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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

14
Ago17

A CRISTAS E A ÁGATA

António Garrochinho


A ÁGATA ALIOU-SE À GALINHA
PORQUE IDOLATRA O DINHEIRO
OLHA QUE SORTE A MINHA
COM RAPOSAS NO GALINHEIRO

A CANTANTE TEM NOME DE PEDRA PRECIOSA
E A MANIA DAS GRANDEZAS
MAS ESTAS DUAS GULOSAS
PARA MIM NÃO SÃO SURPRESAS

A PIMBALHICE É REINANTE
NESTE PAÍS DE DUAS CARAS
QUANDO O ASSUNTO É O "CANTANTE"
NÃO SÃO NOTÍCIAS RARAS

A ÁGATA SÓ NOS MOSTRA
QUE A MÁFIA DA COSA NOSTRA
LHE DEU VOLTA À CABEÇA
QUE VÃO CANTAR PRÓ DIABO
COM O PEDITÓRIO ESTRAGADO
A QUEM POR AZAR NÃO AS CONHEÇA

António Garrochinho

14
Ago17

ESTA VERSÃO DO " WOULD NOT IT BE NICE" À CAPELA TEM UMA HARMONIA ESPECTACULAR - VÍDEO

António Garrochinho
"Would not It Be Nice" é uma música escrita por Brian Wilson, Tony Asher e Mike Love para a banda de rock Beach Boys, desconhecida para a maioria dos jovens da atualidade, mas só para que tenham uma ideia, a banda é considerada como uma das mais influentes da história do rock e do pop. Alguém poderia dizer que isso é saudosismo, mas não é bem assim. Quando foram lançados em 1961, o grupo formado pelos 3 irmãos Wilson, um primo e um amigo eram moleques, mas tinham uma tremenda bagagem musical, conquistada em ensaio sobre ensaio de garagem.

Esta versão a cappella de “Would not It Be Nice” dos Beach Boys tem uma harmonia espetacular
 Depois de gravar a pista instrumental, os Beach Boys ensaiaram seu arranjo vocal a exaustão com às especificações exatas de Brian. Escute !

VÍDEO


www.mdig.com.br
14
Ago17

FARO

António Garrochinho
PARA QUE FARO SEJA UMA CIDADE AGRADÁVEL, LIMPA, HOSPITALEIRA, E PARA QUE A CÂMARA MUNICIPAL TENHA A GERIR ALGUÉM QUE LUTE TODOS OS DIAS POR TODOS OS MUNÍCIPES E PELAS FREGUESIAS RURAIS EU APOIO ANTÓNIO MENDONÇA DA "CDU" QUE É RECONHECIDO POR TODOS NO SEU TRABALHO TRANSPARENTE E EXEMPLAR.


14
Ago17

CHOMSKY DIZ QUE TRUMP NÃO INVADIRÁ A VENEZUELA POIS NÃO É UM PAÍS INDEFESO

António Garrochinho

Chomsky y Pilger: "Si Venezuela cae, la humanidad cae"


En entrevista exclusiva para TeleSUR, el lingüista Noam Chomsky y el periodista John Pilger, definieron el trato del Gobierno estadounidense hacia Venezuela como "irrespetuoso". Asimismo, afirman que Estados Unidos no invadirá Venezuela porque no es un país indefenso. 

En entrevista exclusiva para TeleSUR, los intelectuales progresistas Noam Chomksy y John Pilger califican el trato del presidente Donald Trump, hacia Venezuela como "irresponsable", pero "típico" según el comportamiento de los anteriores presidentes de EE.UU.
El lingüista e intelectual Noam Chomsky definió las pasadas declaraciones de Trump como "chocantes y peligrosas". Agregó que vale la pena recordar que problablemente -siguiendo su práctica habitual- estaba hablándole a su base (de votos) y tratando de asegurarse de permanecer en el centro de atención, no preocupándose mucho de las consecuencias en el mundo real, (excepto en su bolsillo e imagen).   
"La mejor esperanza es que algunos de los generales a su alrededor, que presumiblemente entiendan las consecuencias, logren controlarlo", dijo. 
Por su parte, el periodista John Pilger comentó que la sugerencia de Trump de un curso de acción agresiva coincide con la historia de EE.UU. en el siglo pasado. "La amenaza de una invasión militar a Venezuela por Donald Trump es típica de las amenazas estadounidenses al mundo en los últimos 70 años", afirmó.
"Estados Unidos ya ha invadido Venezuela con grupos subversivos como la NED, que respaldan a una denominada 'oposición', que busca derrocar por la fuerza a un gobierno electo: un alto crimen bajo el derecho internacional", añadió Pilger. 
"Es improbable que EE.UU invada Venezuela. Washington solo invade países indefensos, y Venezuela no está indefensa. Pero al menos, el mundo decente debe apoyar a Venezuela, ahora sometida a una propaganda virulenta que es la guerra a través lo medios de comunicación. Si Venezuela cae, la humanidad cae", declaró el periodista. 

foicebook.blogspot.pt
14
Ago17

AS RATAZANAS

António Garrochinho
ENQUANTO NÃO AFASTARMOS AS RATAZANAS PAFIENTAS DE TODOS OS LUGARES COM INFLUÊNCIA NA GOVERNAÇÃO NOMEADAMENTE NAS AUTARQUIAS A NOSSA VIDA NÃO ENCETERÁ O PERCURSO, O RUMO À DIGNIDADE, À JUSTIÇA, A DIAS MELHORES QUE TODOS ANSIAMOS.
AG
14
Ago17

14 de Agosto de 1956 : Morre Bertolt Brecht, dramaturgo, poeta e encenador alemão

António Garrochinho


Bertolt Brecht nasceu na Alemanha a 10 de fevereiro de 1898. Estudou Medicina e cumpriu o serviço militar num hospital, durante a I Guerra Mundial. É deste período que data a sua primeira peça. No após-guerra, desenvolveu uma atitude de oposição aos valores e à sociedade burguesa, exprimindo um profundo desapontamento em relação à sua geração, incluindo aqueles que se encontravam ligados a certas correntes do Modernismo. Com o compositor Kurt Weill, escreveu a célebre Die Dreigroschenoper ( A Ópera dos Três Vinténs , 1928). Com a ascensão ao poder do nacional-socialismo em 1933, Brecht partiu para o exílio, primeiro na Dinamarca e depois nos Estados Unidos da América, onde fez alguns filmes em Hollywood. Entretanto, na Alemanha era-lhe retirada a cidadania e os seus livros eram lançados à fogueira, no zelo persecutório que percorria as autoridades do país. Porém, seria justamente entre 1937 e 1941 que Brecht escreveria algumas das suas grandes peças - nomeadamente Mutter Courage und ihre Kinder ( Mãe Coragem e os seus Filhos , 1941) -, alguns dos melhores ensaios teóricos, diálogos e poemas. Em 1948, Brecht regressou a Berlim, na então República Democrática Alemã, onde se tornou diretor do Berliner Ensemble e onde viria a morrer a 14 de agosto de 1956. Outras peças dignas de especial referência são Leben des Galilei ( Vida de Galileu , 1943) e Der kaukasische Kreidekreis ( O Círculo de Giz Caucasiano , 1949). Brecht foi um dos grandes reformadores do teatro no século XX, desenvolvendo uma forma de drama capaz de realizar um certo tipo de intervenção social, ideologicamente marcada por um posicionamento político assumidamente de esquerda.


Bertolt Brecht. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia(imagens)
File:Bertolt-Brecht.jpg
Bertolt Brecht
File:Bundesarchiv Bild 183-24300-0049, Bertolt Brecht und Helene Weigel am 1. Mai.jpg
Brecht  e  Helene Weigel no telhado da Berliner Ensemble durante a manifestação do Dia do Trabalhador, 1 de Maio de 1954 
14
Ago17

A BOIA

António Garrochinho

O QUE ME TEM SALVADO PARA IR CUIDANDO DA SANIDADE MENTAL É AQUELES MINUTINHOS DE CICLISMO NA "VOLTA A PORTUGAL" QUE EMBORA RECHEADOS ABUSIVAMENTE DE PUBLICIDADE ME TÊM PERMITIDO ALGUM DESANUVIAMENTO DO MASSACRE EMANADO DOS COVIS DA LADROAGEM E DOS SEUS LACAIOS QUE PARA LÁ DOS INCÊNDIOS AINDA TORNAM ESTE PAÍS MAIS NEGRO.

É MELHOR OUVIR O MARCO CHAGAS QUE AO MENOS PERCEBE DO QUE DIZ, DO QUE O GRUNHIR DA CHAGA QUE TOMOU CONTA DESTE PAÍS.

AG
14
Ago17

o renascimento

António Garrochinho



 Segundo um estudo da Organização Internacional das Migrações (um organismo das Nações Unidas), cerca de 602.759 pessoas voltaram a suas casas e 2/3 desse número retornaram á província de Aleppo. O período do estufo vai de janeiro a junho de 2017.


cris-sheandbobbymcgee.blogspot.pt
14
Ago17

Escola das Sereias.

António Garrochinho



VÍDEO

Pois, pois, há este filme pateta-wonderful chamado Escola de Sereias, com Esther Williams a chapinhar, a chapinhar, e assim lá corria o ano de 1944. Mas há também as fotografias wonderful de Bruce Mozert, que mão amiga trouxe até mim – e que aqui se apresentam porque é Verão. Mas como é que Bruce Mozert fotografava assim, debaixo de água? Naquele tempo? A explicação, virtuosa, aqui.




malomil.blogspot.pt

14
Ago17

Marques Mentes

António Garrochinho




O comentador residente  mais minorca ( não me refiro à estatura física...) da televisão portuguesa  todas as semanas lança umas atoardas com o selo de verdades irrefutáveis.
Têm sido inúmeras as ocasiões em que a realidade desmente Marques Mendes, como ainda recentemente aconteceu com os números do desemprego.
Apesar de sucessivamente desmentido, MM insiste em dar saltos em frente e, na última intervenção, terá dito  que Marcelo Rebelo de Sousa se tinha afastado definitivamente de António Costa e que se acabara o tempo de idílio.
Não vejo os comentários de MM mas, pelo que li e ouvi, terá dado a entender que a sua afirmação estava fundamentada em informações vindas de Belém.
Na última quinta feira, MRS e AC passearam juntos pelas ruas de Tavira, com a deliberada intenção de desmentirem MM. A comunicação social deu algum relevo ao passeio mas, curiosamente, muito menos do que dera às palavras do comentador da SIC.
Não deixa de ser estranho que a opinião ( não confirmada) de um comentador televisivo  tenha  mais espaço noticioso do que um facto real ( o passeio) mas isso diz muito sobre o jornalismo que se vai fazendo em Portugal.
Marques Mendes é conselheiro de Estado, mas isso não faz dele uma fonte privilegiada de informação. Até porque, como a realidade mostra, a especialidade de MM são as fake news.


cronicasdorochedo.blogspot.pt
14
Ago17

O MENU VENENOSO DO JORNALIXO

António Garrochinho

AS VACAS, OS BOIS, DO JORNALIXO, VINDOS AO MUNDO ATRAVÉS DA INSEMINAÇÃO INFECTADA DO CAPITALISMO JULGAM-SE SUPERIORES AO RESTO DO POVO E PRENDAM-NOS TODOS OS DIAS COM OS TELEJORNAIS FEITOS DE PÉ PARA MOSTRAR O PERNAÇO E O VESTUÁRIO DE MARCAS CARAS.

TRATAM-NOS COMO CRIANCINHAS, ADOLESCENTES CEGOS, E FAZEM-NOS SONHAR COM UM MUNDO COR DE ROSA SE OS ESCUTARMOS ATENTAMENTE.

ELES, ELAS, SÃO OS MENSAGEIROS DO BEM VIVER, PRÓSPERO E SAUDÁVEL, SE METERMOS O PAPELINHO NOS PARTIDOS QUE ELES PUBLICITAM CONTRA TODAS AS REGRAS DAS LEIS QUE REGEM (REGIAM) A COMUNICAÇÃO SOCIAL.

CONVIDAM A TODA A HORA A SUPREMA RAÇA DOS PALHAÇOS (sem ofensa aos verdadeiros) QUE ENTRE ELES, QUASE SEMPRE DA MESMA COR, DEBATEM SEM DEBATEREM, O ESTADO A QUE OS SEUS PATRÕES TÊM LEVADO ESTE PAÍS.

NÃO HÁ INFELIZMENTE NEM SEQUER NA TELEVISÃO QUE TODOS PAGAMOS UMA RÉSTIA DE HONESTIDADE E RESPEITO PELOS PORTUGUESES.

QUEM MANDA NA COMUNICAÇÃO SOCIAL DÁ-NOS A ALMOÇAR, A JANTAR, A MESMA SOPA FASCISTA, O MESMO VINHO AZEDO DE FRACA QUALIDADE MAS QUE NOS EMBEBEDA E NOS ALIENA.

BOM PROVEITO E ABUNDANTE DIARREIA AOS QUE GOSTAM E FORÇA AOS QUE COMBATEM ESTE LIXO, ESTE CRIME, ESTA ALIANÇA DO FASCISMO, COM O JORNALISMO OUTRORA MAIS INDEPENDENTE E PROFISSIONAL.

António Garrochinho
14
Ago17

P.” de padre

António Garrochinho


Hitler resolveu

o problema nas calmas
 Gonçalo Portcarrero de Almada, para quem não saiba, é uma espécie de João César das Neves de batina e distinguiu-se, entre outras bafientas causas, no combate à despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Ah, e estejam descansados que eu não o mando para lado nenhum nem lhe proponho qualquer internamento.





Este artigo encontra-se em: o tempo das cerejas 2 http://bit.ly/2wUkRtm
abrildenovomagazine.wordpress.com
14
Ago17

QUAL É O MAL? por Luísa Lobão Moniz

António Garrochinho



As matrículas, as vagas, as moradas falsas, a discriminação….tudo o que todas as pessoas com filhos em idade escolar, ou professores, ou pessoal administrativo, ou ainda auxiliares de acção educativa, encarregados de educação já sabem há muito tempo.
Admitir esta metodologia para efectuar as matrículas é perpetuar a discriminação, é contribuir para que haja cada vez mais obstáculos à ascensão social.
É verdade que muitas escolas fazem, e fazem-no há muito tempo, uma selecção dos alunos. Primeiro porque a morada que muitos encarregados de educação dão não é do aluno, mas a de um amigo que vive na área de influência da escola.
Por cada um destes alunos que entra, um verdadeiro residente não entra e tem que ir frequentar outra escola, mais longe de casa!
Os Directores das escolas ficam felizes quando vêem que a escola está num dos melhores lugares da lista dos rankings.
Os encarregados de educação tudo fazem para poderem dizer que o seu filho está numa das melhores escolas públicas!
E é claro, não estamos a ver encarregados de educação quase analfabetos a correrem  “Seca e Meca” para matricular o seu filho na escola que fica mesmo à frente da sua casa. Para onde sabem ir reclamar, aos gritos se for preciso, é para o portão da escola!
Pois quem chega de carro, sabendo empregar as palavras próprias e apresentar os documentos exigidos, há certamente uma vaga à sua espera. Esta vaga está preenchida por um aluno que certamente não irá provocar problemas disciplinares e vai certamente contribuir para o sucesso escolar, o que permite um bom lugar na lista dos rankings.
Houve quem sugerisse que a residência do aluno fosse a que consta do seu cartão de cidadão e não a das falsas declarações de residência. Seria, talvez, mais fácil acabar com esta fraude.
O critério agora usado contribui para a discriminação, a criança que vive em frente à escola põe em causa a sua ida para uma escola mais longe, e porquê? Não vai de carro, o pai tem ainda o seu sotaque de origem cultural, é cigano, tudo requisitos para futuros problemas disciplinares…
As crianças devem frequentar a escola que mais perto fica das suas moradas, dentro do seu bairro, não devem perder os seus pontos de referência na sua comunidade onde muita gente as conhece e ao pé de quem se sentem seguras.
Com estas pequenas coisas se contribui para uma sociedade cada vez mais desigual.
Mas ainda há muita gente que pergunta: qual é o mal?



aviagemdosargonautas.net
14
Ago17

UMA SANTA ALIANÇA CONTRA A PEQUENA PROPRIEDADE FLORESTAL UM VELHO BODE EXPIATÓRIO E UMA VELHA E FRAUDULENTA ARGUMENTAÇÃO

António Garrochinho

Agostinho Lopes

Quando os incêndios florestais atingem a dimensão da tragédia e as imagens dantescas invadem os ecrãs televisivos, é certo e sabido que se multiplicam as análises para iludir as responsabilidades político-partidárias daqueles que ao longo de quatro décadas conduziram a floresta portuguesa ao estado em que se encontra. Ocultar as responsabilidades de PS, PSD e CDS. 
Destacam-se (sempre) duas fórmulas. A da generalização, do «todos somos culpados», agora renovada com o pseudónimo «o Estado falhou». E a da descoberta de um bode expiatório, que assuma a responsabilidade dos que assim se descartam dela. Nos fogos florestais são bem conhecidos: o «clima», o «incendiário», e o «eucalipto» (que regressou em força!). Mais “elaborado” e mais mistificador, é o bode expiatório, passa-culpas, atribuindo responsabilidades à «pequena propriedade florestal». Que não tem qualquer novidade. 

Na sequência dos grandes incêndios de 2003, o Governo Barroso/Portas nomeia o Engº João Soares para a Secretaria de Estado das Florestas. Com um currículo de competência técnica ao serviço das celuloses, as suas intervenções definem a estratégia da direita. “A questão fulcral da actual floresta portuguesa é a ausência de uma gestão activa e profissional. Sem ela, os espaços florestais estão abandonados e apenas são objecto de uma exploração “mineira”. Com esta situação vem o maior risco e a maior susceptibilidade ao fogo e nunca é possível as mais valias associadas às (ausentes) práticas técnicas de gestão.” E porque não há a tal gestão? “(…) a gestão florestal exige um área mínima de intervenção silvícola. É por isso que importa garantir essa área mínima (…)”. 

Já então remava o PS, com o Projecto de Lei 384/IX, de que era 1º subscritor o Deputado Capoulas Santos: “A estrutura de propriedade florestal que a história nos legou tem constituído e constitui o principal constrangimento à gestão activa e profissional de uma parte significativa 
da floresta nacional (…) para além de representar um factor determinante para a propagação dos incêndios.” 
Estas teses foram plasmadas num Livro Branco e numa Resolução do Conselho de Ministros, que decretou uma “Reforma Estrutural do Sector da Floresta”. Com a saída do Governo PSD/CDS de João Soares, a estratégia amorrinhou. 

Estranhamente, estas teses são acompanhadas por F. Louçã, então líder do BE, que em visita a uma área ardida em Agosto de 2005, defendeu “uma profunda alteração na propriedade da floresta portuguesa, no prazo de 5 anos, para prevenir a ocorrência de incêndios”, acrescentando, “Mas a propriedade é o problema de raiz.” Louçã, que regressou a estas ideias a propósito de Pedrogão, com crítica acerada a quem duvida desse caminho. 
O Governo PS/Sócrates (2005) deu continuidade à política de direita, mas a presença na Direcção Geral das Florestas de gente descomprometida e tecnicamente capaz assegurou, por pouco tempo, uma viragem na política florestal. E após a nova catástrofe de 2005, elaborou a Estratégia Nacional das Florestas (ENF), com a inscrição de um SDFCI – Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (Decreto-Lei 124/2006). Com a saída do Director Geral das Florestas e da sua equipa, iniciou-se a travagem e inversão dessa política florestal. 

Regressou o PSD/CDS ao Governo e com Assunção Cristas no Ministério da Agricultura a estratégia do Engº João Soares foi retomada. A 1ª peça foi a criação da chamada Bolsa de Terras (Lei 62/2012), onde, a par das ditas terras sem dono e abandonadas (Artº 15º), se incluíram as terras comunitárias dos baldios (Artº 14º). A 2ª, foi a Lei 152/2015 do “Processo de reconhecimento da situação de prédio rústico e misto sem dono conhecido que não esteja a ser utilizado para fins agrícolas, florestais ou silvopastoris e seu registo”. 

Há quem aprecie as referidas teses, pensamento de uma santa aliança, que vai do CDS ao BE, englobando o PSD e o PS. 
De facto elas constituem o cerne do Estudo de Novembro de 1996, elaborado pelo BPI, AGRO.GES e JAAKKO POYRY, para a ex-Portucel (agora Navigator), ex-Soporcel (agora ALTRI), SONAE e CAP, onde as “insuficiências da produção florestal” resultam de “uma insuficiente ocupação de solos com vocação florestal; uma estrutura da propriedade inadequada (…)”. Teses que tiveram a bênção do Engº Belmiro de Azevedo, para quem o país necessitava de “um processo legislativo que ajude a concentrar a propriedade” porque o risco de incêndios é potenciado pela “extrema pulverização da floresta” (18ABR2005). Como dizia Eclesiastes: “Não há nada de novo debaixo da roda do sol”, ou pelo menos, quase nada! 

As peças do Pacote Florestal (Banco de Terras e Cadastro Simplificado), e do projecto do BE (Banco Público de Terras), são assim uma redescoberta da pólvora. E o enorme espanto em torno da posição do PCP só é possível por distracção sobre as críticas de há muito do PCP àquelas teses, ou do que disse desde que o Governo, em Outubro de 2016, aprovou a dita Reforma. 
Permanecem dois mistérios. Porque votaram o PS e o BE, na Legislatura anterior, contra as Leis do PSD/CDS/Cristas da Bolsa de Terras e das Terras sem dono conhecido? Porque votaram, agora, o PSD e o CDS contra o Banco de Terras do PS e BE? 

HÁ RAZÕES PARA TRANSFORMAR A PEQUENA PROPRIEDADE FLORESTAL EM BODE EXPIATÓRIO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS? 

Caberia dilucidar as aparentes diferenças dos seus projectos. Mas pelos seus objectivos declarados, pese as variantes, mais ou menos adjectivadas (“pequena”, “sem utilização”, “sem dono”, “situação de abandono” “ausência de actividade”) são todas fórmulas semelhantes para justificar a expropriação da pequena e média propriedade florestal com a força coerciva do Estado e promover a concentração fundiária na busca da dimensão óptima para a tal gestão activa e profissional. João Soares foi bastante mais claro: “(…) é preciso ter a coragem de admitir que muitos dos actuais proprietários florestais terão de abdicar de sê-lo ou, no 
mínimo, terão de passar a terceiros a gestão dos seus espaços silvícolas”. (1) 

Aquelas teses não têm qualquer base científica ou mesmo estudo empírico que as suporte. O pressuposto de que a causa dos incêndios está na estrutura da propriedade, o minifúndio, e nas ditas terras sem dono conhecido, ou nas terras ditas abandonadas, é uma “teoria” que ninguém provou. Havendo milhares de incêndios, conhecendo-se onde começam e como progridem, não há nenhum relatório que aponte nesse sentido. Procure-se essa conclusão, no último Relatório aprovado por unanimidade na Assembleia da República sobre os incêndios de 2012. Ou nos três anteriores Relatórios da Assembleia da República. Ou na ENF! 

A prova do algodão. Em 2003, arderam extensas áreas de sobro na área da grande propriedade alentejana e ribatejana. Arderam nesse ano 20/25% do Pinhal de Leiria e posteriormente quase 100% da Mata Pública de Vale de Canas! Em 2006, até áreas geridas pelas celuloses arderam – caso de 5000 hectares na Serra d´Ossa/Évora da ex-Portucel! Ardem com uma regularidade aflitiva extensas superfícies das Áreas Protegidas, inclusive reservas biológicas, no PNPG, Montesinho, Serra da Estrela, etc. São áreas de pequenos proprietários? abandonadas? Há alguns, mas são quase sempre áreas baldias, e com a especial tutela do Estado. 

Mas a prova mais elucidativa – verdadeira contraprova – é a história do que sucedeu com as áreas baldias. São 500 mil hectares no Norte e Centro em que, apesar da dimensão – em média 400 hectares –, foram sucessivamente percorridos por incêndios. Se havia área porque arderam? Registe-se que a generalidade dos baldios tem hoje planos de gestão florestal/planos de utilização do baldio (PUB). E questiona-se: porquê os serviços oficiais anularam um instrumento de gestão da ENF? E sempre negaram aos Baldios os fundos comunitários? E sempre obstaculizaram a constituição de grupos de baldios? 

E ninguém demonstrou até hoje que os incêndios nessas grandes áreas resultaram da “contaminação” por incêndios iniciados na pequena propriedade florestal! 
Acresce que mesmo a generalização maximalista da tese do “abandono da floresta” levanta fundadas dúvidas, como resulta do Livro “Os Proprietários Florestais” de F. Oliveira Baptista e R. Santos Terra (Celta Editora, 2005. (2) 

POR QUE NÃO HÁ GESTÃO ACTIVA DA FLORESTA, NEM FUNCIONA O MERCADO FUNDIÁRIO FLORESTAL? 

O motor de uma gestão activa da floresta, numa economia capitalista, está na rentabilização económica da produção florestal. E, não sendo despiciendas outras receitas, é a produção lenhosa factor-chave para uma efectiva rentabilidade da floresta. O que não pode deixar de significar a comercialização a preço remunerador da madeira. 

Ora o mercado dos principais produtos florestais são dominados/ monopolizados, pelos oligopólios das celuloses/pasta de papel, dos aglomerados e da transformação da cortiça. O que tem provocado uma degradação permanente e generalizada dos preços dos produtos lenhosos. O que é um factor decisivo para a não rentabilidade, e logo abandono, da propriedade florestal. 
Quando se invoca a necessidade de agregação de parcelas, concentração da propriedade fundiária, conduzindo a gestões profissionais e a maiores produtividades físicas, cai-se num evidente círculo vicioso, que serve aos que já hoje ganham com a situação. Os preços são baixos porque a produtividade é fraca; a produtividade é fraca porque os preços são baixos, não incentivando ao agrupamento das áreas. Como refere Pereira dos Santos (Público, 19JUL17) “(…) o Governo resolveu inventar um problema de propriedade, como se não fosse a falta de competitividade que conduz à ausência de dono, e não a inversa (…)”. 

Há um mercado de produção lenhosa? Não. Há um simulacro de «mercado» completamente distorcido e sem qualquer transparência na formação do preço por posições oligopolistas, ausência de exportação, assim como a falta de informação dos pequenos produtores florestais. 

A floresta portuguesa reclama do Estado uma ampla e musculada intervenção. Com a lucidez de que tal não resolverá muitos dos problemas 
da floresta, pelo menos a tempo de responder ao ordenamento e prevenção da floresta. Mas um mercado de produção lenhosa, a funcionar com transparência e informação, assegurando à produção preços remuneradores, é uma questão essencial. 

NÃO HÁ UM PROBLEMA COM A ESTRUTURA E O ABANDONO DA FLORESTA? 

Há. E tem respostas há muito delineadas. É o desenvolvimento do associativismo voluntário e a participação dos proprietários e produtores florestais, e medidas para assegurar a rentabilidade à produção agro-florestal: na produção lenhosa (nomeadamente na atenção ao preço da madeira), na produção pecuária e na sustentabilidade da exploração agrícola familiar. É a multiplicação e reforço da actividade das associações florestais nas suas diversas formas: Zonas de Intervenção Florestal/ZIF, cooperativas florestais, grupos de baldios e outras. 

Respostas que devem possuir flexibilidade para responder à diversidade da propriedade florestal. Como referem Oliveira Baptista e Santos Terra, no livro citado (o único com uma análise aprofundada dessa diversidade), devem responder às várias “lógicas económicas dos proprietários privados da floresta portuguesa”. (3) 

VANTAGENS DO BODE EXPIATÓRIO “PEQUENA PROPRIEDADE FLORESTAL” 

Sempre que a comoção colectiva percorre o País, como sucedeu com a tragédia de Pedrogão, desresponsabiliza-se a política agro-florestal de sucessivos governos e apaga-se a causa principal das tragédias! Sempre que os fogos matam gente é garantido que há nova legislação. Não custa dinheiro, é só publicar no Diário da República. 

Aproveitando a disponibilidade da opinião pública portuguesa emocionada, indignada, reclamando medidas que ponham fim às sucessivas tragédias, julga-se asado o momento, e a dita estratégia, mais ou menos retocada, ressurge em força. Aí está mais uma vez! Com evidente utilidade. 
O bode expiatório absolve os governos e as políticas responsáveis pelo “abandono” da floresta (e da terra agrícola familiar). Absolve os que não 
cumpriram nem fizeram aplicar, por falta de dotações orçamentais e recursos humanos na floresta, o programa de ordenamento e prevenção da ENF e do SNDFCI. 
Aquelas teses libertam os governos de iniciarem um caminho difícil, moroso, durante anos sem visibilidade, com elevados custos orçamentais, sem responder mesmo durante o curto e o médio prazo aos riscos de incêndio. Um caminho bem conhecido de especialistas e técnicos, de académicos e profissionais da floresta, de associações e outras organizações da floresta! O ordenamento e a prevenção, que nenhuma pequena propriedade impede. 

Notas: 
(1) Assinale-se, que o BE, é quem vai mais longe, e mais “ligeiro” na definição dos critérios para identificação de “terras abandonadas”, que com dono ou sem dono conhecido ficam sujeitas a “arrendamento compulsivo” para “integração no Banco de Terras” (artº 9º). A admissibilidade de considerar terra florestal em “situação de abandono”, pela “observância” de mais de 3 anos sem “actividade (…) florestal”, levaria a classificar como tal grande parte da floresta do Norte e Centro do país! Como a rotação é superior ou muito superior a 3 anos, basta que a “observância” se faça, entre o plantio/sementeira e o corte do eucalipto/pinheiro! É só ignorância? 
(2) Citando o Livro, páginas 77/78, “Conjugando agora os perfis dos tipos de proprietários florestais privados com o seu peso relativo, em nº e área, no panorama florestal do Continente, verifica-se que as situações de matas não cuidadas (onde não se faz qualquer intervenção produtiva), limitam-se a 12% da área florestal, embora abranjam quatro décimos dos proprietários.” E acrescenta-se, os restantes (61% da área) “todos os proprietários fizeram pelo menos uma intervenção produtiva, e no conjunto (…) 86% realizaram a limpeza de mato”. 
(3) Citando um texto de Oliveira Baptista e Santos Terra: “Perceber e aceitar a diversidade dos critérios e objectivos dos proprietários florestais é um primeiro e indispensável passo para chegar a opções técnica e políticas adequadas e concretizáveis. Não há uma floresta separada dos seus proprietários e não pode ignorar a diversidade de lógicas de gestão com que estes actuam. Qualquer solução tem de conciliar o saber técnico e as tecnologias disponíveis com a lógica de gestão dos proprietários. Fora desta conciliação haverá apenas modelos técnicos desenraizados da realidade da floresta, estejam ou não traduzidos em articulados legais e opções políticas mais ou menos imperativas. Mas, a este propósito, nunca é de mais recordar que a floresta é demasiado vulnerável para suportar imposições do exterior

Este artigo encontra-se em: FOICEBOOK http://bit.ly/2fD4OwX
14
Ago17

Venda de casas sobe 30% e muitas já são pagas a pronto

António Garrochinho


Este vai ser o melhor ano para o imobiliário desde 2010. Alojamento local, vistos gold e juros perto do zero animam o mercado


A venda de imóveis aumentou 30% nos primeiros seis meses deste ano. São à volta de 80 mil casas - os números finais irão ser divulgados nesta semana pela APEMIP. A manter-se este ritmo, 2017 será o melhor ano para o imobiliário desde 2010. A maior procura por parte de investidores estrangeiros, a "corrida" ao alojamento local e a baixa remuneração dos depósitos bancários explica o boom. E o facto de uma boa parte dos negócios estar a ser feita a pronto.
"Posso avançar que o primeiro semestre foi muito positivo, com um crescimento superior a 30%, acima daquilo que é a minha previsão para o total do ano - 25%-30%", confirmou ao DN/Dinheiro Vivo Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP). "Tenho algum receio em relação à segunda metade do ano, por causa do Orçamento, mas estou otimista, agora que foi criada uma nova Secretaria de Estado para a Habitação."
Por detrás dos bons números está ainda o aumento da concessão de crédito para a compra de casa e a crescente procura de imóveis por estrangeiros, à boleia dos vistos gold. Mas há também outras nuances mais recentes: o fenómeno da compra de casas usadas para reabilitação e transformação em alojamento local e a fuga das taxas de depósitos historicamente baixas que leva muitos portugueses a investir as suas poupanças na compra de casa sem recorrer, ou recorrendo menos, aos empréstimos da banca.
Nos primeiros seis meses do ano, foram depositados 32 799 milhões de euros; em 2016, por esta altura, tinham sido entregues mais 3681 milhões. E, olhando a 2015, a diferença é ainda maior: houve menos 3833 milhões depositados nas contas.
"O crédito à habitação é hoje usado como complemento na compra da casa e não para obter um financiamento a 100%. Além disso, o investimento em imobiliário tem atualmente uma taxa de rendibilidade superior aos depósitos bancários e um risco menor. Por essa razão muitos portugueses preferem investir as suas poupanças no imobiliário, quer para habitação própria quer para arrendar a terceiros", conta João Pedro Pereira, da comissão executiva da ERA Portugal.
"O imobiliário é um setor que passa uma imagem de segurança. A compra de casa com capital próprio é um fenómeno a que já assistimos há cerca de um ano e que acredito que vai continuar a crescer a par do maior número de casas vendidas", acrescenta Luís Lima.
Ricardo Sousa, administrador da Century 21, admite que o crescimento do crédito tem mais força nos segmentos médio e médio-baixo, e assume que os juros baixos nos depósitos são os grandes culpados por acentuar "a nossa cultura de proprietários", ainda para mais numa altura em que "as rentabilidades do imobiliário são superiores a outras alternativas existentes no mercado".
"Este fenómeno verifica-se em resultado das taxa de juro dos depósitos que se apresentam em valores muito baixos, praticamente no zero, havendo assim uma tendência normal de redirecionar as poupanças para a compra de habitação que, nos ciclos longos, sempre é mais rentável do que os depósitos a prazo", refere, por sua vez, Beatriz Rubio, CEO da Remax, que lembra também que "existem 49 nacionalidades a comprar casa em Portugal, que na sua grande maioria não recorrem a crédito bancário", fatores que ajudam a explicar o andamento mais rápido das vendas do que do crédito.
Luís Lima admite que a compra a pronto "só não tem mais dimensão por insegurança dos portugueses", mas assume que o fenómeno se vai intensificar, até porque "nos próximos dois anos nada vai parar este dinamismo do imobiliário".

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António Garrochinho

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