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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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11
Mai17

O caso do brasileiro a quem um GNR fez o "golpe de leão "(nas Finanças do Montijo Inês Ferreira Leite Professora de Direito

António Garrochinho


Se o que este agente da GNR fez fosse legal, viveríamos num Estado policial. Não é (embora pareça que, tal como muitos outros casos de abuso policial, vá ser branqueado com justificações manhosas para fingirmos que isto é aceitável).
Mas isso não basta. É preciso que os cidadãos tenham consciência de que esta atuação não é legal. Quando os cidadãos consideram esta atuação normal, razoável, justificada, podemos estar (ainda que apenas materialmente) a viver num Estado policial.
A pessoa em causa não estava a praticar qualquer crime. A lei não é aquilo que alguém nos meteu na cabeça. Fazer um filme dentro de uma repartição das finanças (de nós próprios), não é crime. Só poderia ser crime se o cidadão (ainda que brasileiro, beneficia da mesma proteção) estivesse a filmar (de modo identificável) outras pessoas sem o seu consentimento. E, mesmo assim, poderia ser uma conduta justificada. Em casos de conflitos de direitos ou interesses, pode tornar-se lícito a filmagem de pessoas sem o seu consentimento.
O cidadão não foi detido, não lhe foi comunicada qual a infração, nem lhe foram lidos os seus direitos. Um cidadão apenas pode ser detido - nestas circunstâncias - quando seja suspeito da prática de um crime (a infração tem que lhe ser comunicada e têm que lhe ser lidos os direitos, sendo constituído, ainda que sob validação posterior pelo M.P., como arguido); ou, então, quando esteja a desobedecer uma ordem legítima da autoridade, e a detenção seja o único modo de garantir a preservação de um outro bem jurídico mais importante ou a prevenção de perigos ou crimes. Quando alguém desobedece a uma ordem legítima da autoridade, a resposta não é - em primeira linha - a detenção (muito menos coerciva). É para isto que temos o crime de desobediência.
É isto que nos diz o art. 14.º da Lei Orgânica da GNR: « No âmbito das suas atribuições, a Guarda utiliza as medidas de polícia legalmente previstas e nas condições e termos da Constituição e da lei de segurança interna, não podendo impor restrições ou fazer uso dos meios de coerção para além do estritamente necessário. 2 — Quem faltar à obediência devida a ordem ou a mandado legítimos, regularmente comunicados e emanados de autoridade de polícia ou agente de autoridade da Guarda, é punido com a pena legalmente prevista para a desobediência qualificada.»
O art. 16.º do Estatuto dos Militares da GNR vem reforçar esta ideia: «1 — O militar da Guarda usa os meios coercivos adequados e necessários à reposição da legalidade e da ordem, segurança e tranquilidade públicas quando estes se
mostrem indispensáveis, necessários e suficientes ao bom
cumprimento das suas funções e estejam esgotados os
meios de persuasão. 2 — O militar da Guarda tem o especial dever de assegurar o respeito pela vida, integridade física e psíquica, honra e dignidade das pessoas sob a sua custódia ou ordem. 3 — O militar da Guarda só recorre ao uso da força, nos casos expressamente previstos na lei, quando este se revele legítimo, necessário, adequado e proporcional ao
objetivo visado».
E, ainda, do Código Deontológico do Serviço Policial: «Artigo 8.º (Adequação, necessidade e proporcionalidade do uso da força)
1. Os membros das Forças de Segurança usam os meios coercivos adequados à reposição da legalidade e da ordem, segurança e tranquilidade públicas só quando estes se mostrem indispensáveis, necessários e suficientes ao bom cumprimento das suas funções e estejam esgotados os meios de persuasão e de diálogo.
2. Os membros das Forças de Segurança evitam recorrer ao uso da força, salvo nos casos expressamente previstos na lei, quando este se revele legítimo, estritamente necessário, adequado e proporcional ao objectivo visado.»
Estritamente necessário, indispensável...? Era estritamente necessário estrangular o cidadão (sendo que se trata de uma manobra que integra necessariamente, ainda que realizada por pessoa treinada, perigo para a vida)? Obviamente que não. E se um cidadão faz um vídeo a lamentar-se das finanças, que mal vem ao mundo ou à sociedade? O cidadão estava afastado do balcão de atendimento a lamentar-se e a fazer algo muito comum: a depositar as suas frustações (justificadas ou não, não sabemos) do modo como hoje muita gente as deposita, através do facebook... Se nada fosse feito, o cidadão terminava o seu vídeo, lamentava-se mais um pouco, ia para casa frustrado (ainda) e passava os dias a dizer mal das finanças. Nada de novo. Nada de relevo. Os polícias (PSP ou GNR) deveriam ser treinados em pacificação de conflitos (é suposto que saibam garantir a tranquilidade pública com vários meios, e não apenas à pancada), e nunca serem aqueles que fazem escalar o conflito até ao ponto de rebuçado da violência.
Há ainda que relembrar que, num Estado de Direito Democrático, a atuação da polícia submete-se, em primeiro lugar, à constituição. Ora, os arts. 1.º, 2.º, 18.º, 25.º e 27.º da CRP impõem que o uso da força esteja subordinado ao respeito pela dignidade da pessoa humana, necessidade, proporcionalidade, subsidariedade. Só se recorre ao uso da força quando é a única - a única mesmo, não se pode fazer mais nada - forma de evitar a ocorrência de um mal maior, de evitar a prática de crimes graves, proteger bens jurídicos muito importantes, de prevenir perigos para a sociedade, de prevenir perturbações sérias da ordem pública. Não vejo que mal maior estivesse aqui em causa. Ou que o estrangulamento fosse o único meio de o remover... O que me parece é que as pessoas andam a guiar-se pela brutalidade da polícia americana e achar que aqui é a mesma coisa. Não é. Em Portugal, supostamente, temos regras claras e estritas sobre a força policial. Para defesa dos cidadãos!
Pelo que vejo - claro, não tenho os factos todos - a "ordem" emitida (nem se percebe que ordem foi) nem era legítima. Ordem de expulsão do recinto? Com que fundamento? Ordem de detenção? Com que fundamento? O art. 21.º da Constituição diz-nos que «Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias». Todos. Até os brasileiros descontentes com o serviço de finanças. Se um polícia me der uma ordem ilegítima, não vou cumprir, é o meu direito. Mas afinal, vou ter que cumprir. Se não cumprir, levo pancada ou corro risco de vida. É isto, em suma, o que é um Estado policial. É um Estado em que o Direito vale menos do que a força.
Reitero o tenho vindo a dizer sobre assunto. Saber que existem agentes da GNR que atuam desta forma não me faz sentir mais segura. Pelo contrário. Deixa-me em pânico. Um dia posso ser eu, o meu marido, a minha filha, uma amiga. Um dia, estamos cansadas, estamos a reclamar, estamos a exercer os nossos direitos, e, de repente, estamos no chão inconscientes (com o bónus de sermos detidas).
Foto de Luis Vicente.

11
Mai17

a mosca

António Garrochinho

que chata que é a mosca
a voar ziguezagueando tosca
acompanho-a com o olhar até ficar tonto
espero não a ver aqui a semana inteira
a varejeira
sempre com tolerância de ponto

e lá vem ela disparada que mal se vê
porque me aborrece, me aflige, porquê
sai do livro, da lombada
pousa na rádio a malvada
chega a irritar-me a destreza, a pontaria, a minúcia
tal como a Lúcia a semana inteira na tv

António Garrochinho
11
Mai17

ELES SABEM QUE CADA VEZ HÁ MAIS POVO A NÃO ACREDITAR E TENTAM IMPINGIR A GRANDE MENTIRA DE OUTRAS FORMAS.

António Garrochinho

AGORA NA TSF, O ESPERTALHÃO PADRE ANSELMO BORGES DISSE QUE DEVEMOS DEIXAR OS MILAGRES PARA A CIÊNCIA.

MACACO, MACAQUINHO ! :)

DEUS DEIXA QUE A CIÊNCIA, OS HOMENS FAÇAM DETERMINADAS COISAS E NÃO INTERVÉM PORQUE UM DIA DECIDIRÁ O QUE É MELHOR, O QUE TEM QUE SER FEITO ETC ETC

PORQUE DEUS, ESTÁ FORA DISSO, DEUS COMO FIGURA GRANDE, O CRIADOR DO MUNDO, SE ELE SE AFASTASSE "ISTO VOLTARIA A SER COMO DANTES" OU SEJA PRECISAMENTE "NADA"

JÁ TENHO ESCUTADO ESTA "EMINÊNCIA PARDA" DA ENDROMINAÇÃO QUE POR VEZES SE COLA À CIÊNCIA E PROTAGONIZA PARA A IGREJA PRECISAMENTE TUDO O QUE ELA NÃO É, NEM NUNCA CHEGARÁ A SER.

PADRES CASADOS, MULHERES COM MAIS PARTICIPAÇÃO, O PRESERVATIVO, A PILULA, E ATÉ A FALTA DE DEMOCRACIA NA IGREJA QUE ROTULOU DE MISÓGENA FORAM ABORDAGENS QUE O PADRECO FEZ NA ENTREVISTA.

FALOU DA PEDOFILIA CLARO ! CONDENOU-A MAS OS CRIMES CONTINUAM E OS PADRES CRIMINOSOS SÃO ENVIADOS PARA OUTROS LOCAIS OU ESCONDIDOS NO LABIRINTO DO VATICANO

QUASE DISSE QUE NÃO SE DEVIAM CANONIZAR AS CRIANÇAS POIS ELAS JÁ SÃO SANTAS E ATÉ CONTOU UMA HISTÓRIA DUM BISPO EM FÁTIMA QUE SE APROXIMOU DUMA SENHORA QUE SE IA ARRASTANDO PARA PAGAR UMA PROMESSA À QUAL O BISPO LHE DISSE: OLHE ! EU SOU BISPO E PODIA LIVRÁ-LA DESSA PROMESSA ! AO QUE A SENHORA RESPONDEU: OLHE SENHOR BISPO, OBRIGADO MAS EU NÃO LHE FIZ A PROMESSA A SI E SIM A DEUS !

TUDO NA MESMA ! A ALIENAÇÃO NÃO SE DESVANECE E CONTINUA SOBRE OUTROS PONTOS DE VISTA E OUTRA LINGUAGEM.

FALOU DE TUDO O QUE A IGREJA SABE QUE NA SUA CONDUTA ESTÁ ERRADA. MAS QUE NUNCA MUDARÁ !

TENTA-SE ILUDIR O POVO COM A MAROSCA DA ABERTURA MAS A TRAMA CONTINUA.

É COMO A VELHA HISTÓRIA DO PIDE BOM E DO PIDE MAU.

António Garrochinho
11
Mai17

UM TEXTO SARCÁSTICO E INTELIGENTE QUE DEVE SER LIDO COM ATENÇÃO - Salvador Sobral, uma decepção

António Garrochinho


Salvador Sobral no Festival da Eurovisão. Uma decepção.

Onde é que está a música a fazer lembrar os carrinhos de choque? Onde é que está o som do bailarico? Um acordeão, não? Onde é que estão os bailarinos? Onde é que estão as bailarinas? Onde é que está a coreografia, Salvador? Mexer a cabeça como se ela fosse deslizar até aos joelhos não conta como coreografia, Salvador. No mínimo, dois versos em inglês, no mínimo! Então os outros países vão ali, até uma pessoa se sente dentro de uma jukebox, e tu apresentas-te com um poema e uma melodia?! Mas isso é o Festival da Canção ou é a Escola Superior de Música? Por favor, Salvador, poupa-nos, tem dó! E os gritos? Não há gritos? A Celine Dion já não manda nada?

É com essa canção que representas Portugal? Portugal tem programas de televisão que duram cinco horas seguidas onde se cantam coisas que envolvem mangueiras e cassetetes. Onde é que está isso na letra que cantas, Salvador? “Meu bem, ouve as minhas preces”?! Foi tão pouca a imaginação! “Ó meu bem, anda cá, vamos rezar, ajoelha e não podes falhar” é só um exemplo de um verso que funcionaria logo de outra forma. “Ninguém ama sozinho”?! Muitos letristas deste país escreveriam maravilhas com esta ideia, introduzindo inclusivamente metáforas com a árvore que dá pêssegos.

Que desilusão! Desde 2010 que Portugal não estava representado na final do festival Eurovisão da Canção e tinha de ser logo assim! Um cantor que interpreta e faz gestos enquanto canta! Horrível, Salvador! Ainda se fosse abanar a anca para a esquerda e para a direita!...


Não tenho mais palavras, Salvador, mas vou continuar a ler as opiniões das pessoas nas redes sociais. Elas dizem muito mais. Obrigado, ainda assim…

telepontos.blogspot.pt
11
Mai17

HUMOR - Outras considerações sobre O 25 DE ABRIL

António Garrochinho


abril.jpg
O 25 de Abril foi porreiro para que eu pudesse dizer disparates. Só por isso já valeu a pena. A meu ver, claro. Muitos dirão que mais valia estar calado. Uma opinião tão válida como as minhas. E é isso que ainda deixa muita gente aborrecida.

Não valorizamos o justo, mas quem fez o 25 de abril tinha uns tintins do tamanho de duas bolas de bilhar. Para mais, foram a caminho de Lisboa em chaimites. Um veículo discreto. Imaginem irem à festa de aniversário de um amigo, de cueca de lantejoulas e bota de bico, e esperarem que no caminho ninguém vos visse para ser surpresa.

Se não tivesse havido o 25 de abril e existisse facebook, só poderíamos ter três "amigos"...mais que isso seria uma conspiração.

O 25 de Abril foi O Dia da Liberdade, e o 25 de Abril de 2017, foi o dia de liberdade para Cavaco Silva. Foi a primeira vez desde há muitos anos que ficou livre de ter de comparecer nas comemorações desta data, que tanta urticária lhe provoca. Acho até que na terça-feira não abriu as janelas nem ligou a televisão para que o dia passasse rapidamente.
Suspeito que se Cavaco Silva não tivesse enveredado pela política, hoje seria taxista, a profissão onde o Oliveira é mais venerado.

A liberdade tem esta coisa gira que é permitir que quem não a aprecia (para os outros), o possa dizer.

Ps - Dizia uma senhora numa antena-aberta, que antes do 25 de abril não havia violência doméstica. Havia, só que não se sabia: não existia a CMTV. Ainda o marido não sabe que vai bater na mulher já a CMTV está em directo.


finalmentesouumgajodesempregado.blogs.sapo.pt
11
Mai17

PS/Olhão chumba recandidatura de António Pina e obriga Federação a avocar o processo

António Garrochinho




O secretariado da Comissão Política do PS Olhão já tinha uma lista preparada, que até era encabeçada pelo atual presidente de Câmara António Pina, mas nunca chegou a ser votada e o nome do atual edil como candidato à Câmara… foi chumbado pela Comissão Política.
Agora, o processo de constituição das listas em Olhão foi avocado pela Federação do Algarve do PS, que decidirá quem serão os candidatos socialistas aos diferentes órgãos autárquicos, em Olhão.
A discórdia aconteceu na última reunião dos socialistas olhanenses, na passada sexta-feira, que foi marcada por muita tensão. E se, do lado do dirigente do PS/Olhão Luciano Jesus, chega a garantia de que nunca esteve em causa a escolha de António Pina, mas apenas a constituição da restante lista, e que a Comissão Política o «quer como recandidato à Câmara», o atual presidente da autarquia diz que não foi possível debater, sequer, a composição das listas, em virtude do chumbo da proposta que fez para ser oficializado como o cabeça-de-lista em Olhão.
Contactado pelo Sul Informação, António Pina recusou alongar-se em comentários, referindo apenas que, «a partir do momento em que a proposta [do seu nome como candidato à Câmara] foi chumbada, não havia condições para debater listas».
«O procedimento normal é aprovar primeiro o nome do candidato e só depois partir para a constituição da lista. Foi assim que aconteceu em todas as concelhias do Algarve», assegurou.
Já o presidente do PS/Olhão disse ao Sul Informação que, «como havia alguma divisão», a direção da Comissão Política retirou da ordem do dia a votação da lista, que foi elaborada «no seguimento de várias reuniões» deste órgão, que junta 33 militantes socialistas.
Nessa lista, o candidato à Câmara era António Pina, «não só pela orientação que há no partido, a nível nacional, de recandidatar os atuais presidentes, mas porque esse era o entendimento da Comissão Política», acrescentou Luciano Jesus.
Quanto ao chumbo da proposta de António Pina para ser oficializado como cabeça-de-lista – o escrutínio foi feito por voto secreto e recebeu 19 votos contra, 12 a favor e um voto em branco – considerou que não passou por o momento «ser de alguma tensão». «Se tivesse havido diálogo e calma, não tenho dúvidas que seria aprovada por unanimidade», disse Luciano Jesus.
A rejeição desta proposta acabou por condicionar os trabalhos e levou a que a Federação avocasse o processo de constituição de listas. Ainda terá sido aprovada uma lista (já depois de António Pina ter abandonado a reunião), que, além do atual presidente de Câmara e dos presidentes das Juntas de Freguesias socialistas – Luciano Jesus (Olhão), Miguel Dimas (Quelfes) e Paulo Salero (Pechão) – propunha Gustavo Marques como candidato à União de Freguesias de Mocarapacho e Fuzeta e Carlos Manso como candidato à Assembleia Municipal. Esta decisão ficou sem efeito depois da avocação.


Também contactado pelo Sul Informação, António Eusébio, presidente do PS/Algarve, disse que já foi criada uma Comissão Técnica Eleitoral a nível distrital para dar seguimento ao processo de constituição das listas «com a maior celeridade e isenção».
«Os três membros da Comissão vão agora falar com todas as partes, por forma a chegar a um entendimento com toda a serenidade e calma. Não é, à partida, uma situação que gere preocupação», acrescentou, em declarações ao nosso jornal. A Comissão é composta por Isilda Gomes, Fernando Anastácio e Luís Graça.
O resultado do trabalho desta task force será conhecido «dentro de algumas semanas», mas sem sair fora do calendário eleitoral socialista, pois «nas outras secções também ainda só foram definidos os cabeças-de-lista».
Esta situação surge após o afastamento entre a Comissão Política do PS/Olhão e o edil olhanense, que já se verifica há alguns anos, segundo apurou o Sul Informação junto de fontes ligadas a esta estrutura concelhia.


sulinformacao.pt
11
Mai17

Esculturas feitas de lixo: arte para salvar o mar

António Garrochinho

escultura feita com lixo e arte

A americana Angela Pozzi foi criada em torno da arte. A mãe era pintora e o pai, diretor de um museu. Sempre acreditou que a arte poderia mudar o mundo. Nada mais natural, então, que seguisse a mesma carreira dos pais. Durante 30 anos foi professora de artes em escolas públicas e universidades no Oregon, estado na costa noroeste dos Estados Unidos.
No final dos anos 90, além de dar aulas, Angela decidiu produzir esculturas de animais marinhos com material reciclado comprado em brechós. Mas a morte do marido, vítima de um tumor cerebral, mexeu com a artista. Ela começou a questionar qual era o propósito de seu trabalho. Em uma longa caminhada pela praia, encontrou a resposta para sua angústia.
Ao se deparar com montanhas de lixo na areia, a americana decidiu que nunca mais compraria nenhum material para produzir suas esculturas. Ali estava tudo o que ela precisa.
Nascia então a Washed Ashore, organização não-governamental, que tem como missão educar e conscientizar crianças e adultos, através da arte, sobre o descarte de resíduos, principalmente plástico, nos oceanos.
Com a ajuda da comunidade local, a Washed Ashore coleta lixo das praias do Oregon. Segundo a organização, 90% dos resíduos são feitos com matéria-prima produzida a partir do petróleo: plástico e nylon.
Graças à criatividade e ao entusiasmo de Angela, praticamente tudo o que é recolhido da areia se transforma em arte: enormes e impressionantes esculturas de animais marinhos. São focas, pinguins, peixes, polvos, águas-vivas e muito mais (veja as esculturas ao final deste post).
Todavia, a artista não executa o trabalho sozinha. Ela faz o desenho das peças e junto com uma assistente desenvolve as partes mais difíceis, como a cabeça dos animais. As demais são feitas por voluntários – de crianças a idosos -, que participam de workshops. Durante as aulas, eles se deparam com objetos do seu dia a dia, que acabaram indo parar no mar: sandálias, escovas de dentes, potes plásticos.
A artista Angela Pozzi e uma de suas esculturas feita com lixo recolhido da praia
escultura feita com lixo

Mas não é só esculturas o que a Washed Ashore faz. As obras participam de exposições itinerantes ao redor do país, em que o principal objetivo é alertar sobre a poluição de nossos mares. A organização bate na tecla de que é fundamental a prática dos “5 R’s”: reduzir, recusar, reutilizar, recriar e reciclar.
Hoje, além de Angela, a Washed Ashore conta com uma grande equipe de profissionais e centenas de voluntários. Tem o apoio e patrocínio de diversas entidades, como por exemplo, a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Desde 2010, já foram produzidas 66 enormes esculturas (medem entre 3,5 e 4,5 metros de altura), que utilizaram 17 toneladas de lixo coletados no mar.
Estima-se 260 mil toneladas de partículas plásticas estejam flutuando pelos oceanos do planeta. Muitos desses resíduos acabam sendo engolidos por animais e pássaros, que acabam morrendo. Nos últimos 30 anos, a produção de plástico no mundo aumentou em mais de 500%.
Este mês, algumas das esculturas da Washed Ashore estão participando de uma exposição em Melbourne, na Austrália. “Sempre pensei na exposição como sendo uma espécie de epidemia de arte. Ela vai em algum lugar e inspira mais pessoas a querer fazer algo muito semelhante e desta forma, conseguimos tirar mais lixo de nossas praias, aumentando assim a conscientização internacional. Esse é o nosso objetivo final”, diz a artista.
Confira abaixo algumas das esculturas criadas pela Washed Ashore:

escultura feita com lixo

escultura feita com lixo


escultura feita com lixo


escultura feita com lixo



conexaoplaneta.com.br

11
Mai17

Os Fortes Maunsell – Os Fortes no Mar

António Garrochinho



Durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido estava enfrentando alguns ataques graves aéreos, e para ajudar a minimizar os danos causados , o engenheiro britânico Guy Maunsell desenvolveu uma estratégia inteligente: levar seus fortes para o mar. Embora já sem uso, estes monstros de concreto ainda estão de pé , sempre impressionantes.

Um dos fortes ainda restantes, reside enferrujado ao largo da costa da Inglaterra, Herne Bay. Construído em terra antes de ser lançada ao mar em 1943, o septeto de torres já foram interligadas por passarelas e vangloriava-se de possuir um arsenal de canhões anti-aéreos para derrubar os inimigos no ar. Seu irmão gêmeo, o Exército Vermelho Areia Fort, também está parado no estuário do Tamisa.
Todos os fortes do mar foram desativados até o final dos anos 1950, e vários foram destruídos após colisões com navios civis, mas os Shivering SandsRed Sands e Fort Roughs permanecem até hoje.

Estes fortes são relíquias incríveis da história da arquitetura da Segunda Guerra Mundial
Os Fortes Maunsell - Os Fortes no Mar
Os Fortes Maunsell - Os Fortes no Mar
Os Fortes Maunsell - Os Fortes no Mar
Os Fortes Maunsell - Os Fortes no Mar


11
Mai17

Conheça a cidade milenar encontrada no fundo do mar na China

António Garrochinho

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Inúmeras coisas já foram achadas no fundo do mar, mas uma delas realmente impressiona. No Lago Qiandao, ou, em tradução livre, Lago de Milhares de Ilhas, situado no condado de Chunan, na província de Zhejiang, leste da China, foi encontrada em 2001 uma cidade submersa, que acabou se tornando uma atração e tanto para os mergulhadores.
A metrópole nas profundezas tem mais de 1300 anos de idade e foi perdida após a construção de uma barragem hidroelétrica na região, em 1959, construída pelo governo comunista. Com isso, foram encobertas 27 aldeias e mil vilas, fazendo com que 290 mil habitantes migrassem da região, que era considerada próspera e comercial. 
Com um tamanho aproximado que equivale a 62 campos de futebol, existem cerca de 265 arcos de pedra bem preservados na tal cidade, que aparentemente são itens preservados do urbanismo da Dinastia Han, agora fossilizados a mais de 30 metros de profundidade, juntos com templos, ruínas e cemitérios.


Fotos: reprodução



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11
Mai17

NO FUNDO DO MAR

António Garrochinho

Segundo arqueólogos e cientistas, o ser humano conseguiu explorar menos de 5% dos ambientes subaquáticos. Isto significa que existem tesouros perdidos, barcos naufragádos, cidades inteiras de séculos atrás e, acima de tudo, criaturas que nunca soubemos que existiam.
Então, os mares de todo o planeta ainda estão cheios de mistérios, assim como no espaço, onde as formas de vida alienígenas podem estar à espreita em áreas que não conseguimos explorar.
Reunimos a seguir algumas das coisas mais estranhas e incríveis recuperadas do fundo do mar e, sim, esta lista inclui Ovnis.

O primeiro computador: O Mecanismo de Antikythera


1
Talvez você não saiba o que ele seja mas o Mecanismo de Antikythera é uma das descobertas arqueológicas mais importantes da humanidade. A peça foi descoberta por pescadores em 1900 na Grécia. Acredita-se que o item foi construído no século 2 a.C. O mecanismo é apontado como o computador mais antigo do mundo, devido ao fato de que o dispositivo é traça os movimentos dos planetas e o passar dos anos.

Restos da Apollo 11


2
No ano de 2013, o fundador da Amazon, Jeff Bezos descobriu componentes de dois motores F-1 que faziam parte da Apollo 11. Eles estavam no fundo do Oceano Atlântico desde 1969. Esses motores faziam parte do dispositivo que permitiu que os astronautas fossem enviados para a lua pela primeira vez.

Misterioso objeto no Mar Báltico


3
Em 2012, o Ocean X Team, um grupo de mergulho sueco, descobriu um objeto em forma de cilindro, enquanto explorava o Mar Báltico. Há muito mistério em torno do objeto, como suas origens e funções. Alguns alegaram que ele seja uma formação rochosa vulgar, enquanto outros têm chamado ele dede uma “nova Stonehenge.” Há ideias de que o objeto é um pequeno vulcão subterrâneo ou um depósito glacial.

Alexandria de Cleópatra


4
A existência da cidade de Alexandria, governada por Cleópatra iludiu muitos pesquisadores ao longo dos anos. Depois de 1.600 anos, os arqueólogos finalmente desenterraram partes desse mundo em 1998. Grande parte da cidade está surpreendentemente preservada e em quase perfeito estado.
A ONU insiste que a cidade subaquática permaneça no local para preservar o seu lugar na história. É por isso que o plano de um museu especial abaixo da superfície da baía de Alexandria está em andamento.

Mar da Galileia: Estrutura de pedra misteriosa

5

Em 2003, os cientistas descobriram uma grande estrutura de pedra em formato circular no Mar da Galiléia, em Israel. É uma das coisas mais estranhas descobertas no fundo do mar, porque a sua função permanece um mistério até hoje. A estrutura é composta de rochas basálticas, e é duas vezes o tamanho de Stonehenge, pesando cerca de 60.000 toneladas.

Cidade perdida de Heracleion

6
Heracleion, também conhecida como a cidade de Thonis, desapareceu sob o Mediterrâneo, cerca de 1.200 anos atrás. Ela foi descoberta quase totalmente durante a última década. Os arqueólogos descobriram moedas de ouro, 16 estátuas, bem como os restos de mais de 64 navios. O que interessa é que a cidade, protegida pela areia no fundo do mar, manteve-se intacta e preservada.

Mais de 10.000 Esmeraldas

7

O mergulhador amador e caçador de tesouros, Jay Miscovich finalmente encontrou seu espólio nas profundezas do Golfo da Flórida, em 2010. Ele descobriu esmeraldas que valem milhões de dólares. Infelizmente para Miscovich a justiça impediu que ele vendesse o tesouro encontrado. Depois de uma longa luta nos tribunais, Jay se matou.

Baía de Cambay, Índia – Cidade submersa


8
Em 2002, vestígios arqueológicos de uma cidade perdida foram encontrados no Golfo de Cambaia, ao largo da costa da Índia. Acredita-se que a cidade tenha 9.500 anos. A cidade submersa é uma das coisas mais estranhas recuperadas porque os restos arquitetônicos e humanos que foram encontrados, ainda estão intactos. Mais estranho ainda é que a cidade perdida estava submersa na última Idade do Gelo.

Vida


9
Em 2012, micróbios foram descobertos no fundo do oceano. Esses seres foram datados como sendo do período Jurássico, ou seja, quando os dinossauros estavam vivos. O que torna esta a coisa mais estranha já recuperada no oceano é que os micróbios estavam vivos, e não só isso, eles estão vivos a cerca de 86 milhões de anos.

Aranhas


10
Aranhas são assustadoras. Nós sabemos disso. Mas, você sabia que as aranhas podem viver sob a água? Estas são aranhas que respiram ar, mas fazem seus ninhos sob as ondas dos mares de toda a Europa e norte da Ásia. Elas são chamados de aranhas mergulhadoras por causa de suas teias sub-aquáticas. Eles só precisam ir na superfície depois de muitas horas, embora alguns cientistas acreditem que seja apenas uma vez por dia.



www.fatosdesconhecidos.com.br
11
Mai17

10 náufragos que sobreviveram para contar sua história

António Garrochinho


Pessoas que sobreviveram a situações extremas são fascinantes. Quanto tempo você acha que conseguiria aguentar após uma avalanche, queda de avião em local inóspito ou um naufrágio no oceano? A resposta é: depende. Depende do quão preparado você está para as situações, e até mesmo de sorte.
Milhares de pessoas já se perderam no mar para nunca mais serem vistas novamente, mas ainda assim, existe uma pequena porção que sobreviveu apesar das chances serem ruins. Confira a história delas:

10 – Brad Cavanagh e Deborah Kiley
Em um dia de sol de 1982, um barco saiu para uma viagem de rotina, entre o Maine e a Flórida, nos EUA. Havia cinco pessoas a bordo, John Lippoth e sua namorada Meg Moony, Mark Adams, Brad Cavanagh e Deborah Scaling Kiley. Apesar de terem que se aguentar durante a viagem, eram todos estranhos, com exceção de John e Meg. O começo já foi ruim, com John e Mark se estranhando e ambos bebendo muito. O tempo começou a piorar no segundo dia no mar, com uma tempestade de 11 horas.
Enquanto Brad e Debora ficaram no comando do barco, John, Mark e Meg ficaram embaixo do deck, bebendo. Quando John e Mark ficaram sóbrios, Debora e Brad finalmente foram descansar. Eles acordaram no meio da noite com gritos desesperados, e perceberam que o barco estava inundando rapidamente. John e Mark haviam prendido o timão e voltado a dormir.
Eles tentaram usar um pequeno barco salva vidas, que foi levado embora pela tempestade. Por sorte, eles tinham um bote inflável, onde todos entraram. Meg, que foi pega pelas cordas, chegou ao bote com cortes quase até o osso, nos braços e pernas.
Quando a tempestade se acalmou, apenas no dia seguinte, eles observaram que vários tubarões estavam ao seu redor. No terceiro dia, Meg já havia perdido muito sangue, e estava em estado praticamente catatônico, sem falar ou se movimentar. Mark e John haviam começado a beber água do mar, e começaram a ficar cada vez mais incoerentes e irracionais. John foi o primeiro a sair, pensando ter visto terra firme. Ele disse que ia comprar alguns cigarros, saiu do bote e nadou uma pequena distância, até afundar. Pouco tempo depois, Mark disse que queria dar um tempo, caiu do bote e foi devorado pelos tubarões. Na quarta noite, Meg morreu.
Na outra manhã, quando Brad e Deborah acordaram, o corpo de Meg estava rígido e eles a jogaram no mar. Pouco tempo depois, eles viram um barco se aproximando. Foi o fim da desastrosa viagem. História de filme.

9 – Troy e Josh
Em 25 de abril de 2005, Josh Long (17 anos) e seu melhor amigo, Troy Driscoll (15 anos), decidiram pescar tubarões na Carolina do Sul, sem perceber as bandeiras de aviso perto da praia. A maré levou-os rapidamente, e no estado nervoso de tentar voltar, John acabou derrubando sua nova vara de pescar. Frustrado, jogou as iscas no mar também.
Os garotos começaram sua jornada sem nenhuma comida ou água, ou meios pra conseguir isso. Além disso, eles não possuíam nenhum tipo de proteção contra o sol, fora suas roupas. O que podiam fazer para se refrescar era dar pequenos pulos na água, mas após um encontro com um tubarão, eles pararam.
Eles conseguiram aguentar por incríveis seis dias sem água e uma ocasional água-viva como comida. No sexto dia, após escrever mensagens de adeus no barco para suas famílias, eles ouviram outro barco e conseguiram ser vistos. Após o salvamento, eles foram direto para o hospital. A condição de Troy era tão ruim que os médicos disseram que ele iria sobreviver por apenas mais algumas horas. Mas eles estavam errados.

8 – Amanda Thorns e Dennis White
Amanda Thorns (25), seu pai Willie (64) e o padrinho Dennis White (64), saíram de Cape Cod no dia 6 de novembro. Apesar de Amanda ter viajado de barco com seu pai muitas vezes na região, era a primeira viagem longa dela, com destino a Bermudas.
Cerca do meio dia, o mar ficou muito agitado e eles foram obrigados a ficar na cabine esperando. Na quarta noite, com a tempestade ainda acontecendo, Willie ficou no deck cuidando de tudo enquanto Amanda e White tentavam dormir um pouco. Nesse meio tempo, ondas de 10 metros de altura bagunçaram o barco inteiro. O capitão, assim como o mastro e outras coisas, ficou preso em um amontoado de cordas, ao lado do barco. Eles tentaram de tudo para tirá-lo de lá, mas no fim tiveram que cortar as cordas.
Pelos próximos três dias, Amanda e White amarguraram a perda do pai e melhor amigo de dentro do deck, tirando água constantemente e tentando se manter quentes, enquanto a tempestade continuava. Tendo perdido todos os equipamentos de comunicação e energia no barco, não havia muito a se fazer. Enquanto isso, eles ouviam o mastro (que continuava pendendo do lado do barco) e a âncora serem atirados contra o barco, sabendo que em breve o estrago seria completo.
Dez dias após a morte do capitão, White conseguiu puxar a âncora para dentro. Como uma última tentativa de salvação, ele pegou o mastro de três metros e o recolocou no ponto principal. Com isso, eles chegaram a velejar 80 quilômetros no primeiro dia, com bom rendimento no segundo dia, quando finalmente um barco os avistou.

7 – Sobreviventes da caixa de gelo
No dia 23 de agosto, o barco de pesca de madeira Tailandês, com 20 passageiros, se partiu em pedaços e afundou. A maior parte da tripulação afundou junto e nunca mais foi vista. Dois homens entraram em uma caixa de gelo, usada para guardar peixes.
Um ciclone próximo foi o desencadeador os fortes ventos que causaram o desastre, e foi pura sorte a caixa não ter virado também. Ao mesmo tempo em que o clima foi uma maldição, foi uma benção, já que as chuvas das monções trouxeram água fresca.
Eles ficaram flutuando na caixa, comendo um pouco de peixe velho que estava lá e bebendo água da chuva até o dia 17 de janeiro. Eles foram avistados por pura sorte, por um avião que passava por ali. Após o resgate, foram levados para o hospital, com séria desidratação, fome e queimaduras solares extremas.

6 – Os garotos de Fiji
Quando Samu Perez (15), Filo Filo (15) e Edward Nasau (14) decidiram ir para casa, saindo do atol Atafu em um barquinho de metal no dia 5 de outubro, mal sabiam o que os esperava.
O barco foi levado para longe de seu curso por correntezas muito fortes, e eles foram declarados mortos após longas buscas. Os parentes, em conjunto com 500 pessoas, choraram suas mortes e fizeram um serviço memorial para eles, enquanto eles flutuavam no oceano. Mal sabiam as famílias que os filhos apareceriam, 50 dias depois.
Enquanto se mantinham no barquinho, os garotos conseguiram ficar vivos comendo peixes crus e uma gaivota que cometeu o erro de pousar onde estavam os três famintos. Toda manhã eles tomavam a água da chuva que se acumulava no fundo do barco. Apenas dois dias antes do resgate, a morte pareceu iminente quando eles começaram a tomar água do mar, devido à escassez de chuvas nos dias anteriores.
Perto do fim de novembro eles foram encontrados por um barco pesqueiro. Eles não conseguiam nem ficar de pé direito, mas sobreviveram.

5 – Steven Callahan
Steven Callahan era um marinheiro experiente, arquiteto naval e inventor, e planejava viajar das Ilhas Canário até as Bahamas, pelo Atlântico, em um barco de 6,5 metros construído por ele mesmo. Cerca de uma semana após o começo da aventura, o barco sofreu um dano durante uma tempestade. Ele foi forçado a abandoná-lo com o bote salva-vidas e alguns suprimentos. Entre esses, estavam um saco de dormir, comida e água, cartas de navegação, um arpão, um equipamento para converter água do mar em água potável e uma cópia do livro “Sobrevivência no Mar”, de Dougal Robertson.
Sabendo que ninguém em terra firme esperava ouvir dele durante algumas semanas, o jeito era sobreviver. Durante 76 dias, ele flutuou pelo oceano.
Após o fim dos suprimentos, ele começou a pescar com sua arma. Após terminar a água, ele usou o equipamento solar para transformar a água do mar em potável (um total de 500 ml por dia). No dia 76, ele conseguiu ver terra firme pela primeira vez, e finalmente chegou ao seu destino. Mas não ficou um dia no hospital. Se recuperou na ilha e logo voltou a viajar de barco.

4 – Richard Van Pham
Richard Van Pham, de 62 anos, é de Long Beach, Califórnia. Ele partiu em maio, para uma viagem de 4 horas até a Ilha de Catalina. Uma tempestade no caminho acabou quebrando seu motor, mastro e equipamento de comunicação. Sem poder fazer o caminho de volta, ele flutuou com seu pequeno barco por mais de três meses.
Ele conseguiu caçar uma tartaruga, que comeu e usou como isca. Ele deixava pedaços da carne no deck, e quando pássaros vinham perto, ele batia com algo na cabeça deles. Richard deixava a água evaporar e usava o sal restante para conservar a carne. Ele também construiu um mecanismo para evaporar e filtrar a água do mar, obtendo água potável. Os pássaros ele assava em um grelha improvisada, com madeira do barco para acender o fogo.
Todos os dias ele olhava para o horizonte em busca de terra ou outro barco, mas quase nunca via nada. Então um dia viu um avião. O piloto deu um rasante, mostrando tê-lo avistado, e algumas horas depois um barco de resgate chegou, após quase quatro meses.
Como recompensa por seu incrível feito, Richard Van Pham ganhou outro barco, após o resgate, que tinha melhores equipamentos de comunicação e navegação. Mas nem dois anos se passaram, e ele foi descoberto novamente flutuando, perdido, no oceano, dessa vez por apenas alguns dias. O equipamento não estava no barco. Após o resgate, ele foi multado por não possuir o equipamento necessário a bordo.

3 – Maurice e Marilyn Baily
Marilyn e Maurice estavam viajando em seu iate de 10 metros por alguns meses quanto um desastre aconteceu. Eles saíram em junho, e planejavam viajar e imigrar para a Nova Zelândia. Em fevereiro do outro ano, eles conseguiram passar a salvo pelo canal do Panamá, e essa foi a última vez que alguém soube deles. Cerca de uma semana após a passagem, uma baleia bateu violentamente no barco. Vendo o grande buraco aberto no casco, por onde a água entrava, eles imediatamente liberaram o bote reserva e inflaram um bote salva vidas. Eles jogaram tudo que puderem dentro dos dois botes, que foram amarrados juntos.
Eles conseguiram salvar algumas latas de comida, um pequeno queimador de óleo, um mapa, uma bússola, um container de água, facas, canecas, passaportes, e um pouco de borracha e cola extras, antes de ver o iate desaparecer no oceano.
Durante os primeiros dias, eles comeram a comida enlatada e beberam água da chuva. Quando isso acabou, eles passaram a comer tartarugas, pássaros, peixes e até tubarões crus.
Eles contaram sete barcos que passaram perto, mas não pararam. Cada vez a esperança diminuía mais. Conforme os dias viravam semanas, e as semanas viravam meses, suas roupas apodreceram e os corpos desenvolveram queimaduras e machucados. O bote deteriorou até o ponto que precisava ser inflado diariamente.
No dia 30 de junho de 1973, o sofrimento finalmente chegou ao fim, quando um barco pesqueiro coreano passou perto e decidiu voltar para uma inspeção. Nesse momento, os dois estavam entre o consciente e o inconsciente, do que se pode presumir que eram suas últimas horas de vida. Ambos perderam quase 20 quilogramas cada, e não conseguiam nem ficar de pé. Finalmente, após ficarem a deriva por 2.400 quilômetros e 117 dias, eles foram salvos.


2 – Poon Lim
Poon Lim é dententor do recorde de sobrevivência no mar. Com 25 anos, ele estava em um barco mercante inglês. O navio saiu da Cidade do Cabo com uma tripulação de 55 pessoas, em 23 de novembro de 1942. Poucos dias depois eles foram atingidos por um torpedo de um navio nazista. O navio estava afundando rapidamente, e Poon decidiu pular. Após seu barco desaparecer no fundo do oceano, ele passou duas horas nadando até encontrar um bote salva vidas.
Já no bote, Poon encontrou uma jarra de água de metal, alguns biscoitos enlatados, sinalizadores, uma tocha elétrica e uma pequena quantia de água. Ele racionou tudo, comendo dois biscoitos por dia e bebendo poucos goles d’água, calculando o que daria para um mês de sobrevivência. Após o fim do primeiro mês, e vários barcos passarem sem perceberem ele, Poon se deu conta de que teria que aguentar até encontrar terra firme.
Ele pescava usando o fio da tocha como gancho e um pedaço de biscoito como isca. Após pegar o primeiro peixe, ficou mais fácil, já que podia usar um pouco da carne para pega o próximo. Ele também conseguiu pegar algumas gaivotas e tubarões, cujo sangue ele bebia para matar a sede. Ele fazia riscos no bote para calcular o tempo, e nadava duas vezes ao dia para impedir que seus músculos se atrofiassem.
No dia 131, Poon percebeu uma mudança na cor da água e mais pássaros ao redor. No dia 133, ele enxergou uma pequena vela no horizonte, e logo um pequeno barco veio salvá-lo. Ele estava na boca do rio Amazonas, e tinha cruzado o Atlântico. Poon perdeu apenas 10 quilogramas na jornada, mas manteve sua força e conseguia andar quando foi resgatado. Ele ainda mantém o recorde de sobrevivente mais longo em um bote, e afirma desejar que ninguém tenha que batê-lo.

1 – Pescadores mexicanos
Lucio Rendon, Salvador Ordonez e Jesus Eduardo Vivand, junto com outros companheiros, saíram em um barco de fibra de vidro para uma viagem de pesca de três dias no começo do dia 28 de outubro de 2005, do porto de San Blas Nayarit, no México.
Eles partiram e deixaram o equipamento pronto no deck, para a pesca do dia seguinte. Entretanto, no outro dia, não conseguiam encontrar o cordame. Eles passaram horas procurando, e gastaram todo o combustível atrás do caro equipamento. Quando notaram que estavam sem combustível, estavam muito longe para retornar, e os ventos, combinados com correntes fortes, levaram-nos para o oceano aberto.
Eles tinham suprimentos para cerca de quatro dias, mas após esse tempo, eles ficaram cada vez mais conscientes da falta d’água. A comida também havia acabado. Três dias se passaram sem comida e água. No fim do terceiro, eles sucumbiram e começaram a beber água do mar. Isso só fez com que eles sentissem ainda mais doentes. Porém, quando a noite chegou, eles puderem sentir o ar mais úmido, e no quarto dia uma pequena chuva começou. Eles cortaram o topo dos containeres de combustível e conseguiram encher quatro deles, obtendo 200 litros de água fresca. Já a comida não foi tão fácil. Lucio comenta: “Nós só comemos duas vezes em novembro. Fome como nunca imaginei antes”. A primeira refeição foi uma tartaruga que subiu à superfície para um pouco de ar. Eles tomaram seu sangue também, e dividiram a carne entre cinco pessoas, crua. Os outros dois tripulantes não conseguiram comer carne dessa maneira, e morreram de fome no fim do mês.
Eles continuaram caçando tartarugas e pássaros (Salvador fez uma conta no chão do barco, e no fim eles haviam comido 103 animais), e, após alguns meses, eles fizeram ganchos e começaram a pegar pequenos peixes, usados para pegar peixes ainda maiores.
Eles salgavam e secavam um pouco da carne quando não conseguiam pescar nada. Acredita-se que o único motivo para eles não terem pego escorbuto foi a grande quantidade de peixe, que, quando comidos crus, possuem pequenas quantidades de vitamina C.
Eles ficaram a deriva até nove de agosto de 2006, quando foram localizados pelo radar de um barco tailandês. Mais de nove meses no mar rendeu a eles o recorde de sobrevivência mais longa. Eles foram encontrados a cerca de 300 quilômetros da costa norte da Austrália, e haviam boiado por mais de 8.851 quilômetros, no oceano Pacífico. 


11
Mai17

11 de Maio de 1937: Morre Afonso Costa um dos principais obreiros da implantação da República em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República.

António Garrochinho


Jurista e político português, Afonso Augusto da Costa nasceu a 6 de março de 1871, em Seia, distrito da Guarda.

Em 1894, formou-se na Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra, onde lecionou durante 15 anos, e doutorou-se nessa mesma área, em 1895. Foi docente de Economia Política na Escola Politécnica de Lisboa e, em 1913, tornou-se diretor da Faculdade de Direito. Em 1900, entrou para o Parlamento, defendendo a partir daí a substituição da monarquia pelo sistema republicano. 

Como estadista português, foi um dos grandes vultos políticos da República, definindo uma parte significativa da sua estrutura legislativa. Foi por diversas vezes chefe de Governo e ministro das Finanças. 

Depois de implantada a República em 1910, foi ministro da Justiça do Governo Provisório, cabendo-lhe preparar e publicar algumas leis basilares do novo regime, como as respeitantes à separação da Igreja e do Estado, ao divórcio e à família. Assumiu por diversas vezes, entre 1913 e 1917, os cargos de chefe do Executivo e de ministro das Finanças, ficando-se-lhe a dever algumas das iniciativas de reforma social e institucional mais importantes do período da República parlamentarista. Como governante, Afonso Costa equilibrou as finanças públicas, criou o Ministério da Instrução e foi o responsável por legislação de relevo nas áreas da economia, das finanças, da justiça, do trabalho, etc. Em todo este labor, aliava a sua competência técnica de jurista a uma qualidade invulgar de homem de Estado. 

Defensor da entrada do país na Primeira Guerra Mundial, Afonso Costa afirmava que só dessa maneira o país se livraria da tutela inglesa e defenderia eficazmente os seus interesses nos territórios ultramarinos. Aliando-se a António José de Almeida, constituiu a chamada União Sagrada, que governaria até 1917, isto é, até à altura em que se deu o golpe de Sidónio Pais. Afonso Costa foi então preso. Uma vez libertado, partiu para França, exilado, mas não demoraria a voltar para Portugal. Morto Sidónio Pais, a situação política proporcionou o regresso. 

 Em 1919, foi nomeado chefe da delegação portuguesa à Conferência de Paz e à Sociedade das Nações. Depois, porém, deu-se o golpe de 1926, que instaurou a Ditadura Militar, seguindo-se-lhe a consolidação do Estado Novo, alguns anos mais tarde. Num país que vivia sob um regime político que não era aquele por que desde novo combatera, Afonso Costa veio a morrer a 11 de maio de 1937, em Paris, França.

Fontes: Infopédia
wikipedia (imagens)
Afonso Costa assina a Lei da Separação do Estado das Igrejas.


Pormenor do quadro de William Orpen, A Assinatura da Paz na Sala dos Espelhos, Versalhes, 28 de Junho de 1919. Afonso Costa é um dos políticos retratados (de pé, segundo à esquerda
11
Mai17

11 de Maio de 1904: Nasce o pintor surrealista espanhol Salvador Dalí

António Garrochinho


Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol, conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista.

Nasceu a 11 de Maio de 1904, em Figueres e iniciou a sua educação artística na Escola de Desenho Municipal. Em 1916, durante as férias de Verão em Cadaquès, descobriu a pintura impressionista. Em 1922, Dalí foi viver para Madrid, onde estudou na Academia de Artes de S. Fernando. Nessa época, ele já chamava a atenção nas ruas como um excêntrico, usando cabelo comprido, casacos longos, um grande laço no pescoço, calças até ao joelho e meias altas.

Nos quadros fazia experiências com o cubismo e o dadaísmo. Tornou-se amigo do poeta Federico García Lorca e do cineasta Luis Buñuel.


Dalí foi expulso da Academia de Artes em 1926, depois de declarar que ninguém ali era suficientemente competente para avaliá-lo. Foi nesse mesmo ano que Dalí fez a sua primeira viagem a Paris, onde se encontrou com Pablo Picasso.


Nos anos seguintes, realizou uma série de trabalhos influenciados por Picasso e Miró, enquanto ia desenvolvendo o seu próprio estilo.

O ano de 1929 foi importante para Dalí. Ele colaborou com Luis Buñuel na curta-metragem "Un Chien Andalou". Em Agosto de 1929 conhece a sua musa e futura mulher, Gala Éluard (Elena Ivanovna Diakonova, uma imigrante russa, na época casada com o poeta Paul Éluard). Ainda em 1929, Dalí fez várias exposições importantes e juntou-se ao grupo surrealista no bairro parisiense de Montparnasse. 


Em 1939 os membros do grupo surrealista expulsaram Dalí por motivos políticos, já que o marxismo era a doutrina preferida no movimento e Dalí  declarava-se "anarco-monárquico". Dalí respondeu à sua expulsão declarando: "O surrealismo sou eu".

O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do Renascimento. O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney na curta metragem de animação Destino, que foi lançada postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound. Também foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista.

Dalí insistiu na sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros que ocuparam o sul da Espanha, e atribui a isso o seu amor por tudo o que é excessivo e dourado e a sua paixão pelo luxo. Tinha uma reconhecida tendência por atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte. Ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, já que sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho artístico. Dalí faleceu em Figueres a 23 de Janeiro de 1989.





Salvador Dalí fotografado por Carl Van Vechten em 1939
File:Salvador Dalí 1939.jpg
Atomicus Dalí, fotografía de 1948 de Philippe Halsman, onde explora a ideia da suspensão, representando três gatos que voam, um cubo de água lançada e Salvador Dalí
File:Salvador Dali A (Dali Atomicus) 09633u.jpg

File:SalvadorDali-SoftConstructionWithBeans.jpg
Construção mole com feijões cozidos ou Premonição da Guerra Civil - Salvador Da
11
Mai17

Saiba mais sobre os lobos

António Garrochinho


Há muito tempo atrás, uma parte dos lobos resolveu seguir os humanos e comiam os restos de comida deixados por eles. Foi deles que surgiram os cães modernos.


Porém uma outra parte preferiu manter seu estilo de vida selvagem, longe dos humanos e se tornaram os lobos que conhecemos hoje, que são mais inteligentes, exímios caçadores e ainda bem maiores do que os cães. Então, vamos saber mais sobre a vida desse animais incríveis.

Sem mais delongas, vamos ao vídeo:



tudorocha.blogspot.pt
11
Mai17

ESTES GAJOS ESTÃO A TREINAR, CAMARADAS

António Garrochinho



Porra, que me tocou na fase histórica em que apareço à Humanidade, estar paredes-meias com um povo de metecaptos, de cobardes e de marionetas incultas sem adn cívico.
Que as televisões salazarentas, tenham feito conluio com o ataque “fascista” do descerebrado especialista do “mata leão”, expressão utilizada de forma babada por renomados “doutores” televisivos, no selvático ataque a um cidadão estrangeiro que protestava numa repartição de finanças, percebo porque Portugal parece uma sanita em laboratório de indigência ideológica.
O que me pareceu mais insuportável do que a lavagem ao cérebro que as televisões cavalgaram, tentando concluir EXACTAMENTE o contrário do que vimos e ouvimos daquela gravação conhecida, foi a posição oficial do sindicato dos trabalhadores dos impostos que optaram por uma posição xenófoba, de recalcamento rácico e de apoio, inequívoco, à violência.,
Então, agora, protestar contra as várias manifestações de arrogância de funcionários malcriados e arrogantes já se é susceptível de se ser atacado “à mata leão” da puta que os pariu? Esses bichos anti-democratas, no caso da GNR, têm o aplauso das suas tropelias contra os direitos humanos e a Constituição da República?
Não teria sido preferível chamar o Prof. Marcelo a comparecer na arbitragem do conflito entre um gnr doentio e um cidadão que precisava de ajuda, tanto mais que é estrangeiro? Tudo teria sido preferível ao ataque que vitimou momentaneamente o jovem brasileiro.
Guilherme Antunes (facebook)
11
Mai17

VÍDEOS - O GRANDE DESFILE DA VITÓRIA NA RÚSSIA

António Garrochinho


VÍDEOS
Setenta e dois anos atrás, a União Soviética celebrou a Vitória sobre a Alemanha nazista. Desde então, o dia 9 de maio passou a ser uma das datas mais celebradas da Rússia. Foi assim que às 10 horas em ponto Moscou acolheu um grande desfile militar para celebrar o 72º aniversário da Vitória. Além do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o coronel geral Oleg Saliukov, chefe das tropas terrestres russas, que dirige o desfile, também assistiu a este evento o presidente Vladimir Putin.


Neste ano participaram do desfile militar mais de 10.000 soldados de toda classe das forças armadas russas e mais de 100 unidades de equipamentos bélicos. Como já é tradicional, Putin fez um discurso em que destacou a contribuição heroica do povo soviético à derrota do nazismo.

- "Não há, não teve nem terá uma força capaz de escravizar o povo russo", asseverou Putin. - "Nunca esqueceremos que a liberdade da Europa e a paz no planeta foram conquistados precisamente por nossos pais, avôs e bisavós".

No último ano, as forças armadas russas receberam mais de 6.000 unidades de armamento e material bélico que poderia ser integrado no futuro, entre eles mais de 470 unidades de tanques e veículos blindados, 130 aviões e helicópteros, 40 navios de diferentes tipos.
www.mdig.com.br
11
Mai17

OS PROGRESSISTAS DE TODO O MUNDO DEVEM A PARTIR DE SUAS TRINCHEIRAS, POR MAIS MODESTAS QUE ELAS SEJAM, ESTENDER A ONDA DE SOLIDARIEDADE AO REDOR DA INICIATIVA DO PRESIDENTE MADURO EM RELAÇÃO À CONSTITUINTE NA VENEZUELA BOLIVARIANA, QUE ABRE A VIA DA PA

António Garrochinho




Martinho Junior (facebook)




OBSTRUIR POR TODOS OS MEIOS ESSA LUTA, COM AS ACÇÕES VIOLENTAS QUE A HEGEMONIA UNIPOLAR DELIBERADAMENTE FOMENTA, É ALGO QUE OS ANGOLANOS, TENDO EM CONTA A VIVÊNCIA DO CHOQUE NEOLIBERAL PROTAGONIZADA POR SAVIMBI, ENTENDEM E POR ISSO OS ANGOLANOS DEVEM JUNTAR A SUA VOZ AOS PROGRESSISTAS DE TODO O MUNDO PARA QUE A VENEZUELA BOLIVARIANA E TODA A AMÉRICA LATINA, ALCANCE A PAZ A FIM DE SE PODER ERGUER INDEPENDENTE, SOBERANA E DEMOCRÁTICA, DE FORMA A CONSTRUIR UM FUTURO MELHOR PARA TODOS OS SEUS POVOS!

NA VENEZUELA BOLIVARIANA A EMERGÊNCIA MULTIPOLAR TEM TODOS OS SENTIDOS POSTOS, POIS OS RELACIONAMENTOS SÃOS ENTRE AS NAÇÕES, OS ESTADOS E OS POVOS, É UM PATRIMÓNIO COMUM QUE URGE DEFENDER CONTRA AS OBSTINADAS INGERÊNCIAS DA HEGEMONIA UNIPOLAR!

CONSTITUINTE
Publicado em 06 de maio, 2017
Elías Jaua Milano.
 

Ante a decisão de uma parte da oposição venezuelana de abandonar o espaço da política democrática, escolhendo o caminho da violência e da intervenção estrangeira, o Presidente Nicolás Maduro tomou a iniciativa constitucional de convocar a uma nova etapa do processo constituinte convocado inicialmente por nosso Comandante Chávez, desde 1999, como a opção que possibilita uma via eleitoral em todas as ordens e que resolve o problema da injustificável negação da oposição a dialogar com o governo legítimo e legal da República. 
O objetivo é obter um novo desencadeante histórico, como o ocorrido em 1998, quando escolhemos a nosso Comandante Chávez, que permita a nosso povo seguir o rumo pacífico das transformações profundas que necessita nossa sociedade, deixando de lado as ameaças de golpe de Estado, guerra civil ou intervenção estrangeira. 
A convocatória do Presidente Maduro tem ocupado a agenda política nacional, isolando cada dia mais aos violentos. No fragor do debate tem surgido as primeiras interrogantes, que tentarei responder neste artigo: 

1. O que é o Poder Constituinte? 
O primeiro pensador que lhe dá corpo teórico à noção de poder constituinte, é o francês Emmanuel Sieyes, que em 1788, no marco da pré-revolução francesa postula que a Nação, entendida como vontade comum, é depositária de um poder originário a partir do qual se constituem os poderes do Estado, por isso o chama Poder Constituinte. 

2. O que é a Assembleia Nacional Constituinte? 
É o espaço jurídico onde os representantes escolhidos pelo poder constituinte se encontram para acordar a convivência social e a normativa jurídica que a rege, a Constituição. 

3. Existe a figura na Constituição da República Bolivariana da Venezuela? 
Nossa Constituição Bolivariana, resultante do processo constituinte liderado pelo Comandante Hugo Chávez, reconhece em seu artigo 347, que existe um poder originário. 

4. Quais são suas funções? 
Transformar o Estado, criar um novo ordenamento jurídico e redigir uma nova Constituição. 

5. Por que se convoca neste momento? 
Para promover um grande diálogo nacional, que freie a escalada de violência promovida por parte da direcção opositora, preserve a Independência e a paz da República e deixe sentadas as bases constitucionais de um modelo social onde possamos viver todos e todas com reconhecimento mútuo, igualdade, justiça, paz e dignidade. 

6. Pode o Presidente da República convocar à Assembleia Nacional Constituinte? 
O artigo 348, da nossa Constituição de 1999, estabelece que o Presidente da República, a Assembleia Nacional; os Conselhos Municipais ou os cidadãos e cidadãs podem tomar iniciativa de convocá-la. Neste caso o Presidente Nicolás Maduro tomou a iniciativa. 

7. Como se escolhe a seus membros? 
Por voto universal, secreto e direto. 

8. Por que o Presidente Maduro propõe que haja dois âmbitos de eleição, territorial e setorial? 
Dado que nossa Constituição Bolivariana de 1999 reconhece o caráter multiétnico e pluricultural de nossa sociedade e estabelece o papel participativo e protagónico que devem ter os setores sociais, no exercício da democracia, considera-se pertinente a eleição por setores, além da eleição territorial. 
É por isso que o Presidente tem exposto que os principais setores sociais devem escolher seus constituintes de maneira específica e também no âmbito territorial. Todos e todas vamos votar. 

9. Sob que critério se escolhem os setores? 
Considerando que existam registros institucionais, históricos, confiáveis e verificáveis que garantam o princípio de universalidade do respectivo setor. 

10. Como se postulam os candidatos? 
Nos 2 âmbitos se fará por iniciativa própria, com o aval de um número de assinaturas cidadãs, que fixará o Poder Eleitoral. 

11. A dualidade do voto é discriminatória? 
Não, porque priva o princípio de que cada pessoa tem tantos votos como cargos haja para escolher em seu circuito. Tal como ocorre nos circuitos plurinominais e nos circuitos indígenas. 

12. Podem seguir funcionando os poderes públicos constituídos uma vez que entre em funcionamento a Assembleia Nacional Constituinte? 
Podem, mas em forma alguma poderá opor-se às decisões da Assembleia Nacional Constituinte, tal como o expressa o artigo 349 de nossa Constituição de 1999. 

13. A Assembleia Nacional Constituinte redige uma nova Constituição? 
Sim, aprofundando e ampliando as bases doutrinárias de Independência, Soberania, Democracia Participativa e Protagônica, pluriculturalidade, economia mista e igualdade social consagradas em nossa Constituição Bolivariana. 

14. O que se debaterá na Assembleia Nacional Constituinte? 
A Assembleia Nacional Constituinte fixará sua agenda de discussão em base às prioridades nacionais. Entretanto o Presidente como convocado, tem proposto 9 linhas programáticas para o debate constituinte: A paz como necessidade, direito e desejo da Nação; O aperfeiçoamento do sistema econômico nacional para a Venezuela Potencializa; Constitucionalizar as Missões e Grandes Missões Socialistas; A ampliação das competências do Sistema de Justiça, para erradicar a impunidade dos delitos; Constitucionalização de novas formas da Democracia Participativa e Protagônica; A defesa da Soberania e a Integridade da Nação e amparo contra o intervencionismo estrangeiro; Reivindicação do caráter pluricultural da Pátria; A garantia do futuro, nossa juventude, mediante a inclusão de um capitulo constitucional para consagrar os direitos da juventude e a preservação da vida no planeta. 
Na mais pura tradição bolivariana de convocar à soberania popular para limpar o horizonte da Pátria, vamos a Constituinte pela paz e o futuro de nossa juventude. Que Deus e o povo nos acompanhem.

11
Mai17

PERGUNTA ESCRITA À COMISSÃO EUROPEIA DE MIGUEL VIEGAS NO PARLAMENTO EUROPEU Contingentes de importação de tomate

António Garrochinho

O Acordo de Associação entre a União Europeia e a Ucrânia realizado no quadro do golpe de estado ilegal apoiado pelas instituições Europeias, prevê já um contingente de importação de tomate processado isento de tarifas com 10 mil toneladas. Esta importação tem impactos profundamente negativos para Portugal onde este produto é considerado como altamente sensível para o interesse nacional. Portugal exporta anualmente para a União Europeia cerca de 195 mil toneladas de tomate processado.
Está neste momento em discussão no Conselho e no Parlamento Europeu uma proposta da Comissão Europeia de criação de um contingente suplementar de tomate processado de 5 mil toneladas isentos de direitos alfandegários para um período de três anos (Medidas Comerciais Autónomas).
Pergunto à Comissão Europeia quais os fundamentos desta proposta. Pergunto igualmente se foram realizados estudo que permitam avaliar as consequências deste contingente suplementar no mercado de tomate.


www.pcp.pt

11
Mai17

Em nome da paz? Como Washington disfarça ocupações com ‘intervenções humanitárias

António Garrochinho




















Caos controlado – eis como frequentemente é denominada a política travada pela Casa Branca no Oriente Médio e que muitas vezes leva à erupção de conflitos tribais, guerras civis e tensões internas, tudo sob o lema dos sagrados valores democráticos. A Sputnik explica quais são os motivos deste conceito de intervenção e qual é o seu provável futuro.

O dia tenebroso de 11 de setembro, por mais dramático e doloroso que seja, não passou como apenas uma tragédia nacional. Segundo muitos analistas, também lançou alicerces e serviu como uma espécie de pretexto para inicialização de uma nova fase da política externa americana que se caracterizou por intervenções de larga escala na região perturbada do Oriente Médio.Para tais ações se usa todo o tipo de justificações e conceitos articulados, no âmbito dos quais, com efeito, se pode motivar a ingerência em quase qualquer parte do mundo, mascarada pelos valores da paz e humanitarismo.

De boas intenções está o inferno cheio?

Um dos princípios mais amplamente utilizados é a responsabilidade de proteger (em inglês Responsibility to Protect ou R2P), que foi pela primeira vez utilizado em um relatório da Comissão Internacional sobre Intervenção e Soberania Estatal da ONU datado de 2011, e até hoje tem sido aproveitado para justificar as chamadas “intervenções humanitárias” encabeçadas, particularmente, por Washington.

A ideia principal do conceito assenta na premissa de que em caso de impotência dos governos internos em outros países, onde “se violam os direitos humanos ou se efetuam crimes em massa”, a responsabilidade de impedir o desenvolvimento ulterior da crise passa para a comunidade internacional (muitas vezes, isto quer dizer um só país e todos sabem qual é).

Basta ressaltar que o ativamente repercutido e debatido conceito de R2P se confrontou com o conceito inverso do então governo brasileiro que, por sua vez, sempre foi simpatizante da “força suave” nas relações exteriores. Em vez do conceito americano, o governo petista, naquela época encabeçado pela presidente destituída Dilma Rousseff, propôs seu princípio de responsabilidade ao proteger que foi expressamente apoiado por muitos países em desenvolvimento. A ideia-chave do conceito brasileiro trata da necessidade de obter uma permissão oficial dos órgãos internacionais, em primeiro lugar do Conselho de Segurança da ONU, ou um pedido formal das autoridades do país, antes de iniciar uma intervenção militar ou “humanitária”. Mais que isso, tais autorizações devem ser precedidas por uma análise escrupulosa e profunda da situação interna no país-alvo da ingerência, sendo que todos os outros métodos pacíficos de solução do conflito já se terão esgotado.

Nem vale a pena explicar que a iniciativa brasileira, apesar de ter sido saudada por muitos países-membros das Nações Unidas, nunca chegou a ser levada a sério pelos mastodontes do palco internacional que, pelos vistos, têm suas próprias “regras de comportamento”.

Mas afinal, por que é que os EUA aspiram tanto a dominar no Oriente Médio sem ligar a todas as consequências da sua política, baixas civis e militares (inclusive deles próprios), dezenas de cidades destruídas, bilhões de dólares gastos?

Primeiro, uma camada vasta da elite política americana, primeiramente neoconservadora e intervencionista liberal, com efeito, acredita em uma “missão especial” atribuída aos EUA. Isto é, a promoção dos pilares democráticos em todo o mundo que irrompeu, ganhando novo fôlego, com a Primavera Árabe em 2011. Infelizmente, os arquitetos desta política frequentemente se esquecem de que nem todos necessitam e querem esta democracia por diferença de mentalidade e registro cultural.Em segundo lugar, não se pode descartar o enorme lobby saudita e israelense no meio do Congresso americano que, efetivamente, afeta os interesses nacionais de Washington e influi muito no seu bem-estar econômico. Embora as atividades de lobby sejam formalmente proibidas pela legislação nacional, ao longo dos últimos anos tem funcionado um evidente sistema de pesos e contrapesos ente a Casa Branca e estes dois países mais prósperos da atribulada região.

Efeito de dominó: como a ‘praga americana’ alastrou pela região

Como já foi ressaltado, o “advento” americano nos países árabes se iniciou, principalmente, após os trágicos acontecimentos em Nova York no ano de 2001, ou seja, os ataques do agrupamento terrorista Al-Qaeda que levaram quase 3 mil vidas de cidadãos americanos. A ira foi grande, a sede pela vingança também. Em outras palavras, era um momento ideal para iniciar uma campanha intervencionista fora, sem necessidade de justificá-la, nem perante a comunidade internacional, nem perante sua própria população.

Deste modo, em 7 de outubro de 2001, os EUA iniciaram a operação Liberdade Duradoura no território afegão, denominando como seu objetivo principal derrotar a organização terrorista do Talibã. O governo talibã, com efeito, acabou perdendo o poder e a força militar, porém, passou a travar uma guerra de guerrilha, provocando ainda mais tensões e vítimas do conflito. Na sequência disso, a intervenção americana no Afeganistão acabou por ser a guerra mais contínua na história do país, arrastando por 13 anos, e, na avaliação de muitos cientistas políticos, ainda aumentou o caos numa região que já não é controlada por ninguém.

Se a intervenção em território afegão foi mais ou menos compreensível para a comunidade internacional e teve várias condições prévias, a ocupação do Iraque (2003-2011) tem gerado muito mais polêmica pela ambiguidade de seus argumentos. Os principais motivos usados na época pelo governo de George W. Bush envolviam o alegado desenvolvimento de armas de destruição em massa iraquianas e a suposta ligação entre o líder do país, Saddam Hussein, e a Al-Qaeda, organização com a qual os EUA sonhavam acertar as contas. Entretanto, a coalizão internacional encabeçada por Washington nunca recebeu nenhuma resolução do Conselho de Segurança, o que, em princípio, se entende como uma gravíssima violação do direito internacional.

O presidente iraquiano acabou por ser executado pelos serviços secretos dos EUA, enquanto o país ficou dilacerado pela guerra civil e, consequentemente, pela insurgência de novos agrupamentos radicais como o Daesh. Porém, nunca ninguém conseguiu apresentar as malditas provas do desenvolvimento de quaisquer armas de destruição em massa em território iraquiano ou das respectivas ligações criminosas do líder nacional.

Com a erupção da chamada Primavera Árabe, vista por muitos como um fenômeno artificial, estourou um novo conflito desastroso — a intervenção militar na Líbia em 2011. No âmbito dela, as forças da OTAN fizeram questão em criar uma zona de exclusão aérea no espaço aéreo líbio para que as forças governamentais não pudessem atacar as forças rebeldes, aparentemente apoiadas pelo Ocidente, o defensor da democracia.
É interessante que, antes do colapso do “regime sangrento” de Muammar Kadhafi e seu consequente assassinato, a Líbia tinha sido um dos países mais prósperos da região, com produção petrolífera poderosa, subsídios sociais altos e serviços de ensino e saúde pública gratuitos. Basta apresentar apenas um fato: na época, o salário médio na Líbia somava mil dólares, enquanto o subsídio de desemprego era de 700-800 dólares. Hoje em dia, o país se encontra em uma paralisia econômica completa, um vácuo político e enfrenta uma pendente ameaça terrorista. Estas são a “democracia e paz” que os países-membros da Aliança Atlântica quiseram promover com seu conceito “responsabilidade de proteger”?Ainda resta a Síria. O país que ainda continua lutando para não cair sem regresso neste “caos controlado”, porém, as forças já são escassas. E dá medo imaginar o que seria do país se os outros atores, inclusive a Rússia, não tivessem forçado Washington a entrar em diálogo e tentar acordar com outros as suas ações militares no país debilitado por extremismos de toda a espécie.

Sob governo Trump, a hegemonia americana no Oriente Médio chegará ao fim?

Hoje em dia, são numerosos os políticos e especialistas que predizem a perda da influência pelos EUA nesta região turbulenta. Para muitos é evidente que, no contexto da ameaça jihadista eminente que que afeta todo o mundo sem exceção, os EUA já não se podem posicionar como os atores principais, para não dizer únicos, no Oriente Médio.

Aparecem outros — inclusive a Rússia, o Irã e a Turquia, o que obriga Washington a dialogar, por menos que ele o queira. Para os falcões americanos, isto pode parecer um sintoma de fraqueza e simbolizar uma derrota, mas do ponto de vista do senso comum — é um passo inevitável no caminho para a estabilidade regional. Outra questão é se a Casa Branca deseja tal estabilidade.

Basta sublinhar que no meio da elite americana o conceito agressivo de intervenções no estrangeiro também perde cada vez mais terreno. Por exemplo, 10 anos atrás a ocupação do Iraque era apoiada por dois terços do establishment americano. Já em 2016, no decorrer das primárias e das próprias presidenciais, a campanha iraquiana dos EUA foi criticada por todos os candidatos, caracterizada por muitos como um “grande erro”.Há vários indícios que mostram que Washington já não pode se nortear pelas regras do jogo estabelecidas por ele 15 anos atrás e se comportar como se fosse a única voz forte na região. Isto se vê pela política cada vez menos dependente e até ousada de Israel, levando em conta sua construção de assentamentos não apoiada por Washington, pela compostura agressiva do Irã e, claro, pelo papel russo cada vez mais crescente na solução do conflito sírio.

Durante o governo de Trump, parece que tudo vai depender da sua flexibilidade. Sendo um homem de negócios, ele deve se dar de conta de que um compromisso é sempre mais proveitoso e construtivo do que uma confrontação e tentar construir um diálogo duradouro com os novos atores no Oriente Médio. Caso contrário, as consequências podem ser desastrosas não só para a região, mas para todo o mundo.


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11
Mai17

OLHÓ AVANTE ! - Respirar de alívio?

António Garrochinho


Jornal «Avante!» - Opinião - Respirar de alívio?

  • Ângelo Alves 

Respirar de alívio?


«A Europa e o Mundo respiram de alívio». Foi este o título de variados jornais a propósito das eleições presidenciais francesas.
Não é a primeira vez que se diz «tudo e um par de botas» sobre as eleições em França. Há cinco anos Hollande era dado como o homem que ia «alterar o paradigma» e «mudar a França e a Europa». Agora a «Europa e o Mundo respiram de alívio», «virou-se uma página» na política francesa e o povo francês «escolheu um futuro europeu» e «o caminho da Europa forte e Unida».
Mas quem é que pode respirar de alívio? É naturalmente positivo que Le Pen não tenha sido eleita, mas as causas do crescimento da extrema-direita mantiveram-se intocadas. Desde logo porque Macron foi muito claro na campanha eleitoral e no discurso de vitória: seguirá um programa ultraliberal desenhado pelo grande capital e defenderá com unhas e dentes a União Europeia e os seus pilares neoliberal, militarista e federalista. E essa é uma das causas da extrema-direita.
Macron não significa nenhum virar de página na política francesa, bem pelo contrário. A novidade em França é que a morte anunciada do PS francês deu à luz uma força política, apresentada como «nova» e sem ideologia, mas na verdade directamente controlada pelo grande capital. Uma força que para lá de Macron, ex-banqueiro, tem na sua equipa de direcção alguns dos principais quadros de grupos como a Altice ou a Bouygues Télécom. Um partido para onde correm já figuras como Manuel Valls e que tem na «short list» para primeiro-ministro nomes como Christine Lagarde ou Bayrou.
Macron representa o que de mais velho existe na política: a manipulação. A sua «Europa forte e Unida» irá aprofundar ainda mais as contradições. O seu discurso, também populista, criará, quando confrontado com a sua real política, ainda maiores frustrações no povo francês. Não, não se pode respirar de alívio, de forma nenhuma. O respiro de alívio do grande capital visa asfixiar os caminhos da alternativa. Mas a luta continua!
11
Mai17

A IMUNDÍCIE

António Garrochinho


No P”S” é como se vê. No inicio, reconhecimento total da proposta do extremista e filho de extremista, Rui Moreira. Ora, sem fazer juízos de valor, a candidatura de RM é a mais de direita de toda a história autárquica do Porto pós-Abril de 74. O P”S” apoiava-a vigorosamente até que o Ruizinho, finalmente, congeminou uma desculpa para se ver livre daquela ratoeira.
“Ratoeira” é o insalubre Manuel Pizarro, um cromo insignificante, que havia aceitado a missão do aparelho de dirigentes alados da mitologia “democrática” daquela burguesia insípida.
Parecem ratos que saem do seu Largo.
Ginasticados, ei-los todos disponíveis para fazer o que melhor sabem. Saltar daqui para ali e de ali para acolá. Dizer não onde já tinha havido sim. De apoio resplandecente ao actual presidente tripeiro, rapidamente e em força, como num passe de mágica, lá vão eles noutro comboio e siga a “navy”.
Como cereja no topo deste bolo, o cavalheiro Pizarro, do alto da sua filigranada educação democrata e republicana, já anunciou, com noção de Estado, que não fará campanha contra RM.
Colocou os dedinhos dentro do recipiente de água com limão, sacudiu-os com moderação, depois bebeu um excelente conhaque e pagou a conta generosamente
Guilherme Antunes (facebook)

11
Mai17

CDS-PP quer levar campanha autárquica para o Parlamento Cristas copia projectos de expansão do Metro e apresenta-os como seus

António Garrochinho


Assunção Cristas propôs a construção de 20 novas estações de metro em Lisboa, no debate quinzenal desta quarta-feira. No entanto, a proposta não tem nada de novo – constam de propostas da CDU apresentadas nos últimos anos.
A líder do CDS-PP, que é também candidato do seu partido à Câmara Municipal de Lisboa, tem usado os debates quinzenais para dar visibilidade à sua campanha autárquica
A líder do CDS-PP, que é também candidato do seu partido à Câmara Municipal de Lisboa, tem usado os debates quinzenais para dar visibilidade à sua campanha autárquicaCréditos/ Agência LUSA
A expansão da rede do Metro de Lisboa animou o debate quinzenal com mais um número da líder do CDS-PP, Assunção Cristas. Hoje, para além dos gráficos habituais, levou impresso uma proposta de 20 novas estações, sem prazo nem calendarização.
Proposta de expansão da linha do Metro de Lisboa apresentado por Assunção Cristas, no debate quinzenal de 10 de Maio de 2017 Créditos
No momento em que Cristas mostou o seu mapa, ficou claro que a proposta não era inovadora: o plano de expansão da rede de 2009 já previa grande parte das novas estações.
Na zona Oriental da cidade, absolutamente nada de novo, com a ligação do Aeroporto ao Campo Grande e extensão à Portela e a Sacavém. A norte, a ligação de Telheiras à Pontinha é igual e, na Linha Amarela, a candidata à Câmara Municipal de Lisboa é mais comedida: vai até Loures mas apenas com duas paragens após Odivelas, em Frielas e Santo António dos Cavaleiros. Em 2009, a promessa era chegar ao Infantado e com um ramal que passaria no centro de Odivelas e na Ramada.
Plano de expansão do Metro de Lisboa 2010-2020, apresentado em Setembro de 2009 Créditos
As estações da Avenida do Uruguai e de Benfica também já constavam do plano, mas a chegada prevista ao Hospital Amadora-Sintra (a partir da Reboleira), tal como prometida em 2009, é deicada cair pelo CDS-PP.
A grande novidade parece ser a extensão da rede até Algés, quando em 2009 não ia além de Alcântara e do Alvito. O «rasgo» de Cristas, como apresentou a proposta, inclui paragens em Santo Amaro, na Ajuda e em Belém.
Projecto de expansão da rede do Metro de Lisboa, sem data Créditos
Mas também aqui o «rasgo» não chega tão longe quanto parece. Um mapa oficial, sem data, já previa a ligação do Metro não só a Algés mas a Miraflores.
Os planos já foram muitos, o difícil tem sido colocá-los em prática. Nos últimos anos houve várias propostas nas autarquias afectadas pelos atrasos a exigir a concretização da expansão do Metro de Lisboa. Uma das últimas foi uma moção apresentada pelos vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa, em Junho do ano passado, cujo último ponto propunha dar prioridade à «concretização do acesso, via linhas Amarela e Vermelha, a Campolide, Campo de Ourique, Estrela, Alcântara, Ajuda e Belém».
Já em Setembro de 2010, um ano após a apresentação do plano 2010-2020, os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Loures criticavam a retirada da ligação à sede de concelho na alteração ao Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa.


www.abrilabril.pt
11
Mai17

A OPINIÃO DE OUTROS - QUE SURREAL OPOSIÇÃO!

António Garrochinho


(Joaquim Vassalo Abreu, 10/05/2017)
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O “Surreal”, neste caso, corresponde a algo que se sente ser estranho, da ordem do absurdo e que dificilmente poderemos, mesmo com toda a nossa boa vontade, classificar como realidade.
Vem isto a propósito do debate quinzenal hoje ocorrido na Assembleia da República. O tema central era o “Emprego” e a sua evolução.
O Primeiro Ministro lá falou dos últimos números, da evolução recente, do impacto que isso tem na Economia real e coisas mais e, como é norma, segue-se a interpelação do líder da Oposição, para rebater, para contestar, para concordar ou então para dizer “mas”…
Estava eu a seguir em directo (agora tenho algum tempo pois sou reformado!) e quem apareceu a liderar a oposição? O Montenegro! E pensei logo (e escrevo como penso), “cadê” o outro? Sim, o que é suposto ser? Não o via ou a TV não mo mostrava…Estaria lá? Mas, afinal, estava! Delegou, portanto! Ou “encolheu-se”, para não dizer coisa melhor!
Em seu lugar, enquanto ele estava afundado na sua toca, pois não o via, surgiu aquela “sirigaita”, de pé, como elas se põem para observar em redor, de nariz empinado e orelhas encolhidas, com um espaço sobre labial pronunciado que lhe ofusca a boca, a perorar sobre as virtualidades do anterior governo (sem o qual não haveria este, é claro) que, pasme-se, criou as condições para que o emprego neste cresça e mais, que no seu a criação de emprego foi ainda maior…
Daí o “surreal”! Quer dizer: quando entraram para o governo, em  2011, o desemprego estava na ordem dos 8%, por exemplo, nos primeiros anos do seu governo subiu para 17% e, depois, com os dados que sempre soubemos (emigração, fuga, cortes nos subsídios e implemento de “emprego” fictício através de programas sazonais de cursos subsidiados pelo IEFP), conseguiram descê-lo para os cerca de 12%, para ser benévolo! Criação líquida de emprego? Próximo do zero…
E, perante a anunciada, e confirmada pelo INE, baixa do Desemprego para a volta dos 10%, em apenas um ano, perante a criação líquida, neste mesmo período, de 153 mil postos de trabalho, perante o evidente aumento da confiança dos agentes económicos e perante todos os dados disponíveis, de quem vem falar o “sirigaita”? Da estabilidade da Segurança Social! E porquê? Porque o Ministro Vieira da Silva, o autor da anterior reforma, afirmou que, perante a factualidade, o quadro social em que se vive e o que se adivinha, de um ponto de vista de normal antecipação, nos devemos precaver para um futuro que, daqui a doze ou quinze anos, a não se fazer nada, será complicado…
E então foi aí que eu descortinei (por que a TV mo mostrou) que, afinal, o “laparoto” estava lá! E mais, vi-o a rir-se! Donde pensei com os meus botões: só pode ser do “serigaita”, aquele Monte de Negro, que mandou para a liça!
Agora faço aqui um parêntesis para explicar o “laparoto”! “Láparo” já sabemos o que é, e não é invenção minha pois há aí um Blog que se farta de, com propriedade, o apelidar por aquilo que realmente ele é: um láparo! Eu, até agora, o máximo onde consegui chegar foi chamar-lhe  de “Rabbit”,  num texto que publiquei. Mas é um “láparo”, disso não tenhamos dúvidas…
Mas eu, que durante vários anos vivi no Alto Minho, mais propriamente em Paredes de Coura, sei que lá o termo “laparoto” era bem comum! E que queria tal palavra significar? Nada mais que “ espertalhão”, “palerma”, “tonto”, “pobre diabo”…etc! “Lapin”, em Francês!
Portanto, o “laparoto”, espertalhão, passou a bola e mandou avançar o “serigaita”! Que afirmou esta coisa extraordinária: “Agora há mais pessoas a receber o salário mínimo”! Música para os ouvidos do Costa, está-se mesmo a ver, que lhe ripostou: Pois bem, há mais pessoas a receber um Salário Mínimo que já aumentou duas vezes e ainda, até ao fim da legislatura, vai aumentar mais duas. E há mais emprego com os empregados, apesar de tudo, a receberem mais do que V.Exªs queriam e diziam ser fatal para a Economia….
Música celestial, portanto, como a questão da Segurança Social! Primeiro Costa disse-lhe aquela fatal frase que foi: “ Não podemos fazer num dia o que vocês destruíram em quatro anos!”. E quando a “serigaita”, agora já com o “laparote” ao lado rindo-se, não consigo saber do quê, mas continuo a presumir ser da figurinha do Monte Negro ao seu lado, disso falou, levou com o inevitável: “ Então quem é que dizia que ia cortar 600 milhões nas Reformas?”
Ficção, disse o “serigaita”, com a “laparoto” ao lado, agora visível, com os seus pronunciados lábios cerrados.
Até que se deu a apoteose final, qual girândola, as “Reservas” e “Provisões” do Banco de Portugal… “Francamente” disse Costa: pensava-o mais preparado! E a Catarina, feita especialista, aproveitou e fez-lhe um desenho!
Mas, entretanto, a Cristas apareceu com uns quadros dizendo, prometendo ou exigindo mais Vinte (20!) estações do Metro para Lisboa! O Costa mostrou-lhe uma fotografia, no seu telemóvel, de há um ano e… ela, o “serigaita” e o “laparoto” ficaram para segundo plano…
Se fosse eu onde é que me meteria? Na toca! E não mais de lá sairia!
Que pobreza, My God!


estatuadesal.com
11
Mai17

Fátima, a versão oficial dos factos - Convém aqui esclarecer que a Lúcia é, na opinião de muitas pessoas, uma doente mental, certamente devido à hereditariedade que sobre ela pesa, pois o pai morreu vitimado pelo alcoolismo, sendo considerado o hom

António Garrochinho


Faz cem anos sobre as chamadas aparições de Fátima. Tenciono assinalar aqui o centenário com o que me ocorrer à pena. 
Começo por transcrever este texto, primeiro porque não o consegui encontrar na internet o que, se não é inabilidade minha, considero uma grande falta; segundo porque se trata dum documento único relativamente à versão oficial dos factos; terceiro porque entendo que há que recuperar a imagem do seu autor enquanto vítima duma história tão mal contada.

Artur de Oliveira Santos escreveu este relatório em 31 de Outubro de 1924.

Extraído de Tomás da Fonseca, Fátima: Cartas ao Patriarca de Lisboa, Rio de Janeiro, Editorial Germinal, 1955,pp.365-377.

Relatório do Administrador do Concelho de Ourém

Ex.mo Sr. Governador Civil do Distrito de Santarém

Encarregado por V. Ex.ª de elaborar com a máxima urgência, um relatório circunstanciado sobre a peregrinação de Fátima e seus antecedentes, “se os promotores estão ao abrigo das leis, motivo porque não se proibiu a peregrinação, em face das ordens transmitidas, e qual a corporação encarregada do culto”, vou desempenhar-me dessa missão, embora não possa, como era meu desejo, apresentar um trabalho completo, pois que assunto de tal magnitude levam muito tempo a tratar e faltam diversos elementos que é difícil, neste momento conseguir, tanto mais que o chamado milagre de Fátima tem  ramificação em muitos concelhos, onde principalmente impera o espírito fanático e reaccionário, sobretudo em Leiria. Esforçar-me-ei, contudo por corresponder, com honestidade e zelo, à prova de confiança que me é dada por V. Ex.ª.

Em 13 de Maio de 1917, Lúcia de Jesus, filha de António dos Santos, o Abóbora, e de Maria dos Santos Porvilheira, que ao tempo tinha 11 anos de idade, e Francisco e Jacinta, de 9 e 7, respectivamente, filhos de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus, todos residentes em Aljustrel, freguesia de Fátima, foram como era de costume, apascentar, de manhã, umas ovelhas, para a Cova de Iria, que fica a dois quilómetros da sede de freguesia e a 12 da sede do concelho. A Lúcia, que estava fixando o Sol, disse para o Francisco e Jacinta, que lhe tinha aparecido uma Senhora muito bonita em cima duma azinheira, vinda do lado do Sol, e que a convidara a aparecer no dia 13 de cada mês, à uma hora da tarde, durante o tempo de seis meses, porque tinha um segredo a dizer-lhe no mesmo sítio. Os dois parentes (de Lúcia) nada presenciaram; só mais tarde, a instâncias de interessados, se lembraram de dizer que também tinham visto a senhora. Convém aqui esclarecer que a Lúcia é, na opinião de muitas pessoas, uma doente mental, certamente devido à hereditariedade que sobre ela pesa, pois o pai morreu vitimado pelo alcoolismo, sendo considerado o homem mais ébrio da freguesia. Regressando a casa, a Lúcia repetiu aos pais e aos vizinhos o que dissera aos dois parentes.

Em 13 de Junho do mesmo ano, por ocasião da tradicional festa de Stº António, na sede de freguesia, foram à Cova de Iria umas 60 pessoas, movidas por curiosidade, e a Lúcia lá compareceu com os dois parentes a fitar o Sol e dizendo ver uma santa com um manto branco, bordado a oiro e um resplendor na cabeça. A 13 de Julho, repetiu-se a cena, tendo comparecido umas 2500 pessoas. Era o bastante para a exploração clerical. Os Boletins Paroquiais e o Mensageiro de Leiria tocaram a rebate. O milagre realizava-se! A Virgem Maria honrava Fátima com a sua divina presença – diziam eles (aqueles órgãos do clero). Era necessário – acrescentavam – comparecer ali, para ver o milagre, em 13 de Agosto. Padres e seminaristas lá foram, arrastando consigo 12 a 15000 pessoas, tendo o concelho de Torres Novas dado o maior contingente. O que não deixa de ser interessante (como ainda hoje) é que o povo da freguesia de Fátima, sendo profundamente religioso, é quase indiferente (à parte o interesse mercantil) à realização destas manifestações.
Exercia eu então o cargo de Administrador do Concelho e na madrugada do referido dia 13, tendo deixado de prevenção uma força da Guarda Nacional Republicana na sede do concelho, dirigi-me, em companhia do oficial da Administração, Cândido Jorge Alho, à povoação de Aljustrel, no intuito de trazer os três protagonistas (as crianças) para esta vila, a fim de evitar a continuação da especulação clerical, que em torno delas se estava fazendo. Junto da casa de habitação dos pais de Francisco e Jacinta, já se encontrava o padre João, pároco em Porto de Mós, falando com a mãe daqueles, e, junto a um pequeno largo, bastantes seminaristas. A Lúcia, interrogada, a meu pedido, pelo padre, reeditou o que anteriormente, havia dito. Convenci os pais de Lúcia, de Francisco e de Jacinta e os padres a consentirem que as crianças fossem interrogadas pelo pároco da freguesia de Fátima, a fim de se apurar alguma coisa de concreto, e, uma vez em Fátima, em lugar das crianças seguirem para a Cova de Iria, como esperava mais duma dúzia de padres, consegui trazê-las para minha casa, junto da minha família, num carro previamente alugado. Não faltaram ameaças de morte. Chegaram mesmo dois grupos, para tal preparados, a seguirem em automóveis, em perseguição do nosso carro, desistindo do seu intento apenas quando souberam que o carro que me conduzia e às crianças, se encontrava já nesta vila, protegido por força militar.

Quando na Cova de Iria tiveram conhecimento do caso, grupos de populares, à mistura com padres, clamaram ser preciso ir à Aldeia (Vila Nova de Ourém), matar os republicanos e os pedreiros-livres. Não tendo comparecido na Cova de Iria as crianças naquele dia, o milagre não se realizou e tudo debandou sem incidente de maior. Eram então governadores civis efectivos e substituto os srs. Drs. Manuel Alegre e Manuel Branco, respectivamente, e era minha opinião que as crianças fossem inspeccionadas por uma junta médica e internadas numa casa de educação, subtraindo-as, deste modo, aos clericais, de maneira firme e precisa, para que lhes não servissem de instrumentos de exploração. Compartilhava desta opinião o segundo daqueles cidadãos, sendo de parecer contrário o primeiro, convencido de que, deixando-se os clericais à vontade, a mistificação, com todos os seus elementos, cairia pelo ridículo.

Em 13 de Setembro de 1917, nova manifestação se realizou, tendo comparecido umas 20 000 pessoas. Os jornais monárquicos e católicos fizeram uma propaganda tenaz por todo o país, com estrondoso reclame, anunciando para o dia 13 de Outubro, na Cova de Iria, o aparecimento da Virgem, que revelaria nessa ocasião a Lúcia o “grande segredo” que lhe tinha sido confiado. Um dos concelhos onde mais propaganda se fez neste sentido foi o de Torres Novas, chegando os padres, nas igrejas, a anunciarem, como coisa certa, o milagre. Resultado de toda esta bem urdida publicidade: 30 a 40 000 pessoas dos mais diversos pontos do país, e até de Espanha, se juntaram ali, para assistirem ao famoso milagre.

Este devia observar-se das 12 para as 13 horas, mas a chuva foi torrencial, e só das 14 e meia para as 15 é que o Sol, liberto das nuvens, começou a aparecer. Foi o momento Solene em que a Lúcia gritou: Já lá está a Senhora! Fechem os chapéus e rezem! Uma parte do povo fechou os chapéus, ajoelhou, fitou o Sol, fixamente, e declarou que o astro andava à volta (“o Sol bailou”, como disse Avelino Almeida em o Séculode 15 de Outubro de 1917); a outra parte, apesar de ser também religiosa, que não via senão o Sol a brilhar.

É muito elucidativo e importante o artigo do Dr. Pinto Coelho, conhecido católico, no nº507 de 16 de Outubro de 1917, do jornal A Ordem que classifica de “fantasmagoria” o chamado milagre, dizendo ter ido a Fátima, não como peregrino, mas como curioso, o que lhe valeu dos próprios correligionários as maiores censuras. A Lúcia, que andou nos braços de um homem, de grupo em grupo, teatralmente, revelou o que a Virgem misteriosamente lhe dissera: “ a guerra terminou; os soldados vêm já a caminho de casa!”. A chamada “aparição” errou lamentavelmente, pois a guerra terminou em 11 de Novembro de 1918. 

O anúncio da página 4 do Diário de Notícias no dia 10 de março de 1917

(Convém informar, de passagem, que a mãe da Lúcia tinha um livro -Missão Abreviada - no qual, muitas vezes, lhe lia a parte relativa à aparição de La Salette, que deve ter produzido grande impressão no espírito da pobre criança.) 

Em 13 de Novembro, nova peregrinação, mas esta muito menos concorrida. Em 9 de Dezembro do mesmo ano, a Associação do Registo Civil mandou aqui uma comissão composta dos cidadãos Augusto José Vieira, Machado Toledo e Conceição Vasques, a qual realizou na Cova de Iria um comício de protesto contra a mistificação, comício que teve fraca concorrência do povo, porque o pároco convencera a população a não comparecer. No regresso a esta vila, foram os oradores apedrejados, valendo-lhes alguns soldados da Guarda Republicana que os acompanhavam. Na véspera, no Centro Republicano de Ourém, realizara-se imponente sessão, na qual tomaram parte as pessoas referidas e que foi imensamente concorrida e os oradores ovacionados pelas afirmações de combate à mistificação da Cova de Iria.

Veio o Dezembrismo (ou sidonismo), que colocou os reaccionários à vontade, e por esse motivo levantou-se uma pequena capela no local da fantástica aparição, onde todos os meses, no dia 13, era exibida a imagem denominada de Senhora do Rosário, oferecida por um indivíduo de Torres Novas, de nome Gilberto Fernandes dos Santos, por alcunha o Bicanca, o qual, junto à entrada do templo, ia recebendo as esmolas “para a santa”, mas que, afirma-se geralmente, revertiam em benefício daquele, pois vivendo, até então, em dificuldades, conseguiu passar a viver em situação desafogada. Os padres não se conformaram com este recebedor e trataram do substituir. 

Continuaram as romarias todos os meses, umas mais, outras menos concorridas, com a exibição de imagens, irmandades, missas campais, etc., sem que houvesse da parte das autoridades a menor proibição, ou que os promotores dos actos de culto externo necessitassem requerer autorização para estes. Depois da queda do Dezembrismo, ainda se realizaram procissões religiosas na via pública, as quais, depois, lhe foram proibidas.

Em 1919, faleceu em Fátima, de pneumonia, o pequeno Francisco, e, em Maio de 1920, no hospital D. Estefância, em Lisboa, a pequena Jacinta, de pleurisia purulenta, sendo transportada da Igreja dos Anjos, na capital, para o cemitério desta vila, onde ficou sepultada no jazigo do Barão de Alvaiázere. Haviam este e outros aristocratas projectado transportar o corpo da Jacinta, processionalmente, desta vila para Fátima, o que nunca chegaram a fazer devido aos protestos do povo liberal.

Em 13 de Outubro do mesmo ano (1919), a peregrinação foi pequena, devendo ter comparecido umas 6000 pessoas. Houve diversos actos de culto externo. Antes do dia 13 de Maio seguinte, tendo o governo da presidência do saudoso republicano coronel António Maria Baptista recebido protestos vários para proibir a especulação, fui convidado por S. Ex.ª para assumir o lugar de Administrador, que aceitei com a condição de serem mobilizados todos os meios de transporte em quatro distritos, impedindo, nos dias 12 e 13, a marcha dos que se dirigissem para Fátima. Tentaram alguns promotores de Torres Novas que, apesar de tudo a peregrinação se fizesse, o que não conseguiram. Tendo conseguido autorização do comandante da força, para irem à Cova de Iria os peregrinos daquele concelho, tal não se chegou a realizar por eu me opor. Um grupo, capitaneado pelo professor do liceu de Santarém padre Formigão, tentou, à viva força, atravessar por entre as fileiras dos soldados, mas estes, apenas com desembainhar as baionetas, puseram-nos a todos em debandada. Quase ao mesmo tempo, sucedia facto idêntico noutro local, não tendo havido, porém, mais incidentes  dignos de menção. Apareceu a Lúcia vestida de branco e com um ramo de flores na cabeça, a qual foi entregue aos pais, e o chamado milagre não se verificou. Compareceram uma 1000 pessoas, que se conservaram sempre na Fátima, por ser a maior parte daquela freguesia, o que era costume, por neste dia (Quinta-Feira da Ascensão) frequentarem a igreja.

Em 13 de Junho do mesmo ano, apesar de haver festa e feira em Fátima, nada digno de menção houve na Cova de Iria, a não ser a ida ao local de algumas centenas de pessoas.

Depois desta data, tendo eu deixado a Administração do Concelho, foi proibido e permitido, sucessivamente, o culto externo, mas as peregrinações ou romarias nunca mais tiveram a mesma importância de algumas anteriores. Posteriormente é que o bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, se resolveu a intervir. O primeiro acto foi levar Lúcia para fora de Fátima, a pretexto de a mandar educar, o que a própria família confirma, não se sabendo, porém, do seu paradeiro.
De vez em quando, escreve à mãe (ou alguém escreve por ela), dizendo estar bem, num colégio, e recomenda que ninguém duvide do milagre da Cova de Iria. Consta estar num convento em Espanha, o que é dito pelo vizinho Casimiro Rodrigues Esteves. Em Lisboa, na Rua dos Bacalhoeiros, Hospedaria dos Bicos, o proprietário desta, igualmente de nome Casimiro, um velho republicano, alguma coisa sabe sobre o assunto.

Para avaliar o critério do Bispo, basta ler, na provisão que vai junta a este relato e que foi publicada no jornal A Época, de Lisboa, nº1019, de 14 de Maio de 1922, a seguinte passagem: “Demais a mais, a pequena saiu da terra, nunca mais lá apareceu e, não obstante, o povo acorre ainda em maior número à Cova de Iria.” A sua intolerância é de tal ordem que, em 23 de Abril de 1923, mandou uma circular aos párocos da sua diocese, proibindo-lhes assistir a qualquer festividade religiosa onde comparecesse  a filarmónica dos Pousos (Leiria), pelo facto de aquela ter tomado parte numa festa liberal, julgo que comemorativa da Lei da Separação. O seu egoísmo e cupidez são grandes. A testemunhá-lo basta a caça feita à herança de D. Constança Teixeira Albuquerque, de Caldelas, freguesia da Caranguejeira (Leiria), uma pobre viúva que deixou os parentes sem recursos, para legar ao bispo uma fortuna que deve orçar por 800 contos.
O mesmo Bispo de Leiria foi quem veio dar alento à mistificação. Inteligente e astuto como é, procede com discrição e prudência. O dinheiro recebido da Cova de Iria (larga depressão de terreno como o nome indica), remetido, todos os dias 13, à consignação do bispo, é incalculável. Em Maio de 1923, o semanário republicano A Voz do Povo, de Leiria, que não foi desmentido pelos jornais católicos, noticiava que o dinheiro recolhido no dia 13 do referido mês somava 200 contos. Por informações que reputo fidedignas, a receita nos dias 12 e 13 do corrente mês de Outubro de 1924 foi de 120 contos. E há a notar que, encontrando-se a igreja paroquial em obras, nenhuma das importâncias recebidas na Cova de Iria foi entregue para a referida igreja. É tudo ensacado e levado a S. Ex.ª, para Leiria, no próprio dia 13 de cada mês.
Em Fevereiro de 1922, a pequena capela erguida na Cova de Iria foi destruída por um incêndio, atribuído aos liberais; mas o que é deveras significativo é que a imagem, que pouco antes do incêndio se encontrava exposta na capela, foi dali retirada para casa de Manuel Carreira, do lugar de Monte Redondo, que transita, todos os dias 13 de cada mês, para a Cova de Iria e vice-versa. Confessou o Manuel carreira ter visto, na noite do incêndio, luz na capela, o que não era costume, não se percebendo que, sendo ele o zelador do templo, se não importasse com o caso.
Antes de 13 de Maio de 1922, foi feita, pela imprensa monárquica e católica, uma intensíssima propaganda para impressionar o espírito católico e conservador, tendo até o próprio Diário de Notícias, de 11 de Maio de 1922, publicado um artigo encimado por grossos caracteres, no qual se incitava o povo a visitar o local da aparição. Esse artigo era acompanhado de fotografias dos três videntes e da pequena capela e também da provisão do bispo de Leiria. Compareceram 25 a 30.000 pessoas.
Em Outubro do mesmo ano, saiu o primeiro número do semanário Voz de Fátima, que foi distribuído gratuitamente e que actualmente deve ter uma tiragem de 20 000  exemplares, cuja impressão é paga por subscritores e que são profusamente distribuídos, não só em Portugal, como também no estrangeiro, fazendo a perniciosa propaganda de curas milagrosas e sobrenaturais – puras fantasias – para explorar o vulgo, sem origem na verdade, e que a superstição ampliou até o absurdo. Dirige o referido semanário o Dr. Manuel Marques dos Santos, de Leiria, tudo com a aprovação do bispo.
A concorrência, no dia 13 de Outubro, foi inferior à de 13 de Maio do mesmo ano. Houve missa campal, mas não se realizou a procissão. Em 13 de Maio de 1923, a aglomeração  foi superior à de 13 de Outubro de 1917, mas isto devido à grande propaganda e  à circunstância de o referido dia ser domingo. A força enviada não chegou a intervir, apesar de na Cova de Iria se efectuarem procissões sem a permissão da autoridade.

A este tempo já estava quase concluído um enorme poço, que o bispo de Leiria mandara fazer, para recolher as águas pluviais, pois a Cova de Iria que, como disse, tem a designação de depressão de terreno, deve comportar 500 pipas de água, não que ali brote, como falsamente tem sido propagado, mas que ali armazenam, para vender ao público, o que constitui larga receita. Começaram já a murar o terreno adquirido, que deve ter, aproximadamente, 250 metros de comprimento por 150 de largura. A compra do terreno deve ter custado 80 contos.

São muitos os promotores ou interessados desta peregrinação, mas o principal é o bispo de Leiria. É quem tudo orienta e dirige. Na procissão, a que já me referi, nomeou uma comissão para averiguar da “veracidade do milagre” e organizar o processo segundo as leis canónicas. Conheço alguns dos nomeados – autênticos inimigos do regime republicano e criaturas vulgares, que antecipadamente o bispo muito bem sabe que implicitamente lhe aprovarão por unanimidade o grande milagre. Constituem a referida comissão os padres João Quaresma, vigário geral da diocese; Manuel Marques dos Santos, director da Voz de Fátima; Joaquim Coelho Pereira, prior da Batalha; Joaquim Ferreira Gonçalves Neves, prior de Santa Catarina da Serra; Agostinho Marques Ferreira, pároco de Fátima; Manuel Pereira da Silva, professor do Seminário; Manuel Nunes Formigão, professor do liceu de Santarém, e Faustino G. Jacinto Ferreira, vigário da Vara de Ourém. Pelo falecimento deste, foi nomeado o sobrinho, Faustino Ferreira, também vigário da vara. Como as obras da cerca estão a concluir-se, deve estar também a concluir-se o processo canónico. Nenhum orçamento ou estatuto até hoje passou pela Administração do Concelho, nem se sabe verdadeiramente onde o dinheiro é aplicado.

Pelo artigo 57 da Lei da Separação, só serão permitidas manifestações de culto externo, onde e quando constituírem um costume inveterado. Ora, na via pública, na estrada 121 (ramal), tal não acontece e por isso não poderão ser permitidos actos de culto externo. Na Cova de Iria foi feita da capela uma casa, espécie de chalé, onde os padres têm a santa, pregam sermões e dizem missa. Foi-lhes retirada autorização para qualquer acto de culto fora daquele local.

A multidão que vem à Cova de Iria é composta de diferentes classes. Vão os crentes ingénuos e simples, arrastados pela crendice; vão os negociantes de comes-e-bebes e vendilhões de rosários, das estampas, etc.; vão os petisqueiros com os seus farnéis; vão os curiosos, os descrentes, politiqueiros, etc., uns sozinhos, outros com a família ou os amigos, mas a grande maioria é decerto constituída por gente rude, de longes terras, onde predomina o fanático e o reaccionário. Os concelhos que fornecem maior número de pessoas são: Torres Novas, Vila de Rei, Mação, Proença-a-Nova, Oleiros, Idanha-a-Nova, Fundão, Sardoal, Ferreira do Zêzere, Sabugal, Vila Velha de Ródão, Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos, Ponte de Sor, Alter do Chão, Fronteira, Pombal, Alvaiázere, Porto de Mós, Batalha, etc.

Fátima é hoje, no país, uma etapa da Reacção, que procura ponto de apoio para base da sua resistência. O facto de se não ter impedido eficazmente a peregrinação deveu-se simplesmente a terem as forças armadas chegado tarde. É certo que foram postas à minha disposição forças das unidades mais próximas porque aquelas que chegaram no dia 12, à tarde, eram insuficientíssimas, mas, requisitando mais, tinha dois caminhos que trariam para o Regime inconvenientes novos.

As forças que eu requisitasse das unidades mais próximas, só aqui chegariam no dia 13. Ora no dia 12, já estavam em Fátima, seguramente, 25000 pessoas. Com o auxílio de novas forças poderia eu ter ido a Fátima dispersar 50000 a 60000 pessoas? O sangue que fatalmente correria não seria uma arma terrível contra o governo e contra o Regime? Por outro lado, não me utilizando a força, cairia, pelo menos, no ridículo, e não querendo, por princípio algum, desobedecer a V. Ex.ª, preferi não requisitar mais a tropa e mandar a pequena força para onde fora requisitada, fora do local da Cova de Iria, tanto mais que a mesma força seria suficiente para impedir a saída da procissão  de Fátima, caso teimassem em realizá-la, o que, todavia, não era preciso, pois que eu já tinha conseguido impedir a sua realização por outros meios mais dissuasórios, embora não deixassem de causar receio ao pároco da freguesia e a outras pessoas.

Às 22 horas da noite de 12, veio o Dr. Andrade e Silva (a pedido da Sr.ª D. Madalena Serrão Machado, que tem feito a perigosa propaganda da cura do cancro pelas águas pluviais da Cova de Iria) pedir a realização da procissão. Neguei-lhe terminantemente permissão para esta e fiz-lhe saber que no dia 13, prenderia o pároco da freguesia. Pediu-me então aquele cidadão que tal não fizesse, tão convencido estava o Dr. Andrade e Silva de que eu tinha esse intuito.

Na comunicação enviada a V. Ex.ª, julgo que em 10 do corrente mês, frisava eu que havia duas maneiras de intervir.
1ª) O Governo mobilizaria os meios de transporte em diversos distritos; 2ª) ou, então, a Guarda Republicana impediria que se realizassem  actos de culto externo. Embora, como V. Ex.ª sabe, me prejudique materialmente continuar por muito tempo neste lugar, que V. Ex.ª se dignou confiar-me, eu não terei essa dúvida, se assim for preciso, de nele me conservar, porque nunca hesitei no cumprimento dos deveres de republicano, que me prezo de ser, desde há longos anos.

A Reacção vai triunfando, hipocritamente, e a Liberdade perde terreno, fazendo-lhe concessões. Aquela está fora da lei e é necessário metê-la na ordem. Julgo que há maneira de jugular a Reacção da Cova de Iria. Quando o Governo não possa, ou, para melhor dizer, não queira mobilizar os meios de transporte em diversos distritos, tomar-se-iam, a pouca distância da Cova de Iria, as embocaduras das estradas que conduzem a Fátima, anunciando-se devidamente o caso com certa antecedência. Fazendo isto, durante meses consecutivos estou certo que a Reacção sofreria um grande golpe, deixando a pretensão de ter um Estado dentro do Estado.

Junto vários documentos.
Saúde e fraternidade!

Vila Nova de Ourém, 31 de Outubro de 1924.

O Delegado do Governo encarregado do inquérito,

ARTUR DE OLIVEIRA SANTOS.

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