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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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02
Set17

OS DITADORES

António Garrochinho


OS DITADORES

Está decretado que todos os países cujos governos contrariem os interesses dos Estados Unidos, são considerados ditaduras perigosas, que devem ser sancionadas e combatidas por todos os Estados democráticos que, rasteiros, aceitam a imposição do Império.

Cuba sancionada pelo Império, é uma ditadura que exporta médicos e professores.

A República Popular da Coreia que arrasada escorraçou o exército Imperial em 1953, é uma ditadura.

A Venezuela que sob sanções e agressões desde há cerca de vinte anos, por via eleitoral elege os seus representantes, tal como o Império impõe, é uma ditadura.

A Arábia Saudita, que na semana anterior à visita de Obama havia decapitado oito opositores, não é uma ditadura e todos os governos que caninamente se arrastam perante o Império assim o confirmam.

A Rússia desde que travou o saque sofre sanções e Putin é um ditador.

O Iraque, Afeganistão e a Líbia antes de serem arrasados pelo Império, eram perigosas ditaduras.

A China é uma ditadura de vez em quando.

O Irão sancionado, embora com governantes eleitos pelo sistema do apreço do Império, também é uma feroz ditadura.

A Síria cujas sanções são bombas lançadas pelo Império provocando milhares de mortos e desalojados, é uma ditadura.

Nenhum destes países tem bases militares em redor dos Estados Unidos, nem lhe têm causado quaisquer danos, podemo-los considerar ditaduras civilizadas, respeitadoras dos acordos internacionais e de comportamento totalmente contrário ao da civilizada e democrática América do Norte que nem tem condições para socorrer o seu próprio povo.


aspalavrassaoarmas.blogspot.pt
02
Set17

POESIA COM HUMOR - ONDE SE CONTA A VERDADEIRA HISTÓRIA DO SERMÃO DE PAULO AOS "JOTINHAS"

António Garrochinho
 António Russo Dias.
Foto de António Russo Dias.

ONDE SE CONTA A VERDADEIRA HISTÓRIA DO SERMÃO
DE PAULO AOS "JOTINHAS"
De preto vestido, dedinho espetado,
voz de roberto, está encantado !
Peripatético, a falar aos jotas
sente-se um sábio perante idiotas.
"Eu é que sei, olhem bem p'ra mim,
falo em Bruxelas, ouvem-me em Berlim.
Já fui do governo, quase presidente
(pensa para si, não muito contente,
'foi um pobre tolo que me venceu
e o Grande Chefe devia ser eu.')
E segue o sermão de S. Paulo à jota,
mas ficou-lhe a dor daquela derrota...
"Se eu lhe desse agora a resposta
e o fizesse perder a aposta?"
Pensa o rapaz com os seus botões:
"Lixo o partido que perde eleições,
Lixo-me a mim que pareço tolo,
Mas também te lixo, meu grande parolo;
lixo-te a ti, minha alma danada,
que há cinco anos me deste a banhada!"
Ri-se para dentro, sente-se maroto.
"Vais ver agora, seu rato de esgoto,
Meu grande malandro, palerma sinistro
que até chegaste a primeiro-ministro".
E num arroubo de inspiração,
sabendo-se alvo de toda a atenção,
modula a vozinha de palhaço rico
E grita ao público que assiste ao circo:
"Duvidam vocês, ó pobres rapazes,
que os do PS são muito capazes
De forçar tribunais, comprar magistrados
só para safar os apaniguados?
Mas olhem para nós, gente impoluta,
que manda prender qualquer filho da puta
que roube, enriqueça a receber suborno
ficando o Estado com a ponta de um corno!
Vede os submarinos, olhai o Loureiro,
a Tecnoforma e aquele dos sobreiros,
os do BPN, o gajo de Gaia e outros que tais
E se mais houvesse prendiam-se mais."
Cansado mas feliz, de alma lavada,
Depois de ter dado aquela porrada
Sai o pequenote contente e ufano.
Aplausos, luzes e caiu o pano.
1/9/2015
02
Set17

MACRON DIZ QUE QATAR E ARÁBIA SAUDITA FINANCIARAM ALGUNS GRUPOS TERRORISTAS.

António Garrochinho
MACRON DIZ QUE QATAR E ARÁBIA SAUDITA FINANCIARAM ALGUNS GRUPOS TERRORISTAS.
CLARO QUE OS EUA É QUE FINANCIAM TODOS ELES.
BOM ! SE FOSSE EU ERA LOGO ACUSADO DE ANTI AMERICANO DE ANTI ISTO, ANTI AQUILO, AGORA O MACRON JÁ É MAIS FIÁVEL !?
PARECE QUE O SRº MACRON QUER IMITAR A MARIA VIEIRA E A TODA A HORA GANHAR PROTAGONISMO.
O QUE O FRANCIÚ DIZ NÃO É NOVIDADE PARA NINGUÉM HÁ DÉCADAS.
AG
Dans son interview au Point, publié ce jeudi, le chef de l'Etat met en cause l'Arabie Saoudite et le Qatar concernant le financement, indirect, du terrorisme.
LEXPRESS.FR

02
Set17

POR AÍ

António Garrochinho
HÁ POR AÍ MUITO PASSA FOME, MUITO EXPLORADO MAS COM IDEIAS FASCISTAS E POSIÇÕES FASCIZANTES.
DIZEM QUE NÃO SÃO ISTO, DIZEM QUE NÃO SÃO AQUILO, DEPOIS CONTRADIZEM, VOLTAM A DIZER, MAS SÃO MAIS CONHECIDOS QUE O BURRO DOS CIGANOS.
TRAZEM NA TESTA O SELO DE QUANTO VALEM E SÓ ELES É QUE NÃO VEÊM O QUE TODOS OS OUTROS CONSTATAM.
AG
02
Set17

Piam ou não piam?

António Garrochinho


(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 01/09/2017)nicolau
Cavaco Silva saiu da sua reforma política para enviar um conjunto de indiretas ao atual Governo e à maioria que o apoia, bem como ao seu sucessor em Belém. Como de costume, o ex-Presidente da República não nomeou ninguém, mas toda a gente percebeu a quem se referia. Deixando de lado os aspetos menos elevados da intervenção, vale a pena discutir o essencial, ou seja, aquilo que a direita há muito vem afirmando: que a austeridade não acabou e que, mais coisa menos coisa, António Costa está a fazer o que Passos Coelho fez e estaria a fazer.
Para chegar ao recado que queria passar, Cavaco Silva deambulou pelos “devaneios ideológicos” do ex-presidente francês, François Hollande, a “bazófia” do ministro grego das Finanças Yannis Varoufakis e a forma como o atual primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, “pôs a ideologia na gaveta e aceitou iniciar um terceiro resgate com uma austeridade mais dura do que aquilo que ele tinha recusado”. Concluiu, dizendo que “a realidade tira o tapete à ideologia” e que essa realidade (as regras da disciplina orçamental impostas pela União Europeia) tem uma “tal força, contra a retórica dos que, no Governo, querem realizar a revolução socialista, que eles acabam por perder o pio ou fingem que piam, mas são pios que não têm qualquer credibilidade e refletem meras jogadas partidárias”.
Bom, comecemos por sublinhar que a realidade é dinâmica e que quando Hollande, Tsipras e Varoufakis tentaram aplicar receitas diferentes das impostas pelo “diktat” de Berlim e do Eurogrupo os tempos eram bem diferentes: estava-se em plena crise das dívidas soberanas e praticamente não havia contestação científica à receita que estava a ser aplicada, apesar dos resultados provarem que se estava muito longe de chegar à terra de leite e mel prometida pelos seus arautos neoliberais.
Logo, o primeiro ponto a ter em conta é que o atual Governo e a maioria que o apoia chegaram ao poder num contexto diferente, a saber: o BCE, contra a opinião de Berlim, passou a comprar dívida pública dos países da zona euro; reputados Prémios Nobel de Economia, como Paul Krugman ou Joseph Stigliz, colocaram em causa do ponto de vista científico o processo de ajustamento que vinha a ser seguido; mesmo no plano das organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, se ouviram declarações (nomeadamente da diretora-geral, Christine Lagarde) ou foram conhecidos estudos (do departamento liderado por Vítor Gaspar, ex-ministro português das Finanças) reconhecendo erros graves e consequências negativas para as economias e os povos que foram sujeitos aos programas de ajustamento; e todos os governos que aplicaram a receita foram afastados do poder.
Ou seja, no final de 2015 vivia-se já o início de um novo clima político, económico e social na Europa. E foi essa janela de oportunidade que o atual Governo e a maioria que o apoia aproveitaram.
Diz Cavaco Silva que a realidade tem uma tal força que se impõe a todos os que querem fazer a revolução socialista. Bom, não me lembro de alguma vez António Costa ter dito que queria fazer a revolução socialista e confesso que tenho alguma dificuldade em ver num primeiro-ministro que por vezes usa sapatos com berloques um perigoso revolucionário. Mas tudo é possível, tudo é possível.
Em qualquer caso, lembro que a anterior maioria dizia que queria devolver ao longo de quatro anos pensões e reformas que tinham sido cortadas entre 2011-2015; foram devolvidas num ano. A anterior maioria queria acabar com a sobretaxa de IRS em quatro anos; também já foi eliminada. O défice que, segundo a direita ia disparar de acordo com a tradição socialista, passou de 3,2% em 2015 para 2% em 2016 (bem abaixo dos 2,5% acordados com Bruxelas) e vai a caminho dos 1,5% este ano. A economia, que tinha crescido 1,6% em 2015, caiu para 1,4% em 2016 mas vai este ano ficar pelo menos em 2,5%, o maior crescimento desde o início do século. O investimento, que a direita insistia que não voltaria com um governo socialista apoiado por bloquistas e comunistas, cresceu acima de 10% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano, “o que acontece pela primeira vez em 19 anos”, segundo a insuspeita Católica – Lisbon Forecasting Lab. O desemprego, que iria aumentar com a subida do salário mínimo, não cessa de cair; de 12,6% está agora em 9,1%. Os índices de confiança dos consumidores e de clima económico estão nos valores mais elevados desde há 17 anos. E mesmo as agências de rating melhoraram o outlook da dívida pública portuguesa e provavelmente virão a tirá-la da classificação de “lixo” no próximo ano.
Convenhamos, portanto, que se as ideologias não resistem à realidade, os discursos demagógicos resistem bastante menos aos factos. E o que está escrito acima são factos, factos e mais factos revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, pelo Banco de Portugal e por universidades.
Sim, nem tudo está bem e as preocupações são mais que muitas. A dívida pública continua a crescer em valor absoluto, apesar do Governo manter que ficará em 127,7% do PIB no final deste ano. O Orçamento do Estado para 2018, que está em fase de elaboração, parece contemplar um conjunto de encargos de despesa ou de cortes de receita que se podem vir a revelar contraproducentes a prazo para o objetivo de redução do défice nos próximos anos. No crescimento do investimento há um peso muito significativo na importação de veículos automóveis, o que não é seguramente bom. Também o regresso em força da construção, sendo bem vinda, precisa de ser temperado com a aposta em maquinarias e equipamentos para os setores industriais. As exportações podem sofrer com um eventual abrandamento da economia mundial devido à política económica errática e protecionista do presidente norte-americano. As taxas de juro na Europa vão inevitavelmente começar a subir, provavelmente em 2019. E um conflito nuclear na península da Coreia colocará o mundo em ebulição, com os preços do petróleo e das matérias-primas a disparar.
Mas isso é o futuro – e o mais difícil de prever é o futuro.
Até lá, o Governo e a maioria que o apoiam tem resultados para apresentar, a par das boas expectativas dos agentes económicos. E não, não foi a fazer a mesma política do anterior Governo: foi a alterá-la em múltiplos aspetos, por muito que a direita, interna e externa, Berlim e o Eurogrupo, o PSD e o CDS, para se consolar, digam que o que está a ser feito era o que estava na cartilha neoliberal do programa de ajustamento. Convenhamos que há quem pie pior do que aqueles que são acusados de não piar.

 estatuadesal.com
02
Set17

Uma Madonna Lisboa

António Garrochinho




Foi com alguma curiosidade que assisti ao primeiro debate com os candidatos à Câmara Municipal de Lisboa na SIC e, na segunda parte, na SIC Notícias. Moderado por Rodrigo Guedes de Carvalho o debate acabou por ser chocho. Notou-se a falta de uma candidata do PSD. Outra crítica, sendo o debate sobre Lisboa e os seus habitantes fazia sentido terem posto legendas em francês e inglês, porque são as pessoas a quem o debate mais diz respeito.
No final do debate, fiquei com a sensação de que a Teresa Leal Coelho é a única pessoa que tem menos vontade de ser presidente da câmara do que eu tenho que ela seja. Ela só quer que isto acabe. Nem quer arriscar e vai votar Fernando Medina. O que lhe dava jeito era o PSD não eleger ninguém.
Numa das intervenções, Teresa Leal Coelho disse que fazia vídeos sobre Lisboa esquecida. Como, por exemplo, o caminho de sua casa para a câmara. O que Teresa Leal Coelho foi fazer à SIC foi distribuir votos. Cristas esteve todo o debate com um sorriso de habitante de Lisboa extremamente satisfeito. Ou de quem sabe que ganha mais votos cada vez que Teresa Leal Coelho fala do que com o que diz.
Estranhamente, um dos nomes mais referidos no debate foi o de Madonna. Não me perguntem porquê. Segundo sei, Madonna vai viver para Sintra. Há um certo histerismo com isto da Madonna se mudar para Portugal e ser vista aqui e acolá. Nós temos tradição disso. Eu ambiciono ver a Madonna em Fátima. E não é só a Madonna. Há vários famosos que se mudaram para Lisboa e, sem entrar no nosso lado Caras, eu até acho que com o “boom” com que a cidade anda até podíamos apostar na vinda para Lisboa de famosos já mortos. Exemplo: Prince no Panteão, David Bowie nos Jerónimos. Só assim, de repente.
É realmente diferente ver um debate sobre as autárquicas em Lisboa em que se começa por falar da Madonna . Não parecia um debate autárquico, parecia o princípio de um filme do Tarantino. Teresa Leal Coelho parecia estar chateada com a Madonna. Disse que Madonna não veio para Lisboa para estar uma hora fechada dentro do carro. Parece que nunca viu um vídeo com o que a Madonna faz dentro de uma limusina. Uma hora dentro do carro da Madonna está longe de ser a chatice que a Teresa Leal Coelho quer fazer parecer. Depois, acrescentou que os lisboetas “não têm o orçamento da Madonna.” Esta embirração toda com a Madonna só pode ser inveja da colecção de sapatos.
Retirei pouco mais do debate, excepto as vinte estações de metro de Cristas, uma coisa digna da Madonna, incluindo uma estação de metro em Loures. Aposto que o candidato do PSD a Loures não se opõe à ideia desde que a nova estação de metro de Loures se chame Sapo e tenha pinturas com o tema, etc.

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 01/09/2017)

02
Set17

A impressionante carta da esposa de Aldous Huxley após injetar LSD no marido em seu leito de morte

António Garrochinho


O escritor inglês Aldous Huxley não foi somente um desbravador da literatura, mas também da consciência humana. Autor de clássicos imortais como Admiravel Mundo Novo e As Portas da Percepção, Huxley explorou o uso de alucinógenos como a mescalina, o LSD e outros psicodélicos a fim de expandir a consciência e descobrir, através da abertura justo das portas da percepção, novos horizontes do pensamento humano. A experiência com drogas psicodélicas foi tão importante para Huxley, que o autor planejou deixar a vida em uma viagem de LSD – e, com a ajuda de sua mulher, assim o fez.
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Laura e Aldous Huxley
Aldou Huxley morreu em novembro de 1963 – curiosamente no mesmo dia em que o presidente dos EUA John Kennedy foi assassinado – depois de três anos de luta contra um câncer e, após o diagnóstico derradeiro de um médico, horas antes de sua morte, conforme seu pedido, sua mulher, Laura, lhe injetou diversas doses de LSD. Em uma impressionante carta endereçada ao irmão de Huxley, Laura conta em detalhes como se deu a morte de um dos grandes autores do século XX, sob o efeito do ácido.
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O jovem Huxley
“Eu fui avisada de que pela manhã ele poderia ter convulsões perturbadoras, próximo ao fim, ou algum tipo de contração pulmonar, com ruídos. As pessoas tentaram me preparar para reações físicas horríveis que ocorreriam. Nada disso aconteceu, na realidade o cessar da respiração não foi em nada dramático, pois aconteceu tão lentamente, tão gentilmente, como uma peça musical simplesmente encerrando em um sempre piu piano dolcement”, ela escreveu. “As cinco pessoas presentes na sala disseram que foi a mais serena e bonita morte. Ambos os médicos e a enfermeira disseram jamais ter visto alguém em tais condições físicas ir embora tão completamente sem dor ou sofrimento”, escreveu Laura Huxley.
Mais adiante, na carta, ela descreve o último momento em que Aldous reagiu às suas palavras, no qual ela passou a incentiva-lo que deixasse a vida com calma e sem dor. “‘Vá, vá, deixe ir, querido; pra frente e adiante. Vá na direção da luz. Por vontade própria e consciente você está indo, e está indo de forma linda. Está fazendo isso com tanta beleza – indo na direção de um amor maior. É tão gracioso e lindo. Leve e livre. Você está indo na direção de algo melhor, de um amor maior’, eu disse a ele, bem perto de seu ouvido. Então perguntei se ele estava me ouvindo, e ele apertou a minha mão. Algum tempo depois ele me pediu que não mais fizesse perguntas, que estava tudo bem”.
AHuxley3
Por fim, ela comenta sobre a sensação que pairou sobre todos, de que havia sido uma morte especialmente tranquila e bonita. “Nunca saberemos se tudo isso foi uma autossugestão nossa, ou se foi real, mas certamente todos os sinais e nossos sentimentos internos deram a indicação de que foi lindo, pacífico e leve”.
AHuxley4
Aldous Huxley morreu aos 69 anos em sua casa, em Los Angeles, da forma que quis – o que parece ser realmente uma saída bonita para a própria vida. A carta na integra, em inglês, está nesse link – e pode ser ouvida, também em inglês, no vídeo abaixo, lida pela própria Laura.

VÍDEO
© fotos: divulgação;fonte: via


vivimetaliun.wordpress.com
02
Set17

Conheça o Bar Japonês feito de lixo

António Garrochinho





Esse lugar é a prova de que um lugar pode ser sustentável, ecologicamente correto e ainda por cima lindo e aconchegante!
O bar Kamikatz Public House fica no Japão e foi criado pelos arquitetos Hiroshi Nakamura & NAP, utilizando todos os materiais reaproveitados.
Em uma era onde o consumismo é estimulado e muita coisa que ainda poderia ser útil vai para o lixo, o Kamikatz Public House é a prova de que reaproveitar materiais não significa de maneira nenhuma abrir mão da qualidade, da beleza e do conforto. Confira!

    


www.portalvideo.blog.br
02
Set17

Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco

António Garrochinho
Desde a época medieval, a vila de Rocamadour ("amante das rochas"), na região da Occitânia, no sudoeste da França, atraiu peregrinos de toda a Europa para os seus monumentos históricos e o santuário da Santíssima Virgem Maria. Dizem que São Amador, considerado o cobrador de impostos bíblicos de Jericó, Zaqueu, viveu e morreu aqui, logo depois que ele saiu de Jerusalém. A lenda diz que depois que o corpo de Amador de Auxerre foi descoberto, vários milagres começaram a acontecer.


Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 01
Com a passagem do tempo os poderes de cura dos restos da Amador se tornaram conhecidos e o local começou a atrair peregrinos e doações de reis franceses e rainhas, permitindo que o local crescesse em forma de vila com vários santuários e locais de culto. Eventualmente, Rocamadour tornou-se uma parada importante no caminho de peregrinação para Santiago de Campostela.

Não obstante, Rocamadour atrai visitantes por outro motivo: seu cenário dramático coberto pelas construções monásticas. A vila é dependurada ao penhasco de uma garganta esculpida pelo rio Alzou. Os prédios de Rocamadour foram construídos ao lado do despenhadeiro até um ponto alto de 120 metros.

Lances de escadaria ascendem da cidade baixa até as igrejas, um grupo de edifícios maciços a meio caminho do penhasco. A maior delas é a igreja de peregrinação de Notre Dame, reconstruída em sua configuração atual de 1479, contendo a principal atração do local: uma Madonna negra de madeira, que foi desenhada pelo próprio São Amador.

A pequena comunidade beneditina continuou a reservar-se o uso da pequena igreja do século 12 de Saint-Michel. Logo abaixo desta igreja de peregrinação há um terraço, onde os peregrinos podem se reunir, chamado Plateau de St Michel, onde há uma espada quebrada que, dizem, ser um fragmento da mitológica Durindana, uma vez utilizada pelo sobrinho e paladino do imperador franco Carlos Magno, Conde Roland.

Os muros interiores da igreja de St Sauveur são cobertos com pinturas e inscrições que recordam as peregrinações. Já a igreja subterrânea de São Amador (1166) se estende por baixo de St Sauveur e contém relíquias santuárias. No cume do penhasco fica o castelo construído na Idade Média para defender os santuários.
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 02
Via: Liz Castro
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 03
Via: Anthony Clement
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 04
Via: Patrick Nouhailler
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 05
Via: Luc
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 06
Via: Luc
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 07
Via: Luc
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 08
Via: Occitanie
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 09
Via: JP Newell
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 10
Via: Lynn Rainard
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 11
Via: Etienne Valois
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Rocamadour, a vila vertical dependurada em um penhasco 12
Via: Etienne Valois

www.mdig.com.br
02
Set17

BERTOLD BRECHT – “Ouvimos Dizer: não queres continuar a trabalhar connosco”

António Garrochinho



Ouvimos dizer: Não queres continuar a trabalhar connosco.
Estás arrasado. Já não podes andar de cá para lá.
Estás muito cansado. Já não és capaz de aprender.
Estás liquidado.
Não se pode exigir de ti que faças mais.
Pois fica sabendo:
Nós exigi-mo-lo.
Se estiveres cansado e adormeceres
Ninguém te acordará nem dirá:
Levanta-te, está aqui a comida.
Porque é que a comida haveria de estar ali?
Se não puderes andar de cá para lá
Ficarás estendido. Ninguém
Te irá buscar e dizer:
Houve uma Revolução. As fábricas
Esperam por ti.
Quando estiveres morto, virão enterrar-te
Quer tu sejas ou não culpado da tua morte.
Tu dizes: que já lutaste muito tempo.
Que já não podes lutar mais.
Pois ouve:
Quer tu tenhas culpa ou não
Se já não puderes lutar mais, serás destruído.
Dizes tu: Que esperaste muito tempo, que já
Não podes ter esperança.
Que esperavas tu?
Que a luta fosse fácil?
É assim:
Se não levamos a cabo o sobre humano
Estamos perdidos.
Se não pudermos fazer o que
Ninguém de nós pode exigir
Afundar-nos-emos.
Os nossos inimigos só esperam
Que nos cansemos.
Quando a luta é mais encarniçada
É que os lutadores estão cansados.
Os lutadores que estão cansados demais,
Perdem a batalha.
02
Set17

02 de Setembro de 1945: Segunda Guerra Mundial. Sessão formal de assinatura da rendição do Japão, a bordo do USS Missouri.

António Garrochinho


No dia 2 de Setembro de 1945, o Império do Sol Nascente rende –se aos Estados Unidos, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. A Alemanha havia capitulado quatro meses antes. A acta de capitulação foi assinada na baía de Tóquio, a bordo do navio de guerra norte-americano Missouri na presença do general Douglas MacArthur e representantes das potências aliadas.


Aliado da Alemanha de Hitler e da Itália de Mussolini, no seio do Eixo, o Japão do imperador Hiroito entrou na guerra mundial ao atacar sem prévio aviso a base naval norte-americana de Pearl Harbor. Débil demais para poder suplantar a primeira potência industrial do mundo, o Japão não cessara de perder terreno após o aniquilamento da sua frota em Midway. Contudo, nem a perda das ilhas distantes após combates encarniçados, nem os bombardeios convencionais sobre as grandes cidades do arquipélago japonês fizeram diminuir a determinação dos dirigentes militares nipónicos.


Segundo definição da Casa Branca, para poder obrigar o governo japonês a capitular era necessário o emprego das poderosas bombas atómicas, estadas no deserto de Alamogordo, Novo México.


O presidente Harry Truman autorizou o lançamento de duas bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, o que ocorreu em 6 e 9 de Agosto respectivamente.


Na véspera do ataque a Nagasaki, a União Soviética havia declarado guerra ao Japão e no dia seguinte, 9 de Agosto, invadiu a Manchúria, uma colónia japonesa.


Todavia, de acordo com as previsões de Washington, seriam as vítimas de Hiroshima e Nagasaki que convenceriam o governo japonês a encerrar uma resistência desesperada.


No dia 14 de Agosto, os japoneses, surpresos, ouvem pela primeira vez a voz de seu imperador - o mikado – pelos altifalantes instalados por todas as ruas.


Com voz grave e embargada, Hiroito anuncia a decisão de pôr termo à guerra. Consternação, gritos lancinantes e choros sacodem as multidões, sem excluir que no íntimo de muitos cidadãos havia um alívio secreto ante a perspectiva de paz. Aterrados, altos escalões do regime e oficiais de hierarquia escolheram pôr fim aos seus dias segundo o ritual nipónico.


Em 2 de Setembro, o novo ministro dos Negócios Estangeiros Mamoru Shigemitsu e o chefe do Estado-Maior da Armada Imperial, o general Yoshijiro Umezu, proibido de se suicidar pelo imperador, assinam a rendição sobre a ponte do cruzador Missouri, ancorado no porto de Tóquio. Na presença do general norte-americano Douglas MacArthur, assinam a capitulação do seu país. A Segunda Guerra Mundial estava terminada e o mundo passava a ser assaltado pelo temor de um apocalipse nuclear.

O tratado de paz propriamente dito foi assinado seis anos mais tarde, em São Francisco, em 8 de Setembro de 1951, pelos representantes do Japão e os dos Estados Unidos e pelas 47 nações aliadas na Segunda Guerra Mundial. A União Soviética e a China popular  abstiveram-se de qualquer assinatura.


Pelo referido tratado de paz, o Japão reconhecia a independência da Coreia e renunciava a qualquer reivindicação sobre as suas antigas possessões das ilhas Kurilas e Sakalinas, que passaram para a soberania soviética, assim como sobre Taiwan (Formosa) e os seus arquipélagos do Pacífico, que passaram para a tutela de Washington. Renunciava a toda intervenção militar externa e foi apenas autorizado a constituir uma “força de auto defesa” não nuclear.


Com a entrada em vigor do tratado, em 28 de Abril de 1952, o Japão pôde, por fim, recuperar a sua independência política e libertar-se da tutela norte-americana, embora mantendo laços especiais.Com a reconstrução paulatinamente concluída, o país ingressou, desde então, numa fase de expansão acelerada que permitiu que em poucos anos alcançasse o patamar de um dos países mais ricos do planeta.



wikipedia (imagens)

Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão Mamoru Shigemitsu assina a Ata de rendição do Japão no USS Missouri

02
Set17

DANOS COLATERAIS, que sobram para mim.

António Garrochinho

Francisco Chico da Emilinha

A ZARA é e só uma GATA típica MADE IN PORTUGAL. Tigresa e de S. João.
Terá as suas rotinas enquanto tal, mas é uma privilegiada.
Partilha toda a casa, até vai ter comigo, quando estou no quarto de banho a fazer o que sou ou a tomar banho, mas tem sítio personalizado, onde comer, beber, até onde fazer as necessidades, para não ser grosseiro e dizer, onde cagar e mijar. E eu que esteja atento à coisa para tudo ir mudando/limpando.
Sai de casa (todos os dias) quando me pede, obrigando-me a levantar, acontecendo o mesmo para entrar, não usa a campainha, mas os seus miares são diferentes para cada desejo/ordem seu/sua.
Atravessa a rua e sobe o muro duma quinta, por onde anda como lhe apetece; frequentemente e com um miar diferente avisa-me que trás visitas, que vão desde pássaros, ratos, toupeiras, sardaniscas, até cobras, e cá o moina que se levante para ir fazer-lhe uma festinha, dizer-lhe obrigado e deitar os bichitos ao lixo, depois de me certificar que entregaram a alma ao criador, por actuação da assassina.
Ontem não lhe deu para sair, só reparei já a meio da tarde, fui ter com ela, perguntei-lhe o que se passava, respondeu-me com um miar que era diferente, baixinho indiciando talvez dor, ou um : - Vai chatear o caralho!
Abaixei-me, ajoelhei-me, acabei por me deitar no chão e então verificar que a gaja estava com sinais visíveis de uma luta (penso eu) entre iguais, tendo como resultado uns rasgos/sulcos leves na cabeça, um olho que não abria e a rever uma aguadilha pegajosa.
Lá foi o gajo procurar soro fisiológico, que não havia, ok, substitui por água, betadine, algodão e vai de tratar da gaja.
Misturei o betadine com água, limpei-lhe o que ela deixou, sempre com o cuidadinho inerente ás lesões estarem perto do OLHO, ou até e também nele.
Fui dando por ela que comeu e bebeu, pela noite lá veio ela para o colinho, onde eu tinha a meu lado um bocado de algodão e ia-lhe limpando o corrimento do OLHO, não gostava muito, mas deixava-se ficar. A certa altura lembrei-me das minhas feridas em catraio em que a cura se fazia com teia de aranha e mesmo cinza de cigarro, teias não vi, mas que levou com cinza do cigarro, apostem que ganham.
Hoje pareceu-me que estava mais confortável, e lá veio o miar do querer ir lá para fora, levanta-te chico… FOI ! Mas não demorou muito a regressar, levanta-te chico.
Há bocadito senti a falta dela, ora estando a janela fechada, fui procurá-la; estava aninhada na minha cama, mais umas festinhas uns rosn rons e deixei-a em paz.
Admira-me ESTES CARALHOS terem uma capacidade de sofrimento forte, certamente uma admirável regeneração das feridas, quando a coisa não lhes corre lá muito bem, desandam e vão morrer longe de quem deles gosta.
Não me venham cá com as merdas do veterinário e essas coisinhas a ZARA é uma gaja especial, auto-cura-se e medicamenta-se com ervas e outras merdas que ela lá sabe e eu não.
ESTA MERDA DE UM GAJO SER ANIMAL DE ESTIMAÇÃO DE UMA GATA - - - É FODIDO.
Olha, olha, está aqui a miar-me outra vez, OK OK OK OK levanta-te chico e abre-lhe a janela, e lá foi ela.
Tal como diziam os antigos, ás tantas andar com as FERIDAS AO TEMPO também a cura.
VEREMOS.

02
Set17

Angola, as eleições e depois

António Garrochinho






Reproduzo aqui o meu artigo de opinião que o Diário de Notícias publicou ontem (1/09/1017). O original pode ser encontrado aqui.

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ANGOLA, AS ELEIÇÕES E DEPOIS


1. Ao aterrar em Angola como observador internacional para as eleições de 23 de Agosto sabia que os processos eleitorais não começam nem acabam nos dias de votação, e que a vida democrática de um país não se esgota nos atos eleitorais.

2. Antes da votação, a generalidades das missões de observação eleitoral internacionais partilhavam a convicção de que Angola tinha feito um grande esforço para que estas eleições fossem não apenas mais organizadas do que as edições precedentes mas também mais fiáveis como expressão da vontade dos eleitores. Ao mesmo tempo, era geralmente partilhada a preocupação com o muito desigual acesso dos partidos concorrentes aos meios de comunicação social. É claro que alguns interlocutores nos referiram a importância do uso parcial do aparelho estatal e do poder económico na conformação da vontade do corpo eleitoral.

3. O dia da votação produziu uma impressão fortemente positiva: organização, serenidade, ausência de coação, transparência. Se alguém menospreza a importância política da boa organização de umas eleições, faz mal: é na desorganização que mais facilmente se desrespeitam as regras, a desordem é o caldo de cultura da fraude. Neste caso, pelo contrário, a organização permitiu às pessoas votar facilmente e com rapidez, favorecendo uma grande participação: a abstenção desceu cerca de 14% de 2012 para 2017. O Estado investiu nas eleições, Angola levou as eleições a sério.

4. Aspeto crucial para ajuizar da limpeza da votação: a julgar pelas informações disponíveis, na generalidade das mesas de voto havia delegados dos partidos concorrentes, raramente todos, mas usualmente vários. Os relatos convergem: foram respeitados os direitos dos delegados à fiscalização de todas as operações da votação, corrigindo até alguma tensão dos dias anteriores sobre esse ponto. No final, cada delegado de partido levou cópia da ata com os resultados. No que presenciei, o respeito pelos delegados dos partidos nas mesas de voto contribuiu para o clima de normalidade e calma em que decorreu o voto.

5. Cabe também anotar que, segundo relatos das missões de observação, não se registaram quaisquer obstáculos ao trabalho dos observadores (internacionais ou nacionais).

6. Quando escrevo, já estamos na fase seguinte: apuramento dos resultados. Conhecidos os resultados e os vencedores provisórios, transparece para a opinião pública o espectro de uma não-aceitação dos resultados por todos os concorrentes. A Comissão Nacional Eleitoral poderá não ter respeitado rigorosamente todos os procedimentos previstos, talvez até anunciando cedo de mais resultados provisórios que podiam não estar completamente consolidados. Tal como algumas vozes da oposição terão sido precipitadas a tentar lançar a suspeita de fraude sobre o processo. Alguns reagiram como se só pudessem ser democráticas eleições que o MPLA perdesse. Julgo, no entanto, que existem os meios (nomeadamente as atas e demais documentação das mesas de voto) para garantir um apuramento rigoroso e incontestado dos resultados verdadeiros destas eleições. O trabalho continua e já há províncias cujos resultados definitivos são aceites como fidedignos pelos partidos da oposição. É esse acerto de contas que tem de continuar e ser levado até ao fim, porque as dificuldades operacionais não podem ser consideradas (nem ser transformadas em) desvirtuamento dos resultados.

7. Vários fenómenos positivos acompanharam estas eleições. Desde logo uma forte mobilização cidadã, não só direcionada para as candidaturas mas também para o controlo democrático do processo eleitoral. Isso poderá ajudar os partidos a reforçar a sua capacidade de construir alternativas e equipas que os angolanos reconheçam como credíveis possíveis governantes, algo que não está automaticamente conquistado. Ao mesmo tempo, o MPLA, pelo simples facto de apresentar um novo candidato, aparece aos olhos de muitos como fator de mudança. Será agora preciso saber se a coragem do candidato, ao introduzir certos temas melindrosos e em recuperar pessoas antes tornadas dissidentes, é suficiente para garantir uma transição bem-sucedida na perspetiva do progresso do país. Até porque são grandes os desafios, em maior ou menor grau partilhados por muitas sociedades, designadamente o de uma relação adequada entre poder político e poder económico e o de um necessário combate às desigualdades excessivas, através da expansão dos direitos sociais efetivos à generalidade da população.

8. Há quem olhe para Angola e só veja negócios. Há quem olhe para Angola e só pense numa preferência partidária. Procuramos que não seja esse o nosso caso: porque os investimentos mútuos são importantes, mas a prazo não podem prosperar num deserto moral; porque antes do valor próprio de cada força política vem o valor do pluralismo e dos direitos fundamentais.




Porfírio Silva, 2 de Setembro de 2017


maquinaespeculativa.blogspot.pt
02
Set17

SEM PAPAS NA LÍNGUA

António Garrochinho

NÃO SÃO SÓ OS DIRIGENTES DO SOCIALISMO NA GAVETA QUE ESTÃO CONTRA A GREVE DOS TRABALHADORES NA AUTOEUROPA.

ESSES, MUITOS DELES, AGORA EM CAMPANHA ELEITORAL POR VEZES RESPONDEM COM UM "NIM" QUE É PARA CONTENTAR OS INCAUTOS MAS TODOS SABEMOS O QUE PENSAM OS XUXAS DAS GREVES AGORA QUE ESTÃO NO PODER.

SE ANTES PROMOVERAM TUDO QUANTO ERA "AMARELO" PARA DESTRUIR O PODER ORGANIZADO DOS TRABALHADORES E DA CGTP INTERSINDICAL AGORA EM MARÉ DE GERINGONÇA ALGUNS APRESENTAM-SE APARENTEMENTE CALMOS MAS O ÓDIO CONTINUA LÁ DENTRO.

NA NET, O QUE FALTAM É BLOG(s) AFECTOS AO PS QUE ESPUMAM DE RAIVA E FAZEM OS MAIS TERRÍVEIS PROGNÓSTICOS SOBRE O FUTURO DA AUTOEUROPA AO MESMO TEMPO QUE TENTAM ATERRORIZAR A MAIORIA DOS TRABALHADORES QUE LUTARAM E LUTAM PELOS SEUS DIREITOS.

ATÉ PARECE (E NÃO TENHO DÚVIDAS) DE QUE CERTOS CRÁPULAS DISFARÇADOS DE SOCIALISTAS E OS SEUS LACAIOS ESTÃO DESEJANDO QUE OS ALEMÃES DA AUTOEUROPA TOMEM MEDIDAS MAIS REACCIONÁRIAS NO SENTIDO DO DESPEDIMENTO E DA SABOTAGEM À LUTA DOS PROFISSIONAIS DA AUTOEUROPA.

XUXAS E BLOCO ELEITORALISTA SÃO UMA CAMBADA DE SAFADOS QUE VIVEM À CUSTA DE MENTIRAS, DEMAGOGIA E FALSIDADE PERANTE QUALQUER LUTA DE TRABALHADORES SEJA NA AUTOEUROPA OU NOUTRO LADO QUALQUER.

O QUE CONTA PARA ESTA GENTE É O VOTO PARA SE MANTEREM NO PODER OU COMO DEPUTADOS NA A.R.

NÃO NECESSITO DE PROVAR AQUI NADA, A HISTÓRIA DESTAS QUATRO DÉCADAS FALAM POR SI E TODA A GENTE QUE É HONESTA E TRABALHADORA JÁ SENTIU NA PELE A POLÍTICA DESTES CORRUPTOS E ALDRABÕES.


António Garrochinho
02
Set17

COLÔMBIA - PARTIDO FARC QUE FUTURO ?

António Garrochinho


Mantendo a mesma sigla, as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia passam agora a designar-se como Força Alternativa Revolucionária da Colômbia, partido que irá concorrer nas eleições gerais previstas para o próximo ano.
No entanto, como explica o analista Ariel Avila, o processo de paz ainda não terminou.

VÍDEO


“Se um guerrilheiro for eleito congressista e após um ano, em 2019, for condenado, ele poderá continuar a fazer política desde que diga a verdade, peça perdão, faça reparações e dê garantias de que não voltará à vida armada”, segundo o diretor da Fundação para Paz e Reconciliação.
Apesar de reinar a paz desde a assinatura do acordo de paz em 2016 e a conclusão do processo de entrega das armas em junho passado, registou-se um aumento de 31% nos assassinatos de líderes comunitários, entre eles alguns relacionados com as FARC.
Segundo Ariel Avila, “a Colômbia tem um grande problema. Há conflitos de terras, de verdade e de política. Existem elites regionais que beneficiaram com este conflito e que estão preparadas para matar a fim de manter o status quo. É por isso que há gente que não quer o processo de paz”.
Desde 23 de abril que familiares de guerrilheiros e combatentes têm sido mortos. As FARC reclamam proteção.
“Pensamos e reivindicamos que se o governo está verdadeiramente empenhado na paz, um dos objetivos principais seria começar a desmantelar o sistema paramilitar neste país”, adianta Fredy Pastor, antigo guerrilheiro.
Apesar dos desafios, muitos antigos combatentes estão otimistas relativamente ao futuro.
Começa agora a etapa mais difícil para o novo partido FARC. Trata-se de vender as ideias revolucionárias em formato de partido político após 53 anos de conflito. O discurso terá que mudar embora os ideiais revolucionários se mantenham intactos.
Bogotá, Héctor Estepa, para Euronews”
02
Set17

LÁGRIMA DE PRETA

António Garrochinho



Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

ANTÓNIO GEDEÃO, in LÁGRIMA DE PRETA
(A Voz de Moçambique, 1964)
02
Set17

Paulo Rangel, o pregador falhado

António Garrochinho



Esta coisa da Universidade de Verão do PSD é uma espécie de cartola de mágico de onde pode sair tudo em qualquer momento: coelhos, cavacos, rangeis e todos os outros génios do mal, à excepção do diabo que está em greve, por solidariedade com os trabalhadores da AutoEuropa.
Desta vez saiu, Rangel, o Paulo, pregador de vocação falhada. Não tem pose, não tem voz, restando-lhe apenas o dedinho curto com que ameaça os portugueses com as penas do inferno por darem crédito às “esquerdas radicais”, expressão da qual abusa mas que roubou sem vergonha à D. Cristas que tem a patente registada.
E que aprenderam os jotinhas durante tão terrível prelecção? Pelos vistos não aprenderam grande coisa nem ligaram muito ao assunto. Alguns estavam a navegar no Facebook enquanto Rangel rangia a bom ranger. como se pôde ver nas televisões. Os jotas não estão lá para aprender nada de relevante mas para herdarem os contactos da rede clientelar laranja, os quais os poderão alcandorar no futuro a uma sinecura dourada.
Rangel rangeu e foi triste de ver. Um apoiante do governo pafioso que mais cortou no investimento, nos salários – públicos e privados -, e nos serviços públicos, vir agora acusar o actual governo de cortar no Estado Social, e dizer que todos os desastres recentes, os fogos, os mortos de Pedrogão, as armas de Tancos, as greves, os suicídios (os que aconteceram e os que não aconteceram), se devem a cortes na despesa pública feitos pela actual governação.
Onde estava Rangel quando Gaspar implementou o mais brutal aumento de impostos de que há memória em Portugal – atrevo-me a dizer -, desde o tempo de D. Afonso Henriques? Onde estava Rangel quando os orçamentos eram chumbados sistematicamente pelo Tribunal Constitucional, por não se conformarem com a lei e serem um roubo descarado a céu aberto aos portugueses? Onde estava Rangel quando Passos até os subsídios de desemprego queria taxar com impostos?
Pois eu digo-vos onde estava. Estava a lamber as botas de Passos Coelho (para não dizer a lamber outra coisa), de forma a entrar nas listas de deputados ao Parlamento Europeu, onde não há austeridade nas regalias e nos ordenados principescos desses eleitos, eleitos para não fazerem nada que se veja, mas apenas para criarem um palco onde se simula a democracia, enganando assim os povos da Europa.
Diz Rangel que não há Estado Social mas sim o “estado salarial” de António Costa. (Ver aqui). Que o PS dá com uma mão e tira com a outra. E eu digo, ó Rangel, até podes ter razão. Mas olha, sempre é melhor dar com a mão esquerda e tirar um pouco menos com a direita do que tirar com as duas mãos como o governo pafioso fez sem rebuço nem vergonha.
O problema da direita radical, de onde Rangel é oriundo, é que fica com azia e dores de cabeça sempre que vislumbra uma política que beneficie os salários dos mais carenciados. Trata-se de uma visão fascista da sociedade onde existem os eleitos, aos quais tudo deve ser dado por mérito de divino berço – e onde ele e os seus comparsas se incluem, claro -, e os pobres coitados aos quais é legítimo espoliar, explorar, espezinhar, porque são seres inferiores, animais de carga que só existem para servir a elite dos bem-nascidos. Esta é a ideologia de Rangel e de toda a direita que ele encarna e que tenta pregar aos quatro ventos com a sua exasperante vozinha de cana rachada.
Para Rangel, os eleitos tem o direito de se empaturrar com os recursos da sociedade, ficando refastelados até ao vómito. O que restar, as migalhas sobrantes, essas que sejam então distribuídas pela plebe faminta. E conseguem dormir descansados o sono dos justos, porque os pobres, para eles, não são gente, e não nasceram para terem o direito a ser felizes, tal como não se chora pelo boi quando se come um bom bife da vazia (os que comem).
É este o ideário da direita, de Rangel, e do actual PSD. Eles sim, radicais, déspotas iluminados por um pensamento retrógrado e fascizante. Foi este pensamento que os guiou enquanto foram governo. Como o bolo era curto, e como aos eleitos nada podia faltar, a solução, como sempre, foi a de cortar no bolo (leia-se nos salários e pensões) dos mais fracos. E fizeram-no sem dó nem piedade.
E quando o actual governo, apesar de timidamente – devido ao poder dos rangeis da Europa dos eurocratas, que pensam exactamente da mesma forma -, se atreve a inverter tais políticas, saltam cavacos, coelhos e rangeis desse ninho de lacraus, dessa escola de vícios, que é a dita Universidade de Verão.
Porque eles sabem que o bolo não estica por artes mágicas, e que cada euro que é restituído a quem trabalha é um euro a menos no bolso dos bem-aventurados do costume. É por isso que Rangel e Cristas falam em “esquerda radical”.
Porque a esquerda “não radical”, para Rangel, seria aquela que em vez de pugnar pela alteração do quadro jurídico e institucional que afecta e determina a repartição do rendimento e os direitos de quem trabalha, se limita a pedir esmola à porta das Misericórdias, contentando-se com as sobras da Dona Jonet. E para esse peditório, podemos sempre contar com Rangel e quejandos, como bons cristãos que se gabam de ser.


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