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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

29
Jul17

não se deu conta

António Garrochinho
sem perceber
ele pensava ser o maior
que à sua volta
por motivo de chacota
muitos o punham no altar mor
sim, para o escarnecer
mas ele continuava feliz
muito dono do seu nariz
egoísta e convencido
a sua percepção era tosca
era chato que nem uma mosca
estúpido, de sua matriz
não se deu conta de até morrer
talvez por saber esconder
de que alguma vez tivesse sofrido


António Garrochinho
29
Jul17

A IGNORÂNCIA, A PREGUIÇA E O PRECONCEITO - A arrogância intelectual do radicalismo pequeno burguês Agostinho Lopes

António Garrochinho





































A arrogância intelectual do radicalismo pequeno burguês

Agostinho Lopes

A ignorância pode ser suprida pelo estudo, pela investigação. Mas tal exige algum esforço intelectual. Quando se juntam as duas, o resultado para o jornalista e/ou comentador é mortal. Quando se mistura o preconceito, que estabelece a matriz da análise, temos o caldo entornado…

A que propósito vem todo este arrazoado moralista? Ao tratamento de muita Comunicação Social da posição do PCP sobre o dito pacote florestal do Governo PS, votado na quarta-feira, 19 de Julho, e em particular, o seu voto contra, o projecto do Banco de Terras do Governo.

Podiam-se sortear alguns exemplos. Por exemplo, Jorge Coelho, Francisco Louçã, este com o acinte da intriga, e outros. Escolha-se o último lido, Daniel Oliveira, no Expresso Diário de 24 de Julho (poder-se-ia falar do último Eixo do Mal), e o seu sermão ao PCP sob o bonito título "a-terra-ao-proprietário-mesmo-que-a-não-trabalhe"!

A ignorância. O Daniel, não tem que saber de tudo. E logo não tem de conhecer o longo e largo dossier da política florestal no País. E em particular, a relação incêndios florestais/estrutura da propriedade florestal e a sua diversidade. O Daniel não tinha de saber que o problema da pequena propriedade florestal, dita abandonada, é mais velho do que aquilo que nós sabemos…! O Daniel não tinha de saber as posições e propostas do PCP e do que debateu com o Governo e deputados do PS. O Daniel não sabe mesmo, mas a isso não era obrigado, o conjunto de projectos votados, e a história longa, política e parlamentar de algumas dessas questões e temas, como o do cadastro. O Daniel, não estudou, não investigou, não perguntou sequer. Mas isso tem um nome…
A preguiça. O Daniel não se deu ao trabalho de estudar o dossier. Leu as "criticas" (usemos este eufemismo) do BE e o aparente espanto do ministro Capoulas! Em linguagem popular, emprenhou pelos ouvidos… Podia ter lido, o que muitos especialistas portugueses escreveram por estes dias nos jornais. E não leu. Podia ter lido sucessivas Recomendações de Relatórios da Assembleia da República e não leu. Podia ter lido o que o PCP há muitos anos diz sobre o assunto. Podia até, não lhe ficava mal, ter perguntado ao PCP porque votou assim? Podia até ter-se interrogado e procurado esclarecer os dois grandes mistérios daquela votação. Porque defendem agora o PS e o Bloco o Banco/Bolsa de Terras e a expropriação da dita "propriedade abandonada" (O BE vai ainda mais longe que o PS, julgo que por pura ignorância). E porque votaram contra a Lei da Bolsa de Terras e a Lei da "Terra sem dono" do Governo PSD/CDS/Cristas?! E porque votaram o PSD e o CDS agora contra esses projectos com os mesmo objectivos dos que aprovaram no seu governo?! E Daniel, feito especialista (demasiado à pressa) na matéria, desatou a asneirar sobre o tema. Só vejo uma explicação, há contrabando na costa…

O preconceito. Pesou forte e feio, o preconceito anticomunista! E este, provoca, até no mais inteligente, uma forte cegueira e turbação no pensamento.

Tentemos responder ao que se julgam ser os eixos centrais da argumentação do Daniel.

    (i) O maior problema da floresta portuguesa é o minifúndio". A pequena propriedade. Abandonada. Não, não é! As aparências iludem. Isto não pode ser a olho nem pelo cheiro. Onde está tal demonstrado? Em que estudos está essa conclusão? Porque razão sucessivos 4 Relatórios da Assembleia da República sobre os incêndios florestais, em geral com grande consenso de todos os partidos, não abordam essa temática, nem a incluem nas suas conclusões e recomendações? Qual o motivo por que essa questão não está explicitada na Estratégia Nacional das Florestas, quer na versão de 2005, quer após a sua revisão em 2015? Porque é que a generalidade dos especialistas portugueses não se pronuncia assim? Porque razão os 6 destacados especialistas que publicaram o Manifesto no Expresso de 15 de Julho, em nenhuma das 10 ,medidas enunciaram esse problema, chave, segundo Daniel Oliveira, de toda a resposta ao problema dos incêndios?

Mas o que mostram os incêndios dos últimos anos desde 2003? Que arderam extensas áreas de matas públicas, nomeadamente 20/25% do Pinhal de Leiria e quase 100% da Mata Pública de Vale de Canas. Que até, contrariamente à voz corrente, ardem áreas geridas pelas celuloses, caso de 5.000 hectares da ex-Portucel na Serra d`Ossa/Évora (2006 – ainda hoje o PCP espera resposta à suas perguntas sobre esse incêndio). Que ardem com uma regularidade aflitiva extensas superfícies das Áreas Protegidas, inclusive reservas biológicas, no Parque Nacional do Gerês, Montesinho, Douro Superior, Serra da Estrela, S.Mamede. São áreas de pequenos proprietários? Alguns há, mas são quase sempre áreas baldias, e com a especial tutela do Estado. Aliás os baldios são um caso paradigmático, porque representando 500 mil hectares (11% da floresta portuguesa) com área média no Norte e Centro de 400 hectares, têm sido sucessivamente percorridos por incêndios! E ninguém, demonstrou até hoje que os incêndios nessas grandes áreas resultaram de contaminação por incêndios iniciados na pequena propriedade florestal abandonada…

    (ii) A reforma florestal de Capoulas Santos, passa, antes de tudo, por um processo de cadastro de propriedade". Para identificação da terra sem dono!? Antes passasse. O cadastro da propriedade rústica e florestal é uma questão central e está há muito, e por unanimidade colocado. A Estratégia Nacional das Florestas, EGF (2006) calendarizou a sua realização para estar concluído em 2013! Só que a esta unanimidade, não tem correspondido dotações orçamentais, pelas razões que se sabem. Serão algumas centenas de milhões de euros, e vai demorar anos, para fazer a coisa como deve ser. Pelo Decreto-Lei 224/2007, o então Governo PS, avançou um regime experimental de projectos-pilotos em nove concelhos e até foram disponibilizados alguns milhões em sucessivas Resoluções de Conselho de Ministros (RCM) com esse objectivo. Resultados? Não se sabem nem o Governo se descose! Em 21 de Outubro a Assembleia da República aprovou por proposta do PCP a Resolução 227/16 recomendando ao Governo a avaliação urgente dessas experiências piloto. E que "Realize com urgência, o cadastro rústico em Portugal, assente numa estratégia de equipas no terreno, dotando os serviços públicos dos técnicos de cadastro necessários ao acompanhamento desta tarefa extraordinária (…)". Ora a nada disto foi dada resposta, bem como à Pergunta 4462/XIII de 6 de Junho, exactamente sobre as experiências piloto, por julgarmos de grande importância para o debate do Pacote Florestal do Governo, inclusive do conhecimento da dimensão das terras sem dono. Como era importante conhecer os resultados da aplicação das leis, Bolsa de Terras, e Terras sem utilização, da era de Cristas...

Duas notas sobre esta questão. A primeira para constatar a rapidez com que alguns grupos parlamentares esquecem o que tinham votado, uns meses antes, na mesma sessão legislativa! O projecto de Cadastro Simplificado do Pacote do governo, era um fazer de conta. Nem sequer foi acompanhado da opinião dos departamentos que no Estado tutelam o problema, nomeadamente o Instituto Geográfico Nacional, IGP.

Ou melhor, foi a tentativa de passar para cima dos pequenos proprietários os custos e a responsabilidade da sua realização e riscos. A sua viabilidade, de que duvidamos, apesar de melhorado pelas propostas do PCP, vai poder ser demonstrada pela sua aplicação na zona martirizada de incêndio de Pedrogão. Mas o Cadastro, como as omeletas, não se fazem sem ovos…

    (iii) O Banco de Terras. O processo de concentração fundiária florestal, com a ideia (falsa) de que tal vai produzir a gestão activa da floresta já tem alguns anos. Começou com João Soares (destacado e competente técnico da Indústria das Celuloses), secretário de Estado do Governo PSD/CDS Barroso e Portas, após os incêndios de 2003. Foi depois recomeçado pelo Governo PSD/CDS/Passos e Portas e Cristas com as já referidas leis 62/2012 e 152/2015. Qual o resultado dessas iniciativas? Não seria indicado começar por verificar o que aconteceu, antes de novas réplicas legislativas sobre esses instrumentos?

A PPL do Governo do Banco de Terras previa no seu artigo 5º, que "os prédios do domínio privado do Estado e do património próprio dos institutos públicos aptos para utilização agrícola, silvopastoril e florestal são disponibilizados no Banco de Terras para arrendamento, venda ou para outros tipos de cedência, estes últimos apenas para entidades de natureza pública". Ou seja, o que o Governo admitia era a entrega do património florestal de Estado à concentração fundiária, a pretexto da gestão eficaz.

Ora o BE estava disponível para votar o texto naquelas condições, e o PS só apresentou propostas de alteração à proposta do Governo, para responder às preocupações que o PCP reiteradamente manifestou. Alterações que não foram suficientes para mudar o nosso sentido de voto porque, como as mais recentes declarações do ministro da Agricultura e do BE confirmam, o que estava em causa era e é a lógica do assalto à pequena propriedade.

Mas quando se fazem acusações ao PCP sobre a sua "negatividade" neste processo legislativo, "esquece-se" que o PCP, dada a sua particular complexidade e falta de informação relevante, e até a existência de um PJL do PSD/CDS sobre Cadastro (que estranhamente esteve em tratamento noutra Comissão Parlamentar!) propôs o seu adiamento para o início dos trabalhos parlamentares! Alguém acredita na "urgência" dessa aprovação em Julho! Não foi adiado a PPL dos Benefícios Fiscais por proposta do BE?

Mas o mais notável desta procura da área para garantir a gestão activa e a rentabilidade da produção florestal, é que essas cabeças nada digam sobre a questão crucial do preço da madeira! A questão que pode assegurar o desenvolvimento do mercado fundiário, de compra e arrendamento de terra florestal. Podiam pelo menos interrogar-se porque não funciona esse mercado! É por isso que invertem o ónus do negócio – primeiro a concentração da terra, depois o preço da madeira…Ora para o PCP deve ser o contrário. Mas sabe-se a quem agrada essa perspectiva.

O motor de uma gestão activa da floresta, numa economia capitalista, está na rentabilização económica da produção florestal. E, não sendo despiciendas outras receitas, é a produção lenhosa o factor chave para uma efectiva rentabilidade da floresta. Na actual situação da floresta portuguesa, esta questão não pode deixar de significar a comercialização a preço remunerador do eucalipto, pinheiro, cortiça e também da madeira de espécies autóctones. Ora o mercado dos principais produtos florestais, particularmente das fileiras (eucalipto, pinheiro, cortiça) que são dominadas / monopolizadas, respectivamente pelos oligopólios das celuloses / pasta de papel, dos aglomerados e da transformação da cortiça.

Há um mercado de produção lenhosa? Não. Há um simulacro de «mercado» completamente distorcido e sem qualquer transparência na formação do preço por posições oligopolistas, ausência de exportação significativa para o eucalipto o pinheiro e outros produtos, assim como a total falta de informação de parte significativa dos agentes, nomeadamente dos pequenos e médios produtores florestais.

A floresta portuguesa exige, reclama do Estado, uma ampla e musculada intervenção no mercado da produção lenhosa. Com a lucidez de que tal não resolverá muitos dos principais problemas da floresta portuguesa, pelo menos em tempo oportuno, para responder às questões do ordenamento e prevenção da floresta contra os incêndios. Mas um mercado de produção lenhosa a funcionar com transparência e informação, assegurando à produção preços remuneradores da matéria-prima florestal, é uma questão essencial.

Não é estranho, que em longos preâmbulos legislativos esta questão não seja abordada? É essa uma questão insistentemente levantada pelo PCP e novamente presente no PJR 993/XIII" Soluções para os problemas da produção lenhosa".

    (iv) O processo legislativo da Reforma da Floresta de Capoulas Santos. As posições e intervenção do PCP sobre a dita Reforma não começaram em Julho, na pressão da tragédia de Pedrogão. Logo após o seu anúncio público com a decisão da Reunião do Conselhos de Ministros da Lousã, e posteriormente em Janeiro por Conferência de Imprensa no fim da audição pública realizada sobre a "Reforma". O que nenhum outro partido fez! Nessas posições, e depois em todo o diálogo com o Governo sobre o assunto, sempre afirmamos que o conjunto de diplomas da chamada Reforma Florestal, não resolveriam os problemas da floresta portuguesa, constituindo mesmo uma ilusão a ideia que aqui estava a inversão do caminho que vinha sendo seguido há muito. Que a grande questão eram a falta de meios, recursos humanos e dotações financeiras para colocar em prática muito do que está já legislado, designadamente na Estratégia Nacional Florestal, e nomeadamente o problema do Cadastro.

Mas sempre consideramos que era possível aperfeiçoar e corrigir o quadro legislativo. Foi assim que no final da votação final global da chamada Reforma Florestal, ainda que o resultado inclua elementos negativos, o PCP pode afirmar que foi pela sua intervenção que o Governo fica obrigado: a criar, até 2019, as Equipas de Sapadores em falta, para atingir o objectivo nacional de 500; a (re)criar o Corpo de Guardas Florestais; a criar linhas de financiamento modulado para o equipamento de máquinas agrícolas com mecanismos de segurança; à realização dos procedimentos administrativos à realização da informação cadastral simplificada, não sendo esse ónus dos proprietários, que podem recorrer aos técnicos das entidades públicas para a tramitação dos processos, com apoio às pessoas com insuficiências económicas; e se assumiu como tarefa do ICNF a gestão nacional da área global da Espécie Eucalipto, de forma a aproximar-se progressivamente da área prevista na Estratégia Nacional Florestal, estabelecendo a opção de começar pelas de maior dimensão; se esclarece que o Eucalipto não pode ser plantado em zona de regadio e que os proprietários florestais afectados pelas faixas de gestão de combustível têm garantias de ser ressarcidos.

O que não impede o PCP de continuar a afirmar que o conjunto dos diplomas agora aprovados não é a resposta às necessidades da Floresta Portuguesa, sendo agora necessário verificar, particularmente em sede de Orçamento do Estado, quais os meios que serão assegurados para o cumprimento da legislação existente.

Acrescente-se que o voto contra na proposta relativamente ao Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, sinaliza a rejeição da transferência para as autarquias locais da responsabilidade dos trabalhos de gestão de combustível nas faixas primárias, caso os proprietários não procedam à sua realização. E não podemos deixar de registar o facto de ter sido o BE, com o PSD e o CDS, a garantir que essa medida fica consagrada na lei, mesmo depois de ter sido repetida a votação e de se ter visto qual seria o seu resultado.

    (v) A responsabilidade dos comunistas pelos futuros incêndios florestais, segundo Daniel Oliveira. Se fosse apenas ridícula tal referência, não mereceria uma palavra. Ficaria como marca de quem a escreveu. Mas é um insulto ao trabalho único, sem que qualquer outro Partido português se lhe possa comparar, ao longo dos 43 anos de democracia. Só como exemplo. Foi da iniciativa do PCP a Lei de Bases da Política Florestal, a Lei 33/96 aprovada na Assembleia da República, só com a abstenção do CDS, e ainda hoje peça central de todo o edifício legislativo erguido, infelizmente não cumprido. Foi do PCP a iniciativa legislativa PJL 392/I de 1980, Zonas de Intervenção Florestal, chumbada pela maioria PSD/CDS da criação das ZIF e retomada passados mais de 30 anos. Quem de facto quiser conhecer o trabalho do PCP em defesa das florestas portuguesas, pode com proveito consultar muitas páginas do Diário da Assembleia da República. Uma abordagem de muitos anos, crítica, mas construtiva e sempre disponível para partilhar com todas as outras forças políticas e sociais respostas eficientes aos problemas da floresta portuguesa. Como sabem os que há anos se preocupam com esses problemas…O que não é caso do Daniel Oliveira.

Mas há uma coisa que custa a suportar. E o Daniel sabe o que é…O Daniel (e outros) multiplicam aquelas abordagens e sabem de experiência feita que o PCP não pode responder, porque em geral, quase a 100%, o PCP não está presente. Por pura descriminação, que o Daniel conhece…E quem tiver dúvidas pode até perguntar ao Presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social. 

26/Julho/2017

paginaglobal.blogspot.pt
29
Jul17

SUL - Hoje o meu camarada Edgar Silva perguntava: onde começa o sul? Sem propósito, dei por mim a responder-lhe....

António Garrochinho


Hoje o meu camarada Edgar Silva perguntava: onde começa o sul?
Sem propósito, dei por mim a responder-lhe....
A viagem magnifica
Onde começa o sul?
No cardo, rosa do deserto, na imensa praia
Robaleira
Ao fim da tarde
Quando passam as caravanas
De açafrão
E as mulheres desviam o olhar de linho
Do viajante solitário.
Talvez no comboio
Velho
Rumo a Beja
Onde Al-Mu’tamid
Ensina
O sândalo
No cigarro livre à vigilância distante dos pais.
O sul são línguas do mediterrâneo
Lambendo no cante
a condição
dos Homens que transportam
na sua
a morte dos filhos.
O sul é a cal
Eterna
Ardendo rente à pele
Orvalhada dos limões.
O sul cheira a cavalos selvagens
Rompendo restolhos
Onde brincam as infâncias
Esquecidas à impiedosa mão do tempo.
O sul são os estorninhos
E as andorinhas regressadas de Marrocos.
O sul é pão duro
E a lonjura dos olhos.
O sul começa
Em Kayhan Kalhor e Erdal Erzincan
E reinincia
Na saudade.
O sul é a pele queimada dos ciganos
E o seu melancólico cantar chorar
Das fogueiras.
O sul não começa.
O sul não acaba.
O sul são cinzas
Depois dos amantes.
O sul são os álamos, as oliveiras
E os freixos.
O achigã grelhado
E a mão no ombro
Antes da solidão do cante.
O sul são as navalhas abertas no balcão.
O Sul é uma gamboa intacta
Antes da fome.
E uma lebre que salta
Como o sonho dos homens.
O sul é Aljustrel
E Marraquexe.
O Sul é Ferreira e a taberna do Carnau.
O sul é esta saudade sufocante.
O sul são os torresmos
Em Quintos
E o sonho em Baleizão.
O sul é a Alice chamando para a mesa.
O Sul é o Partido Comunista
E a enorme distância.
o sul são beijos.
O Sul é este exilio.
O Sul é o local secreto
Cisterna sentida
Das lágrimas.
O sul é o respirar das mães
E o sufocar suão
Da solidão.
O Sul são os seios
como rolas amanhecidas
na puberdade.
O sul é a fome dos homens
E a resposta
Reforma agrária.
O sul é o «rabo de raposa»
Para a aflição
Imediata.
O sul são noites inteiras de pesca
E a palavra camarada
Como primeira.
O sul é pão.
O sul são estevas em brasa
Ante o frio rijo de Novembro.
O sul são crinas.
O sul são as fontes de Castro verde
E a sede da minha bebedeira.
O sul é minha mãe chamando
Como se a noite
Fosse a derradeira.
António Lains Galamba 

Ourém
28 Julho de 2017
29
Jul17

Homem cobre o piso de sua barbearia com 70.000 moedas, e o resultado é fascinante!

António Garrochinho

Quando um dono de barbearia, Rich Holtham, recebeu um orçamento de £ 1000 (Libras Esterlinas para reformar o piso do novo estabelecimento, ele decidiu que podia fazer melhor. Então, ele trocou 700 Libras por 70 mil moedas de 1 centavo e cobriu todo o piso com elas.
Rich disse ao DailyMail:

Queríamos um novo piso, mas o custo de fazer isso era alto e queríamos fazer algo diferente, então procuramos por algumas idéias diferentes na internet.

Toda a equipe da barbearia passou uma semana inteira colando as moedas no chão, isso sem contar com o preenchimento dos espaços que sobraram entre as moedas.
O proprietário de 4 barbearias no Reino Unido disse:

Tivemos que levar nosso próprio dinheiro para o banco e tivemos que trocar por centenas de centavos.  No final, tiramos 700 Libras em moedas. Resultando em 70 mil moedas.

No final, a barbearia não conseguiu apenas o piso mais legal da cidade, mas também propaganda gratuita.

As pessoas tiveram muito interesse no piso, para ser sincero. Muitas pessoas que passam na frente da loja, entram para tirar algumas fotos. Ganhamos muitos clientes com isso.

Parecia que nunca iríamos terminar!


O resultado realmente ficou fantástico.
cobre o piso de sua barbearia com 70.000 moedas
Nada mal, não acha?


otimundo.com
29
Jul17

O CAPITALISMO NO SEU MELHOR ! - Pedrógão: Meo exigiu pagamento de multa por cancelamento de contrato de vítima

António Garrochinho


Daniel Rocha

A operadora de telecomunicações Meo aplicou uma penalização de 139 euros pelo cancelamento do contrato de uma vítima mortal do incêndio de Pedrógão Grande, uma situação em que a Associação de Direito do Consumo diz não haver razão para multa.
Fernando Mendes Silva, de 70 anos, comunicou a morte do filho à Meo, apresentando a certidão de óbito, com vista ao cancelamento do contrato de serviço de telecomunicações, para a operadora "deixar de fazer débitos directos" na conta da vítima, um funcionário da Câmara de Castanheira de Pera que morreu na Estrada Nacional 236-1, nos incêndios de Junho.
"Quando recebi a carta fiquei atónito", disse à Lusa Fernando Mendes Silva, que a 7 de Julho recebeu a informação da Meo de que iria ser facturada (por débito directo), "a título de penalização", a quantia de 139,32 euros por o cancelamento do contrato decorrer ainda durante o período de fidelização. A carta foi enviada para a morada de Fernando Mendes Silva, em Figueiró dos Vinhos, mas ainda endereçada ao filho, Fernando Rui.
"Fiz a reclamação, entrei em contacto com um assistente e mandei um e-mail para eles a explicar a situação", disse o pai da vítima, que na segunda-feira recebeu uma mensagem a dizer que "ainda estão a resolver a situação". Confrontada pela agência Lusa, a Meo escusou-se a prestar qualquer comentário. "A questão não é os 139 euros. É a atitude", referiu Fernando, criticando a burocracia que tem enfrentado "por tudo e por nada".
Além da situação com a operadora de telecomunicações, Fernando Mendes Silva comunicou à seguradora Fidelidade o falecimento do filho e a destruição total do veículo para anular o débito "de mais seis meses de seguro". No entanto, "passado um tempo", a seguradora acabou por debitar o valor.
Na terça-feira, após ser confrontada pela agência Lusa, a Fidelidade voltou a contactar Fernando Mendes Silva a pedir "desculpa pelo sucedido" e a referir que iriam devolver a importância que tinham debitado, contou o pai da vítima.
Questionada pela Lusa, a seguradora explicou que "já não conseguiu travar o pagamento da apólice por a mesma se encontrar em processo automático no momento da comunicação da ocorrência", sublinhando que já estava em contacto com o familiar do titular do seguro para "devolver o valor" que tinha sido pago.
O especialista em Direito do Consumo Mário Frota mostrou-se "perplexo" com a situação com que Fernando Mendes Silva se deparou. "A morte é uma das causas de extinção dos contratos. Os contratos caducam com a morte do titular. Tendo caducado, não há rigorosamente qualquer prestação em dívida", frisou o presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC). Mário Frota, afirmando-se "espantado", sublinhou que a situação "é aberrante".
Sobre o que se deve fazer, o especialista explicou que numa situação destas a pessoa "não deve pagar e deve imediatamente cancelar o débito directo" e apresentar uma reclamação no livro de reclamações, numa das lojas da empresa ou através da via electrónica.
No caso de telecomunicações, deve depois recorrer ao tribunal arbitral de conflito de consumo (no caso dos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera é o tribunal de Coimbra), enviando uma carta a expor a situação.
O recurso a este tribunal é gratuito e evita que as empresas "apresentem uma injunção no Banco Nacional de Injunções", que obriga os familiares a recorrer a advogado. No Tribunal Arbitral de Conflito de Consumo, apenas será necessário ter uma "apreciação negativa" desse organismo, a dizer que o contrato caducou e que "a pessoa não deve nada".

Já no caso de seguradoras, os familiares podem dirigir-se ao tribunal arbitral competente nessa área, o Centro de Informação, Mediação, Provedoria e Arbitragem de Seguros.
Mário Frota considerou que, seja no caso das vítimas de Pedrógão Grande, seja noutro caso qualquer, as empresas que tomam estas posturas "deveriam ser condenadas pelos danos morais que causam nos familiares".
O incêndio que deflagrou a 17 de Junho em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e alastrou a outros concelhos, demorando uma semana a ser extinto, fez 64 mortos, segundo as autoridades.

www.publico.pt
29
Jul17

O MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA - OSCAR NIEMEYER

António Garrochinho

Memorial da América Latina é um centro culturalpolítico e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989 na cidade de São PauloBrasil. O conjunto arquitetônico, projetado por Oscar Niemeyer, é um monumento à integração cultural, política, económica e social da América Latina, situado em um terreno de 84.482 metros quadrados no bairro da Barra Funda. Seu projeto cultural foi desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro.
É uma fundação de direito público estadual, com autonomia financeira e administrativa, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura.

O complexo é constituído por vários edifícios dispostos ao longo de duas áreas unidas por uma passarela, que somam ao todo 25.210 metros quadrados de área construída: o Salão de Atos, a Biblioteca Latino-Americana, o Centro de Estudos, a Galeria Marta Traba, o Pavilhão da Criatividade, o Anexo dos Congressistas, o edifício do Parlamento Latino-Americano e o Auditório Simón Bolívar — que sofreu um incêndio em novembro de 2013. Na Praça Cívica, encontra-se a escultura em concreto, também de Niemeyer, representando uma mão aberta, em posição vertical, com o mapa da América Latina pintado em vermelho na palma, simbolizando uma mancha de sangue, em referência aos episódios turbulentos do passado e aos problemas sociais da região.

O memorial possui um acervo permanente de obras de arte, exibidas ao longo da esplanada e nos espaços internos, e conta com um centro de documentação de arte popular latino-americana. A biblioteca possui cerca de 30 mil volumes, além de seção de música e imagens. 

O complexo promove exposiçõespalestrasdebates, sessões de vídeo, espetáculos de teatromúsica e dança

Mantém o Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, organização de fomento a pesquisas acadêmicas sobre assuntos latino-americanos. 
Publica regularmente a revista Nossa América e livros variados.

Serviu de sede ao Parlamento Latino-Americano entre 1989 e 2007 (atualmente localizado na cidade do Panamá).








Panorama do memorial.
Erguido um terreno de 84.482 metros quadrados o complexo arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer para o Memorial da América Latina é uma importante referência na paisagem urbana de São Paulo. O conjunto original, composto por seis edifícios principais, soma 25.210 metros quadrados de área construída e é dividido em duas partes: de um lado, encontram-se a Biblioteca Latino-Americana, a Galeria Marta Traba (antigo restaurante) e o Salão de Atos, dispostos ao longo da Praça Cívica, inteiramente pavimentada, sem árvores ou jardins, destinada a manifestações populares. Também se localizam na Praça Cívica o Centro de Recepção de Turistas, apelidado de "Queijinho" e a grande escultura em concreto, também idealizada por Niemeyer, representando uma mão aberta com sete metros de altura, tendo ao centro o mapa da América Latina em baixo-relevo, pintado de vermelho, simbolizando sangue a escorrer.
Do outro lado, encontram-se o Pavilhão da Criatividade, o edifício da administração e o Auditório Simón Bolívar. Posteriormente, Niemeyer acrescentou o edifício do Parlamento Latino-Americano. As duas partes, divididas por uma avenida que corta o terreno no sentido longitudinal, são interligadas por meio de uma passarela.
No Salão de Atos, na biblioteca e no auditório, Niemeyer optou por utilizar abóbadas apoiadas em grandes vigas - uma releitura do partido utilizado na Igreja da Pampulha, na década de 1940, e retomado com algumas modificações estruturais no edifício do auditório da Universidade de Constantine, em Argel(1968).

O Salão de Atos é o foco da Praça Cívica, assumindo papel de destaque no conjunto, ainda que o edifício possua a mesma matriz formal da biblioteca e do auditório. 
É constituído por uma única abóbada apoiada sobre a viga, de forma perpendicular ao solo. Nos extremos da viga, duas grandes colunas marcam a entrada, onde se situa também o parlatório, posicionado sobre o espelho d'água.A unidade do conjunto é garantida pela utilização generalizada dos mesmos recursos plástico-estruturais, ainda que sob linguagens diferentes. A tônica cromática é fundamentada no uso do concreto pintado de branco e nas caixilharias de vidro preto, bem como pelo piso de concreto sem pintura. 

O emprego de amplas superfícies curvas, com marcantes contrapostos verticais, e os grandes vãos proporcionados pelas vigas da biblioteca e do Salão de Atos também proporcionam consistência ao partido arquitetônico. A monumentalidade do memorial resulta mais dos amplos recuos - que permitem a compreensão das relações estabelecidas entre os componentes do conjunto - do que da arquitetura individual dos edifícios, econômica em desenho, ainda que arrojada do ponto de vista estrutural.

O edifício da biblioteca é formado por duas abóbadas apoiadas em uma longa viga central com 90 metros de extensão, dialogando com o Salão de Atos. A abóboda de menor raio marca a entrada do edifício, com revestimento em vidro preto, ao invés do concreto. Os apoios situados fora do edifício, constituídos pelas duas altas colunas que se unem à viga, permitem um interior livre e garantem um aspecto "leve" à construção.

auditório é maior e mais complexo edifício do conjunto. É dotado de duas plateias com 1600 poltronas, dedicadas a apresentações artísticas e a realização de congressos e convenções. Seus espaços principais (foyerplateias e palco) são criados por meio do arranjo de três abóbodas sucessivas, duas das quais apoiadas em uma grande viga de concreto. Sob a sequência de abóbodas encontra-se abrigado o caixilho de vidro. Nas laterais do edifício, dois volumes paralelepípedos neutros, semienterrados e visualmente isolados, servem como anexos, sediando áreas de apoio para artistas e congressistas.

restaurante, posteriormente convertido em galeria de arte, consiste em um edifício em formato de cilindro raso, elevado a meio nível do solo, com cobertura sustentada por um único apoio central. Dessa forma, o interior se encontra livre de quaisquer interferências físicas e visuais, permitindo ao visitante enxergar simultaneamente todas as obras expostas.

O Pavilhão da Criatividade, em forma de barra encurvada, possui uma arquitetura mais convencional, servindo como anteparo das linhas férreas que servem ao Terminal Barra Funda. É dotado de um grande beiral, percorrendo o espaço entre o auditório e o Parlatino, assumindo o papel de abrigo sombreado para o público. A sucessão de pórticos resultantes desse beiral confere ritmo à perspectiva e diferentes possibilidades de enquadramentos visuais do conjunto arquitetônico.

O edifício da administração, situado fora do trajeto demarcado pela passarela, difere do conjunto, tanto por não possuir o caráter de acesso irrestrito dos outros espaços quanto pelo contraste resultante de sua concepção racional, em comparação às formas sinuosas dos demais edifícios. É composto por um grande paralelepípedo suspenso, apoiado em quatro pilares ocultos no hallde acesso no térreo, gerando a falsa impressão de estar sustentado unicamente pela viga da cobertura.
O edifício do Parlatino (Parlamento Latino-Americano), tal como o restaurante, constitui um contraponto às abóbodas do Memorial. É composto por um volume cilíndrico de grande porte, assumindo um lugar de destaque sob a perspectiva dos transeuntes que chegam à esplanada vindos da passarela.



Equipamentos e espaços

Esculturas


Praça Cívica

Quem chega pela entrada do metrô, no portão 1, encontra logo a Mão, escultura de Oscar Niemeyer, em cuja palma vemos o mapa da América Latina como que em sangue. É um emblema deste continente colonizado brutalmente e até hoje em luta por sua identidade e autonomia cultural, política e socioeconômica. A escultura é em concreto aparente, com baixo-relevo com pintura em esmalte sintético, possui sete metros de altura e se localiza na Praça Cívica.
A Praça Cívica, também conhecida como Praça do Sol, é uma grande área aberta e inteiramente pavimentada, unindo os edifícios da Biblioteca Latino-Americana, do Salão de Atos e da Galeria Marta Traba, destinada a sediar manifestações culturais diversas, como festas típicas dos países latino-americanos e de regiões do Brasil, concertos, shows populares, oficinas, etc. Possui 12.000 m2 de área e capacidade para 40.000 pessoas. Também se localizam na praça o Centro de Recepção de Turistas e algumas de obras de arte, nomeadamente a escultura Mão, de Niemeyer, em concreto armado e com sete metros de altura, símbolo do complexo e marco urbano da cidade. 

A praça é interligada ao espaço aberto localizado do outro lado da Avenida Auro Soares de Moura Andrade por meio de uma passarela. Este segundo espaço recebeu o nome de Praça da Sombra, em função das 160 palmeiras jerivá que lá foram plantadas. Há uma área verde com aproximadamente 16.000 m2 distribuídos atrás das instalações, na lateral dos estacionamentos e na área contígua aos muros.

Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana

A Galeria Marta Traba é um espaço expositivo voltado à difusão da arte latino-americana e ao intercâmbio cultural entre os artistas do continente. É o único espaço museológico inteiramente dedicado à arte latino-americana existente no Brasil. Está sediada em um edifício circular de aproximadamente 1.000 m2, originalmente projetado para abrigar um restaurante. O prédio é sustentado por uma única coluna central e circundado por painéis, permitindo aos visitantes uma visão ininterrupta da área expositiva. A galeria possui duas salas expositivas, dotadas de equipamentos de climatização e de controle de umidade e iluminação, além de reserva técnica. Promove exposições de curta e média duração de artistas emergentes e consagrados.

pt.wikipedia.org


29
Jul17

A primeira pessoa a descer as Cataratas do Niagara de barril foi uma professora de 63 anos, em 1901

António Garrochinho

A primeira pessoa a a descer as Cataratas do Niagara e viver para contar a história não foi nenhum temerário famoso, mas uma professora viúva chamada Annie Edson Taylor. Annie estava com problemas financeiros quando teve a ideia de jerico de desafiar as enormes quedas em um barril para garantir fama e fortuna. Ela teve muitos contratempos para a realização deste projeto, particularmente porque ninguém desejava ser parte de um potencial suicídio. Ela usou um barril de carvalho com um interior grosseiramente acolchoado, que ela testou anteriormente com seu próprio gato na cachoeira.

A primeira pessoa a descer as Cataratas do Niagara de barril foi uma professora de 63 anos
Annie Edson Taylor com seu gato e o barril que ela desafiou às quedas.
O felino traumatizado sobreviveu ao mergulho; então, em 24 de outubro de 1901, no dia de seu 63º aniversário, Annie foi levada de barco até o meio do rio, com sua almofada em forma de coração, para proteger a cabeça, entrou no barril, que seus amigos injetaram ar com pressão mediante uma bomba de bicicleta (eficiência zero), tampando logo o orifício com uma rolha, e deixando o barril a deriva perto da margem americana ao sul da ilha das Cabras.

A correnteza do rio Niagara levou o barril até as Quedas Horseshoe canadenses onde o barril despencou no vazio sem chocar-se (por sorte) com as muitas rochas que existem submersas no local. Menos de vinte minutos depois, ela foi recuperada do fundo das quedas, apenas com um pequeno corte na cabeça.
A primeira pessoa a descer as Catarastas do Niagara de barril foi uma professora de 63 anos
A descida em si não durou mais de 20 minutos, mas passou bem mais tempo antes de que o barril chegasse em terra firme e pudesse ser aberto. Depois da façanha, Annie disse que jamais faria aquilo de novo:

- "Preferiria ser colocada na boca de canhão, sabendo que voaria em pedaços, do que fazer outra viagem às cataratas", advertiu.
A primeira pessoa a descer as Catarastas do Niagara de barril foi uma professora de 63 anos
Annie ganhou um pouco de dinheiro e fama dando entrevistas em que contava sua experiência, mas nunca conseguiu amealhar uma grande fortuna, que gastou, em grande parte, pagando detetives particulares para que localizassem seu agente, Fran M. Russel, que fugiu com o barril. Com o tempo, ele foi localizado em Chicago, lugar do qual desapareceu definitivamente tempo depois.
A primeira pessoa a descer as Catarastas do Niagara de barril foi uma professora de 63 anos
Em 1906, ela falou da possibilidade de realizar um segundo salto nas cataratas, de escrever uma novela ou de retomar o filme do salto que em 1901 tentou realizar sem sucesso. Nesses anos também trabalhou como charlatã administrando tratamentos terapêuticos magnéticos para a população local.

Annie passou os últimos anos de sua vida posando com turistas em fotografias e vendendo lembranças em um posto de souvenires, bem como tentando ganhar dinheiro na bolsa de Nova Iorque.

VÍDEO

Ela morreu em 29 de abril de 1921, quando tinha 82 anos, na enfermaria do condado de Niagara em Lockport, Nova York, e foi enterrada na seção de acrobatas do cemitério de Oakwood em Niagara Falls, Nova York.

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29
Jul17

O impressionante mundo pagão dos eslavos

António Garrochinho
Esta espantosa sessão de fotos chamada "Poesia Pagã" mostra ao mundo como é rica a cultura eslava. Afinal quando você pensa sobre cultura eslava a primeira coisa que vem a mente são os estereótipos relacionados a vodca, chapéus de pele e igreja ortodoxa. A fotógrafa polaca Marcin Nagraba, no entanto, quis mostrar ao mundo uma visão mais antiga de suas raízes eslavas, clicando todo o caminho de volta aos tempos pagãos. Para criar esta impressionante sessão de fotos, a artista, junto com Agnieszka Osipa, autora destas magníficas fantasias, inspirou-se na antiga mitologia e tradições eslavas.

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O cristianismo chegou ao mundo eslavo entre os séculos 7 e 12, mas antes disso, a região era um viveiro de mitologias e politeísmo. Embora pouco se sabe até hoje sobre seus rituais misteriosos, os relatos dos primeiros exploradores bizantinos descrevem os antigos eslavos como adoradores do trovão e da terra, sem dúvida se referindo a Perun, o maior deus do panteão e o equivalente eslavo do Zeus grego.

Uma das modelos é mãe da fotógrafo, e ter uma "babushka" nesta sessão fotográfica dá-lhe um toque ainda mais eslavo. Um que captura retratos de tirar o fôlego e que nos lembram a maravilha e a sabedoria das eras passadas. Veja cada foto e deixe-se retroceder no tempo por um momento.
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29
Jul17

As inquietantes esculturas feitas com detrito de madeira no meio de bosque pelo japonês Nagato Iwasaki

António Garrochinho
Imagine que você está caminhando por um solitário e frondoso bosque, um pouco absorto e pensativo naquele mergulho na natureza e, de repente, topa com uma destas estátuas que emergem da maneira quase visceral das entranhas da natureza. Assombrosas e belas ao mesmo tempo, estas estátuas são o resultado do trabalho minucioso do escultor japonês Nagato Iwasaki. Um verdadeiro trabalho de formiguinha. Primeiro ele recolhe dezenas de detritos de tocos de madeira nas margens do rio e depois começa a montar seus quebra-cabeças antropomórficos.

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Nagato não é o primeiro e nem único artista trabalhar com madeira reciclada para formar estas estátuas singulares e dotadas de grande expressividade, mas certamente ele é um dos poucos que consegue nos fazer refletir sobre o círculo, como um ouroboros, que se fecha entre o homem e a natureza.
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29
Jul17

Insolvências no Algarve aumentaram 47% no primeiro semestre do ano

António Garrochinho






O distrito de Faro foi o único do país que viu o número de insolvências de empresas aumentar no primeiro semestre de 2017 (45%), quando comparado com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo estudo COSEC Dinâmica Empresarial.
De acordo com estes dados, 75 empresas no Algarve entraram em insolvência nos primeiros seis meses de 2017 quando no mesmo período de 2016, foram 51. Estes números representam um aumento de 45%.
Os resultados do Algarve contrariam a tendência nacional, tendo em conta que o número de insolvências no país baixou 22%.
De acordo com o estudo, a maioria dos casos de insolvência foram microempresas do setor dos serviços e «as insolvências registadas representam a perda de mais de 9500 postos de trabalho e cerca de 210 milhões de euros de créditos a fornecedores que ficaram por regularizar.

www.sulinformacao.pt
29
Jul17

A hipocrisia dos mercenários

António Garrochinho


O espectro do comunismo continua a assustar os grandes senhores do dinheiro , a máfia das negociatas  e o capital financeiro. As ideias dominantes são as da classe dominante  veiculadas nas universidades , produção cultural e comunicação social dominante .Veja-se o que se passa, por exemplo, na Televisão pública e na RDP.
Tantos anos de Bloco Central no poder tinha de ter consequências.
Quantos homens de mão de Barroso , Sócrates, Portas , Cavaco ,  Passos , só para falar nos mais recentes, estão alcandorados em postos de decisão e de influência na RTP e RDP? Qual o  seu dominador comum ? O anti comunismo .
Anti comunismo no comentário , no noticiário , na escolha dos enlatados , nas séries algumas bem feitas com bons actores , mas com uma clara visão unilateral ,mentirosa e profundamente anti comunista. Quando são denunciadas , como acontece com uma série sobre a resistência francesa em que o PCF é menorizado e caricaturado , os responsáveis dizem que é ficção e escrevem-no como nota de rodapé em minúsculas na própria série . Hipócritas .
Este artigo FOICEBOOK http://bit.ly/2tKx2rA
abrildenovomagazine.wordpress.com
29
Jul17

Estes museus deixam-te dormir no seu interior para uma noite totalmente diferente

António Garrochinho


Se você já sonhou em cochilar ao lado de alguns dinossauros ou passar a noite em um museu de arte, está com sorte. Hoje em dia, muitos museus oferecem eventos noturnos que permitem que aventureiros visitantes durmam em meio a suas coleções.
Confira algumas opções:
natural
Para uma noite autêntica de experiência em um museu, nada melhor do que o Museu Americano de História Natural em Nova York. Por lá, os hóspedes aventureiros são convidados a explorar os salões do edifício e exposições com lanternas antes de eventualmente montar acampamento sob a icônica baleia azul do museu. É possível organizar uma festa de pijamas para pessoas de todas as idades no local.
san_fran
Adoravelmente batizado de ‘Pinguins e Pijamas’ a pernoite na Academia de Ciências da Califórnia tem algo a oferecer para todos, desde os amantes dos animais aos aspirantes a astronautas. Os convidados dormem em frente ao no aquário, onde podem ver cara a cara o ilustre morador Claude, o jacaré albino.
Museu Britânico – Londres
britanico
O Museu Britânico – um dos museus mais visitados do mundo – permite que os hóspedes “desfrutem de uma noite de sono monumental.” Infelizmente esta experiencia só é disponível para crianças entre 8 e 15 anos inscritas no programa Jovens Amigos.
Arquivo Nacional, Washington DC
archives
Se você preferir documentos a dinossauros, você pode apreciar a declaração da independência, da constituição, e da declaração de direitos nos arquivos nacionais. Após amplas atividades e uma noite de cinema, convidados de todas as idades se instalam na bela rotunda do prédio.
hall_
O National Baseball Hall of Fame e Extra Innings Overnights do Museu são uma maneira divertida para as famílias se unirem ao beisebol. Além de atividades práticas e acesso à exposição, os hóspedes são tratados como se estivessem em um estivessem em um filme de beisebol. Este evento está aberto a famílias com crianças de 7 a 12 anos.
spy
Destinado a pequenos agentes secretos, o KidSpy Overnight entretém crianças entre 9 e 13 e suas famílias com “uma noite de KidSpy top-secreta formação.” Os convidados usam disfarces e adivinham códigos secretos antes de adormecer nas galerias com exibições em alta tecnologia.
* Imagens: Reprodução fonte


vivimetaliun.wordpress.com
29
Jul17

A TODOS QUE GOSTAM DE SER TRATADOS POR COLABORADORES

António Garrochinho


Coisas da insensibilidade:

Picolé, de seu verdadeiro nome Ana Paula Mota, foi despedida da RTP nas vésperas do seu aniversário, em 2007. 
Teve seis ataques cardíacos, foi submetida a um triplo bypass e ficou cega.
Em 2013 estava proibida de se aproximar das instalações da RTP.
A Assembleia da República, em 2007, tinha acabado de discutir o assunto dos recibos verdes e ficou decidido que uma pessoa a trabalhar naquelas condições ao fim de uma quantidade de tempo tinha de ser imediatamente integrada nos quadros. Antes que a Lei saísse, foram despedidos jornalistas, técnicos, operadores de câmaras, etc.
Numa entrevista refere isto: "O meu pai é Capitão de Abril e a justiça foi-me incutida desde pequenininha. Sempre me ensinaram que os seres humanos têm de ser tratados como tal."
Meteu uma acção em tribunal contra a RTP, ganha na primeira instância, mas a RTP recorre e a Relação anula tudo. tinha local de trabalho, hierarquia, horário e remuneração fixa...
Mas a RTP alegou sempre que era, apenas, uma "colaboradora".
Sabem, agora, o que as entidades patronais querem com isso de chamar "colaboradores" aos trabalhadores? E alguns gostam de ser chamados assim.


29
Jul17

O CHARCO

António Garrochinho

A porca Ana Lourenço da RTP3, melíflua e vestida de preto à “la neo-gótica”, denominação grotesca pós-moderna, que apenas é usada por mentecaptos, entrevista um pederasta de nome Miguel qualquer coisa (o nome acaba em “Y”), e encenam uma repugnante tragicomédia sobre a Venezuela. Mentindo como canídeos com raiva, o pobre miserável dá largas à sua imaginação de porco junto às hortaliças (vai-se a elas).
É totalmente falso o que vai dizendo. Denigre a participação legítima do poder bolivariano. O peçonhento esgrime, depreciativamente, o facto de Maduro, antes da Revolução, ter sido motorista (imagine-se). Fala disso com um esgar de classe, igual ao zézito castel branco, a merecer chicotadas violentas no ânus guloso.
O organismo assexuado daquele Miguel, chega ao ponto de garantir que os oficiais revolucionários e patriotas chavistas, estão envolvidos no tráfico de drogas e de seres humanos. Abandalhado organismo vivo.
Qual foi a fonte do “panasca” que lhe fez dizer isto em canal aberto? Ora bem, foi o (credível) governo fascista de Trump. E isso lhe basta.
À “presstitute” Ana Lourenço, de figura etérea e um rio mental escoando pus anti-social, mais lhe valera despir-se em directo para gáudio machista dos seus lambedores.



29
Jul17

PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO.

António Garrochinho


FAÇO PARTE DESTE POVO GRANDE QUE NO MUNDO NÃO É MENOS QUE OUTROS.
UNS DIZEM QUE SOU UMA MINORIA, OUTROS UMA MAIORIA, OUTROS ASSIM, ASSIM.

SEI QUE A MAIORIA DEVERIA AGIR COMO TAL E NÃO SE DEIXAR ENREDAR EM JOGADAS QUE SÓ LHE TÊM TRAZIDO DESGRAÇAS.

O HOMEM, A MULHER, TÊM A CABEÇA PARA PENSAR E LOGO AGIR, E NESTES ÚLTIMOS ANOS DERIVADO À INTOXICAÇÃO DAS POLÍTICAS NEO LIBERAIS, DOS QUE HÁ DÉCADAS NOS GOVERNAM, MUITO SE TEM PERDIDO NO SEIO DO NOSSO POVO NO QUE DIZ RESPEITO AOS VALORES, À CORAGEM, À CAPACIDADE DE DISCERNIMENTO E A ESSE ESTRANHO AMOUCHAR E SUBMISSÃO A QUEM NÃO NOS CONHECE NO DIA A DIA DO NOSSO TRABALHO E DO NOSSO VIVER..

A ESSA OBEDIÊNCIA E MALANDRICE NO PENSAR QUE MUITOS DE NÓS ADOPTARAM CHEGÁMOS ONDE CHEGÁMOS.

EMBORA VALORIZANDO A HISTÓRIA NÃO SE PODEM FAZER REVOLUÇÕES, TRANSFORMAÇÕES SÉRIAS, ANDANDO COM MORTOS ÀS COSTAS, NÃO INOVANDO, UTILIZANDO A DEMAGOGIA QUE SÓ SERVE AOS PRÓPRIOS UMBIGOS.

TEMOS SOBRETUDO QUE NOS UNIR E LUTAR ! SÓ A LUTA DE CLASSES, SÓ A LUTA DE CLASSES REPITO, NOS PODE TIRAR DO LODO E DO PÂNTANO EM QUE NOS COLOCARAM.

OS NOSSOS AMIGOS, OS NOSSOS CAMARADAS SERÃO AQUELES QUE SÃO ÍNTEGROS E HONESTOS E QUE LUTAM POR TODO UM POVO E NÃO EXCLUSIVAMENTE PELO SEU BEM ESTAR INDIVIDUAL.

MÃOS À OBRA E JUÌZO NA CABECINHA

BOM FIM DE SEMANA !

António Garrochinho
29
Jul17

NA POCILGA POLITICA DOS USA ATÉ O MCCAIN JÁ É MELHOR QUE TRUMP

António Garrochinho

A noite em que McCain veio ferir de morte os desejos de Trump


John McCain quando se dirigia para a sala do Senado para votar não à revogação do Obamacare
Senador do Arizona votou contra a proposta republicana para revogar e substituir o Obamacare, a reforma de saúde de Barack Obama

O homem que em 2008 foi derrotado por Barack Obama na corrida à Casa Branca é provavelmente, por estes dias, o político mais amado pelos democratas nos Estados Unidos. O senador John McCain, a quem há poucos dias foi diagnosticado um tumor no cérebro, votou contra o projeto republicano para acabar com o Obamacare. O velho herói da guerra do Vietname resistiu às pressões do partido, do vice-presidente Mike Pence e de Donald Trump e, num golpe, deitou por terra as pretensões republicanas de revogar a reforma de saúde concretizada por Obama.
McCain juntou-se a Lisa Murkowski e a Susan Collins, as outras duas dissidentes republicanas que também votaram contra um desejo de sete anos do Partido Republicano: desmantelar o Affordable Care Act, mais conhecido como Obamacare. Somados os votos, a proposta foi chumbada por 51 (48 democratas e três republicanos) contra 49. "John McCain é um herói, tem coragem e fez o que estava certo", sublinhou o adversário político Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado.
De acordo com o Politico, Mike Pence terá passado 20 minutos a tentar convencer o senador do Arizona, mas sem sucesso. Depois de frustrar o vice-presidente, McCain falou por telefone com Donald Trump. Os argumentos do presidente também não encontraram eco na vontade do novo herói dos democratas. Pouco minutos antes da 01.30 da madrugada de sexta-feira em Washington, McCain entrou na sala do Senado para proferir o seu "nay" à proposta republicana para revogar o Obamacare.
No início da semana, na segunda-feira, a história tinha sido ao contrário. Em convalescença da operação para remover o tumor, McCain viajou mais de dois mil quilómetros entre o Arizona e Washington para votar ao lado do partido e permitir que a proposta recebesse o aval para ser discutida e votada. Nesse momento o Senado ficou divido ao meio, com 50 senadores para cada lado. Mike Pence foi obrigado a desempatar e fez o seu papel como vice-presidente. McCain foi o salvador do projeto para acabar com o Obamacare. Ontem transformou-se no carrasco.
"Vamos, senadores republicanos, vamos! Façam isto acontecer depois de sete anos de espera", escreveu Donald Trump no Twitter antes da votação. Quatro horas volvidas, o tom presidencial era mais amargo: "3 republicanos e 48 democratas desiludiram os americanos. Tal como eu disse desde o início, deixem o Obamacare implodir e depois lidem com o assunto". Donald Trump, depois desta derrota no Senado, prepara-se, aparentemente, para ficar de braços cruzados na crença de que a reforma de saúde de Obama irá fracassar por si.
Além de McCain, Murkowski e Collins, o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, terá estado muito perto de juntar-se aos democratas na votação. Graham, tal como outros republicanos, queriam ter a garantia de que a proposta de revogação do Obamacare não se tornaria lei ela própria. "Não vou votar em algo que representa uma política terrível só porque é preciso fazer alguma coisa", afirmou o senador em conferência de imprensa, classificando o projeto do seu partido como um "desastre" e uma "fraude" enquanto alternativa ao Obamacare. Não era o único republicano a pensar desta forma. Apesar de tudo, o senador da Carolina do Sul acabou por votar "sim", depois de receber a garantia de Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes, de que as duas câmaras acabariam por negociar as diferenças de pensamento caso o Senado passasse a legislação. De acordo com o gabinete independente do Congresso para o orçamento, se a proposta tivesse sido aprovada, em 2018 seriam mais 15 milhões os norte-americanos sem seguro de saúde e os prémios cresceriam cerca de 20%.
"Por que razão votou "não"?", questionaram os jornalistas no momento em que John McCain se preparava para abandonar o Capitólio. "Faço o meu trabalho como senador. Achei que era o voto certo", respondeu o antigo adversário de Obama que salvou a sua reforma de saúde. Horas depois, o agora herói democrata emitiu um comunicado onde deu uma explicação mais detalhada para o seu voto. McCain referiu que sempre pensou que o Obamacare deveria ser revogado, mas apenas se estivesse em cima da mesa uma alternativa capaz de "aumentar a competição, diminuir os custos e melhorar os cuidados de saúde para os cidadãos norte-americanos". No seu entender, a proposta republicana de revogação do plano de Obama não atingia esses objetivos. McCain quer que republicanos e democratas trabalhem em conjunto para encontrar uma solução.
E a partir de agora? Irão os republicanos abandonar o seu mantra e o desejo de "revogar e substituir o Obamacare"? Não, certamente que não, explica o Politico. Essa é a grande batalha do partido há quase uma década e continuará a ser, começando de novo. Neste momento o que se afigura mais provável é ir tentando, passo a passo e ponto a ponto, desmantelar e corrigir o Affordable Care Act.

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