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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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11
Abr17

Você sabe por que os Pandas são preto e branco?

António Garrochinho


Sabemos que na grande maioria das vezes os animais se adaptam para de uma forma ou de outra estarem um pouco mais parecidos [em outras palavras, camuflados] com o meio ambiente.

Então, por que será que os Pandas são preto e brancos, com manchas distintas em suas peles e não de uma única cor como as outras espécies de Urso?


Descubra agora através desse interessante vídeo do canal Acredite ou Não:



tudorocha.blogspot.pt
11
Abr17

Armada apenas com um sorriso, Saffiyah Khan enfrentou a extrema-direita

António Garrochinho

No Reino Unido, uma fotografia tornou-se num novo símbolo de oposição à extrema-direita. Saffiyah Khan, uma jovem de Birmingham de ascendência paquistanesa e bósnia, enfrentou um membro do grupo extremista e xenófobo English Defence League (Liga de Defesa Inglesa, em português), armada com nada mais do que um sorriso.

A fotografia, que tem sido amplamente partilhada nas redes sociais, foi registada no sábado durante um protesto do movimento de extrema-direita. Segundo Saffiyah Khan, o confronto sorridente aconteceu quando a jovem interveio para defender uma mulher que usava um hijab, que estava a ser cercada e atacada com insultos racistas.
“Era uma mulher relativamente pequena”, disse Khan ao jornal britânico The Guardian. “Quando me apercebi que nada estava a ser feito [pela polícia] e que ela estava a ser completamente cercada, foi nesse momento que me meti no meio”. A britânica descreveu ainda o indivíduo que confrontou como “um homem zangado com um discurso agressivo”.
Testemunho de como a história já deu a volta ao planeta, Khan falou com a Rádio da Nova Zelândia, a quem contou que as melhores reacções que tem recebido são de pessoas que dizem o quanto a fotografia as emocionou. “Já ouvi várias histórias sobre filhas que sofrem situações semelhantes e que agora vêem-me como um exemplo a seguir”, afirmou Khan, citada pelo The Guardian.
O mesmo jornal britânico juntou as duas mulheres, vítima e heroína, num vídeo, onde tiveram oportunidade de conversar e de se conhecer a sério pela primeira vez. E Saira Zafar, a mulher que estava a ser cercada e insultada por elementos do EDL, agradeceu a Khan. "Aprecio muito o facto de teres intervido", disse Zafar. "É muito importante ser solidário e mostrar que se algo acontecer com alguém, essa pessoa não está sozinha. Foi isso que tu fizeste, por isso obrigada", afirmou.
A deputada trabalhista Jess Phillips foi uma das personalidades a reagir ao instante registado pelo fotógrafo da Press Association Joe Giddens. Num tweet que já foi partilhado mais de 12 mil vezes desde domingo, a parlamentar critica o militante do EDL, Ian Crossland, e aplaude a atitude de Khan. “Quem é que aqui parece que tem poder, a verdadeira ‘Brummy’ [nome de quem é natural de Birmingham] à esquerda ou o EDL que migrou para a nossa cidade por um dia e não foi capaz de assimilar?”, questiona.
A manifestação do EDL juntou cerca de 100 pessoas naquela cidade inglesa e foi criticada pelos dirigentes locais do Partido Trabalhista, do Partido Liberal-Democrata e do Partido Conservador, que fizeram questão de dizer que o grupo não é e nunca será bem-vindo em Birmingham. 



11
Abr17

PCP quer referendar regionalização

António Garrochinho


Dialogar com os outros partidos parlamentares, consultar as assembleias municipais: os comunistas traçaram o calendário para realizar o referendo em 2019


PCP quer um novo referendo à regionalização, a realizar no primeiro trimestre de 2019, para poder eleger no segundo semestre desse mesmo ano os primeiros órgãos das regiões administrativas, antecipou o líder parlamentar do partido, João Oliveira. A partir de 2021, as eleições regionais passariam a coincidir com as autárquicas.
Esta é uma das várias iniciativas legislativas e parlamentares antecipadas esta terça-feira à tarde por João Oliveira, líder da bancada comunista, no encerramento das jornadas parlamentares do PCP, que tiveram lugar ontem e hoje em Coimbra.
Para já, os comunistas vão avaliar a disponibilidade dos outros grupos parlamentares para avançar com as regiões e "com vista a obter os consensos políticos que a possam tornar realidade". E querem propor ao Parlamento que sejam consultadas até ao final deste ano as assembleias municipais sobre dois mapas possíveis para dividir o país em regiões.
Para o PCP, a regionalização pode passar pelo mapa que foi referendado em 1998 ou então pela atual divisão das cinco regiões-plano hoje coincidentes com as áreas das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR).
Apesar do Governo ter em discussão a reforma da descentralização, para João Oliveira "não é possível falar" desta "se não se considerar o nível de responsabilidade do Estado - que ainda é inexistente, por estar por concretizar, apesar de estar previsto na Constituição - que é o nível das regiões administrativas". "Apesar de ser uma batalha de há muito tempo do PCP, tem sido uma batalha que tem enfrentado diversos obstáculos", notou.
No calendário proposto pela bancada comunista para a regionalização, as assembleias municipais devem pronunciar-se sobre os mapas, no primeiro semestre de 2018, para depois ser aprovada uma lei de criação das regiões e convocado o referendo, na segunda metade do próximo ano. Com um "se", reconheceu João Oliveira: "Sem haver na Assembleia da República disponibilidade para avançar com o processo, a questão nunca chegará a ser colocada ao Presidente da República", que é quem pode convocar o referendo.
Programa de Estabilidade: depois logo se vê
O PCP não decidiu ainda se avançará com uma resolução que ponha em causa o Programa de Estabilidade (PE) que o Governo leva ao Parlamento a 19 de abril. Nem o que fará se outros partidos apresentarem resoluções contra este documento do executivo socialista (que não tem de ser votado na Assembleia da República). "Não temos nada concluído", começou por dizer João Oliveira, interpelado pelos jornalistas. "Posicionar-nos-emos sobre elas a partir do momento em que elas sejam conhecidas." E avançará o PCP com alguma resolução que seja contrária ao PE? "Não temos nenhuma decisão tomada."
A bancada comunista só tem, para já, uma certeza: "Propostas de apoio ao Programa de Estabilidade, nós obviamente não apresentaremos, porque a sujeição de um governo da República ao cumprimento dessas obrigações que nos são impostas pela União Europeia não devia acontecer."
Nacionalização omitida? "É grave"
O PCP vai insistir na "libertação da submissão ao euro, a renegociação da dívida e o controlo público da bancada", com a apresentação na segunda quinzena de maio de um "projeto de resolução tripartido", agendando uma interpelação ao Governo "centrada nas condições para o desenvolvimento da produção nacional". Não há outra possibilidade, segundo João Oliveira, para um "desenvolvimento económico e social do nosso país".
O líder parlamentar do PCP notou que, a ser verdade o que afirmou a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager - em texto de opinião publicado hoje no Público - de que o Governo português "nunca apresentou planos para nacionalizar a título permanente o Novo Banco", o que "seria diretamente contrário aos compromissos iniciais ligados à resolução do BES", isto "é grave". "Se o governo não apresentou sequer essa possibilidade na discussão que foi fazendo, é grave. Se não equacionou essa possibilidade, é igualmente grave."


11
Abr17

INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE TRABALHO PCP EM OLHÃO - INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA EM SOM AUDIO - LEIA A INTERVENÇÃO DE SEBASTIÃO COELHO

António Garrochinho









OUÇA AQUI SOM AUDIO







Depois de uma ausência de vários anos e com grande alegria e reforçada vontade de trabalhar para o bem da população olhanense que o PCP regressa ao centro da cidade de Olhão. Com a presença do Secretario-Geral, Jerónimo de Sousa, foram inauguradas as novas instalações do Centro de Trabalho do Partido Comunista Português


Intervenção de Sebastião Coelho
Inauguração do Centro de Trabalho de Olhão do PCP
9 Abril 2017

Camaradas e amigos,
Saúdo todos os presentes, com uma particular referência aos camaradas e amigos que se deslocaram de outros concelhos para participarem nesta iniciativa promovida pela organização concelhia do Partido aqui em Olhão e naturalmente saúdo também a mesa e o Secretário-geral do Partido, o camarada Jerónimo de Sousa.
Camaradas,
A inauguração hoje, do novo Centro de Trabalho do Partido no concelho de Olhão, constitui um momento muito especial para esta organização e para todo o coletivo partidário do Algarve.
Vamos ter uma casa nova. Um novo Centro de Trabalho para dar apoio às tarefas, à iniciativa política e às lutas que o PCP desenvolve. Um novo Centro de Trabalho que queremos que seja também um espaço de convívio, de confraternização, de camaradagem e fraternidade comunista. Mas também uma casa que queremos aberta à população do concelho, um Centro de Trabalho do Partido Comunista Português, onde cada trabalhador, cada democrata, cada patriota se deverá sentir como em sua casa.
Inauguramos este Centro de Trabalho em pleno mês de Abril. Motivo de orgulho e redobrada alegria pelo significado que tem e é caso para dizer que este ano, em Olhão, o 25 de Abril chegou mais cedo.
Deixo por isso aqui, uma palavra de reconhecimento a todos os camaradas que se empenharam para tornar possível este ato.
Como sabem, este dia constitui uma espécie de regresso a casa. Este mesmo edifício, foi durante anos o Centro de Trabalho do PCP. As obras entretanto realizadas duraram mais do que  desejávamos e muito mais do que gostaríamos. Mesmo sendo um percurso exigente, sabíamos que mais tarde ou mais cedo chegaríamos ao dia de hoje. É por isso justa e merecida, uma palavra de valorização a todos aqueles que nas mais diversas tarefas se empenharam para que o PCP regressasse ao centro de Olhão. Para todos os camaradas e amigos que se empenharam, para todas as instituições que colaboraram daqui peço uma salva de palmas.
Caros camaradas, estimados amigos
Durante estes anos o PCP não teve um centro de trabalho à altura das nossas necessidades mas isso não significou, nem falta de intervenção, nem ausência, perante os problemas e anseios dos trabalhadores e das populações deste concelho.
Foi com o PCP, que os trabalhadores e as populações de Olhão, enfrentaram durante anos as políticas de exploração e empobrecimento impostas por sucessivos governos. Foi com o PCP, que os trabalhadores e as populações de Olhão tiveram que fazer frente ao Pacto de Agressão da troika nacional e estrangeira e à sua política de terra queimada. Uma ofensiva que não pode ser esquecida pelos sacrifícios e dramas sociais e económicos que impôs. Não esquecemos os cortes nos salários, nas reformas e pensões, as privatizações de empresas estratégicas, o adiamento de investimentos estruturantes para o concelho, a extinção de freguesias, a perseguição aos mariscadores e viveiristas, o encerramento de centenas de empresas, as portagens na Via do Infante, o desemprego em massa, ou o facto de muitos filhos de Olhão terem sido obrigados a deixar a sua terra na procura de melhores condições de vida. É por isso que valorizamos também, a derrota que a luta dos trabalhadores e das populações impôs ao Governo PSD/CDS, afastando-o do poder e abrindo caminho a uma nova fase da vida política nacional, confirmando o PCP como uma força indispensável e insubstituível aos trabalhadores e ao povo de Olhão e do País.
Conscientes do carácter limitado e insuficiente da atual solução política, o Partido em Olhão, não só está empenhado na divulgação e valorização de todas as medidas positivas que têm sido adotadas, como determinado em prosseguir a luta por uma verdadeira política alternativa, uma política patriótica e de esquerda que responda aos interesses nacionais.
Caros camaradas, estimados amigos
Estamos a 6 meses das eleições autárquicas, que serão uma importante batalha para todo o Partido e que assumiremos no quadro da CDU, conjuntamente com o Partido Ecologista os Verdes e muitos milhares de outros democratas e patriotas.
Em Olhão, partimos para esta batalha com a consciência do trabalho que realizámos. Em 2013, a CDU recuperou um vereador na CM de Olhão, aumentou o número de eleitos para a Assembleia Municipal e o conjunto das Assembleias de Freguesia. Esse crescimento, ao mesmo tempo que o PS perdia a maioria absoluta, foi o facto político mais importante das últimas eleições e que influenciou o presente mandato. Pela primeira vez em largas dezenas de anos o PS deixou de ter as mãos completamente livres para impor opções que foram e são negativas para as populações.  
A CDU foi a voz dos trabalhadores e das populações na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal, nas Assembleias de Freguesia de Pechão, Olhão, Quelfes e na União de Freguesias da Fuseta e Moncarapacho.
A defesa do direito a viver e produzir na Ria Formosa, a luta contra as demolições nas ilhas barreira, a defesa dos direitos dos mariscadores e viveiristas, a exigência da abolição das portagens na Via do Infante, o acompanhamento à situação no centro histórico de Olhão, a luta pela reposição das freguesias, a intervenção contra a prepotência da Refer e a negligência da Câmara na passagem desnivelada na cidade, o apoio ao movimento associativo, a intervenção pela reposição das 35 horas de trabalho para os trabalhadores da autarquia, a denúncia da situação nas empresas municipais, designadamente contra o aumento das competências da Fesnima e a luta contra o aumento dos preços da água promovido pela Ambiolhão, o condicionamento das opções mais negativas da atual maioria, entre muitos outros aspetos, estiveram no centro da intervenção da CDU nos últimos 4 anos. O nosso trabalho, a nossa intervenção, mais do que qualquer propaganda, são a mais fiel garantia que apresentaremos aos trabalhadores e populações de Olhão.
Camaradas
Foi com convicção e sentido de responsabilidade que aceitei a tarefa que me foi proposta de encabeçar novamente a lista da CDU à Câmara Municipal de Olhão. Da minha parte podem contar com a mesma determinação de sempre para levar tão longe quanto possível o exercício desta tarefa. Mas conto também, como aliás não poderia deixar de ser, com o envolvimento de todos os camaradas, de todos os amigos, que vão dar corpo às listas da CDU concorrendo a todos os órgãos do concelho. Temos como objetivo, aumentar o número de votos e o número de mandatos no concelho. Um objetivo que estará tão mais próximo quanto maior for o envolvimento de todos nesta batalha política.  
Nada está decidido nem na vida, nem na luta política. Aqueles que como o PS, que na base, não da sua obra, mas da arrogância, sonham já, com o regresso do poder absoluto, daqui lhes dizemos, que é o povo, e mais ninguém, que decidirá no próximo dia 1 de Outubro os destinos que querem dar a este concelho. Disponíveis para assumir todas as responsabilidades que a população de Olhão nos queira atribuir, partiremos para estas eleições, com confiança, com alegria, com determinação.
Camaradas
O nosso Partido completou 96 anos de luta. E se é certo que muito nos honra a nossa história e a nossa identidade comunista, estamos certos, de que o PCP tem seguramente mais futuro do que memória.
Viva a CDU
Viva a JCP

Viva o Partido Comunista Português




www.algarve.pcp.pt

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11
Abr17

Vinho Helwigus Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve), produzido no sítio da Charneca - Freguesia de Santa Bárbara de Nexe, ganhou uma medalha de prata no concurso de vinhos do Algarve.

António Garrochinho



O Melhor Vinho do Algarve de 2017 é o Quinta do Barradas Reserva Tinto 2014, que recebeu a única Grande Medalha de Ouro no X Concurso de Vinhos do Algarve, promovido pela Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), em parceria com a Associação de Escanções de Portugal (AEP).

Numa edição marcada pela «excelência dos vinhos em prova» e dado que todas as classificações foram  superiores a 85 pontos, não houve lugar a medalhas de bronze, tendo sido atribuídas, além da grande medalha de ouro, seis medalhas de ouro e vinte de prata.
Aberto a vinhos brancos, rosados e tintos, a prova do X Concurso de Vinhos do Algarve, organizado e promovido pela CVA, realizou-se no passado dia 9  de Abril, no Hotel PortoBay Falésia, em Albufeira.   O júri do concurso – formado por especialistas escanções nacionais – atribuiu medalhas a 27  dos 85  vinhos a concurso.
Segundo Carlos Gracias, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve, «os produtores de Vinhos do Algarve e suas equipas estão de parabéns pelos excelentes resultados obtidos. Superámos a  taxa de participação do ano passado, assegurando  a inscrição de 23  produtores do Algarve, atingindo as 85 referências de vinhos à prova».
«Este concurso é cada vez mais um acontecimento importante no calendário vínico algarvio, e não só, dado que, ao distinguirmos a qualidade e variedade dos nossos vinhos, estamos a promover a região», acrescentou Carlos Gracias.
O presidente da CVA frisou ainda que, «nesta edição, a pontuação do júri foi a mais elevada de sempre, o que releva a posição  ascendente, tanto em  qualidade, como no  carácter dos nossos néctares, o que vem confirmar que a aposta da região na vitivinicultura está  no bom caminho».
Nesta mais recente campanha, o Algarve produziu um milhão de litros de vinho certificado, o que, salienta o presidente da CVA, é muito pouco, quando comparado com outras regiões vinícolas. Mas, se ao nível da quantidade não tem havido crescimento – nem é essa a intenção -, o mesmo já não se passa com a qualidade.
Em declarações ao Sul Informação, Carlos Gracias destacou a «consistente» subida da qualidade dos vinhos do Algarve: «nos últimos quatro anos, neste tipo de concurso, com provas cegas e em igualdade de circunstâncias com vinhos de todas as regiões, o Algarve já teve entre 40 a 50 vinhos medalhados em concursos nacionais e internacionais».



Grande parte da produção algarvia diz respeito a tintos, mas a Comissão Vitivinícola tem apostado, nos anos mais recentes, na «implementação de mais vinhas brancas». E já se verificou um crescimento: «atualmente 30 a 40% do vinho produzido no Algarve já é branco», revela Carlos Gracias.
E porquê esta aposta nos brancos? «O Algarve tem boas características para produzir bons vinhos brancos», embora, devido ao calor de Verão, provavelmente seja necessário «fazer as vindimas mais cedo». Mas, precisamente por causa do calor, a região potencia o consumo de vinhos brancos, «que se servem frescos e que, por isso, podem ter um consumo muito maior no Verão, quando cá estão mais turistas».
Tendo em conta a pequena dimensão da produção vinícola algarvia, com um milhão de garrafas de vinho certificado por ano, tanto como uma média adega cooperativa alentejana, Carlos Gracias não tem dúvidas que a aposta tem que ser «no mercado da região». E se a região tem muitos turistas, sequiosos de vinho fresco e aromático para matar a sede causada pelo calor, então essa terá de ser a aposta.
Aliás, os números do setor parecem justificar esta aposta: 80% do vinho produzido no Algarve é consumido na região, 15% é exportado e apenas 5% é vendido para o resto do país.
«Nos últimos anos, foi dado um grande passo para o reconhecimento dos nossos vinhos, com a ajuda da restauração e da hotelaria. Mas foi até o consumidor quem começou a exigir vinhos algarvios na restauração», salientou o presidente da CVA.
Com a qualidade dos Vinhos do Algarve a ser atestada em concursos, como este que decorreu no passado domingo em Albufeira, o surgimento de novos produtores, a sobrevivência do setor parece estar assegurada.


No total, este X Concurso de Vinhos do Algarve, que este ano se realizou pela primeira vez fora do concelho de Lagoa, premiou nove vinhos de Silves, quatro vinhos de Lagoa, quatro vinhos de Portimão e outros tantos de Lagos, dois vinhos de Tavira e outros dois de Albufeira, e ainda um vinho de Loulé e outro de Faro.
A cerimónia de entrega dos  prémios irá ter lugar no Simpósio Vitivinícola do Algarve, em mais uma iniciativa da CVA, agendada para o dia 11 de Maio, na Escola de Hotelaria e Turismo, em Faro.

X Concurso de Vinhos do Algarve
Lista de Vinhos Medalhados

Grande Medalha de Ouro: “Melhor Vinho do Algarve”
 Quinta do Barradas Reserva Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Rotas Seculares – Unipessoal, Lda (Silves)
Medalha de OURO:
Al-Ria Reserva Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve)
Casa Santos Lima, Companhia das Vinhas, S.A. (Tavira)
 Dialog Tinto 2012 (Vinho Regional Algarve)
Quinta dos Vales, Lda. (Lagoa)
 Foral de Portimão Reserva Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
AAC Lda. (Portimão)
 Herdade dos Seromenhos Reserva Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve)
Soc. Agr. Herdade dos Seromenhos, Lda. (Lagos)
 Onda Nova Syrah Tinto 2013 (Vinho Regional Algarve)
Adega do Cantor – Sociedade de Vitivinicultura, Lda. (Albufeira)
 Quinta do Barradas Selecção Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve)
Rotas Seculares – Unipessoal, Lda. (Silves)
Medalha de PRATA:
 Al-Ria Rosé 2016 (Vinho Regional Algarve)
Casa Santos Lima, Companhia das Vinhas, S.A. (Tavira)
 Quinta da Tôr – Algibre Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Turinox, Lda. (Loulé)
 Borges da Silva Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Luís Carlos Borges da Silva (Lagos)
 Cabrita Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve)
José Manuel Cabrita (Silves)
 Convento do Paraíso Cabernet Sauvignon Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Convento do Paraíso, Lda. (Silves)
 Edd´s Private Collection Reserva Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Concepts by Edd’s II, Lda. (Lagoa)
 Euphoria Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Convento do Paraíso, Lda. (Silves)
 Foral de Portimão Rosé 2016 (Vinho Regional Algarve)
AAC, Lda. (Portimão)
 Helwigus Tinto 2015 (Vinho Regional Algarve)
Helwig C. Ehlers (Faro)
 Herdade dos Pimenteis Tinto 2013 Reserva (Vinho Regional Algarve)
Herdade dos Pimenteis, Lda. (Portimão)
 Jaap Rosé 2016 (Vinho Regional Algarve)
Jacobus Honekamp (Silves)
 Lacóbriga Branco 2016 (Vinho Regional Algarve)
Soc. Agr. Herdade dos Seromenhos, Lda. (Lagos)
 Malaca Rosé 2016 (Vinho Regional Algarve)
Soc. Agr. Quinta da Malaca, S.A. (Silves)
 Marquês dos Vales Grace Arinto Branco 2015 (Vinho Regional Algarve)
Quinta dos Vales, Lda. (Lagoa)
 Marquês dos Vales DUO Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
Quinta dos Vales, Lda. (Lagoa)
 Odelouca Branco 2016 (Vinho Regional Algarve)
Patrick Agostini (Silves)
 Onda Nova Viognier Branco 2014 (Vinho Regional Algarve)
Adega do Cantor – Sociedade de Vitivinicultura, Lda. (Albufeira)
 Quinta da Penina Reserva Tinto 2014 (Vinho Regional Algarve)
AAC, Lda. (Portimão)
 Quinta de Ferrel Reserva Branco 2016 (DOP Lagos)
Soc. Agr. Herdade dos Seromenhos, Lda. (Lagos)
 Quinta do Francês Branco 2016 (Vinho Regional Algarve)
Patrick Agostini (Silves)


www.sulinformacao.pt

11
Abr17

O livro “assassino” das artimanhas de Donald Trump

António Garrochinho


O novo presidente dos EUA não gostou de “Trump Revelado”, a sua biografia escrita pelo Washington Post. Livro acaba de sair em Portugal


O livro “assassino” das artimanhas de Donald Trump


Trump Revelado (Planeta, 512 págs., €23,90) vem assinado por Michael Kranish e Marc Fisher (este vencedor de dois Pulitzers), mas é uma obra colectiva. "O The Washington Post designou mais de 20 jornalistas, dois verificadores de factos e três editores para examinar a vida de Trump", lê-se. Examinar o seu passado, dizem os autores, "é compreender como pode comportar-se no futuro."

A direcção enviou repórteres para todos os locais por onde Trump passou, incluindo no estrangeiro. E Trump, apesar de ter aceitado dar uma entrevista colectiva aos editores do jornal, percebeu logo que a obra não lhe era favorável. "O Washington Post elaborou um livro assassino sobre mim. Não comprem, aborrecido!", escreveu no Twitter.
















Nada que o afecte na verdade. Uma das coisas que se percebe no livro é que mesmo as polémicas negativas são boa publicidade. Um mantra que aprendeu cedo.

O livro é imperdível para quem quer perceber de que é feito o novo presidente dos EUA. Deixamos-lhe aqui um apanhado, muito resumido, de algumas das melhores histórias.


1. O filho da mãe da Escócia
A mãe de Donald é escocesa, emigrada para os EUA para fugir à pobreza na terra onde vivia, nas Ilhas Ocidentais. Trump só lá esteve uma vez em adulto, em 2008. Não foi uma viagem sentimental. Na altura, queria construir um campo de golfe de luxo em Aberdeen, um empreendimento que estava a ser muito contestado pelos ambientalistas e pelos proprietários das terras, pressionados a sair com meios pouco ortodoxos pelo staff de Trump. Visitar a casa onde a mãe viveu foi uma tentativa de usar as suas raízes escocesas para amaciar os locais. Entrou na humilde casa e saiu 97 segundos depois.

2. Os bons emigrantes brancos
A mãe de Trump chegou aos EUA e deu-se como doméstica. Corria o ano de 1930, o país estava em plena Depressão e o Ku Klux Klan tinha uma forte influência no sentimento geral anti-emigrantes, típico das crises económicas. Foram impostas quotas, incluindo a oriundos de países europeus, e expulsos milhares de mexicanos. Ao mesmo tempo, o Congresso duplicou a quota de imigrantes de ilhas britânicas, como se fosse uma espécie de "reserva preferida de brancos britânicos". Por isso mãe de Trump foi bem recebida.
 



















Curiosamente, o mesmo aconteceu ao avô paterno de Donald. Friedrich Trumpf chegou com 16 anos a Nova Iorque, em 1885, e deu-se como agricultor. Fugiu da tropa na Alemanha, mas não houve problemas. "Na altura, a lei americana garantia aos alemães um estatuto preferencial: eram vistos como tendo as correctas características étnicas dos europeus brancos".

3. Os Trump "suecos"
A I Grande Guerra disseminou pelos EUA um sentimento anti-alemão, e Friedrich, avô de Donald, tentou esconder as suas raízes, apesar de nunca ter havido uma real intensão de expulsar alemães. A mesma coisa aconteceria com o pai de Donald, Fred, durante a II Grande Guerra, passando a dizer que a sua família era sueca. O próprio Donald chegaria a disseminar a mesma proveniência escandinava.
 









4. Os vizinhos mais odiados
Ainda que o pai de Donald fosse conhecido por ser forreta, vivia com estilo. "Moravam numa casa de dois andares de estilo Tudor, em Wareham Place. Tinham motorista, cozinheiro e sistema de intercomunicador, televisor a cores e um enorme comboio eléctrico de brincar que provocava a inveja do bairro. Aparentemente, os filhos de Fred Trump herdaram a atitude fria do pai em relação aos vizinhos. Quando a bola de um vizinho saltava para dentro do espaçoso quintal dos Trump, o jovem Donald ladrava: ‘Vou dizer ao meu pai, vou chamar a polícia’."

5. As mãos desinfectadas
O pai de Donald era extremamente formal - até andava em casa de fato e gravata. A mãe era muito social, ia a muitas festas e reuniões sociais. Foi dela que herdou o receio dos germes. "Sabem, é muito mal-educado se alguém quer apertar a mão e você não aperta, por isso, aperto. Lavo as mãos o máximo que posso, e não é um insulto a ninguém, é um facto: ficamos com germes nas mãos e constipamo-nos", diz Donald.

6. A universidade "mal frequentada" por estrangeiros
Ainda que tivesse equacionado ir estudar cinema para a Carolina do Sul, Trump acabou por ir para a Universidade Fordham. Os colegas da altura contam que já aparecia com mulheres vistosas, lia o Wall Street Journal e o New York Times nos intervalos, rabiscava prédios e arranha-céus nas aulas e gostava de saber o que é os pais dos colegas faziam. Dizia também que um dia ia ser famoso. Donald nunca teve uma sensação de pertença ao campus. Um antigo vizinho revela que se queixava que tinha "demasiados alunos italianos e irlandeses".
 















7. Os calcanhares
Trump foi escapando ao serviço militar devido à sua condição de estudante e depois por razões médicas não especificadas. Mais tarde, disse que tinha a ver com "uma saliência óssea nos calcanhares". 



















8. Os negros não entram
Donald acabou os estudos e o pai empregou-o no grupo, dando-lhe uma parte importante para gerir no seu império imobiliário para as classes médias. O pai chegou a ser interrogado por suspeitas de uso irregular de apoios estatais à construção, mas a maior polémica foi com Donald. Em 1972, através de agentes infiltrados, a Comissão dos Direitos Humanos de Nova Iorque conseguiu provar como os Trump não arrendavam certos prédios a negros.
 









O Departamento de Justiça abriu um processo, mas não queria dinheiro nem prisões. Apenas um acordo para não discriminar. Os advogados aconselharam Donald a assinar, mas este não aceitou. Por mero acaso, cruzou-se nesse dia com Roy Cohn, um advogado com longa fama de corrupto, conhecido por ter lutado ao lado de Joseph McCarthy na purga comunista. Cohn, que não fazia acordos, desafiou Trump a ripostar. Devia contra-atacar sempre. Foi um mantra para Trump.

Donald Trump processou o Governo por calúnia e pediu 100 milhões de dólares de indemnização. O caso encerrou em 1975 através de um acordo em que Donald aceitou publicar anúncios onde dizia que não discriminava pessoas de outras raças. Mas o governo suspeitava que as práticas continuavam.

Muitos anos mais tarde, quando entrou no mundo dos concursos de beleza, foi acusado de dar indicações para que as candidatas negras a Miss não fossem aceites.

9. O amigo gay
Embora sempre o negasse e, pior ainda, condenasse a homossexualidade, o sinistro amigo Roy Cohn era gay. Em 1985, quando Cohn contraiu VIH, Donald afastou-se. "Não acredito que ele me está a fazer isto. O Donald mija água gelada", comentou Roy Cohn.
 










10. O Commodore
O seu primeiro grande projecto foi a transformação do Commodore, um hotel em Manhattan de 1900 quartos em estado decrépito, em Hotel Grand Hyatt. "Para o plano ter sucesso, a Penn Central tinha de lhe vender o hotel, a burocracia de Nova Iorque tinha de aprovar a sua abordagem e dar-lhe isenção fiscal, uma empresa de gestão tinha de se associar a ele para administrar o hotel e os bancos tinham de lhe avançar o dinheiro para pagar tudo", lê-se.

Trump lançou então uma espécie de ofensiva de charme. "Trump enganou a cidade, os vendedores e a cadeia de hotéis uns a seguir aos outros, utilizando um para alavancar o acordo com o outro."

Mais tarde, a Auditora Geral da cidade descobriu "aberrantes práticas de contabilidade que tinham retirado à cidade milhões de dólares em impostos." Questionado mais tarde, Trump disse que não se lembrava da investigação.

Nos anos seguintes, Trump iria entrar em conflito com a família que geria a Hyatt. Em 1996, lutando contra enormes dívidas, acabou por vender a sua parte.

11. A mulher decoradora e os filhos no escritório
É mais uma emigrante na vida de Donald. Ivana Zelníbková Winklmayr cresceu na Checoslováquia sob o regime comunista e emigrou para o Canadá antes de ir para os EUA. Donald dizia que era uma das maiores modelos do Canadá, mas Ivana tinha apenas desfilado em lojas e posado para peleiros. Também tinha sido casada com um esquiador austríaco, Alfred Winklmayr, mas esse casamento foi omitido da sua biografia oficial.









Desta relação nasceram três filhos. Donald Trump não tinha nenhuns cuidados nem interesses parentais. Só lidava com os filhos no escritório. Ivana foi empregada como decoradora de interiores dos empreendimentos do marido. O casamento acabaria depois de uma traição de Donald, que fez as delícias dos tablóides durante meses.

12. O caso das esculturas
Um dia, Donald andava por Manhattan e viu uma loja de luxo na Fifth Avenue. "Vamos descobrir quem é o dono e deitar o edifício abaixo". Seria o local da Trump Tower. O edifício tinha uma elegante fachada art déco, que incluía duas esculturas em baixo relevo de quatro metros e meio. O dono de uma galeria em frente e a curadora do Metropolitan Museum of Art tentaram convencer Trump a doar as obras. Trump aceitou, mas um dia apareceram os operários e destruíram tudo. "O capataz recusou parar: ‘O jovem Donald disse que há uma mulher estúpida na alta da cidade, num museu, que as quer e que nós temos de as destruir".

O caso foi capa do Times. O artigo continha declarações de um John Barron, um pseudónimo que Trump usava quando não se queria identificar. Dizia que as esculturas valiam apenas 9 mil dólares e que removê-las tinha custado 33 mil. Dois dias depois, disse que remoção tinha custado 500 mil e que a sua preocupação era a seguranças das pessoas – as estátuas podiam cair e matar alguém.

13. A brigada polaca
É mais um caso da relação Trump-emigrantes. As demolições necessárias para a construção da Trump Power foram feitas por centenas de polacos sem documentos, mal pagos, por vezes a dormir no chão e pagos com vodca. Trump foi processado por um sindicato em 1983, quando a torre abriu. Em 1990, testemunhou que não sabia que trabalhadores não tinham documentos, e culpou a empresa de demolição. O juiz não concordou e o caso chegou ao fim com um acordo em 1999.

Os autores deste livro lembram que "anos mais tarde, Trump chamaria à imigração ilegal ‘uma bola de demolição apontada aos contribuintes dos Estados Unidos’".

14. As relações com mafiosos
Para construir a Trump Tower, Donald teve de enfrentar sindicatos e mafias. "Em 1982, quando as greves sindicais congelaram as obras pela cidade, a construção da Trump Tower não parou um segundo. Quando abriu, no ano seguinte, foram vendidos a Cody e à sua namorada três enormes duplex mesmo por baixo da penthouse de Trump."

Quem era este Cody? Um chefe mafioso que mandava no sindicato Teamsters, que controlava os camiões de cimento. Cody, numa investigação federal posterior, disse que conhecia Trump muito bem e que gostava de negociar consigo através de Roy Cohn. Após a morte de Cody, em 2001, Trump chamou-lhe "um filho da mãe psicótico e escumalha".

15. Os rumores plantados na imprensa
Donald usou várias vezes os jornalistas para inventar VIPs interessados nas suas propriedades, trazendo-lhes notoriedade. Fazia-o sob anonimato, ou usando pseudónimos – por vezes disfarçando a voz, para não se perceber que era ele. O seu pseudónimo preferido era John Barron - o seu filho mais novo viria a chamar-se Barron.
 










Por exemplo, espalhou o rumor de que a família real britânica estava interessada em gastar 5 milhões de dólares para comprar um piso inteiro na Trump Tower. Donald não confessou ter criado o rumor, que o Times atribuiu a "alguém do sector imobiliário", mas disse ‘de certeza que não nos prejudicou".

Mais tarde, plantou também o rumor de que a Casa Branca estava a pensar mudar a suite do Presidente dos EUA em Nova Iorque para o Plaza Hotel, de que Donald era proprietário.

16. As ameaças, os processos e os subornos a jornalistas
Em 1978, Wayne Barrett foi o primeiro jornalista a investigar os negócios de Donald. O empresário começou a usar com ele a "técnica da cenoura e do pau". Primeiro, a cenoura. Barrett vivia em Brownsville, na altura uma das áreas mais pobres de Brooklyn. "Podia arranjar-lhe um apartamento", disse a Barrett. Depois, o pau: "Tu e eu temos sido amigos e tal, mas se a tua história danificar a minha reputação, quero que saibas que vou processar-te."

Tinha outras técnicas. Escrevia cartas aos jornalistas e críticos, plantavas rumores depreciativos sobre os jornalistas ou colunistas e, por vezes (muitas vezes), enviava uma cópia do artigo junto com uma folha timbrada da Trump Organization. "Quando a colunista Gail Collins, do Times, chamou Trump ‘um ricaço com problemas financeiros’, ele enviou-lhe a coluna e a cara dela com um círculo à volta. Ao lado, Trump tinha escrito: ‘A cara de um cão!’".

"Em todas as alturas da sua carreira, Trump tentou punir aqueles que questionavam a imagem que ele queria que o mundo visse. 'Eu processo' tornaram-se as palavras de ordem do seu negócio, tal como 'Estás despedido' se tornou o mantra da sua imagem televisiva [no programa O Aprendiz]. Durante três décadas, Trump e as suas empresas puseram mais de 1900 processos e foram arguidos noutros 1450, de acordo com uma análise do USA Today. Alguns dos processos legais foram o resultado de negócios complexos. Mas outros concentraram-se em perseguir quem questionava a sua fortuna ou até o seu gosto.", lê-se na página 337 de Trump Revelado.

Um exemplo caricato: "Uma vez apresentou uma queixa por difamação, no valor de 500 mil dólares, contra um crítico do Chicago Tribune que descreveu o átrio principal da Trump Tower como 'uma galeria comercial kitsch, com uma extravagância ofuscante'."

17. Os telefonemas para as redacções
"Enquanto outros magnatas dos negócios se escondiam atrás de relações públicas e porta-vozes que afastavam os repórteres, Trump costumava devolver as chamadas pessoalmente, dentro de horas, se não minutos. Para algumas publicações, a disponibilidade constante de Trump e o seu interesse em aparecer transformou-se numa chatice. Um ano, quando a Fortune estava a reunir a sua lista anual de empresários ricos, a revista destacou um estagiário para lidar com a enxurrada de telefonemas de Trump, que discordava da avaliação que faziam do seu património."
 










O episódio de Donald dizer que vale muito mais do que na realidade valia iria repetir-se várias vezes. Logo em 1976 referia que valia 200 milhões de dólares quando a sua declaração de impostos "revelava um lucro de apenas 25.594 dólares" E devia 10.832 dólares de impostos.

O tema das declarações de impostos e de quanto vale realmente a sua fortuna de Trump domina a agenda mediática de Trump há décadas (ainda hoje, uma vez que se recusa a mostrar a sua declaração de impostos).

A técnica usada pela Forbes para calcular a riqueza de Trump, para o ranking anual da revista, era "dividir por três" o que o empresário se gabava de valer. Era a única maneira porque Trump não era uma fonte credível e não havia informação detalhada, pública e auditada sobre as suas empresas e negócios.

18. O anel
No início dos anos 90, quando Donald estava atolado em dívidas, fruto dos seus megalómanos investimentos (quase todos deles já praticamente na mão dos credores), os banqueiros a quem devia milhões de dólares viram-no a aparecer com a namorada Marla Maples. "Ela levantou a mão esquerda para mostrar um anel de diamante com 7,5 quilates e corte esmeralda. Na quinta-feira seguinte, quando os banqueiros se encontraram com Trump, exigiram saber onde tinha ele arranjado o dinheiro para o anel de 250 mil dólares. Trump escapou à sua ira. O anel, disse ele, era um empréstimo do joalheiro Harry Winston em troca de publicidade grátis."

19. A "universidade"
Em 2005, Donald chamou os jornalistas para anunciar o seu novo projecto. A Trump University, uma espécie de "escola de gestão"/seminários em salões de festas, muito focada no imobiliário. Quando rebentou a bolha deste último, a Trump University começou a ensinar sobre como tirar partido da crise. Não tardaram os processos em tribunal de alunos que se sentiram defraudados pelo "canudo" que obtiveram em troca do que aprenderam e (sobretudo) pagaram. A Trump University nem podia sequer usar o nome University, pelo que teve de mudar de nome para Trump Entrepreneur Iniciative. Fechou em 2010.
 









20. O Aprendiz de luxo
Na final da edição de 2007 do reality show que o catapultou para a fama à escala nacional, Trump prometeu ao vencedor escolher entre dois prémios: supervisionar a construção de um resort de luxo na República Dominicana ou um condomínio de 47 andares em Atlanta. O que ninguém sabia ainda era que Trump não era proprietário de nenhum dos projectos, apenas dera o nome. Nenhum dos dois projectos acabaria por ir para a frente. Sempre que um projecto falhava, Donald refugiava-se na estratégia do licenciamento.

21. O filantropo à força
Donald definia-se como "um filantropo ardente". Ou não. "No lançamento da campanha à presidência, disse que tinha doados mais de 102 milhões de dólares para instituições de beneficiência, entre 2011 e 2015. Mas o The Washington Post descobriu que nenhum destes 102 milhões vieram do seu dinheiro. Muitas das contribuições assumiram a forma de jogos de golfe grátis nos seus campos, oferecidos em rifas nas feiras e nos leilões de caridade."

O livro conta outros casos parecidos. Como prometer doar um milhão para as causas dos veteranos. Só o fez quatro meses depois, quando um jornalista o pressionou a dar pormenores. Donald Trump respondeu à sua maneira, atacando a imprensa: "mauzinhos", "desonestos", "sacanas" e "injustos", chamou aos jornalistas. "Vou continuar a atacar a imprensa", terminou.


www.sabado.pt
11
Abr17

Esta é a direita que hoje conta

António Garrochinho



Vital Moreira escreveu um artigo em que defende que o grande teste para o governo nos próximos meses vai ser o de resistir às pressões para «expandir a política de "devolução de rendimentos"» (as aspas na "devolução de rendimentos" são do próprio).

O raciocínio é sofisticado: se o país não cumpre as metas europeias, é preciso intensificar a consolidação orçamental. Se o país cumpre as metas, é preciso intensificar a consolidação orçamental. Se o país ultrapassa as metas, é preciso intensificar ainda mais a consolidação orçamental. O sucesso da política de devolução de rendimentos, inclusive no domínio da consolidação orçamental, prova o quê? Prova que é preciso não «expandir» a devolução de rendimentos. Não tem, portanto, nada a ver com a realidade dos factos. É ideologia pura.

Política económica contra-cíclica? Pleno emprego? Estado social? Direitos dos cidadãos? Vital Moreira parece não estar interessado em nenhum dos temas de que a social-democracia em tempos se reclamou. Pelo contrário, a proposta não podia ser mais clara: não nos deixemos entusiasmar por folgas orçamentais. A tarefa é conter a despesa e a devolução de rendimentos.

A formulação de Vital Moreira é no entanto inteligentemente ambígua. O autor não diz «parar a devolução de rendimentos”», que se traduziria numa violação flagrante dos acordos que sustentam a geringonça. Mas sugere e promove essa interpretação, indo ao ponto de lançar o apelo (ao Governo? a Bruxelas?) para que a meta do défice de 2017 seja revista em baixa.

Curiosamente, Vital Moreira não perde muito tempo a discutir a questão, certamente importante para um constitucionalista, da perda de legitimidade que decorreria de uma violação dos acordos à esquerda. É que, convém não esquecer que António Costa não teve maioria absoluta. Não teve sequer maioria relativa. Governa, e governa legitimamente, porque - e apenas porque - celebrou acordos políticos com os partidos à sua esquerda. Acordos cujo ponto fundamental era... a política de devolução de rendimentos (sem aspas). Ou seja, pode dizer-se que António Costa não tem mandato e não tem legitimidade democrática para seguir os conselhos de Vital Moreira.

Mas estes apelos Vital Moreira são importante para nos lembrar que, mesmo em tempos de convergência à esquerda, não falta quem no PS se tenha passado totalmente para o lado das políticas de compressão dos rendimentos do trabalho e esteja exclusivamente preocupado com o regresso aos entendimentos do Bloco central que tão bons resultados produziram. Terceira via, economia social de mercado, são eufemismos para designar a colonização ideológica liberal da social-democracia. A direita do PS não é «a direita da esquerda», na formulação que uma vez ouvi a Miguel Vale de Almeida. É direita mesmo.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
11
Abr17

Duas pistolas

António Garrochinho


De quando em vez a casa de pedra era sacudida por um trovão. Ofélia rezava baixinho enquanto Jacinto pensava na palha coberta. As trovoadas na aldeia não eram frequentes mas quando chegavam tornavam-se tenebrosas. Mesmo que alguém assumidamente não tivesse receio do fenómeno, não deixava de respeitar.
Jacinto ergueu-se de supetão da cama e perguntou:
- Não ouviste bater à porta?
Ofélia receosa e sonolenta respondeu:
- Acreditas que alguém sai à rua com este tempo?
Jacinto teimou:
- Tu tás mouca mulher… Ouvi bater à porta!
Num gesto decidido saltou para dentro das calças sujas, puxou os suspensórios e mesmo descalço foi confirmar a desconfiança. Pegou num coto de vela, acendeu-o devolvendo ao quarto uma luz ténue e mortiça. Encaminhou-se para a porta quando ouviu alguém do lado de fora chamá-lo:
- Jacinto oh Jacinto!
A desconfiança estava confirmada. Retirou as duas ripas que seguravam melhor a porta da intempérie, rodou a chave e escancarou a sala ao temporal da noite. Um vento forte penetrou no lar e trazendo com ele a visita inesperada. Jacinto olhou para o homem e espantou-se. Refeito do choque de alguém com aquela borrasca se atrever a sair de casa, perguntou:
- Manel? Que fazes aqui a esta hora e com este tempo?
O outro não esperou pelo convite, entrou e sentando-se numa carunchosa cadeira, largou um saco de serapilheira no chão enquanto sacudia as roupas ensopadas. A respiração parecia ofegante e só ao fim de algum tempo Manuel respondeu à questão:
- Desculpa Jacinto aparecer assim, mas estou metido num grande sarilho…
Jacinto e Manuel eram amigos desde sempre. Não havia entre eles qualquer segredo. A não ser…
- Manel que fizeste desta vez? – a preocupação na voz do anfitrião era evidente.
- Nada eu não fiz nada – respirou fundo e voltou – apenas estou a tentar ajudar um camarada de tropa.
- Hum cheira-me que vem aí algo que não vou gostar de ouvir.
- Eu não fiz nada! Foi o Luís Carriço que se meteu numa embrulhada. Acho mesmo que matou um tipo…
- Matou um tipo?
- Creio que sim… Mas diz que foi em legítima defesa. Mas o problema vem agora…
- Mau…
- Ele pediu para fazer desaparecer… as pistolas dele! – e apontou com o queixo o saco que jazia na lage.
- Pistolas?
- Sim as armas do crime.
- E que tenho eu a ver com isso?
- Ele não te conhece e tu podias fazer desaparecer as fuscas…
- Tu já viste o que me estás a pedir? Que seja tão criminoso quanto esse teu amigo. E mais, como pensaste que eu poderia resolver o assunto? Eu tenho uma família a sustentar - e apontou para os filhos que dormiam.
O outro baixou a cabeça quase ao nível dos joelhos e afirmou:
- Estou metido numa grande sarilhada. E não posso dizer ao homem que não. Safou-me tantas vezes de ser apanhado quando eu me desenfiava… que agora fiquei refém deste pedido.
Jacinto coçava a cabeça. Também ele devia favores a Manuel… Mas o pior era imaginar um sítio onde esconder tais armas. De súbito lembrou-se:
- Mas ele quer recuperar estes brinquedos?
- Não, não. Ele pediu-me que as fizesse desaparecer para sempre. Para sempre ouviste?
- Ouvi, ouvi… Para isso só há um lugar…
- E qual?
- Tenho numa das minhas fazendas um algar muito fundo. Um dia caiu para lá um borrego e por lá ficou… Aquilo é impossível de lá chegar, ao fundo. Nem sei quantos metros tem… Talvez seja o lugar ideal…
Manuel levantou-se num ápice e agarrando-se ao amigo deu-lhe um abraço, dizendo:
- Nunca mais esquecerei este favor, ouviste? Jamais…
Jacinto afastou o encharcado amigo, comunicando:
- Amanhã vamos lá!
Mas Manuel tinha outras ideias:
- Amanhã não, agora!
Jacinto olhou-o e declarou:
- Tu achas que não tenho mais nada que fazer… Preciso descansar. E não sei se reparaste chove a potes.
- Melhor ainda. Assim ninguém nos vê…
Manuel tinha alguma razão. Se era para esconder as armas aquela hora com aquele tempo era preferível do que durante o dia. Mas a fazenda ainda era longe e de acesso difícil por entre carrascos e medronheiros. Por fim assentiu:
- Está bem, vamos lá. Deixa-me vestir.
Jacinto saiu da sala onde as crianças dormiam serenamente mesmo após o longo diálogo enquanto Manuel se aproximou da lareira negra onde um tição de oliveira muito velha ainda ardia, devagar.
Jacinto apareceu finalmente preparado para a chuva dizendo:
- Tu vais comigo agora…
Esta indicação não agradou a Manuel, mas perante a forma autoritária como Jacinto falara, aceitou o destino sem nada dizer e pegou no saco.
A porta abriu-se, o vento penetrou na casa e os homens penetraram na tempestade.
II
A Primavera desse ano mostrava-se deslumbrante. Após um Inverno rigoroso, as flores e a erva nasciam pelos prados com profusão. A candeia das oliveiras mostrava-se já com grande fulgor prevendo-se uma produção em grande quantidade. Por todo o lado charruas rasgavam as terras moles. A vida aldeã em toda a sua pujança…
Jacinto agarrado ao cabo do arado, fendia a terra vermelha, atapetada por um manto de erva verde e viçosa que o gado não comia tal era a fartura, num vai-vem permanente e laborioso. Os seus pensamentos vadiavam pela sua juventude e um assobio leve e feliz acompanhava-o.
Estava tão embrenhado na sua tarefa que nem viu dois homens que se aproximaram vindo da estrada de pedra. Vestiam fatos e usavam gravatas negras e pareciam ter caras de poucos amigos. Quando Jacinto deu por eles já ambos estavam muito perto dele. Estancou a correria, sacou do velho lenço, secou o suor que corria pela testa e cumprimentou os visitantes:
- Bom dia… cavalheiros!
Os outros nem se dignaram cumprimentá-lo. Foram directos ao assunto:
- É o Jacinto?
- S… sou… – gaguejou assustado o lavrador.
- Conhece o Manuel da Cruz?
- Sei lá… Conheço tantos Manéis…
- Oiça… não brinque connosco. Conhece ou não o Manuel?
Jacinto atemorizou-se com os homens. Na verdade havia diversos com aquele nome da aldeia, mas raramente se sabia o apelido. Levou a mão à boina que lhe tapava as cãs e devolveu:
- Eu conheço diversos homens com esse nome… Agora com esse apelido…
Um dos homens aproximou-se ainda mais e quase sussurrando, perguntou:
- Jacinto nós queremos saber das armas…
- Quais armas? – O coração de Jacinto batia agora de forma acelerada.
- Ó companheiro… nós sabemos de tudo. O teu amigo Manuel deu com a língua nos dentes… e denunciou-te.
- Denunciou-me como?
- Não te armes em esperto comigo, ouviste?
Jacinto lembrou-se da tal noite de borrasca passada havia alguns meses e da história do Manuel. No tempo que servira no exército ouvira falar daquela gente: agentes de uma polícia especial, com métodos de fazer falar até um mudo. Arrepiou-se ao imaginar o que teriam feito ao Manuel. Serenamente foi dizendo:
- No inverno o Manuel Carroceiro, meu amigo de infância, pediu-me para guardar um saco, mas eu não sei o que ele trazia… - mentiu.
Perante esta última declaração os homens acalmaram mas não desarmaram:
- De certeza que não viste o que o saco tinha?
Jacinto teria de mentir agora de forma mais veemente. O amigo denunciara-o mas o camponês aguentava-se. Foi então dizendo:
- Claro que não, meu caro senhor. O Manel apareceu lá em casa e pediu-me para deitar fora aquele saco. Até lhe perguntei porque não o deitava ele ao que me respondeu que não tinha onde… Depois no dia seguinte fui a uma propriedade minha e deixei lá o saco…
- E agora vamos lá buscá-lo.
O coração de Jacinto quase parou. Seria impossível lá entrar e… sair. Um nervoso miudinho apoderou-se dele mas foi explicando:
- Deitei um saco num buraco que é tão fundo, mas tão fundo que ninguém lá chega…
Os outros riram-se e dando-lhe uma palmada quase amigável nas costas de Jacinto foram acrescentando:
- Agora temos uma boa razão para lá ir medir a profundidade.
Jacinto tremia. Interiormente amaldiçoou a hora em que abrira a porta ao amigo. Um sarilho complicado que teria de resolver, pois os homens não pareciam ser gente para esperar. Finalmente avisou:
- Mas eu não tenho cabos suficientes para lá ir ao fundo. Vão ser necessários muitos metros de corda…
- Faz como entenderes… Queremos as armas cá fora. E depressa!
- E tem de ser hoje?
- Se não for hoje vais passar uma noite aos calabouços de modo que não fujas…
Jacinto olhou a serra, depois o céu anil e finalmente baixou a cabeça e assentiu:
- Bom então deixem-me ir a casa guardar o gado e buscar baraças.
E dirigiu-se para o caminho donde teriam vindo os homens. Estes desviaram-se o suficiente para deixar passar o arado pesado e frio e seguiram o camponês. Em breve chegaria a hora do almoço mas ele nem tinha fome. Por isso disse à Ofélia:
- Não contes comigo para almoçar.
A mulher assustou-se:
- Mas o que se passa homem?
O marido não pretendia preocupá-la:
- Coisas de homens. Já venho.
Sem dar mais nenhuma explicação Jacinto foi ao estábulo, onde as vacas já comiam serenamente e procurou por entre muitas alfaias diversos cabos e uma velha lamparina de azeite. Finalmente pronto partiu ao encontro dos homens que o aguardavam no caminho para a sua fazenda. Aqui chegados dirigiram-se para um monte de mato. Jacinto retirou alguns ramos deixando a descoberto no chão um buraco com certa de um metro de largura. Todos espreitaram para dentro do buraco.
Jacinto preparou-se. Passou a corda por um tronco de uma oliveira. Atou os cabos uns aos outros e finalmente acendeu a lamparina. Atou o cabo à sua cintura e preparou-se para descer. Mas antes avisou os homens:
- Quando sentirem a corda a ser puxada com força é o sinal para me tirarem lá de dentro.
- Claro amigo. Nós não lhe queremos mal. Só queremos as armas. Traga-as e vamos logo embora…

III
Jacinto já nem sabia se havia de ter medo, só queria sair daquele pesadelo o mais depressa possível. Em silêncio fez uma breve oração. Nunca fora de evidentes práticas religiosas mas acreditava que só Deus o poderia ajudar.
O tempo passava e a impaciência nos homens passou a ser evidente.
- Vamos lá a despachar isto que não quero dormir aqui – disse um deles.
Devagar o aldeão ajeitou-se e preparou-se para descer. Mas antes acendeu a lamparina que prendeu com uma baraça ao velho cinto que apertava as calças. Devagar embrenhou-se no buraco escuro. Ia à sorte pois não imaginava a que profundidade teria de chegar. Mesmo descendo lentamente depressa ficou sem luz. O buraco era estreito e foi descendo encostando-se à parede fosse com os pés ou com as costas. Num ápice a entrada passou a ser apenas uma lua, cada vez mais pequena. Começou a sentir frio mas não parou. Ainda não olhara para baixo desde que iniciara a descida pois a sua visão ainda não se habituara totalmente à escuridão.
Num segundo tudo de alterou. As paredes pareciam ter fugido e ele não tinha onde se apoiar. Passou a baloiçar. Foi a altura de perceber o fundo. E este parecia… perto, já ali a um metro, pouco mais, de si. Deu-lhe tanto ânimo esta visão que desceu mais depressa sempre a baloiçar. Sentiu pelo som que a lamparina poisara no chão.
- Terei chegado?
Mas a dúvida permanecia ainda. Quando os pés tocaram o chão duro. Pegou rapidamente na luz e procurou o saco. Olhou em redor e a dois metros encontrou-o. Pegou-lhe e atou-o a si com vigor de forma a não perdê-lo.
Depois aproveitou e olhou à sua volta aquilo que a luz mortiça lhe deixava ver. E maravilhou-se. Das pedras de tantas cores escorria água. Um arrepio atravessou-lhe o corpo. Era o sinal de regressar. Espreitando o chão reparou nas diversas ossadas dos animais que para ali haviam caído. Uma aventura fantástica que ele guardaria para um dia contar aos seus netos.
Puxou a corda com força e no instante seguinte sentiu-se a ser içado. Muito mais devagar que a descer. Quando voltou a sentir as costas protegidas ajudou a elevar-se até à superfície. O dia caía já. Os homens esperavam-no. Ajudaram Jacinto a sair e este desatou o saco e entregou-lhes a razão daquela misteriosa aventura.
- Ora então cá estão elas. Bom trabalho! – disse um dos homens pegando no saco sem o abrir.
Jacinto não queria saber de mais nada, desejando somente regressar a casa. Perguntou então enquanto recolhia todo o cordame:
- Posso ir embora?
- Claro. Cumpriste a tua parte nós cumprimos a nossa.
Jacinto pegou em todos os apetrechos e partiu pela vereda abaixo. Já suficientemente longe desviou-se do trilho que costumava levar e encetou por um carreiro diferente. Mais à frente saltou o muro e entrou num terreno mal tratado tal era o mato. Conhecendo o caminho embrenhou-se no arvoredo até encontrar um monte de pedras. Aqui rodeou o marouço e escolhendo uma só pedra retirou-a do lugar. Debaixo apenas um buraco. Meteu a mão lá dentro e retirou um cabo. Puxou-o uma quantidade de metros até que da ponta aparecesse um velho saco de serapilheira. Abriu o saco e reparou nas pistolas ainda em bom estado.
- O Manel tinha razão. Aqueles tipos não são de fiar.
E voltou a atirar o saco para o buraco.

11
Abr17

António Mendonça repete candidatura à Câmara de Faro pela CDU

António Garrochinho

O atual vereador António Mendonça repete a candidatura à Câmara de Faro pela CDU, desta vez para as Eleições Autárquicas do próximo Outono.
Já para a Assembleia Municipal, o primeiro elemento da lista é Botelho Agulhas, tal como nas últimas eleições. Os restantes candidatos da CDU aos órgãos autárquicos em Faro são Rui Ribeiro, para a União de Freguesias de Faro, Catarina Marques, para a Junta de Montenegro, Eduardo Costa, que vai concorrer à Junta de Conceição e Estoi, e ainda Sérgio Martins, de novo para a Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe, da qual já é presidente.


Todos os nomes foram divulgados pelo mandatário concelhio Joaquim Barbio, numa sessão que decorreu a 7 de Abril e contou com a presença de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.
«Com mais CDU nos órgãos do concelho de Faro, teremos um poder local democrático mais atuante, interventivo, e mais próximo das populações», diz esta coligação de esquerda.
Como tal, algumas das propostas são a «defesa firme dos interesses do município e dos munícipes na empresa municipal FAGAR» e a «manutenção da gestão da água na esfera pública» e do «apoio financeiro controlado à Ambifaro e ao Teatro Municipal».
A isto junta-se «mais investimento público municipal, sem comprometer o reequilíbrio financeiro das contas do Município», através da reabilitação de «jardins, espaços verdes e parques infantis», mas também do «espaço público urbano do Largo do Carmo» e com a criação de «um canil e gatil municipais».
Outra das propostas é uma «nova ponte para a Praia de Faro com quatro faixas de circulação (automóveis e bicicletas) e dois passeios (peões) e a reabilitação do Parque de Campismo», assim como o «fim das demolições nas ilhas-barreira e requalificação dos núcleos urbanos».

www.sulinformacao.pt
11
Abr17

VÍDEOS - UM DESTAPA OUTRO TAPA - ESTE PEIXE SACANA NÃO QUER QUE O SEU VIZINHO CONSTRUA O ABRIGO

António Garrochinho

Discussões e bate-bocas são ocorrências inevitáveis ??na existência humana. Quando as pessoas se reúnem em um lugar, os conflitos podem definitivamente surgir. Claro, seria melhor se todos nós vivessemos de forma feliz e harmoniosa, mas há momentos em que algumas pessoas simplesmente perdem a cabeça, especialmente se optam por serem tremendos basbaques. A questão é que os conflitos não se limitam aos seres humanos. Aparentemente, animais sacaneiam uns aos outros também. Veja este peixe em particular, por exemplo.

Em um vídeo viral enviado pelo amigo Zé Roberto Isabella, vemos um peixe criando uma toca sob uma rocha pacificamente. Obviamente, o peixe queria construir um abrigo. Então, outro peixe chega e faz o impensável. O vídeo, que foi gravado no Seaside Tropical Fish, na Califórnia, já é engraçado por si só, mas as legendas que foram adicionadas fizeram o cenário muito mais engraçado !

vídeo

Enquanto isso, em um cenário semelhante, o aparentemente mesmo tipo de peixe (sim, esse peixe branco no primeiro vídeo) experimentou um karma. Foi sua vez de cavar uma toca quando uma estrela do mar maliciosa veio e decidiu fazer algo inesperado e irritante. No entanto, você vai ver que este peixe não vai ser intimidado. Na verdade, ele lidou com a situação como um chefe.

vídeo
www.mdig.com.br
11
Abr17

Cuidado com as assadas

António Garrochinho
AGORA QUE O VERÃO SE APROXIMA É PRECISO CUIDADO COM AS ASSADAS DE SARDINHA NO QUINTAL OU NO JARDIM.
O FUMO DO BRASEIRO E A TSHIRT ENROLADA NA CABEÇA (TURBANTE) PARA PROTEGER DO CALOR PODEM CHAMAR A ATENÇÃO DE ALGUM VIZINHO ALARMISTA QUE DE SEGUIDA CHAMARÁ A BRIGADA ANTI TERRORISTA E LÁ SE IRÁ O ALMOÇO :)
António Garrochinho
Foto de António Garrochinho.

11
Abr17

ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO, NO QUE DIZ RESPEITO AO COMBATE AO CAOS E AO TERRORISMO, DONALD TRUMP É DO LADO MAU…

António Garrochinho


ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO, NO QUE DIZ RESPEITO AO COMBATE AO CAOS E AO TERRORISMO, DONALD TRUMP É DO LADO MAU…
… ao juntar-se aos maus pode ficar ainda pior que eles…
Todavia e se o ataque à Síria é, conforme argumenta a Rede Voltaire, apenas uma manobra de contingência?
Donald Trump afirma a sua autoridade sobre os seus aliados
Thierry Meyssan




Não vos deixeis iludir pelas manobras diplomáticas e o seguidismo da grande média. O que se passou esta manhã na Síria não tem nenhuma ligação nem com a apresentação que vos é feita, nem com as conclusões que são dela retiradas.
Esta manhã, os Estados Unidos teriam disparado 59 mísseis de cruzeiro a partir do mar Mediterrâneo para destruir a Base da Força Aérea sísia em Sha’irat. Tratar-se-ia de uma ação unilateral visando sancionar um ataque com armas químicas que atribuem ao Exército Árabe Sírio.
Estupefactos com a amplitude da acção norte-americana, a totalidade dos comentadores concluí por uma viragem de 180 ° da Administração Trump quanto à questão síria. A Casa Branca teria, por fim, adoptado a posição da sua oposição norte-americana e dos seus aliados britânicos, franceses e alemães.
Realmente ?
A realidade não corresponde à comunicação.
Mísseis de cruzeiro norte-americanos atravessaram a zona controlada pela nova arma russa capaz de inibir as comunicações e os comandos da OTAN. Segundo o General Philip Breedlove, então Supremo Comandante da OTAN, esta arma permitiu à Rússia ganhar vantagem sobre os Estados Unidos em matéria de guerra convencional. Ela deveria poder confundir os sistemas de orientação destes mísseis. Ora, ela não funcionou, ou porque o Pentágono finalmente encontrou uma resposta técnica, ou porque ele foi desactivado pela Rússia.
A defesa anti-aérea síria inclui os S-300 controlados pelo Exército Árabe Sírio e os S-400 utilizados pelo Exército Russo. É suposto estas armas serem capazes de interceptar mísseis de cruzeiro, muito embora esta situação não se tenha verificado em combate real até aos dias de hoje. Trata-se, é claro, de armas de disparo automático. Em qualquer caso, eles não foram activados. Nenhum míssil foi disparado, nem pelo Exército Russo, nem pelo Exército Sírio.
Quando os mísseis de cruzeiro norte-americanos atingiram o seu alvo, encontraram uma base militar quase vazia, que tinha acabado de ser evacuada. Eles teriam, portanto, destruído o asfalto, radares e aeronaves fora do activo desde há muito tempo, hangares(galpões-br) e habitações. No entanto acabaram por fazer uma dúzia de vítimas, das quais 6 morreram.
Embora nenhum míssil de cruzeiro tenha oficialmente sido perdido ou destruído, apenas 23 e não 59 atingiram a base de Sha’irat.
O que significa esta encenação ?
O Presidente Trump tenta desde a sua ascenção à Casa Branca mudar a política do seu país, e substituir por formas de cooperação os confrontos em curso. Sobre a questão do «Médio-Oriente Alargado», ele tomou posiçao pela «destruição» das organizações jihadistas (e não pela sua «redução», como evocava o seu antecessor).
No decurso dos últimos dias, ele reconheceu a legitimidade da República Árabe Síria e, portanto, a manutênção no Poder do presidente democraticamente eleito, Bashar al-Assad. Recebeu o Presidente egípcio, o Marechal Abdel Fattah al-Sissi, aliado da Síria, e felicitou-o pela sua luta contra os jiadistas. Ele restabeleceu um canal directo de comunicação entre Washington e Damasco.
Seja como for, o problema do Presidente Trump era convencer os seus aliados a aplicar a sua política qualquer que seja o investimento que eles tenham feito para derrubar a República Árabe Síria.
É claro que é possível, que o Presidente Trump tenha dado um volte-face em três dias, como se constata pela simples visão de um de vídeo no YouTube, mas é mais provável que a sua ação militar desta manhã se inscreva na lógica da sua diplomacia precedente.
Ao atacar, o Presidente Trump satisfaz a sua oposição que não poderá, pois, opor-se à continuação das operações. Ainda ontem, Hillary Clinton apelava para o bombardeamento da Síria em resposta à alegada utilização de armas químicas.
Donald Trump deu ordens para disparar mísseis de cruzeiro sobre uma base quase vazia depois de ter avisado o mundo inteiro, incluindo a Rússia e a Síria.
Damasco ao sacrificar esta base, e a vida de alguns homens, deu-lhe a autoridade para conduzir uma vasta acção contra todos aqueles que usam armas químicas. Ora, até ao momento, os únicos utilizadores destas armas identificados pelas Nações Unidas são: os jiadistas.
Tendo o Daesh(E.I.) sido igualmente informado do ataque norte-americano, (mas pelos seus comanditários britânicos, franceses e alemães), lançou, imediatamente, um ataque em Homs agora privada da base aérea.
Veremos nos próximos dias como Washington e os seus aliados reagirão ao avanço dos jiadistas. Só então saberemos se a manobra de Donald Trump, e a aposta de Vladimir Putin e Bashar al-Assad, irá funcionar.
Thierry Meyssan
Tradução
Alva

Martinho Junior (facebook)

11
Abr17

História da Província Angolana de Cabinda

António Garrochinho




Congo Português

Cabinda é uma pequena porção de terra que não faz fronteira terrestre com Angola, limitada ao norte pela República do Congo e a sul e oeste pela República Democrática do Congo (antiga República do Zaire). No final do século XIX, a região de Cabinda foi oficialmente considerada território sob administração portuguesa após um acordo entre os colonizadores e os soberanos locais.  Uma vez selado este pacto, definiram-se as fronteiras de Cabinda, na Conferência de Berlim (1885), repartindo toda a região do Congo entre Portugal, França e Bélgica. A região de Cabinda constituía o Congo Português, enquanto a norte se situava o Congo Brazaville (Congo Francês) e a oeste o Zaire (Congo Belga).
Nesta época, Cabinda possuía fronteira terrestre com a colónia de Angola, embora as duas regiões fossem administradas separadamente. Posteriormente, a Bélgica reivindicou uma pequena linha de costa, para facilitar o transporte de pessoas e mercadorias entre a metrópole e o seu Congo Belga (que não apresentava orla costeira). Portugal acedeu ao pedido da congénere da Europa Central e, assim, as afinidades geográficas e políticas entre Cabinda e Angola tornaram-se ainda menos significativas.
Fronteiras actuais da Província de Cabinda
Guerra Colonial Portuguesa
Várias décadas se passaram. Em plena metade do século XX, enquanto a Inglaterra, a França e outros países europeus concediam de modo quase sempre pacífico a independência às suas colónias africanas, os “brilhantes” governantes portugueses (“salvadores da pátria” e pessoas afins) mantinham-se sempre fiéis aos seus ideais pseudo-patrióticos e à concepção imperialista de que “Portugal não é um país pequeno” (ver nota no final). Os povos locais, naturalmente revoltados contra o domínio repressivo dos portugueses, não se fizeram rogados e exigiram a independência. Como os retrógrados, idiotas e teimosos estadistas portugueses não se dignassem a abdicar da sua preciosa fonte de riqueza, a guerra colonial eclodiu, nos primeiros anos da década de 1960 do século XX, em Angola, na Guiné e em Moçambique.
Numa tragédia bélica fundamentada no egoísmo e na desumanidade dos governantes do Estado Novo, a mortandade foi muito elevada para os dois lados, gerando nas colónias uma carnificina fútil e contínua, enquanto no nosso rectângulo se instaurava um clima de tensão e angústia, com os portugueses dominados pelo medo e as suas apreensões constante, na ansiedade de saber se os seus familiares e amigos regressariam da guerra com vida. Tempos verdadeiramente difíceis. Felizmente que não vivi nesta época!
Soldados portugueses em Angola
Revolução do 25 de Abril (1974)

Até que, para júbilo de milhões de  a gloriosa Revolução dos Cravos, no próspero dia 25 de Abril de 1974,  quebrou as grades que faziam de nós “orgulhosamente sós” e libertou a alma lusitana deste maravilhoso país, oculta sob os escombros da democracia nacional, durante quase meio século sob o jugo dos tiranos.As lutas prosseguiram, num período terrível em que o único vencedor da guerra era a própria morte: nem os portugueses conseguiam submeter os povos locais ao seu poder (os locais não baixariam os braços até conseguirem a independência) nem os povos locais eram bem sucedidos na sua tarefa de expulsar os estrangeiros europeus da sua própria terra (os governantes portugueses também não desistiam e continuavam a exigir o sacrifício de todas as famílias por aquilo a que indecentemente chamavam “defesa da pátria”).
Independência das colónias
A situação nas colónias não ficou imediatamente resolvida, mas iniciaram-se negociações no sentido de conferir a independência às regiões em causa, o que se viria a consumar nos anos seguintes. No caso de Angola, a independência foi concedida oficialmente a 11 de Novembro de 1975, data que permanece feriado nacional neste país lusófono.
A região de Cabinda, que também deixou de estar sob o domínio português, passou a constituir território angolano. No entanto, a população local não assistiu a esta transferência de poder de portugueses para angolanos com bons olhos: afinal, deixavam de estar dependentes de um povo para ficarem dependentes de outro. E, desta feita, este território passava a ser governado por um país que, anteriormente, se encontrava na mesma situação de Cabinda: uma colónia portuguesa em África. Será portanto fácil de compreender que a aspiração dos cabindenses a uma autonomia administrativa igual àquela de que gozava Angola, em vez de serem anexadas por este país como a sua décima oitava província.
Grupo separatista cabindense

Nos últimos 35 anos, a FLEC tem desenvolvido uma séria oposição ao jugo angolano, através de ataques terroristas às forças de segurança, instalando-se nesta minúscula província angolana uma longa guerra entre a resistência cabindense e as milícias do estado angolano. Enfim… devido à filosofia milenar do olho por olho, dente por dente, esta soberba região exótica tem sido constantemente assolada por confrontos bélicos, cujo único resultado é o aumento progressivo do número de baixas em cada lado. E tudo fica por resolver.Gerou-se, assim, uma onde de revolta entre a população de Cabinda, que culminou na organização de um movimento separatista cabindense: a FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda). Debalde argumentaram a favor da sua independência, fazendo notar as divergências históricas e culturais e as diferenças nas políticas económicas. Uma vez falhadas as negociações diplomáticas com o governo angolano, os habitantes locais decidiram recorrer à força e pegaram em armas.
Situação actual
José Eduardo dos Santos
José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola
Ainda assim, em 2006 foi celebrado um pacto entre o governo de Angola e o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), o Memorando de Entendimento para a Paz e a Reconciliação da Província de Cabinda, que, mesmo sem conceder a tão ambicionada independência à província de Cabinda, lhe confere uma maior autonomia administrativa e alguns privilégios inéditos.
Tudo tretas na verdade: a população, inicialmente satisfeita e vendo este acordo como um primeiro passo rumo à independência, começou a perceber que, no fim de constas, a situação se mantinha praticamente inalterada e todo o pacto não passava de um embuste usado pelo governo angolano para “calar” os cabindenses e estagnar os ataques da FLEC. Meses depois, o grupo separatista voltou à carga, como aliás seria de esperar.

PORQUE ESTÁ O GOVERNO ANGOLANO INTERESSADO EM CABINDA ?

Porque, meus caros leitores, é da parte do Oceano Atlântico que convencionalmente pertence a Cabinda que provém cerca de 70% do petróleo bruto de Angola. Ora, como provavelmente toda a gente sabe, o petróleo constitui a principal fonte de riqueza deste país do Terceiro Mundo, representando cerca de 99% dos produtos exportados. Torna-se, portanto, evidente que a posse de Cabinda apresenta uma gigantesca importância estratégica do ponto de vista económico, de tal maneira que a perda desta província tão prolífica arruinaria completamente a já muito débil economia do país. Mais uma vez, os interesses económicos sobrepõem-se aos princípio éticos segundo os quais o mundo se deveria reger.
O futuro de Cabinda
Cabinda e Angola
Cabinda e Angola
Quando acabará este conflito histórico? Não sei. Talvez quando o petróleo desta região se encontrar totalmente explorado e Cabinda perder o seu interesse económico. Mas, mesmo nessa altura, será que os angolanos se disporão a abdicar desse território tão desejado, pelo qual já derramaram tanto sangue? Ou talvez as tropas angolanas acabem por conseguir dizimar as FLEC numa operação militar muito bem planeada. Nah, pouco provável. Ou talvez o conflito seja resolvido com recurso à ajuda externa. Mas, se ainda ninguém os ajudou em 35 anos, por que razão alguém os há-de ajudar agora? E porque não um acordo obtido pela via diplomá… Esquece, não passa  de uma utopia.
Seja como for, são histórias como a da Província de Cabinda e conflitos armados como a querela crónica cabindenses vs angolanos que demonstram as fragilidades da civilização humana, que nos fazem pensar na irracionalidade destes povos (incluindo os portugueses, que poderiam ter evitado toda esta situação se tivessem tratado da questão da independência das colónias de forma adequada e honesta). Como é que o ser humano, uma junção tão frutuosa de matéria e mente, capaz de produzir feitos tão grandioso como a sociedade actual em que vivemos hoje, a aldeia global que o mundo constitui na actualidade e todo o império cultural criado pelo homem, se pode rebaixar a este nível primário, que desce abaixo da própria luta pela sobrevivência, visto que se devem a futilidades, e não a uma qualquer finalidade natural?
Infelizmente não sei a resposta. Mas, como um certo padre jesuíta português do século XVII dizia: os homens têm a razão sem o uso…


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11
Abr17

HISTÓRIA DA ARTE

António Garrochinho


  • HITÓRIA DA ARTE
    A HISTÓRIA DA ARTE ESTÁ RELACIONADA À CULTURA DOS MAIS VARIADOS POVOS EXISTENTES. ,. ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Um ARTE ESTÁ PRESENTE A NOSSA VOLTA E COM ELA COMPOMOS A HISTÓRIA DE UMA SOCIEDADE. CADA OBJETO ARTÍSTICO APRESENTA UMA FINALIDADE. DESDE A PRÉ-HISTÓRIA, O HOMEM SEMPRE CRIOU ELEMENTOS QUE O AJUDASSEM UM SUPERAR COM SUAS NECESSIDADES EA VENCER DESAFIOS.

  • PRÉ-HISTÓRIA

     PRÉ-HISTÓRIA
    A PRÉ-HISTÓRIA É UMA ÉPOCA ANTERIOR À ESCRITA, INICIADA PELO APARECIMENTO DOS PRIMEIROS HOMINÍDEOS, ENTRE 1.000.000 ATÉ 4000 AC 
    NÃO HÁ NENHUM DOCUMENTO ESCRITO REVELANDO ALGO SOBRE ESSE PERÍODO. PESQUISADORES, ANTROPÓLOGOS E HISTORIADORES, POR MEIO DA ARQUEOLÓGIA, FIZERAM ESTUDOS PARA DESVENDAR OS POVOS QUE VIVIAM NESSA ÉPOCA. E FOI SE EVOLUINDO. 
    AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS FORAM ENCONTRADAS NÃO PALEOLÍTICO SUPERIOR OU IDADE DA PEDRA LASCADA.

  • IDADE ANTIGA

    IDADE ANTIGA
    A IDADE ANTIGA FOI O PERÍODO DA HISTÓRIA QUE SE DESDOBROU DESDE A INVENÇÃO DA ESCRITA (4000 AC A 3500 AC) ATÉ A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE (476 DC) .JÁ HAVIA VESTÍGIOS DE CIVILIZAÇÕES BASTANTE AVANÇADAS, MOSTRANDO ESTRUTURAS DE SOCIEDADES ESCRAVISTAS E DE SERVIDÃO COLETIVA.O POVO ERA MARCADO POR UMA REALIDADE MÍSTICA: A RELIGIOSIDADE DOS EGÍPCIOS, COMO BUSCAS GREGAS PELA PERFEIÇÃO, O RETORNO DA NATUREZA HUMANA ATÉ A FUNDAÇÃO DO CRISTIANISMO, UM RELIGIÃO OFICIAL DO IMPÉRIO ROMANO.

  • ARTE ROMANA

    ARTE ROMANA
    A INFLUÊNCIA DA ARTE ROMANA VEÍCULO DA CULTURA ETRUSCA, ARTE POPULAR QUE RETRATAVA O COTIDIANO E DA CULTURA GRECO-HELENÍSTICA, EXPRESSANDO O IDEAL DE BELEZA, ENTRE OS SÉCULOS XII E VI AC, EM DIFERENTES REGIÕES DA ITÁLIA. SUA CIVILIZAÇÃO SURGIU EM 753 AC, POR MEIO DE LENDAS E MITOS.

  • ARTE EGÍPCIA

    ARTE EGÍPCIA
    A ESCULTURA EGÍPCIA, AO LONGO DE SEU DESENVOLVIMENTO, ENCONTROU CARACTERÍSTICAS BASTANTE PECULIARES. APESAR DE APRESENTAR GRANDE RIGIDEZ NA MAIORIA DE SUAS OBRAS, PERCEBEMOS QUE COMO ESTÁTUAS EGÍPCIAS CONSEGUIAM REVELAR RIQUÍSSIMAS INFORMAÇÕES DE CARÁTER ÉTNICO, SOCIAL E PROFISSIONAL DE SEUS REPRESENTADOS. NO GOVERNO DE AMENÓFIS IV TEMOS UMA FASE BASTANTE DISTINTA EM QUE A RIGIDEZ DA ESCULTURA É SUBSTITUÍDA POR IMPRESSÕES DE MOVIMENTO.

  • A ARTE NA CIVILIZAÇÃO EGEIA

    A ARTE NA CIVILIZAÇÃO EGEIA
    A ARTE EGÉIA OU ARTE DO MAR EGEU SE ASOCIA ÀS CULTURAS QUE SURGIRAM NO MAR EGEU ANTES DO APARECIMENTO DOS GREGOS POR VOLTA DE 3000 AC, A CIVILIZAÇÃO EGÉIA ERAM VÁRIOS POVOS QUE APRESENTAVAM CARACTERÍSTICAS COMUNS, MAS EM RAZÃO DA DIVERSIDADE DO TERRITÓRIO, MANTIVERAM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS, QUE POR SUA VEZ PERMITEM DIVIDIR A CIVILIZAÇÃO EM TRÊS PRINCIPAIS CULTURAS:
    • CIVILIZAÇÃO CICLÁDICA
    • CIVILIZAÇÃO MINÓICA
    • CIVILIZAÇÃO MICÊNICA

  • ARTE GREGA

    ARTE GREGA
    A ARTE GREGA FOI CONSIDERADA LIVRE, POIS VALORIZAVA O HOMEM, COMO SENDO O SER MAIS IMPORTANTE DO UNIVERSO. A INTELIGÊNCIA HUMANA ERA SUPERIOR À FÉ, ENCONTRADA NA CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA. O DIA A DIA, A NATUREZA E AS MANIFESTAÇÕES DOS GREGOS ERAM RETRATADAS NA ARTE. ELES PROCURAVAM O EQUILÍBRIO, O RITMO, A HARMONIA, POIS ESTAVAM EM BUSCA DA PERFEIÇÃO.

  • ARTE BIZANTINA

    ARTE BIZANTINA
    CONSTANTINOPLA FOI FUNDADA EM 330, PELO IMPERADOR CONSTANTINO. LÁ SE LOCALIZAVA BIZÂNCIO, UMA ANTIGA COLÔNIA GREGA QUE ABRIGAVA VÁRIAS CULTURAS (GRECO-ROMANO E ORIENTAL), DANDO ORIGEM AO TERMO BIZANTINO PARA DESIGNÁ-LAS. O IMPÉRIO BIZANTINO TEVE SUAS MANIFESTAÇÕES NO ÁPICE, NÃO GOVERNO DO IMPERADOR JUSTINIANO, REINADO 527-565.
     EXPRESSÃO DE PODER, GRANDIOSIDADE E RIQUEZA,  USO DA FRONTALIDADE, PROVENIENTE DA ARTE EGÍPCIA, DAVA IDEIA DE AUTORIDADE E RESPEITO AO PERSONAGEM.

  • ARTE PALEOCRISTÃ

    ARTE PALEOCRISTÃ
    DEVIDO AS PERSEGUIÇÕES, OS PRIMEIROS CRISTÃOS FAZIAM A ARTE NAS CATACUMBAS, NAS PAREDES E TETOS, NOS SEPULCROS, O ONDE ERAM COLOCADOS OS MÁRTIRES. PRIMEIRO, PINTURAS SOMENTE REPRESENTAVAM A CRUZ (SACRIFÍCIO DE JESUS), A PALMA (MARTÍRIO), A ÂNCORA (SALVAÇÃO) EO PEIXE (SUAS LETRAS EM GREGO SÃO COMO INICIAIS DO NOME DE JESUS) QUE ERAM OS SÍMBOLOS DOS CRISTÃOS. LOGO DEPOIS, COMEÇARAM UM SURGIR CENAS DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO, SENDO QUE, EM DESTAQUE, OS ARTISTAS RETRATAVAM JESUS ??CRISTO
  • IDADE MÉDIA

    IDADE MÉDIA
    A IDADE MÉDIA TEVE SEU INÍCIO 476 dc FOI COM O FIM DO IMPÉRIO ROMANO NÃO OCIDENTE, SE SE TERMINO FOI CARCTERIZADO PELA INVAÇÃO DOS TURCOS A CONSTANTINOPLA EM 1453. DURANTEA AIDADE MEDIEVAL (séculos V-XIV) A ARTE SE CARACTERIZOUPELA INTEGRAÇÃO DA PINTURA, ESCULTURA E ARQUITETURA.
  • ARTE GÓTICA

    ARTE GÓTICA
    NÃO INÍCIO DO SÉCULO, A ARTE ROMÂNICA EM SEUS GRANDIOSOS EDIFÍCIOS, AINDA ERA PREDOMINANTE, MAS NÃO SÉCULO XVI, SURGE UMA NOVA ARQUITETURA, CHAMADA DE GÓTICA, EM HIPÓTESE, DIZEM QUE ELA FOI CRIADA PELOS BÁRBAROS QUANDO INVADIRAM O IMPÉRIO.
    O PRIMEIRO E GRANDE EXEMPLO DE ARQUITETURA GÓTICA PODE SER ENCONTRADO NA FRANÇA, NA ABADIA SAINT DENIS, UMA IGREJA CONSTRUÍDA POR VOLTA DE 1140.
  • ARTE ROMÂNICA

    ARTE ROMÂNICA
    ESTE ESTILO PREVALECEU NA EUROPA NO PERÍODO DA ALTA IDADE MÉDIA (ENTRE OS SÉCULOS XI E XIII). NA ARQUITETURA, PRINCIPALMENTE DE MOSTEIROS E BASÍLICAS, PREVALECEU O USO DOS ARCOS DE VOLTA-PERFEITA E ABÓBADAS (INFLUÊNCIAS DA ARTE ROMANA). OS CASTELOS SEGUIRAM UM ESTILO VOLTADO PARA O ASPECTO DE DEFESA. AS PAREDES ERAM GROSSAS E EXISTIAM POUCAS E PEQUENAS JANELAS. TANTO AS IGREJAS COMO OS CASTELOS PASSAVAM UMA IDEIA DE CONSTRUÇÕES "PESADAS", VOLTADAS PARA A DEFESA.
  • RENASCIMENTO

    RENASCIMENTO
    NA ITÁLIA, A PARTIR DO SÉCULO XIV, O RENASCIMENTO SE INICIA DE 1300 A 1650. ESSE FOI UM PERÍODO MARCANTE NA HISTÓRIA E REPRESENTOU MUITO MAIS QUE SIMPLES VOLTA DA ARTE GRECO-ROMANA.
    CIENTIFICAMENTE, O HOMEM BUSCAVA ABRIR O PENSAMENTO E HIPÓTESES FORMULARES E TEORIAS, DEIXANDO O LADO RELIGIOSO E VALORIZANDO MAIS O HOMEM. FOI NESSE PERÍODO QUE SURGIU O HUMANISMO.
  • ARTE BARROCA

    ARTE BARROCA
    A ARTE BARROCA ORIGINOU-SE NA ITÁLIA (séc XVII) MAS NÃO TARDOU A IRRADIAR-SE POR OUTROS PAÍSES DA EUROPA EA CHEGAR TAMBÉM AO CONTINENTE AMERICANO, TRAZIDA PELOS COLONIZADORES PORTUGUESES E ESPANHÓIS. AS OBRAS BARROCAS ROMPERAM O EQUILÍBRIO ENTRE O SENTIMENTO EA RAZÃO OU ENTRE A ARTE EA CIÊNCIA, QUE OS ARTISTAS RENASCENTISTAS PROCURAM REALIZAR DE FORMA MUITO CONSCIENTE; NA ARTE BARROCA PREDOMINAM COMO EMOÇÕES E NÃO O RACIONALISMO DA ARTE RENASCENTISTA.
  • ROCOCÓ

    ROCOCÓ
    ROCOCÓ É UM ESTILO ARTÍSTICO QUE SE DESENVOLVEU NA EUROPA NO SÉCULO XVIII. SURGIU EM 1700, NA CIDADE DE PARIS, BUSCANDO A SUTILEZA EM CONTRAPOSIÇÃO AOS EXCESSOS E SUNTUOSIDADES DO BARROCO. ESPALHOU-SE PELA EUROPA NO SÉCULO XVIII E CHEGOU À AMÉRICA EM MEADOS DESTE SÉCULO. ESTEVE PRESENTE NA PINTURA, ARQUITETURA, MÚSICA E ESCULTURA.
    A PALAVRA ROCOCÓ TEME ORIGEM NÃO TERMO FRANCÊS "ROCAILLE" QUE É UM TIPO DE DECORAÇÃO DE JARDIM EM FORMATO DE CONCHAS.
  • IDADE MODERNA

    IDADE MODERNA
    IDADE MODERNA É O PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1453 A 1789 - DADOS QUE MARCA O INÍCIO DA REVOLUÇÃO FRANCESA. ELA MOSTRA PARTE DA HISTÓRIA DO OCIDENTE. EM 1453, TEMOS A QUEDA DO IMPÉRIO COM UM TOMADA DOS TURCOS PELA CAPITAL CONSTANTINOPLA. ESSE FOI UM PERÍODO DE MUITAS TRANSIÇÕES, DE REVOLUÇÕES E SUBSTITUIÇÃO DO SISTEMA FEUDAL PARA O SISTEMA CAPITALISTA NÃO FINAL DA IDADE MÉDIA, A ARTE MODERNA JÁ SE INICIAVA, SENDO UMA FORMA DE PREPARAÇÃO PARA O RENASCIMENTO DE UM NOVO MARCO NA HISTÓRIA DA ARTE.
  • NEOCLASSICISMO

    NEOCLASSICISMO
    O NEOCLASSICISMO FOI UM MOVIMENTO CULTURAL NASCIDO NA EUROPA EM MEADOS DO SÉCULO XVIII, QUE TEVE LARGA INFLUÊNCIA NA ARTE E CULTURA DE TODO O OCIDENTE ATÉ MEADOS DO SÉCULO XIX. TEVE COMO BASE OS IDEAIS DO ILUMINISMO E UM RENOVADO INTERESSE PELA CULTURA DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA, ADVOGANDO OS PRINCÍPIOS DA MODERAÇÃO, EQUILÍBRIO E IDEALISMO COMO UMA REAÇÃO CONTRA OS EXCESSOS DECORATIVISTAS E DRAMÁTICOS DO BARROCO E ROCOCÓ.
  • IMPRESSIONISMO

    IMPRESSIONISMO
    SURGIDO NA FRANÇA EM 1874, O IMPRESSIONISMO FOI UM MOVIMENTO ARTÍSTICO QUE PASSOU UM EXPLORAR, DE FORMA CONJUNTA, A INTENSIDADE DAS CORES EA SENSIBILIDADE DO ARTISTA. A DENOMINAÇÃO "IMPRESSIONISMO" FOI DADA APÓS A DECLARAÇÃO PEJORATIVA DO CRÍTICO DE ARTE FRANCÊS LOUIS LEROY AO VER UM TELA "IMPRESSÃO DO SOLEIL LEVANT", DE MONET, UM DAS PRINCIPAIS ARTISTAS DO MOVIMENTO.
  • ROMANTISMO

    ROMANTISMO
    OS ROMÂNTICOS SE CARACTERIZAM POR ESTAR EM OPOSIÇÃO À ARTE NEOCLÁSSICA. ELES QUERIAM SE LIBERTAR DAS REGRAS E VALORIZAR O ESTILO DO ARTISTA NA OBRA. ELA SE CARACTERIZA POR ADERIR OS SENTIMENTOS, A IMAGINAÇÃO, O NACIONALISMO EA NATUREZA, ATRAVÉS DAS PAISAGENS. PRESENCIAMOS UM CONTRASTE ENTRE O ESTILO ANTERIOR E OROMANTISMO QUE SURGIU POR VOLTA DO SÉCULO XIX. SÉCULO AGITADO POR MUDANÇAS SOCIAL, POLÍTICA E CULTURAIS CAUSADAS PELAREVOLUÇÃO INDUSTRIAL E PELA REVOLUÇÃO FRANCESA.
  • IDADE COMTEMPORÂNIA

    IDADE COMTEMPORÂNIA
    IDADE CONTEMPORÂNEA É O PERÍODO QUE MARCA DESDE UMA REVOLUÇÃO FRANCESA, FATO ESSE QUE MODIFICOU TODA A HISTÓRIA POLÍTICA E SOCIAL DA FRANÇA E SEGUINTE ATÉ HOJE, COM COMO DIVERSAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE SURGIRAM. A GLOBALIZAÇÃO JÁ ESTAVA ACONTECENDO EO ILUMINISMO, UMA CORRENTE FILOSÓFICA QUE ACREDITAVA NA RAZÃO DO HOMEM E NÃO NA RELIGIOSIDADE SE PROPAGOU.FOI TAMBÉM NESSE PERÍODO QUE OCORRERAM COMO GRANDES GUERRAS EA REVOLTA DE ARTISTAS ATRAVÉS DA ARTE.
  • REALISMO

    REALISMO
    O REALISMO SURGE ENTRE 1850 E 1900. FRUTO DAS ARTES PRODUZIDAS NA EUROPA. ELE FOI INFLUENCIADA PELA INDUSTRIALIZAÇÃO QUE DOMINAVA A ÉPOCA. 
    O HOMEM CONTEMPORÂNEO ENTENDEU QUE PRECISAVA SER REALISTA, TENDO UMA VISÃO MAIS TÉCNICA E DEIXANDO UM POUCO DE LADOS COMO EMOÇÕES HUMANAS.

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11
Abr17

A origem da vida sexual dos brasileiros - O sexo livre dos índios e a serventia das negras misturados ao desejo de povoar dos portugueses moldaram a sexualidade nacional e estão na raiz da nossa miscigenação

António Garrochinho


O sexo livre dos índios e a serventia das negras misturados ao desejo de povoar dos portugueses moldaram a sexualidade nacional e estão na raiz da nossa miscigenação

A origem da vida sexual dos brasileiros
chamada.jpg
COLETIVO
Sem casas estruturadas e vivendo em grupos, fazer sexo era algo quase público
Quando a Santa Inquisição chegou ao Brasil, no final do século XVI, a missão era perseguir os judeus que não estavam se comportando de acordo com os preceitos impostos aos cristãos novos. O problema é que quando o padre Heitor Furtado de Mendonça, o representante do Santo Ofício, aportou no Nordeste, praticamente não encontrou nenhum judeu. Em compensação, se deparou com um cenário completamente inesperado: promiscuidade, lascívia e depravação. Os habitantes da colônia, aos olhos do inquisidor, definitivamente viviam em pecado.
Pudera. Juntou-se debaixo dos trópicos a sexualidade exercida sem culpa pelos índios e, posteriormente, pelos negros africanos com o desejo lusitano de povoar a terra para dominá-la por completo. Somava-se ainda a longa distância entre a colônia e sua sede. O resultado foi um cenário no qual os recatados habitantes de Portugal jamais sonhariam viver em terras europeias – homens poligâmicos, índias nuas que se mostravam disponíveis e até padres e freiras com parceiros sexuais –, segundo relatos do próprio dom Heitor. Esse quadro ajudou a formatar a moral sexual vigente até hoje no Brasil, em que culpa cristã e prazer se esbarram o tempo todo, além de estar na raiz da nossa miscigenação. Quem gozava dessa grande farra libidinosa eram os portugueses. Às mulheres, cabia viver o que lhes era permitido (leia quadro). Ainda assim, muitas delas foram vítimas da Santa Inquisição.
“As punições no Brasil foram brandas porque dom Heitor nem sabia o que fazer com os hereges sexuais”, afirma o psicólogo e pesquisador Paulo Rennes Marçal Ribeiro, coordenador do Núcleo de Estudos da Sexualidade (Nusex), da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), de Araraquara, que está à frente de uma extensa pesquisa sobre o comportamento sexual no Brasil. O pecado principal era a sodomia. Enquanto na Europa os sodomitas eram enterrados vivos, no Brasil tinham de usar vestes de hereges, orar, jejuar ou pagar uma quantia em dinheiro. Outros pecados anotados por dom Heitor foram a bigamia, a fornicação (sexo entre solteiros, adultério, relação com freiras ou animais) e a masturbação.
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RECATO
Mesmo sem fazer nada, mulheres brancas também foram punidas pela Inquisição
Para a historiadora Mary Del Priori, o sexo nos primeiros séculos da história do País ficou marcado pela dupla moral. A doutrinação católica para que as relações existissem apenas dentro do casamento e com fins reprodutivos fez com que os homens separassem a relação liberada pela Igreja da praticada para lazer. Dentro de casa, geravam herdeiros. Fora, tinham prazer. E, de lambuja, tinham bastardos, muito úteis para a colonização. “Ainda hoje temos os resquícios dessa dupla moral”, diz ela.
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LASCÍVIA
As índias deixaram os colonos em êxtase e os jesuítas em pânico
Para fazer o levantamento sobre o período colonial, o núcleo da Unesp analisou não só os relatórios feitos pela Inquisição como as cartas do padre Manoel da Nóbrega, que liderou a missão jesuíta. Das 46 escritas por ele, metade tem conteúdo sexual. Ao contrário dos religiosos que já estavam na colônia e, muitas vezes, também viviam amancebados com índias, os jesuítas eram os verdadeiros arautos da moralidade – os “soldados de Cristo”, como define Ribeiro. Os religiosos da Companhia de Jesus se chocavam com a nudez e a naturalidade dos índios em relação ao sexo. Daí o esforço em catequizá-los.Com a chegada dos escravos negros, a situação só se agravou. Afinal, como escreveu Gilberto Freyre no livro “Casa Grande & Senzala”, “não há escravidão sem depravação sexual”.
O comportamento sexual desse período da história também ficou marcado pela falta de privacidade. “Com as construções precárias e as famílias vivendo juntas em grandes cômodos, era comum os casais terem relações sobre a relva ou na frente de outras pessoas”, explica a historiadora Mary. Somente com a evolução da arquitetura e a influência das mobílias européias na decoração é que o sexo foi parar em cima da cama e entre quatro paredes.
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Quando a religião deixa de ter tanto peso na vida do brasileiro, com a expulsão dos jesuítas no século XVIII, entra em cena a medicina e suas noções de higiene e saúde pública. Os médicos começam a mostrar que o sexo é responsável por várias doenças. De pecaminoso, ele passa a ser sujo. E é somente no século XX que o tema se torna público, a partir da publicação de diversos livros e dos movimentos sociais como o feminismo e a contracultura. Nas últimas décadas, o comportamento sexual se viu ainda modificado pela invenção da pílula e pelo surgimento da Aids, por exemplo. “Todos os fatos da história marcaram nossa educação sexual. Quanto melhor os compreendermos, mais fácil entender a forma como pensamos e vivemos nossas relações”, conclui Ribeiro. No Brasil Colônia conseguimos ver a essência do que somos: profundamente contraditórios quando o assunto é sexo.


istoe.com.br
11
Abr17

Burghers: os descendentes dos portugueses no Sri Lanka

António Garrochinho

Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os descendentes de portugueses e holandeses no Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses e portugueses, católicos e falantes do indo-português do Ceilão, uma linguagem crioula de origem portuguesa.
O Sri Lanka era conhecido dos gregos e dos romanos, que o chamavam de Taprobana. Os primeiros europeus a visitar o Sri Lanka foram os portugueses: Dom Lourenço de Almeida chegou à ilha em 1505. 

Os portugueses ocuparam primeiro a cidade de Kotte mas, devido à insegurança do local, fundaram a cidade de Colombo em 1517, e gradualmente estenderam seu controle pelas áreas costeiras. 

Muitos cingaleses se converteram ao cristianismo. Em 1602, quando o capitão holandês Joris Spilberg chegou à ilha, o rei de Kandy pediu-lhe auxílio. Porém, somente em 1638 os holandeses atacaram pela primeira vez, e apenas em 1656 Colombo foi tomada. 

Como resultado do domínio holandês, mestiços de holandeses e cingaleses, conhecidos como burghers existem até hoje no país, tal como muitas famílias com nomes de família de origem portuguesa.

Os Burghers portugueses são maioritariamente descendentes de mestiços de origem portuguesa e cingalesa, geralmente pai português e mãe cingalesa ou mãe descendente de portugueses com pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos portugueses, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1505.

Quando os holandeses tomaram as costas do Sri Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os descendentes dos portugueses refugiaram-se nas montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio cingalês. 

Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida como língua franca do índico que até os holandeses a falavam.

No século XVIII a comunidade euroasiática (mistura de portugueses, holandeses, cingaleses e Tâmeis), conhecida como Burghers cresceu, falando português ou holandês. Os burghers portugueses, mais interligados, professando o catolicismo e falando um crioulo português, apesar das desvantagens socio-económicas, mantiveram a sua identidade cultural portuguesa, reforçada pela “União Católica Burgher” em Batticaloa. 

O crioulo português continuou a ser falado entre as famílias Burghers holandesas como lingua informal até ao fim do século XIX.

No Sri Lanka actual o crioulo limita-se à linguagem falada, geralmente por burghers na província oriental, em Batticaloa e Trincomalee. Actualmente o inglês tornou-se a língua comum, com o cingalês ensinado nas escolas como segunda língua. 

Existe ainda o povo Kaffir do Sri Lanka, de origem africana, na provincia do noroeste Puttalam. Portugueses, holandeses e Ingleses trouxeram os kaffirs para trabalhar no Sri Lanka, acabando também estes por adoptar a cultura e religião portuguesa.


No Censo de 1981 os Burghers (holandeses e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da população total do Sri lanka). Muitos burghers emigraram para outros países. Existem ainda 100 famílias em Batticaloa e Trincomalee e 80 famílias Kaffir em Puttalam que falam o crioulo português; o último contacto com portugal foi em 1656. Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem até hoje, como Perera,Pereira, Abreu, Salgado, Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram parte da cultura do Sri Lanka.


A população Burgher no mundo será de 100.000 aproximadamente, concentrada sobretudo no Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.


11
Abr17

ESCLARECIDO

António Garrochinho
ESCLARECIDO!
Já tinha ouvido falar deste vídeo em que uma mamã defende a absoluta normalidade do que aconteceu com os poucos energumenozinhos que arruinaram o passeio a todos os outros colegas.
Abrindo um parêntesis… claro que isto não representa a juventude, portuguesa ou seja de onde for, mas, como sempre, no mais imaculado pano branco… aquilo que salta à vista são as nódoas”, ainda que minoritárias quando comparadas com a extensão da brancura…
Fechando o parêntesis, não tinha visto o vídeo até agora. Agora que já vi e depois de confirmar que o ar de perfeita imbecil que a senhora ostentava na imagem parada, não é um daqueles acidentes provocados pela pausa do vídeo, mas sim uma constante e, sobretudo, depois de a ouvir falar e expor as suas “ideias” indigentes sobre o assunto… fiquei convencido.
Se todos os que se comportaram da forma relatada nas notícias foram “educados” por “cromas” deste calibre, claro que tudo aquilo foi perfeitamente NORMAL.
Seria até de esperar coisa pior!

Samuel Quedas (facebook)
Em entrevista à TVI, a mãe de um aluno da Escola Secundária da Maia…
TVI24.IOL.PT

11
Abr17

Jeroen Dijsselbloem

António Garrochinho
Apesar de estar agarrado ao tacho qual lapa à pedra resistindo ao mar agitado dos homens que bebem e frequentam os bordéis para se coçarem nas mulheres, o borboleta presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem sugere que para suavizar a imagem grosseira dos homens que habitam os países do sul da europa sejam assim
AG
Foto de António Garrochinho.

11
Abr17

ESTADO FEBRIL !?

António Garrochinho

Eles anunciam metas mas raramente, muito raramente as cumprem. Um gajo anda deprimido, já há décadas lutando por tudo e por todos, sem ser egoísta, e tal como os nossos avós, os nossos pais, já tem no horizonte a silhueta negra do falhanço, de que também vai acabar no meio do ruído das promessas, velho, esquecido, sem nada.
Já tentou de tudo, já o lixaram de todas as formas e até mesmo os amigos, alguns que se contentaram com esmolas e sobras, já nos julgam como perigosos subversivos, loucos,drogados, alcoólicos, irresponsáveis.
Interroga-se, confuso, dizem-lhe que tem que ter calma, esperar que se reunam condições e coisas assim.
Nada convencido com a propaganda, as promessas, resta-lhe a esperança da alquimia.
-Para que alguém tenha dó de nós, de mim, que venha o génio e me traga o famoso pó pirlimpimpim.
Eu não lhes dizia que esta coisa de não agir, estar passivo e submisso, nos leva finalmente a acreditar que poderá haver certos pózinhos que resolvam a merda da nossa vida !?
Ou serão sintomas alérgicos da primavera, a febre do feno, estado febril !?
António Garrochinho
Foto de António Garrochinho.

11
Abr17

O ANJO DAS FACAS - UMA ESCULTURA FEITA COM 100.000 FACAS APREENDIDAS PELA POLÍCIA

António Garrochinho
Em um esforço para aumentar a conscientização sobre a crescente taxa de crimes com facas em todo o Reino Unido, o artista Alfie Bradley passou os últimos anos criando o Anjo das Facas, uma escultura de quase 8 metros de altura feita com 100.000 facas e canivetes confiscados pela polícia. O Trono de Ferro imaginado por George R.R. Martin e exibido no programa de TV da HBO, Game of Thrones, supostamente é feito de 1.000 espadas entregues por inimigos de um rei. É uma visão impressionante, mas nem sequer chega perto do Anjo das Facas criado no Centro British Ironworks, em Shropshire, Inglaterra.

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Anjo das Facas - uma escultura feita de 100.000 facas confiscadas pela polícia 01
Nos últimos dois anos, o artista Alfie Bradley foi literalmente reunindo a escultura de 100.000 facas confiscadas por 41 delegacias de polícia em todo o Reino Unido. Clive Knowles, chefe do Centro Britânico do Ironworks, disse ao Guardian que a idéia do Anjo das Facas foi inspirada em um documentário de televisão sobre o crime com facas no Reino Unido e no desejo de aumentar a conscientização sobre o grande número de armas brancas nas ruas.

Anjo das Facas foi terminado recentemente e deverá excursionar por o Reino Unido, mas a escultura provocou controvérsias desde que foi anunciada, há mais de dois anos. Enquanto algumas famílias de vítimas de crime com arma branca apóiam o projeto, inclusive visitando a oficina e gravando mensagens nas asas da escultura, outros se opuseram fortemente a ela. Membros de um grupo do Facebook chamado "Diga não ao anjo das facas" expressaram suas opiniões on-line.

Cheryl Evans, mãe de uma menina de 18 anos que morreu em consequência de uma facada no peito, em 2004, declarou-se chocada com a idéia do centro British Ironworks.

- "Um anjo é puro, uma faca é a criação do diabo, é à morte de nossos jovens e aqueles que a usam para acabar com vidas inocentes", escreveu ela. - "Eu não vou e não posso apoiar isso. Talvez você não tenha perdido um ente querido e assim não pode ver a agonia profundamente enraizada que isto causará."

Clive Knowles disse que eles estavam esperando algumas críticas, acrescentando que o Anjo das Facas foi mesmo destinado a provocar fortes reações.

- "Quando há um projeto de arte como este, é suposto que cause choque", disse ele. - "O rosto do anjo será um de consternação, com os braços abertos como se dissesse: 'Por quê?' Queremos estimular o país a agir", disse ele.

Depois de visitar todo o Reino Unido, o Anjo das Facas poderia ser colocado em exibição na Trafalgar Square, em Londres, como uma homenagem às vítimas de crimes com armas brancas.
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VÍDEO
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11
Abr17

VÍDEO - BOMBISTAS DE EXTREMA DIREITA REVELAM PORMENORES SOBRE ATENTADOS DEPOIS DO 25 DE ABRIL

António Garrochinho



"Quando Portugal Ardeu", de Miguel Carvalho conta histórias e segredos da violência política no pós-25 de Abril.

Quem foram as primeiras vítimas mortais da democracia? 
Por que razão foram assassinados Padre Max, Rosinda Teixeira e Joaquim Ferreira Torres? 
Quem protegia e que segredos escondia a rede bombista de extrema-direita? 
Como enfrentou o cônsul dos EUA no Porto o PREC? 
O que relatam os diários do norueguês baleado no Verão Quente de 1975? Como é que a Igreja mobilizou e abençoou a luta contra o «comunismo»? 
O que sabia a PJ sobre o terrorismo político e tudo o que nunca chegou a julgamento? Com recurso a centenas de documentos, entrevistas e testemunhos inéditos, esta investigação jornalística traz à luz do dia histórias secretas ou esquecidas do pós-25 de Abril. Quando Portugal ardeu e esteve à beira da guerra civil.


VÍDEO




11
Abr17

O caráter que é construído com base em desculpas

António Garrochinho



O que considero mais relevante em todo este vergonhoso caso dos “estudantes” — vamos colocar aspas nesta palavra, a bem da correção linguística — expulsos de Espanha em viagem de finalistas e que acho importante sublinhar é a cada vez maior ausência de responsabilização quer do sentido dos próprios quer da exigência de terceiros, dos mais próximos, pelos atos cometidos.

A juventude de hoje em dia aprende cedo a dizer coisas como “não fui eu”, ou “foi ele” ou ainda “não sou o único a fazer isto”. Quase todos têm estas frases debaixo da língua. Com elas aprenderam a subir os degraus da vida sem assumirem uma responsabilidade que seja e com os pais a desculparem-nos e a defenderem-nos perante os outros. É todo um caráter construído assim, desculpa após desculpa, na família, na escola e na vida.

Há aqui um exercício de paternidade que é medíocre, mal formado, sem estrutura, sem regras e sem fronteiras. Já aflorei esta temática por mais que uma vez neste blog. Mas neste tipo de paternidade contemporânea que será motivada por um desejo bacoco de superproteção das crianças, e que se estende até à idade adulta rompendo todos os limites do ridículo, também existe uma ideia subjacente da nossa posição perante os outros, perante a comunidade. Esta ideia, que é muito própria do sistema capitalista, sugere que tudo vale para vingar, que os fins justificam os meios e que é lícita toda e qualquer ação que permita o lucro máximo seja em que contexto for. Isto implica, naturalmente, uma ausência de consciência de que nos devemos responsabilizar pelos nossos atos e, mais, se outro vier a assumir a culpa por nós, tanto melhor.

Este é o quadro de valores com que formatamos as gerações que se avizinham. Não é de estranhar que apareça tanta gente a desculpá-los. Os atos de vandalismo ocorreram efetivamente. Todavia, há que desculpar os meninos. Desconfio que o Hotel ainda vai ter que os indemnizar. Observemos com atenção as cenas dos próximos capítulos deste vergonhoso caso.


portodeamato.blogs.sapo.pt
11
Abr17

SALADA RUSSA COM MC´DONALD(S) E Cª LDª

António Garrochinho

PUTIN JÁ É CARICTATURADO COMO GAY, TRUMP JÁ É UM BOM PRESIDENTE, O HOLANDÊS PRESIDENTE DO EUROGRUPO GANHOU POPULARIDADE COM A ACTUAÇÃO DOS ESTUDANTES EM TORREMOLINOS, LOUREIRO E OLIVEIRA E COSTA ESTÃO QUE NEM ANJINHOS FELIZES A BATER AS ASAS E O GUTERRES ESTÁ FELIZ NA ONU SERVINDO DE CAPACHO MAS GANHANDO BEM.

NO QUE DIZ RESPEITO À SÍRIA E SOBRE O ATAQUE DOS USA A UMA NAÇÃO SOBERANA, MOSCOVO DISSE QUE SE O ATAQUE SE REPETIR VAI RIPOSTAR E EU PERGUNTO, VAI RIPOSTAR COMO ? VAI ATACAR OS USA ? VAI ATACAR FORÇAS MILITARES AMERICANAS ? PENSO QUE NÃO E IMAGINO O PIOR.

SOBRE O HOLANDÊS QUE DISSE QUE FOI TRATADO COMO UM CRIMINOSO DE GUERRA O QUE EU PENSO É QUE BANDALHIOS DESTES NÃO DEVERIAM DE OCUPAR CARGOS PARA OS QUAIS NÃO TÊM QUALQUER QUALIFICAÇÃO E O MÁXIMO QUE A ESTE "SENHOR" PODERIA ACONTECER ERA SER INTERNADO NUM MANICÓMIO PELAS FRUSTAÇÕES QUE TEM DE NÃO VIVER NUM PAÍS COM SOL.

SOBRE OS ESTUDANTES PORTUGUESES NADA MAIS SÃO DO QUE O REFLEXO DA IGNORÂNCIA, MÁ EDUCAÇÃO, PRINCIPALMENTE DOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO, OS PAIS. NÃO SE MANIFESTAM DENTRO DO SEU PRÓPRIO PAÍS CONTRA INJUSTIÇAS E DEPOIS VÃO PARA ESPANHA ARDER COLCHÕES, COLOCAR TELEVISÕES NAS BANHEIRAS E PRATICAR VANDALISMO EM LUGAR DE SE DIVERTIREM SAUDAVELMENTE.

SOBRE OS GATUNOS DIAS LOUREIRO E OLIVEIRA E COSTA AMIGOS PESSOAIS DO C´ANIBAL QUE ANTES OCUPOU A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, PELO CAMINHO QUE AS COISAS VÃO TOMANDO, AINDA VÃO SER INDEMNIZADOS TAL COMO O RESTO DA CAMARILHA, VARA, SALGADO, ISALTINOS E OUTROS.

GUTERRES SABE DO OFÍCIO, TACHOS É COM ELE, E TAL COMO DURÃO BARROSO, O DINHEIRO É QUE CONTA, JOGARAM FORA AS CHATICES DE GOVERNAR EM TERRAS LUSAS E DECIDIRAM SER OS PAUS MANDADOS DO CAPITAL INTERNACIONAL E VIVEM NO PARADISE DE ALGIBEIRAS RECHEADAS.

UMA SALADA DE ILEGALIDADES E CRIMES QUE SÓ NUM PAÍS COMO ESTE TEM LUGAR PARA ACONTECER.

António Garrochinho.
11
Abr17

PCP acusa Bloco de se encavalitar nas suas jornadas parlamentares

António Garrochinho


Porta-voz bloquista veio defender propostas laborais em dia de encontro de deputados comunistas. João Oliveira não gostou e puxou dos galões do partido nessas matérias


O PCP acusou o BE de se encavalitar nas suas jornadas parlamentares, depois da coordenadora bloquista, Catarina Martins, ter defendido esta segunda-feira mais férias e reforma antecipada para quem trabalha por turnos.
No final de uma visita a uma fábrica de cerâmica em Condeixa, Coimbra, onde também se trabalha por turnos, os jornalistas questionaram o líder parlamentar comunista, João Oliveira, sobre estas propostas e a farpa saiu direta: "Não vou fazer comentários sobre temas que outros partidos ou outros grupos parlamentares decidiram encavalitar nas jornadas parlamentares do PCP". Mas logo tratou de puxar do "histórico" do partido nestas matérias, nomeadamente "em matéria de condições de trabalho e de vida, relacionadas com as férias, os horários de trabalho e o cumprimento e verificação dos direitos dos trabalhadores, particularmente através da contratação coletiva".
Com o recado dado, João Oliveira centrou-se na defesa de outros temas em que o PCP também puxa dos seus galões, nomeadamente na baixa dos custos de energia e na necessidade de um acesso mais fácil ao crédito para as empresas.
"Os custos com a energia pesam mais do que custos da mão-de-obra", notou o líder da bancada comunista, referindo-se à empresa Dominó, na Cartaxa. "Enquanto o petróleo passou para quase metade do preço, a energia aumentou consideravelmente, sobretudo o gás natural e a eletricidade", recordou, para logo recuperar outro tema omnipresente no discurso do PCP. A necessidade das empresas de setores estratégicos, como as de energia, estarem "nas mãos do Estado para dar outras condições às empresas para produzirem e criarem emprego".
"Constatámos aqui enormíssimas potencialidades produtivas do nosso país do ponto de vista industrial que, com uma outra política económica, poderiam traduzir em muito mais produção de riqueza", sublinhou. Para defender de novo o acesso ao crédito, nomeadamente através da Caixa Geral de Depósitos, mas também do Novo Banco, se este fosse nacionalizado. Com estes dois bancos seria possível ter outra atenção ao "desenvolvimento do país e da atividade produtiva".
Um dos administradores da empresa, Alberto Henrique, explicou aos jornalistas que foi "inevitável" a empresa sofrer com a crise em particular no setor da construção, desde 2009. Hoje a aposta é na exportação, que representa cerca de 70% da produção da fábrica de pavimentos e revestimentos cerâmicos, numa faturação que atingiu 15,2 milhões de euros, apesar de nos dois últimos anos os resultados terem sido perto de zero.


11
Abr17

PCP contra "chantagem" de patrões leva contratação coletiva a debate

António Garrochinho

Bancada comunista faz agendamento potestativo para repor princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador e fim da caducidade da contratação coletiva


PCP vai obrigar o Parlamento a um debate potestativo para acabar com o que diz ser a "chantagem" de patrões no âmbito da contratação coletiva. Segundo explicou a deputada comunista Rita Rato, em declarações aos jornalistas à margem das jornadas parlamentares que terminam esta terça-feira em Coimbra, o PCP defende a "reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, da renovação automática e do fim da caducidade da contratação coletiva", para salvaguardar "direitos que existem apenas na contratação coletiva".
Recusando que o número de trabalhadores abrangidos por contratos coletivos de trabalho seja residual, Rita Rato sublinhou que o PCP quer que a "contratação coletiva tenha o peso que teve" no passado e, para isso, "é determinante garantir o fim da caducidade".

Para a deputada comunista, "o que fez com que hoje menos trabalhadores sejam abrangidos, é a possibilidade de uma entidade patronal unilateralmente fazer caducar uma contratação coletiva". Estes contratos coletivos regulamentam matérias "como prémios mensais, antiguidade nos direitos dos trabalhadores, horários de trabalho, direitos de paternidade e maternidade, períodos de gozo e de descanso e trabalho por turnos".

"Da nossa parte", acrescentou, "o que queremos de facto é garantir a defesa da contratação coletiva, a reposição do princípio do tratamento mais favorável e a não possibilidade de chantagem e da utilização da chantagem da caducidade para fazer cair direitos" dos trabalhadores.

Como o debate será potestativo, o PCP recusa que sejam agendados por arrastamento projetos de outros partidos que não o seu, depois de ontem o Bloco de Esquerda ter antecipado propostas nesta área. Segundo lembrou Rita Rato, a bancada comunista "já tem o seu projeto de lei há algum tempo", que esteve em discussão pública, recolhendo "muitos pareceres" e contando com "um grande acolhimento por parte de estruturas representativas dos trabalhadores".
O PCP diz esperar que haja acolhimento da parte do Governo, com a deputada comunista a deixar um aviso: "Nesta matéria não é possível estar em cima do muro, ou se está com a contratação coletiva ou não se está."



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