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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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28
Mai17

Governo "não andou bem" no processo de recapitalização da CGD

António Garrochinho


"Não andou bem o governo do PS nesta matéria [da CGD] e andou também muito mal quando entregou o Banif ao maior banco espanhol a preço de saldo e com pesados encargos para o erário público e o Novo Banco a um fundo de investimento americano, ao mesmo tempo que adiava o prazo de pagamento da banca privada de 4,9 mil milhões de euros ao fundo de resolução do BES, por 30 anos", afirmou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava em Seia, no distrito da Guarda, num almoço da Coligação Democrática Unitária (CDU), que juntou cerca de 200 militantes, após a presidente da Junta de Freguesia de Almeida, Fátima Gomes (CDU), ter falado da luta da população contra o encerramento do balcão local da CGD.

No seu discurso disse que "para o capital há sempre tempo e espaço, para aqueles que hoje lutam pelos seus direitos e interesses, como a população de Almeida, isso aí atrasa, atrasa, atrasa sempre".

"Defendemos a recapitalização da Caixa como uma necessidade estratégica para a sua defesa e desenvolvimento como banco público ao serviço do povo e do país, mas não poderíamos, nem podemos aceitar um plano de reestruturação assente em centenas de despedimentos e no encerramento de dezenas de balcões", afirmou o líder do PCP.

Acrescentou que o partido também não aceita "a solução que impôs a União Europeia, e o Governo PS aceitou, que o obriga à emissão da dívida com uma taxa de juro de 10%".
"As dificuldades por que tem passado a Caixa não estão no número de balcões, nem no número de trabalhadores. Essas dificuldades têm origem na forma como foi gerida a carteira de crédito, nos créditos concedidos aos amigalhaços, sem nenhuma garantia de reembolso, nos negócios ruinosos, como aconteceu com o negócio de Espanha, entre outros", afirmou Jerónimo de Sousa.

Observou ainda que "não foram os trabalhadores, nem as populações os responsáveis pela situação, pelo que não podiam, nem podem ser eles a ser penalizados".
O líder do PCP disse também que o problema do encerramento da agência da CGD de Almeida revela que ainda é necessário "continuar a lutar para inverter o inquietante processo de desertificação, declínio social, de estagnação de regressão económica que a política de direita promoveu durante todos estes últimos anos".

O fecho da agência de Almeida faz parte do plano da CGD para encerrar 61 agências por todo o país e consta da reestruturação do banco público acordada com a Comissão Europeia, na sequência da recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros.

Com o fecho do balcão de Almeida, já efetuado, os habitantes têm de se deslocar a Vilar Formoso, que dista cerca de 15 quilómetros da sede de concelho, o que tem motivado protestos.


www.noticiasaominuto.com

28
Mai17

Diógenes: O inimigo da Educação que não mais esconde sua intenção

António Garrochinho



O objetivo da obsessão pela “neutralidade” nas escolas é construir apenas uma convicção firme: a de se não ter convicções firmes.O objetivo da obsessão pela “neutralidade” nas escolas é construir apenas uma convicção firme: a de se não ter convicções firmes.
A palavra “política” pode ser traduzida como a ciência da organização, direção e administração de estados ou nações relacionados aos grupos que integravam as “pólis” à época, sendo que a “polis” compreendia a comunidade organizada, formada pelos “politikos”, que eram os seus habitantes, ou seja cidadãos.

Dos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas “pólis” derivam também as palavras “politiké” (política em geral) e “politikós” (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos).

Feita essa introdução podemos afirmar que a política está profundamente arraigada na dinâmica da relação entre o Estado e seus cidadãos e intrinsecamente ligada à questão de sua educação.

Em meio à uma crise ética, de consciência, econômica, humanitária, social e ouso dizer existencial vivida no Brasil (e no mundo) eis que surge das profundezas do obscurantismo um discurso de negação da política, mas um discurso travestido com roupagem de legítimo, sob a égide de evitar-se “doutrinação ideológica” por parte de educadores nas escolas.

Tal discurso tem sido vociferado por uma extrema direita sem escrúpulos, e replicado por uma parcela da população que se porta como caixas de ressonância de ódio sobre temas que não compreendem.
Propor a negação da política em qualquer âmbito é tentar impor um princípio antidemocrático de pensamento único.

Negar a política é praticar a pior das políticas possíveis, levando-se em consideração que “a política é a arte do possível” como disse Bismarck, ou “que somos animais políticos”, como disse Aristóteles.


Paulo Freire — Pedagogia e Práxis

“Não existe educação neutra, toda neutralidade afirmada é uma opção escondida” aprendemos com Paulo Freire, patrono da Educação brasileira e mundialmente reconhecido por sua práxis educativa.

Também com Paulo Freire aprendemos ser o domínio das linguagens e das palavras um instrumento para que, alfabetizado, o aluno elabore sua consciência política, conquistando um ponto de vista mais amplo do saber e do universo no qual habita.

Situando o aluno diante de sua posição neste universo é possível despertar sua consciência crítica, capacitando-o a exercer seu papel consoante cidadão, o papel de habilitar-se a participar mais dos processos sociais nos quais está inserido.

O alfabetizado pode ultrapassar o mero conhecimento da esfera de regras, métodos e linguagens e, alçado à condição de letrado, ser inserido no plano sócio-econômico e político do qual, iletrado, jazia excluído.

A “Educação Libertadora” utilizada por Freire é tão revolucionária que transformou sua imagem no alvo principal dos ataques daqueles que propõem hipocritamente uma “escola sem partido”.
Transformou Paulo Freire, o grande educador, num inimigo a ser batido.

Gostaria de finalizar esse texto identificando os verdadeiros inimigos a serem batidos, os inimigos da Educação.

São inimigos da Educação aqueles que propõe qualquer tipo de mordaça para os educadores.

São inimigos da Educação todos aqueles que negam aos alunos a oportunidade do saber através da multiplicidade de pontos de vistas.

São inimigos da Educação todos aqueles que, sob a égide de uma falaciosa “luta contra a doutrinação marxista” tentam aprisionar saberes, impor aos alunos e educadores a prisão do pensamento único, acrítico, forjado para minimizar o pensar e reduzir o aprender a algo mecânico, apático, disforme, parcial.

Paulo Freire foi um grande amigo da Educação que, do alto de sua enorme humildade e sabedoria, disse:

“ … inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele.

Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.”

“Querer ser livre é também querer livres os outros.”
Simone de Beauvoir



*Diógenes Júnior é cientista político autodidata, historiador independente, ativista dos Direitos Humanos, militante do PC do B.
 


www.vermelho.org.br



28
Mai17

"Rapa das Bestas", a tradição que controla a saúde dos cavalos selvagens na Galiza

António Garrochinho

Em Maio, arranca a temporada de uma tradição galega, que remonta à época pré-romana. O objectivo é capturar, desparasitar e marcar os cavalos selvagens da região, próxima da fronteira com Portugal.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE Espanha.
Há vários séculos - a data exacta perdeu-se no tempo - duas irmãs prometeram a São Lourenço (patrono da sua paróquia) duas éguas, como oferenda de salvação, perante a peste que assolava a região. Durante a praga, as jovens refugiaram-se numa cabana junto da igreja e, ao não ficarem doentes, cumpriram a promessa e entregaram as éguas ao pároco local. O religioso deixou os animais livres na floresta e, com o tempo, acabaram por se reproduzir e espalhar-se pelas montanhas próximas...
Hoje em dia, na mesma região, há uma tradição que tem raízes nesta história e que continua a levar-se a cabo. A "rapa" - captura em galego - consiste em encaminhar para a povoação, controlar, desparasitar e marcar com microchips algumas manadas de cavalos selvagens, teoricamente descendentes das éguas da lenda e realiza-se num recinto denominado "curral", onde se juntam os animais.


A tradição oral pode basear-se em qualquer uma das pestes do século XVI, mas acredita-se que, na verdade, remonta ao período pré-romano, devido aos petróglifos encontrados na região e que representam homens a cavalo. Actualmente, repete-se anualmente em várias zonas da Galiza. Durante o trabalho com os animais, os trabalhos de desparasitação revestem-se de particular importância, já que melhoram as condições de saúde das manadas. 
O concelho de A Estrada, Pontevedra [a pouco mais de 130 quilómetros de Caminha, Portugal] é uma das zonas em que as "rapas" são mais populares. Ali, estão identificadas 13 manadas que vivem livres nas montanhas e os locais garantem mesmo que há ainda outra, extremamente selvagem, que há mais de 20 anos não desce das áreas montanhosas.
Os homens e mulheres que em cada aldeia estão encarregados de dominar os cavalos durante a "rapa" são conhecidos como "aloitadores". Sabucedo é a localidade onde se realiza a "rapa" mais famosa e, além disso, diz-se que é a única em que só se utiliza o corpo e a habilidade dos "aloitadores" para dominar os animais.
O seu actual curral foi construído em 1996 e renovado em 2012, tendo hoje uma capacidade para mil e 500 espectadores, como se fosse um pequeno estádio. Algo impressionante para uma aldeia onde durante todo oa ano apenas vivem cerca de 60 pessoas. Antigamente, esta tarefa era levada a cabo entre cercas construídas com pedras, junto às igrejas.

As "rapas" arrancam em Maio e prolongam-se até Agosto. Estas fotos dizem respeito à "rapa" realizada e, Saucedo no ano passado.
Segue o autor no Twitter @FotografiAdrian

Vê também: "As alucinantes e perigosas corridas de cavalos na Guatemala"




www.vice.com
28
Mai17

Arroz Vermelho-Aportes dos escravos na história do cultivo do arroz africano nas Américas

António Garrochinho


Assim foi até o século 18, quando os portugueses importaram do sul dos Estados Unidos as sementes do então chamado arroz-da-carolina – melhor, mais produtivo, mais branco e mais rentável. 
O plano da Coroa era substituir por completo as lavouras do arroz-de-veneza pelo novo grão, para isso, baixou um decreto em 1772, em que proibia o cultivo de qualquer outra variedade que não o arroz branco. 


















As penas pela reincidência eram severas: um ano de cadeia e cem mil-réis de multa para os homens livres e, para os escravos, “dois anos de calceta com surras interpoladas nesse espaço de tempo”. 
Por “calceta”, entenda uma argola de ferro presa ao tornozelo. 





Documentos históricos sobre o Brasil, de meados do século XVIII, fazem freqüentes referências ao arroz, especialmente a uma espécie de casca vermelha, em uma grande área do nordeste da Amazônia (Primeiro, 1818; Marques, 1870; Chermont, 1885; Alden, 1959; Nunes Dias, 1970; Barata, 1973; Hemming, 1987; Oliveira, 1993; Acevedo, 1998). 





O arroz vermelho novamente torna-se bastante comentado durante a segunda metade do século XVIII, quando um sistema de plantação do arroz desenvolveu-se no leste da Amazônia com o apoio da metrópole. O objetivo era o de desenvolver mercados amazônidas de exportação para Portugal e adjacências, reduzir a dependência do arroz da Carolina do Sul, já que as colônias americanas haviam começado a Guerra Revolucionária (Nunes Dias, 1970; Acevedo, 1998). 
A importância do arroz como base da alimentação das comunidades de quilombolas (maroons) da Guiana já era evidente no século XVIII, quando mercenários europeus foram mandados para recapturá-los; e os quilombolas freqüentemente cultivavam o arroz em áreas descampadas e em pântanos interiores.




A domesticação do arroz africano (Oryza glaberrima) ocorreu há mais de três mil anos em uma região que vai do Senegal à Costa do Marfim, muito antes que algum navegador de Java ou Arábia tivesse introduzido o arroz em Madagascar ou na costa leste africana (Portères, 1976; NRC, 1996: 23)






Do século VIII ao XVI, árabes e europeus mencionam o cultivo do arroz ao longo do interior do delta do Rio Niger e na costa oeste africana, bem como freqüentes compras dos excedentes pelos navegadores portugueses (Ribeiro 1962; Lewicki, 1974; Littlefield, 1981; Brooks, 1993). 
Durante o tráfico de escravos pelo Atlântico, os excedentes de arroz abasteceram os navios de escravos com destino às Américas (Carney, 1996a, b). 
Ademais, apesar dos numerosos estudos sobre o arroz do oeste africano, mesmo no século XX, estudiosos rotineiramente atribuem ao arroz origem asiática, sendo sua difusão para a África dita decorrente dos comerciantes árabes e portugueses (Reznik, 1932; Ribeiro, 1962; Grimé, 1976). 
A primeira está relacionada à história do arroz nas ilhas do Cabo Verde, enquanto a segunda, tratada na próxima parte deste trabalho, analisa a presença da O. glaberrima, conforme documentos, nas regiões de colonização africana nas Américas, onde as cozinhas que utilizavam o arroz ainda mantêm sua importância. 
A partir de meados do século XV, a colonização das Ilhas do Cabo Verde, em especial de Santiago, desenvolveu um ativo comércio com os povos da costa oeste africana de cera, peles, índigo, alimentos, sal e escravos (Brooks, 1993: 130, 129). Desde o século IX o litoral e ilhas distantes da costa da Guiné, da Guiné-Bissau e Serra Leoa foram importantes entrepostos para o comércio de sal a longa distância (Brooks, 1993: 80). 
O cultivo do arroz em áreas alagadas sustentou esta vasta rede de comércio, mas esse cultivo somente emergiu como um importante bem de comércio com a chegada dos portugueses. Em torno de 1479, os principais grupos étnicos da região –Baga, Diola, Balanta, Bullom/ Sherbro e Temni– já estavam comercializando sua base alimentar com os portugueses (Rodney, 1970: 21; Carreira, 1984: 27-28; Brooks 1993: 276-96).8 

Em conseqüência desse conhecimento de certa forma tendencioso, pesquisadores falharam ao não considerar a base nativa do conhecimento sobre os sistemas de produção de arroz africano e sua intensa relação com o aparecimento deste cereal nas Américas. 
A proibição durou 120 anos, tempo mais que suficiente para que o arroz-vermelho fosse quase levado à extinção e condenado ao esquecimento. 
Se não sumiu, foi porque virou prato de resistência e subsistência em certos grotões do Nordeste, onde se escondeu para fugir da vigilância da Coroa. 
Está lá até hoje, sob o nome de arroz-da-terra, refugiado em três vales contínuos do sertão nordestino: Piancó e Rio do Peixe, na Paraíba, e Apodi, no Rio Grande do Norte. 
E, mesmo ali, também periga desaparecer. Hoje a área produtiva é três vezes menor que cinco décadas atrás. Ainda assim, podemos considerá-la a maior extensão de arroz-vermelho cultivado no mundo. 
E, ao mesmo tempo, uma espécie de fóssil vivo da alimentação humana, pois se trata da primeira variedade domesticada desse cereal. Só depois é que surgiu o branco, como uma mutação desse grão original. 
“O primeiro arroz do mundo era vermelho”, assegura José Almeida Pereira, pesquisador da Embrapa Meio-Norte e coordenador da Fortaleza do Arroz Vermelho, projeto de desenvolvimento local criado pela Fundação Slow Food. 
 É uma lavoura rara, portanto, pois são poucos os lugares onde ainda se dá valor alimentar a esses grãos. O mais comum é encontrá-los em seu estado selvagem, crescendo como invasores nos arrozais comerciais e alimentando o ódio dos arrozeiros. Tem até campanha no Brasil empenhada em varrer o arroz-vermelho do mapa. 
Tamanho é o estigma que a variedade só deixou de ser considerada oficialmente uma erva daninha em 2009, quando o Ministério da Agricultura revisou a classificação oficial. 
O fato é que, historicamente, houve pouco ou nenhum interesse pelo arroz-vermelho com fins comerciais. Se sobreviveu no sertão, foi mais como uma cultura de subsistência, uma das poucas viáveis numa região isolada e miserável, que só conheceu o arroz branco em meados dos anos 1940. Por falta de opção, virou ingrediente essencial da dieta sertaneja, sobretudo na Paraíba. Ali, e em algumas comunidades rurais do Rio Grande do Norte também, o costume é cozinhá-lo com leite e servi-lo com feijão-de-corda – combinação, no mínimo, excêntrica para os paladares destreinados. 
Mais curioso ainda é o hábito local de polir o arroz-vermelho, retirando justo aquilo que lhe dá cor e sabor, que é a película que reveste cada grão, conhecida como pericarpo. Antigamente, o povo se dava ao trabalho de passar horas socando o arroz no pilão, com a intenção de deixá-lo o mais branco possível. 
Hoje, o serviço é feito em pequenos armazéns de beneficiamento, onde uma máquina chamada “descopadeira”, enorme e barulhenta, se encarrega de descascar e polir os grãos por meio de um sistema de correias. As ilhas do Cabo Verde e o arroz africano Há algumas razões que sugerem o relevante papel do arroz africano no estabelecimento de tal cultivo nas Américas. 
Apesar de rústica, a descopadeira tem papel crucial na manutenção de uma cadeia produtiva sustentável. 
Ela gera três subprodutos, e nenhum é desperdiçado. A casca vai para os aviários, onde se torna a serragem que forra o chão dos galpões. 
Os grãos quebrados, conhecidos como “xerém”, viram ração animal, que é também o mesmo destino do pericarpo. Essa película vermelha, quando retirada, transforma-se num pó altamente nutritivo chamado por aqui de “vitamina”. 
“É lá que está o ferro e o zinco. E vai quase tudo para o porco”, diz Francisco Batista, agrônomo de Piancó (PB) especializado no cultivo do arroz-vermelho. Existe também a questão do sabor, que pode ser uma virtude para um chef de cozinha, mas que no sertão chega a ser motivo de rejeição. “O povo tem preconceito. 
Não gosta do vermelho. 
Dizem que a vitamina amarga muito o arroz”, afirma Sueli Lira, moradora da zona rural de Apodi e entusiasta declarada do cereal. O gosto é intenso, de fato, mas nada que um bom garfo não possa se acostumar ou um bom cozinheiro não possa adaptar. Sueli mesmo diz que já aprendeu várias receitas, com vitamina e tudo: “Dá pra fazer escondidinho, risoto, doce de coco...”. Sem a vitamina, o que fica é um arroz menos vermelho, menos nutritivo e menos saboroso. 
E, de certa forma, mais parecido com o branco. 
“A influência do arroz comercial é tão grande que as famílias estão polindo o vermelho porque acham o branco mais bonito”, diz José Almeida, da Embrapa. De fato, a chegada do arroz comercial nas últimas décadas trouxe benefícios que as gerações antigas desconheciam, como a maior produtividade, a agilidade no cozimento e, para certos paladares, o sabor mais suave. Sem contar a incomparável vantagem de se comprar um pacote no supermercado com os grãos já descascados e polidos, prontos para o consumo.

sossegodaflora.blogspot.pt
28
Mai17

a falta

António Garrochinho
A FALTA QUE ME FAZES
DEPOIS DE TUDO O QUE PERDEMOS
TEMOS QUE SER AUDAZES
SE TE JOGO AS "TENAZES"
NESTA COISA DA PAIXÃO
É COMO SARDINHA EM CARVÃO
DE AS COMER NÃO SABEMOS
O QUANTO SOMOS CAPAZES


António Garrochinho
28
Mai17

O "ORELHAS" DEVE TER FICADO FULO COM O SEU COLEGA DE PROFISSÃO AO OUVIR ISTO !

António Garrochinho

O comentário incómodo no Telejornal de na RTP.
De todo o fogo de artificio mediático do dia de ontem sobre o atentado Terrorista em Manchester a única coisa que se aproveita são estes dois minutos.
O jornalismo que não informa, antes sim nos entretém e manipula, passou o dia de hoje tal como em atentados anteriores, horas de televisão em todos os canais a esmiuçar tudo e mais alguma coisa sobre os atentados Terroristas, de todas essas horas de manipulação (des)informativa não sai coisa nenhuma.
Excepção a a estes dois minutos do jornalista Paulo Dentinho no Telejornal do dia 23 Maio 2017

VÍDEO


28
Mai17

NÔTE E DIA C´ONDE ÉRAMES MÔÇES

António Garrochinho

UM BELO FATÁCO DE PÃO COM MANTÊGA
UM CACHO D´ UVAS DOCES A ACOMPANHAR
DURANTE MÊ DIA A FOME NÃO TE PEGA
À NÔTE CACAU E SÔPAS ATÉ ARREBENTAR !

ERA ASSIM NA MENINICE A EMENTA
ENQUANTO SE ENCHIA A SEBENTA
COM OS NÚMBROS, REDÁÇONS E DITADOS
DE MANHÉM ACORDAR ENRRAMELADO
CALÇAR O SAPATO ESBURACADO
ESPERAR C´OS PROFESSORES NÃ VIESSEM IRRITADOS


António Garrochinho
28
Mai17

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

ATÉ NA MORTE SE DISCRIMINAM, SE TENTA OCULTAR A CULTURA, A INTELIGÊNCIA A INTEGRIDADE DOS COMUNISTAS . ROEM-SE DE INVEJA E MANOBRAM NO SENTIDO DA OCULTAÇÃO OS ANTICOMUNISTAS, OS LACAIOS E OS QUE VIVEM SEMPRE NAS GRAÇAS DO PODER, ESCREVENDO MERDA, NOTICIANDO MENTIRAS, E APRESENTANDO COMO ARTE E RECEBENDO POR ELA BALÚRDIOS DE DINHEIRO SEM QUE O QUE FAZEM TENHA QUALQUER VALOR E REPRESENTE A NOSSA CULTURA, NOS ENSINE, NOS ORGULHE.

Que tristeza ! que caixote de lixo se tornou este país desde que os neo liberais e fascistas minaram o aparelho de estado e as instituições com responsabilidades de divulgar cultura e bem estar ao nosso povo.

Que tristeza ! ver enfafarronados por aí gente que não sabe o português, gente que se diz culta mas que comprou o canudo e depois é colocada através de cunhas e compadrios nos lugares que deveriam ser ocupados por outros, os que se esforçam e são realmente válidos.

Que tristeza ! não acarinhar, não ler, não preferir a nossa cultura e optar pelo lixo que nos impõem. Andar por aí vestido, revestido, travestido de tralha, de roupagem desajustada com a ignorância escandalosa e o ar estúpido de acompanhamento do progresso, da modernidade.

Que tristeza este país onde se diz que nunca os jovens tiveram o mais alto grau de qualificação e isso não se vê nas ruas, nas empresas, nos lugares onde deveriam estar aqueles que estudaram e tiveram por alguns anos acesso às universidades.

Muitos dos jovens que estudaram estão no desemprego, outros foram para o estrangeiro, outros ainda, não produzem, não criam, dentro da área para que se formaram e tiveram que optar por trabalhos alternativos e mal pagos, outros também vivem o inferno da precaridade.

Que tristeza !

António Garrochinho
28
Mai17

Matos Serra FALECEU UM DOS GRANDES PORTUGUESES DOS SÉCULOS XX/XXI, MIGUEL URBANO RODRIGUES

António Garrochinho




FALECEU UM DOS GRANDES PORTUGUESES DOS SÉCULOS XX/XXI, MIGUEL URBANO RODRIGUES… A TODA A SUA FAMÍLIA E A TODOS/AS OS CAMARADAS E AMIGOS, DAQUI ENVIO OS MAIS SENTIDOS PESARES, PENALIZADO PELA GRANDE PERDA QUE É, PARA TODOS NÓS, O FALECIMENTO DO GRANDE LUTADOR, QUE ELE FOI, POR TODAS AS CAUSAS DA JUSTIÇA E DO HUMANISMO. RECORDO, AQUI, UM MOMENTO DA NOSSA RELAÇÃO DE GRANDE AMIZADE.
RÉQUIEM POR MIGUEL URBANO RODRIGUES.
UM TEXTO QUE ESCREVI EM 28-09-2011, QUANDO TIVE A HONRA DE, A SEU CONVITE, APRESENTAR, NA CIDADE DE PORTALEGRE, UM DOS SUS LIVROS.
MIGUÉL URBANO RODRIGUES - O AUTOR E A SUA OBRA
TEXTO RELATIVO À APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE MIGUEL URBANO RODRIGUES
"TEMPO DE BARBÁRIE E LUTA" PORTALEGRE 28 - 09 - 2011, CUJA LEITURA, A
VÁRIOS TÍTULOS, OUSO ACONSELHAR.


SOBRE O AUTOR E A SUA OBRA
Conheci, pessoalmente, Miguel Urbano Rodrigues, há um pouco mais de trinta anos, antes dessa data ele era já, para mim, uma lenda viva e a minha admiração pela sua obra, e pela sua dimensão de humanista e intelectual empenhado na luta por um mundo mais justo e fraterno faziam com que eu o referenciasse como um exemplo, a ter em conta, no encaminhamento da vida.
Quiseram os acasos da vida que nos viéssemos a conhecer, pessoalmente, e, até, a ter relações de trabalho, muito estreitas, no sentido de próximas, na área da comunicação e da informação, num processo que ele liderava com a sua sábia batuta e em que eu muito me orgulho de ter participado e me ter empenhado para cumprir o melhor possível a minha missão com abnegação e disciplina, mediante o seu exemplo e orientação.
Há sessenta anos a escrever, a sua atenção sobre a história e as transformações do mundo originaram, progressivamente, muita reflexão e conhecimento. Essa reflexão e conhecimento originaram a sua mundividência, assente, sempre, num eticismo que evoluiu com coerência, com base numa preocupação com o destino dos seres humanos e com a sua aspiração a um mundo melhor, mais coerente, mais justo, mais equilibrado, onde todos pudessem usufruir, mais equitativamente, dos bens materiais, técnicos, científicos, estéticos e culturais que a história foi capaz de colocar ao dispor da Humanidade - um mundo onde não fosse aceitável a extorsão destes bens, quer eles sejam o petróleo, o gás natural, os metais raros, os bens alimentares ou as conquistas gerais nas áreas da técnica, da ciência, da arte ou da cultura, a favor de alguns poucos com prejuízo para a Humanidade inteira.
A participação de MUR tem sido feita não só através da escrita, tão rica e fecunda, e do mundo da comunicação, como, também, através de uma incansável militância política e preocupação social, efetivada através de foros sociais realizados pelo mundo inteiro e através de encontros, seminários e colóquios nacionais e internacionais, onde a sua intervenção é, por demais, reconhecida.
É notável a sua abordagem dos problemas da crise mundial do nosso tempo, crise que é, essencialmente, de princípios e de valores que, por isso, a fazem reverter em crise económica, política e financeira, e, também, em crise ética e civilizacional.
A sua reflecção sobre a História, quer se trate de situações da América Latina ou das guerras de agressão no Médio Oriente, nos Balcãs, Afeganistão, Iraque, Líbano, Vietname ou África, enfim...no mundo em geral, onde um punhado de extorsionários condicionam e escravizam a vida de milhões de seres humanos.
O que a sua escrita nos diz, tentando contrapor-se à clonagem geral das consciências... é, que é inaceitável esta visão imperialista do mundo e que não devemos esperar que este espírito imperial seja devorado pela própria gula dos seus atores, o que traria o descalabro do mundo, mas que os seres humanos honestos e solidários devem congregar-se, numa luta concertada, contra a barbárie que está destruindo a própria vida sobre o planeta.
Uma das grandes preocupações do autor, expressa neste, como noutros livros, que tem publicado em muitos anos de atividade literária, é o alerta sobre a falsificação da História como arma política da classe dominante, e essa, tem sido uma das suas principais batalhas nos últimos anos.
O esclarecimento sobre o sistema mediático, que usa o próprio processo informativo, os média, para descarregar um gigantesco arsenal de mensagens para controlo hegemónico da própria informação, promovendo a alienação e transformando gigantescas mentiras nas mais calorosas verdades. (Chamo, aqui à colação, como exemplo, a campanha que antecedeu a monstruosa guerra do Iraque, iniciada em 20 de março de 2003, depois da cimeira da vergonha, na Ilha Açoriana das Lages.)
O autor mostra-nos, através dos seus escritos, de que este livro é um repositório, que é necessário, os homens e mulheres conscientes, assumirem como tarefa inadiável, a desmontagem e desmistificação da mentira e da desinformação e a compreensão e esforço solidários contra estes mecanismos de opressão da atual fase do capitalismo neoliberal.
Neste livro... o autor não se limita ao aclaramento, compreensão e constatação sobre esta estratégia de domínio imperialista do mundo, mas... põe a necessária e pertinente pergunta: QUE FAZER ?
O seu esforço vai no sentido de que a pergunta se generalize. Poderão muitas pessoas pensar e dizer: mas, afinal... de que serve fazer a pergunta? se o que é necessário é a resposta? Mas, eu sei que muitas outras cabeças pensantes têm outra visão do problema... por saberem, tanto de pensamento discursivo como de intuição pura, que... quando se põe uma pergunta é porque já se sabe, pelo menos, uma boa parte da resposta, e este é, quanto a mim, o aspeto mais positivo da colocação de uma tal e crucial pergunta, para além de que, nos tempos que decorrem, o alheamento e a indiferença coloca a cada um o peso de uma grande responsabilidade perante o facto de se ter consentido passar às futuras gerações um ambiente definitivamente inabitável, porque aquilo que as guerras de agressão e de rapina nos perspetivam é a própria destruição ambiental e o aniquilamento do planeta, logo, é preciso que cada um se interrogue como sinal de que ultrapassou o absurdo alheamento, e se integra num espírito de cidadania que concorra para uma resposta aos problemas cruciais do nosso tempo:
TEMPO DE BARBÁRIE E LUTA
Os problemas colocados resultam da sua intervenção ativa entre 2002 e 2010, em comunicações apresentadas em foros, conferências, encontros, seminários e colóquios, nacionais e internacionais um pouco por todo o mundo.
Destaco, pela sua importância: A sua intervenção em 25 de janeiro de 2003, no Foro Social Mundial, em Porto Alegre, Brasil, proferida na iminência de uma nova e monstruosa guerra, a Guerra do Iraque, pag. 23, em que define a natureza e estratégia do imperialismo neoliberal e lança um desafio aos movimentos sociais e aos partidos revolucionários no sentido da sua mobilização contra a escalada iminente da barbárie.
NOTA: Apesar do mundo se ter mobilizado ( na véspera fui convidado, enquanto capitão de ABRIL e fiz uma intervenção na Praça da República na minha cidade de Portalegre) contra a perspetiva da guerra, os falcões vieram a decidi-la na cimeira da vergonha.
Passei a palavra ao autor e meu querido amigo, Miguel Urbano Rodrigues, que como um dos mais genuínos comunicadores deste país, esteve muito mais apto do que eu para falar desta obra tão necessária e pertinente para a compreensão dum estado de coisas que não podem ficar na floresta do alheamento.
Foi feito em Portalegre, aos 28 de setembro de 2011
Francisco Manuel Matos Serra

28
Mai17

UMA VERGONHA !

António Garrochinho

UM VULTO CULTURAL DE DIMENSÃO RECONHECIDA, UM RESISTENTE COMO MIGUEL URBANO RODRIGUES POUCO E NADA MERECE DE ATENÇÃO PRINCIPALMENTE NAS TELEVISÕES E NO JORNALIXO DOS FILHOS DA PUTA QUE COM O NOSSO DINHEIRO NOS MENTEM E INTOXICAM COM NINHARIAS, PIMBALHADAS E ESTRANGEIRISMOS QUE NADA TÊM A VER COM O NOSSO PAÍS .

ATÉ NA MORTE ESTA CÃOZOADA LHES INCOMODA A PERSONALIDADE A CULTURA A INTELIGÊNCIA DESTE COMUNISTA ÍNTEGRO QUE NOS RECHEOU A VIDA COM O SEU SABER E A CORAGEM DA SUA LUTA.

António Garrochinho
28
Mai17

Uma farsa assassina

António Garrochinho


Em pouco mais de duas palavras: os familiares dos inocentes de Manchester, Londres, Paris e Nice deveriam antes pedir responsabilidades aos governos dos seus países por fomentarem o terrorismo que os vitimou.

Segundo informações oficiais norte-americanas, corroboradas pelo governo Macron em França, divulgadas perante o silêncio abespinhado de Londres, o principal suspeito do atentado terrorista de Manchester é um indivíduo filho de refugiados líbios, residente nos subúrbios da cidade, que se terá convertido ao terrorismo islâmico numa viagem à Líbia. Em torno destes dados adensam-se especulações, contra informações, silêncios oficiais e enxurradas de relatos sensacionalistas vomitados pelos tablóides e outros meios de comunicação que também o são, embora se considerem «respeitáveis».
O retrato sumário do suposto autor do atentado é paralelo ao de outros terroristas europeus dos anos mais recentes: nascidos nos países onde cometem os crimes, inseridos nos contingentes de excluídos e marginalizados das sociedades desses países, transformados em agentes de violência no convívio com os cenários de guerras alimentadas pelos governos desses países.
O caso particular do bombista de Manchester parece ser ainda mais explícito: dizem-no filho de «fugitivos» ao regime líbio de Muammar Khaddaffi, agora cidadão britânico que se terá «licenciado» em terrorismo islâmico junto dos grupos de assassinos que a NATO usou para derrubar o mesmo Khaddaffi e a seguir transformaram o território líbio numa anarquia produtora de terroristas. O terrorista de Manchester é, pois, um fruto da «libertação da Líbia» pela Aliança Atlântica, desencadeada com especial envolvimento do governo de Londres.
Em pouco mais de duas palavras: os familiares dos inocentes de Manchester, Londres, Paris e Nice deveriam antes pedir responsabilidades aos governos dos seus países por fomentarem o terrorismo que os vitimou.
Outros atentados se seguirão – falta saber quando, como e onde – e então ouviremos palavas indignadas e definitivas dos mesmos ou de outros dirigentes políticos geminados, seremos inundados pela repetitiva verborreia de uma comunidade mediática vampiresca, ficaremos reféns de mais sentenciamentos de medidas arbitrárias que nos confiscarão e militarizarão direitos cidadãos – para que seja possível eliminar o terrorismo.
Porque em pleno rescaldo do atentado de Manchester…
A primeira-ministra britânica, Theresa May, decidiu tomar as medidas de excepção a que ainda resistira na sequência do atentado em Whitehall, junto ao Parlamento, e decretou a militarização da segurança através da atribuição de funções policiais aos militares, isto é, à NATO…
… E o recém-empossado presidente francês, Emmanuel Macron, aproveitou a oportunidade para prolongar o estado de excepção no seu país, que vigora há quase dois anos, pelo menos até 1 de Novembro. Em cinco meses, por certo e para fatalidade dos cidadãos que tais governantes têm, não faltarão ocasiões para novas prorrogações porque nesta Europa há governos que são, ao mesmo tempo, expoentes do terrorismo e da «guerra contra o terrorismo». Uma Europa onde o terrorismo e a abolição gradual de direitos dos cidadãos se tornaram tão certos como a morte.
Sem qualquer margem de erro, permitam-me que deduza o seguinte: Theresa May e Emmanuel Macron castigam civicamente os seus povos na sequência de actos bárbaros perpetrados por concidadãos oriundos dos grupos de mercenários usados pelos seus antecessores Sarkozy, Hollande e Cameron, através do aparelho da NATO, para «libertar» países como a Líbia, a Síria, o Afeganistão, o Iraque e alguns outros.
Enquanto isto…
Mais de 1500 presos políticos palestinianos estão há 40 dias em greve de fome lutando pela aplicação dos seus direitos, reconhecidos como universais mas que ainda não chegaram ao farol da democracia, dos direitos humanos e do «nosso modo de vida» que se chama Israel.
Essa luta cidadã contra o terrorismo praticado pelo regime israelita não cabe no universo mediático internacional que se alimenta do sangue gerado pelo terrorismo. Alguém já disse, com absoluta razão, que estamos perante uma omertà, o silêncio dos cúmplices mafiosos para protegerem práticas e ligações criminosas. Uma cumplicidade que vale por mil censuras.
Os presos políticos palestinianos estão sujeitos, por exemplo, ao regime de «detenção administrativa». No muito peculiar direito israelita, esta medida significa que os detidos podem penar sem culpa formada, acusação ou julgamento durante seis meses, período indefinidamente prorrogável através da arbitrariedade de juízes, quase sempre militares. Isto é, os presos políticos palestinianos cumprem prisão perpétua sem que seja pronunciada qualquer culpa contra eles. Apenas porque lutam pela independência do seu país, um direito que lhes é reconhecido pela generalidade dos dirigentes políticos aliados de Israel, mas que não mexem um dedo para que isso se cumpra.
A luta de morte contra o terrorismo, travada pelos presos políticos palestinianos, prossegue em silêncio enquanto a generalidade dos dirigentes mundiais, agora com Trump à cabeça, continuam a entoar um mantra vazio de conteúdo fazendo crer que defendem a solução de dois Estados na Palestina.
A crueldade desta farsa é reforçada pelo sadismo implícito, porque nenhuma das vozes que tal recita corresponde a um gesto firme capaz de contribuir para pôr fim à colonização sistemática da Cisjordânia praticada por Israel durante os últimos cinquenta anos, acelerada por Benjamin Netanyahu, até agora imparavelmente.
Ao mesmo tempo continua a falar-se de «processo de paz» em tom papagueado, sabendo nós que a credibilidade desse voto é medida pelo facto de à cabeça do «quarteto» pacificador, constituído por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU, estar um criminoso de guerra e mentiroso contumaz chamado Tony Blair.
Enquanto isso, o governo de Israel prossegue a ocupação até deixar de haver território em condições compatíveis com a criação de um segundo Estado soberano e independente na Palestina, isto é, uma nação que não seja um protectorado ou uma autonomia fictícia.
No entanto, este cenário que tornaria os palestinianos reféns de tutelas alheias, com a cumplicidade de sectores internos, começa a desenhar-se com nitidez. A Administração «autónoma» de Ramallah, sob um mandato há muito expirado do presidente Mahmud Abbas, está cada vez mais isolada internamente, além de manietada pelas cumplicidades com Israel e os compromissos com um cadáver a que ainda chamam «processo de paz».
A realidade desta situação torna-se dia-a-dia mais penosa e teve um episódio recentíssimo que fere a memória e mina a energia de quantos lutaram e lutam pela independência palestiniana. Nas 48 horas que se seguiram ao encontro de Abbas com Donald Trump o regime de Ramallah prendeu 12 compatriotas por se manifestarem solidários com os presos políticos em greve de fome nas cadeias israelitas. Entre eles o próprio Abu Khamis, que há três meses foi libertado do cárcere de Israel onde passou 12 anos.
Poucas horas depois de ter estado com Mahmmud Abbas, o presidente norte-americano preferiu voltar a sublinhar uma «amizade com Israel», construída «sobre o nosso amor comum à liberdade e o nosso respeito pela dignidade humana».
A farsa assassina representada pelos dirigentes mais poderosos do mundo continua.

www.abrilabril.pt
28
Mai17

28 de Maio de 1884: Abre ao público o Jardim Zoológico de Lisboa

António Garrochinho


O Jardim Zoológico de Lisboa abriu ao público em 1884 no Parque de São Sebastião da Pedreira, por iniciativa de Pedro van der Laan e José Thomaz Sousa Martins, que contaram com o apoio do rei D. Fernando e do zoólogo e poeta José Vicente Barboza du Bocage. O jardim zoológico, o primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica, foi transferido em 1905 para a Quinta das Laranjeiras, onde se fixou definitivamente.

Este parque, para além de servir para entretenimento e diversão, tem preocupações a nível de conservação da Natureza, nomeadamente através da educação.

Ao todo tem mais de 350 espécies animais, entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios. As principais atrações são elefantes, pinguins, macacos, pandas, leões, golfinhos, focas, coalas e o Reptiliário, um espaço só para répteis. Os golfinhos são protagonistas de espetáculos diários num espaço próprio, a Baía dos Golfinhos, juntamente com leões-marinhos e focas.

O zoo está ainda dotado de restaurantes, bares, loja, teleférico e de um parque de animação com cinema a três dimensões, jogos de vídeo, carrossel, barcos telecomandados e um lago.

O parque foi fornecido com bastantes animais oriundos de África e do Brasil, o que permitiu a obtenção de uma coleção bastante diversificada de espécies exóticas. Estes animais eram enviados por governadores das antigas províncias ultramarinas portuguesas.

Após a revolução do 25 de abril de 1974 e consequente independência das colónias portuguesas, diminuíram substancialmente as remessas de animais. Esta situação, associada ao corte de apoios estatais, levou a que o Jardim Zoológico não pudesse renovar o parque animal, levando a uma diminuição de público.

Em 1990, o Conselho de Administração do espaço adotou uma nova política e procedeu à modernização do espaço e dos serviços de apoio, nomeadamente no que se refere às condições de vida dos animais. Assim, foi aumentada a coleção de animais e melhoradas as condições a nível de instalações, alimentação e serviços veterinários. Paralelamente, foram criados serviços comerciais, de marketing, de relações públicas e de imprensa, tendo em vista captar mais público.

A nível de visitantes, a administração criou um serviço de promoção para a conservação através de um Centro Pedagógico.

O Jardim Zoológico foi distinguido pela Câmara Municipal de Lisboa,em 1952, com a Medalha de Ouro da Cidade.

Jardim Zoológico de Lisboa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
Arquivo Municipal de Lisboa






28
Mai17

28 de Maio de 1926: Golpe militar em Portugal comandado pelo general Gomes da Costa, com Mendes Cabeçadas e Óscar Carmona. A I República é derrubada.

António Garrochinho


Golpe de Estado, protagonizado sobretudo por militares e civis antiliberais (embora estivessem também implicados elementos do Partido Democrático), que provocou a queda da Primeira República Portuguesa e instaurou a Ditadura Militar. O golpe teve antecedentes, destacando-se o movimento ocorrido a 18 de abril de1925. 

Devido a um crescente descontentamento dos portugueses com a política do Partido Democrático que,desprovido da sua ala radical, se tornou num partido conservador e corrupto, alheio às causas da justiça social dos trabalhadores, vários grupos conspiraram contra o Governo. Esta atividade resultou no movimento militar que eclodiu em Braga, sob a direção do general Gomes da Costa (1863-1929), que ficou conhecido como o 28 de maio de 1926. Os protagonistas foram os militares da 8.ª Divisão, que marcharam sobre Lisboa, levando à queda do Governo e ao fim da Primeira República.

Este movimento contava com apoios muito heterogéneos, desde as fações mais conservadoras aos republicanos críticos do Partido Democrático. Em consequência da marcha sobre a capital, o Governo - sob a chefia de António Maria da Silva - demitiu-se; o presidente da República, Bernardino Machado, abdicou também do seu lugar em favor do almirante José Mendes Cabeçadas, afastado por Gomes da Costa algumas semanas depois. Em julho de1926, Gomes da Costa foi deposto e a chefia ficou entregue aos generais Carmona (1869-1951) e Sinel de Cordes (1867-1930). 

O Congresso foi dissolvido e a Constituição suspensa. Instaurou-se então uma ditadura militar, na qual o Governo ficou com os poderes do Parlamento e do Ministério (Presidência do Conselho de Ministros), tendo toda a autonomia legislativa. Foi na sequência deste golpe que chegou a presidente da República o general António Carmona e que se criaram os alicerces políticos e institucionais da ditadura que governou Portugal até aos inícios dos anos 70.

Vinte e Oito de maio de 1926. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)

Gomes da Costa e as suas tropas desfilam vitoriosos em Lisboa (6 de Junho de 1926)Ficheiro:Desfile de tropas 28 de Maio 1926.jpg
28
Mai17

28 de Maio de 1911: Carolina Beatriz Ângelo torna-se na primeira mulher portuguesa a votar nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte

António Garrochinho


Médica, republicana e feminista, (Carolina) Beatriz Ângelo nasceu em 1877, na Guarda, cidade onde realizou os seus estudos liceais. Já em Lisboa, ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica, tendo terminando o curso no ano de 1902.


Na sua carreira médica destaca-se o facto de ter sido a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José, sob a direcção de Sabino Maria Teixeira Coelho. Trabalhou ainda no Hospital de Rilhafoles, sob a orientação de Miguel Bombarda, e dedicou-se à Ginecologia, com consultório na baixa lisboeta. A atividade profissional de Beatriz Ângelo foi conciliada com uma intervenção política e social intensa e marcante. Foi uma das principais ativistas da sua época, defensora dos direitos das mulheres, tendo lutado por causas como a emancipação das mulheres e o sufrágio feminino. 


A sua militância em organizações defensoras dos direitos das mulheres iniciou-se em 1906 no Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes. Em 1907 foi iniciada na Maçonaria, ano em que esteve também envolvida no Grupo Português de Estudos Feministas. Em 1909 fez parte do grupo de mulheres que fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, defensora dos ideais republicanos, do sufrágio feminino, do direito ao divórcio, da instrução das crianças e de direitos e deveres iguais para homens e mulheres. 


Na revolução de 5 de Outubro de 1910 tem associado à sua pessoa o simbolismo de ter participado na confeção das bandeiras hasteadas, obra de que foi encarregada por Miguel Bombarda. Já depois da implantação da república, esteve envolvida na fundação da Associação de Propaganda Feminista, em Maio de 1911. Esta associação, que chegou a dirigir, teve origem na cisão da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas por questões relacionadas com a tolerância religiosa e o sufrágio feminino. No âmbito da Associação de Propaganda Feminista projetou a criação de uma escola de enfermeiras, o que é referido como mais uma manifestação da sua preocupação com a emancipação das mulheres. 


Beatriz Ângelo foi também a primeira mulher a votar em Portugal. Numa altura em que o direito de voto era concedido aos cidadãos portugueses, maiores de 21 anos, sabendo ler e escrever e chefes de família, a persistência de Beatriz Ângelo, a ambiguidade da lei e facto de trabalhar, ser viúva e ter a seu cargo uma filha, permitiram-se lutar pela defesa do seu direito. Votou em Lisboa, em 28 de Maio de 1911, para eleição dos deputados da Assembleia Constituinte, ato amplamente noticiado em Portugal e felicitado em diversos países do mundo pelas associações feministas. Em 1913, a lei eleitoral portuguesa foi alterada, consagrando o direito de voto a cidadãos portugueses do sexo masculino.


Beatriz Ângelo foi sem dúvida uma mulher marcante na história portuguesa, com um percurso interrompido pela sua morte prematura. Morreu aos 33 anos, em 3 de Outubro de 1911.

Fontes: www.arquivo.guarda
wikipedia (Imagens)
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Carolina Beatriz Ângelo

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Carolina Beatriz Ângelo e Ana de Castro Osório (esquerda), primeira eleitora portuguesa e presidente da Liga das Sufragistas Portuguesas 

 

Ficheiro:Carolina Beatriz Ângelo - Illustração Portugueza N276 P0012.jpg
Segunda página do Artigo "Estão eleitas as constintuintes: A eleição em Lisboa", na revista semanal "Illustração Portugueza" (com o Jornal O Século), N.º 276, página 12 (714),Lisboa, 5 de Junho de 1911
28
Mai17

Festa dos tabuleiros - A História

António Garrochinho


A Festa dos Tabuleiros é a celebração mais importante da cidade de TomarPortugal e uma das maiores e mais antigas do país, sendo a Festa que atrai mais visitantes em Portugal cerca de meio milhão de pessoas apenas no dia do Cortejo dos Tabuleiros.

É também considerado um dos maiores Festivais do Mundo,  tendo adquirido estatuto e fama internacional, sendo hoje em dia um dos ícones culturais de Portugal.
Também conhecida como a Festa do Espírito Santo, realiza-se de 4 em 4 anos, no início do mês de julho.


Tradicionalmente, o tabuleiro é transportado por uma rapariga vestida de branco e terá de ter a altura da mesma.
Este é decorado por flores de papel colorido, espigas de trigo, 30 pães, de 400gr cada, enfiados em canas que saem de um cesto de vime evolvido por um pano banco bordado.
O topo do tabuleiro é ainda composto por uma coroa encimado pela Cruz de Cristo ou a Pomba do Espírito Santo.


Acredita-se que se trata de uma das mais antigas festas do nosso país remontando às festas do imperador, instituídas por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel, no quadro do culto do Espírito Santo.
Têm também a ver com práticas ancestrais de entrega das primícias das colheitas a Deusa Ceres e de celebração da fertilidade da terra.
E há ainda uma componente mais recente, também presente nas Festas dos Açores, com o seu quê de inspiração franciscana, de celebração igualitária da fraternidade e da partilha dos frutos da terra: o bodo e a ceia comum. Segundo alguns autores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres.

Repare-se que Tomar era sede Templária, e a ordem do Templo sempre foi acusada pela inquisição de desvios doutrinários, senão de heresia, até ser extinta pelo Papa Clemente V em 1307.

Os símbolos do Espírito Santo estão bem presentes no alto tabuleiro que as raparigas transportam no cortejo: no topo a pomba e a coroa e de alto a baixo os pães enfiados em cana (aos quais se atribuíam virtudes milagrosas), flores de papel (tradicionalmente, papoilas) e, ainda, espigas.

No século XIX encontram-se referências às festas do Espírito Santo, e até 1895 fazia-se o cortejo anual à Sexta-feira, por alturas do dia 20 de Junho. Depois de 1914, passou a fazer-se ao Domingo.

A antiga tradição do sacrifício dos bois, cuja carne seria depois distribuída por todos (como acontecia no penedo, após a tourada à corda), manteve-se até 1895.
A partir de 1966, os bois do Espírito Santo voltaram ao cortejo, mas agora só com funções simbólicas.




A construção do tabuleiro




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1: O aparar das pontas das canas para entrarem melhor no entrançado do cesto.
O Cesto deve ser posto de molho 12 horas antes.
Para que as canas entrem mais facilmente no tabuleiro e, para que depois destas estarem secas, fiquem mais firmes.2: O fixar das canas ao cesto colocadas a igual distância.
Canas flexíveis e resistentes, colhidas próximo da maturação.3: Colocadas as canas, o espetar do 1º pão. Pães de 400 gr, tipo "tabuleiros", alongados e roliços, com cintura como se vê na gravura nº4.4: Os primeiros 15 pães já estão colocados.5: Todos os pães colocados.6: O colocar da coroa.7: Coroa já colocada.8: O atar da coroa às canas.9: A travagem de pão a pão.10: Outra fase da travagem.11: Travagem concluída e ponta das canas que sobressaem já cortadas.12: Colocação do arame grosso, desde a coroa ao cesto, passando pelo cruzamento das canas de travagem.
Este arame é dispensável se a travagem pão a pão ficar bem firme.13: Ornamentando a coroa.
A Coroa tanto pode ser enfeitada com papel, a condizer com a ornamentação geral do tabuleiro, como pintada a dourado ou a prateado.14: Colocação da verdura (neste tipo de ornamentação).15: Preparando os raminhos de flores.16: Colocação dos raminhos.17: O acabamento da ornamentação da coroa, antes da colocação da pomba.18: Já totalmente ornamentado, com a pomba colocada e a toalha a envolver o cesto.



Nota: A Pomba do Espírito Santo é a preferência; mas admite-se a sua substituição por uma cruz, muito especialmente a Cruz de Cristo.







 
28
Mai17

Truque genial: como fritar bife sem sujar o fogão com óleo! É tão simples!

António Garrochinho



Esta dica é essencial para quem cozinha. Aprenda a fritar qualquer alimento sem sujar o fogão com óleo! É sensacional!
Passo 1
Escolha os alimentos que quer fritar (neste caso, 2 bifes), óleo para fritar e 1 colher de sopa de farinha de trigo. É este o ingrediente secreto!
Passo 2
Ponha o óleo na frigideira e acenda o lume.
Passo 3
Coloque a colher de farinha de trigo.
Passo 4
Misture a farinha com o óleo
Passo 5
A mistura está no ponto quando tiver uma cor dourada.
Passo 6
Agora pode por o bife a fritar. Se tiver de colocar mais bifes, é só repor a farinha de trigo e o óleo.
Passo 7
Repare que os seus braços não são atingidos por gotas de óleo quente e o seu fogão continua limpo.
O resultado é fantástico! Um bife dourado e crocante e o fogão totalmente limpo e sem gota de óleo.
Aprenda a fritar ovos sem sujar o fogão, assistindo ao vídeo! É super fácil!


E AGORA ! COMO
 FRITAR UM OVO CORRETCAMENTE





www.dicasonline.tv

28
Mai17

Milhares no Japão contra nova base dos EUA

António Garrochinho
NUM LADO OS MAIS CONSCIENTES QUE DENUNCIAM AS POLÍTICAS BELICISTAS E IMPERIALISTAS, DE OUTRO OS QUE JÁ SE ESQUECERAM DE HIROSHIMA E NAGASAKI, DO OUTRO OS QUE ALINHAM COM OS YANKES EM POLÍTICAS DE AGRESSÃO A OUTROS POVOS DERESPEITANDO OS MILHARES DE MORTOS E O SOFRIMENTO DO SEU POVO. ISTO É O JAPÃO !
AG
Milhares no Japão contra nova base dos EUA
Milhares de pessoas manifestaram-se, no dia 14, em Okinawa, no Japão, contra a instalação de uma nova base militar dos EUA no arquipélago, onde se prevê vir a instalar uma nova unidade de Infantaria da Marinha norte-americana.
O projecto tem a oposição do movimento da paz japonês, de diversas estruturas e organizações e do próprio governador de Okinawa, particularmente activo no combate às bases militares dos EUA.
Foto de António Garrochinho.

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