Num país onde é vulgar mulheres serem violadas por bandos de homens, perante a quase indiferença da sociedade e onde ainda vigora um porco regime de castas… é interessante verificar que há atrasados mentais com as suas “prioridades” bem organizadas e claras. O sobreavaliado Gandhi, quando um dia lhe perguntaram o que achava da “civilização ocidental, respondeu (com inegável humor) que achava que “seria uma excelente ideia”. Provavelmente, tão excelente como uma “civilização” para o seu próprio país… ocidental, ou oriental, ou de cima, ou de baixo… mas uma qualquer civilização em que não seja mais grave matar uma vaca do que tratar seres humanos abaixo de animais.
O parlamento do estado de Gujarat, no oeste da Índia, aprovou nesta sexta-feira um projeto de lei que admite pena de prisão perpétua e multas de até 100 mil…
Donald Harvey, um homicida condenado a 28 penas de prisão perpétua pela morte de 37 pessoas, foi agredido brutalmente na sua cela na última terça-feira, acabando morrer dois dias depois.
O assassino conhecido como “Anjo da Morte“, foi pontapeado até à morte por outro recluso do Instituto Correcional de Toledo, no estado de Ohio, mas ainda não se sabe o que motivou o ataque.
Donald Harvey foi condenado em 1987 pela morte de 37 pessoas, a maioria doentes de dois hospitais onde trabalhou. O indivíduo chegou a confessar a autoria de 54 assassinatos, conseguindo escapar à sentença da pena de morte.
Segundo o New York Daily News, o “Serial Killer” matava as pessoas com cianeto, veneno para ratos, deixando as botijas de oxigénio acabar ou sufocando os doentes com almofadas ou sacos de plástico.
“Sentia que estava a fazer a coisa certa.
Tirava as pessoas do seu sofrimento. Espero que se alguma vez ficar doente ou acamado que me façam o mesmo”, afirmou.
Harvey nunca mostrou qualquer arrependimento e até tinha uma lista com os nomes de todas as pessoas que matou. Foi apanhado quase por acidente quando, durante uma autópsia, o médico sentiu o cheiro do cianeto no estômago de um paciente.
Em 2003, Harvey confessou que tinha conseguido matar tantas pessoas tão discretamente porque “a maioria dos médicos trabalhava tanto que nem se apercebia da situação“.
“Os médicos estavam tão ocupados, que um paciente morria e o médico simplesmente declarava o óbito e enviava o corpo para uma funerária”, afirmou à CBS News.
De acordo com o Daily Mail, Donald Harvey foi abusado sexualmente por um tio e um vizinho quanto era criança e foi violado pelo seu colega de quarto aos 18 anos.
um trabalho de Luís Afonso que foi altamente elogiado pelos nossos leitores. O portfólio de Luís Afonso, porém, é extenso, e hoje trazemos-lhe mais uma pérola natural de Portugal – a Serra da Estrela.
“A Serra da Estrela é um dos locais que visito regularmente, pelo menos uma mão cheia de vezes por ano. É um local com características únicas no Inverno, quando um manto branco cobre por completo o topo do continente e a paisagem se transforma”, explicou Luís Afonso ao Green Savers.
“No Outono, especialmente na zona de Manteigas, [a serra] ganha uma paleta de cores incrível e que não deve ser perdida por ninguém, fotógrafo ou não. Costumo dizer que é como estar dentro de um conto de fadas”, salientou.
Na serra, continua, Luís Afonso, há muito por onde nos apaixonarmos: “água, entre cascatas, como a do Inferno e lagos; o Rossim ou as lagoas mais altas de Portugal; zonas húmidas como as Salgadeiras; zonas altas cobertas de pedra com os cântaros e o vale da candeeira; o vale glaciar do Zêzere e o berço do rio Mondego; e florestas de cortar a respiração, como o Covão d’Ametade (um dos sítios naturais mais bonitos do país), o bosque de Faias em São Lourenço ou os vales de Leandres”.
É um dos poucos locais portugueses onde podemos encontrar – garantidamente – neve, e por isso é muito visitado pelos fotógrafos de paisagem natural e de natureza. Mas há muito mais do que a neve na Serra da Estrela. “O Outono é outra das épocas do ano em que a romaria de fotógrafos não pára, tendo inclusive servido de mote ao Festival de Fotografia e Video que a Camara Municipal de Manteigas promove nessa altura do ano e que reúne dezenas de apaixonados pela serra, pela fotografia e pelo video ligado à natureza”, explicou o profissional. Fique com as fotografias.
O sobreiro (Quercus suber) não é a única espécie de árvore que dá cortiça mas só a cortiça do sobreiro permite fazer rolhas para engarrafar vinho, segundo o estudo “Cork-Containing Barks—A Review” divulgado na quinta-feira. O trabalho das investigadoras Carla Leite e Helena Pereira, do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia (ISA), publicado na revista Frontiers in Materials, é “a primeira compilação estruturada com informação científica disponível sobre espécies que produzem quantidades significativas de cortiça”, segundo um comunicado do ISA. O estudo conclui que existem outras espécies que produzem cortiça além do sobreiro mas a matéria-prima não pode ser usada para rolhas, embora possa ser utilizada para outros produtos em cortiça. “A existência de fontes adicionais poderá ser muito relevante para a indústria, uma vez que a área de distribuição do sobreiro se restringe sobretudo à Bacia do Mediterrâneo e, consequentemente, o fornecimento mundial de cortiça é limitado”, afirma-se no comunicado. O artigo mostra quais as espécies com maior potencial corticeiro e dá informações sobre essas espécies, como a estrutura, a composição química ou o potencial na área da biotecnologia. E abrange espécies corticeiras como o carvalho da Turquia (Quercus cerris) ou o sobreiro da China (Quercus variabilis), espécies do cerrado do Brasil e outras. A cortiça chinesa entrou recentemente no mercado, em forma triturada, e segundo o trabalho das investigadoras do ISA está a despertar muito interesse, até pelo potencial de quantidade. Em termos gerais, diz-se também no documento, os componentes químicos da cortiça estão a “receber muita atenção”, com a pesquisa a incidir em campos como a biomédica ou a saúde. A cortiça tem sido alvo de investigação no Centro de Estudos Florestais ao longo dos últimos 30 anos e é no centro que se tem desenvolvido grande parte do conhecimento científico mundial sobre esta temática, diz-se no comunicado.
Colosso italiano do século XVI tem divisões escondidas
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Esta escultura épica erguida no fim de 1500 pelo renomado escultor Giambologna é simplesmente sensacional só pela escultura, mas fica ainda mais interessante quando revela as divisões escondidas dentro dela. Acredite ou não, mas daria para viver dentro de um colosso
Uma versão miniatura que mostra como são as divisões dentro da bunda do gigante:
Hoje vamos divagar pelo Vale Jiuzhaigou na China, declarado Património da Humanidade pela Unesco em 1992. Os chineses dizem que a Reserva Natural de Jiuzhaigo, é "o mundo dos contos de fadas".
Foi declarado como Reserva da Biosfera em 1997 por UNESCO. Jiuzhaigou em chinês significa Vale das Nove Vilas, remetendo às nove aldeias tibetanas que desde séculos se encontram na região e se espalham pelo vale, com casas típicas entre as montanhas, pontes sobre riachos e moinhos. Shuzheng Zhai é a mais movimentada, com uma grande quantidade de bandeiras de orações de todas as cores que rodeiam o stupa dos Nove Tesouros.
Foto: www.aslaexplorers.com
O Parque Nacional de fica situado na cordilheira Min Shan e ocupa mais de 72.000 hectares na parte norte da província de Sichuan. Está a 2000 metros de altura e Monte Ganzigonggai é o pico mais alto com cerca de 4.800 metros, tendo uma extensão de mais de 50km. É composto por 3 vales em forma de “Y” o Shuzheng, Rize e Zechawa.
Tem uma variedade de ecossistemas de florestas bem diversos. Jiuzhaigou é classificado como a floresta das florestas. Estas florestas são o lar de numerosas espécies de plantas, algumas são variedades endémicas do vale como o rododentros (Rhododendron) e bambus (Bambusoideae).
Habitam no Vale porcos selvagens, veados, texugos, cerca de 140 espécies de aves, assim como animais em vias de extinção, como o panda gigante e os macacos dourados de Sichuan.
Os cisnes migram para nidificarem em Jiuzhaigou e são um espetáculo encantador, concentrando-se no Lago do Cisne.
Foto: www.tripadviser.com_ Caraghandben
No vale existem dezenas de lagos com águas de cor azul, verde e turquesa, variando as cores de acordo com as suas profundidades, resíduos e ambiente. A composição calcária sedimentada no seu fundo, refletem cores azuis durante o dia, e cores alaranjadas no final da tarde. Os tibetanos nativos chamam a estes lagos "Haizi", que em chinês significa “filho do mar”. Existem muitos rios subterrâneos que ligam vários destes lagos.
Um dos seus principais pontos de interesse é o lago das Cinco Flores, a 2,5 mil metros de altitude e com uma água cristalina que reflete uma centena de tons de azul e verde.
Foto: wikipedia_chensiyuan
Do grande rochedo inclinado conhecido como Zhenzhutan (terraço de pérola), caem as famosas Pearl Shoal Waterfalls (cascatas da Peróla) a mais alta do parque, com 162,5 metros de altura.
Foto: wikipedia_Noé Lecocq
O parque têm muitos passadiços de madeira através dos lagos e florestas que permitem ao visitante percorrer a pé este local fazendo assim um lindissimo passeio pela natureza.
Na zona norte de Jiuzhaigou no Vale Shuzheng ficam as Cataratas Nuorilang um dos símbolos de Jiuzhaigou. São as cataratas mais largas da China, com 320 metros de largura e 20 metros de altura.
Imponentes montanhas, verdes vales, florestas primitivas, prados encantadores, uma centena de lagos que formam piscinas naturais, cataratas de àguas cristalinas, rios e riachos verdes como jade, um céu azul, nuvens brancas como algodão, tudo forma um cenário único magnífico e lendário.
Photographs without the authors’ names are because I could not identify them. If they are yours, please contact me and I will put immediately your name, or remove them, if that is your wish. It is not my intention to break authors rights.
Viajar é alargar os nossos horizontes, é conhecer novas culturas, novos locais, paraísos perdidos que nos fascinam e encantam e se não o podemos fazer fisicamente, podemos sempre fazê-lo através da fotografia e da leitura, essa será a nossa viajem virtual!
Aves-do-paraíso: conheça algumas das criaturas mais exóticas do planeta
Se o pavão está na lista das aves mais bonitas que você já viu, prepare-se para se surpreender. As aves-do-paraíso certamente vão muito além de tudo o que você já viu. Nativos das montanhas e vales da Papua-Nova Guiné, do leste da Austrália e de pequenas ilhas na região, esses pássaros são um verdadeiro espetáculo da natureza.
Por se concentrarem em um lugar tão remoto e de difícil acesso, os registros e estudos acerca desses animais são escassos. A maior parte do material disponível foi produzido graças ao trabalho de Edwin Scholes, do Cornell Lab of Ornithology, e de Tim Laman, biólogo e fotógrafo do National Geographic. Juntos, esses pesquisadores dedicaram 8 anos para realizar 18 expedições à região e capturar vídeos e imagens dessas aves como nunca havia sido feito anteriormente.
Como resultado desse trabalho, os especialistas revelaram mais sobre as cores, as formas, os hábitos e o comportamento de cada uma dessas espécies surpreendentes que só podem ser encontradas nessa parte do planeta.
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Uma família, muitas espécies
As exóticas aves-do-paraíso são bastante diferentes entre si, mas como se acredita que tenham originado de um ancestral comum, a família recebeu o nome de Paradisaeidae. Ao todo, ela é formada por 39 espécies que se dividem em 15 gêneros.
Em geral, esses pássaros extraordinários vivem em meio a florestas em grandes altitudes, onde encontram comida abundante e não são ameaçados por muitos predadores. As aves-do-paraíso se alimentam basicamente de frutas e pequenos insetos.
Estima-se que os primeiros representantes da família Paradisaeidae – que se assemelha da família dos corvos (Corvidae) – surgiram cerca de 24 milhões de anos atrás. Cada uma das espécies apresenta características únicas e seu tamanho pode variar de 20 a 120 centímetros.
Uma das questões que mais intriga os pesquisadores é quais foram os fatores que permitiram que animais tão complexos pudessem se desenvolver em uma área tão pequena e remota do mundo. Dessa maneira, as aves-do-paraíso representam um evento singular na evolução.
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Beleza excepcional
Entre todos os fatores que foram mudando ao longo dos anos para resultar nesses pássaros incríveis, o que mais chama a atenção é a sua plumagem. Aqui vale notar que um dos traços mais marcantes das aves-do-paraíso é o dimorfismo sexual acentuado, ou seja, os machos e fêmeas apresentam características visuais drasticamente diferentes.
Essa é a explicação para que os machos tenham uma plumagem tão exuberante na maioria das espécies, enquanto as fêmeas tendem a apresentar penas em tons de cinza e marrom sem qualquer fator extraordinário. Ao observamos atentamente os animais, vemos que os machos carregam caudas longas, penas em tons contrastantes, cores vivas e iridescentes e mais alguns ornamentos ao redor do corpo.
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Junto com as cores fortes, que são encontradas no corpo, na cabeça e até mesmo no interior da boca, é comum a presença de penas pretas, que têm como principal função contrastar e valorizar a beleza das cores desses animais. A combinação e a variedade de tons encontrados entre as aves-do-paraíso são um fenômeno incrível que só foi observado entre essas espécies.
Infelizmente, tanta beleza também é cobiçada por humanos, que representam a principal ameaça a esses animais. Atualmente, a comercialização e a importação das plumas das aves-do-paraíso são proibidas, mas elas já foram muito usadas como adornos e apreciadas por colecionadores.
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Rituais de acasalamento
Sabemos que a natureza é sábia, por isso toda essa beleza tem uma explicação. Os pesquisadores notaram que estruturas como penas alongadas, plumas e outros ornamentos têm uma finalidade puramente estética e não auxiliam no voo ou ajudam a manter a temperatura do corpo do animal.
Sendo assim, eles compreenderam que as características únicas que os machos das aves-do-paraíso carregam tem um único objetivo: o acasalamento. Os especialistas que acompanharam de perto o comportamento desses pássaros notaram que a atenção das fêmeas se volta para machos grandes, coloridos e com formas variadas.
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Isso explica porque os pássaros são tão coloridos e também nos permite entender um pouco do fenômeno surpreendente que é o ritual de acasalamento desses animais. Ao assistir aos vídeos anteriores você deve ter notado que os machos das aves-do-paraíso têm a capacidade de arranjar suas penas de maneira extraordinária, mudando de forma e se transformando em algo muito diferente de um pássaro.
Como se isso não fosse o bastante para atrair as fêmeas, os machos de algumas espécies ainda fazem danças elaboradas, produzem sons únicos e se exibem de maneira a hipnotizar sua possível parceira de um jeito impressionante.
Abaixo você confere uma série de imagens que revela mais um pouco da beleza das aves-do-paraíso:
Conheça os redutos naturais do planeta mais vulneráveis às mudanças do clima e ao aquecimento global. O levantamento é da ONG Co+Life, baseado no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU e no World Monuments Fund.
1 - Ilhas Maldivas
As pequenas e numerosas ilhas das Maldivas são tão belas quanto frágeis. Pelo menos 80% do arquipélago localizado no oceano Índico está apenas um metro acima do nível do mar. Uma elevação brusca das águas poderia varrer do mapa esse paraíso de praias de areia branquinha, palmeiras e atóis de corais. No último século, o nível do mar já subiu 20 centímetros em algumas partes do país. Temendo o pior, o governo local estuda comprar um novo território para o seu povo.
2 - Floresta Amazônica
O desmatamento ilegal e predatório é o principal inimigo da Floresta Amazônica, considera a maior caixa-preta da biodiversidade mundial. Estima-se que suas matas e águas concentrem 30% da biodiversidade da Terra. E o futuro da maior floresta tropical do mundo preocupa quando se olha os números do desmate. Só em agosto de 2010 e fevereiro de 2011, a Amazônia perdeu 1, 2 mil quilômetros quadrados de floresta, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
3 - Monte al-Makmal
Situado no Oriente Médio, o Monte al-Makmal, com 3.087 m é um dos relevos mais altos do Líbano, em cujas rochas, aninham-se inúmeros mosteiros. Aos seus pés fica o vale Qadisha, declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela ONU em 1998. Ele é atravessado pelo rio sagrado Nabor que se estende por 35 km e tem sua origem em uma caverna localizada no monte, último reduto dos cedros do Líbano, árvore símbolo do país.
4 - Tuvalu
Assim como as Maldivas, o pequeno conjunto de nove ilhas localizado no oceano pacífico, entre a Austrália e o Havaí, sofre as consequências do aquecimento global. Com área de 26 km², o minúsculo Estado corre o risco de submergir diante do aumento do nível do mar. Nos últimos anos, as inundações constantes já vêm atrapalhando a produção de cultivos locais e a obtenção de água potável.
5 - Naukluft Park
O deserto da Namíbia concentra o maior número de dunas migratórias do mundo. No Naukluft Park, maior reserva animal da África ficam as dunas vermelhas que chegam a impressionantes 30 metros de altura. A ameaça à preservação dessa região reside na intensificação das correntes de ar que pode favorecer um maior deslocamento das dunas. A atividade agitada pode por em risco a fauna e flora locais.
6 - Plataforma de Gelo Ross
Situada na Antártida, a plataforma de Ross é maior do mundo, com cerca de 487000 km², área semelhante à da França. Esse "país" de gelo deve o seu nome ao marinheiro e explorador inglês James Clark Ross, que a descobriu em 1841. Apesar da espessura de centenas de metros, os cientistas temem que os paredões de gelo derretam em virtude do aquecimento do planeta, o que poderia causar uma elevação de 5 metros no nível dos oceanos.
7 - Kilimanjaro
No norte da Tanzânia, junto à fronteira do Quênia, ergue-se, em meio a uma planície de savana, o monte mais alto da África, um colosso com altitude de 5,8 mil metros. Este antigo vulcão, circundado por uma floresta de fauna e flora riquíssimas, foi declarado pela ONU Patrimônio da Humanidade em 1987. O Kilimanjaro tornou-se famoso por sua neve eterna no topo. Mas isso pode mudar. A camada de flocos de gelo está diminuindo a cada ano e estima-se que em uma década não haverá mais gelo algum no monte.
8 - Virunga National Park
Criado em 1925, o parque mais antigo da África é também o refúgio do gorila da montanha, que se encontra sob risco de extinção. Pelo menos 200 animais dessa espécie vivem no parque, localizado na República Democrática do Congo. Mas eles não estão a salvo. A floresta, que também abriga refugiados da guerra civil de Ruanda, de 1994, tem sido alvo de desmatamento e caça ilegal, o que ameaça a sobrevivência dos primatas.
9 - Galápagos
Foi nessas ilhas equatorianas, no oceano pacífico, que Charles Darwin revolucionou as ciências naturais criando a Teoria da Evolução, a um século e meio atrás. De lá pra cá, o arquipélago tem atraído turistas e curiosos do mundo todo, que querem conhecer sua fauna peculiar, que inclui muitas espécies endêmicas como as tartarugas de Galápagos. Contudo, o aumento crescente do turismo e da população local colocam em risco esse paraíso natural, que, há pouco tempo, era praticamente intocado.
10 - Santuário de Manas
Aos pés do Himalaia, no estado de Assam, na Índia, o santuário de Manas abriga uma grande variedade de animais, incluindo muitas espécies ameaçadas, como o porco-pigmeu, o rinoceronte indiano e o elefante indiano. Porém, a região figura na lista de patrimônios em risco da Unesco, desde 1992, ano quando militantes da tribo Bodo invadiram a área. Durante o ano seguinte, o santuário sofreu danos estruturais que beiram os dois milhões de dólares.
Braga situa-se no coração da verdejante região do Minho, no Noroeste de Portugal, rodeada por uma paisagem de montes ondulantes e florestas. A cidade, um dos maiores centros religiosos de Portugal, é reconhecida pelas suas igrejas barrocas, pelos esplêndidos solares do século XVIII e pelos belos parques e jardins. A parte antiga da cidade é solene, embora a indústria e o comércio tenham dado origem a um estilo de vida moderno, complementado pelas universidades locais, os restaurantes contemporâneos e os bares animados. Às quintas-feiras de manhã, Braga acolhe o maior mercado da região, com bancas que vendem de tudo um pouco, desde produtos frescos a cerâmicas tradicionais.
A história da cidade reflete-se nas inúmeras igrejas e monumentos, entre os quais se destacam a imponente Sé Catedral e a Igreja de Santa Cruz, datada do século XVII. Numa colina a cerca de 5 km a sudeste ergue-se o Santuário do Bom Jesus do Monte, um importante local de peregrinação. Por detrás, encontra-se o Monte do Sameiro, onde uma estátua colossal de Nossa Senhora vigia atenta a cidade. Nos arredores de Braga encontra-se a Citânia de Briteiros – um impressionante local arqueológico da Idade do Ferro.
Ao longo da costa de Esposende, Ofir e Apúlia encontrará belas praias. Todo o distrito é famoso pelas suas festividades e gastronomia, com receitas tradicionais que incluem bacalhau (cozinhado em centenas de formas distintas) e arroz de pato.
Locais obrigatórios de se visitarem
Sé Catedral (Braga)
No centro histórico de Braga ergue-se a catedral mais antiga de Portugal, a Sé, que contém inúmeros tesouros de arte sacra. A construção teve início em 1070 e foi influenciada por diversos estilos, como o Gótico, o Renascimento e o Barroco. Os seus elementos mais relevantes são as torres sineiras e o tecto manuelino, bem como o altar esculpido e os órgãos barrocos. Os túmulos de Dom Henrique e Dona Teresa, pais do primeiro rei de Portugal, encontram-se na Capela dos Reis.
Santuário do Bom Jesus do Monte (Braga)
Este santuário é considerado um dos mais belos de Portugal. A igreja neoclássica, rodeada por magníficos jardins, foi projectada por Carlos Amarante em finais do século XVIII. A famosa escadaria barroca serpenteia até à igreja, com encantadoras fontes e estátuas ao longo do percurso. Os visitantes também podem optar por apanhar o funicular ou conduzir até ao topo para desfrutar do ambiente pacífico e das vistas esplêndidas.
Citânia de Briteiros (Briteiros)
Um dos locais arqueológicos mais bem preservados da região do Minho é a Citânia de Briteiros, os vestígios de um castro celto-ibérico que remonta a 300 a.C. Os arqueólogos descobriram as fundações de mais de 150 construções de pedra, estradas pavimentadas, currais e condutas de água. Duas das casas foram reconstruídas no local, e no Museu de Martins Sarmento, em Guimarães, encontram-se belas relíquias em exposição, incluindo peças de cerâmica pintada, pedras esculpidas, armas e joalharia.
Igreja de Santa Cruz (Braga)
A igreja de Santa Cruz, construída no século XVII, exibe uma intrincada fachada de pedra em estilo barroco maneirista. O interior elaborado inclui um órgão e púlpitos com talha dourada, uma nave muito alta e belíssimos painéis de azulejos.
Jardim de Santa Bárbara (Braga)
O Jardim de Santa Bárbara é um dos mais bonitos do país. Datada do século XVII, esta praceta ajardinada fica perto do antigo Palácio Episcopal e contém flores coloridas, plantas luxuriantes e belos arbustos esculpidos.
Ruínas romanas de Bracara Augusta (Braga)
As ruínas de Bracara Augusta, uma cidade fundada pelo Imperador Augusto entre 300 e 400 a.C., ainda hoje subsistem. Bracara Augusta tornou-se a capital romana do norte da Ibéria e foi posteriormente ocupada pelos Visigodos e Árabes. Desde a década de 1970, foram encetados esforços para preservar as estruturas do complexo arqueológico ainda remanescentes.
Uma empresa americana chamada Catharhome criou um produto chamado Brikawood -contração de brick+wood-, ecológico e econômico que pode ser usado para montar facilmente uma casa sem o uso de pregos e parafusos. O tijolo é composto por 4 elementos de madeira, dois flanges laterais e dois espaçadores transversais, usinados em "cauda de andorinha" simples que são montados em conjunto através de encaixe dando assim uma rigidez mecânica ao conjunto. Só vendo para entender.
O tijolo de madeira com intertravamento destina-se a ser usado sozinho, sem revestimento, nem barreira de ar ou de vapor, simplificando tanto quanto possível a implementação de qualquer tipo de construção, garantindo desempenho e impermeabilização, assim como um casa de tijolo à vista.
A Volkswagen é talvez mais conhecida em todo o mundo por causa do icônico Fusquinha. O carrinho pau para toda obra foi, de fato, o primeiro modelo produzido pela companhia nos anos 1930. Em alemão, o conhecido "carro do povo" foi construído para ser eficiente e barato para o uso da família. Embora a tecnologia do automóvel tenha sido aperfeiçoada e melhorada ao longo dos anos, a silhueta do amado Fusca permaneceu em grande parte a mesmo: simples e funcional.
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Mas, apesar desse compromisso com o design, os proprietários de automóveis na década de 1970 queriam desafiar a função do veículo prático, levando-o das ruas da cidade para lugares fora de estrada. Foi assim que os donos de Fuscas criaram o Super Bugger ou Bug Camper (algo que pode ser traduzido como FusCampista), que era um cruzamento entre um fusca e um trailer do tipo Caravan que ainda existe até hoje.
O Super Bugger foi ideia de uma loja de carros usados que construiu e vendeu o primeiro veículo incomum por 6.000 dólares em 1975. Eles usaram painéis de fibra de vidro para construir um espaço pequeno atrás dos dois bancos da frente. Um casal, que comprou um destes trailers e o manteve até os dias atuais, levou o FusCampista em um feira de automóveis no ano passado. Eles revelaram um interior minúsculo, uma cozinha pequenina e um espaço contíguo para uma cama (para anões). Mas, para aqueles que preferem dormir sob as estrelas, este veículo recreativo fornecia (e ainda fornece) alguma conveniência em longas viagens pelo campo além de ser um verdadeiro charme, com perfume de gasolina incluído, claro.
Popularmente se fala que não existe espaço mais democrático do que a praia, onde em matéria de minutos você pode fazer um monte de amigos. Mas se você está planejando passar férias nas margens do Mar Báltico, no norte da Polônia, é melhor comprar um separador de espaço pessoal se você quiser se ajustar aos costumes locais. O acessório bizarro é aparentemente uma obrigação em praias polonesas, pelo menos se você quiser se encaixar com a multidão.
Recentemente estava navegando em algumas fotos obscuras do Leste Europeu de agregadores de notícias, quando me deparei com uma coleção de estranhas fotos de praia, onde todos tinham uma cerquinha de pano ao redor do pequeno pedaço de areia.
Essas coisas estavam em toda parte, nunca tinha visto nada parecido antes, e fiquei intrigado. Mas que porra é essa?
Infelizmente, além do título, "Polish Beach Introverts", que sugeria um propósito relacionado à privacidade, não havia nenhuma explicação de por que todo mundo usava aquilo.
Então eu comecei a googlear todos os tipos de frases que poderiam esclarecer o mistério de separadores de praias polonesas.
No início, eu só encontrei duplicatas da mesma coleção de fotos que tinha encontrado originalmente, sem nenhuma outra informação, mas eventualmente encontrei um site russo sobre assuntos poloneses que realmente cobriu este "fenômeno" bastante extensivamente.
Segundo a Polomedia, os separadores de praia fazem parte da cultura polonesa durante muito tempo, mas recentemente receberam muita atenção on-line, depois que turistas estrangeiros de férias no Mar Báltico começaram a postar fotos dos separadores nas redes sociais como Facebook e Instagram.
Consistindo de um longo pedaço de pano colorido esticado entre um número de tubos metálicos ou estacas de madeira que são fáceis de fincar na areia.
Os separadores variam em tamanho de acordo com o grupo que se destinam a acomodar. Você verá minúsculos que circundam o espaço em torno de uma única toalha de praia, e os gigantes que separam uma grande parte da praia.
Ao contrário do título da primeira foto que eu vi, que sugeria que os separadores foram criados para proteger seus usuários de olhares indiscretos.
No entanto, não é nenhum segredo que os ventos fortes são muito comuns nas margens do Mar Báltico, então os separadores foram originalmente destinados a permitir que os amantes da praia desfrutem de um banho de sol sem que seus pertences saiam rolando pela praia, ou que tomem banhos de areia soprada pelos ventos.
A teoria de que os separadores são usados por turistas poloneses para se isolar de turistas de fora originou-se em posts de sites na mídia social, como o Facebook e o VKontakte, de pessoas que tentam explicar algo que desconhecem, então inventam gerando fakenews.
No entanto, há também um lado controverso para estes chiqueirinhos. Nos últimos anos, as pessoas começaram a abusar desses acessórios para ocupar muito mais espaço na praia do que eles precisam. Não é raro ver uma ou duas toalhas de praia no meio de um tremendo vazio de areia cercado por um desses separadores.
Durante o verão, os separadores de praia são colocados tão perto uns dos outros que uma pessoa mal pode passar entre eles, e muito menos encontrar um lugar para esticar suas próprias toalhas ou esteiras.
Isso cria um problema para os turistas estrangeiros não familiarizados com esses acessórios, que só querem um lugar para deitar na areia.
Os separadores de praia são uma parte importante da cultura polonesa, e muitas vezes aparecem em camisetas, ímãs e outras lembrancinhas vendidas em resorts à beira-mar.
No entanto, não há como negar que, conforme as praias se tornam mais lotadas durante a alta temporada, eles criam todos os tipos de conflitos devido à falta de espaço. Por exemplo, algumas pessoas deixam a praia por horas, mas deixam seus separadores no lugar, para garantir que seu espaço não seja ocupado por outra pessoa.
A enorme popularidade dos separadores de espaços na praia é exclusiva da Polônia e, tendo visitado um número considerável de balneários em toda a Europa, posso confirmar que nunca vi nada parecido com isto antes, nessa escala.
«Dando asas aos sonhos da juventude», assim se intitula a exposição inspirada na jornada de Bela Mandil contra o fascismo, patente ao público na Biblioteca Municipal de Olhão.
Alvo da repressão fascista, o Festival da Juventude realizado em Bela-Mandil tinha um carácter legalCréditos/ Duarte Infante
Integrado na Semana da Juventude, promovida pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil, entre 21 e 28 de Março, o Festival da Juventude de Bela Mandil, no concelho de Olhão, realizado a 23 de Março de 1947, representa uma «jornada de grande significado na luta da juventude contra o fascismo e pela liberdade que, apesar de fortemente reprimida, deixou sementes que haveriam de florir com a Revolução de Abril».
A caracterização é da iniciativa do PCP, promotor da exposição inaugurada no passado dia 23 na Biblioteca Municipal de Olhão, e responsável pela concepção e desenvolvimento do MUD Juvenil, fundado em Abril de 1946, com o objectivo de alargar a luta de resistência e a unidade antifascista.
Cartaz da Semana da Juventude de 1947
Cerca de mil participantes, maioritariamente algarvios, participaram no festival cujo programa, pleno de palestras, canções, recitais de poesia e danças, haveria de ser interrompido por um forte contingente policial (PSP, PIDE e GNR), que por sua vez intimou a organização e todos os participantes a abandonarem o local. Em protesto, os jovens cantaram o hino nacional, que haveria de ser também proibido, e foram alvo de agressões pelos polícias durante a escolta.
A exposição tem como objectivo alertar os mais jovens para os reflexos da ditadura de Oliveira Salazar para os trabalhadores e o povo. A brutal repressão contra os jovens e o movimento operário marcou a identidade do fascismo português, materializada na eliminação de todas as liberdades democráticas, na proibição dos sindicatos livres e na instauração da censura, recorrendo a um violento aparelho repressivo.
Um regime assente na tortura, em assassinatos e na condenação à «morte lenta», em campos como o do Tarrafal, em Cabo Verde.
A consciência democrática que nasce com o MUD
O MUD Juvenil consubstancia a criação de uma forte consciência democrática e anti-fascista no período do pós-guerra. Desenvolve desde a sua criação um intenso trabalho de organização do qual surgem numerosos homens e mulheres que haveriam de se destacar no combate antifascista e anticolonialista, com a democracia na mira.
Depois de Bela Mandil, organiza a participação de jovens portugueses nos festivais mundiais da juventude nos anos de 1951, 1953, 1955 e 1957. Em 1956, o movimento é alvo de nova acção repressiva. São presos mais de uma centena de dirigentes e apoiantes, 50 dos quais haveriam de ser levados a julgamento em Tribunal Plenário. Um ano mais tarde, novo golpe para o MUD Juvenil: mais de vinte elementos são condenados a penas de prisão.
O movimento acabaria por ser ilegalmente extinto em 20 de Junho de 1957 por acórdão do Tribunal Criminal Plenário do Porto. O que não o impediu, porém, de prosseguir o desenvolvimento da sua actividade, designadamente no movimento estudantil de Lisboa.
No mundo selvagem temos vários exemplos de força bruta, os animais tem a capacidade de superar o homem em vários aspectos, em especial na força e resistência física.
Enfim, conheça agora os 7 animais mais fortes do planeta.
Cerca de 19 dias foi quanto tardaram os cerca de sete mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) a percorrer a pé, em veículos e embarcações os 8700 quilómetros que os separavam das 26 zonas de transição acordadas com o governo colombiano. Um formigueiro de mulheres e homens que abandonaram a selva profunda e desceram das montanhas para uma das mais difíceis batalhas da história da mais antiga e maior guerrilha da América Latina. Depois de 53 anos de conflito, as FARC estão decididas a entregar as armas e a construir ao lado da população uma Colômbia de paz e justiça social.
La Guajira, o inferno colombiano
A estrada que separa Valledupar de Fonseca, o município onde se encontra o acampamento das FARC de Pondores, é o espelho dos contrastes da região de La Guajira. Um dos passageiros que se atreve a entoar algumas das letras mais conhecidas de vallenato entre os solavancos da camioneta queixa-se do avançado estado de degradação do piso e não compreende para onde vai o dinheiro cobrado pelos portageiros numa das zonas mais pobres da Colômbia. Depois de sucessivos postos de controlo do exército, surge uma ciclovia e uma pista de jogging de intermináveis quilómetros num departamento nas mãos da corrupção. Nos últimos dez anos, nenhum governador chegou ao fim do mandato e três encontram-se presos por desvio de dinheiro e favorecimento. Nesta região de profundas contradições, dados mais recentes indicam que mais de metade da população vive em pobreza extrema e um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) calcula em 4770 o número de crianças que morreram nos últimos oito anos devido à falta de comida e água. As populações mais próximas da fronteira com a Venezuela vivem sobretudo do contrabando que sendo abundante não chega para todos. É o inferno de uma região que para além do clima tórrido viveu durante anos o drama do conflito e onde persiste o desemprego, o roubo de gado, o elevado número de indígenas que dependem do Estado e o fraco retorno de recursos da extracção de carvão.
A paz sob ameaça
Foi neste barril de pólvora que se movimentaram durante anos os guerrilheiros das FARC que agora se concentram ao lado da aldeia de Conejo, município de Fonseca, e que pertencem à 59ª Frente Martin Caballero, integrada no Bloco Caribe. É aqui que estão concentrados num processo que a ser concluído, conforme os Acordos de Paz assinados em Havana com o governo, passará pela entrega faseada de armas à ONU, pela amnistia dos 4 mil presos políticos e pela criação de um partido que permita às FARC participar legalmente na vida política da Colômbia.
Debaixo da folhagem e dos grossos troncos, levanta-se o acampamento de madeira entre camas e mesas de tábuas e paus como faziam nas encostas das montanhas da Serranía del Perijá. Jaime é um dos 300 habitantes desta cidade improvisada. Repetiu os passos de milhares de colombianos que para fugir à perseguição paramilitar se viram forçados a trocar a actividade política legal pela clandestinidade nas filas guerrilheiras. Hoje, tem 26 anos, e já passaram alguns anos desde que teve de abandonar a sua cidade e a militância estudantil. De kalashnikov ao ombro, o jovem guerrilheiro descreve a Sermos Galiza a dura travessia para aqui chegar: «Foram dias muito complicados e quando chegámos nada do que o governo havia prometido estava construído. Nada. Nem os dormitórios, nem o posto médico, nem as casas-de-banho, nem sequer a água canalizada». Então conta como os guerrilheiros se juntaram aos operários e decidiram «suar pela paz» sem estarem obrigados a isso e demonstrando o seu compromisso com o fim do conflito de mais de meio século.
Durante semanas, os sucessivos atrasos na implementação dos acordos de paz foram alimentando a tensão e o temor de que este processo de paz tenha o mesmo fim de todos os anteriores. Jaime abre o tablet e mostra uma notícia com alguns dias em que o enviado-especial da ONU Jean Arnault pede ao governo de Juan Manuel Santos que recalendarize as três fases de entrega de armas. A poucos dias do primeiro prazo acordado, nenhum dos acampamentos tem sequer os contentores para que as FARC possam desactivar uma terceira parte do seu arsenal militar e entrega-lo à ONU como consta do que foi assinado em Havana pelas duas partes.
À escuta, Yesid junta-se à conversa e informa-nos que centenas de presos das FARC acabam de decidir encetar uma greve de fome para pressionar o governo a aplicar a amnistia acordada e que já havia sido regulamentada no congresso dos deputados. Dias depois, a polícia colombiana detinha dois guerrilheiros que se dirigiam precisamente para este acampamento.
O caminho para a paz gera expectativas na maioria dos combatentes que por vezes se atrevem a sonhar com o que gostariam de fazer. Para Yesid que gostava de estudar fotografia e vídeo representou uma tragédia. Na travessia para chegar até aqui muitos guerrilheiros adoeceram e a sua companheira acabou por falecer, um acontecimento denunciado pelas FARC na imprensa acusando o governo e a ONU de não assegurarem a assistência médica. Yesid mostra a fotografia de Damaris Lee e conta com raiva: «Teve de ser levada por guerrilheiros à margem dos protocolos para um hospital e acabou por morrer».
Apesar do cessar-fogo bilateral, a morte continuar a manchar de sangue as cidades e as aldeias da Colômbia. Desde que os grandes grupos económicos começaram a financiar o paramilitarismo, em colaboração com os sucessivos governos, que a barbárie se espalhou como um cancro e continua a ser a maior ameaça ao processo de paz. Agora que as FARC se concentram em zonas de transição, os grupos paramilitares invadiram as regiões de influência da guerrilha para impor o seu reinado de terror. Neste momento, segundo a ONU, a Colômbia é o segundo país com mais deslocados internos. Cerca de 5,3 milhões de mulheres e homens foram expulsos das suas terras pelo conflito armado.
Entre as filas guerrilheiras existe o receio de que a história se repita. Em 1985, quando as FARC encetaram um processo de paz com o governo de Belisario Betancur e criaram o partido União Patriótica, não imaginavam que numa década seriam assassinados cerca de cinco mil dos seus membros, dos quais dois candidatos presidenciais, oito congressistas, 13 deputados, 70 concelheiros e 11 presidentes de camara. A estes dados arrepiantes há que acrescentar a presença da Colômbia durante anos seguidos na frente da lista dos países em que mais sindicalistas e jornalistas são assassinados.
É assim que ‘Gabo’, de 22 anos, sustenta o contexto histórico em que o seu pai e muitos milhares entraram nas FARC nos anos 80 e 90. Posteriormente, foi a sua vez e a do seu irmão gémeo aos 12 anos quando não havia mais segurança do que na guerrilha. «Em Maio, em princípio, vamos fundar o nosso partido e esperamos que as razões que levaram tanta gente a empunhar armas deixem de existir», explica. E conta que a sua e a do seu irmão é a história de muitos combatentes e que não sabem da sua família há mais de dez anos. Ou seja, desde que entrou na organização. No dia a seguir a esta entrevista a Sermos Galiza, ‘Gabo’ com um sorriso do tamanho do mundo conta que a mãe apareceu no acampamento de surpresa com uma irmã que não sabia que tinha.
A rotina à espera da paz
A roupa exposta nos estendais ilustra o carácter político e desportivo dos seus donos. Che Guevara e Manuel Marulanda, fundador das FARC, dominam a estética guerrilheira. Jaime que chega do turno de guarda com a sua inseparável metralhadora e uma t-shirt de Hi Chi Minh assobiando A Internacional quer deixar claro que é comunista: «Luto por uma sociedade sem exploradores nem explorados e com ou sem armas esse é o objectivo de toda esta gente».
De facto, os tempos da pólvora e da metralha estão apartados mas todas as madrugadas, às 4.50, estas mulheres e homens que lutam pela paz e pela justiça social são acordados por um guerrilheiro do turno de guarda percorre as tendas e as camas improvisadas dos seus camaradas imitando um pássaro como durante a guerra. Depois do asseio num enorme tanque onde também se lava a roupa, os combatentes fazem a formação e um comandante passa a revista às tropas. Às 5.30, chega a hora do café da manhã antes do momento dedicado ao estudo e às notícias do dia.
A partir daí o acampamento é uma cidade viva de gente que realiza todo o tipo de tarefas. Entre os combatentes, o número de mulheres e indígenas é bastante elevado e não há qualquer distinção na atribuição de responsabilidades. À entrada do acampamento há uma comissão de recepção para que a população e as organizações sociais e políticas possam contactar os guerrilheiros. Diariamente chegam dezenas de pessoas para conhecer as propostas das FARC, para expressar as suas preocupações ou para denunciar algo.
Enquanto os assassinatos de dirigentes sindicais, políticos e indígenas cresce assustadoramente às mãos dos grupos paramilitares, guerrilheiros como Jaime, Yesid e ‘Gabo’ entendem que a participação da população é essencial para a efectivação dos direitos consagrados nas negociações e que a luta social é determinante para que a paz não seja, uma vez mais, afogada em sangue.
Em pleno caso Tecnoforma, Passos ligou a uma funcionária do fisco sua amiga por causa do IRS. O acesso foi “apanhado” no alarme VIP e aparece no inquérito arquivado pelo Ministério Público. NIF de Paulo Núncio foi acrescentado à lista mas a razão é um mistério.
Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014, piso 15 do n.º 28 da Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, Amoreiras, Lisboa. O chefe da equipa da Área da Segurança Informática (ASI) do fisco recebe um “alerta” no seu email.
Não é uma mensagem qualquer aquela que vai parar à caixa de correio electrónica de José Morujão Oliveira. Às 15h51 desse mesmo dia, alguém dentro da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) fora consultar as informações fiscais de Pedro Passos Coelho. O sinal de alarme vai directo ao email do funcionário.
Há semanas funcionava uma controversa lista VIP de contribuintes. E aquela quinta-feira de Novembro era já o 39.º dia em que estava activo o polémico “sistema de alarmística” que permitia saber quase em tempo real, de quatro em quatro horas, quem consultava os dados fiscais de um restrito grupo de cidadãos: Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro, Paulo Portas, o seu vice-primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, então Presidente da República, e Paulo Núncio, à data secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF).
Sempre que um funcionário (ou o próprio contribuinte no Portal das Finanças) consultava as informações tributárias onde aparecesse o NIF de um dos quatro políticos, o chefe da segurança informática da AT recebia um email a identificar o acesso. Ficava a saber quem tinha entrado e a que horas. Tudo configurado através do software Splunk, que permitia monitorizar os eventos nas plataformas informáticas.
Assim acontecia desde 29 de Setembro. E assim aconteceu naquela tarde, quando uma funcionária da repartição de Finanças da Amadora foi ver os dados do primeiro-ministro. Assim que José Morujão Oliveira receber o alerta no seu email com o log de acesso, a Direcção de Serviços de Auditoria Interna (DSAI) é informada; abre-se um procedimento de averiguação e a funcionária é chamada a justificar-se. Não passará mais de uma semana até os factos ficarem esclarecidos. Por que razão teria ido verificar as informações fiscais do primeiro-ministro?
Por essa altura, o caso Tecnoforma conhecia novos desenvolvimentos, desde que o PÚBLICO avança em meados de Setembro com revelações sobre o período em que Passos Coelho exerceu o mandato de deputado em regime de exclusividade (anos de 1997, 1988 e 1999). A 26 de Setembro, uma sexta-feira, o jornal i publica informações do IRS do primeiro-ministro. E na segunda-feira seguinte começa a funcionar o famoso “sistema de alarmística” que, de tão controverso, acabaria por fazer cair já em Março de 2015 o director-geral do fisco, António Brigas Afonso, e o subdirector-geral, José Maria Pires, que na ausência do director-geral aprovou internamente a polémica lista.
228 Durante os cinco meses em que a lista VIP esteve activa o sistema Splunk gerou 228 alertas
Foi possível ao PÚBLICO reconstituir alguns episódios ocorridos nos cinco meses em que a lista VIP esteve de pé (entre 29 de Setembro de 2014 e 10 de Março de 2015) pela leitura cruzada do processo do Ministério Público (MP) e dos dois relatórios produzidos sobre o caso – um da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) e outro da Inspecção-geral de Finanças (IGF). Mas ao fim de dois anos, há passos e decisões que continuam a ser um mistério. E não ficaram esclarecidos na investigação do MP, que a 8 de Fevereiro deste ano arquivou o inquérito sem ouvir os dirigentes do fisco envolvidos directa e indirectamente no caso.
Todas as citações que o PÚBLICO apresenta neste trabalho resultam da documentação incluída no dossier depositado no DIAP de Lisboa, do despacho de arquivamento e dos inquéritos da CNPD e IGF.
Um dos episódios que aparece no processo do Ministério Público é precisamente o da funcionária da Amadora. Quando a 13 de Novembro a trabalhadora é ouvida pela auditoria interna do fisco, conta o que se passou: “A consulta efectuada resultou de solicitação do próprio [Pedro Passos Coelho] através de contacto telefónico particular, do seu telemóvel para o meu, no sentido de o ajudar a perceber uma questão relacionada com a sua declaração de IRS. O facto de ter sido prestado o referido apoio, via telefone, somente ocorreu porque o contribuinte Pedro Passos Coelho é uma pessoa das minhas relações pessoais e de amizade”.
A funcionária refere que o primeiro-ministro se disponibilizara a confirmar a sua versão dos acontecimentos, algo que os auditores não consideraram ser necessário. A questão fica esclarecida e o caso é encerrado, porque o acesso que tanto alarme gerou foi, afinal, considerado justificado.
Além de Passos, a lista VIP começou com mais dois nomes (Portas e Cavaco); depois surge um alerta com o NIF de Núncio Miguel Manso
Três mais um
Recuemos. O sistema da lista VIP começou a funcionar ainda antes de ser aprovado pelo subdirector-geral José Maria Pires. E sem haver fundamento “de facto e de direito” dos seus motivos e critérios, conclui a IGF, para quem iniciativa avulsa de lançar o sistema da lista VIP partiu da área da segurança informática: foi o funcionário chefe deste núcleo, Morujão Oliveira, quem definiu e seleccionou os NIF.
Quando a lista é criada, só faziam parte dela três pessoas: Passos, Portas e Cavaco. Estávamos a 29 de Setembro. Mas semanas depois, a 23 de Outubro, há registo de um alerta de acessos a dados fiscais de um quarto nome: o de Paulo Núncio. O porquê de o NIF do secretário de Estado que tutelava a administração fiscal ter sido aparentemente acrescentado à lista continua por esclarecer, mesmo depois dos inquéritos da CNPD, IGF e Ministério Público. E está por saber não só a razão, como o dia em que passou a ser monitorizado.
Embora José Morujão Oliveira tenha afirmado que Paulo Núncio foi incluído no pacote VIP por causa de uma auditoria desencadeada depois de alguém consultar dados do governante, a CNPD concluiu que “não corria nem nunca correu termos na DSAI [auditoria interna] qualquer processo de auditoria por consulta aos dados fiscais do SEAF”. Uma contradição que o Ministério Público não esclarece no seu despacho.
A esta dúvida somam-se outras. Morujão contou ao Ministério Público que foi numa reunião com colegas norte-americanos por causa da implementação do acordo FATCA com os Estados Unidos (troca de informações financeiras) que a AT foi questionada se tinha medidas proactivas de protecção de dados. E então começam os testes do sistema de alarmística.
No dia seguinte, o mesmo funcionário elabora uma informação para o sistema poder ser formalizado. A sua superior hierárquica, Graciosa Martins Delgado, coordenadora da área dos sistemas de informação, tem conhecimento dos testes nesse dia. A 9 de Outubro, o director-geral António Brigas Afonso recebe no seu gabinete essa informação. E no dia seguinte há um despacho de concordância, mas quem o assina é José Maria Pires, pois Brigas Afonso estava ausente da AT e Pires era o seu substituto legal. O subdirector-geral é apontado pela IGF como tendo tido uma “intervenção decisiva no processo” ao aprovar esse documento, mas o Ministério Público encerrou o inquérito sem o ouvir.
O MP inquiriu apenas duas pessoas: o chefe da segurança informática, José Morujão Oliveira, e um auditor. Pires, Graciosa Delgado e Brigas, em relação a quem a IGF recomendou a instauração de procedimentos disciplinares, não foram chamados pelo MP.
O pacote VIP foi aprovado por José Maria Pires, quando o director-geral da AT estava ausente Miguel Manso
Além de subdirector-geral da Justiça Tributária e o responsável que autorizou a “alarmística”, José Maria Pires teve nos últimos anos a responsabilidade de coordenar os grupos de trabalho de uma série de iniciativas pelas quais Paulo Núncio deu a cara como secretário de Estado: o sistema e-factura, o sorteio da Factura da Sorte e o sistema de comunicação dos documentos de transporte.
Brigas Afonso – que a IGF diz não ter intervindo directamente na decisão de criar a lista, embora soubesse da sua existência por “conversas” com José Maria Pires – garantiu aos funcionários que a AT “nunca recebeu instruções escritas ou verbais de qualquer membro do Governo para elaborar qualquer lista de contribuintes”.
A gravação
A instauração de processos disciplinares por causa de consultas aos dados de Passos Coelho já fazia correr tinta na imprensa quando, a 23 de Fevereiro de 2015, Brigas Afonso emite um despacho a pôr fim ao sistema de alerta. No dia seguinte chega-lhe um ofício de Paulo Núncio a perguntar se existe uma lista VIP. Resposta: “Não existe nem nunca existiu”. Mas não só existia como continuou a funcionar por mais 15 dias, à revelia da decisão do director-geral.
A 12 de Março, a Visão revela que a existência da lista é referida abertamente numa acção de formação dos inspectores tributários, realizada na Torre do Tombo em Janeiro. E dias depois divulga uma gravação que o confirma. Internamente no fisco foi assumido que o pacote VIP estava em pleno funcionamento. Pelo menos foi assim que dois funcionários ouvidos pela IGF a interpretavam. E por isso a lista terá sido falada na acção de formação dos inspectores.
Morujão Oliveira, da informática, assumiu que foi seu o critério de escolher os nomes de Passos, Portas, Cavaco e Núncio por serem “os mais susceptíveis de serem consultados”. Mas o mesmo funcionário também contou ao MP que, entretanto, aguardava orientações superiores sobre os NIF a monitorizar (algo que acabaria por não se concretizar).
O que o Ministério Público conclui é que, “sensivelmente em 28 de Novembro de 2014”, dia em que há um terceiro alerta de acesso a dados de Cavaco Silva, a segurança informática deixa de “analisar e sinalizar os alertas” à auditoria interna porque não tinha orientações em relação ao universo de NIF que o sistema deveria abranger, embora nessa altura já estivessem a ser monitorizados os quatro nomes.
Além do caso envolvendo o NIF de Passos Coelho, também foi chamada à auditoria do fisco uma funcionária que foi consultar os dados de Cavaco Silva. Nesse caso, por mera curiosidade: “Apenas pretendia saber qual o montante do vencimento do Presidente da República”.
Sabe-se hoje que de 1 de Outubro de 2014 a 8 de Maio de 2015 foram instaurados 36 processos de inquérito e disciplinares, sendo que em nenhum caso houve indícios de divulgação da informação consultada. A IGF contabilizou igualmente mais de 30 processos, mas concluiu que nenhum se deveu à bolsa VIP.
Depois da lista
Ao longo dos cinco meses em que a lista VIP funcionou foram gerados 228 alertas. Mas só duas situações (a de Passos e Cavaco) terão sido efectivamente comunicadas à área da auditoria interna por causa do sistema de alarmes. Isso significa, como concluiu a CNPD, que nem todos os acessos aos dados do primeiro-ministro e do Presidente da República que geraram alertas chegaram aos serviços de auditoria interna.
Quando Paulo Núncio perguntou se havia uma lista VIP, o director-geral da AT responde que nunca existira Nuno Ferreira Santos
Se o software Splunk começou a funcionar no Outono de 2014, já antes tinham sido abertos processos a funcionários que desde 2013 tinham ido consultar os rendimentos de empresários e nomes de topo do futebol nacional: desde Belmiro de Azevedo (ex-CEO da Sonae, grupo dono do PÚBLICO) a Alexandre Soares dos Santos (ex-presidente da Jerónimo Martins), Pedro Soares dos Santos, Jorge Jardim Gonçalves (ex-BCP), passando pelo treinador José Mourinho e responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol – o actual presidente Fernando Gomes, os vice-presidentes Humberto Coelho e Carlos Coutada, e ainda João Vieira Pinto.
Foi para proteger os dados de contribuintes com mais “risco de tentativas de acesso indevido” que Brigas Afonso alegou ter dado autorização para que fossem ponderadas soluções já testadas a nível internacional. Mas quando o caso rebenta na praça pública, manda cancelar o sistema de alarmística. E num esclarecimento aos funcionários promete uma alternativa que “proteja os dados pessoais de todos os contribuintes” e não de um grupo restrito.
Brigas Afonso e José Maria Pires acabariam por se demitir no meio da uma polémica com enorme mediatismo. No rescaldo do caso, Paulo Núncio manda elaborar um plano de acção para melhorar a segurança e a protecção de dados pessoais. Acaba por ser implementado um mecanismo em que os funcionários têm de fundamentar previamente o acesso à informação fiscal. Sem lista VIP. Para todos os contribuintes.
Dobrar na boca o frio da espora Calcar o passo sobre lume Abrir o pão a golpes de machado Soltar pelo flanco os cavalos do espanto Fazer do corpo um barco e navegar a pedra Regressar devagar ao corpo morno Beber um outro vinho pisado por um astro Possuir o fogo ruivo sob a própria casa numa chama de flechas ao redor.
Uma grande reportagem de Ana Leal, com imagem de João Franco e edição de Miguel Freitas, que conta a história de um homem que não acredita em "pessoas más"
“Conhece as andorinhas? Chega a primavera, abril e maio, vêm para aqui, fazem os filhos, têm os filhos, uma vida fantástica, rebuliço, barulhos, até jogam tareia às vezes, chamam-se nomes... Mas [quando] acham que estão bons, voam!"
“Quero que eles tenham a certeza que têm. Um lar que os serve enquanto precisam, quando não precisam vão-se embora".
João Almiro
Já teve uma fortuna incalculável, foi fundador do Laboratório Farmacêutico Labesfal, é dono de uma farmácia em Campo de Besteiros. João Almiro tem 89 anos e abdicou de tudo para viver com assassinos, pedófilos, prostitutas, alcoólicos, toxicodependentes, crianças, velhos, deficientes e dementes.
João Almiro acredita que "não há homens maus". Como ninguém, conhece todas as prisões de Norte a Sul do país. Vai buscá-los no seu velho carro de 1999. Partilha a própria casa com eles porque acredita que é possível recuperá-los.
"A Casa das Andorinhas" - é assim que lhe chama - é uma porta aberta para entrarem "todos os aflitos". Histórias de homens e mulheres que ninguém quer e que aprenderam a voar.
Quando Joaquim tinha 12 anos, o pai andava sempre com um garrafão de vinho. “Só queria beber, batia na minha mãe e eu para sobreviver tive que ir. Não tinha outra escolha, se não fosse, metia-me na rua. Passei muitas noites sem dormir, não sabia o que era uma casa, não sabia o que era um quarto, dormia ao pé dos animais. Não tenho vergonha de um dia dizer que a minha casa foi ao pé dos animais. Nasci com as ovelhas. Quando vim para cá as pessoas perguntavam-me: - ‘Que idade tens?’ E eu: - ‘Não sei!’.
Quando chegou a casa de João Almiro não tinha Bilhete de Identidade, não tinha documentos. “Só sabia que estava registado em Carregal do Sal”. Joaquim comove-se: “Eu não era nada, eu era um bicho”. E aponta João Almiro como o seu salvador, pois agora, quando olha para si, consegue encontrar um caminho: “Vejo que sou um homem”.
João Almiro desfia os nomes das cidades dos homens e mulheres que ninguém quer: “Aveiro, Porto, Coimbra, São pedro do Sul, Lamego, Viseu, Guarda…” Daí chegam-lhe muitos casos que o sistema não tem solução. O filho de João Almiro, que tem o mesmo nome do pai, recorda o caso de um condenado da máfia moldava que foi parar à casa das Andorinhas com “os pés podres” – recusou a amputação - porque os serviços de assistência não sabiam o que fazer com ele.
Amanhecer
São 5:00 da manhã. Há já quem esteja de pé. No quarto ao lado, pode-se dormir pelo menos mais duas horas. São velhos que ainda não encontraram trabalho lá fora. Deficientes que se limitam a ir ficando.
Pontualmente às 8:00, João Almiro junta-se aos restantes residentes com quem partilha esta casa. Aqui todos fazem alguma coisa. É hora de distribuir tarefas. Uns vão tratar dos animais, outros para as lides da terra. Antes de saírem, todos tomam a medicação.
Os primeiros a sair são dois ex-toxicodependentes. E um incendiário, Alfredo, detido por fogo posto, que da prisão, diretamente para a Casa das Andorinhas, para cumprir o que lhe falta da pena. “Não tinha mais sítio para onde ir”, explica.
Na agricultura está o Manel e o Aniceto. Dois alcoólicos em recuperação há respetivamente 2 e 27 anos. Na casa das andorinhas, tudo o que vem da terra é aproveitado para as refeições, como legumes, batatas, ou até mesmo a carne - são criação para consumo interno.
Álvaro, alcoólico, já aqui está há dez anos. Quando chegou não comia sozinho. Não sabia pegar num garfo. A Maria, também alcoólica, chegou à casa há nove anos. Praticamente não fala. Não sabe sequer quantos anos tem.
“Em 1988, estive em Londres e conheci uma instituição em Bristol que gastava por criança dez vezes o meu salário aqui a nível nacional, que eu recebia aqui em Portugal. Lá, nessa instituição cheia de técnicos, eles não conseguiam um décimo de resultados que consegue o dr. Almiro aqui com duas cozinheiras e ele próprio”, explica o pedopsiquiatra Mário Jorge.
Samuel, 35 anos, trabalha hoje entre fardos de palha. Descreve uma infância de miséria: “Chegava a casa. ‘De onde é que tu vens, vagabundo?’ Pronto, porrada em cima”. Fala em gratidão: “Quando eu precisei o Dr. Almiro ajudou-me, agora é a minha vez. Até para caminhar temos de o segurar, Se agente lhe dá com os pés e vamos embora, o que é dele sem nós”.
O pai de Samuel, o homem de quem fugiu na infância, veio também aqui parar. Sentado na velha cadeira, vê como o filho está praticamente independente, com carro próprio carro pago com o dinheiro que ganha no matadouro de Vilar de Besteiros.
A história de Almiro
Ao todo 40 residentes, que vão entrando e saindo, nesta que começou por ser a sua casa, com a farmácia Almiro no andar de baixo. Depois, as primeiras instalações do laboratório farmacêutico-Labesfal, de que foi fundador. João Almiro criou os seus próprios fármacos, os primeiros soros a serem testados em Portugal.
“João Almiro conseguiu ir buscar o melhor que eu havia na farmácia na altura e conseguiu aplicá-los cá. O laboratório iniciou-se na sala, onde começou a preparar alguns xaropes. Da sala passou para outra divisão, aos poucos o laboratório foi crescendo nas divisões da própria casa”, conta o farmacêutico João Pedro Pinto.
O tempo, acabou por fazer o resto. A casa foi-se enchendo de gente aflita, umas chegadas através da farmácia, outras através do próprio laboratório. Hoje é a farmácia Almiro, que entretanto mudou de local, que financia o sustento da casa. “Pelo menos, da farmácia, sai no mínimo quatro mil euros em medicação”, acrescenta.
E quando o dinheiro não chega, conta com a solidariedade das farmácias de todo o país, que em tempos chegaram a vender rifas para ajudar. “ Nós acreditamos que isto é uma parte da farmácia, faz parte do nosso DNA da farmácia”, justifica Paulo Duarte, outro farmacêutico.
“Sabemos as despesas que temos em casa. Multipliquemos isso por 40 indivíduos que vão diariamente a Viseu, a Coimbra. Há um carro para cada lado quase diariamente. Comida, tribunal (devido aos problemas que eles têm). Isto é um gigante absorvedor de rendimentos do dr. Almiro. Não sei até que ponto é que, um dia, conseguiremos manter esta obra”, confessa o farmacêutico João Pedro Pinto.
A tudo isto juntam-se ainda as despesas com advogados. Todos os presos que já passaram pela casa, sabem que podem contar com a sua ajuda. João Almiro não esquece ninguém: “Tenho seis ou sete presos na cadeia”.
Para Paulo Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias, “este homem não pede nada, dá tudo”. “Ele fala sobre estas coisas como se fossem normais, como se fosse normal eu estar ao pé de uma pessoa que ontem fez um assalto ou um pequeno assalto ou então tem um problema grave de alcoolismo. Como se isto fosse viver no meio destas pessoas, como se partilhar o nosso espaço, as nossas refeições com eles fosse normal”.
Refazer a vida
Araújo, 37 anos, foi dos que já esteve na casa, saiu, regressou e tal como as andorinhas, levantou voo. “Estive preso durante oito anos, onze meses e 24 dias. Burla com alimentos, fui condenado com quatro, cinco vezes por não ter carta de condução, e também outros tês processos com cheques sem provisão”.
Saiu da prisão com vinte euros no bolso. “Entrei com uma mão à frente e sai com uma mão atrás. Se não tivesse aqueles vinte euros, provavelmente, ou vinha a pé ou então teria que ir cometer algum crime”, confessa.
Depois de regressar da prisão, precisou apenas de meio ano para endireitar a sua vida. Aqui casou com a Daniela, uma das cozinheiras das Andorinhas e aqui tiveram um filho.
Os casos mais difíceis
“O meu pai é o meu avô. É muito triste o meu pai ser o meu avô”, conta Paulo Alexandre, 29 anos, outro dos protegidos de João Almiro. Um dia, enganou-se e em vez de chamar avô, chamou pai à quele que tinha sido, de facto, o seu progenitor. E levou um estalo da tia na cara.
Paulo veio para a Casa das Andorinhas aos 17 anos. Hoje já está praticamente independente. Arranjou um emprego numa fábrica de adubos e até já alugou um apartamento. Todas as refeições continuam, no entanto, a ser tomadas na Casa das Andorinhas.
O pedopsiquiatra Mário Jorge vai a esta casa todos os meses há mais de 20 anos. “O que dá a vantagem a João Almiro é ele fazer aquilo que ele acha que funciona nas pessoas, independente de ser politicamente correto ou não”.
João Almiro acha que os técnicos da Segurança Social deviam sair do gabinete, deviam ir para a rua. “Por mim, com o que o Estado gasta, eu fazia o dobro”, assume. A generosidade de João Almiro não acaba. Se alguém lhe pede, lá vai ele no sei carro de 1999 socorrer mais um aflito que precisa de ser operado à próstata. E lá vai ele a caminho do tribunal defender mais um dos seus rapazes.
Tem medo de morrer? "Tenho ânsia de morrer, já estou cansado. Mas não os queria abandonar".
NOTA: Em resposta aos inúmeros pedidos de pessoas que querem contribuir para a obra da Fundação João Almiro, a Associação Nacional de Farmácias abriu uma conta solidária onde poderá depositar a sua ajuda.
NOVO BANCO Nº de Conta: 257158300005 NIB: 0007 0257 00158300005 08
O sindicalista agora pensionista responsabiliza a CGTP pelos baixos índices de sindicalização em Portugal
Com 62 anos e mais de 48 de descontos, reformou-se António Chora, o homem do BE que liderou a representação laboral na empresa. Julgava que não seria penalizado. Errou.
Ao fim de 48 anos e um mês de carreira contributiva, tendo começado a trabalhar aos 12 anos e a descontar aos 14, o porta-estandarte do sindicalismo no Bloco de Esquerda, António Chora, mítico coordenador da comissão de trabalhadores da AutoEuropa, reformou-se. Foi em janeiro passado, com 62 anos feitos.
Tivesse esperado mais umas semanas e não teria sido tão penalizado na sua reforma. O ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, está a negociar com os parceiros sociais e os partidos da "geringonça" uma lei que diminui as penalizações para os trabalhadores com carreiras contributivas longas que decidem antecipar a sua reforma, não esperando por completar 66 anos e três meses, como agora a lei impõe.
"Saiu-me o tiro pela culatra", "digamos que fui um bocadinho iludido." E quem o iludiu foi, segundo disse ao DN, precisamente o ministro Vieira da Silva, que terá feito declarações em outubro de 2016 prometendo que a nova lei, menos penalizadora, entraria em vigor no início deste ano . António Chora esperou portanto por janeiro de 2017.
Só que a lei não mudou e a penalização na reforma lá se fez sentir, cerca de 14%, segundo contou. Enfim, agora o recém-pensionista espera, quando muito, que a lei a ser aprovada possa ser retroativa para aqueles que entraram na reforma este ano. Diz que isso já aconteceu em 2016 com outra lei do mesmo ministro também sobre pensões. E encolhe os ombros: "Já tive tantas injustiças na minha vida profissional que esta não é de estranhar."
O tempo agora é de férias. Ainda está a pensar no que fazer mas já tem umas ideias. Gostava de dar "aulas de sindicalismo" em escolas técnico-profissionais. Ou seja: ensinar aos estudantes que no mundo do trabalho "isto não é só obedecer a tudo", que têm direitos e que os devem exercer - e como o fazer. Para o antigo socialista, o projeto é também fazer o mesmo em escolas que formem gestores. Para que eles, os futuros patrões, percebam que não podem olhar os que pressionam pelos direitos laborais como "inimigos". Essa formação da cidadania, diz, não existe agora em escolas técnico-profissionais. Uns são formatados para obedecer e outros para mandar.
Natural de Montemor-o-Novo, António Chora chegou ao mundo do trabalho com 12 anos, como paquete no setor da construção civil. Começou a descontar aos 14, no dia 1 de janeiro de 1969, trabalhando numa cooperativa distribuidora de bacalhau, no Cais do Sodré (Lisboa). Esteve na indústria, estudou à noite, e na AutoEuropa, onde entrou em 1992, tornou-se técnico de manutenção. Nos últimos cinco anos, foi-lhe proposto pela administração - e aceitou - exercer a tempo inteiro a coordenação da Comissão de Trabalhadores.
Da experiência de trabalhar com gestores alemães ficam-lhe recordações basicamente boas. "Nunca tive má impressão dos alemães. Ainda agora, desde 2012, sempre tivemos o apoio dos alemães para evitar despedimentos e colocámos 400 pessoas na Alemanha, que já regressaram entretanto." E é "um princípio alemão" e "muito Volkswagen" a valorização dos direitos laborais e do sindicalismo (o nível de sindicalização é de 90%).
Para o recém-reformado, o seu partido só não se afirma mais no mundo sindical porque este é "um terreno marcado por uma atividade muito formatada" [pelo PCP e pela CGTP, depreende-se]. "Quem domina a área laboral tem noventa anos de experiência a liderar sempre da mesma maneira, o que tem alguma influência nos baixos índices de sindicalização."
Na AutoEuropa, porém, não há razões para o BE estar preocupado. A reforma de Chora não implicará perda de influência do partido na representação laboral na empresa alemã de Setúbal cuja produção de automóveis dá ao país mais de um por cento do PIB.
Quem lhe sucedeu à frente da Comissão de Trabalhadores, Fernando Sequeira, também está ligado ao partido.
Os bancos, durante anos, foram os pilares da economia. Até ao dia em que uma crise que começou com o sub-prime provocou um tsunami e, só em Portugal, já deitou ao chão quatro bancos. Fernando Teixeira dos Santos, em 2008 ministro das Finanças, anunciava ao país que o BPN ia ser nacionalizado. Três anos mais tarde, o banco foi vendido aos capitais angolanos do banco BIC. E agora o BIC, em Portugal, tem como presidente Teixeira dos Santos, que, em entrevista ao Dinheiro Vivo/DN e JN, comenta o estado da banca e da nação.
Nacionalizou o BPP e agora preside ao Banco BIC, que ficou com o BPP. As voltas que a vida dá...
É verdade. Estava longe de imaginar que passados estes anos, depois da decisão que teve de ser tomada, em 2008, estaria na posição em que estou. Mas é um desafio, devo dizer, interessante e bastante estimulante estar à frente de uma instituição bancária nesta conjuntura.
O BIC fechou os resultados de 2016 na sexta-feira e prepara-se para os apresentar. Correu bem o ano?
O ano correu bem e correu mal noutros aspetos: em termos de evolução do negócio, aumento do número de clientes, aumento do crédito concedido, aumento do volume de depósitos, de evolução da margem financeira, que, no fundo, é a medida da atividade e dos proveitos originados pela atividade bancária. Desse ponto de vista correu bem, com um resultado operacional positivo. O banco, todavia, esteve sujeito a outros efeitos - que têm que ver, ainda, com sequelas que afetaram a nossa economia e algumas empresas portuguesas - e também efeitos externos, neste caso brasileiros - que afetaram a chamada carteira própria de títulos que o banco detém, obrigando-nos a registar imparidades significativas. Portanto, fazendo que apesar dos resultados...
Qual é o valor?
Já refiro. Isto fez resultados operacionais positivos, mas também fez que os resultados globais acabassem por ser negativos, na ordem dos 22 milhões de euros. Todavia, o banco teve um aumento de capital significativo ao longo de 2016 e fechámos o ano com um rácio de solvabilidade da ordem dos 11,9%, o que, de facto, nos dá uma robustez financeira bastante confortável. E o cost to income baixou dez pontos percentuais (p.p.) nos últimos três anos, de 77,3 para 67,4 p.p.
Qual é o nível de imparidades?
O nível de imparidades..., neste momento, diria... Preferia falar não das imparidades porque o valor absoluto pouco dirá a quem ouvir ou ler... No que tem que ver com crédito em risco, o que posso dizer é que o crédito em risco líquido já das imparidades, deduzidas as imparidades e as garantias que temos, representa somente 1,3% do ativo total do banco. Portanto, no contexto do setor bancário português, estamos com um nível de crédito em risco líquido bastante baixo, o que salienta essa solidez financeira que referi da instituição.
Qual é a estratégia do Banco BIC para Portugal até ao final da década?
Queremos ser, até ao fim desta década, um banco de referência entre as instituições de média dimensão no panorama nacional. E por isso a nossa estratégia é apostar numa vocação de banco de retalho: orientado para os particulares, para as pequenas e médias empresas e para os pequenos negócios. E é com este intuito que a estratégia está definida e está a ser implementada. Temos progredido significativamente nestes últimos meses, por exemplo, na área do crédito à habitação, que tem vindo a ter um maior dinamismo - não só no Banco BIC mas noutros bancos. Mas o BIC tem vindo a ser capaz de se afirmar com uma oferta bastante competitiva e a ter um desenvolvimento muito positivo da sua atividade neste domínio. Estamos a desenvolver também a estratégia de crédito às pequenas e médias empresas, num esforço de diversificar mais a nossa carteira de crédito neste segmento. E a levar a cabo uma transformação que passa por rever processos, torná-los mais eficientes. Hoje, como sabemos, a transformação digital na banca é um desafio incontornável e o Banco BIC está, de facto, a preparar-se para uma entrada nesse domínio.
Qual é a ambição de resultados para 2020?
Gostaríamos de consolidar estes indicadores financeiros que temos, de ter um crescimento orgânico otimizando a base de capital de que o banco dispõe, ampliar o crédito e a ambição é, nos próximos anos, aumentar o crédito concedido, quer às famílias quer às pequenas e médias empresas, em cerca de 1,4 mil milhões de euros. E isto é algo que o banco pode fazer sem exigir aos acionistas qualquer esforço adicional de aumento de capital.
O BPN foi estratégico para crescer. Admite fazer mais aquisições?
Não, não está nos nossos planos vir a fazer aquisições de outras instituições. O Banco BIC é uma instituição de média dimensão, que pretende consolidar uma posição forte no sistema bancário com essa dimensão. Pensamos que não é preciso crescer para podermos ser um banco sólido e confiável, merecer, ao fim e ao cabo, a confiança dos seus clientes e ser capaz de prestar serviços de elevada qualidade, quer às famílias quer às pequenas e médias empresas e aos pequenos negócios do nosso país.
O BIC tem como acionista de referência a empresária angolana Isabel dos Santos. As relações deterioradas entre Portugal e Angola prejudicam de alguma forma o negócio?
Antes de mais, penso que não é bom para ninguém um problema, ou mal--entendido, que possa gerar dificuldades entre Portugal e Angola. Creio que Angola é um país e uma economia importante para a lusofonia e é, sem dúvida, importante para o nosso relacionamento externo em vários domínios, em particular no económico e financeiro. E portanto não seria bom nem para os bancos nem para as empresas qualquer problema nesse relacionamento.
Creio que o que tem vindo a afetar mais a relação com Angola não são propriamente episódios como aqueles a que temos vindo a assistir mais recentemente - que, ao fim e ao cabo, possam influenciar o tipo de relações no domínio político-diplomático entre os países -, mas as dificuldades que a própria economia angolana tem vindo a atravessar nos últimos anos, que resultaram da forte quebra do preço do petróleo. A quebra do preço do petróleo teve efeitos muito significativos no domínio financeiro, no domínio orçamental...
Com reflexos no Banco BIC, em Portugal?
Sem dúvida que as dificuldades que Angola tem em dispor de divisas para fazer pagamentos externos influencia negativamente as relações com as empresas que faziam lá negócio. Tendo dificuldades em obter divisas, têm dificuldades depois com os bancos que os financiaram. Portanto, estas dificuldades existem e acabam por prejudicar quer as empresas quer os próprios bancos que apoiam essas empresas. Mas eu estou mais preocupado é com o desenvolvimento neste domínio, porque estou certo de que, do ponto de vista político-diplomático, todos têm consciência da importância que um e outro país tem e que a relação mútua forte deve prevalecer. Estou convencido de que o que tem vindo nos jornais são episódios que serão ultrapassados, que em nada irão prejudicar, numa perspetiva de médio a longo prazo, aquilo que deve ser uma boa relação entre os dois países.
Tudo indica que haverá eleições em Angola neste ano. Está otimista em relação ao processo eleitoral?
Sim, não tenho razões para ter qualquer pessimismo. Os angolanos são soberanos e devem escolher o seu destino e quem os oriente. Por isso encaro as eleições com toda a tranquilidade. Não vejo aí qualquer problema ou qualquer motivo de preocupação.
Revê-se nas críticas que muitas vezes vêm de Angola de que Portugal trata mal aquele país?
Não, não, não, não, não tenho de me rever nessas críticas. Penso que o que isso, no meu entender, demonstra é a necessidade de haver um diálogo mais intenso. Porque nós vivemos aqui num quadro jurídico diferente, numa vivência europeia diferente, numa sociedade que já fez também o seu percurso num contexto diferente - e muito diferente do angolano - e, muitas vezes, aquilo que para nós é normal e natural e nem nos questionamos, por ventura noutros quadros culturais e históricos e até institucionais pode ser mais difícil de entender. E daí poder justificar alguns reparos e até, eventualmente, alguma acrimónia com aquilo que se passa. Mas acho que não vale a pena ripostar no mesmo tom. Penso que o que deve haver é um esforço para esclarecer e para justificar porque é que as coisas acontecem como têm ocorrido. E, portanto, acho que se houver esse esforço muito sério e transparente de explicação ajudará a ultrapassar muitas dessas situações. Penso que, nesse sentido, o diálogo é sempre fundamental para se ultrapassar problemas dessa natureza.
Voltando a Portugal, a venda do Novo Banco à Lone Star é uma boa opção, na sua opinião?
Eu não tenho informação que me permita avaliar se esta é ou não é uma boa opção. Por isso, a única coisa que posso dizer é que não tenho razões para duvidar ou desconfiar do processo que foi seguido, da avaliação que foi feita, que deu neste resultado. Isto é, é essa a única entidade que, dada a tramitação ou o seguimento que o processo teve, está em condições de adquirir o banco. Portanto não tenho razões para questionar todo o processo que levou a essa solução.
Mas defende a venda do Novo Banco em detrimento da nacionalização?
Eu defendo a venda. Não acredito que a nacionalização do Novo Banco fosse a solução para a instituição. Acho que nós vivemos numa conjuntura difícil para a atividade bancária, num ambiente ainda de muitas incertezas, com taxas de juro muito baixas, o que faz que aquilo que é, eu diria, a fonte normal de receitas - que é a chamada margem financeira - seja muito difícil, com taxas de juro tão baixas. Os bancos têm um grave problema de rendibilidade.
Os bancos portugueses, nos períodos da crise - praticamente desde 2011 até agora -, perderam, em termos de prejuízos acumulados, qualquer coisa como 14 mil milhões de euros e o retorno do capital próprio dos bancos ainda continua em terreno negativo. Portugal é, no quadro europeu, ainda dos países com mais baixos retornos de capital investido nos bancos. Portanto não é um negócio rentável para os acionistas dessas instituições. E eu não confio em bancos que não sejam rentáveis. Temos, de facto, de mudar este panorama da banca europeia e também da banca nacional, e isso requer um esforço. Um esforço de mudança e, eu diria até, de alguma inovação na prestação de serviços, com novas fontes de receita para os bancos e também de grandes ganhos de eficiência na operação, de redução de custos. Ora bem, o Novo Banco tem esse desafio. Porventura, ainda pairam sobre o Novo Banco contingências de todo o processo de resolução do antigo Banco Espírito Santo (BES), que poderão preocupar ou serão um fator de risco e de alguma incerteza, que podem perturbar a avaliação do banco.
Defende agora a venda do Novo Banco, mas enquanto ministro das Finanças nacionalizou o BPN. São dois contextos completamente diferentes. É por isso que defende soluções diferentes?
Exato. Porque na altura em que o BPN foi nacionalizado não tínhamos os instrumentos jurídicos de intervenção que estavam disponíveis quando foi a resolução do BES. Logo, o quadro legal de que dispúnhamos em 2008 apontava para a solução que era possível à luz do quadro legal existente que era a nacionalização. No quadro da união bancária, que entretanto foi criada, e com o suporte jurídico que a nível comunitário foi definido e transposto - que uma parte é legislação comunitária, outra parte também transposta para a legislação nacional -, permitiu este tipo de solução ou de resolução do caso BES sem ser através da nacionalização. Coisa que não foi possível em 2008.
Foi uma boa solução aplicar o Fundo de Resolução? Já se ouviram muitas críticas.
Eu pessoalmente tenho muitas dúvidas de que essa tenha sido a melhor solução. Atenta a dimensão e importância sistémica do BES no panorama bancário nacional, dado que tínhamos um Fundo de Resolução que, em boa verdade, ainda não estava dotado de meios financeiros, a solução do Banco Espírito Santo através da resolução acho que não vai aliviar os cidadãos do ónus da resolução do BES da forma como foi inicialmente anunciado.
E como continua a ser anunciado, porque o governo continua a dizer que os cidadãos não vão pagar...
Não me parece que isso venha a acontecer. Pelo seguinte: é certo que aquilo que são as perdas imputáveis ao processo estarão no Fundo de Resolução, que vão ser suportadas pelos bancos nos próximos 30 anos. E é um encargo que os bancos vão ter de reportar nos próximos 30 anos, que vai ser repercutido nos cidadãos, nos consumidores dos serviços financeiros. Nós vamos todos pagar isto, e vamos todos pagar porque os bancos, pagando ao Fundo de Resolução, vão repercutir esse custo necessariamente na sua operação, por isso vão ser os utilizadores da banca, ao fim e ao cabo, a ter de pagar isto.
O que quer dizer é que, mesmo com a venda, ficando o Fundo de Resolução com 25% será um encargo sempre presente?
Ora nem mais! A venda à Lone Star, quando foi anunciada dizia-se que a Lone Star queria uma garantia do Estado precisamente para acautelar algumas contingências que ainda pudessem vir a afetar o valor do Novo Banco. O facto de com esta solução que foi anunciada o Estado manter 25% da participação no banco, por um lado, e, por outro lado, ser um parceiro mudo, sem qualquer interferência na gestão ou até nem sequer com direito de voto, é uma forma de partilhar um risco da operação em 25%. Portanto é uma maneira também de garantir que o Estado vai suportar por essa via aquilo que possam vir a ser as vicissitudes no futuro do Novo Banco.
O que está a dizer é que é uma garantia do Estado mas disfarçada com outro nome?
É uma garantia do Estado na medida em que o Estado, como acionista, assume aqui um risco que pode correr bem ou pode correr mal - isso é inerente à solução do risco. Com certeza que, se a operação do banco correr muito bem e o banco se valorizar, a participação do Estado vai valorizar-se e o Estado também ganhará com isso. Mas se houver problemas no banco, se correr mal, o Estado vai ter de suportar os custos desse desenvolvimento. Mesmo sendo esta participação detida pelo Fundo de Resolução em vez de ser detida pelo Estado, bem... de qualquer modo será algo que, se correr bem, será benéfico para o Fundo de Resolução mas que, se correr mal, os outros bancos vão ter obviamente de arcar com as consequências de eventuais desenvolvimentos menos positivos que venham a verificar-se.
O Fundo de Resolução tem uma quotização dos bancos mas, no fundo, é do Estado?
Sim, exato. Mas acabam por ser depois os próprios bancos a ter de suportar a fatura.
Faria sentido o modelo que se conheceu nesta semana, em que o Estado poderia ficar com 25% do banco sem direito de voto e sem poder nomear administradores e tendo em conta até este risco que está a assumir?
Pessoalmente, não me parece que fizesse muito sentido. Eu creio que se pretende aqui acautelar - e não sabendo o que se passa nos bastidores desta negociação - uma exigência a nível comunitário. Isto tem que ver com a questão que há pouco estava a colocar de saber se a nacionalização se justificaria ou não agora em vez da venda. E o que eu ia dizer é que não me parece que a nacionalização agora fizesse sentido pelo seguinte: o banco tem os seus desafios - vai ter de melhorar a sua eficiência, terá de reduzir custos, fala--se em fecho de balcões, em redução de pessoal - e eu não acredito que se o banco ficasse na posse do Estado pudesse levar a cabo um plano de reestruturação e de ganho de eficiência que seria necessário.
Veja-se o que se está a passar com a Caixa Geral de Depósitos, que, segundo foi anunciado, precisará de reduzir também o seu pessoal e de fechar balcões - em que há logo um processo político em torno deste tema -, e veja-se a pressão que é feita para que a Caixa, de facto, não melhore a eficiência da sua operação. Imagino também que o mesmo se passaria no Novo Banco. Portanto, a ideia de que nacionalizando a instituição isso permitiria preparar o banco para o vender melhor mais tarde eu não acredito nisso. Porque o banco iria enquanto entidade estatal ser confrontado com pressões e resistências políticas que iriam impedir o banco de prosseguir o seu caminho no sentido da sua valorização.
Acho que, sendo um problema que temos para resolver, é do interesse do país e do interesse sistema financeiro e, diria até, do sistema económico-financeiro em geral do país que isso se resolva de uma vez por todas. Não me parece que o arrastar do problema no tempo venha a trazer qualquer benefício. Pelo contrário, a experiência mostra-nos que quanto mais tempo demoramos a resolver esses problemas, por regra, maior é a fatura que vamos ter de suportar. Essa, aliás, devo reconhecer, é, ao fim e ao cabo, a grande lição que temos de tirar do caso BPN, por exemplo.
destaque:"Não acho que a CGD tenha sido mal gerida"]
Como se explica que a Caixa Geral de Depósitos tenha chegado a esta situação. Foi um banco mal gerido?
Não acho que o banco tenha sido mal gerido. Recordo, e já referi, que houve 14 mil milhões de perdas no conjunto dos bancos portugueses. Atravessámos, nos últimos anos, a maior recessão de que o país tem memória. Foram três anos consecutivos de crescimento negativo. Hoje ainda estamos com um nível de PIB (produto interno bruto) a preços constantes, ou o chamado PIB real, que ainda está cerca de sete mil milhões de euros abaixo do que era em 2008, quando a crise se iniciou. Portanto, o país ainda não recuperou inteiramente de toda esta crise. Quando um país atravessa uma prolongada recessão económica como o que tivemos entre 2011 e 2013, em que muitas empresas fecharam e muitos portugueses foram arrastados para o desemprego - tendo as famílias até sido mais resilientes do que as empresas neste processo -, que detêm o dinheiro dos bancos, e quando a economia e as empresas estão em dificuldades, as empresas têm dificuldade em pagar os seus empréstimos e os bancos têm dificuldades. Nós assistimos, de facto, a uma crise prolongada que levou a que os níveis de incumprimento, as tais imparidades de crédito, viessem ao de cima durante este período. Que no meio disto haja uma ou outra operação se calhar mais discutível, não ponho isso de lado, mas se se identificarem operações dessas e que sejam suspeitas do ponto de vista criminal, as autoridades que resolvam. Agora, nem todas as operações que foram feitas de financiamento, que correram mal, foram feitas com propósito fraudulento. Não. Não me parece que tenha sido esse o caso. Repare que isto afetou todos os bancos e, aliás, a Caixa até nem foi, por comparação com outros grandes bancos do nosso sistema, dos mais afetados em termos relativos. Teve até um desempenho um pouco melhor do que outros grandes bancos do nosso sistema. Portanto, acho que teve que ver, um pouco, muito com esta situação.
Teve responsabilidades diretas sobre a Caixa quando era ministro das Finanças, e escolheu um conselho de administração para a Caixa...
Escolhi dois, até.
Quando escolheu Armando Vara fê-lo por considerar que era um bom gestor bancário?
Sim.
E não se arrepende disso?
Não... Atenção! Eu acho que - e não tenho, para já, motivos, e as questões que têm vindo a ser levantadas, para mim, ainda estão por esclarecer -, neste momento, não tenho razões para dizer que foi uma má escolha. Naquele momento era uma pessoa que conhecia, com quem tinha trabalhado no governo, uma pessoa que conhecia a Caixa, porque tinha lugares de elevada responsabilidade na Caixa e, portanto, era uma pessoa que me dava confiança para cumprir um cargo: o cargo para que foi, ao fim e ao cabo, convidado e que aceitou. Não tive, na altura, quaisquer dúvidas quanto à sua capacidade, que aliás revelou durante o período que esteve na Caixa, a ponto de o doutor Santos Ferreira, quando foi convidado para o BCP, entender convidar o Dr. Armando Vara para o levar consigo para o BCP, porque lhe reconheceu capacidade e competência, porque o mostrou enquanto esteve como administrador da Caixa. Portanto, isso, para mim...
As notícias não o assustam?
Não é questão de ficar assustado. Agora, é evidente que fico preocupado com as notícias que vejo. Porque não me agradam. Aguardo, com calma e pacientemente, que as coisas sejam esclarecidas e que os contornos das operações que têm vindo a ser apontadas sejam esclarecidos. Para mim, não é claro que houvesse um intuito fraudulento nessas operações. São operações de financiamento de projetos imobiliários, como houve muitos. Com a crise, as coisas não correram como se esperava no momento em que os projetos são delineados e submetidos à apreciação das instituições e quando se decide dar crédito. Porque, atenção, isto de se conceder um crédito num projeto desta natureza não é uma decisão de um homem. Isto passa pela área comercial do banco, pela avaliação do risco, pelo conselho de crédito, que reúne membros da administração, da área comercial, da área do risco. Essas operações devem seguir esta tramitação e esta decisão não é de um homem. Portanto, eu espero que tudo isto se esclareça.
Dívida devia ser renegociada? "Não deve ser Portugal a atirar a toalha ao chão"
Ficou surpreendido com os últimos números do défice?
Surpreendido não fiquei, embora tenha ficado, eu diria, em termos de décimas, surpreendido.
Foi melhor ou foi pior do que esperava?
Já há uns meses a esta parte que se tornou claro que o governo iria reduzir o défice de forma significativa, aliás, porque assumiu um compromisso claro a nível europeu nesse sentido. E penso que o sucesso político do governo passava muito por isso, por assumir, até para serenar os mercados e os parceiros europeus, esse compromisso. E a partir desse momento, para mim, tornou-se claro que o governo iria estar muito empenhado em ter um bom resultado orçamental. O resultado, devo confessar, foi, em termos de um par de décimas, melhor do que aquilo que se poderia antever. Mas, independentemente de mais décima menos décima, sem dúvida que é um resultado importante. Por um lado, para a credibilização do governo e para a confiança que o governo pretende ter dos agentes económicos, quer internos quer externos, na sua capacidade de respeitar compromissos comunitários - que era algo de que se duvidava há um ano ou há pouco mais de um ano. Portanto, eu acho que nesse sentido o governo teve uma vitória e espero que continue empenhado - e não tenho razões para duvidar disso - em prosseguir na manutenção deste rumo orçamental, que eu acho que é importante. E é importante também porque Portugal saindo com este resultado - e, aliás, o próprio comissário europeu responsável por estas matérias já o sinalizou - do chamado procedimento dos défices excessivos, isso permitirá que daqui em diante a própria gestão orçamental possa tirar partido de alguma margem de flexibilidade que o chamado tratado orçamental tem e que a Comissão Europeia reconhece, podendo permitir um esforço adicional de investimento público na nossa economia.
Essa é a grande lacuna?
Eu penso que não é benéfico para a economia manter um nível de investimento público tão baixo como aquele que atingimos agora. O investimento privado em 2016 teve uma evolução positiva. O investimento público teve claramente uma evolução negativa. O que fez que o investimento no seu conjunto tivesse uma evolução muito ligeira. Muito ligeira! Ora, nós precisamos de mais investimento na nossa economia. Ainda há pouco li alguma informação sobre o chamado Plano Juncker de Investimentos. Quase metade do dinheiro inicialmente previsto para o Plano Juncker já foi gasto, cerca de 170 mil milhões de euros já foram gastos. E não foram países como Portugal ou a Grécia ou outros países em dificuldade que mais beneficiaram desse plano, contrariamente àquilo que eu acho que deveria ser. Eu acho que este plano deve ser, ou deveria ser, uma forma de, através do investimento, poder dinamizar mais as economias afetadas pela crise. E Portugal não tirou partido ou não tem vindo a tirar partido deste enquadramento europeu e deste tipo de investimentos que envolvem fundos comunitários e envolvem financiamento do Banco Europeu de Investimentos. Ora, no quadro de saída de Portugal do procedimento de défices excessivos, penso que alguns projetos públicos em áreas que sejam consideradas importantes e estruturantes para o país, e que possam arrastar também o investimento provado, é importante que se faça essa aposta.
E a dívida portuguesa deveria ou não ser renegociada?
A Europa tem de fazer alguma coisa mas Portugal não ganhará nada em sinalizar intranquilidade sobre isso. É um problema que deve ser resolvido a nível comunitário. Não deve ser Portugal a atirar a toalha ao chão.
A internet é de tal forma uma mina de ouro em conteúdo que às vezes parece que mesmo registros inexistentes ou até mesmo impossíveis, se bem procurados, podem ser encontrados em vídeo, foto ou texto. Um novo impressionante filme, com pouco menos de 3 minutos de duração, revela em movimento algo que, segundo consta, não se sabia sequer que existia: uma delicada e comovente filmagem do pintor impressionista Claude Monet.
VÍDEO
Essa é provavelmente a única filmagem que se tem notícia do artista francês, e se divide em três partes: primeiro Monet é visto conversando com um homem e, em seguida, surge pintando suas amadas ninféias, tema de diversas de suas pinturas.
No fim, o pintor aparece rapidamente passeando junto com um cãozinho por seus jardins. Todas as cenas foram registradas na casa em que o pintor viveu em Giverny, de 1883 até sua morte, em 1926.
A casa de Monet, em Giverny
A casa de Monet hoje é um museu dedicado não só às suas obras, como também à própria casa, seus jardins e suas famosas pontes japonesas. Dentre lagos, milhares de flores em cores e tipos diversos, plantas e jardins, a casa ainda possui muitas das vegetações e cenários pintados por Monet.
Monet em Giverny
Ter acesso e poder assistir um verdadeiro gênio criando em movimento, mesmo que por alguns poucos minutos, é algo que traz real valor a existência da internet como um todo – é pra coisas como esse vídeo que uma rede de compartilhamento de conteúdo deve existir. Que venha mais, em temas mais raros e inesperados.
Era uma vez, em uma pequena aldeia polaca chamada Zalipie. Ema das casas, alguém resolveu pintar uma flor no teto para encobrir uma marca de fuligem causada pelo fogão. A ventilação era precária naquela época e manchas de fuligem eram uma visão comum na maioria das casas. Assim, pouco a pouco outras pessoas começaram a esconder as marcas com suas próprias flores até que cada casa foi coberta por elas
Eventualmente, tudo na cidade foi coberto de flores, de casas a celeiros, de pontes a igrejas. Desde 1948, a cada primavera a vila realiza uma competição de pintura. O propósito original deste concurso era parte de um movimento para ajudar a Polônia a se recuperar psicologicamente das atrocidades que o país sofreu na Segunda Guerra Mundial.
Situada no sudeste da Polônia, a apenas 90 minutos de Cracóvia, esta vila maravilhosamente colorida é o local perfeito para quem procura uma viagem única e memorável.
PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes tinham apresentado projetos de resolução
O parlamento chumbou hoje projetos de resolução do PCP, BE e PEV para a abolição das portagens na A22, e de PSD e CDS-PP pela sua suspensão ou a diminuição até à conclusão das obras na Estrada Nacional 125.
No caso dos projetos de resolução do PCP, do BE e do PEV, os deputados do PS eleitos pelo Algarve Jamila Madeira, Luís Graça, António Eusébio e Fernando Anastácio, votaram a favor, tendo a bancada socialista votado contra todas as iniciativas.
O CDS-PP pedia a diminuição do custo das portagens da A22, "mantendo o seu congelamento até que as obras de requalificação da EN125 estejam concluídas", enquanto o PSD apresentou um projeto de resolução pela suspensão da cobrança de portagens até à conclusão das mesmas obras de requalificação.
PCP, BE e PEV pedem a abolição das portagens, embora o partido ecologista "Os Verdes" considere que deve ser o Governo a tomar decisão, enquanto comunistas e bloquistas querem chamar ao parlamento a medida.
Os projetos de resolução do CDS-PP e do PSD foram rejeitados com os votos a favor do PSD e CDS-PP, a abstenção do PAN e os votos contra das restantes bancadas.
As iniciativas do BE, PCP e do PEV foram chumbadas com os votos contra de PS, PSD e CDS e os votos a favor das restantes bancadas e dos deputados socialistas do Algarve.
Na discussão das iniciativas em plenário na quinta-feira, o deputado socialista António Eusébio defendeu que uma eventual diminuição do preço das portagens na Via do Infante, no Algarve, depende da avaliação do aumento de tráfego, que mantenha a receita do Estado.
"Hoje podemos afirmar com maior convicção que a diminuição dos valores das portagens gera um aumento de tráfego e, consequentemente, reduzindo o custo das mesmas, poderemos continuar a manter a receita do Estado, mantendo os compromissos orçamentais e melhorando a mobilidade regional, e com é essa monitorização que o Governo deverá decidir diminuir ou valor ou não das portagens", afirmou.
Segundo António Eusébio, "Portugal não dispõe de condições financeiras e económicas para defender uma solução livre de portagens" e por isso, "responsavelmente, o compromisso do PS foi o de progressivamente diminuir o valor das portagens da A22".
"Já iniciámos esse caminho", afirmou, acusando PSD e CDS de não terem feito nada em mais de quatro anos de governação.
"Apesar da redução de 15% das tarifas na Via do Infante, decidida e implementada no passado verão pelo atual Governo, demonstrar uma evolução positiva, que deve ser ampliada nos próximos anos, ao longo da presente legislatura, para a correção de uma injustiça, que, em nosso entender, é gritante", sustentou.
HOJE É O DIA DE EU ESTAR FARTO DE TER UM DIA PARA TUDO, MENOS PARA QUE SE DIGA A VERDADE.
O PASSAR DOS DIAS, DOS MESES, DOS ANOS (JÁ SÃO MUITOS) SEMPRE COM OS MESMOS OBJECTIVOS: A PROPAGANDA ELEITORALISTA, A RETÓRICA QUE ESCONDE SEMPRE A REALIDADE, AS DESCULPAS ESFARRAPADAS DOS PROFISSIONAIS QUE VIVEM COM BENESSES E MORDOMIAS E QUE UTILIZAM O POVO COMO BOLA DE PING PONG.
DIGAMOS QUE É O DIA DE "ESTAR CAGANDO" PARA OS QUE SE SERVEM DOS CRENTES NESTAS POLÍTICAS DO DIZ QUE FAZ E ONDE NADA MUDA !