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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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17
Jan17

Construtor de acordeões José Domingos Horta abre as portas da sua oficina em Tavira

António Garrochinho


O mestre José Domingos Horta vai abrir as portas da sua oficina, onde constrói acordeões, no dia 21 de Janeiro, às 15h00, em Tavira, para uma visita orientada.
O acordeão, que é descrito pela Câmara de Tavira, como «um instrumento complexo e fascinante», é o «acompanhamento preferencial de várias formações musicais, entre elas os grupos de Charolas que percorrem as ruas da cidade e aldeias do concelho de Tavira, e do restante Algarve, durante as festividades do Ano Novo».
Também o tradicional «corridinho», se baseia nas sonoridades deste instrumento. Nesta visita estará presente João Pereira, presidente do Mito Algarvio – Associação de Acordeonistas do Algarve.
José Domingos começou por ser tocador de acordeão, tendo aprendido com alguns dos mestre mais conhecidos. Devido à necessidade de reparar o seu instrumento, iniciou-se na arte da construção.
«Das suas mãos saem acordeões com assinatura própria que tocam por esse mundo fora», diz a Câmara de Tavira. José Domingos Horta já participou em alguns projetos, onde deu a conhecer esta sua arte, que podem ser vistos aqui aqui.
Esta visita faz parte do programa «Dieta Mediterrânica Todo o Ano» que promove atividades de salvaguarda desta dieta e tem como objetivo divulgar as múltiplas dimensões do estilo de vida e da paisagem cultural mediterrânica.
Assim, «pretende-se, na perspetiva da sustentabilidade (social, ambiental e económica), dar a conhecer as paisagens produtivas, os alimentos, os saberes-fazeres e as ameaças à sua continuidade, assim como explorar, experimentar e saborear», explica a autarquia tavirense.
O programa integra passeios de interpretação do território, demonstrações culinárias e nutricionais (as cozinhas mediterrânicas), mostras de filmes, oficinas de arte e artesanato, entre outras atividades em torno dos saberes-fazeres mediterrânicos.
As iniciativas, promovidas pelo Município de Tavira, contam com a colaboração dos habitantes locais e a parceria de outras instituições, integrando o saber empírico e o saber científico.
Esta visita orientada tem inscrição gratuita, mas obrigatória, que pode ser feita aqui.


www.sulinformacao.pt

17
Jan17

VÍDEO - AGARREM-NO PELAS BOLAS GRITOU ACTIVISTA DA FEMEN NA INAUGURAÇÃO DE UMA ESTÁTUA DE CÊRA DE DONALD TRUM NO MUSEU DE CÊRA EM MADRID

António Garrochinho


Uma activista do movimento Femen boicotou esta terça-feira, 17 de Janeiro, a inauguração da estátua do Presidente eleito americano, Donald Trump, no museu de cera de Madrid. A mulher, nua da cintura para cima, tinha escrito no corpo "Grab Patriarchy by the Balls" (ou seja, agarrem a patriarcalismo pelas bolas).

Além da mensagem, a mulher aproximou-se da estátua de cera e agarrou as calças da figura de cera na zona dos órgãos genitais, juntando os actos às palavras. E, apesar das tentativas para retirá-la do local, conseguiu ainda manter-se o tempo suficiente para ser filmada por várias câmaras de televisão.

O protesto é uma resposta à conversa, que foi divulgada durante a campanha eleitoral para as presidenciais americanas, em que Trump fazia referência à sua postura em relação às mulheres, dizendo que o deixavam fazer o que quisesse por ser famoso, incluindo tocar-lhes nas partes íntimas.


No dia das eleições americanas, várias activistas da Femen estiveram na secção de voto de Donald Trump para marcar a sua indignação da mesma forma: em topless e com uma mensagem semelhante escrita no corpo.

O porta-voz do museu de cera de Madrid anunciou, entretanto, que vai ser reforçada a segurança no local. "Disse-lhe que me parece muito bem que se manifeste, mas não desta forma. Quando Trump vier pessoalmente, apareça e manifeste-se, mas não o faça com a estátua", revelou.



VÍDEO



www.sabado.pt
17
Jan17

Cristas

António Garrochinho

ASSUNÇÃO CRISTAS REPRESENTA A MÁFIA TRAULITEIRA SEQUIOSA DE PODER ATRAVÉS DA VIOLÊNCIA E DA ESCRAVIDÃO SALAZARISTA.
MALCRIADA E ACREDITANDO TER SUCESSO COMO O SEU COMPARSA PAULINHO FACILMENTE PERDE A POSTURA E QUAL VACA COM CORNOS INVESTE LOUCA CONTRA TUDO E CONTRA TODOS OS QUE NÃO PERTENÇAM À ARENA ONDE SE EXIBE CONVENCIDA DE QUE ALGUÉM A OUVE À EXCEPÇÃO DOS SEUS DONOS.
António Garrochinho
17
Jan17

A BELEZA DO MAIS PROFUNDO E ANTIGO LAGO DA TERRA. O LAGO BAIKAL

António Garrochinho
O Baikal é impressionante, tudo nele é superlativo. Contém em torno de 20% da água doce de degelo do planeta e com seus 1.680 metros de profundidade é o lago mais profundo e com o menor índice de turbidez do mundo. É tão volumoso que se TODOS os rios da terra depositassem as suas águas no seu interior, levaria pelo menos um ano para encher. O lago era conhecido como o Mar do Norte na China Antiga e com seus 636 km de comprimento e 79 km de largura é a maior superfície de água doce de toda a Ásia.

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A beleza do lago mais profundo e antigo da Terra: o Baikal 01
Segundo a fotógrafa russa Kristina Makeeva, durante o inverno, o gelo que cobre o lago atinge uma espessura de 1,5 ou 2 metros, motivo pelo qual é possível passear de carro de até 15 toneladas sobre ele. O gelo mostra diferentes padrões nas diferentes partes do lago por causa da água congelando-se camada por camada. É muito interessante ver peixes ou ramos no gelo, que é extremamente transparente. Ela conta que a transparência de suas águas permite ver até 40 metros de profundidade.

Ele segue coberto de gelo até maio, mas em abril já ninguém dirige sobre a camada devido ao gelo que começa a trincar constantemente e divide-se em diferentes áreas.

Há um rio que flui desde o lago, o Angara. A lenda diz que Baikal tinha 336 filhos (afluentes) e uma filha, Angara. Todos os rios acabavam no Baikal para lhe dar água, mas Angara se apaixonou por Yenisei, rio onde deságua, e começou a roubar água do lago para dar a seu amante. Como vingança, seu pai rolou uma enorme rocha para a foz e a amaldiçoou. Esta rocha é considerada o princípio do Angara.

Kristina Makeeva e suas fotos magistrais já são velhas conhecidas do MDig. Se quiser ver mais de seu trabalho visite seu site ou então seu Instagram.
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A beleza do lago mais profundo e antigo da Terra: o Baikal 17
www.mdig.com.br
17
Jan17

17 de Janeiro de 1899: Nasce Al Capone, gângster norte americano

António Garrochinho


Gângster norte-americano, Alphonsus Gabriel Capone, que ficou conhecido por Al Capone, nasceu a 17 de Janeiro de 1899 em Brooklyn, Nova Iorque, no seio de uma família de imigrantes italianos que havia chegado aos Estados Unidos da América em 1894, e faleceu a 25 de Janeiro de 1947, na Florida. Também ficou conhecido por Scarface devido a uma cicatriz que tinha na cara.

Al Capone teve uma infância problemática e pertenceu a dois gangs de rua. Aos 14 anos foi expulso da escola por ter agredido um professor.


Depois trabalhou para o gângster Frankie Yale, que em 1919 o enviou para Chicago, onde, dois anos mais tarde, Capone se tornou no braço-direito de John Torrio. Este era o mentor de Yale e acabou por se retirar dos negócios depois de ter sido vítima de uma tentativa de assassinato por parte de membros de um grupo rival de gângsters.



Capone passou então a liderar os negócios da organização criminosa que rapidamente se expandiu, estendendo a sua actividade a outras cidades norte-americanas. O crescimento do gang deu-se, sobretudo, entre 1925 e 1930 em actividades como apostas ilegais, casas de jogos, clubes nocturnos, casas de prostituição, destilarias e cervejarias.





O primeiro assassinato atribuído a Capone ocorreu em 1923, quando terá abatido a tiro um homem que andava a incomodar um amigo seu.





A 28 de Fevereiro de 1929 ocorreu, a mando de Capone, o mais sangrento incidente entre bandos rivais. Determinado a eliminar o gângster Bugs Moran, enviou um grupo de homens mascarados de polícias para preparar uma cilada. Acabaram por ser abatidos seis homens de bandos rivais, mas Moran escapou por ter chegado atrasado. O caso ficou conhecido por Massacre de São Valentim.




Para tentar disfarçar a faceta de criminosos, Al Capone fazia donativos para escolas, dava boas gorjetas e convivia com jornalistas. Tentou ainda, através de uma reunião com os principais líderes de gangs de Chicago, chegar a um acordo para diminuir os índices de violência da cidade. Mas as tréguas só duraram dois meses,




Apesar de ser uma pessoa extremamente violenta e de estar associado a crimes de sangue, Capone foi condenado a onze anos de prisão, em 1931, por fuga aos impostos. O combate a Capone foi liderado pelo polícia Elliot Ness, que comandava um grupo a quem chamaram "Os Intocáveis".




Oito anos mais tarde, a pena foi revista e o gângster deixou a prisão devido ao seu debilitado estado de saúde, já que sofria de sífilis e de distúrbios mentais. Ainda apresentou algumas melhorias a partir de 1942, altura em que começou a ser tratado com penicilina, mas o seu estado mental estava irremediavelmente afectado.




A vida de Al Capone inspirou diversos realizadores de cinema e actores como Robert de Niro, Ben Gazzara, Rod Steiger e William Forsythe representaram o gângster. Capone foi também personagem no álbum Tintim na América, tendo sido a única vez em que apareceu uma personagem real num álbum do herói criado por Hergé.





Al Capone. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
wikipedia (Imagem)


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Al Capone
Arquivo: AlCaponemugshotCPD.jpg
Al Capone
17
Jan17

17 de Janeiro de 1995: Morre o escritor Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Coelho da Rocha

António Garrochinho

Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha e autor de uma produção literária vasta e variada, nasceu em S. Martinho de Anta, Vila Real, a 12 de agosto de 1907, e morreu em Coimbra, a 17 de janeiro de 1995. 

Depois de ter trabalhado no Brasil, entre os 13 e os 18 anos (experiência que viria ser evocada na série de romances de inspiração autobiográfica Criação do Mundo), Adolfo Correia da Rocha regressou a Portugal, vindo a licenciar-se em Medicina. Durante os estudos universitários, em Coimbra, travou conhecimento com o grupo de escritores que viriam a fundar a Presença, chegando a publicar nas edições da revista o seu segundo volume de poesia, Rampa. Em 1930, depois de assinar, com Edmundo de Bettencourt e Branquinho da Fonseca, uma carta de dissensão enviada à direção da publicação coimbrã, co-funda as efémeras revistas Sinal e Manifesto. Não obstante a passagem pelo grupo presencista, no momento da suas primícias literárias, Miguel Torga assumirá, ao longo dos cerca de cinquenta títulos que publicou - frequentemente em edições de autor e à margem de políticas editoriais - uma postura de independência relativamente a qualquer movimento literário. Os seus textos poéticos, numa primeira fase, abordaram temas bucólicos, a angústia da morte, a revolta, temas sociais como a justiça e a liberdade, o amor, e deixaram transparecer uma aliança íntima e permanente entre o homem e a terra.

Na poesia, depois de algumas coletâneas ainda imbuídas de certo dramatismo retórico editadas no início dos anos trinta, a publicação dos volumes onde ostenta já o pseudónimo Miguel Torga - segundo Pilar Vásquez Cuesta (cf. Revista de Ocidente, agosto de 1968), esta invenção pseudonímica simboliza, pela analogia com a urze, a obrigação de constância, firmeza e beleza que o artista deve manter, por mais adversas que sejam as estruturas pessoais e históricas em que se move, ao mesmo tempo que "a escolha do nome Miguel responde ao propósito de acrescentar um novo elo lusitano a toda uma cadeia espanhola (Miguel de Molinos, Miguel de Cervantes, Miguel de Unamuno) de pensamento combativo e rebelde" - como Lamentação (1934), O Outro Livro de Job (1936), Libertação (1944), Odes (1946), Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Penas do Purgatório (1954), Orfeu Rebelde (1958), Câmara Ardente (1962) ou Poemas Ibéricos (1965), firmam uma poesia que é "fundamentalmente a busca da fidelidade no Terrestre, a busca da aliança sem mácula do homem com o Terrestre; a busca da inteireza do homem no Terrestre" (ANDERSEN, Sophia de Mello Breyner, cit. in Boletim Cultural do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian, n.º 10, dedicado a Miguel Torga, maio de 1988, p. 72). Ancorada no húmus natal, essa poesia dá também conta de uma "ambição de absoluto" que, para Torga, deve "permanecer como simples acicate, pura aspiração, porque o homem tem de realizar-se no relativo, a sua felicidade possível está no relativo, logo na contradição, na luta, numa esperança desesperada", não renegando "essa condição dramática de homem, besta e espírito, egoísmo e entrega generosa" (COELHO, Jacinto do Prado, cit. ibi., p. 72). Na prosa, obras como Bichos, Contos da Montanha eNovos Contos da Montanha marcaram, até aos nossos dias, sucessivas gerações de leitores que aí se deslumbraram com uma fusão entre o homem, o mundo animal e o mundo natural, vazada numa prosa "a um tempo sortílega e enxuta, despegada do efémero, agarrada ao concreto" (cf. MOURÃO-FERREIRA, David - "Miguel Torga e a Respiração do Mundo, ibi., p. 8). 

No domínio narrativo, a sua bibliografia contém ainda os seis volumes da ficção de inspiração autobiográficaCriação do Mundo e os dezasseis volumes do Diário, onde compaginam textos de vários géneros, desde os poemas e da reflexão cultural e ideológica, ao testemunho subjetivo de acontecimentos históricos, a notas tomadas nas inúmeras digressões pelo país. A sua bibliografia conta ainda com algumas páginas de intervenção cívica ou de ensaísmo como Fogo Preso ou Traço de União, bem como quatro títulos de teatro. Prevalecendo em qualquer dos géneros que cultivou "uma obsessão metafísica da liberdade" (a expressão é de Jesús Herrero, emMiguel Torga, Poeta Ibérico (cit. Ibi., p. 73), atestada biograficamente, durante a longa ditadura salazarista, por uma rebeldia que lhe valeu a apreensão e interdição de várias obras, bem como a proibição de saída do país e o levantamento de obstáculos ao exercício da sua atividade profissional, para David Mourão-Ferreira (Saudação a Miguel Torga, cit. ibi, p. 75), "O que há [...] de absolutamente invulgar, porventura único, no caso de Miguel Torga é a circunstância de ele ser, cumulativamente, quer como poeta, quer como prosador, um indivíduo inconfundível, um telúrico padrão e um cívico expoente da própria Pátria, um artístico paradigma da língua em que se exprime, um predestinado legatário de valores culturais em permanente abalo sísmico, um atento recetor e um sensível transmissor dos inúmeros problemas - quantos deles talvez indissolúveis - do Homem de todos os quadrantes, ora considerado na moldura dos condicionalismos que o cerceiam, ora ainda mais frequentemente entendido sb specie aeternitatis". É nesta medida que Fernão de Magalhães Gonçalves (Ser e Ler Torga, cit. ibi., p. 76) considera o modo como a obra de Miguel Torga "é progressivamente estruturada por três discursos ou níveis de sentido que evoluem através de fenómenos de divergência e de convergência numa suscitação dialética que põe a nu o movimento das elementares componentes dramáticas da natureza humana: o apelo da transcendência(discurso teológico), o fascínio telúrico (discurso cósmico) e o imperativo da liberdade (discurso sociológico)". Naquele que ainda é um dos mais profundos estudos sobre Miguel Torga, Eduardo Lourenço refere-se, percorrendo os vários níveis da sua matéria poética (incidindo particularmente na relação com o presencismo, na problemática religiosa e no sentimento telúrico que a percorre), a um "desespero humanista" que, partindo da "espécie de indecisão e luta que nela se trava entre um conteúdo que devia fazer explodir a forma e todavia se consegue moldar nela", "É humanista por ser filho da intenção mil vezes expressa na obra de Miguel Torga de confinar a realidade humana unicamente no Homem e na sua aventura cósmica, embora a presença mesma desse desespero testemunhe que essa intenção não encontra no espírito total do poeta uma estrada luminosa e larga. Como a todos os lugares reais ou ideais em que o homem busca a salvação, conduz a este humanismo [...] a porta estreita de uma agonia pessoal" (LOURENÇO, Eduardo - "O Desespero Humanista em Miguel Torga", inTempo e Poesia, Porto, editorial Inova, 1974, p. 123). Proposto por duas vezes para Nobel da Literatura (1960 e 1978), a sua obra e a sua personalidade constituíram um referente cultural a nível nacional e internacional, tendo recebido, em vida, os Prémios Montaigne (1981), Camões (1989), Vida Literária (da Associação Portuguesa de Escritores, em 1992), o Prémio de Literatura Écureuil (do Salão do Livro de Bordéus, em 1991) e o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, em 1994.

Miguel Torga. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
wikipedia (Imagem)



Ficheiro:Miguel Torga.jpg
Miguel Torga, por Bottelho

Aos Poetas

Somos nós 
As humanas cigarras. 
Nós, 
Desde o tempo de Esopo conhecidos... 
Nós, 
Preguiçosos insectos perseguidos. 

Somos nós os ridículos comparsas 
Da fábula burguesa da formiga. 
Nós, a tribo faminta de ciganos 
Que se abriga 
Ao luar. 
Nós, que nunca passamos, 
A passar... 

Somos nós, e só nós podemos ter 
Asas sonoras. 
Asas que em certas horas 
Palpitam. 
Asas que morrem, mas que ressuscitam 
Da sepultura. 
E que da planura 
Da seara 
Erguem a um campo de maior altura 
A mão que só altura semeara. 

Por isso a vós, Poetas, eu levanto 
A taça fraternal deste meu canto, 
E bebo em vossa honra o doce vinho 
Da amizade e da paz. 
Vinho que não é meu, 
Mas sim do mosto que a beleza traz. 

E vos digo e conjuro que canteis. 
Que sejais menestréis 
Duma 
gesta de amor universal. 

Duma epopeia que não tenha reis, 
Mas homens de tamanho natural. 


Homens de toda a terra sem fronteiras. 
De todos os feitios e maneiras, 
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele. 
Crias de Adão e Eva verdadeiras. 
Homens da torre de Babel. 


Homens do dia-a-dia 
Que levantem paredes de ilusão. 
Homens de pés no chão, 
Que se calcem de sonho e de poesia 
Pela graça infantil da vossa mão. 


Miguel Torga, in 'Odes'
17
Jan17

Não basta não assinar o "acordo", é preciso demonstrar na prática que de facto se está contra ele!

António Garrochinho


Não basta não assinar o "acordo", é preciso demonstrar na prática da luta concreta pela defesa dos interesses economicos, laborais e sociais dos trabalhadores e do povo pobre que de facto se está de facto contra ele.

Arménio Carlos diz que .a seu ver, este acordo “confirma o incentivo que o Governo está a dar à
contratação de trabalhadores com o salário mínimo, ao bloqueamento da contratação coletiva e à manutenção da precariedade”.

"Além disso, dá azo à “construção de um caminho para se eternize a redução da TSU para as entidades patronais (foi assim em 2014, 2016 e agora)”...sublinhou ainda, que “o acordo discutido e finalizado na concertação social foi alterado: Dizia que competia ao Orçamento do Estado (OE) assumir as responsabilidades para suportar a redução da TSU, mas o que o atual projeto de lei diz é que esse suporte será assegurado em 50% pela Segurança Social e 50% pelo OE”.

A opinião de A.Carlos não só é Inteiramente correcta, como prova a demagogia e falsidade das posições do BE e do PCP agora assumidas quanto a esta matéria, já que anteriormente as tinham votado favoravelmente em votação final do OE para 2017

Por outro e para que não aconteça como em 2014, 2016, e ao contrário da sua prática anterior onde a CGTP se limita apenas a votar contra, e depois a abandonar as suas reivindicações, é necessário que a CGTP não seja a outra face da moeda onde consta a UGT e não continue por essa via e demonstre na prática que de facto está contra "acordo", e que continua a exigir os míseros 600 euros que propôs e o desbloqueamento dos salários, das carreiras profissionais, pelos aumento das pensões a partir de janeiro e igual para todas as pensões minimas, contra o trabalho precário e falsos recibos verdes, o desemprego e pela revogação das medidas laborais levadas a cabo pelo anterior governo PSD/CDS que tão do agrado da classe capitalista é, para tal mobilizar e elevar a consciência dos trabalhadores acerca das politicas de recuperação capitalista do actual governo capitalista PS, e partir para novas lutas, até que o governo e a classe patronal cedam às reivindicações dos trabalhadores e que as tais medidas previstas favoráveis ao patronato, não sejam suportadas pela via OE ou pelos fundos da Segurança Social.


el.comunista
17
Jan17

O Titanic Partiu: Sinais de Alerta Apontam para o Perigo em 2017

António Garrochinho

Apesar de nossos melhores esforços, nós dentro do estado policial americano, parecemos estar presos na repetição, revivendo o mesmo conjunto de circunstâncias repetidamente: flagrante de vigilância, revistas, tiroteios da polícia com cidadãos desarmados, espionagem do governo, censura, represálias de prisões, criminalização de atividades legais, belicismo, detenções indefinidas, invasões de equipes da SWAT, confisco de bens, etc.

Infelizmente, como uma nação, nos tornamos tão dessensibilizados aos atos de violência do governo, tão acostumados a relatos de corrupção governamental e tão anestesiados com as visões e os sons da América Corporativa marchando em sintonia com o estado policial que poucos parecem prestar atenção nos sinais de advertência gritando a mensagem: Perigo à Frente.

Lembre-se, o Titanic recebeu pelo menos quatro avisos de outros navios sobre a presença de icebergs em seu caminho, com o último aviso emitido uma hora antes do desastre atingido. Todos os quatro avisos, foram ignorados.

Como o Titanic, estamos avançando para um futuro cheio de perigos ocultos e não tão escondidos. Nós também fomos advertidos amplamente, apenas ignorando uma cacofonia cuidadosamente coreografada de ruído político, distrações culturais e notícias de entretenimento - o que os romanos chamavam de "pão e circo" - orientado para manter o povo americano polarizado, pacificado e facilmente manipulado.

No entanto, ainda há perigo à frente. O perigo para nossa república permanece o mesmo.

Enquanto uma burocracia permanente, não eleita - também conhecida como o governo das sombras - continua a pedir por tiros nos corredores do poder e o alcance do estado policial continua a se expandir, a crise não tem sido evitada.

Aqui está um vislumbre de alguns dos programas do governo nefasto que estaremos enfrentando em nossa jornada através das águas traiçoeiras de 2017.


Quarentenas obrigatórias sem o devido processo ou consentimento informado: Sob uma nova regra proposta pelo Centros de Controle e Prevençao de Doenças (CDC),
os agentes do governo terão poderes para deter por tempo indeterminado qualquer viajante que seja suspeito de constituir um risco médico para os outros, sem fornecer uma explicação, submetê-los a exames médicos sem seu consentimento, e realizar tais detenções e quarentenas sem qualquer tipo de processo ou revisão judicial.

Avaliações de saúde mental feita por pessoal de natureza não médica: Como resultado de um esforço nacional para treinar um amplo espectro dos chamados "guardiões", como pastores, professores, cabeleireiros, garçons, policiais e paramédicos em treinamento em primeiros socorros de saúde mental, mais os americanos vão correr o risco de serem denunciados por pessoal não-médico e detidos por terem problemas de saúde mental.

Chips de localização para os cidadãos: A dinâmica está sendo construída para que o governo seja capaz de rastrear os cidadãos, quer através do uso de chips RFID incorporados em um cartão de identidade nacional, ou através de chips microscópicos embutidos em sua pele. Em dezembro de 2016, a Câmara dos Representantes esmagadoramente aprovou a legislação que permite a polícia rastrear os indivíduos que sofrem de algum tipo de deficiência mental, tais como a doença de Alzheimer ou autismo, por meio de chips implantados.

Treinamento militar para lidar com os movimentos anti-establishment em megacidades: O futuro, de acordo com um vídeo de treinamento do Pentágono, será militarista, distópico e longe de ser amigável para a liberdade. De fato, se esta peça de propaganda do governo que está sendo usada para treinar forças especiais for verdadeira, a única coisa que pode salvar o mundo da anarquia absoluta - aos olhos do governo, pelo menos - é o exército trabalhando em conjunto com a polícia local. O vídeo confirma o que eu tenho advertido há tanto tempo: aos olhos do governo dos EUA e seus capangas, o campo de batalha do futuro é em frente da casa americana.

Censura do governo de qualquer coisa que se classifique como desinformação:
  A lei de Autorização de Defesa Nacional deste ano, que aloca $619 bilhões para a guerra e para os gastos militares, não só permite que os militares detenham indefinidamente cidadãos americanos, colocando-os fora do alcance da Constituição, mas também direciona o Departamento de Estado para estabelecer um centro nacional de anti-propaganda para "contra a desinformação e a propaganda". Traduzindo: o governo pretende reprimir qualquer tentativa de exercer os seus direitos da Primeira Emenda, ao expor irregularidades do governo, enquanto persiste em futilidades sua própria marca de notícias falsas.

Avaliações de ameaças: 
 Os agentes-governamentais com a ajuda de olhos e ouvidos automatizados, um arsenal crescente de software de alta tecnologia, hardware e técnicas, a propaganda do governo que incita os americanos a se transformarem em espiões e informantes, bem como a mídia social e o software de detecção de comportamento - estão tecendo uma teia de aranha pegajosa de avaliações de ameaças, avisos de detecção de comportamento, sinalizando "palavras" e "suspeitos" relatórios de atividades destinadas a partilharem os potenciais inimigos do estado. É o estado policial americano enrolado em um opressivo pacote de pré-crime e pré-pensamento de crime.

Guerra ao dinheiro: O governo e seus parceiros corporativos estão engajados em uma campanha coordenada para acabar com grandes contas, e deslocar os consumidores no sentido de um modo digital de comércio que pode ser facilmente controlado, monitorado, tabelado, com dados recolhidos, hackeado, desviado e confiscado quando conveniente. Como o economista Steve Forbes conclui: "A verdadeira razão para esta guerra contra o dinheiro - eles começam com as grandes contas e, em seguida, vão descendo - é uma feia tomada de poder feita pelo Grande Governo. As pessoas terão menos privacidade: o comércio eletrônico torna mais fácil para o Big Brother ver o que estamos fazendo, tornando mais simples proibir as atividades que não lhe agrada, como a compra de sal, açúcar, grandes garrafas de refrigerante e Big Macs."

Vigilância expansiva:
 Se você está andando por uma loja, dirigindo seu carro, verificando o e-mail, ou falando com amigos e familiares ao telefone, você pode ter certeza que alguma agência do governo, seja a NSA ou alguma outra entidade, estará escutando e rastreando seu comportamento. Isso nem sequer começa a tocar nos rastreadores corporativos que trabalham para o governo para monitorar suas compras, navegação na web, postagens no Facebook e outras atividades que ocorrem na esfera cibernética. Em tal ambiente,  nós somos todos suspeitos de ser espionados, pesquisados, digitalizados, revistados, monitorados, controlados e tratados como se nós fossemos, potencialmente culpados de algum delito ou outra coisa.

Polícia militarizada:  Os americanos estão encontrando suas comunidades outrora pacíficas transformadas em postos militares, completas com tanques, armas e outros equipamentos projetados para o campo de batalha. Agora, o Departamento de Segurança Interna, o Departamento de Justiça e o FBI, estão se preparando para tornar os policiais da nação em tecno-guerreiros, com scanners de íris, scanners corporais, dispositivos de imagem térmica Doppler, programas de reconhecimento facial, leitores de placas, software de exploração de telefone celular, dispositivos Stingray e muito mais.

Tiroteios policiais com cidadãos desarmados:
  Em grande parte devido à militarização da agências policiais locais, não passa uma semana sem mais relatórios de incidentes de arrepiar os cabelos feitos pela polícia, imbuídos de uma atitude impiedosa e uma abordagem de campo de batalha para com as comunidades, nas quais servem. De fato, como um relatório especial do The Washington Post revela, apesar de maior consciência de má conduta policial, o número de disparos fatais por oficiais de 2016, manteve-se praticamente inalterado em relação ao ano anterior.

Falsas bandeiras e ataques terroristas:  Apesar da propaganda infinita do governo sobre a ameaça do terrorismo, as estatísticas mostram que você tem 17.600 vezes mais probabilidades de morrer de doença cardíaca do que por um ataque terrorista. Você tem 11.000 vezes mais probabilidade de morrer de um acidente de avião, do que de um plano terrorista envolvendo um avião. Você tem 1.048 vezes mais probabilidade de morrer de um acidente de carro, do que um ataque terrorista. Você é 404 vezes mais propenso a morrer em uma queda, do que a partir de um ataque terrorista. E você tem  8 vezes mais probabilidade de ser morto por um policial do que por um terrorista.

Guerras sem fim para manter o império militar dos EUA empregado:  O complexo industrial militar que tem defendido que os EUA continuem em guerra, ano após ano, é a própria entidade que irá continuar a lucrar o máximo com o império militar em expansão nos EUA. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos é o maior empregador do mundo, com mais de 3,2 milhões de trabalhadores. Até agora, o contribuinte norte-americano tem desembolsado mais de  $1,6 trilhões para financiar as guerras no Afeganistão e no Iraque. Quando você adiciona os esforços militares no Paquistão, bem como o custo vitalício de cuidados de saúde para veteranos deficientes e juros sobre a dívida nacional, esse custo sobe para 4.4 trilhões de dólares.

As tentativas do governo para identificar, apontar e punir os chamados "extremistas" domésticos:  o programa anti-extremismo do governo será, em muitos casos, utilizado para renderizar outra forma legais, atividades não-violentas como potencialmente extremista. Para este fim, a polícia identificará, monitorará e desincentivará os indivíduos que exibem, expressam ou se engajam em qualquer coisa que possa ser interpretada como extremista, antes que eles possam se tornar ameaças reais. Isso é pré-crime em uma escala ideológica.

Ataques da equipe da SWAT:  Mais de 80% das comunidades americanas têm suas próprias equipes da SWAT, com mais de 80.000 dessas incursões paramilitares sendo realizadas a cada ano. Isso se traduz em mais de 200 ataques da equipe da SWAT todos os dias em que a polícia arromba portas, danifica a propriedade privada, mata cidadãos, aterroriza adultos e crianças, mata animais domésticos, ataca ou atira em qualquer pessoa que seja percebida como ameaçadora - e frequentemente persegue alguém meramente suspeito de um crime, geralmente por uma pequena quantidade de drogas.

Perda da propriedade privada:
  A propriedade privada significa pouco numa época em que as equipes da SWAT e outros agentes do governo podem invadir sua casa, quebrar suas portas, matar seu cão, ferir ou matar você, danificar o seu mobiliário e aterrorizar sua família. Da mesma forma, se os funcionários governamentais podem multá-lo e prendê-lo por plantar hortaliças em seu quintal, orar com amigos em sua sala de estar, instalar painéis solares em seu telhado e criar galinhas em seu quintal, você não será mais dono de sua propriedade.

Supercriminalização:  A tendência do governo para a militarização e a supercriminalização, nas quais a rotina, comportamentos cotidianos se tornam alvos de regulação e proibição, resultou em americanos sendo presos por fabricação e venda de queijo de cabra não pasteurizado, cultivar certos tipos de orquídeas, alimentar uma baleia, fazer estudos bíblicos em suas casas, e pegar seus filhos na escola.

Revistas e degeneração da integridade corporal: As decisões da corte que minam a Quarta Emenda e que justificam revistas invasivas, nos deixaram impotentes contra os poderes da polícia para forçar o derramamento de sangue, forçosamente tomando nosso DNA, nos revistam e nos investigam intimamente. Crescem o número de indivíduos - tanto homens como mulheres - sendo submetidos ao que é essencialmente violado pelo governo que é sancionado pela polícia no exercício de "rotina" das abordagens.

Drones:
  Conforme as corporações e as agências governamentais igualmente se preparam por sua parte na próxima invasão de drones - espera-se que pelo menos 30.000 drones ocupem o espaço aéreo dos EUA em 2020, dando início a uma indústria de US$30 bilhões por ano -  o que não será muito antes dos cidadãos americanos virem-se como sendo os alvos destes dispositivos. Os drones - veículos aéreos não tripulados - virão em todas as formas e tamanhos, desde drones de tamanho nano, tão pequenos quanto um grão de areia que podem fazer tudo, desde conduzir a vigilância, até detonar cargas explosivas, a drones de tamanho médio que podem entregar pizzas aos muitos "caçadores/assassinos" navios de guerra Predator que desencadeiam poder de fogo.

Prisões: As prisões dos EUA, que abrigam o maior número de presos do mundo e continuam a crescer, tornaram-se empresas que fazem dinheiro para as empresas privadas que administram as prisões em troca de estados que concordam em manter uma taxa de ocupação de 90% por pelo menos 20 anos. E como você mantém as prisões cheias? Ao aprovar leis destinadas a aumentar a população prisional, incluindo a imposição de penas de prisão perpétua às pessoas que cometeram crimes menores ou não-violentos, como roubar gasolina.

Censura: As atividades da Primeira Emenda estão sendo atacadas, esmurradas, chutadas, sufocadas, acorrentadas e, geralmente, amordaçadas em todo o país. Zonas de liberdade de expressão, zonas de protestos, zonas de invasão, legislação anti-bullying, políticas de tolerância zero, leis de crimes de ódio e uma série de outras doenças legalistas imaginadas por políticos e promotores, conspiraram para corroer nossas liberdades fundamentais. As razões para tal censura variam muito desde regularidade das preocupações de segurança política e intimidação para crimes de segurança e de ódio nacional, mas o resultado final é o mesmo: a erradicação completa do que Benjamin Franklin referiu como o "principal pilar de um governo livre."

Fascismo: Como uma pesquisa da Universidade de Princeton indica, nossos representantes eleitos, especialmente os da capital do país, representam os interesses dos ricos e poderosos em vez do interesse do cidadão médio. Não somos mais uma república representativa. Com as Grandes Empresas e o Grande Governo tendo fundido-se em um estado corporativo, o presidente e seus homólogos do estado - os governadores - tornaram-se pouco mais do que CEOs do Estado Corporativo, que dia a dia estão assumindo mais controle do governo sobre nossas vidas. Nunca antes os americanos médios tiveram tão pouca palavra no funcionamento de seu governo e menos acesso a seus chamados representantes.

James Madison, o pai da Constituição, definiu isso melhor quando advertiu: "Soe o alarme no primeiro experimento com liberdades." Qualquer pessoa com até mesmo um conhecimento casual sobre os eventos atuais, sabe que a primeira experiência sobre nossas liberdades aconteceu há muito tempo.

Estamos rapidamente passando pelo ponto de não retorno quando se trata de restaurar nossas liberdades. Pior, como eu deixei claro em meu livro, Battlefield America: The War on the American People, nós mal podemos ver o velho EUA com seus princípios e valores revolucionários em favor da independência no espelho retrovisor. A única realidade que as gerações emergentes conhecerão, é aquela construída para elas pelos poderosos, e você pode ter certeza de que não será uma realidade que favoreça a individualidade, a liberdade ou qualquer coisa ou alguém que desafie o status quo.

Como um conselheiro sênior para George W. Bush observou: "Nós somos um império agora, e quando agimos, criamos nossa própria realidade. E enquanto você está estudando essa realidade - judiciosamente - vamos agir novamente, criando outras novas realidades, que você pode estudar também, e é assim que as coisas vão se resolver. Somos atores da história. . . e vocês, todos vocês, ficarão apenas para estudar o que fazemos ".

Em outras palavras, o governo tem operado dez passos à frente há algum tempo, e ainda temos que recuperar o atraso, sem falar em retomar o fôlego enquanto as marés da mudança se arremessam à nossa volta.

É melhor apertar o cinto de segurança, pessoal, porque nós podemos ter momentos difíceis em 2017.

 http://www.anovaordemmundial.com
17
Jan17

FICO À ESPERA…

António Garrochinho


Fico à espera…
 
O grande problema, que já é estrutural, da economia portuguesa é a sua gigantesca dívida soberana. Se nada mudar na Europa, em relação ao sistema monetário, Portugal, para pagar essa dívida e os respectivos juros, terá de ter, durante os próximos vinte anos, um crescimento do PIB, na ordem dos cinco a seis por cento, caso não haja inflação acima dos dois por cento. E para obter esse crescimento, Portugal tem de fazer o seguinte:
1º Aumentar o investimento produtivo, o público e o privado, o nacional e o estrangeiro.
2º Tem de promover a produção bens nacionais, que substituam a importação de produtos congéneres, para diminuir as importações.
3º Tema de aumentar significativamente as exportações, tarefa ciclópica, que se revela impossível, pois com uma moeda de elevado valor cambial, a competitividade externa diminui, face a economias concorrentes.
Ao fim de cinco anos de crise e de uma cega austeridade que se baseou na desvalorização salarial e das pensões, como meio de aumentar a referida competitividade externa, a melhoria dos índices macro económicos é ridícula e manifestamente insuficiente. A economia anda a passo de caracol, quando seria necessário que corresse a galope, sem parar.
Não há horizonte para o futuro, enquanto Portugal não recuperar o poder monetário e cambial, que perdeu com a acrítica adesão à moeda única, e o poder orçamental, que também perdeu ao assinar, de cruz, o Tratado Orçamental. Sem estes dois instrumentos estratégicos (moeda e orçamento), nenhum governo será capaz de vencer a crise.
Aqueles que, entre dirigentes políticos, nacionais e europeus, economistas e jornalistas de economia, e simples cidadãos, esbracejam e protestam, quando alguém sugere a saída de Portugal da moeda única e o corte com o espartilho orçamental, que apresentem um credível modelo alternativo, coerentemente ancorado na ciência económica. Que nos digam como é que Portugal vai ganhar excedentes para pagar a dívida?
Fico à espera.

Alexandre de Castro




Via: Alpendre da Lua http://bit.ly/2jDfFob
17
Jan17

É TEMPO DE ACABAR COM A SUBSIDIO-DEPENDÊNCIA DOS PATRÕES, SEGURANÇA SOCIAL E O.E.

António Garrochinho


A CGTP-IN reitera que, apesar de insuficiente, o aumento do SMN só foi possível pela acção dos trabalhadores, ao mesmo tempo que considera inadmissível uma nova redução da taxa social única para as empresas e inconcebível o pacote financeiro com que o Governo optou por brindar o patronato.
BASTA
Numa altura em que o Governo anuncia o envio, ao Presidente da República, do Decreto-lei sobre a descida da TSU, a CGTP-IN não pode deixar de criticar o facto do presente Projecto ter sido recebido para a apreciação no final da tarde do dia 13 de Janeiro (sexta feira) com pedido de envio de contributos até às 18 horas de dia 16 (segunda feira). Tal facto viola o Código do Procedimento Administrativo, que estabelece um período mínimo de 10 dias para pronunciamento dos interessados, e indicia que estamos perante um processo de auscultação meramente formal, que desrespeita prazos legais, e cujos pareceres o Governo parece não ter na devida conta, como se justifica e exige.
Para a CGTP-IN o SMN não pode servir como moeda de troca para manter as empresas numa situação de subsídio-dependência da Segurança Social e do Orçamento do Estado. Neste contexto, consideramos negativo o projecto de lei apresentado, porque:
1 – Estimula a continuação do modelo assente em baixos salários, uma vez que não só mantém como acentua a redução da TSU para os patrões, abrindo caminho à sua eternização, com pesados custos para a Segurança Social e o Orçamento do Estado. Acresce que alarga de forma significativa o seu âmbito, ao abranger trabalhadores que auferiam remuneração ligeiramente superior ao salário mínimo anteriormente em vigor (€530), desde que inferior ao valor actual de €557, bem como aos trabalhadores que aufiram valores salariais até 700 euros, desde que a diferença para a retribuição base resulte da prestação de trabalho suplementar e/ou nocturno.
2 – Incentiva a contratação de trabalhadores com o SMN, promove o bloqueamento patronal à negociação da contratação colectiva e favorece a absorção das restantes grelhas salariais por aquela retribuição, com a consequente desvalorização das profissões, das carreiras profissionais, das experiências, competências e qualificações. Esta política é responsável por já termos 21% dos trabalhadores com o SMN, número que pode aumentar significativamente, caso esta medida se venha a concretizar. Para a CGTP-IN, o SMN não se pode tornar na referência salarial em Portugal.
3 – Premeia a generalização da precariedade, ao aplicar a redução da TSU a todos os tipos de contratos celebrados em 2016, incluindo os com vínculo precário e o trabalho parcial, contrariando a promessa do combate a este flagelo, que atinge cada vez mais trabalhadores e famílias.
4 – Usa e abusa da Segurança Social, ao desviar para o patronato, as contribuições que constituem receitas legalmente consignadas ao financiamento das prestações sociais incluídas no sistema previdencial e ainda de políticas activas de emprego e de valorização profissional. Ainda que o Governo apresente a descida da TSU como uma “medida de apoio ao emprego”, esta não é evidentemente uma medida que possa ser classificada como tal, já que o seu objectivo não é claramente incentivar a criação de emprego, mas tão somente financiar as empresas, mesmo que daí resulte encargos na ordem dos 120 milhões de euros para a Segurança Social e o Orçamento do Estado. De resto, os números demonstram claramente (como aliás reflectem os Relatórios sobre o salário mínimo elaborados pelo Governo) que a actualização do salário mínimo não provoca o aumento do desemprego; pelo contrário, o que se tem verificado é um aumento do emprego e uma diminuição do desemprego.
5 – Sendo já de si negativo aquilo que resultava do “compromisso” da CPCS, há ainda a agravante de o projecto de decreto-lei submetido à apreciação não respeitar a premissa de que não seria a Segurança Social a arcar com o fardo financeiro da descida da TSU. Na verdade, não só será a Segurança Social a assumir todos os custos em 2017, como apenas será ressarcida em 50% no ano de 2018, violando assim aquilo que foi assumido. Este é só mais um aspecto, a juntar a tantos outros neste processo, que revelam a opção do Governo em favor do patronato, quando aumenta a redução da TSU para o patronato em 67%, ao mesmo tempo que nega o aumento dos salários aos trabalhadores do sector público e continua sem dar resposta à maioria dos desempregados que não têm protecção social.
6 – Mas não é só o Acordo da CPCS que é alterado. Com a descida da TSU é também questionada a posição conjunta do PS com o PEV, considerando o compromisso expresso que “não constará do programa do Governo qualquer redução da TSU das entidades empregadoras”.
7 – O facto de a Direcção do PSD ter expresso uma opinião diferente daquela que, enquanto Governo, impôs sobre esta matéria, não pode servir para branquear o seu passado, para além de ser necessário aferir se aquilo que agora defende não passa de uma manobra política de hoje, para se transformar num “tiro de pólvora seca”, amanhã.
8 – Neste quadro, a CGTP-IN considera que, independentemente do que se venha a verificar, a luta contra a redução da TSU vai continuar, assim como a exigência do aumento geral dos salários, enquanto elemento fundamental para promover um país mais justo e solidário.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 17.01.2017
Via: Entrada – CGTP-IN http://bit.ly/2jjF2M1
17
Jan17

Tem ideia de quanto poupa em impostos com vales ou cartões de refeição?

António Garrochinho


Com o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), o subsídio de refeição dos trabalhadores em funções públicas foi atualizado em 0,25 euros em janeiro, para os 4,52 euros por dia, e terá uma segunda atualização da mesma dimensão a partir de 01 de agosto, para os 4,77 euros.

De acordo com as simulações da Deloitte para a agência Lusa, o subsídio de refeição totaliza os 99,44 euros por mês e por trabalhador este ano se for pago em numerário, mas será de 159,06 euros se for pago em cartão de refeição, o que significa que há um ganho de 59,62 euros se se optar por esta segunda opção.

Em 2016, a opção pelo pagamento do subsídio de refeição em cartão ou vales era também fiscalmente mais vantajoso do que fazê-lo em dinheiro: se este subsídio fosse pago em dinheiro totalizava os 93,94 euros por mês e, se fosse pago em cartão, ascendia a 150,26 euros por mês, uma diferença de 56,32 euros.

Estas contas foram feitas apenas com base na atualização de janeiro, uma vez que o aumento do subsídio de refeição de agosto "não tem relevância fiscal", na medida em que não altera o valor do subsídio de refeição que não está sujeito a IRS, segundo o consultor Luís Leon explicou à Lusa.
Isto porque há uma norma no OE2017 que faz com que o valor de referência para este efeito seja o que vigora desde janeiro, não considerando a atualização de agosto, o que significa que este segundo aumento do subsídio de refeição já será tributado em sede IRS.

De acordo com o código do IRS, se o subsídio de refeição for pago em dinheiro, não está sujeito ao pagamento deste imposto até ao limite de 4,52 euros por dia. Mas, se for pago em cartões ou vales de refeição, fica fora da tributação em sede de IRS até ao limite diário de 7,23 euros.

Em agosto, quando o valor do subsídio de refeição subir para os 4,77 euros por dia, os limites para aquela isenção mantêm-se nos 4,52 e nos 7,23 euros, conforme seja pago em dinheiro ou em cartão de refeição, respetivamente.
Sem a norma do OE2017 que determina que os valores de referência para a não sujeição a IRS do subsídio de refeição são os pagos em agosto, os limites de não tributação seriam superiores: de 4,77 euros (em dinheiro) e de 7,63 euros (em cartão).

O fiscalista Luís Leon disse que, no caso dos funcionários públicos, como o pagamento do subsídio de refeição está regulamentado no Orçamento do Estado, "mesmo que seja pago em cartão, não pode ser acima do definido no orçamento e por isso não há nenhuma vantagem em pagar com cartão".

No caso das empresas do setor privado, se pagarem o subsídio de refeição através de cartão ou vales, "o valor que podem pagar livre de impostos é mais alto", havendo também a garantia de que esse dinheiro "só pode ser gasto em despesas de alimentação", uma vez que estes cartões só são aceites em empresas do setor, nomeadamente restaurantes e supermercados.

O subsídio de refeição não está previsto no Código do Trabalho, pelo que a sua atribuição pelas empresas aos trabalhadores está dependente dos acordos coletivos de trabalho ou nos contratos individuais que forem celebrados com os trabalhadores.


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17
Jan17

SE TEMOS MÉDICOS A MAIS HÁ ENTÃO QUE REGULAMENTAR E GERIR BEM OS QUE TEMOS- "Dizer que temos falta de médicos é um absurdo. Temos médicos a mais"

António Garrochinho

 

Com as eleições à Ordem dos Médicos à porta - o escrutínio de classe tem lugar já na próxima quinta-feira - o Notícias ao Minuto entrevistou os quatro candidatos a bastonário. Depois de Miguel Guimarães, hoje é a vez de conversar com João França Gouveia.

A criação da especialidade Medicina de Emergência e a alteração do modelo de gestão das unidades de saúde são duas das suas principais bandeiras e, com o intuito de melhorar o serviço de urgência hospitalar, o médico quer ainda chegar a consensos perduráveis com o Ministério da Saúde, independentemente do responsável pela tutela.

O que o motivou a candidatar-se ao cargo de bastonário das Ordem dos Médicos?

Contribuir para resolver os dois maiores problemas do Serviço Nacional de Saúde. O primeiro é a situação dramática e caótica que se vive nos serviços de urgência dos hospitais. O segundo é o modelo de gestão das unidades de saúde, hospitais e centros de saúde, que está muito marcado pelo amadorismo, pelo voluntarismo e por uma forte dependência político-partidária.
Na primeira [medida] - o modelo dos serviços de urgência -, a Ordem dos Médicos tem um papel decisivo. Reconhecer em Portugal a especialidade de Medicina de Emergência, que já existe noutros países da Europa e do mundo, é uma medida que está exclusivamente nas mãos da Ordem dos Médicos.
É preciso que os serviços de urgência tenham especialistas que só trabalhem aliReconhecer esta especialidade e tomar mais duas medidas que são importantíssimas para resolver os serviços de urgência, que são estabelecer equipas fixas enquanto não há especialistas em medicina de emergência e dar-lhes formação progressiva e impedir qualquer tipo de internamento de doentes nos serviços de urgência. Estas medidas para o serviço de urgência dependem mais da Ordem do que de qualquer ministro.
Já na segunda questão, que é o modelo de gestão das unidades de saúde, que eu defendo que devem ser contratualizadas, o Estado define as regras a que deve obedecer o seu funcionamento, estabelece um caderno de encargos, põe a concurso e controla a sua execução.

A não existência da especialidade de Medicina de Emergência é o grande problema do SNS?

São os dois maiores problemas, o dos serviços de urgência. É preciso que os serviços de urgência tenham especialistas que só trabalhem ali. Quando isso acontecer deixam de ser a terra de ninguém que hoje são. Ninguém trata dos serviços de emergência. Há uma equipa que vai fazer banco uma vez por semana e depois vai-se embora e vem outra. Portando, não há ninguém que tome conta dos serviços de urgência a sério, aliás, os diretores dos serviços de urgência e os chefes de equipa de banco passam a vida a demitir-se.
Não havendo ninguém que trate da organização dos serviços de urgência, ninguém trata também da acessibilidade aos serviços de urgência.
O modelo que proponho para os hospitais do SNS é o da sua contratualizaçãoUm serviço de urgência bem organizado e com pessoal próprio vai tratar de a jusante e a montante resolver os problemas dos serviços de urgência, devolvendo aos serviços de saúde os doentes que não precisam de cuidados hospitalares e internando devidamente.
Por outro lado, ao estabelecer-se este modelo libertam-se os médicos especialistas hospitalares para as suas funções próprias. É que neste momento os especialistas dos hospitais perdem dois dias da semana por causa do banco, um pelo banco e outro pela folga, e então só trabalham na especialidade três dias por semana.
O facto de os doentes virem todos para os hospitais, mesmo os que não precisam de tratamento hospitalar, desprestigia os centros de saúde.

Crê que esses problemas de que fala são a principal causa do caos que tantas vezes existe nas urgências?

Absolutamente. São estas três razões que acabei de referir que são o grande problema dos serviços de urgência.

O que o difere dos restantes candidatos e das respetivas campanhas?

Não me candidato contra ninguém, candidato-me apenas para ver concretizadas as 10 medidas que estão no meu programa eleitoral.

Concorda com as opiniões que muitas vezes apontam os hospitais privados como melhores soluções do que os públicos?

O modelo que proponho para os hospitais do SNS é o da sua contratualização. O problema da gestão das unidades do SNS é que têm gente que do ponto de vista da gestão não têm as habilitações necessárias.
Para que sejam bem geridas é preciso que estejam à sua frente nos conselhos de administração pessoas que tenham formação superior em gestão, uma especialidade em gestão da saúde e ainda uma subespecialidade no tipo de unidade de saúde que vão gerir.
Qualquer um de nós entra num hospital público e depois entra num privado e vê a diferença. É o dia para a noiteNós, médicos, devemos guardar as nossas competências em gestão clínica para nos dedicarmos às direções clínicas dos hospitais para promovermos uma prática médica adequada, eticamente correta e isenta de qualquer favor em relação aos fornecedores de medicamentos e material de uso clínico, não recebendo deles qualquer bem ou benefício.
Quando isto acontecer, as unidades públicas de saúde serão prestigiadas e trabalharão bem. Muitas unidades privadas trabalham muito bem e oferecem bons serviços porque respeitam estes princípios. Têm conselhos de administração com competências próprias, direções clínicas que naturalmente empenham-se para que se prestem bons serviços, e têm todos os cuidados que uma boa gestão deve ter para receber condignamente os seus doentes e tratá-los bem.
Qualquer um de nós entra num hospital e depois entra noutro e vê a diferença. Desde a forma como as pessoas estão vestidas, à forma como estão as instalações, à forma como se dirigem às pessoas. É o dia para a noite e realmente isso desprestigia o nosso serviço público.

O ministro da Saúde disse que o que "falta ao SNS é sobretudo a organização" e não a falta de médicos. Concorda?

Absolutamente. Nós temos em Portugal, neste momento, cinco médicos por mil habitantes. Pior dp que nós pelo exagero só a Grécia, que tem seis médicos por mil habitantes. Portanto, quando se ouve dizer que temos falta de médicos é um absurdo. Temos médicos a mais, aliás, neste momento começa a haver desemprego nos jovens médicos. É uma coisa inacreditável.
O Estado tem de se retirar da gestão direta das unidades de saúdeFolgo muito em que o atual ministro tenha dito publicamente que o nosso problema é um problema de organização. Ponham a concurso a gestão das unidades de saúde e vão ver a diferença total.

Como vê o trabalho deste ministro da Saúde?

Não comento nada sobre o atual ministro da Saúde nem sobre os outros. Eu não concorro contra ninguém. Isso não é da minha conta. Aquilo que eu tenho no meu programa e que cumprirei é que proporei, se for eleito, uma reunião mensal com o ministro da Saúde, seja ele quem for, para ver se conseguimos – Ordem dos Médicos e ministro da Saúde – obter consensos perduráveis na política de saúde e para que se acabe com esta confusão da mudança constante das políticas de saúde.
Um ministro da Saúde em Portugal tem uma vida média de dois anos. E de dois em dois anos, quando vem um novo ministro da Saúde, mudam os presidentes das administrações regionais de saúde, os conselhos de administração, começam a fazer guerra aos diretores dos hospitais e dos centros de saúde que não são da sua cor política e é uma confusão permanente. O Estado tem de se retirar da gestão direta das unidades de saúde.

Quanto à formação de Medicina, tem alguma medida para combater a saída dos jovens médicos de Portugal?

O ponto principal do meu programa que é reconhecer a especialidade de Medicina de Emergência. Se este ano já houvesse essa especialidade não teriam ficado fora do internato complementar os médicos que quisessem ir para essa especialidade, e há muitos médicos que o querem, mas a Ordem não abre a especialidade, o que é uma coisa inacreditável.

O que acontece para que os médicos jovens terem de emigrar enquanto há médicos estrangeiros nos hospitais?

Estamos no espaço europeu e a circulação entre os profissionais é natural e espontânea. Qualquer médico português pode trabalhar num país da União Europeia e vice-versa. Portanto, não há razões para haver xenofobia, cada um arranja o sítio onde se sente melhor.
Neste momento há espaço para todos. Mas como temos excesso de médicos e há o risco do desemprego, esse problema vai colocar-se mas também é preciso ter em conta que somos um país de turismo e temos mais de 500 mil pessoas estrangeiras que vivem em Portugal e o universo de ‘cliente’ para os nossos médicos está a aumentar.
O ponto principal do meu programa que é reconhecer a especialidade de Medicina de EmergênciaPor outro lado, o facto de sermos a quinta língua mais falada do mundo faz com que muitas pessoas que falam português, sobretudo dos PALOP, venham ter connosco porque sabem que temos qualidade em medicina e que temos um mercado que se tem vindo a abrir nos últimos anos.
Numa perspetiva futura, não me aparece haver dúvidas de que os nossos profissionais de saúde vão ser muito pretendidos nesse espaço da língua portuguesa.

Que tipo de medidas pretende tomar para resolver o problema dos internamentos?

A primeira medida é proibir os internamentos nos serviços de urgência hospitalar, mesmo os de curta duração. Segundo, um dos pontos do meu programa é que haja um programa nacional de apoio aos idosos dependentes precisamente para resolver dois dos maiores problemas dos internamentos hospitalares. Um para prevenir o seu recurso rotineiro aos hospitais e o outro para drenar todos os doentes internados que já tenham alta.
Temos nos nossos hospitais imensos doentes, sobretudo idosos, dependentes e que não podem ir sozinhos para casa porque não têm sítio para onde ir. Esses doentes ficam a ocupar vagas nos hospitais, ainda por cima expostos aos riscos das infeções hospitalares e a outros e, como é evidente, ocupando essas vagas não libertam espaços para os novos doentes que precisam.
Tem de haver um programa nacional em que o Ministério da Saúde e os serviços de ação social e solidariedade arranjem forma de resolver rapidamente esta grave questão que afeta os hospitais, em particular nesta altura do ano [inverno].

Este Governo prometeu reduzir de 1,2 milhões para 500 mil o número de portugueses sem médico de família. É algo possível?

É mais do que possível, temos cinco médicos por mil habitantes. Qual é o problema de haver médicos para a população? É uma questão de organização, ponha as unidades de saúde a concurso e vai ver que não há dificuldade em arranjar médicos para todos os portugueses.
Caso venha a vencer as eleições, qual será a primeira medida implementada?
Reconhecer a especialidade de Medicina de Emergência em Portugal e sentar com o ministro da Saúde para tratar de todos os assuntos que acabei de referir.


www.noticiasaominuto.com
17
Jan17

Governo mudou estratégia para atingir meta do défice

António Garrochinho



O CFP diz que até Setembro as receitas cresceram um quarto do previsto e a despesa caiu em vez de aumentar. A instituição liderada por Teodora Cardoso adianta que a meta do défice para 2016 é possível.
Governo mudou estratégia para atingir meta do défice

O Ministério das Finanças poderá cumprir a meta do défice em 2016, mas com uma receita diferente daquela que tinha sido definida por Mário Centeno, quando elaborou o Orçamento do Estado. Quem o diz é o Conselho das Finanças Públicas (CFP), que esteve a analisar os dados das contas públicas.
"Os dados da execução orçamental até Setembro de 2016 em contabilidade nacional, que este relatório analisa, e os dados em contabilidade pública já divulgados até Novembro apontam para que possa ser alcançada a previsão para o défice em 2016 constante da estimativa em que se baseia a Proposta de Orçamento do Estado para 2017 (POE/2017)", diz a instituição liderada por Teodora Cardoso.
No Orçamento do Estado para este ano, o Governo garantiu que o défice referente a 2016 fechará o ano em 2,4% do PIB - uma meta inferior ao limite de 2,5% traçado por Bruxelas. Este é o valor do défice em contabilidade nacional (ou seja, na perspectiva de compromissos que interessa à Comissão Europeia). No mesmo documento, o défice previsto em contabilidade pública é de 2,9% do PIB. Este objectivo analisa a diferença entre receitas e despesas, numa perspectiva de tesouraria.

O relatório do CFP explica que apesar de poder atingir as metas, Mário Centeno deverá alcançá-las de uma forma diferente da prevista. "A composição e evolução das receitas e despesas subjacentes a esse défice, bem como o cenário macroeconómico que lhe está associado, alteraram-se substancialmente ao longo do ano com respeito às previsões iniciais do Ministério das Finanças."

Segundo a instituição presidida por Teodora Cardoso "confirmaram-se assim os riscos assinalados pelo CFP e outras entidades, o que levou à adopção de medidas adicionais com vista a permitir cumprir o objectivo fixado para o saldo".

Nova estratégia: menos receita, menos despesa

De acordo com os dados disponíveis até Setembro em contabilidade nacional - sobre os quais o CFP se debruçou na sua análise -, a receita cresceu um quarto do previsto e a despesa caiu em vez de subir.
"Até Setembro, a receita das administrações públicas registou um crescimento homólogo de 0,8%, que corresponde a cerca de um quarto do previsto no OE/2016 para o conjunto do ano (3%)", adianta o CFP.
O organismo que fiscaliza as contas públicas chama a atenção para a influência que o comportamento da receita fiscal teve para o desempenho global da receita, tanto nos impostos directos como indirectos.
O CFP refere-se em particular à receita de IVA - que até Setembro foi menos de metade do objectivo que o Governo tinha fixado (2,4% contra 5,1%).
Do lado das despesas, a realidade acabou por trocar as voltas às previsões do Executivo. "Observou-se, até Setembro, uma redução homóloga de 1%, contrastando com o aumento previsto pelo Ministério das Finanças para 2016 (+1,9%)."
As despesas de consumo intermédio revelaram uma "poupança significativa" - com um aumento de 326 milhões de euros, contra uma subida esperada de 1196 milhões de euros. Os gastos com juros e o investimento público também contribuíram para esta contenção na despesa. Por outro lado, os gastos com pessoal estava até Setembro a crescer 2,7% face ao período homólogo, acima da previsão de 0,2%. O CFP atribui esta derrapagem a uma "subestimação inicial das contribuições sociais".


www.jornaldenegocios.pt
17
Jan17

Tribunais têm juízes sem cursos de Direito

António Garrochinho


Três juízes militares que chegaram ao Supremo Tribunal de Justiça não passaram pela faculdade de Direito. Candidatos preteridos recorrem ao Constitucional.

Dos 17 militares que exercem funções de juiz em tribunais de primeira e segunda instância e no Supremo, só três se licenciaram em Direito (dois na GNR e um no Exército). Várias nomeações de altas patentes têm vindo a ser judicialmente impugnadas, diz hoje o jornal Público.

O ministério da Administração Interna poderá ter de vir a pagar uma indemnização a um coronel da GNR que em 2004 foi preterido a favor de dois outros coronéis sem curso de Direito e desencadeou um processo de indemnização e outros dois oficiais do Exército e da Marinha que são licenciados, um deles com experiência em funções jurídicas, que há cerca de mês e meio viram negada a possibilidade de serem juízes pelo Supremo Tribunal de Justiça. Tencionam recorrer ao Tribunal Constitucional.

Estes candidatos a juízes foram ultrapassados por colegas que apesar de não terem formação em Direito, ocupavam há mais tempo que eles as mesmas categorias militares.
Com a extinção dos tribunais militares, em 2004, os julgamentos de crimes militares passaram a incluir um elemento militar nos coletivos de juízes dos tribunais civis.
Manuela Paupério, presidente da Associação Sindical dos Juízes afirma ao jornal que "doutra forma não teríamos sensibilidade para julgar este tipo de crimes". "Não me parece que a formação em Direito seja essencial", acrescenta, explicando que estes juízes não julgam sozinhos, que estão em minoria nos coletivos e não redigem sentenças.



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17
Jan17

"Passos enrolou-se numa mistificação que ele próprio inventou"

António Garrochinho

Jerónimo diz que Passos criou "mistificação" de que Governo é de coligação

O secretário-geral do PCP acusou hoje o líder do PSD de se enrolar na "mistificação" de que o Governo é de coligação, lembrando que nada mais há do que uma posição conjunta assinada por socialistas e comunistas.

"Creio que o doutor Passos Coelho enrolou-se numa mistificação que ele próprio inventou, designadamente que existe um governo de coligação, um governo das esquerdas, um governo de maioria parlamentar. Ora, isso não corresponde à verdade", sublinhou Jerónimo de Sousa, em declarações à agência Lusa e à RTP.

Em causa está a descida da taxa social única (TSU) paga pelos empregadores, que tem preenchido a agenda política dos últimos dias, com o líder dos comunistas a reconhecer que este "episódio" é marcado por uma "divergência de fundo" entre o PS e o PCP.

"Consideramos profundamente negativo dar este bónus às entidades patronais a par do aumento do salário mínimo nacional. As coisas têm de ser separadas", sublinhou Jerónimo de Sousa.

E concretizou: "O PCP tem com o PS uma posição conjunta que define o grau de convergência e o nível de compromisso. Fora dessa posição conjunta existem muitas outras matérias, como se verificou logo no início do Governo com o caso do Banif".

Sobre o PSD, o secretário-geral comunista disse que o partido tem de "descalçar a bota" criada pela sua mudança de opinião, mas adiantou, sobre a proximidade de posições entre sociais-democratas e o PCP nesta matéria, que "às vezes escreve-se direito por linhas tortas".
Jerónimo de Sousa falava em Lisboa à margem de um encontro promovido pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ), no qual, durante perto de uma hora, respondeu a questões de jovens em matérias como Europa, educação ou emprego.

O Presidente da República promulgou hoje o decreto-lei do Governo que estabelece uma descida em 1,25 pontos percentuais da TSU paga pelos empregadores, como medida excecional de apoio ao emprego.
De acordo com uma nota divulgada na página da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou hoje quatro diplomas, incluindo o "decreto-Lei que cria uma medida excecional de apoio ao emprego através da redução da taxa contributiva a cargo da entidade empregadora".

Segundo um comunicado do Conselho de Ministros, este decreto-lei, aprovado por via eletrónica na segunda-feira à noite, "cria uma medida excecional e temporária de apoio ao emprego através da redução da taxa contributiva da Segurança Social a cargo da entidade empregadora".
Sem adiantar o período em que esta medida estará em vigor, o Governo refere, na mesma nota, que "essa redução é de 1,25 pontos percentuais para as empresas com trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo nacional (SMN) e apenas nas contribuições referentes a estes trabalhadores".

Este decreto-lei foi aprovado na sequência do acordo alcançado em sede de Concertação Social em 22 de dezembro do ano passado - sem a CGTP -, que estabeleceu o aumento do SMN de 530 para 557 euros e, como contrapartida, uma redução da TSU paga pelos empregadores.

A descida da TSU, contudo, está em risco, porque Bloco de Esquerda e PCP prometeram requerer a sua apreciação parlamentar, para a revogar, e o PSD anunciou que, nesse caso, também votará contra a medida.


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17
Jan17

Marcelo já promulgou diploma que reduz TSU

António Garrochinho


O Conselho de Ministros aprovou ontem por via eletrónica o decreto-lei. Presidente já o promulgou


O presidente da República já promulgou o diploma que reduz a Taxa Social Única (TSU) paga pelos empregadores. O diploma - que determina a descida da TSU em 1,25 pontos percentuais aprovada em sede de concertação social, a par do aumento do salário mínimo nacional (SMN) para 557 euros desde janeiro - tinha sido aprovado ontem via eletrónica pelo Conselho de Ministros.
No site da Presidência, informa-se que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o "decreto-lei que cria uma medida excecional de apoio ao emprego através da redução da taxa contributiva a cargo da entidade empregadora".
Sem adiantar o período em que esta medida estará em vigor, o Governo anunciou que a "redução é de 1,25 pontos percentuais para as empresas com trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo nacional (SMN) e apenas nas contribuições referentes a estes trabalhadores".
O primeiro-ministro realçou ontem que só depois de o diploma ser apreciado pelo Presidente da República "é que o debate prosseguirá".
"A apreciação parlamentar só existe de um diploma. O diploma só existe se for promulgado pelo senhor Presidente da República. Seria muito indelicado da minha parte estar aqui a pressionar o senhor Presidente da República ou a antecipar uma decisão" do mesmo, frisou o líder do executivo socialista, salientando que a parte que compete ao Governo estava completa.
António Costa recusou ainda, em resposta a uma pergunta de um jornalista, que haja "trapalhada" nesta matéria, apelando à "serenidade" enquanto se aguarda pelo normal funcionamento dos órgãos.
Na sexta-feira, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, tinha reafirmado a coerência do seu partido contra a baixa da TSU e as "muitas diferenças" face ao PS, após encontro com dirigentes socialistas em Lisboa.
Também o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, advertiu na sexta-feira o PS para não contar com o seu voto caso os partidos que completam a maioria de esquerda peçam a apreciação parlamentar deste diploma.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, apontou a mudança de posição do PSD relativamente à descida da TSU, reiterando que o seu partido mantém a contestação à medida.
O CDS/PP não avança o seu sentido de voto. No entanto, o secretário-geral da UGT afirmou hoje que a presidente do partido, Assunção Cristas, lhe transmitiu que não porá em causa a concertação social no sentido de voto que terá na apreciação parlamentar da diminuição da TSU para os empregadores.
Atualmente, os trabalhadores descontam para a Segurança Social 11% do respetivo salário, enquanto as entidades empregadoras contribuem com uma TSU de 23,75% do salário mensal de cada trabalhador, valor que, nos termos do diploma hoje promulgado, passará para 22,5%, no caso dos salários mínimos.
Além deste, o presidente da República promulgou outros três diplomas do governo.

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