Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

07
Fev17

Sabia que o rosto mais “beijado” do mundo pertence a uma morta?

António Garrochinho
Talvez você não saiba, mas é bastante provável que, em algum momento, você tenha beijado o rosto que estampa a imagem acima — mesmo que apenas indiretamente. Trata-se das feições de uma jovem mulher conhecida apenas como “L'Inconnue de la Seine”. Em tradução do francês, seria “A mulher desconhecida do Sena”.
Esse curioso apelido se deve ao fato de que, até hoje, sabe-se apenas que a moça de identidade desconhecida foi encontrada morta nas águas do rio Sena, na França, no final do século 19 (provavelmente em algum ponto entre as décadas de 1870 e 1880). Deslumbrado com o rosto enigmático da “Inconnue”, o legista responsável teria forjado uma máscara mortuária, eternizando os traços da moça e, de quebra, dando origem a um verdadeiro fenômeno cultural.

A “Inconnue” ganha popularidade

Ocorre, entretanto, que o suposto médico — cuja identidade é tão incerta quanto a de sua musa — não foi o único conquistado pela expressão ambígua (estranhamente feliz) da Inconnue. Após a Inconnue ganhar popularidade no início do século 20, diversas cópias começaram a surgir por todo lado, normalmente postadas como objeto decorativo.
Conta-se que parte dos luminares da época ostentava cópias da Inconnue em seus domicílios, usualmente atribuindo o fascínio à semelhança entre seu sorriso ambíguo e o da retratada anônima da obra-prima de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa. Não obstante, fala-se também no quão surpreendente são os detalhes encontrados na Inconnue — os quais que normalmente se encontram apagados em corpos retirados das águas.
Ademais, com o interesse crescente, a figura ganhou o interesse da história das mídias artísticas. Aparentemente, as cópias que ocupavam a França à época tinham todas a mesma origem: o negativo de um registro fotográfico.

Estado da Arte boêmio

Mas o mito da moça anônima não foi cultivado apenas por diletantes tentando acompanhar as últimas excentricidades da moda. Na verdade, a grande incerteza envolvendo as causas da morte da misteriosa modelo acabou por fertilizar as mentes já naturalmente excitáveis de diversos artistas da época.
O escritor Albert Camus comparava o sorriso ambíguo da L'Inconnue de la Seine ao da retratada na obra Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
Em seu texto “Influence and Autenticity of l’Inconnue de la Seine”, Anja Zeidler menciona nomes como Albert Camus, Rainer Maria Rilke e Anaïs Nin. Aparentemente, muitos gostavam de exercitar a criatividade ao conceber hipóteses para a causa da morte, traçando ainda possíveis existências prévias para a malfadada moça.

O ideal erótico de um período

De objeto decorativo por excelência, o ícone da Inconnue rumou ainda para as cabeças das moças europeias. Mesmo morta e de origem desconhecida, a moça passou a figurar como modelo estético para muitas donzelas francesas afeitas às últimas tendências. “Contaram-me que toda uma geração de moças alemãs se modelavam [tendo a Inconnue] como inspiração”, conta em seus estudos o crítico A. Alvarez.
Conforme levantado por Alvarez, o fenômeno foi apontado pelo professor da Universidade de Sussex Hans Hesse. “A Inconnue se tornou uma espécie de ideal erótico de todo um período, assim como ocorreu com [Brigite] Bardot durante a década de 1950”, escreveu Alvarez, mencionando, como exemplo, o estilo adotado pela atriz alemã Elisabeth Bergner. Segundo Alvarez, o paradigma estético Inconnue perderia força apenas na época em que a atriz Greta Garbo surgia, juntamente com seu estilo próprio.

“O rosto mais beijado de todos os tempos”

Se você já passou por algum treinamento de reanimação cardiorrespiratória (referenciado como CPR), é bastante provável que, em algum momento, você tenha lascado um beijo cheio de boas intenções na misteriosa suicida do rio Sena. Conforme foi posteriormente revelado pela fabricante, a boneca didática Rescue Annie foi forjada nos moldes da Inconnue.
Rescue Anne: boneca para treinamento de reanimação cardiorrespiratória foi moldada segundo os traços da L'Inconnue de la Seine
E, bem, considerando-se a popularidade do modelo, é fácil compreender porque se diz que o rosto da donzela do século 19 é o “mais beijado de todos os tempos” — embora as Rescue Annies tenham surgido apenas 80 anos após a morte da Inconnue.

Em busca de uma identidade

Enfim, a despeito do impacto cultural e até didático, fato é que até hoje praticamente nada se sabe sobre a moça que deu vida ao mito da L'Inconnue de la Seine. Na verdade, não há nem mesmo um acordo sobre se a Inconnue realmente existiu — o mesmo valendo para o seu obcecado primeiro admirador, o legista do qual fala a história, e também para a própria máscara original.
Entretanto, o que não faltam são hipóteses e, sobretudo, outras histórias envolvendo uma possível origem para a moça. Embora admita que “é possível que ela jamais tenha existido”, Alvarez afirma ter ouvido a história de um pesquisador que rastreou as origens da moça até a Alemanha, terminando por encontrá-la viva — a filha do então próspero artesão responsável pelo molde.

Uma musicista, uma modelo...

Já o site The Framer’s Collection identifica a Inconnue como uma musicista de ascendência húngara chamada Ewa Lázló (imagem abaixo), assassinada por um tal Louis Argon. Já René Vautrain, outro interessado no assunto, afirmou que se tratava de uma russa residente de São Petersburgo chamada Valérie.
Seria "A Mulher desconhecida do Sena" a musicista húngara Ewa Lázló?
Vale mencionar também as descobertas de Hélène Pinet, que mencionou certo moldador francês que vendia máscaras em Paris. Pinet afirma que um descendente do artesão contou à época que o pai sempre lhe falava da “bela modelo” que servira de molde para a máscara — atestando ainda que seria tecnicamente impossível que a L'Inconnue de la Seine houvesse sido moldada a partir de um cadáver. Pois é. Escolha a história que mais lhe agrada.


www.megacurioso.com.br
07
Fev17

LISBOA - SUBINDO AS AVENIDAS NOVAS

António Garrochinho


O segundo percurso pelas Avenidas Novas leva-nos por memórias de conventos, visionários da arte e bairros com a cor do céu.
No primeiro roteiro pelas Avenidas Novas, que começa na Maternidade Alfredo da Costa e termina no mural da FCSH/NOVA, o eixo central é a Avenida da República, rasgada por Prémios Valmor projetados por arquitetos da Arte Nova, por excelência, como Norte Júnior, Álvaro Machado, Pardal Monteiro ou Ventura Terra.
O segundo roteiro é feito de memórias que cruzam olhares das artes, das ciências sociais e humanas, com base em contributos de vários investigadores da FCSH/NOVA.  Clique nos links presentes em cada segmento de texto para ir mais longe no espaço e no tempo.
Mural da FCSH/NOVA
Pintura do muro
Este é o ponto de chegada do roteiro “Descendo as Avenidas Novas” – o mural da FCSH/NOVA, na Avenida de Berna, 26. Se já o fez, caminhe em direção ao segundo marco. Se não, detenha-se neste símbolo da liberdade, objeto de intervenção artística em 2014, por ocasião do 40.º aniversário do 25 de abril. O mural, com 15 metros de comprimento, foi feito por artistas da plataforma Underdogs, co-fundada por Vhils.

Convento da Nossa Senhora das Dores



Continue pela Avenida de Berna em direção à Praça de Espanha. O muro que agora delimita o Hospital Curry Cabral já contornou, durante os séculos XVIII e XIX, o Convento da Nossa Senhora das Dores, também conhecido como Convento do Rego ou das Convertidas da Nossa Senhora do Rosário. Fundado depois de 1768, na Rua da Beneficência, 8, acabaria por ser demolido nos finais do século XIX, depois de decretada a extinção das ordens religiosas em 1834.

Fundação, Jardins e Museu Calouste Gulbenkian

fundacao_calouste_gulbenkian
Ainda em direção à Praça de Espanha, encontra do seu lado esquerdo a Fundação e o Museu Calouste Gulbenkian. Atravesse e passeie pelos jardins e visite o museu, inaugurado em 1969 para acolher a coleção de arte reunida por Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955), engenheiro e empresário arménio otomano naturalizado britânico. Lisboa teria sido apenas uma escala numa viagem a Nova Iorque, em 1942, caso Calouste Gulbenkian não tivesse adoecido. Agradado com o clima de paz da capital – em plena II Guerra Mundial –, acabou por se instalar definitivamente em Lisboa até 1955. O testamento, datado de 1953, criou a fundação com o seu nome, que ficou herdeira do remanescente da sua fortuna.

Arco de São Bento, na Praça de Espanha
arco_sao_bento
Se, entretanto, visitou os jardins da Gulbenkian, retorne à Avenida de Berna e siga até à rotunda da Praça de Espanha (antiga “Praça Palhavã”). No centro, encontra um arco monumental, “inesperado” e “descontextualizado”, recorda Raquel Henriques da Silva, professora e investigadora da FCSH/NOVA, neste artigo (2006). Foi construído em 1758 sobre a Rua de São Bento (daí o seu nome), integrado na Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres, mas acabou por ser desmontado em 1938, em consequência das obras de remodelação em frente do Palácio de São Bento. O arco esteve primeiro nos jardins do Palácio da Ajuda; em 1998, foi transferido para a Praça de Espanha, onde permanece.

Embaixada de Espanha (antigo “Palácio dos Meninos de Palhavã”)
embaixada_espanha
Atravesse a rotunda em direção ao edifício cor-de-rosa, uma das marcas mais antigas das Avenidas Novas, que fecha a Avenida de Berna e abre a de António Augusto de Aguiar. Este palácio seiscentista foi mandado edificar pelo 2.º Conde de Sarzedas, mas ficou conhecido como “Palácio dos Meninos de Palhavã” por lá terem residido, no século XVIII, três filhos bastardos do rei D. João V (1706-1750). É residência do embaixador de Espanha desde 1918.

Teatro Aberto e Comuna Teatro de Pesquisa



Da Praça de Espanha, junto à Embaixada de Espanha, suba pela ciclovia, uma rua paralela à Avenida Calouste Gulbenkian e depois pela Rua Armando Cortês. Vai passar pelo Teatro Aberto, fundado em 1982 por João Lourenço, Irene Cruz, Francisco Pestana e Melim Teixeira, um dos primeiros grupos de teatro independente em Portugal. Cerca de 400 metros depois, do outro lado da Avenida Calouste Gulbenkian, avistará a Comuna – Teatro de Pesquisa, que nasceu em 1972, pela criatividade de João Mota.

Mesquita Central de Lisboa
mesquita_central_lisboa
Em frente ao Teatro Aberto, na Avenida Ramalho Ortigão, encontra as traseiras da Mesquita Central de Lisboa, fundada em 1985 e considerada a principal mesquita da comunidade islâmica portuguesa. Foi projetada pelos arquitetos António Braga e João Paulo Conceição e diferencia-se pelo traçado modernista. O espaço é favorável à troca de experiências entre as várias identidades muçulmanas (guineenses, marroquinos, bangladeshis, paquistaneses ou árabes). Esta mesquita destaca-se, aliás, pela forma como tem acomodado a diversidade étnica e as diferentes correntes religiosas e movimentos muçulmanos, explica Filomena Batoréu na sua tese em Antropologia da FCSH/NOVA.
Contorne a mesquita para admirar a sua fachada frontal.

Avenida Ressano Garcia
bairro_azul_agora
Se está de frente para a fachada da Mesquita Central de Lisboa, siga para a direita em direção à Avenida Ressano Garcia, arborizada e eixo central do Bairro Azul. Deve o seu nome, desde 1929, ao engenheiro responsável pela expansão da cidade pelas Avenidas Novas. Antes desta, outra avenida notável tinha tido o seu nome: a Avenida da República.

Bairro Azul
bairro_azul_2
Caminhando pela Avenida Ressano Garcia, entre edifícios de habitação, na maioria art déco e modernista, está no centro do Bairro Azul, que se espalha por esta e outras quatro artérias: Rua Fialho de Almeida, Rua Ramalho Ortigão, Rua Marquês da Fronteira e Avenida António Augusto Aguiar. Edificado na década de 1930, foi o primeiro bairro a ser classificado como conjunto urbano de interesse municipal. Durante os primeiros 20 anos, o bairro era marcado ainda pela sua vida rural, recordada em testemunhos dos seus moradores, reunidos no projeto “Memórias para todos”.

Palácio Mendonça
palacete_mendonca_avenida_marques_de_fronteira
Quando chegar ao final da Avenida Ressano Garcia, de frente para os armazéns El Corte Inglés, vire à direita e suba cerca de 500 metros pela Rua Marquês de Fronteira até ver do seu lado direito o Palácio Mendonça, nos números 18-28. Foi projetado entre 1900 e 1902 pelo arquiteto Ventura Terra para Henrique José Monteiro de Mendonça, roceiro em São Tomé. Em 1909, foi reconhecido com o Prémio Valmor.

Jardim Amália Rodrigues

 jardim-amalia-rodrigues1
Atravesse a Rua Marquês de Fronteira em direção ao jardim Amália Rodrigues, em homenagem a uma das fadistas e artistas que escreveram sobre Lisboa ou a cantaram. Este jardim faz parte do Corredor Verde, que une o Parque Eduardo VII a Monsanto e está num dos pontos altos da cidade. Aproveite para descansar um pouco, para usufruir da vista, a sul, e para apreciar duas esculturas localizadas neste jardim: “Maternidade”, de Fernando Botero, e “O Segredo” de António Lagoa Henriques.

Palácio de Vilalva
palacio_vilalva_1
Regresse à Rua Marquês da Fronteira e desça-a em direção à Avenida António Augusto de Aguiar. Atravesse-a e caminhe na direção oposta à Praça de Espanha, até chegar à Rua Carlos Testa. Desça-a em direção ao Palácio Vilalva, atual quartel-general do Governo Militar de Lisboa, no Largo de São Sebastião da Pedreira.  Este palácio foi mandado construir entre 1859 e 1866 por José Maria Eugénio de Almeida. É também reconhecido pelos seus parquets, fornecidos pelo célebre belga Pierre-Joseph Godefroy.

O final do roteiro ou o início de outro
maternidade_alfredo_da_costa
A partir deste ponto, pode encerrar o roteiro ou iniciar outro: seguindo pelas traseiras do Palácio, entrando novamente nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian e na Avenida de Berna, chega ao ponto de partida deste roteiro. Caso não tenha feito o primeiro roteiro das Avenidas Novas – “Descendo as Avenidas Novas” –, pode seguir em direção à Maternidade Alfredo da Costa, subindo pela Rua Latino Coelho. O berço da natalidade marca também o início desse percurso que o irá levar a um desfile de Prémios Valmor e memórias do início do século XX.

maislisboa.fcsh.unl.pt

07
Fev17

LEIA AQUI MAIS CURIOSIDADES INTERESSANTES SOBRE A 2ª GUERRA MUNDIAL

António Garrochinho

1 – Após a Alemanha invadir a Polônia — no dia 1º de setembro de 1939 —, os britânicos e os franceses não demoraram em declarar guerra contra os nazistas. No entanto, nada aconteceu durante os oito meses seguintes. Nenhuma batalha, movimento militar... nada!
2 – Esse período ficou conhecido como “Guerra de Mentira” e, infelizmente, terminou brusca e violentamente quando as tropas de Hitler invadiram a França em 1940. O país se rendeu apenas seis semanas depois, no dia 22 de junho, e 8 milhões de civis fugiram em massa para as províncias localizadas mais ao sul para escapar dos ataques alemães.
3 – O Japão escolheu atacar Pearl Harbor especificamente em um domingo por pensar que os norte-americanos estariam menos alertas nesse dia — tipicamente de descanso no Ocidente. Então, após sobrevoar a base naval dos EUA, quando o comandante japonês Mitsuo Fuchida gritou as famosas palavras “Tora! Tora! Tora!” (“Tigre! Tigre! Tigre!”, em tradução livre), ele estava informando seus compatriotas que o ataque tinha ocorrido como planejado.
4 – Como resultado, todos os oito navios de batalha norte-americanos foram seriamente danificados — e alguns inclusive afundaram. Entretanto, antes do final da guerra, seis dos barcos retornaram à ativa e lutaram pela Marinha dos EUA.
5 – Heinrich Himmler, um dos principais líderes nazistas, foi responsável por formar a força-tarefa incumbida de construir os campos de extermínio e acompanhou as obras de perto — o que o torna um dos principais responsáveis pela morte de 6 milhões de pessoas durante o holocausto. Himmler foi preso pelos britânicos em 1945 e chegou a travar negociações de paz sem o conhecimento de Hitler, mas cometeu suicídio antes de ser julgado por seus crimes.
6 – O famoso campo de concentração de Auschwitz, situado no sul da Polônia, foi o campo de extermínio mais “eficaz” construído pela equipe de Himmler. Entre os anos de 1940 e 1945, mais de 1,1 milhão de pessoas foram mortas no local — número superior à soma das fatalidades dos EUA e do Reino Unido durante toda a Segunda Guerra Mundial. O pior é que, dos 7,5 mil funcionários de Auschwitz, apenas 750 foram punidos.
7 – Enquanto Auschwitz se tornou famoso pelo número de mortos, Buchenwald, na Alemanha, entrou para a História como o mais brutal. Além de milhares de pessoas terem morrido por conta de fome, doenças e experiências médicas, muitas faleceram nas mãos de Martin Sommer, o sargento no comando do campo. Ele costumava abandonar suas vítimas penduradas pelas mãos em árvores de um bosque próximo — que ficou conhecido como “floresta que canta” devido aos gritos de dor.
8 – Já em Dachau, outro campo de concentração construído na Alemanha, apesar de não ter sido particularmente mortal — quando comparado aos anteriores —, era o local para onde os prisioneiros de guerra, especialmente os soviéticos, eram enviados. Os oficiais nazistas usavam esses soldados como alvo para prática tiro. Cerca de 4 mil militares soviéticos morreram em Dachau.
9 – A Batalha de Stalingrado é considerada um dos conflitos mais cruciais e dramáticos da Segunda Guerra Mundial. O cerco à cidade durou cerca de seis meses e acabou com os soviéticos evitando a invasão nazista no país. Contudo, com um número estimado de mortos rondando 1,8 milhão de pessoas, o evento ficou conhecido como a batalha mais sangrenta da História.
10 – Os soviéticos treinaram cerca de 2 mil mulheres para atuarem como franco-atiradoras durante a guerra — e algumas delas chegaram a ficar entre os militares mais mortais do Exército Vermelho. As mais famosas dessas atiradoras certamente foram Roza Shanina e Lyudmila Pavlichenko, com 59 e 309 (!) mortes confirmadas, respectivamente.
11 – Além de marcar o início da invasão das tropas aliadas na Europa, o “Dia D” — que ocorreu no dia 6 de junho de 1944 — até hoje é considerado a maior operação naval, aérea e terrestre da História. Durante esse evento, mais de 20 mil paraquedistas aterrissaram na França ocupada pelos nazistas, e cerca de 104 mil militares desembarcaram nas praias da Normandia.
12 – Durante a invasão à Normandia — iniciada com o Dia D —, 425 mil soldados aliados e alemães perderam suas vidas. Entretanto, essa gigantesca operação militar culminou com a liberação da França e da Bélgica e foi decisiva para a vitória sobre os nazistas.
13 – Paris foi liberada no dia 25 de agosto de 1944, quando as tropas aliadas livraram a cidade da ocupação nazista. Contudo, os militares não teriam conseguido sucesso se não fosse pela ação da resistência francesa — que já havia expulsado a maioria dos soldados alemães quando os oficiais chegaram.
14 – Contudo, algo triste aconteceu após a Liberação de Paris. No dia seguinte à rendição dos nazistas, enquanto as tropas aliadas desfilavam pela Champs-Élysées, mulheres suspeitas de se relacionarem com soldados alemães durante a ocupação foram arrastadas às ruas e tiveram suas cabeças raspadas em público.
15 – O Eixo desmoronou dez meses após a invasão à Normandia, e os líderes europeus que o chefiavam caíram praticamente ao mesmo tempo. Benito Mussolini foi executado no dia 28 de abril de 1945, e Adolf Hitler cometeu suicídio em seu bunker em Berlim dois dias depois.
16 – Embora a Alemanha tenha assinado a sua rendição oficialmente no dia 8 de maio de 1945, os comandantes nazistas já estavam negociando com os Aliados havia semanas sem que Hitler soubesse de nada. Um dos documentos — que acordava a retirada das tropas nazistas da Itália — inclusive foi firmado na véspera do suicídio de Hitler, e o militar alemão que intermediou a coisa toda negou sua participação no pacto até a morte do Führer ser confirmada.
17 – A bomba atômica que explodiu em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 emitiu uma onda de calor 40 vezes mais quente do que o Sol, matou 80 mil pessoas instantaneamente e destruiu 70% da cidade. As únicas coisas que se encontravam próximas ao local onde a bomba caiu e que sobreviveram à explosão foram algumas árvores da família do gingko que continuam vivas até hoje.
18 – A Segunda Guerra Mundial só terminou oficialmente no dia 2 de setembro de 1945, quando os japoneses se renderam a bordo do navio USS Missouri. Aliás, de acordo com os historiadores, o motivo da rendição não foram as bombas de Hiroshima e Nagasaki, mas sim o iminente risco de o Japão ser invadido pela tropas soviéticas.

Bônus

Não é nenhum segredo que os nazistas roubaram milhares de obras de arte durante a guerra, mas existem rumores de que relatórios secretos descobertos recentemente atestam que a Mona Lisa teria sido surrupiada do Museu do Louvre, em Paris, a mando de Adolf Hitler, e a obra por pouco não foi destruída.
Segundo a história, o Führer, que era um grande fã de arte, pretendia reunir todas as grandes obras que se encontravam espalhadas pela Europa em um único museu — na Alemanha, evidentemente. Assim, os nazistas teriam roubado quadros e outras peças de valor inestimável, escondido tudo em uma mina de sal nos Alpes e recebido ordens de explodir tudo caso algo desse errado durante a guerra.
Então, em 1945, um grupo de elite das forças aliadas teria conseguido chegar até o esconderijo saltando de paraquedas e resgatar as obras — incluindo a Mona Lisa. Como esses relatórios são de procedência duvidosa, os historiadores acreditam que, na realidade, os nazistas roubaram uma réplica do famoso quadro de Da Vinci e que o verdadeiro paradeiro da obra-prima durante a guerra jamais foi descoberto.


www.megacurioso.com.br
07
Fev17

Morte, incesto, dinheiro; a saga dos Thyssen

António Garrochinho



Casamentos de conveniência, divórcios que envolvem muitos milhões de euros, misteriosas mortes e cumplicidades com o regime nazista. Os Thyssen, uma das mais poderosas famílias do mundo, biografados por um britânico que não receia expor os podres da aristocracia. Enquanto viveu, o barão Hans Heinrich Thyssen-Bornemisza (“Heini” para os amigos) bem tentou desviar as atenções do mundo sobre a sua polêmica família e de tudo fez para evitar que sombrios segredos saíssem à luz do dia. 

Morte, incesto, dinheiro; a saga dos Thyssen


Para escrever a sua biografia — que é, na verdade, a história de uma família que já vai na quarta geração e remonta ao final do século XVII e ao patriarca fundador, Lambert Thyssen (1685-1773) —, contratou nomes sonantes das letras. Entre eles chegou a estar o autor de uma reconhecida biografia do Rei Juan Carlos, José Luis de Villalonga, que não estava disposto a escrever mentiras ou apenas meias verdades sobre a história da polêmica família.











Mas o barão acabava sempre por recusar o resultado: não lhe agradava ver expostas as intrigas de uma das famílias mais poderosas do mundo. Agora, o escritor britânico David R. L. Litchfield acaba de publicar La Historia Secreta de los Thyssen (já na tradução para castelhano), 637 páginas de guerras internas, casamentos de conveniência, divórcios, cumplicidades com o regime nazi, mortes estranhas, compras de obras de arte de origem duvidosa. Algo que certamente envergonharia “Heini”, se não tivesse ele morrido em 2002. É que tanto ele como a sua quinta mulher, Carmen “Tita” Cervera, haviam decidido confiar a magna biografia a um «amigo», precisamente Litchfield, na data ainda “noivo” deFrancesca Thyssen, filha de “Heini”.
A origem da fortuna - Estas “histórias secretas” são fruto de um trabalho de investigação de 14 anos, em que Litchfield contou com a ajuda de uma investigadora alemã, Caroline Schmitz. Depois de passar em revista as modestas origens do “primeiro” dos Thyssen conhecidos, Isaac Lambert — filho de camponeses e órfão desde os 18 anos de idade, que fez fortuna na cobrança de impostos em Aachen (Alemanha) e com os generosos dotes dos seus três casamentos —, Litchfield dedica a primeira parte do livro ao grande homem da família: o “velho” August Thyssen (1842-1926), apresentado como um autêntico predador nos negócios, que não suportava a concorrência, e que na Alemanha de Bismark, e sobretudo depois da I Guerra Mundial, quando já dominava a indústria pesada (minas de carvão, metalurgia) e as finanças, era considerado o “homem mais rico do Mundo”.
É a August Thyssen que remonta a tradição familiar dos “conflitos fratricidas”: depois da I Guerra Mundial, abriu um longo processo judicial contra o filho preferido, August Júnior, o qual se mostrava mais interessado no cinema e nas estrelas de Hollywood do que na indústria pesada, além de estar afogado em dívidas. O neto “Heini” seguiria a mesma tradição fratricida: sob a forte influência de “Tita” Cervera  Miss Espanha 1961 e 21 anos mais jovem do que o marido —, o barão manteve durante anos um litígio judicial com os filhos Georg, Francesca, Lorne e Alexander, fruto dos quatro primeiros casamentos, sobre a herança de aproximadamente 2.4 bilhões de euros e a venda da “coleção Thyssen” ao Estado espanhol.
Litchfield desmonta igualmente o falso mito criado pelos Thyssen sobre as origens aristocráticas da família, afinal relativamente recentes: a fim de esconder as raízes alemãs e a origem industrial da fortuna da família, das quais se envergonhava o pai de “Heini”, Heinrich Thyssen (1875-1947), casou-se com uma aristocrata húngara, a baronesa Margit Bornemisza. E para obter ao mesmo tempo a nacionalidade húngara e o título de barão, Heinrich convenceu o sogro a adotá-lo como “filho”... em troca de uma boa soma de dinheiro! “Heini” seguiu as pisadas do pai: a sua primeira mulher foi a princesa Theresa zu Lippe, que colecionou amantes, do mesmo modo, aliás, que a americana Fiona Campell-Walter, a exótica Nina Dyer e a inteligente brasileiraDenise Shorto, de modo que “Heini” sempre alimentou dúvidas sobre a paternidade dos filhos...

Mas os segredos mais sombrios revelados por Litchfield relacionam-se com o passado nazista dos Thyssen: Heinrich e o irmão Fritz (1873-1951) eram amigos de Goering, ajudaram Hitler a conquistar o poder e financiaram a máquina de guerra nazista. Litchfield denuncia igualmente que Heinrich não teve escrúpulos em utilizar pessoas que trabalhavam contra a sua vontade, nem em comprar propriedades e obras de arte expropriadas aos judeus. Pior: a baronesa Margit (1911-1989), irmã de “Heini” e casada com o conde Ivan Batthyány (1934-1970), teria participado na morte de duas centenas de judeus, assassinados no castelo familiar de Rechnitz (Áustria), durante uma “orgia de álcool e sangue”, na noite de 24 para 25 de Março de 1945, na véspera da chegada do Exército Vermelho.
Margit Thyssen Batthyány encontrava-se entre as quinze pessoas (oficiaisalemães e convidados da condessa), que receberam armas e munições para disparar contra os trabalhadores judeus, mas não posso assegurar que ela utilizou o gatilho”, admite Litchfield. Os autores da “matança” tiveram o cuidado de não deixar rasto: ignora-se o lugar da vala comum onde os corpos das vítimas foram enterrados, o castelo de Rechnitz foi incendiado antes da chegada das tropas russas e os poucos habitantes do lugar, que podiam eventualmente testemunhar, foram também assassinados ou morreram em acidentes e em circunstâncias estranhas. “A condessa faleceu em 1989, na Suíça, e levou para a tumba o segredo da sua orgia de álcool e de sangue.”

Quanto à fabulosa seleção de 775 obras de arte antigas e modernas, que sob a influência de “Tita” Cervera foram vendidas em 1993 ao Estado espanhol por (cerca de 240 milhões de euros, um terço do valor real, dizem os especialistas), o autor do livro faz uma análise muito crítica e minuciosa da constituição da coleção: sem grande inclinação para as artes, o “velho” August comprou apenas umas esculturas ao seu amigo Rodin, de modo que os grandes artífices da coleção foram “Heini” e o pai, que tiraram o máximo proveito de misérias alheias: no final dos anos 1930, após a grande crise financeira nos Estados Unidos, a coleção contava já com mais de 500 obras, número que se multiplicaria depois por três, graças à II Guerra Mundial e ao drama do povo judeu.



www.revistavidabrasil.com.br
07
Fev17

Mata Hari, a espiã: Uma história de Mulher

António Garrochinho




Poucas mulheres despertaram tanto a imaginação quanto a bela holandesa Margaretha Geertruida Zelle,  a Mata Hari.

Mata Hari foi uma mulher que ficou afamada como uma figura sedutora, apaixonada e envolvida com as intrigas da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina. No entanto, a sagacidade dessa personagem endeusada esconde uma vida de abandono e nem tantas aventuras.

Antes de chegarmos à emblemática personagem histórica, vamos reportar à vida de uma holandesa chamada Margareth Geertruida Zelle McLeod. Nascida em 07/08/1876, Margareth foi fruto do casamento entre Adam Zelle e Antje van der Meulen. Dos pais, herdou a beleza exótica da mãe de origem asiática e o espírito aventureiro de um pai em franca decadência financeira. A situação delicada de sua família piorou quando, aos 15 anos de idade, Maragerth perdeu sua mãe.

A dissolução familiar a motivou a mudar-se para a cidade Leyden onde morou com um casal de tios. No período em que lá viveu, conheceu um funcionário da Companhia das Índias Orientais chamado Rudolph McLeod. Aos dezenove anos, ela estava casada e de malas prontas para conhecer o tão afamado exotismo do mundo Oriental. A vida naquele novo lugar atraiu a jovem recém-casada, que admirava as expressões verbais, as vestimentas e as danças do povo malaio. No entanto, esse período de encantamento foi acompanhado por um casamento infeliz.

Rudolph era alcoólatra e costumava se entregar a incontroláveis acessos de fúria contra a esposa. As péssimas condições do matrimônio ainda se somaram ao envolvimento extraconjugal do marido com a babá dos filhos de Margareth. A babá, enciumada pela condição de esposa desfrutada por Margareth, tramou um pavoroso plano para matar os dois filhos do casal. Na tentativa de envenenar as crianças, um dos filhos de Margareth conseguiu sobreviver. (N.E.: Era um casal de filhos, e quem morreu foi o menino. A filha de Mata Hari morreria mais tarde, aos 21 anos de idade)

O episódio trágico forçou o fim do casamento entre Rudolph e Margareth, que ficou com a guarda do filho sobrevivente. O ex-marido não se conformou com aquela situação e raptou o único filho de Margareth. Desolada, a jovem resolveu viver de maneira independente na cidade de Paris. Durante o tempo que lá passou, viveu de pequenos trabalhos e ganhava algum dinheiro servindo de modelo para alguns artistas da cidade.

As péssimas condições de vida a motivaram a voltar para sua terra natal, onde se envolveu com o rico e influente barão Henri de Marguerie. O rico amante lhe deu condições para mais uma vez retornar a Paris, onde buscou empreender uma carreira artística como dançarina. Naquela época, percebeu que os parisienses adoravam assistir espetáculos exóticos com alusões estéticas à distante cultura Oriental. A partir daí nascia Mata Hari, uma provocante dançarina fantasiada com trajes indianos.

Suas apresentações atingiram enorme sucesso. Em pouco tempo, ela se apresentava nos principais salões freqüentados pelas elites da “cidade das luzes”. A fama e o prestígio abriram portas para uma nova relação amorosa com o banqueiro Félix Rousseau. Entre os anos de 1910 e 1911, Mata Hari abandonou os palcos para viver esse novo relacionamento amoroso à custa do fim de sua fama artística

Com fim do romance, Mata Hari tentou reerguer sua carreira de dançarina na cidade de Berlim. No entanto, o ano era 1914 e o início da Primeira Guerra Mundial restringiu bastante suas oportunidades naquele local. Mais uma vez tentou voltar para a cidade de Paris, mas as desconfiadas barreiras militares montadas durante o conflito lhe impediram de retornar para a França. A movimentação daquela mulher desprendida e solteria começaram a levantar suspeita junto às autoridades inglesas e francesas.

Tempos depois conseguiu retornar para a cidade de Paris sob a vigilância discreta de investigadores franceses e britânicos. Nesse retorno, conheceu o oficial russo Vladimir de Masloff com quem teve uma nova aventura amorosa. Durante esse tempo, o novo companheiro de Mata Hari foi vítima de um tiro no olho que o forçou a buscar tratamento em um hospital militar a trezentos quilômetros da capital francesa.


Greta Garbo como Mata Hari

A inesperada separação instigou a suspeita Mata Hari a buscar notícias de seu amado pelo interior da França. Os franceses, que já lhe consideravam uma espiã inimiga, interceptaram-na e exigiram que ela prestasse serviços de espionagem caso quisesse visitar Vladimir. Desesperada, aceitou a proposta dos oficiais franceses. Em pouco tempo, foi enviada para a Espanha e hospedou-se estrategicamente no Hotel Ritz.


VÍDEO

Naquele recinto, entrou em contato com o oficial alemão Hauptmann Kalle com quem teve um relacionamento rigorosamente premeditado. Pouco habilidosa como espiã, não obteve nenhuma informação relevante em relação aos planos do exército alemão. Para piorar a situação da espiã, os franceses decodificaram algumas informações onde o nome de Mata Hari aparecia representado pelo símbolo “H21”. Àquela altura, a França desesperada com sua eminente derrota militar, resolveu prender Mata Hari.

Fuzilamento de Mata Hari – Vincennes, França – 15/10/1917

Acusada de trair os interesses militares franceses e trabalhar como agente duplo, Mata Hari teve sua prisão decretada na cidade de Saint-Lazare. Em seu julgamento, não ficou provado que nenhuma informação relevante ou secreta tivesse sido repassada para os exércitos inimigos da França. No entanto, a condenação daquela mulher entregue a suas paixões serviu para redimir a imagem de uma França amedrontada com a derrota militar. No mês de outubro de 1917, a exótica dançarina holandesa foi condenada ao fuzilamento.

eudyrj.wordpress.com

07
Fev17

O álbum (incompleto) de fotografias de Auschwitz

António Garrochinho


Lilly Jacob, sobrevivente de Auschwitz, reconheceu os seus familiares em 
algumas das fotografias de um álbum que encontrou. 
Sempre que alguém reconhecia um familiar Lilly oferecia-lhe essa imagem.


Os judeus à espera da selecção: uns eram logo sentenciados à morte, outros eram obrigados a trabalhos forçados
Foto
Os judeus à espera da selecção: uns eram logo sentenciados à morte, outros eram obrigados a trabalhos forçados DR

É um álbum de fotografias que retrata o dia-a-dia de um dos mais conhecidos e aterradores campos de concentração alemães: Auschwitz. Segundo avança o El País, as 193 fotografias foram recuperadas por uma sobrevivente destes campos de concentração, Lilly Jacob-Zelmanovic Meier, que acabou por doar o álbum ao museu Yad Vashem, em Jerusalém, corria o ano de 1980. Nesta sexta-feira, são lembrados os mais de seis milhões de judeus que perderam a vida no Holocausto – a data é precisamente a da libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas, a 27 de Janeiro de 1945.As fotografias estão disponíveis para consulta no site do museu e são uma das poucas provas documentais que existem sobre o processo de selecção a que eram submetidos os judeus que chegavam ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. A razão que levou dois militares do SS, Ernst Hofmann e Bernhard Walter, a tirar estas fotografias, em Maio e Junho de 1944, é incerta.
Quando tinha 18 anos, Lilly Jacob foi deportada juntamente com a sua família – e grande parte dos judeus que moravam na Hungria – na Primavera de 1944. Segundo o site do museu, Lilly foi separada dos seus pais e dos seus irmãos mais novos logo depois de chegar a Auschwitz – e nunca mais os viu. Foi a única que sobreviveu da sua família.

PÚBLICO -Quando foi libertada, no campo de concentração de Mittelbau-Dora, encontrou um álbum de fotografias nos quartéis da SS, que estavam desertos. Foi nesse álbum que encontrou fotografias dos seus familiares e amigos, no dia em que tinham chegado ao campo de concentração de Auschwitz. Lilly Zelmanovic morreu a 17 de Dezembro de 1999.
O álbum não está completo. Lilly casou-se, teve um filho e mudou-se para os Estados Unidos, levando consigo o álbum. Ao saberem da sua existência, alguns sobreviventes procuravam Lilly para ver se encontravam alguma recordação dos familiares e amigos que não tinham conseguido sobreviver ao duro quotidiano de Auschwitz. Das poucas vezes em que alguém identificava um membro da sua família numa das fotografias, Lilly oferecia-a. Uma dessas fotografias oferecidas foi recentemente doada ao museu Yad Vashem.
O álbum tem fotografias desde o momento de chegada de alguns judeus até à selecção e momentos que precediam a entrada nas câmaras de gás. Nas fotografias vê-se um pouco de tudo: a separação dos pertences; mulheres de cabelo rapado vestidas com uniformes da prisão; o registo de pessoas para trabalhos forçados; e prisioneiros, sentados ao sol, sem saber o destino que os esperava.
PÚBLICO -
Foto
Os judeus eram separados dos seus bens materiais, que eram recolhidos e triados num sítio chamado "Kanada"
PÚBLICO -
Foto
Antes de serem enviados para as câmaras de gás





 A chegada dos judeus




























www.publico.pt
07
Fev17

HISTÓRIA DE PORTUGAL - Um busto e um hino consensuais - e uma bandeira polémica

António Garrochinho


COLUMBANO (MAIS À ESQ.) E A COMISSÃO ENCARREGADA DE APROVAR A NOVA BANDEIRA 
  •  Uma jovem empregada de uma loja do Chiado serviu de modelo à república. Um hino contra os ingleses foi unanimemente escolhido. Só as cores da bandeira agitaram os ânimos. Mas os defensores da verde-rubra acabaram por vencer. 
Um rei tem um corpo. E isso ajuda muito.
"Quando os republicanos começaram a fazer a sua propaganda, a partir de finais do século XIX e sobretudo durante os primeiros dez anos do século XX, confrontaram-se com um problema: como representar a república?", explica o historiador Nuno Severiano Teixeira. "Na monarquia o rei tem um corpo físico e portanto é uma pessoa reconhecível e reconhecida pelos cidadãos. Mas a república é uma ideia abstracta."
Na altura a grande maioria da população era analfabeta - e fazer passar uma ideia abstracta não era coisa fácil. Foi preciso criar símbolos: uma imagem da república, uma nova bandeira nacional, um novo hino. Mas em 1910 os republicanos não começaram do zero. Estava "em mau estado" o busto da república que António Valdemar foi descobrir numa arrecadação da Academia Nacional de Belas-Artes, quando se tornou presidente da instituição. Valdemar pediu ao escultor João Duarte que o restaurasse e o rosto de Ilda Pulga, a jovem que na época trabalhava numa loja do Chiado e que inspirou Simões de Almeida Sobrinho a criar uma imagem da república, voltou a surgir tal como fora esculpido em 1908 (com o célebre barrete frígio, uma influência da Revolução Francesa, e que nada tem a ver com Portugal).
Ainda havia monarquia no país, mas já o avanço da república parecia imparável. As eleições tinham permitido aos republicanos conquistar a Câmara de Lisboa, e foi nessa altura que o primeiro busto da república foi encomendado a Simões de Almeida Sobrinho. "O Simões achou piada à cara da rapariga e convidou-a para ser modelo", conta Valdemar. "A mãe disse que autorizava mas com duas condições: que ela própria estivesse presente nas sessões e que a filha não se despisse."
Este primeiro busto começa a generalizar-se. É adoptado pela Maçonaria. "Nessa altura ainda não tinha havido concurso", sublinha o presidente da Academia. Mas no livro A Revolução Portuguesa, de Machado Santos (que ficaria conhecido como "o herói da Rotunda" pela forma como resistiu na Rotunda, quando muitos dirigentes republicanos desistiam, achando que a revolução tinha falhado), há uma imagem que mostra uma das cópias do busto a dominar uma sala da sede da Maçonaria.
"Foi preciso dar um corpo à república e a ideia, como aconteceu noutros países - o caso da república francesa é paradigmático -, foi dar-lhe a imagem de uma mulher", afirma Severiano Teixeira, que tem estudado a simbólica da república. "Mas, ao contrário dos franceses, que vão actualizando progressivamente o busto com figuras conhecidas da vida pública, da cultura, em Portugal o busto permanece o mesmo desde 1908." O facto de os franceses participarem, votando, na escolha da personalidade que vai representar a república, cria, acredita o historiador, "uma relação de maior proximidade do que um busto que foi escolhido no início do século, de uma pessoa que poucos sabem quem foi".
Mas na altura, em 1910, para formalizar a coisa, os dirigentes republicanos decidiram lançar um concurso. E, apesar da popularidade do busto que fizera ("nos funerais de Miguel Bombarda e Cândido dos Reis, na câmara municipal, ele aparece em lugar de destaque", lembra Valdemar), Simões de Almeida Sobrinho fica apenas em segundo lugar. O vencedor é Francisco dos Santos. E surge assim o segundo busto da república portuguesa que acabaria por conviver com o primeiro (e mais popular) ao longo dos tempos.
Hino patriótico
Bastante mais simples foi a escolha do hino - não houve qualquer oposição à ideia de adoptar A Portuguesa. E assim Portugal ficou até hoje com um hino que começou por ser um desafio popular a Inglaterra. Conta Severiano Teixeira: "É um hino patriótico, que não surge no contexto republicano, mas sim no do Ultimato inglês." Recuamos aos anos finais da monarquia, quando a oposição britânica à ideia de Portugal unir os seus territórios em África (o célebre Mapa Cor-de-Rosa) faz desencadear um movimento popular contra os ingleses. "Alfredo Keil compõe a canção, vai a casa do [Henrique] Lopes de Mendonça e diz-lhe que já tem um hino feito, mas que precisa de uma letra. Toca-lhe os acordes da Portuguesa, e Lopes de Mendonça cria a letra." Os dois fizeram 12 mil exemplares da partitura e distribuíram-nos. Estávamos em 1890.
A partir daí a música ganha vida própria. "É tocada pela primeira vez num teatro, durante uma peça. No início é basicamente um hino patriótico e nacionalista, mas a pouco e pouco vai sendo apropriado pelos republicanos. A certa altura o Governo [empenhado em não agravar a questão com os ingleses] proíbe-o, e isso reforça a sua legitimidade nacional. Quando surge o 5 de Outubro, era quase natural que o hino fosse A Portuguesa."
Só o novo significado (de resistência à monarquia) que a música entretanto conquistara justifica que se continuasse a cantar "Às armas, às armas!/Pela Pátria lutar!", quando a questão com a Inglaterra já estava ultrapassada.
A discussão das cores
Verdadeiramente polémica foi a escolha da bandeira. Aí, sim, os ânimos exaltaram-se e as opiniões dividiram-se. Apareceram dezenas de projectos, de ideias, de sugestões. "Quando se dá a implantação da república, uma das questões imediatas é a da bandeira", refere Severiano Teixeira. "A opção era entre a azul e branca, que vinha da monarquia, mas sem a coroa, ou a transformação de uma bandeira que já era a dos republicanos em bandeira nacional." Tal como a imagem da república, também nos anos finais da monarquia as cores republicanas tinham começado a definir-se. "Havia um cromatismo que a pouco e pouco foi sendo assumido pelos republicanos, que era o verde e vermelho. Provém das bandeiras do 31 de Janeiro e do 5 de Outubro, que eram diferentes mas ambas verdes e vermelhas." Fora já a bandeira verde-rubra que os republicanos vitoriosos empunharam no 5 de Outubro - era ela que Machado Santos tinha na Rotunda.
O uso das duas cores tinha antecedentes (embora não se possa atribuir a estes a sua origem). Explica ainda Severiano Teixeira, desta vez num texto sobre a simbólica da bandeira nacional: "Verde e vermelha (com a imagem da Nossa Senhora da Conceição ao centro) foi a bandeira da Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota; verde e vermelha (fundo verde sobre o qual assentava a Cruz de Cristo vermelha) foi a bandeira dos Descobrimentos sob o reinado de D. Manuel I; e igualmente verde e vermelha (idêntica a esta última) foi a empunhada em várias revoltas contra o domínio filipino, que seria, ela mesma, a bandeira da Revolução do 1º de Dezembro de 1640."
Mas ali, no momento da queda da monarquia, o que o verde e vermelho representavam era, acima de tudo, a ruptura com o passado. "A ruptura está nas cores, a continuidade está nos símbolos, ligados à fundação da nacionalidade: D. Afonso Henriques e as cinco quinas, a esfera armilar, símbolos recuperados da tradição histórica nacional."
Mas muitos não se deixavam convencer. Um dos mais ardentes defensores do azul e branco foi o poeta Guerra Junqueiro - várias caricaturas mostram-no com a sua longa barba, agarrado à bandeira azul e branca e resistindo por vários meios ao "avanço" da verde-rubra. Junqueiro socorre-se da poesia: "O Campo azul e branco permanece indelével. É o firmamento o mar o luar, o sonho dos nossos olhos o êxtase eterno das nossas almas." O escritor e intelectual Sampaio Bruno avançou com argumentos mais pragmáticos: "É que a bandeira azul e branca (...) é a única que o preto de África reconhece como representativa da soberania de Portugal."
De nada lhes valeu. Logo a 15 de Outubro de 1910 o Governo cria uma comissão para decidir a bandeira: o pintor Columbano Bordalo Pinheiro, o romancista Abel Botelho, o jornalista João Chagas e os militares Ladislau Pereira e Afonso Palla. Não foi preciso esperar muito pela decisão. A 29 de Outubro, os membros da comissão propunham a bandeira verde e vermelha e justificavam a sua escolha num longo relatório que os jornais publicaram. O dia 1º de Dezembro foi declarado o dia da bandeira.
Recorda João Medina na sua História de Portugal, que Columbano, em entrevista a um jornal, "mostrou-se moderadamente céptico" quanto à escolha, que tentou defender dizendo que "o encarnado e o verde não se casam tão mal como se disse", que o importante era "encontrar o tecido que convém" e "não se aproveitarem as primeiras cambiantes dessas cores que apareçam". E sugeria os tons que considerava os certos - "o verde-carregado e o vermelho vivo".
Mas a festa do 1º de Dezembro estava à porta, era preciso ter a bandeira pronta, e, conta ainda Medina, na Cordoaria, onde foi feita, não havia os tons ideais. Columbano conformava-se, mas lamentava: "Só há o encarnado e o verde-esmeralda. É pena."


www.publico.pt

07
Fev17

MARROCOS - Em Fez, oito séculos de tradição na arte de trabalhar o couro

António Garrochinho
O curtume de Chouwara, dentro da medina de Fez, é uma atividade artesanal de longa tradição. (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
Estou em Fes-el-Bali, a Velha Fez. A cidade medieval,qualificada como Patrimônio Mundial pela Unesco, é uma das mais bem preservadas da África do Norte. Suas vielas intrincadas e seus labirintos estonteantes fazem com que apenas pessoas e burricos (e algumas insolentes motos) possam trafegar pelos estreitos caminhos. Com mais de 150 mil habitantes, a medina amuralhada, a Velha Fez, pode ser considerada como o maior distrito sem tráfego de carros do mundo.

Fez possui outros superlativos. Fundada ao redor dos anos 800, a capital espiritual e cultural do Marrocos alberga a mais antiga universidade da planeta, Al Karaouine. No século XII, durante a dinastia dos Almoadas (que então dominavam o sul da penínsulaibérica), Fez floresceu como polo comercial e, com seus 200 mil habitantes, teria sido a maior metrópole do planeta na ocasião.

Caminho pelas mesmas ruelas da medina que há 30 anos e não vejo muita diferença – a não ser algumas irritantes motos. Quando passo por Derb Chouwara, sinto um cheiro familiar,embora desagradável: uma mistura de ácidos e elementos putrefatos. Este odor penetrante me dá a certeza de onde estou: o bairro do curtume!

O melhor ponto de vista para observar o trabalho dos artesãos do couro é do alto de qualquer prédio que circunde o espaço. Estrategicamente, os comerciantes que vendem produtos decouro adquiriram quase todos os imóveis na redondeza.Aproveitando da curiosidade nata do turista, os comerciantes convidam o visitante a entrar na loja e subir até o último andar, onde terão a melhor vista – de verdade – dos poços onde o couro é curtido e tingido. (Depois da visita. é hora da venda e da barganha.)

O espetáculo é extraordinário. Três grandes quadriláteros (em forma de um L) comportam mais de 300 poços circulares. Em cada reservatório, de cerca de um metro de profundidade, há um líquido de uma cor diferente. A grande maioria tem a coloração marrom, em suas mais diversas matizes. Um terço do espaçocontem uma poção esbranquiçada. Alguns poucos, que chamam logo a atenção, possuem dentro uma tinta vermelha ou amarela. Difícil saber por onde começo a fotografar...
As peles dos animais, ainda com pelos, vão primeiro para os poços com alto teor de cal, onde ficam de molho por alguns dias.  (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
Um trabalhador entra em um dos tanques onde o couro começa a ser curtido e tingido. (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
Um artesão limpa uma pele de cabra, depois de ser tingida com colorante vermelho.  (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
As peles dos diversos animais – cabra, ovelha, vaca e até camelo – passam primeiro pelas tinas esbranquiçadas, onde uma mistura de cal – com excrementos de pombas e urina de vaca –amolecem o couro e destroem os pelos dos bichos. Após ficarem de molho durante vários dias, as peças passam por um processo de limpeza e de enxague.

Até algumas décadas, o tingimento era feito com colorantes vegetais. Para o amarelo usava-se o açafrão-da-terra (cúrcuma ou turmérico), para o vermelho a papoula, para o azul o índigodos tuaregues e para o preto o antimônio. Mas hoje, os corantes industrializados tomaram conta do mercado, mesmo se os marroquinos preferem negar a mudança. Uma vez tingidos, os couros são, então, expostos ao sol para secagem.
Couros de vaca são colocados em um varal para secar. (Foto: ©  Haroldo Castro/ÉPOCA)
Couros de cabra, tingidos de amarelo para serem usados para a confecção de babuches (sandálias marroquinas), são estendidos para secar no teto de uma casa. (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
Um curtume no pátio de uma casa particular, no mesmo bairro Chouwara.  (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)
Os curtumes em Fez ganharam importância quando os árabes começaram a ser expulsos da Espanha, no século XIII. Até então, Córdoba era a principal produtora de couros no mundo ocidental. Mas com a partida dos árabes, Córdoba teria perdido também a mão-de-obra especializada, o que teria dado espaço para Fez se tornar o novo polo de produção. Com uma tradição de oito séculos de curtumes, Fez pretende manter essa tradição viva.


epoca.globo.com
07
Fev17

MARK EVANS E A SUA ARTE NO COURO

António Garrochinho
Mark Evans é um artista cujo trabalho se destaca por ser realizado apenas com uma faca e uma peça de couro.
O cara raspa o couro usando uma faca afiada e graças a diferença de tons entre o couro raspado e o couro natural curtido, ele consegue obter variações tonais.
São meses raspando cuidadosamente o couro para gerar imagens nele. Assim, o cara produz telas impressionantes, com uma enorme forçaConfira alguns trabalhos dele:












www.mundogump.com.br
07
Fev17

07 de Fevereiro de 1812: Nasce o escritor Charles Dickens, autor de "Grandes Esperanças"

António Garrochinho


Escritor inglês nascido a 7 de fevereiro de 1812, em Landport, Portsmouth, e falecido a 9 de junho de 1870, em Gadshill, Rochester. Charles Dickens nasceu numa família modesta e foi obrigado a trabalhar, ainda criança, depois do pai ter sido preso por acumulação de dívidas. Nessa altura já vivia em Londres, para onde se mudou aos dois anos. Conseguiu fazer a instrução primária e foi então trabalhar como ajudante num escritório de advogados. Aos 18 anos, também fazia leituras públicas no Museu Britânico. Entretanto, tornou-se jornalista, tendo elaborado crónicas sobre o parlamento britânico e textos para jornais humorísticos.

Aos 21 anos iniciou a carreira de escritor, assinando contos e ensaios que eram publicados em jornais. Cinco anos mais tarde, escreveu o livro The Pickwick Papers (As Aventuras Extraordinárias do Senhor Pickwick) e tornou-se, desde logo, um autor de sucesso. Passou então a publicar romances através de folhetins mensais que se tornaram muito populares. Com este livro, nasceu um novo tipo de mercado para os escritores ingleses, propondo obras mais baratas.

Oliver Twist, uma das obras mais conhecidas de Dickens, também foi inicialmente publicada em fascículos, entre 1837 e 1839. Neste livro, conta a história de um rapaz a quem é escondida uma valiosa herança e que acaba por integrar um bando de jovens ladrões.

Seguiu-se Nicholas Nikelby, lançado entre 1838 e 1839, que conta a história de um rapaz em busca de fortuna. Este romance foi adaptado ao cinema, em 1948, por David Lean.

Em 1843, surgiu A Christmas carol (Cântico de Natal), que tornou famosa a personagem de Mr. Scrooge, nomeadamente através de diversas adaptações cinematográficas. 

Em David Copperfield, acabado de publicar em 1850, Dickens aproveitou a sua experiência de trabalho numa fábrica para escrever a história.

Entre 1860 e 1861, publicou uma das suas últimas grandes obras, Great Expectations (Grandes Esperanças), onde conta a história de um órfão que é adotado por uma família rica e se torna um snob. Mas quando o seu protetor morre, tem de partir de novo do nada. 

Inspirado na sua infância infeliz, Dickens lançou romances protagonizados por crianças, como David Copperfield, Hard Time (Tempos Difíceis) e Oliver Twist, onde estas são os heróis, mas onde há muito humor. 

As suas obras denunciam a vida difícil do operário na sociedade industrial emergente e, em particular, a miséria das classes sociais mais baixas e a precariedade da infância, ao mesmo tempo que evidenciam uma arte narrativa caracterizada por uma grande penetração psicológica posta na composição dos caracteres. 

Paralelamente à carreira de escritor, Charles Dickens viajou bastante fazendo campanha contra os males da sociedade. Dedicou-se também a dar conferências, nomeadamente nos Estados Unidos da América.

Depois de ter vivido em Londres, Itália, Suíça e França, Dickens estabeleceu-se em Gadshill (Inglaterra), em 1860, onde viria a morrer a 9 de junho de 1870.

Charles Dickens. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipedia (imagens)
O jovem Charles Dickens - Daniel Maclise

Charles Dickens 3.jpg


O Sonho de Dickens - Robert William Buss



Esta obra representa Charles Dickens rodeado pelas personagens que criou
07
Fev17

07 de Fevereiro de 1478: Nasce o escritor e pensador inglêsThomas More

António Garrochinho


Escritor e pensador inglês, Thomas More nasceu a 7 de Fevereiro de 1478, em Londres. Filho de um juiz proeminente, estudou na Escola de St. Anthony na sua cidade. Enquanto jovem foi pajem do arcebispo Morton, que lhe predisse grandeza.

Prosseguiu os seus estudos em Oxford, sob a tutela de Thomas Linacre e de William Grocyn. Aí não só estudou Literatura Grega e Latina, como começou a escrever comédias. Uma das suas primeiras obras foi uma tradução para inglês da biografia em latim do humanista Picco della Mirandola, impressa em 1510.

Por volta de 1494, tornou a Londres para estudar Direito, tornando-se advogado em 1501. Fez intenções de abraçar a vida monástica, mas sentiu-se na obrigação de servir o seu país através da política. Foi eleito para o Parlamento em 1504, altura em que casou pela primeira vez.

Tornou-se amigo de Erasmo, aquando da sua primeira visita a Inglaterra em 1499. Trabalharam em conjunto na tradução das obras de Luciano. Erasmo, por ocasião da sua terceira visita ao país, publicou o Encomium Moriae (1509, O Elogio da Loucura), dedicando-o a More.

Atraindo a atenção do rei Henrique VIII, foi por diversas vezes enviado pelo monarca em missões diplomáticas ao estrangeiro.

Em 1516 traduziu a sua obra mais conhecida, Uthopia (A Utopia), do latim para o inglês.

Em 1518 foi nomeado membro do Privy Council e investido cavaleiro em 1521. More ajudou o rei a escrever um repúdio às ideias de Martinho Lutero e, ganhando o favor real, foi nomeado orador da Câmara dos Comuns, em 1523, e Conselheiro do Ducado de Lencastre, em 1525. Recusando-se apoiar o plano de Henrique VIII para se divorciar de Catarina de Aragão foi, não obstante, elevado ao cargo de Lorde Conselheiro, sendo o primeiro leigo a ocupá-lo.

Demitiu-se das suas funções em 1532, alegando razões de saúde, e recusou-se assistir à coroação de Ana Bolena em 1533, facto que desagradou ao monarca. Em 1534 foi acusado de cumplicidade com Elizabeth Barton, uma freira que se opunha ao cisma de Henrique VIII com Roma.

Em Abril de 1534, More recusou-se a pronunciar a Lei da Sucessão e o Juramento de Supremacia, sendo por isso condenado à prisão na Torre de Londres a 17 de Abril. Acusado de traição, foi decapitado a 6 de Julho de 1535. As suas últimas palavras teriam sido: "Bom servidor do rei, mas de Deus primeiro." Foi beatificado em 1886 e canonizado santo pela Igreja Católica em 1935.

Thomas More. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Arquivo: Hans Holbein, o Jovem - Sir Thomas More - Google Art Project.jpg
Thomas More por Hans Holbein, o JovemArquivo: Mais famB 1280x-g0.jpg
Thomas More e a sua família - Rowland Lockey
07
Fev17

07 de Fevereiro de 1992: É assinado o Tratado de Maastricht

António Garrochinho


Tratado da União Europeia, assinado no dia 7 de Fevereiro de 1992,  entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993. É o documento que define as linhas-mestras da política e das instituições europeias, estabelecendo a cidadania europeia e identificando como objetivos a união económica e monetária, a política externa e a política de segurança comuns. Este Tratado da União Europeia foi assinado pelos chefes de Estado e de Governo representados no Conselho Europeu de Maastricht (Holanda), em 9 e 10 de Dezembro de 1991. Após o processo de ratificação nos doze países que então compunham a Comunidade Europeia (Portugal ratificou o tratado na Assembleia da República), entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993.Foram várias as razões que conduziram os estados-membros a uma união mais estreita. O euro pessimismo do início dos anos 80 deu lugar a uma nova esperança com o relançamento da dinâmica europeia a partir de 1985. O então presidente da Comissão Europeia,Jacques Delors, apresentou o Livro Branco através do qual a Comunidade decidiu levar a efeito, até 1 de Janeiro de 1993, a construção do grande mercado interno.

A queda do Muro de Berlim, seguida da reunificação alemã a 3 de Outubro de 1990, e a democratização dos antigos países do Bloco de Leste, alteraram profundamente o cenário político na Europa. Os estados-membros da Comunidade Europeia resolveram então empenhar-se num processo de aprofundamento da sua união, mediante a negociação de um novo tratado.O Tratado instituiu a União Europeia e a cidadania europeia. Trata-se de um ambicioso programa para os estados-membros: cumprir os critérios propostos em Maastricht para chegar em 1999 à união económica e monetária, implementar novas políticas comuns e realizar a união política que inclui a política externa e de segurança comum (PESC). O Tratado da União Europeia preparou o caminho para a entrada de novos estados-membros (Áustria, Finlândia e Suécia).Os compromissos assumidos em Maastricht reforçaram a ligação entre as instituições e os mecanismos comunitários, por um lado, e as políticas de cooperação diplomática por outro. Uma das grandes novidades do Tratado é que o Parlamento Europeu exerce de forma plena o direito de codecisão.A assinatura deste tratado representou para a União um marco fundamental no processo de integração das nações. Mas este não foi um tratado pacífico. Motivou fortes discussões. Em França, por exemplo, a sua aprovação foi submetida a referendo e passou por muito pouco, enquanto o Reino Unido e a Dinamarca exigiram condições especiais. Têm, assim, o direito de integrarem a moeda única e de participarem na política externa e de defesa comum (PESC) num momento à sua escolha. O Tratado da União Europeia está a ser revisto para adaptar as estruturas dos 15 a novas situações, como seja a preparação para um novo alargamento, desta vez a leste. A reforma incide sobre o reforço da democracia e da transparência, visando aumentar a participação dos cidadãos no processo de integração. Ao mesmo tempo, a cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos deverá ser dotada de meios mais eficazes.


Tratado de Maastricht. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
Público (1.º imagem)
wikipedia (Imagem)

O Tratado de Maastricht significou mais integração entre os então 12 Estados-membros da Comunidade Europeia
Tratado de Tratado de Maastricht
07
Fev17

Assad: 'Deixe-me ser franco, não houve nenhuma operação dos EUA contra os terroristas'

António Garrochinho



O presidente sírio Bashar Assad destacou que a paz no seu país só será alcançada se duas condições forem cumpridas: primeiro, se o combate contra os terroristas for bem-sucedido e, segundo, se houver um diálogo entre os sírios para decidir o futuro do sistema político.

Destino do cessar-fogo

O presidente sírio não concorda com os que dizem que o cessar-fogo na Síria está morto. "É natural que em cada cessar-fogo em qualquer lugar do mundo, em cada guerra, em qualquer conflito, haja estas violações. […] Mas isso não significa que haja uma política de violar o cessar-fogo pelo governo ou por qualquer outro partido, e isso é algo com que podemos lidar diariamente […], mas até este momento, o cessar-fogo é observado", destacou o presidente. 

Tudo para defender o povo


No combate contra os grupos terroristas do Daesh (Estado Islâmico) ou da Frente al-Nusra (Frente Fatah al-Sham), podem ser usados todos os métodos para defender o povo sírio, afirmou Bashar Assad.

"Se você fala de meios militares, sim, claro, porque os terroristas estão atacando as pessoas — eu não estou falando apenas sobre o Daesh. O Daesh, a al-Nusra e todos os grupos afiliados à Al-Qaeda dentro da Síria… matam civis e decapitam pessoas", disse ele. 

"Nosso dever constitucional e dever legal como governo, como exército e como instituições do Estado é defender o povo sírio. Não é uma opinião, é um dever", destacou o presidente.

'O país não pertence à minha família'

Bashar Assad afirma que o país não pertence à sua família, mas a todos os sírios.

"A minha família não possui o país. A Síria é propriedade dos sírios, e cada cidadão sírio tem o direito de assumir este cargo [de presidente]", afirmou o chefe de Estado.

Hafez Assad, pai de Bashar, ocupou o cargo presidencial entre 1971 e 2000, entregando a presidência ao filho, cujo mandato dura até este momento.

Contribuições dos EUA e coalizão para a paz

O presidente sírio afirmou não estar grato à coalizão liderada pelos EUA e, mais do que isso, disse que não houve nenhuma operação:

"Deixe-me ser franco, na verdade não houve nenhuma operação contra o Daesh. Foi uma operação cosmética. Foi apenas uma aliança ilusória, porque o Daesh estava se expandindo durante aquela operação. Ao mesmo tempo, essa operação é uma operação ilegal porque aconteceu sem consultar ou ter a permissão do governo sírio, que é um governo legítimo, e é uma violação de nossa soberania. Em terceiro lugar, eles não impediram nenhum cidadão sírio de ser morto pelo Daesh, então para que devo estar grato?"

Bashar Assad adicionou que a União Europeia tem apoiado os terroristas sob vários pretextos. "Eles não podem destruir e construir ao mesmo tempo", frisou o presidente.

Sputniknews
www.marchaverde.com.br
07
Fev17

Uma FITCH nada “FIXE”!

António Garrochinho




fitch


















Eu sei que o Galamba já escreveu acerca da FITCH, mas como o Galamba é o Galamba e eu sou apenas um simples Vassalo, enquanto ele lhe pegou à forcado (digo assim porque temos que ter cuidado com as palavras…), eu decidi pegar-lhe de cernelha!
E então a Fitch não foi nada “fixe” porque, mesmo indo de encontro ao optimismo do Presidente Marcelo que, embora considerasse ser Portugal merecedor de melhor “lixo”, já se contentava com o que tem, manteve o nosso “rating” nesse tal “lixo”, o que fez exasperar e decepcionar a nossa Marilu, que considerou essa atribuição “uma má notícia”.
De modo que me assaltou a inevitável pergunta: O que seria para esta nossa notável produtora do mais variado “garbage” uma boa notícia? Um melhor lixo, assim um de qualidade superior, exportável mesmo, ou um sublixo, inclassificável e de reputação duvidosa e de pouco valor?
Um lixo exportável, sim, pois me lembro de ter ouvido há uns tempos uma notícia que dava conta de um montão de lixo, ali para os lados do sul, meio que abandonado e com origem de Nápoles! De Nápoles? Eu nem queria acreditar e logo pensei com os meus botões: querem ver que…mas fiquei logo por aí, não fosse a minha mente levar-me para tortuosos e perigosos pensamentos e até pensei que deve por aí haver um adágio qualquer que diga que: “quem se mete com lixo, lixa-se”, de modo que encerrei assim a coisa.
Mas, pelos vistos, há quem não se lixe, antes pelo contrário, e não sei se não será o caso da Marilu.
Pois vejamos: Se a Marilu achou a manutenção da classificação uma má notícia, quererá ela dizer que Portugal era merecedor de uma categoria superior de lixo? Um lixo catado e escolhido, separado de excrementos, de plásticos e objectos cortantes, um lixo utilizável e reutilizável, resultado de um aturado trabalho de tratamento e coisas assim? Não o creio, pois uma conclusão assim sofreria de uma insanável contradição e seria, para ela, uma capitulação. Não seria a aceitação do sucesso das políticas deste governo, políticas que tanto ela como o seu aluno tanto abjuram? Nem pensar! Eles ainda nem acreditam sequer que o défice ficou abaixo dos 3%, quanto mais nos 2,2 ou 2,3! Impossível, dizia ela, como impossível será eu lhe conceder essa leitura.
Donde concluo o óbvio: Ela ficou para lá de “fula” com a manutenção da qualidade do nosso lixo. Ela queria é que fosse considerado um lixo mais lixo ainda, um lixo inclassificável e apropriado à imagem desde também inqualificável, para ela, governo. Mas a Fitch não foi “fixe” a manteve inalterável o nosso lixo.
De modo que assim num repente (estas coisas surgem assim e não há nada a fazer), eu atingi a luz do lixo e um clarão, um trovão mesmo que me ia pondo os neurónios em curto circuito, iluminou a minha mente e a inevitável pergunta: Mas a Marilu não compra e vende “lixo”?  Na ARROW, sim na ARROW, na Flecha, essa mesma? A ARROW compra lixos vários (a que alguns chamam de “créditos malparados” e coisas assim, mas que não passam de lixos…) e vende esses mesmos lixos, mas já devidamente separados e reclassificados, não é?
Ora sigam lá o meu raciocínio: A FITCH, portanto, ao manter imutável a qualidade (ou preço) do nosso lixo, não o desvalorizando, não aportará mais valias para a Marilu e para a sua “Flecha”, um acréscimo de margem, em suma, que era o que ela sonhava, matando assim dois coelhos (salvo seja) com um tiro só. Saiu-lhe o tiro pela culatra, está visto!
Eu já sei que, à semelhança de outras vezes, uns vão dizer que eu devo andar a tomar coisas pois venho para aqui com teorias delirantes, outros que tenho uma fixação na dama, mas também dizem que também tenho no “damo”, mas eu digo-vos: nada disso! O único vício que tenho é fumar e cigarros de marca conhecida! Ah, e também bebo maduro tinto, e só!
Para a Marilu, está então mais que óbvio, quanto pior for o lixo melhor ele será e, também para ela, quem se mete com o lixo, sai sempre rico. Como os sucateiros com as sucatas: é igual!
E tanto é verdade que o DN ou o JN, dá no mesmo, trazia ontem uma notícia que dizia: Catorze (14) banqueiros portugueses, em Portugal, ganharam o ano passado mais de um milhão cada um. Eu sei que há todas as semanas um sorteio de um milhão, mas não, eles ganharam-no a produzir “lixo”. Esse mesmo que a Marilu e a Arrow compram…
E eu é que deliro, não é?



07
Fev17

Vídeo conta como um vendedor de móveis criou uma das maiores redes de propaganda do mundo

António Garrochinho





O mundo está cheio de histórias de pessoas empreendedoras que usaram seu tino comercial para ir além. Marcel Bleustein-Blanchet faz parte desse grupo. Mesmo tendo deixado a escola aos 12 anos para ajudar seu pai a vender móveis, ele foi capaz de criar uma das maiores redes de propaganda do mundo.
Quando tinha 19 anos, ele percebeu que era capaz de vender muito mais do que mesas e cadeiras e, assim criou a primeira agência de publicidade da França, em 1926. Assim surgia a Publicis, empresa criada a partir da ideia de que o consumidor buscava entretenimento e não apenas anúncios que não acrescentassem nada às suas vidas.
E, para contar essa história de inovação, a agência precisou apostar fundo na criatividade, com um vídeo que mostra não apenas a trajetória do fundador da agência, mas também conta a história da publicidade no século XXI. Vem ver:

VÍDEO







publi1
publi2
publi3
publi4
publi5
publi6
Todas as imagens: Reprodução YouTube


vivimetaliun.wordpress.com
07
Fev17

A fascinante história da aventureira que nos anos 1920 viajou por mais de 80 países

António Garrochinho


A imagem pode conter: 1 pessoa, carro e atividades ao ar livre
É comum hoje que adolescentes com o devido tempo livre e dinheiro no bolso façam viagens ao redor do mundo como uma espécie de ritual de passagem. Nos anos 1920, porém, uma garota de 16 anos viajar ao redor do planeta era algo tão impensável que a jovem canadense Aloha Wanderwell tornou-se uma celebridade mundial ao viajar por 80 países, muitos deles dirigindo seu carro Ford Model-T.
aloha1
Depois de perder seu pai na primeira guerra mundial, Aloha, então vivendo na França, respondeu a um anúncio no jornal que procurava por uma jovem para justamente se juntar a uma expedição pelo mundo.
aloha3
O anúncio havia sido publicado por um explorador e inventor chamado Capitão Walter Wanderwell que procurava por uma secretaria e motorista que falasse francês, para lhe acompanhar em uma viagem pelo globo para promover a paz mundial. Ela topou, e imediatamente ganhou seu curioso nome artístico de Aloha Wanderwell.
aloha2
Rapidamente Aloha se transformou na estrela da expedição, que passou pela França, Egito, Alemanha, Palestina, Índia, África oriental, Sibéria e até Brasil – seu avião caiu na floresta amazônica, o que permitiu que Aloha ficasse amiga da tribo Bororó. Aloha e o Capitão acabaram se casando e tendo dois filhos e, mesmo dois da morte do Capitão, Aloha seguiu viajando, escrevendo e documentando suas viagens. Ela veio a falecer em 1996, aos 90 anos, como uma das grandes viajantes de nosso tempo.
aloha4
aloha5
aloha7
aloha8
aloha9
aloha10
aloha11
aloha12
aloha6
© fotos: divulgação

vivimetaliun.wordpress.com

07
Fev17

APOSTA DE 100 MIL EUROS OBRIGA A SUSPENSÃO DO "PLACARD"

António Garrochinho


A Polícia Judiciária vai investigar se houve tentativa de viciação dos resultados desportivos do jogo entre Feirense e Rio Ave (Liga), que começou às 21h00 de ontem. 

As autoridades foram alertadas pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos e pela Santa Casa da Misericórdia, que detetaram um fluxo anormal de apostas para o referido encontro. Esta não é a primeira vez que as autoridades investigam uma situação semelhante, tendo mesmo na última jornada da época passada desencadeado uma operação de grande envergadura que levou à detenção de jogadores e dirigentes de clubes da II Liga. 

A Liga de Clubes, que é responsável pela competição, também avisou a Judiciária. Além da plataforma de apostas da Santa Casa da Misericórdia, conhecida por Placard, também o bet.pt e o BetClic, os dois sites com licença para operar em Portugal, cancelaram as apostas no jogo. 

Segundo informações ontem postas a circular em alguns sites de informação desportiva, terá havido apostas anormais no valor de 100 mil euros alegadamente feitas por um cidadão de origem chinesa. Em comunicado, a Santa Casa revelou que decidiu suspender o evento na plataforma devido "ao volume atípico de apostas registado e ao risco financeiro envolvido". Ao CM, fonte do Rio Ave disse que o clube "não tem posição oficial" sobre o sucedido. Já uma fonte do Feirense não quis comentar o caso. O CM sabe que Pedro Proença, presidente da Liga, se deslocou ao estádio do Feirense depois de ter conhecimento da situação, mas não revelou uma posição oficial. 


 http://www.cmjornal.pt

07
Fev17

Fiscalização das secretas insiste na fusão do SIS com o SIED

António Garrochinho


Casimiro Morgado (à direita) e Neiva da Cruz dirigem o SIED e o SIS, respetivamente
Fiscais dos serviços de informações sugerem uma medida que nunca teve o apoio de PS, PCP e BE

A fusão entre as duas secretas nacionais - Serviço de Informações de Segurança (SIS) e Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) - volta a ser sugerida pelo Conselho de Fiscalização destas estruturas. A recomendação tinha sido feita também no relatório anterior, mas agora a ideia ganha uma nova leitura política: tanto a esquerda, que domina a atual legislatura, como o PS, que governa, sempre foram contra esta concentração de poder e informações. O SIS monitoriza as ameaças à segurança interna, o SIED avalia os riscos contra os interesses portugueses no exterior.

O Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP) é constituído por três pessoas eleitas pelos dois maiores partidos da Assembleia da República. Neste momento, duas delas são do PSD, partido que sempre defendeu a fusão das secretas, com o ex-deputado Paulo Mota Pinto a presidir e o também ex-deputado social-democrata António Rodrigues como vogal. O terceiro elemento e único socialista, que também subscreveu o relatório, é o deputado Filipe Neto Brandão.
A proposta faz parte da lista de "sugestões" do parecer anual relativo ao ano de 2015 que o CFSIRP entregou na passada semana no Parlamento. O parágrafo é ipsis verbis o que tinha sido escrito no relatório do ano anterior: "Ponderação dos custos e benefícios da prossecução da evolução iniciada com a criação de estruturas comuns e a instituição de um secretário-geral do Sistema de Informações, no sentido de uma eventual fusão do SIS e do SIED."

Contactado Filipe Neto Brandão para esclarecer se o PS tinha mudado de ideias e agora, tal como o PSD, também defendia um único serviço de informações, escusou-se a comentar. Questionado o deputado socialista Jorge Lacão, que tem habitualmente a pasta das secretas - foi quem coordenou do lado do PS toda a negociação com o PSD, na passada legislatura, para a revisão da lei de bases dos serviços de informações - também não respondeu. O mesmo silêncio veio do gabinete do primeiro-ministro, que tem a tutela direta do SIRP, quando pedida uma reação à sugestão do CFSIRP.

Ao que o DN apurou, não está previsto nenhum projeto de alteração legislativa que prossiga a opinião do CFSIRP. "No atual contexto político não vale a pena, pois não teria o apoio dos parceiros de esquerda e causaria certamente problemas à maioria", explicou fonte do grupo parlamentar socialista.
O PCP sempre foi contrário a uma possível concentração dos serviços que, segundo Jerónimo de Sousa, quando comentava, em 2011, o programa eleitoral do PSD, onde essa ideia era salientada, potenciava o "seu estrito controlo partidarizado e governamentalizado, para esconder, com a invocação do segredo de Estado, todas as ilegalidades".

Fonte oficial do BE disse ao DN que o partido "está a trabalhar" em relação a uma posição sobre a proposta do Conselho de Fiscalização e que "nos próximos dias estará em condições de a anunciar". Os bloquistas sempre foram, até aqui, contra a ideia de um serviço de informações único. "Somos radicalmente contra a fusão, porque entendemos que o SIED e o SIS têm natureza diferente", afirmou, em 2015, a então deputada Cecília Honório, a comentar um diploma que tinha tido o acordo do PS e do PSD e deixava alguns sinais sobre esse cenário.

A ideia da fusão tem sido também defendida pelos próprios dirigentes dos serviços. A começar pelo chefe máximo, Júlio Pereira, secretário-geral do SIRP, que está há 12 anos no cargo, até ao ex-diretor do SIS, o desembargador Horácio Pinto, num parecer que enviou a Pedro Passos Coelho.
Desde outubro de 2015 que o SIS e o SIED partilham já as mesmas instalações, no Forte da Ameixoeira, naquele que foi considerado o primeiro passo para a fusão.

07
Fev17

HISTÓRIA DO CAFÉ

António Garrochinho




António Jorge 
A história do café começou no século IX. O café é originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho", devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade.
Um monge da região, informado sobre o facto, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.
Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. o seu cultivo estendeu-se primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islão. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do original em árabe. Enquanto na língua turco otomana era conhecido como kahve, cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.
O café no entanto teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam as suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, o café venceu essas resistências e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.
Na Ásia e em África
Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar pelo mundo beneficiou, primeiro, da expansão do Islamismo e, em uma segunda fase, do desenvolvimento dos negócios proporcionado pelos descobrimentos.
Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos e somente foi liberada após o papa Clemente VIII provar o café.
Na Inglaterra, em 1652, foi aberta a primeira casa de café da Europa ocidental, seguindo-se a Itália dois anos depois. Em 1672 cabe a Paris inaugurar a sua primeira casa de café. Foi precisamente na França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de Luís XIV.
Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente os Países Baixos e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela Companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem levou para a América os primeiros grãos de café.
Ingleses e portugueses tentaram a sua sorte nas zonas tropicais da Ásia e da África.
Nas imagens:
Café Majestique no Porto e o Nicola em Lisboa e uma plantação de café em Minas Gerais no Brasil

07
Fev17

Metro do Porto vai ter duas novas linhas a construir até 2021

António Garrochinho


São mais seis quilómetros de linha que vão servir mais 30 mil pessoas por dia. O anúncio vai ser feito esta terça-feira, pelo ministro do ambiente.


Vai nascer uma nova linha no Metro do Porto, a Linha Rosa. São mais 2,7 kms que vão ligar São Bento à Casa da Música. Das novidades faz também parte o prolongamento da Linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila D'Este.

O jornalista Miguel Videira apresenta em detalhe as duas novas linhas do metro do Porto
O conselho de administração da Metro do Porto anuncia esta terça-feira as novas linhas a construir na Área Metropolitana do Porto (AMP) entre 2018 e 2021, no âmbito da expansão da rede.

SOM AUDIO




O administrador não executivo da Metro do Porto em representação da AMP, Marco Martins, também presidente da Câmara de Gondomar, adiantou à Lusa que a empresa decidirá pela construção das linhas do Porto e Gaia, por serem "as mais rentáveis, de acordo com os estudos" que a Metro encomendou.

A possibilidade de a expansão da rede do Metro do Porto avançar surgiu em abril do ano passado, quando o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu 400 milhões de euros de investimento para a ampliação deste meio de transporte público em Lisboa e no Porto.

Desde então, vários projetos de linhas foram reanalisados pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto a pedido da Metro, que pretendeu otimizar custos face aos definidos em estudos existentes desde 2011.

Os 280 milhões de euros disponíveis para a expansão do Metro permitirão, assim, construir a linha de Gaia até Vila D'Este e uma ligação entre a Casa da Música e a estação de São Bento, no Porto.



www.tsf.pt

07
Fev17

SNS fecha ano com saldo negativo mas baixa prejuízo em 172 milhões

António Garrochinho


SNS registou, em 2016, um défice de 199 milhões de euros. Miguel Santos, do PSD, diz que saldo de 2015 agravou-se em dezembro, no primeiro mês de gestão do atual governo


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) fechou o ano passado com um saldo negativo de 199 milhões de euros, uma melhoria de 172 milhões em relação ao período homólogo, segundo dados da Direção Geral do Orçamento. Mas os números podem não ser os finais, tendo em conta que em anos anteriores houve posteriormente acertos nos fechos de contas com variações em alguns casos substanciais. De acordo com a explicação da execução orçamental de dezembro de 2016, a variação positiva da receita resultou principalmente do acréscimo de transferências correntes. Miguel Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, afirma que "é preciso ver o que está por trás dos números" e que 2015 agravou-se em dezembro, no primeiro mês de gestão do atual governo.
Segundo a Execução Orçamental a variação positiva da receita registada em dezembro, em relação ao mês anterior, resultou principalmente de transferências vindas do Orçamento de Estado, referindo 301 milhões de euros, a que se somam as receitas das vendas de bens e serviços correntes. Do lado da despesa, o aumento deveu-se a custos com a reposição de vencimentos e mais profissionais no SNS. Também subiram os encargos com exames, atenuado com a redução dos encargos com as parcerias público-privada.
No Parlamento, em janeiro, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, reafirmou que ia "ter o melhor saldo do SNS desde sempre. Nós não nos engamos 12 vezes, não passamos de 30 milhões de euros para menos 372 milhões de euros". Comparando com dados até 2010, à exceção de 2012 e 2013 em que o SNS fechou com saldo positivo - houve uma transferência de verbas para pagamento de dívidas em atraso superior a mil milhões de euros - este é para já o melhor défice.
Contudo, também é possível perceber na análise das execuções orçamentais que os valores são revistos a cada ano, resultando em melhorias ou agravamentos. Alguns substanciais como o de 2015, primeiro com um défice de 259 milhões de euros que passou a ser de 371 milhões.
O DN questionou o Ministério da Saúde sobre os valores conseguidos em 2016 , mas não obteve respostas.
No final de setembro, o ministério publicou um despacho que determinava que as administrações hospitalares pedissem autorização antes de assumirem compromissos financeiros. Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, explicou então que o objetivo era evitar aceleramentos e derrapagens da despesa no final do ano.
Miguel Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e membro da Comissão Parlamentar de Saúde, não questiona o saldo do SNS de 2016, mas afirma que "é preciso interpretar os dados e o que está por trás dos números". "O saldo de 2015 agravou-se durante dezembro, o primeiro mês de governação deste governo. Uma das primeiras decisões que tomaram foi antecipar para dezembro custos de 2016 e que diziam respeito ao medicamento inovador da hepatite C e por outro lado, havia receita que devia ter sido registada em dezembro e só foi registada em fevereiro de 2016, notas de crédito da indústria farmacêutica. Isso permitiu uma almofada para 2016 e mesmo assim, chegaram ao final do ano com um défice superior a 400 milhões de euros. Em dezembro receberam uma receita extraordinária das finanças de 200 milhões de euros e por isso o governo apresenta um resultado final de menos 199 milhões."
Miguel Santos acredita que este ano não trará melhores resultados. Pelo contrário: "Acho que há divida assumida que irá aparecer em 2017 e que se chegará ao final do ano com um défice de 400 milhões. O ministro prometeu que terminava 2016 com um número recorde de inovadores aprovados. Cumpriu, mas foram todos aprovados em dezembro. Agora vem a fatura. Isto é uma bola de neve e não sei se o governo tem noção do impacto financeiro que vai ter", aponta o deputado do PSD.
O economista da saúde Pedro Pita Barros considera que "no caso do SNS, a lógica de olhar para o saldo financeiro é pouco relevante". "Os objetivos do SNS são definidos em termos assistenciais e as decisões são de como cumprir esses objetivos dadas as limitações financeiras que são fixadas. Assim, o défice financeiro deve ser visto não como uma medida de desempenho e sim como um indicador sobre a qualidade da gestão micro e macro. Tem-se um problema de gestão micro se o orçamento global do SNS for à partida adequado para os objetivos traçados e acabar por se gastar mais. Tem-se um problema de gestão macro quando se sabe à partida que a verba para o SNS é incompatível com os objetivos que lhe são traçados", explica.

07
Fev17

Aprovados 23 projetos para hotéis na região do Algarve

António Garrochinho

 AHETA avança que 2016 ultrapassou as expectativas e prevê crescimento para este ano. 

 Associação de hotelaria algarvia prevê subidas na procura turística na região este ano, tal como aconteceu em 2016 Foto Pedro Noel da Luz 0 0Há 23 projetos para hotéis, no Algarve, que receberam aprovação da Agência para a Energia (ADENE), nos últimos dois anos. A intenção confirma a evolução positiva do setor, com a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) a revelar, ontem, que "o ano turístico de 2016 ultrapassou as expectativas empresariais e 2017 vai crescer a bom ritmo". "O Algarve não está esgotado e há espaço para novas unidades", refere Elidérico Viegas, presidente da AHETA. 

"Muitos desses projetos existem há já algum tempo e não significa que sejam para avançar a curto prazo", acrescenta. Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, por seu lado, defende que "numa altura em que muitas unidades ainda não atingem os 65% de ocupação, é preciso algum cuidado com novos projetos". Para o responsável, "o que pretendemos é uma oferta de qualidade e diversificada, não apenas maior quantidade de hotéis", explica. De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário, dos 23 projetos, "13 são resultado de nova construção enquanto os restantes 10 são respeitantes a obras de reabilitação". 

A maioria são hotéis de 3 ou menos estrelas, existindo apenas 6 unidades com 4 ou mais estrelas.

http://www.cmjornal.pt
07
Fev17

PCP tira o tapete ao Chefe das Forças Armadas

António Garrochinho








O Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, Pina Monteiro (à direita), com o Presidente da República, na Academia da Força Aérea
Os comunistas entendem que o processo de promoção dos oficiais generais não sido "transparente"

O PCP tem "muitas dúvidas" sobre a capacidade do Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) para continuar no cargo e questiona o ministro da Defesa sobre as "condições" de Pina Monteiro para se manter no topo da hierarquia militar. Na origem desta posição dos comunistas está o caso de promoção de um oficial general, noticiada no passado sábado pelo DN.
O polémico processo começou com a demissão precipitada e passagem à reserva antes de tempo de um major-general, que era o comandante operacional da GNR, Rui Moura. Isto provocou, por arrastamento, a passagem à reserva de outro oficial-general, mais antigo, Tiago Vasconcelos, a quem já tinha sido prometido a promoção a tenente-general. Para conseguir manter o planeamento e promover na mesma o major-general Vasconcelos, que era 2º comandante do quartel-general da NATO em Valência (Espanha), o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) exonerou retroativamente um outro general, Sílvio Sampaio, da Força Aérea, para abrir uma vaga, artificialmente, numa data anterior à da saída de Rui Moura. A "trapalhada" deixou, no entanto, "pegadas digitais".
Quando foi informado, dia 20, que teria de ser exonerado a 17, Sílvio Sampaio ainda estava em funções e tinha assinado uma ordem de serviço (a uma sexta-feira, como habitualmente). Para bater certo com a exoneração fictícia, três dias antes, esse documento, datado de dia 20, foi alterado duas vezes (uma vez no dia 20, outra dia 24), com datas anteriores, 18 e 17. O DN confirmou documentalmente estes procedimentos.
"Este processo não teve a transparência exigível nem dignifica uma instituição como as Forças Armadas e por isso temos muitas dúvidas sobre se o CEMGFA deve continuar neste cargo", explicou ao DN o deputado Jorge Machado.
No requerimento que enviaram ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, os comunistas citam a notícia do DN, lembrando o "processo de governamentalização da promoção de oficiais generais a que temos assistido nos últimos anos" e a "preterição de majores-generais com folhas de serviço muito qualificadas". Perguntam se ao ministro considera que "o atual CEMGFA tem condições, designadamente perante os seus subordinados, para permanecer no exercício do cargo". Pedem também um "esclarecimento da situação" com "brevidade". O DN também pediu uma reação ao gabinete do ministro, mas não obteve resposta.
Em comunicado, a Associação Nacional de Sargentos, considera "grave" o caso e apela também a Azeredo Lopes um "apuramento" aprofundado da situação. "O MDN não pode ignorar", assinala.
Com M.C.F.


Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

António Garrochinho

Links

  •