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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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11
Fev17

O MILHAZES QUER É "MILHO"

António Garrochinho
José Milhazes editou agora um livro recheado de ódio à Rússia e á antiga União Soviética e que está a ser como é óbvio amplamente divulgado pelo jornalixo português inclusive pela Antena 1 (paga com o nosso dinheiro).
Ouvi a entrevista do rapazola aventureiro que começou no seminário e queria ser missionário mas que virou na actualidade na imitação do famigerado "Chico da CUF" onde dizia que na união soviética até as cadeiras só tinha duas pernas :).
Falta de roupa, falta de medicamentos, etc etc tantas privações que o "herói do anti comunismo" berra nas suas declarações faz-me perguntar onde aprendeu tanto para ocupar lugar de destaque nos comentadores preferidos do neo liberalismo fascista cá do nosso burgo.
Despedaça-se a comunicação social a entrevistar estas bestas da desinformação que vomitam ódio a tudo o que lhes cheire a esquerda e que sem dúvida fazem um bom trabalho servindo os que odeiam o 25 Abril e as suas conquistas.
O desgraçado até se dá ao luxo de contar anedotas sobre Brejev "caquétiico secretário geral do PC na URSS nas palavras do dito cujo" e Reagan à laia de qualquer reles anedoteiro de bordel.

Bardamerda pró Milhazes que viveu 38 anos na Rússia, lá estudou, e veio para Portugal cagar lantonas com a mira do dinheiro sujo do capitalismo. Bardamerda e já vai muito bem servido!

PS: a jornalista que o entrevistou derretia-se em baba por baixo e por cima com a verborreia virulenta do Milhazes herói do capital.
António Garrochinho

11
Fev17

Mercado Municipal de Faro vai ter sistema de climatização e ar condicionado

António Garrochinho



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Cerimónia juntou utentes e operadores na passada quarta-feira
O Mercado Municipal de Faro comemorou o seu 10º aniversário esta quarta-feira, dia 8 de Fevereiro e na cerimónia ficou prometida a instalação de um sistema global de climatização e ar condicionado.
O investimento, a suportar pela empresa municipal Ambifaro, gestora do mercado, será de cerca de 80 mil euros, “sendo de esperar que, até ao Verão estejam já a funcionar todas as máquinas”, afirma a autarquia em nota de imprensa.
“O projecto visa minimizar a problemática do défice de circulação de ar e da alta temperatura, que por vezes se fazia sentir nos dias mais quentes de Verão”, continua a Câmara de Faro no mesmo documento.
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Rogério Bacalhau, presidente da autarquia, a destapar os rostos do mercado

Durante a cerimónia de comemoração foi ainda inaugurada a exposição “Raízes do Mercado”, uma mostra de placards que vem “humanizar” as paredes deste equipamento municipal com as fotografias dos operadores, a que se soma uma frase identitária de cada um deles.


www.postal.pt

11
Fev17

VÍDEOS - TAGADA, PROVAVELMENTE A DIVERSÃO MAIS LOUCA

António Garrochinho


Você já se perguntou o qual seria a sensação de ser jogado de um lado para o outro em uma tigela de metal gigante com apenas algumas barras de metal para segurar e evitar que você caia fora da tigela ou dê uma "carada" em outras pessoas? Se assim for, tudo que você tem a fazer é dar um passeio em um tal de Tagada, uma das mais perigosas atrações de parque de diversões já inventado. O Tagada não é tão rápido ou tão íngreme como uma montanha russa, mas é certamente mais perigoso.

Você pode gritar de terror ao andar em uma montanha-russa, mas no fundo você sabe que você está seguro no seu assento e as chances de algo dar errado são muito pequenas. Com o Tagada, por outro lado, a falta total de restrições de segurança faz com que o perigo de lesões físicas seja muito real, mas isso é exatamente o que o torna tão popular entre os que buscam emoção.

Quando a música começa a tocar, a bacia começa a girar e um operador começa a operar os braços hidráulicos sob o brinquedo que salta para cima e para baixo, muitas vezes sincronizando os saltos com a música. Não há nenhum cinto de segurança, nenhum arnês, apenas algumas barras de metal, e se você soltá-las, não há nada que o impeça de bater em outros pessoas, bater a cabeça nas partes metálicas ou voar para fora da tigela.

Em alguns países, como os Estados Unidos ou a Austrália, o Tagada é considerado tão perigoso que é proibido por lei. O brinquedo é muito popular em países europeus como o Reino Unido ou a Suíça, mas devido a uma série de lesões graves sofridas por usuários na última década, a versão utilizada nos dias de hoje é fortemente controlada, em comparação com os países asiáticos.

O blogueiro Waegukin afirma que na Coreia, por exemplo, a experiência de montar um Tagada varia com a velocidade do passeio e com a crueldade do operador. Eles podem apenas girar você suavemente, fazendo apenas alguns saltos ocasionais, ou eles podem saltar implacavelmente por 10 minutos, enquanto você impotentemente tenta recuperar o seu equilíbrio para não estragar este rostinho bonito.

Um vídeo filmado em um parque de diversões em Yangon, Myanmar, também mostra uma dúzia ou mais de usuários sendo jogados de um lado para o outro como bonecas de pano em uma tigela de Tagada. É divertido de assistir, mas aterrorizante ao mesmo tempo.


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11
Fev17

11 de Fevereiro de 1482: Tomás de Torquemada é nomeado inquisidor

António Garrochinho


O rei católico Fernando V nomeia no dia 11  de Fevereiro de 1482 novos inquisidores encarregados de erradicar a heresia em território espanhol. Entre eles, figura o futuro inquisidor-geral, Tomás de Torquemada. Símbolo do fanatismo religioso e da violência da Inquisição espanhola, ele teve grande responsabilidade na implantação e generalização da tortura e das fogueiras. 


Em 1479, quando a Inquisição medieval vivia as suas derradeiras horas, Fernando V e Isabel a Católica fundam a Inquisição espanhola. Este acto de nascimento ilustra a particularidade desta instituição: ela fica sob o controlo do Estado e não da Santa Sé, ainda que ela tenha dado autorização. O contexto da Reconquista propicia igualmente o estabelecimento de objectivos bem precisos, orientados contra as minorias religiosas que são os judeus e os muçulmanos. 


Os julgamentos da Inquisição adoptaram então o nome de Autos da Fé. Preocupada em  livrar-se das minorias religiosas, a Espanha compromete-se com a Inquisição na prática de “La Limpieza de Sangre”, a pureza do sangue. Dando continuidade à política, a Espanha põe em vigor a emissão de certificados de pureza do sangue, que pretendiam demonstrar que a pessoa era portadora de sangue cristão, ou seja, que ela ou sua família não tinham se convertido recentemente ao cristianismo. 


O inquisidor-geral, Tomás de Torquemada, agiu com violência e queimou na fogueira cerca de duas mil pessoas no espaço de 15 anos, provocando certa reprovação da Santa Sé. Não obstante, o seu poder estendeu-se rapidamente levando à condenação de feiticeiras e da magia. A partir de 1529, a Inquisição assumiu outra missão: a luta contra os protestantes. Graças a esta instituição, a Espanha resistiu à reforma luterana e permaneceu firmemente católica. 


Utilizando a tortura, fazendo pesar um verdadeiro manto de chumbo religioso e cultural sobre o país, atormentado pela figura cruel de Torquemada, a Inquisição espanhola perdurou por vários séculos. Com efeito, se a Inquisição medieval foi montada em benefício dos instrumentos de controlo e da justiça do Estado, a Inquisição espanhola, embora braço do Estado, não tinha esta necessidade e limitação. Meio de preservar as tradições, mantém a sua vigência até à conquista napoleónica. Restabelecida em 1823, só seria definitivamente suprimida em 1834. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Tomás de Torquemada
Tribunal da Inquisição - Francisco de Goya
Francisco de Goya - Scene Inquisição - Google Art Project.jpg
11
Fev17

11 de Fevereiro de 1929: O Estado do Vaticano é estabelecido pelo Tratado de Latrão

António Garrochinho


Tratado assinado em Roma, no palácio de Latrão, em 11 de Fevereiro de 1929, entre a Santa Sé e a Itália, representada por Mussolini, sendo ratificado a 7 de Junho de 1929. Este tratado tinha o intuito de resolver a Questão Romana, sendo de destacar alguns dos seus artigos: a religião católica é a única religião do estado italiano; reconhece a personalidade jurídica internacional da Santa Sé e a soberania plena sobre o estado da cidade do Vaticano, sem nenhuma ingerência da Itália; os representantes da Santa Sé gozavam das mesmas imunidades e regalias que os representantes diplomáticos acreditados em Itália; garantia da liberdade de comunicações da Santa Sé com todo o mundo, etc. No artigo 26.°, a Santa Sé decreta a Questão Romana definitivamente resolvida e reconhece o reino de Itália sob a Casa de Saboia e esta reconhece a Cidade do Vaticano. Ao Tratado de Latrão existem muitos anexos com plantas dos edifícios e terrenos nele mencionados e, também um acordo financeiro, previsto num dos artigos do tratado. Ao mesmo tempo, foi assinada a Concordata com Itália, que por vontade de Pio IX, é indissolúvel do Tratado de Latrão, daí que se dê a estes dois pactos o nome de "Pactos de Latrão".


Vaticano

Geografia

O Estado da cidade do Vaticano é a sede da Igreja Católica romana e situa-se na margem ocidental do rio Tibre, no centro ocidental de Roma. Em 2006 contava com cerca de 932 habitantes.


Arte e Cultura

A cidade é rodeada por muralhas medievais e renascentistas, com excepção da parte sudeste, onde se localiza a Praça de S. Pedro. Das seis entradas, só três, a Praça do Arco dos Sinos, a fachada da Basílica de S. Pedro e a entrada para os museus do Vaticano, estão abertas ao público. Por detrás das muralhas, existe a nação-miniatura que tem uma área de 0, 44 km2. O edifício mais imponente é a Basílica de S. Pedro, construída durante o século IV e reconstruída no século XVI, considerada a Sé dos 700 milhões de católicos de todo o mundo.

A vida cultural declinou muito desde a Renascença, altura em que os papas eram os patronos das artes italianas. Os museus do Vaticano contêm os frescos de Michelangelo Buonarroti na Capela Sistina, uma das maiores atracções turísticas da cidade. A Biblioteca inclui uma colecção valiosíssima de manuscritos das eras pré-cristã e cristã. O Palácio do Vaticano é um dos maiores do mundo e contém valiosas colecções de obras de arte.


História

A autoridade é exercida pelo Papa, que é eleito pelos cardeais como chefe da Igreja. O Papa é soberano, tem poder legislativo, executivo e judicial no interior da cidade e escolhe a comissão pontifical. Os papas habitam este espaço desde o século V, com excepção do período entre 1309 e 1378, em que o papado esteve instalado em Avinhão. Passaram a deter grande poder político depois da Fundação do Sacro Império Romano-Germânico, em 800 d. C., quando o Vaticano possuía a Itália Central e do Norte. Muito mais tarde, quando a Itália foi unificada em 1860-70, os territórios da Igreja foram integrados na nova nação. Os papas que se recusaram a reconhecer esta nova situação consideraram-se prisioneiros do Vaticano. Em 1929, o governo fascista de Mussolini negociou com a Igreja o Tratado de Latrão segundo o qual reconhecia a independência do Vaticano em troca do reconhecimento pelo papado do Reino de Itália, governado pela Casa de Saboia.

O Vaticano tem o seu próprio sistema de comunicações, possuindo telefone, correio, rádio, bancos,assim como um "corpo de guarda" de mais de 100 guardas suíços próprios. Tem, no entanto, de importar comida, água, electricidade e gás. L'Osservatore Romano é o jornal do Vaticano. 

É uma área classificada como Património Mundial pela UNESCO.

Fontes: Tratado de Latrão. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

Vaticano. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
wikipedia (Imagens)

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Território do Vaticano de acordo com o Tratado de Latrão

Ficheiro:Saint Peter's Square from the dome.jpg
Basílica de São Pedro no Vaticano
11
Fev17

11 de Fevereiro de 1990: Libertação de Nelson Mandela

António Garrochinho


No dia 11 de Fevereiro de 1990, Nelson Mandela foi libertado. O líder do Congresso Nacional Africano (ANC) passara 27 anos na prisão devido à luta contra o apartheid.


Todos reconheceram que a África do Sul estava diante de uma viragem histórica, quando o então chefe de governo Frederik Willem de Klerk anunciou, em 2 de Fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela. Símbolo da luta da população negra contra o racismo, ele  tornara-se, ao longo dos 27 anos que passou na cadeia, o prisioneiro mais famoso do mundo.

Nelson Rolihlahla Dalibhunga Mandela nasceu a 18 de Julho de 1918. O seu pai era chefe da tribo Thembu, do povo xhosa. Nelson Mandela começou a estudar Direito na universidade para negros de Fort Hare, mas foi expulso por liderar uma greve estudantil. Em Joanesburgo, estagiou num escritório de advocacia e fez um curso de Direito por correspondência. Em 1942, formou-se pela Universidade de Pretória.

Já nos tempos de estudante, Mandela era comprometido politicamente e ingressou cedo no Congresso Nacional Africano (ANC). O Congresso Nacional Africano empenhava-se  em reivindicar direitos e melhorar a qualidade de vida da maioria negra oprimida pelos brancos na África do Sul – a princípio, através de contactos com lideranças políticas e cartas com pedidos de apoio; mais tarde, organizando greves e manifestações.

Em 1952, Mandela abriu o primeiro escritório de advocacia para negros de Joanesburgo, uma ousadia tremenda, num país em que o regime diminuía a cada dia os direitos da população negra. A situação política interna chegou a tal ponto que, em 1960, a polícia abriu fogo contra os que participavam numa grande manifestação em Shaperville. Saldo da violência: 69 mortos e centenas de feridos. O governo decretou estado de excepção e mandou prender vários militantes, entre os quais Nelson Mandela.

O ANC e outros partidos e associações que criticavam o regime foram proibidos. Em Dezembro de 1961, Mandela ajudou a criar a ala militante Lança da Nação, tornando-se o primeiro comandante da organização clandestina especializada em sabotagens. Em 1962, saiu escondido do país para pedir apoio, principalmente financeiro, à sua causa.


Ao retornar à África do Sul, ainda no mesmo ano, foi preso e condenado a cinco anos de prisão por participar na organização de protestos. Em Outubro de 1963, Mandela e outros sete réus foram condenados a prisão perpétua, acusados de terem organizado 150 actos de sabotagem. Até 1981, ele esteve na temida prisão de Robben Island, perto da Cidade do Cabo. Mais tarde foi transferido para a prisão de alta segurança de Pollsmoor.

Depois de se tratar de uma tuberculose durante algumas semanas numa clínica, Mandela passou a viver numa casa, no pátio de outra prisão perto da Cidade do Cabo. Nos 28 anos em que esteve preso, a resistência dos negros sul-africanos contra o apartheid foi se tornando cada vez mais violenta. A comunidade internacional também aumentou a pressão contra o governo sul-africano através de sanções e boicotes.

Ao assumir o governo em 1989, Frederik de Klerk reconheceu que reformas eram inevitáveis, para que o país não submergisse na guerra civil e no caos. Em Fevereiro de 1990, cancelou a interdição do ANC, revogou algumas leis racistas e libertou Nelson Mandela. Os anos seguintes ainda foram bastante confusos, com a minoria branca a tentar manter a supremacia, semeando a discórdia entre os grupos negros.

Até que, nas primeiras eleições democráticas em 1994, o ANC obteve 60% dos votos e Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul, cargo que ocupou até 1999. Em 1993, ele e Frederik de Klerk receberam o Prémio Nobel da Paz "pelo seu comprometimento em prol da conciliação e pela sua coragem e integridade".

Fontes: DW
wikipedia(imagens)

Em 11 de fevereiro de 1990, Mandela, acompanhado por Winnie, sua esposa na época, deixa a prisão Victor Verster
Nelson Mandela em 1937
Ficheiro:Young Mandela.jpg
Ficheiro:46664 logo.jpg
O número de Nelson Mandela na Ilha Robben
Ficheiro:Frederik de Klerk with Nelson Mandela - World Economic Forum Annual Meeting Davos 1992.jpg
Nelson Mandela e Frederik de Klerk


11
Fev17

A Actualidade em Cartoon

António Garrochinho





Henrycartoon

Henrycartoon

“I’m also returning these Ivanka Trump-brand clothes.
They chafe my morals.”
Tom Toro, Daily Cartoon, The New Yorker
“Don’t worry—I’m tweeting that climate change is fake.”
Tom Toro, Daily Cartoon, The New Yorker
The New Yorker
Chappatte , Le Temps, Suisse
Trump contre les juges.Chappatte , The New York Times
Chappatte , NZZ am Sonntag, Zürich
Adieu à L'Hebdo, Chappatte, L'Hebdo
Le vignette di ItaliaOggi
Le vignette di ItaliaOggi
David Horsey  Copyright 2017 Tribune Content Agency
Joe Heller  Copyright 2017 Hellertoon.com
Forges, El País
Perídis, El País
Perídis, El País
Cravo &Ferradura, Diário de Notícias

Cravo &Ferradura, Diário de Notícias
Piratas do Tietê, Laerte, Folha, Brasil
Adão,Folha, Brasil
André Abreu, Brasil
Hora do café, Brasil


livrespensantes.blogspot.pt
11
Fev17

Irão pode autorizar a Rússia usar seu espaço aéreo para combater terrorismo na Síria

António Garrochinho



O Irão está disposto a permitir que aviões russos usem seu espaço aéreo para apoiar as operações de combate ao terrorismo na Síria, declarou o secretário do Conselho Superior de Segurança Nacional do Irão, Ali Shamkhani.

"Em caso de necessidade, é possível permitir que os aviões russos usem o espaço aéreo do Irão para apoiar as operações terrestres na Síria", disse Shamkhani citado pela agência IRNA.

Ele acrescentou que "a cooperação entre o Irão e a Rússia na luta contra o terrorismo na Síria tem uma escala ampla".

Em agosto de 2016 a Força Aeroespacial russa usou a base iraniana de Hamadã para realizar ataques contra posições de terroristas na Síria. Depois de cumprir a missão, os aviões voltaram à Rússia. No final de ano Teerão declarou que Irão pode permitir uso de base pela aviação russa, mas com controle rigoroso por parte do Irão.
No final de janeiro, o Irão, a Rússia e a Turquia acordaram, nas negociações realizadas em Astana, implementar um mecanismo trilateral de controle sobre o cessar-fogo na Síria.


Sputniknews
www.marchaverde.com.br
11
Fev17

A MANSÃO DO DIABO EM KANDAHAR

António Garrochinho



O texto abaixo é parte do livro Líbia kadafista, de José Gil (Movimento Marcha Verde), a ser lançado no final deste mês em Curitiba.


A mansão do diabo em Kandahar

Três anos antes da guerra de ocupação da Líbia por potências estrangeiras lideradas pelos EUA/Otan, estamos reunidos em um hangar em Trípoli. O corpo diplomático (embaixadores) e os convidados do povo líbio estão reunidos para participar de um evento em Sirte, a capital administrativa do país.

Em uma grande sala, aguardamos a chegada dos aviões que vãos nos transportar até o evento onde Kadafi será o principal orador, festejando mais um aniversário da Revolução Al Fateh.

Uma ampla mesa no centro da sala tem refrigerantes, sucos naturais, água, doces e salgados. Os doces na Líbia são especialmente saborosos, e mais saudáveis porque substituem camadas de margarina (usadas no ocidente) por cremes de tâmara, damasco e outras delícias.

Formamos um pequeno grupo de latino-americanos em volta da mesa, conversando sobre políticas regionais, quando entra na sala o embaixador do Afeganistão. Seu traje de gala, luxuoso, contrasta com o embaixador que o veste, um homem simples, diria até mesmo simplório. Para aqueles que conhecem política internacional sabem que ele é apenas um fantoche do governo de fantoches, montado pelos EUA no Afeganistão para roubar petróleo e gás natural. Ele conversa com outro embaixador enquanto nós, latinos americanos, passamos a falar sobre o Afeganistão, relembrando que no governo de Ronald Reagan os talibãs foram recebidos na Casa Branca, de forma oficial, para tratar de apoio financeiro para combater os russos. Depois, ao assumir o poder e começar a dinamitar estátuas de Buda, se tornaram inimigos dos norte-americanos, não pelas estátuas, para as quais o governo Reagan estava cagando e andando, mas porque era apenas uma desculpa para sensibilizar a opinião pública mundial para que os EUA e seus cúmplices invadissem o país, derrubando os talibãs e todos os grupos e movimentos nacionalistas para se apoderar das riquezas naturais do país.

Hoje, enquanto reviso este texto, fevereiro de 2017, qual a situação do Afeganistão? A mesma, isto é, pior. A presença dos norte-americanos no Afeganistão serviu apenas para que os grupos criminosos – apoiadores e apoiados pelos EUA – retomassem a produção de papoula para a produção do ópio que inunda a Europa. No governo talibã as plantações de papoula foram erradicadas, mas com as tropas dos yanques a plantação e a produção voltaram com força total, havendo casos de aviões militares sendo flagrados levando ópio para os Estados Unidos.


A mansão do diabo, uma delas, entre tantas outras, está localizada nas proximidades da cidade afegã de Kandahar, mais especificamente na base aérea montada pelo governo norte-americano que hoje abriga militares de 40 países.

O governo norte-americano aprendeu que sozinho não consegue ganhar nenhuma guerra, por isso nas últimas décadas – a partir da guerra da Coreia – sempre recorre a seus cúmplices e governos submissos para suas guerras de usurpação. Foi assim no Iraque, Líbia, Síria, entre outros.

Por que a mansão do diabo em Kandahar? Por alguns motivos. O primeiro deles, apenas para relembrar, o aiatolá Komeini dizia em seus discursos quando liderou a derrubada do ditador Xá da Pérsia: “Os EUA são governados pelo diabo”. Afinal, as guerras por petróleo e por domínio político levam fogo e destruição aos povos, isto é, levam o inferno aos pequenos povos e países.

Segundo, como pode ser chamado um local que abriga militares (na maioria psicopatas) de 40 países? E o que fazem esses militares em Kandahar, um local desértico, inóspito e desolador? Eles fazem aquilo que sabem fazer: vigiam uns aos outros, procuram descobrir segredos militares, corrompem e compram traidores, difamam e provocam intrigas, e o mais importante para eles, testam armamentos e soldados em combates contra nativos de costumes e tecnologia medievais.

Aqueles que visitaram a mansão do diabo, a base aérea dos EUA em Kandahar, escreveram que o lugar é empesteado, fede a merda e urina há quilômetros de distância. Os norte-americanos construíram uma usina de tratamento de esgoto com tecnologia atrasada que produz fedor insuportável em toda a região. Os militares que frequentam a base aérea conseguem suportar porque ingerem muita bebida alcoólica, e drogas. E na falta de prostituição no país, alguns militares levam prostitutas disfarçadas de soldados para lucrar no comércio do sexo.

Esta é a mansão do diabo, erguida, financiada e mantida por norte-americanos no coração do Afeganistão. Este é o exemplo do que os cristãos norte-americanos levam para os países islâmicos.

11
Fev17

O BRASIL COLAPSOU

António Garrochinho



Leonardo Attuch, jornalista, editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas Istoé e Nordeste

O fluxo da história se acelerou nos últimos dias e os brasileiros assistem ao colapso da Nova República, inaugurada com o fim do regime militar, em 1985. As cenas e os acontecimentos recentes revelam os estertores da curta democracia brasileira, que sobreviveu apenas por trinta anos.

Em Brasília, todos os movimentos desnudam o desespero da classe política, que tenta se salvar de um naufrágio inevitável. Ao indicar seu ministro Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, Michel Temer fez um agrado à sua verdadeira base de apoio: os políticos implicados na Lava Jato. Em paralelo, no Senado, a indicação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a Comissão de Constituição e Justiça é autoexplicativa e dispensa comentários.

O Brasil real, no entanto, deu as caras em Vitória e várias outras cidades do Espírito Santo, onde já há uma intervenção militar, desde que policiais suspenderam o trabalho e mais de 100 pessoas morreram. Num clima de pânico, uma parte da população se refugiou em casa, enquanto outra decidiu saquear lojas e supermercados.

Não muito longe dali, no Rio de Janeiro, o centro da cidade foi transformado em praça de guerra, com os protestos de servidores que não recebem seus salários em dia há vários meses. E quem comanda o estado é um governador, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, que está prestes a ser denunciado por propinas no esquema de Sergio Cabral e também na Lava Jato.

Outro político do Rio de Janeiro, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, foi apontado pela Polícia Federal como um despachante de luxo da OAS, oferecendo emendas parlamentares em troca de doações eleitorais.

Maia pretendia – e ainda pretende – entrar para a história como o chefe do Legislativo que conduziu uma profunda agenda de reformas estruturais. No entanto, como alvo da PF, dificilmente ele terá força e legitimidade para conduzir a reforma da Previdência. Não por acaso, na noite da última quarta-feira 8, policiais civis invadiram a Câmara para dar o seu recado.

O Brasil entrou em colapso, a Nova República está chegando ao fim e a grande dúvida, a partir de agora, é saber qual será a natureza do novo regime.

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11
Fev17

15 BANDEIRAS UMAS ESTRANHAS OUTRAS INCOMUNS

António Garrochinho
A origem do símbolo visual representativo de um estado soberano, a bandeira, remonta à Idade Média, quando os exércitos coligados usavam um pedaço de pano hasteado em um estandarte, geralmente com uma cor e um brasão identificando a companhia, para não se confundirem uns com os outros. Hoje elas são utilizadas por quase todas e quaisquer entidades constituídas, quer seja um país, ou mesmo uma família tradicional. E nesse post nós compilamos algumas das bandeiras mais incomuns e mais originais que pudemos encontrar na Internet, junto com informações sobre cada uma.

Bandeira de Moçambique
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A única bandeira nacional no mundo que mostra um rifle de assalto moderno. O AK-47 supostamente representa a defesa e a vigilância do país 
Bandeira de Antuérpia
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
Uma das piores bandeiras do mundo vem do estado de Antuérpia, na Bélgica. É um tabuleiro de xadrez colorido. A bandeira é feita de 24 peças quadradas, em 4 linhas e 6 colunas. As peças nos cantos superior direito e inferior esquerdo da bandeira são brancas, as peças vizinhas são azul, amarelo, vermelho e branco, respectivamente.
Bandeira do Nepal
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira do Nepal é a única bandeira nacional no mundo que não é retangular. A bandeira é uma combinação simplificada de dois triângulos. Seu vermelho é a cor do rododendro, a flor nacional do país. O vermelho é também o sinal da vitória na guerra. A fronteira azul é a cor da paz.
Bandeira da Frísia
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira oficial da província holandesa da Frísia consiste em quatro listras diagonais azuis e três brancas diagonais. Nas listras brancas são um total de sete folhas do lírio-d'água.
Bandeira dos Emirados Nortes Caucasianos
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
Uma república pequena para apenas seis meses durante a guerra civil de 1917-22, a bandeira do mostra uma carinha de smiley.
Bandeira da África Ocidental
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
Esta bandeira incomum é comumente (e erradamente) atribuída ao Império de Benin. Há incerteza sobre a origem exata da bandeira, e se ela veio do próprio Benin ou foi usada pelas forças de seus aliados Itsekiri.
Bandeira de Guam
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira de Guam foi adotada em 9 de fevereiro de 1948 e tem um desenho bem esquisito. O emblema central supostamente retrata um barco a vela na Baía de Agana perto de Hagåtña.
Bandeira da Sicília
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira siciliana tem três pernas na forma de um tríscele que representa os três cantos da ilha. A bandeira foi adotada primeiramente em 1282 e pensa-se que seja anterior ao projeto similar da bandeira da Ilha de Man.
Bandeira da Suazilândia
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira de Suazilândia foi adotada em 6 de outubro de 1968 depois que o país se tornou independente da Grã Bretanha. A bandeira é baseada em um bandeira militar dada pelo rei Sobhuza II ao grupo de pioneiros que chegou no país em 1941.
Bandeira de Bermuda
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira de Bermuda carrega a bandeira britânica e um brasão que mostra o navio do século 17 Ventura do Mar que foi afundado deliberadamente pelo almirante George Somers durante uma tempestade.
Bandeira das Ilhas Virgens dos EUA
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira atual das Ilhas Virgens foi oficialmente adotada em 1921. Como um território não incorporado dos Estados Unidos, a bandeira da ilha apresenta partes do selo dos EUA. Uma águia segura três flechas, representativas das três ilhas principais, quando a outra garra guarda um ramo de oliveira.
Bandeira do Quirguistão
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira do Quirguistão foi adotada em 3 de março de 1992 pelo Conselho Supremo do Quirguistão. Consiste em um campo vermelho com um sol amarelo no centro que tem 40 raios uniformemente espaçados.
Bandeira das Ilhas Marianas
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira da Comunidade das Ilhas Marianas foi adotada em julho de 1985, pela Segunda Constituição das Marianas do Norte.
Bandeira Roger Alegre
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
Roger Alegre é o nome dado a qualquer uma das várias bandeiras que identificavam a tripulação de um navio pirata.
Bandeira nazista
15 bandeiras estranhas de todo o mundo
A bandeira nazista é provavelmente a bandeira a mais controversa na história do homem. É banida em vários países. Ela foi desenhada pelo próprio Hitler, que achava necessário usar as mesmas cores da Alemanha Imperial


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11
Fev17

A VOZ DOS OUTROS - O Professor Francisco Louçã.

António Garrochinho


Professor Francisco Louçã despende algum do seu tempo e das colunas do Público a partir do mote da minha entrevista no sábado passado, quando defendi que “A esquerda tem de pensar uma agenda para a década" (clicando no título chega lá). Infelizmente, não parece ter-se decidido a gastar o seu precioso tempo em qualquer avanço na conversa, antes tendo preferido um ar professoral que usa sistematicamente quando se dá a essa tarefa pouco estimulante de comentar o que eu digo sobre a esquerda. Assim sendo, também só quero deixar breves notas, todas elas realmente periféricas ao que realmente interessa.
Primeiro, o Professor Louçã é pouco rigoroso. Contrariamente ao que escreve, o PS não levou uma “Agenda para a Década” às eleições. O PS levou às eleições um programa eleitoral, que é a base do programa do atual governo – programa de governo que resultou do nosso programa eleitoral e dos acordos à esquerda. Que, pelos vistos, podiam ser compatibilizados. Embora o Professor Louçã escreva que os acordos do PS com o PCP e o BE se fizeram contra o programa do PS – o que mostra bem a velha técnica de alguns que só vivem bem dando a ideia de que o que é bom na acção do PS só se pode fazer contra a vontade do PS. Mas, repito, não foi a Agenda para a Década que o PS levou às eleições. A Agenda da Década é outro documento, que António Costa levou, em mão, a todos os partidos parlamentares depois da sua eleição como Secretário-Geral do PS, dizendo nessa ocasião que não era “pegar ou largar”, mas, antes, a nossa proposta para um diálogo estratégico para o país que envolvesse objectivos para lá do imediato. Não sei se a falta de rigor do Professor Louçã reside no desconhecimento do documento “Agenda para a Década” ou, menos prosaicamente, na recusa em compreender que o futuro do país não se constrói apenas pensando no curto prazo.
Segundo, o Professor Louçã insiste em se atribuir a si próprio o papel de “guarda fronteira” da esquerda. Fala de uma “articulação entre o centro e as esquerdas” para falar do que há a discutir entre o PS e os outros partidos de esquerda. Para dizer que o PS não é de esquerda, é de centro. Não crendo que o Professor Louçã reivindique a origem divina do seu apanágio de crismar como “esquerda” ou “não esquerda” este ou aquele partido, não consigo entender de onde lhe vem a legitimidade para “expulsar” da esquerda um partido que, como é o caso do PS, foi o principal obreiro do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública para todos, da Segurança Social pública, de uma política de ciência progressista… e fico por aqui nos exemplos. Só há uma explicação para essa pretensão do Professor Louçã: sectarismo. E o sectarismo é a pior doença da esquerda – principalmente daqueles que nunca chegaram a entender que a esquerda só não é plural nas ditaduras (ou porque está no poder e suprime totalitariamente as outras esquerdas, ou porque está sob ditadura na oposição e acaba por não ser capaz de diversidade).
Terceiro, o Professor Louçã tem dificuldade em conciliar uns parágrafos com outros. Começa a dizer cobras e lagartos do meu alerta para a necessidade de uma “agenda para a década” da esquerda, e depois vai dizendo que não se pode pensar só no imediato (por exemplo, quando escreve que “reduzir as conversas entre parceiros a uma gestão do dia-a-dia cria instabilidade”). Portanto, se for eu a dizer, o Professor Louçã acha mal; se for o Professor Louçã a dizer, já acha sensato e relevante. Que há necessidade de fazer um debate mais profundo e atempado da política da maioria parlamentar? Claro que há. Como eu e muitos outros já tínhamos dito antes.
Quarto, o Professor Louçã tem dificuldade em reconhecer quando está num debate, preferindo fazer de conta que está a falar sozinho, talvez a dar lições aos demais. Daí que, gastando embora parte do seu texto a falar da União Europeia como questão que tem de ser trabalhada com outra profundidade pelas esquerdas na sua pluralidade, faz de conta que não sabe ou não percebe que eu tinha, precisamente na entrevista em referência, identificado essa como uma das questões centrais a precisar de outro tipo de conversa. Não precisamos de estar de acordo para identificar os pontos que precisam de urgente tratamento. Falar de um ponto que eu identifiquei como uma das encruzilhadas mais precisadas de trabalho à esquerda, e falar como se eu tivesse passado ao lado desse ponto de agenda – é pouco próprio de quem seja capaz de entender que está num debate.
Infelizmente, o Professor Louçã, que já uma ou outra vez decidiu despender tempo com o que eu escrevo ou digo, adopta nessas ocasiões o ponto de vista da superior pureza de quem tem a "verdadeira esquerda", o que, no fundo (e não querendo ser ofensivo para nenhum dos dois), não anda muito longe de uma auto-infligida displicência muito parecida com a forma como Francisco Assis costuma brindar-me na sua saga contra a orientação política da direcção do PS. Francisco Assis é motivado pela sua desconfiança de que eu sou demasiado à esquerda para ser do PS. Francisco Louçã, finalmente, não anda longe: seria mais cómodo para a sua estratégia que não houvesse vozes de esquerda no PS - seria mais fácil, nesse caso, tentar transformar o PS num pequeno partido incapaz de dar um impulso progressista ao país.
Felizmente, o Bloco de Esquerda, como colectivo e como força política, é melhor do que a auto-suficiência de quem quer que seja. É mesmo por essa razão que vale a pena, à esquerda, pensar para além do imediato, pensar para além do anual, pensar para além da legislatura. A esquerda tem de pensar numa agenda para a década.

11 de Fevereiro de 2017

11
Fev17

Existem peixes que respiram fora de água ?

António Garrochinho
Quando vi este vídeo (fim do artigo) sobre um peixe pulmonado africano fiquei um pouco embasbacado, mas depois lembrei da piramboia da Bacia Amazônica, que é da mesma família dos peixes dipnoicos e que podem usar a respiração branquial quando há água e a respiração pulmonar quando não há. Ou seja, assim como os outros peixes, a piramboia possui guelras e órgãos respiratórios que funcionam debaixo d'água, mas quando o rio seca, ela se entoca na lama e respira pela boca e narinas. Algumas espécies tem a capacidade de viver em terra, sem água, durante meses, e às vezes até anos.

Existem peixes que respiram fora d'água?
Na verdade, algumas espécies de peixes pulmonados (ou peixes-salamandra) são tão acostumados a respirar ar que eles lentamente perdem a função de suas brânquias e quando voltam para a água, precisam regularmente voltar à superfície para tomar ar. Estranhamente alguns podem mesmo se afogar se ficarem debaixo d'água por um longo tempo.
Existem peixes que respiram fora d'água?
O dipnoico africano se comporta como qualquer outro peixe, nadando nas águas e comendo pequenos peixes e crustáceos no fundo de lagoas e córregos, mas quando chega a estação da seca, ele se enterra profundamente, escavando a lama com sua boca e forçando as brânquias para expeli-la.
Existem peixes que respiram fora d'água?
Depois que atingiu uma profundidade confortável, ele para de cavar e segrega um muco que cobre sua pele e depois endurece formando um casulo protetor. Nessa longa hibernação, os peixes pulmonados africanos reduzem o seu metabolismo e apenas a boca fica exposta para respirar. Alguns relatos alegam que o peixe pode permanecer subterrâneo na lama seca por até quatro anos.

VÍDEO
www.mdig.com.br
11
Fev17

A Grécia - a arrogancia do capital e o Siryza sem gravata

António Garrochinho


A Grécia é tema de campanha na Alemanha . A saída  da Grécia do euro é defendida pelo líder do partido liberal (FDP), Christian Linder propondo  uma redução significativa da dívida nessa condição, posição parecida à tomada pelo inqualificável Schauble , que foi avisado pelo presidente do grupo parlamentar do SPD,Thomas Oppermann , para não voltar a retomar a campanha de 2015 ,em que o ministro das finanças alemão convidou a Grécia a sair do Euro !
A extrema direita da Alternativa fur Deutschland faz claramente campanha pela saída ! 
Aproveitando tudo isto e as divisões de opinião entre o FMI e Bruxelas quer sobre a sustentabilidade da dívida , quer sobre o irrealismo da meta para o excedente orçamental, os mercados ( bancos companhias de seguros , Fundos financeiros ) especulam e os títulos da dívida grega a dez anos ultrapassavam os 10%.
O capataz de Schauble ,  o presidente do Eurogrupo que pretende ficar no lugar mais um ano  com o apoio da Alemanha  , mesmo que o seu partido perca as eleições  , apressou-se a convocar uma reunião em Catimini com a presença de membros do governo grego , do MES, da Comissão e do BCE.
A divida foi excluída da agenda de trabalhos .! O debate centrou-se apenas nas medidas a tomar no caso da Grécia não conseguir atingir as metas do excedente orçamental ! 
Em Catimini foi avançado que , caso  se chega a acordo sobre as medidas a tomar  até à reunião do dia 20, então o Eurogrupo desbloqueará os fundos para a Grécia . 
Pressão e chantagem continua sobre o governo Grego que sem gravata vai de capitulação , em capitulação até ao desastre final.
E há ainda quem pense que Portugal não se deve preparar para a saída do Euro !

foicebook.blogspot.pt
11
Fev17

CGD JÁ CHEIRA MAL !

António Garrochinho
VAMOS LÁ A VER !

NÃO SABIAM TODOS OS PARTIDOS QUE DOMINGUES TINHA QUE APRESENTAR A DECLARAÇÃO DOS SEUS RENDIMENTOS NA AR ?

PORQUE CARGA DE ÁGUA NÃO DEVERIAM, NÃO DEVEM, SER TORNADO PÚBLICOS ESSAS ENORMIDADES SALARIAIS NUM PAÍS ONDE A DIREITA ARRILHA O DENTE POR CAUSA DE MEIA DÚZIA DE TOSTÕES NO AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO E ONDE TODOS TEMOS QUE DECLARAR O QUE GANHAMOS ?

SÓ A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PODERIA MUDAR A LEI ATRAVÉS DE LEGISLAÇÃO PARA QUE NÃO FOSSE OBRIGATÓRIO QUE OS SENHORES ADMINISTRADORES MOSTREM OS FARAÓNICOS SALÁRIOS COM QUE SÃO PREMIADOS ?

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME ! QUE TINHA, QUE TÊM ESSES SENHORES A ESCONDER ?

É VERGONHOSO MENTIR NUMA COMISSÃO DE INQUÉRITO MAS NÃO É ESSA A PRÁTICA HÁ DÉCADAS E DÉCADAS PELOS PARTIDOS DO ARCO DA (DES)GOVERNAÇÃO ?

OS ACORDOS DE CAVALHEIROS, AS JOGATINAS, A TRAFULHA DE OCULTAR AO POVO A VIDA DESSA GENTE DE ORDENADOS DOURADOS PODEM SOBREPOR-SE À LEI ?

OS PAFIOSOS NÃO ESTÃO INTERESSADOS NO DOMINGUES MAS SIM EM DERRUBAR O GOVERNO PS E A "GERINGONÇA" PARA LÁ DA GRANDE DOR DE NÃO TEREM CONSEGUIDO PRIVATIZAR A CGD. NADA MAIS !

O RESTO É AREIA PARA OS OLHOS DOS PORTUGUESES ASSIM COMO FOI A ATITUDE DE ANTÓNIO COSTA EM CAMUFLAR TODO O PROCESSO APROVEITANDO A ÉPOCA BALNEAR.

MARQUES MENDES, RANGEL E A CANALHA NEO LIBERAL FAZEM BEM O SEU TRABALHO DE CONFUNDIR O POVO COM A CONIVÊNCIA DO JORNALIXO QUE QUER PERPETUAR A MAMA E O LUCRO MENTINDO AOS PORTUGUESES.
António Garrochinho
11
Fev17

Morre aos 105 anos a jornalista que noticiou em primeira mão o início da Segunda Guerra Mundial

António Garrochinho

Morreu terça-feira (10) Janeiro a correspondente de guerra britânica que noticiou pela primeira vez o início da Segunda Guerra Mundial. Aos 105 anos, Clare Hollingworth, responsável por um dos maiores furos de reportagem da História, estava em Honk Kong, onde morava, quando faleceu.
Em sua carreira, a jornalista também ajudou milhares de refugiados a fugir do nazismo. Em seu último aniversário, uma das refugiadas que ajudou enviou uma mensagem de agradecimento a Clare. Antes mesmo de ser jornalista, Clare Hollingworth era ativista política e trabalhou para o Comitê Britânico de Refugiados - em Katowice, na Polónia, ajudava no envio de refugiados à Grã-Bretanha. Estima-se que a jornalista tenha negociado o visto de entrada no Reino Unido para aproximadamente 3 mil pessoas.
Credencial da jornalista Clare Hollingworth, que em 1939 presenciou e noticiou a invasão das tropas nazistas na Polônia. |


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Em seu último aniversário, Clare Hollingworth recebeu de presente a mensagem de uma refugiada que ajudou a fugir do nazismo. 

Em 1939, Clare reportou o avanço de blindados alemães na fronteira com a Polónia. Ela viu os tanques e veículos militares em território alemão após ter usado o carro de um diplomata para chegar até lá. Dias mais tarde, com a invasão dos nazistas, ela telefonou para diplomatas britânicos e para o jornal em que trabalhava, o renomado diário inglês Daily Telegraph, para alertá-los do início dos conflitos. Para mostrá-los a gravidade dos confrontos, pendurou o telefone na janela para que pudessem ouvir os barulhos.
Muito interessada em entender as guerras, teve uma carreira de grande sucesso nos campos de batalha dos maiores conflitos do mundo. “Eu tenho um interesse apaixonado por guerra, e se alguém é interessado assim pela guerra não pode evitar estar nela. Eu aprecio cada momento”, disse a jornalista em uma entrevista.
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Após trabalhar nos anos 1970 em Pequim, Clare viveu os últimos quarenta anos da sua vida em Honk Kong. Além da Segunda Guerra Mundial, a jornalista relatou os conflitos no Vietnã, Argélia e no Oriente Médio.
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Clare Hollingworth na cobertura da Guerra do Vietname, um dos conflitos que cobriu.



gazetadopovo.com.br
11
Fev17

A corrida pela bomba atómica

António Garrochinho

A corrida pela bomba atômica

Nos bastidores da Segunda Guerra Mundial, físicos nucleares a serviço dos Aliados e dos nazistas travaram uma das maiores batalhas científicas da história: a busca pela arma definitiva



François Kersaudy

Enrico Fermi, um dos pais da bomba atômica americana, em seu laboratório na Universidade de Chicago
No início do século XX, a pesquisa atômica era uma aventura emocionante, cuja única finalidade era desvendar os grandes segredos da matéria. Essa nova ciência tinha seus templos e papas: Ernest Rutherford em Cambridge, Niels Bohr em Copenhague, Max Born e Jacob Franck em Göttingen, Marie Curie em Paris e Albert Einstein em Berlim. Seus discípulos constituíam uma espécie de fraternidade poliglota de jovens superdotados: os ingleses John Cockcroft e Ernest Walton; os russos Georgi Gamow e Piotr Kapitza; os alemães Carl Friedrich von Weiszäcker, Otto Hahn e Werner Heisenberg; os austríacos Fritz Houtermans e Lise Meitner; os americanos Linus Pauling e Robert Oppenheimer; os italianos Enrico Fermi e Emilio Segrè, os húngaros Leo Szilard, Edward Teller e Eugene Wigner e os franceses Irene Curie e Frédéric Joliot.

Os pesquisadores mais experientes e ilustres, como Marie Curie, Ernest Rutherford, Niels Bohr e Albert Einstein, haviam aberto o caminho no início do século com a descoberta da radioatividade do rádio, a descrição do núcleo do átomo e do elétron e, evidentemente, a teoria da relatividade. Seus discípulos dariam continuidade aos trabalhos: em 1932, o inglês James Chadwick comprovou a existência do nêutron. Dois anos depois, Frédéric e Irène Joliot-Curie geraram radioatividade artificial bombardeando átomos de alumínio com partículas alfa (ver glossário), enquanto o italiano Enrico Fermi utilizaria os nêutrons descobertos por Chadwick para bombardear o urânio, desencadeando assim uma emissão de energia. Em 1938, os alemães Otto Hahn e Fritz Strassman, com base na experiência de Fermi, provocariam a cisão do núcleo de urânio em duas partes, como conseqüência da emissão de nêutrons desacelerados. Caberia, enfim, à austríaca Lise Meitner e a seu sobrinho Otto Frisch medir a intensidade da energia assim emitida, e dar ao fenômeno um nome: a fissão.

Tudo isso só foi possível graças a uma colaboração exemplar entre os centros de pesquisa do mundo inteiro. Porém, a partir dos anos 30, essa cooperação internacional não conseguiria resistir ao nacional-socialismo. Na Alemanha de Hitler, a economia, a indústria e a pesquisa militarizaram-se progressivamente, isolando-se do mundo exterior.

Niels Bohr (à esq.) e Albert Einstein em 1925. Durante a guerra, os dois papas da física nuclear trabalharam para lados opostos: Einstein para os Aliados e Bohr para os nazistas
As relações com os pesquisadores estrangeiros foram definitivamente cortadas em 1939. Bem antes disso, porém, a pesquisa atômica alemã seria violentamente atingida pelas perseguições anti-semitas, que excluíram os judeus dos serviços públicos na Alemanha a partir de 1933. Inicialmente, o regime evitou perseguir os físicos mais renomados, mas as humilhações e as intimidações organizadas pelos militantes nazistas não os pouparam e, entre 1933 e 1939, os principais pesquisadores alemães partiram para o exílio: Albert Einstein, Max Born, Jacob Franck, Fritz Haber, Leo Szilard, Edward Teller, Eugene Wigner, Hans Bethe, John Von Neumann, Stanislaw Ulman, Lise Meitner, Klaus Fuchs, Otto Frisch, Rudolf Peierls e muitos outros.

A partir de 1938, o regime de Mussolini, imitando servilmente o de Hitler, promulgou suas próprias leis racistas. Como a esposa do maior físico italiano, Enrico Fermi, era judia, ele também emigrou e seus colegas do Grupo de Roma o seguiram.

Muitos desses emigrados foram para os Estados Unidos, pois o país possuía universidades e laboratórios muito bem equipados, permitindo que os cientistas continuassem seus trabalhos em boas condições. Além disso, Albert Einstein havia imigrado para lá em 1933, o que influenciou seus colegas. Assim, Teller, Wigner, Bethe, Franck, Szilard, Fermi, Segrè, Ulman e Von Neumann desembarcaram, um por um, no Novo Mundo.

Esses pesquisadores, no entanto, não deixaram de se interessar pelo que se passava no Velho Continente. Enquanto físicos nucleares compreenderam imediatamente as implicações da descoberta de Hahn e Strassmann: caso essa fissão que gerava uma grande quantidade de energia pudesse ser reproduzida várias vezes por meio de uma reação em cadeia, a tecnologia poderia permitir a fabricação de um potente artefato explosivo. Sendo judeus, sabiam que Hitler não deixaria de utilizar essa descoberta para aniquilar seus adversários.

A física austríaca Lise Meitner (à esq.) e o químico alemão Otto Hahn trabalhando juntos em Berlim nos anos 20
Em março de 1939 surgiu o primeiro indício de que as previsões dos físicos alemães estavam corretas. Ao ocupar a Tchecoslováquia, os nazistas interromperam as exportações de minério de urânio proveniente das minas de Joachimsthal. Até então, esse minério servia apenas para colorir o cristal da Boêmia e fabricar letreiros luminosos. A interrupção das exportações só poderia significar que a Alemanha pretendia utilizar o urânio exclusivamente para a pesquisa atômica.

Nessa época, Szilard e os físicos exilados nos Estados Unidos já estavam convencidos de que os alemães estavam construindo sua própria bomba. Diante disso, o pesquisador se convenceu de que “só nos restava uma coisa a fazer: desenvolvermos a nossa”. O plano, porém, esbarrava no orçamento limitado dos laboratórios nos quais trabalhavam esses refugiados. Era preciso fazer com que o governo americano se interessasse pelo assunto.

O contato entre os físicos e o governo dos Estados Unidos foi um refugiado judeu chamado Alexandre Sachs, que trabalhava como conselheiro econômico do presidente Franklin Roosevelt. Após uma reunião com Szilard no final de julho de 1939, Sachs decidiu preparar uma carta redigida a quatro mãos (por ele, Szilard, Teller e Einstein) que deveria ser entregue ao presidente Roosevelt. O objetivo era convencer as autoridades militares americanas a financiarem as pesquisas atômicas no país.

O documento foi assinado pelo próprio Albert Einstein e entregue a Roosevelt no dia 11 de outubro de 1939, cinco semanas depois do início da guerra na Europa. A carta informava sobre a possibilidade de desenvolver a bomba atômica e alertava sobre o suposto estado adiantado das pesquisas na Alemanha, pedindo, ao final, uma “ação rápida da parte dos poderes públicos”.
DEPARTAMENTO DE ENERGIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Uma das instalações do Projeto Manhattan, a usina de Oak Ridge era responsável pela separação isotópica do urânio 235. Ao lado dos laboratórios de Hanford e Los Alamos, formava o complexo construído para fabricar a bomba atômica nos Estados Unidos
Em resposta à carta, Roosevelt criou um comitê consultivo para o urânio que contaria com representantes do exército e da marinha – todos americanos – e teria Szilard, Fermi, Teller, Wigner e Sachs como membros associados. Seria concedida uma soma de 6 mil dólares para as pesquisas iniciais. Tudo isso era evidentemente simbólico e teria continuado assim se o destino não tivesse seguido por outros caminhos.

ALERTA VERMELHO
 
Enquanto a comunidade de físicos exilados nos Estados Unidos pressionava Roosevelt, um grupo de cientistas também alertava o governo britânico. Em março de 1940, dois físicos nucleares exilados na Inglaterra, Otto Frisch e Rudolf Peierls, enviaram ao conselheiro científico do Ministério da Aviação britânico, sir Henry Tizard, um memorando no qual mencionavam, pela primeira vez, a possibilidade de construir uma super-bomba produzindo uma explosão equivalente a mil toneladas de dinamite.

Diante do alerta, os ingleses também criaram um comitê consultivo, o Maud Committee. Inicialmente céticos quanto à possibilidade de desenvolver a bomba atômica, os britânicos mudaram de opinião depois que os serviços de informação de Sua Majestade detectaram indícios do avanço das pesquisas alemãs: em agosto de 1939, Werner Heisenberg, aluno de Niels Bohr e Prêmio Nobel de Física, foi nomeado diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Berlim, o principal centro de pesquisas nucleares alemão. Ao mesmo tempo, o instituto foi requisitado pelo Hilfswaffenamt, o escritório de armas auxiliares nazista. Também se soube, na primavera de 1940, que agentes alemães haviam tentado comprar dos noruegueses toda sua produção de água pesada (ver glossário), que só poderia servir para a fabricação da bomba.

Em agosto de 1941, Winston Churchill finalmente deu sinal verde ao programa atômico inglês, que a partir de então recebeu o codinome de Tube Alloys. Contudo, a batalha do Atlântico estava no auge, e os meios materiais e financeiros continuavam insuficientes para concluir um projeto de tamanha envergadura.

O físico Robert Oppenheimer (à esq.) e o general Leslie Groves visitam uma área de testes atômicos no deserto do Novo México
A solução viria de um membro do Maud Committee, o professor Marcus Oliphant. Em visita aos Estados Unidos algumas semanas depois, esse físico australiano causou pânico nas altas esferas americanas ao assegurar que os alemães empregavam recursos consideráveis para obter uma reação em cadeia, e que a Inglaterra corria o risco de ser incinerada antes que seus próprios trabalhos pudessem frutificar. Disse-lhes que somente os Estados Unidos, com seus meios consideráveis e seu território a salvo da guerra, seriam capazes de ter êxito. Entre os ouvintes, estava o físico Vannevar Bush, diretor do Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento Científico, que supervisionava o comitê consultivo para o urânio.

Bush enviou dois físicos americanos para se informarem do estado dos trabalhos na Grã-Bretanha, e, no dia 9 de outubro de 1941, ele explicou a situação ao presidente americano: “A vitória será de quem tiver a bomba primeiro”. Se fossem os nazistas, a Grã-Bretanha seria riscada do mapa e os Estados Unidos deveriam capitular antes mesmo de entrar na guerra. Desta vez, Roosevelt entendeu: era uma questão de vida ou morte. O presidente decidiu criar imediatamente o Top Policy Group, um comitê restrito composto por ele mesmo, o vice-presidente Henry Wallace, o ministro da Guerra, Henry Stimson, o chefe do estadomaior, George Marshall e os físicos Bush e James Bryant Conant. Nada de fazer economias: o programa gozaria de um fundo ilimitado. Dois dias depois, Roosevelt escrevia para Churchill propondo-lhe “uma ação conjunta”.

Nessa nova etapa das pesquisas, os cientistas americanos e imigrados, que até então desenvolviam suas pesquisas de modo isolado, deveriam coordenar seus trabalhos a fim de produzirem uma reação em cadeia controlada até julho de 1942.

No dia 20 de junho de 1942, Roosevelt e Churchill reuniram-se em Hyde Park, Nova York. Os relatórios dos cientistas indicavam que o princípio de uma reação em cadeia controlável estava definitivamente ao alcance dos pesquisadores. Os dois líderes, então, selaram um acordo segundo o qual as usinas de produção seriam construídas nos Estados Unidos e os ingleses instalariam um centro de pesquisas urânio-água pesada perto de Montreal.

A hora da verdade: os Aliados temiam que os nazistas respondessem ao desembarque na Normandia com um ataque nuclear
AMEAÇA CLARA 
Os Aliados corriam contra o relógio. Os serviços de informação britânicos haviam descoberto que as forças de ocupação alemãs na Noruega exigiam que a produção de água pesada do complexo hidrelétrico de Vemork, na região de Telemark, passasse de uma e meia para cinco toneladas por ano. A ameaça era clara e os Aliados decidiram destruir a usina de Vemork.

A primeira tentativa, realizada no final de 1942, foi um fracasso. Trinta e seis soldados ingleses foram capturados e executados pelos alemães e o plano de ataque a Vemork foi descoberto pela Gestapo, que encontrou mapas da região com um círculo vermelho em torno da usina junto de um dos cadáveres. O objetivo só seria alcançado em fevereiro de 1943, quando um grupo de seis agentes secretos do Serviço de Operações Especiais inglês na Noruega se infiltrou na usina e plantou uma série de explosivos que destruíram todos os aparelhos da instalação, além de meia tonelada de água pesada.

A notícia foi recebida com entusiasmo em Washington, cujas pesquisas atômicas vinham progredindo a passos largos. O programa agora era supervisionado pelo exército americano e fora batizado com um nome que entraria para a história: Projeto Manhattan. À frente da empreitada estava o general de brigada Leslie Groves, que convenceu os grandes industriais americanos a colaborar com o projeto antes mesmo de as pesquisas apresentarem resultados concretos.

Mas o produto de tamanho esforço científico não demoraria a aparecer. No dia 2 de dezembro de 1942, Enrico Fermi e sua equipe, em seu gigantesco laboratório instalado debaixo do estádio da universidade de Chicago, conseguiram pela primeira vez uma reação em cadeia controlada. O sucesso da experiência não surpreendeu Fermi, mas o efeito que produziu nas altas esferas políticas e militares foi considerável. No fim do mesmo mês, foi dado o sinal verde para a organização de três imensos centros de pesquisa e de produção: “X”, em Oak Ridge, no Tennessee, onde seriam construídas duas usinas de separação isotópica do urânio 235; “W”, em Hanford, no estado de Washington, onde seriam construídas as grandes pilhas de grafite produtoras de plutônio; e “Y”, em Los Alamos, no Novo México, o “campo de concentração dos Prêmios Nobel”, onde um milhão de cientistas trabalhariam no desenvolvimento da bomba em si, sob direção do jovem físico Robert Oppenheimer, que fora aluno de Ernest Rhuterford, Niels Bohr e Jacob Franck.

Após meses de discussão, o governo americano decidiu lançar a bomba atômica sobre o Japão. Acima, o bombardeio de Nagasaki em 9 de agosto de 1945
Toda a operação era coberta por um véu de segredo tão espesso que os próprios cientistas – todos eles usavam pseudônimos – tinham dificuldades para se comunicar entre si. Suas famílias eram isoladas e os parlamentares e a maioria dos membros do governo americano eram mantidos na mais completa ignorância do que se estava tramando.

O clima de segredo absoluto chegou a tal ponto que, em janeiro de 1943, os americanos suspenderam o intercâmbio de informações com os britânicos. A decisão provocou a ira de Churchill e sete meses depois Roosevelt acabaria voltando atrás: o estado adiantado das pesquisas na Alemanha provocava novamente sérias preocupações.

Há algum tempo Hitler referia-se a terríveis armas secretas em seus discursos, e os aviões de reconhecimento aliados haviam detectado instalações equipadas com rampas de lançamento de foguetes na costa báltica e no norte da França. Mais grave ainda: descobriu-se, no começo do verão de 1943, que os alemães haviam reativado a usina de Vemork, que passara a produzir mais água pesada do que antes da sabotagem de fevereiro.

Tudo isso gerou uma onda de pânico em Londres e Washington. O próprio general Groves deduziu que Hitler estava muito próximo de fabricar a bomba e persuadiu os chefes militares americanos a bombardear novamente Vemork. Novo fracasso: as mil toneladas de bombas lançadas sobre a usina, em 16 de novembro de 1943, mataram 22 civis e causaram danos insignificantes à instalação.

O revés na Noruega aumentou a tensão entre os Aliados, e uma descoberta dos serviços secretos britânicos deixou americanos e ingleses ainda mais preocupados: na Copenhague ocupada pelos alemães, o dinamarquês Niels Bohr, Prêmio Nobel e amigo pessoal do rei Cristiano X, levava adiante suas pesquisas sobre a fissão nuclear auxiliado por pesquisadores judeus refugiados que acolhera em seu instituto. A Gestapo o deixava trabalhar em paz, ele tinha discípulos alemães, e físicos como Heisenberg ou Von Weiszäcker, que trabalhavam no programa nuclear alemão, vinham consultá-lo.
A pedido dos serviços secretos britânicos, seu eminente colega, sir James Chadwick conseguiu enviar-lhe um discreto recado para que interrompesse suas atividades na Dinamarca e as continuasse na Grã-Bretanha, mas Bohr recusou o convite, afirmando que seu dever era proteger a liberdade das instituições científicas e garantir a segurança dos cientistas exilados.

Perigosíssimos trabalhos seriam então levados adiante no instituto de pesquisa teórica de Copenhague. Os cientistas do Projeto Manhattan eram alunos do primário em comparação com Niels Bohr, e ninguém duvidava que esse professor dinamarquês seria capaz de dar aos alemães, de forma completamente involuntária, todos os elementos que ainda lhes faltavam para finalizar a arma suprema.

O FATOR BOHR 
Foi mais uma vez o fanatismo dos nazistas que salvaria os Aliados. Em agosto de 1943, as autoridades da ocupação organizaram um golpe em Copenhague e o próprio rei Cristiano X ordenou a Niels Bohr que deixasse o país. Após uma fuga via Suécia, Bohr chegou a Londres e os britânicos imediatamente encararam a difícil tarefa de convencer esse pacifista irredutível a participar do Projeto Manhattan.

No final de janeiro de 1944, a resistência norueguesa comunicou a Londres uma informação inesperada: após o bombardeio de novembro, os alemães, julgando a usina de Vemork pouco segura, decidiram enviar todo seu equipamento para a Alemanha. Assim, na manhã do dia 20 de fevereiro de 1944, a balsa que transportava para a Alemanha 39 contêineres de água pesada e 184 tubos de eletrólise, foi sacudida por uma gigantesca explosão provocada pelos sabotadores britânicos e afundou em quatro minutos. No dia seguinte, Washington e Londres suspiraram de alívio. Assim como em Oak Ridge e Los Alamos, onde os cientistas americanos trabalhavam em ritmo acelerado, auxiliados por seus colegas britânicos e físicos de 11 outras nacionalidades – entre os quais, um eminente professor dinamarquês dissimulado sob o pseudônimo de Nicolas Baker.

Os Aliados, porém, ainda não estavam tranqüilos. Temiam que os nazistas respondessem ao desembarque na Normandia com um ataque nuclear. Mas suas preocupações eram infundadas: quando as tropas do general George Patton ocuparam Estrasburgo em novembro de 1944, um destacamento responsável por averiguar qual era o real estágio das pesquisas atômicas nazistas descobriu que os alemães estavam muito atrasados em relação aos americanos.
Os militares americanos chegaram a essa conclusão ao confiscar documentos que também indicavam a localização dos centros de pesquisa nuclear alemães: Oranienburg, Heidelberg, Frankfurt e Haigerloch, que seriam todos ocupados entre março e maio de 1945. Em Haigerloch, descobriu-se um reator em um subsolo: só lhe faltavam 700 litros de água pesada para atingir sua massa crítica. Um a um, os físicos alemães foram presos: Hahn, Von Laue, Bethe, Gertner, Guerlach, Diebner, Von Weiszäcker e finalmente Heisenberg. Seu interrogatório confirmaria que a Alemanha nunca esteve em condições de construir a bomba, e isso por pelo menos meia dúzia de razões: rivalidade entre as equipes, falta de água pesada, destruições contínuas devido aos bombardeios, hostilidade tenaz de vários físicos em relação a Hitler e seu regime, orçamento insuficiente, falta de pessoal, e principalmente, desinteresse do Führer, que não tinha entendido nada do problema e mandara concentrar os trabalhos nos foguetes V1 e V2.

A partir de março de 1945, as informações obtidas na Alemanha começaram a se espalhar entre os cientistas de Los Alamos. Alguns ficaram aliviados, outros consternados. Leo Szilard chegou a tentar convencer Roosevelt a desistir do projeto de construir a bomba, mas já era tarde: o presidente morreu no dia 12 de abril de 1945, deixando para seu vice, Harry Truman, o maior segredo dos Estados Unidos.

Quando chegou à Casa Branca,Truman foi surpreendido primeiro pela notícia de que seu país possuía uma bomba de efeitos aterradores e, em seguida, que teria de decidir se ela deveria ou não ser usada na invasão do Japão. O novo presidente ordenou imediatamente a criação de um comitê para discutir a questão, formado pela alta cúpula do governo, das Forças Armadas e por três homens do Projeto Manhattan: Vannevar Bush, Karl Compton e James Conant. Outros quatro físicos seriam consultados: Robert Oppenheimer, Enrico Fermi, Arthur Compton e Ernest Lawrence. No dia 1º de junho de 1945 o comitê finalmente emitiu seu parecer: “A bomba será usada contra o Japão, o mais rapidamente possível”. Sabemos o que veio depois.

GLOSSÁRIO

PARTÍCULAS ALFA: Partículas carregadas positivamente, emitidas pelo núcleo de um átomo

ÁGUA PESADA: A partir da água, a eletrólise permite obter hidrogênio destinado à fabricação de amoníaco. A água pesada é um subproduto desse processo e serve como elemento “moderador” que desacelera os nêutrons emitidos para quebrar o núcleo dos átomos de urânio.
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11
Fev17

Receitas históricas Livro de James Winter traz 50 pratos clássicos e sua relação com a história, a exemplo do quitute que ajudou uma Inglaterra em racionamento a ganhar a Segunda Guerra Mundia

António Garrochinho

Conde de Woolton com a esposa: um nobre a serviço da alimentação dos britânicos
James Winter é produtor e apresentador do programa Saturday Kitchen, na BBC inglesa e, ao presenciar uma discussão sobre quem seria o príncipe que emprestara o nome à vitela Orloff, teve a ideia de escrever um livro, contando as origens de alguns dos pratos mais clássicos da culinária mundial. O resultado é o delicioso Quem colocou o filé no Wellington? (Melhoramentos). Entre as páginas dedicadas a pratos como a salada Caesar, a torrada Melba, o frango Marengo, as ostras à Rockefeller e a pizza Margherita, o difícil é saber o que é mais apetitoso: se as histórias dos pratos – algumas vezes, em registros nos quais fatos e versões um tanto fantasiosas se misturam – ou as receitas. Exemplo é a Torta Woolton, que fala muito sobre a resistência britânica durante a Segunda Guerra Mundial. Com a palavra, James Winter.


A torta Woolton não traz boas lembranças para a maioria dos ingleses. Era e ainda é uma torta de legumes. É simples, bem britânica, mas ajudou o país a ganhar a guerra. Por isso, vale a pena ser homenageada. Quando, em 1939, a Europa foi empurrada para a frente de batalha pela segunda vez em pouco mais de duas décadas, grande parte da produção britânica de alimentos foi desviada para alimentar tropas. Importar comida tornou-se muito mais difícil também, o que deixou a nação olhando para armários cada dia mais vazios. Mas a necessidade é a mãe da invenção. Tempos de adversidade sempre incentivam as pessoas criativas.

A necessidade de assegurar que haveria o suficiente para todos fez com que o governo britânico criasse o Ministério da Alimentação, que se encarregou de conduzir o sistema de racionamento de forma que fosse bom e justo. Em 1940, o responsável era Frederick James Marquis, primeiro conde de Woolton. Antigo chefe da loja de departamentos Lewis em Liverpool, ele sabia dar ao mercado o que ele queria. Mas o racionamento só pemitia dar um ovo fresco por semana para cada civil, além de 50 g de manteiga, 100 g de came e bacon e 50 g de queijo. Açúcar, chá e Ieite também estavam racionados. Se as pessoas tinham de se adaptar a esses novos planos de austeridade, o trabalho era fazer com que o remédio fosse aceito com campanha positiva.

A única coisa que os britânicos tinham em abundância eram os legumes, e a nação já tinha sido chamadapara “cavar a vitória”. Cada pedaço de  terra, inclusive parques, quadras de tênis e até mesmo a fossa da Torre de Londres, foi usado para cultivar legumes. Mas como o Ministério da Alimentação poderia manter as pessoas entusiasmadas diante dos poucos encantos dos legumes?

Woolton tinha duas cartas na manga. Primeiro alistou Elsie e Doris Waters, principais estrelas da música no país, para cantar as virtudes do Pete Batata e do Dr. Cenoura. Nos cinejomais e no rádios, as pessoas ouviam músicas assim: “E quando suas costas doem, ria com alegria e continue cavando ate que possamos dar uma descompostura no inimigo. Cave! Cave! Cave rumo a vitória!”.

Os destaques eram os grandes aliados do período de guerra: a batata e a cenoura. O Dr. Cenoura sempre era visto carregando sua maleta de vitamina A e o Pete Batata lembrava que não precisava de navio para chegar à mercearia. Doces em geral eram muito raros e Woolton conseguiu – algumas vezes – convencer as crianças de que as cenouras eram boa alternativa. Qualquer homem que consiga convencer uma criança a comer cenoura no palito em vez de um picolé merece todos os elogios!

A segunda carta na manga de Woolton foi a criatividade de Francis Latry, chef do Hotel Savoy. Ajudado por um time que criava e testava pratos com os poucos ingredientes que tinham bom suprimento, Latry trabalhou para desenvolver algo que fosse saboroso, saudável e fácil de preparar. O alistamento de Latry deu às receitas um toque profissional: afinal, aí estava um homem acostumado a servir a realeza e as superestrelas.

O que ele apresentou foi uma mistura de cubinhos – batata, couve-flor, nabo, cenoura e cebolinha – cozidos com pouca água, aveia e essência de vegetais, depois coberto por uma massa de farinha de trigo ou fatias de batata. Era rudimentar, para dizer o mínimo, mas resolveu o problema. Só faltava ser vendido.

Woolton partiu para a ofensiva. Onde quer que se fosse, pedia a torta de vegetais que levava seu nome. Lugares públicos baratos para comer foram abertos com o nome de “Restaurantes Britânicos”. Todos serviam a torta Woolton com outros pratos que eram mais ricos em proteína. A voz de Woolton encheu as ondas de rádio exaltando as maravilhas da sua torta e sobraram pôsteres anunciando que todos deveriam comer legumes. Aos poucos, mas com persistência ele convenceu as pessoas de que os legumes eram comida boa e saudável.

O racionamento continuou até 1954, cerca de nove anos após o fim da guerra. Não surpreende que assim que puderam as pessoas deixaram de lado a torta Woollon, mas o papel que teve em manter uma nação alimentada não pode ser subestimado. No mundo moderno, onde sofremos pressões para comer nossa quota diária de legumes, é bom lembrar do homem que usou seu dom para a publicidade para tornar batatas e cenouras divertidas. Apesar de todas as restrições, não há dúvida de que comíamos de forma mais saudável 70 anos atrás do que hoje.
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11
Fev17

Antes de Hollywood, a URSS A atuação russa foi a mais decisiva para a derrota da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra.

António Garrochinho

. O papel dos americanos foi sobrevalorizado posteriormente, com a Guerra Fria e o fim do regime comunista

Infantaria soviética em posição de defesa: resistência feroz aos nazistas definiu, mais do que qualquer outro fator, os rumos do conflito
por Dennison de Oliveira

Decorridos quase 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) não resta mais dúvida entre os historiadores sobre qual das potências participantes do conflito deu a maior e mais importante contribuição para a derrota da Alemanha nazista: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Das 783 divisões de diversos tipos (infantaria, blindada, paraquedista, etc.) que a Alemanha e os países que com ela se aliaram foram capazes de mobilizar, nada menos de 607 (77,5%) foram destruídas pelos soviéticos. Os demais países participantes da coalizão que venceu a guerra (os “Aliados”) foram responsáveis pela destruição das outras 176 divisões (22,5%).

Esses fatos contrastam com a percepção que a maioria das pessoas, mesmo as bem informadas e que mantêm interesse permanente pela história, tem daquele conflito. Para um grande número de membros da audiência dos filmes rodados em Hollywood desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foram os Estados Unidos da América (EUA) que mais contribuíram para a der-rota do nazismo. Para essas pessoas, o desembarque na Normandia teria decidido a guerra e promovido o início da libertação da Europa do nazismo. No limite, teriam sido os norte-americanos a matar o próprio Adolf Hitler. No início do século XXI pode-se afirmar que a memória da contribuição ocidental – em especial dos EUA – à vitória na luta contra o nazi-fascismo ofuscou as lembranças afetas à decisiva participação dos soviéticos.

Uma avaliação objetiva da contribuição dos aliados ocidentais (EUA, Grã-Bretanha, etc.) para a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial pode ser feita a partir de diferentes indicadores. No que diz respeito à produção de armas veículos e munições – fundamental para a vitória numa prolongada guerra entre coalizões de países na era industrial –, não pode haver dúvida sobre a importância central dos EUA. Sendo a maior potência industrial do planeta, somente os Estados Unidos poderiam ter alcançado a capacidade de fabricar um navio por dia e um avião a cada cinco minutos, como de fato o fizeram durante quase toda a guerra, abastecendo suas forças e as dos países aliados. A própria URSS recebeu alimentos, matérias-primas, fábricas inteiras, tanques, barcos e aviões dos Aliados. As estimativas sobre a participação dessas doações na composição do total dos efetivos soviéticos variam entre 10 e 15%.

Embora o volume de produção industrial dos EUA fosse superior ao de qualquer outra nação, os demais países aliados também deram contribuições expressivas. No crítico ano de 1942, os Aliados produziram 101.519 aviões, dos quais 47.836 norte-americanos (47,12%), 25.436 soviéticos (25,05%), 23.672 (23,31%) britânicos e 4.575 (4,5%) fornecidos pelos países da Comunidade Britânica. A Alemanha nazista, em contrapartida, produziu apenas 15.409 aparelhos naquele ano. Via de regra, dali por diante, em se tratando das principais armas empregadas naquele conflito (tanques, canhões autopropulsados, artilharia, etc.), a produção alemã seria equivalente apenas à metade do que produziam os soviéticos.

O ano 1943 é considerado como o mais decisivo para o desfecho da guerra, por conta das decisivas batalhas que foram travadas na frente russa: a rendição final das tropas alemãs cercadas em Stalingrado (2 de fevereiro) e a Batalha de Kursk, o maior combate de tanques da história (4 a 22 de julho). A essas batalhas tidas como definidoras, sob todos aspectos, devem-se acrescentar as importantes operações militares desenvolvidas pelos russos que culminaram na libertação da maior parte do território da URSS, o fim do prolongado cerco de Leningrado pelos nazistas (de 8 de setembro de 1941 a 27 de janeiro de 1944) e a destruição de tropas alemãs em escala maciça. Foi também em 1943 que americanos, com apoio dos britânicos, invadiram a Europa ocupada pelos nazistas pela primeira vez, com o início da campanha da Itália.
Adolf Hitler e Benito Mussolini passam tropas em revista durante visita do ditador alemão a Veneza, na Itália
Ainda assim era na frente russa que a Alemanha nazista mantinha a grande maioria dos seus efetivos todo o tempo. Em 1943, havia pouco mais de 4 milhões de militares alemães e 283 mil soldados de países aliados da Alemanha combatendo 5,5 milhões de militares soviéticos. Na mesma época, havia outros 3 milhões de soldados alemães em tropas de ocupação na Europa, onde havia diferentes graus de resistência armada ao domínio nazista. A outra frente de combate aberta contra a Alemanha nazista foi a invasão anglo-americana da Itália. A península italiana apresentava características geográficas e climáticas que muito dificultavam o avanço aliado. Ali, os alemães foram capazes de oferecer uma resistência extremamente eficaz ao avanço inimigo, destinando à defesa da região àquela época apenas 412 mil soldados.

Tão pequena foi a contribuição da campanha italiana à derrota nazista que até mesmo os historiadores anglo-britânicos se recusam a se referir a esse teatro de operações como sendo a abertura de uma “segunda frente”. Para os fins práticos, a tão aguardada abertura de uma segunda frente de luta contra o nazismo foi mesmo o desembarque aliado na Normandia, em 6 de junho de 1944. Mas, mesmo os Aliados tendo desembarcado forças consideráveis na França ocupada pelos nazistas, o front principal continuava a ser o russo. Na França, os Aliados enfrentavam cerca de 58 divisões alemãs de diversos tipos, enquanto que os russos se confrontavam com 179 divisões alemãs e outras 49 de países aliados dela.

A tão propalada campanha aérea de bombardeios anglo-americanos contra o Terceiro Reich deu resultados muito menores do que os estimados na época. Embora tenham conseguido infligir considerável sofrimento humano à população alemã (600 mil civis alemães foram mortos em ataques aéreos dos Aliados, ou seja, dez vezes o número de cidadãos britânicos mortos em bombardeios aéreos alemães), o regime nazista conseguiu manter e até ampliar sua produção de material bélico. De fato, o auge da produção alemã de tanques e aviões, por exemplo, se dá em 1944 – justamente quando a campanha de bombardeios atingia o seu ápice em intensidade e eficácia. Onde os bombardeios ditos “estratégicos” que britânicos e americanos praticavam contra a Alemanha nazista deu algum resultado foi na in-versão de prioridades da indústria de armamentos alemã. Na fase final da guerra, nada menos de um terço da produção armamentista do Terceiro Reich era composta de armas e aeronaves dedicadas à defesa antiaérea (aviões de caça, canhões antiaéreos), em vez de armas ofensivas (tanques, aviões de bombardeio, etc) que permitissem à Alemanha retomar a iniciativa contra seus inimigos.

O que liquidou de fato a capacidade produtiva da indústria alemã foi a ocupação militar soviética. Com o recrudescimento da ação dos bombardeios aéreos anglo-americanos sobre a Europa Ocidental ocupada pelos alemães, o regime nazista tratou de transferir a maior parte das suas fábricas mais importantes – em especial as de tanques e aviões – para a Europa Oriental, principalmente a Polônia ocupada. Foi somente com a ocupação dessas áreas pelas forças armadas soviéticas no final de 1944 que a produção bélica alemã finalmente começou a entrar em colapso.
Catedral de Colônia, na Alemanha, aparentemente intacta, apesar de ter sofrido sérios danos em sua estrutura, após bombardeios. Em volta, prédios e pontes totalmente devastados

No decorrer de toda Guerra Fria (1945-1991) os Aliados ocidentais reunidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disputaram com a URSS e seus aliados do Pacto de Varsóvia a primazia da contribuição na luta contra o nazismo na memória coletiva. O súbito colapso do bloco socialista no início dos anos 1990 pôs fi m a essa disputa cultural. A partir daí, a memória da contribuição dos aliados ocidentais à destruição do nazismo pôde crescer quase que indefinidamente e, na ausência dos soviéticos, pratica-mente sem contestação. Considero sintomático do fenômeno as pomposas e extensas comemorações do cinquentenário do desembarque na Normandia (1994). Na ocasião, foram convidados chefes de estado de países membros da Otan, mas não se incluiu nenhum representante dos russos, tampouco da extinta URSS. Esse gesto de desconsideração deve ter soado ainda mais rude para os sobreviventes (e seus descendentes) das tremendas batalhas relacionadas à destruição do Grupo de Exércitos Centro (junho de 1944), tão importantes para aliviar a pressão alemã sobre os recém-desembarcados anglo-americanos. Nelas, os combatentes soviéticos infligiram 1,6 milhão de baixas às forças armadas alemãs, metade das quais irrecuperável. Isso representa quase dez vezes mais do que o total de baixas que os aliados ocidentais provocaram entre os alemães na campanha da Normandia.

A derrota da Alemanha nazista foi resultado dos esforços de milhões de pessoas em diferentes países. No final da guerra, a Alemanha se confrontava com uma guerra em três frentes (russa, ocidental e italiana), havia sido abandonada por todos países que com ela se aliaram, vivia sob ataques aéreos pesados e constantes contra os quais era incapaz de oferecer defesa eficaz e se obrigava a destinar recursos cada vez maiores a sufocar a resistência à ocupação por toda Europa. Contudo, entre os países que tomaram parte da coalizão que destruiu o nazismo, deve-se destacar a decisiva contribuição soviética. Em sua maior parte, a vitória foi mesmo resultado direto da ação dos civis e militares da antiga URSS.

DENNISON DE OLIVEIRA, historiador, mestre em ciências políticas e doutor em ciências sociais, é especialista em história militar.
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11
Fev17

A origem da internet

António Garrochinho


A origem da internet

A história da rede de computadores criada na Guerra Fria que deu início à Terceira Revolução Industrial




Equipe da empresa BBN Technologies que desenvolveu o servidor IMP, o que viabilizou o funcionamento da Arpanet

De acordo com o dicionário Houaiss, internet é “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum”. Ela nasceu no final dos anos 1960, em plena Guerra Fria, graças à iniciativa do Departamento de Defesa americano, que queria dispor de um conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros. Uma rede que fosse capaz de resistir a uma destruição parcial, provocada, por exemplo, por um ataque nuclear.

Para isso, o pesquisador Paul Baran concebeu um conjunto que teria como base um sistema descentralizado. Esse cientista é considerado um dos principais pioneiros da internet. Ele pensou em uma rede tecida como uma teia de aranha (web, em inglês), na qual os dados se movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar” caso as vias estivessem obstruídas. Essa nova tecnologia, sobre a qual também se debruçaram outros grupos de pesquisadores americanos, foi batizada de packet switching, “troca de pacotes”.

Em 1969, a rede ARPAnet já estava operacional. Ela foi o fruto de pesquisas realizadas pela Advanced Research Project Agency (ARPA), um órgão ligado ao Departamento de Defesa americano. A ARPA foi criada pelo presidente Eisenhower em 1957, depois do lançamento do primeiro satélite Sputnik pelos soviéticos, para realizar projetos que garantissem aos Estados Unidos a superioridade científica e técnica sobre seus rivais do leste.

A ARPAnet a princípio conectaria as universidades de Stanford, Los Angeles, Santa Barbara e de Utah. Paralelamente, em 1971, o engenheiro americano Ray Tomlinson criou o correio eletrônico. No ano seguinte, Lawrence G. Roberts desenvolveu um aplicativo que permitia a utilização ordenada dos e-mails. As mensagens eletrônicas se tornaram o instrumento mais utilizado da rede. A ARPAnet seguiu sua expansão durante os anos 1970 – a parte de comunicação militar da rede foi isolada e passou a se chamar MILnet.

O engenheiro da computação Leonard Kleinrock posa junto ao Arpanet
Outras redes, conectando institutos de pesquisas, foram criadas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Faltava estabelecer uma linguagem comum a todas. Isso foi feito com o protocolo TCP/IP, inventado por Robert Kahnet e Vint Cerf em 1974. A ARPAnet adotou essa padronização em 1976. E assim começou a aventura da web com seu primeiro milhar de computadores conectados. O afluxo de usuários engendrou um fenômeno de sobrecarga. Em 1986, uma nova rede foi lançada pela National Science Foundation. A ARPAnet se juntou a ela quatro anos mais tarde.

Uma etapa decisiva foi superada em 1990 com a criação, por um pesquisador do Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear em Genebra (Cern), Tim Berners-Lee, do protocolo HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) e da linguagem HTML (Hyper Text Markup Language), que permitem navegar de um site a outro, ou de uma página a outra. A World Wide Web (www) lançou seu voo, e a internet se abriu ao público, empresas particulares e privadas. Uma multidão de sites apareceu.

Com uma infraestrutura de comunicação teoricamente desprovida de autoridade central, a internet, todavia, seria gerida de um contrato com o governo americano, que havia financiado sua criação, e diversos órgãos que assegurariam seu crescimento. Foi o caso da Internet Assigned Numbers Authority (IANA), responsável pela gestão dos nomes dos domínios, o DNS (Domain Name System). Graças a ele, os endereços IP, constituídos de uma série de códigos (o endereço numérico atribuído a cada computador conectado à rede) são traduzidos em letras que compõem nomes identificáveis e memorizáveis.

Apesar de gerido pela IANA, o DNS sempre esteve sob controle do Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Em 1998, sua gestão foi confiada a uma organização californiana de direito privado, a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann). Em 2009, os contratos que ligavam a Icann ao Departamento de Comércio americano expiraram, e a empresa passou a ter mais autonomia. Sua missão é assegurar, dos Estados Unidos, a coordenação técnica do sistema de denominação. Deve promover também a concorrência e garantir a representação global das comunidades na internet. Os interessados em política mundial da rede podem participar de seus trabalhos, por meio de fóruns acessíveis em seu site na web.

Esse controle técnico e administrativo da internet nos Estados Unidos causa, porém, tensões internacionais. Desde 2003, a Organização das Nações Unidas (ONU) reclama uma gestão “multilateral, transparente e democrática, com a plena participação dos Estados, do setor privado, da sociedade civil e das organizações internacionais”. Em 2006, em decorrência de tal demanda, foi instituída uma estrutura de cooperação internacional, o Internet Governance Forum (IGF). Mas essa instância tem apenas papel consultivo. Ela deve, também, velar pela liberdade de difusão das inovações tecnológicas e ideias. Uma questão essencial, pois a internet se baseia no princípio de neutralidade, que exclui qualquer discriminação da fonte, destinatário ou conteúdo transmitido na rede.

Há três anos, a China criou uma "sub-rede", diretamente controlada pelo governo: ações como essa contrariam a ideia de uma internet livre para todos
Já existem mais de 2 bilhões de internautas no mundo, ou seja, um terço da população planetária. Os progressos da informática, associados aos do audiovisual e das telecomunicações, permitiram a criação de novos serviços. Depois do desenvolvimento de redes de banda larga com fio (ADSL e fibra óptica) e sem fio (wifi, Bluethooth e 3G), e da internet móvel (WAP), desenvolveram-se outras tecnologias e produtos da chamada “web 2.0”. Essa segunda geração se caracteriza por suas aplicações interativas (blogs, wikis, sites de compartilhamento de fotos e vídeos ou redes sociais), que renovaram a relação entre os usuários e os serviços de internet, criando o princípio de uma cultura compartilhada em rede.

Assim como a dominação americana da regulação técnica é vista por outros Estados como uma ameaça, o estabelecimento de controles nacionais por meio de sistemas que impedem o livre acesso à internet constitui também outro perigo político para as liberdades individuais.

Em janeiro de 2007, o especialista francês Bernard Benhamou anunciou em um artigo sobre as novas questões da governança da internet que a capacidade de fragmentação da rede apresenta riscos em relação ao plano industrial e político. Ele pensava particularmente na China, que tentou criar seu próprio sistema de endereçamento, independente do DNS. Uma maneira eficaz de bloquear a consulta de seus sites aos internautas de fora e de interditar à população chinesa o acesso aos sites externos.

Isso já é realidade. Há mais de três anos o servidor de nomes de domínios chineses não passa mais pela Icann, para que, de acordo com o governo chinês, seu povo possa aprender os ideogramas, em vez de palavras do alfabeto latino. Essa “sub-rede”, de acordo com a expressão do jornalista Hubert Guillaud, do jornal francês Le Monde, que recebe o nome poético de “escudo de ouro”, é diretamente controlada pelo governo chinês. Não há dúvidas de que esse tipo de internet do Império do Meio, que associa censura e controle, pode rapidamente ser copiado por nações que não utilizam o alfabeto latino. Isso teria como consequência a fragmentação da internet em múltiplas redes incompatíveis.

A “ciberguerra” que opôs Google e Pequim no início de 2010, quando o maior site de buscas do mundo ameaçou deixar o país após ser atacado por hackers chineses e constatar a invasão de contas de e-mails de ativistas de direitos humanos, fez do livre acesso à internet uma prioridade da política externa dos Estados Unidos. A internet se converteu em uma arma política da Casa Branca na luta pela preservação de sua hegemonia comercial e estratégica.

As recentes revoluções na Tunísia e no Egito mostraram o papel determinante da web, dos blogs e das redes sociais na queda de regimes ditatoriais. A internet se tornou “um Titã que ninguém pode conter”, como disse o jornalista tunisiano Taoufik Ben Brik, e essa nova ciber-resistência pode, se não mudar, pelo menos acelerar o curso da história.


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11
Fev17

PORTUGUÊS COMPRA A SUA PRÓPRIA ILHA E ESTABELECE COM SUCESSO O SEU PEQUENO REINO

António Garrochinho

Renato Barros, um português de 56 anos, conseguiu estabelecer seu próprio país ao adquirir uma pequena ilha no porto do Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. Nomeou-a Principado da Pontinha e ungiu-se príncipe "Renato II, o Justo". Pontinha, na verdade, tem 178 m2, onde moram apenas quatro cidadãos: Dom Renato, sua esposa, seu filho e filha. Além de seu passaporte Português, Barros tem um passaporte da Pontinha com o número 0001.

Português compra pequena ilha e estabelece com sucesso seu próprio reino
Professor de arte por profissão, Renato hoje também desempenha as funções de policial, jardineiro, zelador e membro da família real de seu próprio país.

  - "Eu sou o que eu quero ser - que é o sonho de todos, não é mesmo?", disse ele.   - "Se eu decidir que quero ter uma canção nacional, eu posso escolher, e posso mudá-la a qualquer momento. O mesmo com a minha bandeira, que poderia ser azul hoje, amanhã vermelha. É claro que o meu poder é único e absoluto aqui, onde eu sou o verdadeiro soberano".

Renato teve a chance de comprar a ilha 14 anos atrás, quando uma família britânica abastada queria vendê-la por 25 mil euros (78 mil reais), porque não tinha nenhuma utilidade para eles. Ninguém queria comprá-la, mas quando Renato ouviu falar da oportunidade em uma festa, decidiu que era aquilo que queria para ele. Só tinha um probleminha: ele não tinha o dinheiro.
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Ele tentou então encontrar parceiros de negócios, mas todos pensavam que ele estava louco por querer gastar tanto dinheiro com o que era essencialmente um amontoado de pedras, com uma caverna, uma plataforma, sem eletricidade e sem água corrente. Assim, ele acabou vendendo várias de suas posses, reuniu todas as suas economias e comprou o lugar para si. Naturalmente, sua esposa, família e os amigos todos pensaram que ele tinha perdido a cabeça.
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Mas ele estava confiante de sua compra, porque sabia que ia resultar no queria: plena liberdade.

 - "Quando o Rei de Portugal originalmente vendeu a ilha em 1903, ele e todos os governadores assinaram um documento da venda de todas as 'possessões e domínios' da ilha"
, explicou Renato.

- "Isso significava que eu poderia fazer o que quisesse com ela: eu poderia abri um restaurante ou um cinema, mas ninguém pensou que alguém iria querer fundar um país. Então foi isso que fiz: decidi que esta não seria apenas mais um afloramento rochoso no porto do Funchal, seria a minha ilha".
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Depois que comprou o monte de pedras, Renato fez uma visita diplomática ao governador da Madeira, apresentando-se como o governante do estado vizinho. Em resposta, o governador ameaçou recusar-lhe energia, a menos que ele vendesse a ilha de volta ao estado. Renato não estava interessado na oferta, então simplesmente montou um painel solar e um pequeno moinho de vento para gerar sua própria eletricidade.

 - "Talvez no futuro eu consiga gerar energia a partir do oceano ao redor da Pontinha"
, disse ele. - "Eu sou um pacifista e não preciso de muito dinheiro".
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Dom Renato conta que não vive em seu país em tempo integral, mas pode ser encontrado lá na maioria das vezes:

 - "A minha família, por vezes também sai do país, e outras pessoas vêm todos os dias, porque o país é aberto para os turistas"
, disse Renato, que não acredita em fronteiras. Mas há momentos em que ele prefere ficar sozinho na Pontinha, quando se sente incomodado pelo poder excessivo do Estado Português.
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- "A Madeira é cercada por água, mas por algum motivo, todos nós temos que pagar para nadar no oceano agora, com os pontos de natação. Ainda assim, eu tenho a minha ilha, o que significa que eu posso nadar a hora que eu quiser e onde eu bem entender: é como se alguém tivesse me dado a chave para as águas".

Renato admitiu que a sua decisão de comprar a ilha teve muito a ver com a sua idade.

 - "Meu filho tem 27 anos e se eu tivesse a sua idade, provavelmente iria vender a ilha e comprar uma Ferrari"
, disse ele. - "Mas já estou com 56 e quero desfrutar de tudo o que tenho. A Pontinha significa 'um ponto'. Toda a mudança do mundo começa com algo muito pequeno, e este é o meu país, apenas um ponto pequeno", poetiza.
Português compra pequena ilha e estabelece com sucesso seu próprio reino
Embora ele não tenha recebido ainda direitos oficiais de um país, o caso da Pontinha está sendo revisado pela comunidade internacional, inclusive pelo Governo Português e pelas Nações Unidas. Há até uma entrada na Wikipédia com os dados, bandeira e brasão do Principado, cujo lema é : "Verbum volat, scriptum manet" ("As palavras faladas voam, as escritas permanecem").

Dom Renato está bastante confiante de que seu pedido será aprovado porque não há nenhuma boa razão para recusar. Ele ressalta que tem boas relações com o governo brasileiro e se o Principado for reconhecido, será uma porta de entrada para a Europa.
Português compra pequena ilha e estabelece com sucesso seu próprio reino
De qualquer forma, o príncipe deveria abrir o olho com as fronteiras de seu país, já que o website do Governo Pontinhense, por este momento, foi invadido e hackeado por uma empresa japonesa de fotocópias.
Fonte: The Guardian


 http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=32843#ixzz3LFfIxBYa
11
Fev17

AS 10 GUERRAS MAIS BIZARRAS DA HISTÓRIA

António Garrochinho
Guerras são feitas por muitos motivos. Pode ser honra, glória, liberdade, terras, recursos naturais… Mas nessa lista você verá algumas razões um tanto inusitadas, por motivos completamente triviais ou bizarros. Aqui vão alguns desses estranhos conflitos:


10 – Lijar x França

Em 1883, os cidadãos de Lijar, uma pequena vila no sul da Espanha, ficaram furiosos quando souberam que o rei espanhol Alfonso XII, enquanto visitava Paris, foi insultado e até atacado por parisienses. Em resposta, o prefeito da vila, Dom Miguel Garcia Saez, e todos os 300 habitantes de Lijar declararam guerra contra a França, em 14 de outubro.
Nenhum tiro foi dado e nenhuma morte aconteceu durante o confronto. Mesmo com esse clima de paz, o prefeito Saez foi aclamado como o “Terror das Sierras”, por sua coragem.
Noventa e três anos depois, em 1976, o rei espanhol Juan-Carlos fez uma viajem à Paris, durante a qual foi bem tratado pelos habitantes da capital. Em 1981, o prefeito de Lijar comentou que “levando-se em conta a excelente atitude dos franceses”, eles iriam cessar as hostilidades e o fogo contra o país.
Duração da guerra: 93 anos
Consequências: nenhuma

9 – A guerra do barril de carvalho
Essa começou em 1325, na Itália, quando uma rivalidade entre os estados independentes de Modena e Bologna foi a loucura por uma coisa um tanto inusitada: um barril de carvalho.
O problema começou quando uma tropa de soldados de Modena entrou em Bologna e roubou um grande barril de carvalho. Para garantir o orgulho e o barril, a cidade declarou guerra contra a outra. E o confronto durou doze anos, sem que o barril fosse recuperado. Até hoje, o artefato está na torre do sino de Modena.
Duração da guerra: 12 anos
Consequências: desconhecidas

8 – Guerra do Paraguai
O president do Paraguai, Francisco Solano Lopez, era um grande admirador de Napoleão Bonaparte. Ele se via como um grande tático e comandante, mas faltava algo: uma guerra.
Para resolver o problema, em 1864 ele declarou guerra contra três países vizinhos: nós, a Argentina e o Uruguai. O resultado da empreitada? O Paraguai quase sumiu do mapa e é estimado que cerca de 90% da população masculina morreu, em uma guerra praticamente sem motivos.
Duração da guerra: 6 anos
Consequências: 400 mil mortos

7 – A guerra do cão perdido
Em 1925, a Grécia e a Bulgária não eram amigas. Elas já haviam lutado uma contra a outra na Primeira Guerra Mundial e as feridas não estavam fechadas. Tensões estavam sempre em alta na fronteira, especialmente na área chamada de Petrich.
O ponto máximo ocorreu em 22 de outubro de 1925, quando um soldado grego correu atrás do seu cachorro fugido e foi morto por um tiro de um patrulha búlgara. A Grécia clamou por retaliação e invadiu Petrich no dia seguinte.
A área foi dominada em pouco tempo, mas as Forças Aliadas entraram no jogo e obrigaram a Grécia a sair da região e ainda pagar indenizações para a Bulgária. Dez dias depois eles foram embora, e pagaram 120 mil reais para o inimigo.
Duração da guerra: 10 dias
Consequências: 52 mortos

6 – A guerra de Aroostoock

Essa guerra foi travada entre os Estados Unidos e a Inglaterra na região de Maine, ao norte dos EUA. Após a guerra de 1812, as forças britânicas ocuparam a maior parte dessa região e declararam-na território inglês. No inverno de 1838, lenhadores americanos cortaram madeira nessa área, provocando a ira dos colonizadores, que moveram as tropas. Tropas americanas também foram deslocadas, tornando o clima de guerra iminente.
Por quase um ano as tropas ficaram a postos, sem que os governos decidissem algo. No final, a Inglaterra optou por devolver sua parte de Maine e as tropas americanas foram recuadas.
Apesar de ter acontecido sem combate militar, a guerra de Aroostoock teve centenas de mortes por conta de doenças e acidentes.
Duração da guerra: 11 meses
Consequências: 550 mortos

5 – A guerra do porco
Outra guerra entre americanos e ingleses. A guerra do porco começou quando um membro da infantaria britânica atirou em um porco que andava no território americano. A milícia local respondeu se concentrando na fronteira e aguardado o movimento inglês.
Eventualmente, o exército da Inglaterra pediu desculpas e a iminência de guerra cessou.
Duração da guerra: 4 meses
Consequências: um porco

4 – Guerra dos 335 anos
Essa guerra foi travada entre a Holanda e as Ilhas Scilly, localizadas perto da costa da Inglaterra. Ela começou em 1651, mas como muitas guerras da época, não foi levada muito a sério e logo foi esquecida. Três séculos se passaram até que os dois países finalmente concordassem em assinar trégua, em 1986, tornado essa a guerra mais longa da história.
Duração da guerra: 335 anos
Consequências: nenhuma

3 – A guerra do futebol
Algumas guerras começam com um ataque surpresa, outras com um massacre, mas essa foi com um jogo de futebol entre El Salvador e Honduras, em 1969. O primeiro perdeu o jogo e as tensões subiram, até que em 14 de junho o exército do país fez um ataque em Honduras. Surpresos pela violência súbita, a Otan organizou um cessar fogo efetivo no dia 20 de junho, apenas 100 horas após os primeiros tiros. Bem que dizem que futebol é coisa séria.
Duração da guerra: 4 dias
Consequências: 3 mil mortos

2 – Guerra Moldávia-Transnistria

Essa guerra começou logo depois do fim da União Soviética, quando o antigo bloco da Moldávia experimentou uma crise. Dois terços do país queriam uma relação maior com a Romênia, mas a outra queria com a Rússia. Como resultado, uma guerra começou.
Mas o que a torna muito estranha é o fato de que os homens que estavam lutando na guerra se juntavam em território neutro, durante a noite, para conversar e beber. Os soldados até faziam pactos de não atirar um no outro caso se vissem durante o conflito.
E isso acontecia quase todas as noites. Um dos soldados escreveu em seu diário: “A guerra é como uma festa bizarra, durante o dia nós matamos o inimigo, e a noite bebemos com ele. Que coisa estranha é a guerra”.
Duração da guerra: 4 meses
Consequências: 1.300 mortos

1 – A guerra do emu
Essa é talvez a única guerra formal onde um dos lados envolvidos não era humano, mas voador.
Em 1932, a população das aves emu, na Austrália, estava crescendo fora de controle, com quase 20 mil dos animais correndo pelo deserto e causando danos às plantações. Em resposta, o exército australiano enviou um contingente de soldados armados com metralhadoras para matar os emus – e até declararam guerra.
O conflito começou no meio de novembro, e o que parecia fácil se mostrou complicado: os emus eram muito resistentes e mesmo após vários tiros, eles continuavam correndo.
A guerra emu durou quase uma semana, até que o major Meredith, comandante da força tarefa, desistiu devido à baixa efetividade.
Duração da guerra: 7 dias
Consequências: 2.500 emus mortos


hypescience.com
11
Fev17

CONHEÇA A HISTÓRIA DA LEGIÃO ESTRANGEIRA - UM EXÉRCITO DE MERCENÁRIOS

António Garrochinho

A história de Alain Lefevre, interpretado por Van Damme no longa “O Legionário”, retrata a realidade de um homem que precisava desesperadamente apertar o botão “reset” na vida. O método não seria muito complexo: bastava se inscrever na Legião Estrangeira da França.
No filme, Van Damme pega sua segunda chance com as mãos e parte para a África, em defesa de um território francês que está em conflito com uma rebelião árabe. Não é exatamente o melhor recomeço de vida, mas, caso você seja o Van Damme, soa como uma opção melhor do que viver nos escombros de uma vida criminosa.
A Legião Estrangeira, para quem não sabe, é uma instituição que não só existe na vida real, como está na ativa há dois séculos. Atualmente, a força conta com cerca de 7 mil soldados e atua em diversos combates militares, como no controle de territórios franceses.

Como tudo começou

Fundada em março de 1831 por Luís Filipe, que atuava como rei da França, a Legião Estrangeira tinha o intuito de controlar as colônias francesas na África, tal como na aventura vivida por Van Damme.
Desde seu princípio, a corporação tem uma tradição importantíssima: fornecer uma identidade “falsa” para quem se alista. Junte a possibilidade de ter uma segunda chance com um pagamento mensal para os soldados e tenha em mãos a fórmula perfeita para atrair todo tipo de vilão cinematográfico – foi exatamente o que aconteceu no primeiro século e meio de fundação, segundo dados de 1896.
Com uma mistura incrível da população europeia em sua base de soldados, entre uma maioria de alemães, belgas, austríacos e suíços, grande parte dos integrantes já havia servido no exército e possuía ficha criminal. Hoje em dia, porém, a Legião Estrangeira junta esforços para não permitir a entrada de homens com histórico manchado.
Antes de 1835, poucos anos após sua formação, a Legião Estrangeira não foi agraciada com um batismo de fogo bem-sucedido: batalhas na Argélia e a Guerra Carlista, na Espanha, revelaram uma força mal remunerada e mal equipada. Foi então que a organização passou por uma repaginação severa, sendo dividida em três batalhões e dando continuidade aos incentivos de recrutamento como forma de ganhar uma segunda chance.
As lutas passaram por diversos países e, o mais relevante, marcando presença em diversas guerras: Crimeia, Franco-Prussiana, Indochina e uma culminação na Primeira e Segunda Guerra Mundial.

Versão brasileira: Herbert Richards

A Guerra do Paraguai também resultou na formação de uma versão nacional da Legião Estrangeira, nomeada como Corpo de Imperiais Marinheiros e comumente conhecida como Voluntários da Pátria. Na edição verde e amarela, estrangeiros, índios, detentos e escravos dispostos a defender o Império Brasileiro podiam lutar em troca da alforria ou uma carta de recomendação para conseguir emprego.
O serviço existiu até aproximadamente 1894, no início do período militar da República. A expectativa para quem se alistasse era que em três ou quatro anos fosse possível acumular uma boa fortuna. Infelizmente, o retorno da guerra, ainda que vitorioso para os aliados, não foi nada glorioso: o país sofria com uma alta inflação e os soldados ficaram a ver navios, sem ganharem suas recompensas monetárias.

Cosplay de Jon Snow

Quem tem interesse em imitar o Jon Snow e vestir o manto preto tem como única opção o serviço à França. Atualmente, a instituição é a única que aceita inscrições estrangeiras.
O que é necessário para fazer parte?
-Seja homem e tenha entre 17 e 40 anos (com permissão dos pais, no caso dos menores de 18)
-Tenha uma identidade válida, como passaporte, RG, CPF ou carteira de motorista
-Tenha sua certidão de nascimento
-Não seja procurado pela Interpol (que pena, Paulo Maluf!)
-Tenha um bom preparo físico para servir o exército durante cinco anos e diversas situações
Tudo relacionado ao perfil dos candidatos é descartado: origem, nacionalidade, religião, grau de educação, posição social, profissão e conhecimento militar são itens que não decidem quem entra ou não para a Legião Estrangeira.
O que esperar durante o teste?
Preparo físico: realizar quatro barras, completar uma corrida de 2,8 quilômetros em 12 minutos e passar por um teste com diversas etapas, conhecido como Luc Leger, entram para a lista.
Passagem com o médico: é bom não ter miopia e hipermetropia graves, com dioptria variando entre um número inferior a -10 e superior a +8. Não será possível ingressar caso você tenha tuberculose, hepatite, HIV, diabete, obesidade, transtornos mentais ou problemas crônicos com hérnias. Ah, outros itens importantes: não devem faltar mais de seis dentes na boca do candidato e também é necessário ter todos os dedos dos pés e das mãos.
Hora de arrumar a mala: leve seus itens básicos, como sabonete, escova e pasta de dentes e toalha. Tenha na mala ao menos três camisetas, pares de meias e cuecas. Deixe seus eletrônicos e seu dinheiro em casa e entre para a organização com uma quantia entre 10 e 50 euros.

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FOwww.megacurioso.com.br
NTE(S)
IMAGENS
11
Fev17

A VIDA NÃO LHES CORRE BEM ! PARA ALÉM DO DERRUBE DO GOVERNO PS ELES QUEREM É VER-SE LIVRES DA ESQUERDA PCP/BE - CONFUSÃO, BORRASCA, OS ANSEIOS DO PASQUIM REACCIONÁRIO - PS perto de dispensar BE e PCP na geringonça

António Garrochinho


PS atinge os 42 por cento das intenções de voto e BE perde eleitorado para a CDU.  

Os socialistas estão à beira de poderem dispensar os seus parceiros da ‘geringonça’ para governar. Segundo uma sondagem CM/Aximage, se as eleições fossem hoje, o PS obteria, sozinho, 42% dos votos, valor muito próximo da maioria absoluta. No entanto, o PSD conseguiu este mês inverter a tendência de queda nas sondagens que se verificava desde março do ano passado, ou seja, há quase um ano. Segundo a sondagem, realizada entre os dias 5 e 8 do corrente mês, os sociais-democratas obtêm 26,4% das intenções de voto, mais 1,3 pontos percentuais do que em janeiro (25,1%). A sondagem não leva em linha de conta o reacender da polémica sobre a CGD, com o ministro das Finanças, Mário Centeno, a ser acusado de ter mentido à comissão parlamentar de inquérito, mas já comporta o caso da descida da TSU dos patrões, em que o PSD teve um papel determinante para o fim deste benefício às empresas. 

Conheça o barómetro político de fevereiro PS perto de dispensar BE e PSP na geringonça. Já o CDS-PP regista uma queda significativa, passando de 6,8% em janeiro para 5% em fevereiro – menos 1,8 pontos percentuais. Assim, tudo indica que se verificou uma transferência das intenções de voto do CDS para o PSD. À esquerda, verifica-se o mesmo processo. O BE perde 0,7 pontos percentuais – de 9,1% para 8,4% – e a CDU ganha um ponto percentual, passando de 6,9% para 7,9%. A subida do PSD reflete-se também na sondagem quando se analisa o desempenho dos líderes partidários. Todos descem, com exceção de Passos Coelho, embora continue no fim da tabela, que é liderada por António Costa. No que respeita à confiança para primeiro-ministro, António Costa aumenta a vantagem em relação a Passos Coelho. Quanto aos ministros, Mário Centeno continua a ser aquele que tem mais notoriedade e o que tem atuado melhor, mas o caso da CGD poderá vir a ter impacto nesta avaliação.

FICHA TÉCNICA Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel. Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. 

A amostra teve 601 entrevistas efectivas: 289 a homens e 312 a mulheres; 60 no Interior Norte Centro, 81 no Litoral Norte, 105 na Área Metropolitana do Porto, 105 no Litoral Centro, 170 na Área Metropolitana de Lisboa e 80 no Sul e Ilhas; 102 em aldeias, 161 em vilas e 338 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral. Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 5 a 8 de Fevereiro de 2017, com uma taxa de resposta de 83,0%. Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 601 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 4,00%). Responsabilidade do estudo: 

Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.














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11
Fev17

FARÁ SE MARCELO FOSSE UM VERDADEIRO PRESIDENTE E CUMPRISSE VERDADEIRAMENTE NAS ASPIRAÇÕES DO POVO PORTUGUÊS ! - Apoiante de Marcelo diz que "já não há ninguém" no PSD contente com o PR

António Garrochinho

José Eduardo Martins diz que o Presidente da República se "descredibilizou" com a falta de imparcialidade que revelou ao proteger o ministro das Finanças. Marcelo foi longe de mais e, garante, perdeu a compreensão do PSD


O caso CGD/Domingues/Centeno atinge, por tabela, a relação do PSD com o seu ex-líder e atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Da lua-de-mel que existiu em tempos já não sobra nada ou quase nada.
Um dos seus mais empenhados apoiantes dentro do partido, José Eduardo Martins, não gostou nada de ver Marcelo sair em defesa do ministro das Finanças, acusado pelo PSD e pelo CDS de mentir ao Parlamento no caso das polémicas em torno da passagem de António Domingues pela presidência da Caixa Geral de Depósitos.
"Ou há um documento escrito pelo senhor ministro das Finanças em que ele defende uma posição diferente da posição do primeiro-ministro ou não há. Se não há é porque ele tinha a mesma posição do primeiro-ministro, para mim é evidente", disse o Presidente da República - declaração que enfureceu Martins.
Declarando-se "um bocadinho envergonhado", José Eduardo Martins afirma que, se até já ele se tornou crítico, então "já não pode haver ninguém no PSD que esteja contente" com Marcelo. "Até aqui as pessoas [dentro do PSD] encolhiam os ombros [sempre que ouviam uma declaração do PR em defesa do governo]. Mas agora a coisa piorou muito."
Para José Eduardo Martins, sabe- -se que, historicamente, é normal os presidentes da República fazerem um primeiro mandato "a agradarem a quem não votou neles". Mas Marcelo foi, no seu entender, longe de mais, o que é incompreensível porque "ninguém pode ser feliz pegando fogo ao sítio onde nasceu".
Demissão "fora de questão"
"Custa-me muito dizer isto mas tenho de o fazer. Se há apoiante de Marcelo no PSD sou eu. Mas ele está a descredibilizar-se - a ele e à função presidencial", afirma o dirigente laranja (que é tudo menos um apoiante de Passos Coelho, embora atualmente esteja a preparar o programa eleitoral para quem for o candidato do seu partido à Câmara Municipal de Lisboa).
Ontem, o primeiro-ministro voltou a reafirmar a confiança no seu ministro das Finanças, dizendo que uma demissão "está fora de questão". "Por isso, confiança no ministro das Finanças, admiração de todo o país pelo trabalho que tem vindo a ser feito, não vou perder tempo a dedicar-me àquilo que são tricas, e sobretudo vamos fazer aquilo que temos de fazer, que é termos uma CGD forte e bem administrada."
Afirmando que Centeno "conseguiu o menor défice de sempre da nossa democracia, honrou o nosso compromisso de virar a página da austeridade e está a criar condições para que as empresas possam investir", o primeiro-ministro sublinhou ainda o seu "excelente trabalho" relativamente "a um desafio que tinha sido adiado pelo anterior governo e que tem a ver com a estabilização do sistema financeiro". "Uma após outra, serenamente, cada uma das instituições financeiras tem vindo a encontrar a boa solução", disse, referindo os casos da OPA do BPI, da capitalização do Millennium e da autorização da UE à CGD para se capitalizar.


11
Fev17

Leis laborais. E vão duas negas do governo ao PCP e BE

António Garrochinho


Ministro do Trabalho rejeita alterações à contratação coletiva defendidas por comunistas e bloquistas. É a segunda vez em duas semanas que socialistas travam propostas à esquerda.

O ano de 2017 ainda só leva 40 dias e a intenção do BE e PCP de mudar as leis laborais - uma prioridade enunciada pelos dois partidos - já esbarrou por duas vezes nos socialistas. Em apenas duas semanas, comunistas e bloquistas viram cair o aumento dos dias de férias (chumbado pelo PS, PSD e CDS) e as alterações à contratação coletiva. E há mais diplomas já entregues que dificilmente passam o crivo dos socialistas.
Ontem, num debate parlamentar de urgência pedido pelo PCP, o ministro do Trabalho, José Vieira da Silva, deixou claro que não pretende alterar o atual quadro legal quanto à caducidade das convenções coletivas, nem quanto ao princípio do tratamento mais favorável, duas pretensões comuns a comunistas e bloquistas. Não por acaso, PCP e BE têm projetos de lei que alteram estes dois pontos do Código do Trabalho, mas até agora não os levaram a votos - ontem ficou claro que serão chumbados.
"Vou ser claro: não somos a favor da reversão do princípio da caducidade", afirmou Vieira da Silva no debate parlamentar. Já sobre o princípio do tratamento mais favorável, o ministrou explicitou a posição do governo já em declarações aos jornalistas - "Há um equilíbrio no Código do Trabalho que me parece aceitável".
A divergência com os partidos que suportam o governo não podia ser mais clara. "Não é possível dizer que se defende a contratação coletiva e não defender o fim da caducidade. A caducidade é uma arma que foi entregue ao patronato para fazer chantagem sobre os trabalhadores", contrapôs Rita Rato, deputada do PCP. A possibilidade de as convenções poderem caducar sem que haja novo acordo a substituí-las é também, para o bloquista José Soeiro, "uma machadada brutal no equilíbrio que as relações laborais devem ter". Das bancadas da esquerda chegaram também avisos. O governo deve ter "consciência de que a luta vai continuar a partir de cada local de trabalho", avisou Rita Rato. "O governo não pode faltar a esta maioria nas alterações que é preciso fazer", referiu por seu lado José Soeiro. Até à direita, Vieira da Silva ouviu o centrista Filipe Anacoreta Correia dizer que "só é ministro" porque tem o apoio das bancadas da esquerda.
Entre os projetos entregues pelo BE e PCP na Assembleia da República, há pelo menos mais um tema que reúne o acordo das duas bancadas, mas que não deverá passar pelo crivo dos socialistas. Comunistas e bloquistas querem pôr um ponto final no corte de 10% ao valor do subsídio de desemprego, passados os primeiros seis meses de atribuição. Questionado pelo DN, há algumas semanas, sobre a possibilidade de este corte vir a desaparecer, o ministério do Trabalho remeteu qualquer alteração para um futuro Orçamento do Estado. Ou seja, se PCP e BE agendarem entretanto os projetos arriscam-se a uma terceira recusa por parte dos socialistas. Noutra questão, o regime do trabalho temporário, o PCP já avançou com uma proposta e o BE deverá fazer o mesmo, mas também neste caso o PS tem mostrado pouca abertura a mudanças.

11
Fev17

'Meu amor por ti arde que nem 6 mil judeus': cartão chocante de Dia dos Namorados

António Garrochinho


A associação College Republicans (grupo de estudantes apoiantes do Partido Republicano na Universidade Central de Michigan) emitiu um comunicado no qual tentou se demarcar do assunto, porém, reconheceu que os postais estavam circulando entre os convidados durante sua Festa dos Namorados alguns dias atrás.


?"Oi College Republicans na CMU, dá vontade de falar sobre estes ‘Valentins' antissemitas que vocês distribuíram hoje?"
"Na reunião da College Republicans hoje, tivemos uma festa dedicada ao Dia dos Namorados, durante a qual cada membro enfeitou uma mochila e todos os participantes colocaram seus cartões nas mochilas dos outros", diz-se no comunicado.
"Infelizmente, um cartão muito inapropriado foi colocado dentro de uma mochila sem os outros saberem. (…) A College Republicans, como organização, não distribuiu este Valentim. Nós nunca aceitaríamos uma retórica antissemita deste tipo. Pedimos desculpa pela ofensa e queremos que os estudantes saibam que nós não toleramos tal comportamento", adiantaram os representantes da organização.
Mackenzie Flynn, o presidente da associação estudantil, afirmou que foi um dos participantes do grupo, e não o próprio grupo, que imprimiu vários cartões para o Dia dos Namorados e os colocou nas mochilas.
Após a festa, o cartão foi mostrado a pessoas fora do grupo, que logo postaram fotos da frase extremamente ofensiva nas redes sociais, anexando um hashtag da universidade.
Enquanto a universidade, segundo foi comunicado, está investigando o acontecido, a indignação no campo universitário permanece e os estudantes estão até organizando uma manifestação contra a linguagem de ódio na próxima quinta-feira (16).
A organização política Central Michigan Action afirmou que assumiu uma posição dura e não permitirá que esta manifestação de ódio fique sem resposta.


"É fácil ficar calados. É fácil ser complacente. É difícil se levantar e lutar, especialmente com estas temperaturas negativas. Mas hoje a CMA e os membros da comunidade da CMU gritaram NÃO a este discurso de ódio. E nossas vozes foram ouvidas."

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António Garrochinho

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