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orouxinoldaresistencia

POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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10
Set17

10 de Setembro de 1368: Tem início a Dinastia Ming

António Garrochinho


Na noite de 10 de Setembro de 1368, o imperador Shun-ti é advertido da chegada de um grupo de insurgentes. Ele deixa apressadamente o seu palácio de Pequim e refugia-se na Mongólia com os seus filhos e os seus tesouros. Esta penosa fuga põe fim à dinastia mongol dos Yuan, fundada um século antes por Kublai Khan , um neto de Gengis Khan. Ela inaugura uma nova dinastia, propriamente chinesa, a dinastia Ming.

A dinastia mongol dos Yuan deixou-se levar, numa quinzena de anos, pela acção de uma seita budista, o Lótus Branco, numa região meridional de Cantão. Esta seita milenarista anunciava o advento do Messias budista, o Meitreya, que libertaria a China dos mongóis. Entre os chefes insurgentes que se sublevaram o mais hábil era Tchou Yuan-tchang.

Este antigo bonzo, filho de um trabalhador agrícola, predomina sobre os seus rivais e submete a China Central ao seu controlo. Instala a capital em Nanquim. Finalmente, avança sobre Pequim à frente das suas tropas em perseguição dos Yuan. Funda a prestigiosa dinastia dos Ming que se pretendia genuinamente chinesa e não de origem estrangeira como a precedente.


Durante os trinta anos que lhe restaria viver, Tchou Yuan-tchang, que se tornou Hongwu, empenha-se em restaurar os valores da China tradicional, superando o interregno mongol. Cerca-se de conselheiros budistas porém confere proeminência aos letrados confucionistas que pregam a moral da temperança. Como a sua própria temperança tinha limites, houve ocasião de mandar executar alguns dos seus conselheiros e letrados.

Após o efémero reinado do seu filho mais velho, coube ao seu filho mais novo, Yongle, a proeza de levar ao apogeu a dinastia Ming e o império chinês.

Nascido em 1360, Yongle assume o trono em 1403. Em 21 anos de reinado, leva a China a uma dimensão que jamais havia atingido anteriormente. É assim que o novo ‘‘Filho do Céu’’ – cognome dos imperadores chineses – restabelece a hegemonia da China sobre o Annam (Vietname actual), que se estenderia por muitos anos. Chega a arrecadar por um tempo impostos do Japão.


Em virtude da sua preocupação em melhor vigiar as fronteiras setentrionais e a Mongólia, transfere em 1421 a capital de Nanquim para Pequim. Esta grande cidade do norte havia sido no século precedente a residência dos imperadores mongóis.

Na sua nova capital, Yongle empreende grandes obras. Embeleza a antiga residência imperial, concebendo uma sucessão de palácios e de jardins sumptuosos. Esse conjunto monumental recebeu o nome de ‘‘Cidade Violeta-Púrpura Proibida’’, em chinês Tseu-kin-tcheng. O seu nome fazia alusão à cor teórica da estrela polar que está no centro do mundo celestial como a Cidade Proibida estava no centro do mundo terrestre, segundo o historiador René Grousset em História da China.

Em matéria cultural, o imperador, ele mesmo budista, ordenou compilar todos os textos da escola neo-confuciana. Em 1416, decide que eles constituiriam doravante a base do ensino escolar.

Yongle não se deteve apenas nisso. Para consolidar o seu império e desenvolver o comércio com outros países, organizou extraordinárias expedições marítimas que, no final das contas, não surtiram muito efeito



Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Retrato do Imperador Hongwu

Retrato do Imperador  Yongle
Publicada por 
estoriasdahistoria12.blogspot.pt

10
Set17

10 de Setembro de 1756: É criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, por iniciativa do Marquês de Pombal

António Garrochinho



Companhia monopolista instituída pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José, através do alvará de 10 de setembro de 1756. A sua criação insere-se num ambiente de sobre produção e de crise na qualidade do vinho do Porto. Este estado caótico devia-se sobretudo a uma tentativa de lucro fácil. Para manterem o nível de exportações para a Inglaterra, numa época de subprodução, os lavradores durienses optam por enfraquecer o produto final, admitindo vinhos de outras regiões vinícolas e adicionando baga de sabugueiro, entre outros produtos nocivos. As exportações baixam drasticamente, degenerando numa crise. A solução para o equilíbrio da região é encontrada pelo biscaínho Bartolomeu Pancorbo e pelos durienses Luís Beleza de Andrade e frei João de Mansilha, que propõem a instituição da Companhia das Vinhas do Alto Douro.
O seu primeiro despacho é a demarcação das propriedades segundo a qualidade dos seus vinhos, que significa a criação da primeira região demarcada e regulamentada do mundo. Os objetivos da Companhia eram "fomentar a cultura da vinha no Alto Douro, proteger a pureza do produto e controlar os preços", sendo publicados sucessivos diplomas para salvaguardar e melhorar a qualidade do vinho. A sua defesa a nível nacional tornou-se notória quando foi ordenado o arranque de vinhas noutros pontos do país que, eventualmente, poderiam concorrer com os vinhos do Douro. Contudo, a região não deixou de preocupar as autoridades, quer pelo excesso de produção quer pela adulteração, construindo-se armazéns na região para controlar a qualidade do vinho exportado. A Companhia tomou também a seu cargo diversas obras públicas no Douro e na cidade do Porto (como a abertura do Cachão da Valeira, em 1792).
O liberalismo e as suas guerras trouxeram de novo a instabilidade e inúmeras críticas à multifacetada e dominadora ação da Companhia, que acabará por ser transformada pelo rei D. Pedro IV numa mera empresa comercial, através de um decreto datado de 30 de maio de 1834. Entretanto sem organismos superintendentes,proliferam os vinhos do Porto adulterados que, juntamente com as perturbações do mercado inglês e a abertura dabarra do Douro a todos os vinhos, mergulham o setor numa crise profunda. Foram então tomadas algumas medidas para controlar a crise, como a reabilitação da Companhia e o exclusivo dos portos do Douro para os vinhos durienses, logo em 1838. Contudo, a ação da Companhia durante as crises da década de 40(sobreprodução) e de 50 (primeiras doenças da vinha) levaram à sua extinção definitiva em 1865.

Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.
wikipedia (imagens)

O Marquês de Pombal

10
Set17

10 de Setembro de 1898: A imperatriz Sissi é assassinada

António Garrochinho


A imperatriz Elizabeth da Áustria (nome de baptismo: Elisabeth Amalie Eugenie von Wittelsbac, conhecida como Isabel em Portugal) nasceu a 24 de Dezembro de 1837, em  Munique, foi imperatriz da Áustria e rainha da Hungria. Ficou mundialmente conhecida pelo nome que recebeu nos primeiros anos de vida, Sissi. Filha do duque da Baviera, Maximiliano e de Ludovica, irmã da arquiduquesa Sofia (mãe de Francisco José), a jovem imperatriz casou com Francisco José I em Abril de 1854. Sissi tinha então 16 anos e era considerada uma das mais belas princesas do mundo. A historiadora Brigitte Hamann lembra que também as irmãs de Sissi eram "uma mais bonita do que a outra. E Isabel adorava apresentar-se ao lado das suas irmãs. Então, a presença destas belas mulheres ajudou a tecer a lenda de Sissi em dose dupla".

A beleza era o principal capital de Sissi. Segundo Brigite Hamann, biógrafa da imperatriz, a sua tez marmórea, os cabelos longos até os joelhos, a figura esbelta e o sorriso de fada tornavam-na irresistível já quando adolescente. Quando o jovem imperador austríaco Francisco José da Áustria procurou uma esposa à altura de sua posição social, Sissi foi a eleita, em detrimento da sua irmã mais velha, Helene, que já havia sido prometida ao imperador.

 Do casamento nasceram quatro filhos: Sofia, Gisela, Maria Valéria e o príncipe herdeiro, Rudolfo. Segundo Brigitte Hamann, ela dedicou-se de maneiras muito diferentes aos seus filhos. "Quase não cuidou de Rudolph e ignorou Gisela completamente. Já Marie-Valerie era a sua filha predilecta  Os outros dois cresceram bastante solitários. Portanto, ela não pode ser classificada pelos historiadores como uma grande mãe."

Em 1867, juntamente com o marido, foi coroada rainha da Hungria na sequência da assinatura do compromisso austro-húngaro. A sua dificuldade de adaptação às regras da corte de Viena e a preferência da imperatriz pela Hungria afrontaram a Áustria e isolaram cada vez mais Isabel da vida familiar e dos compromissos oficiais, que procurou abandonar desde o seu casamento, por detestar o protocolo e as obrigações impostas pelo título do marido. A odiada vida na corte desgastou os nervos de Isabel. Viciada em dietas para emagrecer, refugiava-se em infindáveis viagens. O suicídio do filho Rudolph em Mayerling serviu-lhe de pretexto para abandonar de vez a vida pública. Nasceu aí o mito da bela misteriosa e inacessível.

Segundo o professor Ulrich von Otto-Kreckwitz, ela era "uma mulher extremamente vaidosa, muito egocêntrica e narcisista. O declínio de sua beleza doeu-lhe muito. Por exemplo, ninguém sabia que ela tinha dentes postiços, o que ela escondeu cuidadosamente. 

Na juventude, Isabel fizera questão de documentar e publicar a sua beleza em retratos. Mas a sua velhice ninguém deveria ver. Realizou a façanha de manter-se viva na memória popular como eternamente jovem. Não há retratos dela depois do trigésimo aniversário. 

Ela escondia a sua verdadeira face atrás de véus e leques. A fuga constante do olhar dos curiosos tornou-a solitária. Preencheu com poesia seus últimos anos de vida em isolamento voluntário.

Afundada na solidão, confiava ao diário o que sempre escondeu do imperador Francisco José I. "Perambulo solitária sobre a Terra, há tempo alienada da vida e do prazer; não tenho e nunca tive alma que me entendesse", escreveu pouco antes de morrer. Em Setembro de 1898, em Genebra, foi assassinada por um anarquista italiano, Luigi Lucheni. Inicialmente, o anarquista não tinha intenção de assassinar a imperatriz, mas sim qualquer personalidade que se encontrasse na cidade. Irritou-se quando soube que o príncipe d'Orleans, herdeiro do trono da França - o alvo perfeito - havia saído de Genebra na véspera. Diante da possibilidade de atingir um alvo ainda mais importante do que imaginara, o anarquista italiano alterou os seus planos. Na manhã do dia 10, após sair do Hotel Beau-Rivage em que estava hospedada, a caminho do vapor Genève para atravessar o lago de Genebra, Sissi foi abordada por Luigi que a golpeou com um fino estilete em forma de agulha no coração. A imperatriz caiu, mas ainda assim conseguiu levantar-se aparentemente sem sentir dor alguma. Sem perceber a gravidade do golpe que sofrera, apressou-se para junto da sua acompanhante a fim de não perder o barco. Isabel da Áustria desmaiou a bordo, o barco voltou ao cais e ela foi levada para o hotel onde morreu naquela tarde. 

Na década de 50 do século XX os filmes de Ernst Marischka protagonizados por Romy Schneider contribuiram decisivamente para espalhar o mito de Sissi.

Fontes:Imperatriz Isabel da Áustria. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
Wikipedia (Imagens)


Ficheiro:Erzsebet kiralyne photo 1867.jpg
Isabel da Áustria em 8 de Junho de 1867, no dia da sua coroação como rainha da Hungria

Ficheiro:Winterhalter Elisabeth 2.jpg
Imperatriz Isabel da Áustria, por Franz Xaver Winterhalter, no HofburgViena. Tem o cabelo enfeitado com estrelas de ouro branco cravejadas de diamantes.

File:Assassinato luigi.jpg

A cena do assassinato de Sissi ocorrido na frente do hotel Beau Rivage, em Genebra

10
Set17

ENTREVISTA TSF DN "No limite, pode não ter havido furto nenhum"

António Garrochinho


O ministro da Defesa volta a dizer que o assalto a Tancos é grave e avisa que, apesar de obsoleto, nas mãos erradas, o material roubado pode ser muito perigoso.

Em entrevista à TSF e Diário de Notícias, Azeredo Lopes adianta que mais de dois meses depois, o armamento que não foi roubado continua em Tancos. O ministro diz que ainda estão a ser estudadas as alternativas.
Sobre a investigação que está em curso pela Polícia Judiciária Militar, o ministro não se pronuncia. Azeredo Lopes diz que é muito importante saber o que se passou e admite, até, que possa não ter havido um assalto.

VÍDEO



Excerto da entrevista:
Falou numa concentração deste tipo de instalações. Já está escolhido o sítio?
Há vários sítios que estão a ser ponderados, é uma questão operacional. Os paióis da Marinha são interessantes porque cumprem os tais requisitos que já referi. Pode ser Santa Margarida ou Alcochete mas isso espero para ver aquilo que o exército e os outros ramos, porque é uma ocupação conjunta de paióis que podem pertencer apenas a um ramo. Este é um aspeto premente do ponto de vista de tempo para se seguir adiante quanto a este assunto. Há outro assunto não menos importante que é a identificação daqueles 3 pilares onde se verificam fragilidades de recursos humanos, não necessariamente mais recursos é sobretudo melhor formação. Acabei por saber, ainda vou acabar especialista em paióis, que para a vigilância é preciso uma formação particular, um conjunto de rotinas e aí há melhorias a fazer. Há depois a questão da instalação propriamente dita, da proteção e vigilância e depois há finalmente a questão do sistema de gestão de informação que nos permita saber o que é que está onde, quando, etc., para se evitar que depois se possa discutir se houve ou não furto. No limite, pode não ter havido furto nenhum. Como não temos prova visual nem testemunhal, nem confissão, por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado... e isto não pode acontecer.
Mas está convencido de que houve furto?
Dou-lhe a minha palavra de honra: não estou nem deixo de estar convencido, só sei que desapareceu. Tenho de presumir, por bom senso e porque não sou dado a teorias da conspiração, que desapareceu algures antes de 28 de junho quando eu tomei conhecimento.
Deixe-me recordar as palavras do Presidente, que esta semana se mostrou preocupado com o tempo que estava a demorar a apurar os factos e as responsabilidades no caso de Tancos. Concorda que está a demorar demasiado tempo? Entendeu isto como uma crítica também a si?
Não, até porque o Sr. Presidente a teria feito diretamente a mim. Estivemos em Tancos para ver não só paióis mas também o regimento de paraquedistas.
Mas está a demorar muito tempo?
O Presidente diz-se preocupado com o tempo da investigação. Toda a investigação é algo que preocupa qualquer cidadão e que preocupa evidentemente o ministro de Defesa Nacional. Acompanho as palavras do Sr. Presidente, nem há como não acompanhar. Enquanto não se avançar na investigação e não tivermos uma noção mais clara do que aconteceu, vai pairar sempre aquela situação desagradável que há pouco referiam da impunidade, de não haver responsáveis. Era bom, mas não entendam isto como uma pressão à investigação, que pudéssemos ir fechando ciclos, ou seja, o exército está a fechar o seu através da instauração dos processos disciplinares, eu fechei aquilo que mais diretamente tinha comigo através da elaboração daquilo que era necessário para saber como melhorar. Como qualquer cidadão, espero que se possa vir a saber quem foi, porque foi e onde está o material.


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António Garrochinho

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