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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

09
Jun17

Carta aberta a ti, futuro médico

António Garrochinho

Espero que não te esqueças que não nasceste doutor, nasceste médico. Nasceste para uma função, não para um posto. Torço para que não cegues

Confesso que, ao olhar para ti, ainda tão novo, não tenho como não sentir um friozinho na barriga. Não me leves a mal. Sei que idade não é sinónimo de profissionalismo, mas os teus olhos ainda viram tão pouco. Ainda se espantarão com muitas histórias. Ainda não têm como as comparar. Ainda estão a descobrir. De qualquer forma, não é só proeminente a tua tenra idade. Também percebo que contigo mora a vontade, a ambição, o sonho. Em ti vive o mais importante. E isso, meu amigo, é tão poderoso, tão raro, tão valioso. 
É por te sentir assim que te escrevo. Preciso que me oiças, que me leias, que me decores. Porque eu faço parte daqueles que nunca estarão no teu lugar. Mas tu, um dia, estarás no nosso.
Escrevo então esta carta para te pedir uma coisa encarecidamente, mas antes deixa-me avisar-te que te chamarei “meu amigo”. Porque quando fores médico de alguém serás mais do que o teu currículo. Serás a consciência, serás o alento, serás a esperança. Não te assustes. Não terás de jantar com todos aqueles que te procurarem mas, se esta for a tua missão, o teu coração será naturalmente um coração cuidador. 
Eis o propósito destas palavras: 
Por favor, não te esqueças do motivo por que escolheste este caminho. Não te esqueças de ti a ansiar isto. Não te esqueças do desejo intrínseco e inexplicável de quereres salvar pessoas. Não te esqueças das pessoas. Não te esqueças que estás aqui por causa delas.
Sei que agora estás lúcido, sei que agora é tudo isto que queres, sei que sabes exatamente para onde caminhas. Não duvido de ti. Mas tu sabes também que, se não tivermos cuidado, a vida envelhece-nos não só em anos mas também em vontades. A vida amolece-nos os sonhos. É preciso relembrar o que nos fez querer. É preciso recorrer à memória da alma para nos lembrarmos porque os perseguimos. 
Guarda bem os teus motivos e volta a pensar sobre eles sempre que te estiveres a esquecer. Garanto-te que isso irá acontecer. Por vezes, esquecemo-nos.
Além deste pedido que te fiz, tenho outros. Desejo, verdadeiramente, que não te tornes apenas um senhor doutor e que, quando te perguntarem o nome completo nas bombas de gasolina para te passarem fatura, saibas dizer o teu nome de batismo. Espero que não te esqueças que não nasceste doutor, nasceste médico. Nasceste para uma função, não para um posto. Torço para que não cegues. Para que não cegues atrás do computador, para que não cegues com as certezas, para que nunca sejas só ciência, só fórmula, só estatística, para que saibas o nome de quem cuidas. Os amigos sabem sempre o nome uns dos outros. Decora os teus.
Espero que compreendas que quase todos aqueles que entrarem no teu consultório o farão de forma apreensiva. Espero que os recebas com simpatia e que, de alguma forma, te dês a conhecer. Confiarão a sua vida, não lhes faltes com um pouco de ti também. Lembra-te que, quando fores portador de más notícias, não dirás apenas um resultado. Trarás contigo a mudança de uma vida. As tuas palavras terão eco e eclodirão de uma forma que nunca poderás prever na mente e no coração de quem as ouve. Tudo aquilo que dirás (e a forma como o farás) terá um impacto absurdo neles. A forma como utilizas as palavras poderá ser mais marcante do que aquilo que terás efetivamente a dizer.
Peço-te também que sejas cuidadoso. Cuidado com aqueles que te disserem para não te entregares demasiado aos outros nem te envolveres emocionalmente com as pessoas com quem contactas. Esses conselhos poderão surgir de pessoas que admiras (as medalhas, os anos de serviço, o bom nome poderão iludir-te), e sim, tentarão convencer-te de que assim estarás protegido da dor. Como se a entrega fosse um perigo. Como se sentir compaixão fosse errado. Como se ser gente fosse contra os princípios da medicina. Os mesmos que ensinam sobre o funcionamento do coração poderão ser aqueles que te dirão para não usares o teu. Não te protejas. Aliás, é uma ilusão achares que tens como o fazer. 
Meu amigo: tenho a certeza de que encontrarás o equilíbrio. Tenho a certeza de que encontrarás paz mesmo nos momentos em que o teu esforço e vontade não forem suficientes para salvar a vida de quem precisa. Sei que saberás saborear cada vitória, da mesma maneira que conseguirás viver com as dores das tuas perdas. Sei que saberás ser médico se te colocares também no lugar do doente – porque eu faço parte daqueles que nunca estarão no teu lugar. Mas tu, um dia, estarás no nosso. 
Sê médico. Não doutor.


09
Jun17

GUERRA é GUERRA ?

António Garrochinho

Francisco Chico da Emilinha

GUERRA é GUERRA ?
Ontem e por mor de fazer a tal de écu grafia, fui ao Porto, mais propriamente à Batalha, ali onde o V tem estátua de homenagens dos ARTISTAS da cidade.
Quando saí, fui-me sentar naqueles banquitos a fumar um cigarrinho em LIBERDADE, enquanto micava a fauna que por ali abunda, ao mesmo tempo que via passar algumas espécies interessantes ( pois, pois, adivinho no que pensaram) , pombas, pardais, gente, ok prontos tá bem, também umas bundas, lá se foi o ( ) .
Entretanto recebo um telefonema do Laboratório, tinha lá deixado 4.10 €, ai deixado - caíram-me do porta moedas, que é o bolso de trás, traz, traz, mas é pouco, lá fui buscar o arame.
Como tinha que vir para GAYA, pensei que indo um bocadito por Santa Catarina, descendo até aos Aliados, onde apanharia o 905, que tem uma paragem pertinho da palhota, seria boa ideia.
NÃO FOI ! !
Ao chegar aos ALIADOS deparo-me com as máquinas de GUERRA a ocuparem a zona central, seria isso o menos, face ao que se me foi dado verificar.
PAIS, sim eram pais a tirar fotos aos miúdos, ora encostados às máquinas de GUERRA, ora mesmo em cima delas, simulando disparos com aquela merda.
MAS QUE MERDA É ESTA ?
Vão explicar depois às crianças o que é a GUERRA, para que serve aquela merda, onde aparecerão nas fotos, para mais tarde recordar ?
Vão-lhes dizer que a GUERRA é feia, porca, má, FILHA DA PUTA MESMO ?
PUTA QUE PARIU lá isto.
Deu-me volta à barriga, fui ao GUARANY despejar o intestino, bem que li o AVISO...
– Estes WC é para uso exclusivo dos clientes do guarany, queria fazer o favor de pedir a chaves no balcão –
Um deles estava aberto, foi a minha sorte e a deles, embora antes de sair não deixasse de tomar 1€ de um abatanado de descafeinado, que me aqueceu a garganta, permitindo-me dar cabo de mais um prego, sentadinho numa soleira, enquanto esperava o bus que me trouxe a casa.
Ai Guarany, Guarany, onde a tantas bilharadas assisti quando era paquete, pois entre um recado e outro, estaria sempre muita gente à espera, advindo daí a demora, se me chamavam a atenção.
Mas não me saiu assim tão depressa da cabeça de pensar
– A PUTA DA ATRAÇÃO PELAS MÁQUINAS DE GUERRA –
Há pois, ia-me esquecendo AQUELA MERDA É PARA DEFESA, nunca para fazer a GUERRA a outros….
LEVEM É NAS PARTES BASÓFICAS DO CU – pá !
Mesmo e apesar da linguagem, não tirei nenhuma foto, mesmo POR DECORO INTERIOR.
09
Jun17

May dizia que se perdesse seis lugares, daria o lugar a Corbyn. Perdeu 12 e não se demite

António Garrochinho

LUSA/JON SUPER
Foto
Depois de ter anunciado a marcação de eleições legislativas antecipadas, a primeira-ministra britânica, Theresa May, explicou que queria reforçar e fortalecer a maioria para enfrentar as negociações com o “Brexit”. 

Porém, a líder dos conservadores ficou longe do objectivo, não alcançou a maioria absoluta e perdeu 12 assentos parlamentares. O dobro dos lugares da fasquia que ela própria estabeleceu durante a campanha.

A 20 de Maio, Theresa May garantia, num longo texto publicado no Facebook: “Se perder seis lugares, perderei estas eleições e Jeremy Corbyn vai sentar-se para negociar com os Presidentes, primeiros-ministros e chanceleres da Europa”. Era assim que começava a publicação em que, depois, a primeira-ministra elencava os argumentos para que os eleitores votassem nos Tories e não no Labour.
Os resultados eleitorais fizeram surgir uma onda de pedidos de demissão da primeira-ministra. Um dos primeiros foi Corbyn que, durante a manhã desta sexta-feira, apelou por mais do que uma vez a May, para que esta se retirasse de Downing Street. 
May, na sua primeira declaração pública desde que foram conhecidas as projecções, assegurou que não pretende entregar o poder. “Este país precisa de um período de estabilidade. Cabe-nos assegurar essa estabilidade e é exactamente isso que vamos fazer”, afirmou.


www.publico.pt
09
Jun17

A OPINIÃO DE OUTROS

António Garrochinho

Luar Lu 

SOBRE E AINDA O INVESTIMENTO QUE PORTUGAL VAI EFECTUAR EM MATERIAL DE E PARA DEFESA. NACIONAL !..EM;..
"Oito baterias antiaéreas, dois radares de aviso e oito sistemas de mísseis ligeiros em viaturas blindadas. Tudo por 32 milhões de euros, a pagar pelo Estado português até 2026. Este é o investimento aprovado pelo Ministério da Defesa para dar resposta às lacunas atuais em caso de uma hipotética invasão ou ataque militar em Portugal."
(DEPOIS DOS SUBMARINOS QUE ACHAVAMOS QUE ATÉ PELO SEU CUSTO ESTAVAMOS PROTEGIDOS, AINDA NOS FALTA A LISTA ACIMA REFERIDA !
-“32 MILHÕES” para adquirir, sistema ou equipamento para defesa, de Portugal logo dos Portugueses!..uma perguntinha defender-nos de quem?..DA NATUREZA (literalmente ) ou a dos “HUMANOS” literalmente ?!
-O PP já não anda por ai mas deixou, filhos, afilhados, enteados, primos e tal… !
-PEGANDO NAS PALAVRAS DE “ISABEL JONET” presidente do banco alimentar contra a fome !
Portugal e os Portugueses tem que adquirir outros hábitos de consumos !...e…
“ os portugueses não podem comer bifes todos os dias se não houver dinheiro para isso. E a verdade é que estamos mesmo a comer menos bifes”
JÁ COMEÇO A PERCEBER A RAZÃO !..
Minha opinião:
Estes 32 milhões e outros desviados, camufulados, mal explicados e documentação desaparecida anteriormente para o mesmo destino, ( com equipamento que para nada serve nem sequer podemos dar uma voltita neles (submarinos) gratuitamente !...... acabava literalmente com o banco alimentar!...Daria para uns milhões de bifes para muitos e centenas de anos !...Não ?..não sei , mas tb não gosto de dar ideias!
Não sei que terrorismo sofre Portugal , se não temos petróleo, não fabricamos, e nem vendemos, armas, misseis, bombas e …..l !
JÁ SEI!!!, FEZ-SE LUZ ! É A FOME !
(A NATUREZA QUANDO AGREDIDA NÃO SE DEFENDE !...APENAS SE VINGA )

09
Jun17

Jeremy Corbyn

António Garrochinho


E foi com este homem Jeremy Corbyn que os jornaleiros nacionais e e internacionais combateram ferozmente e que não seguindo as tradicionais políticas ultimamente cada vez mais à direita do PT inglês que o seu partido ganhou mais 30 deputados e retirou a maioria absoluta aos conservadores. Só prova que o PT e outros partidos semelhantes (não é preciso fazer o desenho) quando praticam políticas cada vez mais viradas para o grande capital perdem deputados e influência.
AG
09
Jun17

Coutada

António Garrochinho



«Não se brinca com empresas cotadas», diz Eduardo Catroga. Mas o que parece que o chairman da EDP quereria realmente dizer é que «não se brinca com empresas-coutada» (mesmo quando, deduz-se, a dita «brincadeira» está relacionada com uma investigação judicial).

(Segundo o Priberamcoutada é uma «terra onde não se permite a caça por estar reservada para o proprietário», significando a palavra coutar o ato de «tornar defesa (uma propriedade) proibindo a entrada nela e dando-lhe certos privilégios». O Infopédia, da Porto Editora, define coutada como uma «mata onde se criava caça para os reis e senhores ou seus convidados»).

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
09
Jun17

Direito de resposta: Filha de Dinis Machado responde a António Lobo Antunes

António Garrochinho


Rita Machado sobre a crónica publicada na VISÃO nº 1263, de 18 de maio de 2017, com o título “Subsídios para a biografia de Dinis Machado”



Quando li esta crónica pela primeira vez, fiquei perplexa. Passa a ideia que o meu pai era um homem absurdo, inadequado e incongruente. Efetivamente tinha um lado que não se encaixava no mundo nem nos padrões das organizações sociais, era uma pessoa muito singular. Lembrei-me então do passado e da amizade profunda, que ele e o António tiveram. Na minha adolescência, o que eu via do António em relação ao meu pai, era admiração, orgulho. Frequentava a nossa casa e tinha fortes laços com os meus pais. Dedicou-lhes a “Memória de Elefante”. É verdade que apoiou o meu pai após morte da minha mãe e por isso lhe estou grata. Depois houve uma rutura e o meu pai sofreu com isso. Mas o estranho aqui é o conteúdo quase esquizofrénico desta crónica. Histórias inacreditáveis, ridicularização de pessoas mortas. O meu pai, que não passava por um indigente na rua sem lhe dar esmola, não recusaria um cigarro a ninguém. A minha bisavó tinha uma casa de prostitutas? Fiquei estupefacta. Pensei: Confunde realidade com ficção. É surreal. Mas, ficção ou realidade, são afirmações sobre a vida privada das pessoas que não se expõem nos media. São desprestigiantes e infames. Logo a palavra subsídios cheira a esmola, migalhas. Que levava toda a gente para casa? Não, o meu pai não era toda a gente, naquele tempo. Era um amigo muito chegado. Há um misto de afeto condescendente com menosprezo. O António não tem o direito, principalmente com a responsabilidade que o seu estatuto público lhe confere, de dizer o que lhe apetece, ignorando as repercussões, precisamente porque tem um impacto e credibilidade nas massas, acima do normal. Ridicularizar e caluniar a memória do meu pai, com a agravante de ser numa altura em que estava fragilizado.
Ridicularizar o meu tio. Ridicularizar a memória do fadista Alfredo Marceneiro. Caricaturar publicamente pessoas reais e já mortas, sem possibilidade de defesa, como personagens de ficção, porque não é admissível cruzar elementos biográficos, factuais, com a deriva ficcional que nos faz não saber onde estamos. Senti uma arrogância narcisista de olhar os outros de cima. De querer contar a história de um pobre coitado que ajudou em tempos, para gritar ao mundo a sua enorme grandiosidade humana e colocar-se muitos degraus de valor acima dos outros. Eu, como filha de um homem generoso, com um coração do tamanho do mundo, um talento genial, uma integridade absoluta e ao mesmo tempo uma simplicidade desarmante, que recusou cargos para subir na vida, recusou entrar nas máquinas dos lobbies das artes e da política, que viveu sempre de escrever e que despertava a maior admiração em quem o conhecia pela singularidade de uma personalidade rara e notável, não posso calar-me perante isto. Mas estes atributos não constam destes “subsídios para a biografia”. O meu pai tinha uma qualidade que eu considero a mais notável no mundo em que vivemos: Nunca se vendeu. E isso, sim, eleva-o acima de muita gente.


visao.sapo.pt
09
Jun17

Restaurantes faturaram mais de três mil milhões em 2016

António Garrochinho


O segmento da comida rápida foi o que mais cresceu devido aos seus preços competitivos e às mudanças de hábitos alimentares da população.


O volume de negócios dos restaurantes ascendeu a 3730 milhões de euros, em 2016, o que correspondeu a um aumento de 2,2% face ao ano anterior. Esta é uma das conclusões do barómetro Informa D&B.
 .






























O segmento da comida rápida foi o que mais cresceu devido aos seus preços competitivos e às mudanças de hábitos alimentares da população. Em 2016 as vendas de este tipo de estabelecimentos registaram um crescimento de 7,6%, para 780 milhões de euros.

Tendo em conta que, as previsões a curto prazo para a economia portuguesa apontam para a continuação do crescimento do consumo privado, estudo diz que o mercado da restauração deverá atingir em 2017 um valor próximo dos 3800 milhões de euros (+1,9%), sendo expectável um aumento semelhante em 2018.

Segundo o estudo, a oferta do setor apresenta um grau de fragmentação elevado, predominando os operadores independentes e de pequena dimensão. “Contudo, aprecia-se uma tendência de concentração empresarial, impulsionada pelo avanço das principais cadeias de restaurantes, tanto de comida rápida como de restauração informal, as quais têm aumentado o seu peso no mercado nos últimos anos”, salienta.

Em 2015 operavam neste setor 28 610 empresas, aproximadamente menos 3000 do que as existentes em 2008. Estas empresas foram responsáveis por cerca de 114 000 postos de trabalho em 2014, com uma média de quatro trabalhadores por empresa.

Os cinco maiores operadores do setor por volume de negócios detinham em 2016 uma quota de mercado conjunta de 11%, enquanto a dos dez maiores rondava os 15%.

* Portugal deve ser o país europeu onde se come melhor, mais variado e barato. 




apeidaumregalodonarizagentetrata.blogspot.pt
09
Jun17

09 de Junho de 68 d.C.- O Imperador Nero suicida-se

António Garrochinho


Quinto imperador romano, tornou-se infame pela sua vida de devassidão tendo perseguido ferozmente os cristãos.Lucius Domicius Aenobarbus, depois Nero Claudius Caesar Drusus Germanicus, era filho de Agripina, a Jovem ede Gneus Domitius Aenobarbus. Nasceu em Antium a 15 de Dezembro de 37 d. C., sendo adoptado por Cláudio em 50. Casou com Octávia, filha deste e de Messalina, em 53. Foi proclamado imperador quando Cláudio faleceu,a 13 de Outubro de 54. Era então aluno de Séneca. A sua autoridade apoiava-se nos pretorianos do prefeito Burro.No início do seu reinado é favorável ao Senado. Porém, algumas tragédias palacianas (como o assassinato de Britânico, filho de Cláudio) auguram mau futuro. Só com o assassínio de Agripina, em Março de 59 (ordenado pelo próprio), Nero governa pessoalmente, cada vez mais afastado de Séneca. Assume, então, o aspecto de um soberano helenístico.

Burro morre em 62. O novo prefeito do Pretório é Tigelino. Nessa altura, Nero inicia-se na religião mazdaísta e no culto do Sol-Rei.

Depois do incêndio de Roma, em 64 (reconstrução da Domus Transitoria ou Casa Dourada), atribuído a um propósito premeditado de Nero, eclodiu a Revolta de Pisão (65), na qual estava comprometida uma grande parte da aristocracia senatorial. A repressão é implacável.

Em 66, Nero vai para a Grécia, onde participa nos Jogos. No ano seguinte, é chamado a Roma, onde tem de enfrentar várias sublevações, como a de Julius Vindex, governador da Gália lionesa (província de Lugdunum,Gália) e depois a de Galba, governador da Tarraconense, na Hispânia, e ainda a de Otão, na Lusitânia. Em 68, a sua situação como imperador era insustentável. Galba, o governador da província Tarraconense, decide tomar a iniciativa e marchar contra Roma, à frente de um enorme exército. O Senado seguiu o rumo dos acontecimentos e declarou Nero persona non grata, o que na prática o considerava um inimigo público, e reconheceu Galba como o novo imperador. Sem apoio de nenhum dos quadrantes de Roma, Nero foi obrigado a fugir. Perseguido pela guarda pretoriana, acabou por se suicidar, auxiliado pelo seu secretário, a única pessoa que lhe permanecera fiel.

A veracidade das histórias sobre o reinado de Nero é duvidosa, pois não sobreviveram fontes bibliográficas contemporâneas ao imperador. As primeiras histórias existentes mostram-se críticas demais ou são uma série de louvores. Além disso, a credibilidade dos relatos fica também embaçada pela presença de acontecimentos fantásticos e inverossímeis, sendo muitas as contradições que podemos encontrar entre os diferentes autores. Alguns historiadores conhecidos, como Fábio Rústico, Clúvio Rufo e Plínio o Velho, escreveram condenando o reinado de Nero em relatos que se perderam. Também foram escritas histórias sobre ele, de datas anteriores à sua ascensão ao trono, embora se desconheça o seu conteúdo.Por outro lado, fontes diferentes às citadas acrescentam uma visão limitada  sobre o imperador, embora poucas sejam favoráveis. Algumas das fontes porém, retratam-no como um imperador competente e popular entre o povo romano, especialmente no Oriente.

Nero. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Nero Glyptothek Munich 321.jpg


Ficheiro:Nero Agrippina aureus 54.png
Moeda com Nero e Agripina
Ficheiro:John William Waterhouse - The Remorse of the Emperor Nero after the Murder of his Mother.JPG
Os remorsos de Nero após o assassinato da sua mãe- John William Waterhouse

O Imperador Nero no Cinema

Quo Vadis 


Ficheiro:Poster - Quo Vadis (1951) 01.jpg

Quo Vadis é um filme épico de 1951 realizado por Mervyn LeRoy , a partir de um guião de John Lee Mahin , SN Behrman e Sonya Levien, cuja acção decorre entre os anos 64 e 68. O filme conta a história de um comandante militar romano, Marcus Vinicius ( Robert Taylor ) que regressa da  guerra e apaixona-se por uma cristã devota, Lygia ( Deborah Kerr ), e a pouco e pouco aproxima-se cada vez mais do cristianismo. A  história de amor é contada no contexto histórico do início do cristianismo e da perseguição de Nero ( Peter Ustinov). 
09
Jun17

09 de Junho de 1870: Morre Charles Dickens

António Garrochinho


Escritor inglês nascido a 7 de fevereiro de 1812, em Landport, Portsmouth, e falecido a 8 de junho de 1870, em Gadshill, Rochester. Charles Dickens nasceu numa família modesta e foi obrigado a trabalhar, ainda criança, depois do pai ter sido preso por acumulação de dívidas. Nessa altura já vivia em Londres, para onde se mudou aos dois anos. Conseguiu fazer a instrução primária e foi então trabalhar como ajudante num escritório de advogados. Aos 18 anos, também fazia leituras públicas no Museu Britânico. Entretanto, tornou-se jornalista, tendo elaborado crónicas sobre o parlamento britânico e textos para jornais humorísticos.

Aos 21 anos iniciou a carreira de escritor, assinando contos e ensaios que eram publicados em jornais. Cinco anos mais tarde, escreveu o livro The Pickwick Papers (As Aventuras Extraordinárias do Senhor Pickwick) e tornou-se, desde logo, um autor de sucesso. Passou então a publicar romances através de folhetins mensais que se tornaram muito populares. Com este livro, nasceu um novo tipo de mercado para os escritores ingleses, propondo obras mais baratas.

Oliver Twist, uma das obras mais conhecidas de Dickens, também foi inicialmente publicada em fascículos, entre 1837 e 1839. Neste livro, conta a história de um rapaz a quem é escondida uma valiosa herança e que acaba por integrar um bando de jovens ladrões.

Seguiu-se Nicholas Nikelby, lançado entre 1838 e 1839, que conta a história de um rapaz em busca de fortuna. Este romance foi adaptado ao cinema, em 1948, por David Lean.

Em 1843, surgiu A Christmas carol (Cântico de Natal), que tornou famosa a personagem de Mr. Scrooge, nomeadamente através de diversas adaptações cinematográficas.

Em David Copperfield, acabado de publicar em 1850, Dickens aproveitou a sua experiência de trabalho numa fábrica para escrever a história.

Entre 1860 e 1861, publicou uma das suas últimas grandes obras, Great Expectations (Grandes Esperanças), onde conta a história de um órfão que é adotado por uma família rica e se torna um snob. Mas quando o seu protetor morre, tem de partir de novo do nada.

Inspirado na sua infância infeliz, Dickens lançou romances protagonizados por crianças, como David Copperfield,Hard Time (Tempos Difíceis) e Oliver Twist, onde estas são os heróis, mas onde há muito humor.

As suas obras denunciam a vida difícil do operário na sociedade industrial emergente e, em particular, a miséria das classes sociais mais baixas e a precariedade da infância, ao mesmo tempo que evidenciam uma arte narrativa caracterizada por uma grande penetração psicológica posta na composição dos caracteres.

Paralelamente à carreira de escritor, Charles Dickens viajou bastante fazendo campanha contra os males da sociedade. Dedicou-se também a dar conferências, nomeadamente nos Estados Unidos da América.

Depois de ter vivido em Londres, Itália, Suíça e França, Dickens estabeleceu-se em Gadshill (Inglaterra), em 1860, onde viria a morrer a 9 de junho de 1870.

Charles Dickens. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipedia (imagens)

O jovem Charles Dickens - Daniel Maclise

O Sonho de Dickens - Robert William Buss
Esta obra representa Charles Dickens rodeado pelas personagens que criou

VÍDEO


09
Jun17

SOBRE OS IDOSOS...DÁ VONTADE DE CHORAR, PENSAR QUE PODE SER O QUE NOS ESPERA...

António Garrochinho




Idosos órfãos de filhos vivos são os novos desvalidos do século XXI




Atenção e carinho estão para a alegria da alma, como o ar que respiramos está para a saúde do corpo. Nestas últimas décadas surgiu uma geração de pais sem filhos presentes, por força de uma cultura de independência e autonomia levada ao extremo, que impacta negativamente no modo de vida de toda a família. Muitos filhos adultos ficam irritados por precisarem acompanhar os pais idosos ao médico, aos laboratórios. Irritam-se pelo seu andar mais lento e suas dificuldades de se organizar no tempo, sua incapacidade crescente de serem ágeis nos gestos e decisões
A ordem era essa: em busca de melhores oportunidades, vinham para as cidades os filhos mais crescidos e não necessariamente os mais fortes, que logo traziam seus irmãos, que logo traziam seus pais e moravam todos sob um mesmo teto, até que a vida e o trabalho duro e honesto lhes propiciassem melhores condições. Este senhor, com olhos sonhadores, rememorava com saudade os tempos em que cavavam buracos nas terras e ali dormiam, cheios de sonho que lhes fortalecia os músculos cansados. Não importava dormir ao relento. Cediam ao cansaço sob a luz das estrelas e das esperanças.
A evasão dos mais jovens em busca de recursos de sobrevivência e de desenvolvimento, sempre ocorreu. Trabalho, estudos, fugas das guerras e perseguições, a seca e a fome brutal, desde que o mundo é mundo pressionou os jovens a abandonarem o lar paterno. Também os jovens fugiram da violência e brutalidade de seus pais ignorantes e de mau gênio. Nada disso, porém, era vivido como abandono: era rompimento nos casos mais drásticos. Era separação vivida como intervalo, breve ou tornado definitivo, caso a vida não lhes concedesse condição futura de reencontro, de reunião.
Separação e responsabilidade
Assim como os pais deixavam e, ainda deixam seus filhos em mãos de outros familiares, ao partirem em busca de melhores condições de vida, de trabalho e estudos, houve filhos que se separaram de seus pais. Em geral, porém, isso não é percebido como abandono emocional. Não há descaso nem esquecimento. Os filhos que partem e partiam, também assumiam responsabilidades pesadas de ampará-los e aos irmãos mais jovens. Gratidão e retorno, em forma de cuidados ainda que à distância. Mesmo quando um filho não está presente na vida de seus pais, sua voz ao telefone, agora enviada pelas modernas tecnologias e, com ela as imagens nas telas, carrega a melodia do afeto, da saudade e da genuína preocupação. E os mais velhos nutrem seus corações e curam as feridas de suas almas, por que se sentem amados e podem abençoá-los. Nos tempos de hoje, porém, dentro de um espectro social muito amplo e profundo, os abandonos e as distâncias não ocupam mais do que algumas quadras ou quilómetros que podem ser vencidos em poucas horas. Nasceu uma geração de ‘pais órfãos de filhos’. Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira. Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país. Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança. Mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – mas da crença de que seus pais se bastam.
Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a ‘presença a troco de nada, só para ficar junto’, dificulta ou, mesmo, impede o compartilhar de valores e interesses por parte dos membros de uma família na atualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável. Vida líquida, como diz Zygmunt Bauman, sociólogo polaco. Instalou-se e aprofundou-se nos pais, nem tão velhos assim, o sentimento de abandono. E de desespero. O universo de relacionamento nas sociedades líquidas assegura a insegurança permanente e monta uma armadilha em que redes sociais são suficientes para gerar controle e sentimento de pertença. Não passam, porém de ilusões que mascaram as distâncias interpessoais que se acentuam e que esvaziam de afeto, mesmo aquelas que são primordiais: entre pais e filhos e entre irmãos. O desespero calado dos pais desvalidos, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e, quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que ‘não querem incomodar ninguém’, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afetuosa. O primado da ‘falta de tempo’ torna muito difícil viver um dia a dia em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.
A irritação por precisar mudar alguns hábitos. Muitos filhos adultos ficam irritados por precisarem acompanhar os pais idosos ao médico, aos laboratórios. Irritam-se pelo seu andar mais lento e suas dificuldades de se organizar no tempo, sua incapacidade crescente de serem ágeis nos gestos e decisões. Desde os poucos minutos dos sinais luminosos para se atravessar uma rua, até as grandes filas nos supermercados, a dificuldade de caminhar por calçadas quebradas e a hesitação ao digitar uma senha de computador, qualquer coisa que tire o adulto de seu tempo de trabalho e do seu lazer, ao acompanhar os pais, é causa de irritação. Inclusive por que o próprio lazer, igualmente, é executado com horário marcado e em espaço determinado. Nas salas de espera veem-se os idosos calados e seus filhos entretidos nos seus jornais, revistas, tablets e celulares. Vive-se uma vida velocíssima, em que quase todo o tempo do simples existir deve ser vertido para tempo útil, entendendo-se tempo útil como aquele que também é investido nas redes sociais. Enquanto isso, para os mais velhos o relógio gira mais lento, à medida que percebem, eles próprios, irem passando pelo tempo. O tempo para estar parado, o tempo da fruição está limitado. Os adultos correm para diminuir suas ansiosas marchas em aulas de meditação. Os mais velhos têm tempo sobrante para escutar os outros, ou para lerem seus livros,  tudo aquilo que possa requerer reflexão. Ou somente uma leve distração. Os idosos leem o de que gostam. Adultos devoram artigos, revistas e informações sobre o seu trabalho, em suas hiper especializações. Têm que estar a par de tudo just in time – o que não significa exatamente saber, posto que existe grande diferença entre saber e tomar conhecimento. Já, os mais velhos querem mais é se livrar do excesso de conhecimento e manter suas mentes mais abertas e em repouso. Ou, então, focadas naquilo que realmente lhes faz bem como pessoa. Restam poucos interesses em comum a compartilhar. Idosos precisam de tempo para fazer nada e, simplesmente recordar. Idosos apreciam prosear. Adultos têm necessidade de dizer e de contar. A prosa poética e contemplativa ausentou-se do seu dia a dia. Ela não é útil, não produz resultados palpáveis.
A dificuldade de reconhecer a falta que o outro faz.
Do prisma dos relacionamentos afetivos e dos compromissos existenciais, todas as gerações têm medo de confessar o quanto o outro faz falta em suas vidas, como se isso fraqueza fosse. Montou-se, coletivamente, uma enorme e terrível armadilha existencial, como se ninguém mais precisasse de ninguém. A família nuclear é muito ameaçadora. para o conforto, segurança e bem-estar: um número grande de filhos não mais é bemvindo, pais longevos não são bem tolerados e tudo isso custa muito caro, financeira, material e psicologicamente falando. Sobrevieram a solidão e o medo permanente que impregnam a cultura utilitarista, que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se enxergam como recursos ou clientes. Pais em desespero tentam comprar o amor dos filhos e temem os ataques e abandono de clientes descontentes. Mas, carinho de filho não se compra, assim como ausência de pai e mãe não se compensa com presentes, dinheiro e silêncio sobre as dores profundas as gerações em conflito se infringem. Por vezes a estratégia de condutas desviantes dão certo, para os adolescentes conseguirem trazer seus pais para mais perto, enquanto os mais idosos caem doentes, necessitando – objetivamente – de cuidados especiais. Tudo isso, porém, tem um altíssimo custo. Diálogo? Só existe o verdadeiro diálogo entre aqueles que não comungam das mesmas crenças e valores, que são efetivamente diferentes. Conversar, trocar ideias não é dialogar. Dialogar é abrir-se para o outro. É experiência delicada e profunda de auto revelação. Dialogar requer tempo, ambiente e clima, para que se realizem escutas autênticas e para que sejam afastadas as mútuas projeções. O que sabem, pais e filhos, sobre as noites insones de uns e de outros? O que conversam eles sobre os receios, inseguranças e solidão? E sobre os novos amores? Cada geração se encerra dentro de si própria e age como se tudo estivesse certo e correto, quando isso não é verdade.
A dificuldade de reconhecer limites característicos do envelhecimento dos pais. Este é o modelo que se pode identificar. Muito mais grave seria não ter modelo. A questão é que as dores são tão mascaradas, profundas e bem alimentadas pelas novas tecnologias, inclusive, que todas as gerações estão envolvidas pelo desejo exacerbado de viver fortes emoções e correr riscos desnecessários, quase que diariamente. Drogas e violência toldam a visão de consequências e sequestram as responsabilidades. Na infância e adolescência os pais devem ser responsáveis pelos seus filhos. Depois, os adultos, cada qual deve ser responsável por si próprio. Mais além, os filhos devem ser responsáveis por seus pais de mais idade. E quando não se é mais nem tão jovem e, ainda não tão idoso que se necessite de cuidados permanentes por parte dos filhos? Temos aí a geração de pais desvalidos: pais órfãos de seus filhos vivos. E estes respondem, de maneira geral, ou com negligência ou, com superproteção. Qualquer das formas caracteriza maus cuidados e violência emocional.
Na vida dos mais velhos alguns dos limites físicos e mentais vão se instalando e vão mudando com a idade. Dos pais e dos filhos. Desobrigados que foram de serem solidários aos seus pais, os filhos adultos como que se habituaram a não prestarem atenção às necessidades de seus pais, conforme envelhecem. Mantêm expectativas irrealistas e não têm pálida ideia do que é ter lutado toda uma vida para se auto afirmar, para depois passar a viver com dependências relativas e dar de frente com a grande dor da exclusão social. A começar pela perda dos postos de trabalho e, a continuar, pela enxurrada de preconceitos que se abatem sobre os idosos, nas sociedades profundamente preconceituosas e fóbicas em relação à morte e à velhice. Somente que, em vez de se flexibilizarem, uns e outros, os filhos tentam modificar seus pais, ensinando-lhes como envelhecer. Chega a ser patético. Então, eles impõem suas verdades pós-modernas e os idosos fingem acatar seus conselhos, que não foram pedidos e nem lhes cabem de fato.
De onde vem a prepotência de filhos adultos e netos adolescentes que se arrogam saber como seus pais e avós devem ser, fazer, sentir e pensar ao envelhecer? É risível o esforço das gerações mais jovens, querendo educa-los, quando o envelhecimento é uma obra social e, mais, profundamente coletiva, da qual os adultos de hoje – que justa, porém indevidamente – cultivam os valores da juventude permanente e, da velhice não fazem a mais pálida ideia. Além do que, também não têm a menor noção de como haverão eles próprios de envelhecer, uma vez que está em curso uma profunda mudança nas formas, estilos e no tempo de se viver até envelhecer naturalmente e, morrer a Boa Morte. Penso ser uma verdadeira utopia propor, neste momento crítico, mudanças definidas na interação entre pais e filhos e entre irmãos. Mudanças definidas e, de nenhuma forma definitivas, porém, um tanto mais humanas, sensíveis e confortáveis. O compartilhar é imperativo. O dialogar poderá interpor-se entre os conflitos geracionais, quem sabe atenuando-os e reafirmando a necessidade de resgatar a simplicidade dos afetos garantidos e das presenças necessárias para a segurança de todos.
Quando a solidão e o desamparo, o abandono emocional, forem reconhecidos como altamente nocivos, pela experiência e pelas autoridades médicas, em redes públicas de saúde e de comunicação, quem sabe ouviremos mais pessoas que pensam desta mesma forma, porém se auto impuseram a lei do silêncio. Por vergonha de se declararem abandonados justamente por aqueles a quem mais se dedicaram até então. É necessário aprender a enfrentar o que constitui perigo, alto risco para a saúde moral e emocional para cada faixa etária. Temos previsão de que, chegados ao ano de 2.035, no Brasil haverá mais pessoas com 55 anos ou mais de idade, do que crianças de até dez anos, em toda a população. E, com certeza, no seio das famílias. Estudos de grande envergadura em relação ao envelhecimento populacional afirmam que a população de 80 anos e mais é a que vai quadruplicar de hoje até o ano de 2.050. O diálogo, portanto, intra e intergeracional deve ensaiar seus passos desde agora. O aumento expressivo de idosos acima dos 80 anos nas políticas públicas ainda não está, nem de longe, sendo contemplado pelas autoridades competentes. As medidas a serem tomadas serão muito duras. Ninguém de nós vai ficar de fora. Como não deve permanecer fora da discussão sobre o envelhecimento populacional mundial e as estratégias para enfrentá-lo.







( Por Ana Fraiman, Mestre em Psicologia Social pela USP, setembro 19, 2016 )

lusibero.blogspot.pt
09
Jun17

CÂMARA MUNICIPAL DE FARO - PROPAGANDA ENGANOSA

António Garrochinho



Continuam com propaganda enganosa a dizer que o governo inviabilizou o investimento em 2016 e omitem que a Direcção Geral das Autarquias Locais e a Direcção Geral do Orçamento emitiram pareceres técnicos que apontaram que a Câmara não cumpria a lei, a aliena f) do nº1 do artigo 11º do Decreto-Lei nº38/2008 e o contrato que a Câmara assinou que limitava o investimento a 250.000 euros.


A Câmara de Faro acaba de lançar, na plataforma oficial de aquisições públicas, cinco concursos para obras do Faro Requalifica2,…
SULINFORMACAO.PT

09
Jun17

Governo diz que só pode dar mais 155 euros mensais aos juízes

António Garrochinho


Trata-se da reposição da totalidade do suplemento remuneratório que tinha sofrido um corte de 20% em 2011. Francisca Van Dunem esteve no Parlamento e voltou a dizer que não há forma de fazer crescer salários dos magistrados.
O Governo admite dar aos juízes 155 euros para lá do que eles ganham actualmente. É a reposição de um suplemento que tinha sofrido um corte. Ontem, no Parlamento, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, admitiu que as alterações que o Governo consegue fazer ao sistema remuneratório dos magistrados ficarão aquém das suas pretensões.
A governante, que afirma estar a tratar “com pinças” a revisão do estatuto dos juízes e dos procuradores, na qual se insere a questão dos salários, não apresentou montantes concretos. Mas o PÚBLICO apurou que no caso dos juízes a única alteração significativa que o Governo admite fazer à actual situação é a reposição dos cortes feitos no passado ao suplemento remuneratório que qualquer magistrado recebe, independentemente do montante do seu salário, que é de 620 euros mas era de 775 até 2010, antes de sofrer um corte de 20% por força da austeridade. São mais 155 euros, correspondentes a um suplemento que na sua origem se destinava a pagar o alojamento dos magistrados deslocados. Os juízes viram ainda os salários-base reduzidos em 10% também por força da austeridade, mas esse foi um corte já reposto.
 “A única garantia que não posso dar é que o Governo possa acomodar as pretensões que existem em matéria remuneratória, porque não tem capacidade para o fazer”, afirmou ontem Francisca Van Dunem numa audição na comissão parlamentar de Direitos, Liberdades e Garantias, acrescentando que “não se pode expor as magistraturas a um debate público desta natureza”.

Presidente do Supremo reuniu-se com Marcelo

Essa é também a posição do presidente do Supremo Tribunal de Justiça e por inerência do Conselho Superior da Magistratura, Henriques Gaspar, que esteve cerca de 45 minutos reunido nesta quarta-feira com o Presidente da República por causa da ameaça da Associação Sindical dos Juízes Portugueses de boicotar o processo eleitoral caso as negociações do estatuto com o Ministério da Justiça não cheguem a bom porto. Como depende deles a validação das listas de candidatos, uma greve em Agosto poderá comprometer a realização de eleições autárquicas a 1 de Outubro. Um cenário que Francisca Van Dunem optou por não avaliar: “A escolha do tempo e da acção concreta sobre a qual vai incidir a greve – poderá incidir, aliás – não é matéria que me seja dado comentar. O Ministério da Justiça e o Governo não têm o mínimo interesse numa greve de magistrados.”
Embora não veja com bons olhos a ameaça de boicote eleitoral, Henriques Gaspar – que falou por estes dias com a presidente da associação sindical – compreende algumas da reivindicações em cima da mesa, que de resto não se restringem só a questões remuneratórias, e delas terá dado conta a Marcelo Rebelo de Sousa. Mas o magistrado quer, acima de tudo, ver o assunto tratado com a máxima discrição, à semelhança da ministra. Tanto os juízes como os magistrados do Ministério Público dizem que as propostas de revisão de estatuto que lhes foram recentemente apresentadas pelo Governo podem colocar em causa a autonomia e a sua independência. No Parlamento, a ministra respondeu à questão: “Não se podem confundir divergências com ataques à autonomia e independência”.
A Associação Sindical de Juízes Portugueses, que deu 15 dias à tutela para a conclusão das negociações, devendo fazer-lhe chegar uma contraproposta de estatuto nesta quinta-feira, tem uma reunião de trabalho no Ministério da Justiça no próximo dia 14, que durará o dia inteiro. 
www.publico.pt

09
Jun17

ALGARVE -PCP é contra «o desmantelamento e entrega a privados» do Cais Comercial de Faro

António Garrochinho

O Partido Comunista Português (PCP) Algarve diz, na sequência do projeto “FarFormosa”, ser contra «o desmantelamento e entrega a privados» do Cais Comercial de Faro.
Como tal os comunistas já questionaram, esta quinta-feira, 8 de Junho, o Governo se tenciona «travar qualquer projeto» que implique este «desmantelamento».
De acordo com o PCP Algarve, as ideias previstas para aquela zona conflituam com um «projeto de desenvolvimento económico para a região e para o país» que tem «nos portos comerciais um importante fator de promoção e desenvolvimento».
«O Porto Comercial de Faro dispõe de um cais com 200 metros e uma ponte-cais, podendo receber navios até 120 metros de comprimento, com 7500 toneladas de porte bruto e 6,4 metros de calado. Está dotado de instalações de apoio à movimentação de mercadorias e passageiros. Tem uma localização geográfica privilegiada para a movimentação de cargas ao serviço da economia regional, situando-se no principal polo urbano e económico do Algarve (Faro-Olhão-Loulé). Nos últimos anos tem servido para o transporte de cimento, sal-gema, sal para consumo humano, alfarroba, madeiras e pescado», diz o PCP.
Com este «desmantelamento» o sul do país fica «dependente do porto de Huelva em Espanha», acrescentam os comunistas.
«Em vez da criação, prevista no projeto envolvendo a Câmara Municipal de Faro, de uma marina de recreio, de hotéis, de espaços comerciais e de restauração, e outras valências deste tipo que abundam por todo o Algarve, aquilo que se exigiria seria um forte e decidido investimento no Porto de Faro que assegurasse a sua vocação comercial, potenciadora do aparelho produtivo regional e nacional», considera o PCP.
«A falta de investimento nas barras e portos algarvios, a passagem da gestão dos portos comerciais algarvios para a Administração do Porto de Sines, a ausência de uma visão estratégica por parte de sucessivos governos para os portos nacionais e a recente ameaça da transferência para os municípios da gestão dos portos, dão lastro para o surgimento de todo o tipo de oportunismos, incluindo o do abandono da vocação comercial (transporte de mercadorias e de passageiros) dos principais portos algarvios», acrescenta aquele partido.
Para o PCP, «o desenvolvimento económico do Algarve exige o reconhecimento do papel crucial do sistema portuário para a economia regional e a adoção de um conjunto de orientações e medidas de relançamento da atividade portuária em todos os segmentos, assim como a criação de uma Administração dos Portos do Algarve».
Posto isto, o Grupo Parlamentar, do Partido Comunista Português, dirigiu à Ministra do Mar algumas questões, nomeadamente: “Como avalia o Governo a importância da atividade portuária e dos transportes marítimos para a economia nacional e regional?”, “reconhece o Governo que as áreas portuárias constituem um recurso territorial estratégico que deve ser preservado e valorizado?” e “reconhece o Governo a importância do Porto Comercial de Faro para a recuperação do aparelho produtivo algarvio?”.


www.sulinformacao.pt
09
Jun17

VÍDEOS - O MENINO DE OMRAN QUE OS INIMIGOS DE AL ASSAD MAQUILHARAM DENTRO DA AMBULÃNCIA PARA FAZER PROPAGANDA CONTRÁRIA AO GOVERNO SÍRIO

António Garrochinho




Hoje, Omran vive em Aleppo com sua família
O pai de Omran diz como os "rebeldes" o chantagearam usando o filho para falar mal do governo sírio legítimo e lhe ofereceram dinheiro para fazer entrevistas.

Omran, the boy whose photo was used by "rebels" to demonize the Assad govt w/ his family. Turns out the family are pro govt.Via @Xerxes92005 pic.twitter.com/A7U4uuDnjT





@Xerxes92005 Omran's dad tells how "rebels" traded w/blood of his son & how he was offered money 2 do interviews & attack the govt #Syria via @j_alashkar pic.twitter.com/OiDzyUTFG4


VIDEO -Em espanhol
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