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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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04
Fev17

LISBOA DESAPARECIDA POR JOSHUA BENOLIEL

António Garrochinho






Conhecia meio mundo e tinha fotografado mais do que isso. Aparecia nas visitas régias, nos banquetes e nas inaugurações oficiais, nas comemorações, nos comícios e nos cortejos. Estava às primeiras horas da madrugada entre os pregoeiros da lota, de máquina fotográfica em riste, para imortalizar os pés descalços dos pequenos ardinas ou o esforço hercúleo das peixeiras nas descargas do carvão. Conheciam-no bem e à légua, abriam alas para que passasse, com os seus ajudantes e as toneladas de acessórios, facultando-lhe o ângulo ideal em que fotografava os tumultos duma greve ou os prantos por um assassínio. E havia uma frase mágica que Joshua Benoliel lançava sempre ao vento e aos circunstantes, na sua luta para captar o fugidio instante do retrato: “É para ‘O Século’! É para ‘O Século’!”



Retiremos hoje as aspas desse título, a própria evocação de um jornal centenário que morreu pelas ruas da amargura; façamos da História a ciência amoral que é; espraiemo-nos então nesta insuspeitada analogia: Joshua Benoliel dizia a todos a verdade mais pura e simples, com as suas palavras destinadas apenas, talvez, a que o deixassem passar. Ele estava, realmente, a fotografar para o século.



A herança fotográfica das cidades não é obra daqueles que julgaram estar a criá-la. A herança fotográfica das cidades é obra de contingências várias, determinantes do destino de cada pessoa e de cada espólio. Nunca saberemos o que se perdeu com o desaparecimento de “ateliers”, estúdios e casas centenárias onde, ao longo de décadas, muitos fotógrafos se dedicaram à recolha de imagens da tão celebrada “Lisboa na Rua”. Sabemos que, daquilo que chegou até nós, nada se compara com a vasta e talentosa obra de Joshua Benoliel. Para todos os efeitos, para todos os tempos, será ele o fotógrafo da Lisboa de sempre e do Portugal de 1900. Os nosso Atget dos pequenos misteres da rua, o nosso Nadar dos retratos célebres, a nossa referência no olhar remissivo sobre locais desaparecidos, personagens mortas, modos de vida agora incompreensíveis, eventos históricos dos quais teria ficado, apenas, a análise transfiguradora da palavra. Mas, frente a D. Carlos no hipódromo ou a D. Manuel no Parlamento, frente a Teófilo Braga no carro eléctrico ou a Sidónio Pais no gabinete, Benoliel montou o seu tripé e fotografou para o futuro, para o século. É dele a herança fotográfica portuguesa – se é que essa herança existe. Na árvore do seu estilo entroncaram muitos ramos e muitas escolas, e dela nasceram, depois, muitas análises e muitas investigações.



Joshua Benoliel, britânico e judeu de origem, nasceu em parte incerta, a 13 de Janeiro de 1873. Embora vários jornais o tenham dado como alfacinha de gema, alguns investigadores crêem hoje ter sido Gibraltar a cidade natal, hipótese essa que ouvi, em tempos, confirmada por um dos seus antigos assistentes, o fotógrafo Horácio Novaes. Não se sabe quando arribou à capital ou mesmo quando terá começado a fotografar. A sua primeira série fotográfica conhecida, para o jornal “O Tiro Civil”, é de 1898. Assina-a como “amador”. Nesse tempo seria ainda, de acordo com o investigador José Luís Madeira, empregado alfandegário. O seu primeiro trabalho “profissional” conhecido é um álbum de fotografias oferecido ao rei D. Carlos em 1903. Apenas por volta de 1906, em pleno apogeu da revista “Illustração Portugueza”, Joshua Benoliel se transforma no sinónimo de um género então emergente: a foto-reportagem. Contratado – inicialmente sem pagamento certo – pela poderosa empresa do jornal “O Século”, são-lhe então franqueadas as portas de quase tudo o que é comemoração régia ou recepção no Paço. Mas nem por isso Benoliel deixará de regressar à rua, à lida quotidiana da cidade popular, para captar aquelas que virão a ser, no futuro, as suas imagens mais famosas. E é na rua, entre barricadas e festejos, que a jovem República o irá encontrar. O fotógrafo das visitas dos monarcas estrangeiros, das gincanas reais na parada de Cascais, do jovem e recém-aclamado D. Manuel, transformar-se-á em retratista semi-oficial dos primeiros Presidentes portugueses.



Era o tempo em que, trabalhando com máquinas enormes e negativos de vidro, cada fotógrafo arrastava consigo um autêntico arsenal, o que dispunha muitos a largar um tema assim que dele julgavam ter extraído a imagem desejada. Benoliel, morador num andar alto da Rua Ivens, não se dava por satisfeito com uma só abordagem de cada assunto. A sua obra regressa ciclicamente aos mesmos costumes lisboetas e aos cenários importantes do seu tempo. Muitas vezes terá ido de propósito à Redacção de “O Século” deixar o equipamento, só para não ter de subir para casa com tudo aquilo às costas. O escritor e jornalista Rocha Martins – que para ele inventa o epíteto de “Rei dos Fotógrafos” – diz que, por altura da sua morte (em 1932), Benoliel tinha em casa cerca de 60 mil negativos, todos arrumados no corredor. Uma boa parte das fotografias que fizeram as reportagens da “Illustração Portugueza” foi dispersa (provavelmente vendida pelo filho, Judah, também ele fotógrafo) logo após a sua morte. Algumas dessas chapas (cerca de 4 mil) estão hoje no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa. A Assembleia da República, o Museu de Marinha, o Automóvel Clube de Portugal, a Guarda Nacional Republicana e alguns arquivos particulares possuem também pequenos conjuntos do seu trabalho. Em 1970, a segunda geração dos herdeiros de Benoliel entregou ainda vários milhares de negativos ao jornal “O Século”. Extinto este poucos anos depois, transitaram os “clichés” para a Fototeca do Palácio Foz onde, graças ao desvelo do seu conservador – Avelino Soares –, puderam ser preservados e postos à disposição dos investigadores.



Além de vastíssima colaboração na segunda série da “Illustração Portugueza” (de 1906 até, pelo menos, 1918) e em várias outras publicações dela contemporâneas, o trabalho de Benoliel está divulgado, em estilo de “balanço”, no “Arquivo Gráfico” (colecção comemorativa, editada postumamente em 1935, da qual foram publicados apenas seis números). Rocha Martins traça-lhe, aí, breve biografia, deixando para a posteridade algumas histórias com o fotógrafo como protagonista. Uma delas passa-se no dia da procissão da Senhora da Saúde. O infante D. Afonso (irmão do rei D. Carlos) desfilava habitualmente, como artilheiro do reino. Estrategicamente colocado nas ruas da Mouraria, Benoliel espera pelo momento que dará a capa da próxima “Illustração Portugueza”. Ao avistar D. Afonso, brada, gesticulando: “Parem lá!” E a multidão pára, como se tivesse ouvido a voz de Deus, parando com ela, inteira, a procissão no meio da rua. O fotógrafo bate então o seu “cliché”, gritando após ele nova ordem: “Pode seguir!” Quase se pode dizer que, adivinhando por escassos segundos a importância futura da obra de Benoliel, foi a própria História quem ali parou, para estar à altura duma fotografia.

Marina Tavares Dias











Fotografias:
As varinas de Lisboa, fotografadas dezenas de vezes por Benoliel 
(negativos pertencentes ao Arquivo Municipal de Lisboa)

lisboadesaparecida.blogspot.pt
04
Fev17

DE QUE MAIS PRECISA O CAPITALISMO O FASCISMO E O IMPERIALISMO ?

António Garrochinho

NÃO IRÁ ACONTECER UMA NOVA GUERRA MUNDIAL SOBRETUDO NUCLEAR.
OS CAPITALISTAS, OS DONOS DO MUNDO NÃO SÃO ESTÚPIDOS, SABEM QUE PODERIAM SUCUMBIR E ISSO ESTÁ FORA DOS SEUS PLANOS EMBORA NOS ATERRORIZEM A TODO A HORA COM ESSA AMEAÇA.

MAS VAI ACONTECENDO ALGO PIOR, ASSASSINADOS, FOME, DESEMPREGO, GUERRAS, ONDE VÃO CAINDO AOS MILHARES OS DAS CLASSES POBRE E MÉDIA E DAS QUAIS OS CULPADOS VAI SAINDO IMPUNES.

O MUNDO DO CAPITAL VAI-SE LIVRANDO DOS "INCÓMODOS" DOS QUE RESISTEM, DOS QUE NÃO ACEITAM AS DECISÕES E O JUGO DO IMPERIALISMO.

O DAESH E OUTROS SIMILARES NÃO SÃO MAIS DO QUE EMPRESAS COM MERCENÁRIOS ASSASSINOS QUE A TROCO DE DINHEIRO VÃO PRATICANDO O TERRORISMO QUE VITIMA SEMPRE INOCENTES.

ESTAS SÃO AS GUERRAS QUE VÃO DEVASTANDO OS POVOS ROUBANDO OS SEUS RECURSOS E ESCRAVIZANDO O SER HUMANO.

DE QUE MAIS PRECISARIAM ELES, OS DÉSPOTAS, OS SENHORES DA GUERRA ? COM O MUNDO NA SITUAÇÃO EM QUE ESTÁ O "NEGÓCIO" CORRE ÀS MIL MARAVILHAS !
António Garrochinho
04
Fev17

ESTAS ADOLESCENTES VÃO SURPREENDER COM OS SEUS DUETOS DE UKELELES

António Garrochinho


Honoka Katayama, 18 anos, e Azita Ganjali, 16 anos, são duas adolescentes havaianas feras no ukulele. Eles são tão incríveis, na verdade, que a dupla venceu o Concurso International de Ukulele Contest em Honolulu, em 2013 quando elas começaram a tocar juntas. A dupla dinâmica, que são como irmãs, estuda o ukulele desde que tinham 10 e 5 anos, respectivamente, e se conheceram no estúdio Ukulele Hale, em Honolulu, onde estudavam semanalmente. Neste vídeo de 2013, dica do amigo Zé Roberto Isabella, elas tocam "Bodysurfing" de do ukulelista Ohta-San.

VÍDEOS





Quando se trata de trilhas sonora de seriados de TV, há poucos tão celebrados e comemorados como o tema de "Havaí 5.0", que faz parte do repertório das duas garotas:


Eles começaram a tocar como artistas solo, então se conheceram na escola e decidiram entrar no referido concurso juntas. Depois de sua vitória, elas viajaram para o Japão para preceder a turnê do show de uma popular banda de Okinawa, chamada Begin, fazem shows mensais no Hard Rock Cafe de Honolulu desde então. Hoje em dia elas já estão mocinhas e este vídeo compila suas aventuras recentes por Yokohama, Japão, com fundo musical "Miserlou" tocado por elas mesmas.

04
Fev17

CONHEÇA AQUI EM VÍDEO UMA AVE BIZARRA CONHECIDA PELO NOME DE URUTAU

António Garrochinho


O urutau (Nyctibius griseus), também conhecido por mãe-da-lua e emenda-toco, pode ser considerado um fóssil vivente, já que foi encontrado um petrificado do período do Pleistoceno. Ele encontra-se fortemente arraigado na mitologia dos povos indígenas com várias lendas por causa de seu canto que se assemelha a "foi foi foi..." Em uma, ele seria uma índia cujo pai pajé matou seu amado. Em outra seria uma criança abandonada pela mãe na floresta para evitar que morresse por uma peste que dizimou todo o povoado.

No entorno correto, a ave utiliza muito bem sua plumagem para se camuflar, sendo confundida facilmente com um toco de madeira, onde bota e choca um único ovo. Esse mimetismo lhe conferiu a total confiança de que nunca será achada e por isso geralmente não foge com a presença humana. Mas muitas vezes elas tentam se camuflar em cima de paus de cercas e é simplesmente bizarro, como poderá ver neste vídeo

VEJA VÍDEOS

CHOCANDO O OVO E TEMPOS DEPOIS.....

Por ser uma ave estranha e de costumes noturnos existe muita superstição em torno dela. Nas pequenas aldeias do interior algumas pessoas a rejeitam com medo do mau agouro, ou até mesmo matam estes pássaros por que são presas fáceis. As aves noturnas são preponderantes no controle de insetos e devem ser protegidas.

Este outro vídeo mostra um raro urutau-gigante. O biólogo Tomaz de Melo explica como, mesmo com os olhos fechados, ela consegue enxergar tudo o que se passa ao seu redor.
www.mdig.com.br
04
Fev17

SÓCRATES E O ESTADO

António Garrochinho
SIM EU SEI QUE HÁ IRREGULARIDADES NO ÂMBITO DA JUSTIÇA NO CASO SÓCRATES MAS O "MENINO DE OURO" E OUTROS DE COLARINHO BRANCO TÊM POSTO A NOSSA VIDA NO ABISMO.
Foto de António Garrochinho.

04
Fev17

04 de Fevereiro de 1799: Nasce o escritor e político português Almeida Garrett, defensor do Liberalismo, promotor da reforma do ensino artístico, fundador do futuro Teatro Nacional D.Maria II.

António Garrochinho

  

Iniciador do Romantismo, refundador do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna, jornalista, político, legislador, Garrett é um exemplo de aliança inseparável entre o homem político e o escritor, o cidadão e o poeta. É considerado, por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX, porquanto nos deixou obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários. 

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu a 4 de Fevereiro de 1799 no Porto, no seio de uma família burguesa, que se refugia em 1809 na ilha Terceira, a fim de escapar à segunda invasão francesa. Nos Açores, recebe uma educação clássica e iluminista (Voltaire e Rousseau, que lhe ensinam o valor da Liberdade), orientada pelo tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra, ele próprio escritor. Em 1817, vai estudar Leis para Coimbra, foco de fermentação das ideias liberais. Em 1820, finalista em Coimbra, recebe com entusiasmo e otpimismo a notícia da revolução liberal. Em 1821, representa o Catão e publica em Coimbra O Retrato de Vénus, obras marcadas ainda por um estilo arcádico. Arcádicos são igualmente os poemas que escreve durante este período e que serão insertos, em 1829, na Lírica de João Mínimo. Em 1822, é nomeado funcionário do Ministério do Reino, casa com Luísa Midosi e funda o jornal para senhoras O Toucador. Em 1823, com a reacção miguelista da Vila-Francada, é obrigado a exilar-se em Inglaterra, onde inicia o estudo do Romantismo (inglês), e depois em França, onde se torna correspondente de uma filial da casa Lafitte. Contacta então com a literatura romântica (Byron, Lamartine, Vítor Hugo, Schlegel, Walter Scott, Mme de Staël), redescobre Shakespeare e, influenciado pelas recolhas de cancioneiros populares, começa a preparar o Romanceiro. Em 1825 e 1826, publica em Paris os poemas Camões e Dona Branca, primeiras obras portuguesas de cunho romântico, fruto da metamorfose estética em si operada pelas novas leituras. Em 1826, publica também o Bosquejo da História da Poesia e Língua Portuguesa, como introdução à antologia de poesia portuguesa Parnaso Lusitano. Em 1826, durante um período de tréguas, regressa a Portugal e mostra-se confiante na Carta Constitucional acordada entre D. Pedro e D. Miguel, mais moderada que o programa vintista. Dedica-se ao jornalismo político nos jornais O Português e O Cronista. Em 1828, depois da retoma do poder absoluto por parte de D. Miguel, exila-se novamente em Inglaterra. Em 1829, publica em Londres a Lírica de João Mínimo e o tratado Da Educação. Em 1830, publica o tratado político Portugal na Balança da Europa, onde analisa a história da crise portuguesa e exorta à unidade e à moderação. Em 1832, parte para a ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal, e participa no desembarque em Mindelo. Escreve, durante o cerco do Porto, o romance histórico O Arco de Santana e colabora com Mouzinho da Silveira nas reformas administrativas. Em 1834, é nomeado cônsul-geral em Bruxelas, numa espécie de terceiro exílio motivado pelo cada vez maior desencanto em relação à política portuguesa (a divisão dos liberais, a corrida aos cargos públicos), onde contacta com a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe). Também exerceu funções diplomáticas em Londres e em Paris. Em 1836, regressa a Lisboa, separa-se de Luísa Midosi e funda o jornal O Português Constitucional. No mesmo ano, após a Revolução de Setembro, é incumbido pelo governo setembrista de Passos Manuel da organização do Teatro Nacional. Nesse âmbito, desenvolverá uma acção notável, dirigindo a Inspecção Geral dos Teatros e o Conservatório de Arte Dramática, intervindo no projecto do futuro Teatro Nacional de D. Maria II e escrevendo ao longo dos anos seguintes todo um repertório dramático nacional: Um Auto de Gil Vicente (1838), Dona Filipa de Vilhena (1840), O Alfageme de Santarém (1842), Frei Luís de Sousa (1843). É por esta altura que inicia um romance com Adelaide Deville, que morrerá em 1841, deixando-lhe uma filha (episódio que inspirará o Frei Luís de Sousa). Em 1838, torna-se deputado da Assembleia Constituinte e membro da comissão de reforma do Código Administrativo. No ano de 1843 publica o 1.º volume do Romanceiro, uma recolha de poesias de tradição popular. Em 1845, lança o livro de poesias líricasFlores sem Fruto e o 1.º volume do romance histórico O Arco de Sant'Ana. Em 1846, sai em volume o "inclassificável" livro das Viagens na Minha Terra, publicado um ano antes em folhetim na Revista Universal Lisbonense. Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal. Em 1851, depois de um período de distanciamento face à vida política, regressa com a Regeneração, movimento que prometia conciliação e progresso. Nesse ano, funda o jornal A Regeneração, aceita o título de visconde e reassume o seu papel de deputado, colaborando na proposta de revisão da Carta. Em 1852, torna-se, por pouco tempo, ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1853, publica o livro de poesias líricas Folhas Caídas, recebido com algum escândalo: o poeta era, na época, uma figura pública respeitável (deputado, ministro, visconde), que se atrevia a cantar o amor desafiando todas as convenções, e muitos souberam ver na obra ecos da paixão do autor pela viscondessa da Luz, Rosa de Montufar. Em 1854, morre em Lisboa, aos cinquenta e cinco anos.

Em 1999 comemorou-se o Bicentenário do nascimento de Almeida Garrett, com a realização de conferências, publicações das suas obras, espetáculos, actividades escolares, exposições, entre outros eventos.                                      

Almeida Garrett. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia(Imagens)
Ficheiro:Almeida Garrett por Guglielmi.jpg
Litografia de Almeida Garrett por Pedro Augusto Guglielmi (Biblioteca Nacional de Portugal)


Passos Manuel, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estêvão de Magalhães nos Passos Perdidos, Assembleia da República Portuguesa


Almeida Garret, enquanto voluntário do Batalhão Académico, de sentinela ao Convento dos Grilos durante o Cerco do Porto
04
Fev17

04 de Fevereiro de 1789: George Washington é eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos

António Garrochinho


Primeiro presidente dos Estados Unidos da América, era filho de Augustine Washington e de Mary BallWashington, tendo nascido na Virgínia (Westmoreland County) a 22 de Fevereiro de 1732, e falecido a 14 de Dezembro de 1799, em Mount Vernon. Fazendo parte de uma família tradicional e abastada, a sua educação foi bastante completa. Em 1748 tornou-se zelador das propriedades de Shenandoah Valley pertencentes a Lord Fairfax e mais tarde de todo o condado de Culpeper. A guerra movida contra a pretensão francesa de domínio dovale do Ohio, que se desenrolou entre 1754 e 1763, inaugurou a ascensão militar de Washington, tendo com a missão ao Fort Boeuf (1753) conseguido o lugar de tenente coronel. O diário desta empresa foi também publicado em Williamsburg, logo após o seu retorno. Contudo, o domínio de Inglaterra sobre as colónias americanas começou a causar revoltas, tendo então Washington iniciado a sua atividade política na Assembleia de oposição da Virgínia, que protestava perante o agravamento das tributações impostas e falta de liberdade de ação. Em 1774 foi ele que representou a Virgínia no Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, que se reuniu para discutiras medidas a tomar contra os colonizadores. No Segundo Congresso Continental, que se realizou no seguinte ano, foi já eleito cabeça do exército que seria formado para a Guerra da Independência (1775-1783). Reuniu o dito exército e com ele ganhou as batalhas de Trenton e Princeton, em 1776, praticando uma guerra de guerrilha até que a Espanha e a França entraram em cena, constituindo um decisivo peso para a vitória americana, na batalha de Yorktown, em 1781. Dois anos depois era reconhecida a independência, Washington foi presidente da Convenção Constitucional de Filadélfia, em 1787, e fez com que a nova Constituição fosse aprovada por todos os estados em 1789. No dia 4 de Fevereiro de 1789, foi eleito por unanimidade para a presidência da União, derrotando John Adams. Em 1792 foi reeleito e recusou um terceiro mandato "para não dar mau exemplo". Fundou a cidade de Washington em 1793 e praticou uma política de desenvolvimento económico com base capitalista e de colonização de zonas até então de exclusivo povoamento índio (como o Tenessee e o Kentucky). Assinou também um acordo de paz com a Grã-Bretanha em 1794, chamado o "Jay's Treaty", o que provocou o descontentamento do partido democrata republicano liderado por Thomas Jefferson por considerar tal tratado um a ingratidão para com os franceses (que tinham prestado auxílio durante a Guerra da Independência) e subserviente em relação aos antigos colonizadores. Foi por esta razão que estalou a "Revolta do Whiskey", na Pensilvânia.George Washington casou com uma viúva, Martha Dandridge Custis, em 1759, e faleceu dois anos depois na propriedade herdada do meio-irmão, Mount Vernon (para onde se tinha retirado após o termo da sua presidência,em 3 de Março de 1797).

George Washington. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)


Retrato de George Washington - Gilbert Stuart
Retrato de George Washington -John Trumbull

 Washington cruza o Delaware- Emanuel Leutze
File:Washington Crossing the Delaware by Emanuel Leutze, MMA-NYC, 1851.jpg

04
Fev17

04 de Fevereiro de 1902: Nasce Charles Lindbergh, o primeiro piloto a sobrevoar o Atlântico num voo sem escalas.

António Garrochinho


Charles Lindbergh nasceu em Detroit, nos Estados Unidos da América, no dia 4 de fevereiro de 1902. Foi o primeiro aviador a realizar a façanha de atravessar o Atlântico, sozinho a bordo de um monoplano, num voo sem escala, tornando-se um herói da noite para o dia. Quando aterrou no Aeroporto Le Bourget em Paris, em 21 de maio de 1927, 33 horas depois de ter partido de Nova Iorque, tinha à espera uma multidão de 150 mil pessoas.

A partir de então, tudo o que ele fazia era acompanhado por um público ávido de novidades. Em 1929, Lindbergh casou-se com Anne Morrow, filha do embaixador americano no México. O primeiro filho do casal foi sequestrado e morto em 1932, uma tragédia que comoveu o mundo. A Justiça condenou o presumível autor do crime à morte, num julgamento até hoje considerado polémico.

A exposição constante à opinião pública tornou insuportável a vida dos Lindbergh, que deixaram os Estados Unidos e realizaram uma viagem pelo mundo a mando da Secretaria norte-americana da Guerra. Ele trabalhou como uma espécie de embaixador americano informal. Comparecia a recepções, conhecia autoridades, traçava planos para a aviação comercial em escala global.

O casal esteve também na Alemanha, onde ficou impressionado com os progressos tecnológicos do país governado pelos nacional-socialistas. Ambos participaram da abertura dos Jogos Olímpicos de 1936 ao lado de Adolf Hitler, no camarote oficial.

Quando regressou aos Estados Unidos, Lindbergh passou a fazer oposição aberta ao presidente Franklin Roosevelt e a apoiar o trabalho do conservador American First Committee, que pregava a neutralidade americana na guerra iniciada por Hitler.

O seu posicionamento político valeu a suspeita, na opinião pública, de que simpatizava com os nazis. Quando o Japão atacou Pearl Harbor, Lindbergh alistou-se no Exército como voluntário, mas o presidente Roosevelt recusou a sua colaboração. Ele só foi admitido para participar nos combates como piloto em 1944.

Pouco antes do final da guerra, recebeu uma missão especial: a de descobrir em que ponto os alemães se encontravam no desenvolvimento de fogueões. Foi assim que visitou o campo de concentração Dora-Mittelbau, onde morreram 25 mil prisioneiros que realizavam trabalhos forçados – na construção do foguetão V-2.

Vendo em si próprio o grande símbolo romântico da aviação, Lindbergh passou a considerar-se corresponsável pela destruição do planeta. Nos últimos 25 anos de vida, viajou muito pelo mundo defendendo causas ambientalistas. Morreu de cancro, no Havai, em 27 de agosto de 1974.

Um facto da vida do aviador, contudo, permaneceu oculto por décadas: a de que ele levava uma vida dupla. Somente em novembro de 2003, testes de ADN confirmaram que Lindbergh teve três filhos com a chapeleira Brigitte Hesshaimer, no sul da Alemanha.

Fontes: DW
wikipedia(imagens)
 
 
Lindbergh junto ao Spirit of Saint Louis
Ficheiro:LindberghStLouis.jpg 
O Spirit of Saint Louis em Paris

VÍDEO

04
Fev17

CENTENAS DE MILHAR DE ROMENOS MANIFESTAM-SE PELA 4ª NOITE

António Garrochinho

Centenas de milhares de romenos manifestaram-se pela quarta noite consecutiva, em Bucareste e noutras cidades do país, para exigir a retirada do decreto-lei que descriminaliza abusos de poder a atos de corrupção.
O movimento de contestação, sem precedentes  contrasta com a inflexibilidade do governo, que não pretende voltar atrás com o texto, aprovado de emergência na noite de terça-feira.
O presidente romeno, o Conselho Superior da Magistratura e o Provedor da Justiça decidiram contestar o decreto no Tribunal Constitucional e têm até à próxima terça-feira para apresentar argumentos. A alta instância tem depois 20 dias para se pronunciar.
Para hoje, está prevista uma grande marcha de protesto em direção ao Parlamento.
VÍDEO


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04
Fev17

ÁUSTRIA - PROTESTO CONTRA BAILE NAZI

António Garrochinho

Com cartazes com palavras de ordem como “nenhum nazi no Hofburg”, vários milhares de pessoas manifestaram-se, no centro de Viena, contra a organização do baile anual do partido ultranacionalista FPÖ no Palácio Imperial da capital austríaca. Dois mil e setecentos polícias foram mobilizados para prevenir incidentes durante o evento. Em 2015, os protestos degeneraram em violência, saldando-se em 6 feridos e 54 detenções. O baile anual reúne não só personalidades da extrema-direita austríaca, como dirigentes de outros partidos xenófobos europeus.

VÍDEO


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04
Fev17

ALMA DE CÔRNO – FERNANDO PESSOA

António Garrochinho



ALMA DE CÔRNO
Alma de côrno – isto é, dura como isso;
Cara que nem servia para rabo;
Idéas e intenções taes que o diabo
As recusou a ter a seu serviço –
Ó lama feita vida! ó trampa em viço!
Se é p’ra ti todo o insulto cheira a gabo
– Ó do Hindustão da sordidez nababo!
Universal e essencial enguiço!
De ti se suja a imaginação
Ao querer descrever-te em verso. Tu
Fazes dôr de barriga á inspiração.
Quér faças bem ou mal, hyper-sabujo,
Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.
 

Nota: reprodução do poema respeitando a grafia original do fac-símile.


Via: voar fora da asa http://bit.ly/2jLR674
04
Fev17

Marine Le Pen quer criar imposto sobre contratos de trabalhadores estrangeiros

António Garrochinho



Em declarações ao diário francês “Le Monde”, Marine Le Pen avançou que, caso seja eleita Presidente de França, vai criar um imposto a quem assine contrato com empregados estrangeiros. “Nós vamos criar uma taxa sobre todos os novos contratos com empregados estrangeiros”, referiu ao jornal.
Na entrevista publicada esta quinta-feira, a candidata às eleições presidenciais francesas, Marine Le Pen justificou a decisão com os planos que tem para dar “prioridade nacional ao emprego”. Se conseguir liderar o Executivo francês a candidata de extrema direita quer impedir que os patrões contratem imigrantes com o intuito de ter mão de obra mais barata.
Questionada sobre a recusa de pagar 300 mil euros ao Parlamento Europeu pelo alegado emprego fictício de um dos seus assistentes, Marine Le Pen afirmou que a instituição europeia é uma estrutura política que decidiu encetar “contra os patriotas” que são os franceses um “combate sem prisioneiros”. De acordo com a dirigente política, o Parlamento Europeu “não suporta a ideia de que pode haver uma oposição dentro dele”.
“Nós somos deputados eleitos pelo povo para o defender. Permitir que se viole a integridade de todas as regras que sustentam a nossa justiça para tentar impedir um membro de exercer o seu mandato é algo extremamente grave”, acrescentou a líder da Frente Nacional.
Ao “Le Monde”, Marine Le Pen realçou ainda que vai levar adiante dois referendos, onde se inclui um sobre a integração do país na União Europeia, seguindo o exemplo de 23 de Junho do Reino Unido, e outro para dar início a alterações à Constituição de França.
O programa de Marine Le Pen será apresentado este fim de semana na cidade de Lyon e um dos princípios da candidata centra-se na seguinte ideia: “A palavra para o povo e a democracia de proximidade”.
A última sondagem da francesa Elabe para o jornal económico “Les Echos”, que veio a público esta quarta-feira, dia 1, indicou que Marine Le Pen se encontra com cerca de 27% das intenções de voto e que Emmanuel Macron está em segundo lugar com aproximadamente 23%. O candidato François Fillion sofreu uma queda de cinco a seis pontos percentuais nas intenções de voto, comparativamente ao mês de janeiro, registando 19% a 20% dos votos (com ou sem a candidatura de François Bayrou) e Benoît Hamon teve um acréscimo de 10 a 11 pontos em relação a janeiro, à frente de Jean-Luc Mélenchon.


www.jornaleconomico.sapo.pt

04
Fev17

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

SE OS JORNALISTAS (OS HONESTOS) OS QUE INFORMAM COM PROFISSIONALISMO E COM INDEPENDÊNCIA GANHAM MAL COMO É ANUNCIADO NAS REDES SOCIAIS ENTÃO JOGUEM MÃOS À OBRA.

DEIXEM DE LAMBER O CU AO PATRONATO, NÃO SIRVAM DE CAPACHOS A QUEM OS TRATA MAL.
ESTUDEM PARA MERECER O CANUDO UNIVERSITÁRIO, TENHAM DIGNIDADE NA PROFISSÃO QUE ESCOLHERAM E NÃO SEJAM OS VEÍCULOS DA DESINFORMAÇÃO, DA MENTIRA, DA TRAIÇÃO NAQUILO QUE ESCREVEM.

EU NÃO SOU CONTRA O JORNALISMO MAS SIM CONTRA O JORNALIXO, AQUELA GENTE QUE PERDEU A HONRA, E NÃO RESPEITA A DEONTOLOGIA NUMA PROFISSÃO NOBRE (QUE JÁ FOI).

CORRAM COM A CANALHA QUE NA TELEVISÃO GANHA 50 OU 60 MIL EUROS POR MÊS, AS CABRAS E OS CABRÕES DO REALITY SHOWS, O(A)S PAUS MANDADOS, A VOZ DO DONO IGNORANTES QUE SÃO CATATUAS SEMPRE ANICHADAS E COLADAS ÀS ÁREAS DO PODER, AS GAJAS, OS GAJOS QUE VAZIO(A)S NA CABEÇA CHEIAS DE SILICONE NAS MAMAS E ESTICADAS DO CU AO PESCOÇO APODRECEM A SOCIEDADE GOZANDO DE MORDOMIAS E LUXOS PAGOS COM O NOSSO DINHEIRO.

ESSA GENTE ESTÁ POR TODO O LADO SEM QUE FAÇAM FALTA ALGUMA.

António Garrochinhio
04
Fev17

O VAZIO

António Garrochinho
OS VELHOS LUTADORES, OS QUE NÃO VACILARAM CONTRA AS INJUSTIÇAS VÃO DESAPARECENDO.
VÃO NASCENDO OUTROS QUE CEGAMENTE DELEGAM EM ESTRANHOS E DORMEDÁRIOS A RESPONSABILIDADE DE ESCOLHER A VIDA QUE ELES PRÓPRIOS QUEREM VIVER.

AG
04
Fev17

Sexalescentes...

António Garrochinho

Recebi este texto fabuloso da minha amiga Gabriela e não posso deixar de o partilhar com as minha amigas e amigos. Como muitas delas e deles estão na melhor faixa etária da vida, penso que vão gostar.
Se estivermos atentos, podemos notar que está a aparecer uma nova franja social: a das pessoas que andam à volta dos sessenta anos de idade, os sexalescentes : é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.
Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.
Este novo grupo humano que hoje ronda os sessenta teve uma vida
razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram durante décadas ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram há muito a actividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados... Alguns nem sonham em reformar-se. E os que já se reformaram gozam plenamente cada dia sem medo do ócio ou da solidão, crescem por dentro quer num, quer na outra. Disfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, falhanços e sucessos, sabe bem olhar para o mar sem pensar em
mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5.º andar...
Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e activas, a mulher tem um papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar.
Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude em que eram tanta as mudanças, parou e reflectiu sobre o que na realidade queria.
Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas... Mas cada uma fez o que quis : reconheçamos que não foi fácil, e no entanto continuam a fazê-lo todos os dias.
Algumas coisas podem dar-se por adquiridas.
Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta", homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se), e até se esquecem do velho telefone para contactar os amigos - mandam e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.
De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil e quando não estão, não se conformam e procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos.
Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflecte, toma nota, e parte para outra...
Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas, quase insolentes de beleza ; mas não se sentem em retirada. Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo... Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um fato Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.
Hoje, as pessoas na década dos sessenta, como tem sido seu costume ao longo da sua vida, estão a estrear uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão de boa saúde, física e mental, recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude ela própria também
está cheia de nostalgias e de problemas.
Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios...
Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão os que chegam aos 60 no século XXI ...


Rui Brites (facebook)

04
Fev17

Georgete Ferreira, 1925 - 2017

António Garrochinho


Georgete Ferreira, 1925 - 2017
Faleceu à pouco.
Natural de Alhandra, Vila Franca de Xira. Foi operária costureira e, muito jovem abraçou a militância clandestina no PCP. Foi presa pela PIDE a primeira vez em 1949, evadindo.se no ano seguinte - foi a primeira Mulher presa política a protagonizar uma fuga. Voltou a ser presa em 1957.
Foi deputada Constituinte, eleita pelo círculo de Lisboa.
Tive o privilégio de trabalhar com ela antes do 25 de Abril. As suas passagens pela minha casa eram justificadas aos meus vizinhos do lado, de então, como sendo minha tia. A Tia Helena. Profundos laços de amizade estabeleceram-se então entre nós. Foi uma Mulher que deu o melhor de si pela luta pela liberdade, pela democracia, pelo fim da injustiça social.
José Teodósio Cachochas (facebook)
04
Fev17

Autarquias. Novas competências só com autonomia para contratar

António Garrochinho


Marcelo Rebelo de Sousa, na foto após uma reunião com a ANMP, tem sido uma voz ativa na defesa de uma reforma que reforce os poderes autárquicos
Parecer da ANMP à proposta de descentralização do governo diz que não basta transferir trabalhadores da administração central

Os municípios exigem que a transferência de competências para as autarquias seja acompanhada de uma recuperação "em absoluto" da autonomia em termos de contratação de pessoal. A exigência consta do parecer que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) leva hoje à aprovação do Conselho Geral - o órgão máximo entre congressos do organismo - e que avalia a proposta de lei sobre descentralização que o governo pôs em cima da mesa.

O documento, a que o DN teve acesso, foi aprovado no Conselho Diretivo da ANMP - estrutura que reúne autarcas do PS, do PSD e do PCP - e levanta várias dúvidas à proposta do executivo. Mais do que contestar o que está no diploma do governo, os autarcas querem resposta para o que lá não está .

A análise da ANMP é, por isso, não conclusiva, apontando para a necessidade de o executivo esclarecer várias questões que estão em aberto. Por exemplo, os recursos humanos que acompanharão o aumento de competências das autarquias. A garantia do governo de que serão transferidos os meios "necessários e suficientes" está longe de contentar os autarcas. "Torna-se essencial que os municípios recuperem a sua autonomia neste domínio", refere o parecer da ANMP. "Apesar da disponibilidade em receber os trabalhadores da administração central do Estado, até pelo conhecimento que possuem das áreas envolvidas, é determinante que se aproveite o ensejo para renovar os mapas de pessoal das autarquias locais em face das novas necessidades a prover", defende a Associação Nacional de Municípios.

A recuperação da liberdade de contratação de pessoal é uma exigência dos municípios que já leva anos. Há pouco mais de um mês, Manuel Machado, presidente da ANMP, dizia em entrevista ao DN que as autarquias precisam "rapidamente, urgentemente, de renovar os recursos humanos". "Para desempenhar novas funções precisamos de novos especialistas, de novos profissionais, e observamos que os que estão quer na administração pública central quer na local estão envelhecidos", disse então o também presidente da Câmara de Coimbra. Agora, a exigência fica expressa no parecer da ANMP como condição para a descentralização de competências: as autarquias não querem apenas receber os trabalhadores transferidos da administração central, querem também poder contratar novos funcionários. Os municípios vivem, atualmente, sob vários condicionalismos na contratação de novos quadros, nomeadamente sob a condicionante de não poderem aumentar as despesas com pessoal.

Transferência mais rápida

Sobre o documento em concreto apresentado pelo governo, há um outro ponto em que a posição da ANMP é taxativa - os autarcas não querem que a implementação das medidas de descentralização se prolongue até 2021, como pretende o executivo - é um "prazo muito dilatado", que "deve ser encurtado", conclui o documento.
Nas várias áreas setoriais a posição assumida pela Associação de Municípios é, em geral, a de que é necessária mais informação. Mas há uma em particular que os municípios dizem estar muito aquém do que seria desejável - a ação social. "Sendo uma área muito importante para as pessoas, e daí a sua relevância também para os municípios, as competências a transferir deveriam ter outra amplitude", reclama a ANMP.

As propostas do governo

A proposta de lei que o governo levou às negociações com a ANMP define a transferência de competências ainda de uma forma geral, remetendo para futuros diplomas setoriais a concretização das medidas - e a respetiva transferência de recursos e de dinheiro. Por agora o executivo fala apenas nos "meios necessários e suficientes" para o cumprimento das competências transferidas, estabelecendo que para o "período de 2018 a 2021 serão previstas normas específicas no Orçamento do Estado sobre o financiamento das novas competências a descentralizar". Ao que o DN apurou esta foi uma das questões que levantou mais reservas aos autarcas, que querem ver alterada a Lei das Finanças Locais, recusando transferências casuísticas em cada Orçamento do Estado. O que fica, aliás, expresso no parecer, com a ANMP a pedir "regras mais consolidadas, desde logo em sede do regime financeiro das autarquias locais".
Entre as áreas que terão competências diferidas para as autarquias conta-se a educação, a saúde, ação social, transportes, cultura, habitação, proteção civil, segurança pública e gestão de áreas portuárias e marítimas (gestão das praias e da náutica de recreio), assim como a fiscalização do estacionamento. O preâmbulo do diploma também fala na transferência de competências ao nível das finanças, mas sem qualquer tradução no articulado da proposta de lei.
A defesa do consumidor, a saúde animal ou os jogos de fortuna e azar são outras matérias que deverão passar para a alçada da autarquia. O diploma diz, por exemplo, que "é da competência dos órgãos municipais o exercício de poderes de autoridade na área da segurança alimentar". Também passa a ser responsabilidade municipal o exercício de "poderes de autoridade na área da saúde animal".
O diploma prevê que passe para as autarquias a gestão dos bens móveis e imóveis afetos a áreas cujas competências sejam transferidas para os municípios - que, por sua vez, perguntam no parecer porque razão não passa para as autarquias a propriedade plena desses bens. Sob gestão autárquica ficará também o património devoluto do Estado. Ainda neste capítulo são transferidas competências em matéria de avaliação e reavaliação de imóveis, embora o diploma não explicite em que termos. Na habitação, passam para a esfera municipal os imóveis que integram o parque habitacional do Estado.

CCDR gerem fundos europeus

Outro diploma do governo que foi posto à consideração dos autarcas foi o das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, que passarão a ter um presidente eleito pelas câmaras e assembleias municipais da região. A estes organismos caberá a aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento, "nomeadamente o Acordo de Parceria Portugal 2020" - a grande fonte de fundos europeus que chegarão a Portugal nos próximos anos. Ou seja, grande parte dos fundos europeus. Este é outro foco de acesas críticas por parte dos autarcas já que , apesar de ser eleito a nível municipal, o presidente das CCDR continuará a responder ao governo.

04
Fev17

Álvaro Novo reforça Ministério das Finanças como secretário de Estado do Tesouro

António Garrochinho


Equipa das Finanças fica composta pelo ministro Mário Centeno e por cinco secretários de Estado
Álvaro Novo desempenhava até agora as funções de economista-chefe no gabinete do ministro das Finanças


O Ministério das Finanças vai ser reforçado com um novo secretário de Estado, Álvaro Novo, que ficará com a pasta do Tesouro, segundo uma nota colocada hoje no site da Presidência da República.

Álvaro Novo, que até agora desempenhava as funções de economista-chefe no gabinete do ministro das Finanças, Mário Centeno, vai tomar posse na próxima segunda-feira, no Palácio de Belém, como secretário de Estado do Tesouro.
O até agora responsável pela área do Tesouro, Ricardo Mourinho Félix, vai também tomar posse, agora no cargo de secretário de Estado Adjunto e das Finanças, refere a nota da Presidência da República.

A equipa das Finanças fica assim composta pelo ministro Mário Centeno e por cinco secretários de Estado.
A nova equipa do ministro Mário Centeno passa a ser constituída por Ricardo Mourinho Félix (secretário de Estado Adjunto e das Finanças), Fernando Rocha Andrade (secretário de Estado dos Assuntos Fiscais), João Leão (secretário de Estado do Orçamento), Carolina Ferra (secretária de Estado da Administração e do Emprego Público) e Álvaro Novo (secretário de Estado do Tesouro).
"Na sequência das propostas nesse sentido do Primeiro-ministro, o Presidente da República exonerou o Mestre Ricardo Emanuel Martins Mourinho Félix das funções de Secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, mais tendo nomeado o mesmo para as funções de Secretário de Estado Adjunto e das Finanças e também nomeado o Doutor Álvaro António da Costa Novo para as funções de Secretário de Estado do Tesouro. A posse dos dois Secretários de Estado está marcada para a próxima segunda-feira, 6 de fevereiro, pelas 15h30, no Palácio de Belém", refere a nota colocada hoje no site da Presidência da República.

De economista-chefe à secretaria de Estado

O novo secretário do Estado do Tesouro, Álvaro Novo, licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra, era desde 3 de dezembro de 2015 economista-chefe do gabinete do Ministro das Finanças, Mário Centeno. Começou a trabalhar com Centeno cerca de uma semana depois da posse do atual Governo, a 26 de novembro de 2015.
Além da licenciatura, Álvaro Novo, que nasceu em Estarreja em 1972, é doutorado em Economia e mestre em Estatística Aplicada pela Universidade de Illinois, Estados Unidos, e mestre em Economia para Universidade de Southern Illinois, Estados Unidos.
Álvaro Novo é técnico-consultor do Banco de Portugal desde 2001 e professor associado-convidado do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão - Universidade de Lisboa) e da Universidade Nova.

04
Fev17

transportes Lisboa

António Garrochinho



Governo aplica descontos nos transportes da Cidade de Lisboa discriminando a restante área metropolitana
A DORL do PCP considera positiva a decisão do Governo de introduzir o desconto de 60% no passe para maiores de 65 anos na Cidade de Lisboa, e de alargar a gratuitidade dos transportes para as crianças até aos 12 anos na Carris e no Metropolitano de Lisboa.
A DORL do PCP lamenta que o Governo tenha decidido excluir dessa medida os utentes dos restantes concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e do país. É completamente inaceitável que um reformado de 65 anos da Amadora ou Odivelas que deseje utilizar o Metropolitano não tenha acesso aos desconto de 60% para o passe Navegante que lhe serve (o Navegante Rede), mas esse desconto seja garantido ao mesmo reformado de Benfica ou Lumiar. Da mesma forma, não se compreende que uma criança de 10 anos de Queluz ou Algés tenha que pagar o passe até chegar a Lisboa e o governo só lhe garanta um passe para a Cidade de Lisboa.
Esta discriminação é realizada para dar a entender que isso acontece devido à municipalização da Carris e à política praticada por essa gestão municipal. Ora isso é completamente falso. Os descontos foram decretados pelo Governo, são praticados em empresas tuteladas pelo Governo (o Metro pelo Ministério do Ambiente e a CP pelo Ministério das Infraestruturas) e são pagos (totalmente ou pelo menos na parte relativa a estas empresas) pelo Orçamento de Estado, pelo que deveriam abranger todos os maiores de 65 e os menores de 12 anos.
É inaceitável que para tentar favorecer a campanha eleitoral do candidato do PS a Lisboa, o Governo pratique este tipo de discriminações contra as outras autarquias e contra as populações dos restantes municípios.
Para a Cidade de Lisboa, este tipo de política, assente em medidas casuísticas e pensadas para campanhas eleitorais explicam que, quase ano e meio depois deste governo tomar posse, se continuem a multiplicar as promessas e continue a crescer o caos nos transportes públicos da Cidade e da Região de Lisboa.
A DORL do PCP exige:
1. O alargamento a todo o país do desconto de 60% para todos a partir dos 65 anos, repondo a
situação existente até Agosto de 2011.
2. O alargamento da gratuitidade para os menores de 12 anos a todos os transportes públicos.
3. O alargamento do Passe Social Intermodal a toda a região, todos os operadores e todas as
carreiras, pela qual o PCP tem lutado, avançando para uma efectiva política de promoção da
mobilidade e dos transportes públicos.
4. Seriedade no tratamento destas questões.
Executivo da DORL do PCP.

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António Garrochinho

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