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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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15
Dez16

OS SEGREDOS DE PETRA

António Garrochinho





imagens recolhidas da net por António Garrochinho



Imaginar caminhar em um cemitério já pode ser apavorante para muitas pessoas, que dirá então entrar em uma necrópole. Isso até parece ficção, mas foi descoberta no deserto da Jordânia a cidade de Petra, escavada em uma rocha que fica entre diversas montanhas, e cujo acesso é bem difícil, não sendo possível chegar de carro.petra
                                                                                                                                                                     Mas o que essa cidade esconde ainda é um mistério. Por quem teria sido construída e por qual motivo? E por que ela ficou tantos anos sem ser descoberta? Os motivos reais, ninguém descobriu ainda, mas existem algumas especulações de porque a cidade foi criada.

O caminho para o templo
O Vale de Moisés, localizado na aldeia de Elji é o ponto de partida para se chegar à Petra. E logo antes de chegar à necrópole, o caminho já começa a ficar um pouco assustador.

Ao longo do percurso ele vai se afunilando até ficar com apenas um metro de largura. Definitivamente, não é um passeio para claustrofóbicos.

Todo o percurso tem cerca de 1,5 km de extensão, e ao longo dele as montanhas crescem cada vez mais, formando enormes paredões onde a luz do sol já não alcança mais.

E, ao chegar ao fim da caminhada, a luz ressurge e o visitante se depara com Khazneh, o imponente templo dos mortos escavado na grande rocha do deserto.

Não se sabe ao certo qual era a função de Khazneh, mas acredita-se que ela tinha três: guardar um tesouro, servir de templo e de túmulo.

Ao longo do caminho de Petra, é possível observar forte influência da civilização romana, tanto pelas ruínas que preenchem o caminho quanto um teatro situado em uma das colinas com capacidade para mais de 3000 pessoas.

Quem eram e onde moravam os habitantes?
Os habitantes de Petra eram conhecidos como Nabateus, uma tribo formada por pastores, onde construíram seu império mais de 2000 anos atrás.

É possível encontrar gravuras nas rochas feitas por essa tribo, embora seus significados ainda sejam indecifráveis. A cidade foi levantada em um ponto estratégico, pois ficava bem no meio da rota dos mercadores na época e o acesso ao centro da cidade era muito difícil.

Por esse motivo, os Nabateus começaram a prosperar e a crescer cada vez mais o centro de Petra. Alguns poucos séculos antes do nascimento de Cristo, Petra passava pelo seu auge.

A população havia aumentado e a economia estava sólida. Porém, os ataques de territórios vizinhos eram constantes, principalmente de Roma, até que em 106 d.c. Petra foi definitivamente conquistada pelos romanos.

Mesmo depois da conquista e do fim dessa dinastia, os dois povos permaneceram em paz por mais de cem anos e Petra continuou crescendo.

Foi nessa época que os romanos criaram o teatro e a Estrada das Colunas, que levava a um aposento sagrado no templo. Contudo, a partir do século VII a história dos Nabateus chegou ao fim com a chegada dos Muçulmanos.
Como Petra reapareceue redescoberta da cidade data de 1812, quando um explorador britânico chamado Johann Ludwig Burckhardt viajava para o Egito e ouviu falar sobre a misteriosa cidade.

Ele se vestiu como comerciante local, já que tinha aprendido a língua árabe e inventou uma desculpa de que tinha prometido para um Deus sacrificar um animal.

Porém, o sacrifício deveria ser feito em um túmulo que ficava bem próximo da necrópole. Convenceu dois habitantes locais a levar ele até lá, e quando chegou ao fim da caminhada, registrou tudo o que viu em um papel.

Para não perder o disfarce, sacrificou o animal e retornou para o povoado de Elji. Já foram encontrados na cidade de Petra vários túmulos, dentre eles reais, outros públicos e outros destinados a criminosos, que eram jogados em poços. Outros túmulos foram encontrados no siq, o caminho de 1,5 km que conduzia até o templo.

Os túmulos foram colocados entre as paredes do percurso, e também há indícios de que os Nabateus eram bons engenheiros, já que há uma infinidade de canais pelas paredes que transportavam a água pela cidade.

Diz a lenda que no topo do templo de Khazneh fica um grande tesouro de um faraó, protegido por uma urna pelos milhares de anos que se passaram. É possível encontrar marcas de armas de beduínos que tentaram incessantemente se apoderar desse tesouro.

Entretanto, nunca se soube ao certo por que a necrópole foi fundada, e trinta anos


atrás Petra foi nomeada como patrimônio da humanidade.
arquivosdoparanormal.blogspot.pt




imagens recolhidas da net por António Garrochinho

15
Dez16

UMA CIDADE DOURADA NO MEIO DO DESERTO

António Garrochinho


Dentre os três grandes reinos do deserto de Thar, no oeste da Índia, Jaisalmer foi o maior e que ganhou mais destaque. O fato de estar bem na “porta de saída” da Índia para o Paquistão e outras cidades do oriente médio, fez com que a cidade fosse rota de caravanas, e o saque de pedras preciosas dessas caravanas ajudou a enriquecer a cidade (e seus governantes, é claro).
O ponto alto de Jaisalmer, no entanto, não são seus lindos palácios ornamentados, seus fortes ou a proximidade com o deserto, mas sim o fato dela ser quase toda construída com arenito amarelo, um material que dá a cidade toda a impressão de ser feita de ouro. Subir no terraço de alguma das casas nas ruas estreitas da cidade te faz sentir no topo de uma montanha amarelo-dourada, e é lindíssimo.

A cidade dourada vista do alto

DSC03010A cidade dourada vista do alto



1- Gadisagar Lake: É um reservatório construído no século 14 pra abrigar água da chuva e ser uma fonte de água em épocas de escassez (afinal de contas, estamos falando do deserto). Dentro e ao redor do lago estão belíssimos templos e construções.

Templo no meio do lago

Templo no meio do lago
E um dos templos ao redor do lago

E um dos templos ao redor do lago
2- Havelis: mansões dos comerciantes da cidade se tornaram uma atração turística devido à riqueza de detalhes de suas construções, especialmente as fachadas e janelas, que parecem obras de arte talhadas no ouro. Nós visitamos o haveli de Salim Singh, porque nosso guia era amigo do pessoal de lá (na Índia tem muito disso), mas esta é uma das mais famosas mansões e é realmente muito bonita.

Haveli de Salim Singh

Haveli de Salim Singh

Detalhes dentro do Haveli

Detalhes dentro do Haveli
3- Forte: é a principal atração de Jaisalmer, já que a cidade se desenvolveu a partir dele (antigamente todo mundo morava dentro do forte) e, como até hoje muita gente mora lá, é um lugar animado, cheio de templos, belas ruas, restaurantes e lojas.

Forte visto de baixo

Forte visto de baixo

Artesanato nos muros do forte

Artesanato nos muros do forte
4- Jain Temples: Jainismo é uma religião que existe desde 6 antes de Cristo e que teve muitos adeptos comerciantes do Rajastão, por isso, os mais belos templos dos Jainistas estão neste estado, e em Jaisalmer há belos exemplares para serem visitados, como os que estão localizados dentro do Forte.

Jain temple dentro do forte

Jain temple dentro do forte

detalhes de dentro do Jain Temple



detalhes de dentro do Jain Temple
5- Safári de camelo: Apesar de já ter feito passeios de camelo no Egito e em Dubai, achei que valeria a pena experimentar na Índia. O passeio é bem legal pra conhecer o deserto e ver o pôr do Sol das dunas, mas se você já andou de camelo alguma vez e não amooou, acho que este pode ser meio cansativo!

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momento romance dos nossos camelos



6- Pôr do Sol nos Royal Cenotaphs- Bada Bagh: Esta construção (cenotaph) foi erguida em homenagem a Jai Singh II e seus sucessores, e antes era um belo jardim. Com o tempo, o deserto tomou conta novamente e só sobrou a construção, onde muita gente vai para ver o pôr do Sol. Confesso que eu não amei não, além de ser longe da cidade e rodeado de terrenos baldios cheios de lixo.
As construções dos cenotaphs


As construções dos cenotaphs

Jaisalmer fort visto dos Cenotaphs

Jaisalmer fort visto dos Cenotaphs




segredosdeviagem.com.br
15
Dez16

Aí está o governo xuxa ! Governo quer aumento do preço da água para reabilitar rede

António Garrochinho


Hoje a rede de água cobre praticamente o país. Na foto, quando em Lisboa se ia ao chafariz buscar água
Secretário de Estado diz que tarifas não cobrem custos dos serviços e que preço baixo beneficia quem precisa e quem não precisa


O Governo entende que as tarifas da água devem subir para cobrir os custos, nomeadamente com a reabilitação das redes. Em declarações ao DN, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, confirmou que, "em Portugal, a maioria das tarifas praticadas não cobre os verdadeiros custos dos serviços de águas e águas residuais".
Carlos Martins notou que esse é o caminho defendido pelo executivo socialista, a propósito do relatório intercalar do Grupo de Apoio à Gestão do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais - Pensar 2020, que é apresentado hoje. "O que estamos a pugnar é que as tarifas se aproximem daquilo que são tarifas que permitam cobrir custos, nomeadamente custos com a reabilitação." Afinal, explicou o governante ao DN, "as entidades gestoras" de serviços de águas "estão a cobrar tarifas abaixo do necessário, ou seja, de alguma maneira implicitamente as próprias entidades gestoras já estão a subsidiar estes serviços".
Aproximar as tarifas dos seus custos permitirá responder à reabilitação e renovação dessas redes - "um ponto ainda crítico", como apontou Carlos Martins, citando o relatório. "O ritmo a que as entidades gestoras reabilitam as suas redes é ainda baixo", sublinhou o secretário de Estado.
Por outro lado, a subida das tarifas vai permitir apoiar aqueles que precisam de facto das tarifas sociais, sustentou o secretário de Estado, para que esta dimensão social "não seja prestada através de tarifas abaixo dos custos, que são generalizadas, e que acabam por beneficiar quer quem precisa, quer quem eventualmente delas não precise".
Esta é uma medida apresentada no relatório como "prioritária" para a "otimização dos gastos operacionais", que "visam o equilíbrio das contas e a sustentabilidade económica das entidades gestoras". Segundo o grupo de trabalho que elaborou este documento, "a acessibilidade económica do serviço não é uma preocupação" para os beneficiários, pelo que o executivo antevê margem para essa subida tarifária.
Para Carlos Martins, "do ponto de vista daquilo que são os tarifários sociais, o que o Orçamento do Estado para 2017 contempla é suficiente para que as entidades gestoras, nomeadamente os municípios, possam vir a criar - até de acordo com as recomendações da própria entidade reguladora das águas e resíduos - tarifas sociais para cada um dos contextos locais e níveis de rendimentos", que, nas palavras do secretário de Estado, "têm muitas vezes a ver com os territórios".
Essa é, no entanto, como apontou ao DN, "uma competência estrita da entidade gestora e dos municípios". "Essa liberdade e essa recomendação é dada, ainda que caiba aos municípios serem, em última análise, promotores quer dos valores das tarifas quer da sua criação", completou.
Retrato fiel de beneficiários
O Ministério do Ambiente está interessado em conhecer este universo e, por isso, vão ser criados dois indicadores, para que se obtenha "um retrato mais fiel" dos beneficiários de tarifários especiais e de tarifas sociais.
Esse é um objetivo identificado pelo relatório: criar dois novos indicadores, que permitam aferir o esforço que as entidades gestoras destas redes estão a dedicar à franja de população mais carenciada e às famílias numerosas (conhecendo a percentagem de alojamentos com tarifários especial para utilizadores domésticos de menor rendimento e para famílias numerosas); e que permitam aferir ainda a percentagem de alojamentos que efetivamente estão abrangidos por tarifas sociais.
Outro aspeto sublinhado pelo relatório - e cuja preocupação é acompanhada pelo secretário de Estado do Ambiente - é "o elevado nível de perdas de água e o número de colapsos estruturais de coletores", que é também "revelador da fraca capacidade financeira de muitas entidades gestoras". Apesar de, como se identifica também no relatório, o setor revelar "amadurecimento e capacidade de melhoria da qualidade do serviço" que é "contínua e comprovada".


www.dn.pt
15
Dez16

15 de Dezembro de 37: Nasce o Imperador Nero

António Garrochinho

Quinto imperador romano, tornou-se infame pela sua vida de devassidão tendo perseguido ferozmente os cristãos.Lucius Domicius Aenobarbus, depois Nero Claudius Caesar Drusus Germanicus, era filho de Agripina, a Jovem e de Gneus Domitius Aenobarbus. Nasceu em Antium a 15 de Dezembro de 37 d. C., sendo adoptado por Cláudio em 50. Casou com Octávia, filha deste e de Messalina, em 53. Foi proclamado imperador quando Cláudio faleceu, a 13 de Outubro de 54. Era então aluno de Séneca. A sua autoridade apoiava-se nos pretorianos do prefeito Burro.No início do seu reinado é favorável ao Senado. Porém, algumas tragédias palacianas (como o assassinato de Britânico, filho de Cláudio) auguram mau futuro. Só com o assassínio de Agripina, em Março de 59 (ordenado pelo próprio), Nero governa pessoalmente, cada vez mais afastado de Séneca. Assume, então, o aspecto de um soberano helenístico.

Burro morre em 62. O novo prefeito do Pretório é Tigelino. Nessa altura, Nero inicia-se na religião mazdaísta e no culto do Sol-Rei.

Depois do incêndio de Roma, em 64 (reconstrução da Domus Transitoria ou Casa Dourada), atribuído a um propósito premeditado de Nero, eclodiu a Revolta de Pisão (65), na qual estava comprometida uma grande parte da aristocracia senatorial. A repressão é implacável.

Em 66, Nero vai para a Grécia, onde participa nos Jogos. No ano seguinte, é chamado a Roma, onde tem de enfrentar várias sublevações, como a de Julius Vindex, governador da Gália lionesa (província de Lugdunum, Gália) e depois a de Galba, governador da Tarraconense, na Hispânia, e ainda a de Otão, na Lusitânia. O Senado declara Nero como vencido em 68. Nesse ano, em Junho, Nero suicida-se.

A veracidade das histórias sobre o reinado de Nero é duvidosa, pois não sobreviveram fontes bibliográficas contemporâneas ao imperador. As primeiras histórias existentes mostram-se críticas demais ou são uma série de louvores. Além disso, a credibilidade dos relatos fica também embaçada pela presença de acontecimentos fantásticos e inverossímeis, sendo muitas as contradições que podemos encontrar entre os diferentes autores. Alguns historiadores conhecidos, como Fábio Rústico, Clúvio Rufo e Plínio o Velho, escreveram condenando o reinado de Nero em relatos que se perderam. Também foram escritas histórias sobre ele, de datas anteriores à sua ascensão ao trono, embora se desconheça o seu conteúdo.Por outro lado, fontes diferentes às citadas acrescentam uma visão limitada  sobre o imperador, embora poucas sejam favoráveis. Algumas das fontes porém, retratam-no como um imperador competente e popular entre o povo romano, especialmente no Oriente.

Nero. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Wikipedia (imagens)
Ficheiro:John William Waterhouse - The Remorse of the Emperor Nero after the Murder of his Mother.JPG
Os remorsos de Nero após o assassinato da sua mãe- John William Waterhouse

Ficheiro:Nero Agrippina aureus 54.png
Moeda com Nero e Agripina

O Imperador Nero no Cinema

Quo Vadis 
Ficheiro:Poster - Quo Vadis (1951) 01.jpg






Quo Vadis é um filme épico de 1951 realizado por Mervyn LeRoy , a partir de um guião de John Lee Mahin , SN Behrman e Sonya Levien, cuja acção decorre entre os anos 64 e 68. O filme conta a história de um comandante militar romano, Marcus Vinicius ( Robert Taylor ) que regressa da  guerra e apaixona-se por uma cristã devota, Lygia ( Deborah Kerr ), e a pouco e pouco aproxima-se cada vez mais do cristianismo. A  história de amor é contada no contexto histórico do início do cristianismo e da perseguição de Nero ( Peter Ustinov). 

VÍDEOS






15
Dez16

15 de Dezembro de 1832: Nasce o engenheiro francês Alexandre Gustave Eiffel, em Dijon.

António Garrochinho


Alexandre Gustave Eiffel foi um engenheiro francês nascido a 15 de Dezembro de 1832, em Dijon, e falecido em 1923. Depois de diplomado, começou a fazer grandes construções metálicas, como a ponte de Bordéus. Em 1867, fundou grandes estabelecimentos fabris, que deram um impulso extraordinário às obras de engenharia de ferro. Entre os seus trabalhos mais importantes contam-se os viadutos de Sinole, Viana do Castelo, Garabit e Tardes, a Ponte de D. Maria Pia e a estação de Budapeste. No entanto, a obra que lhe trouxe maior popularidade foi a célebre torre de ferro com mais de 300 metros de altura levantada em Paris aquando da Exposição Universal de 1899, a Torre Eiffel.

A Torre Eiffel foi construída entre 1887 e 1889, em Paris, para a Exposição Universal de 1889. Converteu-se no símbolo da capital francesa. Actualmente possui 325 metros (adicionada a altura das antenas). Na época da sua construção tinha aproximadamente 7 300 toneladas de ferro e actualmente tem aproximadamente 10 000 toneladas.

Foi oficialmente inaugurada em 31 de Março de 1889.A torre possui três andares. Na base foram usados cimento e aço. Os quatro pilares possuem quatro metros de cimento. Possui arcos que ligam os quatro pilares instalados a 39 metros acima do solo. O primeiro andar fica a 57 metros acima do solo e pode suportar a presença de 3 000 pessoas ao mesmo tempo. O segundo andar fica a 115 metros acima do solo e suporta a presença de 1 600 pessoas. O terceiro andar fica a 276  metros acima do solo e suporta 400 pessoas.

Fontes: Gustave Eiffel. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
Wikipedia
Eiffel em 1888, fotografado por  Félix Nadar
File:Gustave Eiffel.jpg

Caricatura de Eiffel
File:Construction of the Eiffel Tower.JPG


Construção da Torre Eiffel
15
Dez16

15 de Dezembro de 1939: Estreia-se o filme "E Tudo o Vento Levou", de Victor Fleming, em Atlanta, EUA

António Garrochinho

E Tudo o Vento Levou (Gone with the Wind, no original), de 1939 e cuja estreia data de 15 de dezembro do referido ano, é um dos filmes mais conhecidos da história do cinema. Realizou-o Victor Fleming, coadjuvado por Sam Wood e George Cukor, e teve David O. Selznick como produtor. Os papéis principais foram desempenhados por Vivien Leigh, Clark Gable, Olivia de Havilland e Leslie Howard. Trata-se de um filme romântico e histórico. A ação tem lugar em vésperas da Guerra Civil Americana, durante e depois, no estado da Georgia. O espectador assiste ao desvanecer dos privilégios (e, até certo ponto, dos preconceitos) aristocráticos na construção de uma nova ordem social nos Estados Unidos da América, acompanhando o percurso de Scarlett O'Hara: a morte dos pais; a perda da fortuna e da posição da família; os seus casamentos sucessivos, até se unir a Rhett Butler e, nos minutos derradeiros do filme, ser abandonada por ele; a sua enorme força de vontade, ambição e mesmo falta de escrúpulos. Baseado num romance de cordel da autoria de Margaret Mitchell (1900-1949), E Tudo o Vento Levou conseguiu - mercê do seu carácter épico, de algumas cenas de produção espetacular (como o incêndio de Atlanta), do aproveitamento da cor, do desempenho dos atores, etc. - os favores do público e da crítica. Apesar disso, as rodagens foram bastante atribuladas: George Cukor, que inicialmente tomara a seu cargo a direção, foi despedido por Selznick devido a influências de Clark Gable, que entrara em choque com o carácter disciplinador de Cukor. Para além disso, Leigh e Gable chegaram a protagonizar acesas discussões durante as filmagens e Leigh chegou mesmo a ameaçar abandonar o filme devido ao mau hálito de Gable, especialmente nas cenas de beijos. Apesar de tudo, foi um dos filmes mais bem sucedidos da História do cinema, tendo ganho os Óscares para Melhor Filme, Melhor Realizador (Fleming), Melhor Atriz (Leigh), Melhor Direção Artística (Lyle Wheeler), Melhor Argumento (Sidney Howard), Melhor Fotografia (Ernest Haller), Melhor Montagem (James Newcom) e Melhor Atriz Secundária (Hattie McDaniel, que se tornou na primeira atriz negra a vencer o galardão).

E Tudo o Vento Levou. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (imagens)






VÍDEOS



15
Dez16

Associação de Atletismo do Algarve afirma: “Federação Portuguesa de Atletismo contra o Algarve”

António Garrochinho


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Dois anos decorridos sobre a não apresentação por parte da Federação da Candidatura do Algarve à realização de 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus (21015 e 2016), retirando protagonismo à nossa Região e a Portugal, vem novamente a Federação de Atletismo, ignorar agora, a nossa candidatura ao campeonato Nacional de Marcha. Porquê?
1 –  Porque somos a Associação com maior número de Atletas de Marcha?
2 – Porque temos entre nós a maior referência feminina de Marcha, 6º lugar Jogos Olímpicos (Ana Cabecinha)
3 – Porque do nosso escol fazem parte os internacionais Edna Barros, Filipa Ferreira, Rodrigo Marques, Carolina Costa, Catarina Marques e Jorge Costa?
4 – Porque sempre incluímos a marcha nos nossos meetings internacionais desde a primeira hora?
5 – Porque fomos a única Associação a organizar em Portugal um Campeonato Europeu de Marcha?
6 – Porque em todos os Campeonatos Nacionais somos a Associação com maior número de participantes apesar das deslocações a que fomos obrigados?
7 – E porque nos foi prometido na reunião do Calendário Internacional no Funchal a realização da prova no Algarve.
E tudo isto depois de uma oferta (não realizável) à Associação de Atletismo do Algarve de 20.000 euros pela Federação por não terem entregue as Candidaturas das Taças Europeias.
A Federação saberá porque razão!
Só não se sente quem não é filho de boa gente!
A Direção da Associação de Atletismo do Algarve


planetalgarve.com
15
Dez16

Fotogaleria. As montras que contam a história de Lisboa

António Garrochinho

Um fotógrafo alemão calcorreou as ruas de Lisboa para captar em lente as montras de 30 lojas históricas da capital. As imagens cheias de tradição fazem parte de um projeto maior, intitulado "Re-tale".


O projeto leva a assinatura da empresa Pixartprinting que pediu ao fotógrafo alemão Sebastian Erras para captar a fachada de lojas históricas da cidade.


São montras, muitas montras que contam histórias diferentes e que, em comum, têm a resistência: ao passar do tempo, à evolução das tendências e à modernização da cidade. Vieram as marcas internacionais e em massa invadir os centros comerciais, ficaram algumas lojas de rua a bem da tradição (ainda que, aqui e ali, ocupadas por novos inquilinos). Falamos de um projeto fotográfico que tem como objetivo captar a arquitetura nostálgica de Lisboa, mas também a energia das suas gentes.

As fotografias captadas pela lente do alemão Sebastian Erras fazem parte da série “Re-tale”, um projeto criativo que culmina com a criação de um site com fotografias e histórias de 30 lojas icónicas em Lisboa. A convite da empresa da Pixartprinting, responsável pela iniciativa, o fotógrafo já antes calcorreou as ruas de Paris para fazer um registo semelhante. Em Milão, foi a vez do fotógrafo Marco Valmarana.


Mas falemos de Lisboa: foi no passado dia 14 de novembro que Erras aterrou na capital portuguesa pronto a retratar os valores e a estética do passado, uma vez que o projeto pretende “dar voz” (ou cor) aos lugares tradicionais, e às pessoas atrás dos seus balcões, que habitam por entre as ruas labirínticas e alcatroadas da cidade das sete colinas.

Lisboa foi o último destino da referida série a ser considerado, não que estivesse aquém das suas rivais, mas porque a luz que quase todos os dias inunda a cidade é tida como a cereja no topo do bolo, o último Mon Cheri da taça de cristal.

FOTOGALERIA








































observador.pt

15
Dez16

“O ERRO” e os retardados

António Garrochinho






Se a União Europeia quer sobreviver e prosperar, deveria lançar um processo de descentralização e deixar os Estados decidir mais, diz Oliver Hart, prémio Nobel de economia. 

No dia 9 de Dezembro, Oliver Hart e o sue colega Bengt Holmström receberam o prémio Nobel pelos seus trabalhos sobre a teoria dos contratos, que vai da privatização aos salários dos PDG.
Para o economista britânico, Bruxelas foi demasiado longe e a palavra de ordem da economia europeia deveria ser «descentralização». Se a UE abandonar a sua tendência para a centralização, poderia sobreviver e prosperar, de outro modo correrá para a queda, segundo ele.
Este professor de Harvard insiste também na falta de «homogeneidade » entre os Estados-membros, impede que a UE seja considerada como uma entidade única. Assim, designa como «erro» a tentativa de criar uma união única.
As inquietações dos Estados-membros quanto à centralização dos poderes e dos processos de decisão deveriam ser, por isso, segundo Oliver Hart, reguladas atribuindo competências às respectivas capitais.
No entanto, o prémio Nobel admite que a UE deve guardar o controlo de «certos domínios importantes», como as livres trocas e a liberdade de circulação de trabalhadores. Reforça pessoalmente esta última questão, acrescentando que «compreende apesar disso os problemas políticos que a envolvem»,.
Bengt Holmström também referiu que a UE devia «redefinir as suas prioridades, limitar as suas actividades e o pendor regulamentar, a fim de se concentrar no que possa fazer em domínios essenciais».
Este economista finlandês, que ensina no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), declarou que Bruxelas deveria reestruturar o seu sistema de governança e as suas regras de base, para as tornar «mais claras e mais simples».
Oliver Hart considera igualmente que «o euro é um erro», opinião que defende desde a introdução da moeda única. Ele acha, assim, que a UE deveria abandonar a sua moeda, e que Londres foi «manhosa» ao não aderir a ela.
Além disso, o economista é crítico dos projectos de Donald Trump, e preocupa-se particularmente com a política de desregulamentação financeira prevista pelo futuro presidente.


Tanta questão!,
sem se pôr em questão
o que está na génese e no seio
das questões
Via: anónimo séc. xxi http://bit.ly/2hH4Qne

15
Dez16

armas de intoxicação massiva

António Garrochinho

VÍDEO


Atenção o vídeo tem tradução em português. Clique no rectângulo no canto inferior direito do vídeo e acione as legendas, depois a seguir cliqyue na roda dentada a seguir ao rectângulo e escolha "traduzir legendas automáticamente" e escolha o idioma

Sabe qual é a diferença entre um terrorista em Paris, um saqueador em Palmira ou um qualquer sanguinário em Aleppo? É que se ele estiver em Aleppo, na grande imprensa, não terá nenhum destes adjectivos, provavelmente será ou um “rebelde” ou um “insurgente”, provavelmente dirão até que é um “moderado”. É isso que tem acontecido.
Nos últimos dias, aproximando-se a derrota militar em Aleppo dos terroristas do daesh/al-qaeda/al-nusra entre outros mercenários animados pelos incansáveis e mal-disfarçados apoios de países e organizações como os EUA, UE, Turquia, Israel ou Arábia Saudita, os níveis de intoxicação mediática atingiram patamares absolutamente insuportáveis. Desta vez também através de videos de “mensagem final” que chegaram às redes sociais e televisões nos últimos dias.
Se por um lado é verdade que uma análise atenta desmonta facilmente estas sucessivas farsas, por outro lado, através das brutais armas de intoxicação massiva que o capital e o imperialismo têm ao seu dispor para a sua difusão, as aldrabices, as mistificações e manipulações de toda a ordem e feitio acabam por atingir os seus fins em larga escala.
Independentemente de casos de guerra, em que populações civis sequestradas são utilizadas como escudos humanos pelos miseráveis terroristas que insistem em comportar-se como cobardes até à última, e que objectivamente colocam em causa vidas civis, a verdade é que os interesses do império e do capital nestas sucessivas acções de intoxicação mediática à escala global visam a diabolização dos libertadores o seu isolamento e, naturalmente, criar condições políticas que para já dificultem novas reconquistas, que impeçam o restabelecimento da ordem e a reconstrução do país, bem como preparar no futuro novas escaladas belicistas.
Além dos tradicionais meios e formas de conformação de realidade e intoxicação, de facto hoje por força de novos meios tecnológicos e do seu acesso massificado em vastas áreas do mundo, importa acompanhar e denunciar estas “novas” vertentes da intoxicação até porque são elas próprias muitas vezes causa ou meio difusor para as tradicionais fontes de manipulação de massas. Por exemplo, estes videos que iniciaram a sua circulação em redes sociais rapidamente(esse seria seu objectivo) foram utilizados em televisão ganhando ainda maior projecção. E sim, estes são só um exmplo. 
Ler mais em: Manifesto 74 http://bit.ly/2hnaYzW
15
Dez16

QUER A VERDADE SOBRE ALEPPO ? VEJA ESTE VÍDEO ! - A “cortina de fumo” sobre Aleppo na imprensa ocidental

António Garrochinho




Nada que já não se soubesse, pelo menos aqueles que seguem a comunicação social não dominante. Essa está a levar a cabo uma campanha de intoxicação completa, de mentira, de propaganda e contra-informação sobre o que se está passar na Síria, mormente em Aleppo. Grande parte das imagens que as televisões passam são montagens. No meio da Guerra, a sério, não há momento nem tranquilidade para criar cenários de horror tão “ordenadinhos” e serenos. Este depoimento, de uma jornalista canadiana que há anos se encontra na Síria, no local dos acontecimentos, desmonta as tácticas de desinformação que estão a ser usadas e a forma como organizações, supostamente com vocação humanitária, também estão a ser usadas para apoiar os terroristas. (Estátua de Sal, 15/12/2016).

VÍDEO

(Vídeo partilhado de Jornal Tornado, 14/12/2016)


estatuadesal.com
15
Dez16

Médico de Santa Maria da Feira acusado de filmar pacientes nuas

António Garrochinho


 Usava telemóvel dissimulado para filmar adolescentes no consultório.

 Médico terá filmado mulheres em cinco ocasiões 

Era através de um telemóvel colocado dentro de um estojo transparente e pousado numa secretária que o médico de família filmava os seios das pacientes. 

Durante as consultas de rotina no seu consultório em Santa Maria da Feira, o clínico pedia às vítimas, que tinham entre os 11 e os 18 anos, que levantassem as camisolas. Depois usando a desculpa de que necessitava de as examinar retirava-lhes o sutiã. 

O arguido certificava-se sempre que as jovens ficavam numa posição em que podiam ser filmadas. O Ministério Público de Santa Maria da Feira diz agora que o médico terá feito pelo menos cinco vítimas entre os finais de 2014 e meados de 2015. O médico foi por isso formalmente acusado por cinco crimes de devassa da vida privada, cinco crimes de gravação ilícita e um outro de pornografia de menores. 

A acusação revela agora que as imagens das vítimas eram depois guardadas pelo arguido em computadores e outros dispositivos de armazenamento. Nas buscas à casa do médico foi ainda encontrado outro material pornográfico, que envolvia adolescentes. O Ministério Público requereu também que o clínico fique impedido de exercer a profissão de médico quer no público, quer no privado.

http://www.cmjornal.pt

15
Dez16

A guerra é a guerra - Quando o horror do tempo que se vive é relatado por um jornalista com profissionalismo, cultura e sensibilidade:

António Garrochinho



Quando o horror do tempo que se vive é relatado por um jornalista com profissionalismo, cultura e sensibilidade:
A cor das lágrimas por Alepo
Chora por mim ó minha infanta
Escorre sangue o céu e a terra
Ah pois por mais que seja santa
A guerra é a guerra
Regressaram os combates a Alepo. A Síria continua a ferro e fogo. As televisões ficam saturadas de imagens cruéis. Lançam-se apelos lancinantes. Veem-se rostos desesperados. Há mortos. Há feridos. Há gente em ruínas. Há um quotidiano rasgado por uma violência inaudita. Havia um cessar-fogo. Agora há de novo tiros. Balas cravadas no tempo. E nos corpos inertes. E na verdade feita um frangalho num conflito infernal. A guerra é a guerra, cantava Fausto no disco “Por Este Rio Acima”. Tremenda verdade. A propaganda é um elemento crucial das guerras. Pelo que se conta e, tantas vezes, pelo que se esconde. Segundo uma das hipóteses colocadas para este regresso dos combates, as condições impostas pelo Irão terão inviabilizado a evacuação de Alepo. É uma hipótese. Assumi-lo é reconhecer, como o faz Robert Fisk, o conceituado jornalista do jornal inglês “The Independent”, que há mais que uma verdade para contar na horrível história de Alepo. Fisk diz que “os políticos ocidentais, ‘especialistas’ e jornalistas vão ter de reformular as suas histórias nos próximos dias, agora que o exército de Baswhar al-Assad retomou o controlo da parte oriental de Alepo. Vamos perceber se os 250 mil civis ‘encurralados’ na cidade era assim tão numerosos. Ouviremos contar porque é que não foram capazes de partir quando o governo Sírio e a força aérea russa suspenderam os seus ferozes bombardeamentos na parte oriental da cidade. E vamos aprender um pouco mais sobre os ‘rebeldes’ que o Ocidente – os EUA, Inglaterra e os nossos amigos cortadores de cabeças do Golfo – tem vindo a apoiar”.
A situação é de tal ordem complexa que a CNN se viu na necessidade de tentar elaborar um gráfico com a rede de ligações e cumplicidades entre os diferentes protagonistas no terreno, para reconhecer, no final, que mesmo assim será difícil encontrar numa narrativa que se encaixe no esquematismo da generalidade da comunicação social, muito disponível para arrumar tudo em dois caixotes: o governo Sírio por um lado, os rebeldes por outro.Como a vida seria simples, se um conflito como este fosse traduzível nesta dicotomia destinada a facilitar a arrumar no tabuleiro de xadrez os bons e os maus. O problema é que um tabuleiro de xadrez, que é aquilo em que está transformada a Síria, tem muitas peças. Demasiadas peças a movimentarem-se em múltiplas direções. É por isso que a guerra é a guerra. E, ali está em curso, também, uma poderosa guerra de propaganda que torna pornográfica a exploração do sofrimento, do horror, da miséria, dos mortos, em nome de uma suposta superioridade moral.
É fundamental reconhecer que não existe informação fiável sobre os crimes que estão a ser cometidos, e quem os está a cometer. Há uma implícita indiferença à tragédia quando se verifica este acantonamento em posicionamentos rígidos dos quais resulta a pretensão de ignorar uma evidência: na Síria está em vigor uma guerra por procuração. Há o governo Sírio, a Rússia e o Irão, mais milícias libanesas e iraquianas por um lado, e, do outro lado, a apoiar múltiplas fações, algumas delas com ligações à Al-Qaeda ou ao chamado Estado Islâmico, estão esse intocável modelo de democracia chamado Arábia Saudita, bem como o Qatar, e, a um outro nível, os EUA, a França, Inglaterra, ou o Egito e a Turquia, cujos apoios também vão oscilando ao sabor das conveniências.
Aqui chegados, percebemos a confusão moral instalada na generalidade dos meios de comunicação social do Ocidente: à força de tanto se pretender diabolizar o governo Sírio à boleia da diabolização de Putin, ignoram-se, escamoteiam-se, finge-se nada acontecer de anormal nas zonas controladas ou nos ataques efetuados por grupos como a ex-Frente Al-Nosra (ramo sírio da Al-Qaeda), o Al Nusra e outros grupos ligados ou subsidiários do Estado Islâmico.
De facto, a guerra é a guerra. E quando a guerra avança, é melhor não dar cor às lágrimas. Porque as lágrimas são o espelho dos destroços humanos gerados pela violenta irracionalidade. Não há bons e maus neste conflito.Há mortos. Muitos mortos. E muitas lágrimas.
Via: anónimo séc. xxi http://bit.ly/2ho7fSE
15
Dez16

Correia de Campos: acordo do salário mínimo "com todos" tem "muito mais efeito" (inclúi som audio)

António Garrochinho


O presidente do Conselho Económico e Social sublinha a importância de ter a assinatura de todos os parceiros no acordo que decide o aumento do salário mínimo mas admite que ele pode não acontecer já.


António Correia de Campos tem uma longa experiência política e de cargos públicos. Destacado socialista, foi secretário de Estado, deputado na Assembleia da república, eurodeputado e por duas vezes ministro da Saúde. É, desde outubro, presidente do Conselho Económico e Social, sede da Concertação Social, que tem na próxima segunda-feira, dia 19 de dezembro, uma reunião decisiva para o acordo que inclui o aumento do Salário Mínimo Nacional.

SOM AUDIO



Hugo Neutel entrevista o presidente do CES Correia de Campos


A economia aguenta o aumento do salário mínimo nacional?

Essa questão foi certamente posta em janeiro deste ano, quando se passou o salário mínimo nacional para 530 euros. Nessa altura certamente surgiram, tal como agora, dúvidas e incertezas sobre se a economia aguentaria.

Não conheço nenhuma evidência de que o aumento para 530 euros tenha sido prejudicial à economia. Não me parece que tenha sido, bem pelo contrário: estou convencido que foi útil para a economia.

Não tenho dons divinatórios para saber se um valor muito alto terá ou não terá [consequências negativas]. Tenho ouvido até os próprios patrões declararem que não são contra o salário mínimo, eles beneficiam do salário mínimo com o aumento do consumo.

E nunca fazemos as contas ao aumento da motivação do trabalhador quando recebe um aumento salarial.

Que se concretiza em maior produtividade?

Que se concretizará em maior produtividade difícil de medir, porque é constituída por pequenas coisas, mas certamente real.

Suponho que há dados quase adquiridos entre os parceiros. Em primeiro lugar, que as subidas do salário mínimo são boas para todos. Em segundo, que toda a gente compreende que as empresas com mão-de-obra de intensiva, com salários baixos, próximos do salário mínimo, precisem de medidas compensatórias. E até os sindicatos reconhecem que essas medidas devem beneficiar essas empresas.

A manutenção da Taxa Social Única reduzida?

Com esse ou outro nome, sim.

Acha portanto natural que esse tipo de compensações venha de facto a acontecer.

Acho natural. E pode haver muitas: neste ano houve a redução de 0,75 pontos na TSU paga pelas empresas que pagam o salário mínimo. E nem todas as empresas o fizeram: apenas metade o fez. Muitas não necessitavam, o trabalho não compensava. Outras terão pensado que aquilo não era para eles.

Ninguém está à espera de um acordo apenas para o salário mínimo. Acho que as pessoas esperam um acordo de médio prazo. Se puderem ter um acordo a cinco ou seis anos, muito bem. Mas não o podendo ter, ao menos que seja até ao final da legislatura.

E acha viável ter um acordo com esse horizonte?

Não lhe consigo responder. Talvez na segunda-feira ao final do dia já saiba. [A próxima reunião da concertação social está marcada para segunda-feira, dia 19 de dezembro]. O que lhe posso dizer é que é muito melhor um acordo a três anos do que como o que foi feito este ano, por razões de pressão dos acontecimentos.

O salário mínimo é apenas uma das peças da concertação. Há outras que têm de ser incluídas neste tipo de trabalho. Os instrumentos de contratação coletiva, por exemplo, são essenciais. Há outros que são mais rejeitados pelos trabalhadores, como a caducidade dos acordos [de contratação coletiva], mas pode haver algum consenso em torno da suspensão temporária desse tipo de medidas.

Um acordo com todos os sindicatos e todos os patrões teria muitíssimo mais efeitos do que um acordo só com uma parte dos patrões ou só uma parte dos patrões. Sobretudo efeitos reputacionais externos. O país pode ganhar se mostrar lá fora que estamos com uma solução institucional que nos permite não apenas ter um governo estável, um ambiente social estável, sem grandes greves nem perturbações sociais e ao mesmo tempo que isto foi acordado entre todos, isso teria um efeito reputacional muito grande, muito positivo para o país. É por isso que eu penso que o presidente se tem batido tanto por isto.

Acha viável que na próxima reunião da CS terá esse acordo?

Não sei se terá. O acordo não tem de estar fechado, mas podemos estar mais adiantados do que estamos hoje. Se porventura na segunda-feira não as perspetivas forem negativas estaremos mais atrasados mas penso que estaremos melhor do que estamos hoje. Dá-me a ideia que há uma grande vontade de fazer o acordo. Não sei será completo ou assinado por todos.

Acho que esses valores [exigidos pelos vários parceiros para o aumento do SMN] não são uma linha vermelha. São valores de referência, que as partes propõem.

Mas há quem o enuncie como uma linha vermelha.

Penso que não são.

Acha que a CGTP terá flexibilidade para aceitar um valor abaixo dos 600 euros?

Não me peça para representar a CGTP.

Como olha para o facto de a Confederação dos Serviços quer integrar a Concertação Social?

Ninguém se oporá a que a Confederação dos Serviços integre uma das outras confederações patronais. Pode integrar quer a CIP, quer a CCP. Há um problema real: sociologicamente o setor dos serviços não está totalmente representado. Mas os passos têm de ser dados dentro dos limites da lei, ou com uma lei nova. Há três anos esse pedido foi rejeitado e houve dois recursos. Num o tribunal considerou que não era competente, e o outro é um recurso administrativo que ainda corre. Aqui também há o problema de saber se devemos mexer neste assunto enquanto não há uma decisão do tribunal, que seja qual for, será sempre um elemento enriquecedor. Mas é sempre possível haver uma mudança da lei, independentemente do tribunal.

Disse há dias que Portugal precisa de 900 mil imigrantes para poder crescer 3%. O que é que o país pode fazer para os atrair?

Não é preciso nenhum pacote de medidas. Se a economia melhorar, eles vêm. Nós temos 400 mil trabalhadores estrangeiros. Passar para 900 mil será uma consequência de desenvolvimento económico que vai por sua vez trazer mais desenvolvimento. Essa gente, se e quando vier, será gente jovem, ativa, saudável, que vai trabalhar, contribuir para a Segurança Social, vai melhorar o saldo demográfico. Mas o ponto de partida é o crescimento económico.

Mas o país pode sempre fazer alguma coisa, nem que seja facilitar a entrada.

Se não facilitarmos a entrada, vão entrar clandestinamente. Nos anos 60 e 70 a Alemanha era muito rigorosa, só deixava entrar legais. Na França entravam clandestinos, e todos se desenvolveram. O que temos é obrigação humana e moral de os acolher bem e de preparar de forma antecipada a vinda deles para evitar as mortes no Mediterrâneo. Temos de negociar com os países de origem.

Pela primeira vez desde há alguns anos Bruxelas aprovou o Orçamento do Estado sem grandes dificuldades, e até fez elogios ao país. Estamos numa nova fase da relação com a Comissão Europeia?

Estamos numa fase em que, mercê do esforço do primeiro-ministro, da equipa das Finanças, e das forças políticas internas, que com paz e tranquilidade conseguiram suportar com estabilidade um governo, mostrámos lá fora que somos um país estável e confiável. Isso é absolutamente essencial. É por isso que um acordo de concertação seria ouro sobre azul.

Ficou surpreendido com a durabilidade e estabilidade da gerigonça?

Acho que a surpresa durou apenas três a seis meses. A partir daí tudo isso se institucionalizou um pouco. Há um diálogo de gerações. Os negociadores é tudo gente com a mesma idade. Há dias tive ocasião de estar com eles numa zona de convívio e percebi como eles se dão bem, do ponto de vista pessoal. Isto às vezes é muito importante. A minha geração levou anos com as desconfianças dos fascistas e dos anti-fascistas... levou anos a poder dialogar francamente. Acho que esta gente jovem tem mais condições para esse diálogo.

Este acordo parlamentar tem condições para chegar ao final da legislatura?

Neste momento penso que sim.

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