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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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14
Fev17

PCP junta-se ao BE para acabar com corte de 10% no subsídio de desemprego

António Garrochinho



Comunistas entregaram projecto de lei para reverter corte imposto pelo Governo de Pedro Passos Coelho em 2012.
PCP e Bloco querem revogar mais um corte da era Pedro Passos Coelho: os comunistas vieram juntar-se aos bloquistas e entregaram na passada semana uma proposta para acabar com o corte de 10% a que está sujeito o subsídio de desemprego a partir do sexto mês. Este corte foi decidido em 2012 pelo Governo PSD/CDS no âmbito de um pacote de medidas que alteraram o regime do subsídio de desemprego, e deveria funcionar como um incentivo à procura activa de emprego por parte dos beneficiários.
Além deste corte de 10%, o executivo de Pedro Passos Coelho reduziu também o tempo máximo de concessão do subsídio, assim como o limite máximo mensal a receber. Os dois partidos à esquerda do PS argumentam que essas alterações levaram a que cada vez menos trabalhadores desempregados recebessem subsídio de desemprego e os que recebiam tinham um subsídio cada vez menor e por menos tempo.
No preâmbulo do projecto de lei, os deputados do PCP dizem ser “inaceitável o número de desempregados que não têm acesso ao subsídio de desemprego, como não é aceitável a redução dos montantes atribuídos, que criam mais dificuldades a quem já vive numa situação muito difícil”.
O PCP realça que “o número de trabalhadores a receber subsídio de desemprego, a nível nacional, atingiu os valores mais elevados em Fevereiro de 2013, cerca de 419.428, ainda assim, tal realidade representava apenas cerca de um terço dos trabalhadores em situação de desemprego”. E cita os dados do Instituto da Segurança Social para comparar o valor médio do subsídio de desemprego: em 2012 era de 541,35 euros, diminuiu para 513,34 euros em 2013; em Janeiro de 2014 foi de 470,19 euros; e só em 2015 subiu para 489,96 euros.


14
Fev17

ESTE É UM ORGÃO DE PAPEL E FUNCIONA COM O AR DE UM SIMPLES BALÃO

António Garrochinho

Quando você tem 1) muito talento e 2) muita paciência, é possível criar coisas tão incríveis como este órgão de papel. Foi feito peça a peça pelo artesão russo Aliaksei Zholner e funciona como um "órgão de tubos" de verdade. A única peça de plástico é uma janelinha transparente para ver o interior. Aliaksei é bem conhecido no YouTube por seus engenhosos motores de papel funcionais. Desta vez conseguiu se superar com um órgão que desenhou meticulosamente.



Primeiro construiu as válvulas que deixariam passar o ar e os tubos, que mais tarde teve que afinar para que soassem como as notas musicais. Depois fez o teclado e encaixou as peças para transformar todo esse papel em um instrumento de vento funcional. Este é o resultado:
VÍDEO

Como ocorre com seus motores e veículos de papel, um balão inflado é tudo o que necessita para "ligar" o instrumento. Ao pressionar uma tecla, o mecanismo insuflará ar no tubo correspondente, que por sua vez o deixará sair com a pressão da nota musical que buscava. Todo o processo de desenho e fabricação está explicado neste fórum em perfeito cirílico.

A curiosidade linguística sobre o assunto é que dizer "órgão de tubos" é uma espécie de pleonasmo. Esta designação acabou sendo muito estendida para discerni-los dos órgãos eletrônicos, mas a definição é incorreta por instituir uma tautologia: seria o mesmo que dizer "piano de cordas". Ademais a imitação eletrônica de um instrumento não pode ser considerada como tendo o mesmo estatuto do instrumento verdadeiro.


www.mdig.com.br

14
Fev17

MANUEL CUNHA - SOU UM MÉDICO COMUNISTA E UM COMUNISTA MÉDICO

António Garrochinho


Manuel Cunha é militante do Partido Comunista há quase quatro décadas. Com a vida dividida entra a política e a medicina, em entrevista ao jornal A Voz de Chaves o flaviense fala sobre o estado atual do nosso país, nomeadamente na área da saúde, com especial destaque para o Hospital de Chaves.
A Voz de Chaves: Quando é que começou no Partido Comunista? Há quanto tempo, e porquê?

Como é que gere a vida mais ligada à política com a vida de médico?
Manuel Cunha: Fui militante do Partido Comunista muito jovem, e agora as pessoas nem entendem isso. Eu não quero exagerar, mas eu tinha 14 ou 15 anos. Tenho ideia que foi em 1978, no máximo em 1979. Na altura, penso que a idade mínima para ser militante do Partido Comunista era 15 anos. E, portanto, eu entrei para o Partido Comunista naturalmente mais ou menos ao mesmo tempo que entrei para a União de Estudantes Comunistas, que era a UEC, e mais tarde fundiu-se com a União dos Jovens comunistas e fundou-se a Juventude Comunista Portuguesa, e julgo eu que terá sido em 1980 ou 1981. Mas eu fui militante da UEC. Digo sempre na brincadeira que é engraçado porque o que foi depois ministro da economia do Governo do PS, que é agora um dos chefes da Endesa, o Pina Moura, é que assinava os cartões da UEC porque ele era o chefe da UEC. Foi então a minha militância. Eram outros tempos que as pessoas têm de perceber, eram os anos ainda no rescaldo do processo revolucionário mais agudo do 25 de Abril, em 1974, 75, e os anos que se seguiram. E eu tinha um pai e uma mãe que tinham atividade política intensa antes do 25 de Abril e depois do 25 de Abril e, portanto, foi uma chegada natural por essas vias. Nesse tempo também havia uma coisa que agora as pessoas percebem muito menos. Havia um interesse em ler, em estudar questões ligadas à política, e eu, na sequência da entrada para o partido comunista também fiz muitas leituras teóricas. Portanto, foi uma entrada emocional, familiar, racional, e tão consistente que quase 40 anos depois ainda cá estou com atividade política, partidária sempre, mais ativo, menos ativo, mas sempre com atividade partidária. Foi uma entrada com motivações também familiares, mas que depois foi perfeitamente autónoma das questões familiares.
Naturalmente. Eu gostava de salientar que cheguei a por a hipótese de fazer vida política a tempo inteiro. Tinha 16, 17 anos e lembro-me de uma conversa com o meu pai. Tinha uma boa relação com ele e era uma pessoa que não fechava portas a nada. E discutimos essa possibilidade. E ele na altura disse-me “Mas tu queres ser médico. Se tu queres ser útil ao Partido Comunista, se calhar podes ser útil sendo um bom médico, exercendo com o princípio dos comunistas, ou seja, ser competentes na sua profissão, solidários com aqueles que trabalham, solidários com o Serviço Nacional de Saúde (que na altura se estava a começar a construir) e, acima de tudo, humanistas com os doentes e preocupados com os direitos dos doentes”. Portanto, para mim, embora isso possa chocar muitas pessoas, eu sou um médico comunista e um comunista médico, não tem de haver diferença entre as duas coisas. Sempre foi assim. Eu tive cargos, mesmo na faculdade, e eu na altura não os valorizei muito, mas eu fui da Assembleia de Representantes, do Conselho Diretivo e do Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina da Universidade Clássica de Lisboa, onde era estudante. E na altura não dei demasiada importância a isso, mas hoje vejo que foi uma experiência interessante, e que foi muito via atividade partidária. Há muta gente da minha geração ligada ao Partido Comunista e até ligada a outros partidos. Eu andei na faculdade no mesmo tempo que o António Costa, no mesmo tempo que o António José Seguro, do mesmo tempo, e curiosamente são todos Antónios, que o António Filipe, que é deputado há muitos anos do Partido Comunista. Eu sou do tempo de atividade partidária em Chaves na UEC quando o Pedro Passos Coelho era da JSD de Vila Real. Portanto, somos da mesma geração. Eu não sei se não sou mesmo do mesmo ano do Pedro Passos Coelho, mas coincidimos todos na política, ou na faculdade no mesmo período.
Qual é a sua opinião acerca das ações que António Costa tem vindo a desenvolver? 
As situações são conhecidas. O António Costa soube interpretar uma condenação dos eleitores em Portugal, que inequivocamente uma esmagadora maioria da população que votou votou contra aquilo que se estava a fazer nos últimos anos no país e expressou uma vontade de mudança. E ele conseguiu, muito por mérito do Partido Comunista, que veio explicar, desde o início, que ele só não era Governo se não quisesse, encontrar uma alternativa. E dentro dessa alternativa ele tem conseguido honrar compromissos feitos naquilo que se chamou de posições conjuntas com o Partido Comunista, o Partido Ecologista Os Verdes, eu não sei se a posição conjunta com o Bloco de Esquerda se chama posição conjunta ou não, mas ele honrou os compromissos. E os compromissos, já ninguém fala muito disso, mas tinham três componentes, julgo eu. A primeira era aquilo que havia compromisso de fazer, e tinha muito a ver com a restituição de direitos que se tinham perdido, como os salariais, férias, etc. A segunda eram coisas que não se podiam fazer. E isso também é importante. Não se podia privatizar mais coisas, não se podia fazer mais processos negativos em cima dos que estavam já feitos. E, mais ainda, conseguiram que revertesse em algumas áreas, mesmo que não na perfeição, situações como em relação aos transportes coletivos de Lisboa, que deixaram de ser privatizados. A solução não me parece que tenha sido a melhor, mas seguramente que é melhor do que a que estava feita pelo Governo de Passos Coelho. E depois, todo um outro conjunto de processos que estão em movimento, e eu, por exemplo, sou muito crítico com a atuação deste Governo na área da saúde, e acho que na área da saúde não mudou nada. Ou seja, tudo o que é essencial de desmantelamento progressivo do Serviço Nacional de Saúde, tudo o que é essencial de estruturas, de direção, nos centros de saúde, nas ARS, nos hospitais de os do costume, que são os que têm o cartão do partido do Governo, neste caso do Partido Socialista, nada disso mudou. E não há aqui nenhuma inversão das políticas. Mais ainda, nós arriscamo-nos que o período de vigência deste Governo fique na história como um período, e eu não queria ainda dizer o período, mas se calhar o período em que o avanço da medicina privada e dos avanços privados na medicina mais se deu. E nós aqui em Chaves sabemos isso, sabemos que há um autocarro que pára em frente ao Hospital de Chaves para gratuitamente levar os doentes para hospitais privados do Porto, de Amarante ou de Guimarães, chamemos do litoral. E sabemos a dificuldade e o combate, e o Partido Comunista esteve, e eu até pessoalmente, na defesa do pagamento público do transporte de doentes não urgentes. E, curiosamente, eu tenho visto posições nesse âmbito específico muito positivas do presidente da Câmara de Chaves, que tem feito declarações adequadas dando até como exemplo que o Governo poderia fazer na saúde o mesmo que fez na educação, que é não dar financiamentos públicos, onde há soluções públicas de saúde não usar dinheiro público para financiar grupos privados de saúde, como também havia uma coisa parecida com as escolas privadas. E as pessoas lembram-se que deu muita agitação, que deu uma aparente contestação muito manipulada dos estudantes, do colégio, dos pais dos estudantes, mas que depois aparentemente arrefeceu tudo e prevaleceram os interesses públicos. O aspeto positivo que eu aponto ao presidente da Câmara é a intervenção que ele tem tido nessa área específica da defesa do Serviço Nacional de Saúde, e da responsabilidade do Estado, em especial nas regiões do interior, de assegurar um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e de proximidade nos cuidados primários e nos cuidados hospitalares.
Há pouco tempo em entrevista ao nosso jornal o presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga, afirmava que parecia que os últimos Governos tinham um livro no qual diziam que tinham de fechar o Hospital de Chaves. Acha que mais cedo ou mais tarde isso irá mesmo acontecer?
Eu respondia por partes. Um aspeto que poucas vezes se refere que é as pessoas falam no Serviço Nacional de Saúde e muitas vezes esquecem-se que este quando se desenvolveu partiu de um país que quase não tinha estruturas de saúde, e que no interior não tinha mesmo. E, portanto, todo o processo de construção do Serviço Nacional de Saúde demora muitos anos, porque fazer hospitais demora anos, porque constituir equipas demora anos. O Hospital de Chaves abriu quase dez anos depois de o Serviço Nacional de Saúde ser lançado. E depois o seu apetrechamento, a sua qualificação foi um processo que se foi desenvolvendo ao longo de muitos anos. Depois, começou o ataque ao Serviço Nacional de Saúde, e da parte do ataque houve uma peça essencial que é a passagem dos hospitais a EPs. Portanto, já não eram entidades do setor público administrativo que correspondiam às necessidades de saúde pública das populações e que estavam articuladas umas com as outras, mas descobriram que cada hospital devia ser uma empresa que competia até com os outros hospitais, o que é um absurdo porque o dono é sempre o Estado. Coincidiu com isso a criação do Centro Hospitalar, à qual o Partido Comunista se opôs, e o tempo penso que deu razão ao Partido Comunista. A articulação dos hospitais é evidente que é desejável. Eu até dizia, na brincadeira, que há um grande centro hospitalar em Portugal que se chama Serviço Nacional de Saúde, e todos os hospitais articulam. Eu ainda hoje sou médico do quadro do Hospital de Santo António, e isso não me impede de estar a trabalhar há 16 anos no Hospital de Vila Real e até de ser diretor de serviço. E também não me impediu há 20 anos, faz em abril 20 anos, de vir do Santo António trabalhar a Chaves. E não precisava de haver centros hospitalares. O que é preciso é que haja vontade do ministério da Saúde, das direções dos hospitais e dos médicos, vontade e já agora condições, para que se criem condições para que os médicos possam circular dentro do Serviço Nacional de Saúde, para que os enfermeiros possam circular dentro do Serviço Nacional de Saúde.
Acha que o Hospital de Chaves tem essas condições?
Não. O Hospital de Chaves foi apregoado em 2007, de uma forma que eu penso que teve uma componente de desonestidade deliberada, que a criação do Centro Hospitalar foi para fortalecer o Hospital de Chaves. No concreto isso foi uma mentira planificada e a prática demonstrou isso. Eu não sou daqueles que diz que o Hospital de Chaves estava perfeito e que com o Centro Hospitalar ficou em dificuldades. O Hospital de Chaves já estava em dificuldades quando foi criado o Centro Hospitalar, mas a criação do Centro Hospitalar em nada fortaleceu o Hospital de Chaves. Antes pelo contrário. Contribuiu decisivamente para a degradação da qualidade do Hospital de Chaves. E depois as políticas sucessivas dos ministérios da saúde do tempo do Sócrates, do tempo do Pedro Passos Coelho e agora do tempo do António Costa têm também contribuído para isso concretamente ao não criar condições para a fixação dos médicos, ao transmitir uma mensagem negativa de que é preciso que haja um grande hospital em Vila Real e hospitais atenuados em Chaves. Isso é mentira. Não é isso que corresponde às necessidades. Mais ainda. O grande projeto que este Governo apresenta, que curiosamente já vinha do Governo anterior, a tal qualificação do bloco operatório tendo em conta as cirurgias… Não é isso que o Hospital de Chaves precisa. E é preciso ter coragem para dizer que se há um milhão de euros, ou um milhão e oitocentos mil euros para qualificar o Hospital de Chaves não o gastem aí porque não é aí que ele é mais preciso. O bloco operatório precisa de alguma qualificação? Precisa, mas não é na dimensão que lhe estão a dar. O Hospital de Chaves precisa de ter um fortíssimo serviço de medicina interna, precisa de ter um forte serviço de cirurgia, precisa de ter um forte serviço de ortopedia, de pediatria e, como é evidente para que isto funcione, de anestesia. E depois precisa que os serviços de apoio, os quais contam o laboratório de análises, portanto, a patologia clínica, a imagem, etc., funcionem. Depois precisa de enfermeiros, precisa de técnicos e precisa, enquanto continuar o modelo de centro hospitalar, que haja uma correspondência àquilo que se prometeu que era as consultas de todas as especialidades que existem no Hospital de Vila Real também serem feitas no Hospital de Chaves. Eu digo isso com um à vontade. Há 20 anos, não é há 20 dias nem há 20 meses, há 20 anos que eu, inicialmente vindo do Hospital de Santo António e nos últimos 16 a partir do Hospital de Vila Real, venho fazer consultas em Chaves. E na especialidade na qual eu trabalho e da qual sou diretor de serviço tudo o que pode ser feito com os doentes no Hospital de Chaves, é feito no Hospital de Chaves. O princípio é “Quem se deslocam são os profissionais, não são os doentes”. E mantendo a pressão de forma a que alguns retrocessos que se deram com a construção do Centro Hospitalar possam vir a ser revertidos e que se possa ir devolvendo ao Hospital de Chaves funções que ele perdeu. Resumindo, primeiro, quem tem de dar os sinais é o ministério da saúde, é o governo, é a política de saúde; segundo, se se mantiver o modelo de Centro Hospitalar, e este Centro Hospitalar é gigante, e, na minha opinião, é disfuncional, mas mantendo-se este modelo faz parte das responsabilidades da administração desde Centro Hospitalar delegar competências realmente para que em Chaves se possam tomar decisões, fazer planos, definir estratégias, e não ser tudo decidido em Vila Real. Tem de haver um reapetrechamento humano importantíssimo, que esse reapetrechamento humano é muito mais importante que a qualificação do bloco operatório, e que os objetivos do Hospital de Chaves devem continuar a corresponder a um modelo de Hospital Distrital como se concebia antigamente. Isto é, ao serviço das populações, ligado proximamente às populações, se quiserem articulado com os centros de saúde de forma a aproveitar a imagem do hospital para os centros de saúde, as análises do hospital para os centros de saúde, e fazer uma interpenetração entre os centros de saúde e o hospital. Os modelos organizacionais podem ser muitos. Se o Governo e o centro Hospitalar quiserem, não é propriamente o modelo do Centro Hospitalar que o impede. É preciso é haver vontade, e não tem havido vontade. E depois uma coisa capital. É, com os profissionais, médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, administrativos, que ao longo destes anos construíram os hospitais do interior e os puseram a funcionar, e se quiserem também principalmente com aqueles que tiveram funções de direção e de responsabilidade, é com eles que tem de se trabalhar. Não é começar a empurrar, e nós temos assistido a isto no Centro Hospitalar, os médicos que levantaram o Centro Hospitalar, que o estruturaram e que resistiram nos anos difíceis à desqualificação dos hospitais, não é afastando esses médicos em nome de uma pretensa renovação geracional, que agora está muito na moda, mas que vai ser feita à custa de prejuízo para os doentes e à custa de prejuízos a prazo para os projetos do hospital e, neste caso, do Hospital de Chaves.
Em 2013 candidatou-se à Câmara Municipal de Chaves sob o lema “Trabalho, Honestidade e Competência”. Quatro anos depois acha que isso são caraterísticas que ainda faltam em Chaves?
Ora, eu candidatei-me em 2005, em 2009, antes, em 2001, fui cabeça de lista à Assembleia Municipal. No fundo, desde que voltei a viver em Chaves, em 2001, fiz sempre parte das listas da CDU, inicialmente como cabeça de lista à Assembleia Municipal, e depois em 2005, 2009 e 2013 como candidato à Câmara Municipal. O lema “Honestidade, Trabalho e Competência” é um lema nacional da CDU. Aliás, julgo que já seria um lema nacional da antecedente da CDU, que era a APU (Aliança Povo Unido) que depois por uma série de razões evoluiu para o nome Coligação Democrática Unitária. Qual é a tradição dos autarcas do Partido Comunista da CDU? Quando se diz “Trabalho, Honestidade e Competência” é evidente, e nós já temos visto este slogan que é a imagem de marca da CDU desde sempre, ser mais ou menos copiado por outras forças partidárias. Agora, a imagem é nossa. Estas três componentes foram definidas por nós, e, de uma forma geral, a CDU é muitas vezes vista como exatamente um partido que tem nas autarquias um dos seus componentes mais fortes, que tem uma implantação autárquica, real, maior que o seu impacto nacional em reuniões, por exemplo, para a Assembleia da República, e isto tem a ver com um prestígio, e eu não tenho a pretensão de dizer que não há autarcas prestigiados nos outros partidos, com certeza que há, mas há um prestígio dos autarcas do Partido Comunista que é uma tradição histórica. E essa tradição que componentes tem? O que depende da capacidade de trabalhar e da dedicação, e aqui a palavra trabalho tem muito a noção de dedicação, é que é um apanágio dos comunistas. Haverá alguns que não o cumprem? Seguramente que há. Haverá noutros partidos gente que também tem uma capacidade de trabalho notável? Com certeza que há. Mas nós achamos, eu acho, que essa é uma caraterística forte dos comunistas no poder autárquico. A honestidade tem a ver com um princípio. Eu dou-lhe um exemplo. Eu sou membro da Assembleia Municipal, e nós temos senhas de presença. Eu não fico com elas para mim. Essas senhas de presença são entregues ao Partido para que não haja nenhuma dúvida de que eu estou ali a procurar um interesse pessoal, seja de um salário, seja de um apoio, seja do que quer que seja. Ou seja, a palavra honestidade tem vários componentes. Há um componente muito importante. Como é evidente todos os partidos podem ter pontualmente situações desagradáveis com militantes, e até com dirigentes, etc. O que eu lhe posso dizer é que estou no Partido Comunista há quase 40 anos e há uma cultura de fundo contra a corrupção. Não é uma passividade. É uma cultura de fundo contra o compadrio, contra o jeitinho. Há essa cultura concreta dentro do Partido Comunista e há quase como que uma exigência para com os eleitos, seja na Assembleia da República, seja nas autarquias, da simples Assembleia de Freguesia ou da Junta de Freguesia, à Assembleia Municipal e às Câmaras. E esse componente é o de um grande respeito pelos dinheiros público. Por esse país fora já ouvi alguns autarcas ou muita gente que não é autarca mas que é ligada aos partidos dizer que um determinado nível de compadrio, uma pequena corrupção é quase inevitável, e isso é o princípio dos erros. Nós temos de ser muito transparentes nesse sentido da honestidade. Honestidade na gestão dos dinheiros públicos, e eu acho que, fazendo mais uma vez a transição para a medicina, os médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde em cada momento da sua atuação devem ter a noção de que têm uma capacidade de decidir despesa que é importante, têm uma responsabilidade de defender os interesses e os direitos de saúde dos doentes e das populações, mas também têm uma grande responsabilidade de perceber que o dinheiro que estão a gerir é público, que tem de ser respeitado e que não se pode partir do princípio, nem os autarcas, nem os profissionais de saúde, nem os profissionais nas escolas, por exemplo, que o dinheiro é para gastar sem critério. Tem de haver um respeito extremo pelos compromissos que se fazem. Depois a questão da competência. Entrando agora no nosso concelho. Há um discurso notável ao qual as pessoas podem ter acesso através da internet via portal do PCP que é o discurso do Bernardino Soares, atual presidente da Câmara Municipal de Loures, no Congresso do Partido Comunista sobre o que é que se esperava de um comunista que chegava à presidência de uma Câmara que estava falida. E ele faz um discurso notável no qual diz que as populações elegem líderes políticos para dirigir a Câmara, e às vezes aqui em Chaves, algumas forças partidárias, alguns candidatos, quase que dão a entender que estamos a eleger gestores. Nós não somos gestores. Nós somos, a maior parte de nós, militantes ou dirigentes partidários que se candidatam como políticos. Eu não sou gestor, sou médico. E posso entender que a experiência como médico, como médico que já teve cargos de direção ajuda. Mas do que eu estou à espera é que eu tenha equipas que existem nas autarquias de juristas, de economistas, de chefes de departamento, de chefes de divisão… Agora, quem define as estratégias políticas são o presidente e os vereadores, ouvidas as populações, ouvida a Assembleia Municipal, mas são decisões políticas que têm de ser tomadas com competência mas não pretendamos reduzir essa competência ao aspeto da gestão. Porque então fazíamos concursos de gestão e ia para a autarquia o melhor gestor. Isso é um perigo para a democracia e é um perigo para as autarquias e para as populações. Nós elegemos líderes políticos que estão lá como líderes políticos. Não elegemos gestores modelos. Não é aquele que papagueia melhor as leis e as normas ou que aparenta um conhecimento de umas modernas normas de gestão nas quais eu raramente me revejo, e a experiência em saúde das modernas normas de gestão é catastrófica para o interesse dos doentes, das populações e dos profissionais. E, portanto, eu não me revejo nesse modelo. Se me candidatar, ou melhor, quando me candidatei candidatei-me como líder político e não me parece que o que se espera de mim seja o papagaio. Nós tivemos muitos papagaios na política nacional e na política local, que sabe as cifras todas, as verbas todas. A saúde é a mesma coisa, na medicina é tudo siglas. E aqui também. É o PRODER, é o 2020, e o 3030, e o 4040… Mas isso é a espuma, o concreto é muito mais complexo e decisivo. E é a tal competência de saber identificar os problemas, de saber perceber que não se podem resolver todos ao mesmo tempo, que há prioridades e para quem é que nós dirigimos as prioridades. Durante anos nós vimos um movimento das Câmaras, às quais praticamente só o Partido Comunista se opôs em termos nacionais, em que tudo as queimava. A água tinha de ser privatizada, a gestão dos lixos tinha de ser privatizada, as águas residuais tinham de ser privatizadas. Tudo tinha de ser privatizado. E correu mal. Na água foi um desastre como negocio porque de repente as Câmaras estão endividadas, estão em conflito, e as empresas que ficaram com as águas algumas ainda estão mais endividadas. Parecia que durante anos as autarquias não percebiam com o que é que elas iam ficar. Eles diziam que era com a economia e com os projetos, e aqui em Chaves foi um desastre. A estratégia da autarquia do PSD foi um desastre. Eu não quero dizer que a culpa foi só deles. Eu não quero dizer que naquele momento no mundo, em Portugal, na região aquele pensamento não fosse dominante, mas falhou tudo. As plataformas logísticas, o mercado abastecedor, tudo isso falhou. E então nós ouvíamos os autarcas dizer que esta questão da água e do lixo não tinham importância nenhuma, que a Câmara não tinha tempo para se preocupar com isso. E depois temos redes de água que não funcionam, a chamada distribuição em baixa, temos uma recolha de lixos que deixa a desejar. E aquilo que eles disseram que agora ficavam com as mãos livres para o desenvolvimento do concelho, neste caso de Chaves, correu mal, muito mal. As questões não são só locais, mas também são dos modelos que se quiseram implementar. E agora aparece o Governo a dizer que quer por a saúde e a educação na gestão das autarquias. Há aqui qualquer coisa que não está bem. Nós já sabemos a questão essencial, que é que eles querem fazer isso para enfraquecer, porque depois é mais fácil desmantelar concelho a concelho do que se a educação for toda pública e do Estado e a saúde for toda pública e do Estado. E também é estranho que as autarquias, que aqui há uns anos parecia que a sua vocação era uma vocação do desenvolvimento da economia, e agora de repente aparece o Governo do Partido Socialista, e isto já vinha de trás, a tentar transferir responsabilidades nas áreas da saúde e da educação, por exemplo, para as autarquias. Isso é mais um erro, mas é um erro que não é inocente. E é um erro que aparentemente contestá-lo cria algumas dificuldades. Então não hão-de ser as autarquias a estar ao pé das escolas? Nós só chamamos a atenção que quando o Estado lavar as mãos e disser que a questão do ensino é toda de cada autarquia ou que a questão da saúde, pelo menos dos centros de saúde, é de toda de cada autarquia, a defesa comum acabou porque depois cada concelho passa a ter os seus problemas próprios. E este projeto não é inocente.
Maura Teixeira


diarioatual.com
14
Fev17

Ai, Cais do Sodré, já todo o sapato te serve no pé?

António Garrochinho



Ai, Cais do Sodré, já todo o sapato te serve no pé?


Estão quase a acabar as obras de requalificação do Cais do Sodré, que segundo a câmara serviram para abrir a frente ribeirinha à “fruição pública”. Há mais passeios, mais árvores, menos carros, muitos elogios. A má fama do Cais vai desaparecer de vez?

JOÃO PEDRO PINCHA 13 de Fevereiro de 2017, 7:30

Cacilhas, ali ao fundo, tenta piscar o olho por entre a neblina que se abateu sobre o rio. E conseguiu captar a atenção de um homem, pelo menos enquanto a chuva que há horas se adivinha não desce do céu aos trambolhões, como tem sido costume. José Manuel, 79 anos, comeu a bucha que trouxe de casa num dos novos bancos de madeira colocados junto ao Tejo, que até têm espaço para esticar as pernas. Depois veio postar-se aqui na amurada, a centímetros do rio, com o olhar perdido na Outra Banda.

Já lhe conhece as formas de cor. Há vários anos que sai de casa logo de manhã e vem por aí abaixo, desde o Largo do Rato até à beira-Tejo, só para passar o tempo. “Põe-se as ideias em dia, está-se descansadinho, ninguém chateia”, diz, boina na cabeça e casaco apertado, que as ondas provocadas pela passagem dos cacilheiros podem ser manhosas. “Uma grade aí não era má ideia.”

É a única imperfeição que vê no novíssimo Cais do Sodré, onde as obras estão praticamente concluídas. Apesar de agora estar de costas voltadas para a praça, José Manuel andou a passear e gostou do que viu. “Já tem outras condições. Está-se mais à vontade, isto está mais airoso, mais livre.” As frases saem acompanhadas de gestos largos com os braços, logo seguidos de outros mais contidos. “Antigamente aqui era uma mata, tinha barracas, agora está muito mais limpinho”, diz.

As mudanças no Cais do Sodré foram significativas. Logo atrás da amurada em que José Manuel está sentado havia um espaço alcatroado onde os carros estacionavam desordenadamente no meio de bancos de plástico coloridos e enfeitados com oliveiras. Esse local está agora calcetado e tem os tais bancos de madeira onde José comeu uma sandes. Mas mais: reduziu-se o número de vias de trânsito, acabou-se o parque de estacionamento em frente à estação, alargaram-se passeios, mudaram-se paragens de autocarros, plantaram-se novas árvores.

“Foram meses difíceis, sem dúvida nenhuma”, desabafa Teresa, que tem uma loja de artigos turísticos na esquina da Praça Duque da Terceira com a Rua do Alecrim. “Mas está bonito”, acaba por dizer. Deste lado do largo, oposto àquele onde encontrámos José Manuel, o único vestígio visível de obras é uma cabine azul, colocada a menos de um metro da estátua do duque – limpa há dois anos, já precisa de nova lavagem.

Em frente à loja de Teresa o passeio foi muito alargado. “É óptimo, parece a Rua Augusta”, atira a empresária a rir-se, atrás do balcão onde vende imagens de Nossa Senhora de Fátima fluorescentes, ímanes de eléctricos 28 e outra parafernália de encher o olho aos turistas. Há trinta anos no Cais do Sodré, Teresa suportou os incómodos das obras com algum cepticismo. “Estava com receio que descobrissem alguma coisa, alguma taça enterrada, e isto ficasse para aí tudo embargado. Tive dias em que estava dentro da loja retida, ninguém entrava nem saía”, relata.

“Mas já passou, está muito bonito, está muito amplo. Até o trânsito flui melhor”, acrescenta. Ainda assim, para o negócio, ainda não é a altura certa para tirar conclusões. Janeiro e Fevereiro são meses de pouca procura, explica, pelo que será preciso esperar um pouco mais para saber se o passeio mais largo trará vantagens. “A partir de Março já se começa a ver. E espero que agora, com aquilo arranjado junto ao rio, as pessoas não deixem de passar por aqui.”

Uma "magnífica obra"
Apesar de Teresa dizer que Fevereiro é um mês fraco em termos turísticos, por estes dias difícil é encontrar portugueses no Cais do Sodré. À espera de um autocarro 758 está Joaquim, cinquenta e poucos anos, que ficou surpreendido com o cenário que encontrou. “Passam-se anos sem que venha cá. Isto era um problema para a gente atravessas, vir para aqui, apanhar autocarros. Como está agora, está muito melhor”, afirma.

Outro Joaquim, este taxista, também está agradado com o resultado final dos trabalhos. Mas teme que o trânsito não melhore. “Nas horas de ponta vai continuar a ser complicado”, vaticina, encostado à entrada da estação fluvial. Para ele, “as pessoas trazem cada vez mais os próprios carros para Lisboa”, o que está na origem dos engarrafamentos que entopem toda esta zona diariamente.

Por isso, Joaquim duvida da eficácia de certas opções da câmara municipal nesta intervenção. “Em vez de porem mais vias, tiram-nas?”, questiona incrédulo. Tirar carros do centro e abrir este espaço à “fruição pública por todos os munícipes” é um dos objectivos assumidos por Fernando Medina para toda a frente ribeirinha: Cais do Sodré, Praça Duque da Terceira, Largo do Corpo Santo e Campo das Cebolas.

É por isso, aliás, que a Rua Bernardino Costa -- que liga a Rua do Arsenal ao fim da Rua do Alecrim, passando pelo Corpo Santo – está com uma só via de trânsito, passeios alargados e lojistas contentes. Pelo menos a avaliar pelo que dizem Ilda e Luís Gonçalves, donos da Tabacaria Britânica, que se deram ao trabalho de pendurar um cartaz no gradeamento das obras. “A Britânica dá os parabéns a todos os trabalhadores desta magnífica obra”, lê-se.

Será ironia? Nem pensar, responde o casal em uníssono no estabelecimento onde vendem lotarias, jornais e tabacos. “É notável a dedicação do pessoal”, afirma Luís. “Nunca vi trabalhar como estes trabalhadores”, diz Ilda. Desta casa, só elogios. “A rua [estava] toda irregular, as pessoas tropeçavam, espalharam-se aqui várias vezes à nossa porta”, conta Luís, voz grave e calma a tecer loas à intervenção: “Valeu a pena, está bonita e funcional. Está airoso, as pessoas andam livremente.”

Mas, e há finalmente um mas, alguns comerciantes estão a aproveitar os passeios mais largos para esticar as bancas de fruta, de ímanes e quejandos. “Ocupam o passeio com o negócio, os peões ali ficam. Há que disciplinar isso para que as pessoas possam circular livremente sem aquela feira de expositores no caminho”, diz Luís Gonçalves.

Amante de fado, Luís cantarola uma canção de Rodrigo: "Ai Cais do Sodré, ai Cais do Sodré, nem todo o sapato te serve no pé". Uma realidade que, afirma, está a mudar rapidamente. Ele agora passa grande parte do tempo a gerir um turismo rural em Grândola e diz que se surpreende sempre que vem a esta zona da capital, mal afamada e mal frequentada durante muitos anos. “É bom vir a Lisboa. Anda-se aqui tranquilamente, não há receio, não há violência.”

Ilda Gonçalves tem um receio. “Tenho muito medo que os grafitis venham e estraguem isto tudo.” Na sexta-feira, os raros trabalhadores que ainda andavam pela obra estavam precisamente a lavar um dos novos muretes do jardim, onde alguém já tinha escrito umas palavras com spray preto.

Despedimo-nos da Britânica com a promessa de lá voltar mais tarde, para ver como param os fados. O céu está mais carregado, Cacilhas mais longe. José Manuel já foi para casa.

ovoodocorvo.blogspot.pt
14
Fev17

QUANDO CHEIRA A VENDAS....

António Garrochinho
O JORNALIXO QUANDO LHE CHEIRA A VENDAS SEMPRE DESCOBRE ALGUMAS CARECAS PRINCIPALMENTE CACETEIROS.
MAS PORQUE RAIO NÃO SE DESENTENDEM MAIS ALGUNS POLÍTICOS DA NOSSA PRAÇA ?
SIM ! NÓS JÁ CONHECÍAMOS O CARRILHO O TAL DA CASA DE BANHO À PAXÁ ENQUANTO FOI MINISTRO DA CULTURA.
O TAL QUE NÃO GOSTA DE GUIMARÃES.
É QUE QUANDO ELES SE DESENTENDEM SEMPRE DÁ PARA CONHECER A MERDA QUE SÃO COMO PESSOAS.
ESTE CARRILHO MARCA GOLOS DE OUTRA MANEIRA E FAZ-NOS PENSAR EM QUE GENTE ANDA O POVO A DEPOSITAR O VOTO.
António Garrochinho
14
Fev17

PEITO DE FRANGO RECEHEADO

António Garrochinho
Em geral não publicamos este tipo de conteúdo já que há uma variedade de sites especializados, mas esta aqui você não vai encontrar em nenhum deles e também porque eu, Nerd Guy, fiz e ficou uma delícia. Assim decidi compartilhar no MDig. A carne de frango é uma das mais benéficas que podemos ter em nossa geladeira, bem como uma das mais saudáveis, nutritivas e baratas. Mas se há uma coisa que particularmente gosto desta carne, é que pode ser preparada de centenas de formas diferentes, todas elas deliciosas!

Um receita simples de peito de frango recheado para você impressionar seus convidados
Este vídeo espanhol mostra como fazer um delicioso peito de frango recheado, que sem dúvida deve agradar a qualquer um. Os ingredientes que você vai precisar são:
  • 1 peito de frango aberto (peça ao açougueiro que abra ou substitua por dois sassamis);
  • 4 fatias de bacon;
  • 2 fatias de presunto cozido;
  • 2 fatias de queijo;
  • 2 ovos cozidos;
  • 1 cebola;
  • azeite de oliva;
  • 1 copo de vinho branco;
  • sal a gosto.
Também precisaremos de barbante para selar o rolo de frango. E nem é necessário dizer que, se você quiser acrescentar algum outro tempero ou ingrediente, fica a seu critério.
Um receita simples de peito de frango recheado para você impressionar seus convidados
O preparo é muito simples: primeiro abra o peito de frango e coloque sobre uma superfície plana. Depois disponha as fatias de bacon uniformemente. As duas fatias de queijo. As duas fatias de presunto. E, por último, os ovos cozidos.
Um receita simples de peito de frango recheado para você impressionar seus convidados
Depois enrole tudo como um rocambole, tendo especial cuidado para que os ovos não saiam pelos lados. Para selar, precisará de barbante de cozinha. De pois de amarradinho, acrescente algumas especiarias a seu gosto
Um receita simples de peito de frango recheado para você impressionar seus convidados
O vídeo usa uma assadeira de barro, mas eu usei um pirex mesmo, para verter o copo de vinho branco e a cebola picada. Coloque a forma no forno a 190º C durante 55 minutos, ou até que o frango comece a dourar.
Um receita simples de peito de frango recheado para você impressionar seus convidados
Quando ficar pronto, corte o rolo em rodelas e sirva com molho da sua preferência. 

VÍDEO
www.mdig.com.br
14
Fev17

Um juiz federal dos Estados Unidos da América abriu o caminho para um processo que pode custar cerca de 100 milhões de dólares ao ciclista Lance Armstrong

António Garrochinho


Um juiz federal dos Estados Unidos da América abriu o caminho para um processo que pode custar cerca de 100 milhões de dólares ao ciclista Lance Armstrong, ao considerar válidas as acusações das autoridades norte-americanas.
O Departamento de Justiça acusou Armstrong de defraudar o Governo ao aceitar milhões de dólares de patrocínio do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS), ao liderar a equipa numa série de vitórias na Tour de France, enquanto estava sob o efeito de “doping”.
Lance Armstrong viu a Agência Antidoping dos Estados Unidos retirar-lhe, em 2012, os sete títulos da Tour, ficando banido da modalidade.
O antigo companheiro de equipa de Armstrong, Floyd Landis, iniciou o processo em 2010 ao abrigo de uma lei federal, a “False Claims Act”, equivalente ao “Direito Premial”, em Portugal (“Delação Premiada”, no Brasil), que permite que os delatores sejam recompensados, pelo Estado, em casos de fraude.
O Departamento de Justiça aderiu ao caso em fevereiro de 2013.
Armstrong, defende que os benefícios do USPS superaram os custos do patrocínio. O ciclista tentou, em abril de 2016, que o caso fosse resolvido por julgamento sumário.
O Serviço Postal desembolsou cerca de 32,3 milhões de dólares patrocinando a equipa de ciclismo Tailwind Sports Corp, já extinta, de 2000 a 2004.
O Governo calculou que os danos triplicam esse valor. Caso a justiça decida contra Armstrong, Floyd Landis poderá vir a recener até 25% do valor que as autoridades norte-americanas venham a receber.
Lance Armstrong, que durante anos negou as acusações de “doping”, admitiu em 2013, numa entrevista a Oprah Winfrey, ter recorrido a estupefacientes proibidos, enquanto competia.

VÍDEO



Com: AFP; Reuters


pt.euronews.com

14
Fev17

Deixa-me cheirar teu bacalhau!

António Garrochinho




Cristas  entusiasmadíssima no concerto de Tony Carreira

A conferência de imprensa de Centeno confirmou aquilo que já todos sabíamos: o ministro das finanças é um zero absoluto em termos de comunicação. E depois?

Bem, depois é melhor avisar Cristas, Coelho e restantes animais de estimação, que os portugueses preferem um ministro das finanças que resolva os problemas do país, a uma oxigenada que fala, fala e só conseguiu afundar Portugal mais do que já estava no tempo de Gaspar. 
Portanto meus queridos líderes oposicionistas, percebam de uma vez por todas que Portugal não é uma latrina, pelo que devem despejar os vossos vómitos de ódio a Centeno e à geringonça nas sedes dos vossos partidos.
Compreendo que deve ser muito chato andar 5 anos a dizer que não havia alternativa e Portugal só poderia crescer se roubassem os rendimentos de trabalhadores e pensionistas e vir um ministro que ninguém conhecia de lado nenhum, demonstrar que afinal é possível crescer sem roubar quem trabalha. MAIS! Não só havia alternativa, como a OCDE e a Comissão Europeia vieram reconhecer o bom trabalho deste governo e dar a mão à palmatória.
Tudo isso dói à oposição mas, o que mais dói, é a CGD não ter ido para as mãos de privados. Isso é que Cristas, Passos e acólitos não perdoam a Centeno e António Costa.
Vai daí Coelho fez-se à estrada e passou o fim de semana a apregoar ao país que nunca viu um ministro que errasse tanto como Centeno
Se tivesse um mínimo de vergonha, pudor e dignidade,depois de ouvir, hoje, os elogios de Moscovici ao governo e o consequente reconhecimento de que a política seguida por Portugal tinha dado bons resultados e superado todas as expectativas, Passos Coelho remeter-se-ia ao silêncio.
Só que Passos é um papagaio vaidoso por isso, amanhã já andará outra vez na estrada a dizer aquelas frases que habitam o seu mundo esquizofrénico e ele repete como se fossem verdades inabaláveis. 
É uma benção para a geringonça ter um líder da oposição como Passos, mas também faz muito jeito que a líder do CDS não se canse de nos fazer lembrar a primeira medida que anunciou ao país quando foi empossada ministra da agricultura: rezar a Nossa Senhora para que chova. Depois, foi dançar ao concerto do Tony Carreira.
Ainda não perdi a esperança de ver Cristas num concerto de Quim Barreiros a cantar "Deixa-me cheirar teu bacalhau"

 cronicasdorochedo.blogspot.pt
14
Fev17

Percepções

António Garrochinho




A arte dos políticos está em anteciparem qual é a percepção que os eleitores têm do que fazem ou dizem, daí a importância que dão à comunicação. Veja-se o caso de Cavaco, quando era primeiro-ministro dava a imagem de um verdadeiro Marquês de Pombal, com a secretária cheia de novos projectos, mas há quem diga que no seu gabinete só haviam sondagens. Não admira que a sombra da sua carreira tenha sido um jornalista, a famosa fonte de Belém.

Passos já mudou de estratégia política por várias vezes desde que uma nova maioria parlamentar dispensou os seus serviços. Sempre que o fez teve maus resultados, um sinal de que a percepção dos eleitores é diferente da que pretende conseguir. Longe vão os tempos em que Relva contava com uma matilha de blogues (gente que pode ficar descansada porque o fiscal de Braga não desconfia deles), em que tinha uma “boa imprensa”, num tempo em que as forças vivas da nação” apostavam nele.

O líder do PSD parece não perceber o que lhe está sucedendo e ainda recentemente cometeu mais um erro, rasteirou os parceiros sociais, convencido de que a confusão o favorecia. Julgava que ia passar a imagem de um governo desorientado e incapaz de funcionar apoiado na esquerda. Teve azar, a percepção dos portugueses foi a de que Passos seguiu uma estratégia de terra queimada, desceu mais um ponto nas sondagens.

No caso da CGD Passos luta furiosamente, deixar de estar no domínio do racional para actuar por instinto, tentando desesperadamente sobreviver. Os resultados orçamentais e os elogios da Comissão Europeia põem fim à sua estratégia da terra queimada, deixa de ter esperança num segundo resgate. É preciso fazer com que ninguém leia as boas notícias e derrubar o governo a qualquer custo.

O ataque é feito em duas frentes, manda atirar sobre Marcelo, o primeiro tiro é dado de forma inteligente por um dos seus críticos, mas o PSD comete o erro de permitir a percepção de que a crítica iniciada por José Eduardo Martins não ter sido espontânea, é igual a uma barragem de críticas que se seguiram. Os eleitores vão mudar de opinião acerca de Marcelo, pressionando a mudar de posição, como pretende Passos Coelho. É mais provável que a percepção dos eleitores seja diferente, que vejam nesta estratégia os gritos de um afogado .

Quase em simultâneo há um ataque cerrado a Centeno por causa de uma suposta mentirita. Mas a percepção dos cidadãos pode ser outro, podem pensar que Passos tenta a todo o custo derrubar aquele que pela sua competência, sucesso e credibilidade internacional é a trave mestra do governo. A percepção dos eleitores pode ser a de que Passos não hesita em desejar mal ao país e aos portugueses só para conseguir subir um ponto nas sondagens.

jumento.blogspot.pt
14
Fev17

Unicer não actualiza salários há seis anos aos trabalhadores de Vidago

António Garrochinho

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN/CGTP-IN) acusa a empresa de não actualizar os salários há seis anos aos trabalhadores do Palace Vidago Hotel, não tratando por igual os trabalhadores desta unidade hoteleira em relação a outras unidades do grupo Unicer.
Perante esta situação, e também para combater a precariedade laboral que se vive neste local, o sindicato irá discutir com os trabalhadores acções de protesto que «obriguem» a empresa a agir.
O sindicato afirma que não há nenhuma razão para a Unicer não actualizar os salários destes trabalhadores, uma vez que «o sector vive uma excelente situação, sucessivamente, desde 2013», sendo que o ano 2016, apontado como o melhor ano turístico de sempre, confirma essa tendência.
Os dados do INE sobre a hotelaria são lembrados pelo Sindicato de Hotelaria do Norte: registou 1,1 milhões de hóspedes e 2,9 milhões de dormidas em Novembro de 2016, correspondendo a um aumento homólogo de 12,6% e 14,7% relativamente a Outubro. Os proveitos também aceleraram, com mais 23,6% para os proveitos totais e 26,2% para os de aposento. Por outro lado, o IVA sobre a restauração baixou de 23% para 13%, o que beneficiou as empresas.
A estrutura sindical acusa ainda a Unicer de discriminar os trabalhadores desta unidade hoteleira nos prémios anuais e nas regalias sociais do grupo, nomeadamente no seguro de saúde.
O sindicato já solicitou reuniões à empresa, «mas esta recusa o diálogo e a negociação», acusa.


www.abrilabril.pt

14
Fev17

TRIBUNA POPULAR TELEVISÃO

António Garrochinho
Campo de batalha

Ainda que não se dê conta disso, o utente (ou consumidor, ou frequentador) dos chamados media está todos os dias no centro de uma espécie de campo de batalha em que ele próprio é o objectivo a tomar de assalto, a ocupar. Isto será verdade relativamente a qualquer meio de comunicação social, sendo contudo que para estas colunas importa sobretudo a televisão que, aliás, mesmo perante o enorme relevo que as redes sociais adquiriram nos anos mais recentes, parece continuar a ser o factor que mais generalizadamente condiciona os convencimentos dos cidadãos e, por consequência, o seu posicionamento cívico, as suas acções e também as suas inacções. Não é grande novidade que seja assim: pelo menos desde Goebbels e a proclamada eficácia da «mentira mil vezes repetida» que a ocupação das cabeças das gentes é reconhecida como um fundamental objectivo político, que a impostura passou a valer como verdade, isto para não recuarmos mais no tempo e na História. De onde a artilharia específica deste combate sem estrondos mas sempre caracterizado por muita dureza e poucos ou nenhuns escrúpulos, sector de primeiríssima importância daquilo a que chamamos, e bem, batalha ideológica. Com uma fundamental característica: a de que um dos lados do combate dispõe de meios financeiros, tecnológicos e logísticos praticamente inesgotáveis, enquanto o outro apenas dispõe de convicções firmes e de enorme empenhamento.
A alegria final
Dito isto, não surpreenderá que se peça a atenção dos cidadãos para alguns cuidados a ter para evitarem a intoxicação pela absorção dos venenos informativos que todos os dias nos rondam, que são introduzidos em nossas casas e, no caso da televisão, tentam entrar em cada um de nós pelos olhos e ouvidos que estejam mais disponíveis. E é bem caso para dizer que todos os cuidados são poucos, como aliás se compreenderá quando nos lembrarmos de que os semeadores de toxinas são profissionais especialistas, peritos no manejo das suas específicas minas e armadilhas, ao passo que os cidadãos-alvos são criaturas desprevenidas e tendencialmente crédulas perante o que a televisão ou a rádio disseram e porventura a generalidade dos jornais terá repetido ou glosado. Neste quadro, convém mobilizar algumas formas de precaução que possam constituir linhas protectoras: é uma espécie de autodefesa sob a forma de interrogatório. Chegada até nós a informação ou o que com informação se pareça, perguntemos de onde vem ela, quem ganhará alguma coisa se ela for generalizadamente bem acolhida, qual é o alvo que será por ela atingido, identifiquemos qual o objectivo final que estará em causa. Em resumo: «revistemos» a informação para nos apercebermos do que pode ela trazer nas suas algibeiras, sobretudo nas mais interiores, nas que estão menos à vista. Há muitos casos de impostura óbvia, seja pelo próprio tipo de informação ou seja por conhecida falta de credibilidade de quem a disparou, mas é preciso não esquecer de que em política, e portanto também na batalha ideológica, nem sempre «o que parece é», como muitas vezes é repetido e o «sempre saudoso» doutor Salazar uma vez terá lembrado. Assim, ocorre por vezes que informações que parecem incluir-se num pensamento muito democrático são, afinal, parte integrante de grandes manobras de sentido contrário, ou que aparentes movimentos de opinião transnacional são de facto efeitos de campanhas intoxicantes sem princípios mas com fins. Poder-se-á dizer que é difícil viver assim, num mundo em que a produção de inverdades é permanente e obedece a estratégias traçadas por especialistas e do outro lado, débil, está o cidadão em princípio isolado. Por isso é tão importante que o cidadão não esteja isolado. Que, com ajuda ou sem ela, perceba quais são os dois grandes campos que estão em confronto permanente. Que, depois disso, reflicta. E depois de reflectir saboreie a alegria final de, mais uma vez, não ter sido enganado.
Via: GPS & MEDIA http://bit.ly/2lCNji3
14
Fev17

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS _ COMUNICADO

António Garrochinho


FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS


A nova legislação sobre gestão hospitalar é a negação de uma reforma e a aposta no aprofundamento dos esquemas clientelares
O DL nº 18/2017, publicado a 10/2/2017, estabelece um novo quadro legal da gestão hospitalar aplicado a todas as entidades que se encontram neste nível de prestação de cuidados de saúde.
Desde logo, importa denunciar a gravidade do comportamento político do Ministério da Saúde ao enveredar por uma atitude de afrontamento e de violação ostensiva dos direitos legais e constitucionais das organizações sindicais, não submetendo à negociação este diploma quando o seu conteúdo possui matérias que a isso obrigavam.
Apesar do clima geral de conflitualidade verificado com as práticas e as medidas gravosas do ministério da saúde do governo anterior, nunca tal situação de violação do próprio princípio da negociação sindical se verificou.
A FNAM irá desencadear todas as iniciativas legais para solicitar a declaração de ilegalidade deste diploma.
Quanto ao conteúdo do decreto-lei, e independentemente da avaliação jurídica que está a ser desenvolvida para posterior divulgação, entendemos indispensável transmitir, desde já, a seguinte apreciação geral:
1 – Este diploma constitui uma oportunidade perdida de estabelecer as bases de um entendimento alargado no sector para desencadear uma indispensável e urgente reforma hospitalar em estreita articulação com a reforma dos cuidados de saúde primários e outros sectores de prestação de cuidados de saúde.
O Ministério da Saúde ao enveredar por uma prática autocrática e por uma acção política de aberta hostilização das organizações sindicais de todo o sector da saúde criou obstáculos de difícil superação para encontrar soluções que são urgentes para o sector hospitalar e para a sustentabilidade do próprio SNS
O conteúdo do decreto-lei é uma mera reedição da generalidade da legislação anteriormente em vigor, compilando anteriores diplomas e agravando em múltiplos aspectos uma concepção de gestão militarizada das unidades hospitalares.
Por outro lado, verificamos que até a designação de uma estrutura intermédia de gestão a criar, o CRI, revela uma profunda ignorância dos autores do articulado, ou seja, ao designarem essa estrutura como “centro de responsabilidade integrada”, quando a designação correcta é centros de responsabilidade integrados, tendo em conta que não é a responsabilidade que é integrada, mas são os centros que são integrados porque têm como uma das principais missões integrar serviços e funções.
Importa lembrar, que em 1999 foi publicado o DL nº 374/99, onde foram criados, pela primeira vez, os CRI, como uma forma de agregação funcional e de uma mais adequada departamentação de serviços.
Esse decreto-lei foi negociado com a então ministra da saúde Drª Maria de Belém ao mesmo tempo que o diploma das USF, estabelecendo como forma inovadora uma política de incentivos em função da concretização de objectivos contratualizados, sendo mais tarde revogado pelo ex-ministro Luís Filipe Pereira.
2 – Dentro da compilação da legislação anterior, este novo diploma abrange todas as unidades hospitalares, centros hospitalares, unidades locais de saúde (ULS) e inclusivé as PPP.
É elucidativo que defina como um dos instrumentos do financiamento das unidades hospitalares o modelo de “capitação ajustada pelo risco”, modelo este importado das H.M.O. americanas e que tanta polémica tem suscitado.
O artº 9º estabelece a recriação dos CRI, mas não faz qualquer referência à departamentação, nem a uma política de incentivos salariais.
Simultaneamente, estabelece no artº 10º a aplicação obrigatória da “exclusividade de funções” que é um regime de trabalho que já não existe a nível da Carreira Médica para novos contratos desde 2009.
No entanto, esta aplicação obrigatória da exclusividade de funções possui logo a seguir uma redacção directamente destinada aos “amigos” clientelares ou referir que “salvo em situações excepcionais autorizadas pelo conselho de administração”.
Muito claro nos seus propósitos!
3 – Refere a existência de estruturas como os “Centros Académicos Clínicos” e da “Comissão Nacional para os Centros de Referência” cujo  papel não é perceptível nesse articulado.
4 – Quanto aos processos de recrutamento refere que se devem caracterizar pela “igualdade de oportunidades, imparcialidade, boa-fé, não discriminação e imparcialidade” para logo a seguir acrescentar “excepto em  casos de manifesta urgência devidamente fundamentada” (artº 28º).
Mais uma vez uma excepção para passar a ser a regra?
5 – Cria uma nova disposição ao estabelecer que os directores de departamento e de serviço têm de estar inscritos nos colégios da especialidade da Ordem dos Médicos (artº 28º).
E quanto à nomeação dos directores de serviço “ devem ser objecto de aviso público, de modo a permitir a manifestação de interesse individual” (artº 28º).
Ou seja, ao contrário dos apregoados propósitos de implementar concursos públicos para o preenchimento dos cargos, é definida uma curiosa modalidade de “aviso público” como se isso fosse impedimento para a manutenção das nomeações político-partidárias.
E como se a tal manifestação de interesse individual tivesse algum efeito prático, mais parecendo uma nota de humor.
6 – No Anexo II, no respectivo artº 6º, está prevista a limitação dos cargos dos órgãos de gestão a dois mandatos, o que sendo uma inovação não aparece inserida em nenhum contexto de reformulação organizacional e de descentralização do processo de decisão.
Nas competências do conselho de administração surge a disposição de “definir as políticas referentes a recursos humanos, incluindo as remunerações dos trabalhadores” (artº 7º).
Deixará de haver negociações salariais e de contratação colectiva ficando as remunerações dependentes das administrações de cada unidade hospitalar?
7 – Os directores clínicos poderão acumular com a actividade assistencial remunerada mediante autorização do ministro (artº 13º).
Depois da experiência de largos anos com esta promiscuidade de actividades, este diploma volta a instituir a mesma disposição.
Para os profissionais a inserir em CRI é obrigatória a chamada “exclusividade de funções” e para os nomeados políticos nas administrações e direcções clínicas já é possível acumular com actividade privada.
E no Anexo III, artº 6º, relativo às ULS até podem ser nomeados dois directores-clínicos dentro do mesmo conselho de administração.
8 – A FNAM desenvolverá todos os seus esforços na contestação a este diploma e à forma como foi publicado em clara violação do direito constitucional à negociação sindical.
Estamos perante uma grave situação de degradação dos serviços públicos de saúde e do SNS, que urge pôr cobro!!!
Lisboa, 13/2/2017
A Comissão Executiva da FNAM


Este artigo encontra-se em: Alpendre da Lua http://bit.ly/2lItAta
14
Fev17

«Não aos monólogos, sim à interacção!» falando, como se fala, da saula de aula, diria que vem aí a utopia

António Garrochinho



Se vasculharem lá no meu baú, encontrarão, com a etiqueta “Educação e jovens“, mais de centena e meia de posts. Tem lá de tudo, desde a violência entre alunos até à violência exercida sobre eles, o que me terá levado a usar grosseiro vernáculo, com a exclamação “que merda é essa?”.
No entanto, os temas por mim desenvolvidos, ao longo dos últimos seis anos, têm maior incidência em práticas louváveis ocorridas em escolas portuguesas e que se aproximam do, para muitos de nós utópico, modelo finlandês.
E sobre a utopia, dizia-me um amigo, deixando no seu texto, inequívocos testemunhos :
Há quem embirre com as utopias. O que é um pouco como achar que os sonhos são inúteis. Aí estão duas escolas em que o sonho está já transformado em vida.
Das vezes que falei deste assunto, da educação e destas duas experiências portuguesas da Voz do Operário e da Ponte, foi como tentar explicar o que é um oceano a quem só viu um charco de água. Falar deste assunto sempre foi muito complicado, excepto quando tive oportunidade de mostrar previamente alguns desses links e vídeos postados.
Vem a propósito disto, referir uma notícia do “Público” no jornal do passado domingo onde pré-anunciava ir passar a existir um novo perfil de competências para os alunos, que tal implicará alterações de práticas pedagógicas e didácticas, passando por recentrar o lugar do aluno na aprendizagem.
Falava o texto em se ir criar na escola “espaços e tempos para que os alunos intervenham livre e responsavelmente” e também promovendo, “de forma sistemática, na sala de aula e fora dela, actividades que permitam ao aluno fazer escolhas, confrontar pontos de vista, resolver problemas e tomar decisões com base em valores”. 
Tudo isto para que os alunos passem a ser capazes, entre outras vertentes, “de ouvir, interagir, argumentar, negociar e aceitar diferentes pontos de vista, ganhando novas formas de estar, olhar e participar na sociedade”.
Aproxima-se, então, a mudança necessária. Que “mude, mas que comece devagar, porque a direcção é mais importante que a velocidade.”  

Este artigo encontra-se em: CONVERSA AVINAGRADA http://bit.ly/2kDPcqw
14
Fev17

Uma primavera americana?

António Garrochinho




Segundo algumas opiniões que vou lendo, os EUA correm o risco de uma guerra civil.
Segundo outras opiniões, essa guerra civil já começou e mantém-se ainda a níveis de baixa intensidade: carros incendiados, montras partidas, confrontos nas ruas. (nada que chegue aos nossos queridos jornais, mas que são reportados numa base diária, em várias cidades).
A falha tectónica que atravessa os EUA enquanto realidade política é geral. Os dois partidos principais rachados a meio. No PD, entre sanderistas e hillaristas, no PR entre trumpistas e anti trumpistas.
Entre as multinacionais, há também interesses divergentes: o «big oil» quer um entendimento com a Rússia, para poder explorar seus enormes recursos na Sibéria. As guerras não os entusiasmam: imaginem então no Médio Oriente, por onde passam todos os petroleiros. Uma chatice.
Os jornais e TVs querem guerras e portanto a diabolização da Rússia: parece que os cidadãos consomem mais (e logo os anunciantes televisivos pagam mais) quando se mostram imagens como as que CNN mostrou de uma cidade lá longe, submetida a uma chuva de misseis, em directo.
No caso dos jornais idem: o café da manhã deve saber melhor a muitos se lerem as crónicas reportagens dos jornalistas «embedded» nas colunas militares. Um pouco como a nós, cidadãos pacíficos deste lado, nos sabe melhor ficar na cama com o ruído da chuva caindo lá fora. 😦
Mc Donalds, Coca Cola etc, não gostam de países que os correram de seus mercados. Gostam portanto da guerra como medida punitiva contra esses estados (how do they dare?), mas se tal destabilizar toda uma região, incluindo países mais amigáveis, fica mau para o negócio. Guerra sim, portanto, mas só um bocadinho.
O aparelho militar industrial, o mais luxuoso do planeta e um sorvedouro de dinheiros públicos, precisa de guerras, claro. De preferência porém se outros países as assumirem: é melhor vendê-las do que usá-las em proveito próprio. Parece que nesta última situação, até os aliados têm relutância em pagar por «fogo de artifício» que não encomendaram.
O exército está dividido também: guerras sim, até porque elas justificam a existência da «classe guerreira». Mas de preferência atirar «pedras» (das explosivas) de longe. Pôr os «boys» no terreno já não os entusiasma desde o Iraque: é chato, pá, voltam em caixões, os seus camaradas de armas e famílias levam isso a mal.E mesmo os soldados que se safam, depois da merda que viram, ficam traumatizados. E engrossam o nº dos niilistas, sem abrigo ou pior ainda: tornam-se em perigosos pacifistas militantes, o que enfraquece a nação.
Querem saber a minha opinião? os EUA arriscam-se a não viver – unidos, quero dizer – os tais dez anos que Bannon previu para uma inevitável guerra com a China. Porque os sinais de desunião estão aí todos, com todo o seu potencial conflituoso.
Depois das primaveras árabes, talvez tenhamos em breve uma primavera americana que mais parecerá um inverno. Ou um inferno. Quem semeia tempestades no deserto, arrisca-se a colher sismos nas cidades.
(António Gil, in Facebook, 13/02/2017)


14
Fev17

CGD investigada por falsificação de contas de empresa municipal

António Garrochinho


A Caixa Geral de Depósitos recorreu ao tribunal para obrigar a Câmara Municipal de Paços de Ferreira a pagar os mais de 24 milhões de euros que emprestou à empresa municipal PFR Invest.


Mas, no final do processo, não só viu os juízes absolverem o Município, como ainda ficou a saber que será investigada pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Inspeção-Geral de Finanças. O banco do Estado é suspeito de ter omitido e compactuado com a "falsificação das contas" da PFR Invest referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012.



14
Fev17

Esta coleção de cabelos afro é o melhor tributo à cultura africana

António Garrochinho


A imagem pode conter: 2 pessoas
Estes cabelos afros estilizados são a coisa mais linda que você vai ver hoje e servem como um verdadeiro tributo à beleza das mulheres negras e à versatilidade das suas madeixas. A coleção foi nomeada para a final do British Hairdresser of the Year Award 2016, na categoria Afro e está abocanhando diversas outras premiações.
Criados por Lisa Farral, os looks foram vencedores nas categorias de estilo Natural e  Traça, além de renderem a ela o prêmio de Cabeleireira Afro do Ano da Black Beauty and Hair. Lisa atende em Londres, mas as fotos abaixo são pura beleza e prometem inspirar outros profissionais ao redor do mundo.
Espia só:
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cabelo12
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cabelo14
cabelo15
Todas as fotos © Luke Nugent


vivimetaliun.wordpress.com
14
Fev17

ISRAEL - A lei de terras é último prego no caixão da solução de dois Estados

António Garrochinho


 Jonathan Cook     
O parlamento israelita aprovou uma lei que “legaliza” toda a criminosa apropriação de terra palestina na Cisjordânia que há décadas vem fazendo. O que Israel pretende com esta lei é dar um passo no sentido da anexação formal. Os colonatos em território ocupado constituem um crime de guerra à luz do direito internacional, mas a extrema-direita sionista não tem razões para temer sanções.

Na noite de segunda-feira o Parlamento israelita aprovou a lei de legalização, uma peça de legislação tão suspeita como seu próprio título indica. A lei amplia as competências dos responsáveis israelitas para apropriar os últimos fragmentos de terra palestina na Cisjordânia que se supõe estarem fora dos limites.

Os líderes palestinos advertiram que a lei martelou o último prego no caixão de uma solução de dois Estados. Os ministros do Governo estiveram alegremente de acordo. Para eles esta é a extensão da lei israelita à Cisjordânia e o primeiro passo no sentido da sua anexação formal.
A lei de legalização - também traduzida em hebreu comum como a lei de regulação ou validação - foi a contundente resposta da direita ao desalojamento na semana passada de poucas dezenas de famílias de um “posto avançado” no colonato chamado Amona. Foi um revés raro e breve para os colonos, provocado por uma decisão judicial que demorou três anos a ser cumprida.

A evacuação de 40 famílias transformou-se numa dispendiosa peça de teatro político de 40 milhões de dólares. Foi coreografada como um trauma nacional para garantir que tal evento nunca se repita.

Os uniformes usados pela policia nas demolições de habitações palestinas - pistolas, bastões, coletes anti-bala negros e viseiras – foram arrecadados longe. Em troca os agentes, vestidos com amistosas camisetas azuis e bonés gorras de beisebol, trataram com luvas de seda os transgressores da lei judia, mesmo quando tiveram que enfrentar uma chuva de pedras, lixivia e garrafas. No final dezenas de agentes necessitaram de tratamento hospitalar.
Enquanto os confrontos se desenvolviam Naftali Bennett, ministro da Educação e líder do partido dos colonos lar judeu, tratou as famílias de Amona de “heróis”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfatizou: “Todos estamos conscientes da magnitude da sua dor”.

Foi prometida aos colonos uma solução de realojamento ampliada e serão generosamente compensados. Numa reparação mais generalizada foram dados a conhecer planos de milhares de habitações adicionais para colonos na Cisjordânia.

Mas o prémio principal para o senhor Bennett e a extrema-direita era a própria lei de legalização, que reverte a restrição imposta na década de 1970 - e posteriormente violada pela dos “postos avançados” como dezenas de Amona - delineadas para evitar um “vale-tudo” por parte dos colonos.
O direito internacional é claro: uma potência ocupante pode tomar terra apenas para necessidades militares. Israel cometeu um crime de guerra com a transferência de mais de 600.000 civis judeus para os territórios ocupados.
Os sucessivos governos ignoraram as suas obrigações legais ao pretender que os territórios estavam em disputa e não ocupados. Mas para acabar com o mal-estar dos tribunais israelitas os funcionários acordaram proibir aos colonos construção em terrenos de propriedade privada de palestinos.
Não era nem de longe uma restrição. Sob a lei otomana e os domínios britânico e jordano, uma grande parte da terra palestina nunca havia sido formalmente registada. A propriedade deriva principalmente do seu uso. Grande parte da restante terra era comum.
Israel capturou estas vastas extensões que careciam de títulos de propriedade declarando-as “terras do Estado” para as tratar efectivamente como parte de Israel e de uso exclusivo para o colonato judeu. Mas mesmo esta gigantesca apropriação de terras não era suficiente.
A fome territorial dos colonos levou à construção de dezenas de “postos avançados” na Cisjordânia, frequentemente em terra palestina privada. Apesar do facto de violarem a lei israelita os postos receberam imediatamente serviços do Estado, desde electricidade e água a meios de transporte e escolas.

Muito tardiamente, os tribunais traçaram uma linha em Amona e exigiram que a terra fosse devolvida aos seus proprietários palestinos. A lei de legalização sobrepõe-se aos juízes, o que permite que terras privadas roubadas aos palestinos sejam branqueadas como propriedade do Estado israelita.

O promotor público de Israel negou-se a defender a lei, ¿Irá o Supremo Tribunal aceitá-la? Possivelmente. O objectivo das cenas “traumáticas” em Amona foi apresentar o Tribunal como o vilão deste drama por ter ordenado o desalojamento.
Não obstante a lei de legalização poderá deparar-se com contrariedades.

Nunca houve na prática um limite sério para o roubo da terra palestina. Mas agora, com a lei, o apoio do Governo de Israel ao saque estará à vista. Será impossível culpar os postos avançados de colonos como “delinquentes” ou afirmar que Israel está a tratar de salvaguardar os direitos de propriedade palestinos.
Dan Meridor, ex-ministro do Governo do partido Likud de Netanyahu, designou a lei de “má e perigosa”. Israel, acrescentou, apenas pode ter jurisdição sobre a terra palestina privada se os palestinos votarem o Parlamento de Israel. Em poucas palavras, trata-se de anexação por outros meios. Fecha-se a porta a qualquer tipo de Estado palestino.
Com o tempo, acrescentou, trará consequências não desejadas. Em lugar de tornar legais os postos avançados, sublinhará a natureza criminosa de todos os colonatos, incluídos os de Jerusalém Leste e os chamados “blocos de colonatos”, áreas cuja anexação a Israel anteriores administrações estado-unidenses insinuaram poder aceitar num futuro acordo de paz.

O outro grande perigo foi apontado pelo líder opositor Isaac Herzog, “O comboio que sai deste ponto terá apenas uma paragem, em Haia”, disse, referindo-se à sede do Tribunal Penal Internacional.

Se os promotores do TPI levam a sério as suas obrigações, a lei de legalização aumenta significativamente a pressão sobre eles para processar os responsáveis israelitas - incluindo Netanyahu - por cumplicidade no crime de guerra de estabelecer e encorajar os colonatos.



ww.odiario.info

14
Fev17

Escolas fechadas e pessoas em casa devido a incêndio em fábrica de Setúbal

António Garrochinho


Várias escolas do concelho de Setúbal estão fechadas por indicação da Proteção Civil devido a um incêndio num armazém de enxofre na Sapec Bay, Setúbal, pelo perigo da inalação de fumos tóxicos.
O fogo, que deflagrou na madrugada desta terça-feira, feriu quatro bombeiros que combatiam as chamas, controladas por volta das 10.45 horas.
A população de Praias do Sado e Faralhão, localidades da freguesia de Sado, foram aconselhadas a, pelo menos até às 13 horas, não saírem de casa e colocarem toalhas húmidas nas janelas para evitarem contacto com o fumo tóxico, que pode causar irritações na garganta e olhos num primeiro contacto.
"A nuvem de enxofre esteve mais alta mas agora começou a descer para o nível das casas, o que obriga à tomada destas medidas", afirma Manuel Véstias, presidente da junta de freguesia de Sado, que espera que as consequências do incêndio se fiquem por aqui.
Os alertas chegam também às localidades de Alto da Guerra e Poço Mouro, onde na escola básica local, as crianças estão impedidas de saírem das salas de aula. Na freguesia de Sado, três escolas estão encerradas e na cidade de Setúbal, outras cinco suspenderam atividade: na Bela Vista (duas), em Peixe Frito, em Manteigadas e no bairro Afonso Costa. A situação deverá ser normalizada quarta-feira.

Um total de 55 bombeiros e 22 viaturas de várias corporações do distrito de Setúbal estiveram a combater as chamas.







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