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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

18
Jul17

Partido da Juventude Liberal Sueco Quer Legalizar a Necrofilia e a Pornografia Infantil

António Garrochinho


"Se você é contra a necrofilia, você não é liberal"

A Liga da Juventude Liberal diz que quer fazer da Suécia uma sociedade mais tolerante, apoiando a "imigração em massa implacável", a necrofilia e até a pornografia infantil.

Sim, é sério.


Se você pensou ter ouvido tudo em termos da Suécia como a cesta "progressiva" da Europa, então pense novamente.

Durante uma tempestade de tweets, o grupo juvenil deixou claro o desejo de ver a Suécia adotar a moeda única do euro e se juntar à OTAN, mas as políticas sociais da organização eram as verdadeiras preocupações.

"Se você é contra a necrofilia, você não é liberal", explicou o grupo.

Para aqueles que não sabem, a necrofilia é fazer sexo com pessoas mortas. Quão progressista.

O LUF também quer fronteiras abertas, "imigração em massa implacável" e pede a legalização da "pornografia infantil de desenhos animados", a poligamia e o incesto. O grupo também já pediu a legalização do sexo com animais.



O LUF, cujo logotipo inclui as palavras "feminismo" e "anti-racismo", está afiliado ao Partido Liberal, que fazia parte do governo da coalizão da Suécia de 2006 a 2014. Normalmente posicionado como centrista, o Partido Popular Liberal agora é visto como o mais conservador.

Aparentemente, a Suécia avançou tanto para a extrema esquerda que a "imigração em massa implacável", bem como a legalização da necrofilia e da pornografia infantil podem agora ser consideradas posições conservadoras.

Isso começa a fazer sentido quando você considera o fato de que alguns da esquerda na Suécia defenderam que os jihadistas do ISIS tenham habitação gratuita, bem-estar e empregos quando retornarem de lutar junto com outros terroristas na Síria e no Iraque.
www.anovaordemmundial.com
18
Jul17

a vida vai torta, jamais se endireita

António Garrochinho

Lá dizia o Tim que “a vida vai torta, jamais se endireita, o azar persegue, esconde-se à espreita”, no célebre tema «Circo de Feras» dos «Xutos & Pontapés». 30 anos depois, em Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, chegamos à conclusão que inúmeras coisas do nosso dia-a-dia permanecem tortas e muito dificilmente se vão endireitar.
Ninguém tem dúvidas de que Portugal está na moda e todas as semanas chovem prémios internacionais para as nossas cidades, praias, monumentos e afins. As maiores vedetas mundiais das artes, nomeadamente da música e do cinema, enchem os seus perfis do Instagram com fotografias das férias pelo Portugal tradicional e até compram apartamentos de luxo para aqui residirem quando não andam por esse mundo fora a trabalhar.
Vencemos o Campeonato da Europa de Futebol de 2016, mas também continuamos a trazer medalhas para Portugal noutras modalidades menos mediáticas, de tal modo que esses atletas praticamente passam despercebidos junto da população em geral. Anónimo não é, claro, o Cristiano Ronaldo, que foi considerado o melhor jogador de futebol do mundo no ano transato e se prepara para repetir, com todo o mérito, a proeza em 2017, para descontentamento do arquirrival Leonel Messi.
Temos o António Guterres a liderar as Nações Unidas e um presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, super popular e adorado pelos portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. Até temos um Governo que, apesar de nascido no seio de uma «geringonça», tem alcançado excelentes resultados em termos de crescimento do PIB e do saldo das contas públicas.
Apesar disso, a vida segue torta para muitos portugueses e sem perspetivas de se endireitar. Dizem que o desemprego está a cair a pique, mas esquecem-se de dizer que o que está a descer, de facto, é o número de pessoas inscritas nos Centros de Emprego e não o número de pessoas que não têm um trabalho que lhes garanta o sustento. As taxas de juro seguem em níveis baixíssimos, mas continuam a existir imensas famílias com grandes dificuldades para pagarem as suas casas aos bancos, que estão sempre a lembrar-se de novas taxas e comissões para tapar os buracos gerados pelos seus administradores pagos a peso de ouro.
Continuam a existir crianças cuja principal refeição é aquela que recebem nas escolas, porque, em casa, a comida não chega para todos. Continuam a existir velhotes que têm que gerir as parcas reformas ao cêntimo, não tomando os medicamentos com a regularidade e quantidade prescrita pelos médicos porque o dinheiro não dá para tudo. Continuam a existir pais que não dão todas as vacinas aos seus filhos recém-nascidos, porque elas custam uma fortuna e cada vez são menos as que têm comparticipação estatal.
O Governo preocupa-se com as medidas mais vistosas, com os temas mais quentes, em cumprir as indicações que chegam da União Europeia, relegando para o poder local, para as câmaras municipais e juntas de freguesias, a resolução dos problemas do dia-a-dia, das questões de proximidade. Relega competências mas não transfere o dinheiro correspondente, o que obriga os autarcas a fazerem «30 por uma linha» para conseguirem ajudar as populações locais, porque é à porta do presidente da câmara e da junta de freguesia que as pessoas vão bater quando estão desesperadas.
Autarcas que, na sua grande maioria, estão realmente interessados em resolver os problemas dos seus eleitores, dos seus vizinhos, dos seus antigos colegas de escola ou de trabalho, daqueles com quem jogaram à bola quando eram miúdos e que agora se sentam ao seu lado na missa. Outros, porém, encaram as câmaras municipais como um trampolim para voos mais altos e, por isso, querem desesperadamente ser eleitos, seja porque meio for, não tendo problemas em recorrer a estratagemas baixos, à política podre de outros tempos, tempos que pensava que faziam parte do passado. Amuam quando as estruturas nacionais não os deixam passar à frente dos candidatos naturais, despem a camisola do seu partido, uns avançam como independentes, outros mudam de equipa para não irem sozinhos. É um «vale-tudo» que comprova que, 30 anos depois das célebres palavras de Tim, “a vida vai torta, jamais se endireita”.
Daniel Pina

ocarneirorabugento.com
18
Jul17

Ninguém quer um bairro de ciganos perto de casa

António Garrochinho




Isto anda bonito. De repente, parece que voltámos a 1970 onde a discriminação era uma espécie de calças à boca de sino em que toda a gente usava e, pior, se orgulhava disso. Depois do caso dos polícias na Cova da Moura acusados de racismo e tortura, tivemos o Gentil Martins a dizer que a homossexualidade era uma anomalia e, agora, temos o candidato do PSD/CDS, André Ventura, a xingar os ciganos na praça pública. Sobre homofobia e racismo já escrevi várias vezes, mas sobre ciganos nunca opinei. É um assunto complicado até porque tenho medo de ser mal interpretado e levar uma chinada no lombo de quem acha que os ciganos deviam morrer todos. Fintei-vos bem.

A minha vista na Buraca eram barracas dos ciganos. Depois, mudou e passaram a ser prédios de ciganos. Subiu um bocado o IMI, mas a zona ficou melhor mostrando que dar o mínimo de condições a quem tem pouco ajuda a resolver problemas. Tive dois colegas ciganos na escola: um era fixe e dava-me bem com ele, o outro espetou-me uma lapiseira na mão só porque era segunda-feira. Como o gajo era do SASE isso significa que aquela lapiseira que usou para me agredir tinha sido comprada, em parte, com os impostos dos meus pais. É como os americanos que morrem às armas do Estado Islâmico.Como podem ver, a minha experiência com ciganos é 50% positiva e, para mim, isso é uma boa média já que mais de metade das pessoas não-ciganas com as quais vou convivendo, não são pessoas decentes. Para além desta vasta experiência, toda a minha vida vesti roupa da Feira de Benfica comprada aos ciganos. Ainda hoje tenho muita. Já me fizeram cara feia em lojas caras quando fui trocar ou devolver uma peça de roupa, mas nos ciganos o máximo que acontecia era a minha mãe fazer mais peixeirada do que os ciganos e vencê-los por insistência.

Ciganos não é um assunto que esteja no topo das minhas preocupações. Preocupo-me com a morte, minha e dos meus entes queridos, com o futuro em termos de trabalho, com o chegar a velho e ter dinheiro para uma velhice digna neste país que ameaça falir, etc. Nunca me sinto ansioso e penso «Se não fossem os ciganos a minha vida até era feliz.» e olhem que tenho um bairro de ciganos a 200 metros de casa e passo no meio deles todos os dias para estacionar o carro porque é a única zona onde não meteram parquímetros porque lá, ao que parece, chamam-lhes «Aquelas máquinas estranhas que dão moedas.». É isso que me parece estranho: as pessoas estarem preocupadas com os ciganos. 

Por cada cigano que não declara rendimentos há 10 taxistas que metem tarifa 3 a um turista. 

Por cada cigano que não faz descontos há 100 donos de cafés que dizem que o multibanco está avariado para no final do mês declararem o ordenado mínimo. Por cada cigano que recebe o Rendimento de Inserção Social há 230 brancos, de fato e gravata, que recebem viagens e ajudas de custo para passearem com a família às nossas custas. Por cada cigano que não desconta há 10 pessoas que fazem spoilers do Game of Thrones e reparem que eu nem vejo isso, mas percebo a gravidade da situação. Preocupam-me mais os Ricardos Salgados deste país do que os Ricardinos Salganhadas. Nunca ouviram um político dizer «Portuguesas e portugueses, vamos ter de aumentar o IVA e o IRS para equilibrar as contas públicas por causa dos bancos que tivemos de resgatar e por causa dos ciganos.».

Está toda a gente indignada (e bem) com os comentários do André Ventura, mas o que é certo é que ninguém quer um bairro de ciganos ao pé de casa.

O problema do André Ventura não é ter dado a sua opinião que, do pouco que li, até pode ter algum fundamento. O problema é que o André Ventura não está no café a conversar com os amigos! É candidato político das autárquicas e está a fazer apenas e só uma coisa: campanha populista. O populismo já é bem javardolas, mas quando se auxilia de xenofobia e discriminação ainda pior. Acham que ele convive com ciganos lá nos comícios do PSD e do CDS? Ele só disse o que disse à caça do voto do povo que pensa «Ciganos? Era matá-los.». Por isso, ele não pode dar a sua opinião e esconder-se debaixo da alçada da liberdade de expressão porque ele tem responsabilidades políticas. Um gajo dizer o que ele disse num tasco é uma coisa, num palanque e amplificado pelos media roça a discurso de ódio e propaganda xenófoba. Eu percebo que as pessoas sintam comichão: compras a tua casinha em Entrecampos ou na Avenida do Brasil, dás bom dinheiro e pagas bom IMI por aquilo e, de repente, tapam-te a vista com um prédio social onde realojam famílias ciganas. Claro que percebo. Fizeste um dos investimentos mais importantes da tua vida e aquilo desvaloriza num instante. Dás 200 ou 300 mil euros por uma casa numa zona privilegiada e, de um momento para o outro, sabes que tens como vizinhos pessoas às quais lhes ofereceram as casas ou pagam 20€ de renda. Contudo, se te dessem a escolher, trocavas? Trocavas a tua vida, o teu trabalho, a tua etnia, para ir morar para aquele bairro, trabalhar na feira ou não fazer nada e ganhar o RSI? Não trocavas, não é? Então, pronto, o privilegiado és tu e não eles. 

A pior coisa que um cigano me fez foi parar o carro ao meu lado a ouvir Despacito no volume máximo. Confesso que nessa altura proferi vernáculo xenófobo, mas toda a gente tem o seu limite.

Depois, nestas coisas de catalogar as pessoas pela etnia há um grande problema: quem realmente sofre são as pessoas dessa etnia que tentam levar uma vida decente e cumpridora. Até me podem vir dizer que há só meia dúzia de ciganos que são bons cidadãos - spoiler alert: há mais - que isso não pode dar direito a um político de rotular todos pela parte pior, mesmo que essa parte seja grande. Isso só faz com que se tire a vontade dos bons continuarem a ser bons e sem bons exemplos dentro da comunidade, nada muda. Há que haver a presunção de inocência para todos, por isso, pensem que um cigano é um Quaresma até prova em contrário.

Agora, é óbvio que a cultura cigana tem alguns problemas. O problema não é a etnia, a "raça", ou a genética, mas sim a cultura. As culturas têm problemas e embora seja de valorizar que os ciganos se orgulhem das suas raízes, há que não ter problemas em assumir que há coisas que não estão certas ao olhos moldados pela sociedade onde vivemos. Muitos ciganos querem o melhor de dois mundos: receber do estado e viver à margem da lei, sem respeitar coisas tão simples como manter as crianças na escola até ao 12º, especialmente as raparigas e todos sabemos que não há sociedades evoluídas sem emancipação e educação no feminino. Claro que há muitos ciganos assim, mas é preciso perceber a carga histórica e que a ostracização de séculos não se apaga em algumas décadas. Queiramos admitir ou não, todos guardamos um pouco de preconceito para com os ciganos e isso acaba por nos obrigar a sermos contidos quando os criticamos. É igual com os gordos. Quantos de vocês conhecem em detalhe a história da etnia cigana, a sua origem, tradições e valores, e as perseguições a que foram sujeitos ao longo de anos e anos? Eu não. E, atenção, que eu não estou a defender criminosos, ciganos ou não, quem vive na impunidade deve ser julgado e condenado, mas é preciso perceber que há culpa dos dois lados e que há atenuantes.

Um gajo que rouba milhões para comprar casas em Paris não é a mesma coisa que um gajo que vende louro prensado no Rossio para comprar um boné da Lacoste.

Claro que também gostava de ter essa impunidade. Até ver, de ambos os casos. Aquele célebre caso da Quinta da Fonte onde se vê pessoal aos tiros reforçou essa impunidade, aparente ou não, dos ciganos. Vai lá tu, menino branquinho e de olhos azuis com o teu pólo da Quebramar desatar aos tiros no meio da rua a ver se não te acontece nada. Mas quantos brancos já saíram impunes de muitos crimes? Uma coisa é certa, se fores a tribunal, de certeza que te safas melhor se fores branco e tiveres um bom advogado. Só nos Malucos do Riso é que o Camacho Costa a fazer de cigano se safava sempre.

É óbvio que existe um medo generalizado dos ciganos e que esse medo vem de sabermos que eles são, em muitos casos, meninos para resolver os problemas chamando a família toda para a festa. Claro que há muitos que andam armados, por exemplo, ainda no outro dia, mesmo ao meu lado, um ameaçou dar um tiro num gajo que estava passear o cão perto de um prédio de ciganos. Como podem ver, era um cigano asseado e que prezava pela higiene e limpeza da sua praceta. Uma urina de cão é razão para desatar aos tiros? Não, e foi a acreditar nisso que o rapaz lhe fez frente e o cigano gritou e gritou, mas não deu tiro a ninguém. Se eu soubesse que as pessoas tinham medo de mim, também fazia altos bluffs. Sei de casos de assistentes sociais que eram corridos à pedrada e à cuspidela dos bairros de ciganos só porque iam lá fazer o trabalho delas e, muitas vezes, tentar ajudá-los. Por tudo isto, é claro que a comunidade cigana tem muitos problemas e focos de criminalidade. Mas, surpresa, também a comunidade branca, preta, e vegana. 

Onde há pessoas, há merda e a merda, venha de que raça ou etnia vier, cheira sempre mal e tem a mesma cor.

O que era mesmo fixe, é que as pessoas que defendem tanto os ciganos depois não as discriminassem quando elas se candidatam às suas empresas. Se vocês acham que é difícil arranjar emprego com um curso de sociologia, deviam experimentar ser ciganos. Isso é que era, porque criticar, com unhas e dentes, quem diz mal dos ciganos, na prática, não resolve nada. O que resolve é darem a cara quando têm oportunidade de mostrar que são mesmo pela justiça social. Comprar uma camisola da Nick e uns ténis da Ardidas na Feira do Relógio não conta como ajuda, lamento. No dia em que as oportunidades forem todas, mas todas, iguais para os ciganos e os não-ciganos, tanto as dadas pela sociedade como dentro da cultura deles, e as coisas não forem ao sítio, podemos ter a certeza que a culpa é só deles e aí sim, dar-lhes uma ilha onde eles fazem as próprias regras e pescam robalos com louro prensado como isco. Até lá, até podemos não gostar deles e não os querer por perto, mas temos de assumir que a culpa é, também, muito nossa. Lembrem-se que mesmo quem defende os ciganos não quer ter um bairro de ciganos perto de casa, e isso diz tudo sobre o que é ser-se cigano: nem mesmo os que te defendem te querem por perto. Agora pensem o que é viver assim.
porfalarnoutracoisa.sapo.pt

18
Jul17

Negócio ruinoso para Portugal e para os portugueses

António Garrochinho

Adquirido por mais de 500 milhões € no governo laranja de Sacana Lopes e renegociado pelo ministro António Costa em governo PS. A PGR investigou-o. Três dos accionistas privados desapareceram com estrondo: SLN, GES e PT. E, no fim, o sistema custou mais do que parece merecer.

Sempre os mesmos nos negócios que trouxeram a ruína a Portugal e aos portugueses.

Quantos não se terão "enchido" com este negócio !?


18
Jul17

É possível reunir o melhor do capitalismo e do socialismo?

António Garrochinho



QUANDO o mundo era bipolar, alguém disse uma coisa que parece óbvia: «vamos reunir o melhor do capitalismo e socialismo em um só sistema». Se cada um deles têm seus pontos fortes e fracos porque não descartar o inútil. A ideia é atraente, seria algo como a sociedade idílica. Porém, o que impede que se possa levar a termo, por que se continua falando sobre capitalismo e socialismo? Por trás daquela evidência óbvia existia outra: não se pode tirar o melhor do capitalismo, como se fosse uma fruta que se danificou após cair da árvore. As virtudes deste sistema sustentam-se em suas falhas.
Aparentemente, a ideia não era o que prometia e continuam existindo as mesmas opções: manter o estilo de vida que está afetando todos os cantos deste planeta ou procurar uma outra alternativa para resolver os problemas da raiz.
Na política, tal como na vida, estar no centro é difícil. No entanto, existem alguns iludidos.
Cubadebate falou acerca do centrismo político com o intelectual cubano Enrique Ubieta, que respondeu as perguntas simples com palestras sobre história, validade e possível aplicação em Cuba da chamada Terceira Via.
É possível que o centrismo represente o melhor do capitalismo e do socialismo?
«O capitalismo não é uma soma de aspectos positivos e negativos, de elementos que possam ser recuperados ou descartados: é um sistema que, em um dado momento, foi revolucionário e hoje não é. Ele engloba e reúne tudo: a alta tecnologia, a riqueza mais sofisticada e a extrema pobreza. Aqueles elementos que contribuem para maior eficácia na produção são os mesmos que alienam o trabalho humano. Aqueles que criam riqueza para alguns, produzem pobreza para a maioria, em nível nacional e internacionalmente. Eu acho que é uma falácia estabelecer tal objetivo: não existe o ‘melhor do capitalismo’, como se o capitalismo pudesse ser refinado, como se um bom capitalismo fosse viável. Há versões muito ruins, como o neoliberalismo ou o fascismo, mas não sei de nenhuma que seja boa. O capitalismo é sempre selvagem».
«Por outro lado, o socialismo, diferentemente do capitalismo, não é um todo orgânico, uma realidade já construída, mas sim um caminho que não deixa para trás totalmente o sistema que está tentando superar. Testamos aqui e ali, adotamos novas formas, avançamos e recuamos, eliminamos o que não der, corrigimos os erros uma e outra vez; um caminho para outro mundo, no meio da floresta, porque o capitalismo é o sistema hegemônico. O que caracteriza o socialismo é a sua intenção firme, declarada, de superar o capitalismo».
«Existe um centro? Sobre que bases é estabelecido? No sistema eleitoral capitalista, supostamente, há uma esquerda e uma direita, mas essa esquerda, cuja matriz ideológica é a social-democracia, que originalmente era marxista e tencionava reformar o capitalismo, até que desaparecesse gradualmente, hoje é funcional para o sistema e repudia o marxismo, e difere dos partidos conservadores em suas políticas sociais e sua compreensão sem preconceitos da diversidade. A fórmula centrista funciona dentro do sistema capitalista como um recurso de propaganda eleitoral. O eleitor — que é tratado como um cliente, porque as eleições funcionam como se fosse um mercado — está cansado de que os partidos da direita e da esquerda se revezem e apliquem políticas semelhantes e o sistema, então, constrói uma terceira maneira falsa».
Enrique Ubieta conta a história das políticas de ‘centro’ e seus objetivos em Cuba. Foto: Annaly Sánchez/cubasi/cubadebate
«Mas os pólos reais não estão dentro de um sistema, são opostos: eles são o capitalismo e o socialismo. Não existe um centro, um espaço neutro entre os dois sistemas. A social-democracia encontra-se dentro do capitalismo, mas finge ser um centro, tentando fazer aquilo que declaramos impossível: tirar o melhor de ambos os sistemas. Na verdade, provoca uma alternatividade de métodos, não de essências. Sem falarmos de casos muito isolados, como poderia ter sido Olof Palme, na Suécia, que viveu em um país muito rico, que ainda sem ter colônias, como parte do sistema capitalista, também se beneficiou do sistema colonial e neocolonial».
«A social-democracia, que parecia ser a vencedora, deixou de fazer sentido quando a União Soviética entrou em colapso e desapareceu o bloco socialista. Nem mesmo foi capaz de ficar na Suécia (Olof Palme foi assassinado). Depois disso, o sistema não mais precisou dela e teve que se recompor. A Terceira Via de Tony Blair é um centro que foi derivando mais para a direita: aceita e implementa políticas neoliberais e é aliada das forças do imperialismo em suas guerras de conquista. A história da social-democracia é essencialmente europeia».
Que papel pode ter centro político em Cuba?
«Em suma, o que é esse centro? É uma orientação política que se apropria de elementos do discurso revolucionário, adotou uma postura reformista e, afinal, interrompe, atrasa ou impede o desenvolvimento de uma verdadeira revolução».
«E em outros casos, como o nosso, tenta usar a cultura política da esquerda que existe na sociedade cubana, porque não pode vir aqui com um discurso da extrema direita tentando ganhar simpatizantes. Tem que lançar mão daquilo que as pessoas interpretam que é algo justo e com esse discurso de esquerda começam a introduzir o capitalismo pela porta da cozinha. Esse seria o papel que poderia ser o centro no seio de uma sociedade como Cuba».
Com terminologias diferentes e contextos, políticas semelhantes com o centrismo têm estado presentes na história de Cuba depois que o autonomismo tentasse impedir a revolução pela independência de 1895… Por que você acha que é uma espécie de ressurgimento do centrismo em Cuba, no contexto atual?
«Na história de Cuba está muito clara essa divisão de tendências entre o espírito reformista e o espírito revolucionário. É um velho argumento na história do marxismo, mas eu só vou me referir à tradição cubana».
«O reformismo é representado pelas correntes autonomista e anexionista. Alguns autores insistem em que o anexionismo aspirava a uma solução radical porque queria a separação da Espanha. Aqui, o termo ‘radical’ é mal utilizado, porque não vai à raiz do problema. A solução de anexar o país aos Estados Unidos era apenas uma aparência radical porque pretendia preservar os privilégios de uma classe social e também evitar o desgaste econômico de uma guerra pela independência, preservar o status quo através do domínio de outro poder que garantisse a ordem. As duas tendências; o anexionismo e o reformismo tinham como base a desconfiança absoluta no povo. O medo da ‘multidão mulata’, como diziam os autonomistas».
«O reformismo traidor veio subsistindo ao longo da história de Cuba até hoje, não se extinguiu. A Revolução de 1959 varreu-o como uma opção política real, mas a luta de classes não desapareceu. Se a burguesia ou a que aspira a ser, tenta retomar o poder em Cuba, tanto aquela que se veio formando fora do país, como a que se pode estar gerando aqui dentro, vão precisar de uma força externa para apoiá-la».
«Em Cuba não seria um capitalismo autônomo, isso não existe mais em qualquer lugar do mundo, ainda menos em um país pequeno e subdesenvolvido. O capitalismo cubano, tal como no século passado, só pode ser neocolonial ou semicolonial. A única maneira da burguesia para recuperar e manter o poder em Cuba é através de uma fonte externa; é a única opção de reproduzir seu capital, e já sabemos que a Pátria da burguesia é o capital, a riqueza».
«Hoje há uma situação que favorece esse tipo de táticas de centro, plantadas em Cuba a partir do Norte. A geração histórica que fez a Revolução está acabando seu ciclo histórico-biológico. Cerca de 80% da sociedade cubana não viveu no capitalismo. Imaginem, Cuba é um país tentando construir uma sociedade diferente de outra que as pessoas não viveram. Há uma situação de mudança e são introduzidos novos elementos, anteriormente rejeitados na concepção do modelo econômico e social. E neste contexto é que as forças pró-capitalistas constroem seu discurso pseudo-rrevolucionário, só aparentemente, ligado às mudanças que estão operando no país».
A atualização do modelo econômico e social cubano tem algumas semelhanças com o centrismo?
«Tem não. Vou me remeter aos conceitos do filósofo argentino Arturo Andrés Roig. É essencial distinguir dois níveis: discurso e rumo ao qual vai encaminhado o discurso, significado e sentido. Lembro-me que quando estudava a década de 1920, observei que Juan Marinello e Jorge Mañach diziam quase o mesmo, manuseavam conceitos muito semelhantes, porque eram intelectuais que estavam na vanguarda do pensamento e da arte cubana. Mas se você acompanha o caminho de ambos, vai acabar entendendo que essas palavras com significados semelhantes tinham significados diferentes. Marinello aderiu ao Partido Comunista e Mañach fundou um partido de tendência fascista. Marinello lutava pela justiça social e o socialismo, enquanto que o outro queria, tardiamente, se tornar o ideólogo de uma burguesia nacional que já não existia. Eu não acho que esta ruptura seja apenas o resultado de uma evolução mais tarde: ela já estava implícita nos diferentes rumos históricos dos seus discursos».
«É muito importante essa diferenciação de significados, hoje mais do que nunca, porque vivemos em um contexto linguístico muito poluído, promíscuo, em uma sociedade global que assimilou o discurso e, até mesmo, os gestos tradicionais da esquerda, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. A luta de classes é mascarada e é preciso desvendar a quem servem nossos parceiros».
«O que é que propõem as Diretrizes? Encontrar uma maneira própria, alternativa, para avançar rumo ao socialismo, uma vez que não existe um modelo universal e cada país e cada momento histórico são peculiares. Um socialismo cubano equivale a dizer um caminho de Cuba rumo a uma sociedade diferente da capitalista, em um mundo hostil, em meio da pobreza, do bloqueio implacável e da ausência de recursos naturais, exceto o conhecimento dos seus cidadãos».
«Essa é a situação real em Cuba. Temos a intenção de manter e reforçar a justiça social alcançada e, para isso, devemos dinamizar as forças produtivas. Por isso, definimos limites para a acumulação de riqueza e da propriedade e nos preocupamos com os mecanismos de controle desses limites. Por outro lado, os centristas, com uma linguagem seme-lhante da nossa, sugerem que nós abrimos mão do ideal de justiça social, mas exigem um aprofundamento destas mudanças, que levaria ao desmantelamento da minimamente alcançado em termos de justiça. O ‘aprofundamento’ exigido pelos centristas, economicamente e politicamente, é um retorno ao capitalismo. Podem e devem ser ouvidas as opiniões críticas e divergentes em nossa sociedade, mas elas todas devem apontar para o mesmo horizonte de sentido».
«Quando alguém diz que o socialismo não conseguiu erradicar a corrupção ou a prostituição, sinto-me triste porque eu sei que é verdade. Mas, ao mesmo tempo, devemos perguntar: «o que faria o capitalismo com isso?» Iria multiplicá-la.
Quando a acusação não implica a indicação de um caminho para o fortalecimento do sistema que temos no país — o único que pode corrigir suas falhas, deficiências e erros — mas sim sua destruição, a crítica é contrarrevolucionária».
«Porque nem tudo que faremos vai ficar bem; vamos dar errado, isso é certo. Quem caminha se engana. O importante é ter a capacidade de corrigir e ser claro sobre o significado do que estamos fazendo e para que o fazemos. Caso se perder o caminho, em algum momento, devemos consultar a bússola que indica o sentido. Que tudo aquilo que possamos fazer agora e o que vamos discutir esteja marcado pelo esclarecimento daquilo que queremos e para onde estamos indo».
Pode-se ser centrista e revolucionário ao mesmo tempo?
«Não, no absoluto. Um reformista não é um revolucionário. Isso não significa que um revolucionário não pode fazer reformas. Os revolucionários fizeram a Reforma Agrária, a Urbana… Ser reformista é outra coisa».
«O reformista se baseia em estatísticas e em descrições detalhadas de seus arredores que acabam tornando-o incompreensível. Uma descrição minimalista das paredes desta sala não nos permite compreender onde estamos, porque este quarto está em um edifício, em uma cidade, em um país; ou seja, a descrição, para ser útil, pressupõe uma maior compreensão. É preciso voar tão alto como um condor para ser revolucionário, que é o que Martí exigia».
«O reformista é descritivo — ele acha que a realidade se esgota pelo que ele vê e toca. Por isso fica confuso e falha. Na política, a reforma só pode adicionar os quatro elementos visíveis do ambiente social. O revolucionário acrescenta um quinto elemento subjetivo não detectável a olho nu. Um elemento que o reformista não leva em conta, porque não confia no povo. Podemos resumir este quinto elemento no histórico reencontro em Cinco Palmas dos oito sobreviventes do desembarque do iate Granma, expresso com as palavras de Raúl Castro: ‘Fidel deu-me um abraço e a primeira coisa que fez foi me perguntar quantas armas tinha. Então, daí surgiu a famosa frase: ‘São cinco, mais duas que eu tenho são sete. Agora podemos ganhar a guerra!’». É o salto sobre o abismo que José Martí pediu».
«Isso é o que distingue um revolucionário de um reformista. E um centrista é pior do que um reformista porque, de alguma forma, é um simulador».
«Na tradição europeia toda a trama conceitual, teórica, política que foi se inventando desde o século XIX dá certa espessura às discussões. Em Cuba, estes debates expressaram seu fundo de uma forma muito mais evidente. E toda aquela conversa de unir capitalismo e socialismo, de ficar em um nível discursivo revolucionário, mas na prática contrarrevolucionário, de alguma forma, na minha opinião, também evidencia certo nível de covardia, certa incapacidade para liderar um projeto em que você acredita. Essas pessoas acreditam em um projeto que é oposto ao nosso, mas não têm a força política nem a coragem de proclamá-lo abertamente».

(Autor: José Raúl Concepción, Granma)
Ler artigo em: Cubadebate (Português) http://bit.ly/2vvQp88

abrildenovomagazine.wordpress.com
18
Jul17

DECLARAÇÃO DE PAULA SANTOS E ANA MESQUITA, DEPUTADAS - PCP apresenta 10 propostas para a valorização e defesa da Escola Pública

António Garrochinho


VÍDEO
Contrariamente aos anos anteriores, que ficaram marcados pela instabilidade devido aos professores por colocar e aos alunos sem aulas, o ano lectivo 2016/2017 iniciou-se com normalidade, as escolas abriram dentro do período previsto, no fundamental com os professores colocados a tempo e horas através de concurso com lista nacional (tendo para isto muito contribuído a extinção da bolsa de contratação por escola).
Perante o profundo ataque à Escola Pública protagonizado, em particular, pelo anterior Governo PSD/CDS - ataque que se materializou na retirada de direitos aos docentes e aos outros trabalhadores da educação, no incentivo à precariedade para suprir necessidades permanentes, na promoção da Escola Privada e na transferência de recursos públicos para o privado, no desinvestimento público generalizado que conduziu à degradação e à desvalorização da Escola Pública e do processo ensino-aprendizagem - exigia-se que o Governo PS tivesse dado passos mais significativos.
O ano lectivo começou bem, mas acabou menos bem. As escolas terminaram o ano lectivo com alguma instabilidade devido ao facto de o Governo não avançar com um conjunto de medidas para a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem. Os problemas estruturais na Escola Pública mantêm-se e resultam do facto de o Governo não se libertar dos condicionalismos e constrangimentos externos e de não romper com a política de direita, questões que impedem o investimento e a valorização da Escola Pública.
Aspectos positivos na Valorização da Escola Pública
A iniciativa, intervenção e propostas do PCP foram determinantes para o avanço de medidas positivas, ainda que limitadas, face à necessidade de defesa da Escola Pública:
- A não realização dos exames nacionais do 4.º e 6.º anos, uma medida curricular e pedagógica de grande alcance que tardou em ser tomada. Esta medida pecou apenas por, nas situações em que os alunos foram chamados a fazer provas de aferição, não se ter considerado a importância destas provas serem realizadas no ambiente da sala de aula, com o seu professor, sem pressões de qualquer espécie;
- A clarificação do papel das escolas privadas, ao dar cumprimento à Constituição da República Portuguesa e à Lei de Bases do Sistema Educativo, admitindo o contrato de associação somente onde não exista capacidade de resposta da rede pública de estabelecimentos de ensino. Esta clarificação fez com que algumas turmas que tinham sido desviadas das escolas públicas regressassem a essas escolas, que tinham todas as condições para as acolher;
- Pela primeira vez, por determinação do Orçamento de Estado e de uma proposta do PCP, todos os alunos do 1.º ano do 1.º ciclo tiveram acesso gratuito aos manuais escolares o que, apesar de algumas vicissitudes do processo burocrático e de algumas exigências desnecessárias, permitiu às famílias uma poupança de cerca de três milhões de euros. Gratuitidade que será alargada no próximo ano lectivo aos alunos de todo o primeiro ciclo, abrangendo cerca de 320 mil alunos, e que constitui um passo importante na efectiva igualdade no acesso e sucesso escolar;
- Foi ainda aprovado no Orçamento de Estado o apoio às visitas de estudo no âmbito da acção social escolar que iniciará no próximo ano lectivo;
- A vinculação de cerca de cerca de 3400 professores, apesar de muito aquém das necessidades;
- A uniformização do calendário escolar da educação pré-escolar com o do ensino básico;
- A inclusão dos intervalos no horário dos professores do 1º ciclo do ensino básico;
- A redução do número de alunos por turma no início de ciclos nas escolas TEIP decidida para o próximo ano lectivo, ainda que muito tímida face às necessidades;
- A clarificação da natureza das actividades de enriquecimento curricular, rejeitando a perspectiva de mais tempo lectivo a somar ao tempo lectivo previsto e assumindo-as como actividades pedagógicas com carácter lúdico.
Das iniciativas propostas pelo Grupo Parlamentar do PCP destaca-se a criação de um regime de gestão democrática das escolas, a vinculação dos professores com três anos de horário completo independentemente do grupo de recrutamento e o reforço dos direitos dos docentes e educadores de infância através da valorização das carreiras e da contabilização do tempo de serviço para este fim, a possibilidade de aposentação com 40 anos de contribuições e a ponderação da reforma antecipada na Administração Pública, a uniformização do calendário escolar da educação pré-escolar com o do ensino básico, e a clarificação do tempo lectivo e não lectivo no horário de trabalho dos docentes.
Problemas que afectam a qualidade de ensino
O PCP considera que há questões muito relevantes que caracterizam o estado actual da Educação no nosso país e que incidem na qualidade do processo de ensino-aprendizagem. São matérias cuja resolução implica um firme compromisso com a dignificação e a valorização da Escola Pública, implicando a ruptura com décadas de política de direita prosseguida por sucessivos governos.
Um aspecto central prende-se com o subfinanciamento e necessidade de reforço do investimento em Educação, quer para a resolução de problemas mais urgentes, quer para a resolução de problemas de fundo que necessitam de resposta a médio e longo prazo. Entre 2011 e 2014, o ensino não superior perdeu 1200 milhões de euros em financiamento, situação que teve enormes impactos na Educação e que necessita de medidas que contrariem as suas consequências.
O excesso de alunos por turma, em particular nos casos em que as turmas abrangem alunos com necessidades educativas especiais, é um problema há muito sinalizado pela comunidade educativa como tendo impacto negativo da qualidade do processo ensino-aprendizagem e que é urgente combater. É preciso ir além da redução do número de alunos por turma nas escolas dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, que apenas abrangem cerca de 20% da oferta educativa, ou seja, aproximadamente 200 mil alunos.
As chamadas turmas mistas, com alunos em diferentes anos de escolaridade, são, no 1.º ciclo do Ensino Básico, um dos maiores problemas para o sucesso escolar. Actualmente, no 1.º ciclo existem 226 turmas mistas, isto é, turmas compostas por alunos nos quatro anos de escolaridade que têm o mesmo professor e aprendem na mesma sala de aula. Em Portugal, há três mil alunos a terem aulas nestas condições. Ocorre ainda o facto de existirem turmas mistas com anos não consecutivos, ou seja, que juntam alunos do 1.º e do 3.º anos ou alunos do 2.º e do 4.º anos. Este problema afecta 23 mil alunos.
A dimensão de escolas e agrupamentos de escolas é, em muitos casos, excessiva ou geograficamente desadequada, tornando as escolas em espaços desumanizados e praticamente impossíveis de gerir. Conjuntamente com um parque escolar degradado e a necessitar de intervenção urgente em vários pontos do país, são vertentes que dificultam a resposta educativa harmoniosa e necessária, em condições de igualdade.
A carga horária dos professores é excessiva, sendo conhecido que os docentes trabalham quase 47 horas por semana, muito mais que as 35 regulamentadas. O desequilíbrio assenta sobretudo na componente de trabalho individual, como a preparação de aulas, testes e fichas, entre outras tarefas, para a qual a lei prevê o dispêndio de 10:30 horas, mas para a qual os professores chegam a gastar 23:06 horas.
Quanto às Actividades de Enriquecimento Curricular, diversos relatórios e estudos têm vindo a alertar para a excessiva escolarização das AEC e para o risco da extensão do período curricular às 30 horas semanais que, se se adicionar a componente de apoio à família, pode implicar horários escolares superiores a 35 horas semanais para crianças de 6 a 10 anos de idade. O empobrecimento do currículo e a transferência para as AEC daquilo que deve pertencer à Escola foi um caminho que o PCP considera errado. O esclarecimento da Direcção-Geral de Educação relativamente à planificação das AEC para o ano de 2017/18 foi um passo importante, mas é preciso ir mais longe na reflexão em torno desta matéria.
A falta de trabalhadores nas escolas é um problema de dimensão assinalável, bem como a precariedade que se vive na Educação. Continuam a faltar assistentes operacionais na casa dos milhares, num contexto em que muitos trabalham com vínculos muito precários e/ou a tempo parcial. Além dessa evidência, o chamado rácio continua desadequado à realidade concreta das escolas, em termos das suas características e da sua inserção no meio, da tipologia de edifícios, do número de alunos no geral, do número de alunos com necessidades educativas especiais, designadamente nos casos em que é necessário acompanhamento permanente, entre outros aspectos. As necessidades são mais que muitas também termos de psicólogos e outros técnicos especializados, cuja falta se traduz em perdas para uma Escola Pública, de qualidade, democrática e inclusiva para todos. Esta dimensão de perda advém igualmente da instabilidade do corpo docente e na grande precariedade que vivem milhares e milhares de professores, muitos deles com 10 e 15 anos de trabalho, mas que ainda não conseguiram alcançar um vínculo de trabalho estável passado todo este tempo, apesar de tantos e tantos suprirem necessidades permanentes.
10 propostas do PCP para implementação e desenvolvimento no próximo ano lectivo
A valorização e defesa da Escola Pública, de qualidade e para todos exige:
1. Reforço do financiamento da Educação;
2. Redução do número de alunos por turma, que não pode ficar limitada às escolas dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP);
3. Recrutamento dos assistentes operacionais em falta;
4. Recrutamento dos psicólogos e técnicos especializados em falta;
5. Abertura de um novo procedimento de vinculação extraordinária de docentes;
6. Combate a todas as formas de precariedade docente e não docente;
7. Abertura de um processo de discussão amplo e participativo com vista à construção de uma verdadeira reforma curricular;
8. Implementação de um modelo verdadeiramente democrático na gestão das escolas;
9. Desenvolvimento de medidas com vista a assegurar a inclusão efectiva das crianças e jovens com necessidades especiais na Escola Pública, designadamente, em termos das equipas multidisciplinares e multiprofissionais necessárias ao seu acompanhamento;
10. Recuperação do parque escolar degradado.

www.pcp.pt

18
Jul17

ESTADO DA NAÇÃO - UNS IMITAM A MARINE LE PEN COM DISCURSOS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL.....

António Garrochinho

UNS IMITAM A MARINE LE PEN COM DISCURSOS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL PARA CONVENCERAM OS DOENTES XENÓFOBOS E DE IDEIAS RACISTAS (NÃO SÃO POUCOS CÁ NO BURGO) A VOTAREM DESPERTANDO AS SUAS MALEITAS HOMOFÓBICAS, ESTÉREIS DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA E FASCISTAS.

OUTROS PAGAM COPOS, OUTROS AINDA, MOSTRAM-SE DESINTERESSADOS E DIZEM QUE NÃO PRECISAM DO VOTO DE NINGUÉM.

É ESTE O CIRCO, O TEATRO, A ÓPERA BUFA DA CAÇA AO VOTO ONDE NA MAIORIA DELES A PREOCUPAÇÃO É SÓ ASSEGURAR O TACHO, CUIDAR DA ALGIBEIRA E ESCAPAR À VIDA DE TRABALHO (OS QUE O TÊM) QUE A MAIORIA DOS PORTUGUESES SUPORTA DANDO TUDO SEM RECEBER NADA.

NUNCA SE VIU ISTO NESTE PAÍS, UMA VARA DE SUÍNOS, IGNORANTES E OPORTUNISTAS SUPORTADOS POR PARTIDOS QUE HÁ DÉCADAS NOS LIXAM A VIDA GOVERNAM E DECIDEM A SEU BELO PRAZER, TORTURAM-NOS, FAZEM-NOS SOFRER E AINDA NOS GOZAM.

ENTRETANTO O PROFESSOR MARTELO ANDA A
DIZER NO MÉXICO QUE NÓS SOMOS UMA POTÊNCIA
INDESTRUTÍVEL, E O MÉXICO TAMBÉM.
NO MÉXICO OS CARTÉIS DA DROGA E OS ASSASSINATOS, EM PORTUGAL, OS GATUNOS OS VIGARISTAS MARCAM PONTOS E PASSEIAM-SE ARROGANTES.

PAULO PORTAS NEM COMENTOU AS PALAVRAS DO PROF. MARTELO EMBORA ESTE O BAJULASSE.

ANTÓNIO COSTA É " SÁBIO" EM TUDO E VAI NEGOCIANDO A SUA PRESENÇA NO PODER ESPERANDO PELA MAIORIA ABSOLUTA PARA DAR O GOLPE FINAL.

AS HOSTES, O POVO, MUITOS, ANDAM DESORIENTADOS ! NÃO SABEM O QUE HÃO-DE FAZER.
VIRAM-SE LIVRES DOS PAFIOSOS NA GOVERNAÇÃO E VIVEM CHEIOS DE ILUSÕES E ATÉ SE DIGLADIAM ENTRE ELES NÃO SE UNINDO PARA MUDAR O RUMO DA PORCA MISÉRIA.

A POLÍTICA ESTÁ A SER FEITA SEGUNDO A ESTRATÉGIA DOS NEO LIBERAIS, DOS MESMOS QUE NOS ROUBAM E ENGANAM HÁ DÉCADAS.

TEMO SINCERAMENTE OS RESULTADOS FUTUROS DESTA ALIENAÇÃO E DESTA PAZ PODRE.
TENHO SÉRIAS DÚVIDAS SOBRE O FUTURO DESTE POVO QUE NÃO APRENDE.

CLARO QUE A CLASSE POLÍTICA NÃO SOFRE COM ESTA SITUAÇÃO, A CLASSE POLÍTICA E O CARNEIRISMO DAQUELES QUE SÃO PORTADORES DA CEGUEIRA INEXPLICÁVEL, AQUELES QUE AINDA TÊM ALGUNS TOSTÕES, OS QUE TÊM TRABALHO E QUE FALAM MUITO MAS NÃO AGEM.
António Garrochinho
18
Jul17

CRISTAS ATERRORIZADA COM RUI VENTURA

António Garrochinho

Assunção Cristas aterrorizada com a perda de votos derivado às declarações racistas do seu route companion, Rui Ventura (PSD) candidato à autarquia de Loures já pensa fazer campanha em trajes ciganos para ver se minimiza os estragos.

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