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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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27
Jul17

ALGARVE - Incêndio no Retail Park da Guia está dominado, mas rescaldo continua durante a noite

António Garrochinho


O incêndio que deflagrou esta tarde no armazém da empresa “Neoparts”, no Retail Park da Guia, foi dado como dominado cerca das 22h30, mas os trabalhos de extinção e rescaldo prolongam-se até à manhã desta quinta-feira. As chamas destruíram quase por completo as instalações desta empresa do ramo automóvel.
António Coelho, comandante dos Bombeiros de Albufeira, explicou aos jornalistas que, depois de dominado o incêndio, «toda a superfície vai ter de ser muito bem molhada» e que há partes da estrutura que «ameaçam ruir», o que levou a que o Serviço Municipal de Proteção Civil de Albufeira tivesse mobilizado uma retroescavadora para apoiar as operações.


O incêndio ainda não tem origem conhecida, mas sabe-se que, no interior do armazém, estavam «cerca de 20 veículos» da empresa, que terão ficado destruídos.
Os Bombeiros demoraram oito minutos a chegar ao local (a partir de Albufeira), enfrentando, segundo o comandante, «problemas com o congestionamento da EN125». Ainda assim, apesar da rápida resposta, quando chegaram ao teatro das operações encontraram «praticamente todo o recheio já a arder».


Além disto depararam-se com outro constrangimento: o alerta, dado às 19h20, dava conta, no início, de que se tratava de um incêndio florestal, o que complicou o despacho de meios. Só «depois foi dada nota de que era um armazém a arder», explicou o comandante.
As elevadas temperaturas dentro do armazém  foram um dos obstáculos que os Bombeiros enfrentaram, assim como a falta de água.
«Neste momento, a rede pública não tem água em caudal, o que levou a que os veículos percorressem alguns quilómetros para encontrar pontos de água com capacidade de enchimento rápido», adiantou o responsável. Ainda assim, garantiu, «nunca faltou água».


Carlos Saraiva estava no local e foi uma das primeiras pessoas a aperceber-se do incêndio. «Liguei a pedir socorro. Foi tudo muito rápido e ouviram-se muitas explosões», contou aos jornalistas.
Uma das paredes deste armazém desabou e Carlos Saraiva diz até ter sentido «o quente das chamas». «Isto assustou», até porque «há aqui muitos armazéns à volta» aos quais as chamas poderiam ter alastrado, acrescentou a testemunha.
Quanto à possibilidade de propagação das chamas, o comandante António Coelho disse aos jornalistas «que está conseguida, de alguma maneira, a garantia de as chamas não saem do armazém afetado».
No combate a este incêndio, estavam, cerca das 23h00, 124 bombeiros e 33 veículos.

Fotos: Pedro Lemos|Sul Informação

www.sulinformacao.pt
27
Jul17

FRIDA KAHLO - FOTOS RARAS

António Garrochinho


 

É comum encontrarmos fotografias da artista Frida Kahlo enquanto adulta mostrando-a em diversas situações. Porém, as imagens de sua juventude são bastante raras. Isso porque, embora seu pai fosse fotógrafo, a fotografia ainda não havia se popularizado nos primeiros anos de vida de Frida, que nasceu em 1907.
Uma série de fotografias da artista clicadas nos anos 20, no entanto, mostra mais de sua vida e intimidade antes da fama. As imagens foram reunidas pelo site Vintage Everyday e retratam a rotina da artista em seus primeiros anos de juventude.
Espia só:
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Todas as fotos via fonte

vivimetaliun.wordpress.com
27
Jul17

OLHÓ AVANTE ! - CHANTAGEM, PRESSÃO E LUTA

António Garrochinho








Como é sabido, na sua onda privatizadora, o governo PSD/CDS (com a cumplicidade do PS) procedeu à venda da PT/Meo à Altice. Os trabalhadores, o seu movimento sindical e o PCP estiveram frontalmente contra, protestaram e lutaram para impedir a alienação desta empresa estratégica com consequências devastadoras para o País.
Apanhado o valioso património, a multinacional Altice lançou uma gigantesca operação de chantagem e assédio sobre os trabalhadores da PT. Para maximizar lucros, decidiu despedir alguns milhares porque, contas feitas, considerou que se despedisse 3000 trabalhadores e descartasse as responsabilidades com outros tantos pré-reformados aumentaria fabulosamente os seus lucros.
E, seguindo o princípio caceteiro não vai a bem, vai a mal, passou à chantagem e à pressão.
Os trabalhadores da PT, por sua vez, não ficaram de braços cruzados e desencadearam um processo de luta, que incluiu a greve da passada sexta-feira (com forte adesão), que se mostram dispostos a continuar em defesa dos seus postos de trabalho.
Com o andar deste processo vão-se tornando cada vez mais claros aspectos que importa relevar: primeiro, que só pela luta é possível derrotar esta acção fraudulenta da Altice; segundo, que, nesta luta, os trabalhadores poderão sempre contar com o apoio, a solidariedade e a intervenção do PCP que não regateia esforços para defender os seus interesses e direitos; terceiro, que o Governo tem ao seu alcance instrumentos para travar esta fraude, mesmo no quadro das leis vigentes e, portanto, não se pode desresponsabilizar; quarto, que não é de estranhar que as preocupações do PSD e do CDS não estejam com os trabalhadores mas sim com a Altice (que consideram a verdadeira vítima – desgraçadinha, dá dó vê-la assim injustiçada!); quinto, que por mais que a ideologia dominante afirme o contrário, os partidos não são todos iguais; sexto, que razão tem o PCP quando insiste na necessidade do controlo público sobre os sectores estratégicos.
E, claro, que a luta vale sempre a pena, por maiores que sejam os seus custos.

Manuel Rodrigues 

27
Jul17

PARA QUE LADO ?

António Garrochinho


PARA QUE LADO, NO NOSSO PANORAMA POLITICO, CAEM OS QUE SE DIZEM SOCIAIS DEMOCRATAS.
ALIÁS ELES DIZEM-SE TODOS, NÃO GOSTAM DOUTROS ADJECTIVOS.

OS QUE SE DIZEM ! QUE EU CONHEÇO, ALINHAM SEMPRE COM PROJECTOS DE DIREITA.

PODEM NÃO SIMPATIZAR COM ESTE OU AQUELE LÍDER DE DIREITA MAS ESTÃO SEMPRE COM OS PARTIDOS PS/BE//PSD/CDS E OUTROS PIORES.

MUITOS HÁ, QUE ANDAM SEMPRE A ARRANJAR NOVOS RÓTULOS, NOVOS MOVIMENTOS PARA SE PODEREM CAMUFLAR.

NÃO CONHEÇO NESSA SEMENTEIRA DE TRANSGÉNICOS GENTE FIEL AO SOCIALISMO.

FALAM MUITO DOS OUTROS MAS TODOS ELES TÊM A TENDÊNCIA PARA SE SAFAREM, PARA CUIDAREM DO SEU UMBIGO, PARA SEREM CARNEIRISTAS, ADEPTOS "SUAVES" DA LINHA NEO LIBERAL, EMBORA O NEGUEM.

FALAM DE ABERTURA, FALAM DE DEMOCRACIA DIRECTA, FALAM DA SUÉCIA, DA DINAMARCA ,E CÁ ,NEM O SEU PRÓPRIO POVO SÃO CAPAZES DE APOIAR.

EMFIM ! OS CÃES LADRAM MAS....


António Garrochinho

27
Jul17

COMO É VIVER NUMA PEQUENA ILHA BRITÂNICA NO MEIO DO PACÍFICO

António Garrochinho
território menos povoado do mundo está no meio do Oceano Pacífico, a mais de 4.800 quilômetros de qualquer continente. Desde junho de 2014, apenas 48 pessoas chamam as Ilhas Pitcairn e suas deslumbrantes falésias rochosas de lar e vivem praticamente isolados do resto do mundo. Sua lonjura de qualquer local e a complexidade para chegar até lá permitiram-lhe manter sua natureza quase intacta, mas o dia a dia na ilha não é tão paradisíaco como todos gostaríamos de pensar: não há escolas, mercados, médicos... não há nada.

Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico
Em 1789, marinheiros britânicos no Pacífico se amotinaram no HMS Bounty e se estabeleceram no Taiti e na Ilha de Pitcairn. Enquanto os amotinados na Polinésia Francesa acabaram posteriormente presos pelos britânicos, aqueles em Pitcairn iniciaram uma comunidade com companheiros do Taiti. Em 1838, as Ilhas Pitcairn tornaram-se oficialmente um território britânico, e hoje todos os seus moradores são descendentes desses amotinadores originais.

O marinheiro e fotógrafo Tony Probst visitou Pitcairn quatro vezes desde 2011, e os nativos o apelidaram de embaixador da ilha. Aqui estamos publicando algumas de suas fotos favoritas de Pitcairn.
As Ilhas Pitcairn britânicas incluem quatro pequenas ilhas vulcânicas no Pacífico Sul.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 01
Via: Tony Probst
Apenas a Pitcairn é habitada, com 48 residentes. A ilha não é muito maior do que o Central Park de Manhattan. Esta é uma visão aérea de Pitcairn.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 02
Via: Tony Probst
Grande parte do terreno de Pitcairn é rochoso.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 03
Via: Tony Probst
Mas isso não evita que os ilhéus como Brenda explorem o local.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 04
Via: Tony Probst
Os insulares dependem do turismo como um estimulante econômico. Mas como a ilha é muito remota, poucos visitantes aparecem por lá.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 05
Antes da chegada dos amotinados, os polinésios foram os primeiros colonos em Pitcairn. Aqui está uma imagem de petróglifos antigos encontrados no lado sudeste da ilha.
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Via: Tony Probst
Existe apenas uma pequena praia arenosa, localizada junto aos petróglifos.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 07
Via: Tony Probst
Aqui está outra vista da praia.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 08
Via: Tony Probst
A doca dos barcos na ilha de Pitcairn também é um lugar popular para pescar.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 09
Via: Tony Probst
Jacqui Christian, descendente da 7ª geração da Bounty, descansa durante caminhada em um estreito chamado Down Rope.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 10
Aqui está a visão de Down Rope.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 11
Via: Tony Probst
- "Eu amo Pitcairn e acho que temos o pedaço mais incrível do mundo para viver", disse Jacqui.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 12
Via: Tony Probst
A paisagem é fartamente verde.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 13
Via: Tony Probst
Cheia de penhascos acidentados.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 14
Via: Tony Probst
Jacqui acrescenta que a ilha é cercada pelo oceano azul-real mais claro que você verá.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 15
Aqui está um dos poucos caminhos de terra na Ilha Pitcairn. Os moradores usam essas trilhas para andar de moto e quadriciclo.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 16
Via: Tony Probst
Há poucas crianças na ilha. Alguns adolescentes deixaram o local para frequentar o ensino médio na Nova Zelândia.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 17
Via: Tony Probst
Sue O'Keefe e o nativo pirata Pawl dizem que a vida na ilha está longe de ser idílica por causa dos altos custos de serviços como Internet e eletricidade. O custo mensal de 2 GB da Internet é de 100 dólares e as contas de energia chegam a 400.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 18
Via: Tony Probst
Mas fora isso eles podem dar uma olhada na porta de sua casa e observar as baleias-jubarte migratórias brincando logo abaixo.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 19
Via: Tony Probst
E à noite, podem se deitar no convés e admirar as estrelas acima sem que a poluição lumínica bloqueie a visão.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 20
Esta é a casa que Sue compartilha com Pawl em Pitcairn. Em geral, a maioria das casas em Pitcairn tem grandes aberturas em vez de portas reais. Esta é uma indicação de quão segura é a ilha.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 21
Via: Tony Probst
Pitcairn tem uma mancha um pouco escura em sua história: em 2004, sete dos residentes masculinos da ilha foram considerados culpados de várias ofensas sexuais. O escândaloenvolvia a maioria dos residentes de Pitcairn, incluindo o prefeito Steve Christian.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 22
Via: Tony Probst
Os residentes de Pitcairn recebem a energia elétrica através de um gerador que permanece ligado por apenas algumas horas por dia e é desligado às 10:00 da noite.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 23
Via: Tony Probst
A maioria dos ilhéus faz uso de todos os peixes frescos que cercam sua casa, mas há alguns insulares que não comem frutos do mar por motivos religiosos.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 24
Via: Tony Probst
A causa mais comum da morte na ilha é a velhice. Probst tirou fotos de lápides e calculou que a maioria das pessoas em Pitcairn viveu por cerca de 90 anos.
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- "Onde mais no mundo você pode dizer que você pode ter toda a população na sua festa de aniversário?", disse Sue. "Todo mundo aqui conhece todo mundo, não só pelo nome, mas também pela sua ascendência."
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Via: Tony Probst
Os insulares sempre contam com a chegada de um navio de abastecimento trimestral, que traz de tudo, desde doces até roupas, que vem da Nova Zelândia.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 27
Via: Tony Probst
O mel é a única exportação de Pitcairn. Nesta imagem, os insulares embalam caixas de seu mel engarrafado.
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Via: Tony Probst
Ninguém na ilha tem emprego em tempo integral e a maioria trabalha em vários empregos diferentes.
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Via: Tony Probst
A renda anual média é de cerca de 6.000 dólares da Nova Zelândia, ou cerca de mais ou menos mil reais por mês.
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Como a ilha é extremamente isolada e sem hospital, os residentes devem viajar para a Nova Zelândia para tratamento médico e não podem retornar antes de 3 meses.
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Via: Tony Probst
Se o problema não for grave a pessoa doente pode ser tratada no Taiti e retornar dentro de 10-14 dias.
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Via: Tony Probst
Os insulares dizem que sua coisa favorita sobre viver em Pitcairn é poder ver os impressionantes pores e nasceres do sol de qualquer ponto da ilha.
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Via: Tony Probst
A cerca de 30 km de distância, Probst tirou essa foto de Pitcairn delineada à luz da lua e Vênus.
Como é viver em uma pequena ilha britânica no meio do Pacífico 34
Via: Tony Probst


www.mdig.com.br
27
Jul17

HERCULANO - UM POUCO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA - VISITA GUIADA

António Garrochinho

A MISTERIOSA E FASCINANTE... HERCULANO (SÉRIE NÁPOLES - PARTE II)




Como chegar

Saindo da estação central de Nápoles, pega-se o trem da circumvesuviana que faz o itinerário Nápoles-Sorrento. Os trens partem de uma estação anexa, chegando na central, há de descer algumas escadas até a Estação Nápoles Piazza Garibaldi. A descida em Herculano é na terceira estação, chamada de Ercolano Scavi.

Como saímos de Pompeia para Herculano, fizemos um caminho oposto. No entanto, no dia seguinte, quando fomos para o Vesúvio, descemos nesta mesma estação. 

Da Ercolano Scavi até a entrada do Sítio Arqueológico é como diz na minha terra: "uma reta só". Não há como errar. É uma avenida enorme, cheia de restaurantes, sorveterias, farmácias e ao final dela está a entrada do sítio.

Entrada do sítio arqueológico

Herculano: pouquinho de história e geografia

Segundo a tradição mitológica, a cidade teria sido fundada por Hércules. Nesse sentido, Herculano para os latinos e Herákleion para os gregos. De fato, Herculano tem origem grega, o que se pode observar através de seus testemunhos nas muralhas mais antigas e na estrutura urbana .

Herculano tinha sua economia movimentada pelo comércio e artesanato, mas, diferentemente da economia de Pompeia não era essencialmente comercial.  A cidade foi principalmente uma estância de férias renomada na época. 

Essas informações se baseiam a partir da localização (às margens da Baía de Nápoles) e das grandes mansões patriarcais, elaboradas com decorações refinadas. A partir das escavações observa-se que são escassos prédios para atividades destinadas ao trabalho. Sugere-se que ao contrário de Pompeia, a vida em Herculano corria mais tranquila, em um ambiente típico dos escolhidos pelos patriarcado romano para seu ócio.  
Em 63 d.C a cidade sofreu com um terremoto que atingiu toda a região da Campânia e teve muito de seu patrimônio danificado. Mas, foi mesmo em agosto de 79 d.C que a grande tragédia aconteceu. Assim como Pompeia, Herculano foi "varrida" do mapa após a erupção do Vesúvio. Contudo, a cidade encontra-se em um posição geográfica diferenciada de Pompeia e isto influenciou na forma como a cidade foi atingida. 

Vista do sitio arqueológico em primeiro plano, seguida pela cidade atual de Herculano (Chamada anteriormente de "Resina") e ao fundo o vulcão Vesúvio (A sequência de árvores acima - lado direito da foto corresponde a entrada do sítio). 
Um vento que vinha do oeste protegeu Herculano da fase inicial da erupção, mas, em seguida, uma gigantesca nuvem de cinzas flamejantes e gás subiu pelo flanco ocidental do Vesúvio, atingindo a cidade e provocando queimaduras ou asfixia em quem permaneceu. Esta nuvem letal foi seguida de uma enxurrada de cinzas, lama e fragmentos de rochas ainda em chamas (clastos), proveniente de fluxos piroclásticos que enterrou a cidade. 👉 seuhistory.com

A proximidade com o mar também permitiu que muitos moradores tentassem fugir em embarcações, mas muitos deles foram surpreendidos por um grande tsunami que os  "devolveu" a orla, os impedindo de chegar ao alto mar. Recentemente ao longo do litoral tem-se descoberto restos humanos e embarcações que submergiram durante a erupção. 

Ponto de entrada do Sítio. Fotografia registrada em posição contrária a anterior. A seta no alto do canto esquerdo sinaliza a proximidade com o mar.  

Chegamos em Herculano após a visita a Pompeia e pensávamos que não fôssemos mais nos surpreender com o que veríamos. Engano nosso, Herculano é fantástica, o sítio é menor, os afrescos parece que mantém as cores estão mais vivas. É possível ver a madeira de escadas e sacadas, que mesmo queimadas preservam sua estrutura. Sem falar nos restos mortais de algumas pessoas que tentaram fugir do fogo, sem sucesso. 

Local conhecido como Fornici - Eram casas de barco, onde muitas pessoas tentaram refugiar-se a espera de socorro. 

"Os Plíneos" 

Impossível falar de Herculano sem mencionar duas figuras importantíssimas da época: Plínio, o velho, e seu sobrinho, Plínio, o jovem.

Plínio, o velho (23-79) foi um filósofo, historiador, naturalista e oficial romano. Chamado de “o apóstolo da ciência romana" escreveu a obra: denominada “História Natural”, composta de 37 volumes, que discorrem sobre o homem na natureza e apresenta um panorama da geografia, zoologia e botânica na Antiguidade (👉Naturalis História - Tradução - Unicamp).

Muito do que se sabe sobre Plínio, o velho, foi escrito por seu sobrinho, Plínio, o jovem.
Plínio, o jovem (61 d.C - 113 d.C), foi jurista, orador e político bem sucedido, deixou nove livros e cartas, entre elas, as que foram dirigidas ao historiador Tácito. (👉 Ebiografia).

Foram duas cartas que se tornaram conhecidas mundialmente pois relata a missão de seu tio na noite da erupção do Vesúvio. O tio, levado pela curiosidade científica se preparou para embarcar na tentativa de entender melhor o fenômeno. No entanto, antes que pudesse sair recebeu um chamado de socorro de uma amigo que estava na Estábia (cidade nas redondezas que também foi afetada), e Plínio, prontamente atendeu. 

Plínio, o velho, morreu a beira mar, na Estábia, asfixiado por gases tóxicos expelidos pelo vulcão no ano 79 da era cristã. A descrição de Plínio, o jovem, a cerca da erupção vulcânica tornou-se um dos principais documentos sobre a vulcanologia. (👉 Carta de Plínio - Texto Adaptado)

O Roteiro

Vou tentar postar as fotos na sequência do percurso e numerá-las de acordo com o mapa do sítio. A visita a Herculano ficou um pouco comprometida pois estávamos preocupadas com a hora de fechamento do sítio. Não seguimos uma sequencia lógica, fizemos as ruínas principais e na volta fomos visitando o que dava tempo. Conseguimos ver quase tudo, mas gostaria de ter tido mais tempo. 

Após a entrada, seguimos por um longo passeio, contornando o sítio e em seguida atravessamos uma ponte, chegando a via: Cardo III Inferiore (👉 MAPA HERCULANO)

Nossa primeira entrada foi na Casa dello Scheletro (Nº 42), assim chamada pois foi nela, que em 1831 encontraram o primeiro esqueleto humano do sítio. Estava sozinho em uma sala no segundo andar da casa. Atualmente apenas o piso térreo continua preservado (👉 La casa dello Scheletro). 
Após uma entrada estreita, com piso em mosaico, atravessamos um átrio até chegar no "Tablinum" espécie de sala central, era originalmente o quarto principal. 

Parte da casa denominada de Nymphaeum - Gruta com abastecimento de água natural dedicado as ninfas. Mais tarde uma gruta artificial. Consiste em duas bacias retangulares com uma parede traseira decorativa em calcário embutido. No alto, um friso decorativo composto por sete painéis. Dos quais os três centrais são réplicas

Lararium - Santuário para os Deuses domésticos decorado em mosaicos. É possível identificar ainda conhas contornando o mosaico. 

Terme Maschili (Nº 28)

Andamos mais um pouco, seguindo o mesmo "Cardo III", mas agora na porção superior e entramos na Terme Maschili. A estrutura, de modo geral, é a mesma vista em Pompeia. A terma foi totalmente escavada em 1931 e apresenta a típica divisão entre área masculina e feminina. 

Apodytherium - Entrada principal da Terma. Piso feito em mosaico. Ainda se pode ver o pouco do que restou dos afrescos em tons vermelho e laranja. 

 Tepidarium - Sala quente com destaque para o piso em mosaico.

 Tepidarium - Sala quente com destaque para o piso em mosaico - Área masculina (👉 Terme Maschilli).

Terme Femminili (Nº 27) 

                                                  Piso em mosaico na área feminina. 

La sede degli Augustali Ercolano (Nº 24)

Ainda seguindo no cardo III - Inferior, já no final, esquina com a via principal do sítio, Decumano Maximo. Conhecemos as ruínas do "Colégio degli Augustali", um edifício público e religioso, construído no final do século I, supostamente por volta de 14 a.C, período de "Augusto". Acredita-se ter sido um centro de culto ao Imperador (👉 Mais)

Uma das salas com afrescos ainda preservados. Do lado esquerdo da fotografia há a pintura Hércules lutando contra Achelous que sequestrou Deianira, filha de Althaea e rei Oeneus e irmã de Meleager (👉 Mais).

Casa di Nettuno e Anfritite (Nº 29)

A casa apresentava uma rica decoração e ganhou este nome devido aos mosaicos de parede em pasta de vidro, representando Nettuno e Anfritite.

Ambiente da casa chamado de nymphaeum. Detalhe para os mosaicos nas parede, sendo o localizado no centro da foto de Nettuno e Anfritite. 
Grande Taberna (Nº 10)

Assim como em Pompeia, nas esquinas de Herculano também encontramos os Thermopoliumou tabernas onde eram vendidos grãos, sementes. A comida era venida normalmente já preparada. Digamos que se compararmos aos dias atuais, seria nosso fast-food 😊. 

Grande Taberna - Esquina entre o Decumano inferiore e Cardo V - na mesma esquina tem uma fonte.

Além da Grande taberna, há outras, mencionadas no mapa do sítio como Thermopolium.

Na mesma via da Grande taberna há esta outra ruína. O balcão é construído em pedras (observamos rocha vulcânica e mármore). A comida ainda quente era depositada em jarros grandes e colocadas dentro desses espaços circulares. (👉Thermopolium)

Reprodução de um Thermopolium (Taberna) romano. Vê-se exposto frutas, grãos e possivelmente vinho. (👉 Fonte da Imagem).

Fonte (Cardo V)

Fonte bem semelhante com as que encontramos em Pompeia. Localizada no cardo V - Inferior. 

Bottega (Nº 30)

Boa parte da madeira mesmo queimada foi preservada, juntamente com vários potes e jarros de barro. 

Casa dell'Erma di bronzo (Nº 34)

Casa no estilo Sannitica, foi chamada assim em devido o busto de bronze fixado em um dos salões principais, provavelmente do proprietário da residência.

Escada (Cardo V - Interior) 
Escada parcialmente queimada, localizada no cardo V inferior, vizinha a Casa dei Cervi (Nº 8) e em frente a casa del Rilievo di telefono (Nº 7). 


Terraço de M. Nonio Balbo (Nº2)

Esta é uma área denominada de "distrito suburbano", localizada ao sul da cidade, próxima a terma suburbana (Porta ao lado direito da foto abaixo). Na área do terraço há um monumento em mármore, um altar em homenagem a M. Nonio Balbo e ao lado uma escultura do próprio, que foi bastante danificada com a erupção e teve de ser boa parte reconstituída. Balbo foi um grande benfeitor da cidade construindo e restaurando vários prédios públicos (👉 Terrazza di Nonio Balbo). 

Monumento em mármore em primeiro plano e em segundo estátua de M. Nonio Balbo.

Casa del Rilievo di telefono (Nº 7)

É uma das maiores casas da área escavada, com cerca de 1.800m². É possível que tenha pertencido a Nonio Balbio. Tinha um acesso privado da Terma Suburbana. 
Área referente ao átrio e impluvium da casa. A parede ao fundo está decorada com quatro discos "oscila" - mármore com relevo em ambos os lados (👉 Mais).

A casa  possuía uma rica coleção de esculturas, incluindo o "Rilievo di Telefocom o mito da Télefo, filho de Hércules (o mítico fundador da cidade) - Uma cópia está fixada na parede. 
Fornici (Nº 1)

Ao lado do Terraço de Nonio Balbo, foi descoberto em 1980 doze casas de barcos, que ficavam alinhadas com a antiga praia. Nessas cavidades foram encontrados aproximadamente 300 esqueletos, que tentavam refugiar-se e salvar-se da erupção. Junto com eles foram encontrados bens materiais. 


Após estudos dos esqueletos identificou-se idade, sexo, estatura, base da alimentação (frutos do mar) e até uma intoxicação por chumbo, ocasionada provavelmente pelo vinho adocicado por xarope e cozido em potes de chumbo (Ver mais 👉 Fornici). 

Para nós, este foi com certeza o lugar mais intrigante. É uma sensação estranha, não dá para descrever. A gente olha aquilo tudo e por mais que tente imaginar como foi aquele dia, não se consegue. Fiquei por um longo tempo ali parada, mergulhada em suposições até ser interrompida pela minha irmã que avisava sobre o adiantado da hora. 

Uma das casas de barcos - É possível ver o amontoado de esqueletos. Dá pra identificar pessoas que morreram sentadas, abraçadas

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27
Jul17

Erros que quase toda a gente comete quando cozinha arroz

António Garrochinho


O arroz é a base da alimentação de muitas culturas, é simples e aparentemente fácil de preparar, mas há erros comuns que podemos estar constantemente a cometer.
Um deles, como revela o El Confidencial, é tratar todos os tipos de arroz da mesma forma. Cada tipo de arroz dá origem a um prato ideal e tem modos e tempos de preparação diferentes. Antes de pôr as mãos à obra, leia os rótulos e faça alguma investigação.
A panela também deve ser ‘escolhida a dedo’, nada de achar que qualquer panela serve para fazer arroz. Essencialmente deve escolher uma boa panela que seja capaz de reter o calor e o distribuir de forma uniforme. Se quer um arroz seco deve optar por uma panela mais baixa, já se quer um arroz húmido, como um risotto, deve optar por uma panela de altura média.
Não lavar o arroz também é um erro muito comum. Mesmo que coma arroz de qualidade e orgânico, recomenda-se que lave sempre o arroz. Coloque o arroz num alguidar grande, encha-o de água, esfregue-o com as mãos lavadas ou com uma colher e depois escorra-o. Além de eliminar o excesso de amido e possíveis resíduos, também estará algum arsénio que o arroz possa conter.
Não controlar a temperatura. Recomenda-se que coloque o arroz a fazer a lume máximo até à ebulição e que depois se baixe o lume para o mínimo. Se usa fogão elétrico, recomenda-se que troque a panela de bico, para um bico à temperatura mais baixo, porque o que está mais quente vai manter-se assim por mais tempo do que devia – o que não acontece com os fogões a gás.
Não deixar o arroz repousar. Tal como acontece com a massa, deve desligar o fogão um pouco antes de o arroz estar completamente cozinhado e deixá-lo repousar para acabar de cozer com o próprio calor. Deixe-o repousar pelo menos cinco minutos.
Não deixar o arroz em ‘paz’. Quando cozinha arroz não deve levantar a tampa da panela, pois interrompe o processo de cozedura e só faz com que demore mais a ficar pronto. Também não deve mexer o arroz, exceto se estiver a preparar um risotto. Só o deve mexer se adicionar ingredientes ou condimentos.
Não dar sabor ao arroz. O arroz é um dos alimentos mais versáteis que temos, sendo ideal para acompanhar comidas saborosas, por isso o mínimo que pode fazer é deitar sal à água para que ele não fique insosso e aborrecido. E claro, também lhe pode adicionar especiarias ou caldos para ter extra sabor.

27
Jul17

NÃO AO TERRORISMO GOLPISTA ! - ARMAZÉM DE ALIMENTOS

António Garrochinho
 

Armazém de alimentos
27 de Junho de 2017 - Anzoátegui
Numa clara acção de sabotagem para criar desabastecimento e desestabilização grupos da "oposição" incendeiam armazéns de alimentos e cadeias de distribuição, na imagem armazém no Estado de Anzoátegui, onde foram destruídas 50 toneladas de alimentos. O armazém servia 278 escolas, 31 centros de diagnóstico médico, 3 prisões, 1 lar de terceira idade entre outras instituições.

Não ao Terrorismo Golpista
Solidariedade com a Revolução Bolivariana
A República Bolivariana da Venezuela está a ser vítima de uma violenta acção de ingerência externa e desestabilização golpista que – procurando tirar partido de problemas económicos e provocando activamente o seu agravamento –, pretende interromper e destruir o processo de avanços democráticos, económicos, sociais, políticos e culturais e de afirmação de vontade soberana e independência nacional iniciado em 1998 e consagrado na Constituição venezuelana de 1999.
Não é a vontade de respeitar os direitos e de dar resposta às necessidades e aos interesses do povo venezuelano que estão por detrás do bloqueio financeiro, do boicote económico, do açambarcamento, da especulação de preços, da premeditada destruição de alimentos e de medicamentos por grupos de extrema-direita. Não são os valores da liberdade e da democracia que estão por detrás da violência golpista, dos actos terroristas dos grupos reaccionários e de extrema direita. Não é a verdade que se defende quando se apresenta como opressor um governo democraticamente eleito que tenta proteger o seu povo daqueles que o agridem e assume a defesa da Constituição e da legalidade. Não são os interesses da Venezuela e os valores da paz que estão por detrás das acções de uma “oposição” que instiga à agressão externa contra a Venezuela.
O que está verdadeiramente em causa na Venezuela é uma tentativa de golpe de Estado contra um país soberano, contra a sua Constituição e o seu legítimo governo. Um golpe anti-democrático, atentatório da soberania e independência da Venezuela, direccionado contra todos aqueles que continuam empenhados em construir um futuro de paz, de progresso social, de afirmação soberana e de cooperação entre os Estados da América Latina e Caraíbas visando o interesse dos seus povos.
O verdadeiro objectivo que preside às manobras de ingerência e desestabilização golpista contra a Venezuela, assim como às campanhas de mentira e manipulação que as acompanham, é o da tentativa de recuperação do domínio dos EUA posto em causa com os processos progressistas na América Latina e Caraíbas.
Estar do lado do povo venezuelano, dos seus direitos e da verdade significa estar do lado dos que, depois das Honduras, do Paraguai e do Brasil, resistem a mais uma tentativa de golpe de Estado no continente latino-americano. É prestar solidariedade ao povo da Venezuela defendendo a sua soberania. É rejeitar a criminosa guerra económica, mediática, política e diplomática movida contra a Venezuela, um país que tantos emigrantes portugueses acolheu.


27
Jul17

Autópsia de uma morte já anunciada, a do PSF

António Garrochinho


François Mitterrand: “A luta de  classes não é para mim um objetivo. Procuro que esta deixe de existir!”
Lionel Jospin:  “Eu sou um socialista de inspiração, mas o projeto que proponho ao país  não é um projeto socialista. É uma síntese do que é necessário hoje. Ou seja, é  a modernidade. ”

François Hollande   “Vivi cinco anos de poder relativamente absoluto. (…)  Eu naturalmente impus ao meu campo que, sem nenhuma sombra de dúvida, só iria aprovar as políticas que eu consideraria serem justas.” 

Autópsia de uma morte já anunciada, a do PSF
(Introdução, por Júlio Marques Mota)
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A farsa acabou. O povo francês, Macron escolheu. Um outro ciclo de tragédia e de  farsa já começou.

É sobre este novo ciclo que agora se abre na política francesa que iremos primeiramente falar. Uma coisa é já certa, o palco é o mesmo mas a peça é já outra, mudou de nome, enquanto os atores continuam a ser praticamente os mesmos de vários ciclos  de tragédia-farsa que se iniciaram  em 1983 e se concluíram  com a eleição de Macron em Junho  de 2017.

Por detrás de tudo isto há, porém, uma longa história, a da morte lenta do Partido Socialista francês, iniciada em Março de 1983 com Mitterrand, que teve como ajudantes de campo Pierre Mauroy, o seu primeiro-ministro, e Jacques Delors o seu ministro das Finanças, e depois concluída em 2017 por François Hollande, tendo como ajudantes de campo Manuel Valls e Macron. No fundo, uma tragédia que se iniciou com o rei  Mitterrand I  e que se conclui por uma farsa, com o mentecapto  François, aspirante a ser o rei  Hollande I,  e que depois de  eleito Presidente em 2012 acelerou o processo de decomposição do PSF e da vida política em França.
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Poder-me-ão criticar dizendo que estou  a exagerar, que sou um adepto da teoria da conspiração   em tudo o que se refere à França mas aqui reajo dizendo que François Hollande ele próprio esclarece bem melhor do que eu o que próprio quero dizer. Com feito diz-nos ele:

“Vivi cinco anos de poder relativamente absoluto, finalmente, uma vez que assim é também a quinta República. Eu naturalmente impus ao meu campo que, sem nenhuma sombra de dúvida, só iria aprovar as políticas que eu consideraria serem justas.”  François Hollande [1]
Tudo bem claro. Fez-se a política que desejou a que se conclui pela eleição de Macron. O desprezo destes supostos absolutistas atingiu níveis inimagináveis e  o resultado, a morte do PSF, ficou à altura dos desejos dos principais atores do último ato da farsa em Junho concluída: Macron, Valls e François Hollande. Como sublinha  Rémi Lefebvre:

“A destruição do PS aparece como uma estratégia deliberada de Manuel Valls que se projeta com um cinismo dificilmente contido para além da próxima derrota. Muito minoritário aquando das primárias de 2011, ele procura liquidar “o velho partido”, como o fez Tony Blair (um dos seus modelos) antes dele próprio, para reinicializar o jogo político ao centro. Esta estratégia parece ter sido também a de François Hollande, mas na perspetiva da eleição de 2017, a acreditar-se nas suas declarações aos jornalistas Gérard Davet e Fabrice Lhomme. “É necessário um ato de liquidação. É necessário um hara-kiri”, confia-lhes o presidente no dia 11 de Dezembro de 2015, quando estava à procura de uma estratégia para assegurar a sua reeleição [18] Propõe então rebatizar o PS de “O partido do progresso”. O partido socialista, na sua opinião, já não estaria adaptado à nova configuração da esquerda:

Tanto quanto havia partidos de esquerda, os comunistas, os Verdes que aceitavam fazer aliança com o PS e que representavam alguma coisa, não se tinha nenhum interesse em refundar o PS, diz o chefe do Estado. Mas dado que estes aliados estão rigidificados, sectarizados, é necessário trabalhar sem estes partidos. Como? Com o partido mais importante, dele faz-se com efeito um novo com que se permite dirigirmo-nos aos eleitores ou aos quadros dos outros partidos. [2]

Nunca Salinas, nunca o Leopardo de Lampedusa, terá sido melhor exemplificado  do que no caso presente. É preciso que algo mude para que fique tudo na mesma, a máxima de Salinas, a máxima agora tão claramente exemplificada por Hollande.

Do partido  mais importante faz-se um partido novo e recorre-se aos quadros dos outros partidos, diz-nos François Hollande! Foi o que agora foi feito com Macron e o seu partido La Republique en Marche! E para quê? Para se continuar a submissão à lógica imperial da Alemanha, iniciada esta lógica pelo medo  de Mitterrand face aos desvarios militares e megalómanos dos alemães e potencializada depois também pela submissão assumida com orgulho por   Lionel  Jospin e  Hollande à alta finança, sobretudo americana.  Um processo bem mais violento do que nos tempos de angústia e de hesitações de Miterrand. Na pátria onde nasceu a trilogia Liberdade, Igualdade, Fraternidade, esta é agora substituída por uma outra trilogia, Redução máxima possível dos direitos de quem trabalha por conta de outrem,  redução máxima possível dos deveres de quem vive do trabalho dos outros ( o grande capital)  minimização máxima possível das funções redistributivas do Estado Social para quem delas precisa

As declarações do Primeiro-Ministro Edouard Philippe  na terça-feira, 4 de julho, na Assembleia Nacional  sobre as medidas de austeridade para uns, corte no número de funcionários, congelamento dos salários dos funcionários públicos, cortes nas despesas públicas acompanhadas pelo endurecimento  da lei  EL Khomri, enquanto para outros há uma redução de impostos (!), o todo  é já bem elucidativo do que aí vem, tanto mais quando se está a falar de um país   económica e financeiramente em dificuldade. Mais concretamente e em síntese vejamos o que foi dito na Assembleia Nacional Francesa no dia 4 de Julho:

“Desde a minha tomada de posse,  quis dispor de uma visão clara  da situação das nossas contas públicas. A constatação é grave: 8 mil milhões de euros de despesas não financiadas, a nossa dívida atingem um nível insuportável, 2, 147  milhões de  mil milhões de euros.
Esta dívida põe-nos à mercê  dos mercados financeiros, que têm o ar de  não pôr  problemas à ninguém,  mas são as suas  flutuações que decidem cada vez mais do nosso futuro.

Sob o olhar inquieto dos Franceses, dançamos sobre um vulcão que ruge cada vez com mais violência. Alguns continuam no entanto a negar a evidência. “Quantas vezes um homem podem virar a cabeça pretendendo que não vê? ” perguntou  o Preço Nobel de Literatura do ano 2017.
Há uma dependência compulsiva, doentia,  à despesa pública. Como toda a dependência compulsiva, dita também adição,  ela não resolve em nada o problema que é suposto estar a querer aliviar.  Da mesma maneira que a adição, a sua cura  necessitará da vontade e da coragem para dela se desintoxicar.

O meu objetivo é colocar o défice sob a barra dos 3% a partir de 2017 e conduzir a nossa estratégia de finanças públicas em torno  de três regras simples: fazer reduzir a pressão fiscal de um ponto de PIB sobre cinco anos, fazer reduzir a despesa pública de 3 pontos de PIB sobre o mesmo período.
Quero primeiro tranquilizar os nossos concidadãos: os contribuintes não serão a variável de ajustamento do orçamento. Pelo contrário. Pelo contrário. Pelo contrário, as contribuições  obrigatórias reduzir-se-ão de 20 mil milhões de euros daqui até 2022. A França não pode ser  ao mesmo tempo a campeã da despesa pública e a campeã dos impostos.

Tratando-se  da despesa pública, o objetivo do Governo é ambicioso, é fazer de modo a que esta seja estável, em termos reais,  em 2018 em relação a 2017. Estável: não gastar  mais em 2018 do que em  2017. Outros todos os Estados já o fizeram.

Digamos  a verdade aos Franceses: para atingir estes objetivos sobre a despesa pública, vai ser necessário agir sobre três vertentes. A primeira vertente é  acabar com a inflação da massa salarial do sector público que representa um  quarto das nossas despesas públicas.
França está encostada às cordas   e nenhuma esquiva nos poderá salvar.  Tenho consciência de apelar ao esforço e à coragem.

Desde o início do ano político, o Governo apresentará ao mesmo tempo o orçamento para 2018 e uma lei de programação das finanças públicas que leve em contra  a duração completa do mandato presidencial de  cinco anos
Esta trajetória deverá recolocar  a Segurança social em situação de equilíbrio financeiro no horizonte 2020. Deveremos, daqui até lá, definir novas regras que permitem eliminar ao longo do tempo, o  défice das nossas contas sociais.
Para atingir estes objetivos, devemos desencadear  uma verdadeira transformação do Estado e dos nossos serviços públicos.
Será aplicada progressivamente ministério a ministério, em várias vagas, daqui até à Primavera de 2018.”

Como se vê não estamos a exagerar.

Mas para chegar aqui, é toda uma história que é conveniente não ignorar., Trata-se, pois, de uma longa história que merece ser contada e com ela se irá fazer a autópsia de uma morte que está ainda para vir mas tem já data anunciada, a do PSF. Uma história de que devemos tirar todas as lições se nos quisermos posicionar corretamente perante a História e não repetir, aqui em Portugal ou algures, o que se está a ser feito atualmente pela social-democracia europeia e pelos outros partidos socialistas que lá fora se vergam face aos desejos imperiais de Berlim.
A história de uma morte anunciada e pelos vistos bem desejada pelos altos quadros do PSF tem dois grandes marcos bem claros a assinalar o seu começo como tragédia e o seu fim como farsa: a posição de Mitterrand I em Março de 1983 quando faz a sua viragem à direita, para as políticas de rigor, faltando às promessas eleitorais que lhe deram o cargo de Presidente e a sua opção consequente foi então optar por satisfazer a Alemanha  de Helmut  Kohl  contra a maioria de todos aqueles que o elegeram.
Como assinala Francois-Ruffin[3] relativamente ao abandono das classes trabalhadores em França, abandono este levado a cabo por Mitterrand I e desenhado a partir de Fevereiro de 1983:
“Miterrand nomeia Bérégovoy que, para além das suas qualidades pessoais, para além do seu fim trágico, encarnou a esquerda carpete, vergou-se totalmente em face das potências do dinheiro, pôs-se de joelhos face à Alemanha e à Europa. Todo um programa, para o futuro presidente: ele não lutaria, não resistiria, anunciava-o já. Em 1983, François Mitterrand, e com ele o PS, tinha aberto “o parêntese liberal”, assinado um armistício, após muitas hesitações, muitas evasivas, após uma pequena dor de alma. Trinta anos depois, o seu sucessor no Eliseu faz desta renúncia o seu orgulho: a capitulação quer-se definitiva – e habitada por um estranho orgulho.”

No dia 16 Março de 1983 – A decisão de Mitterrand

O Conselho de Ministros aprova, esta manhã, a redução da idade da reforma para os 60 anos. Aí está, para a fachada. Pelo lado dos bastidores, o jovem Fabius pediu um encontro com o “Velho” e, por sua vez “vai esforçar-se então para fazer compreender as consequências terríveis que poderia ter uma saída do franco do SME”. É, ao que parece, a entrevista decisiva. Imediatamente a seguir, François Mitterrand recebe de novo Pierre Mauroy e pede-lhe, esta vez, “que pense na formação de um governo no âmbito da manutenção no SME”. Os dados estão lançados, em princípio. Mas o presidente não intervirá, disse-o, na televisão senão na quarta-feira 23 de Março. Tudo dependerá, ainda, das negociações monetárias que se devem realizar neste fim-de-semana em Bruxelas.

23 Março 1983 – Abandonos das  posições que eram a alma do PSF

François Mitterrand intervém na televisão:
Não quisemos e não queremos isolar a França da Comunidade europeia… É tempo de parar a máquina infernal. Combater a inflação, é salvar a moeda e o poder de compra. Aí está porque é que irei lutar, e o governo comigo, contra este mal, e mobilizarei o país para este fim. […] E acontece o mesmo com o outro mal que nos corrói: o défice insuportável do nosso comércio externo e a dívida que daí decorre. O vosso papel é decisivo. Por toda a parte onde se fabrica e por toda a parte onde se cria, por toda a parte onde se compra, por toda a parte onde se troca, na vossa maneira de viver, de consumir e mesmo de viajar, devemos preferir, a qualidade igual, as produções francesas. O esforço pedido a todos deverá ser repartido equitativamente de modo a que cada um contribua à medida dos seus meios.

A viragem é ainda discreta, o discurso “moderno” é um pouco tímido. Mas neste dia, a esquerda abandona dois instrumentos económicos essenciais:
 — a soberania monetária: a França renuncia a desvalorizar ou reavaliar a sua moeda de acordo com as suas necessidades, ligando-se ao marco forte;
 — a soberania comercial: a França proíbe-se de utilizar qualquer protecionismo, substituindo uma medida política, as taxas nas fronteiras, pela boa vontade do consumidor convidado a comprar francês, suprema conversa fiada.
E como é que o desemprego será combatido? “Pela formação dos jovens”, que será o refrão do PS durante vinte anos, o disfarce da abdicação. É dizer que se abandona este combate contra o desemprego, julgado menos prioritário que “a luta contra a inflação”, ou “o défice da Segurança social”.

15 Setembro 1983 – A reviravolta das posições políticas do PSF de outrora assumida e irrevogável 

O presidente volta à televisão após seis meses de relativo silêncio e, nesta emissão excecional intitulada L’Enjeu, a reviravolta é agora assumida, a modernidade da mudança é reivindicada. “A luta de classes não é para mim um objetivo. Procuro que esta deixe de existir!” proclama François Mitterrand que, durante todos os anos de 1970, denunciava “uma luta de classe entre este pequeno grupo de privilegiados e a massa dos assalariados”, entre “o operário especializado, dominado, oprimido, forçado até à revolta” e “os donos do dinheiro, o dinheiro, o dinheiro, os novos senhores, os donos do armamento, os donos dos computadores, os donos dos produtos farmacêuticos, os donos da energia elétrica, os donos do ferro e do aço, os donos dos solos e dos subsolos, os donos do espaço, os donos da informação, os donos das ondas”. 

Ei-lo, pois em direto na TF1, que reabilita o lucro à esquerda (“Eu não sou, de modo nenhum inimigo do lucro, desde que o lucro seja justamente repartido”), que impõe os critérios de Maastricht antes de Maastricht (“não se poderá ter um défice orçamental de mais 3 % da produção interna bruta”), que denuncia as “cargas excessivas” (“demasiado imposto, mata o imposto. Asfixia-se a produção, asfixiam-se as energias. Chega um momento em que isto é insuportável, e este momento chegou”), e Mitterrand fecha, sobretudo, a porta a uma “outra política”: “Penso, eu, que há apenas uma política possível nas circunstâncias presentes”. A TINA de Margaret Thatcher, There Is No Alternative, não está muito longe disto. E o presidente caricatura então esta alternativa que, num outro tempo, no entanto, tinha sido das suas preferências: “Esta única política possível proíbe o protecionismo. Para bem me fazer compreender, isto significa que se feche total ou parcialmente, as nossas fronteiras, a todos os produtos, ou a certos produtos, para evitar ser invadido. Eu acredito que o mundo moderno, a redução do planeta e seguidamente a presença da França no mercado comum, exigem que a França jogue o jogo. (…) Eu, eu tenho confiança na produção francesa, e sou contra o protecionismo.

Rigor” obriga, o desemprego iria crescer 25 % num ano. A Frente Nacional ultrapassaria, pela primeira vez, os 10 % na Primavera seguinte. Os primeiros contratos precários ditos TUC – trabalhos de utilidade coletiva – são aprovados em Dezembro de 1984. E para o Natal de 1985, abriram os restaurantes Restos du cœur. “É necessário ser-se cruel – ou “brutal”, conforme as fontes – confia o presidente a um Pierre Mauroy preocupado em moderar a rutura industrial. Estaleiros navais, carvão, aço, automóvel: tudo passa, portanto, “setor a setor”, pela trituradora chamada “reestruturações”. “Os socialistas fazem a limpeza que nós não soubemos fazer”, concederá Alain Juppé – enquanto que Laurent Fabius, em 1986, no final da sua passagem por Matignon, se orgulha de ter efetuado “o trabalho sujo, que não tinha sido feito antes”: “É a esquerda e é a sua coragem e é sua a honra de o ter feito”. Uma vez este destino escolhido, caberia agora avançar por este caminho, do Ato único à Constituição para a Europa, passando pelos tratados de Maastricht, de Amsterdão, de Lisboa. Porque no meio de todas estas traições, continua a estar bem viva uma fidelidade: ao compromisso europeu.”

Repetindo-nos, sublinhemos a posição de Mitterrand I:
A luta de classes não é para mim um objetivo. Procuro que esta deixe de existir!” proclama François Mitterrand que, durante todos os anos de 1970, denunciava “uma luta de classe entre este pequeno grupo de privilegiados e a massa dos assalariados”, entre “o operário especializado, dominado, oprimido, forçado até à revolta” e “os donos do dinheiro, o dinheiro, o dinheiro, os novos senhores, os donos do armamento, os donos dos computadores, os donos dos produtos farmacêuticos, os donos da energia elétrica, os donos do ferro e do aço, os donos dos solos e dos subsolos, os donos do espaço, os donos da informação, os donos das ondas”.

Um dos grandes marcos a assinalar que tudo começa aqui até ao desenlace final em 2017, com a eleição de Macron.

Notas:
[1] G. Davet, F. Lhomme, Un Président ne devrait pas dire ça. Les secrets dun quinquennat, Paris, Stock, 2016, page 29.
[2] Trata-se do texto nº16 desta série, « Superação» ou desaparecimento do partido socialista (2012-2017)? De Rémi Lefebvre.


27
Jul17

Mandem os fuzileiros procurar Passos Coelho

António Garrochinho



(In Blog O Jumento, 26/07/2017)
Piromanos
Imagem in Blog 77 Colinas – 26/07/2017
Passos Coelho desapareceu, deixou de se ver desde que foi beber ponchas na Madeira e a bezana lhe deu para dizer que o PSD era o partido mais português e que na hora das decisões caramba que só ele as sabia tomar. Desde então apareceu a Teresa Morais a inventar mortos e o Hugo Soares a dizer que o armário de Costa estava cheio de cadáveres não contabilizados como vítimas do Estado gerido pela geringonça.
Como Passos não apareceu ainda com os burrinhos na areia da Manta Rota e, tanto quanto se sabe, ainda não foi andar por aí, há forte motivos de que tenha ido em busca de cadáveres perdidos ou de suicidas pendurados nas árvores em consequência da ausência de António Costa. Com tantos incêndios é possível que o desgraçado tenha sido ele próprio uma das vítimas por contabilizar e só isso explica que tenha desaparecido, entregando o partido ao cuidado daquele senhor com umas faces tão rosadas e uma linguagem tão primária, que faz lembrar um taberneiro.
Não, Passos não desapareceu, é uma pena mas deve estar bem de saúde. O que Passos está fazendo é algo tão sinistro como inventar vítimas de suicídios. Ainda que não seja grande coisa a experiência de governante deve ter sido suficiente para saber que a investigação não é competência do governo e se mandou a Teresa ou o taberneiro falar de listas de mortos foi apenas para enganar o país. É por isso que anda desaparecido, para não dar a cara pela manobra suja que promoveu.
Aquilo a que o país tem assistido é a manobra política mais suja e asquerosa a que o país assistiu, foi Passos Coelho que a concebeu, que a tem dirigido e é por isso que tem estes desaparecimentos intermitentes, para que a sua imagem não fique associada ao oportunismo sem limite, ao aproveitamento político do sofrimento alheio e ao deseja descarado de que se multipliquem as vítimas e os incêndios. Não é a primeira vez que um incêndio ajudou um canalha a chegar ao poder.
Nunca o PSD desceu tão baixo, ninguém vê Passos Coelho e a sua equipa dar qualquer apoio, mostrar o mais pequeno sentido de Estado. Eles não aparecem na desgraça para motivar os bombeiros, para confortar as populações. Passos aparece quando tudo passou para cobrar votos, para cobrar pelo sofrimento alheio.
É por isso que desaparece de vez em quando, enquanto manda a Teresa e o taberneiro fazer o papel triste aguarda por mais uma qualquer desgraça, que ocorra mais um roubo, que uma qualquer maluca em busca de “algo” apareça a inventar mortos, que um oportunista sem escrúpulos de uma qualquer Santa Casa lhe diga que sabe de suicídios. Há os que bem ou mal combatem os incêndios e dão a cara junto de quem sofre e há os que estão no conforto da sua escassa esperando que a desgraça alheia os ajude nas eleições.


estatuadesal.com
27
Jul17

O silêncio dos moralistas

António Garrochinho



Para os teleguiados do Império que tanta tinta gastaram com Alepo não têm um pingo para escreverem sobre Mossul ? Historiadores da treta como Rui Ramos ou os letrados do Observador não têm vergonha do seu silêncio depois te tantas crónicas sobre Alepo ?
Milhares e milhares de mortos civis em Mossul e não há um grito de alma… Cínicos e Hipócritas
Ler o INdependenthttp://www.indepen

foicebook.blogspot.pt
27
Jul17

PSD - Partido Significativamente Desesperado

António Garrochinho


O novo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, dirigiu-se ao país para fazer um ultimato ao governo. No anúncio urbi et orbi dava um prazo de 24 horas para a divulgação da lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande. A arma de arremesso político era a insinuação de que haveria uma manipulação da lista oficial das vítimas mortais.

As respostas nunca satisfizeram o PSD. Nem a indicação de que a informação estava a ser tratada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nem o facto de ser segredo de justiça e o governo não o poder infringir, nem tão-pouco a separação de poderes. Nada demoveu o PSD de insinuar que estava em curso uma operação de branqueamento dos números de mortes. O PSD instigou uma teoria da conspiração com objetivos puramente partidários.
Expirado o prazo de 24 horas, Hugo Soares exigiu, triunfalmente, como quem faz a jogada de xeque-mate, a realização de uma conferência de líderes e de uma reunião da Comissão Permanente do Parlamento. A apresentação da lista da PGR, pouco tempo depois, só serviu para expor a sofreguidão do processo.

A realidade tirou rapidamente o tapete ao PSD: a lista oficial é exatamente a mesma que já tinha sido assumida anteriormente, sem tirar nem pôr. Face à inexistência de qualquer manipulação de números, a acusação do PSD dissolveu-se no vazio e o seu líder parlamentar caiu no ridículo. Foi irónico vê-lo, logo depois, a retirar os pedidos de reuniões e a tentar dar por resolvida a questão.

A instrumentalização do número de vítimas da tragédia de Pedrógão Grande para aproveitamento político é lamentável e uma enorme chicana política. Mas foi essa a intenção do PSD, seguido de perto pelo CDS - Assunção Cristas, para não ficar atrás, chegou a admitir a apresentação de uma moção de censura. A corrida para o abismo entre PSD e CDS é prova do desnorte da direita.

Contudo, no caso particular do PSD, este foi apenas o último episódio de uma profunda falta de orientação política. A ausência de um pensamento estratégico para o país fora da caixa da austeridade é o problema, que convive com a existência de um líder acossado, nunca adaptado ao papel de oposição.

O percurso do PSD na oposição tem sido penoso e incoerente. No início, tivemos o discurso dos usurpadores, incapaz de perceber que é o governo que depende do Parlamento e não o contrário. Depois, foi a fase do velho do restelo e das preces ao diabo na economia. Agora, é a tentativa de correr atrás dos casos políticos, atraído por eles como a borboleta se sente atraída pela luz.

O discurso disparatado do PSD é bem visível nas questões orçamentais. Os grandes promotores da ideologia da inevitabilidade anunciavam enormes tormentas com as escolhas económicas que foram sendo seguidas. Mês após mês iam dizendo que o fim estava próximo e que se pagaria caro o alegado "despesismo". Só que os meses foram passando e a economia foi melhorando, as contas públicas mais equilibradas e a confiança das pessoas reabilitada. O aumento do salário mínimo nacional, que cresceu 52euro euros/mês desde outubro de 2015, é a maior conquista na afirmação da valorização dos salários e ao mesmo tempo a maior derrota de Passos Coelho, que defendia a sua eliminação. Provamos que o país fica melhor quando as pessoas estão melhores.

Esgotado o discurso do desastre económico que PSD difundia, logo mudaram a agulha para o argumento oposto: a política está a funcionar porque o governo está a copiar o que foi feito por PSD e CDS. Do desastre à glória em menos de um ano: o défice orçamental de 2016 teria resgatado a cartilha da austeridade do PSD pelas mãos das cativações.
O desespero instala-se quando é possível provar que não existiram cortes nos serviços públicos em 2016. Pelo contrário, apesar de ainda ser menos do que o necessário, o Serviço Nacional de Saúde e a escola pública viram reforçados os seus orçamentos. Esta não é claramente a política do PSD, nem está contemplada no seu manual: a única coisa que existe é puro oportunismo.
Se uma boa oposição ajuda a fazer um bom poder, sabemos que o PSD está a faltar à chamada. Este é o presente envenenado para António Costa. O deslumbramento espreita a cada sondagem com a ideia de menos PSD poder ser mais PS.

Nas vésperas do início do processo orçamental, é importante lembrar que um poder deslumbrado é um poder desleixado. A única escolha que temos neste momento exigente do país é a de continuar a aprofundar o caminho que tem sido trilhado, valorizando rendimentos e direitos sociais, melhorando os serviços públicos. A resposta à decadência da direita só pode ser o reforço de uma política de esquerda, que vire mesmo a página da austeridade.


www.dn.pt
27
Jul17

As Corgas... e os abutres

António Garrochinho


Viçosa, Bica do Aceiro, Maroufeira, Marmeleiro, Barroqueiras, Alagoa, Ribeiro das Figueiras, Vale de Cabreiros, Cabeço do Carril... Por razões familiares, fui, um destes dias, confrontado com a leitura de um inventário onde constam uma série de terrenos outrora ocupados por oliveiras, vinhas, milheirais, figueiras, citrinos e pinheiros. Topónimos que me levaram de regresso aos anos 80 da adolescência e da passagem para a idade adulta, para aqueles longos e quentes verões passados em Domingos da Vinha, aldeia de um pequeno enclave alentejano que se adentra, a norte do Tejo, pelos territórios da Beira Baixa, ali ao lado de Mação.
Entre todos, o meu favorito era o das Corgas, a que se chegava passando pela Charneca e pelo seu caminho em terra bem batida, o único que permitia puxar pela mula, primeiro, e pelo burro, mais tarde, em curtas cavalgadas na carroça. Depois, virava-se à esquerda, entrando pela frescura, pelos cheiros, pelas cores e pelos sons que vinham do pinhal, para se terminar descendo a estreita e íngreme barreira, em direção ao vale, até dar, à entrada da horta, com a generosa nascente que nos matava a sede, a nós e a tudo o que brotava com força e abundância nos férteis terrenos das Corgas: os limões, as laranjas, as tangerinas, o milho, as vinhas, os tomates, as batatas, os feijões e o mais que já se me varreu da memória.
Memórias felizes, memórias infelizes. Porque naquele inventário de nomes, áreas. confrontações e pequenas descrições, feito pela minha mãe e pelo meu tio, o final é quase sempre igual e trágico: "Esta propriedade ardeu em agosto de 2003". Dois ou três anos depois do inferno de fogo, já sem avós, sem burro nem carroça, meti-me a pé pelo caminho que da aldeia sobe para a Charneca. Não cheguei muito longe. O fogo não deixara mais do que espetos negros de pau. Como diria o meu avô João Florindo, se então ainda fosse vivo, a terra ficou viúva. Já não tinha a noção da distância, não reconhecia os caminhos, não havia sons, o cheiro era sempre igual e a queimado, as colinas não eram as mesmas, os vales irreconhecíveis. Voltei para trás, angustiado, e nunca mais lá voltei.

Não foi agora, neste ano de 2017, que Portugal começou a ser destruído pelo fogo. A diferença é que este ano fomos sacudidos com a perda massiva de vidas humanas. Talvez nos sirva de lição. Ou talvez não. Sobretudo quando somos confrontados com o despudor com que um ex-jota, agora líder parlamentar, e quem sabe futuro líder do PSD, profere ultimatos revolvendo os cadáveres, como se fosse um abutre, na sua busca por despojos políticos.

Rafael Barbosa
EDITOR-EXECUTIVO

www.jn.pt

27
Jul17

Autarcas querem três mil milhões do Estado

António Garrochinho


Manuel Machado, presidente da ANMP, esteve reunido terça-feira com o ministro Adjunto por causa do Orçamento do Estado para 2018




Municípios pretendem mais 595 milhões nas transferências de IRS, IRC e IVA no Orçamento do Estado para 2018.

O Orçamento do Estado para 2018 terá de ser bem mais generoso nas transferências para as câmaras do que o deste ano, se quiser ir ao encontro das expectativas dos autarcas. A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pretende que o Governo faça uma distribuição da receita do IRS, do IRC e do IVA mais equitativa e transfira três mil milhões de euros já no próximo ano, o que corresponde a mais 595 milhões do que em 2017.

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27
Jul17

Cinco feridos, dois deles em estado grave, em ataque com motosserra na Suíça

António Garrochinho





Polícia diz que não se trata de um ato de terrorismo. Atacante já foi identificado e está em fuga

Um homem feriu cinco pessoas esta segunda-feira de manhã com uma motosserra na cidade de Schaffhausen, na Suíça. De acordo com a polícia, o incidente não foi categorizado como um "ato de terrorismo" e o suspeito, que está em fuga, já foi identificado.
O agressor está a ser descrito pela polícia como um homem de 1 metro e 90, careca e com uma aparência pouco cuidada que conduz uma carrinha branca com matrícula suíça. As autoridades divulgaram imagens do homem, que ainda está em fuga.



    A porta-voz da polícia, Cindy Beer, afirmou à estação de televisão SRF que a polícia recebeu um alerta pelas 10:39 (9:39 em Lisboa) sobre o incidente, e escusou-se acrescentar mais informação para além de que "uma pessoa [homem] feriu várias outras".



    O ataque ocorreu dentro de uma seguradora, num edifício de escritórios numa rua com várias lojas no centro de Schaffhausen. As vítimas são funcionários e clientes da seguradora. Duas das vítimas estão em estado grave.
    Segundo a Reuters, a polícia encerrou o centro da cidade. As lojas estão fechadas e a população está a ser aconselhada a não passar por esta zona, enquanto as autoridades procuram o agressor.

    VÍDEO





    #BreakingNews Five people injured in #swiss town of #Schaffhausen #Switzerland in attack by unidentified man, police says
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      Helicópteros sobrevoam o local e no terreno estão ambulâncias e a polícia.
        A cidade de Schaffhausen, com cerca de 36 mil habitantes, fica no norte da Suíça e faz fronteira com a Alemanha.

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        27
        Jul17

        Maiores fortunas do país valem tanto como dívidas dos portugueses ao fisco

        António Garrochinho

        Os 25 mais ricos voltaram a ganhar mais dinheiro. Valem agora 18,8 mil milhões de euros, mais 3,8 mil milhões. É qualquer coisa como 10% do PIB. E só as três maiores fortunas equivalem a 14 milhões de salários mínimos

        Os nomes mantêm-se, os valores subiram. E não foi pouco. As 25 maiores fortunas do país cresceram 3,8 mil milhões de euros no espaço de um ano. O clube restrito dos três portugueses mais ricos - família Amorim, Soares dos Santos e família Guimarães de Mello - contribuiu com mais de mil milhões para este aumento. As contas são da revista Exame, que hoje publica pela 13.ª vez a lista dos mais ricos do país.
        No total, os milionários do top 25 amealharam ao longo do último ano 18,8 mil milhões de euros, contra 15 mil milhões acumulados em 2016. Equivale a 10% do PIB português, quando no ano passado correspondia a 8,3%. O valor coincide, por exemplo, com o total das dívidas dos portugueses ao fisco, segundo os números revelados no mês passado pelas Finanças.
        Após a quebra registada nos piores anos da crise, este foi o quarto ano consecutivo em que os milionários portugueses viram a conta bancária a engordar. E se nos anos anteriores as subidas rondavam as poucas centenas de milhões de euros, o salto dos últimos 12 meses foi um dos maiores já registados pela Exame.
        Quanto aos rostos que completam o ranking, há poucas surpresas a registar. No entanto, a lista do próximo ano poderá vir a sofrer alterações. O motivo? A morte de Américo Amorim, no passado dia 13 deste mês. As contas da Exame colocam a família Amorim no primeiro lugar da lista, com uma fortuna avaliada em 3840 milhões de euros, a maior desde 2014 e 20% acima do ano passado, quando o pecúlio dos reis da cortiça totalizava 3,1 mil milhões de euros. Porém, o valor contabilizado corresponde à fortuna do próprio Américo Amorim, não estando ainda a ser considerada a divisão da herança do fundador da Corticeira Amorim. O ranking de 2018 irá depender de como serão feitas as partilhas. As três filhas do empresário, Paula, Marta e Luísa, são as principais herdeiras da maior fortuna do país, que no ano passado cresceu à conta das valorizações em bolsa da Galp e da Corticeira.
        A família Amorim voltou a aumentar a distância face ao segundo classificado. Alexandre Soares dos Santos, ex-líder do grupo Jerónimo Martins, repete o segundo lugar no ranking, com uma fortuna agora avaliada em 2532 milhões, uma subida de 18% em relação ao ano passado, quando amealhou 2078 milhões de euros. A valorização próxima de 20% no último ano das ações do grupo que detém o Pingo Doce explicam o salto de quase 500 milhões de euros.
        E explicam a hegemonia que o clã detém na lista dos portugueses mais ricos. Fernando Figueiredo dos Santos, primo do atual presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, surge no 7.º lugar, com uma fortuna estimada em 664 milhões de euros, mais 120 milhões em relação ao ano anterior, quando era o 9.º da lista.
        Também prima de Alexandre Soares dos Santos e acionista da Jerónimo Martins é Maria Isabel dos Santos, que surge na 8.ª posição da lista, com uma fortuna de 664 milhões de euros. A mulher mais rica do país é dona de 10% da Sociedade Francisco Manuel dos Santos.
        A fechar o pódio pelo segundo ano consecutivo surge a família Guimarães de Mello, ainda que a mais de mil milhões de euros de distância de Soares dos Santos. A família que detém o Grupo José de Mello e controla empresas como a Brisa, a Cuf e a Efacec acumulou no último ano 1471 milhões de euros, mais 181 milhões do que em 2016. As três maiores fortunas juntas equivalem a mais de 14 milhões de salários mínimos.
        Ainda acima da fasquia dos mil milhões de euros está aquele que já foi o homem mais rico do país. Belmiro de Azevedo mantém a 4.ª posição do ranking, com uma fortuna de 1311 milhões de euros, mais 161 milhões quando comparado com o top de 2016. O grupo Sonae valorizou 38% em bolsa no último ano.
        António da Silva Rodrigues, o dono da Simoldes, é o 5.º mais rico, mas foi o único a perder dinheiro - 77 milhões.
        A maior novidade da lista dos portugueses mais ricos está nas últimas posições. O magnata da hotelaria Dionísio Pestana desaparece do top 10 para dar lugar a Maud e Pedro Queiroz Pereira. Nos últimos 12 meses, a Semapa disparou 68% em bolsa, o que explica a subida dos empresários da pasta de papel à primeira divisão da liga dos mais ricos de Portugal.

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        27
        Jul17

        VAI UM RECADO.

        António Garrochinho


        PARA OS SACANAS, OS ALDRABÕES, OS PALERMAS QUE AINDA JULGAM ENGANAR ALGUÉM.

        EU AMO AQUELE POVO QUE AINDA RESISTE NESTA SELVA DE VAIDADES, DE ESTUPIDEZ, DE ÓDIO SEM QUE HAJA MOTIVO PARA TAL, E SE MANTÉM LIVRE E ORIGINAL.

        AOS CÃES, ÁS CADELAS, À GENTE DE DUAS CARAS, GENTE RUIM PORQUE IGNORANTES OU PENEIRENTOS, SÓ O CHEIRO ME INCOMODA.

        DESEJO QUE AS PESSOAS TENHAM SUCESSO NA VIDA, TRABALHO, SEJAM ALEGRES NA VIDA INDEPENDENTEMENTE DAS SUAS ESCOLHAS E DESDE QUE NÃO FIRAM O SEU SEMELHANTE E O EXPLOREM.
        SOU PELA LIBERDADE E PELA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES. A CADA SER HUMANO A SUA VIDA, OS SEUS GOSTOS, A SUA MANEIRA DE INTERPRETAR E VIVER A VIDA.

        OS JUÍZOS DE VALOR, O ELITISMO, A CAGANÇA, O ALHEAMENTO MANHOSO PERANTE OS QUE SOFREM E SE ENCONTRAM EM SITUAÇÕES DE DEBILIDADE POR VARIADAS CIRCUNSTÂNCIAS NÃO MERECEM A MINHA ACEITAÇÃO E SIMPATIA.

        DETESTO GENTE FALSA !
        DETESTO GENTE MANHOSA !
        DETESTO OS XICOS ESPERTOS !
        DETESTO GENTE QUE TENTA MOSTRAR O QUE NÃO É ! DETESTO GENTE QUE APESAR DE APRENDER NÃO PRATICA, E ASSIM QUE ENCONTRA EM SITUAÇÃO DE ALGUMA ESTABILIDADE OPTA LOGO POR ENGANAR OUTROS.

        António Garrochinho

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