A maioria dos portugueses está a comprar os genéricos mais caros, seja por culpa própria ou por imposição das farmácias.
Segundo o Infarmed, Autoridade Nacional do Medicamento, os utentes desconfiam, erradamente, dos genéricos mais baratos, quando os testes laboratoriais comprovam que a qualidade é a mesma.
Mas também há farmácias que só dispensam os fármacos mais caros porque perdem dinheiro com os mais baratos. Isto é, uma média de 39 cêntimos cada vez que vendem um dos quatro genéricos com o preço mais baixo do mercado, de acordo com a Associação Nacional de Farmácias.
Segundo os últimos dados disponíveis, referentes a outubro de 2016, e citados pelo DN, 66% dos genéricos disponibilizados pelas farmácias estavam entre os mais caros.
Para o Infarmed, bastaria um aumento de 10% nas vendas dos genéricos mais baratos para que os portugueses poupassem 18 milhões de euros por ano.
Nesta perspetiva, o Ministério da Saúde decidiu, em 2017, pagar uma comparticipação de 35 cêntimos às farmácias por cada genérico vendido dos mais baratos. A avaliação da medida será feita no final do ano. Caso não sejam atingidas as metas estabelecidas, as farmácias terão de ressarcir o Estado desse pagamento.
“Se estimularmos as farmácias a dispensarem um dos quatro genéricos mais baratos, sempre que possível, haverá mais competição no próprio mercado. As companhias que hoje têm os genéricos acima do quarto preço mais baixo tentarão acomodá-lo entre os mais baratos, para que o seu medicamento possa ser mais dispensado. Isso provocará uma baixa do preço de referência pago pelo Estado”, explicou Hélder Mota Filipe, do conselho diretivo do Infarmed.


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