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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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05
Jan17

Família de Hitler e seus descendentes hoje

António Garrochinho


Hitler e Eva Braun, sua futura esposa, com quem se casaria, segundo relato, pouco antes da capitulação frente aos aliados
Um assunto bastante curioso e interessante, porém, pouco e até mesmo delicado de se tratar é a questão da família de Hitler e seus descendentes no contexto do pós guerra. Evitado tanto pelo lado daqueles que lutaram contra a Alemanha Nacional-Socialista, quem sabe pelo fato de terem em cheque uma acusação de perseguição infundada e por isso mantenham interesses em ocultar certos segredos, quanto por aqueles que são e foram seus simpatizantes, talvez por falta de informação ou censura. 

Muitas foram e ainda são as especulações a cerca da origem do Chanceler alemão e sua descendência. Umas dizem que Hitler teria sangue judeu correndo e suas veias, vindas de seu avô (ou bisavô), ou que seria um membro família Rotschild (banqueiros judeus) ou mesmo que Hitler teria tido filhos e escondido tal fato da mídia, mas que porém, com a queda da Alemanha, os Aliados teriam mantido tais informações sobre controle...Importante mesmo é lembrar que dentro do campo das especulações, principalmente no que diz respeito a historiografia da Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler e o Nacional-Socialismo, encontrasse desde muito antes da guerra, um verdadeiro "Vale-Tudo" de informações e contra-informações utilizadas no intuito de desmoralizar e desmantelar o inimigo. Frutos disso, hoje em dia são não só a repugnante morbidez da historiografia oficial mas muitas teorias de conspiração que agitam sites de internet e livros de ficção cientifica ou com visões "acadêmicas" verdadeiramente esquizofrênicas.

Vamos ao que podemos hoje chamar de fatos: Adolf Hitler era filho de Klara Pölz e Alois Hiedler (ou Hüttler). Seu pai, que nascera com o sobrenome Schickgruber (materno), após comprovar a paternidade de Johann  Hiedler (ou Hüttler), seu verdadeiro pai, muda seu sobrenome para o do mesmo e casasse com Klara e por um erro de cartório ocorrido com o nome do esposo herda do marido, assim como ele próprio o sobrenome Hitler.
Árvore genealógica de Adolf Hitler

Fruto do casal são os seus 6 filhos: Gustav, Ida, Otto, Adolf, Edmund e Paula. Dos quais apenas Adolf, o quarto e Paula, a caçula sobreviveram até a idade adulta (coisa comum a época). Além deles, Alois, teve mais dois filhos de um casamento anterior: Angela (1883 - 1949) e Alois Jr. (1882 - 1956), seus dois meio-irmãos dos quais não deixaria de ter contato sempre que possível.

IRMÃ E MEIO-IRMÃOS
Paula Hitler (1896 - 1960)
Sua unica irmã legítima, Paula Hitler, nasceu em Hafeld, Áustria. Após a morte da mãe, Hitler concedeu a sua parte da pensão de órfão à irmã. Ela perdeu o contato com Adolf por muitos anos, incluindo a Primeira Guerra Mundial e o seguimento. Ela disse mais tarde que quando se voltaram a encontrar, na década de 1920, ela ficou surpresa e não o reconhecia, mas ficou encantada quando ele a levou às compras. A partir de 1929 ela só o via uma vez por ano, normalmente em grandes eventos nacionais ou do partido. Em 1936, ele pediu-lhe que ela mudasse o nome para Paula Wolf (alcunha de infância de Hitler, que ele tinha usado na década de 1920, incógnito). Adolf ofereceu-lhe apoio financeiro regular desde o início da década de 1930 até à sua morte em 1945.

Paula trabalhou como secretária num hospital militar até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Foi presa pelos Aliados em 1945, foi inquirida e libertada no início do ano seguinte. Ela disse não acreditar que o irmão dela era o responsável pelo Holocausto mas os agentes ignoraram isto considerando que era um ato de lealdade a Hitler. Depois de livre da custódia dos EUA, Paula voltou a Viena onde ela trabalhou em uma loja de artes. Em 1952 ela foi viver em Berchtesgaden, Alemanha, onde levou uma vida em isolamento num apartamento com dois quartos até à sua morte em 1 de Junho de 1960. Paula nunca se casou nem teve filhos. Há algumas evidências de que ela compartilhou com seu irmão fortes convicções nacionalistas, mas não era politicamente ativa. Paula foi sepultada em Berchtesgaden.

Somente seus meio irmãos tiveram filhos: Alois Hitler Jr, conheceu a irlandesa Bridget Dowling na RDS Arena. Fugiram para Londres e casaram em 3 de junho de 1910. O casal estabeleceu-se em Liverpool, onde o filho William Patrick nasceu em 1911. Estabeleceu-se com um pequeno restaurante em Dale Street, uma pensão na Parliament Street e um hotel no Mount Pleasant, mas todos estes empreendimentos falharam. Finalmente ele deixou sua família em maio de 1914 e retornou sozinho para o Império Alemão, para estabelecer-se no negócio de lâminas de barbear. Mas a Primeira Guerra Mundial eclodiu logo depois, isolando Alois na Alemanha e impossibilitando sua mulher e o filho de se juntarem a ele.

Alois Jr. casou-se então com outra mulher, Hedwig Heidemann (ou Hedwig Mickley) do qual gerou Heinrich "Heinz" Hitler. O ardil de Alois Hitler foi descoberto pelas autoridades alemãs e Alois foi processado por bigamia em 1924, mas absolvido devido à intervenção de Bridget em seu nome.

William Patrick ficou com Alois e sua nova família durante as suas primeiras viagens à Alemanha da República de Weimar, no final da década de 1920 e início da década de 1930. Em 1934 Alois estabeleceu um restaurante em Berlim, que tornou-se um local popular das Tropas de Assalto (SA). Alois conseguiu manter o restaurante funcionando durante toda a Segunda Guerra Mundial. No final da guerra foi preso pelos britânicos, mas liberado quando ficou claro que ele não tinha participado do regime de seu meio-irmão Adolf Hitler. Alois morreu de causas naturais, em 1956.

Angela Hitler, que depois se tornaria Angela Franziska Johanna Hammitzsch, e após casar-se com Leo Rudolf Raubal, se tornaria Angela Raubal, teve com seu marido dois filhos: Leo Rudolf Raubal Jr. (1906 - 1977), Elfriede e Angela "Geli" Raubal (1908 - 1931). Por muito tempo, Hitler fora acusado caluniosamente de ter uma relação amorosa com sua meia-sobrinha Geli e de ser o responsável por sua morte. Porém, tudo foi desmentido apenas depois da sua morte porque (segundo o historiador Werner Maser) Leo Jr. afirmou em 1967 que Hitler era "absolutamente inocente".


OS MEIO-SOBRINHOS

Leo Nasceu em Linz (Império Austro-Húngaro).Trabalhou em Salzburgo como professor de química. e visitava sua mãe de forma esporádica, quando morava em Berchtesgaden. 

Leo Raubal era, assim como seu primo mais novo, Heinz Hitler, mas ao contrário de William Patrick Hitler, um "sobrinho favorito do líder", e Hitler gostava de passar um tempo com eles.

Antes da guerra, tornou-se gerente da Siderúrgica Linz. Em outubro de 1939, foi convocado para a Luftwaffe e foi tenente do corpo de engenharia. Ele se parecia com Adolf Hitler e, por vezes, atuou como dublê de Hitler durante a guerra.

Leo Hitler Raubal Jr. Foi ferido em janeiro de 1943 durante a Batalha de Stalingrado, e Friedrich Paulus solicitou a Hitler um plano para evacuar Raubal para a Alemanha. Hitler se recusou e Raubal foi capturado pelos soviéticos em 31 de janeiro de 1943. Hitler deu ordens para verificar a possibilidade de uma troca de prisioneiros com os soviéticos com o filho de Josef Stalin, Yakov Dzhugashvili, que estava no cativeiro alemão desde 16 de julho de 1941. Stalin, que não gostava muito de Yakov se recusou a trocá-lo, seja por Raubal ou por Friedrich Paulus, e afirmou "guerra é guerra".

Raubal ficou detido em prisões de Moscou e foi libertado pelos soviéticos em 28 de setembro de 1955, e retornou para a Áustria. Viveu e trabalhou em Linz como professor. Faleceu durante um período de férias na Espanha e foi enterrado em 7 de setembro de 1977, em Linz. 

Leo Raubal Jr. teve um filho Pedro Raubal, nascido em 1931. Assim como seu irmão, Elfriede Raubal também teve um de nome Heiner Hochegger, nascido em 1945.

Quanto aos irmãos Heinz e William, filhos de Alois Hitler Jr. eram dois opostos. Heinrich "Heinz" Hitler (1920 - 1942), era filho do segundo casamento de seu pai. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, ingressou na Wehrmacht e serviu na Frente Oriental, onde foi capturado e morto na prisão em 1942.


Heinrich "Heinz" Hitler (1920 - 1942)

Ao contrário de seu meio-irmão, William Patrick Hitler, Heinz era um Nacional-Socialista. Ele participou de uma academia militar da elite SS, o Instituto Nacional de Educação Política (Napola) em Ballenstedt/Saxônia-Anhalt. Aspirando a ser um oficial, Heinz ingressou na Wehrmacht como um suboficial em 1941, e participou da invasão da União Soviética, a Operação Barbarossa. Em 10 de janeiro de 1942, foi capturado pelas forças soviéticas e enviado para a prisão militar de Butyrka em Moscovo, onde morreu com 21 anos, depois de vários dias de interrogatório e tortura.

William Patrick "Willy",viveu na Alemanha e no Reino Unido (onde nascera, ao contrário de Heinz).

Inicialmente tentou aproveitar a ascensão de Hitler, mas não conseguir o que eu esperava. Anos mais tarde, ele viajou com a mãe para os Estados Unidos, onde ele iria começar uma nova vida. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, ele serviu na Marinha dos Estados Unidos a serviço dos Aliados e lutou contra o seu próprio tio. Após o fim do conflito, o seu sobrenome foi apagado e adotou o  de Stuart-Houston. 

William viria a falecer em seu local de nascimento, Liverpool, não sem antes caluniar muito seu tio, em 1987. Ele teve três filhos: Alexander, Louis e Brian. 

OS PARENTES DE HITLER ATUALMENTE:

Recentemente uma revista francesa (a revista 'Paris Match') revelou que três familiares do chanceler alemão vivem atualmente nos EUA e nenhum deles tem filhos. Alexander, Louis e Brian vivem em Long Island e levam uma vida semelhante a de muitos norte-americanos. No entanto, vivem com o fardo de ter um dos nomes mais odiados no mundo: "Hitler". 

"Teria sido melhor se nós não fossemos descendentes de Hitler", disse Alexander Stuart-Houston  a um dos jornalistas da revista francesa.

O repórter perguntou-lhe se era verdade que a família de Adolf Hitler tinha feito um pacto para nunca mais ter filhos. "A única regra que temos", disse ele, é "não falar com os jornalistas". 

De acordo com David Gardner, autor de "O Último dos Hitlers", os irmãos nunca assinaram um acordo, mas a verdade é que nenhum é casado e não tem filhos.

Por sua vez, o escritor e historiador espanhol César Vidal lembra que, "atualmente, apenas cinco parentes (diretos, de sangue) de Hitler ainda estão vivos: Alexander, Louis e Brian e dois filhos de sua meia-irmã Angela, Peter Raubal e Heiner Hochegger. Peter Raubal agora é um engenheiro aposentado, sem intenção de perpetuar a raça. Algo semelhante acontece com Heiner Hochegger que nasceu em 1945 e não teve filhos", disse (os últimos dois já são idosos). 
osentinela-blog.blogspot.pt
05
Jan17

ROSA PARKS: A MULHER QUE TRANSFORMOU UMA NAÇÃO E AJUDOU A ACABAR COM JIM CROW

António Garrochinho



No mês de novembro no Blogger do CNNC/BA foram homenageados algumas personalidades que combateram pela liberdade do povo preto em diversas do planeta. Nossa última homenageada foi uma grande mulher que mudou a vida dos africanos na diáspora nos Estados Unidos da América.
Rosa Louise McCauley nasceu no dia 4 de fevereiro de 1913 em Tuskegee no Alabama – Usa, filha do carpinteiro James McCauley e da professora Leona McCaule, os seus pais se separaram e aos dois anos de idade foi residir com a sua mãe na casa da avó materna em Pinel Level no Alabama, com uma saúde frágil sofrendo de amigdalite e de baixa estatura, aos 11 anos de idade foi matriculada em uma escola industrial para meninas (Miss White's School Girls) onde aprendeu a profissão de costureira, não tendo condições de ir para Alabama State Teachers College's High School realizar o ensino secundário, forçada a abandonar os estudos para cuidar da mãe que adoecera e seu irmão menor Sylvester foi trabalhar para ajudar no sustento da família.
Na Infância foi vítima de ataques da Ku Klux Klan(KKK), organização racista formada por brancos protestantes que queimavam as casas de bairros pretos e praticavam linchamentos, e viu a sua avó com uma espingarda na mão guardando a entrada da sua residência. Houve um período que negros eram linchados sem julgamento nos Estados Unidos e as fotos são de extrema crueldade, a qual não postarei nesta página, por serem de extrema violência e as denomino exemplos do holocausto preto.
Conhecedora e vítima diariamente da segregação racial, presenciou a escola industrial em que estudava queimada duas vezes por incendiários racistas e as professoras pretas constantemente humilhadas, a menina Rosa Louise sabia que teria de enfrentar o racismo e suas seqüelas.
Em 1932 casou-se com o barbeiro Raymond Parks, um jovem de pouca educação formal por causa da segregação racial, e sua mãe Gery Parks o orientou corretamente para a sobrevivência como preto no sistema racista americano. Rosa Parks foi importante no sustento da família, vendendo a sua força de trabalho como empregada doméstica e até como ajudante em hospital, o seu marido insistiu em que terminasse os estudos e ela concluiu o ensino secundário em 1933. Raymond foi um ativista da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), organização fundada em 12 de fevereiro de 1909 por diversas pessoas entre eles o panafricanista Du Bois e brancos anti-racistas para atuar contra a discriminação racial dentro dos Estados Unidos da América, neste ano de 2007 a NAACP decretou estado de emergência pelo aumento da violência contra a juventude preta.
Na década de 30, Rosa foi uma das primeiras ativista a protestar contra a acusação injusta imposta a nove jovens pretos acusados de estuprarem duas jovens brancas, caso conhecido nos Estados Unidos como Scottsboro Boys. 
Rosa Parks atuou na NACCP a partir de 1943, trabalhando de secretaria até 1957 e participando de diversas atividades pelos direitos civis.
Foi membro ativa da Igreja Metodista Episcopal Africana fundada em 1790 e antes da guerra de Secessão já possuía 20000 mil membros nos estados do norte, e enviou missionários para os estados do sul sendo a que mais combateu a segregação nos Estados Unidos antes e depois da guerra da secessão. Um dos salmos preferidos pela irmã Rosa Parks foi o salmo 23 que diz:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor de seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale das sombras da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor por longos dias."
Para que possamos compreendera a segregação na qual foi vítima é necessário conhecer um conjunto de leis conhecidas como Jim Crow nos estados sulistas e fronteiras dos Estados Unidos, executadas entre 1865 a 1965, que separava brancos e negros nas escolas, locais públicos, hospitais, transportes, etc. 
Jim Crow foi mais do que leis, tornando-se uma maneira de vida branca americana, regras e costumes, foi à legitimação do racismo anti-preto, tendo diversos tentáculos, especialmente nos meios de comunicação em massa. O termo Jim Crow surge de uma canção feita por um ator branco Thomas Dartmouth (TD) "Daddy" Rice imitando um negro, o qual dizia ser um idoso escravizado que andava com dificuldade ou um jovem preto estereotipado. Ele foi um menestrel que ridicularizava os pretos norte-americanos no século XIX e pintava o seu rosto de preto. Leia mais: http://www.ferris.edu/jimcrow/who.htm
A contribuição de muitas igrejas brancas foi fundamental nas elaborações dessas leis e muitos teólogos e pastores brancos ensinavam nas igrejas que os negros foram amaldiçoados por Deus e estas leis eram da vontade divina, baseadas na má interpretação da maldição de Cam.
Havia toda uma regra de condutas para serem obedecidas pela comunidade africana nos USA, entre elas, exemplificamos: Relações sexuais entre brancos e pretos destruiriam a América Branca; se um homem preto estendesse a sua mão para ajudar uma mulher branca poderia ser acusado de estupro; e em hipótese alguma o preto poderia dizer que um branco estava mentindo; nunca falar que era mais inteligente que um branco,e proibido de mostrar afetividade em público,um beijo entre um casal de pretos era considerado violação da lei, etc.. 
Algumas dessas leis proibiam o casamento inter-racial de uma pessoa branca com uma preta até a oitava geração; se um homem preto estivesse com uma mulher branca na mesma sala à noite no trabalho, ou um homem branco com uma mulher preta, seriam presos e condenados até 12 meses de prisão; escolas para crianças brancas e pretas eram separadas, lanchonetes, restaurantes, cinemas, banheiros, bebedouros, etc. Leia mais exemplo em: http://en.wikipedia.org/wiki/Jim_Crow_laws
Em 01 de dezembro de 1955 Rosa Parks recusou-se a ordem do motorista James Blake a ceder lugar a um homem branco dentro de um ônibus, este ato de “desobediência civil” a levou a ser presa e fichada criminalmente pela polícia, acusada de violação do capitulo 6, seção 11 do Código de Segregação racial de Montgomery e condenada a pagamento de multas e prisão domiciliar . Em quatro de dezembro de 1955 as igrejas pretas começaram a organizar o boicote o qual foi referendado no dia nove de dezembro quando líderes pretos se reuniram na Igreja Metodista de Zion e o Rev. Ralph David Abernathy sugeriu o nome "Montgomery Improvement Association" (MIA). Os membros foram eleitos e como presidente, um jovem ministro desconhecido da Dexter Avenue Baptist Church, Dr. Martin Luther King, Jr. As Igrejas Pretas lideraram a luta pelos Direitos Civis nos Estados Unidos.
Não foi o primeiro fato ocorrido, outras pessoas já haviam sido presas por se recusarem a se levantar para cederem lugares em transportes públicos aos brancos, mas esse ato teve conseqüências que mudaram a vida dos descendentes de africanos nos Estados Unidos. O incidente resultou no boicote aos ônibus em Montgomery que perdurou durante 382 dias e Rosa Parks disse em uma de muitas das suas entrevistas:
-Nós não temos quaisquer direitos civis. Era apenas uma questão de sobrevivência, de existência de um dia para o outro. Eu me lembro, quando ia dormir, de uma garotinha ouvindo a “Ku Klux Klan” rondando à noite, e ouvindo um linchamento, e com medo de que a casa viesse abaixo pelo fogo.Na mesma entrevista, ela citou sua longa convivência com o medo como a razão de sua intrepidez em decidir apelar para suas convicções, durante o boicote aos ônibus.
-“Eu não tinha qualquer espécie de medo e foi um alívio saber que eu não estava só.Racistas retaliaram o boicote aos ônibus com o terrorismo. Igrejas Pretas foram queimadas ou dinamitadas. A casa de Martin Luther King's foi bombardeada na madrugada do dia 30 de janeiro de 1956. No entanto, a comunidade preta organizou com o boicote, um dos maiores e mais bem sucedidos movimentos populares contra a segregação racial realizado por africanos na diáspora nos USA, que originou outros protestos, e que colocou King como um dos líderes à frente do Movimento dos Direitos Civis. O Pastor Martin Luther King Jr liderou Montgomery Improvement Association, resultando em lutas que forçaram o termino da segregação racial nos transportes públicos e no fim das leis Jim Crow, se tornando um dos principais nomes nos Estados Unidos na luta contra a segregação, árduo defensor do integracionismo na sociedade branca americana sendo os seus métodos e sonhos questionados por diversos militantes, como Malcolm X, Fred Hampton, Stokely Carmichael e muitos outros panafricanistas, mas, nunca retirado os méritos de suas ações em prol da liberdade do nosso povo.
Rosa Parks desempenhou um papel importante na internacionalização da sensibilização para a situação dos pretos e pretas americanos nas lutas pelos direitos civis. O boicote aos ônibus de Montgomery também foi a inspiração para boicote na cidade de Alexandria, Eastern Cape da África do Sul, que foi um dos principais eventos na radicalização da maioria preta daquele país, sob a liderança do Congresso Nacional Africano.
Após o boicote Rosa Parks foi perseguida perdendo o emprego e seu marido também tendo que ficar desempregado.
Teve uma vida de lutas e militância pelo povo preto, tendo o seu trabalho reconhecido e homenageada por diversas autoridades, ganhando a medalha do governo americano e faleceu no dia 24 de outubro aos 92 anos, cercada de amigos e deixando pelo seu exemplo a chama acessa para o povo preto.

cnncba.blogspot.pt
05
Jan17

Os povos da ex-URSS

António Garrochinho

Miguel Urbano Rodrigues

Miguel Urbano Rodrigues

Não há precedente histórico para o Estado multinacional que foi criado na União Soviética apos a Revolução Russa de Outubro de 1917.

Os povos da ex-URSS
Finda a guerra civil, povos de 126 nacionalidades conviveram durante muitas décadas, quase sempre pacificamente, no vastíssimo espaço euroasiático soviético. Esses povos falavam 180 idiomas diferentes, de quatro famílias linguísticas.
Como foi possível?
As tentativas de explicação desse desafio à logica da História são muitas e contraditórias.
O gigantismo do país foi o desfecho de circunstâncias históricas que não eram previsíveis quando em Kiev, na Ucrânia, surgiu no seculo IX o principado de Rus, berço do futuro estado, criado –segundo a maioria dos historiadores- pelos varegos, escandinavos que ali chegaram descendo grandes rios.
A Rússia medieval teve como referência cultural e religiosa Bizâncio, a Roma do Oriente. Mas permaneceu um país atrasado no qual pequenos principados raramente se uniam para enfrentar os invasores estrangeiros. Estes vinham do oriente, nómadas asiáticos, e do ocidente, sobretudo a avançada para leste de povos germânicos.
No seculo XIII, os mongóis de Batu Khan destruíram a s principais cidades, de Moscovo a Kiev, numa orgia de barbárie. Esse povo de nómadas chegou para ficar.
Durante quase três seculos, os Kanatos dos príncipes gengiskanidas dominaram grande parte da Rússia, impondo pesados tributos às populações.
Não se fundiram com os russos. Na Ásia os mongóis e turcos da conquista diluíram-se, descaracterizaram-se no contacto com grandes civilizações. Na China sinizaram-se; na Pérsia tornaram-se muçulmanos. Na Rússia atrasada, a cultura e a religião ortodoxa não os atraíram; abraçaram o Islão.
Foi somente no seculo XVI que o czar Ivan IV, ao tomar Kazan, pôs fim ao senhorio da Horda de Ouro mongol.
Mas a herança genética dos invasores asiáticos foi profunda. Milhoes de russos descendem de um prolongado processo de mestiçagem.Os avós paternos do próprio Lenin eram calmucos , um povo turco mongol.
Sem acesso ao Báltico e ao Mar Negro, acossada a Ocidente pela Ordem Teutónica, por polacos e lituanos, e mais tarde pelos suecos, a sul pela Turquia, a Rússia iniciou a sua expansão para leste.
A imensidão siberiana era um território praticamente despovoado. Na época em que os russos avançaram para além dos Urales, o total de habitantes da Sibéria, segundo os demógrafos, rondaria os 300 000. A maioria, de origem turca, nomadizava .Eram tribos remanescentes das grandes invasões que na Alta Idade Média tinham avançado para a Europa, sobretudo a partir do Altai.
Os pioneiros russos, deslocando-se a pé, a cavalo, de barco ou de trenó consoante a estação, atingiram rapidamente o Ártico e em 1640 fundavam Irkutsk, e uma década depois a galopada conquistadora desembocava no Pacifico.
Mas o imperialismo russo somente assumiu contornos de politica de estado um seculo depois, com Pedro I, cognominado o Grande. É no reinado desse czar que a Rússia expulsa os suecos de Riga e do golfo da Finlândia, onde funda São Petersburgo. As guerras com a Turquia abrem-lhe simultaneamente o acesso ao Mar de Azov e ao Mar Negro. A Ucrânia, que estava quase toda sob ocupação polaca, é incorporada na Rússia.
A partir de meados do seculo XVIII, na época da czarina Catarina, a politica imperial altera- se profundamente.
As conquistas no Cáucaso, apos guerras contra a Turquia e a Pérsia, e posteriormente a ocupação do Cazaquistão em regime de protetorado, e a conquista dos emirados da Asia Central, densamente povoados por turcos e iranianos, motivaram atitudes diferenciadas. Na Arménia e na Geórgia, nações cristãs, os russos foram recebidos como libertadores.
Outra foi a atitude das populações no Azerbaijão, em pequenos estados do Cáucaso e nos emirados do Turquestão onde o Islão estava enraizado há mais de um milénio.
A administração russa adotou aí políticas de recorte colonial típico. Os colonos russos não se misturaram com os autóctones; instalaram-se em bairros diferentes. Os governadores imperiais permitiram que as autoridades locais permanecessem em funções e para os muçulmanos foram mantidas as leis islâmicas. Os emirados mantiveram uma autonomia fictícia até à Revolução de Outubro, que depôs os príncipes gengiskanidas.
Na brutalidade da repressão o colonialismo russo na Ásia Central apresentou semelhanças com o dos ingleses, franceses e portugueses na Africa subsaariana. A continuidade geográfica dos territórios anexados imprimiu-lhe porem características peculiares, diferentes do europeu, marcado pelo afastamento das colónias da metrópole europeia. Na Asia Central não se registou, porem, até ao final da II Guerra, uma política de russificação.
A queda da autocracia czarista levantou uma vaga de esperança nas populações não russas do império. Mas, apos a Revolução de Fevereiro, as mudanças foram mínimas com poucas exceções.
Na Europa as áreas ocidentais estavam aliás parcialmente ocupadas pelos alemães.
O quadro somente mudou com a Revolução de Outubro.
O Decreto sobre a Paz, de 26 de Outubro de 17, condenou todas as anexões realizadas pelas grandes potências europeias. E dias depois, a 2 de novembro, o Decreto sobre as nacionalidades definiu os princípios que a jovem república pretendia impor nas relações com as populações não russas. Incluíam o direito à autodeterminação dos povos que optassem pela independencia. Contrariando influentes membros do Comité Central, Lenin não se opôs à independência da Finlândia e à restauração da Polónia como estados soberanos.
Lenin via a URSS como uma união de republicas iguais na qual a Rússia teria os mesmos direitos que as outras. A sua preocupação com a questão nacional era tão grande que nos anos do exilio incumbiu Stalin de escrever um trabalho sobre o tema que foi posteriormente editado em livro*.
Lenin elogiou o ensaio de Stalin, mas as ideias de ambos sobre a questão nacional não coincidiam.
Nos países bálticos a situação era muito complexa. Surgiram três tendências antagónicas. A maioritária pronunciou-se pela independência. Uma minoria revolucionária bateu-se pela integração na União Soviética, e um sector da burguesia agrária pela ligação à Alemanha. A intervenção da esquadra britânica contribuiu decisivamente para a vitória dos partidários da independência. Nos três países, dois seculos de administração russa não tinham abalado as superestruturas culturais. A Estónia, fino- ugria, e a Letónia e a Lituânia, indo-europeias, mantinham os seus idiomas e o alfabeto latino.
No Cáucaso e na Asia Central a integração na Rússia revolucionária não foi imediata.
No Daguestão, na Chechénia, na Inguchia, terras muçulmanas, imperou o caos durante anos.
Em l918, apos a derrota da Turquia, tropas britânicas ocuparam o Azerbaijão,a Geórgia e a Arménia e reprimiram as forças revolucionárias favoráveis à Revolução de Outubro. Sob a proteção das baionetas inglesas, os países da Transcaucásia proclamaram a independência. Mas, quando os britânicos se retiraram, os comunistas tomaram o poder no Azerbaijão e em 1920 o país optou pela integração na Rússia soviética. Na Geórgia a situação permaneceu tensa durante o breve governo social-democrata que ali se instalou. Foi a intervenção do exército vermelho em 1921 que precedeu a adesão à Républica Russa.
Na Arménia, onde o sentimento nacional era muito forte, reforçado pelo genocídio dos arménios na Turquia, foi também a intervenção do exército vermelho em l921 que permitiu a criação de uma república soviética, pondo termo a uma prolongada guerra civil.
Mas Lenin tornou público o seu desacordo da repressão no Cáucaso, criticando com severidade os métodos ali aplicados por Stalin.
Na Ásia Central as populações muçulmanas festejaram a queda da autocracia czarista, mas em l918 a república socialista soviética do Turquestão teve uma existência breve, tal como as repúblicas de Bukhara e do Korassão.
A guerra civil foi ali prolongada e o almirante Koltchak, líder da contrarrevolução, chegou a controlar parte da Ásia Central.
Durante quase quatro anos imperou o caos na Região.
Somente quando a União Soviética foi criada em Dezembro de 1922, as populações do antigo Turquestão voltaram a viver em paz.
O processo de integração da Ucrânia na Rússia soviética foi talvez o mais traumático. Os nacionalistas de Petliura defenderam a criação de um Estado independente contra a opinião da minoria russófona do leste do país.Com a ocupação alemã a confusão aumentou. A Ucrânia foi um dos principais cenários da guerra civil entre os brancos e as forças revolucionárias, mas os bolcheviques venceram.
O RENASCIMENTO DOS NACIONALISMOS
Sucessivos governos da União Soviética afirmaram apos 1945 que a questão nacional tinha sido definitivamente resolvida.
Simulavam ignorar a realidade.
Durante a guerra, os alemães foram bem recebidos por uma parcela importante das populações bálticas. O mesmo ocorreu inicialmente na Ucrânia. Mais de 100 000 ucranianos lutaram contra a URSS, muitos nas SS nazis. E os guardas de muitos campos de concentração alemães eram ucranianos colaboracionistas.
É um fato que na Europa e na Ásia foi pacífico durante décadas o convívio da maioria russa com as minorias nacionais. Mas a conceção de Lenin, incorporada na Constituição da URSS, sobre a igualdade de direitos dos povos da União nunca foi respeitada. O que prevaleceu foi, na prática, a conceção do federalismo internacionalista de Stalin, hegemonizado pela Rússia.
homo soviéticus que deveria ser uma criação do socialismo não passou de aspiração.
No final da II guerra mundial, as feridas abertas por decisões de Stalin, incompatíveis com os princípios que regulamentavam a questão nacional, não estavam cicatrizadas.
A expulsão para a Ásia Central dos Tártaros da Crimeia, dos alemães do Volga e de alguns povos de origem turca, e a deportação para a Sibéria de milhares de bálticos deixou sequelas profundas nas minorias atingidas por essas medidas repressivas.
O renascimento do nacionalismo separatista no espaço soviético ficou transparente desde o início da perestroika. Contribuiu decisivamente para a desagregação da URSS.
Foi obviamente incentivado, e com frequência financiado, pelos EUA no âmbito de uma estratégia cuja meta era a destruição da União Soviética e a transformação da Rússia numa sociedade capitalista.
Mas o êxito dessa política foi muito facilitado pela atmosfera anti russa que persistia, adormecida, nas populações de muitas repúblicas.
Os países bálticos, onde havia fortes minorias russas, foram os primeiros a romper, optando pela independência. Em visita à Lituânia e Letónia no verão de 1989 chocou-me a vaga de anticomunismo. Funcionários dos Partidos locais elogiavam como «heróis» os dirigentes de direita da Republica anterior à II Guerra Mundial. Em Vilnius, Alguis Tchecuolis, um lituano que havia dirigido a Agencia Novosti em Lisboa, disse-me sem rodeios que era «anti leninista». À porta das igrejas, jovens colavam nas paredes cartazes antissoviéticos.
Tive a oportunidade de registar um grande mal-estar no Cáucaso e no Cazaquistão em l987 e 1989, quando o fracasso da perestroika já era identificável por visitantes comunistas como eu. Em Alma Ata,no Cazaquistão, onde meses antes manifestações anti russas tinham sido reprimidas pelas armas, um secretário do Partido minimizou em conversa comigo o significado dos protestos populares, atribuindo-os a hooligans, a marginais.
Em visitas ao Uzbequistão, impressionou-me a tenaz sobrevivência da cultura islâmica naquela república. E surpreendeu-me a ignorância de camaradas do Partido da história dos povos iranianos e turcos que ali tinham criado grandes civilizações cuja herança é identificável nas deslumbrantes mesquitas e medersas de Samarcanda, Khiva e Bukhara, património da humanidade. Alguns manuais de história soviéticos ignoravam mesmo o chamado renascimento timurida, o fascinante período de esplendor cultural na literatura, nas artes, na astronomia e na arquitetura, tornado possível pelos descendentes do conquistador turco Tamerlão.
Em jornadas inesquecíveis pelas províncias do Norte do Afeganistão e pelo Sul do Uzbequistão tive a oportunidade de verificar que a fronteira que ali separa dois estados iluminava uma realidade que me transportou a diferentes idades da Humanidade.
De ambos os lados daquela fronteira artificial, traçada no final do seculo XIX pelo Imperio Britânico e pelo Imperio Russo, vivem ainda povos irmãos que falam línguas turcas e iranianas. Mas enquanto no Uzbequistão me senti no Seculo XX, nos povoados misérrimos da Báctria e no Bandaquistao afegãos movimentei-me por vezes entre gentes que me transportavam pela imaginação ao seculo X.
Na outra margem do Amu Daria,não obstante as políticas discriminatórias de Stalin na Ásia Central, a revolução soviética ergueu grandes cidades, indústrias modernas, universidades de prestígio, e com a água dos grandes rios que descem do Pamir irrigou desertos, criando neles uma agricultura florescente.
Mas bastava atravessar a ponte que separa a Termez uzbeque da Hairaton afegã para contemplar uma sociedade onde uma mulher valia menos do que um camelo.
Não houve, insisto, política permanente de russificação na Ásia Central soviética. Era uma impossibilidade. Mas, apesar da fidelidade à cultura e às tradições muçulmanas, as Republicas da Ásia Central foram as ultimas a proclamar a independência. A rutura não foi aliás conflituosa, ao contrário das bálticas.
Nesses países, os dirigentes do Estado e do Partido exerciam o poder de uma forma autocrática, com punho de ferro, e temiam a transição para formas de governo de modelo ocidental. Muitos aliás sobreviveram à transição para o capitalismo, nomeadamente no Cazaquistão ( Nursultan Nezarbayev contiunuou a governar o país) e no Turquemenistão.
UMA DERROTA DA HUMANIDADE
Refletindo hoje sobre os acontecimentos da Ucrânia e a torrente de disparates venenosos que os media ocidentais divulgam sobre o que ali está a passar- se e o discursos anti russos de Obama e dos principais estadistas da União Europeia, sou levado à conclusão de que uma profunda ignorância da historia da Rússia e da URSS contribui para a aceitação pela maioria dos europeus e americanos das teses da propaganda anticomunista. Com poucas exceções, os sovietólogos ocidentais das grandes universidades continuam a apresentar a União Soviética como um estado monstruoso e o comunismo como uma aberração. Insistem em ver em Stalin um ditador sanguinário e em estabelecer paralelos com Hitler. Mas Lenin também é exorcizado.
A maioria dos Partidos Comunistas reagiu mal à desagregação da URSS e à instalação do capitalismo na Rússia. Traumatizados pela derrota do «modelo» que haviam defendido durante décadas, não demonstraram capacidade para dar uma resposta ideológica adequada à ofensiva dos inimigos da véspera. Muitos dirigentes dos PCs europeus e americanos (o dos EUA é hoje uma organização social democrata) participaram inclusive das campanhas de descrédito da URSS. Afirmam ainda lutar pelo socialismo, mas não convencem. Retomam velhas teses de Kautsky, Bauer e Bernstein. Adotando um conceito perverso de democracia, vulgarizado pelos sacerdotes do capital, chegam à aberração de admitir que um dia a humanidade chegará ao socialismo pela via parlamentar, através de reformas realizadas no âmbito das instituições criadas pela burguesia para lhe servirem os objetivos.
Como comunista, não duvido de que a Revolução de Outubro foi um dos maiores acontecimentos da História, na continuidade da Revolução Francesa de 1789, assinalando o caminhar do nosso Planeta para um mundo que responda a aspirações eternas do homem.
Creio também que os historiadores do futuro, superado o frenesi irracional do antisovietismo, refletirão com serenidade sobre a intervenção de Stalin na História do seculo XX. A sua personalidade nunca me atraiu. Mas esse distanciamento do homem não me impede de qualificar de deturpadoras da História as posições antagónicas daqueles que o condenam sem apelo como inimigo da Humanidade e dos que, numa perspetiva oposta, veem nele o genial estadista da Revolução que mudou o mundo.
Os crimes e erros de Stalin foram enormes e a URSS pagou por eles um preço altíssimo. Mas sendo inquestionável que lhe cabem pesadíssimas responsabilidades pelo rumo tomado pelo PCUS, e portanto pela derrota ali do socialismo, é também para mim evidente que Stalin foi um revolucionário que desempenhou um papel decisivo no esmagamento do III Reich nazi.
Para finalizar, reafirmo a convicção de que o desaparecimento da União Soviética foi uma tragédia para a Humanidade - acelerada pela traição de Gorbatchov e pela guerra não declarada do imperialismo norte-americano - e que, para tentarmos entender a Rússia contemporânea, é imprescindível um conhecimento mínimo da história dos povos que habitam o seu gigantesco território.
Vila Nova de Gaia e Serpa, março de 2014 e dezembro de 2016
*JVStalin, Obras, II Tomo,paginas 278 a 348, Editorial Vitória,Rio de Janeiro,1952.
O Ensaio de Stalin, intitulado «O Marxismo e a Questao Nacional», analisa sobretudo o tema a partir de opiniões dos austro marxistas Springer e Otto Bauer, de teses do Bund judaico,e dos problemas das nacionalidades do Cáucaso. É confuso e mal estruturado.

gz.diarioliberdade.org
05
Jan17

Militar português dançou com guerrilheira das FARC e provoca indignação na Colômbia - Militar vai regressar a Portugal

António Garrochinho


Bailarico de passagem de ano motiva críticas das Nações Unidas. Vídeo da dança foi divulgado pela agência de notícias EFE.

VÍDEO

Um oficial das Forças Armadas Portuguesas, integrado numa missão de paz na Colômbia, foi filmado a dançar com uma guerrilheira das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC) na noite de passagem de ano.
O comportamento do militar, observador das Nações Unidas, foi alvo de críticas das Nações Unidas, revela o “Diário de Notícias” esta quinta-feira.
O caso envolveu dois militares da missão internacional – o outro era do Paraguai.
Um vídeo da dança foi divulgado pela agência de notícias espanhola EFE e está a motivar indignação na Colômbia.
É o primeiro incidente a envolver um português depois de António Guterres ter tomado posse como secretário-geral da organização
“Este comportamento é inapropriado e não reflecte os valores de profissionalismo e de imparcialidade da missão das Nações Unidas”, afirma o chefe da missão da ONU em Bogotá, citado pelo DN.
Contactado pela Renascença, o gabinete do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, responsável pela missão, afirma que ainda não houve qualquer contacto oficial por parte das Nações Unidas, pelo que este é tratado como um não assunto. De qualquer forma, o caso estará a ser analisado internamente.
A missão portuguesa na Colômbia, que tem como objectivo supervisionar o cessar-fogo acordado em Agosto de 2016, envolve outros sete militares. Começou em Dezembro e tem a duração prevista de um ano.



rr.sapo.pt
05
Jan17

Karl Marx, o filósofo da revolução

António Garrochinho

O pensador alemão, um dos mais influentes de todos os tempos, investigou a mecânica do capitalismo e previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores



Karl Marx

A evolução do pensamento pedagógicoNuma de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-1883) dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. "Cabe agora transformá-lo", concluía. Coerentemente com essa idéia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade (leia quadro na página 54). "A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo", diz Leandro Konder, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

No século 20, o pensamento de Marx foi submetido a numerosas interpretações, agrupadas sob a classificação de "marxismo". Algumas sustentaram regimes políticos duradouros, como o comunismo soviético (1917-1991) e o chinês (em vigor desde 1949). Muitos governos comunistas entraram em colapso, por oposição popular, nas décadas de 1980 e 1990. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos.

Luta de classes
Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado.

O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. "O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial", escreveu Marx.

A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas imediatas, estudos históricos, escritos militantes - como O Manifesto Comunista, parceria com Friedrich Engels - e trabalhos de grande fôlego, como sua obra-prima, O Capital, que só teve o primeiro de quatro volumes lançado antes de sua morte. A complexidade da obra de Marx, com suas constantes autocríticas e correções de rota, é responsável, em parte, pela variedade de interpretações feitas por seus seguidores.

Trabalho e alienação
Em O Capital, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. Para Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a idéia de revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os instrumentos de dominação da burguesia.

Marx abordou as relações capitalistas como fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho - característica do industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção -, o empregado se aliena do processo total.

Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo - do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário - tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.

Por outro lado, esse processo se dá à custa da concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca de salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos fora de seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.

Um dos objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista. "A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo feita, segundo Marx", diz Leandro Konder. "O processo atual se aceleraria com a revolução proletária para alcançar, afinal, as metas maiores na sociedade comunista."

Aprendizado para a mente, o corpo e as mãoes


Litografia do século 19 mostra metalúrgica

italiana: Marx aprovava ensino nas fábricas.Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da educação. Para isso seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações "de partido ou de classe". Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado - o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a ser aproveitadas para um ensino transformador - principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência "profissionalizante", que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção, chamada de "onilateral" (múltipla), difere da visão de educação "integral" porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por "outros adultos". O filósofo não chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar. Isso ficou para seguidores como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o ucraniano Anton Makarenko (1888-1939) e a russa Nadia Krupskaia (1869-1939).

Biografia
Karl Marx nasceu em 1818 em Trier, sul da Alemanha (então Prússia). Seu pai, advogado, e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao protestantismo. Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou mais por filosofia e história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à política. Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos. Em 1843, casou-se com a namorada de infância, Jenny von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde Marx aderiu à militância comunista, atraindo a atenção de Friedrich Engels, depois amigo e parceiro. Foi expulso de Paris em 1845, indo morar na Bélgica, de onde também seria deportado. Nos anos seguintes, se engajou cada vez mais na organização da política operária, o que despertou a ira de governos e da imprensa. A Justiça alemã o acusou de delito de imprensa e incitação à rebelião armada, mas ele foi absolvido nos dois casos. Expulso da Prússia e novamente da França, Marx se estabeleceu em Londres em 1849, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, quando possível, por Engels. Dois de seus quatro filhos morreram no período. O isolamento político terminou em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois conhecida como Primeira Internacional Socialista), que o adotou como líder intelectual, após a derrota do anarquista Mikhail Bakunin. Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Na última década de vida, sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em 1883, em Londres.

Tempo de utopias e rebeliões na Europa



Militares cercam estátua de Napoleão
derrubada durante a Comuna de Paris:
Marx chega às ruas.

Marx viveu numa época em que a Europa se debatia em conflitos, tanto no campo das idéias como no das instituições. Já na universidade, as doutrinas socialistas e anarquistas se encontravam no centro das discussões dos grupos que Marx freqüentava. Alguns dos pensadores que então alimentavam as esperanças transformadoras dos estudantes hoje são chamados de "socialistas utópicos", como o britânico Robert Owen (1771-1858) e os franceses Charles Fourier (1772-1837) e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Dois momentos da história européia foram vividos por Marx intensamente e tiveram importantes reflexos em sua obra: as revoltas antimonárquicas de 1848 - na Itália, na França, na Alemanha e na Áustria - e a Comuna de Paris, que, durante pouco mais de três meses em 1871, levou os operários ao poder, influenciados pelas idéias do próprio Marx. A insurreição acabou reprimida, com um saldo de 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil deportações.

Para pensar
A alienação de que fala Marx é conseqüência do afastamento entre os interesses do trabalhador e aquilo que ele produz. De modo mais amplo, trata-se também do abismo entre o que se aprende apenas para cumprir uma função no sistema de produção e uma formação que realmente ajude o ser humano a exercer suas potencialidades. Você já pensou se a educação, como é praticada a seu redor, procura dar condições ao aluno para que se desenvolva por inteiro ou se responde apenas a objetivos limitados pelas circunstâncias?
historianovest.blogspot.pt
05
Jan17

Expressões de desprezo aos cristãos usados pela igreja

António Garrochinho


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Quem quiser ser um cristão deve fazer a intenção de silenciar a voz da razão.
Quem quiser ser um cristão, deve arrancar os olhos da razão.
Os homens que desprezam o Evangelho, insistem em serem compelidos pela lei e pela espada.
Se você entende o Evangelho com razão, peço-lhe para não acreditar que ele possa ser levado a efeito sem tumulto, escândalo, sedição…A palavra de Deus é uma espada, é uma guerra, é ruína, é escândalo.
Martinho Lutero
________________________________________________________
O que Martinho Lutero disse, se confirma no dia-a-dia,  quando se analisa a atitude dos cristãos em relação a sua igreja, sua religião e suas crenças:

Pastor sul-africano faz cristãos comerem capim.

Segundo informações do tabloide inglês Daily Mail, o pastor Lesego Daniel (foto), do Rabboni Centre Ministries (Centro de Ministérios Rabboni, em tradução livre), pediu que seus seguidores se deitassem no chão e comessem a grama do centro religioso. O ato, disse o pastor, “os leva para mais perto de Deus”.
pre4
Comendo capim
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Segundo o site sul-africano African Spotlight, o pastor pisa sobre seus seguidores e os avisa que o espírito de Deus pode levar as pessoas a comerem qualquer coisa.
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A Igreja Católica, com muita facilidade, enviu milhares de cristãos para a guerra das cruzadas para morrer e matar.  Os cristãos sempre aprovaram e conviveram bem com as torturas e mortes provocadas pela Santa Inquisição e hoje em dia, aceitam que nenhum padre seja punido pelos crimes de pedofilia. Existe sempre uma defesa para qualquer barbaridade cometida pelos seus evangelizadores ou pela sua igreja. O que prova as falas de Lutero quanto ao não uso da razão em nenhum momento pelos cristãos.
Existe uma gama de casos que ocorrem em todos os lugares, todas as denominações religiosas e em todas as igrejas e templos mostrando absurdos que sómente pessoas completamente fora da sua razão e do seu juizo praticariam. Não existe senso e nem limite para a loucura e submissão dos fiéis à ganância dos criminosos da fé.
Fonte da foto “Porcos com Cruzes”: (From Ibn Jubayr, The Travels of Ibn Jubayr; © Archivio Segreto, Vatican)

jarconsian.wordpress.com
05
Jan17

OLHÓ AVANTE ! - É pela luta que lá vamos

António Garrochinho


Como foi anunciado no XX Congresso do PCP e reafirmado na resolução do CC de dia 17 de Dezembro, o 11.º Congresso da JCP está convocado para os dias 1 e 2 de Abril deste ano, tendo lugar no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.
Este é um desafio de grande dimensão para os camaradas da JCP, que no quadro das características particulares da organização está em permanente renovação e rejuvenescimento. Basta ter em conta que dos actuais organismos executivos da Direcção Nacional da JCP apenas cinco camaradas pertenciam aos mesmos aquando da realização do 10.º Congresso, em Abril de 2014, aspecto que ganha ainda maior dimensão ao nível das estruturas regionais e sectoriais. Um desafio para os camaradas da JCP, para a sua direcção e militantes, assim como para todos aqueles que no processo de preparação se venham a inscrever.
Certamente que a preparação do 11.º Congresso manterá as características de fases preparatórias de anteriores congressos, o que significa que haverá por essas escolas, faculdades, locais de trabalho, bairros e localidades fora, centenas de jovens que ainda não o sabem mas que irão aderir à JCP, serão eleitos delegados, e não seria inédito que alguns deles viessem mesmo a assumir grandes responsabilidades na organização.
Mas o 11.º Congresso, sendo um desafio para a JCP, é acima de tudo uma oportunidade para o Partido pôr de imediato em prática conclusões do nosso XX Congresso, contribuindo para o reforço da JCP – a sua organização de juventude, o seu mais importante veículo de ligação à juventude e instrumento de afirmação do projecto e ideal do Partido junto do movimento juvenil. Uma oportunidade para o Partido conhecer melhor a sua organização de juventude, as suas características próprias, as linhas específicas de intervenção e organização, o que faz, como faz, as suas dificuldades e insuficiências, os seus méritos e virtudes.
Estamos a três meses da realização do 11.º Congresso. O momento decisivo da sua fase preparatória inicia-se agora, com um conjunto muito amplo e diversificado de iniciativas e realizações, com destaque para vários encontros regionais, nomeadamente em Lisboa, Setúbal, Beja, Évora e Algarve. Naturalmente que, com a proposta de Resolução Política a levar ao congresso disponível em meados de Janeiro para a discussão na organização, este será também um momento para aprofundar o debate sobre a situação social da juventude, fazer o balanço do trabalho realizado, definir as linhas de acção e intervenção que dêem resposta aos múltiplos e novos desafios e problemas que a juventude enfrenta e, acima de tudo, para reforçar a organização e dinamizar a luta juvenil. 
Com o reforço da JCP
reforça-se o Partido
 
A fase preparatória do 11.º Congresso da JCP desenvolve-se num trimestre com características próprias, sendo de sublinhar o mês de Março, no qual se assinala o aniversário do Partido e o Dia Internacional da Mulher, mas também dois momentos particularmente importantes para o movimento juvenil: a 24 de Março, os 55 anos do Dia do Estudante; e, a 28, os 70 anos do Dia Nacional da Juventude.
Ao Partido coloca-se a tarefa de contribuir para o sucesso do Congresso, ajudando na necessária planificação do trabalho, abrindo caminhos para superar dificuldades e criar novos colectivos, criando condições e afectando meios (no quadro das possibilidades de cada organização) para apoiar o trabalho dos camaradas da JCP nesta fase, permitindo assim que se faça apostas, que se revelem novos quadros e que estes assumam responsabilidades imediatas, libertando outros para o seu contributo mais geral ao Partido.
Tendo os camaradas da JCP fixado um objectivo de eleição de mais de 600 delegados, para além dos inerentes e dos convidados ao Congresso, a questão da mobilização e da criação de condições para a sua efectivação assume desde já uma importância particular.
Um grande e participado Congresso da JCP será certamente um importante contributo ao reforço do Partido nas suas diferentes e exigentes batalhas, assim como para a sua maior implantação junto da juventude.
«Construir o Presente, Conquistar o Futuro. É pela luta que lá vamos» – é o lema do 11.º Congresso da JCP. Um lema, uma palavra de ordem, um objectivo, que, como não podia deixar de ser, se insere e enquadra nos objectivos gerais do Partido. Um Congresso da JCP, a organização de juventude do PCP, um Congresso que se quer construído com o envolvimento, participação e luta da juventude que, tal como o XX Congresso do PCP a caracteriza, é uma «camada social com as suas próprias aspirações, formas de luta e de intervenção que, não sendo homogénea, incorpora valores de solidariedade, partilha e participação que a transformam numa força indispensável na luta pelo progresso social e pela ruptura com a política de direita».

www.avante.pt

05
Jan17

Ano Velho,Ano Novo

António Garrochinho


fogo-artificio
É do saber popular e universal que rei morto, rei posto. Frase que se transpôs para a translação dos calendários. A cada ano que falece, entre fogos de artifício, batidas em panelas, taças de vinho borbulhantes, vira-se a página do último dia do ano para abrir a de um novo ano com os votos de bom ano, mesmo que as evidências o balizem de inúmeras, algumas dramáticas, interrogações. Há mesmo muito mundo em que se passa de um para outro ano sem espaço para festejos pelo estado ruinoso em que se encontra, ainda mais desgraçado que o estado geral do mundo submerso em operações em que a ganância de uma minoria que vive numa abundância e opulência obscenas continua a manobrar operações para as manter e ampliar. São os poderosos plutocratas, activos bonecreiros de um teatro em que puxam os cordéis a figurantes, de maior ou menor importância, que executam políticas configuradas conforme as circunstâncias, das mais suavemente democráticas às mais brutais ditaduras, que dominam um circuito de informação universal que as justificam manipulando a realidade. O guião é o de sempre: o da cupidez que não conhece fronteiras e desconhece qualquer princípio ético. Vive-se num mundo sem qualquer dignidade. A tragédia humana é planetária. A situação dramática a que se chegou explode por todo o lado em atrocidades do mais diverso quilate, a coberto de cínicos artíficios. A sua banalização planta o esquecimento para que a impunidade persista mesmo contra vozes lúcidas e com repercussão universal, como a mais recente e próxima do papa Francisco, que colocam o dedo nas feridas com diagnósticos correctos e implacáveis do estado do mundo. Os apelos às consciências entra por uma orelha e sai rapidamente pela outra. Ouvem, acenam aplausos, sorriem sonsamente, sabem que quem os escuta não tem ou tem pouco poder e os principais dirigentes mundiais rasuraram-nos para continuar a trabalhar para uma reduzida minoria que continua a concentrar a riqueza produzida pela esmagadora maioria da humanidade.

Há almas peregrinas que não duvidam da situação dramática a que se chegou e acreditam, a muitas delas há que conceder o benefício da dúvida, que dentro desse quadro geral de rapina económica e humana são possíveis alterações de fundo. Os caminhos que se apresentam não favorecem esse optimismo. Estabelecer uma tabela com todas as guerras, atentados terroristas, alianças espúrias em que todos os meios justificam os fins, todas golpadas financeiras e económicas, todas as legalizações forçadas das ignominias, todos os truques diplomáticos, enfim de tudo o que faz correr a humanidade para os abismos da destruição do planeta, enchiam uma enciclopédia de dimensão incomensuravel e bem negra do estado degenerado a que chegou o mundo. Não é um acaso, uma malapata, um alinhamento negativo dos astros. É a conjunção de forças, com os EUA como força principal e a cumplicidade dos seus aliados, que persistem em explorar a humanidade.

Inquietante, muitíssimo inquietante é a progressiva destruição dos universos do pensamento, das criações intelectuais e artísticas, mediocrizando os actos de ver, ouvir, ler. Filtra-se o conhecimento pelo googlar, revêm-se as actualidades em tweets, multiplicam-se fotogramas, tudo para iludir o essencial, fragmentando notícias e reduzindo tudo a bytes que trivializam a informação manipulando-a e enterrando-a nas lixeiras das pantalhas televisivas, nas ondas radiofónicas, no papel de jornais e revistas, nas redes sociais. Nada disto é inocente. O objectivo é alimentar uma contínua e cada vez mais espessa cortina de fumo que oculta a opinião informada e elaborada, um perigo para o estado das coisas em que a decadência moral, política e económica se apoderou do universo como um cancro que cresce sem cessar com múltiplas e novas metástases para corroer as relações humanas, os laços entre os oprimidos e explorados. O seu desejo é que já nem sequer seja possível pensar que é possível pensar uma sociedade outra para triunfo de não haver alternativa para este estado caótico e impiedoso.

Estamos, somos os condenados da terra? A história ensina que não há impossíveis. Há que lutar, lutar sempre mesmo contra todas as evidências, pela paz, para o futuro da humanidade em que cada individuo afirme a sua individualidade em liberdade e democracia, com a dignidade e as condições de vida a que cada ser humano tem direito. Todos os dias são dias de ano novo. O que agora começou, o que ao fim de 365 dias irá começar.


(texto publicado no Jornal a VOZ do OPERÁRIO / Janeiro 2017 !   http://www.avozdooperario.pt/index.php  )
pracadobocage.wordpress.com
05
Jan17

Francisco Leal acusado de viabilizar construção ilegal na Ria Formosa

António Garrochinho



Francisco Leal, ex-presidente da Câmara de Olhão, está acusado de um crime de prevaricação, pelo DIAP de Évora, juntamente com mais quatro ex-autarcas, devido ao licenciamento irregular de uma moradia em Bias do Sul. De acordo com o Correio da Manhã, a moradia localiza-se «numa área agrícola e não urbanizável e inserida no Parque Natural da Ria Formosa».
A acusação foi deduzida no dia 31 de Outubro do ano passado.

O mesmo jornal diz que os restantes autarcas acusados do mesmo crime são os ex-vereadores Luís Medeiros, Vítor Lopes, Eduardo Cruz e Gil Vicente da Conceição.
A construção da moradia de três pisos e 420 metros quadrados de área foi viabilizada em 2005, «indo contra pareceres de técnicos da Câmara Municipal», acrescenta o Correio da Manhã.

O despacho do DIAP de Évora, citado pelo jornal, diz que os os arguidos tinham «consciência que não era permitido construir uma moradia exclusivamente para habitação naquele terreno» e que estes «atuaram sabendo que violavam os seus deveres enquanto decisores com a máxima responsabilidade no licenciamento de obras particulares (…), tendo como único intuito beneficiar o requerente (…) por causa das ligações pessoais e políticas que mantinham com este e com o seu progenitor».



www.sulinformacao.pt

05
Jan17

O estranho caso da dívida pública

António Garrochinho

(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 04/01/2017)

Durante anos fomos ouvindo que os cortes de pensões e salários no sector público se tinham de manter para garantir a consolidação das contas públicas. Que os enormes aumentos de impostos sobre os trabalhadores eram indispensáveis. Que o caminho, mesmo que nos estivesse a conduzir na direcção oposta, era o único, e portanto tínhamos de perseverar.
Segundo o Banco de Portugal, entidade pouco suspeita de ser amiga de que se desprove aquele quadro conceptual, que é o seu, em novembro de 2016, a dívida pública situou-se em 241,8 mil milhões de euros. E diminui em relação ao mês anterior. Chocante.

Ao contrário do que o PSD nos foi prometendo (ou ameaçando, depende do ponto de vista), isto significa que a dívida pública não só não está descontrolada como diminuiu quer em termos brutos quer em termos líquidos neste final de ano.
Isto são boas notícias para o País e más notícias para os que anseiam por más noticias para o País para verem o seu programa político viabilizado.
É óbvio que este não é o fim de nenhum caminho. A dívida pode ter diminuído 1,3 mil milhões de euros relativamente ao final do mês anterior, mas não deixou de continuar a estar estabilizada um pouco abaixo dos 130% do PIB, um nível que pesa na Economia Portuguesa de uma forma decisiva.
A opção política de fazer depender o financiamento dos Estados europeus dos mercados, juntamente com as fragilidades da solidariedade europeia, para sermos simpáticos, tornam os estados soberanos especialmente vulneráveis a níveis elevados de dívida pública misturados com pressões deflacionistas, baixo crescimento e elevados desempregos. Situação em que se encontra mais de metade da Europa.
Atribuir a situação portuguesa apenas às suas condições internas (que existem, e não se podem negar) é de uma miopia política que não cessa de surpreender.
As alternativas são poucas, mas têm de passar pelo tema tabu: não podemos continuar num sistema disfuncional. Mais não seja para ganhar tempo – a estratégia favorita da Europa – alguma reestruturação da dívida pública terá de acontecer. Em público, privado, com esse nome ou outro. Isso pouco importa. Esse é um dos desafios para 2017. Que não haja discussões proibidas.

estatuadesal.com
05
Jan17

Nacionalizar o Novo Banco é preciso!

António Garrochinho

(Ricardo Cabral, in Público, 04/01/2016)

cabral

O processo de “reprivatização” do Novo Banco (NB) – inicialmente anunciado para um prazo de seis meses, mas que se arrasta já há dois anos e meio – tem resultado numa polémica crescente.


O PÚBLICO informa que o comprador que oferece mais – o fundo de private equity Lone Star, que tipicamente realiza “investimentos” em imobiliário – exige contragarantias de 2,5 mil milhões de euros, oferecendo-se para pagar 700 milhões de euros pelo NB. Tal, na prática, significaria que, uma vez concedidas essas contragarantias, o Fundo Lone Star teria um incentivo a tudo fazer, no enquadramento legal e contratual vigente, para exercer plenamente essas garantias. Por conseguinte, a confirmarem-se tais valores, perspectiva-se um valor de venda líquido próximo de menos 2 mil milhões de euros para um banco com um valor patrimonial declarado de quase mais 6 mil milhões de euros.
Em parte, em consequência destes factos, vários comentadores têm-se manifestado a favor da nacionalização do NB. Parece-me também que será esta a melhor opção.
Em termos de activos líquidos, o NB é o terceiro maior banco do país. De acordo com apresentação do próprio NB, o banco apresenta uma quota de mercado de 20,2% no crédito a empresas, tendo como clientes 83% das grandes empresas e 79% das PME. É, por isso, um banco com importância sistémica para o país: se o banco fosse liquidado, essas empresas teriam grande dificuldade em encontrar financiamento alternativo junto da restante banca, podendo ficar em causa a viabilidade económica e financeira de muitas dessas empresas, além das consequências para famílias e para a actividade económica. Por conseguinte a “liquidação ordeira” do NB – referida numa comunicação do Governo à Comissão Europeia –, cujo enquadramento legal nem sequer existe, teria consequências desastrosas para o tecido empresarial e para a economia portuguesa. Seria, afigura-se, dizer adeus ao crescimento económico a que Presidente, Governo e Povo aspiram…
directiva europeia 2014/59/EU sobre resolução e recuperação bancária (BRRD) prevê a possibilidade de nacionalização completa (Artigo 58), a recapitalização pública (Artigo 57), ou ainda de outras ferramentas de estabilização financeira pelo Estado (Artigo 56) como, por exemplo, a concessão de garantias públicas, de um banco com importância sistémica, ao qual seja aplicada a medida de resolução.
A condição fundamental para que tais medidas possam ser implementadas é que tenham previamente sido impostas perdas a accionistas, credores subordinados e credores seniores equivalentes a pelo menos 8% dos passivos totais (Artigo 37). Ora, tal ocorreu durante a aplicação da medida de resolução ao BES/Novo Banco entre 3 de Agosto de 2014 e 29 de Dezembro de 2015, com a imposição de perdas a accionistas, credores subordinados e credores seniores. Essa intervenção pública estaria sujeita às regras de ajuda de Estado da União Europeia, requerendo aprovação prévia e final pela Comissão Europeia.
A nacionalização seria temporária, mas o artigo 57º da directiva não impõe quaisquer prazos para venda do banco nacionalizado, ocorrendo a venda logo que as “condições comerciais e financeiras o permitam”. Melhor do que nada. E como vemos do exemplo da Inglaterra e da Holanda, onde os bancos nacionalizados durante a crise financeira internacional da década passada continuam a ser públicos, o conceito de temporário, para Estados, é muito relativo.
Acresce que face às fragilidades dessa directiva europeia, vigora, na prática, uma leitura fluída e criativa da mesma: atente-se, por exemplo, à recapitalização “precaucionaria” recente do banco Monte dei Paschi di Sienna pelo Governo italiano, um banco que, em termos relativos é de menor dimensão que o Novo Banco. Nessa recapitalização pública não parecem ter sido observados os requisitos que obrigam à imposição de perdas de 8% dos passivos junto de accionistas e credores.
O fundamental na presente situação para a economia portuguesa é, em meu entender, estabilizar o sistema bancário nacional e o Novo Banco, em particular, assegurando que o crédito concedido ao sector privado comece a crescer, terminando a longa contracção que se regista desde 2008 e que parece ter acelerado no último ano.

05
Jan17

Fotógrafo usa os reflexos na água para mostrar a beleza das paisagens da Coreia do Sul

António Garrochinho


Talvez a Coreia do Sul ainda não faça parte dos seus planos de viagem. Mesmo assim, uma olhada atenta às fotografias capturadas pelo fotógrafo Jaewoon U, que mora em Seul, podem fazer qualquer um cogitar uma visitinha ao país.
Jaewoon registra os encantos da Coreia do Sul através de reflexos na água, seja em lagos ou rios espalhados pelo território coreano. Em alguns casos, o resultado são fotografias que se parecem com verdadeiras aquarelas e mostram a beleza única do país.
As imagens renderam ao fotógrafo mais de 20 mil seguidores no site 500px, onde suas fotos já foram visualizadas por 7 milhões de pessoas. Confere só a lindeza dos lugares clicados por ele:
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Todas as fotos © Jaewoon U


vivimetaliun.wordpress.com
05
Jan17

Morreu Francisco Canas, o "Zé das Medalhas"

António Garrochinho


Era um dos principais arguidos do caso Monte Branco.

Morreu Francisco Canas, o "Zé das Medalhas"
Francisco Canas, numa das sessões do julgamento do caso BPN 


Morreu esta quinta feira Francisco Canas, mais conhecido como o "Zé das Medalhas". Era um dos principais arguidos do caso 'Monte Branco', que julga desvios de grandes fortunas ao Fisco português.
Canas tinha uma Casa de Câmbio na  Rua do Ouro, na Baixa lisboeta, a Montenegro Chaves. O estabelecimento serviu de fachada para ocultar a saída de milhões de euros que tinham como destino contas na Suíça, escapando ao Fisco português.
Francisco Canas funcionava como intermediário do gestor suíço Michel Canals, também arguido no processo Monte Branco. Na investigação, apurou-se que Francisco Canas depositava avultadas somas entregues por Canals BPN de Portugal e de Cabo Verde, de onde seguiam para a Suíça. A investigação revelou um gigantesco esquema de branqueamento de capitais, em que Canas era figura de proa.
Detido durante a investigação, passou cerca de dois anos em prisão domiciliária, até ser libertado, em 2013.
O empresário esteve também no caso do Fundo Homeland, em que Duarte Lima foi condenado a 10 anos de prisão por burla qualificada e branqueamento de capitais. Neste processo, Canas foi condenado a uma pena de prisão de quatro anos.

www.cmjornal.pt
05
Jan17

Tribunal manda julgar ex-administradores da Gaianima

António Garrochinho





O Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu que os três ex-administradores da extinta empresa municipal Gaianima, de Vila Nova de Gaia, vão ser julgados por três crimes.

Os factos remontam aos anos de 2011, 2012 e 2013 até à dissolução/liquidação daquela empresa, em 2015. Os ex-administradores Angelino Ferreira, Ricardo Almeida e João Pinto, antigo futebolista, são acusados de abuso de poder, peculato e infidelidade.

Em 2014, uma auditoria externa à Gaianima, com um passivo de 14 milhões de euros, revelou casos de violação da lei dos compromissos e de desrespeito pelas regras de contratação pública.

Das principais conclusões dos auditores resultou que "toda a despesa assumida, comprometida e paga desde a entrada em vigor da LCPA [lei dos compromissos] foi concretizada num quadro de inexistência de fundos disponíveis" e ainda "sem emissão do número de compromisso válido e sequencial".

O relatório adiantou também a existência de contratos de empreitada "sem submissão a qualquer regra de transparência", de "inúmeras aquisições feitas ao mesmo fornecedor (...) que denotam um fracionamento da despesa", de "faturação abusiva de serviços não realizados" e até contratos "a que foram atribuídos efeitos retroativos" com a finalidade de "acobertar despesas realizadas em data anterior".

Mesmo depois da decisão de dissolução da Gaianima, tomada no final de 2012 pelo anterior executivo, liderado por Luís Filipe Menezes (PSD), a empresa "continuou a laborar como nada se tivesse passado" especialmente nas áreas de "promoção de eventos e comunicação".
Em janeiro de 2015, a autarquia aprovou, por unanimidade, o envio à Procuradoria-Geral da República (PGR) da auditoria à Gaianima.

O MP salientou que os factos "reportam-se à violação de normas legais imperativas em diversos procedimentos concursais, bem como aos prejuízos causados ao erário municipal decorrentes da celebração de diversos negócios jurídicos".

"Os arguidos quiseram de modo consciente causar prejuízo à Gaianima e beneficiar certas e determinadas empresas e pessoas com essa sua atuação, usando os poderes que para si decorriam da qualidade de administradores dela para alcançar fins diversos daqueles que a lei lhes conferiu", frisou.

E acrescentou: "os arguidos estruturaram e consolidaram o poder na gestão da empresa municipal Gaianima, passando a geri-la como bem entendiam, esgotando e agravando os seus recursos, mesmo na fase de liquidação e dissolução, causando prejuízos patrimoniais ao Município de Vila Nova de Gaia".

Em março de 2016, a Polícia Judiciária (PJ) realizou 24 buscas à Câmara de Gaia, empresas e domicílios, no âmbito de uma investigação ligada à gestão da Gaianima.
A Gaianima geria eventos ligados à animação e equipamentos desportivos, mas foi extinta em 2015, tendo as suas instalações passado a albergar a Polícia Municipal.

www.jn.pt
05
Jan17

UMA HISTÓRIA QUE DESDE O PRINCÍPIO ESTÁ MAL CONTADA ~A um dia do fim do prazo, Estado sem resposta sobre filhos do embaixador do Iraque

António Garrochinho


Termina amanhã, dia 5, à meia-noite, o prazo de 20 dias que Portugal deu ao Iraque para responder sobre levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador, que a justiça quer ouvir como arguidos


O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou esta quarta-feira que o Iraque ainda não respondeu ao pedido português de levantamento de imunidade diplomática dos filhos do embaixador, que agrediram Rúben Cavaco em Ponte de Sor.


O Governo português deu um prazo de 20 dias úteis para o Iraque responder a este pedido, que é o segundo das autoridades portugueses, e que termina amanhã às 24:00.
Questionado sobre se as autoridades iraquianas já responderam ao pedido, à margem da abertura de um seminário diplomático, Santos Silva disse que não.

"Tenho expectativa de que a interação que tem existido entre Portugal e o Iraque se conclua e o meu desejo é que se conclua de forma a que seja possível apurar os factos ocorridos em agosto em Ponte de Sor, identificar eventuais responsáveis e, se for caso disso, levar esses responsáveis à justiça", afirmou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou, a 7 de dezembro, que convocou o embaixador do Iraque em Portugal para lhe dar "nota verbal" da renovação do pedido de levantamento da imunidade diplomática dos seus filhos, tendo-lhe sido entregue também "a cópia do ofício e a certidão remetidos pela PGR" que informou querer ouvir como arguidos os gémeos iraquianos de 17 anos, considerando por isso "imprescindível" o levantamento da imunidade diplomática dos dois irmãos.

No dia 17 de agosto, Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal. Os dois admitiram publicamente serem autores das agressões.


www.dn.pt
05
Jan17

A LOUCURA DOS ASIÁTICOS PELO ATUM - Atum vendido por mais de 605 mil euros no leilão de Ano Novo em Tóquio

António Garrochinho


Pelo sexto ano consecutivo, o "vencedor" foi o presidente da cadeia de restaurantes Sushizanmai, que detém o recorde: em 2013 pagou 1,27 milhões de euros por um atum

Um atum rabilho foi vendido hoje por mais de 605 mil euros no leilão de Ano Novo no mercado de peixe de Tsukiji, em Tóquio. Este pode ter sido o último leilão de Ano Novo no mítico mercado, que aguarda mudança para novas instalações.
O atum, que custou cerca de 2 857 euros por quilo, tinha 212 quilos, e foi pescado em Oma, em Aomori, no norte do Japão.
Pelo sexto ano consecutivo, o "vencedor" foi o presidente da cadeia de restaurantes Sushizanmai, Kiyoshi Kimura, que detém o recorde: em 2013 pagou 155,4 milhões de ienes (1,27 milhões de euros) por um atum rabilho. A licitação vencedora deste ano foi a segunda mais alta num leilão de Ano Novo em Tsukiji.
    Há um motivo para o preço excessivo: licitar alto no primeiro leilão do ano é também uma questão de superstição para os japoneses, conhecida como "goshugi soba", e é uma honra (e dá estatuto) ficar em primeiro.


    O leilão de Ano Novo de hoje poderá ser o último deste tipo realizado nas atuais instalações do mercado de Tsukiji, uma das atrações turísticas mais populares da capital japonesa.
    O Governo da área metropolitana de Tóquio decidiu em 2001 mudar Tsukiji, que abriu em 1935 no bairro de Chuo, para as margens do rio Sumida, na ilha artificial de Toyosu, dada a necessidade de maior área comercial.


    No entanto, a deteção de vestígios de substâncias tóxicas no solo da nova superfície - onde estava localizada uma fábrica de gás - atrasou a mudança do mercado de peixe.


    A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse que a mudança do Tsukiji não terá lugar pelo menos até ao final do ano.












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