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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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05
Jun17

A VERDADE DOS NÚMEROS

António Garrochinho



O PIB cresceu no primeiro trimestre do ano 2,8% em relação ao primeiro trimestre de 2016 e 1% em relação ao quarto trimestre de 2016. São números compreensíveis pelo comum dos cidadãos, reflectindo uma informação do Instituto Nacional de Estatística. Com os contributos na óptica da despesa e da produção para essa variação. Produzimos mais do que gastamos, em termos gerais. É a tendência recente, embora ténue. Não esquecemos que o PIB do  nosso pais está em termos reais ao mesmo nível de há 12 anos atrás (de 2005)

Desses 2,8% de crescimento, o grosso (cerca de 2,3%) é resultante da procura interna, constituído pelo consumo privado, consumo público e investimento. Os restantes 0,5% são procura externa liquida, constituída por exportações menos importações. Esta informação sendo de mais difícil compreensão pelo leitor, tem contudo sérias consequências. 

Vejamos as parcelas.

O País cresce quando se estimulam os rendimentos das pessoas, aumentando o salário mínimo, repondo os valores de salários e as pensões, e se promove o consumo. O País cresce aumentando o investimento público e privado, aumentando as exportações e reduzindo as importações. Os que sempre defenderam esta estratégia estavam e estão certos. Os que defenderam outrora (hoje já não, publicamente!) a retracção, a austeridade, a redução do valor do trabalho, a emigração de quadros e famílias, estão errados.

Claro que há (ou havia) investimento público errado, obras faraónicas sem controlo orçamental, projectos de TGV desadequados á realidade. Claro que há (ou havia) recurso fácil a crédito pelos privados, para investimentos financeiros, para consumos de luxo, para vidas corruptas no País e no estrangeiro. Claro que há (ou havia), negócios com comissões milionárias, participações promíscuas no capital de empresas privatizadas por parte de gestores públicos. Mas o ciclo, este ciclo pós cavaquista de regeneração politica e moral, pode e tem de se inverter.

Alguns (nós próprios) identificarão alguns circunstancialismos favoráveis e desfavoráveis á conjuntura económica. O Turismo atravessa uma fase de pujança, sendo nítido o seu contributo para a reanimação económica, os serviços, e a reabilitação urbana. Beneficiamos claramente de zonas turísticas de paz e segurança, em contraste com concorrentes a atravessar grandes dificuldades de captação de correntes turísticas. Até quando? A desvalorização do Euro e os juros baixos, são bons auxiliares da política económica. Até quando? E a criação de Emprego cresceu do primeiro trimestre de 2016 para o primeiro trimestre de 2017 cerca de 150.000. 

Poderemos manter tal tendência?

Nas importações cujo crescimento em valor ultrapassa o das exportações (que não em volume) sobressai o valor do barril de petróleo Brent que cresceu 59,3% num ano. Este é um factor desfavorável e imprevisível de conter no futuro.

É portanto no aumento da produção nacional, na substituição das importações, na promoção de exportações de elevado valor acrescentado, que devemos apostar. É numa política de auto-suficiência alimentar e energética, de procura de retomar a soberania (com ou sem Euro), que teremos futuro. É acelerando processos de regeneração e modernização do Estado, nomeadamente dos serviços públicos essenciais (Administração Central e Local, Justiça, Educação, Administração Fiscal) que encontraremos no futuro números sustentados.

As famosas agências de rating continuam contudo a desclassificar a situação financeira do País. Num irreprimível augúrio de desgraça, a direita portuguesa alinha nessas previsões pouco sérias. Com a globalização, acentua-se a ideia de promover Estados fracos, com líderes “básicos” e com a livre circulação de capitais a nortear políticas nacionais e internacionais. Às notações das agências de rating só podemos responder com políticas patrióticas e de desenvolvimento.

CR

cris-sheandbobbymcgee.blogspot.pt
05
Jun17

Os 10 países com a maior população feminina do mundo

António Garrochinho


No passado, as mulheres eram consideradas principalmente dóceis e arredias. A maioria delas era designada para tarefas domésticas. Atualmente, as mulheres recebem muito mais oportunidade de igualdade e importância ao longo da maior parte do mundo, embora haja ainda um longo caminho a seguir.


Com estas informações, é possível ver o grande cenário e ter uma nova perspectiva da ascensão social da população feminina. Confira agora os países com o maior contingente feminino do planeta.

Vale lembrar que claramente estamos analisando em termos percentuais, e não em valor numérico, para esse caso a China e a Índia ficariam nos primeiros lugares devido ao seu gigantesco contingente populacional.

10) China


Possui uma população feminina de 48,1%. Apesar de à primeira vista a situação não parecer tão boa, é um fato de que as mulheres chinesas estão lutando como podem pelos seus direitos de igualdade na sociedade como um todo e com isso estão ganhando cada vez mais espaço nas universidades e no mercado de trabalho.

9) Índia



Possui uma população feminina de 48,4%. Aqui a situação já é mais complicada e ao longo do tempo a quantidade de mulheres do país está caindo, mais devido a práticas culturais que dão mais valor a um filho varão do que a ter uma menina, o que gera sérios problemas sociais entre os indianos.

8) Paquistão


Possui uma população feminina de 49,2%. Mais um país em que as mulheres vivem em uma situação bem delicada, aqui aprendem a viver sob as duras regras dos talibãs. No Paquistão uma mulher não pode sair se não estiver acompanhada por um homem da família, e mesmo quando está, é necessário estar coberta com um véu dos pés a cabeça.
7) Bangladesh


Possui uma população feminina de 49,4%. Mesmo nos dias de hoje ainda vivenciam abusos como o estupro, casamento infantil e violência doméstica, que infelizmente ainda são predominantes no país.
6) Nigéria


Possui uma população feminina de 49,4%. Infelizmente a situação das mulheres não está nada boa. Na Nigéria, cerca de 1 a cada 3 mulheres já foi vítima de abusos físicos ou sexuais por parte do companheiro.
5) Indonésia

Possui uma população feminina de 50,1%. País de predominância da religião muçulmana, as mulheres continuam realizando suas principais funções sociais como ser mulher e se tornar mãe, mas nos últimos tempos as coisas estão mudando e elas vêm ganhando mais espaço na sociedade.


4) Estados Unidos


Possui uma população feminina de 50,6%. Esse é um país que a mulher possui muita liberdade de expressão e para tocar sua vida do jeito que desejar, um verdadeiro exemplo para todo o mundo.
3) Brasil


Possui uma população feminina de 50,8%. Em nosso país ainda há uma quantidade absurda de casos de violência doméstica, mas que com o apoio de ONGs, da Delegacia da Mulher e de outras entidades civis, lentamente estão começando a ser investigados e resolvidos.

2) Japão

Possui uma população feminina de 51,3%. Apesar do estereótipo da mulher submissa aos olhos dos ocidentais, esse papel no Japão lentamente está mudando e muitas agora são consideradas chefe de família.

Mas ainda é um costume, herdado dos tempos do feudalismo japonês, que a japonesa abdique da vida profissional para viver em função do marido, dos filhos e das tarefas domésticas, cuidando inclusive das finanças da família e sendo também responsáveis pelo Okozukai [subsídio ao marido]. Já o marido é responsável em trabalhar fora e arcar com os gastos que uma família demanda.

1) Rússia 


Possui uma população feminina de 53,7%. Também por questões culturais, a Rússia tem uma cultura mais voltada para o lado do homem, e pregam que aqui a felicidade da mulher está justamente em ter a sua companhia masculina. Por isso muitas vezes mulheres bem sucedidas abdicam das perspectivas de crescimento pessoal e profissional, fazendo uma escolha em favor da casa e dos filhos.


Se tiver gostado e quiser ver mais postagens dessa mesma Coleção, clique no álbum abaixo:


Enfim! Esperamos que com o tempo essas diferenças de tratamento entre os sexos sejam cada vez menores e damos aqui um vida para a diversidade étnica de nosso mundo, a beleza e a dedicação de todas as mulheres para melhorarem as suas vidas e a de seus familiares.









tudorocha.blogspot.pt

05
Jun17

A fábrica europeia de documentos não pára

António Garrochinho



A fábrica de documentos “estratégicos” da União Europeia deu à luz um novo produto, o “Documento de reflexão sobre o aprofundamento da União Económica e Monetária”, onde se procura “acarinhar e proteger” o euro. Por cá, a atenção mediática esteve mais concentrada na possibilidade de o presidente do Eurogrupo passar a ser um funcionário a tempo inteiro e nas implicações para a candidatura de Centeno ao lugar.

O documento propriamente dito concentra-se, por um lado, na construção da União Bancária e na União de Mercados de Capitais e, por outro lado, no reforço dos poderes políticos europeus, quer da Comissão Europeia (CE), através de um papel mais activo do "Semestre Europeu", quer do Eurogrupo, através da criação de um “Tesouro” europeu, com maior músculo financeiro. As intenções da CE atemorizam de muitas maneiras, sobretudo na forma camuflada como pretende reforçar o seu poder - passagem da “educação, a fiscalidade e a conceção dos sistemas de proteção sociais” para a alçada do “Semestre Europeu”, maior condicionalidade política nos fundos estruturais, criação de um enorme mercado de titularização da dívida, etc. Tudo, claro está, com juras de transparência e democracia. Todavia, o que mais me chamou a atenção neste documento foi, na parte de diagnóstico da crise, nem uma só vez se referir os desequilíbrios externos entre países excedentários e deficitários na zona euro. Assinala-se a imbricação da banca com os estados nacionais, mas o que é reconhecido como causa maior da crise do Euro não aparece no texto. Lendo todo o documento percebe-se porquê. Com a criação do Euro foi-nos contada a história - em que, alegremente, acreditei até à crise – da irrelevância dos desequilíbrios macroeconómicos internos à zona Euro, já que, com um banco central comum, a política monetária era igual para todos os países. Quando muito existiriam problemas microeconómicos em certos sectores e/ou bancos. Nunca em países. Hoje, da esquerda à direita, sabemos que não foi assim. Podemos não ter tido uma crise cambial, mas a fuga de capitais fez-se sentir na impossibilidade de refinanciamento da banca e do Estado.

O documento de reflexão da Comissão Europeia conta-nos uma nova história (sem nunca mencionar os desequilíbrios): no longo prazo, graças à União Bancária e à União de Mercado de Capitais, deixarão de existir bancos nacionais, substituídos por grandes bancos com alcance a toda a Zona Euro*. A imbricação estado-banca deixará de existir, cortando a dinâmica financeira descendente, a que assistimos durante a crise. Com um banco central comum e uma banca comum, os desequilíbrios de balança de pagamentos serão agora mesmo transformados em meros problemas empresariais. Aplicados à banca, serão problemas de sucursais. A solução para o maior problema da zona Euro é assim resolvido sem nunca ser mencionado.

A solução é lógica, mas falsa. Com bancos europeus e um banco central europeu parece ter-se encontrado uma solução para a fragmentação bancária e financeira nacional que, ao atribuir de facto valores diferentes a euros depositados na Alemanha ou na Grécia, punha em causa a moeda única. No entanto, esta é uma solução que “dispara” sobre um problema que estará sempre em movimento, dada a natureza defeituosa da moeda única. A criação de grandes bancos privados de vasto alcance territorial na zona euro nunca resultará numa banca realmente europeia. O Euro é uma moeda sem Tesouro, ou seja, sem receitas ficais directas que o apoiem (a criação do tesouro anunciada não é mais do que a gestão de um instrumento financeiro de dívida sem qualquer poder de impor impostos europeus). Tal realidade significa que a grande banca, alemã e francesa, continuará dependente na sua sobrevivência dos seus estados nacionais (e da sua capacidade orçamental e fiscal). Ou seja, em caso de nova crise de balança de pagamentos, uma sucursal portuguesa não terá certamente o mesmo peso da sede em Frankfurt ou La Défense e será não só vítima de congelamento do seu refinanciamento, como aconteceu com a banca portuguesa em 2011, mas também, provavelmente, drenada de recursos, como aconteceu com as sucursais da banca internacional no Leste Europeu, em 2009, ou na Argentina, em 2001. Os problemas não desaparecem então, só se transmutam face a uma estrutura monetária sem futuro.

*Para mais sobre as consequências nefastas da União Bancária e da União de Mercados de Capitais, eu e o João Rodrigues escrevemos um artigo sobre o assunto a sair na versão portuguesa do Le Monde Diplomatique deste mês.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
05
Jun17

As extraordinárias esculturas de areia de Toshihiko Hosaka

António Garrochinho
Existem escultores de areia, aos borbotões, mas então existem Os Escultores de Areai, que são poucos. Toshihiko Hosaka, um incrível artista e escultor japonês, faz arte do segundo grupo. Nascido em 1974 em Akita, ele se formou em escultura pelo Departamento de Belas Artes da Universidade Nacional de Belas Artes e Música em Tóquio. Diferente da maioria dos outros escultores que começam com outros materiais e depois migram para a areia, ele já começou com esta matéria prima desde a faculdade.

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Na atualidade, ainda morando em Tóquio, ele trabalha com esculturas tridimensionais usando diversos materiais, sobretudo na criação de personagens para filmes de ficção. Mas ele ganhou reconhecimento internacional mesmo foi com suas incríveis esculturas de areia e suas participações em competições de escultura ao redor do mundo. Abaixo, você encontrará uma seleção de seus trabalhos incríveis, mas você pode encontrar muitos mais em seu site.
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Jun17

BERLIM O CARNAVAL DAS CULTURAS

António Garrochinho
Os últimos atentados terroristas assombraram o Carnaval das Culturas, em Berlim. O desfile que celebra as minorias étnicas da cidade foi alvo de fortes medidas de segurança. Apesar de a polícia ter protegido o acesso ao evento com viaturas , na assistência houve quem não se sentisse seguro devido à ausência de barreiras de cimento.
“Claro que havia barreiras normais, mas já não nos sentimos mais seguros”, queixou-se uma mulher. “Não é fácil, porque está sempre na nossa cabeça”, afirmou a sua amiga.
“Esta manhã estava um pouco preocupado, mas Berlim é fantástico. Adoro estar aqui e sinto-me seguro. Foi por isso que não deixei de vir”, contrapôs um homem.
Cerca de mil polícias com o apoio de empresas de segurança vigiaram o desfile.
A diretora do evento, Nadja Mau, explicou que esta edição do Carnaval responde ao terrorismo: “Não podemos reagir a uma coisa destas a um nível técnico, temos de reagir com conteúdo. O que podemos fazer? O Carnaval levanta-se pela democracia e por vivermos em comunidade uns com os outros”.
63 grupos de músicos, bailarinos e acrobatas de vários países participaram no Carnaval das Culturas, em Berlim.

VÍDEO


pt.euronews.com
05
Jun17

PCP pede apuramento da verdade e regresso da EDP ao Estado

António Garrochinho

Jerónimo de Sousa defende que não se pode "ceder mais mordomias a quem tem tanto ganho em dividendos e em lucros"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje "o apuramento da verdade toda" na investigação à EDP, considerando que está já demonstrada a razão dos comunistas na sua oposição à privatização de setores estratégicos, como a energia.
"Creio que, independentemente da importância do apuramento, estes factos demonstram já a razão que tínhamos e temos em relação à privatização de setores estratégicos, como é o caso da EDP, em que se mistura o negócio com a política, em que o que se verifica é que as famílias, as empresas, estão a pagar com língua de palmo os preços da energia, tendo em conta os benefícios que foram dados", afirmou Jerónimo de Sousa.
Falando aos jornalistas durante a manifestação da CGTP-IN, em Lisboa, o líder comunista pediu "o apuramento da verdade toda" das matérias judiciais e, politicamente, "o regresso destes setores estratégicos ao caráter público".
Jerónimo de Sousa defendeu que não se pode "ceder mais mordomias a quem tem tanto ganho em dividendos e em lucros" e exigiu que se baixe "a fatura às empresas, às famílias, porque é possível fazê-lo".
A EDP afirmou na sexta-feira que os gestores António Mexia e João Manso Neto foram constituídos arguidos por terem assinado contratos de apoio à produção de eletricidade, sobretudo em barragens.
Em causa estão os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que substituíram os Contratos de Aquisição de Energia (CAE).
A elétrica adiantou que a sede, em Lisboa, "foi objeto de uma visita de um procurador da República do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) acompanhado de vários Inspetores da Polícia Judiciária".
A EDP afirmou que a visita se insere "no âmbito de uma investigação que teve origem numa denúncia anónima" e que se reporta a matéria relacionada com os CAE e a sua substituição pelos CMEC, iniciada em 2004.
Os CMEC são uma das designadas "rendas excessivas" da energia, atacadas pela 'troika' (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central europeu), durante o programa de assistência financeira a Portugal.
Trata-se de um "pagamento adicional" sobre as receitas de mercado que a EDP aufere, que visa garantir que a margem bruta angariada pela empresa em mercado, adicionada da compensação CMEC, seja aproximadamente idêntica à que havia sido contratada nos CAE, cuja cessação ocorreu em junho de 2007, antes do arranque do funcionamento do mercado grossista de energia elétrica, que aconteceu em 01 de julho de 2007.
A cessação dos CAE aconteceu há quase dez anos e foi formalizada numa cerimónia na Barragem do Castelo de Bode, Tomar, pelo então ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.
Manuel Pinho representou a decisão tomada em Conselho de Ministros no dia 15 de março de 2007, que alterou o decreto-lei de 2004, fixando o preço das compensações a pagar à EDP em 50 euros o megawatt/hora (Mwh), ao contrário dos anteriores 36 euros por MWh.
Segundo o comunicado da EDP, a operação visou "a obtenção de elementos documentais relacionados com os referidos procedimentos" e a administração da empresa "deu instruções específicas e muito claras no sentido de ser facultado aos investigadores o acesso irrestrito a toda a informação e foi prestada toda a colaboração com vista ao esclarecimento dos factos".
O Ministério Público (MP) confirmou na sexta-feira que foram constituídos quatro arguidos numa operação realizada no âmbito de um inquérito a eventuais crimes de corrupção e participação económica em negócio na área da energia.
Além dos presidentes da EDP e da EDP Renováveis, foram constituídos arguidos o administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, João Faria Conceição, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.
Segundo o MP, foi recolhida vasta documentação e informação digital nas buscas realizadas às sedes da EDP, REN e da consultora The Boston Consulting Group.


www.dn.pt

05
Jun17

LAVADORAS

António Garrochinho

A reaccionária da TVI (uma tal Judite) com outra gaja esclerosada já há algum tempo, quiseram falar de greves declaradas pela CGTP. E foram-se ao assunto.
A segunda fazia esforços heróicos para se lembrar do nome do Secretário-Geral, Arménio Carlos. A coisa não lhe saía. Logo a outra, ladina, lhe fez chegar o apoio, a primeira das remelgadas: - É Arménio Santos, asseverou a badalhoca Judite. - Claro que sim, retorquiu a gaja do “Alzheimer”… buts... como a malta dizia quando jogava ao “bilas” (berlinde), relinchou exausta por se ter lembrado, enfim, que, afinal, o nome do homem é Carlos.
Moral da história: O gajo dos Santos é um obscuro sindicalista laranja, sem eira nem beira. “Vive” na parte mais redentora daqueles cerebrozinhos. Arménio Carlos é o “comandante-em-chefe” da central unitária dos trabalhadores portugueses, sobejamente conhecido de todo o país, o que naturalmente origina “esquecimentos” neulorógicos sempre que se fala de trabalhadores em luta.
Guilherme Antunes (facebook)
Foto de António Garrochinho.

05
Jun17

É PÀ, PORRA, PRECISO DE DORMIR

António Garrochinho

É pá, deslargem-me com a merda dos atentados. Já ninguém, com cérebro, “papa” essas “tangas” do caralho. Algum ser humano informado e atento acredita nestes atentados terroristas, em carreirinha, elaborados pelo poder financeiro do fascismo global, a fingir que são os "maus" lá da outra cultura?
Malta do Pentágono; pessoal da Cia; capangas do Mossad; a sério, seus filhos da puta, "deslarguem" a malta. Sabemos que o programa é para dizimar o pessoal a ocidente. Está escrito desde o documento de Santa Fé. É preciso aterrorizar sob a batuta dos presidentes europeus, serviçais bem pagos do armementismo inter-mundial.
O ÚNICO terrorismo que existe no mundo tem a exclusividade do “grande irmão” estadunidense. Vá, malandragem, agora vou deliciar-me com um santini (é um gelado glorioso).
Guilherme Antunes (facebook)
Foto de António Garrochinho.

05
Jun17

KATI HORNA, FOTÓGRAFA ANARQUISTA DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA

António Garrochinho


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“Mulheres Combativas” – Fotografia de Kati Horna tirada em Veléz Rubio (Almeria), em 1937
Cosmopolita e vanguardista, nasceu na Hungria, foi amiga íntima de Robert Capa desde a adolescência e, como ele, viajou para Espanha para apoiar a República. O museu Jeu de Paume de Paris apresenta uma antologia de 150 obras suas que resumem o trabalho de seis décadas da artista, que morreu no México em 2000. Alheia aos desejos de reconhecimento e fama de Capa e também com maiores ambições intelectuais, Homa preferiu explorar o surrealismo.
Ainda que outros e outras tenham ficado com a fama, talvez tenha sido a fotógrafa mais comprometida com a causa do povo espanhol que se levantou contra o golpe de Estado franquista. Kati Horna (1912-2000) nunca procurou receber medalhas como a mais valente e temerária durante a Guerra Civil: preferiu retratar homens, mulheres, crianças e anciãos que a viviam e a sua vida quotidiana atrás das frentes de batalha, tão dura e brutal em ocasiões como esta. Uma retrospectiva no museu Jeu de Paume de Paris mostra 150 obras desta incansável lutadora, cosmopolita e vanguardista, e como acrescento quase frívolo, a namorada a que mais quis o também fotógrafo Robert Capa.
A exposição parisiense, que tenta condensar os sessenta anos de trabalho de Horna, traça o passo ziguezagueante de uma fotógrafa nascida na Hungria como Kati Deutsch, filha de uma família de banqueiros, mas receosa das comodidades e privilégios de um futuro acomodado. Preferiu mudar-se: aos 19 anos viajou a Berlim para conhecer o escritor antifascista Bertolt Brecht, cujo alerta para os perigos do nazismo que estava a nascer a levaram a participar em manifestações e protestos de rua; depressa regressou a Budapeste, onde, seguindo os conselhos recebidos do eminente László Moholi-Nagy, professor da Bauhaus que também conheceu na Alemanha, aprendeu os rudimentos da fotografia como ajudante de József Pécsi

“O insólito quotidiano”

Em 1932, dado o avanço do nazismo na Hungria, fugiu para Paris, onde trabalhou fazendo fotos fixas em filmes e assinou as suas primeiras reportagens para a Agence Photo: várias séries sobre mercados de rua e cafés nas quais procurava capturar o que denominava de “insólito quotidiano”, dando aos objectos tanto valor como às pessoas e empregando um sentido agudo de humor, sobretudo em historietas que assinou a meias com o desenhador surrealista alemão Wolfgang Burger em que humanizaram frutas e legumes para os fazerem protagonistas de histórias de amor ou de parábolas políticas.
Cada vez mais comprometida com os ideais anarquistas, em 1937 viajou para Espanha a fim de retratar a situação das aldeias colectivizadas de Aragão, levada a cabo pela Confederação Nacional do Trabalho, a poderosa central sindical ácrata. Em Julho do mesmo ano entrou como redactora para a revista “Umbral: Semanário da Nova Era”, uma das melhor desenhadas e com mais atenção dada, naquele tempo, à fotografia, e colaborou também, com as publicações anarquistas Tierra Y Libertad, Tiempos Nuevos e Mujeres Libres.

“Uma operária da arte”

Horna, que documentou a guerra até à evacuação de Teruel e que se definia a si mesma como “operária da arte”, possui uma qualidade humana mágixa que coloca os seres humanos por cima das situações. Tanto as imagens de milicianos como as de civis – entre elas as suas famosas e ternas “mães combativas” amamentando os filhos – procuram a respiração, aparentemente impossível, de humanidade no meio da barbárie, que deixou transparecer com maior clareza nas colagens cruéis como a  “Navidad em España”, 1937, em que os esqueletos expostos depois do bombardeamento de um cemitério estão acompanhados do texto: “Cristo abala e diz: ‘a partir de hoje já não sou eu o símbolo do sofrimento”
Um dos seus companheiro nas vicissitudes da guerra definiu Horna como “uma jovem com corpo de anciã, intransigente, mágica, intelegentissima, sábia, inesgotável, uma lutadora”. Outro, o fotógrafa Capa, a quem conhecia desde a adolescência, quando ambos viviam em Budapeste e quando ele ainda se chamava Endre Friedmann – adoptou o nome de Robert Capa para “americanizar-se”, costumava dizer, e “poder ganhar dinheiro” – lhe “tirou as medidas” com a insistência de qualquer mulherengo contumaz. Viveram uns meses de romance, interrompidos quando ela conheceu o amor da sua vida, o pintor andaluz José Horna, também colaborador de Umbral, com quem a fotógrafa se casou depois de fugirem ambos para o México em 1939.

Máscaras, fetiches e bonecos

No outro lado do Atlântico – para onde a seguiu o incansável Capa, que não se deu por vencido até que ela o teve que desiludir definitivamente -, a incansável Horna ligou-se aos surrealistas mexicanos, entre eles a grande Leonora Carrington. Continuou a fazer reportagens, mas começou a preferir temas menos descritivos, com muitas histórias onde procura o extraordinário através da presença de máscaras, fetiches e bonecos. Estas fotografias visionárias apaixonaram alguns dos criadores mais importantes do país durante a década de 60, desde a espanhola Remedios Varo até Alejandro Jodorowsky.
A retrospectiva de Paris contribuirá para o “reconhecimento internacional desta versátil e socialmente comprometida fotógrafa humanista”, dizem os organizadores, que destacam a “criatividade artística inusual” de Horna, a sua “contribuição para o fotojornalismo” e a inserção da sua obra nas vanguardas europeias da primeira metade do século, desde o construtivismo russo e a escola Bauhaus, até ao surrealismo e à nova objectividade alemã. A exposição divide-se em cinco períodos: os inícios em Budapeste, Berlim e Paris, entre 1933 e 1937; Espanha e a Guerra Civil; Paris novamente em 1939 e México.
Em 1979 Horna cedeu a Espanha 270 fotos tiradas durante a Guerra Civil. Algumas delas podem ver-se num bastante abandonado sítio da web dos arquivos nacionais. Mais frutífero é o ensaio “Kati Horna e a sua maneira quotidiana de captar a realidade”,de Alicia Sánchez Majorada (PDF).
Agc143
“Vigiando depois do bombardeamento” – Milicianos vigiam objectos numa rua bombardeada. Em primeiro plano uma escultura religiosa. Fotografia de Kati Horna, Barcelona,1938


colectivolibertarioevora.wordpress.com
05
Jun17

As “passinhas do Algarve” na seca de 1875 ou o retrato social e económico da região

António Garrochinho


A década de 70 do século XIX foi dramática para os algarvios. Anos consecutivos de seca fizeram soar as campainhas de alarme na capital do reino, Lisboa, em maio de 1875.
Na verdade, o clima mediterrânico, onde o Algarve se insere, carateriza-se por uma precipitação baixa e irregular, sendo frequentes anos de estiagem, em alternância com outros mais húmidos, com cheias e inundações. Todavia, a seca por aqueles anos tornou-se medonha e com ela a fome e a sede ameaçaram aniquilar os algarvios.
Em 15 de julho de 1874, já o periódico lacobrigense “Gazeta do Algarve” noticiava a extraordinária seca que se sentia na região: “que esterilisou os nossos campos, destruiu regadios importantes e empobreceu fontes que nunca accusaram a falta ou carência absoluta d’água”.
Mas se aquele ano agrícola não deixou saudades, o de 1875 seria dramático. O céu não verteu uma gota de água, principalmente no barrocal e litoral, de tal forma que, na edição de 21 de abril de 1875, o mesmo jornal pressagiava “com a velocidade da successão do tempo vamos caminhando para uma crise alimenticia assustadora”, para depois acrescentar que “nenhumas esperanças há já de que a agricultura produza o sufficiente para a sustentação dos habitantes da província, nem pastos haverá em quantidade bastante para a alimentação do gado”.
A 2 de junho, o mesmo periódico fazia o balanço das colheitas na zona de Lagos, dizendo que, a produção era tão fraca, que, das searas, resultou uma semente e meia, e, do arvoredo, perspetivava-se um quarto do que seria colhido num ano normal. Em suma, uma calamidade abatia-se sobre o Algarve.
Com uma agricultura de subsistência, dois anos agrícolas maus comprometiam não só toda a alimentação, como inviabilizavam novas sementeiras. Afinal, apesar de terem sido deitadas à terra, as sementes não germinaram, ou, se tal aconteceu, não geraram nova semente. Também as árvores ameaçavam secar, mormente as figueiras, primordiais na economia regional, colocando em causa a produção anual e de vários anos subsequentes.
Numa época ainda longínqua para o estado social, onde a principal atividade da governança era a cobrança de impostos, a situação catastrófica da região, aliada aos gritos lancinantes dos algarvios, forçaram o governo a agir.

Assim, por portaria de 15 de maio de 1875, foi ordenado ao governador civil, o advogado José de Beires (Lamego, 1825-Lisboa, 1895), que percorresse todo o distrito com o objetivo de colher informações exatas acerca dos prejuízos causados pela falta de chuvas.
Aquele magistrado saiu de Faro a 23 de maio, iniciando a visita por Vila do Bispo, e sucessivamente percorreu todas as sedes dos concelhos e a maioria das freguesias da região, regressando à capital algarvia a 10 de junho.
É difícil imaginarmos as condições da viagem. É que, se por um lado e na sequência da Regeneração, avançava a construção de algumas vias macadamizadas, por outro a lentidão dos trabalhos e os parcos recursos faziam com que predominassem as velhas estradas medievais, quase sempre veredas.
Quanto ao caminho de ferro, além de um pequeno troço fantasma, construído entre Faro e Boliqueime, não descia além de Casével (Castro Verde), então a estação que servia o Algarve.
José de Beires reuniu-se com as autoridades locais (câmara e conselho municipal), os maiores contribuintes prediais, párocos e regedores das freguesias, deslocando-se ainda a uma ou outra aldeia, para se inteirar in loco das sequelas da longa estiagem.
Nas reuniões, recolhia informações sobre a gravidade da situação, bem como propostas para minorar a crise. Da sua visita, resultou um longo e detalhado relatório que enviou ao governo, com a descrição da conjuntura agrícola, económica e também social de todas as freguesias e concelhos do Algarve. Exposição complementada com sugestões que considerava pertinente executar para evitar a indigência dos algarvios.

 
A minúcia da sua descrição permite-nos hoje conhecer não só os efeitos da seca, em todas as freguesias, mas também as principais culturas que então se praticavam e a sua produtividade em anos regulares. É, pois, apoiados pela pena daquele magistrado, cujo relatório foi publicado na “Gazeta do Algarve”, que nos propomos revisitar o Algarve entre 23 de maio de 10 de junho de 1875.
Como se referiu, o governador iniciou o périplo pelo concelho de Vila do Bispo. Este compunha-se de serra inculta e extensos terrenos de lavoura, vivendo a população quase exclusivamente da agricultura. Tal como em toda a região, a propriedade encontrava-se muito compartilhada.
Pela quantidade de cereais que produzia e exportava, era considerado o celeiro do Algarve. Por sua vez, o número de árvores e vinhedos era diminuto, apenas junto das povoações e para “recreio”, como referia. Ainda assim, existiam algumas plantações novas de figueiras.
Quanto aos efeitos da seca em Budens, escreveu José de Beires:
“N’esta freguezia, como nas outras do concelho, cultiva-se apenas o trigo, cevada, raros centeios, grão, chicharo e milho. É, porém, no trigo que consiste a sua principal riqueza agrícola.
Apresentaram-se as searas com magnifico aspecto no principio do anno, e attingiram pela maior parte um desenvolvimento superior ás searas dos outros concelhos, especialmente nas chamadas — terras de dentro — terrenos baixos e verdes, que são por isso menos exigentes de copiosas chuvas. Mas, a final, a prolongada estiagem tolheu n’umas o completo desenvolvimento da espiga e produziu n’outras a sua morte prematura, restando apenas n’estas o feno e algum grão mirrado. Calcula-se que ainda assim a média da producção será de 50 por cento d’uma colheita regular. Das sementeiras serôdias nem a semente se espera”.
Relativamente às freguesias da Raposeira e Vila do Bispo, a situação era idêntica. Quanto a Sagres:
“É a freguezia que mais soffre com a estiagem. Tem os mesmos géneros de cultura, mas são maiores os estragos nas searas.
A producção ha de ser inferior á das outras freguezias. Ha também ali absoluta falta de agua potável. O destacamento militar que existe na praça de Sagres abastece-se da Villa do Bispo, que dista uns 6 kilometros”.
Da terra, já haviam inclusive emigrado alguns indivíduos para as minas. Em resumo, era em Sagres que a seca atingia o seu zénite no concelho, até pela carência de água potável. Por outro lado, a ausência de arvoredo no município não permitia colmatar, com os frutos, a fraca colheita de cereais.

Feito o diagnóstico de Vila do Bispo, José de Beires seguiu para Aljezur. No concelho, o arvoredo era escasso, oliveiras, sobreiros e laranjeiras eram as árvores principais. Também as vinhas eram aqui diminutas.
Sobre a Bordeira escreveu:
“É situada esta freguesia no interior da serra, e a sua cultura, quasi única, é de cereaes e milho. No sitio da Carrapateira, um dos melhores da freguezia, houve já no anno anterior grande escacez de colheitas, tendo os lavradores de recorrer a empréstimos para poderem occorrer ás despezas agricolas do presente anno. As searas apresentam-se melhores do que as do anno passado; mas em relação a um ano regular produzirão um terço a menos. No resto da freguezia apenas estão soffriveis as searas dos terrenos baixos. As sementeiras serodias consideram-se perdidas.”
Por sua vez, em Aljezur:
“Compõe-se esta freguezia, principalmente de terreno de serra, em grande parte inculto, e de uma extensa várzea, terra de primeira qualidade, cuja cultura, quasi exclusiva, foi de arroz e milho até 1872. A sementeira de arroz está hoje limitada a uma pequena area; no resto foi substituida, primeiro por milho e agora por trigo. As searas ali promettem abundante colheita, sendo talvez as melhores de todo o districto. Ainda assim os lavradores queixam-se da estiagem que não lhes permitte, depois das ceifas, aproveitar os mesmos terrenos para outra sementeira, como costumam. Fora da várzea, as searas, que são em muito maior quantidade, offerecem colheita escassa. Calcula-se, por isso que a producção geral da freguezia será inferior em um terço á de um anno regular.”
Na vila já se importava farinha, sendo que as sementeiras de milho, feijão e grão prognosticavam uma colheita muito inferior ao normal. Já em Odeceixe, a situação era semelhante à sede de concelho.
Em termos gerais, Aljezur era o município do Algarve que menos sofria com a crise alimentícia e para tal muito contribuía a várzea da ribeira.
Ainda assim, notava o magistrado que a ausência de trabalho levara alguns aljezurenses a emigrar, o que nunca sucedera em anos anteriores.
Como medida minimizadora, propunha a construção de um lanço da estrada distrital a partir de Aljezur, o que abonaria trabalho para a classe operária das três freguesias.
Visitados os concelhos de Vila do Bispo e Aljezur o governador civil partiu para Lagos, onde se encontrava em 28 de maio.

(continua)

Nota 1: As imagens utilizadas, à exceção do periódico, são meramente ilustrativas. Correspondem a postais ilustrados, da primeira metade do século XX.
Nota 2: Nas citações do jornal «Gazeta do Algarve», optou-se por manter a grafia e da época.

Autor: Aurélio Nuno Cabrita, engenheiro de ambiente e investigador de história local e regional, colaborador habitual do Sul Informação

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05
Jun17

Entre os cem maiores bancos do euro, mais de 40% estão em mãos públicas e mais de 60% sofrem interferências políticas

António Garrochinho

Banca da zona euro é dominada pelo setor público e pouco transparente

Entre os cem maiores bancos do euro, mais de 40% estão em mãos públicas e mais de 60% sofrem interferências políticas
As posições públicas na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e no Novo Banco são apenas uma pequena gota numa região onde o setor financeiro é, afinal, dominado por participações estatais. Entre os quase cem bancos europeus considerados "instituições significativas", supervisionados pelo Banco Central Europeu, mais de 40% estão em mãos públicas, sendo a fatia mais representativa nas diferentes formas de controlo dos bancos europeus.
A conclusão surge de um levantamento feito por Nicolas Verón, investigador sénior do think tank europeu Bruegel, e responsável pela avaliação ao FMI que arrasou a supervisão do Banco de Portugal à banca. "Os decisores europeus e os analistas tendem a partir do princípio de que a maioria dos bancos são entidades cotadas, com estruturas dispersas entre investidores", refere o autor. E o seu trabalho, agora publicado, mostra o contrário: além do predomínio público, Verón aponta que não mais de 35% dos bancos da região devem ser vistos como instituições transparentes. "Os bancos cotados, com acionistas diversificados, são a exceção entre os bancos mais significativos do euro", diz. Além das instituições detidas por fundos, fundações, cooperativas ou privados com mais de 50% do capital, também os bancos controlados pelo setor público entram no leque de bancos opacos, sendo poucos os que são vistos como transparentes.
"A maioria destes bancos são detidos por governos ou cooperativas, ou influenciados por um acionista ou investidores com grandes participações ou de qualquer forma propensos a sofrer influências políticas diretas", refere. E o resultado destes controlos é só um: "A transparência pública de muitos bancos é reduzida", algo que influencia negativamente o grau de respeito pela disciplina de mercado, a rentabilidade e a atração de capital, sintetiza: "Tendem a correr riscos desnecessários à conta de interferências políticas."
No grupo de bancos regulados pelo BCE há 126 instituições, que se tornam 122 ao eliminar-se os que têm os mesmos donos e 97 se olharmos só para os que estão sediados na zona euro. A atenção do investigador do Bruegel visou estes 97, dividindo-os em seis tipos de estrutura acionista: dispersa, de influência minoritária, de controlo privado, de cooperativas, do setor público ou nacionalizados - os de "setor público" são aqueles que sempre estiveram no Estado (como a CGD); os nacionalizados são os resgatados (Novo Banco).
Através da divisão dos bancos por estas categorias, Verón conclui pela domínio da mão pública no setor financeiro da zona euro: não só existem 21 bancos públicos como há dez nacionalizados e outros nove em que o maior acionista individual é a administração central ou local. São 40 instituições, ou 41% das 97 instituições significativas, as controladas por entidades públicas.
Deste grupo de 40 bancos, a maior parte é da Alemanha, onde se contabilizam dez bancos do setor público e três em que o maior acionista é uma entidade pública. Somando o seu peso, 45% dos ativos da banca alemã são do Estado: dos 4,4 biliões detidos pelo setor na Alemanha, pouco mais de dois biliões estão nestes bancos. Além do controlo estatal, Verón sublinha que há outro tipo de estruturas nos bancos do euro que promovem a falta de transparência e a resposta a incentivos pouco associados ao mercado. Caso dos oito bancos em que "o maior acionista é uma fundação nacional ou regional, tipicamente controlados ou influenciados por interesses políticos". E, somando todos, Verón calcula então que "pelo menos 64% de todas as instituições significativas da zona euro, representando 13,5 biliões de ativos ou 61% do total", acabam por estar sujeitas "a algum tipo de interferência política".
Verón identifica ainda quatro riscos principais: existindo só uma minoria de bancos cotados, então a maioria não está sujeita às mesmas regras de transparência; os incentivos a privilegiar dividendos à retenção de capital são mais elevados, contagiando a concorrência; e, com uma maioria de bancos entregues a acionistas com grandes posições, a resistência à atração de capital fresco é mais elevada. O quarto risco elencado é então o da politização: "Pode levar os bancos a desviarem--se dos seus fins comerciais privilegiando a concessão de créditos a setores ou empresários específicos ou ao próprio governo." Este risco acarreta outro, o que esteve na origem da disseminação da recente crise, já que, aponta Verón, "perpetua o ciclo vicioso entre banca e dívida pública, fator-chave da crise da zona euro".
Nicolas Verón recomenda que o setor financeiro da região procure aumentar o total de bancos cotados e com estruturas acionistas dispersas, o que traz "mais flexibilidade na atração de capital" e eliminará gradualmente "o ciclo vicioso banca-Estado". "Esta análise sugere mais razões para privatizar os bancos em mãos públicas, além dos nacionalizados, e também a venda de participações estatais noutros bancos", resume o investigador.


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05
Jun17

A ÚLTIMA MULHER A SER EXECUTADA EM PORTUGAL

António Garrochinho

LUÍSA DE JESUS - Condenada por ter assassinado 33 bebés

Mulher matou cerca de 30 crianças para receber "subsídio"



Luísa de Jesus.

Nasceu em Coimbra no ano de 1750, tendo sido morta por enforcamento no dia 1 de julho de 1772.


Terá sido a última mulher a ser executada em Portugal, tinha então 22 anos e depois de ter sido acusada e condenada por ter assassinado 33 bebés, que haviam sido abandonados pelos pais e que ela ia buscar a instituições de caridade, que à data se chamavam a ‘Roda dos Enjeitados’.

O móbil do crime era a vontade de se apoderar do enxoval dessas crianças e receber os 600 réis que eram dados pelo Estado a qualquer pessoa que fosse buscar uma criança para cuidar dela.

Já naquele tempo, século XVIII, a esperteza humana levava a que Luísa de Jesus utilizasse na maioria das vezes em que ia buscar os bebés nomes falsos, por forma a não ser identificada.

Reza a história que confessou às autoridades 28 homicídios, apesar de lhe serem imputados 33 desses crimes.
Numa busca à sua casa foram encontrados os restos mortais de 33 cadáveres, uns decepados, outros esquartejados.




mw-860.jpg
Luísa de Jesus. retrato-robô 



Antes de ser garrotada e queimada em execução pública foram-lhe cortadas as mãos, um facto inédito para as execuções de mulheres.










portugaldeantigamente.blogs.sapo.pt
05
Jun17

FREGUESIA DE SANTA BÁRBARA DE NEXE - Tércio Nanook dá música ao ‘Sol, Sardinha & Poesia’ em Bordeira

António Garrochinho

tercio nanook
A música do artista farense encerra o ‘Sol, Sardinha & Poesia’
‘Sol, Sardinha & Poesia’ (Palavra e Identidade II) é o nome da iniciativa que a Associação Valoriz’Arte vai realizar a 10 de Junho em Bordeira, Faro.
A partir das 15 horas os visitantes poderão passar pelas instalações da associação para encontrar um espaço onde autores e editores terão expostas as suas obras.
Mas mais do que uma simples mostra de livros o evento conta com a mesa redonda (Palavra e Identidade), logo pelas 15 horas e várias apresentações de livros e de obras não editadas.
 
Cerca das 17 horas espaço para ‘Poezia Bruxa I’, com Pedro Monteiro e Paulo Matos Silva num espectáculo de Poesia e Música, e quando estivermos perto das 18 horas o microfone é aberto à poesia de todos.
 
A segunda parte do espectáculo Poezia Bruxa decorre pelas 18.45 horas e quando forem 19 sobe ao palco Tércio Nanook para um espectáculo de música deste verdadeiro ‘one man show’.
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