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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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15
Fev17

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP Sobre o "memorando de entendimento" assinado pelo Governo com a ANA/Vinci

António Garrochinho


Face à assinatura de um “memorando de entendimento” entre o Governo PS e a ANA/Vinci que incumbe esta última de apresentar uma proposta de utilização da Base Aérea do Montijo como pista complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, o PCP considera:
1- A discussão em torno da construção de um Novo Aeroporto de Lisboa – NAL, arrasta-se há vários anos. O crescimento significativo do tráfego aéreo em Portugal associado ao esgotamento/saturação da Portela (sem possibilidades de expansão) levou a que, em 2008, na base de vários estudos desenvolvidos (designadamente pelo LNEC) se tenham abandonado várias opções que estiveram presentes – Ota e Portela+1 nas suas diferentes soluções Alverca, Montijo, Monte Real, etc. - e se tenha fixado o Campo de Tiro de Alcochete, situado na margem sul do Tejo (grande parte no concelho de Benavente) como a mais válida possibilidade para a instalação desta importante infra-estrutura para o desenvolvimento do País.
2- Dez anos passados, tendo-se verificado um crescimento que foi para lá das previsões iniciais do tráfego aéreo, não só não se concretizou nenhuma decisão para a construção do NAL, como se procedeu, com elevados custos para o interesse nacional, quer à privatização da ANA, entregando-a à multinacional francesa Vinci (que também participa no consórcio que explora as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama), quer à privatização da TAP, entregando-a parcialmente a David Neelman. A troco de 3 mil milhões de euros pagos à cabeça (que a Vinci terá integralmente recuperado em pouco mais de dez anos), o Governo PSD/CDS cedeu a exploração dos aeroportos nacionais por 50 anos, condicionando dessa forma a decisão soberana do País sobre uma infra-estrutura estratégica.
3 – Tal como o PCP denunciou na altura, as consequências da privatização da ANA têm-se feito sentir de forma negativa no País. As receitas que possibilitaram durante décadas que a pública e lucrativa ANA assumisse, quer o investimento, quer a modernização de todos os aeroportos nacionais, passaram a ir directamente para o estrangeiro, designadamente para a remuneração dos accionistas da Vinci. Aumento das taxas e tarifas aeroportuárias, desinvestimento significativo na infra-estrutura, transformação dos aeroportos numa espécie de centros comerciais em detrimento das condições de segurança, ataque aos direitos dos trabalhadores, são estas as consequências de mais uma criminosa privatização. Apesar de todos esses prejuízos para o interesse nacional, a verdade é que a ANA/Vinci assumiu compromissos para a construção do NAL dos quais se pretende agora libertar.
4- Portugal precisa de um novo aeroporto internacional. A opção pela sua construção faseada no Campo de Tiro de Alcochete, cujos terrenos são inteiramente públicos e permitem expansão, é aquela que possibilita não só a continuidade da Portela (que deverá coexistir até à conclusão do NAL), como a sua articulação com um projecto de desenvolvimento do País. A construção de uma terceira travessia sobre o Tejo entre Lisboa e Barreiro na vertente rodo-ferroviária, o desenvolvimento e articulação com a introdução da Alta-velocidade ferroviária no nosso País, a defesa e promoção da produção nacional (seja no plano do transporte de mercadorias, onde se inclui a plataforma logística do Poceirão), seja no próprio sector da aviação civil, confere à opção Campo de Tiro de Alcochete, uma visão estratégica para o desenvolvimento do conjunto área metropolitana de Lisboa que colide com os interesses da multinacional Vinci, apenas interessada em maximizar durante 50 anos as suas receitas com o menor custo possível.
5- O País não pode ficar durante 50 anos sem as receitas aeroportuárias e no final desse período, ficar também sem o Novo Aeroporto de Lisboa. A pressão colocada nos últimos anos pelo aumento significativo do turismo e do tráfego aéreo, associada às limitações que têm estado presentes no plano do investimento público, não devem dar lugar a decisões precipitadas que hipotequem o desenvolvimento do País, mas antes, à adopção das medidas que, respondendo aos problemas do presente, não comprometam o futuro. Para o PCP, a exigência da recuperação do controlo público da ANA (e também da TAP) cujas receitas suportariam a construção do NAL, pressupõe também que o Estado português enfrente os interesses da multinacional Vinci. É isso que se exige do actual Governo!

www.pcp.pt
15
Fev17

FARO - MOÇÃO DA CDU CONTRA AS DEMOLIÇÕES NA RIA FORMOSA FOI APROVADA

António Garrochinho


Foto de SOS Ria Formosa.
SOS Ria Formosa

ÚLTIMA HORA
Câmara Municipal de Faro Aprovou nova moção apresentada pela CDU contra as demolições:
MOÇÃO
RIA FORMOSA: NÃO ÀS DEMOLIÇÕES, SIM À REQUALIFICAÇÃO!
Considerandos:
1 – O Governo do Partido Socialista e o novo Conselho de Administração da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, em vez de procederem à requalificação de todos os núcleos urbanos e dos espaços balneares das ilhas-barreira da Ria Formosa e também à requalificação do seu sistema lagunar, anunciaram que darão início no próximo dia 22 de fevereiro à tomada de posse administrativa de casas dos núcleos urbanos dos Hangares e do Farol, fazendo regressar assim, para as populações atingidas, o pesadelo das demolições;
2 – O reconhecimento do valor social, económico, histórico e cultural dos núcleos urbanos das ilhas-barreira da Ria Formosa e a tradução desse reconhecimento nos diversos instrumentos de planeamento e ordenamento do território, em particular o Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura - Vila Real de Santo António, não foram consequentemente assumidos pelo Partido Socialista;
3 – O direito a viver e a produzir nestes territórios tem de ser afirmado e defendido e a Câmara Municipal de Faro deve manifestar a sua solidariedade e apoio às comunidades locais vítimas das demolições, assim como às suas Associações representativas;
Deliberação:
A Câmara Municipal de Faro, reunida em 2017-02-13, delibera:
1. Reafirmar a exigência de que o Governo do Partido Socialista reoriente a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, S. A., agora com um novo Conselho de Administração, para um rumo diferente de atuação, no quadro do reconhecimento do valor social, económico, histórico e cultural dos núcleos urbanos das ilhas-barreira, e ponha fim ao processo de demolição de habitações e avance com o processo de requalificação de todos os núcleos urbanos e dos espaços balneares em causa;
2. Reafirmar a necessidade de ser dada tradução legal a esse reconhecimento do valor social, económico, histórico e cultural dos núcleos urbanos das ilhas-barreira da Ria Formosa no Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura-Vila Real de Santo António;
3. Dar conhecimento desta moção à Assembleia Municipal de Faro, às Juntas e Assembleias de Freguesia do concelho de Faro, às restantes Câmaras e Assembleias Municipais do Algarve, à AMAL, ao Governo, à Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, à Assembleia da República e à Comunicação Social.
Faro, 2017-02-13.
Moção foi aprovada por maioria:
- Votos a favor: CDU (1) e Coligação Juntos por Faro (4).
- Votos contra: PS (4).
15
Fev17

Parece loucura, mas veja tratamentos médicos impressionantes usados antigamente

António Garrochinho


A medicina moderna pode ser a coisa mais próxima que temos da magia real. Alguns casos são tão impressionantes que merecem destaque. Confira tratamentos médicos impressionantes usados anteriormente. Alguns deles ainda são usados atualmente.

Esta foto mostra uma vítima da Primeira Guerra Mundial que teve parte de sua pele costurada no nariz, para tratamento reconstrutivo. Este procedimento, eventualmente, levou ao desenvolvimento da técnica de enxerto de pele moderna, mas não era fácil aceitar naquela época.


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Durante muito tempo, se acreditava que o corpo era cheio de algo chamado “humores”. Às vezes, uma pessoa estava doente por causa de “maus humores” e precisaria ter aquilo drenado para fora do seu corpo por sangramento induzido.


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Aqui o médico perfura um buraco gigante na cabeça do paciente para curar a epilepsia e outras desordens mentais.



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Os médicos achavam que a malária poderia matar a sífilis, daí infeccionavam seus pacientes com malária. É claro que os efeitos secundários da malária incluem a morte.





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Este é o tratamento antigo para escoliose. Os médicos achavam que a melhor maneira de alinhar as costas de alguém seria prender seus membros com cordas, enquanto o sujeito ficava com parte do corpo numa rede.





Na década de 60, os médicos em Maryland faziam experiências no tratamento contra a acne… usavam radiação. Acabavam com a acne e criavam câncer de pele.

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Este é um tratamento contra tuberculose em crianças. Elas ficavam sem roupas porque a teoria dizia que a luz poderia aumentar a produção de vitamina D no corpo, o que ajudaria a combater as bactérias. Entretanto, nada justificava ficarem de mãos dadas.





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Neste foto, um homem pulveriza DDT na cabeça de uma mulher para mater piolhos. Perdia os piolhos e ganhava um câncer.




Bacterioterapia fecal é o tratamento usado para tratar colite pseudomembranosa, usado ainda hoje. Para ser bem direto, o médico injeta fezes de uma outra pessoa no seu ânus. Parece nojento, mas ele realmente realinha as bactérias saudáveis no cólon.

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Outro método que ainda é utilizado consiste em usar sanguessugas para se livrar de coágulos sanguíneos.


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Mercúrio já foi usado para tratar feridas.


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Apesar de esquisito, o tratamento com vermes também são usados hoje. Eles ajudam a consumir a carne podre dos pacientes e limpar as feridas.


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Muitas civilizações acreditam que beber a urina era bom para curar alergias. Os romanos utilizam como branqueador natural para os dentes. Este sujeito da foto bebe porque acredita que o ajuda a entrar em um estado meditativo.



obutecodanet.ig.com.br

15
Fev17

10 monarcas loucos que mudaram a história

António Garrochinho






Muito menos que essa pessoa tiver poder total e não puder ser questionada. Conheça o caso de dez reis e rainhas, cuja loucura mudou o curso dos acontecimentos históricos mundiais.


1. Ivan, o Terrível (1530-1584)


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O pai de Ivan morreu quando ele tinha apenas três anos, e sua mãe foi envenenada quando ele tinha oito. Durante sua infância alguns nobres governaram o reino, enquanto o menino e seu irmão permaneciam com fome, eram agredidos e negligenciados. Aos 16 anos, Ivan marchou para a sala do trono, pegou o líder dos nobres, e jogou o homem para cães de caça treinados por ele mesmo.
O reinado de Ivan foi marcado por paranoia violenta. Quando o rei suspeitou que um nobre queria o trono, ele vestiu o homem como um rei, o colocou no trono, e o eviscerou ali. Ivan criou uma força especial da polícia que fazia rondas com cães que  poderia matar qualquer um, a qualquer momento, em público. Uma vez, surgiu um boato de que uma cidade chamada Novgorod era rebelde, ele matou todas as pessoas na cidade, costurou arcebispo da cidade em uma pele de urso e colocaram os seus cães para caçá-lo.
Ivan tinha convulsões e acessos de raiva. Durante uma crise, ele chutou uma mulher grávida no estômago e fez com que ela abortasse. Seu filho, um governante capaz e promissor, gritou com ele. Então Ivan bateu no seu filho com seu cetro até a morte, em seguida, entrou em paroxismos de remorso. Foi nesse momento que ele mudou a história. Ivan era um membro da antiga linha Rurik de nobreza. Com o único herdeiro do trono varrido para fora do caminho, a Rússia caiu no caos depois da sua morte.

2. Pedro, o Grande  (1672-1725)

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Pedro, o Grande, era, em muitos aspectos, um soberano maravilhoso. Apaixonadamente comprometido com seu país e sua própria educação. Ele passou grande parte de sua infância (preso e sob ameaça constante de sua meia-irmã Sofia) aprendendo táticas de exército a projetar navios. Quando adulto, ele excursionou pela Europa, aprendendo sobre os últimos avanços nas ciências para que ele pudesse levá-los para a Rússia.
Ele aplicava as suas aprendizagens em pessoas próximas. Quando ele estava aprendendo odontologia, por exemplo, ele praticava em seus nobres. Uma vez, quando um grupo de criados ficaram incomodados enquanto assistiam a dissecação de um cadáver, ele ordenou que eles caminhassem até o cadáver e lhe dessem uma mordida. Em seguida, houve a sua terrível paranoia. Peter era o filho da segunda esposa do ex-czar. Quando tinha dez anos, ele viu os parentes de primeira esposa do czar serem atirados do telhado de uma torre para o pátio, onde foram dilacerados por “soldados leais”. Ele era tão fanático por lealdade, ao ponto de ordenar que  seu próprio filho fosse torturado até a morte por fugir temporariamente para a Suécia.
A vida de sua esposa Catherine era uma história de Cinderela em um filme de terror. Capturada pelo exército russo, ela foi levada por soldados e acabou conhecendo Pedro, que se encantou por ela. O czar tinha acessos de terror, e durante esses ataques, Catherine era a única que conseguia acalmá-lo. Ela falava com ele, ou o mantinha completamente imóvel, segurando-o, até que ele adormecesse. Peter decretou que um monarca deve ser capaz de nomear seu próprio sucessor, e embora ele nunca tenha especificado que Catherine deveria sucedê-lo, ela o fez. Este decreto marcou uma guinadana na maneira de sucessão, que até então era por laços de sangue e filhos primogênitos, e iniciou uma crença de que qualquer governante poderia fazer, desde que fosse um bom russo.

3. Pedro III (1728-1762)

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Pedro era um governante totalmente desprezível, mas ele também era uma figura digna de pena. Como muitos dos Romanovs na linha para o trono, ele quase não tinha contato com seus pais. Em vez disso, ele foi criado por um tutor que estava era abusivo com o aluno lento. Peter era espancado e humilhado regularmente. Ele desenvolveu-se em uma mistura assustadora de homem imaturo e sociopata.
Ele não consumou seu casamento com Catarina, uma pequena e bonita mulher alemã que havia sido importada como uma égua de cria, quando tinha cerca de nove anos, porque ela passou toda noite na cama, brincando com soldados de brinquedo. Quando ele queria um pouco de poder, ele forçava a mulher a se vestir como um soldado e colocava para praticar exercícios militares.
Quando Catherine estava dando à luz a uma criança definitivamente ilegítima, um ministro fiel colocou fogo na sua própria casa para que o tsar tivesse que sair para ver as chamas, deixando Catherine sozinha.

4. Carlos VI, o louco (1380-1422)

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Carlos VI foi rei por um tempo muito longo, durante o qual um país unido, próspero e poderoso caiu em uma guerra civil e no caos. Carlos era paranoico, mas não agressivo. Certa vez ele se convenceu de que era feito de vidro e iria quebrar se se movimentasse rapidamente, ele chegava a passar horas a fio sem se mexer.
Ele tornou-se incoerente e paranoico. Talvez por ressentimento, ele cresceu apaixonado pela esposa de Luís, seu irmão, e exigia que ela ficasse com ele em todos os momentos. Durante esses períodos de crises do irmão, Louis tornou-se rei. Isso fez dele um oponente formidável.

5. Imperador Qin fei da dinastia Song Liu (449-465)

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Os membros da dinastia Song Liu matavam dois tipos de pessoas: a sua família e a família de todo mundo. Qianfei começou sua vida como um prisioneiro de seu próprio tio. O jovem Qianfei ficava sob ameaça constante até que seu pai matou seu tio, e o menino ficou livre. O que acabou sendo um erro, tanto historicamente quanto pessoalmente. O rapaz mostrou a sua gratidão odiando o seu pai. Quando ele se tornou imperador com 15 anos, exigiu que todos os retratos de seu pai fossem pintados com um grande nariz feio. Ele também revogou todas as leis de seu pai de uma vez, jogando o país no caos.
Nunca é um bom sinal quando as últimas palavras de uma mãe são: “Alguém me traga uma espada e me corte para ver como esse animal saiu de mim”. Qianfei matou quase todos em sua família, começando com seu irmão, que era o terceiro filho, além disso ele matou o terceiro filho dos últimos imperadores também, apenas porque era supersticioso. Ele deixou alguns de seus tios vivos, mas enjaulados e expostos publicamente. Um nobre que conspirou contra ele teve os olhos arrancados.
Qianfei colocou os olhos do nobre  no mel em conserva. Entre as séries de assassinato ele se envolveu em depravação sexual, ordenando às suas parentes que fizessem sexo na frente dele. Se elas se recusassem, ele matava as suas famílias. Como a paranóia de Qianfei aumentando, ele matou um servo porque ele se parecia com uma mulher que lhe havia dito, em um sonho, que ele seria morto.
O imperador acabou morto por seus servos. Um dos tios enjaulados foi colocado no trono, mas pouca coisa mdou. O tio matou todos, exceto o sobrinho mais novo, que o sucedeu, mas que foi morto aos quatorze anos, por seu general. O general começou a dinastia Qi.

6. Maria, a louca  (1734-1816)

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Maria, ao contrário de quase todos os outros nesta lista, teve uma infância normal. Seu pai, o rei de Portugal, era louco por ela e suas irmãs. Ele passou a maior parte de seus dias presenteando e fazendo as vontades das filhas. Para qualquer outra pessoa, isso poderia gerar uma vida feliz, mas não é o tipo de coisa que se pode ter quando se é rei.
Enquanto o Rei viajava com seu ministro, o Marquês de Pombal geria o país. Mas na opinião do Marquês, gerir o país significava aprisionar todos e interrogá-los, e matar quem restasse. Quando houve uma tentativa de tirar a vida do rei, o Marquês capturou seus inimigos políticos mais fortes, que foram torturados e mortos.
Isto poderia não ter tocado Maria tão profundamente se a mania religiosa não fosse típica em sua família. Quando ela subiu ao trono, passou a ser atormentada pela ideia de que seu amado pai estava no inferno por ser um mau rei, e que ela estava prestes a se juntar a ele. Ela anistiou todos os presos políticos, e deu a eles muitos cargos na corte.
Em um mesmo ano, seu filho mais velho, sua única filha e dois de seus ministros mais próximos morreram, então Maria sucumbiu de vez. O país não estava em forma para enfrentar Napoleão em 1807, então toda a família real fugiu para o Brasil.

7. Sultão Mustafá (1592-1639)

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Tal como aconteceu com os czares russos e a dinastia Song Liu, os sultões do Império Otomano tem histórias complicadas, principalmente pelo grande número de mulheres e muitos filhos.  Nossa história começa com três irmãos, os mais proeminentes eram Ahmed I e Mustafá. Ahmed, querendo poder apenas para si, colocou o irmão Mustafá, de apenas onze anos de idade, em uma torre sem janelas e sem contato humano.
Ahmed tinha alguns filhos, mas morreu com uma idade muito precoce, 28 anos. Seus filhos eram jovens demais para ocuparem o trono, foi então que Mustafá foi libertado, 14 anos depois de aprisionado.
Depois de assumir o poder, Mustafá tinha o hábito de dar posições importantes para pessoas aleatórias que ele gostava, como, por exemplo, um homem em uma estrada que lhe ofereceu um pouco de água em um dia quente. Sem um governo central forte e organizado, o império começou a ruir.
Logo ele foi substituído pelo filho mais velho de Ahmed, Osman. O jovem poderia ter sido um governante decente. Ele tentou reorganizar o governo e colocar pessoas capazes no comando. Mas ele proibiu a bebida e o cigarro, especialmente para os soldados, e tentou castigar o guarda real de elite. Eles se rebelaram e condenaram o governante à morte, então Mustafá assumiu nova

8. Sultão Ibrahim (1615-1648)

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Mustafá foi sucedido por Murad IV, um dos sobrinhos que ele considerou matar. Murad IV era um governante cruel, mas eficaz. Seu último ato, antes de morrer, foi ordenar a execução de seu último irmão sobrevivente. Murad simplesmente acreditava que a linha de sucessão foi “amaldiçoado” pela loucura e precisava ser aniquilada.
Ibrahim, que também tinha passado toda a sua vida na gaiola, com contato ocasional com os seres humanos, assumiu o poder. Quando se libertou dos seus anos de privação, ele resolveu adquirir tudo o que podia.
Ele rapidamente acumulou 280 concubinas em um harém.Um dia, de maior loucura, mandou matar todo o seu harém, lançando as 280 mulheres nas águas do estreito do Bósforo, amarradas e dentro de sacos cheios de pedras.
Ele aumentou os impostos e fazia de tudo para conseguir cada vez mais riquezas, até que os seud janízaros se revoltaram e o enviaram para a gaiola novamente.

9. Justino II  (520-578)

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Justino II foi um imperador bizantino, que passou seus anos de formação perguntando se ele ia ser assassinado. Ele era um dos potenciais herdeiros do Império Bizantino enquanto ele era liderado pelo casal mais famoso do império, Justiniano e Teodora. Justino era um dos dois Justinos em toda uma safra de primos. Ele era o favorito de Theodora, então, depois que a mulher morreu, Justiniano permaneceu dedicado à esposa e este Justino foi coroado, o outro Justino foi morto.
Justino II herdou uma situação difícil. A política externa de Justiniano tinha consistido em expandir militarmente, tanto quanto pôde, e em seguida, pagar seus novos vizinhos não para atacá-lo. O império foi passando por alguns momentos difíceis financeiramente, e Justiniano pegou empréstimos para cobrir seus pagamentos anuais. Justino acreditava que ele faria melhor ao recusar o pagamento para os persas, no leste ao jogar as tribos do norte uma contra a outra.
Foi então que, sob a pressão de vários exércitos se aproximando, que Justin começou a se desintegrar. Enquanto ministros perguntavam-lhe o que deve fazer, ele ouvia vozes e se escondia debaixo da cama para escapar delas. Mas estes eram os dias bons. Nos dias ruins, ele atacava violentamente os servos, mordendo-os nos braços e cabeça. Diz a lenda que ele literalmente comeu um par de seus servos.
No final das contas Justino II se saiu muito bem, talvez melhor do que o esperado. Ele recuperou alguns dos seus sentidos, e entregou o poder a um de seus generais.

10. Luís II  (1845-1886)

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Luís II da Baviera gostou da ideia de ser um rei, mas não era particularmente bom no que fazia. Ele perdeu toda a sua nação em dois anos, quando Baviera foi tragada pela Prússia. O Rei Luís foi autorizado a manter o seu título e alguns poderes, mas para além do título, ele não estava muito interessado no governo.
Ele estava interessado nas coisas que fizeram dele, posteriormente, um monarca amado. Ele construiu uma sucessão de palácios deslumbrantes,  contratou gerentes de teatro para o teatro em Munique, estabelecendo novos padrões de drama para o mundo ocidental.
Foi essa dívida que causou um conselho que o declarou  louco e incapaz de governar. Isso é, de construir muitas coisas bonitas e para financiamento das artes. Hoje, muitas pessoas acreditam que Luís foi injustamente condenado. Ele foi encontrado morto em um lago raso, juntamente com o médico que lhe havia diagnosticado como louco.
Seja lá o que tenha acontecido, Luís II foi o único monarca louco que deixou a seu país um grande legado. Baviera permaneceu o centro cultural da Prússia nos próximos 60 anos, até hoje os palácios de Luís atraem milhões de visitantes.


www.fatosdesconhecidos.com.br
15
Fev17

Quatro milhões de salários mínimos

António Garrochinho


Atribui-se a Adolph Hitler a expressão «quando ouço falar em cultura puxo logo da pistola». Verdade ou lenda, o que sabemos, sem rasto de dúvida, é que o conceito condiz com a pessoa e sua prática.
Créditos
Os governos dos países da NATO não dirão, palavra por palavra, que quando se fala em verbas para a aliança guerreira espezinham logo a cultura, sem dó nem piedade. Porém, nesta sociedade em que os números valem tantas vezes mais que as palavras, a crueza rigorosa das aritméticas desnuda o que os pudores de eufemismos patetas tentam encobrir.
Segundo números oficiais da Aliança Atlântica e os dados do Orçamento de Estado para 2017, as «despesas com a defesa» em Portugal, isto é, os gastos exigidos pela presença na NATO, elevam-se a cerca de 2550 milhões de euros no ano em curso. Alvejados, sem defesa, pela permanente guerra de números e estatísticas com que se pretende fazer a política moderna, os portugueses ficam sem saber, assim a seco, o que significa tal valor, se é muito ou pouco, justificado ou injustificado.
Trocados por miúdos, os 2550 milhões que os portugueses tiram dos seus bolsos para que a aliança continue a sangrar o Afeganistão, o Iraque e a Síria, apanhe os cacos da destruição que semeou na Líbia e sustente as estruturas nazis que implantou na Ucrânia representam um contributo individual forçado de 230 euros anuais. Significam ainda que o país deita fora sete milhões de euros por dia por pertencer à NATO, mesmo não cumprindo as recomendações dos chefes de Washington, os quais exigem dois por cento do PIB de cada Estado membro.
Portugal fica-se por 1,4 por cento do PIB, mas antes de choverem elogios a tamanha coragem perante os estrelados generais diga-se que há outros, muitos outros, aliás, bastante mais desafiadores: a começar pelo exemplo do governo direitista espanhol, mesmo aqui ao lado, que não vai além dos 0,9 por cento do PIB. Ou pela Bélgica, onde está a sede da NATO, com 0,85%. Ou a Hungria (um por cento), a Eslováquia e a República Checa (0,94 e 1,04%, respectivamente), o Luxemburgo (0,44%), a Holanda (1,17%), a Itália (1,11%). E que dizer do gigante alemão, sempre tão exigente com os outros, com os seus recatados 1,15%?
Olhando tais números e percentagens deduz-se elementarmente que haveria por aqui umas dezenas de milhões de euros a poupar para criar emprego, alimentar o crescimento económico e até apressar a subida do salário mínimo para 600 euros, mesmo que isso incomodasse mais a UGT do que a própria NATO.
Porque, em boa verdade e seguindo a certeira frieza dos números, os tais 2550 milhões de euros com que pagamos as guerras e as ameaças que conduzem o mundo no caminho do abismo, equivalem a bastante mais de quatro milhões de salários mínimos de 600 euros.
Muitos dirão que uma coisa não tem a ver com outra, os dinheiros pertencem a sacos diferentes, blá, blá, blá… Pois, mas dinheiro é dinheiro, a questão é geri-lo e estabelecer uma maneira justa, equitativa e pacífica de o fazer circular. Dinheiro para a NATO não circula, enterra-se em sangue e engenhos de morte.
«(...) os tais 2550 milhões de euros com que pagamos as guerras e as ameaças que conduzem o mundo no caminho do abismo, equivalem a bastante mais de quatro milhões de salários mínimos de 600 euros.»
Além disso, os militares portugueses não precisaram da NATO para nada quando fizeram o libertador 25 de Abril. Pelo contrário, concretizaram-no para incómodo da dita cuja NATO, que não se poupou em conspirações enquanto as coisas não voltaram ao seu redil. Podem ter a certeza de que as Forças Armadas Portuguesas, mesmo fora da NATO, continuariam a cumprir as suas missões para com o país.
Caso se fizessem umas poupanças relativas nas tais «despesas de defesa» – que não dos portugueses – bastaria uma insignificância de um por cento do bolo, apenas 25 milhões de euros, para fazer subir o salário mínimo de 557 para 600 euros ainda este ano. Uma questão de vontade política, não é?
Porque é a esta encruzilhada que chegamos quando se encaram de frente os monstruosos 2550 milhões de euros esbanjados com a NATO. Esse valor representa, lembrando a tal frase atribuída a Hitler, quase seis vezes mais do que o dinheiro atribuído este ano à cultura; e significa uma despesa duas vezes e meia superior ao investimento do Estado Português, imaginem, na agricultura, nas florestas (as que restam dos incêndios), no desenvolvimento rural e no mar precioso.
Saiba ainda o leitor que o Estado Português deita ao lixo com a NATO uma verba que excede em 200 milhões de euros os investimentos em sectores de ponta como a ciência, a tecnologia e o ensino superior. A dotação atlantista supera em 400 milhões a verba atribuída ao Ministério da Economia; e eleva-se a mais de mil milhões de euros (1516 contra os tais 2550 milhões) o desnível do tratamento entre a defesa do ambiente em Portugal e o financiamento das guerras além-fronteiras.
Sendo que as despesas com a NATO não cobrem os gastos em «missões» especiais, no fundo sempre ao serviço dos mesmos, como esse estranhíssimo regresso de tropas portuguesas a África, no caso à República Centro Africana; nem terá sido desse bolo que saíram os inusitados 200 mil euros com que o ministro da Defesa de um país sugado, fiscalizado, perseguido a partir de Bruxelas e a lutar contra a crise e a austeridade, Portugal, decidiu auxiliar o aparelho militar nazi que manda e desmanda na Ucrânia.
Tudo isto para testemunhar que, apesar dos inegáveis esforços já efectuados para aliviar um pouco os portugueses do garrote da austeridade, ainda existem montantes importantes que são de todos nós e podem ser geridos de modo bem diferente e muito mais útil – e pacífico – à comunidade.
Que tal transformar boa parte dos 2550 milhões desperdiçados com a NATO em investimento ao serviço da melhoria de vida dos portugueses?


www.abrilabril.pt
15
Fev17

PROFISSÕES ESQUISITAS DE ANTIGAMENTE

António Garrochinho

Antigamente, sem eletricidade e as grandes indústrias, existiam muitos empregos que hoje em dia são dispensáveis. As pessoas precisavam realizar tarefas bastante estranhas e desagradáveis. Aqui listamos dez destes trabalhos praticamente extintos, mas muito bizarros!
10. Bobo da corte
emprego bizarroTodos já ouvimos falar e vimos em filmes os bobos da corte, que tinham a permissão de tirar sarro de todos, até do rei, se ele achasse engraçado, é claro. Hoje em dia o emprego não existe mais, e sumiu da maior parte dos reinos há muitos séculos. Curiosamente, até 1999, o reino de Tonga, na Polinésia, tinha um bobo da corte oficial. O mais bizarro é que o bobo, que era conselheiro financeiro do governo, se envolveu em um escândalo político.
9. Toshers e Mudlarks
emprego bizarroEsse trabalho sujo ficou bastante popular na época vitoriana em Londres, na Inglaterra. Pessoas conhecidas como “toshers” procuravam nos esgotos da cidade por jóias e pequenos objetos que poderiam vender. Na época, era comum ver famílias inteiras procurando por pequenas riquezas nos esgotos. Obviamente, essas pessoas não eram muito bem quistas pelos vizinhos. afinal, o cheirinho de esgoto não é dos melhores.
Já os “mudlarks” faziam um trabalho semelhante, só que nas margens do rio Tâmisa, que corta a cidade de Londres. Durante a manhã, eles entravam pelos canais do rio e procuravam, entre esgoto não processado e carcaças de animais, por pequenos tesouros.
8. “Despertador humano”
emprego bizarroEsta era uma profissão comum na Inglaterra e Irlanda durante a Revolução Industrial, antes da criação de despertadores confiáveis. O trabalho da pessoa era acordar as pessoas no horário para que elas pudessem chegar ao trabalho na hora certa, exatamente como um despertador comum. Em vez de utilizar sons, eles usavam uma madeira comprida e leve (como um bambu) para cutucar as pessoas pelo lado de fora de suas casas. A pergunta que não quer calar é: quem acordava a pessoa que acordava os outros?
7. Médico de sapos
emprego bizarroOs médicos de sapos eram uma espécie de feiticeiros de uma tradição ligada à medicina tradicional que existia na Inglaterra até o fim do século XIX. O maior trabalho destes médicos era para curar a escrófula, uma doença de pele ligada à tuberculose. O tratamento era feito ao colocar um sapo vivo ou uma perna de sapo dentro de um saco de tecido, que era deixado sobre o pescoço do paciente. Para realizar este trabalho, o médico precisava de uma enorme criação de sapos ou uma boa habilidade para encontrá-los.
6. Chicoteador de cachorros
emprego bizarroEste trabalho era desempenhado por algum empregado da Igreja, com a missão de remover cachorros indesejados da propriedade da Igreja enquanto as missas eram realizadas. Durante os séculos XVII até XIX, não era incomum que os cães de estimação acompanhassem seus donos à igreja. Caso algum cachorro incomodasse a solenidade, o chicoteador tirava o animal de dentro da igreja, para que a missa pudesse continuar.
5. Ladrões de corpos
emprego bizarroCom a expansão das escolas de medicina no Reino Unido do século XIX, corpos humanos eram necessários para os estudos, e como roubar um corpo era um crime leve, passível de multa, apenas, isto se tornou uma tarefa comum e muito rentável. Os ladrões de corpos cavavam túmulos com pás de madeira, mais silenciosas, e retivaram o corpo com a ajuda de cordas. Geralmente eles não levavam roupas e jóias, já que isso poderia levar a condenações mais pesadas. Com o crescimento deste mercado e a exigência por corpos frescos, são conhecidos alguns casos de pessoas que passaram a matar outros para vender seus corpos.
Em 1832, uma resolução definiu que apenas corpos que não fossem reconhecidos no necrotério e aqueles doados por famílias deveriam ser usados nas aulas de anatomia, acabando com a prática de roubar túmulos.
4. Pisoteador
emprego bizarroPisar em uma pilha de roupas de lã não parece ser um emprego muito bom, não é mesmo? E não era mesmo. A técnica era utilizada para eliminar óleos, sujeiras e outras impurezas da lã, além de deixá-la mais grossa. Na antiguidade, os trabalhadores que faziam isso geralmente eram trabalho escravo, como na Roma antiga. Os escravos ficavam com urina e roupas até a altura dos calcanhares, já que a urina era uma boa fonte de sais de amônia, importantes para a limpeza do tecido. Na época medieval, novas substâncias, que não precisavam de urina, passaram a ser utilizadas no processo, deixando o trabalho um pouco mais digno.
3. “Capacho” de príncipe
emprego bizarroNos séculos XVII e XVIII, havia uma vaga de trabalho para garotos da alta classe: virar uma espécie de “capacho” do príncipe. Quando o filho do rei ia mal nos estudos ou fazia algo de errado, este outro garoto, que convivia com o príncipe, era punido com chicoteadas. Isso acontecia porque acreditava-se que ninguém além do próprio rei deveria ter o direito de maltratar seu filho. Como os reis raramente estavam presentes para castigar os filhos, essa posição de “trabalho” surgiu.
Como o príncipe e o seu companheiro eram criados juntos desde a infância, era comum que fosse criado um laço muito forte entre os dois, ajudando na educação e no bom comportamento dos príncipes, que queriam evitar que seu companheiro fosse punido por seus erros.
2. Camareiro de privada
emprego bizarroOs monarcas ingleses tinham um servo que tinha a tarefa de limpar o rei depois que ele defecasse. Sim, isso mesmo que você está imaginando. Esta tarefa, surpreendentemente, era realizada por filhos de nobres e importantes membros da sociedade. Com o tempo, a tarefa passou a ser acompanhada por outras obrigações mais comuns, como ajudar em aspectos administrativos. Apesar de ser um “limpador de bundas” oficial, esta era uma tarefa muito desejada, já que conseguia um acesso quase irrestrito à atenção do rei.
1. Removedor de excrementos
emprego bizarroNa Inglaterra medieval, havia um profissional específico para remover excrementos das privadas e fossas. Eles só podiam trabalhar à noite, e os excrementos coletados deveriam ser levados para fora do território da cidade. Devido ao forte cheiro dos excrementos, existem relatos de legistas que afirmam que alguns desses trabalhadores morreram de asfixia.
Como o uso do saneamento básico a terrível profissão desapareceu.


[Fonte: Listverse]

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15
Fev17

LISBOA ANTIGA

António Garrochinho

antigamente, Lisboa era tão pacata, tão pitoresca, que há quem queira para lá voltar

Terreiro do Paço, bebedouro público para animais

Bomba de gasolina

Cacilheiro no Cais das Colunas, Terreiro do Paço

Praça de touros de Algés

Carro de recolha de lixo

Saltimbanco

Vendedor de lotaria
Avenida Duque d'Ávila
Fotógrafo de rua
1955. Terreiro do Paço
1930. Cortejo de carros antigos no Saldanha.
1928. Acidente em Lisboa.
1927. Torre de Belém
1912. Avenida da Liberdade
1909. Av. António Augusto de Aguiar
1891. Venda de perus no Rossio.




Todas as fotografias recolhidas em:
http://restosdecoleccao.blogspot.pt

ouropel.blogspot.pt
15
Fev17

10 chocantes práticas do passado

António Garrochinho


É impressionante o modo como a humanidade mudou o seu pensamento nos últimos 50 anos. Antes de várias descobertas científicas e, principalmente, no campo da medicina, fazíamos coisas absurdas! Mas se você acredita que ainda vivemos como nossos avós, é bom dar uma olhada nessa lista. Se você não acredita, pode ler e escolher qual é a prática que acha a mais bizarra. Deixe sua opinião nos comentários:

10. Venda de esposas


É claro que isso ainda acontece em alguns países, mas antigamente era um evento “um pouco” mais humilhante. Durante a época medieval, quando um homem e uma mulher se casavam, eles se tornavam uma “entidade” literalmente. Tudo o que a mulher possuía, incluindo ela mesma, passava a ser do seu marido. E, se ele quisesse, poderia vendê-la em um leilão público, que era anunciado por todos os cantos da cidade. Em alguns casos (e você pode até imaginar quais) a própria mulher arranjava sua “venda” e levava o dinheiro ao ex-marido.

9. Enema de tabaco


Era realmente um procedimento médico colocar um tubo “lá” e soprar fumaça de cigarro para dentro do sujeito doente. E isso aconteceu até o século XIX. O tratamento era usado para aliviar dores de cabeça, de estômago, cólicas e, ironicamente, problemas respiratórios.

8. Exames de gravidez bizarros



Como saber se você realmente está grávida sem ter que esperar pelo próximo mês? As moças da antiguidade tinham vários métodos. No Egito e na Grécia antigos elas faziam xixi sobre um saco de trigo. Se ele germinasse, é porque ela estava grávida. Hipócrates, um dos pais da medicina, sugeria que a mulher tomasse água com mel antes de dormir. Se tivesse cólicas, o teste deu positivo. Mas um dos testes mais bizarros era o dos coelhos, desenvolvido em 1927. A urina da moça supostamente grávida era inserida no útero das coelhas. Se os ovários delas respondessem, é porque um certo hormônio estava presente e a moça estava grávida.

7. Xarope calmante Mrs. Winslows



Entre os séculos XIX e XX, várias substâncias foram testadas e, algumas, mostraram ter um impacto no cérebro. Um bom exemplo é o xarope calmante Mrs. Winslows, que era usado para acalmar crianças pequenas. Ele diminuía o batimento cardíaco dos pequenos e isso fazia com que eles dormissem rápido. Só que alguns bebês começaram a morrer após a ingestão da mistureba. E, apesar de denúncias, o xarope continuou a ser vendido até 1930.

6. Lobotomia


Você já deve ter ouvido falar de lobotomias, mas você sabe realmente do que se trata? Ela é uma terapia extremamente invasiva e radical, muito praticada na primeira metade do século XX, para tratar as pessoas que tinham problemas mentais. A lobotomia simplesmente cortava as conexões do córtex pré-frontal do cérebro com outras partes do órgão. Os médicos furavam os crânios dos pacientes e destruíam os tecidos que cercavam os lobos frontais. Obviamente, os pacientes que sofriam de esquizofrenia, depressão e outros problemas mentais, aparentavam mudança significativa no comportamento. Só que isso porque o paciente, além de sua doença, passava a sofrer com lesões cerebrais que o incapacitavam. Apesar de seus efeitos colaterais, estima-se que centenas de milhares de lobotomias tenham sido feitas. Hoje, ela é uma prática ilegal.

5. Bibliopegia antropodérmica


A Bibliopegia antropodérmica é uma prática deveras perturbadora. Basicamente, consiste em encapar um livro usando não couro ou outro material, mas pele humana. No século XIX, onde ocorriam muitas dissecações de cadáveres, essa se tornou uma prática comum e várias universidades ainda possuem alguns exemplares de livros encapados com pele. No fim dos anos 1800, vários criminosos apareceram nos EUA – um deles era conhecido como Big Nose George (ou George Narigudo). Ele foi capturado e, posteriormente, morto. Seu corpo foi doado para pesquisa científica e acabou nas mãos de Thomas Maghee e John Eugene Osborne, médicos. Eles dissecaram o corpo, ofereceram o topo de seu crânio para uma menina de 15 anos chamada Lilian Heath (que, mais tarde, se tornaria a primeira mulher a exercer a medicina no estado americano de Wyoming) que o usou como cinzeiro, peso de papel e de porta. A pele do criminoso foi removida e usada para fazer sapatos para John Eugene e uma mala. Ele usou o sapato quando foi eleito governador do estado. Hoje, os sapatos estão em exposição, juntamente com o topo do crânio de Big Nose George.

4. Drapetomania



 foi um “distúrbio” descoberto por um médico americano em 1851 que causava aos escravos negros uma “misteriosa” vontade de fugir das fazendas onde trabalhavam. Segundo o médico Samuel A. Cartwright isso era culpa dos proprietários dos escravos, que, frequentemente, os tratavam como iguais e não como seres inferiores. Para curar essa “doença”, o médico sugeria que os proprietários punissem os escravos até que eles fossem completamente submissos.

3. Direito divino dos reis


Basicamente, é a premissa de que os reis podem governar porque têm direito divino – ou seja, suas ações seriam justificadas porque Deus estava por trás delas. A teoria foi especialmente usada em governos europeus. Exemplos são James VI da Escócia(1567–1625), James I da Inglaterra (1603–1625) e Louis XIV da França (1643–1715). Só que isso causava um problema para os educadores dos príncipes. Como você não poderia punir o representante de Deus na Terra, se um príncipe jovem fazia alguma besteira, os seus colegas eram punidos na frente dele. Como, normalmente, os filhos do rei eram educados isoladamente, amizades não eram formadas. Para isso, usava-se alguns meninos de classes mais baixas, que, supostamente, formariam amizades com o futuro rei e, quando ele não obedecesse, havia esse menino especialmente contratado para ser chicoteado na frente dele. Então se considerava que punir um amigo do príncipe era uma maneira de atingi-lo sem machucá-lo. O problema é que nem todos os reis e príncipes eram tão benevolentes com pessoas de classes sociais inferiores.

2. Mimizuka


No período da história japonesa conhecido como Sengoku, havia muitas disputas militares. Uma das práticas após os conflitos era que o lado vencedor poderia levar “troféus” da batalha – normalmente as cabeças decepadas dos inimigos. Normalmente, a recompensa que os lordes davam aos seus guerreiros era baseada na quantidade de cabeças inimigas que eles traziam de volta. Quando o Japão invadiu a Coréia, era mais prático trazer de volta não as cabeças inteiras, mas uma orelha ou um nariz, que eram trazidos ao Japão em barris. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas foram mortas. Templos que continham essas partes foram erguidos e o maior deles se chama Mimizuka – estima-se que ele guarde os restos de 38 mil coreanos.

1. Histeria feminina


A histeria feminina já foi um diagnóstico comum que, hoje, está completamente desacreditado. Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença. Acreditava-se que a “vida moderna” do século XIX fazia com que as moças fossem mais suscetíveis a desenvolver histeria. E isso não é o mais chocante. Como a histeria era associada com insatisfação sexual, o médico fazia “massagens pélvicas” na moça até que elas passassem por “paroxismo histérico” – em outras palavras, o médico masturbava a paciente até que ela tivesse um orgasmo. E, estranhamente, eles diziam que apesar das pacientes não terem risco de morte, elas precisavam de tratamento constante – não vamos esquecer que eles eram pagos pelas massagens pélvicas. Em 1873, o primeiro vibrador foi inventado para propósitos médicos – eles eram apenas disponíveis para os médicos que os usavam e não para as moças insatisfeitas diretamente. Posteriormente, o aparelho se popularizou e as moças puderam comprar seus companheiros sem a “interferência médica”.



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15
Fev17

Como chegou Mercator ao seu mapa? Investigadores portugueses desvendam mistério

António Garrochinho


Henrique Leitão e Joaquim Alves Gaspar foram à procura no Mapa de Mercator e encontraram Pedro Nunes.
Uma dupla portuguesa desvendou um dos grandes mistérios da história da ciência, mais especificamente, da cartografia, dos últimos séculos. Henrique Leitão e o comandante Joaquim Alves Gaspar descobriram como é que foi criado o mapa de Mercator em 1569, que viria a permitir revolucionar a navegação marítima. A solução encontrada pelos investigadores é também portuguesa, chama-se Pedro Nunes.
Renascença falou com Joaquim Alves Gaspar, um ex-oficial da Marinha e especialista em cartografia, que nesta entrevista procura explicar, para leigos, a importância da sua descoberta.
Comecemos pelo princípio. O que é a Projecção de Mercator e quem foi Mercator?
Gerardo Mercator foi um cartógrafo flamengo do século XVI. Em 1569, apresentou ao mundo um grande planisfério, uma grande carta com o título, em latim, "Nova et Aucta Orbis Terrae Descriptio ad Usum Navigatium Emendate", ou seja, "Nova e melhorada representação do mundo correctamente adaptada para o uso da navegação”.
Até então, as cartas náuticas faziam-se do modo mais ingénuo possível. Marcava-se num papel as observações que se fazia a bordo, à superfície da terra. As observações de rumo, que eram feitas com as bússolas, e também as distâncias, que eram estimadas a olho, pelos pilotos, e, a partir de certa altura, as latitudes, que eram medidas astronomicamente.
Mas tudo isto era feito de forma empírica. Aquilo que se observava à superfície da terra era marcado directamente no plano. Isto não funciona, porque a Terra é esférica e não é possível representar a Terra numa folha de papel sem haver distorções. Isto fazia-se, não por ignorância dos cartógrafos ou dos pilotos, mas porque os métodos disponíveis para navegar na altura assim o exigiam. O que Mercator fez foi uma representação da Terra que é particularmente adaptada ao uso da navegação.
Como assim?
Os navios que navegam através da bússola e da agulha magnética fazem trajectos que, em termos científicos, se chamam trajectos loxodrómicos ou, em termos mais comuns, linhas de rumo. Podemos pensar que essas linhas, à superfície da Terra, eram o caminho mais curto entre dois pontos, que eram linhas rectas sobre a esfera, mas não é nada disso.
Imagine que parte do Equador e segue um rumo constante nordeste. Nordeste é um rumo que faz 45 graus com a direcção do Norte. A cada passo do seu percurso, o seu caminho faz sempre um ângulo de 45 graus com os meridianos. Mas acontece que os meridianos estão a convergir para o pólo, numa Terra esférica. Portanto, essa linha vai-se aproximando sempre do pólo, não é uma linha recta, é uma linha curva, e, se nós a deixarmos continuar, ela vai fazer uma espiral em torno do pólo.
Esta é a chamada linha de rumo, que é a linha seguida, normalmente, pelos navios à superfície do mar. Quem se apercebeu que esta linha era estranha foi o Pedro Nunes, em 1537, através do seu tratado “Em Defesa da Carta de Marear”. Ele reparou que havia uma diferença entre o caminho mais curto entre dois pontos à superfície da terra e essa linha de rumo.
A grande propriedade da projecção materializada por Mercator é que essas linhas de rumo são representadas por segmentos de recta. É de uma extraordinária importância para a navegação, que fica muito facilitada pelo facto de o piloto poder chegar à carta, ler directamente um rumo entre dois pontos, que é a direcção da linha que os une, ou marcar directamente um rumo entre os dois pontos.
Como é que ele o conseguiu? Afastando os paralelos entre si. Nesta projecção de Mercator, teoricamente, tanto os meridianos como os paralelos são representados por segmentos de recta, e as tais linhas de rumo são também representadas por segmentos de recta e, ainda por cima, correctamente orientadas em relação à linha Norte-Sul. Actualmente, através das ferramentas do cálculo matemático, é fácil deduzir uma fórmula que nos constrói a projecção de Mercator. Mas, na época de Mercator, a matemática era relativamente primitiva. Ele fê-lo por métodos empíricos. Que métodos? Ninguém sabe, porque ele não o disse.
E ninguém tinha tentado solucionar este mistério?
Houve várias propostas feitas internacionalmente por muitos historiadores do mundo, mas nenhuma apresentou a solução correcta. Como é que sabemos que a solução é correcta? É imaginarmos que a projecção foi feita de determinada maneira empírica, através de uma fórmula geométrica, etc., e, depois, comparar os resultados desse processo com a carta propriamente dita.
Até agora, nenhuma passou esse teste. Em primeiro lugar, porque os autores não souberam analisar bem a geometria da carta de Mercator, porque não se aperceberam dos erros da distorção do próprio papel, que se deforma ao longo do tempo. Os autores que foram medir a geometria da Carta de Mercator não descontaram essas deformações. Nós conseguimos, através de um método engenhoso, descontar essas deformações. Portanto, ficámos em mão com os números originais, digamos assim, que Mercator utilizou para construir a sua projecção. Isto era um passo absolutamente crucial. Não seria possível saber como Mercator o fez sem ter acesso àquilo que seria a carta no momento em que foi impresso.
A segunda falha foi que esses historiadores não conseguiram introduzir-se no ambiente histórico e científico da época de Mercator, em particular com as ligações que Mercator tinha às pessoas do seu tempo, os seus pares, muito em particular a Pedro Nunes.
As tais placas de cobre não sobreviveram?
Desapareceram. Provavelmente, foram reutilizadas.
Como é que Pedro Nunes intervém no processo?
Por volta de 1540, estala uma polémica em Portugal, por escrito, entre Pedro Nunes e um desconhecido, que propõe aquilo a que chama tabelas de rumos. São listas de pontos, coordenadas de latitude e longitude, destinadas a marcar numa esfera uma linha de rumo. Se agarrarmos nessa tabela e a colocarmos numa esfera, para um determinado rumo, por exemplo, o rumo de nordeste, vamos obter a tal espiral em direcção ao polo.
Nessa época, os cosmógrafos - e Pedro Nunes, em particular - consideravam que este era um problema absolutamente fulcral para resolver, que não tinha nada, em princípio, a ver com a carta de náutica. Alguns anos mais tarde, Pedro Nunes interessou-se novamente pelo problema e escreveu um tratado sobre estas tabelas de rumo. Em 1566, explicou, de forma mais exacta, como é que uma tabela de rumos podia ser construída.
O Henrique Leitão e eu descobrimos foi que construir uma Projecção de Mercator tendo na mão uma tabela de rumos é absolutamente trivial. Nenhum dos historiadores até agora tinha reparado nisto, que, no entanto, é uma coisa que se mete pelos olhos a dentro quando olhamos com muita atenção para estas duas realidades históricas aparentemente separadas: a carta de Mercator, em 1569, e os trabalhos sobre a tabela de rumos, que começou em Portugal, mas que rapidamente se expandiu na Europa.
Nós provámos que as duas coisas estavam relacionadas historicamente e, depois, também numericamente, mostrando que a Projecção de Mercator pode ser construída através de uma determinada tabela de rumos. Por sinal, é a tabela de rumos mais simples que pode ser construída.
Isto é importante também para a disciplina de história de ciência em Portugal, certamente.
Com certeza que é importante para a história da ciência. Até porque o trabalho de Pedro Nunes, enquanto matemático, teve um enorme impacto na Europa do seu tempo.


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15
Fev17

Sacco & Vanzetti e o significado da palavra ‘anarquista’ segundo Edna St. Vincent Millay

António Garrochinho

A poetisa americana Edna St. Vincent Millay

A poetisa americana Edna St. Vincent Millay
O texto original, da autoria de Maria Popova, foi publicado no site Brainpickings. A tradução é de Camila Nogueira.
Em 1921, os imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, de trinta e poucos anos, foram presos sob acusação de assassinato de um guarda e de um contador durante um assalto em Massachusetts. A evidência balística utilizada para condená-los era altamente duvidosa e múltiplas testemunhas afirmaram ter visto Sacco em outra cidade no dia do suposto crime. O caso se arrastou por anos, até que Sacco e Vanzetti foram condenados à morte em abril de 1927. Muitos, inclusive um grande número de intelectuais, acreditavam que a condenação era equivocada e que sua principal intenção era punir ambos os homens por suas histórias como ativistas sociais e anarquistas – e que, assim sendo, a sentença representava não apenas o fracasso da justiça, mas da própria humanidade. Edna St. Vincent Millay constava entre os ultrajados – poetisa, amante da música, escritora de cartas de amor apaixonadas e terceira mulher a receber o Prêmio Pulitzer de Poesia.
No dia 22 de agosto de 1927, Millay, na época com trinta e cinco anos, enviou uma carta ao governador de Massachusetts, Alvan T. Fuller, na época um dos homens mais ricos da América. A carta pode ser encontrada na compilação The Letters of Edna St. Vincent Millay. Millay, que estava escrevendo um artigo sobre aquele caso, o havia entrevistado naquela mesma tarde.
Millay escreveu:
“Vossa Excelência,
[…] Esta noite, com a humanidade em dúvida, com esta nação imersa na dúvida, com os olhos da Europa inteira voltados para Massachusetts e para os Estados Unidos em lancinante dúvida e angústia – o senhor ainda tem certeza? Nem mesmo uma leve sombra de dúvida atormenta a sua consciência? Porque, embora seu espírito seja de fato forte, continua sendo o espírito vulnerável de um ser humano. O senhor não necessita, nesse momento do auxílio de um espírito superior ao seu próprio?
Procure refletir. Reflita tanto quanto puder.
Que caminho Ele teria percorrido, este Jesus em quem o senhor acredita? Certamente não o que o senhor percorreu.
Você me prometeu, e eu acredito em você, que pensaria em tudo o que eu disse. Quero que cumpra sua promessa agora mesmo. Fique, por um instante, sozinho consigo mesmo. Olhe para dentro de sua própria alma. Deixe que tudo abandone a sua mente perturbada, exceto isso: ‘Que caminho Ele teria percorrido, o Jesus em quem eu acredito?’
Milhões de vozes formam a minha própria quando imploro: responda às nossas dúvidas. Seja clemente, pois sua posição o permite.
Esta noite, Massachusetts exige um grande homem. Não é tarde demais para que o senhor seja esse homem”.
St. Vincent Millay protesta contra a condenação: "A honra americana morre com Sacco e Vanzetti".
St. Vincent Millay protesta contra a condenação: “A honra americana morre com Sacco e Vanzetti”.

O governador não foi grandioso. Millay foi presa por participar de protestos públicos contra a sentença e da “vigília da morte”. Sacco e Vanzetti foram executados pouco depois da meia-noite do dia 23 de agosto.
Nos três meses que seguiram a execução, Millay continuou a investir na história e na ampla implicação cultural da mesma. No dia 9 de novembro de 1927, a revista semanal nova-iorquina The Outlook publicou seu artigo sobre a decisão. Seu título era “Fear” [“Medo”] – uma espécie de carta aberta ao público, uma opinião contra a execução dos dois homens e, em um sentido mais amplo, contrária também à pena de morte. Ela escreveu:
Na superfície de um Cristianismo já tão desonrado e desfigurado pelos crimes cometidos pela Igreja, esta mancha não é tão escura. Frente a uma liberdade enigmática, cutilada por todos os crimes cometidos pelo próprio Estado, um dilaceramento como este é distinguido com sofrível dificuldade.
E você tem razão. O melhor é esquecer que os homens morrem. Até agora, não inventamos nenhuma maneira de derrotar, enganar ou subornar a morte. A qualquer momento, uma nuvem pode se partir sobre nós e deixar que a lança dourada da morte penetre nossos corações. A qualquer momento, a terra pode se partir ao meio e a mão da morte pode segurar nossos tornozelos e nos arrastar ao abismo. A qualquer momento, o vento pode soprar e varrer o teto de nossas casas, transformando-nos em poeira. Se isso não acontecer, e daí? De qualquer modo, vamos morrer em breve. E o melhor é esquecer que as coisas são assim
Mas que homens, antes da hora, impiedosa e arbitrariamente, sejam arrebatados da luz do sol em direção à escuridão do túmulo devido à cegueira ou ao medo de seus companheiros – não podemos esquecer disso”.
Millay argumenta que a atrocidade da sentença em si foi amplificada pelo equívoco da justiça; que, em sua opinião, condenou dois homens inocentes à morte a fim de puni-los por seu ativismo social:
Se você se deslocasse de seu próprio corpo por um instante e contemplasse sua existência, você se sentiria perturbado, eu imagino, e muito menos tranquilo e confiante, ao descobrir que é possível que um homem como você, inocente de qualquer crime, seja preso e condenado à morte. Não importa se aqueles homens, a quem não pretendo nomear, cometeram ou não um assassinato – o fato é que não foi este o motivo de sua execução. O crime pelo qual os executaram foi o seguinte: eles respiraram sobre a janela congelada e olharam para fora.
[…]
É assim que você enxerga a situação: esses homens eram anarquistas, e é melhor mesmo que sejam eliminados. É provável que fossem assassinos. Não que importe de verdade. Em qualquer caso, é melhor que eles fiquem longe do seu caminho. Foi a palavra Anarquista que os conduziu à cadeira elétrica, a palavra e a sua ignorância do significado dela.
Um anarquista, insiste você, é um homem que produz bombas e as coloca sob a Casa Civil, e isso é tudo. Mas não é verdade. Ao contrário do que você pensa, isso não é tudo. A pessoa que você tem em mente não é um anarquista, e sim um bombardeiro – e você poderá encontrá-lo em qualquer lugar, em qualquer grupo; entre anarquistas, fascistas, modernistas, agentes da Lei Seca, fundamentalistas, e principalmente entre membros da Ku Klux Klan. Ele é aquele indivíduo que, quando não gosta de determinada coisa, lincha-a, despedaça-a, arranca-a, amaldiçoa-a ou a bombardeia. O nome dele é legião, e você o encontrará em qualquer parte.
Um anarquista, segundo o dicionário, é uma pessoa que acredita na bondade natural dos seres humanos; e que, se deixados por conta própria, eles governariam a si mesmos – a partir de um acordo mútuo – de modo muito mais efetivo e mais pacífico do que se fossem governados por um governo violento”.
Bartolomeo Vanzetti (esquerda) e Nicola Sacco, algemados
Bartolomeo Vanzetti (esquerda) e Nicola Sacco, algemados

Millay argumenta também que a posição dos homens como imigrantes os tornou mais vulneráveis à injustiça.
“Esses homens eram náufragos em nosso litoral, e nós, uma tribo ignorante e selvagem, os matamos porque seu discurso e seus modos não eram compatíveis com os nossos – e porque, para a mente inculta, aquilo que é estranho é necessariamente diabólico e perigoso.
Esses homens foram executados porque preocupavam você, e seus filhos sabem disso. Sim, as mentes dos seus filhos são como piscinas límpidas que refletem fielmente tudo que passa por sua margem. Na piscina de sua própria mente, quando uma imagem alheia se curva, um peixe de terror pula para encontrá-la, danificando seu reflexo”.
As palavras selecionadas por Millay para encerrar sua linha de raciocínio mostram a profundidade com a qual o caso havia tocado uma parte secreta da sua própria humanidade. Até os dias de hoje, quase um século depois, sua mordacidade é usada em debates sobre a pena de morte:
“Eu sou livre para dizer tais coisas porque não sou anarquista, embora você vá dizer que sou. Na sua visão, a pessoa que consente em arriscar-se para o bem de outra é muito insensata, a menos que ambas pertença à mesma família, à mesma fraternidade ou no mínimo ao mesmo partido político. No que diz respeito a você e ao seu vizinho, você quer o bem dele, mas nem tanto assim.
[…]
Eu me atrevo a dizer tais coisas porque não sou anarquista, mas não só por isso. Eu me atrevo a dizer tais coisas porque minha liberdade individual, meu poder de escolha e até mesmo minha vida pessoal não são, atualmente, tão importantes para mim como foram um dia. Mesmo a morte, aquela intrusa, aparece para mim de vez em quando, principalmente quando penso no que aconteceu em Boston há dois meses. Nesses momentos, a morte aparece para mim como uma espécie de cômodo escuro onde, afastados do resto do mundo, podemos descansar nossos corpos desgastados, deixando a varredura da travessia para aqueles que ainda acham importante varrê-la. Como se realmente importasse se a travessia está limpa ou não quando, de todas as pessoas que passam por ela no curso de um dia, uma em cada dez mil possui uma faísca de coragem em seu coração e um pouquinho só de amor (além do amor que um gato sente por uma lareira) por qualquer criatura além de si própria. O mundo, o mundo físico, que um dia foi tudo para mim, de tempos em tempos me parece um labirinto sem saída, um oceano sem ilha, e então nada é capaz de me consolar. A beleza de algumas coisas não mais compensa a feiúra do homem, sua maldade, sua ganância, sua hipocrisia”.


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15
Fev17

O edificio mais notável de Faro: Palácio Fialho ou Palácio do Alto

António Garrochinho



O palácio Fialho, surge imponente no meio de uma vegetação como uma visão para quem entra em Faro vindo do lado de Olhão. Tenho a certeza que muito boa gente já se terá interrogado que palácio seria aquele, outros pensariam... ah... é só o edifício do Colégio do Alto, pensando que talvez tenha sido construído de ppropósito para o colégio... nada disso. Vou vos contar a história do meu edifício favorito em Faro.

No sitio onde se ergue hoje o Palácio Fialho, ou Palácio do Alto havia uma quinta que pertencia a Ordem dos Jesuítas do Colégio de Faro. No inicio do Séc. XX ainda existiam alguns vestígios dessa quinta, nomeadamente um armazém junto a azinhaga que desce do Alto de Santo António a quinta da família do Virgílio Inglês Baião. Haveria no local onde se encontra o palácio uma outra casa, com alguns retábulos de azulejo com passarinhos de remontavam ao Sec. XVIII e que Júdice Fialho mandou demolir para construir o seu palácio.

Nesta quinta do colégio existia uma pedreira onde havia em abundância uma pedra denominada Pedra da Atalaia. Sobre a pedreira foram erguidos os alicerces do actual palácio. A pedra extraída foi utilizada para a construção do cercado da Atalaia na Horta da Atalaia que pertenceu ao Dr. Guimarães (antigo professor de liceu).

 A Quinta do Alto, que em tempos pertencera ao Bispo D. Joaquim Santana de Carvalho, no final do Sec XIX foi propriedade do Ministro da Marinha José Bento Ferreira de Almeida, que a vendeu a Paulo Cúmano, cunhado do final possuidor, Júdice Fialho. Foi a Vicente Baptista, tio materno de Honorato Santos que António Júdice Fialho comprou o terreno para erguer o dito edifício.

Foi o arquitecto de grandiosa obra Manuel Joaquim Norte Júnior, notável pela elegância das suas construções e muito viajado pela Europa onde recolhia sugestões para o seu trabalho. Este arquitecto foi também responsável pela construção do Palácio Belmarço (em Faro), da Voz do Operário (Lisboa), do Teatro Variedades (Lisboa), da Sociedade Amor e Patria (Funchal), do Palace-Hotel da Cúria, Grande Hotel do Estoril, Hospital de Salreu, Cine Teatro de Sintra, enfim... ganhou 5 prémios Valmor (a maior distinção em Portugal para a Arquitectura) e uma medalha de Ouro no Rio de Janeiro.

Como já referi noutros blogs, nomeadamente "A defesa de Faro", Norte Júnior é para mim um dos maiores arquitectos Portugueses de todos os tempos. São poucos os que chegaram a este palmarés de prémios. Não sei se haverá algum arquitecto em Portugal que tenha ganho 5 prémios Valmor. Para além disso... como também já tinha referido, é o meu arquitecto preferido. O trabalho deste homem... é notável, e é pena que tenha caído no esquecimento.

A construção iniciou-se em 1915 e durou 10 anos, e excitou a curiosidade de toda a Cidade de Faro. Júdice Fialho foi habitar o seu palácio a 2 de Maio de 1925

Sito num terreiro ajardinado, e com bonitas balaustradas a ornar-lhe as laterais. Janelos, Janelas e Trapeiras ornam-lhe as 4 faces e sublinham os diferentes pisos. É um palácio por excelência, desde a vasta cave pavimentada a mármore até aos sótãos que são amadeirados de nobres madeiras e forrados a ardósia.
O palácio de estilo francês, é um "Petit Trianon" composto por 3 corpos, 2 laterais e 1 central, como é habitual neste tipo de modelo da arquitectura francesa do Séc. XVIII, e foi inspirado num palácio existente no Valeé de la Loire.


 Na fachada principal, a porta nobre para a qual dá uma escadaria de 14 degraus, é flanqueada por dois pares de colunas de mármore, de ordem jónica, e sobrepujada por uma janela de composição semelhante sobre cujo dintel há um oval destinado a um brasão, rodeado de relevos de estilo, terminando toda a composição em frontão clássico ladeado de ligeiras balaustradas ornadas pelos habituais acrotéricos.
De cada lado, das duas janelas de dintel em arco e outras três de dintel fantasiado comum a todas as outras, cujo desenho se repete nas do primeiro andar. Em cada uma das fachadas laterais, no R/C abrem nove portas, cinco das quais de dintel mais trabalhado. No primeiro andar, nove janelas, as cinco das quais de dintel mais trabalhado. No primeiro andar, nove janelas, as cinco centrais dentro de balcão com balaústre. Nas vertentes do telhado, a toda a volta, as pequenas janelas dos sótãos, tal como acima do solo, os janelos da cave, agrupados simetricamente dois a dois e três a três.


O interior principia por um vasto vestíbulo, com um monumental fogão de mármore e uma pintura oval no tecto que se julga representar "O rapto das sabinas". Para esta zona dão 4 portas almofadadas, sobre cada uma das quais se vê uma pintura. Comunicam com as salas do R/C: - à esquerda uma só, com pintura oval no tecto, paredes apaineladas aprestadas para receber quadros, dois dos quais penso que ainda lá devem permanecer - "A morte de S. João Baptista" e a "Visitação de Nossa Senhora". As portas exteriores dão para a varanda com a balaustrada.

Do outro lado, com outra sala de paredes apaineladas, onde campeia uma Sagrada Familia com S. João, havendo no tecto uma pintura oval inclusa - "Anjos e Meninos", um belo lambris em madeira que de resto acompanha todos os grandes salões da casa e novamente outro fogão de mármore. Era a sala de Jantar, e penso que hoje é utilizada como refeitório do Colégio, mas não posso garantir. Em redor estão as copas, e numa delas está instalado o monta-cargas, o primeiro a ser instalado no Algarve, para trazer a comida da cozinha situada na cave.

Escadaria Principal em Mármore
 Do vestibulo, ornado por seis colunas jónicas monolíticas, quatro geminadas e as outras solidárias, parte a imponente escadaria de mármore com um lanço central e dois laterais, que conduzem ao andar nobre. Este piso estava provido de enquadramentos nas suas paredes para preciosas tapeçarias. Desconheço se estas ainda existem actualmente, penso que não. Todo este espaço é iluminado por uma imensa claraboia. Este espaço foi inspirado no edifício da Câmara Municipal de Lisboa. O salão central, primitivamente era a sala de música, é hoje utilizado como a capela do colégio. Em todo o palácio não há uma única divisão com aspecto de ter sido usada como capela doméstica, por isso se pode concluir que não é verdade que o retábulo da antiga capela do Paço Episcopal, por sinal da autoria do entalhador farense Miguel Nobre, tivesse sido comprado para ali ser instalado.
No 1º piso, para onde se pode subir de elevador -  o primeiro a ser instalado no Algarve, existem vários grupos de salas que se julgam ter sido suites - Quarto, vestiário, WC agora aproveitados para dormitórios do colégio. Outros compartimentos mais pequenos teriam sido mais quartos ou salas para uso diverso.

Todo o edifício e cortado interiormente por largos corredores, que lhe dividem as salas. As divisões que não são nobres, não deixam de ter sido estucadas com delicadeza, apresentado estuques de elevada qualidade e rigor. Até nas quadras aproveitadas nos sótãos e nas caves a preocupação da beleza não ficou  ausente.

Nos pavimentos das grandes salas foi aplicada a melhor madeira do Brasil, as colunas e degraus da escadaria nobre formam cada um o seu bloco de mármore, vindos da região de Lagos, neste caso puxados de carro de bois até ao cais, carregados numa embarcação, levados por mar até Faro, descarregados e carregados de novo em juntas de bois indo pela Rua de Santo António até ao Alto.
A madeira do telhado em Pitch Trim, veio toda expressamente da América do Norte e foi da melhor qualidade. Para fornecer energia ao palácio de modo a alimentar a iluminação e os dois elevadores, foram instalados 2 geradores de grande potência. Foi também instalada uma maquina de fazer gelo, a primeira que o Algarve conheceu, e que fornecia Gelo ao Hospital enquanto não se arranjou outra solução.

O enorme fogão a lenha da cozinha (hoje já deve ter sido substituído por um a gás ou eléctrico) foi considerado nesse tempo o maior a sul do Tejo.

Fora do recinto palaciano, ladeado por balaustradas fica então a quinta, com os seus verdejantes jardins, com árvores de espécies raras, o que dá um encanto idílico a esta construção, e que faz dela a construção mais notável da Cidade de Faro.

Hoje o palácio é propriedade privada da igreja, não sendo possível aos demais cidadãos farenses de visitar o palácio. É uma pena, uma vez que o edifício reúne todos os requisitos para nele ser instalado um museu de arte contemporânea, ou mesmo um conservatório musical. Um desperdício ser utilizado como dormitório e refeitório, privando os farenses do usufruto de um edifício daquelas características, único na região. Poder-se-ia ter um espaço semelhante a alameda João de Deus com um Museu lá dentro (o palácio) e com um verdejante jardim com bastantes árvores e espaços verdes semelhante à alameda, ou ainda se quisermos usar outro excelente exemplo, o Parc Monceu em Paris, em que um dos palácios foi transformado no Conservatório Musical da Paris e o Jardim é semi publico (à semelhança da nossa alameda João de Deus). O que irá acontecer daqui a uns anos é que a igreja irá vender todos os terrenos junto a antiga estrada de Olhão para construção, e da Nova Alameda Júdice Fialho (até já lhe estou a dar um nome, se a cidade a quiser aceitar) nem vê-la. É triste quando isto acontece!

Na Quinta adjacente, a igreja, para rentabilizar o espaço, aluga a antiga casa da quinta para festas de baptizados e casamentos. Penso que Júdice Fialho a saber desta situação estará a dar voltas no túmulo. Mas é o interesse económico a falar mais alto.

Gostaria de publicar mais fotografias do interior, apenas tenho uma antiga, da escadaria, que encontrei na net, e que é digitalização de algum livro. Gostaria de saber como era a decoração nos tempos de Judice Fialho. Penso que antes do Palácio ser vendido a igreja católica por uma quantia irrisória, foi despojado do seu mobiliário, das suas obras de arte, tapeçarias e demais obras. Se alguém poder confirmar isto agradeço.

Gostaria também de publicar uma planta dos diversos pisos. Se alguém tiver uma e não se importe de ma enviar, também agradeço, aqui a publicarei. Se alguém tiver fotografias do interior e não se importar de as partilhar, também as agradeço.

Espero que tenha sido do vosso agrado esta viagem que fizemos ao Palácio Fialho ou Palácio do Alto, o meu edifício favorito em Faro.

Cumprimentos cordiais

Luís Passos

faroefaro.blogspot.pt
15
Fev17

TUDO, TUDO SOBRE O "TITANIC"

António Garrochinho

15 de Abril 1912: Afundamento do Titanic



15 de Abril, nesta madrugada cerca das 2 horas e 20 minutos, o Paquete Titanic deixou o  mundos dos vivos e mergulhou nas profundezas do Oceano Atlântico para o seu sono eterno.

O Titanic era apenas 1 de 3 navios que a empresa White Star Line pretendia construir para dizimar a concorrência (sobretudo a Cunard Line).

Anos antes a Cunard tinha construído os 2 primeiros supertransatlânticos do mundo, J.P. Morgan criou uma empresa, alias, uma holding de empresas, a I.M.M. - International Mercantile Marine e começou a comprar as empresas de navegação em ambos os lados do Atlântico. Uma das empresas que J.P. Morgan comprou foi a White Star Line (nome comercial, o nome oficial da empresa era OCEANIC STEAM NAVIGATION COMPANY, LTD), que naquela altura encontrava-se em dificuldades. J.P Morgan tentou também comprar a CUNARD, mas o conselho de administração reuniu-se de emergência e conseguiu fazer lobby junto do governo britânico de modo a impedir a aquisição e conseguir um subsidio para  a construção de novos navios. Caso a Cunard tivesse sido comprada já não era de propriedade britânica (mas sim americana) e a coroa britânica em caso de guerra já não poderia requisitar os navios da Cunard. O bluff resultou em cheio e a CUNARD construiu os 2 maiores e mais rápidos navios construídos até então: -  O LUSITÂNIA E O MAURETANIA.

RMS LUSITANIA
Estes navios faziam a vontade 26 nós e ganharam o galhardete Azul (The Blue Ribband) pela travessia mais rápida do Atlântico, ficando com o grosso do comercio e o prestigio. É preciso dizer-se que naquela altura o Transatlântico era o símbolo supremo da tecnologia naquela época, e era motivo de rivalidade entre nações.

A WHITE STAR LINE estava disposta a bater a CUNARD não com 2 mas com 3 navios, que seriam 50% maiores que os gigantes da Cunard. Porém, como para atingir velocidades elevadas, o consumo é também elevado, porque dado que a partir de 22 nós, por cada nó de velocidade a mais o consumo de carvão quase que duplica (razão geométrica), por isso a White Star Line optou por construir navios grandes em tamanho e a operar a uma velocidade moderada mas que permitisse um bom conforto e rapidez de viagem. 
Assim os novos 3 gigantes foram desenhados com uma velocidade de cruzeiro de 21 nós em qualquer condição de mar e uma velocidade de ponta de 23 nós. Assim permitia uma poupança de 500 toneladas de carvão em relação aos gigantes Lusitânia e Mauretania.

A empresa que construiu o Titanic foi a Haarland & Wolff, de Belfast, empresa que era propriedade de Lord Pirrie, grande amigo de Bruce Ismay, Chairman da White Star Line. Alias, os três navios foram pensados num encontro na casa de Lord Pirrie. A Haarland & Wolff tinha a exclusividade da produção de navios para a White Star Line, ou seja, a WSL só poderia mandar construir na H&W.

O Titanic foi desenhado por Alexander Carlisle, e em termos de projecto de engenharia, o design foi de Thomas Andrews. Esta classe de navios foi baptizada de Olympic Class, porque o primeiro navio a ser construído foi o OLYMPIC (a serie seria baptizada de acordo com a mitologia grega (deuses, titãns e gigantes)
Os três navios eram praticamente iguais, o Olympic deveria ter 45.460 toneladas, o Titanic teria 46.328 toneladas e o terceiro que inicialmente estava previsto chamar-se GIGANTIC teria quase 53.000 toneladas. A boca do Gigantic seria ligeiramente mais larga para poder transportar uma maior capacidade de carga. Mais tarde depois do acidente do TITANIC, acharam que Gigantic era uma má aposta em termos de marketing, e então o nome escolhido foi BRITANNIC.
O sistema de propulsão para esta classe de navios também era novo, porém algo out-dated. Enquanto os Lusitania e Mauretania já possuiam turbinas a vapor do tipo Parson-Curtiss, na classe Olympic optaram por um sistema misto, motores de piston (alternativos) e turbinas. Enquanto os navios da Cunard tinham 4 veios de helice, os da White Star apenas teriam 3 veios de helice, ou seja, 3 motores. 

Os 2 hélices laterais eram accionados por motores a vapor de pistão (maquinas alternativas) de tripla-expansão de 4 cilindros (1 cilndro de alta pressão+1 pressão intermédia +  2 de baixa pressão). A pressão de admissão máxima de vapor era de 215 PSI, saindo depois nos cilindros de baixa pressão a 9 PSI, sendo depois esse vapor dirigido para uma turbina de baixa  pressão que accionaria o hélice central.

Para alimentar estas máquinas estavam previstas 29 caldeiras de 3 fornalhas cada do tipo Scotch, das quais 24 eram de fundo duplo e 5 eram simples.

Os navios estava dotado de algumas tecnologias inovadoras, como portas estanques de accionamento automático, duplo fundo celular, e poderia ficar a flutuar com quaisquer 2 compartimentos inundados ou com os 4 primeiros compartimentos da proa inundados. Era considerado inafundável.

Contudo, os navios tinha alguns defeitos construtivos, as anteparas estanques não iam até ao topo do Convés E, o que fazia que no caso dos 4 compartimentos da proa ficarem alagados, a agua passaria por cima das anteparas enchendo os compartimentos adjacentes. Outro problema, e que foi a causa do afundamento do Titanic, foi o facto de a zona da prova do navio apresentar uma ligeira concavidade. Devido a forma arredondada as maquinas de rebitar hidráulicas que aplicavam rebites de aço não poderiam ser utilizadas, e então optou-se por utilizar rebites de ferro, aplicados à mão. Para tornar o rebite de ferro mais resistente adicionava-se escória no momento da fundição do rebite. Caso esta fosse adicionada em excesso faria com que o rebite a baixas temperaturas ficasse demasiado rijo e consequentemente quebradiço, o que infelizmente veio a acontecer nessa noite trágica de 15 de Abril de 1912.

O Titanic superou todos os seus rivais em termos de luxo e a opulência. A secção da Primeira-classe tinha uma piscina, um ginásio, campo de squash, banhos turcos, banhos eléctricos e um Café Verandah. As salas comuns da Primeira-classe foram adornadas com painéis de madeira esculpidos, móveis caros e outras decorações. Além disso, o Café Parisien oferecia culinária aos passageiros da primeira-classe, com uma varanda iluminada pelo Sol. Havia bibliotecas e cabeleireiros tanto na primeira como na segunda classe. A sala geral da terceira-classe tinha painéis de pinheiro e móveis robustos. O Titanic incorporou recursos tecnológicos avançados para a época. Ele tinha três elevadores eléctricos, dois na Primeira-classe e um na Segunda-classe. Ele também tinha um subsistema eléctrico alimentado por geradores a base de vapor, uma instalação eléctrica que cobria todo o navio e dois rádios Marconi, incluindo um de 1.500 W operado por dois operadores que trabalhavam em turnos (Jack Philips e Harold Bride) permitindo contacto constante e a transmissão de muitas mensagens privadas dos passageiros.

Edward J. Smith
O navio iniciou a sua viagem inaugural em Southampton na Inglaterra, com destino à cidade de Nova York, nos Estados Unidos, na quarta-feira, dia 10 de Abril de 1912. O comandante do navio era Edward J. Smith, Commodore da frota da White Star Line e um dos comandantes mais prestigiados no Atlântico.

Assim que o Titanic deixou o cais, o fluxo de água provocado por um dos helices fez com que as amarras do navio SS New York, que estava atracado na proximidade, se partissem fazendo com que o este navio quase colidisse com o Titanic. O incidente atrasou a partida em meia hora.

Depois de atravessar o Canal da Mancha, o Titanic parou em Cherbourg, França, para receber mais passageiros e parou novamente no dia seguinte em Queenstown (hoje conhecida como Cobh), na Irlanda. Quando ele finalmente partiu para Nova Iorque, haviam 2.240 pessoas abordo.

Não havia botes salva vidas para todas as pessoas a bordo, devido infelizmente a uma norma do British Board of Trade que dizia que qualquer navio com mais de 10.000 toneladas, apenas precisava de ter 16 salva vidas a bordo. Hora o Titanic tinha 20, excedia os regulamentos em vigor. Além disso considerava-se naquela época os botes como um mal necessário que estragavam a beleza dos navios e atravancavam os convés superiores. No entanto a Harland & Wolff desenharam o barco com 54 botes salva vidas. A White Star é que optou por não os montar.  

Na noite de 14 de Abril, o Titanic ia a navegar a 21 nós, na zona dos grandes bancos da terra nova, o mar estava calmo, não havia bafo de vento. Entretanto os operadores Radio, estiveram o tempo todo a passar mensagens dos passageiros (na altura a Radio do navio nao era propriedade da empresa do navio, mas sim da empresas telecomunicações Radio Marconi, e eles estavam interessados era no negócio das mensagens) e não informaram a ponte de comando de mensagens de outros navios como o Mesaba que indicavam a presença de gelo flutante mais à frente. Naquele inverno tinha havido muito degelo e havia muitos icebergs a flutuar.
Cerca de 23:40 Frederick Fleet e Reginald Lee avistaram um iceberg mesmo pela proa, tocaram o sino e avisaram a ponte. Na altura o oficial William Murdoch ordena ao timoneiro Robert Hitchens tudo a bombordo e depois... comete o erro da sua vida, ordena MOTORES A RÉ A FORÇA TODA!

Devido ao facto do navio ter uma configuração de 3 motores, e do facto da turbina não ser reversível, apenas os dois motores laterais iriam fornecer propulsão, alem disso isso iria provocar uma disrrupção do fluxo de agua no leme, dado que o helice central não estava a operar, fazendo aumentar o raio de viragem do navio.

Assim aconteceu, o Titanic não conseguiu livrar o bordo e embateu no Iceberg fazendo saltar os rebites e soltado as placas de aço, com 2 cm e meio de espessura. A agua entrou pelos orifícios inundado a parte da proa do navio. Segundo consta o navio foi ao fundo enquanto a banda tocou... até ao ultimo acorde. Segundo consta a musica foi "Nearer my god to thee"
Foi emitido pela primeira vez o código de socorro SOS (antes usava-se o CQD - Come Quickly Distress).
O navio que estava mais próximo foi o Carpathia da Cunard Line, que apenas chegou ao local do acidente 4 horas depois. Existe ainda uma controvérsia que o navio Californian estava próximo e não viu os foguetes do Titanic e deveria ter o radio desligado
Entre os milionários que morreram a bordo, de salientar Benjamin Guggenheim e John Jacob Astor, Thomas Andrews, desenhador do navio, bem como muitos anónimos.

CategoriaPessoas a BordoNúmero de SobreviventesPercentual de SobreviventesNúmero de MortosPercentual de Mortes
Primeira Classe32919960.5 %13039.5 %
Segunda Classe28511941.7 %16658.3 %
Terceira Classe71017424.5 %53675.5 %
Tripulação99121423.8 %68576.2 %
Total2.22370631.8 %1.51768.2 %

 Como resultado do acidente foi criada a International Ice Patrol, que acompanha e monitoriza a presença de gelo no Atlântico Norte, bem como foi criada nova legislação com o intuito de tornar as viagens marítimas mais seguras.

O Olympic, o irmão do Titanic serviu durante a 1ª guerra mundial como transporte de tropas, chegando mesmo a afundar um submarino, abalroando-o. Foi desmantelado no final dos anos 30 do Sec. XX.

O Britannic o maior dos 3 irmãos teve pior sorte, durante a 1ª guerra atingiu uma mina no Mar Egeu, afundando-se em poucos minutos.

Texto: Luis Manuel Passos

Deixo-vos então algumas fotos do TITANC:

CONSTRUÇÃO:


Assentamento da quilha
Motores de Piston (Principais)
Rotor da Turbina
Olympic (Branco) e Titanic (Preto) lado a lado

Titanic no pórtico
 LANÇAMENTO À ÁGUA

Preparação para o lançamento

Lançamento à agua
Final do Lançamento à agua
Olympic e Titanic durante o Fitting Out
Titanic durante os testes de mar
A PARTIDA

Titanic atracado em Southampton

Titanic no dia 10 de Abril 1912
A partida de Southampton
Titanic em Queenstown


 INTERIOR

Cúpula da grande escadaria

Grande Escadaria

Cafe Parisien

Sala de Jantar - 1ª classe

Ginasio

B-59 1ª classe

B-64 1ª classe

B-38 1ª classe
B-60 1ª classe



faroefaro.blogspot.pt
15
Fev17

"A BELA ADORMECIDA": CONHEÇA A MÚMIA MAIS BEM PRESERVADA DO MUNDO (COM VIDEO)

António Garrochinho

Chamam-lhe, precisamente, A Bela Adormecida porque é considerada a múmia mais bela e mais bem preservada do mundo. Rosalia Lombardo foi uma criança que morreu de pneumonia no ano de 1920 com a tenra idade de 2 anos. A sua família nunca a esqueceu e quis preservar a sua memória eternamente optando por embalsamar o seu corpo. O embalsamador responsável chamava-se Alfredo Salafia, um professor de química siciliano, que depois da tarefa concluída colocou o corpo em repouso num caixão de vidro que, ainda hoje, permanece nas Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo, Itália.






Se não fosse o talismã oxidado da Virgem Maria que repousa no seu manto, dir-se-ia que esta criança morreu há poucos dias atrás. Pouco é sabido acerca da vida de Rosalia e, até recentemente, pouco se sabia acerca dos métodos de preservação de Salafia. 


O embalsamento é um método de preservação que serve como forma de prestar homenagem aos mortos e que data desde o Antigo Egito 3200 anos AC. Durante este período os embalsamadores removiam os órgãos internos do corpo através de um corte no lado. O coração – reconhecido como o centro da inteligência e força da vida – era mantido no lugar, mas o cérebro era retirado através do nariz e jogado fora. Os órgãos remanescentes eram armazenados em jarras de canopo. Em seguida, o corpo era empacotado e coberto com natro, um tipo de sal, e largado para desidratar durante 40 dias. Então era empacotado com linho ensopado de resina, natro e aromáticos e as cavidades do corpo eram tapadas. Finalmente, era coberto de resina e enfaixado, colocando-se amuletos entre as camadas. Todo o processo – acompanhado de orações e encantos – levava cerca de 70 dias mas preservava os corpos durante milhares de anos.


As diferentes técnicas de embalsamamento foram sendo modificadas ao longo dos séculos. No entanto o método do Prof. Salafia permanecia um mistério. Isto é até Dario Piombino-Mascali, um antropólogo biólogo italiano do Instituto de Múmias e do Homem do Gelo em Bolzano, ter descoberto alguns parentes de Salafia que tinham na sua posse uma série de manuscritos seus. Nas suas notas o embalsamador revelou que injetou em Rosália uma mistura de sais de zinco, formaldeído, álcool, ácido salicílico e glicerina. Foi este último ingrediente que evitou que o corpo de Rosália secasse demasiado. Os sais de zinco fizeram com que o seu corpo permanecesse rígido e impediu que as suas bochechas e cavidades nasais esmorecessem. 


Quase 100 anos depois da sua morte, a múmia Rosalia parece permanecer viva. Todos os anos as Catacumbas são invadidas por milhares de visitantes, atraídos pela, também chamada Boneca da Morte. Armados com câmaras fotográficas e iPhones, todos querem captar uma imagem da criança adormecida no caixão de vidro. 

Assista ao video produzido pelo Canal História:


www.hojedescobri.com
15
Fev17

AS CIDADES MAIS ANTIGAS

António Garrochinho
Os sírios dizem que Damasco é a cidade mais antiga do mundo continuamente habitada. Não é bem assim. Existem controvérsias quanto a datas e até quanto à definição do que significa “ser uma cidade”.
w43l (CC BY-NC-ND 2.0)
Enquanto historiadores, arqueólogos e similares discutem para definir estas coisas, fui atrás da lista de lugares que se dizem os mais velhotinhos do mundo. Encontrei destinos bem interessantes.
Na verdade, as listas das principais candidatas ao título mudam por aí. Mas segundo o Wikipedia, o top 5 é:
Damasco
Abdulsalam Haykal (CC BY 2.0)
druidabruxux (CC BY-NC-SA 2.0)
A capital da Síria diz que é habitada há 11 mil anos. Mas as más línguas dizem que não existe prova de que um número suficientemente grande de pessoas viva nela há tanto tempo, o que significa que ela não pode ser considerada “cidade” desde aquelas épocas.
Fica na Palestina, mais precisamente na Cisjordânia. Também diz ser habitada há 11 mil anos, mas os entendidos no assunto juram que ela foi destruída e abandonada muitas vezes (inclusive por séculos), o que a deixaria fora da disputa por não ter sido “continuamente habitada”.
RadoB (CC BY-NC-SA 2.0)
Avital Pinnick (CC BY-NC-ND 2.0)
Se não levar este prêmio, pelo menos Jericó já garantiu outro: é a cidade mais baixa do mundo, 260 metros abaixo do nível do mar.



Um destino obrigatório no Líbano, Biblos (que hoje é Jbeil) também é a primeira praia candidata ao título de mais antiga do planeta.
Omar Chatriwala (CC BY-NC-ND 2.0)
LeRamz (CC BY-NC-SA 2.0)
Dizem que é habitada há 9 mil anos – e não encontrei nada que contrariasse esta afirmação. Aparentemente, ela só não é declarada oficialmente no posto porque depende da confirmação (ou não) das duas anteriores.



Se nada se confirmar com as 3 cidades anteriores, o título de Miss Cidade Antiga vai para esta outra praia libanesa, que se proclama habitada há 6 mil anos.
gordontour (CC BY-NC-ND 2.0)
eric anderson (CC BY-NC 2.0)
Sídon fica a 40 km de Beirute e o Lonely Planet diz que é tão charmosa quanto Biblos.


Entre as top 5, Medinat Al-Fayoum (ou simplesmente Faiyum, para os convivas) é a única candidata fora da Ásia: fica no Egito e também diz que tem moradores há 6 mil anos.
All rights reserved by Amira B.Eldeen
sierragoddess (CC BY-ND 2.0)
Faiyum era a cidade de descanso preferida de alguns faraós, mas o mais interessante nela é que já foi chamada de Crocodilópolis pelos gregos, que achavam que os répteis do lago Qarun eram sagrados.

sundaycooks.com
15
Fev17

A HISTÓRIA DO CARNAVAL

António Garrochinho


O carnaval é uma festa popular que surgiu ainda na Antiguidade, com o objetivo de celebrar os deuses pagãos e a natureza. Depois foi reconhecida pela igreja e incluída no calendário cristão. Séculos depois, ainda é comemorada no mundo inteiro! E cada país tem diferentes características para sua celebração.
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O carnaval (que em latim, recebe nome de “carnis valles”) é a festa que marca o adeus à carne, ou seja, marca a data de início do grande período de jejum, abstinência e caridade, conhecido pelos cristãos como a quaresma, período de 40 dias que antecede as celebrações da Sexta Feira Santa e da Páscoa.
Por conta disto, sempre houve uma grande concentração de festejos populares, e cada lugar brincava a seu modo, de acordo com seus costumes, incluindo-se as formas extravagantes.
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Há indícios de que sua origem foi na Grécia, em meados dos anos 600 a 520 a.C. Os gregos realizavam, neste período, seus cultos em agradecimento aos deuses pela produção e fertilidade do solo.
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Em Roma, a celebração prolongava-se por sete dias nas casas, nas praças e nas ruas, onde todos bebiam, comiam e celebravam alegremente, na busca incessante aos prazeres. Todas as atividades e negócios eram fechados neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas.
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Em 500 d.C. essa comemoração foi adotada pela igreja Católica como precedente a quaresma, longo período de privações, que resultaria na invenção de diversas festividades nos dias que antecedem a quarta-feira de Cinzas.
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No período do Renascimento, as festas de carnaval incorporavam os bailes de máscaras, com ricas fantasias e carros alegóricos. Outros tipos de comemorações populares foram tomando o formato atual.
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O carnaval de hoje, feito de fantasias, é produto da sociedade vitoriana do séc. XIX. Paris foi a principal cidade modelo, exportadora da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nova Orleans, Toronto, Nice, Santa Cruz de Tenerife e Rio de Janeiro se inspiraram nas festas carnavalescas parisienses.
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O Rio de Janeiro criou seu estilo próprio de fazer carnaval, com desfiles de escolas de samba, e terminou por influenciar outras cidades brasileiras e o restante do mundo, como São Paulo, Helsinque e Tóquio.
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Atualmente o carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior carnaval do mundo, com um número estimado de 2 milhões de pessoas por dia, nos blocos de rua da cidade. Em 1995, a cidade de Recife, com a festa do Galo da Madrugada, também entrou para o Guinness como o maior bloco de carnaval de rua do mundo.
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blogsigbolfashion.com
15
Fev17

12 relógios que contam a história da Seiko

António Garrochinho


15
Fev17

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO DIA DA MULHER

António Garrochinho

O dia Internacional da Mulher tem origem na Rússia, nas manifestações por melhores condições de trabalho e vida, e contra a entrada do país na Primeira Guerra Mundial. Tais manifestações, contribuíram para o início da Revolução Russa de 1917. 
O Dia da Mulher nos EUA e Europa, também foi assinaldo no começo do século XX, com o começo da Segunda Revolução Industrial e Primeira Guerra Mundial, períodos em que as mulheres ingressaram massivamente nas indústrias, até então, predominante pelos homens.
O primeiro manifesto em prol das mulheres, ocorreu em 1909 nos EUA, contra as más condições de trabalho nas indústrias Têxteis. A partir dessa data, muitas outras manifestações ocorreram pelo mundo, e assim, com muita luta e dedicação, elas conquistaram seu espaço merecido em nossa sociedade. No entanto, apesar de todas as conquistas conseguidas até então, infelizmente elas ainda sofrem com o preconceito no mundo do trabalho.
Foto de António Garrochinho.

15
Fev17

PORTUGAL - GENTES DO MAR ANOS 50

António Garrochinho
A pesca sempre esteve no centro da vida da costa portuguesa desde os tempos romanos, quando a região produzia o estimado molho de peixe garum -feito com sangue, vísceras e outras partes selecionadas do atum ou cavala misturadas com peixes pequenos, crustáceos e moluscos esmagados- para exportação. Tradicionalmente, homens vestidos com roupas xadrez e longos gorros de lã pescavam em botes abertos de 5 metros chamados saveiros, usando lampiões e iscas para atrair cardumes de cavalas e carapaus em imensas redes de pesca.

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Fotografias deslumbrantes capturam a cultura da pesca dos anos 50 em Portugal 01
Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
Enquanto os homens estavam no mar, as mulheres esperavam na praia, processando e vendendo o peixe. Estas fotos da Biblioteca de Arte Gulbenkian acompanham os homens e mulheres de Lisboa e cidades vizinhas, como Ericeira e Nazaré, enquanto transportam os seus barcos, consertam as suas redes e vendem as suas capturas sob o áspero sol ibérico.
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
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Fotografias deslumbrantes capturam a cultura da pesca dos anos 50 em Portugal 30
Via: Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian
Fonte: Mashable.


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Fev17

Farmacêuticas cortam produção de medicamentos para quimioterapia por não serem lucrativos

António Garrochinho


A situação é considerada "muito grave" pelos profissionais de saúde


Agentes de quimioterapia como a ciclofosfamida, o 5-Fluoroucilo e a hormonoterapia tomaxifeno estão a transformar-se em medicamentos de "difícil aquisição, porque as farmacêuticas estão a desinteressar-se da sua produção, devido aos preços baixos. A notícia é avançada hoje em manchete pelo JN, segundo o qual a situação é classificada como "muito grave" pelos especialistas do setor.
O mesmo jornal adianta que as farmácias hospitalares já estão a recorrer umas às outras para compensar a escassez, sendo que alguns médicos estarão já a recorrer a terapêuticas mais caras ou a alternativas menos eficazes ou, pelo menos, com menos provas dadas.
O diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direcção-Geral de Saúde, Nuno Miranda, em declarações ao JN, fala em "problema muito grave", dado que muitos dos medicamentos em causa são insubstituíveis.
Também Fátima Cardoso, responsável do Programa de Investigação do Cancro da Mama do Centro Clínico Champalimaud, salienta que são "fármacos básicos necessários para cerca de 80% dos doentes oncológicos" e insiste que este é um tema que gera preocupação.

15
Fev17

A Polícia Judiciária deteve na última noite o presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, António Vilela, por suspeita de corrupção e prevaricação.

António Garrochinho

 


Além do autarca, foi também detido o proprietário da Escola Profissional Amar Terra Verde, João Luís Nogueira.

Em causa estão suspeitas de corrupção e prevaricação num processo de alienação a uma empresa privada de 51 por cento do capital da Escola profissional Amar Terra Verde, em 2013.

A investigação incide também sobre a construção e concessão de um parque de estacionamento, envolvendo uma empresa de Braga.

António Vilela e João Luís Nogueira podem vir a ser presentes só na quinta-feira ao juiz de instrução no Tribunal de Braga, apurou a RTP. O processo está ainda nas mãos do Ministério Público.


www.rtp.pt
15
Fev17

Carros. 25 invenções que pareciam impossíveis - Hologramas, automóveis comandados pelo smartphone e assistentes virtuais são apenas alguns exemplos das 25 inovações que pode, brevemente, encontrar a circular pelas estradas e que ninguém imaginava.

António Garrochinho




O mercado automóvel tem mudado ao longo dos anos e passou a ser uma maneira de, literalmente, levarmos a tecnologia connosco para todo o lado. As possibilidades são infinitas e, entre elas, surgem carros com wi-fi, hologramas para interagir com o veículo e até estradas que carregam automóveis elétricos. Tudo isto são mecanismos de ponta que não imaginávamos que pudesse chegar ao interior de um automóvel mas que, na verdade, estão mais próximos de se tornar realidade do que podíamos imaginar.

Nesta fotogaleria damos-lhe a conhecer 25 invenções que muitos não acreditavam que pudessem um dia chegar às estradas do mundo.





















































observador.pt
15
Fev17

Saiba tudo sobre o caso das máfias da noite

António Garrochinho


Noite, discotecas, seguranças e violência são os ingredientes principais do caso que começa esta quarta-feira a ser julgado em Guimarães. Pinto da Costa e Antero Henrique são os réus mais mediáticos.
Este texto, sobre todo o conteúdo da acusação, baseia-se em peças publicadas originalmente a 7 e a 11 de janeiro de 2016.

Noite, discotecas, seguranças e violência são os ingredientes principais do caso das Máfias da Noite. Alguns dos episódios retratados pelo Ministério Público (MP) ao deduzir acusação parecem tirados da série Sopranos, mas em vez dos subúrbios de Nova Jérsia, (Nova JérsiaEstados Unidos) terão acontecido essencialmente na vida real do Grande Porto (PortugalUnião Europeia).
A Operação Fénix (outro dos nomes pelo qual é conhecido este caso) leva automaticamente a esse paralelismo com o dia-a-dia de Tony Soprano: a imposição de serviço de segurança a empresas de diversão noturna através do uso da violência, a criação de insegurança para forçar as mesmas empresas a contratarem os serviços da ‘família’ (neste caso, e segundo o MP, a empresa SPDE, de Eduardo Silva), a cobrança de um ‘imposto’ sem qualquer serviço prestado, a cobrança de dívidas difíceis ou até o papel de justiceiro em causa alheia (a troco, claro, do pagamento do serviço). Tudo isto parece ser matéria de ficção televisiva para ver tranquilamente em casa acompanhado de um balde de pipocas. Mas apenas, até lermos a acusação do MP. Quem se lembrar da Operação Noite Branca vai ter uma sensação de deja vu.

O que foi a Operação Noite Branca?

A Operação Noite Branca surgiu no final de 2007 na sequência de uma espiral de violência que colocou a noite do Porto a ferro e fogo. Os negócios em volta da segurança de estabelecimentos noturnos é precisamente o ponto em comum com a Operação Fénix mas a escalada de violência é significativamente maior devido aos quatro homicídios verificados em 2007: Aurélio Palha, dono de uma discoteca, e os seguranças Alberto Ferreira (‘Berto Maluco’), Nuno Gaiato e Ilídio Correia foram assassinados a tiro. Bruno ‘Pidá’, o alegado líder do Gangue da Ribeira, foi condenado em 2010 a 23 anos de prisão pelo homicídio de Ilídio Correia e outros crimes, sendo que mais três membros do Gangue da Ribeira conheceram penas superiores a 20 anos. A morte de Nuno Gaiato, abatido com um tiro na cabeça, levou igualmente a uma condenação de 12 anos e meio de Hugo Rocha. Já o julgamento do homicídio de Aurélio Palha, que também era imputado ao grupo de Bruno ‘Pidá’, terminou com absolvições, enquanto o caso da morte de ‘Berto Maluco’, assassinado em dezembro de 2007 como três rajadas de metralhadora Uzi, foi arquivado na fase de inquérito por falta de provas pela equipa especial liderada pela procuradora Helena Fazenda que tinha sido nomeada para investigar estes casos.
Porque é essa ficção tornada realidade que leva a uma acusação pouco comum, que reúne crimes como associação criminosa, extorsão agravada, ofensa à integridade física qualificada, coação, detenção de arma proibida, tráfico e mediação de armas — eis alguns exemplos dos crimes imputados aos 54 arguidos que serão julgados num tribunal improvisado nos Bombeiros Voluntários de Guimarães. Assim como já tinha levado a buscas durante o verão de 2015, que culminaram na apreensão de diversas armas ilegais (por não estarem registadas) como pistolas de uso militar Sig SauerBeretta ou Walther e respetivas munições armazenadas nas casas dos principais arguidos, de mais de 100 mil euros em dinheiro e de viaturas automóveis valiosas como o Porsche PanameraAudi Q7Audi A8 ou Audi TT, entre outras. Não são os Sopranos mas, segundo a acusação do MP, tentavam parecer.
A defesa, contudo, tem uma visão oposta do processo. Por exemplo, Nuno Cerejeira Namora, advogado de Hélio Varela (um dos arguidos do chamado setor de Vila Real), não tem dúvidas em afirmar que “a acusação nada mais é que uma efabulação e uma panóplia de inverdades” – uma visão que é seguida por outros advogados que não quiseram prestar declarações. Namora acrescentou ainda que o seu cliente “jamais exerceu qualquer atividade de segurança sem para tal estar habilitado, nem colocou seguranças em estabelecimentos de diversão noturna sem estarem estes habilitados a tal exercício. Isto tal como jamais coagiu qualquer proprietário de estabelecimento a aceitar os serviços de segurança da SPDE no seu estabelecimento, ou a pagar eventuais montantes em dívida pela prestação daqueles. Vamos, assim, certamente, requerer abertura de instrução quanto a tal factualidade”. O Observador tentou contactar outros advogados dos arguidos da Operação Fénix mas não obteve resposta.
No centro deste caso está a empresa SPDE – Segurança Privada e Vigilância em Eventos, Lda, e o seu gerente Eduardo Silva, também conhecido por Edu. Escutados, vigiados e monitorizados durante largos meses pela Divisão de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública, os principais funcionários da SPDE são retratados na acusação do MP como um grupo de Edu – o alegado líder, mentor e autor das ordens essenciais ao funcionamento daquilo que os procuradores João Centeno e Filomena Rosado, autores da acusação, chamam de associação criminosa.
Divididos entre o Porto, Póvoa do Varzim, Espinho, Paços de Ferreira, Paredes, Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Penafiel, Braga, Barcelos, Esposende, Amares, Viana do Castelo, Vila Real e Lisboa, a empresa de Edu chegou a ter cerca de 484 funcionários em junho de 2014 e a prestar serviços a 329 estabelecimentos nocturnos.
Divididos entre o Porto, Póvoa de Varzim, Espinho, Vale do Sousa (Paços de Ferreira, Paredes, Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada e Penafiel), Vale do Cávado (Braga, Barcelos, Esposende, Amares), Viana do Castelo, Vila Real e Lisboa – a última área em que a SPDE entrou e que, segundo fontes próximas de Eduardo Silva, está na origem do processo, a empresa chegou a ter cerca de 484 funcionários em junho de 2014 e a prestar serviços a 329 estabelecimentos noturnos.
Além da ‘noite’, a SPDE também trabalha na chamada segurança estática (vigilância a diversas empresas privadas com a E. Lecrec e Barros e Cunha), segurança privada em eventos (WRC LousadaCircuito da Boavista, concertos musicais, etc.) e segurança privada em recintos desportivos (jogos do FC Porto no Estádio do Dragão).
A SPDE teve origem numa cisão da empresa Segureza, onde Edu trabalhava. Edu, que também é conhecido por “Maestro”, saiu em outubro de 2008 e levou com ele um grupo de funcionários e algumas casas de diversão noturna como clientes para a nova SPDE.

Como operava o Maestro?

Segundo o MP, Edu, o ‘Maestro’, acompanhava à distância as movimentações no terreno. Alegadamente, e segundo as escutas telefónicas citadas ao longo do despacho de acusação, ter-se-ia afastado da “noite, das pancadas”, incumbindo, de acordo com o MP, “os coordenadores” e os “operacionais do terreno” de alegadamente “executarem atos violentos com vista a cobrarem quantias monetárias junto dos responsáveis pelos estabelecimentos, quer as que decorriam dos serviços de vigilância aí prestados pela SPDE e cujos pagamentos estavam atrasados, quer as que nem sequer lhe eram licitamente devidas”, lê-se na acusação.
Segundo a acusação do MP, o uso da violência por parte dos funcionários da SPDE que faziam vigilância em bares e discotecas era claramente incentivada pelos seus superiores. Sempre que acontecia algum incidente ou os seguranças usavam a violência, os coordenadores de Edu recebia na hora a informação e, segundo as escutas telefónicas que constam da acusação, aprovavam e incentivavam o uso da violência para resolver os problemas
Automaticamente, o chamado piquete de segurança da SPDE era acionado para que o segurança agressor fosse substituído por outro funcionário da empresa de forma que a polícia não o identificasse com a ajuda do cliente agredido.
Com base essencialmente em excertos das escutas telefónicas de que foi alvo, Edu é descrito ao longo da acusação como um homem que gosta de impor a sua autoridade e os seus pontos de vista. Até com a polícia – como já se viu em imagens televisivas aquando de alguns desacatos no Estádio do Dragão na época de 2014/2015.
Insatisfeito com a fiscalização que os funcionários da SPDE estariam a ser alvo, Ed criticou duramente a polícia em conversa com o Chefe Cangalhas (PSP) fazendo as seguintes afirmações citadas no despacho de acusação: “Qualquer dia é de marreta à vossa frente (…) eu vou ter mesmo de ‘foder os cornos a um polícia’ (…) a minha vontade é de sair à noite com um gorro e foder o focinho a todos (…) a polícia é ridícula (…) esta palhaçada há de acabar (…) Isto vai rasgar para qualquer lado (…)”

Pinto da Costa, o seu guarda-costas e o futebol

Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, e Antero Henrique, diretor-geral da SAD do Porto, eram os clientes mais mediáticos de Edu e foram acusados pelo MP e pronunciados pelo juiz Carlos Alexandre por um total 13 crimes de exercício ilícito relacionado com a atividade de segurança privada. Mas as ligações de Eduardo Silva e da sua empresa SPDE ultrapassam as fronteiras do clube das Antas no que ao futebol diz respeito.
Godinho Lopes, ex-presidente do Sporting, Hulk, ex-jogador do FC Porto a jogar neste momento no Zenit de São Petersburgo, e Nuno Fréchaut, ex-jogador do Boavista e da Seleção Nacional, também estiveram origem de acusações contra o gestor e segurança conhecido como Edu. Até desavenças relacionadas com a divisão do produto de uma transferência de jogadores para o Sp. Braga e conflitos ocorridos entre jogadores das camadas jovens do Boavista tiveram intervenção da SPDE e levaram a outras acusações.
Todas as situações têm um ponto em comum: não só a a SPDE não tinha alvará para comercializar serviços de segurança privada, como a carteira profissional de Eduardo Silva como porteiro tinha caducado em maio de 2015. Daí a imputação do crime de exercício ilícito da atividade de segurança.
Comecemos por Pinto da Costa e por Antero Henrique que foram acusados por alegadamente terem conhecimento que a SPDE e os seus funcionários não estavam devidamente habilitados a prestar serviços de proteção pessoal.
Desde 2011 que o FC Porto e a SPDE tinham relações comerciais no campo da vigilância dos espetáculos desportivos das diversas modalidades e de diversas infra-estruturas, como o museu do clube. Foi nessa altura que Eduardo Silva começou a acompanhar o presidente do FC Porto nas suas deslocações profissionais e pessoais, prestando um serviço de proteção pessoal – vulgo guarda-costas. Segundo o MP, o mesmo era prestado a título pessoal já que Edu não podia desempenhar esta atividade por não estar devidamente credenciado.
Assim, a 30 de maio terão sido celebrados novos contratos de prestação de serviços entre a SPDE e a Futebol Clube do Porto, Sociedade Anónima Desportiva (SAD), e a Porto Estádio, ficando devidamente expresso em ambos contratos a “prestação de serviços a membros…” dos órgãos sociais das duas sociedades. É a partir desta cláusula contratual que o MP diz que Eduardo Silva passou a prestar de forma indevida serviços de segurança pessoal a Pinto da Costa, a Antero Henrique e às respetivas famílias.

O MP enfatiza na acusação da Operação Fénix que Edu, que gostava de apresentar-se como o “guarda-costas de Pinto da Costa”, era próximo de Antero Henrique, pois os serviços de proteção pessoal eram, de uma forma geral, combinados entre os dois. De forma presencial, pois Antero não gostava de falar ao telefone. Segundo o MP, o diretor-geral da SAD do Porto pagava os serviços de segurança pessoal de “forma encapotada”. Nas buscas à sua residência foram apreendidos cerca de 72 mil euros em numerário que estavam num cofre, afirmando os procuradores responsáveis pela acusação que esse montante destinava-se ao pagamento dos seguranças.
Os serviços de proteção pessoal a Pinto da Costa terão sido prestados nas suas deslocações a Lisboa para jogos com o Sporting e com o Benfica e para o Funchal para jogo com o Marítimo na época desportiva de 2014/2015, existindo também o acompanhamento de Fernanda Miranda, mulher do presidente do Porto, e a vigilância de casas de familiares de Jorge Nuno Pinto da Costa.

Outro serviço de proteção a Pinto da Costa ocorreu aquando de uma suspeita de assalto à casa da família do próprio presidente do Porto. Eduardo Silva foi chamado ao Estádio do Dragão, tendo saído para a habitação da família de Pinto da Costa acompanhado de outro funcionários da SPDE na esperança de apanhar o assaltante – o que veio a acontecer na presença da PSP. Pinto da Costa deslocou-se com Lourenço Pinto, advogado e ex-dirigente da arbitragem muito próximo do FC Porto e do seu presidente, para o local do assalto para perceber em pormenor o que teria acontecido.
Antero Henrique também foi alvo de proteção pessoal por parte de Eduardo Silva e dos seus funcionários. Um dos casos verificou-se no Estádio do Dragão a 18 de maio de 2015. Descontentes com a perda do campeonato para o Benfica pela segunda vez consecutiva, havia o receio que os adeptos do Porto fizessem ‘uma espera’ a Antero – responsável máximo pelo futebol da SAD do Porto e que cada vez mais desempenha o papel de presidente executivo do FC Porto. Devidamente protegido Eduardo Silva, Jorge Sousa, Nelson Matos e Hugo Cunha, Antero Henriques ficou salvaguardado face a possíveis desacatos.

Godinho Lopes com segurança por depor contra Sporting

Seguimos agora para Godinho Lopes. De acordo com a acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), liderado pelo procurador-geral adjunto Amadeu Guerra, Eduardo Silva terá determinado a 16 de junho de 2015 um serviço de proteção pessoal – vulgo guarda-costas – para o ex-presidente do Sporting Clube de Portugal. Tal serviço ter-lhe-á sido solicitado por Nuno Teixeira Cruz, alegando este amigo de Godinho Lopes que o ex-líder leonino estava a testemunhar contra o Sporting na Suíça, no âmbito do caso Doyen. Desde a derrota de Godinho Lopes nas eleições para a presidência da direção do Sporting que existia um clima de grande tensão entre a direção de Bruno Carvalho e o ex-presidente leonino.
Teixeira Cruz, segundo os procuradores João Centeno e Filomena Rosado (autores da acusação a que o Observador teve acesso), terá feito uma abordagem cautelosa, avisando desde logo que compreenderia caso Edu não quisesse ficar com o serviço devido à forte ligação ao FC Porto. O gestor da SPDE, contudo, desvalorizou essa questão, acrescentando que tinha 200 homens em Lisboa e, se fosse necessários, colocaria 150 à disposição daquele serviço em particular.

Certo é que, de acordo com a acusação, não foram os funcionários da SPDE que fizeram o serviço Godinho Lopes. Segundo a o MP, Edu terá contratado quatro seguranças através de um seu contacto em Lisboa que se apresentaram ao final do dia de 16 de junho no aeroporto da Portela, em Lisboa, para proteger Godinho Lopes de qualquer situação imprevista. Um desses seguranças ter-se-á abeirado do ex-líder leonino na porta de saída dos passageiros para informá-lo de que o tinham mandado ali para o proteger.
O facto de Godinho Lopes não ter participado na contração dos seguranças, e de não existir prova de que tenha tido conhecimento da mesma, foi essencial para não ser acusado.

Hulk de visita ao Porto e Fréchaut em Aveiro

O mesmo terá acontecido com Hulk, ex-estrela do FC Porto que foi transferido para a Rússia. De visita ao Porto em novembro de 2014, foi acompanhado por dois seguranças da SPDE por determinação de Eduardo Silva. Nelson Matos e Jorge Sousa, dois dos funcionários da SPDE que foram acusados na Operação Fénix, terão sido os guarda-costas contratados para acompanharem o agora jogador do Zenit durante a sua estadia no Porto.
O caso do Nuno Fréchaut é diferente. O ex-jogador do Braga e internacional A foi acusado de exercício ilícito da atividade de segurança privada por alegadamente ter solicitado serviços de segurança pessoal a Eduardo Silva no dia 19 de maio de 2015. Segundo a acusação, Fréchaut pretendia deslocar-se a Aveiro juntamente com Paulo Silva, irmão de Eduardo, para recolherem um cheque que teria sido emitido por Paulo. O ex-jogador pretendia a segurança de Nelson Matos, mas Eduardo disponibilizou também Hugo Cunha para realizar a proteção de Nuno Fréchaut e de de Paulo Silva no encontro que se verificou em Aveiro com indivíduos não identificados pelas autoridades.

Cobrança de dividas de transferências de futebol

Além dos serviços de segurança pessoal, os procuradores João Centeno e Filomena Rosado visaram na acusação serviços de cobrança de dividas através de violência física e de coação que são igualmente imputadas a Eduardo Silva e a outros funcionários da SPDE por parte do MP.
Uma dessas situações está ligada a uma transferência de um jogador não identificado para o Sporting Clube de Braga mas sobre a qual não recai qualquer suspeita de envolvimento direto de Eduardo Silva. Francisco Cruz e e Manuel Miguel, homens de confiança de Edu, são os visados pelo MP.
De acordo com a acusação, Cruz e Miguel terão sido contratados por José Carlos Reis (apresentado pelo MP como ‘olheiro’, isto é, caça-talentos do clube) para pressionarem Nelson Almeida, empresário de futebol, a pagar uma alegada dívida de 25 mil euros O pagamento dos serviços dos seguranças seria feito em dois tempos: mil euros para fazer o serviço e 25% da dívida depois de Almeida pagar.
Francisco Cruz e Manuel Miguel, diz o MP, terão feito de manobras de vigilância, perseguição e pressão junto de Nelson Almeida durante dois a três dias, entre o final de julho e início de agosto de 2014 que surtiram efeito: o empresário de futebol acabou por entregar dois cheques de 10 mil euros e um de 5 mil euros para saldar a alegada dívida.

Desavenças nas camadas jovens do Boavista

O último caso de futebol relatado na acusação prende-se com a proteção de um menor que jogava nas camadas jovens do Boavista. Segundo Maria Helena Couto e Mário Jorge Couto, o seu filho teria sido roubado por colegas que lhe ficaram com o seu telemóvel. Assim, e com o alegado objetivo de intimidarem os colegas, terão recorrido a Eduardo Silva para contratar um segurança que acompanhasse o jovem jogador no trajeto entre a escola e o Estádio do Bessa e ficasse com ele até ao final do treino.
O objetivo, segundo o MP, era mostrar os seguranças para que os colegas do filho de Maria e de Mário passassem a temê-lo. Além do próprio Eduardo Silva, também Nelson Matos, Jorge Sousa, Hugo Cunha e Francisco Cruz deslocaram-se ao Estádio do Bessa. Não é claro na acusação a razão para a presença de todos estes funcionários da SPDE naquele local.
Eduardo Silva, Maria e Mário Couto foram acusados do exercício ilícito da atividade de segurança privada.

Os Ninjas do Vale do Sousa

Uma parte relevante do caso das Máfias da Noite relaciona-se com o chamado “Grupo dos Ninjas”. Conhecidos pelos métodos violentos com que controlavam a área do Vale do Sousa, terão sido recrutados por Edu para a SPDE, tendo mais tarde expandido a sua zona de influência para os estabelecimentos do Porto.
O chamado "Grupo dos Ninjas" assumia particular destaque. Conhecidos pelos métodos violentos com que controlavam a área do Vale do Sousa, terão sido recrutados por Edu para a SPDE, tendo mais tarde expandido a sua zona de influência para os estabelecimentos do Porto.
A violência e a intimidação eram, segundo o MP, práticas usuais utilizadas com quatro objetivos:
  • A alegada criação de um ambiente de insegurança para obrigar o dono do estabelecimento a contratar a SPDE ou mostrar aos clientes que nos estabelecimentos da SPDE não havia abusos.
O caso mais dramático desta estratégia ocorreu no “Chic Bar”, em Vila Nova de Famalicão, e resultou, segundo o MP, na morte do jovem Luís Miranda em março de 2015 depois de ter sido agredido por um funcionário da SPDE. O caso foi badalado na altura mas o MP lança agora uma nova luz sobre o que terá acontecido naquela noite de 15 de março. Segundo a acusação, Luís Miranda estava embriagado e ter-se-á envolvido em desacatos dentro da discoteca – desacatos esses que o segurança Nelson Ferreira não terá conseguido controlar, tendo chamado Francisco Vasconcelos, do Grupo dos Ninjas, que se fez acompanhar por Jorge Ribeiro.
Quando Vasconcelos e Ribeiro chegaram ao Chic Bar já Luís Miranda tinha sido expulso do estabelecimento e dirigia-se para a pé para o centro de Famalicão. De acordo com o MP, Francisco Vasconcelos, também conhecido por ‘Chiquinho’ terá dito a Jorge Ribeiro para perseguirem Miranda. Antes, segundo a acusação, “colocaram nas mãos umas luvas de cor preta que continham na zona dos nós dos dedos algo que provocava uma saliência, o que fizeram com a intenção de vir a utilizar contra o corpo do ofendido”. E entraram num carro da SPDE para alcançar mais rapidamente Luís Miranda que se deslocava a pé, “embriagado”, a afastar-se da discoteca e “que naquele momento não oferecia qualquer risco para os demais utentes do estabelecimento”, lê-se na acusação.
“Jorge Ribeiro foi o primeiro a alcançar o ofendido Luís Miranda e desferiu-lhe um soco na boca, utilizando as luvas com saliência nos nós dos dedos. O ofendido [Luís Miranda] caiu desamparado no chão e embateu com a cabeça com força no solo empedrado”, diz o MP. Luís Miranda, que naquele momento se encontrava acompanhado de um amigo (João Cardoso), veio a falecer no Hospital de São Marcos, em Braga, cinco dias depois na sequência da fratura craniana que sofreu na sequência da agressão, segundo o MP, de Jorge Ribeiro.
"Jorge Ribeiro foi o primeiro a alcançar o ofendido Luís Miranda e desferiu-lhe um soco na boca, utilizando as luvas com saliência nos nós dos dedos. O ofendido [Luís Miranda] caiu desamparado no chão e embateu com a cabeça com força no solo empedrado", diz o MP. Miranda morreu cinco dias depois.
De acordo com a acusação do MP, ‘Chiquinho’ e Ribeiro ter-se-ão apercebido do estado grave de Luís Miranda, tendo Francisco Vasconcelos entrado em contacto com a testemunha João Cardoso (que conhecia Jorge Ribeiro e a fama do Grupo dos Ninjas) para lhe dizer que “tu viste que aquilo não foi espancá-lo, nem nada” mas que “assim tinha procedido por causa do ‘nome da casa’, pois os desacatos eram prejudiciais para a reputação desta”. ‘Chiquinho’ terá pedido a João Cardoso para pedir aos pais de Luís Miranda para retirarem a queixa-crime que tinham interposto, assumindo ele próprio as despesas do hospital.
Edu foi informado do caso por Francisco Vasconcelos depois de Luís Miranda ter morrido e Jorge Ribeiro ter sido detido preventivamente. De acordo com a acusação, terão combinado que João Cardoso seria novamente contactado para que desse à Polícia Judiciária, que investigava o caso, a mesma versão que todos os suspeitos dariam: que foi Luís Miranda quem começou os desacatos, tendo agredido os funcionários da SPDE, e que Jorge Ribeiro tinha-se limitado a empurrá-lo. O que Cardoso aceitou fazer, com receio de represálias.
Este caso é um, entre vários semelhantes relatados na acusação, de alegada coação sobre testemunhas para não colaborarem com a Justiça
Ribeiro foi libertado da prisão preventiva logo a 25 de março, não estando entre os 13 arguidos que foram presos em julho mas é agora acusado, juntamente com Francisco Vasconcelos, do crime de ofensas à integridade física grave, agravada pelo resultado.
  • Impedir queixas judiciais contra a SPDE
Edu, segundo a acusação, tentava impedir qualquer tipo de queixa judicial. Além dos clientes agredidos, existiam também ex-funcionários da SPDE insatisfeitos. Alcides Júnior era um deles. Reclamava cerca de 30 mil euros de serviços que não foram pagos e interpôs uma queixa judicial nesse sentido. Edu terá pedido a Paulo Ferreira para convencer Alcides a retirar a queixa. Apesar de recear pela sua segurança e da sua família, Alcides não acedeu a esse pedido, tendo sido contactado por Alberto Couto, ex-agente da Divisão Criminal da PSP que colaborava com Edu, que reiterou o conselho, num tom mais ameaçador, para deixasse cair a queixa.
No dia em que a ação de Alcides ia ser julgada no Tribunal da Maia, o ex-funcionário da SPDE informou Couto de que retirava a queixa se lhe pagassem 2.500 euros para pagar ao advogado – o que veio a acontecer. “Alcides Junior conhecia os arguidos e restantes elementos, bem sabendo que eram indivíduos sobejamente conhecidos pelos seus métodos violentos na resolução de questões, tendo temido pela sua integridade física”, lê-se na acusação.
Todos os clientes de bares e discotecas que foram gravemente agredidos por um ou vários seguranças da SPDE ao mesmo tempo com socos na cabeça e/ou pontapés quando já estavam deitados no chão, tendo sido obrigados a ter assistência hospitalar, foram 'aconselhados' a não apresentarem queixa nas autoridades, sob pena de serem novamente agredidos ou estar ficar em causa a segurança das respetivas famílias.
Outros casos relacionam-se com clientes de bares e discotecas do Porto e de outras zonas que foram gravemente agredidos por um ou vários seguranças da SPDE ao mesmo tempo com socos na cabeça e/ou pontapés quando já estavam deitados no chão, tendo sido obrigados a ter assistência hospitalar. Todos eles foram aconselhados a não apresentarem queixa nas autoridades, sob pena de serem novamente agredidos ou estar em causa a segurança das respetivas famílias
  • Angariação de clientes para a SPDE. Convencendo os donos dos estabelecimentos noturnos a contratarem a empresa de Edu.
O MP diz que, a partir do Grupo de Ninjas, Eduardo Silva terá constituído um grupo mais alagado “com vista a explorar a segurança, quer ativa, quer passiva, dos estabelecimentos de diversão noturna, mediante a imposição do pagamento da respetiva remuneração mensal, semanal ou diária”. Como? Através de “atos violentos” ou ameaças de “males futuros (destruição de estabelecimentos e/ou agressão aos respetivos clientes), assim exigindo a entrega de quantias monetárias aos proprietários de diversos estabelecimentos de diversão noturna”.
Os pagamentos aconteciam mesmo quando os serviços não eram prestados pela SPDE, o que leva o MP a apelidar essas quantias como um “imposto”“O grupo não olhava a meios para permitir essa expansão, que fazia, designadamente, através do uso da força”, lê-se na acusação.
  • Dívidas de cobrança difícil. Alguns funcionários da SPDE, fora do horário de serviço e sem o conhecimento de Edu, também se dedicavam à área de cobranças difíceis, utilizando a ameaça ou até mesmo o uso da força para obrigado os alegados devedores a pagarem o que supostamente deviam. O próprio MP tem dúvidas sobre os montantes ou até mesmo a existência de dívidas nalguns casos.
Entre as várias situações reveladas na acusação, destacam-se três – sempre com os mesmos métodos.
Rómulo tinha acordado desenvolver um projeto de arquitetura com Armando Félix e Maria Lurdes Gavinho. Terminado o trabalho, Rómulo queixava-se de que tinha dinheiro a receber. Acompanhado por funcionário SPDE, ameaçou Maria Lurdes com a sua filha, dizendo que conhecia o carro em que ela se deslocava, bem com a escola que frequentava. Receosa pela segurança da sua filha, Maria Lurdes aceitou pagar 12.500 euros. Não satisfeito, Rómulo solicitou a Manuel Miguel, segurança da SPDE, para que cobrasse os 35 mil remanescentes. Manuel Miguel terá feito novas ameaças, mas não conseguiu ‘cobrar’ mais dinheiro, sendo que esse montante, segundo o MP, não era devido a Rómulo Correia.
Encontrando Luzia Monteiro, mulher do proprietário da empresa, logo os seguranças a rodearam, "formando um círculo à sua volta e adotando uma postura e um semblante intimidatórios. Manuel Miguel terá dito a Luzia Monteiro: "Sei bem quem tu és, sei onde moras, sei que tens dois filhos e sei onde eles estudam!"
Outra situação prende-se com a recuperação de Audi Q7 – uma das viaturas mais caras da marca premium alemã, no valor superior a 80 mil euros. Óscar Campelo queixava-se que a viatura ter-lhe-ia sido roubada e encontrava-se nas instalações da sociedade Rectigaia. Manuel Miguel, Francisco Cruz, Pedro Sousa e mais três indivíduos ter-se-ão deslocado para essas instalações. Encontraram Luzia Monteiro, mulher do proprietário da empresa, rodearam-na, “formando um círculo à sua volta e adotando uma postura e um semblante intimidatórios. Manuel Miguel terá dito a Luzia Monteiro: “Sei bem quem tu és, sei onde moras, sei que tens dois filhos e sei onde eles estudam!”
Acedendo ao pedido dos seguranças para chamar por telefone o seu marido à garagem da empresa, Luzia rompeu o cerco e, em vez de chamar Manuel Rodrigues (o dono da empresa), chamou a polícia. O que obrigou os vigilantes da SPDE a fugir.
Finalmente, uma situação que não diretamente a ver com dinheiro. ET tinha tido uma relação sexual com AS, tendo gravado no telefone um vídeo com a mesma. Assustada, esta contratou Nuno Gonçalves por 1.500 euros para recuperar o vídeo das mãos de AS. Por telefone, Nuno terá dito a AS: “Vais voltar para trás e vais entregar o telemóvel, vais apagar o vídeo em frente à senhora, senão vou a tua casa, àquela pocilga onde moras, vou-te matar e incendiar a casa”. AS fez queixa e entregou o vídeo à polícia e não terá sido incomodado novamente. Já ET terá pago os 1.500 euros acordados com Nuno Gonçalves. Ambos estão acusados de um crime de coação.

A entrada em Lisboa

A conquista do chamado “Setor de Lisboa”, que fontes próximas de Edu têm como causa do processo aberto, chegou em 2013 através de uma parceria com João Pereira (‘Pepe’), e Francisco Maximiano (‘Max’). ‘Pepe’ e ‘Max’ tinham trabalhado com a VGI – Segurança Privada, SA. Com a extinção desta sociedade, surgiu a SPDE para tomar o seu lugar. Em menos de um ano e pouco, a SPDE passou a ter contrato com 40 estabelecimentos noturnos, alguns dos quais muito conhecidos na noite lisboeta, como o “Plateau”, o “Tokyo”, “Jamaica”, “Docks” ou o “T-Clube” ou até restaurantes como o “Valentino”.
‘Pepe’ e ‘Max’ prestavam contas, segundo o MP, a Edu, deslocando-se regularmente ao norte para reuniões com o chefe da SPDE. O modus operandi, esse, assentava no mesmo em Lisboa ou no Porto, no Norte ou no Sul: a violência era a única língua falada e a resposta que deve ser data a quem não respeita as regras das ‘suas’ casas.


observador.pt
15
Fev17

“Nunca ponho as mãos no fogo por ninguém”, diz Jerónimo sobre declarações de Centeno quanto à CGD

António Garrochinho

Jerónimo de Sousa escusou-se a fazer juízos de valor sobre a justificação do ministro das Finanças sobre a polémica da Caixa Geral de Depósitos, dizendo que nunca põe "as mãos no fogo por ninguém".


O secretário-geral do PCP escusou-se esta terça-feira a fazer juízos de valor sobre a justificação do ministro das Finanças sobre a polémica da Caixa Geral de Depósitos, sublinhando que nunca põe “as mãos no fogo por ninguém”.
À margem de um seminário em Lisboa, Jerónimo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre as explicações dadas pelo ministro das Finanças na segunda-feira a propósito da polémica na Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo começado por reiterar que se a atitude de Mário Centeno colidir com a “incontornável necessidade” de apresentação de declarações de rendimentos por parte dos gestores do banco público, isso “será razão de crítica” dos comunistas.
“Ouvi o ministro Centeno. É uma justificação que não posso dizer a pés juntos que é certa e segura ou que não é. Portanto, não queria fazer juízos de valor, queria apenas afirmar este princípio em termos políticos. Da parte que me toca, nunca ponho as mãos no fogo por ninguém”, acentuou, quando questionado pelos jornalistas sobre se o PCP tinha ficado com dúvidas.
O secretário-geral do PCP admitiu que nestes “folhetins há uma responsabilidade, uma certa conduta errada por parte do Governo nesse mesmo processo que não pode ser esquecida”.
“Este processo o que pressupõe é a necessidade de facto de acabar com esta operação que está em curso e que visa o coração da CGD, em que PSD e CDS, com estes sucessivos folhetins, querem na oposição conseguir aquilo que não conseguiram quando foram Governo, ou seja a privatização da Caixa”, acusou.
Estes “folhetins” escondem, na opinião de Jerónimo de Sousa, “esse objetivo que, em tempos idos, chegou a ser afirmado por Passos Coelho”.
Sobre as condições de Mário Centeno para continuar no cargo, o líder do PCP limitou-se a salientar que “o senhor ministro das Finanças está sob a responsabilidade do primeiro-ministro”.
“Desde sempre que o PCP considerou incontornável a necessidade de o senhor António Domingues apresentar as respetivas declarações, designadamente no Tribunal Constitucional”, frisou.
Para Jerónimo de Sousa, “a não se ter verificado essa questão e procurar uma outra atitude que colidisse com este posicionamento, naturalmente será razão de crítica do PCP”.
“Mas como digo, tendo em conta o anunciado, reafirmamos a posição e consideramos que qualquer atitude que colidisse com este objetivo naturalmente tem, terá da parte do PCP um posicionamento crítico”, concluiu.
O primeiro-ministro, António Costa, reiterou na segunda-feira a confiança em Mário Centeno no exercício das suas funções governativas, após um contacto com o Presidente da República e depois de, em conferência de imprensa, o ministro das Finanças ter afirmado que o seu lugar “está à disposição” desde que assumiu funções.
Centeno reiterou na conferência de imprensa que deu na segunda-feira que o acordo com António Domingues para a liderança da CGD não envolvia a eliminação da entrega das declarações de rendimentos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu também na segunda-feira que aceitou a posição do primeiro-ministro de manter a confiança no ministro da Finanças “atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”.
Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência da República é referido que o chefe de Estado recebeu, a pedido do primeiro-ministro, o ministro das Finanças, antes da conferência de imprensa que Mário Centeno deu ao final da tarde de segunda-feira.


observador.pt
15
Fev17

Perigo Público e Couple Coffee reinventam música de Zeca Afonso em Quarteira | 17 de fevereiro

António Garrochinho


No próximo dia 17 de fevereiro, sexta-feira, pelas 21h30, o músico quarteirense Perigo Público junta-se à prestigiada banda Couple Coffee para um concerto inédito, no âmbito do ciclo musical “O Longe é Aqui” (dinamizado pelo Cine-Teatro Louletano) e integrado nas comemorações oficiais do Centenário da Freguesia de Quarteira. O espetáculo, especialmente concebido para esta efeméride, realiza-se no Salão Paroquial da Igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, e irá reinventar a obra do cantautor José Afonso (no mês e ano em que se assinalam 30 anos sobre a sua morte), as canções de Fausto e os próprios repertórios de Perigo Público e dos Couple.

Perigo Público (nome artístico de Elton Mota) é um artista que ao longo destes últimos anos tem vindo a cimentar o seu nome na cena do hip-hop nacional, depois de algumas participações em projetos com nomes como Dino d´Santiago ou Tribruto. Espetador atento, nómada, apaixonado pela música e pelo sentido das palavras, observador do quotidiano, inconformista inveterado, audaz e incorrigível, que com a maturidade que a idade traz soube esculpir a fúria e a espontaneidade, transformando-as em reflexões com outra densidade e refinamento. O improviso inconsequente deu assim lugar a rima e prosa mais adulta, mais atenta, mas não menos acutilante, mordaz e por vezes politicamente incorreta.
Os Couple Coffee são Luanda Cozetti (voz) e Norton Daiello (baixo), projeto que cria música como café puro, que vicia, desperta e eletriza. Dessa alquimia resulta uma música singular, original e sofisticada. A comunicação com o público é imediata. Não há quem fique indiferente a estes músicos tão virtuosos quanto originais. São tanto a mais portuguesa das bandas brasileiras como a mais brasileira das bandas portuguesas. Entre outros trabalhos, têm no seu currículo o álbum Co’as Tamanquinhas do Zeca!, que apresenta uma abordagem única ao trabalho de José Afonso, refletindo as experiências e visões da geração pós-Zeca e pós-Revolução, numa viagem que usa uma linguagem musical próxima da bossa nova, jazz e música popular brasileira. Em março deste ano editam Fausto Food, um tributo à obra de Fausto.
Recorde-se que o ciclo musical “O Longe é Aqui” tem promovido, desde 2016, encontros inéditos entre reconhecidas figuras/projetos a nível nacional e artistas naturais ou ligados ao concelho de Loulé, identificando complementaridades, fomentando cumplicidades e lançando desafios criativos estimulantes para ambas as partes.
A organização deste espetáculo é uma parceria entre o Cine-Teatro Louletano e a Comissão das Comemorações do Centenário da Freguesia de Quarteira, com o apoio da Paróquia de Quarteira.
O espetáculo tem a duração de 90 minutos, dirige-se a maiores de 12 anos e tem um custo associado por pessoa de 2,50 euros.
Para mais informações e reservas os interessados podem contactar o Cine-Teatro Louletano pelo telefone 289414604 (terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo email cinereservas@cm-loule.pt. Além disso, podem consultar a sua página de facebook – www.facebook.com/cineteatrolouletano ou o seu website http://cineteatro.cm-loule.pt, em permanente atualização, existindo também a possibilidade de compra on-line de ingressos através da plataforma BOL, em https://cineteatrolouletano.bol.pt/ No dia do espetáculo há igualmente bilhetes à venda no local do concerto a partir das 20h00.


planetalgarve.com
15
Fev17

A guitarra portuguesa tem vida para além do fado

António Garrochinho



Guitarrista de 27 anos apresenta-se hoje no CCB


Habitual companheiro de nomes como Ana Moura, Carlos do Carmo ou Mariza, o guitarrista Ângelo Freire apresenta-se hoje a solo no palco do CCB, em Lisboa

Apesar de sem guitarra portuguesa não poder existir fado, o guitarrista que a dedilha fica sempre em segundo plano, subalternizado à emoção da voz. É assim a cultura do fado e Ângelo Freire sabe-o bem, pois desde que se conhece que faz parte dela. Mas isso não o impede de perseguir o sonho de levar a guitarra portuguesa para além do fado, torná-la um instrumento de pleno direito, com vida própria. "Falta muito dar esse passo. A única pessoa que o fez foi o Carlos Paredes, mas fê-lo enquanto solista e compositor, porque nunca esteve ligado ao fado. Tocava um reportório próprio, numa linguagem só dele, que elevou a guitarra a outro universo", defende, em conversa com o DN antes de logo à noite subir ao palco do CCB.
Ângelo Freire tocou para o DN "Canto de Embalar":

VÍDEO


    Dá como exemplo o último disco de Ana Moura, no qual participou, em que a guitarra portuguesa foi processada para um amplificador de guitarra elétrica. "Foi algo muito ousado e se calhar impensável há apenas 10 anos, mas que acabou por soar bastante bem." Segundo Ângelo Freire, a maior parte dos guitarristas de fado concorda com esta evolução. Os fadistas é que por vezes são mais conservadores, mas até isso está a mudar: "Os guitarristas de hoje têm uma linguagem musical muito mais fresca e abrangente. E a nova geração de fadistas, no modo como tem cruzado o fado com outras músicas do mundo, também tem contribuído para que a guitarra esteja cada vez mais em contacto com outras realidades."

    Tendo uma personalidade tão própria, "as raízes da guitarra portuguesa nunca se vão perder" e deveria começar a ser vista quase como outro instrumento, "que se pode encaixar em qualquer estilo musical", mas isso, sublinha, só depende dos guitarristas.
    "Há uma elite de guitarristas no fado, bastante conhecida e respeitada no meio, mas se pegarmos neles individualmente, ninguém de fora sabe quem eu sou, quem é o José Manuel Neto, o Luís Guerreiro, o Bernardo Couto, o Pedro Castro, o Custódio Castelo, o Ricardo Parreira, o Ricardo Rocha e por aí fora." Não se leia aqui qualquer crítica ao fado, muito pelo contrário. "Nem me imagino a viver sem o fado", faz questão de esclarecer, mas nem era preciso tal declaração de interesses, bastava apenas olhar à volta. Por sugestão do próprio, o encontro com o DN foi no restaurante o Faia, uma das mais conhecidas casas de fado lisboetas, enquanto a conversa tem lugar "na mesa da Dona Anita Guerreiro", como faz questão de respeitosamente referir. É portanto esse amor ao fado que o leva sempre a desejar mais e mais para a guitarra portuguesa.

    Da Tasca do Jaime para o mundo

    Aos 27 anos, já há quem o apelide de prodígio, afinal nem todos se podem gabar de, ainda adolescente, terem corrido o mundo a acompanhar alguns dos maiores nomes do fado. É mesmo caso para dizer que, apesar da juventude, toda a vida de Ângelo Freire tem sido dedicada ao fado. "Acho que por nascido e crescido num bairro tão tradicional como é o da Graça, o fado sempre fez parte de mim", reconhece.
    Apesar de desde pequeno ir com os pais aos fados, foi na popular Tasca do Jaime que começou a ter os primeiros contactos com guitarristas e fadistas. "Não tenho ninguém na família ligado ao fado, foi um interesse espontâneo e logo aos 6 anos comecei a cantarolar os meus primeiros fados", adianta. Bem presente na memória está também o momento em que pela primeira vez cantou em público. "Foi depois da minha primeira comunhão. Fomos almoçar a um restaurante na Graça e alguém me pediu para cantar um fado. Subi para cima do beiral da janela e cantei a Lenda da Fonte a capella."
    O interesse pela guitarra portuguesa surge pouco tempo depois, "por volta dos 8 ou 9 anos", altura em que aprende os primeiros acordes. "Nem sequer tinha guitarra, mas um marceneiro da Graça, o senhor Arnaldo, que fazia móveis, ofereceu-lhe uma, feita por ele.

    Em 2000, com apenas 12 anos, vence a Grande Noite do Fado, na categoria de Juvenis, e o concurso internacional de talentos Bravo Bravíssimo. Nesse mesmo ano começara a ter aulas de guitarra com o mestre Arménio de Melo e, pela primeira vez, começou a pensar no fado como opção de vida. "O meu pai percebeu desde muito cedo este meu desejo. Eu era muito mais interessado por música do que por qualquer outra coisa. Daí ele nunca ter exigido muito de mim na escola e tê-lo feito na música. A única condição que colocou foi apenas passar de ano, senão acabava-se a música. E a ameaça resultou (risos)." Aos 14 anos, com a mudança da voz, Ângelo apostou de vez na guitarra e foi tirar um curso de guitarra clássica. Mais ou menos na mesma altura começou também a tocar nas casas de fado, a acompanhar o seu mestre, porque "é assim que se aprende, a ver e a ouvir os mais velhos". Aos poucos as pessoas começaram a conhecê-lo também e as portas começaram a abrir-se. Aos 15 anos já tocava com Mafalda Arnauth ou Ana Moura. "Fui convidado pelo Jorge Fernando, que é um dos grandes responsáveis pelo meu crescimento e por me dar a conhecer ao mundo", revela. Mesmo assim e como prometera ao pai, estudou até ao 12.º ano, mas "com alguma dificuldade", pois as digressões obrigaram-no a crescer um bocadinho depressa demais. Em especial a partir dos 17 anos, quando começou a acompanhar Mariza nalguns dos maiores palcos internacionais, convivendo com nomes míticos da música mundial.
    "Foi um período muito importante, que me permitiu desenvolver uma nova linguagem musical para a guitarra portuguesa", lembra. Neste momento é com Ana Moura que habitualmente toca - "Além de uma amiga de longa data, que me deu a conhecer o mundo e me deu a conhecer ao mundo, é a pessoa com quem mais à vontade me sinto, em termos musicais." É este percurso que amanhã quer celebrar no palco do Grande Auditório do CCB, onde, ao contrário do habitual, será o guitarrista a estrela maior do espetáculo, que contará com a presença de alguns convidados especiais, como Carlos do Carmo ou Ana Moura.

    15
    Fev17

    Estes são os menores monumentos do mundo

    António Garrochinho


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    A cidade russa de Tomsk abriga o menor monumento público do mundo: um pequeno sapo de bronze sentado sobre uma rocha lisa. A escultura tem apenas 44 milímetros de altura. A atração curiosa, intitulada “o monumento ao sapo viajante”, foi instalada em 2013 perto da entrada dianteira de um hotel. O criador, Oleg Kislitsky, queria criar um monumento dedicado aos viajantes e decidiu que um sapo viajante seria uma representação apropriada à sua ideia.
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    Antes que a escultura do sapo fosse confeccionada, o título de menor monumento no mundo pertenceu a uma outra cidade russa, São Petersburgo. É uma estátua de bronze de 11 centímetros de altura de um pássaro, conhecida pelos habitantes locais como ‘Chizhik-Pyzhik’ por conta de uma canção folclórica russa. Rodeado por grandes estátuas, o pássaro minúsculo frequentemente passa despercebido pelos turistas.
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    Uma tradição local sugere que qualquer pessoa que atire uma moeda no pássaro sem que a mesma caia na água atrairá boa sorte. Ironicamente, a própria estátua não possui tanta sorte assim e foi roubada ao menos três vezes.
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    Fora da Rússia, talvez a menor estátua seja a ‘Järnpojke’ – ou ‘o menino de ferro’ – de 15 centímetros de altura que está localizada no quintal de uma igreja finlandesa em Estocolmo, na Suécia.
    A escultura de um menino que envolve seus braços ao redor de seus joelhos foi criada pelo artista sueco Liss Eriksson em 1967 e é foi batizada de “garotinho que olha para a lua”, mas as pessoas simplesmente a chamam de Järnpojke. O garoto de ferro recebe todos os tipos de presentes espirituosos ao longo do ano. Às vezes ele é visto usando um boné ou um cachecol. Os visitantes também deixam moedas, frutas e sushi no banco de pedra em que está sentado.
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    Outro minúsculo monumento, o menor em Londres, é o de dois ratos brigando por um pedaço de queijo. Ele está localizado em um edifício na esquina da Philpot Lane em Eastcheap.
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    A pequena estátua vem da época da construção do prédio em 1862. A história conta que dois trabalhadores da construção civil tiveram uma discussão e acusaram um ao outro de roubar seu almoço, o que levou a uma briga no topo do andaime e uma trágica queda que resultou em morte. Mais tarde, descobriram que ratos foram os culpados pelo desaparecimento da comida. Acredita-se que o restantes dos operários deixaram esta escultura diminuta no edifício em homenagem aos colegas mortos.
    * Imagens: Reprodução


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