Numa revoltante atitude, no noticiário de hoje, às 13 h, da RTP-1, foi remetida para o fim do alinhamento à referência feita ao incendiar dum jovem por bandos criminosos da oposição, ontem em, Caracas. Mas mais grave foi a referência a que não era conhecida qual das partes em confronto seria a autora do crime, misturando esse acto com a repressão governamental e os 47 mortos já registados (para quando a referência a quantos destes eram polícias e chavistas abatidos com tiros na cabeça por snipers?). Para já não falar da omissão da declaração do Presidente da Venezuela que teve repercussão em todo o mundo.
A bárbara agressão que grupos mercenários da oposição venezuelana, dirigida por Henrique Capriles, realizaram ontem ao regarem com gasolina e incendiarem um jovem, por o terem tomado por um chavista, devia obrigar os EUA, a UE e todos os seus aliados a distanciarem-se das hordas que têm apoiado de formas múltiplas.
Os EUA apoiam Capriles e já desistiram de uma reversão interna a seu favor pela via democrática e do funcionamento das instituições e, por isso, apostam nas confrontações civis armadas. E procuram descobrir algum descontentamento em unidades militares pela situação grave em que o país se encontra. A RTP é livre de não ter este entendimento e continuar a achar que Capriles quer a democracia…
Na semana passada, o ministro Padriño Lopes negou que os conspiradores possam aí encontrar algum apoio e que o “empurrão final” no governo, de que falam só pode entender-se à luz de um dos últimos relatórios do Almirante Kurt Tidd, chefe do Comando Sul do Pentágono, onde este afirma que: “Com sectores políticos da MUD temos vindo a acordar uma agenda comum, que inclui um cenário abrupto que pode combinar acções de rua e emprego doseado de violência armada num quadro de cerco e asfixia”. A RTP ignorou esta importante declaração,
A MUD Mesa da Unidade Democrática é a força opositora, dirigida por Enrique Caprilles, candidato presidencial anteriormente derrotado, que é o chefe dos grupos armados que desencadeiam destruições e pilhagens de rua.
O Comando Sul do Pentágono tem apresentando relatórios regulares sobre a Venezuela ao Senado dos EU onde pontifica o senador republicano John MaCain que, na vigência da presidência Obama, teve papel fundamental na criação do Estado Islâmico (Daesh) e que, talvez não por acaso, se encontra nas primeiras filas, com Hillary Clinton, na procura do impeachment de Donald Trump, entre outras “razões” por ele ter passado informações à Rússia sobre planos do Estado Islâmico. John MacCain e Hillary Clinton encabeçam o movimento pró-impeachment de Trump
Nicolás Maduro fez ontem uma alocução, condenando o crime e garantiu que vários dos “chefes de grupos de mercenários”, ligados ao acto de incendiar o jovem, foram já presos e pediu aos organismos do Estado que seja feita justiça.
Como cidadão, espero que a RTP seja verdadeira no que respeita ao que se passa neste país, onde vivem tantos imigrantes portugueses, e quanto à autoria de atentados terroristas na Venezuela.
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