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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

25
Jun17

A publicidade mata a mulher...

António Garrochinho


.









Cada vez mais as publicidades insistem em representar  a mulher desnudada como um apelativo de desejo de consumo, em que a própria mulher é apenas representada como um objecto de desejo sexual.


Este padrão não é bom para a mulher mas também não é bom para o homem que tem a necessidade de se mostrar à altura do desafio de satisfazer os modelos difundidos na publicidade.









Para vender um qualquer produto, que nada tem a haver com com "a mulher como um todo", são apresentadas meio despidas perante objectos de desejo da sociedade de consumo, como carro ou outros, com posturas equivocas de provocação sensuais, para vender esse mesmo produto.


Por vezes a mulher é representada como cínica, cruel e violenta perante certo produtos de consumo, como no caso de perfumes ou acessórios de luxo. Essas situações são construídas para suscitar os mais remotos instintos primitivos do machismo, mas nunca irão contribuir para uma vivência saudável entre os dois sexos.



"Nunca vi assim tão compridas (longas)" Publicidade água gasosa Perrier


"Grande ou pequena, o que interessa é ter uma" Publicidade Perrier



As revistas femininas e telenovelas transmitem a mensagem de que todas as mulheres têm uma vida sexual fascinante e variada, excepto você, que afinal não aproveita nada disso e contenta-se com uma vida banal. Este padrão está a destruir o relacionamento equilibrado dentro de alguns casais.


A tendência transmitida pelos média é a de um ser humano, hermafrodito, uma esboço de um ser indiferenciado, ser qualquer sentimento a não ser desempenhar tarefas estereotipadas de seres autómatos condicionados por apetites sexuais programados isentos de qualquer vontade própria.

O homem e a mulher são diferentes e é isso que fazer toda a beleza das suas relações, quando equilibradas e mutuas, sem necessidade de definir quaisquer padrões.







Vivemos uma hipersexualidade da nossa sociedade com código difundidos pela publicidade e os meios de comunicação social. Muitos desse meios difundem a homosexualidade como registo moderno e sofisticado, em que esse modo de vida se tornou pouco a pouco, também ele como padrão. Os homens têm de estar à altura e as mulheres estão progressivamente a estarem submersas por códigos sexual, alguns muito próximos da pornografia.


Os homens nunca vão conseguir rivalizar com estes estandartes e as mulheres nunca vão conseguir satisfazerem-se com a "banalidade" dos seus companheiros. Estamos perante uma degradação progressiva de uma relação saudável a ser substituída por padrão degenerativos.


Esta imagem degradante da mulher nunca irá contribuir para uma relação harmoniosa do casal como uma relação plena em que cada um está com o outro porque isso enriquece a ambos. Não existem príncipes encantados como também não existem super-mulheres.










estoriasdahistoria12.blogspot.pt
25
Jun17

25 de Junho de 1857: Sai a primeira edição de "As Flores do Mal", de Charles Baudelaire

António Garrochinho


É colocada à venda em 25 de Junho de 1857, a colectânea de poesia  As Flores do Mal (Les Fleurs du mal) do genial poeta Charles Baudelaire. As Flores... foram julgadas indecentes e valeram um processo ao seu autor por “ofensa à moral pública, à moral religiosa e aos bons costumes”.  Baudelaire foi condenado em Agosto de 1857 a retirar da obra seis dos seus poemas e a pagar, 300 francos e a editora, 100, de multa. O mal foi irreparável. Concebida não como uma sequência aleatória e sim como um todo, a obra ficou desnaturada pela decisão da justiça. Baudelaire, com a morte na alma, suprime as passagens incriminadas, reposiciona o restante e reescreve os poemas a fim de recompor os liames ao conjunto. A organização original  perdeu-se para sempre.  



A obra As Flores do Mal, considerada o marco da poesia moderna, foi criada por Baudelaire com versos rigorosamente metrificados e rimados, que prefiguraram o Parnasianismo. Baudelaire tratou de temas e assuntos que vão do sublime ao escabroso, investindo liricamente contra as convenções morais que permeavam a sociedade francesa dos meados do século XIX. As Flores do Mal reúnem de modo exemplar uma série de motivos: a expulsão do paraíso; o amor; a morte; o tempo; o exílio e o tédio. Os poemas desta obra retratam como ninguém as mazelas do espírito humano. 


Nem mesmo as suas dilacerantes contradições e dramas íntimos, alternando orações a Deus e ao diabo, transformando a sua vida numa prodigiosa confusão entre amor sublime e degradação, dissipação e trabalho intelectual, tudo isso agravado pela doença que o corroía, não o impediram de ser consistente. A propósito comentava outro grande poeta, Paul Valéry: “As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha a ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo. As descrições, escassas, são sempre densas de significado. Mas no livro tudo é fascinação, música, sensualidade abstracta e poderosa.” 



Além de precursor de todos os grandes poetas simbolistas, Baudelaire é considerado pela maior parte dos críticos como o mais provável fundador da poesia moderna. Isto deve-se ao facto de que valendo-se da percepção do real, chegava sempre a um objectivo para o sentimento que desejava expressar. 


Desta forma, a sua poesia tendeu para a expressão de imagens quotidianas, a visão do autor, tendo o poeta sido quem melhor intuiu a mudança radical provocada pelas metrópoles sobre a sensibilidade. Era, como os modernistas que lhe sucederam, um realista que detestava a simples reprodução do mundo em poemas e pinturas. Respondendo à pergunta, por ele mesmo formulada, sobre o que seria uma arte pura, concluiu: “É criar uma magia sugestiva, contendo a um só tempo o objecto e o sujeito, o mundo exterior ao artista e o próprio artista.” É por meio dos sentidos que Baudelaire apreende a realidade concreta. A mesma maneira de encarar a arte que o torna um precursor dos poetas do fim do século XIX e o faz ser considerado o pai da poesia moderna. 

Morreu de sífilis em Paris em 31 de Agosto de 1867, aos 46 anos. Está sepultado no cemitério de Montparnasse. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

Primeira edição de Les fleurs du mal com anotações do autor

Baudelaire em 1844 - Emile Deroy 
25
Jun17

25 de Junho de 1530: A Confissão de Augsburgo é apresentada ao Imperador Carlos V

António Garrochinho

Em 25 de Junho de 1530, os príncipes que haviam aderido à Reforma foram convidados a explicar-se no Parlamento alemão. Na ocasião, Philipp Melanchton, amigo de Lutero, apresentou a proclamação da fé luterana.


Para melhor compreender a importância da Confissão de Augsburgo, é necessário apresentar a situação histórica no contexto da Reforma da Igreja, impulsionada pelo estudioso Martinho Lutero, da Ordem dos Monges  de Santo Agostinho. Ele  aprofundou a teoria da religião a partir de 1510, quando retornou de uma viagem a Roma, decepcionado com a corrupção que constatara no alto clero.

Aprofundando os seus estudos, concluiu que o homem só se pode salvar pela fé incondicional em Deus, não pelas obras praticadas ou pela indulgência comprada. A fim de arrecadar fundos para financiar a reconstrução da Basílica de São Pedro, o papa Leão X havia permitido o perdão dos pecados a todos que contribuíssem financeiramente para a Igreja.

Escandalizado com essa salvação comprada a dinheiro, Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg, no leste da Alemanha, um manifesto público (as 95 teses), em que protestou contra a atitude do papa e expôs os elementos da sua doutrina. Iniciava-se, desta maneira, uma longa discussão entre Lutero e as autoridades eclesiásticas, culminando com a sua excomunhão pelo papa, em 1520.

No dia 21 de Janeiro de 1530, o imperador Carlos V convocara uma Dieta imperial a reunir-se em Abril seguinte, em Augsburgo, no sul da Alemanha. Para dispor de uma frente unida contra os turcos nas suas operações militares, ele exigiu o fim do conflito entre protestantes e católicos.

Os príncipes e representantes das cidades livres do Império foram convidados a discutir as diferenças religiosas na futura Dieta, na esperança de superá-las e restaurar a unidade. Atendendo ao convite, o príncipe eleitor da Saxónia pediu aos seus teólogos em Wittenberg que preparassem um relato sobre as crenças e práticas nas igrejas da sua terra, que seria apresentado ao imperador.

Sob a coordenação de Philipp Melachton, foram reunidas as doutrinas compiladas nos documentos conhecidos como Artigos de Schwabach, de 1529, e Artigos de Torgau, de Março de 1530.

Lutero, que não estava presente em Augsburgo, foi consultado por correspondência, mas as emendas e revisões continuaram a ser feitas até à véspera da apresentação formal ao imperador, em 25 de Junho de 1530. Assinada por sete príncipes e pelos representantes de duas cidades livres, a Confissão imediatamente foi reconhecida como uma declaração pública de fé.

De acordo com as instruções do imperador, os textos das confissões foram apresentados em alemão e latim. Diante da Dieta foi lido o texto alemão, que é, por isso, tido como mais oficial.

A Confissão representava um esforço para manter a Igreja unida e continha as principais teses da doutrina de Lutero, entre as quais as que dizem respeito à doutrina da justificação, ou da salvação. Mesmo que a Confissão tivesse sido redigida em estilo conciliador, evitando ataques e reivindicações, não foi aceite pela Igreja Católica e a sua divulgação ficou proibida.

A rejeição da Confissão de Augsburgo deu força à separação entre luteranos e católicos. Passaram-se quatro séculos de condenações recíprocas e guerras religiosas. O diálogo, suspenso em 1530, só recomeçou em 1967, após o Concílio Ecuménico Vaticano II.

Philipp Schwarzerd foi o compilador, não somente da Confissão, como também de outro documento muito importante, conhecido como Apologia da Confissão de Augsburgo. Philipp nasceu em Bretten, Baden, em 1497. O seu tio-avô, o famoso humanista Reuchlin, exerceu grande influência sobre ele.

Devido à admiração pelo idioma grego, "helenizou" o sobrenome, adotando o nome de Melanchthon, conforme a tradução de "terra negra" para o grego. Foi grande amigo de Lutero e o seu mais fiel aliado na causa da Reforma. Se, de um lado, Lutero era profundo conhecedor da Palavra de Deus, Melanchthon foi um dos maiores conhecedores das línguas originais nas quais a Palavra de Deus havia sido escrita.


 Fontes: Opera Mundi
 wikipedia (imagens)
A Confissão de Augsburgo é apresentada a Carlos V
Representação da Confissão de Augsburgo na janela de uma Igreja em Speyer na Alemanha

25
Jun17

HERÓIS ANÓNIMOS DA 2ª GUERRA MUNDIAL

António Garrochinho
Na hora da explosão, em Hiroshima, Takashi não ouviu nada. Percebeu apenas uma luz, como flash de uma câmera. Foi arremessado a 10 metros de distância, desmaiou e, quando voltou a si, o dia tinha virado noite. Ele era policial militar e liderava 15 soldados (só um sobreviveu). Quando finalmente despertou resolveu agir: ele se seu companheiro começaram a resgatar crianças e suas mães e muitas vidas foram salvas por este ato.

25
Jun17

As minhas lágrimas já secaram. Esta, é a hora da raiva...

António Garrochinho


"Judite, o inferno e a merda".
Aliás, "Judite é uma jornalista que é, ela própria, imensamente mediática. Não há nada da sua vida privada (os seus casamentos, divórcios, namoricos, funerais e outras festas, viagens de férias, testamentos, etc, etc.) que ela não partilhe com o grande publicozinho que se interessa por assuntos de merda, através da imprensa especializada na matéria.
Judite é uma jornalista-vedeta. Não sei se estão a ver, aquele género de jornalista que, muito mais do que entrevistar, gosta de dar entrevistas. Enfim, de dar nas vistas. O que faz dela um caso exemplar de - como dizê-lo de outro modo? - autêntico jornalismo de merda." 



outramargem-visor.blogspot.pt
25
Jun17

Vídeo Assustador Mostra Como o Vício em Opioides Transformou a Cidade de Baltimore em uma Cidade do Terceiro Mundo

António Garrochinho

Se você quiser ver quão rápido as drogas podem mergulhar uma cidade bonita e próspera em desolação, não procure mais do que Baltimore. À primeira vista, a cidade tem muito a oferecer, com muita história, um porto encantador, diversas opções de entretenimento e as melhores instalações médicas e de pesquisa. No entanto, conforme o vício em opiáceos se espalhou por toda a cidade ao longo dos últimos anos, ela transformou-a em um lugar que já não é adequado ao seu apelido, "Cidade Charmosa".


Na verdade, um apelido mais adequado seria A Capital da Heroína dos Estados Unidos, já que a cidade tem a duvidosa honra de ter a maior taxa per-capita de dependência de heroína no país. Dos 645 mil habitantes da cidade, estima-se que cerca de 60 mil são toxicodependentes e 48 000 dessas pessoas estão presas à heroína.

Embora o problema não seja novo para a cidade, ele piorou progressivamente nos últimos anos. Na verdade, um relatório do programa HIDTA (High Intensity Drug Trafficking Areas) observa que um em cada dez residentes de Baltimore toma o medicamento. O ano passado viu mais de 300 overdoses de heroína fatais na cidade e praticamente outras tantas emergências hospitalares relacionadas ao uso de heroína, e o problema só deverá piorar.

No vídeo "Experiência de Opioide de Baltimore", um rápido passeio pelas ruas de East Baltimore é tudo o que é preciso para mostrar o quanto esse vício pode devastar comunidades inteiras. As ruas são alinhadas com fileiras de casas e armazéns, com graffiti em todos os cantos.

Essas imagens são superpostas com estatísticas que ilustram o quão ruim é o problema, como o fato de que as overdoses fatais aumentaram 66% de 2015 para 2016, de acordo com as autoridades de saúde de Maryland. Os opiáceos ilícitos heroína e fentanil foram responsáveis ??pela maioria dessas mortes, e mais de um terço daqueles que morreram por overdoses no estado fizeram isso na cidade de Baltimore. O vídeo é apropriadamente finalizado com imagens de cemitérios, um dos poucos negócios além de instalações de tratamento que parecem estar prosperando agora.

Não são apenas os próprios viciados e suas famílias que são afetados pelo uso de opiáceos. Viver nessas condições é também devastador para aqueles que não sucumbiram ao vício. O desespero dos residentes de Baltimore foi claro à medida que a situação conseguiu a aumentar depois que Freddie Gray morreu sob custódia policial em 2015 e os tumultos alcançaram a cidade.

A epidemia de opioides dos EUA continua a aumentar

A epidemia de opiáceos americana está ficando fora de controle, e muitas das culpas podem ser atribuídas pela indústria farmacêutica. Na verdade, as taxas de abuso de opioides começaram a subir após a introdução de vários analgésicos opioides poderosos há cerca de 20 anos. Dar incentivos aos médicos para prescrevê-los e comercializá-los de forma agressiva colocou os americanos nesta situação. Mais de três quartos dos novos usuários de heroína viciaram-se primeiro em analgésicos prescritos como o Oxicodona e, em seguida, conduzidos à versão de rua depois que limites mais rigorosos em suas prescrições foram eventualmente implementados.

Overdoses de opioides já ultrapassaram as mortes relacionadas com armas nos EUA. Mais recentemente, em 2007, as mortes por armas de fogo superaram em número as mortes por opioides por uma margem de cerca de cinco para um, mas agora a situação se inverteu completamente. Conforme este problema continua a descontrolar-se, mais e mais cidades acabarão tornando-se muito parecidas com o lado leste de Baltimore nesse vídeo perturbador.





Leia mais: http://www.anovaordemmundial.com
25
Jun17

Assembleia da República aprova Projeto de Resolução do PCP sobre o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

António Garrochinho


A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, dia 23, o Projeto de Resolução nº 805/XIII do PCP, que recomenda ao Governo a revisão dos instrumentos de gestão territorial do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), compatibilizando a proteção da natureza e a salvaguarda dos valores naturais com o desenvolvimento económico e o bem-estar das populações.
O PCP salienta, em comunicado, que «deu frutos» a «luta» que este partido vem desenvolvendo «há longos anos pela adequação do Plano de Ordenamento do PNSACV, não só à proteção da Natureza, mas também às necessidades de desenvolvimento económico e social dos territórios abrangidos por este Parque».
Os comunistas lembram que «já anterior legislatura, em setembro de 2011, o PCP havia apresentado o Projeto de Resolução nº 92/XII do PCP, recomendando ao anterior Governo PSD/CDS que procedesse à revisão, com carácter de urgência, do Plano de Ordenamento do PNSACV».
Essa proposta do PCP, porém, foi chumbada pela anterior maioria PSD/CDS, «apesar de estes dois partidos, na campanha eleitoral das eleições legislativas de junho de 2011, terem assumido o compromisso de reverem com urgência o Plano de Ordenamento do PNSACV. Compromisso que meteram na gaveta, mal chegaram ao Governo».
Agora na oposição, PSD e CDS surgem, «com um inqualificável oportunismo político, muito “preocupados” com a compatibilização entre a conservação da natureza e a realização de atividades económicas no PNSACV, tentando apagar as suas responsabilidades pela não revisão do Plano de Ordenamento e pela manutenção de um vastíssimo conjunto de restrições e proibições para os usos comuns e tradicionais do espaço e dos recursos por parte das populações locais», salienta a PCP.
Por isso, explicam os comunistas, «foi exatamente por não pactuar com as tentativas de branqueamento da ação negativa de PSD e CDS e do seu Governo de má memória que o PCP votou contra os projetos de resolução destes dois partidos».
Quanto à aprovação da proposta do PCP, que o partido considera ser «tardia», abre na sua opinião «caminho para a correção de opções erradas tomadas pelo Governo PS/Sócrates (que impôs um Plano de Ordenamento que assentava numa errada perspetiva de ordenamento do território que opunha os hábitos, práticas e atividades tradicionais e autóctones à conservação da Natureza) e continuadas pelo anterior Governo PSD/CDS».


www.sulinformacao.pt
25
Jun17

Quarteira reviveu ontem à noite a tradição do Banho Santo de S. João

António Garrochinho


Ontem à noite (23 de junho), depois do desfile de S. João das Marchas Populares de Quarteira, o Cantinho da Amizade (e não só) decidiu reviver a tradição do “Banho Santo de S. João”.
A ‘aventura’ contou com a participação de senhoras do Cantinho da Amizade, às quais se juntaram outros aventureiros.
A iniciativa atraiu a curiosidade de inúmeras pessoas que emolduraram o calçadão nascente, surpreendidas pelo reboliço criado na praia.
De referir que o Cantinho da Amizade está integrado na APROMAR, associação responsável pela promoção das Marchas Populares de Quarteira.
O “Banho Santo de S. João” no Algarve
Em anos idos, 29 de junho era o dia em que as gentes oriundas da serra algarvia se deslocavam até à praia, acompanhadas dos seus animais de carga, para “dar banho”.
Em Quarteira, a tradição tem sido recriada por elementos das marchas depois do desfile de S. João. Este ano, a iniciativa partiu do Cantinho da Amizade.
A tradição do “Banho Santo” é típica, não só na praia de Quarteira como em outras localidades do Algarve, como a praia da Manta Rota. Diz a tradição, que remonta ao século XIX, que a população da serra desce ao litoral para se “purificar” no mar.
Na praia da Manta Rota é denominado São João da Degola, por se realizar a 29 de agosto, dia em que, segundo a tradição católica, São João Baptista foi degolado. O “banho Santo” levava à praia da Manta Rota pessoas da serra algarvia, que passavam a noite nas imediações e, na manhã seguinte, banhavam-se no mar com os seus animais num ritual de “purificação”, revela a Associação “A Manta”, organizadora da iniciativa. Depois de mais de um século a realizar-se ininterruptamente, esta tradição foi interrompida por algumas dezenas de anos, até que a Associação “A Manta” a recuperou na viragem do século XX para o XXI, recriando a iniciativa que conta com a colaboração com a Câmara de Vila Real de Santo António.
Brasil quer Banho de S. João bem cultural imaterial nacional
No Brasil, a crença é tão forte que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acaba de abrir o processo para registrar o banho de São João como bem cultural imaterial nacional.

















Por: Jorge  Matos Dias / PlanetAlgarve

planetalgarve.com
25
Jun17

O Eucalipto da Quinta da Coelha

António Garrochinho

O país tinha acabado de entrar na CEE, iria receber milhões de ajudas para o setor agrícola que durante mais de meia década beneficiaria de um regime de transição. Estava em causa uma profunda revolução na política agrícola. Portugal tinha uma economia atrasada, com grandes problemas na qualificação de uma população ativa excessiva, sem uso de tecnologias, com grandes problemas na estrutura da propriedade fundiária.
Cavaco Silva era primeiro-ministro e escolheu um engenheiro civil da Soporcel, a grande empresa do setor da celulose, para o cargo de ministro da Agricultura do IX Governo Constitucional, que tomou posse em 1983, tendo sido renovado na pasta nos X e XI Governos Constitucionais, isto é, foi o ministro da Agricultura do Cavaquismo, tendo assumido o cargo ainda antes da entrada de Portugal na CEE, condicionando, desde logo, todo o processo de transição.
Com a entrada na EU deu-se início a um processo de transformação forçada e acelerada no setor agrícola. Nada se fez na estrutura fundiária, quase nada se fez na promoção do setor agroindustrial, nada se fez na promoção do regadio (Cavaco boicotou de forma militante o projeto de Alqueva), nada se fez na qualificação dos trabalhadores e empresários agrícolas, nada se fez no domínio das universidades e investigação no setor.
Assistiu-se muito simplesmente a uma redução acelerada da população ativa que envelheceu ou foi absorvida pelo próspero setor da construção e obras públicas, os agricultores ou emigravam ou iam para serventes de pedreiro. Se nas cidades Cavaco elogiava o crescimento do setor dos serviços e, em especial, a banca, na agricultura apontava-se a redução brutal da população ativa como símbolo da sua modernização.
Só que esta redução da população agrícola, que levou á desertificação do interior, não resultou do aumento da produtividade no setor, mas sim a uma aposta no setor dos cereais em prejuízo de quase todos os outros, designadamente, das carnes. Contado com o apoio da poderosa CAP os cereais foram os grandes ganhadores. Por outro lado, compensava-se o abandono das terras com a plantação de eucaliptos. A busca de ajudas para alimentar a máquina de propaganda cavaquista levou os governos de Cavaco a aproveitarem as compensações que a CEE dava a tudo o que era abandono de produções agrícolas e da pesca.
Para ter dinheiro para estradas feitas à pressa, como a IP5, que eram inauguradas antes das eleições, de que hoje Cavaco se gaba de ter sido um campeão, destruíam-se os setores da agricultura e da pesca. Matavam-se dois coelhos com uma cajadada, Cavaco ganhava as eleições e a SOPORCEl transformou-se num império, transformando um pequeno país do Sul num grande exportador de papel.
Hoje Cavaco está tranquilamente a assistir aos incêndios na sua luxuosa e fresquinha vivenda na Quinta da Coelha, certamente orgulhoso da sua obra e a culpar os seus sucessores pelos incêndios que por aí vão queimando os seus queridos eucaliptos. Só é pena que o eucalipto mais resistente ao fogo seja aquele que em tempo ganhou a alcunha de eucalipto da classe política.
(In Blog O Jumento, 22/06/2017)
25
Jun17

O Bloco Central e a factura dos contribuintes

António Garrochinho


O arco da governabilidade , como lhe chamava a imprensa bem pensante , o “Bloco Central de Interesses “, melhor dizendo, ou ainda mais exacto o “Bloco Central das negociatas “foi um maná para conhecidos grupos privados —
Numa assembleia-geral realizada este sábado, 24 de Junho, a Frente Cívica, que è presidido por Paulo Morais e junta também o juiz Carlos Moreno, o músico António Manuel Ribeiro e os professores Mário Frota e Maria Teresa Serrenho, decidiu ainda apresentar uma iniciativa legislativa de cidadãos, prevista na lei, para a extinção das PPP rodoviárias.
É que para esta associação, as PPP rodoviárias “constituem actualmente um dos maiores problemas do país”, devido ao pagamento das rendas a estas estruturas que “tem vindo a depauperar as contas públicas e a contribuir para o enriquecimento indevido de alguns grupos privados, à custa de recursos dos cidadãos, que poderiam ser canalizados para outros fins de maior utilidade social”.

A reunião magna da Frente Cívica deliberou também apresentar uma queixa junto da PGR e junto das entidades europeias “para que se averigue, em detalhe, as circunstâncias que levaram à celebração pelo Estado Português e pela Estradas de Portugal de contratos tão ruinosos para os cidadãos e para o erário público”.
Segundo contas da associação, “o valor actualizado dos activos associados às PPP é de 6.100 milhões de euros e o Estado português prevê pagar aos concessionários ao longo dos próximos 20 anos mais de 19.000 milhões por este património, valor manifestamente exagerado face ao capital considerado”.
Para a Frente Cívica, a “adequação do montante dos encargos públicos inerentes às PPP ao valor justo do património subjacente implicaria, face ao previsto, a redução substancial dos montantes e dos prazos de amortização”.
A associação considera ainda que “amortizando em 20 anos, com prestações que rondam os 30% (ou menos) dos valores previstos para 2017, é possível amortizar a dívida com uma redução de custos que varia entre os 60% e os 48% dos custos previstos em Orçamento de Estado”.
Além disso, de acordo com as contas da associação, “mantendo os encargos brutos previstos no Orçamento do Estado de 2017 (OE2017), a dívida relativa às PPP é totalmente amortizada em 2020 ou 2021 (e não em 2040), representando encargos totais que representam uma fracção entre 34% e 38% do valor previsto”.
Uma iniciativa para não deixar morrer o assunto pois mais vale tarde do que nunca. E são só as  PPP rodoviárias ?


Este artigo encontra-se em: FOICEBOOK http://bit.ly/2rPwU9g

abrildenovomagazine.wordpress.com

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