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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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18
Abr17

PCP considera revisão faseada dos escalões um "objetivo pouco ambicioso"

António Garrochinho


O secretário-geral do PCP considerou hoje que uma revisão faseada dos escalões do IRS, a partir de 2018, é "um objetivo pouco ambicioso" e prometeu que os comunistas lutarão pela devolução integral do "saque fiscal".


Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, no final de uma audiência de cerca de uma hora com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas.
Questionado se o PCP aceita uma revisão faseada dos escalões do IRS, a partir do próximo Orçamento do Estado, respondeu: "Achamos que é um objetivo pouco ambicioso. Até porque, em termos da reposição de alguma justiça fiscal, em relação ao saque fiscal, só foi devolvido um quarto. Resta, portanto, a devolução de três quartos. É essa a luta que vamos travar, com certeza".
Em relação aos escalões do IRS, às carreiras da Administração Pública e ao reforço de trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS), "lá estará o PCP com propostas para que o Orçamento do Estado acolha aquilo que hoje são preocupações de muitos e muitos portugueses que sentiram esperança com esta nova fase da vida política nacional, mas continuam a ver os seus problemas não resolvidos", afirmou.


18
Abr17

NUCLEAR

António Garrochinho
É MENTIRA QUE ESTEJAMOS PRÓXIMOS DE UMA GUERRA NUCLEAR !
O NUCLEAR NÃO GARANTE A EXPLORAÇÃO IMEDIATA DOS RECURSOS POR PARTE DOS QUE A POSSUEM E DE POSSÍVEIS LOUCOS QUE A QUEIRAM UTILIZAR .
OS DONOS DO MUNDO, OS SENHORES DA GUERRA, OS FABRICANTES DE ARMAS PRECISAM DE CONFLITOS CONTÍNUOS DE VENDER ARMAS E DE QUEM AS UTILIZE E AS COMPRE.
NÃO ACREDITO QUE HOJE APOSTEM NA MORTANTADE EM LARGA ESCALA E INSTANTÂNEA.
ELES TAMBÉM NÃO ESCAPARIAM EM CASO DE CONFLITOS GRAVES COM CONFRONTO ENTRE PAÍSES QUE POSSUAM ESSAS ARMAS.
O MUNDO ESTÁ MAIS PERIGOSO E NÃO É DE AGORA !
SÓ OS CEGOS E OS LACAIOS QUE NÃO QUEREM VER É QUE NÃO SABEM HOJE DE ONDE VÊM OS PERIGOS DA GUERRA E QUAIS OS INTERESSES QUE OS CONFLITOS ENVOLVEM.
AG
18
Abr17

Conhecendo o Japão Antigo

António Garrochinho





Agora você conhecerá a história por trás do nascimento e desenvolvimento do grande império Japonês.

Para isto, assista aos 2 vídeos abaixo:

PARTE 1



PARTE 2





A cultura japonesa é realmente esplendorosa.

tudorocha.blogspot.pt
18
Abr17

Os direitos das crianças são DAS crianças

António Garrochinho



O surto de sarampo recentemente verificado em Portugal representa um facto gravíssimo do ponto de vista da saúde pública e um aviso que não deve ser ignorado. Fazê-lo seria ficar à espera que a memória da importância da vacinação seja reavivada através do regresso de doenças que tinham sido varridas do mapa, com as consequências que as acompanharam.

Não vale a pena fazer de conta que existe uma controvérsia científica sobre este assunto. Há, e ainda bem, controvérsia científica sobre a introdução (ou não) de novas vacinas e seus custos e benefícios. Não há debate científico sobre as vacinas que contribuíram para erradicar várias doenças que, no passado e nos presentes de outras paragens, mataram (e matam) milhões de bébés e crianças. É o caso da vacina do Sarampo e outras. Há um consenso científico total em torno da ideia de que as vantagens destas vacinas são esmagadoramente superiores aos raríssimos problemas verificados. Este debate decorre entre uma comunidade científica unida como em poucos assuntos e um pequeno exército de charlatões, maluquinhos “new-age” e teóricos da conspiração.

Entre a esmagadora maioria das pessoas que, por conhecimento ou simples memória, reconhecem o papel crucial da vacinação, decorre um outro debate que é o debate sobre a obrigatoriedade da vacinação. E aqui o conflito é de natureza política. Deve o Estado intrometer-se na esfera familiar para assegurar a vacinação ou não?

A minha posição é que, obviamente, deve. O direito à saúde e à vida é um direito individual consagrado na Constituição. Individual. Isso significa que o titular do direito à vida de uma criança é a própria criança. É por esta razão que o Estado já se intromete, e bem, na vida de inúmeras famílias em nome do interesse da criança: maus tratos, abuso sexual, abandono escolar negligente, etc. As razões que levam os pais a não vacinar uma criança são irrelevantes para o caso. O Estado tem de proteger quem não se pode proteger a sí próprio. Defendo que um adulto deve poder fazer o que quiser à sua saúde e à sua vida. Não pode fazer o que quer à saúde e à vida de um terceiro, mesmo que seja seu filho.

A questão é então a de como concretizar essa protecção. E aqui, lamento, informação e pedagogia são importantes, e esse é um trabalho que deve prosseguir, mas não são suficientes. A não ser que o objectivo seja pôr  o Estado a dizer a pais que perderam um filho “pois, olhe, nós bem avisámos”. Temo bem que quem demonstra uma tamanha arrogância perante mais de dois séculos de conhecimento científico e história da saúde, incluindo a nossa, não seja particularmente permeável a publicidade institucional.

Também não simpatizo com duas das propostas que ouvi para impor a vacinação: a negação do acesso à escola por crianças não-vacinadas e a punição dos pais que não vacinem as crianças. Por duas razões: nenhuma destas propostas protege as crianças em causa, embora a primeira possa proteger outras crianças. Ambas, sobretudo a primeira, acrescentam à privação do direito à vacinação uma penalização sobre a criança, directa (no acesso à escola) ou indirecta (através da penalização dos pais).

É por isso que defendo que o Estado deve proceder da mesma forma como procede em relação à escolaridade obrigatória, quando vai buscar crianças às suas casas para as levar para a escola, mesmo contra a vontade dos seus pais. A vacinação deve ser obrigatória e o Estado, perante situações de desobediência parental, deve assegurar a vacinação da criança, mesmo que contra a vontade dos pais.

O facto de esta proposta chocar muita gente que considera que as vacinas são essenciais à protecção da vida e saúde das crianças choca-me a mim. Porque, aparentemente, quem assim pensa acha que a custódia legal de uma criança é um valor maior do que a vida dessa criança e, portanto, numa situação de conflito, deve prevalecer a vontade dos pais com risco para a vida dos seus filhos. O mais espantoso é que já hoje não é assim. Já hoje o Estado interfere na vida familiar para assegurar direitos fundamentais das crianças. E faz muitíssimo bem. E se a moda da irresponsabilidade continuar a pegar, o Estado terá de fazer aquilo que está obrigado pela Constituição: proteger o direito de todas as crianças à vida e à saúde. Se não o fizer será um cumplice irresponsável e criminoso, com a agravante de ser informado.


ladroesdebicicletas.blogspot.pt

18
Abr17

HÁ UM VÍDEO VIRAL SOBRE UM MÍSSIL DA COREIA DO NORTE QUE EXPLODIU MAS O VÍDEO É FALSO

António Garrochinho

Há um vídeo fazendo as rondas nas redes sociais dando conta que se trata do lançamento frustrado de um míssil pela Coréia do Norte? É bastante impressionante, sim, mas a realidade é que não é um míssil da Coréia do Norte. Algumas repórtagens no final de semana asseguram que em 15 de abril a República Democrática da Coréia tentou testar um de seus mísseis. Segundo análise da CIA, o míssil explodiu quase de imediato. No entanto, os vídeos que estão circulando pela Internet não são deste lançamento.

VÍDEO


O vídeo viral em realidade mostra um lançamento frustrado que aconteceu em 1 de julho de 2013 por outro país. Era um foguete russo chamado Proton-M que levava a bordo três satélites que iam ser postos em órbita. A destruição da carga deu um prejuízo de aproximadamente 200 milhões de dólares.

Este vídeo, que está sendo atribuído erroneamente a Coréia do Norte, chega após uma semana muito tensa na península coreana. Os especialistas estão prognosticando que a Coréia do Norte poderia testar uma arma nuclear durante o mês de abril, sendo os dias mais prováveis o 15 e ou 25 de abril.

Também especulam que o teste mal sucedido de um míssil foi o resultado de um ciberataque americano, mas muitas pessoas, incluindo ao Senador John McCain, se mostraram céticas ante esta ideia.

Kim In Ryong, embaixador de Coréia do Norte na ONU, acaba de advertir sobre a possibilidade de uma guerra  devido à situação de tensão que, segundo o governo de Kim Jong-um, os Estados Unidos criou na região.




www.mdig.com.br
18
Abr17

A POLÍCIA OBRIGOU ESTE HOMEM A CONFESSAR TRÊS CRIMES QUE NÃO COMETEU

António Garrochinho
Um dia de abril de 1964, a polícia abordou George Whitmore em uma rua do Brooklyn, na cidade americana de Nova Iorque. George era um afro-americano tímido de 19 anos que nunca teve problemas com a lei. Naquele momento errado e no local equivocado, estava apenas esperando alguns amigos que iam levá-lo ao trabalho. A polícia disse que precisavam de sua ajuda para resolver um crime, e o levaram à delegacia. Mais tarde a polícia divulgou a notícia que George havia assumido a autoria de vários crimes.

A história de como a polícia obrigou um homem a confessar três crimes que não cometeu
George sendo apresentado como criminoso.
O jovem confessou que tinha violado uma mulher do bairro e também admitiu ser o culpado do crime mais famoso de Nova Iorque naquela época: o assassinato das "Career Girls", Janice Wylie e Emily Hoffert. No entanto, George não tinha cometido nenhum destes crimes. Só queria ira para casa.
O crime
A história de como a polícia obrigou um homem a confessar três crimes que não cometeu
As Career Girls.
Janice e Emily eram duas mulheres que foram a Nova Iorque com o objetivo de começar suas carreiras profissionais (esta foi a razão pela qual o caso ficou conhecido como "Career Girls"), e dividiam um apartamento.

A primeira, Janice, era uma loira de uma família rica e poderosa que trabalhava na sede da revista Newsweek. Era sofisticada e gostava de sair. Ainda que trabalhasse para uma revista e vinha de uma família de escritores, seu objetivo era ser atriz.

Emily, sua colega, era todo o contrário. Nascida em Minnesota, Emily era uma morena tímida que trabalhava no mundo acadêmico. Acabara de se formar com méritos em literatura inglesa e russa e estava a ponto de começar sua carreira como professora em Nova Iorque.

Em 28 de agosto de 1963 o mundo estava de olho na manifestação de Martin Luther King Jr em Washington. Na Newsweek, onde Janice trabalhava, estavam especialmente ocupados informando sobre o que estava acontecendo em Washington. Quando ela não se apresentou no trabalho esse dia, ligaram e ela não respondeu.

Mais tarde, os colegas de Janice se inteirariam de que Janice e Emily tinham sido assassinadas em seu apartamento em Manhattan. Seus corpos encontraram-se em um dos quartos amarrados com tiras de um lençol. Foram apunhaladas várias vezes e estavam cobertas de sangue. Ademais, o responsável tinha violado Janice.
A falsa acusação
A história de como a polícia obrigou um homem a confessar três crimes que não cometeu
George com sua mãe após sua libertação.
O assassinato deixou impressão na cidade, afetando especialmente às mulheres. Janice e Emily viviam sozinhas e suas mortes criaram a impressão de que as cidades não eram seguras para as mulheres. Em um livro publicado em 1964 intitulado, "Career Girl, Watch Your Step", o pai de Janice, Max, tinha uma mensagem para as mulheres.

- "Ainda que você se sinta cômoda em sua comunidade, nunca se atreva a sentir-se segura. Você deve sentir-se ameaçada. Está sob ameaça. Nunca está segura", escreveu Max Wylie.

Atribuíram um monte de detetives para investigar o caso, mas não conseguiram avançar até que prenderam George meses depois para interrogar sobre outros crimes sem relação a "Career Girls". Ao prendê-lo, a polícia encontrou uma foto de uma mulher branca em sua carteira. Identificaram a mulher na foto como Janice Wylie e determinaram que George agora era um suspeito no caso.

George foi interrogado durante horas pela polícia. Durante o interrogatório, mentiram e manipularam o rapaz. Ao final, convenceram-lhe para que assinasse uma confissão onde admitia ter matado Janice e Emily, ter violado uma outra mulher chamada Elba Borrero e ter matado uma terceira Minnie Edmunds. Em 25 de abril de 1964, a seguinte notícia estampava as capas do jornais:

- "O comissário de polícia declarou hoje que um negro de 19 anos confessou ter matado Janice Wylie e Emily Hoffert em seu apartamento no East Side no passado 28 de agosto."
O verdadeiro assassino
A história de como a polícia obrigou um homem a confessar três crimes que não cometeu
O verdadeiro assassino, Ricky Robles.
George não tinha cometido nenhum dos crimes que confessou. O jovem, que nunca tinha terminado o segundo graus, declararia mais tarde que quando assinou a confissão não sabia o que era. Disse que o fez porque queria acabar com o interrogatório e ir embora para casa.

As provas demonstravam sua inocência. Ele estava em New Jersey no dia em que as "Career Girls" foram assassinadas. Ademais, George afirmou que podia dar à polícia vários nomes de pessoas que tinham estado com ele esse dia. Mesmo assim foi imputado pelo assassinato das moças duas vezes e também julgado pelos outros crimes que confessou.

No ano de 1965, a polícia tinha evidências de que George não tinha assassinado a Janice e Emily. A foto que encontraram em sua carteira resultou ser de outra garota. Em realidade, após investigações descobriram que o crime foi cometido Richard "Ricky" Robles, um ladrãozinho do Bronx viciado em heroína. Ricky tinha entrado no apartamento das garotas naquela dia para roubar quando se encontrou com Janice e a violou.

Quando ele estava indo embora, ela lhe disse que se lembraria de sua cara e que descreveria tim-tim por tim-tim à polícia. Foi nesse momento quando Ricky as matou.
O impacto hoje
A história de como a polícia obrigou um homem a confessar três crimes que não cometeu
George com os advogados que o auxiliaram a processar a cidade.
George foi preso e solto muitas vezes pelos crimes que confessou até 1973, quando foram retiradas todas as acusações contra ele. Ele processou a cidade de Nova Iorque pela falsa acusação e foi indemnizado com 500 mil dólares.

Em 1966, a corte Suprema dos Estados Unidos citou o caso de George como um exemplo da pressão policial e estabeleceu os direitos que assistem às pessoas sob suspeita criminosa. Entre eles está o direito a permanecer em silêncio e a consultar um advogado. Hoje em dia consideram que o caso de George teve um papel importante nesta decisão.
Fonte: NY Post.


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18
Abr17

Relatório pedido por PSD mostra que preço dos combustíveis desceu em 2016

António Garrochinho
18
Abr17

Greve de fome massiva nos cárceres israelitas

António Garrochinho


Mais de 1500 prisioneiros palestinianos entraram ontem em greve de fome e já estão a sofrer represálias da parte do Serviço Prisional de Israel. Nos territórios ocupados, milhares de pessoas assinalaram o Dia dos Presos Palestinianos.
Manifestantes numa mobilização de apoio aos presos palestinianos nos cárceres israelitas, ontem, nos territórios ocupados
Manifestantes numa mobilização de apoio aos presos palestinianos nos cárceres israelitas, ontem, nos territórios ocupadosCréditos/
Em solidariedade com os presos que ontem entraram em greve de fome e para apoiar os cerca de 6500 presos políticos palestinianos actualmente nos cárceres israelitas, milhares de pessoas vieram, esta segunda-feira, para as ruas em várias localidades da Faixa de Gaza e da Margem Ocidental ocupada, como Hebron e Belém, onde as forças israelitas atacaram os manifestantes com balas de borracha e gás lacrimogéneo, informa a PressTV.
A jornada de mobilização estava relacionada com o Dia dos Presos Palestinianos, que ontem se assinalava e que marcou o início de uma greve de fome massiva nas prisões israelitas, lançada sob a liderança do histórico prisioneiro do Movimento Fatah Marwan Barghouti, que cumpre cinco penas de prisão perpétua, mas que não conta com o apoio do ramo prisional da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Com a greve de fome, os prisioneiros palestinianos protestam, entre outras coisas, contra as condições extremas de encarceramento, as torturas, os maus-tratos, a negligência médica e o recurso à detenção administrativa – que permite às autoridades israelitas manter os palestinianos presos, sem julgamento e culpa formada, por períodos de seis meses renováveis indefinidamente.
Entretanto, o Serviço Prisional de Israel já começou a exercer represálias sobre os presos em greve de fome, proibindo-lhes as visitas, impedindo os seus advogados de estar com eles e declarando o estado de emergência em todos os estabelecimentos onde há presos palestinianos, segundo revelou Issa Qaraqe, do Comité Palestiniano dos Assuntos dos Presos, à agência Ma'an.

MPPM, CPPC e CGTP-IN solidários com os presos palestinianos

Por ocasião do Dia dos Presos Palestinianos, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a CCTP-IN emitiram comunicados em que reafirmam a sua solidariedade para com o povo e os prisioneiros palestinianos, e assinalam a greve de fome a que estes ontem deram início.
Ilustrando com dados a «realidade da repressão israelita», no passado e na actualidade, e repudiando de forma especial o regime de detenção administrativa, o MPPM sublinha que a questão dos presos é, «a par do fim da ocupação da Margem Ocidental e do cerco da Faixa de Gaza, do estatuto de Jerusalém e da questão dos refugiados», uma dos problemas centrais «para uma solução justa da questão palestina».
A CGTP-IN destaca que, actualmente, milhares de trabalhadores palestinianos «são impedidos de trabalhar, são presos e torturados, e vivem em condições de discriminação e de extrema exploração do seu trabalho». Afirmando que a «condição dos prisioneiros políticos palestinos nas cadeias israelitas ilustra o drama do povo palestino sob a ocupação israelita», a central sindical manifesta a sua disposição para prosseguir a denúncia e a condenação das «práticas de Israel contra os direitos dos palestinos».
O CPPC salienta que a realidade dos presos palestinianos é uma das «mais brutais expressões da ilegal ocupação da Palestina por Israel» e exige a sua libertação. Juntamente com o direito ao regresso dos refugiados, constitui uma das «condições que acompanham a justa e legítima exigência da criação do Estado da Palestina, nas fronteiras anteriores a 4 de Junho de 1967, com capital em Jerusalém Leste», afirma.


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18
Abr17

PÉS NA TERRA

António Garrochinho
OLÁ AMIGOS, AMIGAS E CAMARADAS !
NÃO SE ESQUEÇAM QUE O PRIMEIRO MINISTRO ACTUAL É ANTÓNIO COSTA E É A ELE E AO SEU GOVERNO QUE DEVEMOS PEDIR EXPLICAÇÕES PELAS MEDIDAS QUE TOMA OU QUE DEVERIA DE JÁ TER TOMADO.

O POVO RECUSOU COM A MAIORIA DE ESQUERDA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA QUE OS PAFIOSOS DO PSD/CDS ENTERRASSEM O QUE RESTA DESTE PORTUGAL QUE SOFRE HÁ MAIS DE 40 ANOS AS POLÍTICAS NEO LIBERAIS E DE DEPENDÊNCIA DO CAPITALISMO EUROPEU E MUNDIAL.
FORAM REPUDIADOS AQUELES QUE NOS INFERNIZARAM A VIDA E O POVO TEM QUE PARTIR PARA NOVAS METAS E POLÍTICAS NOVAS.

PASSOS COELHO PODE FINGIR QUE AINDA É PRIMEIRO MINISTRO MAS ISSO É UM PROBLEMA DOS SEUS PIROLITOS, A CRISTAS NO SEU CACAREJO HISTÉRICO PODE QUERER OCUPAR O LUGAR DE PORTAS MAS NÓS PORTUGUESES TEMOS QUE ASSENTAR OS PÉS NA TERRA E LUTAR PELO QUE É REAL E PELOS DIREITOS QUE MUITOS AINDA NÃO ESTÃO GARANTIDOS E POR POLÍTICAS QUE OLHEM DE VEZ PARA OS MAIS DESFAVORECIDOS E FRÁGEIS DO NOSSO PAÍS.

É BOM QUE NÃO ESQUEÇAMOS OS NOSSOS ALGOZES PARA QUE TAIS ERROS NÃO SE REPITAM COM POLÍTICAS QUE FORAM ADMINISTRADAS PELO ARCO DA GOVERNAÇÃO. TEMOS QUE SER OBJECTIVOS, E SABERMOS COLOCAR NA GOVERNAÇÃO QUEM NOS DEFENDA E NÃO NOS VOLTE A ENGANAR

António Garrochinho
18
Abr17

Saber comer é pura informação

António Garrochinho


Alimentos que nos chegam ao prato não foram feitos para comer, diz a médica Cristina Sales.


E se o seu organismo não reconhecer aquilo que você come como um alimento? Defende-se, inflama-se, fica doente. É o que fazem muitos dos produtos que levamos à boca. Cristina Sales, médica e especialista em alimentação, garante que na origem da maioria das doenças que afetam o homem do século xxi está o que comemos e o modo como o fazemos. É que os alimentos são veículos de comunicação: dizem às células como devem comportar-se.
Precisamos de mudar a forma como nos alimentamos?
É obrigatório que o façamos porque a alimentação que a população dos países ocidentais, incluindo Portugal, passou a fazer nos últimos cinquenta anos é o que está na origem da maior parte das doenças endócrinas, metabólicas, autoimunes, degenerativas e alérgicas. As novas epidemias devem-se sobretudo aos estilos de vida e à alimentação que fazemos desde o pós-guerra.
A alimentação é decisiva para a saúde e o bem-estar mas está a provocar doenças e a aumentar a mortalidade precoce?
A geração dos nossos filhos terá uma esperança de vida mais reduzida do que a nossa por causa dos estilos de vida e da alimentação. Primeiro, os produtos altamente processados pela indústria alimentar conduzem a uma desnutrição em nutrientes fundamentais e ingerimos uma grande quantidade de calorias vazias. Segundo, são muito diferentes dos alimentos originais e o organismo não sabe lidar com eles, não os reconhece como alimentos. Depois, há uma sobrecarga tóxica inerente à alimentação que provém dos agroquímicos (da produção), dos conservantes, corantes e adoçantes que são adicionados para preservar os produtos durante mais tempo e para os manter bonitinhos.

São alimentos para ver…

Os produtos que nos chegam ao prato foram feitos para vender e não para comer. Não têm nada que ver com os alimentos que ingerimos e que nos fizeram viver e sobreviver ao longo de milhões de anos. Esta mudança ocorreu tão depressa que o organismo não está adaptado para gerir, digerir e assimilar estes produtos, pelo contrário, vê-os como substâncias estranhas e reage, inflamando-se.
Como é que podemos livrar-nos dessa teia?
As escolhas alimentares são condicionadas pela publicidade, as pessoas não são ensinadas a escolher. Quem é que é ensinado a consumir maçãs ou laranjas? Ninguém. A informação que passa de forma subliminar através dos anúncios da TV e dos jornais é que se deve beber sumo de maçã e de laranja. Mas se alguém ler os rótulos das embalagens verifica que contém imenso açúcar, frutose, acidificantes, etc., e o que falta é a maçã e a laranja. É preciso informar, ensinar e consciencializar a população.
A atitude da indústria alimentar tem de mudar?
No global sim, mas também depende do que a indústria faz. A conservação de alimentos através da congelação, por exemplo, é perfeita. Os legumes congelados são uma ótima opção, por vezes mais económica, e chegam ao consumidor mais frescos e com mais nutrientes do que os que são mantidos durante cinco ou seis dias nas cadeias de distribuição. Já quando falamos de alimentos que têm de levar uma quantidade enorme de aditivos para serem consumidos – é o caso das carnes de muito má qualidade e dos aproveitamentos que se fazem dos restos dos mariscos – é diferente. Sempre que tivermos de dobrar a língua muitas vezes para conseguir ler o que está escrito nos rótulos é porque não é comida. Não compre. Será qualquer coisa que do ponto de vista nutricional, químico e metabólico está muito longe do alimento original.
Está a falar de alimentos que duram ad eternum?
Por exemplo. Como é que duram? Fizeram-se estudos com hambúrgueres e batatas fritas – uns feitos em casa, com carne picada, e batatas que foram descascadas, outros com produtos processados e embalados – e verificou-se que ao fim de trinta ou quarenta dias alguns hambúrgueres se mantinham iguaizinhos. Não se degradaram, ao contrário dos que foram feitos em casa, que estavam estragados três dias depois. Ora alguém acha que uma coisa daquelas pode ser comida?
Quando ingerimos produtos desse tipo como é que o organismo reage?
Defende-se e inflama-se ou agarra naquelas coisas que não considera importantes e arruma-as nos depósitos de lixo, que são as células gordas. Estas, além de serem o nosso reservatório de energia, são também o depósito de substâncias tóxicas que o organismo não metaboliza ou não utiliza para impedir que entrem nos circuitos mais nobres. Esta acumulação de lixo cria bloqueios bioquímicos e alterações metabólicas que impedem as células de trabalhar em condições. Hoje ninguém sabe que consequências é que isto tem para o cérebro e o sistema imunitário e para o bom trabalho hepático e digestivo. Os circuitos da toxicidade são cruzados – se uma pessoa come de vez em quando um gelado, um iogurte, umas bolachas ou um sumo que tem um determinado corante é uma coisa, mas se o faz com regularidade, ao fim de seis meses já ultrapassou as doses suportáveis e entra em sobrecarga tóxica.
E o que é que acontece?
Veja-se o ácido fosfórico, um aditivo que está presente em alimentos de consumo diário, como os cereais de pequeno-almoço e os refrigerantes. Quem ingere estes produtos todos os dias, além de ficar com o sistema acidificado e perder cálcio (uma compensação do organismo que depois predispõe à osteoporose), também fica numa excitação – o ácido fosfórico é um estimulante cerebral e é óbvio que uma criança que de manhã come um prato de cereais chega à escola e não para quieta. O ácido fosfórico altera o comportamento e em determinadas concentrações é neurotóxico.
Como é que os alimentos atuam no organismo? 
Os alimentos servem para construir tecido, osso, órgãos, etc., e para nos darem energia, mas o que as ciências da nutrição têm vindo a mostrar é que os alimentos são essencialmente moduladores do comportamento celular – são informadores das células, dizem-lhes como devem funcionar. Imagine que tem um prato com uma determinada quantidade de proteínas (peixe ou carne) e outra de hidratos de carbono. Só a proporção entre a quantidade de carne e batatas ingeridas vai informar o organismo da necessidade de produzir uma hormona ou outra, neste caso insulina (que é a hormona do armazenamento) ou glucagon (a hormona do desarmazenamento).
Explique lá melhor…
Se comer mais proteínas do que hidratos de carbono vai produzir mais glucagon e induzir o metabolismo a ir buscar gordura acumulada para disponibilizar às células, ou seja, vai desarmazenar. Mas se comer mais arroz, massa ou batatas vai dar uma ordem em sentido contrário, vai dizer que é precisa mais insulina e vai acumular gordura.
Mas se as pessoas forem ativas podem queimar essa energia…
Isso é outra coisa, o que importa reter é que na proporção hidratos de carbono/proteínas a quantidade de açúcar que chega aos sensores do tubo digestivo aciona imediatamente uma ordem de libertação de glucagon ou de insulina. Se a indicação é libertar glucagon, o organismo vai usar a gordura acumulada, se a ordem for para libertar insulina, o organismo vai armazenar gordura. Isto é pura informação.
Quem quer perder peso tem de saber isso, certo?
Se a pessoa tiver consciência da informação que dá ao corpo tem muito mais capacidade para o modular. Outro exemplo. A leptina, a hormona que sinaliza o apetite, que depende sobretudo do ritmo solar. Ora, uma pessoa equilibrada, que durma de noite e trabalhe de dia, produz mais leptina de manhã (e tem apetite) e ao fim do dia produz menor quantidade (o apetite diminui). Se uma pessoa comer muito à noite estraga este equilíbrio e a certa altura está sempre com fome porque inutilizou os sensores da leptina. Nós somos mamíferos e de noite, quando dormimos, não precisamos de comer. O nosso corpo tem a sabedoria para sinalizar o apetite em função da hora do dia – comer muito à noite estraga essa sinalização, faz ter apetite a toda a hora.
A alimentação é bioquímica?
Os alimentos são veículos de comunicação. Se fizer uma refeição de gordura saturada – uma sopa com um chouriço e depois um cozido à portuguesa – dá um sinal à cárdia (esfíncter entre o estômago e o esófago) para alargar e é assim que ocorrer o refluxo gastroesofágico e aparece a azia. A gordura saturada é um sinal que se dá à cárdia para se manter aberta. Se no dia seguinte a mesma pessoa só comer azeite ou gorduras de peixe não terá azia. Sabe porquê? É que o azeite ajuda a fechar a cárdia. Este é outro exemplo que ilustra a importância do conhecimento. Pessoas mais esclarecidas fazem escolhas mais acertadas.
A forma como nos alimentamos dita o comportamento das células?
Quando ingeridas, as gorduras saturadas e as gorduras ómega 6 (provenientes essencialmente dos animais e dos cereais, sobretudo da soja) são a estrutura a partir da qual as células fazem substâncias pró-inflamatórias. As gorduras ómega 3 – provenientes das algas e dos peixes – são as que permitem que as células produzam substâncias anti-inflamatórias. Se uma pessoa tem uma doença inflamatória (por exemplo, uma alergia, artrite ou doença autoimune) e come muita gordura saturada, esta vai funcionar como substrato para a fogueira e agravar o processo inflamatório da doença que já tem. Ao contrário, se a pessoa ingerir gorduras ómega 3, vai ser capaz de construir extintores de incêndio para que as suas células produzam anti-inflamatórios.
Há outros exemplos?
Se uma pessoa tem tendência depressiva porque não consegue produzir serotonina em quantidade suficiente, deve comer os alimentos que têm os aminoácidos precursores da serotonina – a carne de peru, por exemplo, é extremamente rica em triptofano, que é um precursor da serotonina. Se a pessoa souber isto, no outono, quando o tempo fica mais escuro, porque é que não há de comer mais carne de peru em vez de carne de vaca?
A alimentação e o processo digestivo podem agravar ou controlar certas doenças?
Sim, se uma pessoa tem uma predisposição genética para a diabetes, Alzheimer, etc., a doença só vai manifestar-se se o gene for ativado. Mas o que as pessoas precisam de saber é que os genes também podem ser desativados – é a modulação genética através da nutrigenética. Como? O que ativa ou suprime a expressão dos genes é a presença de determinados fitoquímicos, substâncias que também se encontram nos alimentos.
Podemos dizer que há alimentos anti-inflamatórios?
Claramente. Os que têm ómega 3 – sardinha, cavala e os peixes das águas frias do Norte. Algumas substâncias vegetais dos legumes (tomate), frutos (quivi) e especiarias (a curcuma, que confere a cor amarela ao caril) também têm efeito modulador de alguns genes pró-inflamatórios. Mas alimentos anti-inflamatórios devem ser consumidos, independentemente de se ter doença ou não. Hoje sabe-se que um cérebro com Alzheimer já está inflamado vinte anos antes da manifestação da doença. Todas as doenças degenerativas começam com processos inflamatórias, as autoimunes também. Não conhecemos é as causas.
Há substâncias que devem mesmo ser eliminadas da alimentação?
Os aditivos químicos. Falo das substâncias químicas que não são alimentos, que são usadas pela indústria alimentar e podem ser geradoras de inflamação em contacto com o organismo. A vida corrente não nos permite evitar todos os aditivos, mas se estivermos despertos para esta realidade teremos mais atenção, faremos escolhas mais saudáveis e ingerimos menores quantidades.
E as gorduras?
As gorduras ómegas 6, que se encontram nas margarinas e nos óleos e que são provenientes da soja, do milho e do amendoim, são claramente pró-inflamatórias. Precisamos de ómega 6 no organismo, mas em quantidades muito reduzidas. O problema é que a cadeia alimentar atual é geradora de uma alimentação extraordinariamente rica em ómega 6 e pobre em ómega 3. Basta pensar que, dantes, as galinhas e as vacas comiam erva, agora comem rações provenientes da soja; os peixes comiam algas, agora comem rações também com soja. Os produtos alimentares que usamos são essencialmente da linha produtora de ómega 6.
Nos supermercados temos centenas de alimentos à escolha. Precisamos de tanta coisa?
Não precisamos de tantos produtos alimentares, necessitamos é de maior diversidade alimentar. Essas centenas ou milhares de produtos que vemos nas prateleiras são provenientes de quatro ou cinco alimentos – cereais, lácteos, açúcares e gorduras – e da indústria de processamento. Se olharmos para a quantidade de legumes, frutos, oleaginosas e peixe que as pessoas comem no dia a dia verificamos que não há variedade alimentar, as pessoas comem quase sempre o mesmo. Já pensou na variedade de saladas que é possível fazer? Mas se perguntar a alguém qual é a que come diz-lhe alface e tomate.
No supermercado fazemos escolhas condicionadas pela publicidade e o marketing. Como podemos fugir a isso?
Só vai mudar com a informação dos cidadãos. Nos países do Norte da Europa, onde a população é muito mais esclarecida, não encontramos nos supermercados esta quantidade enorme de alimentos-lixo – basta verificar que o espaço ocupado por refrigerantes, cereais de pequeno-almoço e óleos alimentares é muito reduzido. Exatamente o oposto do que se passa em Portugal.
A crise económica e as dificuldades das famílias podem piorar ainda mais a alimentação dos portugueses?
Também pode acontecer o contrário. Numa altura em que todos sentimos uma necessidade absoluta de gerir muito bem os orçamentos familiares, devemos fazer listas de compras de forma racional. E antes de comprar certos produtos alimentares, é obrigatório perguntar: «Preciso mesmo disto? Vale a pena? Faz-me ficar mais forte, vital, inteligente? Tem mais nutrientes?» Ocasionalmente, podemos comprar os tais alimentos que não comportam nenhum valor acrescentado mas que agradam ao paladar, mas isso é num dia de festa.
De que produtos podemos e devemos mesmo prescindir quando vamos às compras?
Devemos tirar os refrigerantes, cereais com açúcar, pastelaria, óleos e margarinas – para cozinhar devemos usar o azeite, só azeite. Todos os refrigerantes são um estrago de dinheiro – as pessoas devem beber água. Os cereais com açúcar (os de pequeno-almoço e as bolachas) também são prescindíveis – devemos escolher cereais completos, integrais, que até são mais baratos. Compare-se o preço de uma caixa de cereais de pequeno-almoço com o de um pacote de flocos de aveia, que são altamente nutritivos. A aveia é muito mais barata e muito nutritiva.
Mas comprar carne magra e peixe gordo, frutos e hortaliças é muito mais dispendioso…
Mas há estratégias que podem ser implementadas. Uma é comprar carne de melhor qualidade e comer menos quantidade e menos vezes. É preferível comer carne três vezes por semana em vez de comer carne gorda todos os dias. Além disso, toda a gente ganha se fizer uma alimentação vegetariana dois dias da semana e em vez da carne comer, por exemplo, arroz de feijão ou grão-de-bico com massa. Se se acrescentar hortaliças, ervas aromáticas e azeite, podemos dizer que são refeições perfeitas. Menos carne, mas de melhor qualidade; mais peixe (incluindo cavala e sardinhas, frescas ou em conserva de azeite) e ovos (podem ser consumidos três ou quatro por semana) são opções a privilegiar.
Não retira massa, arroz ou batatas ao seu carrinho de compras?
Não, mas reduzo as quantidades ingeridas. No prato devemos ter pequenas porções de massa, arroz ou batatas e maior quantidade de hortaliças, legumes e leguminosas.
Fala-se muito na responsabilidade social da indústria farmacêutica, que ganha dinheiro à custa do tratamento dos doentes. E quanto à responsabilidade social da indústria alimentar, que ganha dinheiro atirando-nos para a doença?
A indústria alimentar está a fazer maus alimentos, mas a verdade é que as pessoas só compram o que querem. Sei que quanto menor é a informação maior é a permeabilidade ao marketing, mas o caminho também se faz através da informação dos cidadãos e da sua responsabilização. Custa-me imenso ver nas caixas de supermercado que as pessoas aparentemente mais pobres também são as que levam os carrinhos repletos de produtos inúteis e nefastos para a sua saúde. É preciso repensar a política alimentar e inovar.
QUEM É CRISTINA SALES E O QUE É A MEDICINA FUNCIONAL INTEGRATIVA?
A medicina que Cristina Sales exerce dá pelo nome de medicina funcional integrativa – reúne diferentes disciplinas, profissionais e recursos terapêuticos, é centrada na pessoa e procura entender onde estão os desequilíbrios que desencadeiam a doença. Para uns, trata-se de uma abordagem vanguardista, mais adaptada aos pacientes, ao tratamento e controlo das chamadas doenças da civilização. Para outros, a prática médica de Cristina Sales ainda gera alguma desconfiança. Quem não receia são os doentes que a procuram – sobretudo pessoas que vivem com doenças crónicas (alergias, enxaquecas, fadiga crónica, doenças inflamatórias, endócrinas, metabólicas e autoimunes) e que não encontraram resposta satisfatória para os problemas que as afetam. Uma consulta com a médica do Porto dura uma hora e não se marca de um dia para o outro. Porque os pacientes já são muitos e porque as palestras e conferências em que Cristina Sales é oradora convidada também são frequentes.

18
Abr17

Zita Seabra, os "Sapatos Vermelhos" e as "Aparições" em "Governo-Sombra"

António Garrochinho


* Victor Nogueira

(...) Perguntarão porquê este arrazoado [escrito em 2012] ? Bem, ele veio da leitura do último livro da Zita Seabra, que li sem tomar notas à margem. Só falei uma vez com a Zita [em Maio de 1974], na António Serpa, para expor as razões da nossa luta [no ISESE] e solicitar o apoio do PCP. Nunca me lembro de ver a Zita nos inúmeros plenários e RIA´s (Reuniões Inter Associações de Estudantes) e no seu livro nem sequer fala nas tentativas de Fundação da pro-UNEP (União Nacional dos Estudantes Portugueses). De quem me lembro a dar a cara é da Sita Vales e de outros cujos nomes já se me varreram.

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Se é verdade que a primeira parte do livro parece o romance duma menina rebelde que mergulhou na clandestinidade sem saber muito bem ao que ia, com uma ou outra alfinetada pelo meio, a parte final é efectivamente um ajuste de contas. Impressiona-me que fale sempre no «Eu» fiz, «Eu» decidi, «Eu» mandei, Cunhal tinha inveja de mim (que ego tão auto-insuflado!) tal como Otelo  ou Mário Soares, este “reescrevendo" a história como se fosse uma pitonisa, na alentada entrevista em 3 volumes feita por Maria João Avilez.

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Não sei se Estaline mandou assassinar tantos milhões de que é acusado e porquê. Mas esses incomodam Zita, que adere impávida e serena aos que vivendo das migalhas dos ricos (nem Mário Soares, apesar das louvaminhas, lhe deitou a mão) não se preocupam com os milhões de mortos e os genocícidios cometidos pela Igreja Católica ou pelos capitalistas. Nos massacres das revoltas camponesas, no massacre dos que fizeram a efémera Comuna de Paris ou ordenados pelo Czar de Todas as Rússias, quando os manifestantes, humilde e pacificamente, lhe pediam pão e trabalho.

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Em África foi uma razia para arranjar escravos, «coisas» sem direitos como os trabalhadores assalariados para as fábricas. «escravos» para as explorações agrícolas nas Américas, incluindo os EUA, a pretensa Pátria da Liberdade, da Democracia, dos Direitos Humanos e da Igualdade, ou da sobe-exploração de homens, mulheres e crianças nas fábricas.

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Zita não se preocupa com o derrube de governos progressistas em todo o mundo, graças às manobras sombrias dos Estados Unidos e Companhia. Zita não se preocupa com o extermínio de africanos nem com o genocídio dos índios, especialmente nos EUA, nem dos aborígenes australianos, pelo Reino Unido, ou dos habitantes da Ilha de Páscoa. Zita, na Versalhes, de sapatos vermelhos, não se preocupa com a fome e a doença endémicas nos países chamados sub-desenvolvidos, cujas economias foram destruídas pelos ávidos capitalistas, amarrados a uma dívida externa imparável. Zita não chora os milhões de mortos pelos Nazis ou de alemães pelos Aliados em Dresden, ou Japoneses em Hiroshima e Nagasaqui. Zita não se preocupa que os EUA tenham sido o único país que lançou as duas únicas bombas atómicas, para amedrontar a URSS e fazer «experiências» humanas, tal como os nazis. Zita “esquece”que a URSS e os restantes países socialistas tiveram de levantar-se dos escombros da horda nazi sem a ajuda de qualquer Plano Marshall. Zita “esquece” que uma parte dos recursos do bloco socialista foi absorvido pela corrida aos armamentos para evitar a supremacia dos EUA.

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Zita não diz que os países capitalistas estavam à espera que os nazis derrotassem a URSS para se expandirem, como agora sucedeu após a queda do Muro de Berlim. Zita nada diz dos vergonhosos muros erguidos por Israel, potência nuclear, que não acata as decisões da ONU sem sofrer qualquer embargo dos EUA ou da UE. Como também nada diz do vergonhoso muro que os EUA estão construindo na fronteira com o México, assassinando os mexicanos que atravessam a fronteira clandestinamente em busca de trabalho miseravelmente pago. Zita nada diz sobre as orelhas moucas dos Aliados aos apelos da URSS para abrirem uma frente Ocidental, para descomprimirem o ataque nazi a Leste. Tiraram a cera, sim, mas só quando viram que o exército vermelho avançava com tal determinação que provavelmente só pararia nas praias portuguesas. Nem uma palavra sobre os argelinos massacrados pelos colonos e pelas forças armadas francesas, aliás como sucedeu nas colónias portuguesas ou nas inglesas.
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Zita nada diz sobre as «purgas» feitas na América Latina na sequência de golpes fascistas apoiados pelos EUA e outros países capitalistas, nem com os falsos argumentos para invadirem o Afeganistão (onde pára Bin Laden, se é que existe ou não está a jogar ao pokercom Bush?), depois o Iraque e agora o Irão?
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Zita nada diz sobre as «purgas» feitas por Mário Soares no PS ou Sá Carneiro no PSD. Zita nada diz sobre o facto de em 1974 Spínola e Sá Carneiro pretenderem manter em funções a polícia política, a proibição de partidos políticos e a continuação dos presos comunistas ou maoístas ou a «clandestinalização» da actividade do PCP.
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Zita agora vive bem, com os seus sapatos vermelhos, frequentando locais de luxo e dedicando-se aos seus rebentos. Em Portugal, como nos países capitalistas, não há bichas porque não há dinheiro e a alternativa é roubar, morrer de fome, emigrar, trabalhar para assegurar dia a dia o pão nosso de cada dia ou acumular empregos precários. Ah! ou meter-se na droga ou na prostituição !
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Zita, poderia ter saído do PCP em rota de colisão por discordar da estratégia e da táctica do Partido onde tinha altas responsabilidades e dever de solidariedade na tomada e concretização das decisões. Mas não, Zita, quadro de confiança do PCP, mais ortodoxa que Cunhal, borrou-se inevitavelmente nos capítulos finais do seu «livro». Zita poderia ter saído do PCP por amor aos famélicos, aos explorados, aos alienados na sua consciência de classe, aos deserdados da sorte. Mas Zita saiu no fundo porque se cansou de ser aquilo que se considerava: agora, pode ter mulheres-a-dias e amas. Que ordenado lhes paga, que regalias e direitos lhes reconhece? Zita divorciou-se da enorme quantidade de mulheres-a-dias que todos os dias surgem, divorciou-se da solidariedade para com as mulheres sem direitos ou que são obrigadas a entrarem nos circuitos da prostituição.
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Zita não saíu só do PCP. Zita não compreendeu a hipotética «desilusão» de Cunhal pela traição de alguém que era tão importante na estrutura do PCP que até tinha o Gabinete no mesmo andar do Secretário-Geral. Zita traiu o PCP, desiludiu quantos nela confiaram. Quando alguma das suas grandes amigas e confidentes a trai, que faz Zita? Se alguma mulher-a-dias a roubar naquilo que materialmente lhe é valioso, que faz Zita? Que fez Zita afinal sair do PCP? Que faz Zita ao desvendar pretensos «segredos», sem falar nos partidos à «esquerda», sem implantação nas massas mas «acarinhados» e «visíveis» em determinados momentos, por tolerância» do grande capital, que controla os meios de comunicação? De que tem medo Zita, 20 anos depois, quando a direita avança em grandes passadas pela batuta de Sócrates, mais «eficiente» que o PSD?
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Zita, qual filha pródiga, regressou ao seio da burguesia, seio que nunca esqueceu e onde encontrou a compreensão da família e dos amigos, «magoada» pela incompreensão dos antigos «camaradas».
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Zita ficou impressionada com a (falta) de qualidade das habitações que viu após o colapso do Socialismo. Zita nunca terá visto os bairros de lata, os bidonvilles, as favelas, os musseques ou os contentores ou roulotes ou os «sem-abrigo» que existem miseravelmente mas com «liberdade» em toda a «democrática» sociedade capitalista, a do pensamento único, com o imperialismo travestido de globalização e a economia capitalista como «economia» de mercado, que é muitíssimo anterior ao desenvolvimento capitalista.
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Zita não «vê» que as «companheiras» das casas do Partido não eram simples mulheres-a-dias [que horror «madame» Zita ser mulher-a-dias), mas responsáveis pela segurança das casas e dos camaradas, todos na clandestinidade. Zita não sabe das elevadas taxas de analfabetismo entre homens e sobretudo entre as mulheres, que deste modo não podiam ler nem imprimir ou distribuir os documentos de Partido. Mas Zita, uma privilegiada, com estudos, podia fazê-lo. Não era pois uma simples «mulher-a-dias»
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Zita escamoteia que naquele tempo e ainda hoje persiste a mentalidade machista e que a Revolução se faz com os homens e mulheres com as virtudes e defeitos do tempo e do lugar em que estão. Ao entrarem para o PCP, os/as comunistas não eram nem são ungidos pelo sacramento do baptismo, limpando-se do pecado original de quererem pensar por si, o que talvez explique muita miséria e mortandade desde os primórdios do(s) cristianismo(s). E difícil seria, naquele tempo, às mulheres andarem por aqui e por ali a «conspirar», numa sociedade em que o lugar da mulher era em casa e o trabalho era quase exclusivamente reservado aos homens!
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Em Évora, eram consideradas «putas» as poucas raparigas que iam ao café connosco ou as mulheres alemãs dos dirigentes da Siemens. Mulher ou rapariga sérias não iam ao café ou andavam sozinhas, quer de noite, quer de dia.
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Quando Zita numa passagem do seu livro relata a brutal actuação da Polícia num país do outro lado da «cortina de ferro», «típica desses países», como afirma, onde estava, dirigente da UEC (União dos Estudantes Comunistas), quando a polícia carregava sobre os estudantes ou sobre os trabalhadores grevistas em Portugal? Onde está Zita quando a TV passa os brutais ataques da polícia sobre manifestantes nos «democráticos» países capitalistas ou a eles agora «convertidos» com a ajuda da mãozinha de João Paulo II? Tolda-se-lhe a vista cansada de escrever e de ler as mortalhas ou aproveita para ir à cozinha beber um copo de água?
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Tal como dizia Alçada Baptista na sua «Peregrinação Interior», eu não sei se os jesuítas são bons ou maus educadores, mas lá que são educadores, são. Com eles aprendi que para sermos eficazes temos de «encontrar» os líderes duma comunidade, lideres muitas vezes informais, e só depois podemos transformá-la. E que devemos estudar o pensamento e modo de agir dos adversários, para melhor podermos combatê-los ou neutralizá-los.
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E depois o retrato «sinistro» que apresenta de Álvaro Cunhal e a insinuação de cobardia da Direcção do PCP no exterior! Basta ter estado em comícios ou encontros do PCP ou assistir às «reportagens» na TV para ver como ele era acarinhado pelas populações, como lhes correspondia com humanidade, com fraternidade e simpatia, não isentos de humor! E que dizer do acompanhamento gigantesco dos que lhe quiseram prestar uma última homenagem comparecendo ao seu funeral. Eram todos militantes e simpatizantes do PCP?
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Eu não engoli qualquer sapo ou precisei de tapar o retrato de Mário Soares no boletim de voto. Eu votei Soares contra Freitas do Amaral. Por isso comprei e li o «Foi assim», na perspectiva de alguém, Zita,  que voltou ao calor do seio materno, abandonando os deserdados da sorte, que agora são esmifrados em todo o mundo por uma minoria com quem Zita no fundo nunca terá deixado de estar. Como dizia o poeta «Ah, esta vã glória de mandar»!
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Se Zita visitar a capela dos ossos na Igreja de S. Francisco, em Évora, poderá ler «Nós que aqui estamos pelos vossos esperamos». (escrito em 2012)

in 

Resultados da procura

 Para a História do ISESE com incursão pela Zita Seabra 



Zita podia ter mudado de campo mas com dignidade. Depois da publicidade à Garrafeira do Pingo Doce, em parceria com Barreto. Como se diz no post, a haver conversão, seria da [religião cristã] ortodoxa para a católica apostólica romana. E falando de regimes, na altura das alegadas aparições o que vigorava na Rússia feudal era um regime autocrático e despótico. Como Zita e qualquer pessoa minimamente culta deve saber. Como culta deve ser Zita, que até é ou foi dona duma editora.



18
Abr17

VERGONHA

António Garrochinho
DEVERIAM SIM TER VERGONHA OS QUE NOS GOVERNAM E OS ASPIRANTES À GOVERNAÇÃO POIS ESTE PAÍS É MENTIRA !

ANDA TUDO A SAFAR-SE, A SOBREVIVER, OS QUE TÊM OS GRANDES TACHOS E OS OUTROS COM O SEU EMPREGO SEGURO, MAS BORRIFANDO-SE PARA QUEM NÃO TEM O SEU PÃO (A MAIORIA).

DECLARAÇÕES DE INTENÇÃO, DEMAGOGIA COMO NUNCA SE VIU E AUSÊNCIA DE POLÍTICAS REAIS PARA QUE A SITUAÇÃO SE INVERTA.
O QUE ESTÁ NA MODA É O POPULISMO QUE NÃO MATANDO A FOME VAI CONFUNDINDO OS PORTUGUESES QUE NA REALIDADE, A MAIORIA, VIVE PRIVADO DO ELEMENTAR.

INVENTAM-SE MANOBRAS DE DIVERSÃO QUE SEMANA A SEMANA PREENCHEM A VIDA DOS PORTUGUESES E OS DISTRAEM DOS ASSUNTOS NUCLEARES COMO A LIBERTAÇÃO, A NEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA, E DOS MILHÕES E MILHÕES DE EUROS QUE SE PAGAM TODOS OS DIAS EM JUROS, A CRIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO, A PRECARIDADE E A ERRADICAÇÃO DA POBREZA.

A MERDA DA POLÍTICA NEO LIBERAL CONTINUA.

António Garrochinho
18
Abr17

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

O 25 DE ABRIL BENEFICIOU A VIDA DA MAIORIA DOS PORTUGUESES MESMO A DAQUELES QUE NOS EXPLORAVAM, CONTINUARAM, E CONTINUAM A DESPREZAR O POVO E A ENGANÁ-LO.

A ADERÊNCIA DO POVO FOI FUNDAMENTAL PARA A CONQUISTA DE DIREITOS MAS NÃO FORAM TODOS OS PORTUGUESES QUE TIVERAM A CONSCIÊNCIA POLÍTICA DE SAIR À RUA E TÊM NOS DIAS DE HOJE A CORAGEM E O DISCERNIR DE QUE SÓ A LUTA DE MASSAS PODE REPOR E REFORÇAR O QUE FOI CONQUISTADO, JÁ FOI DESTRUÍDO, E CONTINUA EM PERIGO.

FORAM MUITOS OS CULPADOS PELAS POLÍTICAS ERRADAS QUE HOJE REMETEM NOVAMENTE PORTUGAL PARA A MISÉRIA.

SPÍNOLA E MILITARES TRAIDORES, O PS/PSD/CDS/ MÁRIO SOARES/ RAMALHO EANES/CAVACO SILVA/ SAMPAIO, NÃO RESPEITARAM O POVO PORTUGUÊS E TODOS SE FORAM ABOTOANDO EM TACHOS GOVERNATIVOS E À FRENTE DE INSTITUIÇÕES ONDE USUFRUÍRAM E USUFRUEM DE ORDENADOS FARAÓNICOS.

A CORRUPÇÃO PERMITIDA PELOS GOVERNANTES QUE COMEM DELA E PELA JUSTIÇA APALHAÇADA TAMBÉM CONIVENTE COM O CAPITALISMO E O CRIME DE COLARINHO BRANCO, ABRIRAM CAMINHO ÀS INJUSTIÇAS E À DESTRUIÇÃO DAS EMPRESAS OUTRORA PRODUTIVAS.

A VENDA A RETALHO DO NOSSO PATRIMÓNIO PRODUTIVO E ATÉ CULTURAL LANÇOU-NOS NO ABISMO ENQUANTO MEIA DÚZIA DE TUBARÕES FORAM ENRIQUECENDO

A ENTRADA NA UE FOI A MACHADADA FINAL E O EURO TORNOU PORTUGAL MAIS POBRE E DEPENDENTE DO CAPITALISMO SEM ESCRÚPULOS.

MUITOS PORTUGUESES CONTINUAM SONHANDO COM UM MFA MILAGREIRO ENQUANTO SE DIVIDEM E DIGLADIAM VOTANDO EM PARTIDOS DA DIREITA QUE OS ENGANAM COM RETÓRICAS FALSAS, REFINADA DEMAGOGIA E GOLPES BEM ESTUDADOS PARA QUE O POVO CONTINUE COM A "CANGA".


António Garrochinho
18
Abr17

O papel do Algarve e de Loulé na Revolução de Abril em conferência no Arquivo Municipal de Loulé | 22 de abril

António Garrochinho


Integrado no Ciclo “O Documento que se segue” e no programa comemorativo do 25 de Abril, o Arquivo Municipal de Loulé recebe no próximo sábado, 22 de abril, pelas 15h00, mais uma sessão do Ciclo de Conferências “O Documento que se segue”. Maria João Raminhos Duarte vai apresentar o tema “A Revolução no Algarve e o Algarve na Revolução: o caso de Loulé”.
Para esta conferência tomou-se como objeto de estudo e de análise a Revolução de 25 de Abril no Algarve e as movimentações militares nesta província, sendo identificados os protagonistas, as resistências e as reações dos militares, bem como os seus efeitos na sociedade algarvia nos dias agitados que se seguiram ao golpe militar e ao processo imediato que conduziu à instituição do regime democrático a sul.
Procurou-se responder a algumas questões básicas: Como se integrou o Algarve nos preparativos revolucionários? Qual a importância do seu contributo? Que personalidades tomaram parte direta ou indiretamente parte na revolta militar? Quem emergiu e quem tomou posição, manifestando-se (ou não) pró ou contra a revolução? Qual a atitude das forças da manutenção da ordem pública no Algarve perante o desenvolvimento da revolução? Quais as motivações que levaram muitos a intervir na vida política? E quais as expectativas que se colocavam na revolução para resolver os problemas do Algarve na época?
Também se identificou o contributo dos algarvios na preparação e concretização do golpe militar, pois não foi despiciendo e, em alguns casos, até foi decisivo. E, em Loulé, como foram vividos estes momentos?
A História da implantação do regime democrático ainda está por fazer, pois o país distante da capital ainda não foi abrangido pela historiografia contemporânea. Aprofundar o conhecimento sobre o 25 de Abril vai para além da História. É, de certa forma, promover um desígnio nacional que faz cumprir a Democracia. É essa a intenção maior desta conferência.
Maria João Raminhos Duarte é doutorada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É docente na Escola EB 2,3 Engº Nuno Mergulhão e professora auxiliar no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão.
É investigadora associada do Grupo de Estudos do Trabalho e dos Conflitos Sociais, Doutorada integrada do Instituto de História Contemporânea/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho.
É autora de uma vasta produção científica sobre os industriais conserveiros, o movimento operário corticeiro e conserveiro, a instituição do Estado Novo, a oposição ao Estado Novo, os movimentos femininos, a educação e assistência, a implantação do regime democrático, além de inúmeros e relevantes contributos biográficos de História Contemporânea algarvia.
Esta iniciativa tem entrada livre.
folheto doc q se segue 02 FEV 2017 B
18
Abr17

12.º LIMPAR A RIA FORMOSA

António Garrochinho

12.º Limpar a Ria Formosa


Ação ecológica

Programa | 22 de abril
8h30 - Transporte dos Voluntários (Estação CP - Praia de Faro)
9h00 - Palestra: “Do Mar para a Mesa - Straw Patrol (Centro Náutico)
9h15 - Concentração de Voluntários (Centro Náutico)
9h30 - Atividades de Limpeza
13h30 - Final das Atividades e Transporte para Faro

A referida iniciativa enquadra-se nas atividades de educação ambiental do Programa Bandeira Azul do concelho e pretende concretizar uma ação de limpeza no areal, sapal e ilhotes.

Esta ação conta já com a sinergia desenvolvida com diversas entidades e com um grupo cada vez maior de voluntários que procurarão transmitir uma mensagem de sensibilização e responsabilidade que todos devemos ter perante a preservação dos recursos naturais existentes.
Nos dias 20, 24, 27 e 28 de abril, as ações de limpeza decorrerão na Ilha da Culatra, Praia de Faro, Ilha Deserta e Ilha do Farol e destinam-se aos alunos das escolas E. B. 1 do concelho de Faro.

No dia 22 de abril, as ações decorrerão na Praia de Faro, Barrinha e Sapais e Ilhotes e destinam-se a todos os voluntários que se queiram juntar a esta causa. A concentração está agendada para as 9h15, no Centro Náutico da Praia de Faro.
Recomenda-se a todos os participantes que usem chapéu e protetor solar, sendo também indispensáveis para este dia luvas, roupa e calçado confortável, água e farnel.
Junte-se a esta causa e ajude a contribuir para uma Ria Formosa mais limpa.


Informações: centronauticofaro@cm-faro.pt ou 289 870 898 e 289 870 056

Inscrições: http://bit.ly/2nH4fnw
18
Abr17

Escolas mais pobres são as primeiras a reduzir turmas

António Garrochinho



De acordo com o despacho, 28 estudantes passa a ser o máximo permitido por turma. No primeiro ano, o máximo é de 24 alunos; nos quinto, sétimo e décimo, esse número não pode ultrapassar os 28. As novas regras entram em vigor, numa primeira fase, já no próximo ano letivo.

SOM AUDIO


Estão, assim, de volta os limites anteriores à gestão de Nuno Crato no Ministério da Educação. Mas os parceiros do governo queriam mais. O PCP e o Bloco de Esquerda defenderam, no Parlamento, que as turmas do primeiro ciclo não deveriam ter mais do que 19 alunos. Nos restantes, o máximo deveria ser 22.
Os secretários de Estado determinam que as primeiras escolas a cortar no tamanho das turmas pertencem aos chamados Territórios Educativos de Intervenção Prioritária. Ou seja, ficam em zonas consideradas desfavorecidas em termos sociais e económicos. Locais onde há muita pobreza e exclusão social, marcados pela violência, indisciplina, abandono e insucesso escolar.
Um dos objetivos dos chamados TEIP é evitar o absentismo e o abandono escolar precoce. Em todo o país, há 137 agrupamentos e escolas abrangidos por este programa.
Numa nota à comunicação social, o Ministério da Educação considera que a redução do número de alunos por turma "não só combate o insucesso escolar, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem, como favorece o trabalho desenvolvido pelos docentes em contexto de sala de de aula".
Em novembro, no debate do Orçamento, o ministro da Educação fez depender a redução do tamanho das turmas do impacto financeiro. Na altura, Tiago Brandão Rodrigues revelou que o governo pediu um estudo para avaliar a melhor forma de avançar com a medida. Mas os resultados dessa análise não são ainda conhecidos.
O ministro garantiu também que, independentemente dessas conclusões, as turmas começariam a reduzir-se, de forma gradual, já a partir do próximo ano letivo.
(Notícia atualizada às 10h02, com a publicação em Diário da República e a nota do Ministério da Educação)

18
Abr17

Trabalhadores da Petrogal convocam protestos

António Garrochinho


Ao mesmo tempo que foram anunciados os valores «arrecadados» pela Comissão Executiva da Petrogal, a Comissão Sindical Negociadora avançou com a marcação de acções de protesto discutidas em plenários, em defesa dos direitos laborais, das reformas, da saúde e da contratação colectiva.
A Comissão Executiva da Petrogal recebeu, em 2016, cerca de oito milhões de euros
A Comissão Executiva da Petrogal recebeu, em 2016, cerca de oito milhões de eurosCréditos
Os trabalhadores da Petrogal/Galp decidiram realizar uma concentração e manifestação no dia 24 de Abril, em Lisboa – na administração, no Ministério do Trabalho e na Entidade Supervisora de Fundos de Pensões –, uma greve, a realizar de 6 a 10 de Maio, e uma acção de protesto junto do Ministério do Trabalho, de 6 a 10 de Maio, pelo direito à greve e em defesa da contratação colectiva. 
Um comunicado da Fiequimetal/CGTP-IN informa da «ofensiva que a administração desencadeou contra os direitos dos trabalhadores», que se reflecte, entre outras coisas, na contenção dos salários, nos cortes de remunerações e diversas prestações retributivas, assim como «na tentativa de destruir os regimes de reformas e de saúde».
A federação sindical lembra que, na semana passada, foi divulgado pela comunicação social que o presidente da Comissão Executiva da Petrogal recebeu, em 2016, um montante superior a 1,6 milhões de euros em remunerações. Os outros membros da Comissão Executiva receberam um valor superior a seis milhões de euros, sendo assim no total cerca de oito milhões de euros «subtraídos à riqueza produzida pelo trabalho de milhares de trabalhadores da Petrogal».
A Fiequimetal considera que se trata de «uma das maiores infâmias, que são a ganância e a imoralidade, sem um pingo de respeito e de vergonha pelo atentado perpetrado contra os direitos e a dignidade dos trabalhadores que todos os dias trabalham para o crescimento da empresa».
Denuncia ainda «a cobertura» que os sucessivos governos têm dado à acção da administração, dando como exemplos «o ataque à destruição da contratação colectiva» e a «emissão de despachos anti-greve».
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) também denuncia que o prémio de produtividade, que deveria ter sido pago no final do mês de Março, só foi recebido pelos trabalhadores filiados em sindicatos da UGT e pelos cerca de 250 trabalhadores não sindicalizados que subscreveram o acordo de empresa que os sindicatos da CGTP-IN não aceitaram.
Segundo o sindicato, não poderiam subscrever um acordo que, nos termos em que é proposto, significaria «carta-branca» à administração da Petrogal para decidir questões salariais e eventuais reduções de direitos adquiridos e que estavam consagrados no anterior acordo.


abrildenovomagazine.wordpress.com
18
Abr17

Ri-te, ri-te…

António Garrochinho

(In Blog O Jumento, 17/04/2017)
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Vítor Gaspar foi um gigantesco erro de casting, falhou em toda a linha, gozou com o seu pobre colega da economia, lançou a economia em recessão e não conseguiu controlar o défice, acabou por fugir, o FMI deu-lhe um tacho para evitar ser vaiado sempre que fosse à rua. Mas os seus tiques salazaristas fizeram dele um herói, um modelo de competência, já era ele que mandava no governo, Passos Coelho que se cuidasse e quando se demitiu dedicou a carta à liderança.
Maria Luís, ainda mais modesta em recursos académicos do que o antecessor, era apresentada como economista de dimensão internacional, o ministro das Finanças alemão não a convidou para escrever um artigo para publicar o site do seu ministério, mas encenou um seminário em Berlim para exibir esta sumidade do sul. A pobre rapariga acabou por ser prejudicada pelo papel que a puseram a desempenhar; era tão brilhante e competente que Passos só a deixaria ir para Bruxelas se fosse para ficar com dossiers da maior importância. Lixou-se e ficou a amargar com o vencimento de Lisboa, enquanto o Moedinhas foi tratar da vida para Bruxelas.
Perante tais sumidades Mário Centeno quase foi ridicularizado; até a Dra. Teodora Cardoso, uma senhora muito caridosa, se ofereceu para avaliar as propostas económicas do programa do PS, como se a nova guru da política económica tivesse direito a avaliar aquele rapaz que não merecia grande confiança. O ar desajeitado de Centeno ajudava, dava ar de mal albardado, a humildade cheirava insegurança, não tinha o fino humor de Gaspar nem a lábia suburbana da Maria Luís.
As propostas foram ridicularizadas, a direita estava tão segura do desastre que durante longos meses gozavam, gozavam, gozavam. Passos, que riu à gargalhada até chorar no primeiro dia que Centeno foi ao parlamento, dedicou-se durante meses à sua pantomina ridícula e imbecil do homem da bandeirinha; inaugurava escolas, visitava feiras, montava sessões parlamentares no exílio. Durante longos meses a bancada parlamentar do PSD parecia a primeira fila de espectadores de um teatro de revista, riam à gargalhada, andavam muito divertidos enquanto o diabo não aparecia sob a forma de segundo resgate, para acabar com a brincadeira.
Tudo servia para desvalorizar Mário Centeno, que tinha um doutoramento mas era coisa pouca, o tema era emprego. Os que puseram Portugal  fazer testes para um livro de gente de Harvard ignoravam agora o currículo académico de Centeno, tratava-no como se fosse um licenciado da Lusíada. Centeno era um modesto economista cujas palermices deviam ter sido avaliadas previamente por Teodora Cardoso e só lhes faltou proporem que Centeno antes de ser ministro fosse previamente avaliado por um júri formado pela Teodora, pelo João Duque, pelo Vítor Bento e o Daniel Bessa como suplente. Quem sabe se não seria melhor mandar e ensinar o Centeno a comer à mesa com a Bobone.
Depois, foi o que se viu, que vinha o diabo, que se cumprisse seria milagre, se as propostas fossem viáveis até Passos votaria no PS. Mas quando os resultados apareceram era tudo mau, não eram sustentáveis, faltava o crescimento, e tudo a Teodora confirmava com grande pontualidade, Passos constipava-se e era a Teodora que espirrava. Centeno até foi ridicularizado, afinal havia outro, o melhor défice em democracia era obra do Cadilhe, o ministro que escolheu Oliveira e Costa para distribuir perdões fiscais que o levariam a banqueiro de sucesso. O ex-ministro não perdeu tempo para vir a público confirmar que o Ronaldo dos défices orçamentais era ele.
Enfim, tudo obra do acaso, talvez trabalho dos pastorinhos, mas competência de Mário Centeno é que não é, a competência em finanças é um atributo que em Portugal ficou reservado a Salazar, Cavaco, Miguel Cadilhe, Vítor Gaspar e Maria Luís. Apetece perguntar a Passos e aos seus pares se já perderam a vontade de rir e gozar com o ministro das Finanças. Que aproveitem o bom humor pois com o Centeno no governo bem vão precisar dele para se aguentarem os longos anos que vão passar na oposição.
18
Abr17

Fomos sempre tão amigos dos pretinhos

António Garrochinho




(Fernanda Câncio, in Diário de Notícias, 17/04/2017)
cancio


Todo o indígena válido das colónias portuguesas fica sujeito, por esta lei, à obrigação moral e legal de, por meio de trabalho, prover ao seu sustento e de melhorar sucessivamente a sua condição social.” Este é o artigo primeiro do Regulamento Geral do Trabalho dos Indígenas nas Colónias Portuguesas, de 1914. O segundo esclarece que o indígena que não trabalhe sem para isso ter motivo “de força maior” será condenado (é mesmo esta a expressão) a trabalho.
É certo que se estabelece que este deve ser pago e nunca “superior às suas forças”, mas igualmente se diz que os indígenas não podem despedir-se e que se fugirem serão capturados e castigados – condenados a mais trabalho. E, no artigo 47.º, lê-se: “Pelo facto do contrato celebrado perante a autoridade pública, os patrões recebem os poderes indispensáveis para, quando e enquanto a autoridade o não possa fazer por si própria, assegurarem o cumprimento das obrigações aceites pelos serviçais ou a repressão legítima da falta desse cumprimento. No exercício desse poder ser-lhes-á permitido prender os serviçais que (…) se recusarem a trabalhar (…), [assim como] evitar que cometam faltas e empregar os meios preventivos necessários para os desviar da embriaguez, do jogo, e de quaisquer vícios e maus costumes que lhes possam causar grave dano físico ou moral.” Esta “necessidade” é explicada no preâmbulo do decreto: “Preciso é (…) pôr nas mãos dos patrões direitos sem os quais não é possível manter a disciplina.” Para tal, é-lhes permitido terem uma milícia nas suas propriedades. E o regulamento específico para Moçambique, do ano anterior, prevê que usem “os meios possíveis” para “melhorar a educação” aos indígenas, “corrigindo-os moderadamente, como se eles fossem menores”. Prescreve também o luxo de um dia de repouso semanal, mas para ser gozado no local de trabalho, do qual o “serviçal” só se pode ausentar por quatro horas. Ainda assim, estes regulamentos falam de contratos “livres” e “voluntários” e proíbem grilhetas e algemas – não fosse alguém confundir o regime com o da escravatura.
Isso mesmo comenta, em outubro de 1922, o jornal de Lourenço Marques O Brado Africano, a propósito das denúncias internacionais de práticas esclavagistas nas colónias do país que bradava ser pioneiro no abolicionismo: “Não sabemos o verdadeiro nome disto mas… escravatura não é. Os administradores das circunscrições mandam prender os cidadãos para serem alugados aos machongueiros (…). Isto claro que não é escravatura (…) mas, os que estão de fora e que não conhecem os nossos processos administrativos vendo fazer isto (…), sugerem que se trata dos tempos da escravatura…” Apesar de no artigo 223.º do Regulamento de 1914 se ameaçar com prisão de seis meses a cinco anos “todo o português que publicar notícias falsas e tendenciosas, procurando demonstrar a existência de trabalho forçado ou não livre nas colónias portuguesas”, O Brado e outras publicações foram relatando as atrocidades cometidas por administração colonial e colonos. Em 1925, narra-se a sorte dos trabalhadores da Incomati Sugar Estates, a quem era dada apenas uma refeição por dia, um “tijolo” de farinha de milho (em contravenção da lei, que obrigava a três refeições diárias, incluindo peixe ou carne e legumes): “Morrem muitos”, conta ao narrador um local. “Como pode calcular, por causa de um preto doente, ninguém vai incomodar o doutor que está a grande distância. De vez em quando – continuou ele – os polícias matam aí um homem acusado de roubar cana. Esse e outros como ele são “atirados” por aí pois, como viu, o cemitério é só para brancos.” Em 1927, o mesmo jornal noticia a entrada no hospital de 17 trabalhadores da Cotton Plantation de Changalane “num estado absolutamente horrível, de tal forma magros que não podiam andar e com a boca apodrecida pelo escorbuto”.
Em 1926, já na ditadura, fora publicado o primeiro Código do Indigenato, que recusa direitos constitucionais aos “indígenas”. No preâmbulo, fala-se de “mentalidade de primitivos”, e proíbe-se-lhes a rescisão do contrato. Na Constituição de 1933, são integrados num capítulo à parte, o “Acto Colonial”, mesmo se em 1930 a Organização Internacional do Trabalho adotara a Convenção sobre o Trabalho Forçado ou Obrigatório, que fixa cinco anos para a extinção do mesmo nos países signatários. Portugal assinou-a, mas só a ratifica em 1956; entra em vigor na ordem jurídica nacional em 1957 – a quatro anos do início da guerra colonial.
Difícil crer que um professor catedrático de Direito, constitucionalista e, supostamente, incansável leitor, além de filho do último ministro do Ultramar (1973/74), que fora governador de Moçambique de 1968 a 1970 e, entre 1944 e 1947, secretário de Estado do ministro das Colónias Marcelo Caetano, desconheça esta tenebrosa realidade.
É certo que, como os compêndios escolares, toda a tradição discursiva dos responsáveis políticos prolongou na democracia a piedosa fábula de um Portugal “pioneiro do abolicionismo” e “farol do humanismo”. Mas ir a Gorée, ao principal entreposto de escravos de África, como fez o PR, repetir essa cartilha de factos alternativos à guisa de pedido de desculpas é simplesmente vergonhoso.

 estatuadesal.com
18
Abr17

Esta Turquia é culpa nossa

António Garrochinho

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 17/04/2017)

nicolau
As instituições europeias não se deviam surpreender com os caminhos para um poder cada vez mais centralizado que a Turquia está a trilhar. Afinal, se bem que não se possa fazer o contrafactual, é de supor que se a Europa tivesse aceite o pedido de adesão da Turquia à União, que há exatamente 30 anos está em cima da mesa, talvez o regime de Ancara não estivesse a tornar-se cada vez menos democrático.
A Turquia apresentou o seu pedido de adesão à então Comunidade Económica Europeia em 14 de abril de 1987 mas já desde o ainda mais longínquo ano de 1963 que Ancara foi tentando desenvolver relações mais estreitas com as instituições europeias. Em 1995 assinou um acordo de união aduaneira com Bruxelas e, a 12 de dezembro de 1999, foi reconhecida oficialmente como candidata. Em 3 de outubro de 2005, foram iniciadas as negociações formais para a plena adesão da Turquia à União Europeia, mas desde aí tem sido manifesta a falta de vontade de alguns países europeus, com a Alemanha à cabeça, para aceitar a Turquia no clube.
Na verdade, os direitos de voto de cada país nas instituições comunitárias estão ligados ao número dos seus habitantes – e a Turquia, com 75 milhões, colocar-se-ia quase no mesmo patamar que a Alemanha (80 milhões) e à frente da França (66 milhões) e de Itália (60 milhões), tendo direito a mais deputados no Parlamento Europeu e a mais votos que Paris e Roma em todas as instâncias comunitárias.
É de supor que se a Europa tivesse aceite o pedido de adesão da Turquia à União, que há exatamente 30 anos está em cima da mesa, talvez o regime de Ancara não estivesse a tornar-se cada vez menos democrático
E assim, por manifesto cálculo político, os governos europeus da União foram encanando a perna à rã, arrastando os pés e o processo, fazendo que andavam mas não andavam, esperando não se sabe bem o quê – que a Turquia desistisse ou que, de repente, ficasse com muito menos população ou que acontecesse uma explosão demográfica nos países da União.
E entretanto, as correntes mais laicas e moderadas turcas iam pouco a pouco perdendo posições para setores mais radicalizados, que se foram cristalizando na sociedade e que ganharam um novo e decisivo avanço com a estranhíssima tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho de 2016, esmagada pelas tropas leais ao presidente Recep Erdogan. A partir daí, Erdogan não só eliminou toda a oposição, como encerrou dezenas de órgãos de comunicação e acaba de vencer, embora pela margem mínima e com evidentes sinais de fraude, o referendo que lhe vai permitir eternizar-se no poder até 2029 e reintroduzir a pena de morte.
Ao fazê-lo, Erdogan dá um sinal claro de que desistiu da adesão do seu país à União Europeia, que se fartou do arrastamento do processo e que não acredita que ele algum dia venha a ocorrer. Mais: ele sabe que é uma condição “sine qua non” para que um país seja membro da EU que o seu regime seja democrático parlamentar e que não aplique a pena de morte a quaisquer tipo de crimes.
Ao reafirmar a defesa da pena de morte, o presidente turco está a dar um sinal claro de que deixou de contar com a EU como aliada e que vai procurá-los noutro local do globo. A questão é onde.
Na verdade, apesar da Turquia pertencer à NATO, os Estados Unidos não são um amigo predileto. Com a Rússia as relações também não são sólidas. Nem com Israel. Resta saber para onde se irá voltar Erdogan – e se a tentação do poder absoluto não o levará a ficar pouco a pouco isolado interna e externamente.

18
Abr17

Insegurança jurídica e a estratégia do caos

António Garrochinho

A estratégia de implantação do caos para a dominação requer a eliminação da concorrência. Quando eles não conseguem implantar o caos por meio de seus agentes qualificados e os servos nacionais, apelam para a guerra, invadem o país como fizeram no Iraque, na Líbia entre outros.


Dias sombrios nos esperam. O que esperar de um judiciário que é o mais caro do mundo? O que esperar de um legislativo que é o mais caro do mundo?

Desde os tempos coloniais, passando pelos tempos em que isto aqui foi reino e império, atravessando a república dos coronéis dos latifúndios até a nova e a novíssima República, advogados e juízes foram formados para defender o status quo e ser parte do poder dominante.

Com relação ao legislativo, casual ou estrategicamente, este é o pior da história da política brasileira, seja com relação ao nível intelectual (lembram da sessão que aprovou o impedimento da presidenta?), mas principalmente com relação às questões morais.

Entrar no judiciário ou na política é projeto de ascensão social, enriquecer a custa do erário. Da classe média às hostes oligarcas dos poderosos.
Deslumbrados com o poder e a exposição midiática perderam o senso, se crêem acima do bem e do mal, deuses salvadores da pátria.
A justiça vale para uns e não vale para outros. A ação ilegal repercute na mídia para uns e é silenciada para os demais. Exemplo: 600 mil presos no Brasil, mais de 50% sem julgamento. Outro exemplo: no lugar de punir pessoas estão punindo empresas, provocando desmontagem de formidáveis parques industriais, jogando fora esforço de desenvolvimento tecnológico, deixando um saldo de desemprego em massa, como está ocorrendo principalmente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro.

A insegurança jurídica se tornou um fantasma para os empresários, para os investidores. Em que país um processo leva dez anos para proferir uma sentença? E os custos advocatícios que isso implica?

Diz a ONU que com esse congelamento das despesas por 20 anos, decretada por Temer, as futuras gerações é que estão condenadas. É certo. No momento apenas sobrevivemos, mas só no curtíssimo prazo, pois estão desmantelando o país, vendendo tudo na bacia das almas: terras, minérios, petróleo, água (o mais valioso bem), infraestrutura, espaço aéreo, soberania… As futuras gerações comerão capim ou engrossarão as filas de imigrantes ou de refugiados.
Vergonha alheia
Pesquisa Nacional IPSOS de março de 2017 indica que 78% da população desaprova o atual governo e que, para 90% o Brasil está no caminho errado. Lula não é unanimidade com 59% de desaprovação. Contudo, é o que tem o mais alto índice de aprovação entre os políticos. Os que têm as mais altas taxas de aprovação são os juízes de alta exposição na mídia: Moro 63%, Joaquim Barbosa, 51%.

Essa pesquisa é bem anterior ao escândalo da lista do juiz Edson Fachin: 98 pessoas sendo 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados, três governadores, inclusive o santo que governa São Paulo, Geraldo Alckmin. Isso só na lista da Odebrecht. E há outras listas, como a lista de Janot e de outros processos, envolvendo as outras empreiteiras como a Camargo Correia, Andrade Gutierres…

Não sobra ninguém. Com exceção de Itamar Franco, todos os que ocuparam a Presidência da República: Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma. As vestais de todos os partidos: Aécio Neves, Romero Jucá, José Dirceu, Aloysio Nunes (atual chanceler), José Serra (ex chanceler), Palocci…

Michel Temer, presidente de turno, por estar presidente não pode ser investigado por crimes anteriores ao mandato. É Lei. Não escaparia pois são muitos os seus crimes, assim como os dos presidentes da Câmara e do Senado.
Depois dos vazamentos ilícitos o juiz tornou públicas as delações dos 78 executivos da Odebrecht. As perguntas que não se pode calar: Como é possível que processos que correm em segredo de justiça se tornem públicos? Quem são os responsáveis?

Na realidade o que houve foi que jogaram um balde de merda no ventilador. Com que intenção?

Nessa fase, valendo ainda a presunção de inocência, tudo permanecerá como está. O próprio Temer disse que no governo não haverá mudança até que provem que há culpa e haja condenação. Pior que isso, Temer afirma que a ofensiva pelas reformas (leia-se maldades) prosseguirá.
São reformas todas muito polêmicas, como da previdência e a das normas do trabalho. Que moral tem esse governo para conduzir essas reformas? 

Num país sério com judiciário a serviço da nação, todos esses atos deste governo espúrio, seriam declarados nulos.
Haverá ainda condições que declarar nulidades dos atos de Temer?

Quanto tempo levará o judiciário para analisar tantos processos? O processo sobre o pedido de anulação da eleição da dupla Dilma e Temer, por exemplo, só agora, passados quatro anos, quando já deposta a presidenta e em véspera de novas eleições é que está chegando à fase de julgamento. Sensação de enorme perda de tempo. Mas não será talvez este, ou seja, as futuras eleições o que move o ventilador?

Senão, qual o propósito de tamanho escândalo aproveitado pela mídia?

Estará o judiciário tramando a tomada do poder? Rompida a linha sucessória –vice-presidente, presidentes da Câmara e do Senado- cabe ao presidente do Supremo assumir o governo. Na história deste nosso país o judiciário sempre esteve, mais que conivente, presente nos golpes de Estado, governando interinamente ou validando juridicamente a ilegalidade.

É preciso recuperar a segurança jurídica

É incrível. Somente agora, menos de um mês da lista de Fachin, quando não dava mais para esconder as barbaridades cometidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, em função das outras listas, um supremo juiz admite que “não é correto fazer das ações da justiça espetáculo, que o abuso do poder gera insegurança jurídica”. E é de pasmar! o supremo ministro é o presidente do Tribunal em que se move o Fachin, provocando escândalo maior ainda.
Insegurança jurídica, incerteza política, tudo leva a nação a um surto psicótico: depressão, medo, paranóia, raiva contida, ódio ao outro, pânico…
O supremo juiz pôs o dedo na ferida mas, já não consegue estancar a sangria. Tardia manifestação.
Com a conivência da suprema corte é que juízes, delegados e agentes federais têm desrespeitado as Leis, violado os direitos fundamentais garantidos pela nossa legislação e tratados internacionais. Arvorados em salvadores da pátria, os juízes já se crêem acima do bem e do mal.
Nunca deveriam ter permitido que o mal se impusesse, menos ainda que se alastrasse, se incrustasse contaminando toda instituição. Essa insegurança jurídica já é ameaça à estabilidade do Estado à segurança da Nação.

Como recuperar a credibilidade da Justiça, condição que assegura a segurança jurídica?

Creio que a responsabilidade é de toda a sociedade. Deve haver um movimento que envolva a população em torno dessa bandeira. A bandeira do respeito às Leis, da garantia dos direitos humanos. Os que entendem de leis é que devem iniciar esse movimento: mais que os advogados, todas as pessoas envolvidas com a advocacia, dos cursos de direito aos conselhos profissionais. Advogados com apoio da sociedade civil num movimento para devolver dignidade à Justiça.

Nós sabemos que os juízes foram formados para defender as instituições do Estado, a propriedade privada, as leis que asseguram o funcionamento do capitalismo e do Estado democrático pensado pelos que aprovaram a Constituição de 1988 – a Constituição Cidadã. Para que funcionem as instituições e o próprio capitalismo é preciso Segurança Jurídica.

Parece até que resolveram acabar com o capitalismo. Oxalá assim fosse se tivéssemos alternativa de construir outro modelo de Estado, um estado socialista em que não houvesse mais exploração de um ser humano por outro. A realidade, no entanto, é que tampouco admitem outro modelo.

O certo é que enquanto a nação se distrai, mais uma das bacias de Campos e de Santos do Pré-sal foi posta em leilão. É a quarta chamada aos investidores. Na terceira quem levou foi a francesa Total. Quem levará esta?

A que serve a insegurança jurídica?

Serve à estratégia de implantação do caos que vem sendo executada pelo Império, quer dizer, pelos Estados Unidos e o conglomerado dos senhores de todas as guerras e de todas as fortunas. Serve ao pensamento único imposto pela ditadura do capital financeiro. 

Ou é a ditadura do pensamento único imposta pelos senhores donos do mundo?

A estratégia do caos tem como objetivo a dominação de um país. Passa pela desestabilização política e pela desorganização da produção com a finalidade de impor as leis que melhor lhes convém e se apropriar das riquezas naturais e do mercado.

Ajuda a entender o que está ocorrendo no país, e a quem serve a Insegurança Jurídica e a estratégia de implantação do caos, ler o livro de John Perkins, “Confissões de um Assassino Econômico”, da editora Cultrix. Para ter um ideia disso pode ler a matéria publicada por Diálogos do Sul sobre a atuação do “assassino econômico” no Equador nos dias de hoje, repetição do que acontece na Argentina e no Brasil, aconteceu no México, no Peru e está no auge na Venezuela.
Essa estratégia de implantação do caos para a dominação requer a eliminação da concorrência. Quando eles não conseguem implantar o caos por meio de seus agentes qualificados e os servos nacionais, apelam para a guerra, invadem o país como fizeram no Iraque, na Líbia entre outros.

Tomemos o Iraque como exemplo. Lá o petróleo era estatal e os recursos serviam para o desenvolvimento econômico e social. Como não conseguiram desestabilizar o governo, invadiram, destruíram o país, mataram e/ou anularam as lideranças, implantaram o caos. As empresas brasileiras que participavam da construção da infraestrutura tiveram que sair por causa da guerra. Assim também as empresas de alimentos. Destruído o país entraram as empresas estadunidenses para a reconstrução e para o abastecimento. O petróleo agora, de ninguém, é saqueado pelas transnacionais. Assim de simples.

Pior ainda é o que ocorreu na Líbia, nem o Estado sobrou. Ou o que ocorre no Afeganistão. A mesma estratégia de implantação do caos que está sendo aplicada na Síria.
Gente: o que está em jogo aqui no Brasil é a Soberania Nacional.

São Paulo, abril de 2017

*Paulo Cannabrava Filho é jornalista e editor chefe da Diálogos do Sul.

www.odiario.info
18
Abr17

José Arruda: "Ainda há muitos veteranos com stress de guerra"

António Garrochinho



José Arruda é o presidente da Associação de Deficientes das Forças Armadas
A importância do apoio aos militares em matéria de saúde mental foi uma das grandes bandeiras da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), fundada em 1974 e presidida por José Arruda.
Qual a importância do novo centro de saúde mental no Hospital das Forças Armadas (HFAR) para os veteranos de guerra?
Reputamos como muito importante a abertura daquele serviço de apoio psicológico e de psiquiatria. Até agora o serviço no HFAR era feito fora... havia lá um apoio, mas muito reduzido. O hospital fica mais militar ao ter esta valência, porque temos de pensar nos reformados que fizeram a guerra colonial e agora estão mais bem servidos, mas também nos que agora participam nas novas missões de paz e de cooperação. São missões difíceis e alguns necessitarão de apoio psicológico e psiquiátrico.
Como é que a ADFA se articula com o HFAR nesse domínio?
Muitos dos nossos associados também passam pelo HFAR, mas na ADFA funciona a rede nacional de apoio ao stress de guerra, com um polo em Lisboa e outro no Porto...
Os DFA podem continuar a ir à ADFA?
É uma escolha das pessoas irem ao HFAR ou serem atendidos aqui. A rede nacional é para os que ainda não foram qualificados como DFA, que se queixam de alguns sintomas. Temos muita gente a fazer exames de avaliação... no ano passado foram dadas, a nível nacional (em Lisboa, no Porto, Madeira e Açores), 694 consultas de psicologia e 801 de psiquiatria. Estas consultas vão iniciar os processos ou permitem fazer requerimentos ao HFAR. Agora muitos dos que estão qualificados não querem ir para uma instituição militar e preferem ter só acompanhamento connosco. Quem vive em locais distantes, por exemplo em Bragança, também não terá facilidade em ir ao hospital militar e opta por ser seguido pelo médico de família.
Ainda há muitos veteranos com diagnóstico de stress de guerra?
Muitos DFA ainda continuam a ter esse diagnóstico, ainda há um número razoável de quem fez a guerra colonial. Em 2016, dos cerca de 200 qualificados como DGFA, 25% foram-no com stress de guerra. E metade dos 87 qualificados já este ano como DFA também. Isto significa que ainda é preciso muito HFAR e um bom HFAR... confiamos no ministro da Defesa e no general Pina Monteiro, que tem o pelouro do hospital. Aquele centro é muito importante porque estamos mais velhos e mais doentes. Para os que vão agora também é preciso porque são missões de risco e necessitam de apoio... a condição militar é algo muito sério, merecemos respeito e consideração.
Como eram atendidos os militares quando regressavam da guerra colonial?
As questões do stress de guerra apareceram nos anos 1980. Havia alguns diagnosticados com neurose de guerra, mas não havia nada. A instituição militar tinha um serviço de psiquiatria mas... o regime dizia que a guerra não fazia mal a ninguém, mas felizmente veio o 25 de Abril e nasceu a associação. Depois apareceu a APOIAR e a voz autorizada do [psiquiatra] Afonso de Albuquerque, que trouxe a experiência dos EUA. Já houve gente qualificada a título póstumo, mas hoje as coisas caminham noutro sentido, para melhor.

18
Abr17

Polis Ria Formosa investe 8,5 milhões e avança com nova ponte na praia de Faro

António Garrochinho


A Sociedade Polis da Ria Formosa aprovou hoje investimentos de 8,5 milhões de euros para melhorar acessos e requalificar espaços nas ilhas-barreira, entre eles a construção da nova ponte para a ilha de Faro, anunciou o Governo.
No conjunto das intervenções a realizar estão, além da "construção de uma nova ponte de acesso à praia de Faro", a criação de "um cais de passageiros em Tavira" e "a requalificação da Ilha da Culatra, da praia do Ancão e da Avenida 5 de Outubro, em Olhão", revelou o gabinete do ministro do Ambiente, na nota de imprensa que anunciou a decisão da Pólis da Ria Formosa, após reunião em assembleia-geral.
O gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes precisou que o Estado é "o principal financiador" do montante global a ser gasto nestas intervenções, com uma contribuição de 4,6 milhões de euros, e o restante montante será coberto pelos outros "parceiros no financiamento", nomeadamente as Câmaras municipais de Faro, Olhão, Tavira e Loulé e a empresa Docapesca.
"Prevê-se que o projeto de requalificação da Ilha da Culatra possa ser beneficiado com um financiamento comunitário de cerca de 850 mil euros", sublinhou o gabinete do ministro.
O Governo justificou a necessidade de avançar para a construção de uma nova ponte para a praia de Faro com as "fragilidades de difícil correção" da travessia atual e considerou que o futuro acesso permitirá "melhorar a mobilidade, criando uma solução mista de circulação para automóveis, peões e bicicletas".
O Governo também justificou a decisão de avançar com o projeto de requalificação da ilha da Culatra, que pertence ao concelho de Faro, com a necessidade de adotar "medidas de recuperação do núcleo piscatório com a reabilitação das zonas degradadas, promovendo a qualidade de vida da população residente".
"Destaca-se, entre outros, a criação de um parque de lazer e de uma doca seca, a valorização do largo igreja e a integração da zona adjacente ao cais de acostagem e interligação desta com núcleo habitacional", acrescentou.
A mesma fonte referiu que a "intervenção em Tavira" visa "a substituição do atual cais de acostagem por outro, em betão armado, com as necessárias condições operacionais e de segurança", enquanto na Praia do Ancão, no concelho de Loulé, é necessário "garantir a segurança e o conforto na utilização do espaço público e, ao mesmo tempo, proteger e recuperar o sistema dunar, disciplinando a circulação e estacionamento automóvel".
A Sociedade Pólis Ria Formosa tem competências nessa zona protegida do Algarve, uma das principais zonas húmidas de Portugal, utilizada por diversas espécies de aves para nidificar ou permanecer algum tempo no decurso das suas migrações.
A Ria Formosa abrange uma zona de litoral que se estende desde Cacela Velha, em Vila Real de Santo António, até à praia do Ancão, em Loulé, e caracteriza-se pela existência de vários núcleos habitacionais ao longo das ilhas-barreira que pertencem aos concelhos de Faro e Olhão.


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