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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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09
Mar17

35 mulheres de todo o mundo revelam a discriminação de género que enfrentam em seus empregos

António Garrochinho
Este Dia Internacional da Mulher é um bom momento para lembrar que as mulheres ainda estão lutando pela paridade na força de trabalho. Se você contar o trabalho pago e não remunerado -como assistência à infância e tarefas domésticas-, as mulheres trabalham mais horas do que os homens e, geralmente, por um salário muito inferior, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. A ONU relata que as mulheres em empregos em tempo integral ainda ganham apenas 70 a 90% do que seus pares masculinos. Mesmo quando conseguem emprego, as mulheres frequentemente enfrentam o obstáculo do sexismo no local de trabalho.


Os fotógrafos da Reuters capturaram retratos de mulheres no trabalho, e depois perguntaram a cada uma sobre a discriminação de gênero que enfrentaram na hora do batente. Em alguns casos, as respostas das mulheres mostram até onde chegamos: várias disseram que não experimentaram nenhum sexismo relacionado ao trabalho. Em outros casos, suas respostas provam que há ainda espaço para melhorias e progressos.

Eis o que as 35 mulheres de todo o mundo tinham a dizer sobre discriminação de gênero no trabalho.
- "As pessoas não sabem que existem sacerdotizas Shinto, então pensam que não podemos executar rituais." - Tomoe Ichino, 40, Japão.
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Via: Reuters / Amir Cohen
- "No começo os caras acharam meio estranho uma mulher trabalhando na carga e descarga, mas hoije todos já se acostumaram." - Liz Azoulay, 26, poeradora guindaste porto de Ashdod, Israel.
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Via: Reuters/Toru Hanai
- "Eu tinha dois homens sob minha responsabilidade e eles não faziam o que lhes pedia porque eu era uma mulher." - chef Ivonne Quintero, México.
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Via: Reuters/Henry Romero
- "A força física beneficia os colegas do sexo masculino em algumas situações em rotas mais difíceis, mas as mulheres são mais concentradas e meticulosas." - instrutora de montanhismo Julia Argunova, 36, Cazaquistão.
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Via: Reuters/Shamil Zhumatov
- "As diferenças entre os salários de homens e mulheres pode ser de até 20%, o que acontece com muitas mulheres." - Presidente suíça Doris Leuthard, 54 anos, Suíça.
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Via: Reuters/Ruben Sprich
- "Os homens não precisam se provar como nós, somos testadas todos os dias." - instrutora de paraquedismo Paloma Granero, 38, Espanha.
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Via: Reuters/Susana Vera
- "Estou muito orgulhosa do meu trabalho, acredito que agora nós, as mulheres, temos que ser as guerreiros." - frentista Yanis Reina, 30, Venezuela.
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Via: Reuters/Carlos Garcia Rawlins
- "Houve algumas dificuldades no início, senti alguma ironia, cinismo, senti que eles não me apreciaram." - piloto militar Ekaterine Kvlividze, 30, Geórgia.
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Via: Reuters/David Mdzinarishvili
- "No início da minha carreira de pescadora, todo mundo me disse que o comércio era para homens, mas agora todos os meus colegas respeitam e me chamam de capitã." - pescadora Chrifa Nimri, 69, Tunísia.
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Via: Reuters/Zoubeir Souissi
- "Não me lembro de qualquer discriminação contra mim trabalhando no campo do jornalismo." - jornalista e escritora Samah Abdelaty, 38, Egito.
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Via: Reuters/Amr Abdallah Dalsh
- "Quando eu cubro cenas violentas, às vezes sou assediada e ouço comentários sexualmente tendenciosos." - Fotógrafa Jeung Un, 27, Coreia do Sul.
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Via: Reuters/Kim Hong-Ji
- "Já existem muitas profissões que eram exclusivamente masculinas e agora são realizadas por mulheres." - policial Ana Maria del Verdun Suarez, 27, Uruguai.
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Via: Reuters/Andres Stapff
- "Em um nível sênior ainda é verdade que há menos professores na ciência, mas a lacuna está se fechando lentamente." - pesquisadora Dra. Catherine Reynolds, 37, Grã-Bretanha.
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Via: Reuters/Dylan Martinez
- "No meu país, essa é uma profissão incomum para uma mulher, mas até agora eu não conheci ninguém vendo isso em um contexto negativo." - restauradora de móveis Lejla Selimovic, 34, Bósnia e Herzegovina.
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Via: Reuters/Dado Ruvic
- "Não vejo diferenças de gênero no trabalho, aqui todos os bibliotecários são mulheres." - bibliotecáris Aimee Pompa Bolivar, 43, Cuba.
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Via: Reuters/Alexandre Meneghini
- "Alguns alunos com baixa auto-estima sorriem mais e se sentem lindos após o treinamento." - instrutora de dança do poste Claudia Concha Parraguez, 45, Chile.
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Via: Reuters/Ivan Alvarado
- "As mulheres são mantidas em um padrão mais elevado em conhecimento, em habilidades, em como as práticas clínicas vão, na aparência." - diretora do centro de oncologia oftalmológica da UCLA Tara McCannel, 44, Estados Unidos.
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Via: Reuters/Lucy Nicholson
- "Sou a primeira mulher a representar o meu país em competições nacionais e internacionais desde 1977." - surfista Rocio Larranaga, 53, Peru.
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Via: Reuters/Guadalupe Pardo
- "A mulher lutadora lidera as campanhas militares como qualquer homem." - soldado das Forças Democráticas da Síria Laila Sterk, 22, Syria.
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Via: Reuters/Rodi Said
- "Quando solicitei um emprego há 23 anos como maquinista, me disseram que era uma profissão para homens." - maquinista Serpil Cigdem, 44, Turquia.
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Via: Reuters/Osman Orsal
- "No mundo da dança profissional, eu li e conheço muitos coreógrafos mais estabelecidos do que as coreógrafas." - dançarina Sandra Mifsud, 43, Malta..
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Via: Reuters/Darrin Zammit Lupi
- "Eu sofro discriminação por vender na rua, mesmo da minha família." - vendedora de jornais Rosa Amelia Mejia Reyes, 35, El Salvador.
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Via: Reuters/Jose Cabezas
- "Uma vez uma empresa não quis me contratar para pintar um mural porque disseram que mulheres não podiam carregar o próprio material de trabalho." - artista Mado, 34, Brasil.
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Via: Reuters/Nacho Doce
- "Não há diferença em um veículo conduzido por uma mulher e um homem." - motorista de tuk tuk Januka Shrestha, 25, Nepal.
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Via: Reuters/Navesh Chitrakar
- "Devemos mudar as mentalidades da educação infantil: um menino pode brincar com bonecas e uma menina com carrinhos pequenos se quiser." - criadora de ostras Valerie Perron, 53, França.
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Via: Reuters/Regis Duvignau
- "No meu trabalho anterior, meu chefe deu preferência a colegas do sexo masculino e as mulheres sempre foram pagas com atraso, por isso mudei de emprego." - gari Juana Diaz, 43, México.
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Via: Reuters/Carlos Jasso
- "Há algumas trabalhadoras que podem dirigir grandes caminhões e retroescavadeiras. Se os homens podem fazer isso, por que as mulheres não podem?" - operadora de retroescavadeira Filipina Grace Ocol, 40, Philippines.
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Via: Reuters/Erik De Castro
- "Às vezes me negam contratos por causa de quem eu sou e talvez meu estado civil." - pintora Christine Akoth, 38, Quênia.
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Via: Reuters/Thomas Mukoya
- "Nunca senti qualquer desigualdade de gênero, acredito que as mulheres podem fazer o mesmo trabalho que os homens e que não deve haver discriminação." - açougueira Cristina Alvarez, 29, México.
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Via: Reuters/Jose Luis Gonzalez
- "Homens, meus companheiros de equipe, pensaram que eu não iria durar muito tempo na corporação devido ao treinamento duro." - bombeira Yolaina Chavez Talavera, 31, Nicarágua.
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Via: Reuters/Oswaldo Rivas
- "A paridade no exército já existe, é o uniforme que tem precedência sobre o gênero." - soldado Merylee, 26, França.
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Via: Reuters/Eric Gaillard
- "Quando eu planejei uma excursão de moto no Paquistão, muitos de meus colegas homens deram-me um conselho de não fazê-lo porque não é nem seguro nem fácil para uma mulher." - instrutora de motociclismo Mehwish Ekhlaque, 26, Paquistão.
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Via: Reuters/Akhtar Soomro
- "As mulheres que voltam ao trabalho depois de terem filhos são às vezes tratadas com desconfiança, como se não tivessem compromisso." - diretora de escola Maxine Mallet, 52, Grã-Bretanha.
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Via: Reuters/Stefan Wermuth
- "Como é injusto que uma mulher de 54 anos como eu tenha que trabalhar para cuidar de toda a família." - oleira Phung Thi Hai, 54, Vietnã.
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Via: Reuters/Kham
- "Uma vez eu não pude deixar de rir quando um consultor agrícola me perguntou onde estava o chefe quando eu estava bem na frente dele." - criadora de vacas Emilie Jeannin, 37, França.
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Via: Reuters/Benoit Tessier


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09
Mar17

Erigem estátua de uma menina intrépida bem em frente ao touro de Wall Street

António Garrochinho


A famosa estátua do touro bravo de Wall Street agora tem companhia. State Street Global Advisors, a terceira companhia do mundo em administração de ativos, instalou uma estátua de bronze chamada "A menina intrépida" bem na frente do touro, e tem algo mais que um valor artístico. A menina mantém uma pose audaciosa ante sua contrapartida taurina, e representa a luta pela igualdade de gênero entre a força de trabalho da atualidade. A ação faz parte de uma campanha para pressionar as empresas a empregar mais mulheres a seus conselhos.


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Erigem estátua de uma menina intrépida bem em frente ao touro de Wall Street 01


Enfrentando o touro da dominância masculina, sobretudo no mundo dos negócios, confere às mulheres o poder para fazer o mesmo. Uma placa no piso bem diante da escultura leva os dízeres: "Conheça o poder das mulheres na liderança!"

A campanha de State Street chegou justo a tempo para o Dia Internacional da Mulher, e também enviou cartas a 3500 empresas para que contratem mais mulheres em seu modelo. O gerente da empresa citou a diversidade de gênero como uma forma de melhorar o desempenho das companhias e aumentar o valor para os acionistas.

Para a State Street, a estátua foi uma maneira de chamar a atenção para o problema. Atualmente, quase um quarto dos conselhos representados no referido mercado não têm mulheres, segundo dados dos Serviços Institucionais de Acionistas.

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09
Mar17

OLHÓ AVANTE ! - Em facto

António Garrochinho


Henrique Custódio 

Ainda não saiu do adro o escândalo da evasão de dez mil milhões de euros para «paraísos fiscais» sem fiscalização do Fisco, em pleno consulado de Passos/Portas e na mesma altura em que pessoas eram desapossadas da sua habitação por dívidas de 100 ou 500 euros, mas já se percebeu que a procissão vai ter grandes dimensões.

O ex-secretário de Estado Paulo Núncio apresentou sucessivamente três versões sobre o caso dos offshores, ficou obviamente desacreditado e agora todos os olhos se viram para os responsáveis das Finanças do governo PaF – Maria Luís Albuquerque e Víctor Gaspar – e para Passos Coelho, chefe do executivo na altura.

A direita empenhada em desviar as atenções do caso centra-se em salvaguardar os dois ministros das Finanças e o primeiro-ministro de então, procurando estancar na confissão de Paulo Núncio (que, obviamente, se dispôs a assumir a «responsabilidade política» para iludir o seu papel de «testa de ferro») os estragos deste enxurro.

Mas o caso agravou brechas na direita, como se percebe na entrevista de Rui Rio ao DN, pessoa do PSD que gosta de dizer coisas, o que concorre para precipitar o inevitável: a audição parlamentar dos responsáveis maiores do governo Passos/Portas, confrontando-os com os factos que era impossível desconhecerem e que tutelavam por inteiro.

O escândalo alarga-se incessantemente, o que tem desnorteado Passos Coelho, que ora atira as responsabilidades pelo caso dos dez mil milhões para a Autoridade Tributária, ora (e com a mesma desfaçatez) «exige» «apuramento de responsabilidades» sem, contudo (até agora), se disponibilizar pessoalmente para prestar declarações na Comissão de Inquérito. Continua na mesma fuga para a frente, naquela voz redonda que apenas rola numa direcção, a da obsessiva «queda do Governo» que, delirantemente, o «reconduza» ao poder.

Entrou no anedotário nacional a ideia peregrina, que parece a única a mover Passos Coelho, de que tudo o que correr mal no País corre bem para o seu PSD e vice-versa, alocução não formulada pelo ex-chanceler, mas que tem a chancela da realidade que o próprio impinge, ao anunciar diariamente catástrofes e/ou desastres no País, ao arrepio dos factos e das estatísticas, agora positivas como nunca foram na sua governação e que ele teima, numa pertinácia bovina, em negar ad aeternum.

Mas deixemos Passos Coelho perdido no seu labirinto e reparemos na naturalidade com que se invoca a «legalidade» dos offshores, embora já não se possam esquivar a reconhecer que são geralmente usados «para esconder fortunas ou fugir ao Fisco».

Ou abrir caminho a todos os contrabandos. Os offshores são, em facto, um mecanismo para dar cobertura a todos os desmesurados roubos proibidos pelas próprias regras do capitalismo.

09
Mar17

A maior VERGONHA de 2017 - Jornalista desmascara Vaticano

António Garrochinho





Emiliano Fittipaldi, o jornalista italiano que denunciou crimes fiscais de instituições ligadas à Igreja Católica, revela no livro Avareza, lançado agora em português (pela editora Saída de Emergência) que as beatificações são um dos negócios mais lucrativos para os cardeais.
Em entrevista à revista portuguesa Visão, Fittipaldi conta que “o caminho mais rápido para chegar a santo é pagar a um bom advogado para tratar do processo. Pela beatificação da espanhola Francisca Ana de las Dolores cobraram-se EUR 482.693 [USD 549.392]”. Para se iniciar o processo de canonização é preciso que o candidato a santo seja beato.
Tendo em conta o custo do processo, não admira que haja certas zonas do planeta, como África, onde o número de santos seja bem menor. “Em África ou nas Filipinas não há dinheiro para isso”, diz o jornalista que passou um ano a investigar as contas do Vaticano.
No livro, Fittipaldi revela nomes de cardeais que desviaram dinheiro de doações que deveriam ter ido para os mais pobres. “Descobri que Tarcisio Bertone [ex-secretário de Estado] usou EUR 200 mil [USD 227 mil] de um hospital pediátrico para fazer restauros na sua casa. Um cardeal pedófilo pagava EUR 50 mil [USD 56] por mês à secretária”.
“Em 2012, as esmolas recolhidas para apoiar os pobres somaram EUR 53,2 milhões [USD 60,5 milhões], mas só EUR 11 milhões [USD 12,5 milhões] foram para ajudar os mais desfavorecidos. A Cúria romana ficou com EUR 35,7 milhões [USD 40,6 milhões]. Há cardeais a viverem em luxo. No meu livro digo o nome e apelido de cada um. Descobri que há cardeais a viver em Roma em apartamentos de 400 metros quadrados. E não usam esse espaço nem para pobres nem para refugiados”, denunciou o jornalista.
Fittipaldi acrescenta que “o Vaticano é um Estado rico. Mas todo o dinheiro recolhido fica no Vaticano, para os cardeais, em vez de ir para os pobres. Isso é incrível!”
Em Avareza, o jornalista garante que diz que só denunciou dez por cento do escândalo económico dentro do Vaticano. “Sei de cardeais que têm milhões de euros no banco do Vaticano. Se outros quiserem investigar, terão muito sobre o que escrever”, sublinhou.
Mesmo com a informação, o jornalista escolheu não continuar a investigar o Vaticano, confessando-se “cansado”. “Fui muito atacado em Itália. Dei entrevistas a jornais dos Estados Unidos, Espanha e Portugal. Mas, em Itália, nenhum jornal quis ouvir as minhas denúncias”. Além disso, outros profissionais acusam-no de ter roubado os documentos. Uma rádio católica sugeriu que se enforcasse.
Reacção do papa Francisco
Emiliano Fittipaldi criticou a reacção do papa Francisco após a publicação do livro. “Ele é um rei no Vaticano e eu tenho um problema com a justiça dele. O papa está muito zangado com a edição do meu texto. Levou-me a tribunal. Depois da publicação, disse em público, na Praça São Pedro, em Roma, dirigindo-se à multidão, que o meu livro era mau para a Igreja”.
O jornalista explica que o papa “quer mais transparência para o futuro, mas não quer que se descubra o passado. Quer limpar a Igreja por dentro sem que ninguém saiba.”
“Francisco e o Vaticano estão muito zangados comigo porque destruí essa propaganda. Ele queria reformar, mas não teve tempo para isso. E agora está sozinho. Tem muitos inimigos”, acrescenta.
A fuga de informação que deu origem ao livro Avareza ficou conhecida como Vatileaks. Os documentos mostram uma lista de propriedades da Igreja em Londres, Paris e Roma, no valor de EUR 4 mil milhões (USD 4,5 mil milhões). Depois da publicação, Francisco tem tentado mudar o sistema para haver mais transparência.
O autor é acusado do crime de “subtracção e divulgação de notícias e documentos reservados”, previsto na lei do Estado do Vaticano. Se for condenado ainda este mês, arrisca-se a uma pena máxima de oito anos de prisão. Também enfrenta a justiça num tribunal de Roma por causa de outro trabalho jornalístico sobre Tarcisio Bertone, em que é acusado de difamação. “Nos próximos tempos, vou passar mais tempo em tribunal do que no jornal”, disse.



www.lusopt.pt
09
Mar17

COMPAIXÃO POR UM MAINATO RESSABIADO

António Garrochinho


Sabe-se: o emigrante humilhado lá na estranja tende a ser arrogante e malcriado, quando regressa à santa terrinha.
Por isso se compreende a arrogância e má educação do PaSSos, nos debates parlamentares. É que o homenzinho, coitado,  foi mainato da senhora Merkel, durante quatro anos,(o que lhe conferiu o estatuto de equiparado a emigrante) e todos temos presente as humilhações a que foi sujeito. Agora, os indígenas que aturem a sua sub-urbanidade, a sua má educação e o seu desejo de vingança. Haja compaixão!

aditaeobalde.blogspot.pt
09
Mar17

Ilhéus prometem pôr-se à frente das máquinas para impedir demolições

António Garrochinho



Os ilhéus da Culatra prometem pôr-se «entre as máquinas e as habitações», quando começar o processo de demolição das cerca de 50 casas que a Polis Ria Formosa tomou posse administrativa, já que este «é o único e último sítio em que nos resta lutar», anunciou o movimento SOS Ria Formosa/Je Suis Ilhéu.

Os ativistas anti-demolições prometem resistir por todos os meios ao seu alcance, já que a sua «luta serena, mas em constante protesto pacífico, parece não nos ter conduzido onde gostaríamos».
Numa nota de imprensa assinada por Vanessa Morgado, o movimento anunciou que «não assumirá qualquer responsabilidade caso a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa decida avançar com maquinaria pesada para destruição de habitações no núcleo do Farol e Hangares na Ilha da Culatra» e se daí decorrerem problemas.
«Se vai ser bonito? Não, não vai, vai ser muito feio, vai ser um enorme sofrimento, mas não podemos deixar de convocar todos para esta última batalha. Se vão haver consequências? Provavelmente, mas não fomos nós que escolhemos este caminho. Colocar pessoas de bem entre máquinas e as suas casas é condenar um povo à extinção», diz o SOS Ria Formosa.
Os ativistas anti-demolições já deram uma primeira imagem do que poderá vir a acontecer, nos dias em que técnicos da Polis se deslocaram à Culatra para tomar posse administrativa. Os ilhéus colocaram-se junto às casas para tentar impedir o acto administrativo e a marcação das casas, embora sem sucesso. A mesma “tática”, prometem será usada quando chegarem as máquinas.
Apesar de ainda não se saber a data exata em que vão começar as demolições, os ilhéus antecipam que nada de bom poderá sair deste processo, que será «mau para o estado, para os empreiteiros, para os coitados daqueles policias marítimos que nos conhecem pela vivência que temos nas ilhas há largas décadas e que terão de cumprir o seu serviço contrariados».
«Queríamos estar com serenidade a pensar no futuro das ilhas, no que podemos melhorar aqui e ali, pensar em cuidar das nossas habitações e fazer os investimentos necessários para a sua conservação sem que tenhamos a constante ameaça de futuras demolições. Infelizmente pelo que já aqui descrevemos, não o podemos fazer, não nos querem dar descanso», acrescentam os ilhéus.


www.sulinformacao.pt
09
Mar17

Milhares exigiram mudança de rumo para a Argentina

António Garrochinho


Centenas de milhares de trabalhadores (o Resumen Latinoamericano fala em 500 mil) responderam, esta terça-feira, ao apelo à mobilização lançado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), em conjunto com outras centrais sindicais, sindicatos sectoriais, bem como o movimento associativo e popular argentino.

Aos trabalhadores da Educação, que cumpriam o segundo dia de paralisação, juntaram-se os da Saúde, os dos Transportes, da Estiva, da Alimentação e de vários outros sectores, reivindicando, de forma comum, uma mudança de política económica no país, que ponha um travão aos pacotes de «ajuste», ao desemprego, aos «tarifaços», à flexibilização laboral, à perda de poder de compra e ao agravamento do custo de vida que têm marcado a governação de Macri.
A marcha, que entupiu o centro da capital argentina, terminou junto ao Ministério da Produção, onde os manifestantes exigiram o fim das políticas anti-populares e a defesa da indústria nacional, face ao «aumento indiscriminado de importações». Considerando, para além disso, que neste momento não há condições para dialogar, os trabalhadores pediram aos sindicatos que agendem uma greve geral até ao fim deste mês.

«Macri, com os professores não se brinca»

O início do ano lectivo na Argentina fica marcado pela paralisação de 48 horas convocada pela Frente Nacional Docente, que integra cinco organizações sindicais do sector. De acordo, com a frente, os níveis de adesão à greve chegaram aos 92% na primeira jornada de luta, que coincidia com o primeiro de dia de aulas e que trouxe para as ruas de Buenos Aires cerca de 70 mil professores e outros trabalhadores da Educação.
Nas muitas faixas que os manifestantes exibiram entre a Praça do Congresso e a Praça Pizzurno, onde fica o Ministério da Educação, podia ler-se «Macri, com os professores não se brinca» e «Ensino de qualidade com salários que nos permitam comer». O aumento dos salários e a abertura de negociações com vista a alcançar esse objectivo foram as principais exigências de um sector bastante afectado pela inflação e pela degradação das condições de vida na Argentina.

Acordar o ministro da sesta

No final, vários dirigentes sindicais dirigiram-se à multidão. Sonia Alesso, da Confederação de Trabalhadores da Educação, disse que, ao exigirem negociações salariais, estes trabalhadores não o fazem «só pelo dinheiro», mas também «para mudar esta política», tendo sublinhado que «não vão afrouxar nem retroceder», indicam a Prensa Latina e o Resumen Latinoamericano.
Na mesma linha, Mario Almirón, dos Docentes Privados (Sadop), afirmou que «os professores não lutam» apenas pelos seus interesses, «mas são trabalhadores que querem uma pátria justa, livre e soberana».
Por seu lado, Hugo Yasky, da Central de Trabalhadores da Argentina, referiu-se ao ministro da tutela como alguém que, «ali perto, dorme a sesta há já muito tempo, e que hoje estamos a acordar», acrescentando: «Não vamos baixar os braços até sermos ouvidos: ou há negociações salariais ou continuamos em greve.»

09
Mar17

Só há 5 concelhos em Portugal onde as mulheres ganham mais que os homens

António Garrochinho


Ourique, Mértola, Castanheira de Pêra, Nordeste e Lajes do Pico são os únicos cinco concelhos portugueses onde as mulheres ganham mais que os homens, avança a Marktest, a propósito do Dia Internacional da Mulher, que hoje se celebra.
A empresa de estudos de mercado analisou os salários dos trabalhadores por conta de outrem e apurou que a diferença é pequena, mas que o ganho médio mensal das mulheres é mais elevado, ao contrário da generalidade dos concelhos do país, em que os homens ganham mais.
Em Ourique, as mulheres ganham em média mais 10 euros do que os homens e em Lajes do Pico ganham mais 26 euros. Contrariamente, em Alcochete, a diferença entre o rendimento dos homens e das mulheres pode chegar aos mil euros. Eles ganham em média 2073 euros mensais e elas 906 euros.
Vila do Porto, Sines, Castro Verde e Vila Velha de Ródão são os outros concelhos onde a disparidade salarial entre homens e mulheres é maior, variando entre 928 euros e 615 euros.
Oeiras é o concelho onde as mulheres mais ganham, uma média de 1405 euros mensais, à frente de Lisboa, com 1373 euros, e de Sines, com 1189 euros. Em Celorico da Beira, Lousada e Gavião, por oposição, as mulheres têm o menor ganho médio mensal, que não supera os 640 euros.


dinheirovivo.pt/
09
Mar17

Luís Cunha Ribeiro e Lalanda de Castro, arguidos da operação "0 Negativo", estão em liberdade desde 1 de março, a

António Garrochinho

Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa alterou medidas de coação

Luís Cunha Ribeiro e Lalanda de Castro, arguidos da operação "0 Negativo", estão em liberdade desde 1 de março, avança a SIC Notícias. De acordo com esta fonte, o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o ex-administrador da farmacêutica Octapharma em Portugal tiveram as suas medidas de coação alteradas pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Os dois arguidos estavam em prisão domiciliária. O Tribunal decidiu agora colocá-los em liberdade com proibição de manterem contacto um com o outro e de saírem do país.
No inquérito da 'Operação O Negativo', dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, investigam-se suspeitas de que Lalanda e Castro e Luís Cunha Ribeiro - ex-presidente do INEM -, que estava ligado a procedimentos concursais públicos na área da saúde, terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a Octapharma.
Em causa estão factos suscetíveis de se enquadrarem na prática de crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.


www.dn.pt
09
Mar17

DAQUI NÃO SAIO DAQUI NINGUÉM ME TIRA

António Garrochinho


A minha obediência é a Bruxelas . O Banco de Portugal é uma filial do BCE .
Foi isto que em resumo disse Carlos Costa ao Público.
O sofisma de que fica para preservar a independência do banco é isso mesmo , um sofisma .
Que independência manifestou o Governador no caso Espírito Santo perante as mentirolas de Maria Luís , Passos e Portas ? Nenhuma . Colaborou na mistificação.
Só o que se passou com o Banif era suficiente para se demitir se tivesse um mínimo de sentido de Estado .
Espero que ainda venha  a prestar contas ao trabalhadores e ao povo !


Este artigo encontra-se em: FOICEBOOK http://bit.ly/2mGHhgs
09
Mar17

Quando os denunciantes dizem a verdade são traidores. Quando o governo mente é política

António Garrochinho

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(Carey Wedler, in Theantimedia.org, 08/03,2017, Tradução de Estátua de Sal)
cia
Imediatamente após o Wikileaks ter libertado milhares de documentos revelando a extensão da vigilância da CIA e das práticas de hackers, o governo pediu uma investigação – não sobre a razão porque a CIA acumulou tanto poder, mas sim sobre quem expôs as suas políticas de intrusão.
“Uma investigação criminal federal está sendo aberta sobre a publicação pelo WikiLeaks de documentos que detalham supostas operações de hacking da CIA, segundo vários funcionários dos EUA”, informou a CNN.
De acordo com o Usa Today:
“O inquérito, de acordo com fonte governamental, procurará determinar se a divulgação representou uma violação do exterior ou um vazamento do interior da organização. Uma revisão separada tentará avaliar os danos causados por tal divulgação, disse o oficial. “
Mesmo o representante democrata, Ted Lieu, que tem exortado a que denunciantes surjam para denunciar irregularidades do governo Trump, afastou o foco daquilo que os documentos expuseram e deu toda a importância a questionar como tal poderia ter acontecido.
“Estou profundamente perturbado com a alegação de que a CIA perdeu o seu arsenal de ferramentas de hacking”, disse ele ao pedir uma investigação. “As consequências podem ser devastadoras. Peço uma investigação imediata no Congresso. Precisamos saber se a CIA perdeu o controle das suas ferramentas de hacking, quem pode ter essas ferramentas e como podemos agora proteger a privacidade dos americanos “.
De acordo com as declarações de Lieu, o problema não é necessariamente que a CIA esteja a espiar os americanos e  a invadir através da tecnologia a vida de pessoas inocentes sem o seu consentimento. É que a CIA tem utilizado mal as suas ferramentas de espionagem e, ao fazê-lo, colocou em risco a privacidade dos americanos colocando as ferramentas supostamente ao alcance  de “atores maus”. O problema então não é a agência ter sido corrupta ao violar os direitos básicos de privacidade dos cidadãos, mas não ter sido suficientemente competente para manter a sua corrupção em segredo.
É neste estado que se encontra a narrativa acerca dos denunciantes nos Estados Unidos. Os denunciantes dão um passo em frente para denunciar atos ilegais por parte do governo – algo que o governo alega apoiar – e, imediatamente, as instituições e os meios de comunicação afastam o debate sobre o delito denunciado, e concentram a sua atenção na libertação ilícita de segredos.
Pondo de lado o fato que, de acordo com a popular mitologia americana, violar a lei é um dever patriótico, as reações do governo e dos políticos são hipócritas como é habitual.
Quando Chelsea Manning revelou a evidência dos condenáveis crimes dos EUA na guerra do Iraque,  que levaram soldados a atacar diretamente a equipa de jornalistas da Reuters, a resposta não foi investigar quem permitiu esses crimes (de fato, um manual do Pentágono posterior descrevia casos em que seria permissível matar jornalistas; esta versão do manual só foi retirada depois de protestos de repórteres). Em vez disso, Manning foi submetido a um tribunal militar que emitiu várias sentenças de prisão perpétua, uma punição cruel e inusitada revertida somente nos últimos dias de governo do presidente Obama, no meio das suas tentativas de salvar a sua pecaminosa governação do seu record de ataque aos direitos humanos, à transparência e ao registo de denunciantes.
Quando Edward Snowden revelou a extensão da vigilância em massa, sem mandato, da NSA a cidadãos americanos e milhões de outros em todo o mundo, a resposta do governo não foi investigar em primeiro lugar a razão desses programas existirem. Em vez disso, os EUA fizeram uma perseguição mundial ao denunciante, e ordenaram que o avião do presidente boliviano, Evo Morales, fosse forçado a aterrar, na esperança de apanhar o denunciante. E o Congresso aprovou de seguida a decepcionante lei “EUA Freedom Act”, que legalizou a vigilância contínua.
Edward Snowden permanece no exílio, e os políticos do establishment apelidam-no repetidamente de traidor por ter exposto os crimes do seu governo. Alguns, incluindo o diretor da CIA de Trump, Mike Pompeo, pediram sua execução. A vigilância em massa continua, e o próprio presidente Trump está a tentar conter esses poderes, ao mesmo tempo que acusa o ex-presidente Obama por supostamente o ter espiado.
E assim por diante. O mesmo aconteceu com John KiriakouThomas DrakeWilliam Binney e Jeffrey Sterling. O governo é denunciado por transgressões  e abusos e os governantes, ao invés de tentarem provar serem representantes do povo e remediarem essas transgressões, apontam o dedo às denúncias e desviam-se do essencial, ao mesmo tempo em que se recusam a pôr em causa ao poder injusto que é revelado as agência de informações possuírem.
Muitas pessoas já estão conscientes de que o governo faz pouco por elas, e de facto não trabalha para as servir, (a confiança dos americanos nos líderes políticos  e no governo, em geral, é assustadoramente baixa). Em vez disso, agentes e agências governamentais operam para aumentar e concentrar os seus próprios interesses e poder. É por isso que as penas previstas na lei contra a morte de funcionários do governo são mais rigorosas do que contra a morte de civis. É por isso que roubar o governo é considerado mais escandaloso para o Estado do que roubar um civil. O governo considera os “crimes” cometidos contra si próprio merecedores da maior sanção, mas muitas vezes não consegue levar a justiça aos assuntos da sociedade civil, satisfazendo as pretensões das pessoas que materializam o seu suporte financeiro através dos impostos que pagam.
Desse modo, o Estado nem sequer tenta mostrar arrependimento pelas suas políticas violadoras, mesmo quando elas são expostas e espalhadas pelos meios de comunicação social para que o mundo veja. Em vez disso, com a ajuda da corporação dos media, o debate é deslocado para saber se a WikiLeaks é uma organização criminosa, ou se Edward Snowden é ou não um traidor.
Como disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, sobre os vazamentos:
“Esse é o tipo de divulgação que mina nosso país, a nossa segurança. Este alegado vazamento deve preocupar todos os americanos pelo seu impacto na segurança nacional. … Qualquer pessoa que revele informações classificadas será responsabilizada e punida de acordo com as sanções máximas previstas  na lei. “
Enquanto isso, é suposto que temos que aceitar as investigações que o governo faz sobre si próprio e sobre as suas próprias acções, que (surpresa!). Normalmente tais investigações  encontram pouco ou nenhum desvio no comportamento das agências governamentais, o que, muitas vezes, consolida e amplia os poderes e actos clandestinos postos a nu pelos denunciantes.

09
Mar17

Berlim avalia pirataria da CIA antes da ida de Merkel à Casa Branca

António Garrochinho


WikiLeaks diz que primeiros documentos representam apenas 1% do material do Vault 7, a maior fuga de informação de sempre da CIA
Consulado norte-americano em Frankfurt terá sido utilizado como base para operações na Europa, Médio Oriente e África

A procuradoria federal alemã está a estudar a alegação de que a CIA utilizou o consulado dos EUA em Frankfurt como uma base clandestina para os piratas informáticos desenvolverem as suas operações na Europa, Médio Oriente e África. A denúncia é feita pela WikiLeaks, com base nos quase nove mil documentos confidenciais que publicou e que revelam as ferramentas utilizadas pela agência para aceder a telemóveis, computadores e outros aparelhos. As empresas de software já estão a analisar a informação para ver como podem colmatar as falhas.
"Vamos iniciar uma investigação se encontrarmos provas de atos criminosos concretos ou perpetradores específicos", disse à Reuters o porta-voz do gabinete da procuradoria alemã. O seu homólogo do Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou também que o tema está a ser levado a sério, mas era preciso saber mais pormenores. Em 2013, soube-se que a Agência Nacional de Segurança (NSA) tinha acedido ao telemóvel da chanceler alemã, Angela Merkel, gerando mal--estar entre os dois países.
Na terça-feira, Merkel viaja até Washington para um encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, que ontem disse estar "extremamente preocupado" com a falha de segurança que permitiu a publicação dos documentos - na prática confirmando a sua autenticidade, algo que a CIA não fez. Fontes citadas pela Reuters garantiram contudo que a agência já tinha conhecimento desde o final do ano passado de que tinha havido uma falha de segurança - a WikiLeaks diz que os documentos são de um período entre 2013 e 2016, representando apenas 1% do material que recebeu o nome de código Vault 7.
"Nós vamos atrás das pessoas que divulguem documentos classificados. Vamos processá-los", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. A WikiLeaks alega que a informação circulou sem autorização entre "antigos piratas informáticos do governo e contratistas". Um deles partilhou a informação com a organização de Julian Assange, esperando gerar um debate sobre a legitimidade do uso e controlo destas armas cibernéticas.
As empresas a cujos produtos a CIA pode alegadamente aceder já reagiram. A Apple, por exemplo, lembra que a tecnologia de proteção de dados presente nos iPhones é sempre a mais recente e que trabalha constantemente para garantir a segurança dos utilizadores. "Apesar de a nossa análise inicial indicar que muitas das questões que saíram a público já estão corrigidas na última versão do iOS [o sistema operativo], vamos continuar a lidar rapidamente com qualquer vulnerabilidade que seja identificada", disse a empresa em comunicado.
Por outro lado, as apps de comunicação como a WhatsApp, Signal ou Telegram não apresentam falhas no sistema de encriptação usado para garantir o secretismo das mensagens, mas estão na mesma vulneráveis já que a CIA consegue ter o controlo total do aparelho. "Este não é um problema da app. É relevante ao nível dos aparelhos e sistemas operativos", reagiu a Telegram.
Já a Samsung, cujos televisores inteligentes podem alegadamente permitir à CIA escutar tudo o que se passa à sua volta, disse que "proteger a privacidade dos utilizadores e a segurança dos seus dispositivos é uma das nossas prioridades", acrescentando estar a "investigar o assunto com urgência". A Microsoft disse estar a fazer o mesmo, mas a Google não o quis comentar.

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António Garrochinho

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