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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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16
Mar17

16 de Março de 1825: Nasce Camilo Castelo Branco, em Lisboa, autor de "Amor de Perdição", "A Queda de Um Anjo"

António Garrochinho


Novelista entre os anos 50 e 80 do século XIX e um dos grandes génios da Literatura Portuguesa, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu a 16 de  Março de 1825, em Lisboa, e suicidou-se a 1 de  Junho de 1890 em S. Miguel de Seide, Famalicão. Órfão de mãe aos dois anos e de pai aos nove, passou, a partir desta idade, a viverem Vila Real com uma tia paterna. Aos 16 anos, casou-se com Joaquina Pereira, em Friúme, Ribeira de Pena.Em 1844, instalou-se no Porto com o intuito de cursar Medicina, acabando por não passar do 2.o ano. Em 1845,estreou-se na poesia e no ano seguinte no teatro e também no jornalismo -  actividade, aliás, que nunca abandonaria. Viúvo desde 1847, fixou-se definitivamente no Porto a partir de 1848 (onde, em 1846, já estivera preso por ter raptado Patrícia Emília, um dos seus tumultuosos amores, de quem teria uma filha). De 1849 a 1851 consolidou a sua  actividade jornalística, retomou o teatro, estreou-se no romance com Anátema (1851), conheceu a alta-roda portuense bem como os meios boémios e foi protagonista de aventuras romanescas.

Em 1853, abandonou o curso de Teologia no Seminário Episcopal, fundou vários jornais e em 1855 tornou-seo  redactor principal de O Porto e de Carta. Nessa altura, o seu nome começava a soar nos meios jornalísticos e literários do Porto e de Lisboa: já alimentara várias polémicas e publicara alguns romances. Mas foi a partir de 1856 que atingiu a maturidade literária (no domínio dos processos de escrita) com o romance (por alguns autores considerado novela) Onde Está a Felicidade?. Foi ainda neste ano que iniciou o relacionamento amoroso com Ana Plácido, casada desde 1850 com Manuel Pinheiro Alves.

Por proposta de Alexandre Herculano, foi eleito sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa em 1858 - ano em que nasceu Manuel Plácido, filho de Camilo e de Ana Plácido. Em 1860, Manuel Pinheiro Alves desencadeou o processo de adultério: em  Junho foi presa a mulher e a 1 de  Outubro Camilo entregou-se na cadeia da Relação do Porto. D. Pedro V visitou-o, em 1861, na cadeia, e a 16 de  Outubro desse ano os réus foram absolvidos. Era intensa a  actividade literária de Camilo (não sendo a esse facto de todo alheias as dificuldades económicas):entre 1862 e 1863, o escritor publicou onze novelas e romances atingindo uma notoriedade dificilmente igualável.Em 1864, fixou-se na quinta de S. Miguel de Seide (propriedade de Manuel Pinheiro Alves que, entretanto,falecera em 1863) e nasceu-lhe o terceiro filho, Nuno. Quatro anos depois, dirigiu a Gazeta Literária do Porto; em 1870 iniciou o processo do viscondado (o título ser-lhe-ia atribuído em 1885) e, em 1876, tomou consciência da loucura do segundo filho, Jorge. No ano seguinte morreu Manuel Plácido. A partir de 1881, agravaram-se os padecimentos, incluindo a doença dos olhos que o  afectava. Em 1889, por ocasião do seu aniversário,foi  objecto de calorosa homenagem de escritores, artistas e estudantes, promovida por João de Deus. No ano seguinte, já cego, impossibilitado de escrever (a escrita foi, no fim de contas, a sua grande paixão), suicidou-se com um tiro de revólver. A casa de Seide é hoje o museu do escritor e na sua vizinhança foram inauguradas, a 1 de  Junho de 2005, as novas instalações do Centro de Estudos Camilianos.

Camilo foi o primeiro escritor profissional entre nós. Dotado de uma capacidade prodigiosa para e fabular narrativas, conhecedor profundo do idioma, observador, ora complacente ora sarcástico, da sociedade (sobretudo da aristocracia decadente e da burguesia boçal e endinheirada), inclinado (por gosto, por temperamento e formação) para a intriga e análise passionais (muitas vezes atingindo o sublime da tragédia, como no Amor de Perdição), este genial autor romântico deixou-nos uma obra incontornável (apesar de irregular) na evolução da prosa literária portuguesa. De facto, foi na novela passional e no "romance de costumes" que Camilo se notabilizou, legando-nos uma série de personagens ainda hoje inesquecíveis, quadros e situações que valem pela espontaneidade narrativa, pelo ritmo avassalador da ação, pela sugestão realista e ainda pela novidade temática,como em A Queda dum Anjo. A sua versatilidade literária e criadora (aliada à necessidade de não perder o público com a progressiva influência de Eça e de Teixeira de Queirós) levaram-no a assimilar (depois de ter parodiado) a atitude estética e os processos de escrita do Realismo e do Naturalismo, visíveis nesse notável livro que é A Brasileira de Prazins e em certa medida já iniciados com Novelas do Minho.

A sua arte de narrar constituiu, a par da de Eça de Queirós, um modelo literário para muitos escritores,principalmente até meados do século XX.

As suas obras principais são: A Filha do Arcediago, 1855; Onde está a Felicidade?, 1856; Vingança, 1858; O Romance dum Homem Rico, 1861; Amor de Perdição, 1862; Memórias do Cárcere, 1862; O Bem e o Mal, 1863;Vinte Horas de Liteira, 1864; A Queda dum Anjo, 1865; O Retrato de Ricardina, 1868; A Mulher Fatal, 1870; O Regicida, 1874; Novelas do Minho, 1875-1877; Eusébio Macário, 1879; A Brasileira de Prazins, 1882.

Além destas obras em prosa narrativa, assinale-se ainda os outros géneros (ou domínios) pelos quais se repartiu o labor de Camilo: poesia, teatro (de que se devem destacar O Morgado de Fafe em Lisboa, 1861, e O Morgado de Fafe Amoroso, 1865), dezenas de traduções (do francês e do inglês), polémica, prefácios, biografia, história,crítica literária, jornalismo e epistolografia (compreendendo mais de duas mil cartas).

Camilo Castelo Branco. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

wikipedia (Imagem)
Ficheiro:Camilo Castelo Branco.jpg
Camilo Castelo Branco, gravura de Francisco Pastor


Amor de Perdição 
Novela composta em 1861, por Camilo Castelo Branco, durante o tempo em que o autor esteve preso por adultério na cadeia da Relação do Porto. Foi baseada num episódio real da vida de um tio seu, Simão Botelho, que lhe teria sido contado por uma tia, e cujo registo o autor teria encontrado nos livros de assentamentos da cadeia. No entanto, a manipulação e a ficção, por parte de Camilo, são de tal forma livres, que o converteu na novela sentimental mais famosa do Romantismo português.
O enredo é ultra romântico: os protagonistas, Simão e Teresa, filhos de duas famílias inimigas de Viseu, os Botelhos e os Albuquerques, apaixonam-se. A conselho de Baltasar Coutinho, primo e prometido de Teresa,despeitado pelo ciúme, Tadeu de Albuquerque decide encerrar a filha no convento de Monchique, no Porto. Simão espera-os à saída de Viseu, trava-se de razões com Baltasar e mata-o a tiro, entregando-se logo à justiça. Preso na cadeia da Relação do Porto, é condenado ao degredo. Ao embarcar para a Índia, Simão ainda consegue avistar o vulto da sua amada, que se despede dele, já moribunda, esgotada pela desgraça. Horas depois, Simão toma conhecimento da morte de Teresa e morre também. A personagem mais verdadeira da novela, e que rompe com o convencionalismo romântico, é, contudo, Mariana, uma rapariga do povo, boa e abnegada, que, sentindo por Simão um amor absoluto e sem esperança, serve de intermediária entre Simão e Teresa, decidindo depois acompanhá-lo no exílio e suicidar-se após a morte dele, abraçando-se ao seu cadáver atirado ao mar.
À narrativa passional e trágica, onde o amor, o ódio e a vingança, nos seus múltiplos cambiantes surgem extremados, estaria também subjacente, segundo alguns estudiosos da obra camiliana, uma intenção de crítica social, pretendendo Camilo denunciar a obediência cega da sociedade ao preconceito obsoleto da honra familiar.



Amor de Perdição. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013

VÍDEO


 
16
Mar17

16 de Março de 1935: A Alemanha de Hitler repudia as cláusulas de desarmamento previstas no Tratado de Versalhes. Começa o reequipamento militar do país.

António Garrochinho


No dia 16 de Março de 1935, aproveitando a calma do fim de semana, Adolf Hitler anuncia o restabelecimento do serviço militar obrigatório e decide aumentar em 400 mil o efectivo da Wehrmacht.

Esta foi a primeira violação flagrante do Tratado de Versalhes. A comunidade internacional e a Sociedade das Nações em Genebra não ousaram repreender a decisão. No dia seguinte, a medida do Führer é celebrada com grandes festividades em todo o Reich.

A operação revelou a habilidade táctica de Hitler, que brincava com as aspirações de pacifistas do mundo todo para tornar os seus desejos realidade.

No começo daquele ano, em 13 de Janeiro, houve um plebiscito no Sarre, uma região fronteiriça entre a França e a Alemanha determinada pelas disposições do Tratado de Versalhes. Com uma esmagadora maioria, os habitantes sarrenses votaram pela reintegração da região ao território alemão, que já vivia há dois anos o domínio nazi.

A escolha livremente expressa pela população do Sarre era reflexo do governo nazi e, por extensão, da sua propaganda e sucesso económico. Fortalecido por este êxito,  o Führer pôde anunciar pouco depois que o seu país não tinha mais qualquer reivindicação territorial a oeste. Mais além, renunciou a qualquer pretensão sobre a Alsácia-Lorena, território mais emblemático da rivalidade franco-germânica de então.

Este discurso tranquilizaria os mediadores europeus, que não possuiam muitas exigências. Mas o restabelecimento do serviço militar obrigatório teve o efeito de balde de água fria. Entretanto, sempre hábil, Hitler pronuncia pouco depois um novo discurso em que reitera as suas intenções pacifícas e seu desejo pela paz no continente.

A opinião pública das democracias europeias ficaria tranquilizada. A justificação do chanceler era a de que com este tipo de providência, estava  a exercer o direito legítimo do seu país à auto-defesa. Hitler também alegava que sua decisão contestava a inércia das demais potências frente aos seus pedidos de revisão do Tratado de Versalhes.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

16
Mar17

16 de Março de1974: Golpe das Caldas - Tentativa de golpe militar, em Portugal, pelo Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha

António Garrochinho


Houve má camaradagem no 16 de Março, ditada pelo “salve-se quem puder” quando o quartel das Caldas estava cercado e os oficiais se deram conta que estava tudo perdido. Alguns não disfarçaram o medo, muitos sentiram-se desorientados e poucos se mantiveram firmes. Mas a ética castrense impede, mesmo 40 anos depois, que se aponte o dedo aos que tiveram um comportamento menos digno, apesar de alguns deles se mostrarem hoje vaidosos por terem participado num golpe que visava derrubar a ditadura.

É certo que não era fácil para um grupo de jovens oficiais afrontar um regime repressivo que acabaria – nesse dia – por levar a melhor. Consta que na messe de oficiais do RI5, pouco antes da rendição, as bebidas já se tinham esgotado. O dia acabara mal e o ambiente, na hora da rendição, era bem diferente do entusiasmo febril que ali se vivera durante a madrugada.

A história começa no dia anterior, 15 de Março, às 21 horas, quando a mulher de um dos oficiais do regimento vem à porta de armas do quartel entregar uma mensagem para o marido. No envelope vem a Ordem de Operações enviada por telefone por um major do Movimento das Forças Armadas o qual, vindo de Lisboa já se encontra a caminho das Caldas para o confirmar presencialmente. A mensagem diz que unidades do Norte se sublevaram e marcham sobre a capital e que o Regimento de Infantaria 5 deverá dirigir-se também para Lisboa para ocupar o aeroporto.

Um grupo restrito de oficiais mais comprometidos com o movimento reúne-se na 4.ª companhia e decide aderir à revolução. Dois deles, apesar do quartel estar de prevenção, saem à cidade e vão chamar oficiais amigos às suas casas. Passa pouco da meia-noite quando dois tenentes e um capitão, protegidos por camaradas que montam segurança nos corredores e nas escadas, entram no comando do quartel. Um deles leva uma pistola na mão, mas nota que o segundo-comandante também o recebe de pistola em punho.

“Tenha calma, Varela. Vamos conversar”. É assim que reage o segundo-comandante, que baixa a pistola. Um dos tenentes vai acordar o comandante da unidade, que estava num quarto ao lado. Os dois coronéis revezavam-se no comando da unidade porque sabiam dos ventos de rebelião. O comandante do RI5 é detido em pijama. A pistola que tinha na mesa de cabeceira é prudentemente retirada por um dos jovens oficiais, que mais tarde contará que o coronel, estupefacto, nem fez perguntas. Juntam-se, rebeldes e comandantes, numa sala numa conversa que se prolonga durante quase duas horas. Os sublevados ainda tentam convencer os comandantes a aderir à causa, mas sem êxito.

Cá fora há uma quase euforia. A maioria dos oficiais adere entusiasticamente e os que não estão de acordo também não se opõem nem boicotam a acção dos seus camaradas. Um major reúne os soldados e faz-lhes um discurso inflamado. Dezanove anos depois dirá: “Quando eu acabei o discurso a dificuldade foi em conseguir que ficasse alguém no quartel. Até tivemos que tirar gajos das viaturas pois todos queriam ir”.

O Regimento de Infantaria 5 (hoje Escola de Sargentos do Exército) tinha uma companhia operacional, pronta para combate, mas que naquele dia estava reduzida a um terço. A força entretanto criada acaba por ser constituída, em grande parte, por instruendos do curso de sargento miliciano, sem grande experiência. Um factor que não foi muito valorizado pelos cabecilhas do movimento porque uma das características do quartel das Caldas era possuir nas suas fileiras oficiais com experiência de combate no Ultramar e grande capacidade de liderança.

Viagem de ida e volta

A coluna parte para Lisboa pelas 4 horas da manhã. É composta por 14 Berliets e alguns Unimogues e GMCs, num total de 24 viaturas. Está convencida que os quartéis de Lamego, Santarém e Mafra também se sublevaram e vão a caminho de Lisboa, mas a poucos quilómetros da capital, pouco antes das portagens (que na altura eram em Sacavém) constata que marcha sozinha. São dois majores do Movimento das Forças Armadas que vão ao seu encontro para os informar que o golpe falhara e, corajosamente, se lhes juntam no regresso às Caldas da Rainha, onde chegam pelas 10 horas das manhã. Pelo caminho avistam na auto-estrada (que só ia até Vila Franca de Xira) uma coluna da GNR que passa por eles em grande velocidade, supostamente em sua perseguição, mal se dando conta que afinal estavam a cruzar-se com os seus perseguidos. Próxima das Caldas da Rainha, a coluna é sobrevoada por um avião que, após algumas voltas, se retira.

Pouco depois de terem entrado no quartel, este é cercado por forças de Leiria e de Tomar, da Escola Prática de Cavalaria de Santarém (a mesma que iria ter um papel decisivo no 25 de Abril), e também da Policia Móvel e GNR, para além, claro, de elementos da PIDE. Em inferioridade numérica, os militares cercados procuram capitalizar o tempo a seu favor, na esperança de que esta tentativa de golpe tivesse repercussão nacional e internacional. Na verdade viria a tê-la nos dias seguintes, sobretudo na imprensa estrangeira que referiu o golpe como um prenúncio de algo que estaria para acontecer. Alguns jornais, para irritação do regime, contextualizavam a situação portuguesa: militares sublevados num país que vivia sob ditadura e mantinha em África uma guerra contra movimentos de libertação.

Um episódio pouco conhecido durante o cerco foi um contacto de um oficial da Força Aérea que terá dito aos seus camaradas: “Aguentem aí que eu vou para Monte Real e ponho os aviões no ar”. Uma promessa não cumprida, mas que levou os militares cercados a prolongar a rendição, apesar de já lhes ter sido cortada água, luz e telefone. Do lado de fora do quartel, o comandante das forças de cerco, um brigadeiro com 76 anos fiel ao regime, ameaçava bombardeá-lo. As horas passam, para espanto da população caldense que, com o receio próprio de quem vive numa ditadura, circunda o quartel na expectativa de notícias.

A maioria dos oficiais estava segura que jamais os seus camaradas disparariam contra eles (a maioria das tropas que os cercavam acabaria por fazer o 25 de Abril 40 dias depois). Um tenente contou que, através de uma das guaritas do quartel das Caldas chegou à fala com outro oficial conhecido das tropas de cerco e que este lhe garantira: “Fica descansado que não vai haver tiros”. Mas os militares do RI5 compreendem que a situação lhes era desfavorável e que não havia mais nada a fazer.

Pelas 17h00 rendem-se e as forças de cerco entram na unidade. Os oficiais com a patente de tenente (inclusive) para cima são reunidos na biblioteca do quartel, onde ouvem um sermão do brigadeiro: “Congratulo-me pela maneira como se renderam pois se assim não tem acontecido não teria qualquer hesitação em bombardear o quartel. Lamento que numa unidade pela qual tenho um apreço especial, se tenha passado um caso destes. Espero que os senhores reflictam na insensatez do acto e saibam suportar as consequências”.

Entretanto, na messe de oficiais são detidos os alferes e aspirantes. E no refeitório dos praças, os sargentos, cabos e soldados. Estes serão todos recambiados para Santa Margarida, onde serão mal recebidos e maltratados após uma noite de viagem em camiões militares e depois de praticamente duas noites sem dormir.

Para os oficiais aguardava-os um autocarro que os levaria para Lisboa. Os mais comprometidos com a tentativa de revolução assumem as responsabilidades e procuram ilibar os camaradas, dizendo que estes apenas cumpriram ordens. Mas de pouco lhes serve. A maioria é enviada para o RALIS, em Lisboa e os mais envolvidos com a tentativa de golpe de Estado seguem para o presídio da Trafaria.

“Curso intensivo” na prisão

O autocarro é escoltado por viaturas militares e pela PIDE. Lá dentro, junto ao condutor, um tenente-coronel, armado com uma pistola com munição na câmara, faz toda a viagem de pé e até muda um oficial mais corpulento que ia no banco da frente por outro mais franzino, receando algum ataque.

Nos dias passados na Trafaria os oficiais mais implicados no 16 de Março vivem entre dúvidas e certezas. Só podem ver a família uma hora por semana. Ocupam o edifício mais isolado do complexo, onde podem circular livremente, mas nunca em contacto com os restantes presos. A maior parte do tempo era passado a conversar, a discutir, a situação deles e do país, a imaginar o que iria ser o futuro, a ler e a jogar damas e xadrez. “A prisão une os homens. Tínhamos discussões, trocávamos ideias, foi um autêntico curso intensivo. Todos saímos de lá com mais maturidade”, diria um dos oficiais anos mais tarde.

Todos, porém, tinham uma profunda convicção de que o Movimento das Forças Armadas não os iria abandonar e que a revolução teria de acontecer. Na verdade, o golpe das Caldas acabaria por servir de ensaio para as operações militares do 25 de Abril. E acabaria também por acelerar os seus preparativos, dado que havia camaradas do movimento que urgia libertar.

A libertação aconteceria no próprio dia 25, confirmando uma dica que alguém tinha soprado a um dos oficiais durante uma visita – “Tem calma pá, não vais passar o teu aniversário [27 de Abril] na prisão”.

Foi a tropa de Vendas Novas (e não os fuzileiros nem o esquadrão de Estremoz, conforme chegou a estar previsto) que na tarde do dia 25 de Abril ocupou a Trafaria e libertou os oficiais que, a partir desse momento, passaram a ocupar importantes cargos operacionais no MFA.

Do ponto de vista militar, o “golpe das Caldas” teve importância na preparação das operações do 25 de Abril. Do ponto de vista político, há leituras diversas, sendo a mais corrente a de que se tentou de um golpe spinolista destinado a abafar a revolução em marcha. Uma tese que, no entanto, é rejeitada pela maioria dos oficiais que nele participaram. O certo é que o general Spínola manda dizer aos oficiais detidos na Trafaria que se a tropa lhes cortasse os vencimentos, os direitos de autor do seu livro Portugal e o Futuro ser-lhes-iam oferecidos.

Medeiros Ferreira diz que o 16 de Março esteve para o 25 de Abril como o 31 de Janeiro esteve para o 5 de Outubro, mas que a história por vezes é impiedosa e que o 16 de Março foi injustamente esquecido.

Não é o caso hoje, 40 anos depois, com um primeiro-ministro a assinalar a efeméride, ainda que nas comemorações oficiais do seu partido. E com uma conferência de um historiador conotado com a direita que deverá trazer uma nova abordagem à intentona das Caldas da Rainha.

Fonte: Público

O comandante do cerco dá ordem de rendição ao Regimento de Infantaria 5





16
Mar17

PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO

António Garrochinho

COM POLÍTICAS CONFUSAS, DIFÍCEIS DE ENTENDER COMO AQUI HÁ ANOS SE ENTENDIAM E SE PRATICAVAM O MUNDO ESTÁ UMA COMPLETA GERINGONÇA.

POR INCONTÁVEIS VEZES JÁ O AFIRMEI AQUI, QUE EM PORTUGAL O MELHOR QUE PODERIA TER ACONTECIDO PARA OS PORTUGUESES QUE HÁ QUATRO DÉCADAS SOFREM COM AS POLÍTICAS NEO LIBERAIS FOI O CORRER COM A "PAF" QUE A CONTINUAR DESTRUIRIA O PAÍS POR COMPLETO COLOCANDO-O NAS MÃO DE MEIA DÚZIA DE CRIMINOSOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS.

MUITOS DOS CRIMINOSOS ESTÃO À SOLTA, OUTROS ESTÃO EM LUGARES CHAVE NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E COM FORTE INFLUÊNCIA NA GOVERNAÇÃO E OUTROS AINDA DENTRO DO PS QUE GOVERNA MAS NÃO SE LIVROU DA DIREITA E DOS GRANDES LOBISOMENS DA FINANÇA.

POR ISSO, EMBORA ACHE QUE SE AVANÇARAM ALGUNS MILÍMETROS EM MATÉRIA DO QUE NOS TINHA SIDO ROUBADO NÃO ACREDITO QUE A GERINGONÇA POSSA LEVANTAR O PAÍS E MELHORAR A VIDA DO POVO PORTUGUÊS.
OXALÁ ME ENGANASSE !
SÓ UMA ESQUERDA VERDADEIRA O PODERÁ FAZER E ISSO É DA COMPETÊNCIA E DA RESPONSABILIDADE DE QUEM ESTÁ FARTO DE SOFRER E SER ENGANADO.
O POVO !

António Garrochinho
16
Mar17

Frente da França suspende oficial do partido por negação do Holocausto

António Garrochinho



Benoît Loeuillet, chefe da FN em Nice, filmado secretamente dizendo 'não houve mortes em massa como nos disseram'

 Benoît Loeuillet: "Não acho que houve tantas mortes ... durante a 
 a Shoah", diz ele.A Frente Nacional francesa, de extrema direita, suspendeu um oficial do partido por negação do Holocausto, depois de sugerir que não havia massacres em massa nos campos de concentração nazistas.

Benoît Loeuillet, chefe da FN em Nice, foi secretamente filmado fazendo os comentários, que serão transmitidos em um documentário. "Eu não acho que houve tantas mortes ... durante a Shoah", diz ele.


Jean-Marie Le Pen é multado novamente por destituir o Holocausto como "detalhe"
 Consulte Mais informação
Perguntado pelo jornalista que o filma sobre negadores do Holocausto, Loeuillet, disse: "Eu realmente não sei o que pensar. É complicado ... não houve 6 milhões [mortes]. Não houve mortes em massa, como nos disseram.

Os cineastas, da TV Press Productions, pediram para acompanhar a FN na região dos Alpes Marítimos, no início deste ano, para entender por que tantos jovens eleitores apoiam o partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen , líder da primeira rodada Da eleição presidencial francesa no final de abril.

Quando o partido não respondeu a seu pedido, os journalists gravaram oficiais no segredo por dois meses. 

O FN está agora ameaçando expulsar Loeuillet. Em um comunicado na quarta-feira, ele disse ter sido convocado para uma audiência disciplinar que decidirá se ele deveria ser expulso da FN.

O filme, intitulado " FN: Ganhar sobre os Jovens", será transmitido na noite de quarta-feira no canal de TV francês Canal 8, de propriedade da Canal +.

Na semana passada, um dos oponentes de Le Pen na corrida presidencial, François Fillon , o candidato de direita, prometeu disciplinar os partidários que publicaram uma caricatura de seu adversário centrista , Emmanuel Macron , que foi comparada à propaganda antisemita dos anos 30.

A conta oficial do Twitter do partido de Fillon, Les Républicains , publicou uma caricatura de Macron descrevendo-o como um banqueiro gancho-cheirado em um chapéu alto que corta um charuto com o símbolo comunista da foice vermelha.

No início deste mês, os deputados do Parlamento Europeu retiraram a imunidade parlamentar de Le Pen, permitindo que os promotores franceses tomassem medidas legais contra ela por tweeting de horríveis imagens de assassinatos de militantes islâmicos. O líder da FN, um eurodeputado desde 2004, twittou três imagens não censuradas de assassinatos de Isis em dezembro de 2015, depois de uma cuspa com um jornalista que comparou o FN a Isis, também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh.

"Daesh é isto!", Disse Le Pen em tweets irritados mostrando os assassinatos, posts que atraíram repulsa e críticas de famílias enlutadas e políticos franceses em todo o espectro político.

Segundo a lei francesa, a pena máxima para a distribuição de imagens violentas é de três anos de prisão e de uma multa de até € 75.000.




www.theguardian.com
16
Mar17

A DIREITA COM A GALINHA DOS OVOS DE OIRO

António Garrochinho
A DIREITA COM A GALINHA DOS OVOS DE OIRO: O EXTREMISMO, VAI DANDO A VOLTA E LEVANDO MUITA GENTE A NÃO TER ALTERNATIVA DE VOTO A NÃO SER NA PRÓPRIA DIREITA. VEJAMOS A HOLANDA POR EXEMPLO !
AFINAL DIREITA E EXTREMA DIREITA NÃO SÃO A MESMA
COISA ! QUE DEFENDEM ELES ? QUE POLÍTICAS PRATICAM ?
A SUA ACTUAÇÃO NÃO ESTÁ VIRADA SEMPRE PARA A EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, PARA A ESCRAVIDÃO, PARA O LUCRO ?
PENSEM LÁ BEM QUE NÃO CUSTA NADA !
António Garrochinho
16
Mar17

AI QUE BOM, AI QUE BOM

António Garrochinho

Ai que bom na RTP, ai que bom na SIC, ai que bom na TVI. Ufa, estamos todos mais aliviados, não foi aquele senhor holandês, relativamente mal-encarado, que ganhou a GRANDE batalha eleitoral da democracia contra o extremismo de direita e de esquerda.
Ai que bom!
As primeiras forças políticas que representam o povo holandês, tão amante das liberdades, são baluartes da defesa do mundo ocidental e democrático, como se sabe (não olvidar que o governo holandês permite a “liberdade”(???) de um cidadão sudanês sodomizar um outro cidadão lituano, visível numa montra espaçosa de chamamento turístico “á la page”).
Assim, como ia a escrever, os 4 primeiros da classificação geral eleitoralista holandesa, são TODOS partidos de direita. VVD, PVV, D66, CDA. Vá lá, vá lá, podiam ter sido mais…
Oh wat goed!
Guilherme Antunes
Foto de António Garrochinho.

16
Mar17

Tiroteio num liceu em França

António Garrochinho

Um tiroteio esta manhã num liceu em Grasse, no Sul de França, fez vários feridos, avança a AFP. França já lançou o alerta de atentado, permitindo assim uma troca de informações mais ágil entre a polícia.

Os meios de comunicação franceses dão conta de que o tiroteio aconteceu no liceu Alexis deTocqueville, em Grasse, e que o director do liceu estará entre os feridos.

Segundo a estação de televisão RT, um homem entrou no liceu com várias armas disparando sobre quem encontrava. A Polícia francesa pede aos habitantes de Grasse para não saírem de casa enquanto decorre a operação policial que está a decorrer na zona da cidade perto do liceu onde aconteceram os disparos.
16
Mar17

ENTREVISTA (REGISTO AUDIO) COM MARCELO REBELO SOUSA - Marcelo admite preconceito ideológico dos investidores contra PCP e BE

António Garrochinho

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta tarde que nem em períodos eleitorais os opositores políticos se podem tornar inimigos. Para o presidente da República, é preciso gerar consensos.


Marcelo Rebelo de Sousa revela que "foi uma luta", durante 2016, convencer os investidores, nomeadamente estrangeiros, que podiam investir em Portugal, confiar na estabilidade do país, apesar de o governo ser apoiado pelo PCP e BE.

Numa curta entrevista à TSF sobre o investimento em Portugal, no dia em que o Presidente promove uma conferência sobre o tema na Gulbenkian, questionado sobre se há preconceito ideológico por termos um governo com o apoio destes partidos de esquerda, Marcelo Rebelo de Sousa admite que "no início encontrou, de facto, esse preconceito em vários investidores internacionais e nacionais, pois tinham muitas dúvidas sobre o cumprimento dos compromissos europeus, do défice das contas públicas e da estabilidade política".

O ano de 2016 foi, por isso, "uma luta para que esses setores aceitassem e percebessem que estava a existir um processo que não correspondia às suas expectativas, que eram baixas, ou em alguns casos negativas".

REGISTO AUDIO


As palavras de Marcelo sobre o "preconceito" contra um governo apoiado pelo PCP e BE
Marcelo Rebelo de Sousa defende que esse medo dos investidores mudou "muito", mas "é uma luta diária que nunca está ganha nem perdida".

O Presidente da República sublinha que "o problema dos investidores é que têm o dinheiro e a última palavra sobre onde vão investir, havendo não sei quantos destinos possíveis que lutam encarniçadamente para poderem triunfar".

REGISTO AUDIO


António Saraiva confirma a ajuda do Presidente da República
O Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) confirma o preconceito e diz que Marcelo Rebelo de Sousa ajudou a ultrapassar este preconceito.

Presidente dá receita para aumentar investimento

O Chefe de Estado defende que é fundamental aumentar o investimento em Portugal e ter a economia (o PIB) a crescer, pelo menos, 2% ao ano (em 2016 avançou 1,4%): "Só crescendo", afirma, "é possível ter o controlo do défice público, reequilibrar a relação entre importações e exportações, distribuir mais promovendo justiça social ou criar emprego".

Ouça as declarações, na íntegra, do Presidente, sobre o investimento privado em Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa diz que "a peça chave para o crescimento é o investimento público e, sobretudo, privado português e estrangeiro", sendo que este depende de "coisas muito simples como estabilidade política, social, legal, fiscal e na legislação laboral, além da aposta na qualificação das pessoas e na menor lentidão da justiça".

REGISTO AUDIO


Evitando responder à pergunta sobre se o governo se tem portado bem a este nível, o Presidente da República não quer falar em moda mas diz que "neste momento há um grande interesse por Portugal e é preciso tirar proveito disso".

Esta é a primeira grande conferência que nasce da iniciativa do Chefe de Estado e Marcelo defende que pareceu-lhe "urgente começar pelo investimento", sendo que sublinha que o primeiro-ministro estará na abertura da iniciativa e a ideia da conferência é "sensibilizar e motivar o governo para uma realidade que ele sabe que é importante".

Marcelo Rebelo de Sousa recorda que "o Presidente não tem poderes executivos" e pode, apenas, "exercer o seu magistério de influência".



www.tsf.pt

16
Mar17

Ser democrata em Portugal

António Garrochinho


Um dos bloggers do blasfémias insinua que eu pareço um “segurança de discoteca”, como se o aspecto físico de uma pessoa pudesse servir de argumento para coisa alguma. Sobre isso, duas coisas: i) já fui sim, com muito orgulho; ii) que dirás de Carlos Abreu Amorim?
Um outro senhor, que escreve no público, compara o fascismo com o comunismo. É assunto mais relevante que o meu aspecto físico e merece alguns comentários, atalhando a componente histórica que dita que este José Miguel Tavares não passa de um ignorante ou de um deliberado manipulador e revisionista da História.

José Miguel Tavares
Então, deixando de lado as considerações que faz sobre comunismo e fascismo, vejamos efectivamente o que defende JMT: “Tristemente, pelas razões históricas conhecidas, a Constituição portuguesa não trata o fascismo e o comunismo da mesma forma. A palavra “fascista” aparece três vezes, a palavra “comunista” nenhuma, e a palavra “socialista” uma só vez, no famoso preâmbulo que propõe ainda hoje que o país abra “caminho para uma sociedade socialista”. Como não se cansaram de nos relembrar aqueles que tentaram impedir Jaime Nogueira Pinto de falar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, só a ideologia fascista está proibida de se organizar em Portugal. No artigo 46º da Constituição, dedicado à liberdade de associação, é dito no ponto 4 que “não são consentidas organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista”. No entanto, aqueles que apareceram a tentar justificar o injustificável com a Constituição na mão esquerda e as convicções ideológicas da Nova Portugalidade na mão direita, esqueceram-se deste pormenor: para alguém ser fascista não basta gritar “fascista!” à sua passagem, e até o PNR é legal e concorre às eleições em Portugal.”
Vamos usar um bocadinho a lógica. Portanto, “tristemente” a Constituição não trata de forma igual “fascismo” e “comunismo”, de que podemos depreender que o autor do texto defende que assim deveria ser. Em que sentido? Ambos legalmente organizados ou ambos ilegalmente proibidos? O teor do seu texto apresenta um estranho sentido: o de insinuar que as organizações fascistas devem ser permitidas desde que disfarcem a sua natureza, como o PNR e a Nova Portugalidade. Já os comunistas, que não são de disfarçar, antes de assumir com orgulho a sua história e o seu presente, deviam ser ilegalizados. Sobre o carinho deste JMT pela democracia está tudo dito.
A forma como se tenta demarcar do fascismo enquanto ideologia e prática cai por terra quando acha que a Nova Portugalidade, o PNR e as conferências de fascistas devem ser consentidas no âmbito da convivência democrática, mas os “comunistas”, esses, “tristemente” não foram proibidos no texto constitucional.
Objectivamente, JMT assume que as organizações comunistas deviam ser proibidas, enquanto que as nacionalistas não, fingindo ignorar que o nacionalismo de que fala é exactamente o mesmo que “fascismo” porque isto é válido para tudo, caro JMT: “para alguém ser fascista não basta gritar “fascista!” à sua passagem”. Tal como para fazer do PNR, ou do Nogueira Pinto ou do Rafael democratas, não basta vires gritar “democrata! à sua passagem.
JMT compara-me a Rafael, o tal que ajoelha na campa do ditador fascista português – concedes que lhe chame assim, JMT? Ou era um corporativista (já agora, o próprio Mussolini deu o nome corporativismo à forma de organização do Estado fascista)? Ou um democrata com défice de atenção? Mas na verdade, os mais perigosos fascismos não são os da bota cardada e das peregrinações a Santa Comba, mas os que armados da democracia na mão esquerda e da comunicação social na mão direita, vão medrando nas suas fragilidades e alimentando a serpente, como faz JMT.
JMT é um liberal e finge não saber que o Estado fascista é precisamente o modelo económico que o próprio defende, conseguido à lei da bala quando os trabalhadores não colaboram:
“Lo Stato ci dia una polizia, che salvi i galantuomini dai furfanti, una giustizia bene organizzata, un esercito pronto per tutte le eventualità, una politica estera intonata alle necessità nazionali. Tutto il resto, e non escludo nemmeno la scuola secondaria, deve rientrare nell’attività privata dell’individuo. Se voi volete salvare lo Stato, dovete abolire lo Stato collettivista.” (Mussolini, Primo discorso alla Camera, 1921).
JMT não diria melhor e subscreve o projecto económico dos fascistas, bem como os seus métodos legais de alienação da propriedade pública, como as privatizações – de que Mussolini foi pioneiro e acérrimo defensor, levando a cabo um dos mais. senão o mais ambicioso plano de privatizações do século XX.
E, sendo JMT um liberal, não gosta de doutrinas “iliberais, como os comunismos e os fascismos, apesar de não conseguir disfarçar uma simpatia ideológica pelos segundos e seus filhos nacionalistas. Mas, JMT, para não seres fascista não basta gritar “democrata!” à tua passagem.
A tua vontade de proibir o meu partido, as organizações comunistas, coloca-te exactamente no mesmo patamar dos Rafaeis com que tentas comparar-me, sem perceber que com isso me estás ao mesmo tempo a comparar contigo. Mas, JMT estás enganado. Felizmente, eu não sou como tu. E que sorte tens tu por eu não ter nada a ver com as organizações que tu tão candidamente toleras… os métodos deles são bem mais agressivos.

 abrildenovomagazine.wordpress.com
16
Mar17

NOVAMENTE A BESTA ! Schäuble tem uma mensagem para Portugal: “Certifiquem-se de que não será necessário um novo resgate”

António Garrochinho



Ministro alemão das Finanças diz ainda que os “bons resultados” alcançados pelos países que foram alvo de resgates devem-se à pressão que os governos sofreram para atingir as metas


Wolfgang Schäuble voltou a falar esta quarta-feira sobre Portugal e sobre um eventual novo programa de ajuda financeira. “O meu alerta para Portugal é: certifiquem-se de que não será necessário um novo resgate”, declarou o ministro alemão das Finanças durante uma conferência de imprensa em Berlim.
Ainda que diga que o país não deseja nem precisa neste momento de um novo programa de ajuda financeira, Schäuble sustentou que essa hipótese não pode ser afastada.
De acordo com o ministro alemão, os “bons resultados” alcançados pelos países que foram alvo de resgates devem-se à pressão que os governos sofreram para atingir as metas.
Recorde-se que, em outubro, o governante germânico defendeu que Portugal estava ser “muito bem-sucedido até ao novo Governo” socialista - que prometia pôr fim ao que tinha sido acordado com o anterior Executivo.
Na altura, Schäuble disse numa conferência na Roménia que alertou Mário Centeno para os riscos de seguir outro caminho. Um dia depois, António Costa respondeu no Twitter, afirmando que “os alemães que nos conhecem confiam e investem em Portugal”, a propósito da assinatura de dois contratos para um investimento da Continental Mabor, em Vila Nova de Famalicão, no montante de 50 milhões de euros.
Mais tarde, o porta-voz do ministro das Finanças alemão, Frank Paul Weber, disse ao Expresso que Schäuble só falou numa hipótese, alertando para a possibilidade de Portugal ter que pedir um novo resgate, caso não respeitasse os compromissos acordados.


expresso.sapo.pt
16
Mar17

Por que é que as taxas de IMI estão no máximo em Setúbal?

António Garrochinho


Perguntas e respostas contra a demagogia do PSD

O PSD setubalense fez da taxa máxima de IMI a única bandeira política e eleitoral no concelho de Setúbal, utilizando de máxima demagogia e mantendo no mínimo os esclarecimentos devidos para que se conheça a verdade.
Contra a demagogia, em especial a promovida pelo PSD setubalense, aqui fica um guia de perguntas e respostas para melhor entender a questão do IMI em Setúbal.

 O QUE É O IMI?

O IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis (antiga Contribuição Autárquica) é o imposto que o Estado cobra aos proprietários de imóveis e transfere por inteiro para as autarquias para financiar despesas municipais com as infraestruturas, ruas e estradas, escolas, equipamentos desportivos, parques e jardins, iluminação pública, limpeza pública e todas as despesas e investimentos que se relacionam com a administração dos concelhos.

SETÚBAL É A CÂMARA MUNICIPAL QUE COBRA O IMI MAIS ELEVADO DO PAÍS?

Não. No concelho de Setúbal é, de facto, aplicada a taxa máxima de IMI, que em 2016 será de 0,45 por cento sobre o VPT – Valor Patrimonial Tributário dos imóveis (diferente do valor de mercado), porém, afirmar que é o IMI mais elevado do País é uma manipulação grosseira da verdade, pois em 2016 houve mais 31 municípios a cobrar esta taxa máxima, muitos deles por obrigação legal, tal como acontece com a Câmara Municipal de Setúbal.

Municípios onde é cobrada a taxa máxima de IMI
Alandroal CDUMarco de Canaveses PSD
Alcochete CDUMourão PS
Alfândega da Fé PSNazaré PS
Alijó PSDNelas PS
Aveiro PSD-CDSNordeste PS
Borba IndependentePortimão PS
Calheta IndependenteResende PS
Cartaxo PSSanta Comba Dão PS
Castanheira de Pera PSSantarém PSD
Celorico da Beira PSSetúbal CDU
Espinho PSDTrofa PSD-CDS
Évora CDUVila Franca do Campo PS
Faro PSD-CDS-MPT-PPMVila Nova de Poiares PS
Fornos de Algodres PSVila Real de Santo António PSD
Freixo de Espada à Cinta PSDVizela PS
Mafra PSD
DESDE QUANDO É APLICADA A TAXA MÁXIMA DE IMI EM SETÚBAL?

A taxa máxima em Setúbal é aplicada desde pelo menos 2002 quando ainda era cobrada a antecessora do IMI, a Contribuição Autárquica, na sequência das graves dificuldades financeiras por que passava a Câmara Municipal de Setúbal depois de 16 anos de gestão do PS.

POR QUE DESCEU A TAXA MÁXIMA DE IMI EM 2016?

Porque o Orçamento de Estado para este ano, aprovado na Assembleia da República, determinou, por proposta do PCP, que esta taxa baixasse de 0,50 para 0,45 por cento sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis. O PSD, que em Setúbal defende a redução do IMI, absteve-se nesta proposta na Assembleia da República.

SE A TAXA MÁXIMA É A MESMA DESDE PELO MENOS 2002, POR QUE RAZÃO AUMENTARAM BRUTALMENTE A PARTIR DE 2011 OS VALORES DE IMI COBRADOS AOS PROPRIETÁRIOS SETUBALENSES?

Os valores do IMI cobrados aos proprietários de imóveis aumentaram brutalmente em todo o país e não apenas em Setúbal. O aumento foi provocado pela reavaliação geral do património imobiliário decidida na vigência de um Governo do PS e aplicada na prática por um Governo do PSD.

A CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL É RESPONSÁVEL PELO BRUTAL AUMENTO DAS TAXAS DE IMI PAGAS PELOS SETUBALENSES A PARTIR DE 2011?

Não. A Câmara Municipal de Setúbal  não tem qualquer responsabilidade neste aumento, já que que não promoveu qualquer alteração nas taxas de IMI pagas em Setúbal, assim como nenhuma outra autarquia do País pode ser acusada de ser responsável por este aumento.

COMO SE REFLETIU, NA PRÁTICA, A REAVALIAÇÃO DE IMÓVEIS SOBRE AS TAXAS DE IMI A PAGAR PELOS PROPRIETÁRIOS?

O brutal aumento de IMI registado a partir de 2011 pode ser verificado em exemplos reais de imóveis em Setúbal com valores patrimoniais tributários (VPT – valor sobre o qual as Finanças calculam o IMI) entre os 5.850 e os 367.469 euros e cujos impostos subiram consideravelmente fruto da reavaliação geral de imóveis decretada pelo Governo.
VPT em 2008 antes da reavaliaçãoTaxa de IMI de 0,50 paga em 2008VPT em 2014 depois da reavaliaçãoTaxa de IMI de 0,50 paga em 2014Aumento 2008-2014
43 378,16216,8963 620,00318,10+ 101,21
102 099,88510,50289 430,001 447,15+ 936,65
  • Valores em euros
POR QUE RAZÃO MANTÉM A CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL A TAXA MÁXIMA DE IMI?

Porque, a partir do momento em foi forçada, em 2003, a celebrar um Contrato de Reequilíbrio Financeiro para impedir a falência da autarquia, ficou obrigada por lei a fixar essas taxas nos valores máximos, já que um dos princípios básicos destes contratos é o da maximização de receitas e aplicação de medidas corretivas para equilibrar as finanças municipais. Os efeitos deste contrato mantém-se em vigor.

O GOVERNO JÁ CLARIFICOU DEFINITIVAMENTE SE A CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL É OU NÃO OBRIGADA A APLICAR TAXAS MÁXIMAS DE IMI?

As várias opiniões emitidas por responsáveis governamentais ou organismos deles dependentes nunca foram taxativas. Nunca nenhum governante afirmou, “preto no branco”, que a Câmara Municipal de Setúbal pode baixar o IMI, preferindo respostas vagas cujas consequências remetem sempre para a aplicação de medidas corretivas da situação financeira da autarquia que só podem ser, entre outras, a aplicação de taxas máximas.

O QUE DEFENDE A DIREÇÃO GERAL DAS AUTARQUIAS LOCAIS EM MATÉRIA DE TAXAS MÁXIMAS DE IMI EM SETÚBAL?
A Direção Geral das Autarquias Locais, a pedido da Câmara Municipal, considerou, no fim de abril de 2015, em ofício tornado público pela autarquia na Assembleia Municipal, que, tendo em conta a legislação em análise, [o município de Setúbal] apenas está obrigado ao cumprimento das medidas refletidas no Despacho Conjunto que aprovou o respetivo [contrato] de reequílibrio financeiro e à implementação de eventuais medidas corretivas, caso as mesmas sejam necessárias, no sentido de dar cumprimento às obrigações assumidas na prossecução do seu equilíbrio financeiro”.

O QUE DEFENDE A IGF – INSPEÇÃO GERAL DE FINANÇAS EM MATÉRIA DE TAXAS MÁXIMAS DE IMI EM SETÚBAL?
A IGF, em resposta a uma questão colocada pelo CDS-PP na Assembleia da República, em dezembro de 2013 (disponível no site do parlamento), destaca que, da legislação enquadradora dos contratos de reequilíbrio finaceiro [como aquele a que a Câmara Municipal de Setúbal  está sujeita] resultava, com clareza, que os municípios se comprometiam a atualizar obrigatoriamente algumas receitas próprias”. Acrescentava a resposta da IGF que é “neste contexto particularmente exigente que devem ser analisadas as restrições impostas à atualização das receitas próprias, designadamente a definição das taxas máximas obre os impostos municipais, em particular o IMI e o IMT.

O QUE DEFENDE O DESPACHO CONJUNTO DOS SECRETÁRIOS DE ESTADO DO ORÇAMENTO E DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL EM MATÉRIA DE TAXAS MÁXIMAS DE IMI EM SETÚBAL?
O secretário de Estado Adjunto e do Orçamento e o secretário de Estado da Administração Local do último governo do PSD, que esteve em funções entre 30 de outubro e 26 de novembro de 2015, emitiram em 26 de novembro de 2015, um despacho conjunto, divulgado pela autarquia, em que defendem que o município de Setúbal está obrigado a cumprir as medidas específicas consagradas no Despacho Conjunto nº 1068/2003, de 16 de novembro [despacho que autoriza o Contrato de Reequíbrio Finaceiro] e em cujo elenco não consta qualquer previsão em matéria de taxas de IMI e a que se vinculou com o objetivo de restabelecer o equilíbrio financeiro, mas não à fixação obrigatória de taxa máxima de IMI”.
O despacho conjunto é rigoroso neste ponto. No Contrato de Reequilíbrio Financeiro celebrado pela CMS nada consta sobre a questão das taxas máximas de IMI, mas apenas por uma razão: na época não existia IMI, mas sim a Contribuição Autárquica, que seria mais tarde substituída, com as mesmas finalidades, pelo IMI.
No despacho defende-se ainda, tendo em conta o Contrato de Reequílibrio Financeiro celebrado pela CMS, a autarquia “deve tomar todas as medidas ncessárias para atingir as metas constantes do plano de reequilíbrio financeiro, assumindo, sendo caso disso, as medidas corretivas necessárias ao cumprimento daquele objetivo”.

AS RESPOSTAS DADAS PELO GOVERNO SÃO INEQUÍVOCAS?
Perante a pouca clareza das respostas atrás citadas, a Câmara Municipal de Setúbal tem defendido a manutenção, com caráter legal obrigatório, de medidas corretivas como a aplicação de taxa máxima de IMI, sob pena de os seus responsáveis poderem ser severamente penalizados legal e financeiramente.

Texto originalmente publicado na Gazeta Setubalense 


pracadobocage.wordpress.com
16
Mar17

A LEAL contra a “DESLEAL”!

António Garrochinho

ass_teresa

Não vai ser nada parecido com um “Kramer contra Kramer”, o célebre filme protagonizado por dois dos melhores actores de sempre, Meryl Streep e Dustin Hoffman, penso que ali dos finais dos setenta, nada disso, vai ser, antes sim, uma acesa disputa entre membros da mesma família política, a direita, pela Câmara de Lisboa. Ou será que já não são da mesma família?
Passo a explicar: eu ontem, naquele programa da RTP3 em que os oradores são o José Eduardo Martins, o Pedro Adão e Silva e aquele do Livre, o Rui Tavares, o José Eduardo perguntado sobre se já havia candidato ou candidata do PSD a Lisboa, disse que vai haver sim senhora e que o programa para a cidade que está a elaborar está em vias de ser apresentado.
Mas como não pode haver programa sem candidato ou candidata, embora até agora o programa não se pudesse dirigir concretamente ao perfil de qualquer candidato ou candidata, ele descaiu-se e penso, tenho a certeza mesmo, que falou de uma candidata feminina!
Ora eu, que não tenho um dedo mindinho com as capacidades daquele do Mendinhos, recorri ao meu faro. Faro sim, não porque seja de Faro, até sou quase do extremo oposto, mas porque nasci ali no sopé do Monte de Faro, em Góios, Marinhas, Esposende, ali a paredes meias com Palmeira do Faro, lá está, e Vila Chã!
Quem ali teve o sortilégio de nascer, nasceu com um faro acrescido e, fazendo uso do mesmo, antes de passar do estado de sentado para o de deitado, passei os olhos pelas capas dos jornais e o que vi? Aquilo que ninguém deve ter visto, ou então não viu como eu. O que foi, perguntarão vocês, que tu viste e mais ninguém viu? É só olhar para uma daquelas notícias de fundo de jornal “I” que diz: “Teresa Leal (esqueceram-se de acrescentar Coelho), diz não à CM de Odivelas a pensar em Lisboa”. E remete depois para as páginas 4 e 5. Eu não me remeti pois já não precisava, nem ia comprar o jornal por causa disso.
Estão a ver, portanto, o que faz ter faro. Associei logo tudo e pensei: este PSD não faz nada por acaso! Para combater uma “desleal”, que melhor escolha que uma Leal? Ainda por cima Coelho! E ainda por cima do por cima com um nome de “santa”, seja ela de Calcutá ou de Ávila!
Que ela é Leal é uma constatação. Mas quem será a “desleal”? É também óbvio que é a Maria de Assunção! Mais que desleal, uma autêntica traidora. Como é que uma Ministra, e Ministra da Agricultura e não sei se também dos Mares, de um governo superiormente dirigido por um ser tão iluminado como outro não teremos, faz o que faz e fez o que fez? Primeiro candidata-se à CM de Lisboa sem avisar sequer o seu ainda “pafiano” parceiro. Depois vem dizer que de Banca nos conselhos de ministros não se lembra de se ter falado, quanto mais no sistema financeiro. E depois, cereja em cima do bolo, que assinou de cruz a resolução do BES a pedido da Maria Luís!
Quer dizer: em plena actividade balnear, entre um mergulho, a mamada da filha mais nova e a preparação da espreguiçadeira, ela despachou um Mail de altíssima responsabilidade. Mas aqui até que não posso ser tão injusto: aqui até demonstrou lealdade. A deslealdade foi a revelação!
Mas, recorrendo novamente ao meu faro, ele cheira-me que não terá sido tão simples assim. Para mim ela primeiro telefonou ao Paulo que lhe terá dito: aguarda só um momento Maria “de”!
Entretanto o Paulo telefona, ou estava mesmo com o Coelho e pergunta-lhe: quantos lugares por esta assinatura? Ligou à Maria “de” e disse-lhe: feito, assina! Esta troca de uma assinatura por vários lugares para os seus nos mais diversos departamentos estatais. Que fique bem claro que isto não fui eu que inventei: foi o antigo ministro da economia, o Álvaro Santos Pereira, que o relatou num livro que escreveu. Verosímil, portanto…
De modos que vai ser bonita a “festa”, pá! A campanha, quero eu dizer. Os debates, direi melhor.
A Maria “de” há muito que marcou o terreno, há muito que anda em campanha prometendo reverter aquilo que tirou no seu consulado e até já reuniu com o Medina para se certificar se eram verdadeiros os boatos que diziam estar a CM de Lisboa de boa saúde financeira. E até disse: pois se assim é poderia e deveria ter feito mais, muito mais. Ela tê-lo-ia feito!
Entrementes a Leal, que vem atrasada e tem muito que recuperar, está confrontada com um dilema: gastaria mais ou pouparia mais? Mas ela vai ler o programa e vai fazer como os jogadores de futebol quando entram a substituir outros: o adjunto do Mister mostra-lhe aquelas folhas todas, com aquelas tácticas todas esquematizadas de modo que eles, quando entram, já sabem o que vão fazer, o lugar que vão ocupar, o espaço em que vão jogar e os círculos que devem vigiar. De modo a não perderem as “segundas” bolas e a ocuparem os espaços entre linhas, como dizem aqueles entendidos todos em futebolez!
Mas, como disse, vai ser bonito! Leal sou eu, dirá a Leal! Católica sou eu, dirá a Maria “de”! Traidora és tu, dirá a Leal! Traidora o “camando”, responderá a Maria “de”! Tu e a tua família trouxeram para aqui a Uber, diz a Leal! E tu andas nela, replica a Maria “de”! Eu tenho uma já longa carreira política, diz a Leal e enumera: já fui administradora da SAD do Benfica no tempo do Vale e Azevedo, já presidi a várias comissões de inquérito, fui contra o Constitucional e até combati os Maçons! E tu, desafiou ela a Maria “de”?
Mas esta não se ficou e retorquiu: eu fui Ministra e, mais que tudo, fui contra o aborto, seu “aborto”. Já agora diz-me: porque andas sempre de cachecol, mesmo no verão? Tens alguma coisa a esconder? Hummm…
O Fernando Medina, mais o João Ferreira, riam-se a bandeiras despregadas e o do Bloco, novato nessas coisas, ainda imberbe, estava amarelo e não acreditava no que ouvia.
E dizia para consigo: coisas de mulheres! Onde eu me vim meter…
Joaquim Vassalo Abreu,





estatuadesal.com


16
Mar17

Pirata de 16 anos invade site da PJ

António Garrochinho


Indiciado por sabotagem informática e acesso ilegítimo.

Primeira grande operação aconteceu em fevereiro de 2015. Foram levadas a juiz oito pessoas 
A primeira grande operação da Polícia Judiciária na luta contra hackers aconteceu em fevereiro de 2015 com a detenção de oito suspeitos. 

Nessa altura, o fundador do site Tugaleaks, Rui Cruz, também foi detido e foram constituídos 17 arguidos. Em maio do ano passado, foi lançada a operação Caretos II, que levou à constituição de mais 16 arguidos. Os ataques não terminaram e agora a PJ deteve mais um elemento do extenso grupo Anonymous. Tem 16 anos, é estudante e integra o grupo responsável por vários ataques a sites ligados a organismos do Estado. 

O jovem está indiciado por sabotagem informática e acesso ilegítimo. No ano passado, o grupo elaborou um ataque concertado a vários sites - Supremo Tribunal de Justiça, Citius e Parlamento. No mundo empresarial foi atingido o site do Novo Banco. 

O grupo ousou invadir o site da própria Polícia Judiciária, que esteve inoperacional durante largas horas. Este jovem de 16 anos integrou o grupo e mesmo com a detenção dos outros elementos continuou a aceder a sites de forma ilícita. Segundo a Polícia Judiciária, "esta investigação insere-se num modelo de atuação que visa a identificação de autores de crimes desta natureza, bem como a intervenção a nível preventivo, sobre a atividade criminosa conotada com o chamado hacktivismo". O jovem vai ser levado a um juiz para aplicação das medidas de coação.

 http://www.cmjornal.pt/
16
Mar17

António Domingues tem fortuna no BPI

António Garrochinho

O ex-presidente da CGD, António Domingues, tem a sua fortuna financeira no BPI, do qual era vice-presidente quando aceitou o convite do ministro das Finanças para liderar o banco do Estado. 
Na declaração de rendimentos que apresentou no Tribunal Constitucional (TC) a 28 de novembro de 2016, relativa ao início de funções na CGD, o banqueiro afirma ter 3,7 milhões de euros no BPI. E refere que pagou mais de 6,3 milhões de euros de IRS entre 1990 e 2015. Domingues tem uma situação patrimonial semelhante a outros administradores da sua ex-equipa na CGD: além do banqueiro, também Pedro Leitão, Pedro Norton, Tiago Raveira Marques, Rui Vilar e João Paulo Tudela Martins (os dois últimos transitaram da administração anterior para a de Paulo Macedo), têm uma fatia relevante das suas poupanças no BPI, contra verbas mais escassas na CGD. Domingues e Rui Vilar são acionistas do BPI e Raveira Marques e Tudela Martins têm opções de compra sobre ações do BPI. 

O banqueiro tem na CGD 80 mil euros e é detentor de 56 042 ações do BPI. Domingues, que foi o único a pedir ao TC que mantivesse confidencial a sua declaração de rendimentos, é também dono de dois Porsche 911, um de 1972 e outro de 1995, e de um veleiro, adquirido em 2014 e pelo qual paga 3270 euros por mês. Domingues demitiu- -se do cargo no final de novembro de 2016, mas manteve-se em funções até ao fim do ano. Até ontem, Domingues não tinha apresentado a declaração de rendimentos de cessação de funções, como determina a lei.



 http://www.cmjornal.pt/
16
Mar17

A VÍBORA DOS CACHECÓIS PODE SER A CANDIDATA DOS LARANJAS À CML - Teresa Leal Coelho candidata a Lisboa

António Garrochinho


Teresa Leal Coelho foi a número dois lista PSD/CDS/MPT candidata a Lisboa em 2013.
Vice-presidente do PSD é atualmente vereadora na câmara e dirige no Parlamento uma das mais importantes comissões, a de Orçamento e Finanças.
Teresa Leal Coelho deverá ser a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, noticiou a SIC.
A confirmação da escolha deverá ocorrer numa reunião da Comissão Política Nacional do PSD convocada para a próxima terça-feira.
Trata-se de uma escolha pessoal do presidente do partido, Pedro Passos Coelho, de quem Teresa Leal Coelho é uma das dirigentes mais próximas. O DN tentou, em vão, contactar Teresa Leal Coelho.
Em 2013, a deputada foi número dois de uma lista PSD/CDS/MPT candidata ao executivo lisboeta, lista essa encabeçada por Fernando Reboredo Seara, ex-presidente da câmara de Sintra.
Foi eleita vereadora, mantendo-se desde então nessa função, mas sem pelouros (só os eleitos pelo PS os têm).
Caso se confirme a escolha, o elenco dos candidatos à maior autarquia do país ficará completo: Fernando Medina (pelo PS), Assunção Cristas (CDS), João Ferreira (CDU) e Ricardo Robles (BE).
Em 2013, com António Costa a encabeçar a lista, o PS manteve a presidência da CML, obtendo 50,9% dos votos e conquistando na vereação uma maioria clara (11 dos 17 eleitos). A coligação PSD/CDS/MPT ficou-se pelos 22,3% (quatro eleitos) e a CDU pelos 9,8% (dois vereadores eleitos, com João Ferreira, agora de novo recandidato, liderando a lista). O Bloco de Esquerda não elegeu ninguém para a vereação.
Votaram cerca de 228 mil eleitores, ascendendo a abstenção a quase 55%. Em 2015, António Costa deixou a presidência da câmara para ser candidato a primeiro-ministro e passou a pasta a Fernando Medina.

www.dn.pt
16
Mar17

Lucro da Sonae sobe 22,7% para 215 milhões de euros

António Garrochinho


O resultado líquido atribuível a acionistas da Sonae subiu no ano passado 22,7%, face a 2015, para 215 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira a empresa. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae adiantou que o lucro beneficiou “do desempenho ao nível do resultado líquido direto e indireto, ou seja, refletindo o crescimento das vendas, a melhoria da rentabilidade operacional, a redução da dívida líquida, os menores custos financeiros e a valorização dos ativos”.
O grupo referiu que “o resultado direto da Sonae totalizou 148 milhões de euros, aumentando 15,9% quando comparado com 2015”, salientando que tal “deveu-se a um valor de EBITDA [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] mais elevado, à melhoria do resultado financeiro líquido e ao menor nível de impostos registado”.
Os resultados indiretos ascenderam a 74 milhões de euros, “beneficiando do contributo da Sierra e de um conjunto de movimentos relacionados com transações realizadas em ativos financeiros”. No período em análise, o volume de negócios aumentou 7,2% para 5.376 milhões de euros, impulsionado pelo “desempenho dos negócios de retalho” e o EBITDA progrediu 5,9% para 416 milhões de euros.
No ano passado, o investimento subiu 137 milhões de euros, para 437 milhões de euros, “devido à Sonae MC, que acelerou a expansão do parque de lojas, que incluiu a abertura de 25 lojas Continente Bom Dia, um hipermercado Continente e 25 lojas da Well’s; à Sonae SR, que concretizou a aquisição da Salsa; e à Sonae IM, que efetuou aquisições na área de tecnologia, nomeadamente a InovRetail e a Armiliar Venture Partners”.
A dívida líquida totalizou 1.215 milhões de euros, menos 6% que em 2015, “com a Sonae focada em apresentar uma estrutura de capital robusta, otimizando os custos de financiamento e, ao mesmo tempo, mantendo reservas de liquidez e melhorando o perfil de maturidade da dívida”.
Em 2016, a Sonae aplicou um “programa de refinanciamento com o objetivo de reforçar a sua estrutura de capital, tendo lançado um concurso formal com um grupo de bancos locais e internacionais, refinanciando mais de 1.125 milhões de euros, dos quais 775 milhões de euros em linhas de longo-prazo e 350 milhões de euros em linhas de curto-prazo, permitindo o aumento do perfil de maturidade média da dívida, que se manteve acima de quatro anos”.
Segundo Ângelo Paupério, co-presidente executivo da Sonae, citado no comunicado, 2016 foi “um ano de significativo progresso no desenvolvimento da estratégia corporativa e das diferentes áreas de atividade, com resultados muito relevantes em termos de crescimento e reforço das posições competitivas dos principais negócios”. O gestor adiantou que “considerando as empresas sob influência de controlo, o volume de negócios alcançou 7.100 milhões de euros, crescendo mais de 6%, e o EBITDA ultrapassou os 1.000 milhões de euros, situando-se 4,2% acima do ano transato”, com o investimento total a atingir 900 milhões de euros.
“Demos particular atenção ao fortalecimento dos negócios de retalho, centros comerciais e telecomunicações, sem descurar o investimento em avenidas de crescimento que capitalizam na base de ativos existente e que promovem o desenvolvimento de competências alinhadas com as tendências e necessidades dos mercados do futuro”, acrescentou. “No total do retalho, ultrapassámos pela primeira vez 5.000 milhões de euros de vendas, com contributos positivos de todos os negócios (mesmo excluindo as aquisições), destacou. “Entramos em 2017 com uma empresa melhor, mais sólida, com um portefólio melhorado e acrescido conforto com a nossa estratégia, mas de onde nos vem maior confiança é da qualidade e dedicação das nossas pessoas que, vivendo com naturalidade os valores da Sonae, todos os dias se esforçam para cumprir melhor a missão que nos move”, concluiu Ângelo Paupério.


observador.pt

16
Mar17

Municípios contra avaliação de imóveis pelas câmaras para efeitos de IMI

António Garrochinho


Associação Nacional de Municípios Portugueses disse que o processo "tal como tem decorrido até agora" é "muito positivo"

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) disse hoje estar contra a proposta de serem as câmaras a avaliar os edifícios para efeitos de IMI, pois são a entidade beneficiária deste imposto municipal.
O Conselho Diretivo da ANMP entende, "por unanimidade, que a entidade beneficiária do IMI [imposto municipal sobre Imóveis] não pode ser a entidade avaliadora do património sobre o qual incide o imposto municipal", disse o presidente da Associação, Manuel Machado, que falava aos jornalistas, hoje, em Coimbra, depois de ter participado numa reunião daquele órgão.
"Os municípios não pretenderam nem pretendem proceder ou assumir a responsabilidade dos imóveis para efeito de cálculo do IMI", como preconiza a proposta de lei do Governo já enviada para a Assembleia da República, acrescentou.
O processo "tal como tem decorrido até agora", é "muito positivo", afirmou Manuel Machado, referindo que as câmaras municipais "já participam -- e bem -- na definição do coeficiente de localização do património" e de "outros aspetos técnicos relevantes", e na disponibilização da respetiva informação à Autoridade Tributária.
"O resto do trabalho tem sido feito -- e bem -- pela Autoridade Tributária" e "os municípios pagam esse serviço", que adquirem a esta entidade, sublinhou o líder da ANMP, que também é presidente da Câmara de Coimbra.
Não há necessidade de, "no âmbito do processo de descentralização [de competências para as autarquias] ou outro [processo], de assumir responsabilidades", que seriam "suscetíveis de dúvidas e de acusações eventuais de faltas de respeito ao princípio da separação de funções", conclui Manuel Machado, adiantando que a ANMP vai "manifestar ao Governo e à Assembleia da República este ponto de vista".


www.dn.pt
16
Mar17

SIMPLESMENTE DUAS CHAGAS ! UM NO ACTIVO COM UM BELO TACHO E OUTRO COM MORDOMIAS DE PRINCIPE E QUE SEMPRE VIVEU DA POLÍTICA E NADA FEZ PELOS PORTUGUESES - Santana Lopes desafia Jorge Sampaio para debate na TV

António Garrochinho




Santana não gostou das declarações de Sampaio: "Fartei-me do Santana como primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva"

"Se o Dr. Jorge Sampaio porventura quiser falar disto civilizadamente perante as câmaras de televisão, eu tenho todo o gosto", declarou ontem à noite o ex-primeiro-ministro na SIC Notícias.
Santana Lopes comentou assim declarações atribuídas ao ex-Presidente da República Jorge Sampaio no livro em causa, a propósito da decisão de dissolver o Parlamento (novembro de 2014) e provocar eleições antecipadas, sendo então Pedro Santana Lopes o chefe do Governo.
"Fartei-me do Santana como primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva, mas não foi uma decisão ad hominem. Ninguém gosta de dissolver o Parlamento e eu tomei essa decisão em pouco mais de 48 horas. Hoje faria o mesmo, porque era preciso", disse Sampaio, segundo a obra biográfica.
Ontem à noite Santana Lopes respondeu ao ex-Presidente: "Compreendo que Jorge Sampaio tenha peso na consciência porque a decisão dele é que pôs o país à deriva".
Veladamente, acusou Sampaio de ter oferecido a governação a alguém - José Sócrates - que agora é o principal arguido num processo onde são muitas as suspeitas de corrupção, a "Operação Marquês".
"Veja a semana em que o livro aparece, veja só", disse ontem Santana. "Eu acho que ele [Sampaio] deve viver nesse tormento. Essa dissolução deu origem aquilo de que andamos a falar todos os dias."
Na mesma intervenção, Santana Lopes disse ainda serem "coisas de criança" as alegações de que ele e Durão já tinham há muito tempo arquitectado que o primeiro sucederia ao segundo no cargo de primeiro-ministro, quando chegasse o momento de Durão rumar a Bruxelas.
Nas suas memórias políticas, Sampaio diz que voltaria dar posse a Santana Lopes, apesar de não ter o poder legitimado por uma vitória nas urnas. O seu então chefe da Casa Civil, João Serra, notou no entanto que foi exigida "continuidade nas políticas", designadamente nas Finanças e nos Negócios Estrangeiros, e vetado o nome de Paulo Portas para esta última pasta.
"Conhecia-se a ambição de Paulo Portas em ser ministro daquela pasta, mas devido ao seu passado eurocético, o Presidente alertou para as dificuldades em o nomear", revelou João Serra. Portas terá ficado "magoado" por não ter chegado aos Negócios Estrangeiros, o que viria a acontecer anos mais tarde, entre 2011 e 2013, durante o executivo liderado por Pedro Passos Coelho. Serra contou também que foi Jorge Sampaio quem sugeriu o nome do embaixador António Monteiro para chefiar a diplomacia e que Santana Lopes concordou de imediato.
No livro, são narrados vários daqueles que ficaram conhecidos em Belém como "episódios rocambolescos" do consulado de Santana Lopes, desde logo o ato de posse - com Portas a ignorar que ficara com a tutela dos Assuntos do Mar e a dificuldade do chefe do Governo em ler o discurso.
Mas também a demissão de Henrique Chaves, até aí um indefetível de Santana, o ruidoso 'bater de porta' do então comentador da TVI Marcelo Rebelo de Sousa na sequência das críticas do ministro Adjunto Rui Gomes da Silva ("Nem o PS, o PCP e o Bloco juntos conseguem destilar tanto ódio ao primeiro-ministro e ao Governo") e o veto à "central de comunicação" que o executivo pretendia levar por diante.
Jorge Sampaio justifica a utilização da chamada "bomba atómica" com a alteração da situação política, no que é corroborado pelo seu então conselheiro Alberto Laplaine Guimarães, segundo qual os empresários, que no início defenderam a nomeação de Santana, já só queriam eleições antecipadas.
O ex-chefe de Estado recorda que deu posse a Santana Lopes contra a vontade da sua família política, o PS, e reconhece que isso até lhe custou amizades pessoais. "Eu não fiz em julho de 2004 aquilo que a minha gente queria que fizesse e houve mesmo quem me acusasse de traição ao meu eleitorado. Mas não há, de todo, nenhuma ligação entre a nomeação de julho e a dissolução de dezembro, que foi a hecatombe", assegura.
Segundo garantiu, é "completamente mentira" a versão de que tudo foi arquitetado em Belém, alegando que foi "uma situação concreta em cada momento" e, no final, uma "situação de rutura". "Ainda hoje há quem pense que foi tudo uma artimanha, uma dissolução clínica e conspirativa. Mas quem é que hoje em dia, em política, faz previsões a seis meses? E custou-me todas as críticas que se conhecem e uma amizade que durou anos a compor..."
"De vez em quando é preciso dar voz ao povo - e percebi qual era o sentimento do povo", sublinha. Nas legislativas de 2005 o PS, liderado por José Sócrates obteve, com 45%, a primeira - e até agora única - maioria absoluta da sua história, enquanto o PSD, com Santana à frente, se ficou por um dos seus piores resultados de sempre, 28,77%.
Apesar de ter permitido a Santana um consulado de poucos meses em São Bento, o ex-chefe de Estado garante que a dissolução "não foi vingança", até porque "tinha boas relações pessoais" com o ex-primeiro-ministro.
"A minha relação com Santana era muito franca e cordial. Não tinha (nem tenho) nada de pessoal contra ele - tenho até estima. O Presidente tem de ter um diálogo com o primeiro-ministro na base da confiança e tive conversas muito positivas com ele. Pediu-me opinião várias vezes, dei-lhe conselhos francos, mas estive sempre preocupado com o desenrolar dos acontecimentos, que se precipitaram muito rapidamente até descambarem na confusão."
A fechar este capítulo, Sampaio voltou a defender a bondade da sua decisão de devolver a 'palavra' ao povo, apesar de compreender a amargura de Pedro Santana Lopes. "Ninguém gosta de ver dissolvida uma Assembleia onde está em maioria, mas a verdade é que a maioria absoluta estava a desconjuntar-se."

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