Trying to make some girl” (tentando pegar uma garota).
Na mixagem stereo, os instrumentos elétricos estão em um canal e os acústicos em outro.
Ottis Redding gravou uma versão da música pela Stax Records em 1966. Ele sequer tinha ouvido a música e quando ouviu não gostou. Daí resolveu gravar com metais e mudou parte da letra. Usar metais era a ideia original de Keith Richards, e ele elogiou a versão de Redding.
Keith Richards diz que nunca toca a música ao vivo do mesmo jeito mais de uma vez.
Jack Nitzsche trabalhou com os Stones na canção, tocando o piano e ajudando na produção. Ele também tocou pandeiro, pois achou que as tentativas de Mick Jagger no instrumento careciam de alma. Nitzsche, que morreu em 2000 aos 63 anos, também colaborou em “Get Off Of My Cloud” e “Paint It Black”.
O take definitivo de Satisfaction foi gravado apenas cinco dias depois de Keith Richards ter a ideia da música. Três semanas depois foi lançado como single nos Estados Unidos, se tornando um grande hit e impulsionando o sucesso da turnê americana da banda.
Mick Jagger (1995):… “As pessoas ficam muito blasé com o seu grande sucesso. Foi a canção que realmente fez os Rolling Stones, mudou-nos de apenas mais uma banda em uma enorme, monstruosa banda. Você sempre precisa de uma canção. Nós não éramos americanos, e a América foi uma coisa grande e nós sempre quisemos conseguir sucesso lá. Foi muito impressionante a maneira como música e a popularidade da banda se tornaram uma coisa mundial. É uma canção autoral, realmente, ao invés de um grande, pintura clássica , porque é apenas como uma coisa – uma espécie de assinatura que todo mundo conhece.Tem um título muito cativante. Tem um riff de guitarra muito cativante ele tem um ótimo som de guitarra, que foi original na época e ele capta o… espírito daquela época, o que é muito importante nesses tipos de canções… que era alienação. Ou é um pouco mais do que isso, talvez, mas uma espécie de alienação sexual. alienação não é bem a palavra certa, mas é uma palavra que serviria. “
Eles quiseram mostrar que eram versáteis e bons além do estúdio.
Um dos destaques da série “American Horror Story”, Lady Gaga foi confirmada em nova versão de “Nasce uma Estrela”. O longa-metragem marcará também a estreia de Bradley Cooper como diretor.
Beyoncé esteve em “Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro”, “Dreamgirls” e “A Pantera Cor-de-Rosa”.
Madonna já deu o ar da graça na cinebiografia “Evita”, quando interpretou Eva Perón, e na comédia romântica “Sobrou Para Você”.
O rapper 50 Cent foi protagonista de “A Luta de um Campeão”, no qual perdeu 25 kg para interpretar um jogador de futebol americano diagnosticado com câncer. Além disso, ele esteve em “Fique Rico ou Morra Tentando”.
Antes de tornar-se um astro de Hollywood, Will Smith era rapper. A carreira dele como ator deu tão certo, mas tão certo, que quase não se lembra da fase musical de Smith, que volta e meia participa de trilhas sonoras dos filmes em que é protagonista.
O carismático rapper Snoop Dogg já se aventurou na sétima arte também. O cara esteve em “Baby Boy - O Dono da Rua” e na releitura de “Starsky & Hutch”, na pele do malandro Huggy Bear.
O eterno David Bowie não poderia estar de fora desta lista. Apesar de seu trabalho de mais destaque na telona ser “Labirinto - A Magia do Tempo”, ele esteve também em “Fome de Viver”, “Eu, Christiane F.” e em “Basquiat - Traços de uma Vida”, na pele do artista plástico Andy Warhol.
André Benjamin - ou Andre 3000 -, vocalista do duo Outkast, deu vida ao ícone Jimi Hendrix em “Jimi: Tudo a Meu Favor”. Ele participou também de “Quatro Irmãos” e “A Batalha de Los Angeles”.
Justin Timberlake deu as caras em “Amizade Colorida”, “Aposta Máxima”, “O Preço do Amanhã”, “Curvas da Vida” e “A Rede Social”.
Além de ser uma lenda da música estadunidense, Frank Sinatra já aventurou-se como ator. Alguns de seus trabalhos de destaque são “A um Passo da Eternidade” e a primeira versão de “Onze Homens e um Segredo”, de 1960, quando interpretou Danny Ocean.
A carreira da islandesa Björk no cinema é sucinta, mas marcante. Basta dizer que ela se entregou de corpo, alma e raiva a “Dançando no Escuro”. Sim, ela passou por poucas e (nada) boas nas mãos de Lars von Trier.
Além de ator, Jared Leto é vocalista da banda 30 Seconds to Mars. Alguns trabalhos de destaque são “Réquiem para um Sonho”; “Clube de Compras Dallas”, pelo qual levou o Oscar de melhor ator coadjuvante; e o criticado, mas até aqui bem sucedido “Esquadrão Suicida”, no qual interpreta Coringa.
A popstar Jennifer Lopez esteve em “Nunca Mais”, “Selena”, “Jack”, Um Lugar para Recomeçar” e “Dança Comigo?”.
A lenda Keith Richards, guitarrista do The Rolling Stones, esteve em “Piratas do Caribe - No Fim do Mundo” e “Navegando em Águas Misteriosas”. Basta dizer que ele interpretou Teague Sparrow, pai de Jack Sparrow (Johnny Depp).
Elvis Presley, o rei do rock n’ roll, deu o ar da graça na telona. Alguns trabalhos de destaque são “Louco por Garotas”, “Carrossel de Emoções”, “Feriado no Harém” e “Amor a Toda Velocidade”.
Além de “(500) Dias com Ela”, Zooey Deschanel esteve em “Quase Famosos”, “Sim, Senhor!” e “O Idiota do Meu Irmão”.
Como não falar de Sandy? A cantora fez, entre outros trabalhos, “Acquaria” e o thriller “Quando Eu Era Vivo”.
Além de dar vida a Mané Galinha em “Cidade de Deus”, Seu Jorge esteve em “A Vida Marinha com Steve Zissou” e “Casa de Areia”.
Jon Bon Jovi já esteve em “O Jogo da Verdade”, “A Corrente do Bem” e “Cry Wolf”.
Adam Levine, vocalista do grupo Maroon 5, interpretou um músico ambicioso em “Mesmo se Nada Der Certo”.
O rapper Eminem foi protagonista de “8 Mile - Rua das Ilusões”. Vale dizer que “Lose Yourself”, trilha sonora do longa, levou o Oscar da categoria em 2003.
Limbombo, Pablo, Mimanga, Ndumbé e Johnnie (filho de Mowanja) batucando no tronco de uma árvore, em Boungingi, República do Congo, 1994. Crédito: Louis Sarno/Pitt Rivers Museu
Em 2005, Noel Lobley — na época um DJ graduado em antropologia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra — fez uma descoberta surpreendente. Num golpe de sorte, ele encontrou uma coleção esquecida de mais de 1.000 horas de gravações do povo Bayaka, uma comunidade de caçadores-coletores que habita as florestas tropicais da República Centro-Africana.
"Encontrei um monte de fitas e anotações enroladas em um casaco puído dentro de uma mala velha abandonada no depósito do Museu Pitt Rivers", conta. "Se a mala tivesse caído no chão, seu conteúdo ficaria inutilizável para sempre; nós nunca saberíamos qual nota se refere a qual fita, e o resultado seria uma bagunça ininteligível."
Em seguida, Lobley apresentou sua descoberta à Hélène La Rue, uma curadora de música do Museu Pitt Rivers. Com sua ajuda, o inglês descobriu que a coleção crescia há duas décadas, conforme Louis Sarno, um escritor de Nova Jersey, viajava da República Centro-Africana para Oxford a fim de doar suas gravações ao acervo do Museu Pitt Rivers. Em pouco tempo, Lobley ligou o nome de Sarno ao campo da etnografia da música africana; embora ele não fosse um etnógrafo, Sarno havia dedicado boa parte de sua vida à documentação da música Bayaka, chegando a morar permanentemente em uma comunidade Bayaka localizada na República Centro-Africana. Animado com a descoberta, Lobley elaborou um projeto de doutorado focado no estudo e na preservação desse acervo.
Hoje, Lobley é um professor assistente do departamento de etnomusicologia da Universidade da Virgínia, nos EUA. Nos últimos onze anos, ele tem se dedicado à missão de apresentar a música Bayaka ao mundo por meio da digitalização e de um cuidadoso processo de curadoria. Com a etapa de digitalização quase completa, hoje Lobley estuda como programas culturais envolvendo pesquisadores e membros da comunidade Bayaka poderiam ajudar a manter a relevância do arquivo nos dias atuais. Ele e Sarno — cujo trabalho de documentação abrange mais de 30 anos — esperam que essas gravações reconectem os Bayaka às suas raízes e promovam sua cultura para o mundo.
A música dos Bayaka, embora reconhecida oficialmente como um importante patrimônio cultural, corre o risco de desaparecer.
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Mulheres e crianças Bayaka do lado de fora de suas cabanas, República Centro-Africana (1986-1997). Crédito: Imagem: Louis Sarno/Pitt Rivers Museum
Os Bayaka vivem nas florestas tropicais ao sudoeste da República Centro-Africana (RCA) e no norte da República Democrática do Congo (RDC). Os membros desse povo caçador-coletor, hoje conhecido como "povo da floresta", já foram chamados de "pigmeus", uma definição acadêmica datada da era colonial. Entre os Bayaka, não há hierarquia social: homens e mulheres são considerados iguais. Os Bayaka são conhecidos por seu canto polifônico milenar, que é ao mesmo tempo fruto e reflexo das florestas nas quais eles vivem.
"Considerando que os povos que ainda praticam esse estilo de canto se separaram há mais de 20.000 anos, podemos afirmar que esse canto polifônico existe há mais de 30.000 anos, ", diz Jerome Lewis, um antropólogo social da University College London que se especializa em sociedades caçadoras-coletoras.
"Os Bayaka e os Mbuti (caçadores-coletores que vivem no leste do Congo) cantam desse jeito, e estudos genéticos confirmam que eles compartilham um ancestral em comum nascido há cerca de 27.000 anos, o que sugere que esse estilo musical surgiu antes desse período. Eu não acredito que haja outra tradição musical tão antiga quanta essa".
Em 2003, a UNESCO classificou a tradição oral dos Bayaka como uma "obra-prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade" em uma tentativa de encorajar o governo da República Centro-Africana a proteger esse invisível porém precioso artefato cultural.
Apesar disso, a cultura Bayaka está desaparecendo. Nas últimas décadas, programas de preservação restringiram o acesso a certas áreas da Reserva Natural Dzanga-Sangha. O desmatamento e a guerra civil também atingiram essas áreas, e as comunidades que nelas vivem lutam contra problemas como o uso de drogas e o alcoolismo. Esses povos são excluídos da sociedade, e seus membros, vistos como cidadãos de segunda classe, não possuem acesso a direitos ou oportunidades.
"Os Bayaka da República Centro-Africana vivem na miséria, o que os leva à mendigagem. As crianças desses povos também são expostas a muitas doenças", disse Messe Venant, um coordenador do Programa de Proteção dos Povos da Floresta (FPP, na sigla original em inglês), uma ONG dedicada à proteção dos direitos indígenas. Venant, que tem origem Baka (um termo utilizado para referir-se à comunidade Bakaya em Camarões), acrescentou que os Bakaya da República Centro-Africana são também alvo de racismo.
Sarno, que vive na comunidade Bakaya da República Centro-Africana há mais de 30 anos, confirma essa informação. "Os outros africanos veem eles como sub-humanos, mais animais do que gente. Há muito preconceito contra os Bakaya", disse, enquanto conversávamos em um café em Oxford.
Conheci Sarno em 2013, durante a estreia do filme Song from the Forest, um documentário sobre seu estilo de vida nada convencional, no Museu Pitt Rivers. Sua decisão de viver permanentemente entre os Bakaya, enfrentando doenças como a hepatite e a malária e perigos como conflitos civis, despertou minha curiosidade.
Americano gentil e de voz mansa, Sarno soube da existência dos Bayaka ao ouvir uma de suas músicas no rádio durante sua estadia em Amsterdã, na Holanda, no início dos anos 80. Fascinado pela canção polifônica dos Bakaya — que contava com um coro de vozes sobreposto à uma faixa instrumental — Sarno ouviu dezenas de discos de vinil e folheou diversos livros na biblioteca da cidade até descobrir mais informações sobre esse povo. Seu interesse era tão grande que decidiu ouvir a música em seu contexto original, onde teria a oportunidade de gravá-la ele mesmo. Sarno então escreveu ao antropólogo Colin Turnbull, que havia narrado suas experiências durante a gravação das músicas dos Mbuti no livro The Forest People: A Study of the Pygmies of the Congo, em busca de conselhos.
Meses se passaram sem que Sarno recebesse uma resposta. Certo dia, enquanto Sarno pegava carona com o amigo com quem ele dividia um apartamento na Escócia, ele encontrou um envelope saindo do porta-luvas do carro — era uma carta assinada por Turnbull. Na carta, Turnbull o aconselhava a se candidatar ao Fundo Swan para "estudos dos povos pigmeus da África", uma bolsa de estudos oferecida pela Universidade de Oxford. Sarno se candidatou à bolsa de 700 libras (US$ 900) e passou o inverno seguinte organizando sua viagem. O ano era 1984.
"Meus amigos acahavam que eu estava louco", conta Sarno. "Pensando bem, era bem estranho mesmo — eu vivia em uma caravana na Escócia, no meio da neve, e estava planejando uma viagem pela África Central."
"Completei uma fita de 90 minutos, a guardei e disse, 'Muito obrigado, isso foi lindo', e um dos homens perguntou, 'Você tem mais fitas?'"
Durante seus primeiros dias de pesquisa, Sarno alugou uma casa e visitou várias aldeias em busca de sons dignos de serem gravados. Em pouco tempo, encontrou uma comunidade Bayaka que vivia relativamente perto da pequena cidade de Bayanga. Mas suas primeiras tentativas de interagir com os Bakaya e gravar suas melodias tradicionais foram um fracasso. Quanto mais aqueles que ele tanto admirava se recusavam a cantar, mais frustrado ficava.
"Os Bayaka queriam alguém para farrear com eles, alguém que comprasse bebida e cigarros — não estavam me mostrando nada, só queriam beber", conta Sarno.
De acordo com John Nelson, ex-coordenador africano da FPP que já pesquisou diversos grupos indígenas da região, os Bayaka são um povo afeito a negociações e ao escambo. Mas, ao chegar na República Centro-Africana, Sarno não conhecia os costumes locais, e após algumas semanas, seu dinheiro e sua paciência haviam chegado ao fim.
"Lembro de dizer, 'Vocês não são tão legais, e sua música também não é lá essas coisas'", lembra Sarno. Ele estava decidido a deixar a vila no dia seguinte; mas ao cair da noite, um grupo de crianças iniciou um coro polifônico ao qual os adultos logo se uniram.
"As melodias eram diferentes de tudo que eu já havia ouvido antes. Completei uma fita de 90 minutos, a guardei e disse, 'Muito obrigado, isso foi lindo', e um dos homens perguntou, 'Você tem mais fitas? Pode pegar outra, porque a gente não terminou", lembra Sarno.
O coro culminou em uma cerimônia Boyobi, ritual no qual as mulheres da aldeia pedem para que os espíritos abençoem as futuras caçadas da tribo. Sarno nunca havia ouvido nada como aquilo. A performance espontânea durou até o amanhecer.
"É como ouvir a floresta cantando", diz Sarno. "Minha relação com eles mudou naquela noite. Naquele momento eu soube que nunca conseguiria abandonar aquele lugar e que, caso fosse embora, eu teria que voltar".
De início, Sarno vivia entre a República Centro-Africana e a Europa, aonde ele retornava para renovar seu visto, comprar mais fitas e guardar suas últimas gravações. Mas ao receber a proposta de escrever um livro sobre suas experiências em meio ao povo Bayaka, Sarno solicitou um visto de residência da República Centro-Africana, permanecendo na comunidade de 1988 até os dias de hoje. Em 2005, ele se tornou um cidadão da República Centro-Africana.
Ao longo das décadas, Sarno desempenhou vários papéis dentro da comunidade Bayaka. Ele teve um filho com uma mulher Bayaka (que é, hoje, sua ex-esposa), presenciou a morte de muitos de seus amigos e também atuou como um mediador em tempos de crise. Sua vida inspirou o longa-metragem Oka! e, mais recentemente, o documentário Song from the Forest.
Hoje Sarno vê seus primeiros anos entre os Bayaka de forma mais crítica, chegando a renegar a autobiografia escrita por ele no final dos anos 80, considerando-a ingênua e superficial. A presença de Sarno — um homem branco, alto e ocidental — entre os Bayaka pode parecer incongruente aos olhos mais céticos. Entretanto, Nelson, um membro do FPP que já conduziu algumas pesquisas sobre a situação dos Bayaka na República Centro-Africana, explica que Sarno não se considera superior aos Bayaka.
"Louis não quer ser um defensor [dos Bayaka], ele só quer viver sua vida. A cultura Bayaka é muito igualitária, e ele a adotou perfeitamente, no sentido em que ele não se considera superior a ninguém", explica Nelson. "Às vezes fico surpreso quando ouço que Louis ainda está vivo — ele já teve problemas de saúde terríveis. Para ser justo, são poucos os americanos que acabam vivendo numa comunidade Bayaka por mais de 30 anos. Ele faz parte dessa família, dessa floresta — ele é parte do grupo".
Sarno também é categórico: segundo ele, seu lugar é entre seus amigos e sua família Bayaka.
"Eu definitivamente faço parte da comunidade — quer eles gostem ou não", disse Sarno suavemente. "Mesmo assim, às vezes eu ainda me sinto como um forasteiro."
Foi esse status de forasteiro, no entanto, que estendeu a fama de Sarno para muito além das florestas da República Centro-Africana.
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Sarno dentro de sua casa na floresta. Crédito: Song from the Forest
Durante seus anos de faculdade, Lobley havia se deparado como o nome de Sarno em algumas gravações comerciais de música Bayaka. Ele chegou a ler o livro de Sarno, Song from the Forest: My Life Among the Ba-Benjelle Pygmies, antes de entender a ligação do americano com Oxford. Em 2005, após encontrar as mais de 1.000 horas de gravações esquecidas no depósito do Museu Pitt Rivers, Lobley mandou um email para Sarno, explicando seu plano de ressuscitar esses 20 anos de documentação musical. Apesar da troca constante de emails, Lobley e Sarno só se conheceram quatro anos depois.
Em 2011, o trabalho da dupla resultou na criação do projeto Reel 2 Reel — uma plataforma digital aberta onde as melhores gravações de Sarno são disponibilizadas. O projeto consiste, nas palavras de Lobley, em "gravações acessíveis e playlists que chamam a atenção para a riqueza desse material".
O foco do projeto era classificar as fitas de Sarno e digitalizá-las a fim de criar um acervo acessível. Em abril de 2012, Lobley convidou Sarno para uma visita ao museu, e a dupla passou as semanas seguintes ouvindo as gravações para que Sarno identificasse corretamente os diferentes tipos de cantos.
O projeto da dupla, cujo objetivo é preservar as línguas indígenas e tradições orais dos Bayaka, se assemelha ao trabalho de Alan Lomax, um etnomusicólogo e folclorista que gravou milhares de músicas e entrevistas para o Arquivo de Música Folk Americana; e ao trabalho de Hugh Tracey, outro etnomusicólogo que catalogou músicas das regiões sul e central da África. Mas enquanto Lomas e Tracey faziam curtas pesquisas de campo, focadas na gravação das melhores canções e sons das comunidades por eles pesquisadas, Sarno — que não possui formação como antropólogo ou etnomusicólogo — pode ser descrito como um "artista da paisagem sonora", alguém que mergulha num novo ambiente, capturando tanto a amplitude de suas paisagens sonoras quanto suas músicas e sons particulares. O que torna o acervo de Sarno único é o fato dele ter vivido entre os Bayaka, capturando a evolução de sua sonoridade ao longo de toda uma geração.
Nos últimos anos, Lobley tem buscado novas formas de expandir o alcance desse material. Em uma dessas tentativas, ele transmitiu performances dos amigos e parentes Bakaya de Sarno para os visitantes do museu, dando-lhes a oportunidade de escutar a música reverberando por entre os diferentes ambientes da exposição. Após a estreia do documentário Song from the Forest, em 2013, Lobley organizou uma exibição especial do filme, trazendo Sarno à Oxford para responder perguntas sobre sua obra e seu acervo sonoro.
Tudo parecia ir bem — mas aí veio a guerra civil.
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Crianças Bayaka em um campo de refugiados improvisado no meio da floresta. Crédito: Imagem: Louis Sarno/Pitt Rivers Museum
Em dezembro de 2012, as forças rebeldes da Séléka entraram em conflito com o governo da República Centro-Africana. O conflito chegou até Yadoumbé — um assentamento Bayaka que Sarno ajudou a criar — forçando cerca de 600 Bayakas a se abrigaram no coração da floresta.
Na época, Lobley ainda estava digitalizando o acervo musical de Sarno, que por sua vez ainda se dedicava a fazer novas gravações. Com a intensificação da guerra civil, os dois perderam contato por três meses. Escondidos nas profundezas da floresta, os Bayaka haviam se dividido em grupos de 20 pessoas, esperando pelo fim da guerra em acampamentos improvisados. Durante essa época, o conflito infiltrou-se em suas músicas.
"Durante a cerimônia Boyobi, haviam alguns espíritos que representavam os Séléka. Eles usavam ombreiras e carregavam armas, e nós ríamos muito deles, mas eles eram, de fato, o espírito Séléka — agora eles faziam parte do ritual", conta Sarno.
Em 2013, o conflito perdeu força, permitindo que Sarno e os Bayaka voltassem para Yadoumbé. Embora ele tenha escapado da violência, Sarno perdeu bens materiais de grande valor sentimental. Durante um saque, membros da Séléka invadiram a casa de Sarno, destruindo um HD que continha fotos de suas viagens pelo Congo, alguns livros que ele escrevia há quatro anos e uma série de anotações acumuladas ao longo de três décadas. Os membros da Séléka também destruíram, tragicamente, uma flauta que havia pertencido ao último Bayaka capaz de tocar e fabricar esse instrumento.
Em situações de calamidade extrema, a sensação de dano irreversível é uma das coisas mais difíceis de superar; segundo Sarno, desde o início da guerra, as coisas não são mais as mesmas na República Centro-Africana.
"O país está um caos", lamenta ele. "Os Bayaka não se sentem tão seguros quanto antigamente. A floresta era o mundo deles, eles eram os reis e rainhas desse reino, mas hoje eles vivem na corda-bamba".
Os Bayaka enfrentam diversos desafios. Além da guerra civil, que ameaça a paz no país, a presença de madereiros e a caça ilegal de pequenos mamíferos que servem de alimento para os Bayaka têm abalado esse povo e suas tradições milenares.
"Suas tradições estão se perdendo por causa do desmatamento ", acrescentou Sarno.
Nelson concorda com a opinião de Sarno quanto à repercussão da guerra civil na conservação das florestas tropicais. Ele afirma que a presença de Sarno ajudou os Bayaka de Yadoumbé a preservarem suas práticas milenares.
"A comunidade Bayaka de Yadoumbé foi a que mais preservou suas tradições", diz Nelson. "Louis passa seus dias tentando fazer com que os Bakaya se orgulhem de suas própria cultura".
Venant diz que Sarno é um "raro exemplo" de alguém que mergulhou completamente na cultura Bayaka, ajudando-os a preservar seu patrimônio cultural. "Espero que Sarno continue a fazer o que ele faz", disse.
Tanto Nelson quanto Jerome Lewis, um antropólogo da UCL, me explicaram que o governo da República Centro-Africana permitiu que algumas madereiras e instituições de conservação, como a WWF, ocupassem certas áreas dessas florestas, ao mesmo tempo proibindo que os Bayaka ocupem ou cacem nessas terras. Um dos objetivos da WWF é proteger elefantes e gorilas da caça predatória, mas Lewis diz que a perda de acesso à floresta tem diminuído a transmissão dos conhecimentos tradicionais entre os membros mais jovens da comunidade Bayaka.
"É por isso que digo que a conservação florestal é um tipo de genocídio cultural, pois ela tira o acesso desses povos a essas áreas, impedindo a transmissão de conhecimentos tradicionais ", disse ele. "Eles estão matando uma das culturas mais antigas da terra".
Johannes Kirchgatter, diretor do Programa de Preservação Africana do WWF, admitiu que restringir o acesso dos Bakaya à floresta não melhora a situação desse povo. No entanto, ele acrescentou que, nos últimos anos, a WWF tem aliado a conscientização das comunidades indígenas à conservação da vida selvagem. Kirchgatter afirmou que o desmatamento da floresta não afeta apenas os Bakaya, mas também outras comunidades.
"Se abríssemos todas as áreas protegidas, outros além do Bayaka — que não são o problema, já que eles sabem usar a floresta de forma sustentável — entrariam lá para caçar, e dentro de pouco tempo a floresta seria dizimada, deixando os Bayaka numa situação ainda pior", disse Kirchgatter.
"É preciso encontrar soluções duradouras para garantir que os Bayaka possam ter todos esses recursos necessários a longo prazo".
A casa de Sarno. Crédito: Louis Sarno
Desde 2012, Sarno sofre de problemas de saúde que o obrigam a voltar de tempos em tempos aos EUA em busca de tratamento. Com o declínio de sua saúde, ele se viu obrigado a decidir entre permanecer em sua amada comunidade ou se mudar para um apartamento em Nova Jersey, onde ele teria mais acesso a serviços médicos.
Ainda assim, sua indecisão não parece ter durado muito.
Em 2015, recebi um email de Sarno dizendo que ele havia finalmente coletado a madeira necessária para concluir sua nova casa na floresta onde vivem ele, seu filho Samedi e o resto da sua família Bayaka. Vez ou outra vejo fotos de Sarno em sua nova casa, ou de um inseto gigante que ele fotografou, no feed do meu Facebook. Os posts indicam que ele não tem nenhuma intenção de deixar seu lar em meio à selva.
Quando o assunto é sua idade e sua saúde debilitada, no entanto, Sarno é bem realista.
"Eu não posso mais me responsabilizar por essas pessoas. Eu não tenho a mesma energia, e eu estou muito preocupado com os Bayaka", disse.
Venant, um coordenador Bayaka do FPP que nunca foi apresentado a Sarno mas que conheceu seus feitos através de amigos Bayaka residentes da República Centro-Africana, reiterou as preocupações de Sarno.
"Eu gostaria que Louis continuasse a fazer o que ele faz pelos Bayaka. Ele deveria treinar outros para continuar a fazer esse tipo de trabalho", diz Vernant.
Sarno é inflexível: para ele, a preservação de seu acervo sonoro é a única forma de preservar essa cultura. Tanto ele quanto Lobley querem que o acervo mantenha sua relevância nessa nova era digital. Mas acima de tudo, a dupla quer mostrar como esses acervos sonoros podem ajudar a manter a relação simbiótica entre os museus que os abrigam e as comunidades de quem elas preservam a memória.
"De certa forma, o projeto Reel 2 Reel usou apenas um pedaço ínfimo desse potencial. Eu acredito que é o imenso potencial desse acervo que o torna tão incrível", diz Lobley.
Atualmente, Lobley se uniu a videomakers e outros antropólogos que trabalham com comunidades Bayaka a fim de desenvolver outros projetos.
"Queremos ir além do áudio. O que importa é o que você faz com esse material", diz. Ele acrescenta que isso significa desenvolver mais programas culturais e encontrar patrocinadores que incentivem uma maior participação dos Bayaka na preservação e no uso desse acervo. Isso incluiria a distribuição de equipamentos que permitam que os Bayaka ouçam suas próprias músicas, ou releituras de suas músicas feitas por outras pessoas. Outro exemplo, diz Lobley, seria ensinar os Bayaka a usar câmeras de vídeo, o que permitiria que eles retratassem problemas sociais como o alcoolismo e outras dificuldades que afligem suas comunidades.
"Distribuir iPods para que os Bayaka possam escutar esse acervo em suas vilas seria um jeito efetivo de lembrá-los da riqueza de sua herança cultural. No entanto, sem o acesso à floresta, esse estilo de vida está fadado a desaparecer", diz Lewis.
De volta à República Centro-Africana, Sarno — que só tem acesso à internet na sede da WWF — insiste que além de aumentar o acesso dos Bayaka à floresta, à educação e à saúde, é preciso superar a barreira digital que os separa do mundo. Ele espera arrecadar fundos para instalar uma rede de wifi na vila onde mora para que assim os moradores tenham contato maior com o mundo exterior. Sarno quer que o mundo conheça os diferentes moradores da vila, escute suas músicas e ajude os Bayaka a reconhecer a riqueza de seu passado.
"Nós temos que preservar nosso passado ao máximo, pois só assim saberemos quem somos", diz Sarno.
"Eu amo os Bayaka. Não quero que eles desapareçam sem deixar rastros."
Cientistas acreditam ter encontrado o instrumento musical mais antigo do mundo em uma caverna no sudoeste da Alemanha. A menos de um metro do local onde encontraram o instrumento feito à mão foi achado também o mais antigo trabalho de escultura feito por um humano. O fragmento de flauta que foi encontrado, assim como a estatueta de marfim, datam de mais de 35 mil anos atrás.
As descobertas sugerem que os homens e mulheres das cavernas podiam fazer música – e que isso pode ter sido um modo de eles prevalecerem sobre os nossos “primos” neandertais. Os humanos modernos levaram a melhor em relação aos neandertais na Europa de 20 mil a 35 mil anos atrás, e os motivos pelos quais eles desapareceram provavelmente foram a cultura, o clima e a dieta. Nicholas Conard, arqueólogo da Universidade de Tubingen, na Alemanha, e sua equipe acreditam que a tradição musical adotada pelo Homo sapiens pode ter contribuído para unir comunidades.
“Humanos modernos parecem ter tido redes sociais maiores”, afirma Conard. Isso pode, segundo ele, ter ajudado a facilitar a expansão demográfica e territorial dos humanos modernos, em relação a outras populações de neandertais, que eram mais isolados demograficamente, além de mais conservadores. Vários instrumentos musicais apareceram na mesma área, fortalecendo a ideia que os humanos paleolíticos desenvolveram uma cultura bastante rica, de acordo com os pesquisadores.
Quatro flautas encontradas
No total, foram encontrados os fragmentos de quatro flautas nas escavações em uma área do sudoeste da Alemanha conhecida como Swabia. Três instrumentos foram feitos em marfim de mamute, mas a maior descoberta foi uma flauta quase inteira feita do osso de um urubu. As flautas foram descobertas em setembro, juntamente com a chamada Vênus pré histórica – escultura de uma forma feminina, considerada a mais antiga já encontrada.
Quando montada, a flauta de abutre chega quase 22 centímetros e tem cinco buracos. O osso tem marcas de linhas em volta dos buracos, o que sugere que criador da flauta estava calibrando o local dos buracos para produzir o melhor som possível. Conard lembra que até agora fragmentos de oito flautas foram encontradas na região De Swabian, e datam de 30 ou 40 mil anos atrás, e os pesquisadores afirmam que não há provas convincentes que existam instrumentos mais antigos já encontrados.
Outros pesquisadores encontraram um fragmento de osso de urso (acima) que tem aproximadamente 50 mil anos e parece ter buracos, como em uma flauta – mas ainda há uma controvérsia sobre a origem dos buracos. Enquanto os pesquisadores que fizeram a descoberta defendem que elas foram feitas por humanos, outros afirmam que elas poderiam ter sido talhadas por animais que morderam o osso. Conard afirma que as conclusões quanto às flautas encontradas na caverna são muito mais corretas: “Estamos lidando com itens que têm todo tipo de indicações de cortes com instrumentos e polimentos”, defende o arqueologista.
A pesquisa também tem o apoio da descoberta da Vênus, por exemplo. Colocadas juntas, as evidências apontam para o nascer de uma cultura há 35 mil anos. Conard explica: “Não temos certeza de quanto tempo elas têm de diferença, mas seria como se seu avô tocasse a flauta, e a sua bisneta fizesse a Vênus, mas ainda assim é o mesmo período geral da história”.
Para os antigos, o mundo era divido pelos “sete mares”, que seriam os mares que circundavam o então mundo conhecido, sendo eles os mares Adriático, Arábico, Cáspio, Mediterrâneo, Negro, Vermelho e a região do Golfo Pérsico.
No entanto, essa definição mudou com a modernidade, e hoje, a conta é mais ampla, abrangendo os oceanos do mundo, que são colocados da seguinte forma: Oceano Índico, Oceano Atlântico Sul, Oceano Atlântico Norte, Oceano Pacífico Sul, Oceano Pacífico Norte, Oceano Ártico e Oceano Antártico.
No entanto, a divisão mais aceita refere-se à existência de cinco oceanos, sendo eles o Oceano Índico, o Oceano Atlântico, o Oceano Pacífico, o Oceano Ártico e o Oceano Antártico. Vamos conhecê-los melhor?
Oceano Índico
Considerada a terceira maior divisão oceânica do mundo, o Oceano Índico está localizado próximo à Ásia e à Austrália, cobrindo também o leste do continente africano.
Possui diversas nações insulares, sendo que as principais são Madagascar, Comores, Seychelles, Maldivas e Sri Lanka, e o arquipélago da Indonésia faz fronteira com o Oceano Índico a leste.
Oceano Atlântico
Considerado o segundo maior oceano em extensão, está localizado entre a Europa e a África a leste e as Américas a oeste.
Seu nome é uma derivação do nome do gigante Atlas, que é um dos famosos personagens da mitologia grega.
Há uma série de mares que fazem parte do Oceano Atlântico, como o Mar Mediterrâneo, o Mar do Norte, o Mar Báltico e o Mar das Caraíbas.
Oceano Pacífico
O maior de todos os oceanos do mundo, o Oceano Pacífico esta localizado entre às Américas a leste e a Ásia e a Austrália a oeste, além de ter a Antártida ao sul.
Com uma grande quantidade de ilhas e arquipélagos em sua área, o Oceano Pacífico é o lar de algumas das ilhas mais famosas do mundo, como a Ilha de Páscoa, por exemplo.
Oceano Ártico
Considerado o menor dos oceanos do mundo, o Oceano Ártico está localizado na região do polo norte, mais precisamente na calota polar ártica, sendo também, além de o menor, o mais raso de todos os oceanos do mundo.
Oceano Antártico
Também conhecido como Oceano Austral, o Oceano Antártico é o oceano que circunda o Continente Antártico, sendo na verdade, uma porção de águas que representa o prolongamento meridional do Oceano Atlântico, do Oceano Pacífico e do Oceano Índico.
Por esse motivo, não é reconhecido pela maior parte dos cientistas, geógrafos e oceanógrafos como sendo de fato um dos oceanos do mundo.
Um dos aspectos curiosos da nossa ida política actual reside na mudança de ritmos semanais. Dantes a semana política tinha sete dias e era encerrada no domingo à noite com o comentário do então “professor Marcelo”. Governantes e políticos da oposição praticavam a semana de sete dias e a comunicação social tinha os seus dias de “descanso” nas segundas e terças-feiras.
Com António Costa no governo e Marcelo na Presidência da República este ritmo foi alterado, Costa e Marcelo praticam o fim de semana inglês, Assunção Cristas dedica o sábado e domingo às suas obrigações religiosas e familiares e é Passos Coelho que reaparece quando os outros se retiram, para chamar a si os holofotes da comunicação social.
Houve um tempo em que Passos alinhava com Costa, este fazia de primeiro-ministro em exercício e o líder do PSD ou fazia de morto ou assumia uma agenda paralela à de António Costa para promover a sua pantomina do primeiro-ministro no exílio. Com o falhanço desta estratégia e depois de vários ensaios o líder do PSD voltou a querer aparecer como líder da oposição.
Mas tinha perdido espaço e depois de um ano sem propostas perdeu também credibilidade, o que se tornou evidente nas sondagens. Resta-lhe agora voltar aos truques típicos de um jota, conseguir espaço na comunicação social e recorrer a estratégias de guerrilha. Como o governo entra em regime de descanso a partir do almoço de sábado Passos tem agora uma agenda que se concentra no sábado à tarde e no domingo, ganhando tempo de antena e promovendo o debate centrado nas suas posições nos primeiros dias da semana, quando os jornalistas andam nos caixões em busca de matéria para encher os jornais.
Resta agora perceber se os portugueses estão interessados em saber que carta tira Passos da manga em cada sábado ou se preferem sem especialistas em avaliação de grandes penalidades. A verdade é que poucos sabem que Passos esteve algures passando a mensagem do político construtivo, o seu último "widget", o que importa é saber se a grande penalidade ocorreu quando a bola bateu na mão esquerda ou se quando resvalou para a mão direita de Pizi.
Longe vão os tempos do Passos dedicado à família, quando andava de xanatas na Manta Rota enquanto o BdP desmontava o BES, ou quando acompanhava a esposa à feira dos canitos de Cascais.
Portugal é o Estado-membro da União Europeia (UE) com maior disparidade entre os salários brutos mais altos e o médio (2,8), segundo dados de 2014 hoje divulgados pelo Eurostat.
Portugal tem o maior rácio de disparidade entre o salário médio e os mais altos, o que significa que 10% dos salários mais altos são 2,8 vezes superiores ao salário médio.
Os salários mais altos em Portugal eram, em 2014, pagos nos setores das atividades financeiras e de seguros, seguindo-se o da produção e distribuição de eletricidade e gás e o da informação e comunicação.
Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, a seguir a Portugal, seguem-se a Bulgária, Chipre, Polónia e Roménia (2,5 cada), a Letónia (2,3), a Irlanda, a Lituânia, o Luxemburgo, Hungria e o Reino Unido (2,2 cada).
No outro extremo, estão a Dinamarca e a Suécia (com um rácio de 1,6 cada), a Finlândia (1,7), a Bélgica, a França, Malta e Holanda (1,8 cada).
Entre os salários baixos e a média, Portugal tinha, em 2014, um de 1,5 -- a par da Dinamarca, de França e da Itália -- o terceiro menor depois da Suécia (1,3), da Bélgica e da Finlândia (1,4 cada) lusibero.blogspot.pt
ELA, A TEODORA, QUE AINDA NESTE MUNDO CÁ MORA É A RAINHA DAS ENTREVISTAS AO JORNALIXO TELEVISIVO, AOS JORNAIS ETC.
ESTA TENDÊNCIA DOENTIA (MAS QUE É BENÉVOLA PARA O CAPITAL) DE ANDAR A PROMOVER O LIXO, A NAFTALINA, O SAUDOSISMO NEO LIBERAL, OS MERCADOS, OS DEUSES DA BANCA, SÃO O PRATO FAVORITO DO JORNALIXO QUE SÃO INCANSÁVEIS EM PROMOVER A TRALHA QUAL FEIRA DE VELHARIAS DE OBJECTOS DUVIDOSOS SOBRE A SUA AUTENTICIDADE E ORIGEM. NÃO DEVERIA A TEODORA (SE A CAVACA NÃO FOSSE CIUMENTA) IR FAZER COMPANHIA À CAVACAL FIGURA NO SEU RETIRO CONVENTUAL ?
CONFESSO QUE ESTOU CHEIO DE OUVIR A SENHORA OPINAR, TREMELICAR, ARFAR, COM TANTA SAUDADE DO CINZENTISMO FASCISTA DO PASSADO RECENTE.
(Jorge Nascimento Rodrigues, in Facebook, 11/12/2016)
O austerismo consolidou duas ideias do mundo da fantasia.
A primeira fantasia é que o capitalismo se “reproduz” pela poupancinha dos poupadinhos (no limite, um…a espécie de auto-flageladores que tiram à comida e ao bem-estar civilizacional para aforrar na conta do banco, entre eles também os avaros, ainda que os juros líquidos do esforço sejam cada vez mais de um dígito), e não pelo consumo de massa e globalizado, ou seja, pela criação de “procura” (para irmos para o tecnicalês) nas economias. Pois é, meus: o capitalismo não vive da oferta, mas sim da procurazinha; sem procura mesmo, a oferta fica mono e os produtores entram em crise, sabem?
A segunda fantasia é que os bancos e os investidores – do institucional ao zé-ninguém – vivem sobretudo para, direta ou indiretamente, “investir” na produção de bens e serviços, na tal “criação da riqueza”, e não para especular em produtos financeiros (sejam os mais comuns em bolsa ou na dívida, pública e privada, ou noutras n invencões do inventivo e imparável capital financeiro).
O capitalismo, desde a segunda revolução industrial, que não é mais esse paraíso da poupança e do PIB industrial: ter o ordenadinho de pelintra ou de classe média média ou o lucro ou a renda multimilionária, poupar e aforrar, depois alguém dar crédito e o endividado investir no engordar do PIB “produtivo”.
O capitalismo desde o século XIX que sofre do vírus da financeirização (metam pedras na boca para dizer o palavrão). As primeiras crises financeiras globais não começaram no século XX — em 1907 ou em 1929. Começaram no século XIX, antes, que chatice.
O austerista diz basicamente que basicamente a crise surge porque basicamente a arraia-miúda não poupa (aliás, a maioria não poupa mesmo, mesmo, porque o rendimento que tem fica aquém do gasto mínimo que deveria ter no quadro civilizacional atual, o que é que querem?), porque uma parte (aquela parte a que chega os prospectos dos bancos com as ofertas de crédito) desses malandros se põe a pedir emprestado e a gastar à tripa-forra. Ao que parece, ultimamente, depois do garrote aliviar um pouco, voltou a adquirir bens duráveis (que fazem a beleza do comercio internacional, sobretudo o de média e alta intensidade tecnológica)
Por isso, para o austerista, o que se tem de impedir é que essa galera se estique — e há sempre duas maneiras, ou limitar-lhe as “ambições” com uma “desvalorização interna” que lhes corte o rendimento ainda mais e por aí fora enquanto o termómetro do ‘aguenta’ resistir; ou meter uma mordaça no crédito ao consumo dessa gentalha (que não aos ‘investidores’, que, como a malta indiscreta sabe, são depois os números gordos no malparado).
O azar do austerista é que o mundo não é o da sua fantasia.
No mundo real, real mesmo, as crises surgem — e continuarão a surgir (um gajo chamado Minsky dizia que este mundo é mesmo, mesmo, ‘instável’ e tem no seu ADN os estoiros) – porque a exuberância do investimento não é na economia real, real, real mesmo, mas no mundo maravilhoso da finança — onde se obtêm rendas e não tem de se andar a penar a ver se se ganha o ordenadito ou empenhar tudo ao banco para se aguentar a empresa (sobretudo quando esta é um projeto pessoal de vida).
E esse mundo maravilhoso precisa de duas roldanas: a) que haja consumo de massa para fazer rolar a economia real (já que a finança não está para aí virada no seu grosso); e b) que o crédito se multiplique como as rosas da rainha de Coimbra para que o consumo role e o fluxo para aplicações financeiras também.
E tudo isto não vem só da poupança dos poupadinhos (ou das contas à ordem que qualquer mortal ou negócio tem de ter), mas do dinheiro fiduciário que se cria do ar puro (pelos bancos centrais) e que permite a toda esta máquina girar, pelo menos, por ciclos.
O dia em que acabasse o consumo de massa e o endividamento (de toda a maralha, dos ‘investidores’, e mais dos Estados), a máquina do capitalismo modernaço pifava. As metas defendidas pelos austeristas se fossem levadas até ao fim matavam a galinha dos ovos de ouro de que eles mesmo vivem. Um austerista não é só um patife, é burro sistémico.
É, por isso, que a finança usa (e alimenta) os austeristas como mata-mata para certas missões (como a de fazer pagar à gentalha a crise financeira com medidas patifórias e moralice de sacristia) e depois os dispensa como fralda descartável, quando o que tem de começar a dar, de novo, é a exuberância financeira.
E, para a nova fase de exuberância financeira, nada como um populismozinho que dê algumas migalhas para baixo (trickle down), através de um Keynesianismo bastardo (como lhe chamava a Joan Robinson, amiga de peito do John Maynard).
Os austeristas estão condenados à morte política, mais dia menos dia. E ninguém vai derramar uma lágrima por eles, a não ser uns fanáticos no tweeter.
Quanto mais tarde o funeral desse grupo de patifes, mais o populismo caudilhista e totalitário se agigantará como vaga, tomem nota.
Mas, deixem lá, os financistas, na bebedeira em que vão embarcar, vão repetir, mais ano menos ano, o filme que a gente já conhece.
Mas, entretanto, enquanto o pau vai e vem, a maralha folga as costas. Haja natal, galera.
Há 40 anos os portugueses escolheram pela primeira vez os presidentes de câmara e freguesia. As memórias de quem foi eleito
"O que se viveu naquele período é inimaginável nos dias de hoje. Era emocionante, tínhamos ali uma coisa que ainda não tinha sido construída, ainda não havia leis, não havia nada. Era tudo uma expectativa, uma incógnita". As palavras são de Abílio Fernandes e recuam a 12 de dezembro de 1976, o dia em foram eleitos pela primeira vez 304 presidentes de câmara. O autarca do PCP foi um deles. Haveria de repetir a vitória, em Évora, mais sete vezes. Mas nenhuma eleição foi como aquela.
Mais a norte, em Vila Nova de Poiares, e com outras cores políticas, o social-democrata Jaime Marta Soares também guarda uma memória especial das primeiras autárquicas que se realizaram no país. A campanha fez-se com o financiamento possível - "não havia grande dinheiro, tirava-se do bolso ou pedia-se aos amigos que ajudassem" - em sessões de esclarecimento nas escolas do concelho. E as pessoas apareciam. "Eram reuniões muito participadas, as pessoas iam lá dizer "eu queria água em casa", "queria um candeeiro à minha porta".
Os dois autarcas são unânimes na opinião de que o Portugal que chegou ao século XXI deu os primeiros passos naqueles anos em que estava tudo por fazer, e pela mão do poder local. "No meu município só 4% ou 5% das casas tinham água [canalizada], na maioria dos casos a água vinha dos poços. As ruas... cortava-se mato e punha-se nas ruas para não andar na lama. E grande parte do país era assim", diz Jaime Marta Soares.
Abílio Fernandes diz que passou os primeiros dez anos a criar "as infraestruturas básicas, eletrificação, água, esgotos" num cenário em que a "maioria da população vivia em bairros clandestinos". O dinheiro era pouco mas a ajuda muita. "Era preciso pôr água e esgotos? As pessoas mobilizavam-se, vinham ajudar", lembra.
Jaime Marta Soares recorda: "Eu costumava dizer às pessoas: vocês são todos presidentes, o munícipe aqui sou eu". "Aquilo era o projeto do povo. E aquilo era exatamente assim", diz.
Eufrásio Filipe, do PCP, que em 76 ganhou o Seixal, sublinha o mesmo: "Havia grande proximidade com as populações e uma grande participação popular. Antes de fazer um plano de atividades da câmara reuníamos com os párocos".
Em 1976, as primeiras autárquicas tiveram mais de quatro milhões de votantes. Mesmo assim a abstenção foi alta (35,3%). Foram as terceiras eleições realizadas nesse ano - a 25 de Abril tinham sido as legislativas (venceu o PS de Mário Soares) e 27 de Junho as presidenciais (Ramalho Eanes foi o eleito). Nas autárquicas, o PS saiu vencedor, com 33% dos votos, mas empatado em número de câmaras com o PSD (115 para cada lado).
E visto ao contrário?
Se as primeiras eleições foram de esperança as décadas seguintes foram de embate com aquele que é o alvo de todas as críticas dos autarcas - o poder central. "A administração central usurpou, sempre que podia, a autonomia do poder central", hoje os autarcas "tem que andar quase de mão estendida à caridade", diz Jaime Marta Soares. "Hoje as autarquias estão totalmente dependentes dos governos", corrobora o hoje reformado Abílio Fernandes. Tal como Eufrásio Filipe: "Os governos centrais tentaram sempre coisificar as autarquias, torná-las em departamentos dos ministérios. Sempre tiveram receio de descentralizar."
Ricardo Pereira Alves não tem qualquer memória das legislativas de 1976 pela singela razão de que ainda não era nascido. Um facto que não o impede de ser o mais jovem "dinossauro" do poder local - aos 39 anos já cumpriu três mandatos à frente da câmara de Arganil. Olhando da atualidade para as últimas quatro décadas, o autarca social-democrata não tem dúvidas em afirmar que o poder local foi "absolutamente decisivo na transformação e na evolução do país". "Houve um investimento em infraestruturas que foi muito importante. Terá havido algum exagero no conjunto das obras que foram feitas", mas isso não apaga o essencial: "Os municípios deram um enorme contributo para a modernização do país".
Em Campo Maior, Ricardo Pinheiro, de 36 anos e eleito pelo PS, diz que é devido o agradecimento áqueles que lançaram as bases do poder local, tiveram um "papel preponderante a dotar o país de equipamentos e serviços básicos". Para o autarca há uma área em particular que reflete as quatro décadas de poder autárquico: o salto que o país deu na escolaridade. "Não é mérito do poder central. O ensino é a maior prova de que o poder local funcionou bem."
Já parou para pensar quanta história há embutida nas praças existentes pelo mundo? Ponto de encontro de moradores e turistas, estes lugares são palco de acontecimentos importantes, manifestações públicas, apresentações artísticas, reuniões familiares, encontros entre apaixonados e muitas outras coisas.
Além disso, cada praça possui uma peculiaridade arquitetônica com mais uma carga histórica impossível de ser ignorada. Listamos abaixo 10 praças pelo mundo para colocar na lista de lugares para conhecer. Confira!
1. Praça da Concórdia – Paris, França
Localizada entre o Museu do Louvre e a chiquérrima rua Champs-Élysées, essa praça teve um importante papel na história da França: foi a sede da guilhotina durante a revolução francesa. Ali foram decapitados centenas de pessoas entre eles a rainha Maria Antonieta e o Rei Luis XVI. Um de seus destaques é o gigantesco obelisco que foi oferecido a Paris pelo vice-rei do Egipto, Méhémet Ali, em 1829. Este obelisco tem 23 séculos de história, mede 23 metros de altura, pesa 230 toneladas e provém do templo de Louxor. O monumento se encontra na Praça da Concórdia desde 1836.
2. Binnenhof – Haia, Holanda
A praça situada em meio a um conjunto de prédios é o centro da vida política do país e ainda é a sede do parlamento holandês. Lá está situado o salão dos cavalheiros, o “Ridderzaal”, local onde acontece o “Prinsjesdag” (Dia do Príncipe), discurso de abertura anual do parlamento feito pelo rei. Esta cerimônia é bastante aguardada tanto por moradores quanto por turistas pela aura de contos de fadas que a envolve: a família real chega ao Binnenhof em uma carruagem dourada.
3. Washington Square Park – Nova York, Estados Unidos
A Washington Square Park é um dos mais agradáveis espaços ao ar livre da cidade. O lugar, que é muito frequentado por estudantes da Universidade de Nova York (localizada próxima), possui Wi-fi grátis e food trucks com diversas opções de comida por preços. Na praça, além de uma imponente fonte, existe um grande arco que homenageia George Washington, e que foi modelado tendo como inspiração o famoso Arco do Triunfo de Paris.
4. Praça Vermelha – Moscou, Rússia
Durante a era da União Soviética esta praça sediava desfiles militares, hoje em dia o local se mantem como palco de manifestações populares da Rússia e é também um dos principais pontos turísticos da cidade e até mesmo do país. As muralhas do Krêmlin e a multicolorida catedral de São Basílio fazem desta praça um dos lugares mais icônicos do mundo.
5. Praça de São Pedro, Vaticano
É a porta de entrada no Vaticano e a área onde se situa a Basílica de São Pedro, o maior e mais importante edifício da religião cristã e local onde milhares de pessoas se juntam para ouvir e ver o Papa. O local possui dezenas de estátuas de santos e um obelisco egípcio que simboliza a dominância da igreja sobre o paganismo.
6. Praça das Armas, Cusco, Peru
Todas as ruas da cidade velha de Cusco vão dar nesta praça onde sobrevivem marcas deixadas pelo império inca há cerca de 500 anos. O lugar é o marco de todo o Centro Histórico e concentra as construções mais impactantes de Cusco tal como o templo de Machu Picchu e a imperdível Catedral de Cusco. No centro da praça há um jardim para passear e observar a vida ao redor. Conhecida entre os incas como lugar de encontro ( “Huacaypata”, no original inca), esta praça possui os principais serviços voltados para o visitante, como casas de câmbio, restaurantes diversos e agências de turismo.
7. Trafalgar Square, Londres, Inglaterra
É um ponto de parada obrigatório para quem visita Londres. O local situado no centro de da capital inglesa celebra a Batalha de Trafalgar (1805), uma vitória da Marinha Real Britânica nas Guerras Napoleónicas. Além de um marco importante da história, a Trafalgar Square sedia diversos eventos e serve como palco para os protestos realizados na cidade.
8. Plaza de Mayo – Buenos Aires, Argentina
Construída em 1810, a bela Plaza de Mayo é um dos pontos preferidos dos turistas que visitam Buenos Aires. O local situado entre a Casa Rosada (sede do governo argentino) e a prefeitura e a Catedral Metropolitana de Buenos Aires recebe semanalmente as Mães da Praça de Maio que protestam pela investigação do desaparecimento de seus filhos durante a época da ditadura e também solicitam outras necessidades sociais.
9. Praça da Paz Celestial (Tiananmen), Pequim, China
É a grande praça no centro de Pequim e a terceira maior do mundo. Ampliada em 1949, a praça tem ao norte a Cidade Proibida, no centro contém o Monumento das Pessoas Heróis, de 38 metros, com inspiração do presidente Mao Zedong, onde está escrito que os heróis do povo são imortais. A leste e oeste foram construídos importantes edifícios de estilo soviético. A avenida, usada para desfiles do governo da China. Tendo a praça também o Mausoléu de Mao Zedong.
10. Praça dos Três Poderes, Brasília, Brasil
Praça dos Três Poderes, em Brasília, no Brasil, é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo). A reúne diversas esculturas, como A Justiça (uma mulher com os olhos vendados), de Alfredo Ceschiatti, e Os Guerreiros (também conhecida como Os Candangos), de Bruno Giorgi. Como em quase todos os logradouros da cidade, a parte urbanística da praça foi idealizada por Lúcio Costa e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer.
O TCHNENG (OU CHENG), INSTRUMENTO QUE DEU ORIGEM A VÁRIOS INSTRUMENTOS, INCLUSIVE O ACORDEON, FOI CRIADO NA CHINA POR VOLTA DE 3.000 ANOS ANTES DE CRISTO, CONTITUÍDO POR UMA PALHETA DE BAMBÚ QUE PRESA AOS LÁBIOS VIBRAVA COM O AUXÍLIO DOS DEDOS APROVEITANDO A CÚSTICA DA BOCA.
FOI O CONSTRUTOR DE INSTRUMENTOS MUSICAIS CYRILL DEMIAN (AUSTRÍACO DE VIENA) QUE, NO ANO DE 1829, INVENTOU A “GAITA DE MÃO”, ASSIM DENOMINADA POPULARMENTE PARADISTINGUÍ-LA DA “GAITA DE BOCA”, JÁ EXISTENTE NAQUELA ÉPOCA, DANDO-LHE PORÉM, O NOME DE “ACORDEONDIATÔNICO”.
PARA ESTA CRIAÇÃO TOTALMENTE NOVA, DEMIAN BASEOU-SE EM EXPERIÊNCIAS QUE O CONSTRUTOR BERLINENSE E INVENTOR DA GAITA DE BOCA FRIEDRICHBUSCMHANN REALIZARA EM 1822, PROVANDO A POSSIBILIDADE DE CONSTRUIR UM INSTRUMENTO, MUSICAL COM SANFONA MANEJADA PELA MÃO EM VEZ DE FOLES MOVIDOS PELO SOPRO.
O ACORDEON FOI PATENTEADO POR DEMIAN EM 06 DE MAIO DE 1829 NA CIDADE DE VIENA, E O PRIMEIRO CONSERTO FOI REALIZADO NO DIA 19 DE JUNHO DE 1829 EM LONDRES POR WHEATSTONE.
EM PORTUGAL O acordeão é mais conhecido em Portugal como "harmónio". É maior do que aconcertina e é bastante utilizado em várias regiões do país, sobretudo na parte norte e de há uns anos com grande expansão no Sul principalmente no Algarve. A concertina, além de ser mais pequena tem a caixa hexagonal. Estes dois sãoinstrumentos, que não tiveram origem em Portugalmas que foram introduzidos no país e aquitiveram grande difusão. VÍDEOS EUGÉNIA LIMA - PICADINHO DO ALGARVE
EUGÉNIA LIMA NELSON CONCEIÇÃO - BORDEIRA - SANTA BÁRBARA DE NEX
PATRÍCIA CABRITA E NELSON CONCEIÇÃO
JOÃO FRADE
HERMENEGILDO GUERREIRO COM RANCHO FOLCLÓRICO DE FARO EM FRANÇA
HELDER BARRACOSA
JOSÉ FERREIRO PAI ACORDEÃO PORTUGUÊS
ANDREIA CABRITA - VÍDEO AMADOR DE ALBERTO DÂMASO
DANIEL RATO
JOÃO BARRA BEXIGA
FREGUESIA DE SANTA BÁRBARA DE NEXE - BORDEIRA CATEDRAL DO ACORDEÃO - DO BLOG http://osferreiros.blogspot.pt/ -As Duplas de acordeonistas de Bordeira -José Ferreiro (Pai) e José Ferreiro Filho e João Bexiga pai e Filho
Quando comecei com o blog , tive um mestre que foi o David Encarnação, ele é que me ensinou. Toda a gente já viu o que representou esta dupla surgida por volta dos anos 1932,pois ganhou fama,foi tocar a Castelo Branco,como testemunhou Eugénia Lima, com oito anos,em Portimão como testemunhou João Cesar, que tinha arte,cada um com a sua,nem José Ferreiro Pai copiava José Ferreiro Filho, nem o filho copiava José Ferreiro Pai, conforme testemunhou João Barra Bexiga.Portanto isto é sólido.A razão do projecto Nexe terra do acordeon,que contemplou numa 1ºfase João Barra Bexiga, José Ferreiro Pai e José Ferreiro Filho,António Madeirinha e Daniel Rato,está concluída.A apresentação das suas obras na Sociedade Recreativa Bordeirense, a Gala feita no Teatro das Figuras, o CD das suas obras gravadas por variados acordeonistas e da edição de um livro com as suas pautas.O livro das obras de José Ferreiro Pai e Filho, tem cerca de 83 obras, o do João Barra Bexiga tem 200, os outros não sei, mas dos Ferreiros, está entre elas a Alma Algarvia", que não precisa de apresentação. Mas voltando ao assunto das composições,tanto José Ferreiro (Pai), como José Ferreiro (Filho), não zelaram pelo seu património musical, pois mais de metade perdeu-se, era a própria Sociedade de Autores, que apontava numa pauta, duas ou três linhas de música, que eles ouviam pela rádio, para efeitos de direitos de autores.José Ferreiro (Filho), ía lá pedia a pauta e depois não a levava, como por exemplo:Passo Doble"A Caminho de Sevilha"Tenho uma pauta,com duas linhas.O princípio e o Fim, feito pela SPA,tango "Amo-te",Sem pauta,Mocidade Louletana,tem uma pauta de três linhas,Corridinho da Lagoa, sem pauta, eles compunham tantas composições que nem tiveram essa preocupação.José Ferreiro (Pai), também aparece pautas com uma ou duas linhas,exemplo:Como se passa o Tempo-corridinho,uma linha e meia,És Lindo Algarve,uma linha e meia,Festa Alegre,uma linha e meia.Aquelas que se conseguiu arranjar, penso que já foi bom, portanto as pautas encontradas, são apenas uma amostra,penso .Mas meus senhores leitores, está longe de reflectir a realidade.Ainda Não vi o livro, mas a verdade é que o seu património é tão extenso, que não dá para explicar e eles não pensaram nisso.Portanto as pautas que estão lá, foi o que se conseguiu arranjar. Se disserem que dentro das duplas de acordeonistas, não havia mais? Houve é público.João Bexiga e João Bexiga Filho.Mas foi uma dupla pequena, pois ele mesmo contou, quando acompanhava o pai aos bailes, o público pedia-lhe para levar o puto.Traga lá o puto.Mas o puto a dada altura, começou a ir só, aqui a dupla acabou,conforme João Barra Bexiga disse numa entrevista na sua simplicidade, que começou por acompanhar o pai aos bailes.Quem tiver memória de elefante há-de lembrar-se que o João Barra Bexiga, ainda apareceu na Sociedade Recreativa Bordeirense, com o nome de João Bexiga filho, pelo menos eu já vi o prospecto..Sim porque o nosso amigo David Encarnação,quando falou comigo por mensagens e se inteirou quem era o José da Palma Vargues, soube que eu era o Zézinho .Na escola descarregava na aula a História de Portugal,sem falhar uma vírgula,depois de levar uma reguada da professora, que vinha de motorizada de Faro, que me fez desmaiar.Quem presenciou, foi a Maria dos Santos, o José Maria Belchior, a Maria Cecília, a Cândida,etc. Mas as duplas de acordeonistas, a de José Ferreiro Pai e José Ferreiro Filho, tinha uma cabeça,que controlava,era o José Ferreiro (Pai),mas este precisava de um motor novo,era o filho que o puxava para as gravações,tanto assim que ele gravou só, muitas músicas ,como o corridinho "Amendoeiras e a Marcha "Rite-para Mim", que o meu primo Baltazar Guerreiro, fez o favor de tornar público, mas houve mais, não aparecem, mas houve mais e a história está mal contada, o filho empurrou o pai para as gravações, que os tornaram conhecidos em Portugal e no mundo e quando eram ouvidos no rádio, as Empresas de Espectáculos chamava-os.É o que fazem os artistas de hoje, portanto isto representa que eles estavam adiantados para a época.Isto era o tal motor que foi o José Ferreiro Filho.Foi o pai que mandou o acordeão para a Eugénia Lima, mas foi o filho, que a foi buscar a Lisboa, e a Eugénia Lima quando chegou, disse para o José Ferreiro ficar em casa, que eu faço isso sózinha. Muito bem D.Eugénia, isso é que é ter cabeça.Ela contou-me em 2013, ao telefone.Ficou muito agradecida comigo,pelos vídeos que eu tenho posto.Contei-lhe de alguma reação adversa de algum acordeonista e ela disse-me , pois eu estou-lhe muito agradecida.Aqui fica este registo. Isto tem a finalidade de corrigir o anúncio da Gala de Homenagem a José Ferreiro Pai e José Ferreiro Filho, que dizia, que José Ferreiro Filho, tinha gravado somente em duo com o pai.Não houve o desmentido.Por acaso eu já tinha enviado ao Sr. Nelson Conceição duas gravações de José Ferreiro Filho, feitas em 78 rotações, com a marcha Maria Antonieta, minha irmã,nascida em 1948 e o vira Mocidade, podia ter sido desmentido, mas enfim, era o gasto de dinheiro e não havia necessidade.Mas o público ficava mal informado e para mim isso é um era um erro crasso.A explicação está dada.Mas agora quem ler esta informação, pode dizer.Ah mas eu tentei corrigir, pois bem venha essa explicação, pois foi um erro que leva as pessoas a tirar conclusões completamente contrárias, aquilo que se pretende, é corrigir a história.Se o genro de José Ferreiro Pai, escreveu que ele tinha gravado as "Rosas do Algarve", as Flores do Sul", etc, e não pôs que foi o Duo, pois bem, agora já sabem que essa ideia foi um erro crasso. Voltando às duplas de acordeonistas, a de José Ferreiro (Pai) e José Ferreiro (Filho), começou em pleno no ano 1932, quando se apresentaram em público em Castelo Branco, cimentou-se nas duas Orquestras Típicas Algarvias e nas gravações, até finais da década quarenta. João Bexiga e João Bexiga Filho, começou na aprendizagem de João Bexiga Filho,porque como é sabido João Bexiga apresentou-se no cine de Faro em 1925,num concurso que reuniu os melhores acordeonistas da época, ao lado de José Ferreiro e do Ceguinho da Luz,António Madeirinha, etc, foi efetivamente compositor, tendo o Hélder Barracosa gravado no seu CD, uma sua composição.Portanto a dupla durou nesse período, se eles actuaram juntos como profissionais não sei .Seria bom que se fizesse um estudo apurado e se João Bexiga não deveria também ser considerado neste ciclo de homenagens e perservação da sua obra.
Afinal o que é que há por de trás da ideia descabida de alguns que preferiam ver Portugal como parte integrante de Espanha ?
Por incrível que pareça li há dois dias mais uma "ramoirada" de opiniões de gente que salvo quaisquer interesses que não consigo descortinar preferia ser espanhola ?
Será por causa das sevilhanas ?
O que é a Espanha afinal?
Uma manta de retalhos !
A Catalunha que quer tudo menos ser espanhola .
A Galiza que luta há tanto tempo por se livrar dos nuestros hermanos .
O País Basco e tantas regiões que preferem ser autónomas e a independência completa.
Ò pá ! a malta ficou farta dos Felipes e com essa monarquia este Portugal só herdou foi saudosistas, gente burguesa com xiliques.
A gente é condicionado a acreditar que a vida só pode ser aproveitada enquanto somos jovens. Esta ideia, além de ser uma tremenda injustiça com os idosos, acaba impedindo com que muitos acreditem que não devem mais realizar seus sonhos, pois já estariam velhos para isso.
Pois aos 89 anos, a russa Elena Mikhailovna é um grande exemplo de que não existe idade para fazer o que nos deixa feliz. Sua história se tornou conhecida nas redes sociais, graças a uma compatriota, Ekaterina Papina, que a conheceu por mero acaso durante suas férias no Vietnã.
Ekaterina Papina a conheceu quando a ouviu falando russo no restaurante do hotel onde estava hospedada. A idosa tentava explicar a um funcionário que não queria sua comida com muita pimenta. Então decidiu ajudá-la e ficou de queixo caído.
Ela descobriu que, por trás daqueles enormes óculos, das rugas e dos cabelos brancos, estava uma mulher viajante e aventureira de 89 anos de idade e que só havia começado a desbravar o mundo há seis anos, ou seja, quando tinha 83.
Ela descobriu que entre os países visitados por Elena estavam: Turquia, Alemanha, Polónia, Vietnã e República Checa, seu país preferido. Ela já o visitou cinco vezes: uma por ano desde que decidiu começar a viajar.
Ekaterina Papina contou a história de Elena em seu perfil no Facebook e o post rapidamente se tornou uma sensação na Rússia e no resto do mundo. A ‘vó Lena’ (como carinhosamente a apelidou) viaja sozinha, de cajado, mochila nas costas e tem uma vida repleta de histórias.
Ela nasceu em 1927 em Krasnoyarsk, cresceu num orfanato e sobreviveu à Segunda Guerra Mundial trabalhando no campo com um carro de bois em Oremburgo. Quando a paz veio, manteve-se na agricultura e casou com um militar. Teve uma filha e tudo corria bem até o marido começar a beber e a bater nas duas. No post, Ekaterina não conta o que aconteceu depois e passa diretamente para a parte feliz: Elena tem dois netos, vive sozinha e viaja pelo menos duas vezes por ano.
Desta vez, o destino foi o Vietnã. A dificuldade de enxergar é o único problema que a tem retraído nas aventuras, mas raramente diz não a um desafio. Viagens de moto ou passeios de camelo, banhos no mar e experimentar pratos exóticos. Ela já fez de tudo e prova que não há idade limite para correr atrás da felicidade. Ela já sabe qual será seu próximo destino: Israel.
Por estes dias Bob Dylan por interposta Patti Smith recebe o Nobel da Literatura que a Academia decidiu conceder com o argumento de “ter criado novas expressões poéticas na tradição da canção americana”, o que a secretária permanente da academia explicou, considerando Dylan ser merecedor do prémio por “ser um grande poeta na grande tradição da poética inglesa”. São curiosas justificações que nada justificam. Se Dylan criou novas expressões poéticas na tradição da canção americana o que dizer de um Leonard Cohen, de uma Laurie Anderson, de uma Meredith Monk. Argumento mais ridículo é considera-lo “um grande poeta na grande tradição da poética inglesa”. Um só verso de T.S.Elliot, para referir outro nobelizado, tem mais espessura e inteligência que toda a obra de Dylan, a que já produziu e a que eventualmente venha a produzir. Seria extraordinário que a coroa de louros do Nobel produzisse tal metamorfose e transfiguração. O que o Nobel vai injectar em Dylan é um doping de marketing. O prémio da Academia Sueca é um selo que faz vender e muito mais vai fazer vender quem já se movia no mundo comercial como peixe na água, como se pode aferir pelas vendas alcançadas por um dos seus últimos discos em que recorre ao reportório de Sinatra mesmo que seja uma demonstração das suas limitações enquanto cantor. A atribuição do prémio a Dylan produziu enormes ondas de choque no universo da cultura, normalmente associada a um conceito restritivo e elitista que tem sido abalado, desde a emergência da cultura pop por uma hibridização entre géneros que não cessam de se cruzar de forma incongruente mas que, há que reconhecê-lo, muitas vezes de forma sedutora para criar um imaginário universalizado a destruir fronteiras entre as camadas sedimentares das culturas, Cultura Erudita/Humanística, a Cultura Popular, Cultura de Massas, etc. alienando as políticas de democratização da cultura. Um dos que mais se fez ouvir foi Vargas Llosa, outro Nobel da Literatura, numa denúncia vigorosa de que agora “vale tudo” na banalização de uma cultura em que se apagaram os parâmetros selectivos, interrogando se “no próximo ano vão dar o Nobel da Literatura a um futebolista”. O que não é inesperado de quem escreveu o ensaio A Civilização do Espectáculo, em linha com muitas obras teóricas que têm colocado em causa o estado actual da cultura contaminada pelas mundanidades e pelos populismos. No olho do furacão desencadeado pela atribuição do Nobel a Dylan têm ficado submersos outros argumentos pertinentes embora quase seja obrigatório referir o sofisma de alguns recordarem que na antiga Grécia a poesia estar sempre ligada á música. Safo ou Homero, os trovadores franceses e ingleses, as Cantigas de Santa Maria da corte de Afonso, o Sábio ou de Dom Diniz, não podem ser usados para caucionar a eleição da Academia Sueca. Ao entrar por esse campo, dentro das fronteiras definidas nesse território, Dylan é um pigmeu, tanto poética como musicalmente, se for comparado com um Georges Brassens, um Leo Ferré, mesmo um José Afonso. Ouvindo qualquer desses cantautores, como agora são chamados, a distância para o norte-americano é abismal. E se Brassens raramente musicou poemas que não os seus Ferré, com bastante talento e sem escorregar para algum cabotinismo que inquina parte da sua obra, escreveu excelente música para poemas de Rimbaud, Verlaine e Baudelaire. Estão mortos, a Academia não atribui prémios a artistas entretanto desaparecidos. Argumentário falhado se formos ouvir um Chico Buarque ou um Caetano Veloso que, como escreveu Helder Macedo, “transformaram a poesia impossível no tempo da ditadura na canção possível durante a ditadura”. Sublinhe-se mais uma vez com um saber musical e poético de que Dylan é incapaz. Estão vivos, continuam a escrever canções numa língua que é das mais faladas no mundo, o que seria uma eventual pecha dos franceses. São de um país, o Brasil, onde o Nobel nunca desembarcou apesar dos grandes escritores que cintilam no seu firmamento e no firmamento universal. Estranho? Nem tanto. O prémio Nobel da Literatura, como outros nóbeis, é também um prémio político. Obama está no panteão dos nóbeis da Paz para o confirmar. Na literatura, só assim se percebe porque foram nobelizados Soljenitsyne, Cholokov, Alexievich ou, sobretudo Churchill “pela sua brilhante oratória na defesa dos Direitos Humanos”, ele que era de facto um brilhante orador, a denúncia incendiária que fez do nazismo prova-o, mas teve posições dúbias em relação ao genocídio dos índios, desprezava não pelas melhores razões Gandhi, a componente rácica não era alheia a esse desprezo, foi um dos principais co-autores do brutal e desnecessário bombardeamento de Dresden, registado para a posteridade em Matadouro 5, por Kurt Vonnegut e que agora está a ser detergentada pela química dos restos do Muro de Berlim. Enfim, era a Academia Sueca a contribuir decisivamente para cumprir o desejo de Churchill “a história será gentil para mim, já que pretendo escrevê-la”. Nesse patamar político há que situar o Prémio Nobel da Literatura 2016, escolhendo um suposto activista da contracultura, subvertida pela sua obra politicamente correcta, a fazer cócegas inconsequentes ao establishment, que engorda com essa marginalidade bem-comportada, a envernizar a liberalidade de uma sociedade sem dignidade e sem dignidade para oferecer. É nesse patamar político que o prémio da Academia contribui para a manutenção do imperialismo cultural anglo-saxónico, que se ancorou no século XX, quando as nações perdem centralidade e capacidade de comandar o processo cultural. Quando a superfície global vai dissolvendo o território, o exercício de soberania, a língua e a identidade cultural, tornados conceitos móveis e transitivos. Quando miséria e riqueza extremas tocam-se com geografias alteradas. Situações que ainda há cinquenta anos eram do 3º mundo existem no 1º Mundo, e em áreas qualificadas do 3º Mundo surgem imagens e poderes do 1º Mundo. É o fenómeno da globalização que decorre do desenvolvimento capitalista. Uma época nova que se começa a definir mais nitidamente a partir dos anos 70 com o fim da equivalência do dólar-ouro, a primeira grande crise do petróleo, a definição da paz nuclear. Quando se começa a reconhecer que é difícil ou mesmo impossível garantir o desenvolvimento capitalista com os instrumentos de regulação soberanos internos, dentro dos espaços-nação. Instrumentos de regulação económica como o Banco Mundial ou o FMI, que eram projecções da potência norte-americana têm hoje um carácter supranacional de regulação do desenvolvimento mundial. É a situação histórica da passagem do modernismo para o pós-modernismo. Enquanto, numa extensão sem precedentes, cada vez mais habitantes do planeta perdem a esperança e são atirados para a exclusão, a riqueza global vai-se concentrando num número cada vez menor de mãos. Em nome da racionalização e da modernização da produção, estamos a regressar ao barbarismo dos primórdios da revolução industrial. Uma nova ordem económica emerge impondo-se com violência crescente. O objectivo é a conquista do mundo pelo mercado. Nessa guerra os arsenais são financeiros e o objectivo da guerra é governar o mundo a partir de centros de poder abstractos. Megas pólos do mercado que não estarão sujeitos a controlo algum excepto a lógica do investimento. A nova ordem é fanática e totalitária. Para esta nova ordem capitalista são de importância equivalente o controlo da produção de bens materiais e o dos bens imateriais. É tão importante a produção de bens de consumo e de instrumentos financeiros como a produção de comunicação que prepara e justifica as acções políticas e militares imperialistas através dos meios tradicionais, rádio, televisão, jornais e dos novos, proporcionados pelas redes informáticas, como é igualmente importante a construção de um imaginário global com os meios da cultura mediática de massas, as revistas de glamour, a música internacional nos sentimentos e americana na forma, os programas radiofónicos e televisivos prontos a usar e a esquecer, o teatro espectacular e ligeiro, o cinema mundano medido pelo número de espectadores, a arte contemporânea em que a forma pode ser substituída por uma ideia e a personalidade do artista transformada numa marca garante do valor da mercadoria artística que atravessa fronteiras e agora entra com grande estrondo nos salões em que se decidem a atribuição do Nobel da Literatura, tomados de assalto pela banalização dos critérios intelectuais, pelas modas da cultura massificada e alienada, pelo vazio da era do vazio. Inscreve-se o prémio da Academia Sueca a Bob Dylan na exportação de formas culturais que têm o objectivo de despolitizar, trivializar, alienar a humanidade aplainando o humano individual num processo de globalização e internacionalização que tende a destruir todas as formas de solidariedade, comunidade, valores sociais. É uma nova tirania exercida através de uma cultura em que subverte a cultura erudita e popular numa formatação pop e na instituição do star-system em que o que se exige dos receptores é o menor esforço, em que a procura e o do prazer da descoberta são praticamente anulados para que a inteligência morra, depois de um longo estado de coma agónica entre no grau zero. Eleger Bob Dylan como Prémio Nobel da Literatura enquadra-se nos objectivos maiores do imperialismo político e económico, na sua componente cultural. É a legitimação do triunfo da cultura pop, do populismo das redes sociais, da banalização do pensamento reduzido ao teclar de um tweet, do trabalho sem fadiga de demagogicamente banalizar a criatividade, um vírus canceroso que tem vindo a corromper as artes na grande tarefa de destruição da exigência de esforço que as artes comportam para nos tornarem humanos. (publicado em AbrilAbril; 12 Dezembro)
Pareceres mostravam aumento das imparidades na Caixa Geral de Depósitos Os pareceres da Inspeção-Geral das Finanças que mostravam aumento das imparidades na Caixa Geral de Depósitos estiveram na gaveta durante seis meses e só foram despachados pelo Governo de Passos Coelho 15 dias antes das eleições legislativas, avança hoje o Público. Segundo o jornal, pelo menos dois pareceres relativos a relatórios trimestrais da Comissão de Auditoria da CGD de 2014 que mostravam um agravamento das imparidades do banco público estiveram guardados entre março e setembro de 2015. A informação constante desses pareceres ia de encontro àquilo que foi referido pelo Tribunal de Contas, no relatório da semana passada: que tinha havido um controlo insuficiente do Estado sobre a CGD entre 2013 e 2015.