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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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03
Jul17

A AMEAÇA

António Garrochinho
Ò António Costa acaba já as férias e volta depressa para demitir os gajos ou então a Cristas ela própria pega na espada da academia e decepa-te
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Foto de António Garrochinho.

03
Jul17

E QUANTO ÀS ESPADAS: IRÃO EM RISTE, OU EMBAINHADAS ?

António Garrochinho


Foto de Carlos Matos Gomes.
Foto de Carlos Matos Gomes.
E quanto às espadas: irão em riste, ou embainhadas? Ou até, talvez, embrulhadas em papel de celofane, com laçarote.de oferta.
E serão para cortar as cabeças pedidas pela Salomé do Caldas? Ou para fender bolos de casamento?
E, entregues as espadas a Marcelo e as cabeças dos ministros a Cristas, podemos anunciar ao mundo a originalidade de sermos a única nação de ministros decapitados por oficiais sem espada?
E que fará Marcelo às espadas, uma venda de garagem no palácio de Belém?
E como limpará Cristas o sangue dos decapitados ministros no átrio do Caldas? À mangueirada?
Temos, pois, elementos para cenas dos próximos capítulos. com juízes a fazerem panos de limpeza das togas e enfermeiros de seringas sem agulha...
03
Jul17

CICLISMO - VOLTA À FRANÇA 2017

António Garrochinho

O eslovaco Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) venceu ao sprint a terceira etapa da Volta a França 2017. O australiano Michael Matthews (Team Sunweb), segundo, e o irlandês Daniel Martin (Quick-Step Floors), terceiro, completaram o pódio.
Esta segunda-feira 3 de Julho decorreu a terceira etapa da Volta a França entre a cidade belga de Verviers e a francesa de Longwy, numa distância de cerca de 213 quilómetros.
A vitória foi para o campeão do mundo, o eslovaco Peter Sagan da equipa Bora-Hansgrohe. O único lusófono presente na prova, o português Tiago Machado (Katusha-Alpecin), terminou no 54° lugar a 28 segundos do vencedor.
A camisola amarela continua na posse do britânico Geraint Thomas da equipa Sky, que venceu a primeira etapa da prova. O britânico nascido em Nairobi no Quénia, Christopher Froome (Sky), que venceu o Tour três vezes, ocupa o segundo lugar a 12 segundos do líder, tendo o mesmo tempo que o terceiro classificado, o australiano Michael Matthews (Team Sunweb).
No que diz respeito a Tiago Machado, o ciclista luso ocupa o 51° lugar a um minuto e 30 segundos do líder da prova.
Para sermos completos, de referir que o vencedor da segunda etapa foi o germânico Marcel Kittel da equipa Quick-Step Floors.
Foto de António Garrochinho.
03
Jul17

A queixinhas

António Garrochinho


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A Dona Cristas parece uma daquelas meninas mimadas a quem um menino mau puxou os cabelos e vai logo fazer queixa ao paizinho. Hoje lá foi ao beija-mão ao Professor Marcelo para fazer queixa do governo das esquerdas (Ver noticia aqui). O Costa é o chefe da quadrilha dos meninos maus, e dentro da quadrilha foi a menina Constança e o menino Azeredo que puxaram os cabelos à Assunçãozinha.
Vai daí, ela pede a demissão dos ministros com um ar muito sério para demonstrar que não é uma questão de birra infantil mas sim uma grave questão de Estado, um assunto para pessoas crescidas e não para meninas mimadas. Gostava de ter visto a cara do Célinho a ouvir tanta aleivosia. Provavelmente deve ter-lhe dito que fazer queixinhas é muito feio, que uma boa cristã não faz queixinhas.  e que ainda não chegámos ao Brasil e não premiamos a delação.
As minhas perguntas, para a D. Cristas, são as seguintes:
  1. Se o mau do Costa não demitir os ministros a Assunção pede a demissão do primeiro-ministro e a queda do governo?
  2. Se, a seguir, o Costa assobiar para o ar e não se for embora – satisfazendo o pedido (ordem?!) da menina zangada -, e Marcelo não o demitir, irá pedir a demissão do Presidente da República?!
Como ambos os cenários acima são ridículos, fica a claro a caricata figura que a oposição anda a fazer em todo este folhetim, o triste papel que a D. Cristas, mais o Coelho, andam a desempenhar. Alguém os viu apresentar alguma proposta para resolver os problemas do fogo e das armas roubadas que andam a cavalgar? Apenas os ouvimos a pedir responsabilidades, a empolar o caos e a pedir demissões.
Triste país, onde ninguém discute a causa das coisas. A desagregação do Estado e dos serviços públicos que decorre da asfixia financeira que o serviço da dívida nos impõe, mais a exigência da redução do déficit público a mata-cavalos. Mas isso a D. Cristas não diz: ajoelha de mãos-postas no regaço do Schauble, pede-lhe a benção e que lhe seja ungida a testa, por ser muito devota e cumpridora.
Perante este cenário, e perante esta oposição de opereta, antes de demitir os ministros dever-se-ia por começar por demitir os líderes da oposição. Parece que Passos já está em queda livre, e já começaram a afiar-se as espadas dentro do PSD. E a D. Cristas quer ter o chinelo maior que o pé e fala demasiado grosso, tendo em conta a valia eleitoral do CDS.
É que, como dizia Benjamim Disraeli, “não há governo seguro sem forte oposição”. E a oposição que temos não chega sequer a ser uma tragédia triste. É mais uma comédia de mau gosto.

 estatuadesal.com
03
Jul17

Greve na limpeza do São Francisco Xavier com forte adesão

António Garrochinho


Os trabalhadores que efectuam a limpeza do Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, contratados da empresa Safira, estão a realizar uma greve de 24 horas e concentraram-se esta manhã na entrada principal do hospital, pelo pagamento dos feriados e contra os cortes feitos todos os meses nos seus salários.
Trabalhadores da limpeza dos hospitais não estão a ser pagos nos feriados de acordo com o contrato colectivo
Trabalhadores da limpeza dos hospitais não estão a ser pagos nos feriados de acordo com o contrato colectivoCréditos
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Empresas, Domésticas e Actividades Diversas (STAD/CGTP-IN), a greve contou com uma adesão de 100% no turno da noite e de cerca de 92% no turno da manhã.
Trabalhadores desta empresa já se tinham manifestado, pelas mesmas razões, no passado dia 12 de Junho, em frente ao Hospital Egas Moniz e vão repetir o protesto no próximo dia 17, em frente ao Hospital Santa Maria, em Lisboa, informou o sindicato.
A estrutura sindical denunciou num comunicado que a empresa prestadora de serviços de limpeza nestes hospitais «há vários anos que tem a actuação de descontar, abusivamente, todos os meses, dinheiro nos salários como faltas injustificadas, sem que os trabalhadores e trabalhadoras tenham faltado». Sublinha ainda que neste mês a empresa fez descontos aos trabalhadores que tiveram direito ao descanso compensatório pelo trabalho em feriado, e que nalguns casos o dinheiro em falta ronda os 120 euros por mês.
O STAD acrescentou no documento que outra forma que a empresa tem «de ficar com o dinheiro dos trabalhadores» é não pagar o trabalho extraordinário prestado em dia de feriado. A empresa «não cumpre com a lei e o contrato colectivo de trabalho», uma vez que está a substituir o pagamento pelo dia de descanso, tendo os trabalhadores direito às duas coisas, sublinha a estrutura sindical.
Esta situação tem vindo a ser reclamada pelo sindicato junto da empresa, através de ofícios, no entanto não tem havido resposta. A estrutura sindical informa que depois do último protesto em frente ao Hospital Santa Maria, no próximo dia 17, tentará marcar uma reunião com a empresa, afirmando que, se não se concretizar, avançará para o Ministério do Trabalho.


abrildenovomagazine.wordpress.com
03
Jul17

AFINAL HÁ QUEM POSSA CONSTRUIR CASAS JUNTO AO MAR EM CIMA DAS DUNAS

António Garrochinho

Foto de Paulo Sá.
Paulo Sá

Afinal, no Algarve, sempre se podem construir casas junto ao mar, em cima das dunas. Há 3 semanas o PCP denunciou uma situação de construção de moradias de luxo nas dunas da Praia da Galé (Oeste). O Governo respondeu hoje dizendo que, em 2010, a Agência Portuguesa do Ambiente considerou que a construção era compatível com o Plano de Ordenamento da Orla Costeira Burgau-Vilamoura. Então, os critérios de salvaguarda ambiental e de segurança das pessoas já não se aplicam aqui? Foram invocados pelo Governo para mandar demolir casas modestas nos Hangares e no Farol (ilha da Culatra), mas já não são relevantes se as moradias forem de luxo! Dois pesos, duas medidas... Na fotografia em baixo podem ver-se os passadiços construídos para as pessoas não pisaram as dunas, danificando-as. Mas nesse sítio vão surgir moradias de luxo, que, aparentemente, não danificam as dunas!!!
(ver pergunta do PCP e resposta do Governo em http://www.parlamento.pt/…/DetalhePerguntaRequerimento.aspx…
03
Jul17

A pintura de Auguste Toulmouche

António Garrochinho


Auguste Toulmouche (Nantes, França, 21 de setembro de 1829 – Paris, França, 16 de outubro de 1890)
Toulmouche iniciou seus estudos de desenho e pintura em Nantes e em 1846 foi para Paris, onde tornou-se um discípulo de Marc Charles Gabriel Gleyre (1806-1874),seguidor da pintura acadêmica. Foi um artista bastante conhecido nos Salões parisienses do século XIX. Fez parte de um seleto grupo de artistas franceses como Jules Émile Saintin ( 1829-1894) e Charles Joseph Frederick Soulacroix ( n. 1825) que se especializaram na chamada pintura de gênero, com representações românticas da vida diária, principalmente das classes mais abastadas. Seu primeiro trabalho exposto foi no Salão de 1848. Em 1852 ganhou uma medalha de terceira classe, uma medalha de segunda classe em 1861 e uma medalha de terceira classe em 1878 (Exposição Universal). Em 1870, Toulmouche recebeu o título de “Chevalier de la Legion d’honneur”.
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Galeria Auguste Toulmouche!
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Young Woman In An Interior :: Auguste Toulmouche  - Romantic scenes in art and painting - paintings - masterpieces of art
Auguste Toulmouche: A Girl and Roses (1879) 

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03
Jul17

A Pintura de Benjamin Wu!

António Garrochinho

Nascido em 1961, Benjamin Wu estudou arte na Art Institute de Belas Guangzhou na China 1978-1985. Depois de se formar a partir do departamento de pintura a óleo, foi oferecido um cargo de professor no Instituto de Arte de Belas Guanhzhou. 
Ao ensinar no instituto, ele decidiu se mudar para os Estados Unidos. Em 1991, ele recebeu seu MFA degreee da Academy of Art College em San Francisco. Desde então, ele tem trabalhado como ilustrador freelancer e artista plástico. 
Pinturas requintadas Benjamin têm recebido prêmios em exposições e concursos. Em 2006, recebeu o Prémio de Mérito para Retrato e figurativa na Exposição de Arte Asiática, em Tóquio. Em 2007, ele recebeu ainda um outro Prêmio Mérito para Still Life no Salão Internacional de 2007, em San Antonio, Texas. Benjamin Wu também tem três pinturas selecionadas como finalistas do Salão ARC International 2007.
Galeria Pinturas de Benjamin Wu!



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Benjamin Wu
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artesehumordemulher.wordpress.com
03
Jul17

A PINTURA DE ALEXANDER AVERIN

António Garrochinho

O tema principal da pintura de Alexander Averin são cenas do quotidiano com belas jovens e crianças inseridas num cenário de prados florescentes , jardins, encostas de rio e paisagens do mar. O colorido das pinturas enche os olhos sem necessidade de intelectualismo para a compreensão da obra . Pintura nitidamente de estilo impressionista, cuja característica é a fidelidade às cores da natureza, tendo a iluminação como foco , retratando belos cenários e personagens idealizados . Podemos sentir a respiração fresca do mar Báltico, a transparência do ar e a pureza dos personagens retratados nas obras de Averin . Uma combinação perfeita de um retrato e uma paisagem , com estilo impressionista , caracterizam o talento do artista Alexander Averin .
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Tema da Pintura: Cotidiano!
Alexander Averin
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03
Jul17

03 de Julho de 1821: A Corte portuguesa regressa a Lisboa, depois de 13 anos no Brasil

António Garrochinho


Para fugir das invasões Napoleónicas, o futuro rei D. João VI, que em 1807 era ainda príncipe regente, decide levar a corte portuguesa para o Brasil. Enquanto as tropas francesas invadiam Lisboa, cerca de 15 mil pessoas deixavam o país em navios  escoltados pela marinha britânica, levando livros, arquivos, objectos preciosos e obras de arte.

A frota desembarcou em Salvador em Janeiro de 1808 e em Março a corte portuguesa transferiu-se para o Rio de Janeiro.


Com a presença do príncipe regente e da corte no Brasil, a colónia desenvolveu-se cada vez mais, a abertura dos portos brasileiros causou danos ao comércio português. Exigia-se em Portugal o retorno da Corte para o reino, assim restaurando a dignidade metropolitana e o estabelecimento de uma Monarquia constitucional em Portugal; além da restauração da exclusividade de comércio com o Brasil.


Em Agosto de 1820 eclode na cidade do Porto um movimento liberal que logo se espalhou por outras cidades, consolidando-se com a adesão de Lisboa. Iniciado pelos militares descontentes com a falta de pagamento e por comerciantes insatisfeitos, conseguiu o apoio de quase todas as camadas sociais. A junta governativa de Lord Beresford que governava Portugal foi substituída por uma Junta Provisória, que convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma Constituição.    A 17 de Outubro, chegou ao Rio de Janeiro a primeira notícia dos acontecimentos do Porto, e produziu em todo o Brasil não pequena comoção; ainda se tornou maior, quando se soube do completo êxito da revolução portuguesa e da convocação das cortes constituintes; então, uma após outra, as grandes cidades declararam a sua adesão ao que havia acontecido em Portugal. Porém a decisão devia de facto ser dada na capital do país, no Rio de Janeiro.  D. João VI não chegava com o seu gabinete a uma resolução firme; à primeira notícia, ele publicou um manifesto aos portugueses (27 de Outubro de 1820), no qual declarava ilegal a convocação feita das cortes constituintes, porém prometia a sua própria vinda para Portugal ou de um dos seus príncipes; em segundo manifesto, datado de 18 de Fevereiro, publicado a 21, condescendia com as cortes (entretanto já reunidas em Lisboa) e prometia para ali delegar o seu herdeiro da coroa, D. Pedro, com plenos poderes, a fim de que ele se entendesse com as cortes a respeito da Constituição a formular. Neste intervalo de tempo, em Portugal as cortes constituintes reuniram-se em Lisboa (26 de Janeiro de 1821), e imediatamente depois publicavam um manifesto, no qual eram enumeradas as reclamações principais da nação portuguesa; entre as mesmas, salientava-se a queixa sobre a residência continuada da corte real fora do país, no Rio de Janeiro. Foi entretanto decidido pelo monarca o regresso da família real e da corte para Portugal. Um decreto de 7 de Março de 1821 anunciou essa resolução ao povo, ao mesmo tempo que declarava que, até se completar e executar a nova organização constitucional do Estado, o herdeiro da coroa, príncipe D. Pedro, ficaria como representante do rei no Brasil.

Iniciaram-se os preparativos para a partida do rei, e na tarde de 24 de Abril  de 1821 dirigiu-se ele para bordo do navio de guerra que tinha o seu nome; duas fragatas e nove grandes embarcações receberam o seu séquito oficial e voluntário, alguns milhares de pessoas; na madrugada de 26 de Abril, levantou âncora a frota real,  rumando ao alto-mar. O monarca estava muito abalado. A atender às descrições históricas, a chegada da corte de D. João VI a Lisboa no dia 3 de Julho de 1821, não teve o movimento nem a carga dramática da sua partida 13 anos antes.

wikipedia (imagens)

Desembarque de D. João VI em Lisboa

O embarque da Família Real de volta a Portugal em Abril de 1821

O Período Joanino (1808-1821)
03
Jul17

03 de Julho de 1883: Nasce o escritor checo Franz Kafka,autor de "Processo", "América", "Metamorfose".

António Garrochinho


Escritor checo de ascendência judaica e expressão alemã, Franz Kafka nasceu no dia 3 de julho de 1883, em Praga, cidade que na época pertencia à monarquia austro-húngara. Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresceu sob as influências de três culturas: a judaica, a checa e a alemã.

Estudou Direito durante alguns anos, mas em 1917 contraiu a doença que constituía naquela época, o flagelo da humanidade, -a tuberculose-, que o acompanhou sempre durante o resto da sua existência.

A sua obra literária é essencialmente composta por romances e contos. Como contista Kafka aproxima-se do Expressionismo, sem que, contudo possa ou deva ser enquadrado em qualquer movimento literário. O cunho do seu "mundo" é o homem angustiado, obrigado a viver uma vida absurda, paradoxal, o homem solitário moderno, na sua angústia constante sem remédio. Situações e cenas ambíguas e grotescas transformam-se em representações  de sonho e de visão que, fazem lembrar o Surrealismo, que Kafka grandemente influenciou. A profundidade e a riqueza das suas parábolas, dos seus símbolos e dos seus motivos têm provocado, todavia, múltiplas e diferentes apreciações respeitantes ao valor real da sua obra No entanto Kafka é geralmente considerado como o renovador do género épico narrativo contemporâneo de repercussão universal. 

A Metamorfose (1916) narra o caso de um homem que acorda transformado em gigantesco insecto; O Processo(1925) conta a história de um certo Josef K., julgado e condenado por um crime que ele mesmo ignora;  em O Castelo (1926), o agrimensor K. não consegue ter acesso aos senhores que o contrataram. Estas três obras-primas definem não apenas boa parte do que se conhece até hoje como "literatura moderna", mas o próprio caráter do século: "kafkiano".

Autor de várias coletâneas de contos, Kafka escreveu também a avassaladora Carta ao Pai (1919) e centenas de páginas de diários. Deixou inacabado o romance Amerika.

Morreu no dia 3 de junho de 1924, num sanatório perto de Viena, onde estava internado com tuberculose. Desde então, o seu legado -resgatado pelo amigo Max Brod- exerce enorme influência na literatura mundial.

Fontes: Franz Kafka. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
wikipedia (Imagens)

Ficheiro:Kafka1906.jpg
Fotografia de Franz Kafka  (1906)
Arquivo: De Kafka Brief an den Vater 001.jpg
Primeira página da Carta ao Pai de Franz Kafka
03
Jul17

Reformatação na continuidade - A Antena 1 forneceu hoje dois exemplos de como evoluiu o discurso de oposição de direita.

António Garrochinho



A Antena 1 forneceu hoje dois exemplos de como evoluiu o discurso de oposição de direita.




Os casos do incêndio de Pedrógão e o assalto aos armazéns militares de Tancos são o pretexto para a declaração de que se acabou o estado de graça da esquerda, porque mostraram que as funções básicas do Estado - protecção dos cidadãos e segurança - não estão a ser asseguradas.

Rui Ramos, na sua crónica semanal, defendeu que a solução não está no optimismo  (leia-se de António Costa), nem no pessimismo (leio eu, de Passos Coelho). A virtude estaria na lucidez, que funcionaria como uma nova lógica de olhar para os problemas. Já Helena Garrido, que foi uma entusiasta da aplicação do Memorando da Troika e uma opositora declarada nas crónicas da Antena1 da política seguida pelas forças de esquerda, sustentou salamonicamente que, se uns dizem que é melhor menos Estado (a direita) e outros mais Estado (a esquerda), a solução está em "melhor Estado".

Se passarmos ao largo do vácuo senso comum de ambas as declarações - ninguém defende uma solução política que não seja lúcida, nem que haja em Portugal políticas que redundem em "pior Estado" - aquilo que está a ser dito é "eu sou contra porque sou lúcido" e "eu defendo um menor Estado que seja melhor Estado". Ou seja, nada de novo à direita. Sobretudo quando se branqueia - por omissão - os efeitos da política económica de direita, na delapidação dos recursos públicos e na defesa de que as funções públicas são melhor executadas por agentes privados.

Geralmente, quem defende que não é de esquerda ou de direita - porque é lúcido -, é porque tem uma lógica de pensamento que se encaixa na direita. Em época de maré baixa, pode apresentar-se com aquela base eminentemente anos 30: "Eu não sou político, sou técnico" (ou seja, outra forma de ser lúcido).

A direita não gosta de ser de direita. Porque acha sinceramente que o poder (à direita) é O PODER. É o "arco-da-governação". Esse PODER é algo que tem séculos e que a direita não gosta de disputar, de ser relativizada a esse ponto, porque se vê uma emanação da natureza. E o Estado é o Poder. Se a direita suscita como essencial a questão do Estado é porque está contra aquilo que a intervenção do Estado pode fazer nas questões essenciais na sociedade - e que a direita não resolveu porque não está na sua essência resolver: a igualdade na repartição de rendimento.

O que parece, pois, estar a acontecer é uma reformatação do discurso das franjas da direita, para que continue a ser direita sem o parecer.

Apenas uma nota final: Curiosamente, nenhum dos dois intervenientes considerou o apagão dos dados das transferências para os offshores como um sinal da quebra das funções do Estado. É assim, a visão lúcida da direita.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
03
Jul17

As “passinhas do Algarve” na seca de 1875, ou o retrato social e económico da região – Olhão, Faro, Vila Real de Santo António e Alcoutim

António Garrochinho



Os efeitos da seca não eram, em Olhão, diferentes dos outros concelhos do litoral algarvio. O governador civil José de Beires, por determinação governamental, foi encarregue de percorrer todo o Algarve, entre os fins de maio e princípios de junho de 1875, por forma a avaliar a real extensão da estiagem e as suas consequências sobre as populações.
A região encontrava-se em seca severa e o governo, face aos apelos lancinantes dos algarvios, foi obrigado a agir. Da visita do governador, resultou um longo e pormenorizado relatório que serviria de base para as medidas a tomar pelo poder central.
Relatório que foi também publicado no jornal “Gazeta do Algarve”, de Lagos, que continuamos a seguir.
Assim, após percorrer todo o barlavento, bem como Tavira, José de Beires visitou Olhão. Os danos eram aqui avultados, principalmente pela abundância de árvores secas e da iminência de muitas outras se perderem, causando elevados prejuízos a breve e a longo prazo. Vejamos agora as principais sequelas, em cada freguesia, guiados pela pena do governador.

 
Sobre Moncarapacho escreveu:
“Está nas mesmas condições precárias da maior parte das freguezias próximas. A sua cultura principal que é de arvoredo, está consideravelmente prejudicada. As figueiras pouco ou nada rebentaram, e pouco fructo promettem. As oliveiras quasi nada produzem; as amendoeiras vão perdendo algum fructo que promettiam e as alfarrobeiras muito pouco apresentam e esse mal desenvolvido. As vinhas em geral pouco lançaram e o fructo perde-se em grande parte. As sementeiras temporans, especialmente de trigo, nem a semente produzem. Os serôdios, nas mesmas circumstancias.”
Quanto a Quelfes:
“Está em iguaes condições da freguezia de Moncarapacho. As hortas é que pouco têem soffrido, porque conservam as nascentes.”
Já em Pechão:
“Está talvez em peiores condições, por ser o seu terreno mais árido do que o das outras freguezias, e haver falta de ribeiros e nascentes.
Relativamente a Olhão, José de Beires limitou-se a referir que a área da freguesia se limitava à vila.
Feito o diagnóstico em terras da restauração, o governador civil visitou Faro, certamente o concelho que melhor conhecia.
Aqui, como em todo o Algarve, as freguesias da serra não apresentavam danos de maior, ao invés do que sucedia junto à costa, onde o “aspecto era deplorável”.

Sobre a freguesia de São Brás de Alportel (apenas se tornaria autónoma em 1914), escreveu:
“É freguezia da serra e está por isso nas condições favoráveis das que têem igual situação. A sua riqueza agrícola consiste no arvoredo (alfarrobeira, figueira e sobreiro) e este apresenta, por ora, aspecto animador. Dos cereaes espera-se colheita mediana. Só as sementeiras de legumes pouco ou nada promettem.”
Sobre a vizinha freguesia de Estoi redigiu:
“O arvoredo, sua principal cultura, acha-se em mau estado. Das figueiras ha já muitas seccas; o fructo das amendoeiras, que não era escasso, vae pecando; os olivedos perderam, sem fructo, toda a florescência; as vinhas novas estão soffrivelmente lançadas, e apresentam abundância regular de fructo; mas as velhas mostram-se resentidas da estiagem. De cereaes não se espera mais do que a sexta parte da semente; os serôdios estão irremediavelmente perdidos, e as alfarrobeiras estão regra geral pobres de fructo. É uma das freguezias que se apresenta em peiores condições agricolas. Escasseiam-lhe também as nascentes.”
Melhor sorte não tinha a Conceição:
“Está quasi nas mesmas circumstancias. A alfarrobeira é que apresenta producção mais regular.”


Já em Santa Barbara a situação era crítica:
“Esta freguezia está também nas mesmas condições deploráveis de Estoy, acrescendo que não existe já uma única nascente, o que obriga os habitantes a irem procurar agua a mais de 6 kilometros de distancia.”
A escassez total de água potável seria o maior problema dos habitantes de Santa Bárbara, que constituía, a este nível, a população mais afetada da região e note-se que estávamos apenas em junho.
Quanto a S. Pedro:
“Quasi no mesmo estado das outras freguezias; apenas no sitio da Arábia apparecem algumas searas soffriveis, e o arvoredo das areias acha-se menos prejudicado. Nas hortas vae escasseando a agua para a rega de que necessitam.”
Por fim, a :
“Nas mesmas condições. Os serôdios, incluindo o milho de sequeiro, totalmente perdidos; e das searas só por excepção apparece alguma regular. O arvoredo mal rebentado e com fructo escasso.”
As consequências da famigerada estiagem assumiam maior contorno no município de Faro onde às parcas colheitas, comuns a toda a região, se juntava a escassez de água, em Santa Bárbara e Estoi.


Dos concelhos do litoral, a exceção, em termos de perdas, era Vila Real de Santo António, o concelho visitado de seguida. Além de manter abundância de água potável, não tinha árvores secas, embora a produção fosse menor que a arrolada num ano normal. Por outro lado se as sementeiras serôdias podiam ser consideradas perdidas, as temporãs prometiam alguma produção, ainda que diminuta.
Vejamos então os principais prejuízos assinalados em cada freguesia. Assim sobre Cacela expôs:
“A parte d’esta freguezia que limita com a costa, apresenta boas vinhas, e com abundância de fructo. O seu arvoredo, principal cultura, não está perdido, e em geral o seu aspecto é menos mau. As alfarrobeiras, que são em pequena quantidade, promettem soffrivel producção; as figueiras produzirão metade de uma colheita regular, e as oliveiras, como em todo o districto, nenhum fructo mostram. Das sementeiras têmporas espera-se apenas a semente; e das serôdias poucas a poderão produzir. A outra parte d’esta freguezia é na serra. Não tem arvoredo, e os legumes semeiam-se em pequena quantidade. Tem searas, e essas apresentam bem aspecto, com quanto inferior ao de um anno regular.”
Por sua vez a sede de concelho, Vila Real:
“Não tem arvoredo. A sua principal cultura é de milho e feijão, e ambas estas sementeiras estão totalmente perdidas. Searas ha poucas, mas essas boas. O terreno é todo arenoso, e offerece abundância de nascentes.”
Se Vila Real era a exceção no litoral, ainda que sem milho e feijão, a situação em Alcoutim era idêntica à de outros municípios/freguesias localizados na serra.


Alcoutim foi o penúltimo concelho que José de Beires percorreu. É possível que para ali se tenha dirigido de barco, dado que Castro Marim foi o derradeiro a visitar e a estrada só viria já em pleno século XX.
A riqueza agrícola de Alcoutim consistia na cultura de cereais e como as chuvas haviam sido ali menos escassas que no litoral, a produção embora inferior estava longe de assinalar uma quebra grande.
Sobre a freguesia de Alcoutim escreveu:
“A sua principal cultura é de cereaes. Ha sitios d’esta freguezia onde se espera uma producção de cinco sementes, e n’outros menos do que uma colheita regular. Os serôdios estão perdidos. As poucas vinhas, que tem, mostram abundância de cachos, mas esbagoados já em grande parte. Tem pouco arvoredo, e esse com mau aspecto. As oliveiras não dão fructo algum. Nas proximidades da villa é onde mais escasseou a chuva, e por isso se acha em peiores condições.”
Assinale-se que não é feita qualquer referência às amendoeiras, que hoje orlam aquela vila.
Quanto à freguesia do Pereiro:
“Cultiva unicamente cereaes, e a sua colheita regular é de tres sementes. N’este anno produzirá duas. Começa a sentir-se escacez d’agua nos tres poços que existem na freguezia.”
A baixa produtividade dos solos era, já então, bem evidente, somente três sementes em anos normais (no paul, em Lagos, a produção era de 12 a 15), também os recursos hídricos não seriam abundantes, existiam só três poços.
Mais abastada era Martim Longo:
“Tem montados, e cultiva cereaes. Em anno regular a producção é de 6 sementes, n’este apenas produzirá duas, quando muito. Tem poucas sementeiras serôdias, e essas acham-se em mau estado.”
Por sua vez, Giões registava uma das exceções no Algarve sequioso:
“O mesmo género de cultura. Está em melhores condições do que as outras freguezias, podendo considerar-se regular a colheita d’este anno.”
E por fim Vaqueiros:
“A mesma cultura. Os melhores terrenos produzirão, quando muito, a semente: os peiores, e que são a maior parte, darão uma producção de 3 sementes, isto é, metade de uma colheita regular.”
Examinado o 14º concelho do distrito, partiu o governador civil para o derradeiro, Castro Marim, o término da sua viagem por todo o Algarve.

(continua)


Nota 1: As imagens utilizadas são meramente ilustrativas. Correspondem a postais ilustrados, da primeira metade do século XX.
Nota 2: Nas citações do jornal «Gazeta do Algarve», optou-se por manter a grafia e da época.

Autor: Aurélio Nuno Cabrita, engenheiro de ambiente e investigador de história local e regional, colaborador habitual do Sul Informação


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03
Jul17

Deputada palestiniana Khalida Jarrar detida por Israel

António Garrochinho




De acordo com o grupo de defesa dos direitos dos prisioneiros Addameer, existem cerca de 6 200 palestinianos em prisões israelitas a contar de maio deste ano, incluindo 56 mulheres.
Khalida Jarrar. Fonte: addameer.org
Khalida Jarrar
Forças israelitas detiveram Khalida Jarrar, uma deputada do Conselho Legislativo Palestiniano, durante a madrugada de domingo numa série de raides realizados em todo o território Palestiniano. 
O número de deputados palestinianos detidos em prisões israelitas neste momento eleva-se para 13. 
Pelo menos 11 outros palestinianos foram detidos durante os raides, incluindo a porta-voz da União dos Comités de Mulheres Palestinianas. 
Khalida Jarrar é deputada eleita pela facção de esquerda da Frente Popular pela Libertação da Palestina (PFLP), que elegeu 3 deputados nas eleições de 2006. 
Esta não é a primeira vez que Jarrar é detida. Em abril de 2015, foi pela primeira vez colocada na prisão com um sentença de cinco anos, tendo sido libertada em junho de 2016 com pena suspensa de 12 meses. 
Inicialmente, foi-lhe aplicada uma sentença administrativa - sem acusação ou julgamento - de seis meses, e depois apresentaram acusações relacionadas com o ativismo político de Jarrar dado que Israel considera o PFLP uma organização terrorista. 
Jarrar acusou Israel de condenações militares criadas para a manter na prisão o maior tempo possível, acusando os tribunais militares israelitas de serem “uma farsa, é como estar num grande teatro”. Não reconhece, por isso, legitimidade ao tribunal, declarando que as suas atividades são legais e fazem parte do seu trabalho normal como deputada parlamentar. 
De acordo com o grupo de defesa dos direitos dos prisioneiros Addameer, existem cerca de 6 200 palestinianos em prisões israelitas a contar de maio deste ano, incluindo 56 mulheres.
Termos relacionados Internacional
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03
Jul17

Segurança comprometida depois de anos de cortes orçamentais - Material militar roubado em Tancos

António Garrochinho


O Exército anunciou na quanta-feira a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois paiolins. O anterior governo aplicou um corte de 13% ao orçamento da Defesa, entre 2011 e 2013.




O roubo foi detectado após uma patrulha móvel ter detectado um buraco na rede exterior do complexo militarCréditos
De acordo com um comunicado enviado à imprensa, o ramo das Forças Armadas indica que foi detectado o desaparecimento de munições de calibre 9 milímetros e «cerca de uma centena» de granadas de mão ofensivas.
De acordo com o Expresso, na passada quarta-feira foi detectado um buraco na rede metálica dupla que circunda o perímetro dos paióis pelas patrulhas móveis que fazem rondas aleatórias.
Segundo o semanário, a vertente poente foi alvo de uma requalificação no final do ano passado, estando já em concurso a «reconstrução» das restantes vedações. Uma fonte policial envolvida na investigação disse ao Diário de Notícias que o sistema de videovigilância está inoperacional há dois anos.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, reconheceu a gravidade da situação e afirmou que serão iniciadas averiguações sobre o caso, em Bruxelas, onde participa numa reunião de ministros da Defesa da NATO.
O sector amplamente visado pelos cortes orçamentais aplicados pelo anterior governo, do PSD e do CDS-PP. Entre 2011 e 2013, o orçamento para a Defesa foi reduzido em mais de 300 milhões de euros, um corte de cerca de 13%.
Para além das consequências para os equipamentos e instalações das Forças Armadas, esse corte foi também imposto à custa dos direitos dos militares, de que é exemplo o apoio aos seus familiares – como no recente caso da morte de um militar português em missão no Mali –, reduzindo de seis vezes o salário bruto para três vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS), o que actualmente significa 1263,96 euros.

www.abrilabril.pt
03
Jul17

QUEM É QUE DISSE.....

António Garrochinho

Quem teve alguma vez a desfaçatez de os ignorar, quem ousou pensar que não os tínhamos en su sitio, quem se atreve a acusar este povo de não os utilizar no momento próprio.
Esta é só a amostra, são os primeiros três da colheita, dois quilos bem maciços e de coloração que não esconde a origem.
Os adversários que se cuidem!

Foto de António Garrochinho.
as palavras são armas http://bit.ly/2suPMtJ
03
Jul17

FEITO POR ENCOMENDA ESTE CARRO É ÚNICO E O MAIS CARO DO MUNDO

António Garrochinho

O dono é desconhecido, mas quase todos os outros pormenores são bem mais claros. Quatro anos depois de ter sido encomendado por um multimilionário que prefere continuar anónimo, um modelo único de Rolls-Royce está pronto para sair à rua sob a designação Sweptail. O pedido 'sui generis' surgiu em 2013 e impunha condições claras: construir um coupé de dois lugares baseado no Phantom VII, com uma grelha frontal clássica e uma lista de exigências enorme.
Desde um teto panorâmico em V a um compartimento traseiro que inclui um mini-frigorífico, há muitos pormenores de luxo que tornam o Sweptail uma versão única.
O preço acordado entre cliente e Rolls-Royce é o que torna este modelo ainda mais especial: a fatura de 11,3 milhões de euros é a mais alta de sempre para um carro vendido por uma fabricante.

VÍDEO



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03
Jul17

A partir de amanhã, estes táxis não andam no Marquês e Terreiro do Paço

António Garrochinho


Associação Zero defende que deve haver uma maior informação às populações e automobilistas e uma fiscalização mais eficaz, devendo esta última iniciativa ser promovida pela PSP e pela Polícia Municipal.

Apartir de amanhã, dia 3 de julho, passa a ser proibido os táxis com matrículas anteriores a 2000 circularem na zona entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

A medida surge na sequência da necessidade de monitorizar a qualidade do ar localizada na Avenida da Liberdade, e que começou em 2011.

Agora, a ZERO quer medidas mais extensas para se cumprirem os limites de poluentes no ar e aumentar a qualidade do ar nesta zona da capital. 

A associação refere que “em 2015, a estação de monitorização da qualidade do ar localizada na Avenida da Liberdade, voltou a apresentar resultados para os poluentes partículas inaláveis (PM10) e dióxido de azoto (NO2) acima dos valores-limite previstos na legislação nacional e europeia, principalmente devido ao elevado tráfego rodoviário que se tem vindo a registar na área em causa”.

Este ano, “num balanço provisório feito pela ZERO, (…) continuamos na mesma situação de ultrapassagem do dióxido de azoto, e em relação às partículas inaláveis estamos sensivelmente com metade dos dias permitidos (máximo de 35 dias) acima do valor-limite diário, o que significa que estamos em risco de voltar a ultrapassá-lo até final do ano”.

Nesse sentido, a associação recorda que é necessário mais medidas, “nomeadamente desincentivando o transporte rodoviário individual e estimulando o uso do transporte coletivo, bem como os modos suaves de mobilidade (ciclável e pedonal)”.

Esta nova restrição, referente aos táxis, faz parte  da regulamentação da 3.ª fase da Zona de Emissões Reduzidas, em vigor desde janeiro de 2015, e que implica que a partir de 3 de julho de 2017, na denominada Zona 1, não poderão circular táxis fabricados antes de 1 de janeiro de 2000 que não respeitem a norma de emissões Euro 3, atingindo-se assim a paridade com as proibições em vigor já atualmente impostas aos restantes veículos ligeiros nesta Zona.

Para a Zero esta é "uma medida relevante na promoção da melhoria da qualidade do ar", contudo, defende, "é igualmente necessário a Câmara Municipal de Lisboa, em articulação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, programar um patamar mais exigente para as zonas 1 e 2 da ZER a ser implementado em 2018, a par de medidas complementares genericamente já referidas".

A partir de amanhã, estes táxis não andam no Marquês e Terreiro do Paço
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03
Jul17

8.º Encontro de Ciclomotores Antigos do Areeiro põe 400 motorizadas na Praça do Mar, em Quarteira

António Garrochinho


Domingo, dia 2 de julho, o 8.º Encontro de Ciclomotores Antigos do Areeiro numa organização da Associação Amigos dos Ciclomotores Antigos do Areeiro (Sítio do Areeiro – Loulé).
O Encontro, que reuniu cerca de 400 ciclomotores antigos de clubes de todo o Algarve, decorreu desde manhã no Salão de Festas de Loulé. Após o pequeno-almoço, teve lugar um desfile por diversos locais do Concelho de Loulé, culminando ao fim da manhã com uma grande concentração na Praça do Mar, em Quarteira.










































planetalgarve.com
03
Jul17

Utentes lutam por melhores condições de saúde no Barlavento Algarvio

António Garrochinho


Realizou-se ontem uma concentração de utentes junto ao Hospital de Portimão, no Algarve. Exigem a contratação de mais profissionais de saúde, mais meios e denunciam a política de «favorecimento» dos grupos privados neste sector.
Nesta acção, promovida pela Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde de Portimão, foi aprovada uma moção onde os utentes expuseram as suas principais reivindicações e que será entregue a várias entidades.
A comissão lembra que «a fusão dos hospitais [de Faro, Portimão e Lagos] apenas constituiu uma opção economicista», que se revelou «desastrosa». Acrescenta que, paralelamente à transferência de cada vez mais serviços de prestação de cuidados de saúde para os privados, aumenta a degradação do sistema público de saúde, «com infraestruturas deficientes, desvalorização dos profissionais de saúde, racionamento de materiais, encerramento de serviços de proximidade, e agravamento do acesso aos cuidados de saúde».
A moção sublinha ainda que, com a entrada do verão, «o conjunto de problemas estruturais que se verificam no Hospital de Portimão, bem como na rede de cuidados primários de saúde em toda a zona do Barlavento Algarvio, tende a agravar-se» – à falta de resposta nas urgências, nas consultas de várias especialidades, nas cirurgias, junta-se a pressão decorrente «dos milhares de turistas que visitam o Algarve durante este período».
O utentes reconhecem «alguns esforços no sentido da contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares, por parte do actual Governo», mas no entanto, consideram as medidas insuficientes, e , por outro lado, apontam que prossegue «uma política de favorecimento dos grupos privados de saúde, que só sobrevivem à custa dos recursos públicos que são desviados do Serviço Naional de Saúde».
A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde exige «a contratação de mais médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares»; «a reposição das valências retiradas pelo anterior governo»; «o reforço dos meios para responder ao período de verão»; e «o fim do favorecimento dos grupos privados de saúde por parte do erário público».
abrilabril.pt
03
Jul17

Sobre os 100 milhões que Pais do Amaral deve à banca nacional

António Garrochinho


Pais do Amaral é descendente do Marquês de Pombal e pretendente ao título de 2.° Conde de Alferrarede. 
(A notícia que o texto comenta foi publicada neste blog em 30/06/2017 e pode ser lida aqui)

Em que partido é que votará este exemplar de um empreendedorismo implantado por um grupo de uns quantos carrapatosos, mexias, bavas e mais uns quantos CEOs, que constituiram a “nova geração”, todos dentro do arco da governabilidade, todos agraciados com medalhas e agora, depois do mexia em que ainda não tinham mexido, já todos com a careca descoberta, veia/onda esta que viria a ser culminada pela exitosa intervenção do ilustre doutor miguel relvas (lembro um prós e contras onde a Fátima delirou com a presença de um mini-ceo, do Porto, com a cara salpicada de bexigas, a dar corda a este relógio do empreendedorismo luso) no tempo em que os pafistas pafiosos salazarentos exerciam a governança?
Em que lugar poderá encontrar-se o dias loureiro na escala do vidente de Massamá, no que a exemplos de empreendedores respeita?
E o que é que o Expresso do n° 1 da seita matilhada e alcateiada sediada lá prá São Caetano em Lisboa, tem que andar a bisbilhotar a vida deste elemento do Povo português (o tal povo que pró pedante do vitor gaspar louçã era só o melhor povo do mundo a quem ele, o pedante, pagou o que devia a este povo que nele, o pedante, investiu em formação, com um colossal aumento de impostos, ou o mesmo povo que na boca do ricardo salgado era o DDT), visto tratar-se de um empresário de sucesso???
Acaso o grupo chefiado por este tal n° 1 do partido dito popular e social e democrata estará melhor que o grupo deste senhor Pais do Amaral???
É que, que eu saiba, o grupo deste “democrata de gema” (a quem, um dia, o finado charlatão enviou um exemplar do seu “livro” “Portugal amordaçado” e lhe pediu para ele divulgar, o que, ao que parece, anda a ser agora redivulgado, em fascículos semanais, no referido Expresso – então esta farinha não é, ou não foi sempre, farinha do mesmo saco??!!), desde há muito, está numa situação de falência técnica e só não foi já à vida porque “a banca amiga” tem feito como deus faz ao menino e ao borracho, pondo-lhe sempre a mão por baixo, quando vão a cair (por isso, essa coisa do menino brasileiro ter sido salvo por milagre dos pastorinhos de Fátima deveria ser bem esclarecida, ó papa Francisco, porque, a ser verdade o adágio do “ao menino e ao borracho”, ter-te-iam vendido gato por lebre, ó amigo Xico), ao passo que, no grupo deste outro democrata de gema, o Pais do Amaral, claro, a situação do balanço parece não ser de falência técnica!
Enfim, coisas do capitalismo. Pais dos Amarais, Pintos Balsemões, Ricardos Salgados, Migueis Relvas, Belmiros de Azevedos e mais uns quantos (cada vez em menor número dada a imparável caminhada para reduzir o tal 1% que tem tanta riqueza quanta a dos outros 99), são tudo farinha do mesmo saco, saco esse que se designa por C A P I T A L I S M O.
E enquanto este hediondo sistema, que vem invadindo, ocupando, matando, roubando…há já mais de 400 anos, não deixar de ser o sistema económico social dominante, situações como esta do Pais do Amaral continuarão. E vão continuar porque o Zépovinho paga.
E o Zépovinho paga porque tem (falsos) representantes nos chamados órgãos de soberania que o obrigam (democraticamente, pois claro, e em liberdade, obviamente).
E os órgãos de soberania(?) cá no jardim à beira mar plantado, são o PR, a AR, o Governo e os Tribunais. Mas a Presidência da Republica, a Assembléia da República, o Governo e os Tribunais, são instituições, que por serem isso mesmo, não vivem, não falam, não ouvem, não vêem não sentem, e normalmente localizam-se em grandes e sumptuosos edifícios, onde, na sua construção, predomina o mármore e o granito (tal como nas igrejas) não vá o diabo tecê-las e um dia o Zépovinho pagante e votante acordar e botar fogo nelas, nas ditas cujas. Mas, assim construídas, não vão nunca arder de certeza (foi curioso que, uma vez, já na primeira metade do séc XX, houve uns anarquistas, ali na vizinha Espanha, que, uma das iniciativas que tiveram para a sua tentativa da tomada do poder, foi lançar tochas a arder para dentro das igrejas, e a seguir fugirem!!!…). Porque, como o saudoso Aleixo ensinou:
Vós que lá do alto império
prometeis um mundo novo,
cuidado, não vá o POVO
um dia levar-vos a sério!
Daí as cautelas das elites do poder na escolha dos materiais com que são construídas “as casas da democracia”.
Deste modo, jamais poderemos (nós, o Zépovinho pagante e votante) pedir satisfações aos tais órgãos de soberania.
Mas neles, lá dentro das ditas instituições, estão pessoas, mulheres e homens, a exercer o poder (fundamentalmente para se governarem), os tais que se candidatam às eleições, vendem gato por lebre ao Zépovinho nas campanhas eleitorais, mas que, uma vez eleitos, c@gam no POVO e orientam mas é as suas vidas, as vidas dos seus e a dos amigos (quem é que não ouviu já falar dos boys).
E essas pessoas têm nomes.
E essas pessoas vivem (e de que maneira, se compararmos com o modo como vive o Zépovinho), comem e bebem do bom e do melhor, respiram por pulmões o oxigénio do ar que, por ser natural, dado pela mãe NATUREZA, é público e não se paga [por enquanto, claro, porque, por este andar, com a persistente crise do capitalismo, qualquer dia ainda se lembram (as tais pessoas eleitas pelo Zépovinho e pelos Ricardos salgados ou insossos, Pais do Amaral, Balsemões e quejandos, e mais os lacaios serventuários do capitalismo como os passos coelhos, os vitores gaspares, os miguéis relvas e macedos, os montenegros, os zezitos filósofos e tantos outros e outras, alguns deles, porque descobertas as falcatruas que fizeram quando detinham o poder, estão já a contas com a justiça, mas a maior parte ainda cá anda fora e muitos há que ainda não estão, sequer, indiciados como é o caso do cherne) ainda se vão lembrar de aplicar uma taxa (ou “taxinha” – ó Senhor PM, onde é que eu já ouvi falar disto) ao oxigénio ou aos outros componentes do ar].
Ou seja, as ditas cujas, que exercem as funções de soberania são primatas que tanto podem fornicar o Zépovinho, como podem vir a ser fornicados pelo mesmo Zépovinho.
Mas como é que se podem pedir as contas/responsabilidades?
Como é que o Zépovinho pode pedi-las aos seus eleitos (ou não eleitos, porque são mais os não eleitos que vagueiam por aí nos sítios chave para fornicar o Zépovinho, do que os eleitos, porque, em última análise, eleitos são os deputados à AR e o Presidente: e daquela sai o Governo que é empossado por este, e depois há toda a máquina do estado a funcionar e em que as chefias são nomeadas tendo em conta as negociatas que os três partidos do arco da governabilidade entendem cozinhar para dividir entre os três o “recheio do pote”.
E destas nomeações saem os directores disto e daquilo, os presidentes disto e daquilo, os comandantes disto e daquilo, etc.
Por exemplo, e por estar ainda fresquinho na memória do Zépovinho, há um destes gajos, que melhor dito seria: há um destes filhos de puta, que foi nomeado chefe da Santa Casa da Misericórdia regional, por algum dos que saíram do referido cozinhado e que lhe deve confiança política ou entre eles se estabeleceram relações de interesse recíproco (no Brasil chamam-lhe propinas, aqui já ouvi chamar-lhe fotocópias e até robalos), que, para deitar mais umas pedrinhas na engrenagem da GERINGONÇA [curiosamente, os pafistas pafiosos salazarentos que inventaram este termo para aplicar ao actual governo do partido dito socialista, e que durante tanto tempo foi um rega-bofe de risadas, até na própria AR, parece que já se arrependeram de ter inventado “a coisa”, porque já nem o fascistoide de um tal jornaleiro que gira sob a sigla de raul vaz e que ganha uns cobres na rádio pública como comentador de política nacional (lá está o tal cozinhado a funcionar entre os três partidos do arco, e o actual PM nada tem contra estas coisas; por acaso o outro Zezito da seita, o Seguro, até disse em público que se opunha a estas bandalheiras – bom, esta da bandalheira é da minha lavra, porque este Zezito não usa tais vocábulos para designar o cozinhado, até porque, segundo ouvi dizer, ele é Prof. não sei de quê, ou era, aí numa escola/universidade qualquer, ministrando um curso também não sei de quê, curso esse que tinha duas turmas, o Zezito Seguro assegurava uma e o DOUTOR miguel relvas assegurava a outra, e quando um não podia ir dar a aula, telefonava ao outro para ele tapar o buraco, mas, repito, estas coisas eu ouvi dizer), esse fascistoide, escrevia eu, deixou de falar em geringonça e passou a chamar “a actual solução governativa”, mas eu cá, nem que seja só por pirraça, irei continuar a escrever e a falar em GERINGONÇA e, como se pode ver, até escrevo em maiúsculas, dentro do mesmo princípio que me leva a escrever em minúsculas os nomes de gente, ou gentalha, por quem nutro consideração zero], inventou uns suicídios e logo foi meter a boa nova no cu do chefe, o vidente, que logo veio para as TVs atacar o governo com a falta de apoio psicológico!!!???… miserável é esta direita lusa, para ter à frente gentalha reles e sem escrúpulos como este canalha.
Bom, tudo isto para dizer que no capitalismo, seja sob os chapéus da social democracia, do socialismo em liberdade, do liberalismo, da democracia liberal, ou seja lá do que for, continuará a ser o capitalismo, esse hediondo sistema a que urge pôr termo, acabar com ele, pôr-lhe FIM! E como, perguntar-se-á?…

Ao lado dos explorados,
no combate à opressão,
não importa que me matem,
outros amigos virão!

Haja Sol e marinheiros, porque marés não vão faltar, por serem obra da NATUREZA!
Mas artigos como este, sempre vão alimentando discussões e são pano para mangas, enquanto até os indignados como o amigo Estatuadesal vão encontrando motivo para dar asas à sua pena, ou aos teclados do computador ou agora dos ecrãs!
Entretanto, em cada minuto que passa, morrem, em média, 17 crianças com fome ou subnutrição!…

estatuadesal.com
03
Jul17

PARA O QUE PODE SERVIR O ARMAMENTO ROUBADO EM TANCOS

António Garrochinho

O material roubado de Tancos pode servir para criar cenários de horror em mãos terroristas. Os 53 quilos de plástico explosivo dão para deitar um prédio abaixo. As LAW são um perigo para transportes.
Os cenários que se colocam com a possibilidade de uso do material roubado em Tancos são assustadores, segundo especialistas em armamento e em explosivos contactados pelo Observador. Sobretudo se o material for usado em ações terroristas. Os explosivos podem detonar vários carros-bomba com um potencial destrutivo considerável. 
Mais de 50 quilos de plástico PE4A podem deitar um prédio abaixo. Os foguetes anti-carro têm capacidade para derrubar aviões perto de aeroportos, explodir viaturas VIP blindadas ou tudo o que estiver na imaginação de quem quiser utilizar o material com os piores fins.
Pelas explicações que o Observador obteve, é compreensível o estado de alerta e o nervosismo que este furto de material está a gerar a nível internacional. O Exército não confirmou ao Observador a descrição do material nem as quantidades divulgadas pelo jornal El Español este domingo, mas é possível dar uma ideia do que está em causa para a segurança coletiva se este armamento estiver nas mãos erradas. 
O armamento descrito pelo jornal espanhol enquadra-se na informação oficial divulgada pelo Exército, num comunicado de sexta-feira, em que descrevia assim os objetos do furto: “Em relação aos materiais em falta, para além das granadas de mão ofensivas e das munições de 9mm, foram também detetadas as faltas de ‘granadas foguete anticarro’, granadas de mão de gás lacrimogéneo, explosivos e material diverso de sapadores como bobines de arame, disparadores e iniciadores”.
Embora um dos especialistas contactados pelo Observador tenha especulado que algum deste material pudesse estar fora de validade, não é muito provável que tenha acontecido. 
Equipamento armazenado nos paióis militares, como explosivos, que fique fora de validade, deve ser destruído de forma controlada pela Engenharia ou utilizado em treinos e instrução.
Trata-se de um explosivo militar com uma capacidade de detonação superior ao TNT. No total, o PE4A roubado de Tancos corresponde a 52,8 quilos de explosivo. Os riscos são imensos.
Com mais detalhe e quantidades, é possível perceber o perigo que o uso do armamento roubado pode representar. Um dos exercícios de serviços de informações, polícias, unidades anti-terroristas ou militares é tentarem pensar como pensam os terroristas e usar a imaginação para prevenir eventuais atentados. Neste caso, as fontes contactadas pelo Observador — que pedem anonimato dada a sensibilidade da informação — consideram que a disseminação deste material representa mesmo um problema sério de segurança.

Explosivos suficientes para deitar um prédio abaixo

264 unidades de explosivo plástico PE4A. Cada carga destas consiste num pequeno cilindro de 200 gramas de plástico moldável que parece plasticina. Trata-se de um explosivo militar com uma capacidade de detonação superior ao TNT. “Um carro bomba com cinco quilos deste material no meio de uma cidade pode fazes estragos incalculáveis”, explica um dos especialistas contactados pelo Observador. No total, o PE4A roubado de Tancos corresponde a 52,8 quilos de explosivo. Os riscos são imensos. Uma carga deste calibre nas mãos de um especialista que a soubesse colocar poderia deitar um prédio abaixo. Pode ser um dos materiais que mais preocupam as autoridades.
112 cargas de corte. O El Español refere-se ao roubo de 30 unidades de CCD10, a 57 unidades de CCD20, e a 15 unidades de CCD30. Os especialistas contactados pelo Observador interpretam a descrição do jornal como sendo “cargas lineares de corte”, ou seja: se a descrição do jornalista espanhol estiver correta, são explosivos para colocar de forma cirúrgica para rebentar portas blindadas: por exemplo, a porta de uma das carrinhas de valores assaltada recentemente em Portugal terá sido cortada com “uma carga linear de corte”. No uso militar, pode servir para inutilizar infraestruturas: cortar carris de comboios, deitar pontes abaixo. Se forem combinadas com cobre ou chumbo, aumentam o seu poder explosivo.
30,5 Lâminas KSL ou lâminas explosivas. São também explosivos, mas apresentam-se em folhas. Imagine uma folha A4 com dois ou três milímetros de espessura, embora haja várias dimensões destas lâminas. Servem para colar numa porta para a rebentar, por hipótese. Ou para, em situações de guerra, danificar infraestruturas inimigas, como as cargas de corte referidas anteriormente. Tanto estes explosivos como os anteriores podem ser muito perigosos se chegarem à posse de organizações terroristas, tendo em conta os múltiplos usos que lhes pode ser dado.

Lança-granadas que podem destruir blindados VIP e até pôr aviões em perigo

44 granadas foguete anti-carro ou Light Anti-tank Weapon(LAW). Imagine um tubo com um metro de comprimento e a grossura de um punho, que só pesa dois quilos, e que pode esconder-se e transportar com facilidade. Esta é mais uma das ameaças a considerar, porque o seu uso é tão simples quanto isto: estica-se o tubo, que fica quase com o dobro do comprimento, coloca-se a mira, põe-se ao ombro e executa-se o disparo. O objetivo militar é a luta anti-carro de combate — ou anti-tanque, em linguagem corrente — mas pode ter as mais diversas utilizações, que dependem das intenções de quem possua este arsenal de 44 armas. Mesmo as viaturas blindadas das entidades VIP, como alguns políticos, não têm proteção para este tipo de arma: o carro explode, “queima tudo lá dentro”, diz um antigo militar. Embora esta fonte refira que a LAW não é uma arma com grande precisão de tiro à distância, outro especialista mais habituado a lidar com a ameaça terrorista diz que pode ser uma arma muito perigosa para os transportes públicos. E que, apesar dos problemas de precisão, pode mesmo ser usada contra aviões em descolagem ou na aproximação a aeroportos.
Estas granadas fazem muito barulho, podem causar danos irreversíveis nos tímpanos, e servem, por exemplo, para neutralizar e atordoar alvos dentro de uma casa antes da infiltração de uma equipa.
150 granadas de mão ofensivas. O El Español descreve que foram roubadas em Tancos 90 granadas de mão ofensivas M321, 30 granadas de mão ofensivas M962 e 30 granadas de mão ofensivas M321. São modelos diferentes do mesmo tipo de arma. Mas não faça confusão: estas não são as granadas defensivas, usadas em situações de guerra, com o objetivo de matar o inimigo com os estilhaços de ferro. As granadas ofensivas têm um efeito de sopro e não o objetivo de espalhar estilhaços. No entanto, há sempre risco de morte para quem for sujeito a este tipo de arma, se for apanhado pela espoleta ou outro material da própria granada. Estas granadas fazem muito barulho, podem causar danos irreversíveis nos tímpanos, e servem, por exemplo, para neutralizar e atordoar alvos dentro de uma casa antes da infiltração de uma equipa. Em mãos terroristas, despoletar várias granadas destas ao mesmo tempo tem um potencial destruidor que não se pode negligenciar, sobretudo se estiverem associadas a pregos ou parafusos, uma técnica comum dos grupos terroristas quando colocam bombas artesanais.
18 granadas de gás lacrimogéneo. Terão sido roubados três modelos diferentes de granadas de gás lacrimogéneo como as usadas pelas forças policiais para dispersar manifestações. Pode não ser uma arma letal, mas depende do meio em que forem usadas. Em grandes concentrações humanas ou em áreas fechadas, este material pode ser muito perigoso ao causar o pânico. No ano 2000, em Lisboa, houve sete mortes na discoteca Luanda por ter sido lançada uma granada de gás lacrimogéneo dentro de um espaço fechado e cheio de gente.

Material diverso para fabricar bombas e armadilhas

22 bobinas de fio para ativação por tração. São fios de metal, muito finos — como fios de nylon — que servem para fazer armadilhas. Montam-se fios que na gíria os militares chamam “fios de tropeçar”, que estão ligados depois a um meio mecânico ou eletrónico que aciona um fulminante que faz explodir a carga (podem ser os plásticos acima referidos).
25 disparadores e 60 iniciadores. No caso de uma armadilha como acima descrito, o fio aciona o disparador que desencadeia o iniciador que faz rebentar a carga. O El Español faz referência ao desaparecimento de “um disparador de descompressão”, a 24 “disparadores de tração lateral multidimensional inerte” (os que estão ligados aos fios de ativação). Ainda menciona que foram roubados 60 “iniciadores IKS”. O disparador ativa a detonação e é possível que estes iniciadores — da forma como estão descritos — sejam o material fulminante que associado aos disparadores fazem explodir o plástico.

Munições para armas das mais usadas

450 cartuchos de 9 mm são 1450 munições. É um dos calibres mais utilizados quer em pistolas de polícias e de militares, quer em pistolas metralhadoras, como as MP5. O uso de munições convencionais não será o fator mais decisivo para a realização de atentados terroristas, mas é possível vender facilmente as munições no mercado negro ou utilizá-las nas armas de uma determinada organização.

observador.pt

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António Garrochinho

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