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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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22
Jul17

Telma Monteiro conquista ouro no Open Europeu de Minsk

António Garrochinho

A judoca portuguesa Telma Monteiro conquistou este sábado a medalha de ouro na categoria -57kg no Open Europeu de Minsk, naquela que foi a primeira prova após a conquista do bronze nos Jogos Olímpicos Rio2016.

Depois de sofrer uma lesão no ombro no Rio de Janeiro, Telma Monteiro esteve cerca de 11 meses sem competir, regressando hoje com uma prova perfeita, em que afastou todas as adversárias por 'ippon'.
No caminho para o ouro, a judoca do Benfica derrotou a alemã Inês Beischmidt, a azeri Sakina Zayirova, a russa Anastasiia Konkina e a italiana Giulia Caggiano.
Na mesma categoria, Joana Ramos caiu na primeira ronda, frente à polaca Arleta Podolak.
Em -48 kg, Maria Siderot também conquistou a medalha de ouro, numa categoria em que Joana Diogo terminou na terceira posição.
Maria Siderot afastou, nas duas primeiras rondas, a austríaca Mara Kraft e a ucraniana Olena Nishcheta, ambas por 'ippon', seguindo-se triunfos por 'waza-ari' sobre a alemã Katharina Menz e a sérvia Milica Nikolic, que tinha afastado Joana Diogo na meia-final e Lorrayna Costa na primera ronda.
Esta foi mesmo a única derrota de Joana Diogo, que afastou a holandesa Amber Gersjes e a russa Nataliya Komova, batendo na atribuição do bronze a guineense Taciana César.
Em -52kg, Mariana Esteves caiu na repescagem e terminou em sétimo, com Luís Carmo a ser afastado na segunda ronda de -73kg.
Leandra Freitas (-52 kg), Gonçalo Mansinho (-60 kg), Sergiu Oleinic (-66 kg), João Crisóstomo (-66 kg) e Jorge Fernandes (-73 kg) perderam na primeira ronda.

sicnoticias.sapo.pt

22
Jul17

O turismo é fodido

António Garrochinho

Passeando de carro por Lisboa divirto-me a brincar com a Maria João ao "onde está o lisboeta?"

Passeando de carro por Lisboa divirto-me a brincar com a Maria João ao “onde está o lisboeta?” São tantos os turistas que é difícil encontrar figuras estereotipicamente alfacinhas. É desconcertante como os turistas de todas as nacionalidades aprenderam a atravessar a rua à portuguesa, sem ligar aos semáforos ou às passadeiras. Sente-se assim que os lisboetas, embora invisíveis, estão presentes através dos comportamentos.
Leva um tempinho até perceber que muitos destes turistas já são lisboetas. Como estrangeiros residentes em Lisboa chegam a ter opiniões descaradamente intolerantes sobre os turistas. Como escolheram livremente viver em Lisboa alguns até se acham superiores àqueles lisboetas que estão cá só porque nasceram cá ou vieram cá parar apenas por ser uma grande cidade portuguesa.
Bem sei que é destas contradições deliciosas que vivem as cidades mais interessantes do mundo. Como também não tenho aspecto de lisboeta sinto-as na carne. Os turistas olham para mim como olham para outros turistas: mais um palerma que veio para Lisboa embasbacar-se.
Estou a passear a pé pelo Bairro Alto quando um inglês num Mercedes branco, depois de não conseguir atropelar-me, tem a lata de me gritar: “Get off the fucking road!” Na voz nota-se o desdém que só os ingleses têm pelos compatriotas. Em vez de lhe responder com uma caralhada alcantarense caio na asneira de lhe responder em inglês perfeito, dando razão ao cabrão do homem. Quase o ouço a sussurrar, entredentes, “fucking tourists!”


www.publico.pt
22
Jul17

UMA ORQUESTRA FEMININA EGIPCÍA COMPOSTA EXCLUSIVAMENTE POR INVISUAIS

António Garrochinho
Aprender a tocar instrumentos como violino, violoncelo ou flauta é um processo difícil, mas você pode imaginar como dominar qualquer um deles sem nunca poder vê-los? Isso é o que 48 mulheres cegas do Cairo, componentes da orquestra Al Nour Wal Amal tiveram que fazer para se tornar um conjunto. E, uma vez que finalmente dominaram o instrumento escolhido, elas precisaram memorizar até 45 peças, para poder apresentar um concerto em sincronia com os outros membros durante uma performance. Pode parecer impossível, mas essas mulheres incríveis são uma prova viva de que isso pode ser feito.


Al Nour Wal Amal: Uma orquestra feminina egípcia composta de mulheres cegas
Fundada em 1954, a Associação Al Nour Wal Amal tornou-se a primeira associação não-governamental no Oriente Médio a auxiliar deficientes visuais de meninas e mulheres. Até hoje, oferece cuidados, educação, formação profissional, oportunidades de emprego e obras para facilitar sua integração na sociedade. Uma das conquistas mais incríveis foi criar uma orquestra de música clássica composta exclusivamente por mulheres completamente cegas ou com deficiência visual, na década de 1960. O conjunto começou com 15 membros, mas ao longo dos anos, tornou-se um grupo de 48 pessoas, que desde então tocou em shows nos cinco continentes.
Al Nour Wal Amal: Uma orquestra feminina egípcia composta de mulheres cegas
As meninas que aspiram a se tornar membros da orquestra Al Nour wal Amal devem primeiro aprender a tocar um instrumento de uma das quatro seções principais: cordas, sopro, metal e percussão. Para este fim, elas praticam mais de cinco horas por dia, sob a orientação de professores da academia de música, do conservatório e da Orquestra Sinfônica do Cairo, às vezes por vários anos. Uma vez que eles dominam, as mulheres seguem o treinamento de memória.

As músicas começam por ler suas partituras em Braille, memorizam e ensaiam individualmente até decorá-las por completo. Mas a parte mais difícil é se apresentar em grupo. Como elas não têm partituras na frente delas e não conseguem ver o maestro durante os concertos, os membros da orquestra Al Nour wal Amal devem confiar nas batidas e no guia vocal do maestro para desempenhar sua parte no tempo certo. Mais uma vez, parece quase impossível, mas a violinista Shaimaa Zakaria diz que se tornou uma segunda natureza para ela e seus colegas.

VÍDEO


As músicas cegas aparentemente são tão boas no que fazem com que as pessoas às vezes nem sequer podem dizer que são cegas. Amal Fekry, vice-presidente da organização Al Nour wal Amal lembra uma pessoa que estava contando a todos o quanto ele gostou do concerto, depois de sua apresentação, e perguntando por que as meninas tinham tocado sem partituras. Foi quando ele soube que elas eram de fato cegas.

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Al Nour wal Amal é a única orquestra de música clássica cega do mundo, mas, apesar de ter grande sucesso e atuar em todo o mundo, a associação está lutando para manter o conjunto. O apoio do governo egípcio tem sido escasso após os eventos de janeiro de 2011, motivo pelo qual foram obrigados a confiar fortemente em doações.

VÍDEO


Não consegui encontrar um site oficial ou uma página de redes sociais para a orquestra Al Nour wal Amal ou a associação, por isso não posso fornecer informações úteis sobre como você pode apoiá-las. Se alguém puder fornecer alguma informação sobre isso, eu realmente gostaria de publicá-lo aqui, porque essas mulheres incrivelmente talentosas merecem toda a ajuda que alguém possa fornecer.


www.mdig.com.br
22
Jul17

O PLANETA EARTH II DA BBC OFERECE-LHE 40 HORAS DE VÍDEO DISTRIBUÍDOS POR 4 VIDEOS MARAVILHOSOS

António Garrochinho


Se já viu este documentário da BBC já sabe o que te espera, se não, provavelmente a surpresa será ainda maior. A rede britânica decidiu de forma surpreendente postar no YouTube 40 horas de filmagens inéditas do Planet Earth II dividido em quatro episódios de 10 horas cada um. O resultado é simplesmente espetacular. Cada uma das peças dão-nos uma ideia do que foi gravar a série. Sobre o sugestivo título de "visual soundscapes", a rede presenteia os internautas com 40 horas extras divididas em paisagens desérticas, montanhas, selvas exuberantes e refúgios de ilhas.

Uma advertência antes de dar o play: cada um destes vídeos podem servir perfeitamente como protetor de tela, música ou som ambiental de fundo ou como elemento para procrastinar durante todo o dia. Também é uma ótima dica pra deixar rolando na TV em uma festa familiar ou entre amigos que não gostam muito de barulho.

VÍDEO








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22
Jul17

OS HOMENS HIENA ALIMENTAM HIENAS À MÃO TODAS AS NOITES

António Garrochinho
As hienas fizeram parte da história de Harar, uma antiga cidade fortificada no leste da Etiópia, durante séculos, por isso faz sentido que este seja provavelmente o único lugar onde você pode ver os "homens-hiena" que alimentam alcateias de hienas á mão (e às vezes até com a boca) todas as noites. De acordo com fontes locais, esses homens corajosos (ou loucos?) alimentam as hienas selvagens que vivem nos arredores das colinas de Harar durante séculos.

Os “homens-hiena” de Harar alimentam hineas selvagens à mão todas as noites
O guia local de Harar, Hailu Geshaw, disse a Nat Geo Traveler que os homens-hiena podem ser rastreados até a década de 1550, quando o 42º Emir de Harar, Nur ibn Mujahid, construiu as muralhas da cidade. As baixas aberturas no paredão são evidências de que as pessoas de Harar realmente queriam que as hienas adentrassem em sua cidade, para um melhor saneamento.

Elas comiam a maior parte do lixo orgânico, mantendo a cidade limpa e livre de doenças para seus residentes humanos. O único problema era que as alcateias às vezes atacavam os habitantes locais e o gado, de modo que, para tornar os animais menos ferozes com os moradores, os homens-hiena começaram a se aproximar delas e a alimentá-las com restos de comida.

Até hoje, as hienas se aventuram na cidade fortificada de Harar todas as noites, mas graças aos esforços dos homens-hiena, as pessoas não tem medo delas. Abbas Yussuf, um dos mais jovens, diz que desde que seu pai começou a alimentar as hienas, há mais de 60 anos, as hienas nunca atacaram ninguém. Abbas assumiu a função noturna de seu pai, Mume Saleh Yussuf, há 13 anos e planeja transmiti-lo a seus filhos.
Os “homens-hiena” de Harar alimentam hineas selvagens à mão todas as noites
Em muitas culturas, as hienas são demonizadas, mas as pessoas de Harar fizeram as pazes com elas há muito tempo e até cresceram aprendendo a apreciar seu papel de manter a cidade limpa.

VÍDEO

- "As hienas são um dom da natureza para limpar a cidade que bagunçamos durante o dia. Sem elas, a cidade seria muito mais suja"disse um vendedor local de pão à Reuters.

Para se certificar de que as hienas não atacam ninguém, os homens-hiena se aventuram nas ruas todas as noites e chamam os predadores para jantar. Ver uma alcateia de até 30 exemplares adultos circundando um único homem é uma visão assustadora, mas, em vez de correr para as montanhas por suas vidas, os homens Harar mantêm a calma e, ocasionalmente, conseguem alimentá-las direto de suas mãos, e mesmo de suas bocas. As hienas cresceram tão acostumadas com essas pessoas que às vezes sobem em seus ombros para pegar os deleites.

VÍDEO

Mulugeta Wolde-Marian e Abbas Yussuf são atualmente os únicos homens-hiena a manter esta tradição incrível viva em Harar. Hoje, eles trabalham principalmente como artistas, cobrando turistas 100 birr (15 reais) por desempenho. Às vezes, eles dão aos espectadores a chance de alimentar as próprias hienas, embora nem todos estejam ansiosos para fazer a sua oferta, por razões óbvias.


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22
Jul17

QUEM SAI AOS SEUS NÃO DEGENERA - Marcelo elogia a maioria absoluta (no caso, a de Cavaco)

António Garrochinho


Nuno Ferreira Santos

Numa nota publicada na quarta-feira è noite, o PR deixou um elogio à primeira maioria absoluta da democracia. "Tratou-se - e trata-se - de um feito notável, que atesta a confiança dos Portugueses e o seu apoio a uma determinada solução político-governativa".
Foi com uma nota diferente, no site oficial da Presidência da República, que Marcelo Rebelo de Sousa quis assinalar "o 30º aniversário da primeira maioria absoluta monopartidária da democracia portuguesa". A mensagem surge em pleno fecho de sessão legislativa, e com o Governo em dificuldades para fazer aprovar a reforma da floresta face às divergências entre PCP e Bloco. E em termos sintomáticos: 
"Há precisamente trinta anos, nas eleições realizadas no dia 19 de Julho de 1987, um partido político obteve a primeira maioria absoluta monopartidária da democracia portuguesa. No quadro do nosso sistema eleitoral, tratou-se - e trata-se - de um feito notável, que atesta a confiança dos Portugueses e o seu apoio a uma determinada solução político-governativa", vincou Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois, vem o elogio ao autor da proeza (que só foi repetida por outro primeiro-ministro, o socialista José Sócrates): "Para essa vitória, foram decisivos o carisma e a determinação do então líder do partido vencedor, o Professor Aníbal Cavaco Silva, que serviu Portugal como Primeiro-Ministro e como Presidente da República. Nesta ocasião, permito-me saudar, de forma muito especial e calorosa, o Professor Aníbal Cavaco Silva e o partido que então liderava, o Partido Social Democrata, força partidária fundamental do nosso sistema político e do nosso regime democrático."

www.publico.pt
22
Jul17

Quercus pede ao Governo que interrompa a pesca de sardinha por 15 anos

António Garrochinho


A associação ambientalista Quercus quer que o Governo siga as recomendações científicas do Conselho Internacional para a Exploração do MAR (ICES) e que «Portugal abandone, ou condicione fortemente, a captura de sardinha durante os próximos 15 anos, ou até que novas evidências científicas em sentido contrário sejam reveladas».
A Quercus defende que a «espécie seja defendida» para que «exista sardinha para as futuras gerações».
A associação diz que «tem acompanhado com elevado interesse e preocupação a situação da pesca da sardinha ibérica e considera que a sustentabilidade duma pescaria não pode ser vista de ânimo leve. Relembra também que já existiram stocks de outras espécies que entraram em colapso, tais como a sardinha da Califórnia (Oceano Pacífico)».
Para a Quercus, «não há tempo a perder e opções alternativas têm que ser consideradas e implementadas, de modo a que a sustentabilidade da nossa frota pesqueira e das espécies de que ela depende, sejam atingidas. No caso da pesca de cerco que depende da sardinha, a frota deverá apostar em espécies alternativas que se encontram em bom estado, como é o caso do carapau».



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22
Jul17

Interdições à captura de bivalves no Algarve preocupam Sindicato e Olhãopesca

António Garrochinho


O Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul e a Olhãopesca – está preocupado com a interdição de captura de conquilhas no Algarve, devido a toxinas. Segundo o sindicato, esta é «uma situação gravíssima do ponto de vista da perda de rendimentos» para os pescadores da pesca com ganchorra e com ganchorra de mão.
Em comunicado enviado às redações, o sindicato diz que «a interdição que há vários meses foi decretada pelo IPMA provoca nefastas consequências para as condições de vida e bem-estar dos seus agregados familiares».
Os sindicalistas dizem que as autoridades invocam que «estes pescadores podem capturar outras espécies de bivalves, tais como pé de burrinho e amêijoa branca, que são vendidas entre os 0,70€ e os 0,75€ kg» e questionam, com estes preços, «como é possível este sector de actividade sobreviver? Isto quando a conquilha tem um preço por quilo em lota varia entre os 2,50€/quilo e os 3,00€/quilo, o que permitiria algum desafogo económico ainda que pequeno».
O sindicato diz que tem sido questionado pelos tripulantes das embarcações que se dedicam à pesca da ganchorra sobre os resultados das análises e a forma como estas são feitas, nomeadamente «como é possível que em menos de 24 horas se interdita a captura de bivalves e se levanta essa interdição, como aconteceu recentemente em que é levantada a interdição e, na tarde do dia seguinte, é novamente interdita a sua captura».
A estranheza dos pescadores em relação ao levantamento das interdições justifica-se porque as autoridades «dizem que o resultado das análises só é possível saber-se quatro dias após terem sido feitas».




embarcação de pesca com arte da ganchorra de Olhão




O sindicato diz ainda que «em alguns casos, estas interdições são decididas com base em amostras indisponíveis, o que acontece com muita frequência».
«Será que é suposto poder admitir-se que a interdição da apanha de moluscos bivalves, sem a existência de amostra disponível, esteja a acontecer sem que estes possam estar afectados pela presença de toxinas?», questiona o documento.
Se tal se confirmar, prossegue o comunicado, «quem é responsável pelos prejuízos causados aos profissionais desta actividade resultante desta interdição sem justificação que os impede de exercerem com normalidade a sua actividade profissional?».
O sindicato lembra que, apesar de existir um Fundo de Compensação Salarial Para os Profissionais da Pesca, a sua aplicação «é altamente burocratizada» e que «as expetativas então criadas, aquando da sua criação, rapidamente foram defraudadas, porque logo o legislador teve o “cuidado” de instruir aquele diploma com normas altamente restritivas, quer no plano material, quer no plano pessoal, o que dificulta e bastante a atribuição de qualquer compensação salarial aos profissionais da pesca através daquele diploma».
A Olhãopesca – Associação de Produtores de Pesca do Algarve também já demonstrou a sua preocupação sobre a interdição da captura da conquilha. A associação diz que «nos últimos quatro anos, esta atividade tem sido severamente fustigada por interdições de captura de moluscos bivalves, cada vez mais frequentes, aleatórias e prolongadas, por presença de toxina DSP (toxinas que provocam intoxicação diarreica), acima do valor regulamentar, com especial incidência na espécie conquilha (espécie-âncora da atividade)».
A associação explica que «em nome da saúde pública e da segurança alimentar, durante estes períodos os armadores e pescadores profissionais entram em inatividade, visto que a pesca dirigida unicamente ao pé-de-burrinho e ou amêijoa-branca não é empresarialmente viável», criando «um problema social, pois os empresários, armadores e pescadores não têm outra fonte de produção e rendimento».
No entanto, diz a Olhãopesca, «durante os referidos períodos de interdição de captura e comercialização, com consequente e inevitável inatividade dos profissionais, centenas de apanhadores apeados, licenciados ou não, bem como milhares de turistas e veraneantes, apanham conquilhas em quantidades consideráveis nas extensas praias do sotavento Algarvio à vista da inércia da Autoridade Marítima».
Esta situação, segundo a Olhãopesca, «ocorre principalmente nos meses de Verão, em que é usual observarem-se pessoas nas praias com garrafas de água de litro e meio cheias de conquilhas,
quase sempre com tamanho inferior ao tamanho mínimo de captura (25 mm)».
A asssociação diz que, «apesar das interdições por presença de toxinas, ocorre elevado consumo nas casas das pessoas, veraneantes e em muitos dos restaurantes ribeirinhos. Ainda assim, nunca houve, até à data, notícia de intoxicações generalizadas por consumo de conquilhas», ocorrendo «muito mais depressa e frequentemente por consumo de sushi, ovos, entre outros».
Para a Olhãopesca, «estes factos indiciam de forma clara duas de três coisas: 1 – não existe fiscalização e controlo adequados por parte das Autoridades competentes, 2- as conquilhas não têm toxinas DSP;
3- os níveis regulamentares de toxinas DSP que levam à interdição de captura, comercialização, não afetam o ser humano».
A associação de pescadores considera que, «perante esta dura e triste realidade» a pesca com arte de ganchorra rebocada por embarcação, na zona Sul, «muito em breve acabará por desaparecer para dar lugar a uma economia superficial, muito pouco contribuinte à manutenção e ao desenvolvimento da produção primária, à criação de emprego e riqueza».




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22
Jul17

Onde se dá conta das preocupações e dos planos da Princesa e do Príncipe

António Garrochinho

No período entre a missa matinal e o almoço domingueiro, a Princesa e o Príncipe tiveram, finalmente, a conversa que vinha sendo adiada sobre a sua pouco firme situação.
A Princesa começou por descrever o ambiente que se vive no reino, comparando-o ao que se viveu na época mais gloriosa da alta Roma, pouco antes de cair o grande Júlio:
- Conta-se que saíram dos sepulcros os cadáveres em seus lençóis, gemendo pelas ruas. Depois, chuviscou sangue e apareceram manchas no Sol”. E concluiu: - Idênticos sinais de cruéis eventos, percursores de agouros eminentes, andam no ar. Estamos no meio de uma borrasca que pode dar em guerra fratricida. Tremeram-lhe os lábios ao expressar tão ruim presságio, e rematou: - se Deus com sua infinita misericórdia nos não socorre, estamos perdidos.
- Bem sabeis que a vida dos príncipes está sujeita a mil perigos e desventuras, mas, com coragem, habilidade e a bênção do Senhor, havemos de vencer – sentenciou o Príncipe.
- Já estive mais segura, Alteza – retorquiu a Princesa. O Inimigo bajula muito o povinho, de uma forma que parece mergulhar-lhes no peito. E o povinho desta terra serve apenas para luz emprestar a criatura tão pífia, que tem mais de bruto que de pessoa ajuizada.
- Não me alegra vê-la tão desesperançada! Ficai serena e confiai em mim – asseverou o Príncipe. E continuou: - O partido sabe arregimentar os apoios necessários – vede como o beato Ilídio o a sua amanuense o fizeram recentemente, com o passeio dos idosos e o respectivo comprometimento. E eu, do trono, estou determinado, com o apoio do meu fiel escudeiro, a tudo fazer para seduzir os seduzíveis.
- Desculpai-me a sinceridade nefasta: se, contra tanta adversidade, Vos apoiais só no partido e no Pança, estais perdido. Há muito que andais rodeado de zombadores e amigos de cochichos - gente licenciosa e sem princípios - que faz jogo duplo – afirmou a Princesa.
- Mas preciso deles para este combate mata-mata – disse o Príncipe.
- Devíeis apoiar-vos mais no povo… ficar mais próximo dele. O que vos aproveita ir para Marrocos com a Marquesa, em passeio? – Perguntou a Princesa. E deu a resposta: - Em Marrocos não há votantes, e a cruz da Marquesa há muito que está conquistada.
- Estais mal-humorada…- disse o Príncipe.
- Estou é a ver a nossa vida a andar para trás - afirmou a Princesa. E acrescentou: - É altura de pensarmos em nós mesmos e nas nossas crianças.
- E o que propõe, Você? – Perguntou o Príncipe.
- Para começar, tiramos as crianças desta terra (das escolas desta terra). Bem sei que Você tem tentado, com o tal EPIS, melhorar as coisas. Mas nada mudou – o povo não muda. Logo, não podemos deixar as meninas, educadas com tanta "finesse", misturadas, muito mais tempo, com os garotos dos bairros sociais e do campo, expostas à ordinarice, aos piolhos e às carraças.
- Concordo…- anuiu o Príncipe. E acrescentou: - o que não nos falta é problemas com as escolas…
- As escolas desta terra não têm regras, dirigentes à altura e educadores capazes. O rapaz vai para a capital e as meninas têm que ir para o Colégio Conciliar da Maria Imaculada, que lhes proporciona educação distinta e o acompanhamento cuidado das irmãs. Eu farei com gosto o esforço diário das viagens de ida e vota. Depois, se as coisas correrem mal dia 1 de Outubro abandonamos esta piolheira – rematou a Princesa.
                                                                                                            Miguel Saavedra



farpaspombalinas.blogspot.pt
22
Jul17

Seca. Um ano que não augura nada de bom

António Garrochinho


Pode ser um bom ano para a fruta mas, de resto, o tempo, como sempre, é que acaba por mandar. Previsões divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estatística apontam para decréscimos generalizados na produtividade dos cereais de outono/inverno, que incluem trigo, centeio, aveia, cevada e triticale. A culpa é das elevadas temperaturas e da falta de humidade no solo nas fases de floração, e isto depois de um ano em que se registou a menor área de sementeira de sempre neste tipo de cereais (140 mil hectares), ainda assim com os melhores resultados desde 2008.
Segundo as previsões do INE para 2017, que acompanham a publicação das Estatísticas Agrícolas referentes a 2016, é expetável uma quebra de 5% no milho e também de 5% no arroz, neste caso devido ao baixo nível de armazenamento de água nas albufeiras. A situação das albufeiras mereceu esta semana medidas preventivas sobretudo no Alentejo Litoral, isto numa altura em que a seca regista os piores valores desde 1995 e 16 das 61 albufeiras monitorizadas no país estão a menos de 40% da sua capacidade, o que coloca em causa não só o abastecimento das povoações, mas também a produção de eletricidade. No final de junho, 80% do território estava em seca severa ou extrema.
A situação dos pomares é, ainda assim, boa notícia. No ano passado, as importações de fruta subiram 21,9%. O problema não foi o calor – já que 2016 registou temperaturas médias superiores ao normal e foi o sexto ano mais seco desde 1931. Foi a falta de frio no inverno que condicionou a diferenciação floral dos pomares. E, depois, a primavera foi fria e chuvosa, o que aumentou a vulnerabilidade a doenças como o míldio, que fizeram mossa, por exemplo, na vindima. A produção baixou 15%, mas o resultado, dadas as temperaturas elevadas, foram boas maturações, o que aumentou o teor de açúcar e reduziu a acidez, proporcionando vinhos de boa qualidade, diz o INE. No olival, o ano passado foi negro: a primavera mais chuvosa afetou os frutos, reduziu a azeitona e cortou a produção de azeite em mais de um terço (-36,4%).
Este ano, o perigo pode ser o calor e a seca e, no sul da Europa, não faltam alertas de que 2017, do ponto de vista meteorológico, não augura nada de bom. Comparando o mapa atual do Observatório Europeu da Seca com a situação de há um ano, verifica-se que nada tem a ver com a que se vivia então. Ao lado está o retrato do que se passava no início deste mês, com as zonas a amarelo a representar locais com défices de precipitação, as zonas laranja a representar défices de humidade e as zonas a vermelho indicativas de “stresse vegetativo”, situações que devem merecer alerta, segundo este observatório do Joint Research Centre da Comissão Europeia. Há um ano, nem a península Ibérica nem Itália tinham as manchas visíveis neste último mapa disponibilizado pelo observatório. Em Espanha e Itália, noticiou a agência Reuters, vive-se a maior quebra de produção de cereais dos últimos 20 anos. Teme-se ainda o impacto no olival e noutras produções, como a amêndoa. O International Olive Council prevê uma quebra de 60% na produção de azeitona em Itália. Nas redes sociais, a última publicação do Observatório Europeu da Seca mostra como os tempos são de preocupação. “O aeroporto de Córdova chegou aos 45 ºC no último fim de semana (...) Provavelmente temos de adaptar as nossas legendas.”


ionline.sapo.pt
22
Jul17

A (A)VENTURA SALOIA DE UM KOELHO ACÉFALO

António Garrochinho

"Na política portuguesa irrompeu agora uma personagem chamada André Ventura que, segundo se diz, é candidato do PSD à Câmara de Loures. Habituado a dizer umas larachas sobre futebol, Ventura aplica o mesmo princípio à política: grita umas tolices para que alguém repare que exista. Como se sabe o direito à tolice é reconhecido constitucionalmente. Mas alguns confundem isso com dever. O caso é patético mas é grave. Mostra, desde logo, que partidos responsáveis se deixaram contaminar pelos mestres da pirotecnia televisiva: o que é importante é que os candidatos apareçam na televisão e não que tenham ideias ou valores morais ou éticos. É uma opção.


(...)
"Passos Coelho abre a porta ao populismo como mantra do seu novo PSD. Vale tudo para conquistar o poder? Sobretudo fórmulas mágicas como convocar instintos primários que têm a ver com preconceitos étnicos? É assim que um partido sério e responsável fica refém do radicalismo xenófobo."



Fernando Sobral
Jornal de Negócios

aditaeobalde.blogspot.pt
22
Jul17

DE OUTROS - LEITURAS

António Garrochinho


«Num bairro que se habituou a ter medo da polícia, a ouvir "para dentro, caralho", a revistas sem motivo, a portas partidas, a balas perdidas, a ser tratado por tu, a não protestar "porque é pior" e a não fazer queixa "porque não serve de nada", a acusação do MP à esquadra de Alfragide é como uma esmola demasiado boa: o pobre quer acreditar mas desconfia. É muito tempo sem justiça nem lei, de "preto vai para a tua terra", de "cala-te se não queres levar". A sede de uma espera só se estanca na torrente. Virá ela?»

Fernanda Câncio"Os polícias eram deuses, agora são como nós"

«Se estes crimes se provarem não há como fugir a uma pergunta: como é possível que toda uma esquadra, através da ação ou do silêncio conivente, permita horas de tortura e de irrepetíveis insultos racistas e depois participe na invenção de uma história e no forjar de provas para incriminar quem foi vítima? Se se confirmarem os factos, estamos perante um bando de polícias delinquentes que se comporta como estando acima da lei. Porque o que está no despacho de acusação aos polícias de Alfragide não é um descontrolo ou um abuso de poder. É muitíssimo mais grave do que isso. (...) O que o Ministério Público diz que aconteceu naquela esquadra é abjeto e, a ser verdadeiro, não pode merecer qualquer complacência num Estado de Direito democrático.»

Daniel OliveiraComo transformar polícias em delinquentes

«Só vou dizer o seguinte: de tudo o que nos fizeram o que mais me assustou foi perceber que não havia um único agente de confiança, que nos pudesse ajudar. Houve troca de turnos até. Nunca nos deixaram fazer um telefonema para a família, que estava preocupada, nada. Pedimos, pedimos e nada. Houve um momento em que perdi toda a esperança, quando um agente que estava na carrinha a transportar-nos para Moscavide (fomos passar ao noite ao Cometlis) se vira para mim, que gemia de dor, e diz: "Deixa de fingir! Se fosse eu tinha-te dado um tiro na cabeça!". Era um polícia que nem tinha estado na esquadra de Alfragide, que não tinha presenciado nada mas também tinha aquela atitude. Assustou-me muito. Fiquei mesmo com medo, achei que era o fim. Quando penso nisso, mesmo agora, tenho medo. As pessoas ficaram contentes por esta acusação ser uma coisa inédita mas não têm noção do risco que corremos.»

Celso Lopes e Flávio Almada, na entrevista a Valentina Marcelino (17 Jul 2017)

«Partia-se do princípio de que a Amadora era problemática. Na Damaia, como era uma esquadra rodeada por vários bairros sociais com várias comunidades, achava-se que os polícias tinham de utilizar a repressão para impor a autoridade e que a população eram só criminosos. A todo o pessoal novo que vinha era incutida esta ideia. Chegava-se depois à conclusão que muitos dos problemas que existiam se deviam a essa atitude: a população reagia à presença policial considerando que não estávamos ali para nos preocuparmos com eles. Sentiam que éramos uma espécie de força de ocupação. Resultado: tínhamos os polícias contra os cidadãos daqueles bairros e aqueles contra os polícias

Paulo Rodrigues, na entrevista a Nuno Ramos de Almeida (10 Fev 2012)

«A diferença que existe entre a Cova da Moura e, por exemplo, a Lapa, tem que ver com condições económicas e culturais, do ponto de vista das populações que lá habitam. Do ponto de vista subjetivo das autoridades, além das diferenças que existem, há uma diferença na cabeça dos agentes que têm um preconceito racista, que olham para as pessoas que vivem na Cova da Moura, maioritariamente negras, com estigma e preconceito. É por isso que a sua atuação, muitas vezes, não corresponde aos códigos e procedimentos que exigem lisura, igualdade de tratamento, respeito pela dignidade, integridade física e moral das pessoas

Mamadou Ba, na entrevista a Pedro Bastos Reis (12 Jul 2017)


ladroesdebicicletas.blogspot.pt
22
Jul17

22 de Julho de 1798: Napoleão Bonaparte conquista o Cairo

António Garrochinho


"Os infiéis que vieram para vos combater têm unhas do comprimento de um pé, bocas enormes e olhos assombradores. São selvagens possuídos pelo demónio e vão unidos por correntes para os campos de batalha." Com esta descrição, o general mameluco Ibrahim tentava usar meios psicológicos para preparar os seus soldados para a defesa do Cairo.

Os inimigos eram os franceses, que acabavam de chegar à margem ocidental do rio Nilo. Eram 40 mil soldados que, apenas 19 dias antes, tinham desembarcado em Alexandria e tomado a cidade portuária sem sofrer perdas dignas de menção.

Era um exército formidável, que partira da França para conquistar o Egipto. Vinha com 400 navios, entre eles 13 de combate, 42 fragatas e 130 de transporte, sob o comando de um general famoso: Napoleão Bonaparte.

O Directório - poder executivo na época em Paris - havia planeado a conquista da Inglaterra. Vendo que a marinha francesa não tinha qualquer hipótese de derrotar a esquadra inglesa, Napoleão Bonaparte rejeitou o plano. Em vez disso, executou um projecto que mantinha na gaveta há muito tempo: bloquear as rotas comerciais britânicas em direcção à Ásia, através da ocupação do Egipto e do Oriente Médio.

Em apenas dois meses e meio, Napoleão conseguiu recrutar uma força armada que, em vez de "exército inglês", foi chamado de "exército egípcio" e zarpou de Toulon.

Depois de ocupar Alexandria, Napoleão enviou um apelo aos egípcios. "Ó, xeques, imames e oficiais da cidade: digam à vossa nação que os franceses são amigos dos muçulmanos. Prova disso é que eles, em Roma, destruíram o Vaticano, que sempre conclamou os cristãos à luta contra o Islão.

Eles também expulsaram os cavaleiros de Malta, que diziam combater os muçulmanos em missão divina. Os franceses sempre foram amigos do sultão otomano e inimigos dos seus inimigos. Os mamelucos negavam-se a obedecer ao sultão e só o faziam para satisfazer sua ganância. Abençoados sejam os egípcios que concordam connosco."

Napoleão queria aparecer como o libertador do país, que pertencia ao Império Otomano, mas, na realidade, era dominado pelos mamelucos. Descendentes de escravos militares eslavos e caucasianos, os mamelucos enfrentavam divisões internas, mas dispunham de uma poderosa cavalaria.

Também o general francês tinha grande respeito pelos cavaleiros mamelucos, mas percebeu logo que eles ainda usavam estratégias medievais. Assim, deixava-os atacar primeiro, para dizimá-los à curta distância com os mosquetes da sua infantaria.

Quando os mamelucos finalmente bateram em retirada, deixaram para trás milhares de mortos e feridos. Como prémio pela vitória, os franceses, esgotados pela marcha para o Cairo, saquearam as suas vítimas. A França tivera um saldo de apenas 29 mortos e 260 feridos.

Em 22 de Julho de 1798, o Cairo capitulou. Dois dias depois, Napoleão entrou na cidade. Assim como acontecera em Alexandria, ele estava decepcionado. Mas, num primeiro momento, a invasão francesa revitalizou o interesse artístico e académico pelo Egipto. A ideia de devolver o país ao Império Turco-Otomano (com capital em Constantinopla) foi logo abandonada. Ao contrário: no seu avanço rumo à Palestina, os franceses logo entrariam em conflito com os turcos.

A suposta amizade franco-egípcia, proclamada por Napoleão, não durou muito. Os primeiros sinais de resistência da população do Cairo foram reprimidos sem piedade. Em Outubro, quando um confidente de Napoleão foi assassinado por uma multidão revoltada, o general ordenou a destruição da mesquita e universidade de Al Azhar (então com mais de 800 anos) – até hoje, um dos principais centros de pesquisas do islamismo.

Os franceses tiveram ainda outra surpresa desagradável: poucos dias depois da conquista do Cairo, o almirante inglês Horatio Nelson destruiu a frota napoleónica próximo de Alexandria, liquidando 1.700 franceses. E a marcha napoleónica para a Palestina terminou em Akko, novamente com pesadas perdas no lado francês.

Por essa altura, Napoleão já havia retornado à França para assumir o poder. O general Kléber sucedeu-lhe como comandante no Egipto, para onde as tropas francesas foram obrigadas a recuar, sob pressão dos turcos e dos ingleses. Kléber foi assassinado por um fanático muçulmano, num acto de vingança pela destruição de Al Azhar.

Napoleão havia prometido aos seus soldados que eles voltariam ricos do Egipto. De entre os soldados, mais de um terço foram mortos no Médio Oriente; os demais voltaram derrotados para casa. O sonho do general, de destruir o Império Turco-Otomano, também não se tornara realidade.

Fontes: DW
wikipedia (imagens)

Napoleão no Egipto - Jean-Léon Gérôme
Principais movimentos e batalhas na conquista do Egipto (1798) pelo exército francês

O General Jean-Baptiste Kléber substituiu Napoleão Bonaparte no comando do Exército do Oriente
Napoleão no Egipto - Jean-Léon Gérôme
22
Jul17

22 de Julho de 1882: Nasce Edward Hopper, o pintor da solidão

António Garrochinho


Edward Hopper nasceu a 22 de Julho de 1882 em Nova Iorque, cidade onde também estudou desenho gráfico, ilustração e pintura. O artista Robert Henri (1865 – 1929) terá sido o professor que mais o influenciou, uma vez que encorajava os seus alunos a usar a arte para “fazer um movimento no mundo”, motivando-os a pintarem descrições realistas da vida urbana. Depois de completar a sua educação formal, Hopper fez três viagens pela Europa com o objectivo de estudar a cena emergente.

Hopper começou por trabalhar como designer gráfico apesar de ter continuado a pintar. Em 1925 produz “House by the Railroad”, uma obra que marca a sua maturidade artística. Trata-se do primeira de um conjunto de propostas que combinam o urbano e o rural, marcadas por linhas finas e formas largas, pintadas com uma iluminação incomum que procura captar a ideia de solidão que marca toda a sua obra. Hopper trouxe para as suas telas temas característicos da vida quotidiana norte-americana tais como as estações de serviço, bombas de gasolina, os hotéis, estações e linhas de comboio ou, simplesmente, as ruas vazias.

Hopper notabilizou-se pelas suas misteriosas representações realistas da solidão na contemporaneidade e, tanto nos cenários rurais como nos urbanos, as suas recriações fiéis do quotidiano reflectem a sua vida pessoal da vida moderna norte-americana. Neo - realista imaginativo, este artista retratou com subjectividade a solidão cosmopolita e a estagnação do homem, procurando, com os seus trabalhos, causar impacto psicológico no espectador. Alguns autores dizem que terá sido influenciado pelos estudos psicológicos de Freud e pelas teorias de Bergson que procuravam compreender subjectivamente o homem e os seus problemas.

As paisagens urbanas de Hopper são desertas, melancólicas e iluminadas por uma luz incomum .Os edifícios, geralmente enormes e vazios, assumem um aspecto inquietante e a cena parece dominada por um silêncio perturbador. Nas pinturas de Hopper reina a expressão da solidão, o vazio, a desolação, a estagnação da vida humana em personagens anónimas que jamais comunicam entre si. São obras que evocam o silêncio.

Edward Hopper morreu em 1967 no seu estúdio, espaço que ficava perto do Washington Square Park, em Nova Iorque.


wikipedia (imagens)
Auto retrato, 1906
Nighthawks (1942)
Chop Suey (1929)
22
Jul17

No Litoral Alentejano e Algarve a CDU tem obra e ambição

António Garrochinho
No Litoral Alentejano e Algarve a CDU tem obra e ambição

A recuperação das câmaras municipais de Alcácer do Sal, Grândola e Silves pela CDU marcou um ponto de viragem inquestionável em vários domínios, facto que se comprova no assinalável trabalho realizado, pesem embora as difíceis condições impostas pela política da troika e pelo anterior governo PSD/CDS, e, nalguns casos, pelas pesadas heranças das gestões anteriores. As entrevistas que publicamos a Vítor Proença, Figueira Mendes e Rosa Palma dão nota disso mesmo.

Uma intervenção autárquica marcada pelo carácter distinto do projecto do PCP-PEV constata-se também em Santiago do Cacém. Álvaro Beijinha, actual presidente e primeiro candidato à Câmara Municipal pela CDU, sublinhou ainda ao Avante! a forma diferente de os comunistas e dos seus aliados exercerem responsabilidades políticas.

Obra e ambição nestas autarquias merecem, por isso, o reforço da confiança na CDU no próximo dia 1 de Outubro.

Merecem igualmente a confiança do povo e dos trabalhadores as candidaturas do PCP-PEV em Vila Real de Santo António e Faro, cujos cabeças-de-lista às câmaras municipais, Álvaro Leal e António Mendonça, são os protagonistas de equipas capazes de mudar para melhor a vida naqueles concelhos algarvios. Tanto mais que a CDU foi a força de oposição mais consequente, combativa e qualificada em defesa dos interesses populares e da causa pública, como realçam os candidatos nos testemunhos que publicamos.

Publicado no Avante de 20 de Julho de 2017
22
Jul17

A Origem das Religiões (*)

António Garrochinho


A Origem das Religiões (*)
Estamos na presença de um texto rigoroso, que procura tentar compreender a complexa relação entre o Homem e a Religião. E o autor define, logo no início, o campo da sua visão, com o qual concordo, quando diz que “a religiosidade, como geralmente a entendemos, vivida por espíritos conservadores, é uma limitadora das possibilidades humanas”. Mas, além das vivências actuais, baseadas nas Religiões do Livro, que, no Ocidente, aprofundaram, desde a sua origem, essa capacidade limitadora da mente dos crentes, o que possibilitou a sua avançada forma de institucionalização, temos de encontrar, através da Antropologia, a razão primeira dessa enraizada pré-disposição do Homem para se sujeitar acriticamente a uma tal situação de subjugação.
Dou como garantido que a crença numa entidade superior começou com os primeiros grunhidos da Humanidade. Ou seja, associou-se naturalmente ao desenvolvimento dos mais primitivos pensamentos dos Homo erectus, pensamentos ainda lineares e esquemáticos, e das primeiras tentativas de articular sons guturais, com os quais pretendiam comunicar. E nesses primeiros pensamentos,  embora muito concentrados à volta das questões da sua subsistência, surgiu naturalmente a primeira pergunta sobre a sua própria identidade e a identidade de quem construíra o mundo visível a seus olhos, processo esse que durou milhares de anos, o tempo suficiente para projectarem a mente para o Além, para uma entidade invisível superior. Nascera a crença… Mais uns milhares de anos, mais à frente, quando a organização social evoluiu para as formas superiores da sua hierarquização, aceitando um líder que se impunha pelo seu poder, é que se inicia o processo da institucionalização da crença. O próprio poder político necessitava, para se legitimar, do novo poder que surgia, o poder religioso, normalmente concentrado no líder, que rapidamente sentiu a necessidade de ser acolitado por clérigos obedientes.
E assim chegamos ao Judaísmo, ao Cristianismo e ao Islamismo, a marcarem o tempo da História, e constituindo-se em objecto e pretexto de muitas guerras.
Alexandre de Castro

(*)  Comentário a um texto de Rafael Kafka, na revista literária “LETRAS IN.VERSO E RE.VERSO

Este artigo encontra-se em: Alpendre da Lua http://bit.ly/2tP1G2j
22
Jul17

A LÁBIA HABILIDOSA E ENGANOSA - ESTE FALA COMO SE O PS TAMBÉM NÃO FOSSE RESPONSÁVEL PELA SITUAÇÃO Á QUE A PT CHEGOU - Santos Silva: “Se fosse trabalhador da PT, se calhar, também estava a fazer greve”

António Garrochinho




O ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se solidário com os trabalhadores da empresa que esta sexta-feira estiveram em greve. Em entrevista à RTP, Santos Silva defendeu ainda que a Venezuela precisa de uma solução “não confrontacional”


Augusto Santos Silva compreende “muito bem” os motivos que levaram os trabalhadores da PT a fazerem greve esta sexta-feira. Em entrevista à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que, se estivesse nessa posição, estaria a “pedir ao Governo para aplicar a legislação”. E o Executivo, garantiu o MNE, está a fazer tudo para a fazer cumprir.
“Sou daqueles que entende muito bem o que está a ocorrer hoje na PT. Porque se eu fosse trabalhador da PT, se estivesse há 20 ou 30 anos e fosse agora colocado numa empresa subsidiária, mantendo os meus direitos apenas por um ano, se calhar, também estava a fazer greve e a manifestar-me”, afirmou Santos Silva na RTP3.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações, a adesão à greve dos trabalhadores da PT/MEO rondou os 70%. Os funcionários da empresa controlada pela franco-israelita Altice protestam contra as novas condições de trabalho e a transmissibilidade de trabalhadores da PT para empresas externas à operadora, uma estratégia de gestão iniciada recentemente. Há 155 trabalhadores que já foram transferidos para empresas do grupo Altice e empresas parceiras da nova dona da PT.
“A Autoridade para as Condições do Trabalho está a verificar se as práticas da gestão da mão-de-obra da atual gestão da PT estão em conformidade com a legislação portuguesa e europeia aplicável”, garantiu esta noite o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Questionado sobre o papel de Portugal e da União Europeia na crise da Venezuela, Santos Silva sublinhou que a situação está a ser acompanhada, mas “ainda não foi possível chegar a uma nova declaração política” conjunta entre os Estados-membros.
“A situação que se vive de crise económica, crise social, problemas de abastecimento alimentar e de medicamentos que a nossa comunidade vai reportando, já são suficientemente graves no século XXI para que ficarmos sentados a ver. Temos de intervir. A Venezuela não precisa de quem atire gasolina para o fogo. Já há lá muita gasolina e muito fogo. Precisam de quem ajude numa lógica não confrontacional”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros. “Não queremos a confrontação na Venezuela. Temos de estar muito próximos, temos de ter muito cuidado e fazer chegar todas as pessoas e forças políticas a um consenso”, acrescentou.

Tancos, Pedrógão e SIRESP

Sobre o roubo de armamento em Tancos, Santos Silva admitiu que o assunto ainda não está “bem resolvido” e só estará quando “soubermos o que se passou e conseguirmos recuperar o material furtado”. “O plano de investigação judicial ainda está em curso”, sublinhou.
Lembrando que está a decorrer a investigação para apurar os factos do que falhou em Pedrógão Grande, o ministro defendeu que a prioridade é reconstruir casas e reparar casas e empresas.
“O que aconteceu, do ponto de vista natural e da conjugação dos fenómenos, foi absolutamente excecional. De qualquer maneira ainda não sabemos tudo o que se passou, mas devemos saber tudo. Só assim recuperamos totalmente a confiança”, considerou Santos Silva, que insistiu que a investigação está em curso.

expresso.sapo.pt

22
Jul17

DEPOIS DE 20 ANOS DE DESILUSÕES, VOU CONTINUAR POR AÍ COMO "DIZIA O OUTRO" - NÃO SOU SIMPATIZANTE DO PS NEM DE HENRIQUE NETO,APESAR DE DIZER ALGUMAS VERDADES ACHO QUE O HOMEM QUER É PODER - Henrique Neto abandona PS com críticas à atuação de Antó

António Garrochinho


O antigo deputado e dirigente socialista Henrique Neto vai abandonar o Partido Socialista, uma saída anunciada num artigo de opinião hoje publicado no jornal Expresso.


"É para mim óbvio que só me resta a decisão de me demitir de militante do Partido Socialista", escreve Henrique Neto, depois de desfiar várias críticas à atuação do primeiro-ministro, António Costa.
O antigo candidato à Presidência da República começa o texto com críticas à atuação política no caso dos incêndios que há mais de um mês causaram a morte a 64 pessoas.
"A responsabilidade pela morte de 64 pessoas inocentes, famílias inteiras, não pode continuar a ser uma questão alienada pela propaganda política. Pessoalmente, tenho de afirmar o que me parece óbvio: António Costa tem a maior carga de responsabilidade pelo que fez e pelo que não fez", lê-se no texto de Henrique Neto.
Quanto ao caso do roubo de armamento em Tancos, o antigo deputado socialista considera que António Costa colocou "a sua cultura propagandística à frente do seu papel de primeiro-ministro".
Para Henrique Neto, a "recusa em esclarecer os portugueses" tem sido uma "forte caraterística" do atual Governo, com implicações em casos como o Banif, Montepio, Novo Banco ou Caixa Geral de Depósitos.
"António Costa é um bom executante da política à portuguesa e um erro de 'casting' como estadista e primeiro-ministro", escreve ainda o candidato à Presidência da República em 2016.
Henrique Neto, empresário de 81 anos, aderiu ao PS em 1993, convidado pelo então secretário-geral Jorge Sampaio. Antes, tinha sido militante do PCP, entre 1968 e 1975, tinha participado na campanha de Humberto Delgado em 1958 e foi, em 1969, candidato às eleições legislativas da Oposição Democrática pelo distrito de Leiria 

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