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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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05
Mar17

O SONO JOÃO PESTANA

António Garrochinho

O João Pestana , uma entidade mítica do sono, é uma personagem da mitologia portuguesa. O João Pestana é o sono a chegar, um ser muito tímido e assustadiço que chega devagar quando está tudo silencioso, foge ao mínimo barulho. Quando ele chega os olhos fecham-se as pestanas juntam-se, por isso nunca nenhuma criança o viu.
João Pestana,
João Pestana,
Faz dormir
O menino
Na cama!
(rima popular)

05
Mar17

A BOINA POPULAR

António Garrochinho

A boina ficou popular devido à nobreza e artistas europeus que a usaram ao longo da história moderna. Pode-se dizer também que os escoceses e bascos consagraram esse acessório para o uso nas guerras. 
Che Guevara, Fidel, Camilo e outros guerrilheiros tornaram-na ainda mais famosa.
Deixou de ser um acessório militar depois que sua produção comercial iniciou com a industrialização no século XIX. A partir de 1920, as boinas começaram a ser associadas com as classes trabalhadoras da França e Espanha. Sua produção aumentou estratosfericamente em 1928, quando as mulheres ocidentais começaram a usá-la como um acessório de moda desportivo, influenciadas pelo tenista Jean Borotra. Já nos anos 50 virou símbolo de estilo, principalmente para o pessoal cool que ia declamar poesias nas cafeterias, conhecido como beatniks.


05
Mar17

saudade

António Garrochinho

O MEU PAI FEZ O RECENSEAMENTO DA FREGUESIA DE SANTA BÁRBARA DE NEXE MUITO ANTES DO 25 DE ABRIL.
ACOMPANHEI-O-O ALGUMAS VEZES DE BOLEIA NA MAVICO ZUNDAPP.
À NOITE FAZÍA-MOS O PREENCHIMENTO DO RESTO DOS DADOS NAS FICHAS À LUZ DO CANDEEIRO A PETRÓLEO OU DO PITROMAX DA BARBEARIA DE MARCA "HIPÓLITO" E DO QUAL CONSTANTEMENTE EU MUDAVA A "CAMISA" ACENDIA E COLOCAVA O ALCÓOL DESNATURADO .
O "CUNHÃO" ERA UMA MÃO CHEIA DE REBUÇADOS "PINHANATES" UMA GULOSEIMA DE AÇUCAR CARAMELIZADO COM MIOLO DE AMENDOIM OU PINHÃO QUE NÃO SE APANHAVA TODOS OS DIAS.
António Garrochinho

05
Mar17

Nesta cidade, há hora oficial para a sesta

António Garrochinho


Município espanhol Ador proclamou uma hora oficial para dormir um pouco à tarde, das 14:00 às 17:00



Foto: Reuters / Marcelo del Pozo

Ador, um município na zona de Valência com 1.400 habitantes, é uma localidade livre de ruído durante a ‘sagrada sesta’ espanhola. Das 14:00 às 17:00, a cidade mergulha em silêncio. O autarca, Joan Faus, instaurou, no início do verão, um período oficial para a sesta. Este é o primeiro município espanhol onde existe um horário legal para descansar.


O objetivo é “garantir o descanso e poder suportar melhor os rigores do verão”, explica Joan Faus.

Paz e silêncio nas horas de maior calor “não é uma obrigação, é uma recomendação”, diz o autarca, citado pelo "El País", explicando que não há penalidades previstas para a “violação” da hora da sesta. A regra não é nova, sobretudo numa localidade com raízes agrícolas. 
“Ador é uma zona de laranjais  há muito trabalho nos pomares. As pessoas levantam-se de madrugada para trabalhar no campo e ao meio-dia voltam para casa, para evitar altas temperaturas. Aqueles que se levantam cedo aproveitam a sesta para descansar e recuperar energias”

Contudo, a medida não é bem vista fora de Espanha. O antigo professor confirma essa ideia, dando como exemplo o caso dos ingleses, que interpretam a hora da sesta como uma forma de “não querer trabalhar”.

Joan Faus garante que “não se trata disso” e enumera os benefícios da sesta tradicional, insistindo que a Organização Mundial de Saúde considera saudável dormir cerca de 20 a 30 minutos, à tarde.

O autarca reforça ainda o lado positivo da sesta para a população mais vulnerável, como os
mais velhos e as crianças, que ficam assim a salvo do pico de calor.

05
Mar17

Matutando na caximónia

António Garrochinho

O problema da maioria das pessoas, é que não são maduras o suficiente para saber lidar com suas PRÓPRIAS emoções, sobre aquilo que elas não conhecem,tornam-se preconceituosas e ganham a mania de sempre julgar os outros. Julgam pelas aparências, nomes,cor, seja o que for. Não sabem, não aprendem porque nem sequer são inteligentes para se cultivarem para conhecer e se conhecerem. Criam obstáculos para elas mesmas através da sua ignorância, sobre o desconhecido, e por serem egocêntricas demais. Os outros são sempre os seus piores inimigos quando o assunto é sobre o que elas desconhecem.
António Garrochinho
05
Mar17

OS SACOS DE PLÁSTICOS E A POLUIÇÃO

António Garrochinho
Ultimamente tem-se vindo a falar do plástico, mais especificamente, do tão conhecido saco de plástico que se utiliza nos supermercados e no comércio em geral, porque o governo decidiu taxar a utilização deste produto.
Provavelmente esta pode ser uma das formas de tentar diminuir o consumo e utilização de algo que é extremamente prejudicial para a nossa saúde e do planeta.
Não vamos analisar a medida, queremos apenas deixar presente de que é fundamental diminuir drasticamente a utilização do plástico. Não estamos só a falar dos sacos de supermercado, mas de todo o plástico que é utilizado nas mais diversas situações e produtos.
Em Portugal só nas caixas dos supermercados circularam em 2015 perto de 19 milhões de sacos ano.
Segundo a comunidade europeia a utilização média do saco em Portugal é de 466 sacos por habitante ano, uma das mais elevadas da Europa.

Mas o que é o plástico

Grande parte do plástico fabricado no mundo advém do petróleo. A partir do processo de refinação do petróleo são extraídos vários produtos, entre eles: diesel, gasolina, solventes, lubrificantes, gás natural, parafina e nafta. A nafta petroquímica é decomposta por um processo denominado craqueamento, gerando eteno, propeno e aromáticos. Essas substâncias são utilizadas para a produção de resinas que, por sua vez, são a matéria-prima para a fabricação de produtos plásticos. Em resumo, de 3 a 5% de cada barril de petróleo extraído é utilizado para produzir plásticos.

Problemas do plástico

Material utilizado em escala mundial, o plástico é responsável por 90% da poluição nos oceanos do mundo e 10% de todo o desperdício gerado pelo homem.
O plástico leva séculos para decompor-se quando descartado sem critério no meio ambiente, já que é constituído por longas cadeias moleculares de difícil degradação. Sacos plásticos, quando incorretamente descartados e não reciclados, causam inconvenientes. Podem entupir redes de águas pluviais e de esgoto causando enchentes, além de poluir rios e mares, matar animais marinhos por sufocamento, sujar as vias públicas, entre outros problemas.
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Como não se degrada facilmente no meio ambiente – leva séculos para se decompor, polui o solo e, principalmente os oceanos, formando verdadeiros entulhos na natureza. Nos mares, a massa plástica dificulta a troca de oxigénio da atmosfera com a água, o que causa a morte dos animais que também morrem ao consumir pedaços de plástico, por engano.
Uma enorme capa tóxica de plástico cobre os oceanos. Dezenas de pelicanos estranhamente mortos com isqueiros, soldadinhos de plástico e outros fragmentos do mesmo material no estômago. Baleias azuis e uma misteriosa síndrome que as deixa famintas.
A poluição das águas por plásticos é uma ameaça à biodiversidade marinha e à vida humana.
A equipa de investigadores da Plastic Ocean Foundation, organização ambientalista do Reino Unido, visitou mares de todo o mundo, mergulhou com baleias, investigou as profundezas e deparou-se com situações extremas de contaminação, sempre acompanhando de perto o trabalho de pesquisadores que conduzem estudos de ponta sobre o tema. Para a bióloga marinha Jo Ruxton, realizadora e produtora do filme, é preciso sensibilizar o mundo para o problema do plástico e incentivar o desenvolvimento de novas estratégias para enfrentá-lo.
Sacos, garrafas e embalagens de plástico descartável. Para onde vai tudo isso?
Segundo a WWF e o Greenpeace, fabricou-se, na última década, mais plástico do que em todo o século 20 – das cerca de 300 milhões de toneladas produzidas por ano, metade é descartada após um único uso, mas pode permanecer na natureza por mais de 400 anos. “Todo o plástico produzido nos últimos 60 anos continua no ambiente. Deitamos fora sem nos preocupar, mas está voltando para nós”, afirma John Craig, diretor do documentário.
Muito desse lixo plástico acaba em rios e mares, onde pode afundar e contaminar o fundo dos oceanos ou ficar em suspensão, quebrando-se em pequenas partículas após anos de exposição no ambiente. “Percebemos que a existência de um grande aglomerado de lixo no meio do oceano é um mito; o que existe é uma sopa tóxica, mais perigosa e menos visível, logo abaixo da superfície das águas”, avalia Ruxton.
A base da cadeia alimentar
Misturado com o plâncton, conjunto de plantas e animais microscópicos que formam a base da cadeia alimentar marinha, o plástico é ingerido por pequenos animais e contamina a biodiversidade do mar de forma progressiva e cumulativa, colocando em risco também a saúde humana. Afinal, os peixes são fontes de proteínas na dieta de boa parte do mundo.
Os plásticos possuem toxinas relacionadas com diversas doenças, como cancro, diabetes e disfunções autoimunes. “Além disso, ajudam a concentrar outras substâncias tóxicas, provenientes de efluentes industriais, por exemplo”, conta a bióloga. “A água de diversos locais onde estivemos apresentou grande concentração de plástico associado a essas toxinas.” Para Ruxton, apesar de os cientistas ainda discutirem a escala da crise, parece claro que todos os oceanos já são vítimas da poluição plástica.
O homem é claro, não é o único ameaçado. A equipa acompanhou as pesquisas sobre a quantidade de lixo plástico consumida pelos animais marinhos. Chamou à atenção a sua possível relação com o chamado skinny whale syndrome, mal que afeta populações de baleia azul, maior animal do mundo, encontradas misteriosamente famintas.

VÍDEO
Segundo o PNUMA, Programa Ambiental das Nações Unidas, 90% de todos os detritos dos oceanos são compostos por plástico. Além disso, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilómetros quadrados da superfície destes ambientes, sendo a maioria oriunda de terra firme, e 27% constituídos de sacos de supermercado. Para acrescentar, estudos comprovam que para cada quilo de algas marinhas e plâncton encontrado nos oceanos, há pelo menos seis quilos de plástico. Considerando estes organismos como os principais responsáveis pela oxigenação do planeta e alimentação de cadeias alimentares, não é nada otimista perceber os problemas que o plástico tem causado.
A vida animal também é bastante afetada, não sendo difícil encontrar relatos de animais mortos por asfixia ou lesões internas provocadas pela ingestão destes e outros polímeros. Segundo o PNUMA, este material é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sabendo que muitos animais marinhos fazem parte da alimentação humana, vale a pena saber que estamos ingerindo quantidades significativas de toxinas.
Uma pesquisa recentemente publicada no periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (“PNAS”) descobriu que até 88% da superfície dos oceanos do mundo está contaminada com lixo plástico, causando preocupação com os efeitos sobre a vida marinha.
“As correntes oceânicas carregam objetos plásticos, que se partem em fragmentos menores, devido à radiação solar. Estes pequenos pedaços de plástico, conhecidos como microplásticos, podem durar centenas de anos e foram detetados em 88% da superfície oceânica analisada durante a Expedição Malaspina 2010″, disse o diretor da pesquisa, Andrés Cozar, da Universidade de Cádiz, na Espanha.
Aliás, você sabia que muitos mariscos usam fragmentos de plástico para construírem suas casas?

VÍDEO

Sacos descartáveis podem ser reciclados?

Teoricamente sim. O chamado “plástico filme” dos sacos de supermercado pode ser aglomerado em fardos e encaminhado para uma máquina aglutinadora que vai aquecer o material e triturá-lo até que se torne uma farinha. Depois, mistura-se água para fazer a aglutinação, que consiste em aumentar a densidade do material e deixá-lo na forma de grãos que serão fundidos novamente e transformados em tiras, como se fosse espaguete. O próximo passo é mais um resfriamento com água e o corte em grãos consistentes, conhecidos como “pellets”, matéria-prima para novos produtos de plástico. Na prática, a reciclagem de sacos descartáveis é complicada. Por serem leves é preciso juntar imensas quantidades de sacos para que o reaproveitamento seja viável economicamente. Outro empecilho é o alto grau de sujidade e contaminação, quando retirados dos caixotes de lixo e aterros sanitários. É necessário que passem por processos de lavagem para que possam transformar-se em matéria-prima novamente.

Plástico Verde

Já existem sacos e embalagens de produtos disponíveis no mercado como o chamado plástico verde. Esse plástico é feito a partir da cana-de-açúcar, que é uma matéria-prima renovável, ao contrário do petróleo, o que é uma vantagem. Porém, ele não é biodegradável, isto é, não se decompõe. Assim como o plástico comum feito a partir do petróleo, o plástico verde vai continuar a causar problemas nas cidades e na natureza como o entupimento e a morte de animais que consomem fragmentos de plástico. Além disso, o plástico verde é mais caro que o comum.

Plástico Oxibiodegradável

Esse tipo de plástico, já oferecido em alguns países, contém na sua formulação um aditivo acelerador do seu processo de degradação. De acordo com os fabricantes, ele decompõe-se em 18 a 24 meses. Porém, não há consenso na comunidade científica de que isso ocorra. Além disso, o plástico oxibiodegradável não pode passar pela reciclagem mecânica, o método mais comum em todo o mundo. Assim como o plástico verde e o biodegradável, é mais caro que o plástico comum.

Plástico Biodegradável (Compostável)

Muitos supermercados, principalmente no Brasil, estão a vender nas caixas os sacos plásticos biodegradáveis, feitos a partir do milho. Segundo os fabricantes, a decomposição leva cerca de seis meses. Para que isso aconteça, entretanto, é preciso que o material seja encaminhado para unidades de compostagem. O preço do plástico biodegradável também é mais elevado que o do plástico comum.

22 Factos sobre a poluição do plástico

1. Somente na área de Los Angeles, 10 toneladas de fragmentos de plástico, como sacos, canudos e garrafas PET, são levados diariamente para o Oceano Pacífico.
2. Ao longo dos últimos dez anos, produzimos mais plástico do que em todo o século passado.
3. Metade do plástico que usamos, só o utilizamos uma vez e deitamos fora.
4. A quantidade de plástico deitado fora durante todo o ano é suficiente para dar a volta ao mundo quatro vezes.
5. Atualmente só reciclamos 5% do plástico que usamos.
6. Um americano deita fora cerca de 84 kg de plástico por ano.
7. O plástico representa 10% de todo o desperdício que o homem gera.
8. A produção de plástico utiliza cerca de 8% da produção de petróleo do mundo.
9. Os Estados Unidos deitam fora anualmente 35 mil milhões de garrafas plásticas de água.
10. O plástico no oceano divide-se em pedaços tão pequenos que uma garrafa PET de um litro pode-se espalhar por todas as praias do mundo.
11. Anualmente, 500 mil milhões de sacos plásticos são usados em todo o mundo. Mais de um milhão são utilizados a cada minuto.
12. 46% dos plásticos flutuam e podem vaguear durante anos nos oceanos antes de se desintegrarem.
13. O plástico demora mais de 100 anos para se desintegrar.
14. 80% da poluição dos mares pelo plástico é oriunda da terra firme, mas foi levada aos oceanos por fatores como a chuva, por exemplo.
15. A Grande Ilha de Lixo do Pacífico está localizada na costa da Califórnia e é o maior amontoado de lixo no oceano do mundo. Essa massa flutuante de plástico é duas vezes maior que o tamanho do estado americano do Texas.
16. Plástico constitui cerca de 90% de todo o lixo que flutua na superfície dos oceanos.
17. Um milhão de aves marinhas e cem mil mamíferos marinhos morrem anualmente por conta da poluição de plástico nos oceanos.
18. 44% de todas as espécies de aves marinhas, 22% dos cetáceos, todas as espécies de tartarugas marinhas e uma lista crescente de espécies de peixes já foram documentadas com plástico ou em torno de seus corpos.
19. Em amostras recolhidas no Lago Erie, nos EUA, 85% das partículas de plástico encontradas eram menores do que dois décimos de uma polegada.
20. Todos os pedaços de plástico já produzido ainda existem de alguma forma (com exceção da pequena quantidade incinerada).
21. Produtos químicos do plástico podem ser absorvidos pelo corpo humano. 93% dos norte-americanos com idades a partir de seis anos testaram positivo para BPA (um produto químico do plástico).
22. Alguns dos compostos encontrados no plástico foram acusados de efetuar alterações nos sistema endócrino.

10 Maneiras de ajudar no combate à poluição

1. Reutilize sacos de compras e garrafas PET. Sacos de pano e garrafas de metal ou vidro reutilizável são opções importantes. Ande sempre com sacos no carro em quantidade suficiente para quando vai às compras no supermercado não ter de comprar sacos.
2. Quando for às lojas fazer compras recuse-se a aceitar ou a comprar sacos de plástico. Eles que disponibilizem sacos de papel ou então não faz a compra.
3. Reduza a quantidade de plástico que você usa no seu dia-a-dia, evitando utilizar sacos e garrafas plásticas, substituindo-as por garrafas térmicas, por exemplo. Não utilize talheres, copos e pratos descartáveis.
4. Leve sua caneca pessoal para o café nos restaurantes e padarias. Essa é uma ótima maneira de reduzir o uso de tampas e copos de plástico.
5. Não há necessidade de você comprar CDs e DVDs com caixas de plástico quando você pode adquirir suas músicas e vídeos online.
6. Procure alternativas biodegradáveis para os itens de plástico que você usa.
7. Recicle. Se você precisa usar plástico, tente escolher # 1 (PETE) ou # 2 (HDPE), que são os plásticos mais fáceis de serem reciclados.
8. Seja voluntário em ações de limpeza de locais como praias e matas.
9. Suporte a proibição de sacos plásticos.
10. Converse com sua família e amigos sobre porque é importante reduzir a utilização do plástico e os impactos desagradáveis de sua poluição.

Compete a cada um de nós tomar ação nas nossas mãos. Faça a Diferença!


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05
Mar17

1954: Início da guerra de independência da Argélia

António Garrochinho


No dia 31 de outubro de 1954, começou a guerra pela independência na Argélia. A luta contra as tropas de ocupação da França durou sete anos e causou a morte de mais de 260 mil pessoas.
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Ahmed Ben Bella, após sair da prisão em 1956
Os primeiros disparos foram ouvidos na noite de 31 de outubro para 1º de novembro de 1954. Jovens argelinos, integrantes da até então desconhecida FLN (Frente de Libertação Nacional), iniciavam assim a luta para acabar com o domínio francês, que começara através da invasão do norte da África em 5 de julho de 1830, consolidando-se nos 17 anos seguintes. Num panfleto, os rebeldes conclamavam à criação de um Estado independente na Argélia, cujo sistema social deveria ser uma mescla de social-democracia e islamismo e que garantisse também direitos iguais a todos os cidadãos.
Sempre existira insatisfação popular quanto ao domínio francês na Argélia, pois uma minoria europeia imperava sobre a maioria do povo argelino, constituído de árabes e berberes. No decorrer dos anos, os franceses começaram a tratar a colônia norte-africana como se fosse uma parte do território da França e os argelinos, como estrangeiros no próprio país. Foram feitas inúmeras tentativas de impor a igualdade de direitos entre europeus e muçulmanos, mas sempre sem êxito duradouro.
Por exemplo, no ano de 1947. A Assembleia Nacional, em Paris, aprovou um estatuto para a Argélia, no qual a colônia foi definida como "um grupo de províncias com caráter urbano, autonomia financeira e uma organização especial". O que isto significava ficou claro na constituição do Parlamento argelino: divididos em dois grupos numericamente iguais, os 120 deputados representavam, de um lado, os 370 mil colonizadores europeus e os 60 mil argelinos assimilados e, do outro, a grande maioria de cerca de 1,3 milhão de árabes e berberes.
Concessões
Mas foram introduzidas também algumas concessões aos muçulmanos argelinos: eles podiam viajar à França em busca de trabalho e, lá, podiam professar livremente a sua religião. Além disto, foi permitido oficialmente o ensino do idioma árabe na Argélia.
O documento não conseguia ocultar que teria prosseguimento a discriminação da população da Argélia e isto ficava ainda mais claro no dia a dia argelino. A insatisfação crescia. Tanto mais quanto maior o número de países árabes a se livrarem do jugo dos europeus e a conquistarem sua independência nacional.
A resistência começou a aparecer paulatina e cautelosamente. Um primeiro sinal de alarme para os franceses ocorreu em 1950, com um assalto ao correio central de Oran, comandado por Ahmed Ben Bella. O líder rebelde argelino tinha servido no Exército francês durante a Segunda Guerra Mundial, como muitos dos seus compatriotas, tendo sido altamente condecorado pelas suas ações nos campos de batalha da Itália. Ben Bella transformou-se na figura símbolo da luta argelina de libertação e foi, posteriormente, o primeiro chefe de governo da Argélia independente.
Inicialmente, porém, a repressão francesa da rebelião ficava a cada dia mais cruel. Depois dos primeiros disparos de 31 de outubro de 1954, milhares de argelinos foram presos. A maioria deles nada tinha a ver com a FLN e sua luta. Os franceses continuaram cometendo os mesmos erros: as tentativas de concessões aos argelinos sempre foram muito modestas e vieram tarde demais.
Ódio
Mas todas as manifestações antifrancesas eram punidas com extremo rigor. Com isto, o ódio dos argelinos tornou-se sempre mais profundo, chegando ao auge quando o Exército francês na Argélia foi reforçado com 500 mil homens. Isto – e a pressão da FLN sobre muçulmanos hesitantes – consolidou a frente da rebelião.
A situação ficou ainda mais tensa quando a Tunísia e o Marrocos conquistaram a independência, mas a França continuava enviando os líderes argelinos para a prisão. Houve massacres dos dois lados e, muitas vezes, a iniciativa partia dos próprios colonizadores franceses, apelidados de pieds noirs ("pés negros"), que temiam que o governo parisiense acabasse abrindo mão da Argélia. Os colonizadores rebelaram-se duas vezes, mas acabaram não podendo impedir que ocorresse aquilo que temiam.
Na França, a rebelião argelina acabou levando Charles de Gaulle de volta ao poder: em 1958, ele decretou maiores direitos para os cidadãos muçulmanos da Argélia e, um ano depois, já falava do direito da Argélia à autodeterminação. O resto foi uma questão de tempo: a França iniciou as negociações com a FLN em 1961, depois que seus líderes foram libertados das prisões.
Na primavera europeia de 1962, foi acertado um plebiscito, realizado a 1º de julho. Seis milhões de argelinos votaram a favor da independência e apenas 16 mil foram contrários a ela. Em seguida, os políticos argelinos assumiram o poder em Argel e a maioria dos europeus deixou o país.



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Independência argelina 


BEN BELLA

Em 1963 ele foi eleito presidente em uma eleição incontestável, e também levou defesa caro da Argélia contra o marroquino invasão na Guerra Areia . Depois de estabilizar o país, Ben Bella embarcou em uma série de reformas agrárias populares, mas um tanto anárquicas, em benefício dos agricultores sem terra, e cada vez mais se voltou para a retórica socialista. Sua política de autogestão, ou auto-gestão, foi adotada depois que os camponeses apreenderam terras francesas anteriores. 

Ao equilibrar facções dentro do governo argelino, notadamente o exército FLN, os ex-guerrilheiros e a burocracia estatal, seu governo tornou-se cada vez mais autocrático. 

Diz-se que o comportamento excêntrico e arrogante em relação aos colegas alienou muitos ex-apoiantes e, enquanto promovia o desenvolvimento de seu próprio culto à personalidade, Em 1964 dedicava mais tempo aos assuntos externos do que aos acontecimentos políticos locais. 


Em julho de 1979, pouco depois de Boumédiènne morrer, Ben Bella foi libertado de prisão domiciliar. Em 1980, mudou-se para a França , mas foi expulso em 1983. Depois mudou-se para Lausanne , na Suíça , e lançou o Mouvement pour la Démocratie en Algérie em 1984. 

Em Setembro de 1990, regressou à Argélia e participou nas primeiras eleições multipartidárias do país .  


Em julho de 1979, pouco depois de Boumédiènne morrer, Ben Bella foi libertado de prisão domiciliar. Em 1980 mudou-se para a França , mas foi expulso em 1983. Depois mudou-se para Lausanne , na Suíça , e lançou o Mouvement pour la Démocratie en Algérie em 1984. 

Em Setembro de 1990, regressou à Argélia e participou nas primeiras eleições multipartidárias do país .  Ben Bella foi deposto em um golpe militar sem sangue liderado pelo homem forte do exército e amigo íntimo Houari Boumédiènne , e foi colocado sob prisão domiciliar . 

Em julho de 1979, pouco depois de Boumédiènne morrer, Ben Bella foi libertado de prisão domiciliar. Em 1980 mudou-se para a França , mas foi expulso em 1983. Depois mudou-se para Lausanne , na Suíça , e lançou o Mouvement pour la Démocratie en Algérie em 1984. 

Em Setembro de 1990, regressou à Argélia e participou nas primeiras eleições multipartidárias do país .  

Em seguida, mudou-se para Lausanne , na Suíça , e lançou o Mouvement pour la Démocratie en Algérie em 1984. Em setembro de 1990, voltou à Argélia e participou da primeira eleição multipartidária do país.  

Em seguida, mudou-se para Lausanne , Suíça , e lançou o Mouvement pour la Démocratie en Algérie em 1984. 

Em setembro de 1990, voltou à Argélia e participou da primeira eleição multipartidária do país. 
05
Mar17

SEGREDOS ESCONDIDOS DA IGREJA CATÓLICA

António Garrochinho

Ao longo da sua longa história, a Igreja Católica tem sido abalada por escândalos que vão desde a criação da Ordem dos Templários, o julgamento de Galileu até a Madre Teresa??. Ao longo do século 20 e 21, muitos escândalos vieram à tona, mesmo com a Igreja tentando mantê-los em segredo.

O escândalo dos Orfãos de Duplessis

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Nos anos de 1930 e 1940, uma revolução conservadora inaugurou uma era na cidade de Quebec no Canadá, conhecida como ” A Grande Escuridão”. Liderados pelo Premier Maurice Duplessis, o período foi marcado por atos de corrupção sem precedentes e de repressão, muito dos quais envolvendo a Igreja Católica.
A partir dos anos 1940, o governo Duplessis, em colaboração com a Igreja Católica começou a diagnosticar crianças órfãs com problemas mentais que elas não possuíam. Como resultado desses falsos diagnósticos, milhares de órfãos foram enviados para instituições psiquiátricas da igreja, que recebiam subsídio do governo.
Diversos orfanatos foram convertidos em manicômios para crianças para que a Igreja Católica pudesse ganhar mais dinheiro com os subsídios. Cerca de 20 mil crianças foram erroneamente diagnosticada e presas desta maneira.
Para piorar a situação, muitos dos órfãos não eram exatamente órfãos. Alguns deles eram simplesmente os filhos de mães solteiras levados à força para a custódia da Igreja, que desaprovada a própria existência do parto fora do casamento. Depois de serem internadas, as crianças eram submetidas a uma vida de pesadelo, que incluía o abusos sexuais, terapia de eletrochoque e lobotomias forçadas.
Algumas crianças foram usadas em testes de drogas e outras experiências médicas.Muitos morreram como resultado de seu tratamento. Na década de 1990, cerca de 3.000 sobreviventes do escândalo dos Orfãos de Duplessis trouxeram a história a tona. O Governo fez um acordo monetário com as vítimas mas a Igreja Católica tentou abafar seu papel no escândalo mantendo-se em silêncio.

O escândalo das Crianças Britânicas

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Durante os séculos 19 e 20, em torno de 150.000 crianças britânicas foram enviadas para a Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Rodésia.
O esquema de tráfico infantil tinha como objetivo a criação de colônias de caucasianos (brancos). As crianças britânicas foram escolhidas para serem enviados pois de acordo com referências da época elas eram um “bom estoque de pessoas brancas.”
Entre os anos 30 e início dos anos 60, a Igreja Católica enviou pelo menos 1.000 crianças britânicas e 310 crianças maltesas para escolas católicas na Austrália, onde muitos foram forçadas a trabalho escravo principalmente no ramo da construção.
Além de trabalhos forçados, inquéritos posteriores descobriram que muitas das crianças enviadas pela Igreja eram brutalmente espancadas, estuprados. Muitas crianças passavam fome e eram alimentadas com restos e no chão, como animais. Décadas mais tarde, em 2001, a Igreja Católica na Austrália confirmou os crimes cometidos e emitiu um pedido de desculpas.

O roubo de crianças na Espanha


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Na década de 1930, o regime fascista de Francisco Franco procurou purificar Espanha através do roubo de bebês de pais “indesejáveis”. O regime dizia que os bebês deveriam ser criados em um ambiente “politicamente aceitável”. O regime inicialmente direcionou às crianças de esquerdistas, mas atingiu também mães solteiras. Aproximadamente 300 mil bebês acabaram roubados de seus pais.
O esquema de roubo de bebês foi realizado com a grande colaboração da Igreja Católica da Espanha. Depois de Franco subir ao poder, ele se declarou o defensor da Espanha católica. Assim, a Igreja controlava a maior parte dos serviços sociais na Espanha. Isso permitiu que milhares de crianças fossem roubadas de seus pais por médicos católicos, padres e freiras.
Em muitos casos, os enfermeiros em hospitais católicos levavam os bebês recém-nascidos de sua mãe para serem examinados. A enfermeira, então, voltava com um bebê morto mantidos no gelo com o propósito de convencer a mãe que o bebê tinha morrido. Depois que os bebês eram roubados de suas mães, eram vendidos em um mercado negro de adoções.
Depois da morte de Franco, em 1975, a Igreja manteve seu controle nos serviços sociais na Espanha e continuou o esquema. Os sequestros de crianças só diminuíram no fim de 1987, quando o governo espanhol começou endurecer os critérios de adoção. Estima-se que cerca de 15 por cento das adoções na Espanha entre 1960 e 1989, faziam parte do esquema de seqüestro.

Lavagem de dinheiro Nazista no Banco do Vaticano


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Em 1947, um agente do Tesouro dos EUA chamado Emerson Bigelow escreveu um relatório altamente confidencial, que alegou que a Igreja Católica tinha contrabandeado ouro nazista através do banco do Vaticano. O próprio relatório foi “perdido”, mas uma carta escrita por Bigelow explicou que ele continha informações de uma fonte confiável revelando que a Croácia tinha contrabandeado cerca de 350 milhões de francos suíços em ouro para fora do país no final da guerra.
De acordo com Bigelow, aproximadamente 200 milhões de francos ficaram no Banco do Vaticano sob custódia. Um porta-voz do banco do Vaticano negou as alegações, mas a Igreja Católica permanece envolvida em ações judiciais sobre a sua suposta lavagem de ouro nazista. Em 2000, uma ação coletiva foi movida por cerca de 2.000 sobreviventes do Holocausto e familiares que buscavam a restituição do Vaticano até US$ 200 milhões, utilizando os dados de Bigelow e outros documentos recentemente liberados por agências de espionagem que alegam que o Vaticano tinha ouro confiscado dos judeus no regime Nazista. A ação está parada na justiça dos EUA até hoje.

Os manicômios de Maria Madalena


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Com base em seus dogmas ultraconservadores sobre a sexualidade, muitas mulheres foram presas pela Igreja Católica suspeitas de prostituição ou “promiscuidade”. Elas eram aprisionadas em instituições para doentes mentais dirigidas pela Igreja conhecida como Manicômios de Maria Madalena. Inicialmente, as mulheres recebiam “tratamento” devido ao seu comportamento pecaminoso ou por serem promiscuas. Muitas mulheres foram enviadas para os manicômios por suas próprias famílias.
As principais instituições desse tipo se encontravam na Irlanda. Lá as mulheres eram presas  e forçadas a fazerem trabalho escravo, principalmente relacionadas a lavagem de roupas, durante sete dias por semana. É claro que a Igreja estava sendo paga pelo trabalho das mulheres. Essas lavanderias geravam um grande lucro para a igreja local. As mulheres presas também era espancadas, má alimentadas e sofriam abuso sexual. Estima-se que mais de 30.000 mulheres foram presas nessas instituições.
Os manicômios foram operados na Irlanda do final do século 18 ao final do século 20. Eles só se tornaram uma questão de debate público em 1993, quando 155 corpos foram descobertos em uma vala comum no norte de Dublin. As autoridades que administravam o manicômio haviam enterrado as mulheres em segredo, sem dizer a suas famílias ou mesmo das autoridades que eles tinham morrido.
Em 2013, as autoridades irlandesas concordaram em pagar, 45.000 mil dólares como indenização para cada sobrevivente após o Comitê contra a Tortura das Nações Unidas pedisse ao governo para tornar uma atitude.

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05
Mar17

O 17 de Abril e a «crise de 69»

António Garrochinho





Foi numa quinta-feira, 17 de Abril, que em Coimbra, quando da inauguração do Edifício das Matemáticas pelo almirante Thomaz, teve lugar o episódio que deu início à «crise de 69». Falo dessa etapa da luta estudantil que marcou a vida da cidade e da sua Universidade, ajudando a ampliar a base social de rejeição do regime e, de certa forma, integrando as circunstâncias que conduziriam ao seu derrube. Os factos, bem conhecidos, não ocorreram por acaso. Resultaram de uma importante mudança que começara a ocorrer no meio estudantil universitário português a partir da viragem para a década de 1960 e tivera já um primeiro momento crítico em Lisboa no ano de 1962.
Ao contrário do que acontecera nas décadas anteriores, o associativismo estudantil, em consonância com uma tendência gradual de parte importante da sociedade portuguesa para se afastar do regime, começava a deter uma componente crescentemente autonomista e reivindicativa. A esta não era alheio o rápido crescimento da própria população estudantil, agora com um número cada vez maior de alunos provenientes da classe média, uma presença também cada vez mais importante de mulheres (na altura da «crise» rondavam já os 50%) e uma crescente imersão na nova e pujante cultura juvenil internacional dos anos sessenta.
Em Abril de 1969, em Coimbra, este processo começou a agudizar-se, não apenas no que respeitou à posição da larguíssima maioria dos alunos, mas também ao impacto dos acontecimentos verificados na vida interna da própria Universidade e na situação política do país, uma vez que não ficaram confinados ao meio estudantil e à cidade. O movimento centrou-se então em protestos e reivindicações relacionadas com a democratização do ensino, bem como com a liberdade de associação e de expressão. Foi, no entanto, a atitude intolerante e repressiva do governo que em boa parte ampliou o seu alcance, levando até muitos estudantes não politizados a deslocar-se para o lado da oposição ao regime.
No conjunto, esse movimento, surgido junto de um setor social que representava ainda uma elite da qual o próprio regime não podia prescindir, e dentro daquela que era a universidade mais antiga e prestigiada do país, tornou público um processo de contestação das autoridades que, a par da movimentação de outros setores, iria servir de exemplo e motivação para o conjunto da sociedade. Ao mesmo tempo, muitos dos dirigentes e ativistas estudantis, alguns dos quais em breve concluiriam os seus cursos e seguiriam para as suas carreiras profissionais ou para as forças armadas, tendo os homens como destino inevitável os teatros de guerra em África, sendo formados nessa «escola de oposição» efervescente e diversa que foi a crise coimbrã, ajudaram a lançar e a propagar uma opinião pública crítica que estimulou o fim do regime.
Note-se, porém, que foi depois, entre 1971 e 1974, que nas três academias do país o movimento estudantil mais se politizou e extremou, perdendo a dimensão essencialmente associativista, em parte «reformista», que ainda detinha em 1969, e ganhando, com a entrada em cena de setores políticos mais radicalizados – minoritários, mas em crescimento e muito combativos – e com alguma influência diferida do Maio de 1968, um conteúdo abertamente insurreto. Incorporando como essencial, aliás, o que ainda não acontecera durante a «crise», a luta contra a guerra colonial, uma ligação mais objetiva ao movimento operário e popular, e a defesa declarada da queda do regime. Não foi por acaso que logo em Fevereiro de 1971 o governo fechou compulsivamente a AAC. E que a vigilância, a detenção e a tortura de estudantes pela PIDE se ampliou muitíssimo.
A «crise de 69» foi, sem dúvida, um importante momento simbólico e de viragem, que a comunidade estudantil de Coimbra reconhece hoje como parte da sua própria história e tradição. O que não significa, porém, que os atuais alunos a reconheçam na sua complexidade e verdadeiro impacto. Geralmente é lembrada num tom algo celebratório, talvez demasiado centrado em alguns protagonistas e episódios, o que dilui o seu caráter de instante de afirmação continuada e coletiva da capacidade reivindicativa dos estudantes e da transformação do espaço universitário em teatro da mudança política, social e cultural. Virado para fora, para o país e o mundo, e não apenas para si próprio.
Aliás, é interessante verificar que um aspeto emblemático da luta de 1969, que foi o abandono da aplicação das praxes académicas, tem sido praticamente ignorado por muitos dos que procuram lembrá-la ou celebrá-la, quando, na altura, essa escolha traduziu justamente a afirmação prática e simbólica de uma rutura com a sociedade académica tradicional a aproximação a uma cultura mais cosmopolita e mais democrática. Porque a «crise de 69» funcionou também como escola de vida e de democracia.

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05
Mar17

A Questão Palestina e o Estado de Israel

António Garrochinho
O estado de Israel nasceu sob o signo da morte em escala industrial. A Solução final nazista - especialmente a partir de 1942 - mostrou aos judeus europeus que a única alternativa era buscar a proteção de um estado próprio. Esse movimento sionista e nacionalista fora iniciado no final do século XIX pelo judeu vienense, Theodor Herzl (1860-1904), que percebeu a Palestina como uma concreta possibilidade territorial para a fundação de um estado judeu. Em seu livro O Estado Judeu, ele disse: “A Palestina é nossa inolvidável pátria histórica. Esse nome por si só seria um toque de reunir poderosamente empolgante para o nosso povo.” (HERZL, 1954: 67) Herzl passou a estimular a imigração para a Palestina, então sob o domínio do Império Otomano.

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Theodor Herzl (1860-1904).
Ali já viviam cerca de 25 mil judeus. Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), imigraram 60 mil nacionalistas judeus, que passaram a viver com cerca de 650 mil não judeus, a maioria árabes.
A comunidade judaica européia conseguiu o apoio da Inglaterra para o estabelecimento de uma pátria nacional na Palestina. Em 1917, Arthur Balfour (1848-1930), ministro do exterior, emitiu um importante documento, que ficou conhecido como Declaração Balfour, onde aprovava a idéia, sem, no entanto, citar a palavra estado - isso para não ferir o apoio dado também aos árabes contra os turcos (SOLIMAN, 1990: 28). A Declaração Balfour foi sancionada em 1922 pela então Liga das Nações: a Inglaterra administraria provisoriamente a Palestina e incentivaria o movimento sionista.
Os árabes reagiram com violência. No mesmo ano de 1922 morreram 50 pessoas de cada lado. Com o fim do Império Otomano os árabes também aspiravam sua independência e o apoio inglês lhes parecia uma intromissão indesejável. No entanto, quando os nazistas chegaram ao poder na Alemanha em 1933, a imigração judaica para a Palestina não parou de aumentar: de cinco mil imigrantes por ano em 1929 para 60 mil só em 1935! Em 1936 os árabes pressionaram os ingleses para que limitassem a imigração, sem sucesso. Aconteceram então greves e ataques de árabes contra oficiais britânicos e judeus.
Nesse momento, com o apoio britânico, surgiu a Haganah, uma força de defesa judaica paramilitar com o objetivo de proteger os civis judeus contra os ataques árabes. Uma facção mais radical daHaganah chamada Irgun se organizou como grupo terrorista. Assim, já antes da Segunda Guerra estava bastante claro que os ideais da Declaração Balfour eram impraticáveis.

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Tropas da Haganah.
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Cartaz do Irgun.
Durante o conflito mundial, as autoridades britânicas admitiram limitar a imigração judaica para a Palestina, pois dependiam do petróleo árabe para seu esforço de guerra. Ao completar as quotas, os imigrantes adicionais eram repatriados. Os extremistas judeus também agiram com violência. Em 4 de novembro de 1944, o Ministro de Estado no Oriente Médio foi assassinado por dois membros do grupo Stern, outra facção do Irgun.
No mês seguinte, o Partido Trabalhista britânico tomou a dianteira e firmou um compromisso permitindo a imigração judaica ilimitada para a Palestina. Por outro lado, Anthony Eden (1897-1977), Ministro do Exterior, assegurou que o governo britânico daria total apoio à união árabe, fato que mostrava as diferenças entre os políticos britânicos a respeito da questão palestina.
Em março de 45 os árabes organizaram a Liga Árabe da Sete Nações, mas tinham poucos pontos em comum, com exceção do anti-sionismo. Quando, poucos meses depois, o líder do Partido Trabalhista se tornou Primeiro-ministro, encontrou a Liga Árabe determinada a impedir a imigração judaica a qualquer custo. Estava claro que os ingleses perdiam cada vez mais o controle da situação. Cada tentativa de reprimir a desordem gerava ainda mais violência. Em junho de 1946 a Haganah dinamitou todas as pontes sobre o rio Jordão. Líderes sionistas foram presos. Em 22 de julho, a Irgunretaliou, dinamitando uma ala do hotel Rei Davi, quartel-general do exército britânico em Jerusalém, matando 91 pessoas, entre ingleses, judeus e árabes.

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Ataque do Irgun ao Hotel Rei David.
Finalmente, o Primeiro-ministro decidiu retirar-se, a exemplo do que fizera na Índia. Ernest Bevin (1881-1951), Ministro do Exterior, declarou (fevereiro de 1947) que os ingleses entregariam às Nações Unidas, sucessora da Liga das Nações, seu mandato sobre a Palestina. Em junho, um comitê especial da ONU chegou à Palestina para estudar a futura divisão política, mas o cenário político palestino estava em pé de guerra: três terroristas da Irgun estavam condenados à morte por enforcamento e dois soldados ingleses eram mantidos como reféns pelos terroristas judeus para forçar sua libertação.
Ao mesmo tempo, muitos refugiados judeus dirigiram-se à Palestina clandestinamente. Em 1947, um navio vindo de Marselha, o President Warfield, rebatizado de Êxodo, transportava 4.500 sobreviventes do campo de concentração de Bergen-Belsen na Alemanha foi interceptado em Haifa por navios de guerra britânicos. A história correu o mundo porque os imigrantes a bordo divulgaram o fato através do rádio. No entanto, o Êxodo rendeu-se e retornou a Marselha, onde foi negado asilo aos refugiados que, por fim, desembarcaram em Hamburgo.

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President Warfield.
Nesse mesmo dia, os três terroristas da Irgun foram enforcados e em represália os dois soldados ingleses reféns dos terroristas judeus também foram enforcados e seus cadáveres foram dinamitados com minas explosivas. Menahen Begin (1913-1992), futuro primeiro-ministro de Israel e então um dos líderes da Irgun disse: “Nós retribuímos na mesma moeda” (WILLMOTT, 1993: 104).
O assassinato dos soldados ingleses foi recebido com indignação na Europa, dando origem a vários distúrbios anti-semitas em várias cidades inglesas - Londres, Liverpool, Glasgow e Manchester -, fatos que não aconteciam na Inglaterra desde o século XIII. Uma sinagoga em Derby foi incendiada e destruída (JOHNSON, 1989: 521). Isso tudo a apenas dois anos após o fim da Segunda Guerra e a abertura dos campos de concentração na Alemanha! Apesar disso - ou exatamente por isso - a política de Menahen Begin teve êxito: os britânicos decidiram sair o mais rápido possível da Palestina.
No final de 1947, as Nações Unidas propuseram a única solução plausível: o fim do mandato britânico e a divisão da Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe; a cidade de Jerusalém permaneceria sob administração internacional, idéia defendida por Theodor Herzl no século XIX. Os sionistas aceitaram, mas dessa vez a voz discordante veio do mundo árabe, que começou a se preparar para a guerra. Os Estados Unidos e a União Soviética votaram a favor da resolução da ONU; a Grã-Bretanha votou contra, mas não tinha mais como controlar os acontecimentos.
Mesmo assim a violência não diminuiu e, em dezembro de 1947, os ingleses anunciaram sua retirada da Palestina para o dia 15 de maio de 1948. Até lá morreriam mais de mil pessoas, entre árabes e judeus.
Um dia antes do término do mandato, 200 líderes judaicos reuniram-se no Museu de Arte Moderna de Telaviv para ouvir o novo Primeiro-ministro da nação, o socialista Ben Gurion (1886-1973), ler uma curta declaração proclamando o estabelecimento do Estado de Israel. O novo país foi logo reconhecido oficialmente pelos Estados unidos e pela União Soviética.
Na manhã seguinte, Israel foi invadido pela Liga Árabe - Líbano, Síria, Iraque, Jordânia e Egito. A desvantagem, tanto em equipamento militar quanto em efetivo de soldados era de Israel: 40 mil muçulmanos contra 35 mil israelenses. Em junho, os sírios avançaram sobre a Galiléia, os iraquianos para oeste, chegando a 15 quilômetros do Mediterrâneo; os jordanianos assediaram Jerusalém, capturando a Cidade Velha e seu bairro judeu. Os egípcios ameaçavam Jerusalém pelo sul.

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Mapa da Guerra de 1948 (chamada pelos israelenses de guerra de independência).
Um mediador da ONU, o conde Folke Bernadotte (1895-1948), famoso por haver tentado uma trégua entre a Alemanha nazista e os Aliados (sem sucesso), conseguiu uma trégua de um mês. Os israelenses foram rápidos e aproveitaram a oportunidade para comprar armas (na França e na Checoslováquia) e em julho lançaram uma ofensiva bem sucedida.
Uma nova trégua foi acertada em julho, mas Bernadotte foi assassinado por membros da Stern. Com receio da condenação da opinião pública, Ben Gurion dissolveu a Stern e a Irgun.
De qualquer modo, os israelenses lançaram sua ofensiva, agora melhor equipados e preparados. Em contrapartida, sírios e iraquianos haviam retornado à suas fronteiras; jordanianos estavam dispostos a um cessar-fogo, após terem tomado a Velha Jerusalém; egípcios perderam o sul de Jerusalém para os israelenses. A união árabe durou apenas até o final do primeiro mês de guerra. O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou o cessar-fogo em dezembro de 1948 e no início de 1949 terminou a guerra de independência de Israel, que tinha agora cerca de 20% a mais de terras do que a resolução da ONU de 1947. Mais de 500.000 árabes buscaram refúgio na Faixa de Gaza, no Egito, no Líbano e na Jordânia. Israel tinha um milhão de judeus agora dispostos a defender seu país.
*
Tracei até aqui em breves linhas o surgimento do Estado de Israel e a oposição sistemática do mundo árabe. Grosso modo, esse foi o tom da história do Oriente Médio de 1947 até os dias de hoje. Guerra e morte, invasões e retaliações, ressentimentos e desprezo profundo de ambos os lados. Uma possível explicação para isso é, por um lado, o fato de o Estado de Israel ser uma nação teocrática. Forte economicamente, com o apoio norte-americano, os israelenses possuem uma linha dura de assentamentos já há alguns anos e que tem provocado ainda mais o ódio muçulmano, pois famílias inteiras de islâmicos são desalojadas e entregues à própria sorte.
Por outro lado, os movimentos palestinos recusam-se a reconhecer a existência do Estado de Israel, fato hoje incontestável, e insistem em um discurso que mescla um discurso de expulsão dos judeus da Palestina com outro ainda mais radical, isto é, seu extermínio. Além disso, o apoio irrestrito dos Estados Unidos à política israelense e a ojeriza popular a tudo o que se refere à cultura islâmica (especialmente após os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono) provocam ainda mais os nacionalismos muçulmanos, da Líbia até o Iraque - em que pese o apoio de boa parte das monarquias árabes aos EUA, como vimos durante a Guerra do Golfo. No entanto, é fato que as populações árabes são francamente anti-semitas, por vezes opondo-se publicamente a seus governos.
Assim, concluo esta palestra com bastante pessimismo. A curto/médio prazo não percebo a menor possibilidade de entendimento de ambas as partes. Enquanto existir o binômio Estado/Religião em um país moderno não haverá possibilidade de convivência pacífica multi-étnica ou religiosa dentro de suas fronteiras. A história do ocidente provou que é necessário separar as esferas do poder das verdades da fé. Foi assim que a cultura ocidental conseguiu progresso tecnológico e desenvolvimento econômico, em que pese os problemas existenciais da Modernidade - ou Pós-modernidade. O problema não é religioso ou a religião, pois o homem é um ser que busca e necessita algo transcendental, e sim a utilização que alguns radicais político-religiosos fazem do Estado teocrático para seus próprios fins. Nem o Corão nem a Torah defendem os massacres perpetrados por ambas as partes.
Para que vocês tenham uma idéia das propostas pluralistas e harmoniosas que os religiosos já propuseram ao longo da história humana, termino esta palestra com uma bela citação do Livro do Gentio e dos Três Sábios, um texto escrito por volta de 1274 pelo filósofo Ramon Llull (1232-1316). Um judeu, um cristão e um muçulmano dialogam em uma bela floresta com um ateu sobre as verdades de suas fés. No fim, se despedem
...um do outro muito amável e agradavelmente. Cada um pediu perdão ao outro caso tivesse dito contra a sua Lei alguma palavra vil. Um perdoou o outro e, no momento da partida, um sábio disse: Da ventura que nos ocorreu na floresta, não se seguiria para nós algum proveito? Parecer-vos-ia bem que, por meio das cinco árvores e seguindo as dez condições significadas por suas flores, todos os dias e uma vez por dia disputássemos seguindo as instruções que a Dama Inteligência nos mostrou, e que nosso debate durasse até todos nós três termos uma só fé e uma Lei, e até que tivéssemos entre nós uma maneira de honrar e de servir uns aos outros que nos fizesse concordar? Porque a guerra, o trabalho e a malevolência, e o fazer dano e ultraje impede que os homens concordem em uma crença.


*

Bibliografia

 
HERZL, Theodor. O Estado Judeu. Rio de Janeiro: Mercaz-Wizo-Brasil, 1954.
JOHNSON, Paul. História dos Judeus. Rio de Janeiro: Imago, 1989.
SOLIMAN, Lotfallah. Por uma História Profana da Palestina. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990.
WILLMOTT, H. P. “Regresso à Terra Prometida”. In: ALLAN, Tony (dir.). História em Revista - A Sombra dos Ditadores (1925-1950). Rio de Janeiro: Abril Livros, 1993, p. 102-105.

05
Mar17

05 de Março de 1871: Nasce Rosa Luxemburgo

António Garrochinho


Rosa Luxemburgo, a líder de uma facção revolucionária do Partido Social-Democrata Alemão durante a Primeira Guerra Mundial, nasceu no dia 5 de Março de 1871, em  Zamośc, Polónia, região que à época estava sob controlo russo. 

A mais nova de cinco filhos de uma família judaica de classe média baixa,  Rosa Luxemburgo interessou-se por política desde muito jovem. Em 1889, deixou a Polónia e o regime repressivo czarista de Alexander III, o predecessor do czar Nicolau II e foi para Zurique, Suíça, onde estudou ciências naturais e economia política.

Em 1898, Luxemburgo casou-se com um trabalhador alemão, Gustavo Lubeck, adquirindo então a cidadania alemã. Estabeleceu residência em Berlim, onde se filiou ao Partido Social-Democrata alemão, conhecido como SPD, na ocasião a mais importante organização do socialismo internacional de todo o planeta. 

Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo adoptou posições firmes e decididas a nível ideológico, defendendo uma greve geral como catalisadora que radicalizaria a acção dos trabalhadores e daria lugar a uma revolução socialista internacional. 

Ela e os seus companheiros da ala mais à esquerda do SPD opuseram-se duramente à participação da Alemanha na Guerra, vendo-a como um conflito imperialista que de modo algum iria beneficiar a população. Esta postura afastou-a da liderança do partido, que defendia o esforço de guerra na esperança de que a vitória germânica levasse a um conjunto de reformas. 

Em Dezembro de 1914, Luxemburgo e o socialista alemão Karl Liebknecht formaram a facção revolucionária do SPD designada  Liga Espartaquista, em homenagem a Espartaco, escravo que, em 73 a.C., lidera uma rebelião de 78 escravos que escaparam da escola de gladiadores em Cápua contra a classe dirigente da República Romana e que lutou durante dois anos ao comando de 90 mil homens. 


Rosa Luxemburgo publicou um livro em 1916, “A crise na Social-Democracia alemã” em que acusa a social-democracia de ter traído a classe operária alemã por endossar um esforço de guerra de cunho essencialmente capitalista e imperialista. A única solução para a crise, acreditava Luxemburgo, era uma revolução internacional de classe. 

Após uma manifestação espartaquista em Maio de 1916 contra a guerra, Luxemburgo foi  presa, tendo permanecido na cadeia até ao fim da guerra. Após a sua libertação, em Novembro de 1918, determinada pela decisão do chanceler germânico, Max von Baden, de libertar todos os prisioneiros políticos, Luxemburgo começou a transformar a Liga Espartaquista no Partido Comunista da Alemanha (KPD). 

No mês de Janeiro seguinte, os Espartaquistas, reuniram-se em Berlim para desencadear uma rebelião contra o governo de coligação de Von Baden e Friedrich Ebert, o líder do SPD, Luxemburgo juntou-se a eles relutantemente, instando os seus seguidores a não tentar iniciar a insurreição antes de conseguir formar um suficiente apoio popular. Não teve condições de impedi-los e os rebeldes espartaquistas lançaram-se ao ataque em 10 de Janeiro. 

Ebert imediatamente ordenou que o exército alemão subjugasse a rebelião. No conflito que se seguiu, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foram capturados e assassinados. O corpo dela, atirado  a um canal de Berlim, só foi recuperado cinco meses mais tarde. 


Com a sua morte, Luxemburgo tornou-se mártir da causa da revolução socialista internacional. São de Rosa Luxemburgo as famosas frases: “Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?”; “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”; e “Socialismo ou barbárie”. 
Fontes: DW
wikipedia (imagens)

Ficheiro:Rosa Luxemburg.jpg
Retrato de Rosa Luxemburgo (data desconhecida)
File:LuxemburgSpeech.jpg
Rosa Luxemburgo em 1907
05
Mar17

A IDEOLOGIA NAS CANÇÕES: uma casa portuguesa ou o direito à habitação ?

António Garrochinho


* Victor Nogueira
A música reflecte-se nos conflitos sociais e como transmissora de atitudes face à mudança, de conformismo ou de luta e contestação. Nestes casos a “cantiga é uma arma”. São diferentes, antagónicos, os valores e atitudes transmitidos pelas canções – “uma casa portuguesa” (Amália), “na casa do  operário”  (Tino Flores), “avé maria no  morro” (Ângela Maria), "menino do bairro negro" (José Afonso) e "Liberdade" (Sérgio Godinho).


uma casa portuguesa - amália rodrigues


na casa do operário - tino flores


avé maria no morro - ângela maria


menino do bairro negro - josé afonso




cartaz da série "A lição de Salazar" ou "uma casa portuguesa"


bidonville


van gogh - os comedores de batatas


favela, "lá no morro, bem pertinho do Céu"


liberdade - sérgio godinho


a cantiga é uma arma - GAC Vozes na Luta

aoescorrerdapena.blogspot.pt
05
Mar17

EMINÊNCIAS

António Garrochinho
SIM ! AS EMINÊNCIAS PARDAS SEMPRE ADORARAM AS
FARDAS !
PRINCIPALMENTE AQUELAS QUE DE BRAÇO ESTICADO LHES GARANTIAM E GARANTEM QUE PARA ELES NUNCA ACONTECERÁ A "ÚLTIMA CEIA" FAUSTOSA E EM CÁLICES DE PRATA ONDE ESCONDEM O FOCINHO E BEBEM O VINHO.
A NÃO SER CLARO QUANDO BATEREM O ESCALHO COISA QUE NEM OS SANTOS CANONIZADOS AINDA CONSEGUIRAM EVITAR.
AG
05
Mar17

O MILHAZES QUER É MILHO ! (2)

António Garrochinho

REPAREM BEM ! O SOM, O TOM DE VOZ DO MODERNO "XICO DA CUF" QUE LHE SAI DA "GARGANTA FUNDA" É O SOM SIMILAR DE UM BEBÉ.

UM BEBÉ TIPO SALAZAR VELHINHO COM A SUA VOZ JÁ DÉBIL E RANÇOSA ESPERANDO ANGARIAR A SIMPATIA DOS OUVINTES E LEITORES.

ESTOU ÓBVIAMENTE A FALAR DE JOSÉ MILHAZES ESSE GRUNHO AGORA EM MODA NA "ANTENA 1" E QUE ESCREVEU UM "LIVRO" ONDE QUER ENFIAR PELA CABAEÇA DOS PORTUGUESES O PEDITÓRIO REACCIONÁRIO E ANTI COMUNISTA TÃO QUERIDO DA RÁDIO PÚBLICA.
A QUE NÓS PAGAMOS.

O PRÓPRIO MILHAZES JÁ SE DEU AO INCÓMODO DE ME TRATAR POR EX-CAMARADA NUM ARTIGO QUE PUBLIQUEI NO MEU BLOG ONDE ME AGRADECE O "ELOGIO".

CASO PARA DIZER QUE OS QUE UTILIZAM A VERBORREIA ANTI COMUNISTA COMO ARMA PARA DEFENDEREM AS SUAS IDEIAS FASCISTAS TAMBÉM SE SENTEM QUANDO A MALTA LHES PICA O RABIOSQUE PEQUENO BURGUÊS DA TRAIÇÃO.

SIM ! ATÉ NA VOZ O MILHAZES IMITA O VELHO BOTAS !
António Garrochinho
05
Mar17

OS TRAFULHAS EM LUME BRANDO

António Garrochinho


“Rui Rio afirma ao DN que o PSD já devia ter-se demarcado do “lamentável dossiê das offshores”. O ex-presidente da Câmara do Porto lembra que foi o próprio secretário de Estado, Paulo Núncio, a assumir a responsabilidade por inteiro da não publicação das estatísticas das transferências entre 2011 e 2014 para os paraísos fiscais.

“Não se entende porque é que o PSD se está a deixar queimar em lume brando”, afirma o ex-autarca, que já se assumiu como potencial candidato à liderança do PSD.”
Conclusão nossa : O PSD deve sacudir a agua do capote !
 


Este artigo encontra-se em: FOICEBOOK http://bit.ly/2mpucIg
05
Mar17

Quando a droga está do outro lado da janela

António Garrochinho

A neta de Fernanda, de dois anos, "já pega em folhas de papel e finge que cheira droga". Imita o que vê da janela de casa, no bairro do Aleixo, no Porto. O cenário estende-se ao Cerco, Pinheiro Torres, Pasteleira, Lagarteiro e Aldoar.

É nos bairros sociais que o problema da toxicodependência mais se faz sentir na cidade. O Centro Histórico, nomeadamente a Sé, também não escapa. Há gente a consumir em plena luz do dia. Os edifícios abandonados pela cidade dão guarida ao vício. O tráfico faz-se às claras. A prostituição ajuda a pagar a dose. O fenómeno da toxicodependência está longe de ser erradicado e agudizou-se com a crise. As associações de apoio aos consumidores que andam no terreno garantem que há muito por fazer.

Não são as paredes que fazem as pessoas, são as respostas

O consumo ao ar livre

Nem todos os consumidores de droga do Porto vivem no Aleixo e "nem todos os moradores do Aleixo são drogados". Farta desse estigma, e para defender a família, Fernanda grita palavras pouco bonitas para um grupo de consumidores que se concentra num descampado, em frente à torre 2 do bairro. De pouco adianta. No dia seguinte estão no mesmo sítio. F.M. fala abertamente sobre o assunto. "Prometem-nos há anos salas de chuto, mas são só tangas. Preferem que a gente consuma à frente de toda a gente", queixa-se. Tem 42 anos de droga e poucos mais de idade. "Comecei com os meus pais e os meus filhos comigo. Já não vou largar, mas isto podia ter outra dignidade". Fala e aponta com o caneco [utensílio usado para fumar droga] para um camião branco, enorme, que acaba de estacionar. O logótipo da empresa bem visível dos lados. Toda a imagem é desconfortável para quem tenta resguardar-se dos olhares.

F.M. assegura que naquele troço da rua que dá acesso às torres do Aleixo "o que não falta são exemplos destes que, todos os dias, compram, consomem e depois vão-se embora. Fazem tudo assim, à descarada".

Sandra Vieira, psicóloga clínica, trabalha há dez anos numa equipa de rua da Norte Vida - Associação para a Promoção da Saúde, uma instituição privada de solidariedade social. É ela a primeira a dizer que "não são as paredes que fazem as pessoas, são as respostas". O que significa que, mesmo que tirem as pessoas do Aleixo, nunca tirarão a droga às pessoas. As carrinhas "Rotas com Vida", onde trabalha, percorrem por isso os locais de consumo mais problemáticos, na zona ocidental da cidade, como o bairro do Aleixo e de Pinheiro Torres. Tentam, pelo menos, reduzir os riscos e minimizar os danos de quem está dependente, construindo uma relação terapêutica com os consumidores.

Só queria que a minha família me viesse aqui buscar

O dinheiro fácil da rua

Florina aproxima-se tímida. Tem um pedido a fazer: "Posso contar a minha história?". Tem 37 anos e consome há 20. Passado tanto tempo, "é hora de parar". A voz fraqueja-lhe um pouco. Quase suplica: "Só queria que a minha família me viesse aqui buscar". O "aqui" é um lugar chamado dependência, que combina cocaína e heroína e a obriga a "tentar a sorte", em frente às piscinas do Cerco. "Ando cansadinha desta vida. Nem vejo as minhas filhas crescer". Da carteira tira a fotografia de uma criança. "As instituições já fazem muito. Dão-nos de comer ao meio-dia e à noite, mas a família tem outro poder". O sorriso da bebé, agora com dois anos, volta para o fundo da mala. "Se a minha família me deita a mão eu agarro a oportunidade com unhas e dentes", diz entre lágrimas.

Segundo José Goulão, diretor-geral do SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências -, a perceção que existe é de que, "embora tenha havido um recrudescimento recente de franjas mais desorganizadas da população toxicodependente, muito à custa de recaídas de antigos consumidores (facto a que não será alheia a crise económica e social), estamos longe da realidade que enfrentámos nos finais dos anos 90". Mas há outras perceções menos animadoras. "Veem-se cada vez mais raparigas na prostituição", contam os técnicos das carrinhas de apoio. Troca-se o corpo por uma dose. É o caso de Joana. Foi parar à Alameda de Cartes, no Cerco, há uma semana. "Devíamos ter mais apoio para intervir logo nestes casos", revela Rui, da CASO. O grupo Consumidores Associados Sobrevivem Organizados trabalha há dez anos no terreno junto da população mais fragilizada.

Eu tenho casa. Só aqui venho para consumir

Edifícios ao abandono

Da Alameda de Cartes, Renata aponta para o esqueleto de um prédio. É lá que diz habitar com outras sete pessoas. Os edifícios abandonados são um clássico nesta matéria. À direita das piscinas municipais, um caminho sulcado na terra leva a uma casa em ruínas. É nesse sítio coberto de lixo que muitos consomem todos os dias. Porém, naquela zona, o pior caso será mesmo o da antiga escola básica do Cerco, onde muitos passam as noites. Há sete anos avançou-se que a escola seria transformada num centro de saúde. A construção da nova unidade deveria ter ficado pronta no final de 2011, mas degrada-se todos os dias. Joaquim, com quase 60 anos, tem ali um "apartamento". "Eu tenho uma casa. Só aqui venho para consumir. A discriminação que fazem aos toxicodependentes obriga a que a gente se organize desta maneira", lamenta.

Tenho um Ferrari num braço e uma moradia no outro

Falta de ocupação

João explica os seus motivos: "Não quero falar e não quero fotos, porque a minha filha não sabe que consumo", ilude-se. Parar, já depois dos 50 anos, "era uma asneira", ri-se. Toca no corpo com força: "Tenho um Ferrari num braço e uma moradia no outro, nem posso pensar no assunto".

Sérgio Rodrigues, colega de Rui na CASO, assegura que uma "ocupação faria muito por estas pessoas". "Não é a guerra às drogas que ajuda. Antes eram criminosos, agora são doentes, e por interiorizarem isso não conseguem ser autónomos e não querem trabalhar. Era necessário criar mecanismos que lhes dessem formação, pelo menos aos que já estivessem no programa metadona [redução de danos]", sustenta.

Sem dinheiro, não tive outra saída, voltei para o tráfico

O negócio

Um exemplo não são exemplos, porém, Manuel garante que a sua história ilustra bem a realidade de muitos ex-reclusos. Em 2014, o relatório anual de 2015 sobre a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências revelava que 69% dos reclusos inquiridos declaravam já ter consumido algum tipo de droga. Manuel pertence a esse grupo. Esteve detido na cadeia de Custóias, em Matosinhos, quase seis anos. Saiu em outubro. "Aquilo lá dentro é o piorio, mas cá fora é mais difícil".

Aos 40 anos garante que é com revolta que se deita e levanta, todos os dias. "Estive sem rendimento social de inserção quase meio ano. Tive de fazer-me à vida". Voltou ao Aleixo, mas assegura que nunca mais consumiu. "Usei droga durante 20 anos. Não imagina o que me custa agora andar com cocaína e heroína sempre nas mãos, mas isto é um trabalho para mim". Que lhe traz grande vergonha. "Não me sinto bem, sei que o dinheiro que levo para casa é sujo. Já estive do outro lado e sei bem o que a gente faz para conseguir ter uma dose. Mas, sem dinheiro, não tive outra saída, voltei para o tráfico".

























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05
Mar17

nega "Zé Nega"

António Garrochinho

Expressão dita cigana mas que não se limita a esta etnia. Antes pelo contrário é infelizmente abrangente a muita canalha nomeadamente a do colarinho branco. Nega " menino de ouro" vulgo José com nome de filósofo (só com o nome) mas onde a filosofia foi a do gamanço. Nega Zé Nega !
AG
05
Mar17

A PALAVRA SAUDOSISMO

António Garrochinho

Todos somos SAUDOSISTAS retirando o peso que a palavra tem que leva a que muita gente a associe meramente a questões políticas de maneira negativa.
TODOS SOMOS SAUDOSISTAS por razões felizes e menos felizes e porque o passado faz parte da nossa vida. Quem não é capaz de recordar o que já viveu, ou é um extra terrestre esquisito ou está mentindo. Nem tudo o que a vida nos deu no passado foi negativo, e foi passando por tantas dificuldades que aprendemos a não cometer os mesmos erros sistematicamente.
O QUE ACONTECE é que há gente que só sabe falar do passado porque não vive, não aceita o presente, e não tem alcance para medir a evolução da humanidade mesmo que a palavra "evolução" seja muito discutível, o que seria do homem se não evoluísse !
Há quem maldosamente nos queira remeter para o passado sujo e evitar que recordemos determinados aspectos positivos. Ao mesmo tempo querem é ocultar a inércia dos tempos de hoje face a soluções de problemas que o homem já viveu e resolveu no século atrás lutando. Emfim demagogia pura, gato escondido com o rabo de fora. Há factos do passado que não cabem no contexto dos dias de hoje assim como ao contrário.
Quem não tem referências saudáveis não pode apontar o dedo a quem quer mudar e tornar o mundo melhor.
Pode.se e deve-se evocar o passado quando ele nos honra e foi transparente, quando o homem no passado não amouchou e não se vergou a injustiças e escravidão. Pode-se e deve-se evocar o passado não para denegrir tudo e todos ao mesmo tempo que se vive o presente de braços caídos escondendo os que sempre rejeitaram a falta de liberdade e promovendo os querem no presente as mesmas políticas de escuridão e submissão. O resto é areia para os olhos.
António Garrochinho
05
Mar17

QUANDO ME TIRAM DO SÉRIO

António Garrochinho

DETESTO AQUELAS PESSOAS QUE SEMPRE QUE AFIRMAM ALGO QUE É CONTRADITÓRIO NA SOCIEDADE COMO POR EXEMPLO O RACISMO, DIZEM: EU NÃO SOU RACISTA ! E LOGO A SEGUIR TODA A ARGUMENTAÇÃO É COMPOSTA PRECISAMENTE DESSES TRAÇOS IGNORANTES DE CHEIOS DE ÓDIO A OUTRAS CORES DE PELE, CULTURA E COSTUMES DOS POVOS.
PARECEM AQUELAS ABERRAÇÕES DESGALGADAS COM MEDO DE TUDO E DE NADA QUE AO COMEREM O BOLO FICAM MAIS CREME NA CARA DO QUE PROPRIAMENTE AQUELE QUE ENGOLEM.
COMO POR EXEMPLO NÃO EXISTISSE GENTE DE BEM EM TODOS OS PAÍSES DESTE PLANETA INCENDIADO POR EXTREMISMOS BACOCOS, IGNORÂNCIA E CEGUEIRA QUE NÃO LHES PERMITE VER QUE CADA POVO TEM A SUA HISTÓRIA E A MANEIRA DE LIDAR COM ELA.
DETESTO ESSA GENTE QUE NÃO QUER VER A REALIDADE HUMANA E A DIFICULDADE QUE HÁ EM SOBREVIVER NO CAPITALISMO QUE É O CANCRO DE TODA A HUMANIDADE.
O CAPITALISMO, O FASCISMO, O IMPERIALISMO PARA QUE EXISTA TEM QUE ESCRAVIZAR E ARRANJAR ADEPTOS PARA A SUA DIVULGAÇÃO TRAIÇOEIRA E NOJENTA.
TENHO PENA DE QUEM SENDO VÍTIMA LHE LAMBE O CÚ E MESMO COM O ROSTO REPLETO DE CACA NEGAM QUE O FAZEM !
António Garrochinho
05
Mar17

Dois argelinos fugiram a nado de navio no Tejo

António Garrochinho


Dois homens tentavam entrar ilegalmente em Portugal. Estão a ser procurados pela polícia

Dois argelinos que tentavam entrar em Portugal de forma ilegal terão conseguido fugir a nado de um navio-tanque aportado no rio Tejo, no terminal da Quimipor, no Barreiro. A notícia é avançada este domingo pelo Correio da Manhã: os dois homens, Jaloul Bensmail, de 44 anos, e Samir Miloudi, de 45, terão embarcado ilegalmente no navio Queen Isabella, que saiu do porto de Arzew, na Argélia, rumo a Portugal.
Os dois foram detetados pela tripulação do navio-tanque, que transportava gás, e foram detidos na enfermaria até à chegada em Portugal. As autoridades portuguesas foram informadas e os argelinos deveriam regressar ao país de origem logo que o navio aportasse. Porém, durante a descarga do gás, os dois homens conseguiram partir as janelas do compartimento em que se encontravam retidos e saltaram para o rio Tejo, tendo fugido a nado, escreve o CM.
Os dois argelinos foram identificados pela tripulação do navio, que entretanto regressou à Argélia, e estão agora a ser procurados pelas autoridades policiais.

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