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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

orouxinoldaresistencia

12
Set17

'Espero que não haja ninguém tão estúpido para iniciar um conflito armado contra Rússia'

António Garrochinho


Sahra Wagenknecht, líder do partido alemão A Esquerda (Die Linke)

As sanções contra a Rússia prejudicam a economia alemã, disse Sahra Wagenknecht, líder do partido alemão A Esquerda (Die Linke) à RP Online.

De acordo com suas palavras, a Alemanha deve tentar estabelecer boas relações com a Rússia, porque "as sanções contra Moscou são prejudiciais para a economia alemã e a política de confronto ameaça a segurança e a paz na Europa".
Wagenknecht, que encabeça o seu partido nas próximas eleições alemãs, disse que não viu nenhum resultado das sanções adotadas contra a Rússia. Ela disse esperar que "não haja ninguém tão estúpido para iniciar um conflito armado contra a Rússia devido à Crimeia".
Segundo a deputada, é o presidente dos EUA, Donald Trump, que representa o maior perigo para a sociedade.

"O armamento nuclear dos EUA é imensamente maior que o da Coreia do Norte e o presidente norte-americano, que alimenta um conflito com a Rússia e ameaça no Twitter com um ataque nuclear, representa uma grande ameaça para a segurança global", disse ela.
As eleições na Alemanha serão realizadas em 24 de setembro. Os alemães terão que eleger os 630 deputados do Parlamento Federal e o novo chanceler da Alemanha. De acordo com as últimas pesquisas, o atual líder na corrida eleitoral é Angela Merkel, da União Democrata Cristã (UDC), que está entre 14 e 17 pontos acima do seu adversário Martin Schulz, do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD).  É muito provável que a atual chanceler vença novamente as eleições.


br.sputniknews.com
12
Set17

PCP admite fazer parte do próximo Governo - Uma maioria absoluta dos socialistas poderia gerar "retrocesso", considera.

António Garrochinho


Em entrevista à CMTV, Jerónimo de Sousa diz que, se o partido tiver mais votos nas próximas legislativas, poderá aliar-se ao PS num Governo. Uma maioria absoluta dos socialistas poderia gerar "retrocesso", considera.
PCP admite fazer parte do próximo Governo

Jerónimo de Sousa admite vir a fazer parte de um futuro Governo, caso o seu partido tenha um reforço de votos nas urnas e o programa preveja uma política patriótica de esquerda. O cenário foi deixado pelo líder dos comunistas durante uma entrevista à CMTV, em que considerou que, caso o PS tenha maioria absoluta, poderá haver um "retrocesso".
"O PCP está em condições de integrar um Governo, que teria de ter uma política patriótica e de esquerda", disse Jerónimo de Sousa. Segundo o líder dos comunistas, tudo depende dos resultados eleitorais. "Se o povo assim o entender, dando mais força ao PCP, com mais representação. Naturalmente que estamos em condições de afirmar que temos uma política alternativa e poderíamos integrar um Governo que concretizasse essa política", referiu.
Jerónimo de Sousa considera que o povo só tem a ganhar com o eventual reforço da posição do PCP, ao contrário do que aconteceria com o PS. Se os socialistas tivessem maioria absoluta, "poderia tender para uma politica de retrocesso", adverte.
Sobre o Orçamento do Estado para 2018, voltou a repetir que não tem linhas vermelhas e garante que não será radical na negociação.

www.jornaldenegocios.pt
12
Set17

"Tem fundamento e razão esta luta dos enfermeiros pelos seus direitos"

António Garrochinho


O líder do PCP demonstrou o seu apoio ao protesto dos enfermeiros. Espera que estes "defendam os seus interesses" mas também os do SNS. .

"Tem fundamento e razão esta luta dos enfermeiros pelos seus direitos"


PCP está ao lado dos enfermeiros nesta greve de cinco dias. Jerónimo de Sousa considerou esta terça-feira que a luta dos enfermeiros tem “conteúdo justo”."Tem fundamento e tem razão esta luta dos enfermeiros pelos seus direitos. Luta com objetivos, muitos deles que o PCP tomou iniciativa na Assembleia da República. Estou a falar das 35 horas, do pagamento das horas extraordinárias, do rendimento dos próprios enfermeiros especialistas", disse Jerónimo.
O líder comunista espera que "os enfermeiros façam o que sempre fizeram. Defendam os seus interesses e também os do SNS".
Mas apesar deste apoio à luta dos enfermeiros, Jerónimo considera que é importante haver diálogo com o Governo. "Fazemos votos para que haja uma solução, para que os problemas se resolvam".

www.noticiasaominuto.com
12
Set17

Força Aérea Americana Envia Aeronaves de Chemtrail para "Minimizar" os Efeitos Causados Pelo Furacão Harvey

António Garrochinho
O Pentágono acaba de despachar os pulverizadores C-130H da 910th Airlift Wing, da Reserva da Força Aérea, residente em Youngstown, Ohio, no Texas, em resposta ao furacão Harvey.

As aeronaves estão equipadas com equipamentos de pulverização encarregados de "minimizar o impacto das consequências da tempestade brutal".




De acordo com o artigo, os C-130H especialmente equipados podem pulverizar amplas áreas com vários produtos químicos para "múltiplas aplicações, incluindo a dispersão de derrames de petróleo, destruindo a vegetação invasiva e controlando as populações de insetos".

Devido haver muita capacidade de água muito poluída em torno de Houston e outras áreas afetadas pela tempestade, as populações de insetos devem explodir, o que representa um grande risco para a saúde da população do sudeste do Texas e as primeiras respostas trabalham para recuperar a área.

Os mosquitos que podem transportar e transmitir a malária, vírus do Nilo Ocidental, Zika e múltiplos tipos de encefalite serão alvo da operação.

Supostamente, os C-130s tratarão mais de seis milhões de hectares de terra enquanto estiverem despachados pela região, muito mais do que em operações anteriores de pós furacão.



Os habitantes de Houston e de outras áreas circundantes estão prestes a receber sua dose diária de chemtrails em grandes quantidades. Cada aeronave pode pulverizar 190.000 acres por dia emitindo produtos químicos na atmosfera e, finalmente, acabando com os organismos vivos.


Na Guerra do Vietname, o Pentágono lançou sua guerra herbicida cunhada como Operation Ranch Hand, que pulverizou o Agente Laranja para fins de desmatamento.

De acordo com a American Cancer Society, "agora há um pouco de evidência sobre os efeitos da saúde do Agente Laranja" sobre o corpo humano.


Alguns veteranos que retornaram do Vietname começaram a relatar erupções cutâneas, câncer, sintomas psicológicos, defeitos congênitos em seus filhos e outros problemas de saúde na década de 1970. Em 1979, um processo de ação coletiva foi arquivado contra os maiores fabricantes de herbicidas e foi arquivado em 1984 fora do tribunal formando o Agent Orange Settlement Fund.



Assista o 910º Spray Aéreo do C-130H em ação pulverizando inseticidas na atmosfera sobre Charleston...

VÍDEO

O artigo termina dizendo que os texanos não ficam alarmados se veem ou ouvem um pulverizador C-130H voando a baixa altitude, despejando produtos químicos atrás dele.

A lição acima do Vietname é lida com o aviso de que o Pentágono ainda está disposto a pulverizar produtos químicos na atmosfera em desrespeito à vida humana.

http://www.anovaordemmundial.com
12
Set17

Produção de vinho aumenta 20% no Algarve, apesar do Verão muito seco

António Garrochinho











A produção de vinho no Algarve deve aumentar «cerca de 20%», apesar do ano atípico registado, que obrigou a antecipar as vindimas, revelou hoje a Comissão Vitivinícola da região (CVA).

As altas temperaturas verificadas em Julho aceleraram a maturação das uvas, tornando necessário a sua colheita antecipada, «a fim de preservar a caraterísticas naturais das castas e desta forma potenciar a qualidade final dos vinhos, mantendo o seu equilíbrio nos aromas e sabores frutados e florais», explica a CVA.

Carlos Gracias, presidente da CVA, antecipa um ano de sucesso: «se as condições económicas se mantiverem favoráveis e continuarmos a aumentar a atratividade turística da região, prevemos para 2018 – com a ajuda do setor da distribuição e da restauração – um ano recorde na comercialização dos Vinhos do Algarve».

Para Mário Santos – proprietário e produtor dos vinhos Quinta da Tôr – as expetativas são igualmente animadoras para 2018.

Com um aumento da produção e mantendo a qualidade da uva, o vitivinicultor refere que «após a vindima de uma parte da produção, da qual já iniciamos também a vinificação, noto a uva muito sadia e com um ótimo equilíbrio nos açucares e na acidez, o que me dá muito boas perspetivas para a produção deste ano».

Para Mário Santos, a antecipação da vindima é também uma realidade, considerando «normal que suceda assim, pois foi um ano e um Verão muito secos».

«Nós não vamos ser afetados na quantidade e na qualidade com este facto, pois regulámos a maturação das uvas com rega, o que contrabalançou o efeito de seca», acrescentou.



Pisa a pés por parte dos participantes no evento, com Mário Santos ao centro

A falta de mão-de-obra para a apanha das uvas é uma realidade que se tem verificado noutras regiões vinícolas e à qual o Algarve não está imune, sendo mais agravada pela forte procura que o setor turístico tem por mão-de-obra nesta altura.

Por isso, salienta a CVA, «muitos produtores veem-se na necessidade de contratar trabalhadores em regime temporário fora da região para colmatar esta lacuna».

Numa iniciativa do projeto Loulé Criativo, da autarquia louletana, a Quinta da Tôr recebeu um grupo para participar nas vindimas e conhecer o processo desde a colheita, até à vinificação.

Para os visitantes, foi um dia em pleno, onde puderam conhecer desde a vinha, a adega, os comeres típicos da região aliados aos vinhos da Quinta da Tôr e terminando o evento com a tradicional pisa a pés, cujo resultado irá servir para a produção de Vinho do Algarve.

«Estas apostas no segmento das experiências e do enoturismo vão-se tornando um contributo para a diversificação e consolidação dos projetos vinícolas no Algarve e uma mais valia para o turismo», sublinha a CVA.

www.sulinformacao.pt

12
Set17

Berardo- As Tranquibérnias do Amor à Arte – 1

António Garrochinho


O texto é longo porque a história é longa! Está a ser publicado em AbrilAbril. Aqui no blogue vai ser publicada em quatro episódios

1.- Obscuros recantos de um protocolo formoso mas não seguro

O protocolo entre Berardo, por via Associação Fundação Berardo dona da colecção que ocupa os espaços expositivos do CCB desde 2007, estava a ser renegociado com o Estado/Ministério da Cultura, quando perguntaram ao ministro Luís Castro Mendes qual a posição do Estado por a colecção ter sido dada como garantia aos bancos credores do comendador, uma notícia já antiga.

O ministro respondeu que desconhecia essa situação. Protocolo assinado, os bancos accionam a garantia, executando a penhora. Mais uma vez inquirido Luís Castro Mendes assegurou que «o governo à data dessa renovação do protocolo, tal como não tem à data de hoje, conhecimento da existência de qualquer penhora».

Do outro lado da mesa, Berardo negava o que era do conhecimento geral, publicado em quase toda a comunicação social. Escudava-se no truque de ter dado como garantia das suas gigantescas dívidas à banca títulos da Associação Colecção Berardo, e não a colecção Berardo.
Só que essa entidade é referida na adenda ao protocolo celebrado com o Estado em Abril de 2006 como «dona e legítima possuidora» do acervo de obras de pintura, desenho, escultura, instalação e fotografia, que foi inventariado e depois avaliado pela Christie’s em 316 milhões de euros, conforme documentos anexos ao protocolo.

Castro Mendes reforçou a anterior afirmação revelando que o comendador e a sua equipa lhe «garantiram que não havia nenhuma penhora, total ou parcial, sobre a colecção». Entre a palavra de Berardo e o que era do conhecimento de todo o mundo e ninguém, só não se pode estranhar o desconhecimento de um ministro, que além da Cultura tutela a Comunicação Social onde o assunto era tema recorrente, por esse ministro ser um homem das literaturas, pelo que se poderá presumir que estaria a protagonizar uma variante de um conto de Edgar Allan Poe em que ninguém via uma carta roubada por estar demasiado visível.

Berardo, com grande alarido como é seu timbre, proclama: «Nem pensar, a colecção está muito bem onde está (…) a garantia são os títulos, mas isso não quer dizer que a colecção desapareça daqui».
Num ponto tem Berardo razão, nada indicia que a colecção desapareça dali. A execução da penhora, em princípio, obriga os bancos que a mandaram executar a cumprir os compromissos assumidos pela Associação Colecção Berardo.

Uma das coisas que poderá suceder é a substituição de Berardo e seus pares nessa associação, por representantes dos bancos na Associação Colecção Berardo com reflexos, à luz do protocolo, na constituição da administração da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea-Colecção Berardo, que gere a colecção em exibição no CCB o que, olhando para as negociações Berardo-banca dos últimos dez anos, não dá certezas nenhumas, sobretudo por o Estado, antes de rever o protocolo, não ter acautelado essa situação mais do que previsível que até poderia ter tornado mais consistente a expressa intenção comprar em definitivo a colecção.

Negociar com Berardo não é o mesmo que negociar com os bancos, sobretudo quando entre os executantes da penhora há um banco público, a CGD, com 40% tem uma das posições mais importantes, a par do BCP e outro, o Novo Banco com 20%, em que o Estado, depois da venda à Lone Star, ficou com 25% do capital, e há uma colecção de arte por resolver.

Seria escandaloso que esses bancos em que o Estado tem posições significativas, e que têm sido mãos rotas para o Berardo, fossem mãos fuinhas com o Estado, não se chegasse a um acordo exequível. Haverá outra questão para resolver: qual o lugar do comendador na administração da Fundação, porque no protocolo original, deve ter transitado para o actual, se consigna que José Manuel Berardo é, a título vitalício, presidente da Fundação que gere os destinos da colecção estacionada no CCB com mais cinco administradores, dois nomeados por ele, dois pelo Estado e um de comum acordo.

Um nó para desatar que só por desatinada tonteira foi atado no protocolo primeiro e, pelo que estava mais que anunciado, não foi prevenida por ainda mais desatinada desatenção na negociação do segundo protocolo.
Os empréstimos contraídos por Berardo, os que estão no centro deste imbróglio, são o dobro dos 500 milhões sob colateral garantia da colecção de arte.
A CGD e o BCP concederam 400 milhões de euros, o Novo Banco, na altura BES, 200 milhões. Mil milhões de euros que foram «investidos», na compra de acções do BCP, a 3,9 euros por acção, e que hoje valem 0,2394 cêntimos (cotação média às 11h do dia 16 de Agosto).

Os mil milhões de euros evaporaram-se, deixaram um resíduo de pouco mais de 61 milhões euros, o seu valor actual. Uma excelente demonstração do que Marx chamava capital sombra. Só existe enquanto gera um lucro fictício.
Isto de chamar investimento a uma operação que nada produz, é meramente especulativa, é uma piada de mau gosto muito do agrado de muitos analistas económicos, que também apelidam Berardo de empresário contra a opinião do próprio, que aos quatro ventos mediáticos berra, ou já berrou quando o vento era favorável, que é um especulador.
No meio deste folhetim quem se deve estar a rir, naquele seu jeito crasso, é o comendador Joe Berardo, um belo espécime do capitalismo em que é possível fazer dinheiro sem produzir nada.

Muito do crédito que lhe tem sido concedido para negociatas já deve ter sido atirado pelos credores para o caixote das imparidades. É escandaloso que o comendador, depois de conseguir prolongar o prazo dos empréstimos, congelar os pagamentos dos juros por mais quatro ou cinco anos, diga que, «para não fugir às suas responsabilidades», tinha reforçado as garantias, os 75% da colecção Berardo, que não cobrem sequer metade do empréstimo contraído conseguindo, sabe-se lá porquê, que a Quinta da Bacalhoa ficasse de fora.

Alguém estava à espera que ele se preocupasse em não trair o seu altissonantemente proclamado amor à arte? Numa curva mais apertada derrapa, o amor à arte estampa-se no primeiro pedregulho perdido na autoestrada da Bolsa. A execução da penhora são os cornos do destino que trespassaram um inútil que nunca produziu nada, à excepcão de umas garrafas de vinho que já tinham nome feito.

Tudo isto é obsceno para qualquer português trabalhador que compre um T0, recorra à banca e seja despejado por ficar desempregado e impedido de cumprir as obrigações do contrato de crédito.

Um bródio para Berardo, que continua ao leme da Nau Catrineta a navegar pelos mares do seu putativo amor à arte e tem muito que contar, enquanto vai largando frases imbecis como as que ainda recentemente debitou, culpando os especuladores (ele arrancou essa medalha que ostentava e tinha cravado na lapela do casaco?) pela crise, preconizando que é preciso inventar uma nova democracia ou um novo género de ditadura, com inevitáveis elogios a Salazar e nostalgias da velha ditadura, apregoando que a situação que se vive em Portugal não é digna de «um povo que dominou o mar há duzentos anos».

Grande e erudito comendador, sempre no seu português entaramelado e gramaticalmente futebolístico, do chuto em frente vá parar a bola onde for parar, esquecido dos tempos em que se orgulhava de ser um especulador e, não é esquecimento é ignorância, que há duzentos anos o mar era cruzado por uma corte que zarpava em fuga para o Brasil


pracadobocage.wordpress.com

12
Set17

Maior graffiti do mundo feito por uma mulher acaba de ser inaugurado no Rio de Janeiro

António Garrochinho


 

Já repararam que os nomes de maior destaque no street art mundial são homens? No entanto, mesmo que existam mulheres tão ou mais talentosas que os artistas masculinos neste segmento da arte, elas não possuem tantas chances de mostrar seu trabalho.
Mas eis que já passou da hora de mudar esta realidade e o ponto de partida foi bem aqui em território nacional. A artista Luna Buschinelli é responsável pelo maior grafite do mundo produzido por uma mulher. A obra, o enorme painel intitulado “Contos”, foi feita no prédio da Escola Municipal Rivadávia Corrêa na Av. Presidente Vargas entre a Igreja da Candelária e a Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
A artista, de apenas 19 anos, trabalhou das 8 às 18h por cerca de 1 mês para pintar os cerca de 2.500 m² do complexo escolar. Luna foi convidada pelo produtor Pagu, responsável, ao lado de Andrea Franco, pelos murais do Boulevard Olímpico — entre eles, o de Kobra, reconhecido pelo Guinness como o maior grafite do mundo.
O trabalho faz parte do projeto Rio Big Walls da Secretaria Municipal de Cultura que pretende valorizar espaços por meio da arte urbana. O grafite foi inaugurado no último dia 16 de junho e vai apresentado ao Guinness Book
Confira algumas imagens:
Todas as fotos © Humberto Ohana fonte:via

vivimetaliun.wordpress.com
12
Set17

OS GÁRGULAS DE NOTRE DAME PRECISAM DE AJUDA

António Garrochinho
Todos os anos entre 12 e 14 milhões de pessoas visitam a catedral francesa com mais de 850 anos.

O arcebispo de Paris está a tentar angariar 100 milhões de euros para salvar as gárgulas e os arcos góticos da catedral de Notre Dame.
A passagem do tempo e a poluição estão a fazer estragos na estrutura e sem trabalhos de restauração há grandes pedaços de pedra em risco de cair.
Os responsáveis pela catedral já criaram aquilo a que chamam "um cemitério de pedra", composto pela alvenaria destruída, mas garantem que as visitas são seguras.
O Estado francês, responsável pelo edifício, concede todos os anos dois milhões de euros para reparações, mas não é suficiente para recuperar os danos cada vez mais evidentes.

















www.tsf.pt
12
Set17

A GRANDE FOME DE MADRAS EM 1877

António Garrochinho
 A Grande Fome de 1876-1878, também conhecida como a Fome de Madras de 1877, cobriu uma parte importante do sul da Índia e estimou 5,5 milhões de vidas. A fome abrangeu uma área de 670.000 quilómetros quadrados e causou sofrimento para uma população total de 58.500.000. O número de mortos foi estimado em cerca de 5,5 milhões de pessoas.

Uma família durante a grande fome de Madras na Índia, em 1876

Em parte, a Grande Fome pode ter sido causada por uma intensa seca que resultou em falhas nas colheitas no Planalto Deccan, mas na realidade, a exportação regular de grãos pelo governo colonial do vice-rei Lord Lytton que supervisionou a exportação para a Inglaterra de um recorde de 320.000 toneladas de trigo, enfraqueceu a rica força cultural e económica, especialmente do sul da Índia.

Talvez o mais perturbador da história foi que Lord Lytton fez um grande banquete para 60 mil pessoas em homenagem à coroação da rainha Victoria. O cultivo de culturas comerciais alternativas, além da mercantilização dos grãos, desempenhou um papel significativo nos eventos.

fome ocorreu em um momento em que o governo colonial estava tentando reduzir as despesas com o bem-estar. Anteriormente, na fome de Bihar de 1873-1874, a mortalidade foi evitada pela importação de arroz da Birmânia. No entanto, o Governo de Bengala e seu tenente-governador, Sir Richard Temple, foram criticados por despesas excessivas com socorro caritativo.

Sensível a qualquer acusação renovada de excessos em 1876, Temple, que agora era Comissário da Fome do Governo indiano, insistiu não só em uma política de laissez faire com relação ao comércio de grãos, mas também em padrões mais rigorosos de qualificação para assistência e em menores rações para os mais necessitados.
Uma família durante a grande fome de Madras na Índia, em 1876
Sob o domínio britânico, os produtos agrícolas foram exportados para mercados melhores.
A mortalidade da fome, que chegou à faixa de 5,5 milhões de pessoas, e as questões renovadas de "assistência e proteção" que foram adoptadas em sua sequência, levaram directamente à constituição da Comissão da Fome de 1880 e a eventual adoção do Código Provisório da Fome na Índia britânica.

Após a fome, um grande número de trabalhadores agrícolas e tecelões artesanais no sul da Índia emigraram para as colónias tropicais britânicas para trabalhar como camponeses nas plantações. A mortalidade excessiva na fome também neutralizou o crescimento da população natural de Bombaim e Madras durante a década entre o primeiro e segundo censos da Índia britânica em 1871 e 1881, respectivamente.
Uma família durante a grande fome de Madras na Índia, em 1876
A Grande Fome teve um impacto político duradouro em eventos na Índia. Entre os administradores britânicos na Índia, que eram incessantes pelas reacções oficiais à fome e, em particular, pelo sofrimento do debate oficial sobre a melhor forma de alívio da fome, estavam William Wedderburn e A. O. Hume.

Menos de uma década depois, encontrariam o Congresso Nacional da Índia e, por sua vez, influenciariam uma geração de nacionalistas indianos. Entre estes últimos estavam Dadabhai Naoroji e Romesh Chunder Dutt para quem a Grande Fome se tornaria uma pedra angular da crítica económica do Raj britânico. Um dos maiores mitos reside na crença de que os britânicos foram governantes benevolentes. Não eram mais do que SAQUEADORES COLONIALISTAS.


www.mdig.com.br
12
Set17

Nem Richter nem graus: que significa em realidade a magnitude de um terremoto?

António Garrochinho


Agora que a região central e norte das Américas vive uma das temporadas de furacões e terremotos mais graves jamais vistos, provavelmente você encontrará em meios de comunicação e redes sociais a escala Richter, e inclusive pode ser que a vejas expressada em graus. Cuidado, é um erro. A falha com os graus é simples: Richter é uma escala logarítmica arbitrária de base 10 para quantificar a magnitude de um sismo e não uma escala graduada.

Nem Richter nem graus: que significa em realidade a magnitude de um terremoto?

Uma escala graduada toma dois valores e divide esta faixa em partes iguais, tomando cada uma dessas partes como um grau. Por exemplo, o caso dos graus Celsius: a diferença entre a temperatura à qual a água ferve e à que se congela é dividida em 100 partes iguais que chamamos graus.

Já na Richter, por cada incremento de uma unidade na escala, a amplitude da onda recolhida aumenta 10 vezes (multiplica-se por 10). Atendendo a esta fórmula, um terremoto de magnitude 6 teria uma amplitude de onda 10 vezes maior que um de magnitude 5; 100 vezes maior que um de magnitude 4; 1000 vezes maior que um de magnitude 3; e 10 000 vezes maior que um de magnitude 2, etc. Ambas escalas são totalmente diferentes.
Nem Richter nem graus: que significa em realidade a magnitude de um terremoto?
Epicentros mundiais de terremotos entre 1963 e 1998. Via: Wikimedia Commons.

Portanto, cada vez que alguém diz "terremoto de 5,4 graus Richter" está dizendo algo bem como: "a temperatura média de hoje será de 25 quilômetros/hora", isto é, relacionando medidas que não têm nada a ver entre si.

Mas, de todas formas, a anotação "na escala Richter" já é incorreta na grande maioria dos casos. E por certo é quando falamos dos terremotos que vivemos estes momentos. Simplesmente, para sismos de grande magnitude, a Richter está obsoleta e já não deve ser usada.

A Richter foi introduzida em 1935 como uma primeira tentativa de padronizar a magnitude local de um terremoto. Em realidade, pensou-se em um princípio para medir a magnitude dos terremotos que ocorriam exclusivamente na falha de San Andréas, na Califórnia, e depois terminou sendo usada para todos os demais. O problema é que para sismos muito fortes a escala é pouco precisa, dando numerações similares para tremores que claramente são de intensidade diferente.
Nem Richter nem graus: que significa em realidade a magnitude de um terremoto?
Falha de San Andréas. Via: Wikimedia Commons.

Na prática, ela deveria ter sido substituída pela escala de magnitude momentânea, de sigla Mw, desde 1979 para os terremotos grandes, porque discrimina melhor os valores extremos. Assim, a Richter só pode ser usado para determinar as forças de magnitudes entre 2,0 a 6,9 e de 0 a 400 quilômetros de profundidade, recordando nunca, nunca dizer "graus".
É incorreto dizer Richter para qualquer magnitude superior a 6,9

Não obstante, por questões de padronização, os sismólogos preferem a escala de magnitude por enquanto quase sempre que podem. Assim, cada vez que um meio de comunicação reporta a magnitude de um forte sismo em graus Richter não só está chamando graus a algo que não é, também está, muito provavelmente, agregando o "valor Richter" a uma magnitude que foi media em outra escala e foi determinada com outros métodos.


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12
Set17

16 incríveis fotos de uma era perdida coloridas posteriormente

António Garrochinho

As fotos desse artigo são do livro “The Wonderful World of Albert Kahn” (em português, “O Mundo Maravilhoso de Albert Kahn”), com uma coleção de cerca de 400 fotografias a cores, muitas datadas de antes de 1920.

A história de Albert Kahn é surpreendente. De acordo com a sinopse do livro, “Kahn usou sua vasta fortuna para enviar um grupo de fotógrafos intrépidos para mais de 50 países ao redor do mundo, muitas vezes em momentos cruciais da história, quando as antigas culturas estavam à beira de serem mudadas para sempre pela guerra e pela marcha da globalização do século XX”.
A coleção de Kahn, com mais de 72.000 autocromos, só ficou conhecida recentemente. Agora, graças aos compiladores da BBC, finalmente podemos apreciar e dar um pouco de cor a uma era passada em preto e branco. 

Confira:
1 – Caçador mongol
Mongólia, 20 de julho de 1913

Quando a dinastia chinesa Qing entrou em colapso em 1911, seus antigos súditos na Mongólia rapidamente declararam independência, que foi contestada pela recém-nascida República da China, cujas forças finalmente conseguiram reconquistar o país, enquanto outra potência regional, a Rússia, estava distraída com a sua revolução. A posse da China foi breve, no entanto: um renegado exército anticomunista da Rússia logo tomou o controle do país.
Esta fotografia foi tirada dois anos após a independência da Mongólia, e seis anos antes das invasões chinesas e russas. Só podemos imaginar o que aconteceu com esse caçador de lobo e raposa, que parece ter vivido em algum lugar perto da fronteira com a Rússia.
2 – Meninas curdas transportando jarros de água
Zakho, Iraque, 11 de maio de 1917
Os curdos são um povo com uma história complicada. Sobrepondo-se as fronteiras dos atuais países Irã, Síria, Turquia e Iraque, eles ainda não têm um país próprio – apesar de frequentes conflitos com os governos que governam sobre eles.
Em 1920, os vencedores aliados da Primeira Guerra Mundial prometeram aos curdos uma pátria independente, o que não aconteceu. Mais recentemente, alguns curdos, talvez descendentes dessas meninas na fotografia, sofreram genocídio nas mãos do ditador iraquiano Saddam Hussein. Se a Guerra do Iraque pudesse ser justificada, seria porque, desde a chegada de tropas americanas e aliadas, esse genocídio diminuiu.
3 – Vítima de limpeza étnica
Monte Athos, Grécia, 10 de setembro de 1913
Esta fotografia foi tirada logo após a Segunda Guerra Balcânica, uma guerra entre búlgaros e seus antigos aliados da Primeira Guerra Balcânica, Grécia e Sérvia. O homem bem vestido na foto – provavelmente um búlgaro – foi preso por soldados gregos perto de um mosteiro em Monte Athos. Seu destino permanece desconhecido.
A limpeza étnica era difundida na época, mas não parece ser o caso desse jovem, que poderia muito bem ter sido um saqueador que vagava e roubava entre estas colinas.
A Península dos Bálcãs, na borda leste da Europa civilizada, continua sendo uma das partes mais voláteis do mundo, tendo visto vários genocídios nos últimos vinte anos. Um bom livro para ler sobre a região é o diário de viagem “Black Lamb and Grey Falcon”, de Rebecca West.
4 – Família argelina preparando cuscuz
Biskra, Argélia, 1909-1911
Esta família está preparando cuscuz, um alimento básico para o povo do norte da África, incluindo Argélia, Líbia, Tunísia e Marrocos. O menino de gorro vermelho teria cerca de 110 anos de idade, se ainda estivesse vivo hoje.
5 – Meninas comendo nozes de areca
Vietnã, c. 1921
A partilha de noz de areca é uma importante tradição em muitos países asiáticos, incluindo o Vietnã. Ela supostamente tem uma gama de benefícios à saúde, como a prevenção da cárie dentária, apesar de uma pesquisa recente sugerir uma correlação entre o câncer oral e o consumo dessa noz.
Nada disso muda o valor humano desta foto, no entanto, que, ao contrário de muitas outras fotos da época, capta um momento informal, tranquilo e bastante bonito, vivido por essas duas moças de uma calma aldeia tantos anos atrás.
6 – Almoço durante a guerra
Reims, França, 1 de abril de 1917
Três anos dentro da Primeira Guerra Mundial, o exército aliado ainda contava com mensageiros em bicicletas para passar informações para tropas. Eles também tinham telégrafo e linhas telefônicas, mas estes eram vulneráveis a sabotagem. Esse mensageiro, durante um momento de descanso, desfruta de um pedaço de pão e um pote de chá.
7 – Crianças brincando
Reims, França, 1917
Estas crianças estão brincando entre as ruínas de Reims, 129 km a nordeste de Paris. A cidade foi severamente atingida pelo bombardeio alemão e fogos subsequentes durante a Primeira Guerra Mundial.
8 – Rabindranath Tagore
Boulogne-Billancourt, França, junho de 1921
Rabindranath Tagore é um indiano visto na imagem cercado pelas rosas do jardim de Albert Kahn. Tagore, nativo de Calcutá, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura de 1913, principalmente por suas contribuições para a poesia.
Ele também se imaginava como um filósofo místico, mas nem todos concordavam com essa posição. O estimado filósofo ocidental Bertrand Russell foi a uma palestra de Tagore, e disse que “foi absoluto lixo”.
9 – A Praça dos Mortos
Marraquexe, Marrocos, 18 de junho de 1926
Jemaa el-Fnaa, como é chamada em árabe, é ainda hoje a principal praça de Marrakesh – uma cidade famosa por suas mesquitas de influência espanhola, seus edifícios de arenito vermelho e sua aparência exótica. A coisa mais impressionante sobre esta fotografia, entretanto, é o efeito causado pela sua exposição: muitas das pessoas – como o amontoado de devotos religiosos, o camelo camuflado, e o vendedor solitário – estão em foco perfeito, enquanto outros – as figuras desfocadas – sugerem movimento, o que faz parecer que a foto poderia ter sido tirada ontem. Só que meus avós eram bebês no momento dessa imagem.
10 – Soldados feridos
Moreuil, França, 30 de julho de 1916
Esta é uma das melhores fotos da Primeira Guerra Mundial. Apesar de antiga e distante, ela capturou um momento em que podemos facilmente imaginar estar naquela sala também, imaginar os soldados feridos falando com a enfermeira, imaginar o que se passava na cabeça deles. Uma bela imagem.
11 – Infância
Verona, Itália, 16 de maio de 1918
Aparentemente, esta fotografia, feita na abóbada de uma igreja em Verona, exigiu um tempo de exposição de mais de um minuto. A imagem contempla o destino da menina, perdida em reflexão, visualizando pensamentos que, nesse dia, pertenciam somente a ela.
12 – Cadáver de um jovem soldado
Aisne, França, pós-guerra
Não há o que dizer sobre essa fotografia, exceto que, em alguns momentos, é difícil para a humanidade ter que encarar seus próprios feitos.
13 – Soldado comprando carne
Reims, França, 6 março de 1917
Charcutaria é um açougue francês, que, antes da idade de refrigeração, se especializava em oferecer carnes frias bem preservadas. Esta loja em particular, em Reims, estava surpreendentemente bem abastecida: mesmo em tempos de guerra, funcionava. Ainda que bombardeada pela Alemanha, o comércio da vila não parou. Observe a tentativa frágil de fazer uma barricada na janela do lado esquerdo. É notável ver como a vida cotidiana seguiu em frente mesmo em tempos de guerra.
14 – Uma jovem e sua boneca
Reims, França, 1917
Enquanto a menina brinca com sua boneca, rifles se apoiam contra a parede, bem ao lado dela, conforme a Grande Guerra continua. Uma justaposição poderosa, especialmente em uma época que era fácil se esquecer pelo que estava lutando.
15 – Sadhus na Índia britânica
Bombaim, Índia, 17 dezembro de 1913
Esta imagem, mais do que qualquer outra na lista, mostra atemporalidade. Se você procurar hoje por imagens de Sadhus indianos, ou homens santos, vai encontrar roupas, costumes e rostos semelhantes aos dos homens nesta foto de 99 anos de idade. Esses sadhus eram provavelmente visitantes da cidade movimentada colonial de Bombaim, que agora é a cidade mais populosa da Índia, e se chama Mumbai – um destino incrível para viajar até hoje, com uma rica história, cultura, comida, entretenimento e diversidade.
16 – Prisioneiro nómada
Ourga, Mongólia, 25 de julho de 1913

Os nómadas da Mongólia desenvolveram um sistema de justiça para se adequar ao seu estilo de vida móvel. Na imagem, um criminoso está preso a uma corrente tão pesada que o impede de fugir correndo. Ao mesmo tempo, ele seria capaz de uma marcha forçada (provavelmente excruciante) de pasto para pasto, conforme fosse ordenado.
revoada.net

12
Set17

Império Britânico: o que não está nos livros didáticos

António Garrochinho


A maioria dos britânicos tem orgulho do poder hegemônico que o Império Britânico exerceu no mundo por séculos. No auge, em 1920, o Império Britânico dominava cerca de 458 milhões de pessoas, 25% da população mundial e abrangia 20% das terras do planeta. Estendia-se do Caribe (Honduras Britânicas e Guiana Inglesa) até a Austrália e ilhas remotas do Pacífico, passando por um terço da África (destaque para a África do Sul, Nigéria, Egito, Quênia e Uganda) e avançando para a Índia, Birmânia e China. Dizia-se, então, que “o Sol nunca se põe no Império Britânico” pois, devido à sua extensão ao redor do mundo, o Sol sempre estaria brilhando em pelo menos um de seus territórios.
Império Britânico em 1920

O Império Britânico no seu apogeu, em 1920. O império teve início em 1583 com a colonização da América do Norte e terminou em 1997 com a devolução de Hong Kong para a China.
Entretanto, o legado desse domínio é desconhecido por boa parte da população britânica que ignora as violências e atrocidades cometidas pelo imperialismo britânico em suas colônias. O tema não é tratado nas salas de aula. O ensino da História imperial e colonial britânica enaltece os feitos dos colonizadores e ignora o lado sombrio do imperialismo que diz respeito aos povos dominados.

O Império Britânico ensinado nas escolas

Uma pesquisa realizada pela YouGov, empresa internacional líder de pesquisa de mercado, e divulgada em janeiro de 2016, revelou que 44% dos britânicos estavam orgulhosos da história do colonialismo britânico, enquanto 21% lamentavam-na e 23% não tinham qualquer opinião.
A mesma pesquisa também perguntou se o Imperialismo britânico foi positivo ou negativo: 43% disseram que foi positivo, enquanto que apenas 19% afirmaram que ele foi negativo, e 23% não souberam avaliar.

Serviçal hindu serve chá a uma senhora britânica, início do século XX.
Serviçal hindu serve chá a uma senhora britânica, início do século XX.
Os resultados da YouGov causaram reação no meio acadêmico e entre as autoridades políticas e educacionais. Os historiadores britânicos são unânimes em enfatizar a importância de se repensar o ensino de História nas escolas:
 “Há uma amnésia coletiva sobre os níveis de violência, exploração e racismo envolvidos em muitos aspectos do imperialismo, para não mencionar as várias atrocidades e catástrofes que foram perpetradas, causadas ou agravadas pela política colonial britânica”. Precisamos de uma educação melhor e um debate público aberto sobre todos os aspectos da história colonial britânica incluindo as feridas, não como um exercício de autoflagelação, mas como um meio de entender melhor o mundo que nos rodeia e como somos vistos pelos outros”. Dra. Andrea Major, professora de História Colonial Britânica da Universidade de Leeds.
“A violência do Império Britânico tem sido esquecida. Precisamos enfrentar essa história e a educação é crucial se quisermos fazê-lo”. Dra. Esme Cleall, professora de História do Império Britânico, da Universidade de Sheffield.
“O tema é praticamente inexistente no currículo. Nosso conhecimento da nossa própria história é muito limitado geograficamente, sem dar qualquer sentido para entender as atrocidades que foram cometidas sob o jugo imperial. Enquanto as pessoas ficam, geralmente, felizes em recordar o passado glorioso, elas são relutantes em enfrentar o lado mais sombrio do império”.  Dra. Pippa Virdee, professora de História Moderna da Ásia Meridional, da Universidade de Montfort.
“Nos últimos anos, tem-se falado muito sobre o papel da Grã-Bretanha em abolir a escravidão, mas pouco de fala sobre o envolvimento da Grã-Bretanha no tráfico de escravos, em primeiro lugar! Temos que ser mais honestos sobre nossa herança imperial, não apenas dentro da sala de aula, mas também fora dela”. Dr. Christopher Prior, professor de História do Século XX, da Universidade de Southampton.
Selo britânico de 1914.

“O Império Britânico representa a paz e a segurança mundial. Defenda-o”, diz o selo britânico de 1914.
O tema está despertando a atenção das autoridades educacionais. O conservador Michael Gove, secretário de Educação entre 2010-2014, afirmou que a história do colonialismo britânico deve ser ensinada nas escolas, enquanto que o líder trabalhista Jeremy Corbyn afirmou que as crianças também devem ser ensinadas sobre os sofrimentos que o imperialismo causou às populações dominadas.
Conhecer a própria História e reconhecer como ela interferiu na vida de outros povos tem sido a tônica de alguns governos contemporâneos. Em 2006, Tony Blair, líder do Partido Trabalhista e primeiro-ministro britânico (1997 a 2007), pediu desculpas sobre o papel da Grã-Bretanha no comércio transatlântico de escravos, descrevendo a prática como um “crime contra a humanidade”.
No entanto, David Cameron, do Partido Conservador e primeiro-ministro britânico (2010 a 2016), em uma visita à Índia em 2013, afirmou ter orgulho dos feitos do Império Britânico. Naquela oportunidade, Cameron recusou-se a pedir desculpa pelo massacre de Amritsar de 1919 (veja abaixo), no qual as tropas imperiais britânicas mataram 379 indianos, incluindo mulheres e crianças, que faziam uma manifestação pacífica pela independência da Índia.  Negou-se, também, a devolver o diamante Koh-i-Noor tomado da Índia em 1850 quando esse país foi anexado ao Império Britânico. Desde então, o célebre diamante faz parte da Coroa da Rainha Mãe.

Seis fatos vergonhosos da história britânica

1. Comércio escravo

Os livros didáticos (britânicos e brasileiros) costumam dar destaque às ações da marinha britânica, no século XIX, de apreensão dos navios negreiros. Isso passa a ideia de uma Grã-Bretanha defensora da liberdade e dos direitos humanos. Na verdade, a Grã-Bretanha teve, também, um importante papel no comércio escravo transatlântico e ele durou mais de dois séculos.
O comércio britânico de escravos começou em 1562, durante o reinado de Elizabeth I, quando John Hawkins, vendeu um lote de africanos aos espanhóis de Santo Domingo em troca de ouro, açúcar e couro. Em pouco tempo, os britânicos dominavam o tráfico de escravos no Caribe estendendo-o depois às 13 colônias inglesas na América do Norte. Estima-se que, até 1807, quando o tráfico foi proibido, os navios negreiros britânicos tenham transportado cerca de 4 milhões de escravos.

Morte de crianças bôeres nos campos de concentração britânicos
Cartoon denunciando o extermínio de crianças bôeres nos campos de concentração britânicos

2. Campos de concentração, África do Sul

Mais de 100 mil bôeres foram presos e colocados em campos de concentração superlotados onde morreram cerca de 27 mil deles, sendo 24 mil crianças (menores de 16 anos), 2.200 mulheres e 800 homens. Os campos de concentração eram a maior arma para vencer a resistência dos bôeres e foram responsáveis pelo extermínio de cerca de 50% de sua população infantil.
Os bôeres, colonos de origem holandesa e francesa, ocupavam a região desde 1830. A descoberta de minas de diamante, ouro e ferro no território atraiu a atenção dos britânicos para estender seus domínios em todo sul da África. A guerra ocorreu em duas etapas: 1880 a 1881 e 1899 a 1902. Os campos de concentração foram construídos no final da guerra.

3. Massacre de Amritsar, na Índia

Em abril de 1919, uma multidão que incluía mulheres e crianças manifestava-se pacificamente contra o domínio britânico em Amritsar, cidade sagrada no norte da Índia. O governo britânico havia proibido aglomerações e protestos públicos e o general Reginald Dyer fez cumprir a ordem: mandou os soldados se posicionarem na única saída da praça e ordenou que atirassem contra a multidão desarmada.  Foi um massacre: 379 mortos e 1.200 feridos em dez minutos de fuzilamento que só parou porque acabaram as balas dos fuzis.
A versão britânica explica a tragédia como uma reação de defesa do general Dyer que se sentiu ameaçado diante de 25 mil indianos e contando com apenas 90 soldados armados e outros 40 sem rifles. As manifestações antibritânicas estavam, então, em seu ponto mais alto. Três dias antes do massacre, três funcionários britânicos foram linchados em seus escritórios e seus cadáveres queimados na rua. Uma missionária idosa, Miss Sherwood, foi espancada e deixada morta. Cartazes na rua pediam vingança acusando os britânicos de terem estuprado meninas em Amritsar.

Massacre de Amritsar, filme "Gandhi", de 1982
Massacre de Amritsar, cena do filme “Gandhi”, de 1982, ganhador de oito prêmios Oscar.

4. Divisão do território indiano

A separação entre a Índia e o Paquistão, em agosto de 1947, levou a uma guerra sectária que matou um milhão de pessoas. Criado para abrigar a população muçulmana da Índia, o Paquistão era dividido em dois territórios: um no Oeste e outro no Leste (que, em 1971, se tornou Bangladesh). No meio, ficava a Índia, de maioria hindu.
Essa partilha do território indiano, baseada na religião, resultou na migração em massa de quase 15 milhões de pessoas: muçulmanos que deixaram a Índia para o Paquistão, e hindus e sikhs fazendo o caminho inverso.
Mal preparados para lidar com essa situação, os novos governos não conseguiram manter a lei e a ordem, e a violência eclodiu nos dois lados da fronteira, no que muitos consideram uma das maiores tragédias do século XX.
As estimativas sobre o número de vítimas até hoje são imprecisas, fala-se que morreram entre 200 mil e 1 milhão de pessoas. Dezenas de milhares de mulheres foram estupradas ou sequestradas, e cerca de 12 milhões de pessoas se tornaram refugiadas.
Os britânicos foram acusados de se retirar da Índia rápido demais. Críticos afirmam que eles não conseguiram estabelecer um mapa definitivo das novas fronteiras e fracassaram no planejamento para a migração em massa que se seguiu à divisão do território.

5. Fome deliberada na Índia e Irlanda

Em 1943, cerca de 3 milhões de pessoas morreram de fome e desnutrição em Bengala, na Índia, sob administração do Império britânico. No ano anterior, os britânicos haviam perdido, para o Japão, a Birmânia, o maior produtor e exportador de arroz para a Índia. Winston Churchill, primeiro-ministro na época, ordenou que os estoques de alimento fossem destinados para os soldados britânicos na Índia e no Oriente Médio e ainda enviou grandes quantidades de arroz para a Grécia (que estava também sofrendo com uma fome em massa).

Grande Fome de Bengala, 1943
Massas de famintos esqueléticos morreram nas ruas de Bengala enquanto os britânicos e indianos que os serviam comiam fartas refeições em seus clubes e casas.
Um século antes, outra fome em massa assolou um país do Reino Unido: a Irlanda. A Grande Fome de 1845-1851, na Irlanda, matou cerca de 1 milhão de irlandeses e forçou mais de 1 milhão a emigrar da ilha, reduzindo a população entre 20 e 25%. A causa imediata da fome foi uma doença que contaminou as plantações de batatas em toda Europa na década de 1840. Mas enquanto outros governos socorreram sua população, o governo britânico nada fez e ainda impediu todas as formas de ajuda humanitária em um projeto considerado, por muitos, de genocídio.

6. Tortura no Quênia

Milhares de quenianos sofreram todo tido de tortura durante a Revolta Mau Mau (1952-1963): linchamento, espancamento, castração, estrupros além de confisco de bens e propriedades por forças coloniais britânicas. Os Mau Mau lutavam para libertar o país dos colonizadores britânicos que desde 1888 dominavam o país.
Não se sabe quantos quenianos morreram, as estimativas falam em 20 mil até 100 mil pessoas, e outro tanto de sobreviventes das torturas. O filme “Uma lição de vida” (The First Grader, direção de Justin Chadwick, Reino Unido, BBC Films, 2010) conta a história de um combatente Mau Mau. Em 2013, o governo britânico pagou em torno de 30 milhões de libras atendendo as reivindicações feitas por mais de 5 mil veteranos Mau-Mau.
Prisioneiros mau-mau, 1953.

Prisioneiros mau-mau em um campo de detenção britânico em 1953.

Fonte

Blair: Britain’s “sorrow” for shame of slave tradeThe Guardian. 26 nov 2006.
British people are proud of colonialismo and the British Empire, poll findsIndependent. 19 jan 2016.
British Empire: students should be taught colonialismo ‘not all good’, say historians. Independent. 22 jan 2016.


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12
Set17

AS 15 INVENÇÕES MAIS ESTRANHAS DA HISTÓRIA

António Garrochinho



Bicicleta anfíbia, roupas de banho de madeira, piano para tocar deitado... 
Como já diria Albert Einstein: "Se, a princípio, a idéia não é absurda, então não há 
esperança para ela." Conheça abaixo algumas das invenções mais curiosas da história.
01. Motocicleta de uma roda Esta invenção alemã criada em 1925 provavelmente 
inspirou o veículo utilizado pelo agente J (Will Smith) em MIB 3.
invencoes_da_historia© Nationaal Archief (1925)
02. Draga manual Criada para ser operada manualmente, esta máquina é um modelo 
pequeno de draga e não se sabe ao certo se ela foi realmente desenvolvida.
4192046971_6e5ef603a2_o.jpg© Nationaal Archief (1761)
03. Pneu de bicicleta usado como auxílio de natação Inventado pelo italiano 
Goventosa M. de Udine, atingia velocidade máxima de 150 km/hora.
4193508398_fb3039d916_o.jpg© Nationaal Archief (1925)
04. Automóvel a vapor Desenvolvido em 1845, este veículo seria um aperfeiçoamento 
da invenção do carro a vapor desenvolvido para o imperador da China.
4192807776_ab17ff9f84_o.jpg© Nationaal Archief (1845)
05. Bicicleta anfíbia Esta curiosa invenção francesa permitia andar sobre terra e água 
e transportava cargas de até 120 quilos.
4193508602_c1bc1e39e7_o.jpg© Nationaal Archief (1932)
06. Carro para todo tipo de terreno Este carro inglês permitia descer ladeiras de até 
65 graus.
4192749411_6d377475d7_o.jpg© Nationaal Archief (1936)
07. Carrinho com rádio Carrinho de bebê equipado com rádio, que incluía antena e 
alto-falante.
4193508474_fdba136471_o.jpg© Nationaal Archief (1921)
08. Roupas de banho de madeira Estes trajes de banho inventados em 1929 
supostamente ajudariam os nadadores a obter um melhor desempenho em suas provas.
4194412077_58fefd0218_o.jpg© Nationaal Archief (1929)
09. "Veleiro gelo" No século 17 houve um período tão frio que os meteorologistas 
cogitaram uma Pequena Idade do Gelo. Pensando nisso, A. Terrier projetou o 
"veleiro gelo", que auxiliaria no desafio de transportar as mercadorias sobre os lagos 
e rios congelados.
4192046915_abd1458ae2_o.jpg© Nationaal Archief (1600)
10. Rádio portátil Chapéu com rádio portátil, inventado em 1931.
4193509510_692481a601_o.jpg© Nationaal Archief (1931)
11. Vidro à prova de bala Demonstração de vidro à prova de bala realizada pelo melhor 
atirador da Polícia de Nova York, em 1931.
4192748893_936918a5e4_o.jpg© Nationaal Archief (1931)
12. Piano para tocar deitado Esta invenção é britânica e foi projetada especialmente 
para pessoas tocarem piano deitadas.
4192748677_18afd59e49_o.jpg© Nationaal Archief (1935)
13. Colete aquecido eletricamente Desenvolvido especialmente para a polícia de 
trânsito dos Estados Unidos em 1932, este colete era aquecido eletricamente, tendo a 
eletricidade da rua como fonte de alimentação.
4193509008_c45f43aafd_o.jpg© Nationaal Archief (1932)
14. Máscara para tempestades de neve Estas máscaras de plástico foram criadas em 
Montreal e permitiam que os cidadãos canadenses saíssem de casa em dias com 
tempestades de neve.
4193509756_4c33ca5a41_o.jpg© Nationaal Archief (1939)
15. Revólver câmera Carregando uma pequena câmera em seu interior, esta Colt 
38 tirava fotos automaticamente quando seu gatilho fosse puxado.
4192750189_0920ac37de_o.jpg© Na

tionaal Archief (1938
)lounge.obviousmag.org

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Set17

AS 15 INVENÇÕES MAIS ESTRANHAS DA HISTÓRIA

António Garrochinho


Bicicleta anfíbia, roupas de banho de madeira, piano para tocar deitado... Como já diria Albert Einstein: "Se, a princípio, a idéia não é absurda, então não há esperança para ela." Conheça abaixo algumas das invenções mais curiosas da história.
01. Motocicleta de uma roda Esta invenção alemã criada em 1925 provavelmente inspirou o veículo utilizado pelo agente J (Will Smith) em MIB 3.
invencoes_da_historia© Nationaal Archief (1925)
02. Draga manual Criada para ser operada manualmente, esta máquina é um modelo pequeno de draga e não se sabe ao certo se ela foi realmente desenvolvida.
4192046971_6e5ef603a2_o.jpg© Nationaal Archief (1761)
03. Pneu de bicicleta usado como auxílio de natação Inventado pelo italiano Goventosa M. de Udine, atingia velocidade máxima de 150 km/hora.
4193508398_fb3039d916_o.jpg© Nationaal Archief (1925)
04. Automóvel a vapor Desenvolvido em 1845, este veículo seria um aperfeiçoamento da invenção do carro a vapor desenvolvido para o imperador da China.
4192807776_ab17ff9f84_o.jpg© Nationaal Archief (1845)
05. Bicicleta anfíbia Esta curiosa invenção francesa permitia andar sobre terra e água e transportava cargas de até 120 quilos.
4193508602_c1bc1e39e7_o.jpg© Nationaal Archief (1932)
06. Carro para todo tipo de terreno Este carro inglês permitia descer ladeiras de até 65 graus.
4192749411_6d377475d7_o.jpg© Nationaal Archief (1936)
07. Carrinho com rádio Carrinho de bebê equipado com rádio, que incluía antena e alto-falante.
4193508474_fdba136471_o.jpg© Nationaal Archief (1921)
08. Roupas de banho de madeira Estes trajes de banho inventados em 1929 supostamente ajudariam os nadadores a obter um melhor desempenho em suas provas.
4194412077_58fefd0218_o.jpg© Nationaal Archief (1929)
09. "Veleiro gelo" No século 17 houve um período tão frio que os meteorologistas cogitaram uma Pequena Idade do Gelo. Pensando nisso, A. Terrier projetou o "veleiro gelo", que auxiliaria no desafio de transportar as mercadorias sobre os lagos e rios congelados.
4192046915_abd1458ae2_o.jpg© Nationaal Archief (1600)
10. Rádio portátil Chapéu com rádio portátil, inventado em 1931.
4193509510_692481a601_o.jpg© Nationaal Archief (1931)
11. Vidro à prova de bala Demonstração de vidro à prova de bala realizada pelo melhor atirador da Polícia de Nova York, em 1931.
4192748893_936918a5e4_o.jpg© Nationaal Archief (1931)
12. Piano para tocar deitado Esta invenção é britânica e foi projetada especialmente para pessoas tocarem piano deitadas.
4192748677_18afd59e49_o.jpg© Nationaal Archief (1935)
13. Colete aquecido eletricamente Desenvolvido especialmente para a polícia de trânsito dos Estados Unidos em 1932, este colete era aquecido eletricamente, tendo a eletricidade da rua como fonte de alimentação.
4193509008_c45f43aafd_o.jpg© Nationaal Archief (1932)
14. Máscara para tempestades de neve Estas máscaras de plástico foram criadas em Montreal e permitiam que os cidadãos canadenses saíssem de casa em dias com tempestades de neve.
4193509756_4c33ca5a41_o.jpg© Nationaal Archief (1939)
15. Revólver câmera Carregando uma pequena câmera em seu interior, esta Colt 38 tirava fotos automaticamente quando seu gatilho fosse puxado.
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12
Set17

Esculturas surpreendentes pelo mundo e suas histórias

António Garrochinho

Searching-for-Utopia

Pedra, metal, madeira. Qualquer material é igualmente válido para construir uma história, dar alma ao ingrediente inanimado para despertar emoções. Nas mãos de um gênio mas principalmente em seu talento, está a chave para despertar a admiração transformando um bloco desprovido de vida. O melhor de tudo é que, ao contrário de outras disciplinas artísticas, a escultura propicia ser disfrutada ao ar livre, onde a peça esta imersa no ambiente para adquirir um significado maior. Se você é amante dessa bela arte, não pode perder as esculturas mais surpreendentes que podem ser encontradas ao redor do mundo.
#1 Sua luz interior (Estados Unidos)
Obra da artista americana Paige Brandley, “Expanção” apresenta o corpo de uma mulher que medita na posição de flor de lótus. Sendo rachada por uma luz que emerge de seu interior, a figura parece alcançar um estado de êxtase místico. Originalmente a figura não deveria apresentar nenhuma fissura, mas quando a artista estava finalizando o trabalho, a peça caiu no chão quebrando-se em vários pedaços, resultando no seu estado atual. Em sua restauração, Paige Bradley deu um novo significado a figura, o da força interior que resiste a destruição.
Expansion
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Expansion-3

Expansion
#2 O espectro da sorte (Lituânia)
Diz a lenda que em 1959 um guardião do castelo de Klaipeda (Lituânia) chamado Hans Von Heidi viu um fantasma. O ser sobrenatural, longe de tentar amedrontar o bom Hans, o advertiu de que as reservas de grãos e madeira da cidade seriam insuficientes, desaparecendo momentos depois no nevoeiro. Em homenagem a essa história, os escultores Sergejus Plotnikovas e Svajūnas Jurkus deram vida a essa escultura situada perto das ruínas do castelo que, segundo dizem, traz boa sorte a todos que se atrevem a aproximar-se.
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#3 Andarilhos viajantes (França)
Se passear pelas ruas e esquinas de Marsella é muito provável que encontre “Os viajantes”, uma série de esculturas da obra de Bruno Catalano. Esculpidas em bronze, as estátuas chocam pela realidade de sua criação ao mesmo tempo que pela ilusão de ótica que cria: a escultura parece evaporar, volatizar diante de seus olhos. Dessa maneira muito visual, o artista consegue dramatizar a condição errante desses viajantes que, quem sabe algum dia, chegarão a seus destinos.
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#4 Um Freud pendurado (República Tcheca)
Se passear por Praga e olhar para o céu, não se assuste se ver um suicida suspeito. Zavešený muž (“O Homen pendurado” em português) é obra de David Cerny, e representa o psicanalista Sigmund Freud, uma das personalidades mais importantes na história da Republica Tcheca, pendurado em um poste e vendo a vida de outros transeuntes passar com uma pose certamente tranquila. Criado em 1996, o autor estava tentando responder a pergunta de qual seria o papel de Freud no momento atual. A resposta parece simples: observar o homem mundano.
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#5 As antípodas de cabeça para baixo (Austrália)
Vice Governador da Austrália no século XIX, o inglês Charles La Trobe transcendeu por sua atividade política e científica. A cidade de Melburne homenageia seu espirito civilizador dando seu nome a ruas, jardins, universidades e uma sala de leitura. Entre os reconhecimentos extra-oficiais esta essa estátua, construída em plástico e fibra de vidro, simulando o bronze. Por que está de cabeça pra baixo? Parece que a intenção de Charles Robb, embora reconhecendo a figura histórica de La Trobe, estava criticando o sistema dos valores atual, que inunda as cidades com monumentos sem sentido mas esquece das figuras realmente importantes. Apresentada na exposição de Making Melbourne 2007, e apesar de sua transgressão, foi instalada definitivamente.
Charles-Latrobe-1
Charles-Latrobe-2
Charles-Latrobe

Charles-Latrobe-1
#6 O tiro pela culatra (Estados Unidos)
Dado o elevado número de mortes por arma de fogo que apresenta a região, qualquer pequena expressão contra a violência assume uma maior importância nas fronteiras dos Estados Unidos. Ao lado dos edifícios das Nações Unidas localizado em Nova York, a escultura Knotted Gun (em português “arma amarrada”) da visibilidade ao movimento contra a violência originado na suíça e enraizado em 15 países ao redor do mundo. Desenhada e construída por Carl Fredrik Reuterswärd, foi concebida como um tributo a John Lennon, morto por um ferimento de bala.
Knotted-Gun
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Knotted-Gun-3
Knotted-Gun
#7 Liberdade total (França)
Um senhor quarentão descobre em um belo dia que possui a habilidade de cruzar paredes. Não, não é extraído da biografia de David Copperfield, e sim de Le Passe-muraille, uma história curta do novelista francês Marcel Aymé. Depois de enlouquecer seu chefe, roubar bancos, escapar da cadeia e invadir a casa alheia, o karma acabou cobrando seu preço a Dutilleul, que é como se chama o protagonista da novela. Com o mesmo nome da história, uma estátua de obra do escultor, pintor e ator Jean Marais tomou forma no bairro parisiense de Montmartre.
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#8 Abram caminho para a música (Holanda)
Durante a II guerra mundial, uma das cidades que mais sofreu com o assédio nazista foi Amsterdam. Foi em maio de 1940 quando, depois de 5 dias de cerco, os alemães invadiram a capital holandesa. Consequentemente, dezenas de milhares de judeus dos países baixos foram deportados para campos de concentação. Em memória dessa comunidade, o Stopera (um complexo de edifícios que abriga a prefeitura e a Ópera da cidade) da abrigo a estátua de um violinista que emerge do solo, de autor desconhecido que simboliza, e refere-se ao vibrante e irreprimível povo judeu que costumava concentrar-se nesse bairro de Amsterdam.
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#9 Crocodilo engole bolsas (Estados Unidos)
A escultura permanente Life Underground, de Tom Otterness, concentra toda a atenção na estação de metrô nova-iorquina que esta localizada na quinta avenida com a 14th street. Entre suas figuras, destaca-se a de um crocodilo que tenta arrastar para o esgoto sua presa: um homem com uma bolsa com o símbolo do dólar no lugar da cabeça. De óbvio sentido político e econômico, a escultura é uma crítica ao sistema atrozmente capitalista que impera nos Estados Unidos. Convenhamos, poderia ser a escultura preferida de Pablo Iglesia.
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#10 Dourada utopía (Bélgica)
Uma tartaruga gigante e reluzente que é montada por seu cavaleiro é uma imagem, por que não dizer, que não se vê todos os dias. No entanto é algo que pode acontecer se passear pela cidade belga de Nieuwpoort, adquirida em 2003, essa peça chamada Searching for Utopia. Foi esculpida em bronze pelo artista Jan Fabre para ser exibida em um festival de arte moderna que seria realizado nessa cidade. No entanto, sua popularidade entre os turistas e cidadãos levou as autoridades a comprá-la para converter em um símbolo da cidade.
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#11 Lembrança londrina (Reino Unido)
Se você não tem uma fotografia ao lado da cabine vermelha e retangular é porque nunca foi a Londres. O ápice do brittish, essas cabines telefônicas são uma parte importante do imaginário Londrino para qualquer estrangeiro. Flertando com o clichê, o artista David Mach compôs em 1987 um dominó com tais itens emblemáticos e batizou de “Out of order”. A instalação converteu-se em um dos lugares mais visitados de Kingston, ao sudoeste de Londres, onde dezenas de turistas preenchem diariamente sua sede fotográfica.

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#12 O burocrata heróico (Islandia)
Muitas cidades tem erguido estátuas em reconhecimento ao soldado desconhecido, um ato simbólico que reconhece o valor de todo aquele que arrisca seu bem estar pelos outros. No entanto, até agora não se conhecia nenhuma estatua erguida ao burocrata desconhecido. Só Reykjavik, capital da Islândia dedicou, sem ironia, uma estatua a aquele trabalhador do estado que, quando em serviço, nos ajudou a atravessar alguma vez as complicadas causas legais. O autor dessa brincadeira obra de arte é Magnús Tómasson.
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misturaurbana.com
12
Set17

5 HISTÓRIAS QUE TODO MUNDO ACREDITA QUE ESTÃO NA BÍBLIA MAS NÃO ESTÃO

António Garrochinho


Considerando o fato de que a Bíblia Cristã é o livro mais popular na história da humanidade , é surpreendente o quão pouco as pessoas sabem sobre o seu conteúdo. Ou talvez não - a Bíblia traz uma série de textos que podem ser complicados para muitas pessoas entenderem. Isso também se agrava pois o livro é um compilado que foi escrito ao longo de milhares de anos.
Muitas pessoas associam histórias e personagens pessoas com os textos presentes na Bíblia o acaba muitas vezes sendo errado. Aqui estão 5 fatos que muitas pessoas acreditam que estão relatados na bíblia mas não estão. Conheça:




Sodoma e Gomorra serem destruídas devido a homossexualidade

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Se você pedir para alguém para apontar uma parte da Bíblia onde Deus condena especificamente a homossexualidade, eles estão propensos a encaminhá-lo para Gênesis 19, a história de Sodoma e Gomorra. A história diz basicamente que Deus destruiu as duas cidades devido à crueldade desenfreada de seus habitantes, não devido a homossexualidade, e enviou dois anjos para extrair Ló, o único cidadão 'de bem'  e sua família antes que a ira de Deus caísse na cidade.
O maior pecado do povo de Sodoma foi que eles realmente odiava estrangeiros. Alguns escritos judaicos clássicos enfatizam os aspectos de crueldade e falta de hospitalidade com forasteiros. Uma tradição rabínica, exposta na Mishnah, afirma que os pecados de Sodoma estavam relacionados à ganância e ao apego excessivo à propriedade, e que são interpretados como sinais de falta de compaixão. Alguns textos rabínicos acusam os sodomitas de serem blasfemos e sanguinários. Outra tradição rabínica indica que Sodoma e Gomorra tratavam os visitantes de forma sádica os estuprando e amputando seus corpos.

Os sete pecados capitais

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Mesmo quem nunca frequentou uma igreja, provavelmente já ouviu falar dos sete pecados capitais. Estes são supostamente os sete piores pecados que você pode cometer: gula, orgulho, luxúria, avareza, ira, preguiça, e inveja. Se você está folheando sua Bíblia procurando por eles, você não vai encontra-los lá. Os sete pecados não foram formulados pelos escritos bíblicos: eles foram realmente formulados pela Igreja católica medieval como uma maneira fácil de classificar todos os pecados. Eles foram criados pois o acesso a bíblia era exclusivo para membros da igreja.

Purgatório

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O purgatório seria o castigo temporário das almas daqueles que morrem e não merecem ir para o inferno mas também não estão preparados para ir para o Reino dos céus. Tanto o purgatório quanto as indulgências (uma espécie de pagamento para receber as bençãos para ir para o reino dos céus) não são encontrados na Bíblia e quando foram implementadas, trouxeram más práticas em detrimento das verdades vigentes da Igreja Cristã.  A existência do purgatório foi decidida durante o Concílio de Florença, em 1431, porque a Bíblia não especifica os 'requisitos' necessários para ir para o Céu.

A prostituta Maria Madalena

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Maria Madalena originalmente conhecida como Maria de Magdala não era uma prostituta e não era a única mulher discípula em sua comitiva. No livro de Lucas, capítulo 8 é enumerado seus discípulos que incluem: Madalena, Joanna, mulher de Cuza e Susanna. A Igreja Católica medieval, decidiu que havia muitos personagens na Bíblia e que as pessoas ficariam muito confusas com todas as Marias que acompanhavam e eram discípulas de Jesus. Dito isso, foi feito um decreto oficial que se ocultou a presença da maioria das seguidoras de Jesus.

Satanás não é Lúcifer

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Um dos problemas bíblicos "mais mortais" é o das traduções. Tendo passado por várias traduções até chegar na versão conhecida atualmente, é evidente que muitas modificações tenham acontecido; a maioria delas involuntariamente. Uma delas é a da confusão entre os termos Satanás, Diabo e Lúcifer.
Na íntegra, Satanás é um, Lúcifer é outro. Lúcifer seria o famoso Portador da Luz (do latim Lux fero), Eósforos e Héspero, o planeta Vênus em seus aspectos matutino e vespertino. Diabo significa "acusador", do grego diabolos, e pode se referir genericamente a qualquer pessoa que acusa e se opõe a outra.
Já Satanás significa "adversário". A Igreja Católica considera Lúcifer como Satanás, que seria um anjo que se rebelou contra Deus e foi expulso do Céu, apesar da Bíblia não ter sequer uma passagem que explicite isso. A passagem usada para justificar a ideia Satanás = Lúcifer é Isaías 14:12 : "Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?".
Trata-se de uma passagem controversa, pois os judeus consideram essa a passagem sobre o desaparecimento da estrela Vênus diante da majestosidade do Sol como uma alusão à crença de que o Império Babilônico desapareceria diante do poder do Deus Yahweh, e a maioria dos cristãos considera a passagem como referente à queda física de um anjo, daí denominam Satanás como Lúcifer.

www.fatosdesconhecidos.com.br
12
Set17

A Pantera Negra existe? Descubra a verdade

António Garrochinho


De vez em quando observamos lindas fotos de panteras negras na internet e às vezes até nos perguntamos se a Pantera Negra faz parte de alguma espécie em específico.


Saiba mais sobre essa peculiaridade incrível.

Ao ouvirmos a expressão pantera negra, logo associamos a um felino de pelagem negra. No entanto, podemos ficar surpresos ao descobrir que não há uma espécie de felino distinta chamada de pantera negra. Quando vemos uma foto de um felino negro, existe na verdade duas possibilidades: estamos vendo uma foto de um leopardo ou estamos vendo uma onça com coloração melanítica.



Ou seja, a espécie pantera negra não existe. A pantera é, na verdade, o grupo de felinos em que se encontram o leão, o tigre, a onça e o leopardo. A pantera negra na verdade é uma variedade da onça-pintada [panthera onca]apenas possui uma variedade melânica. Também pode ser uma variação de leopardos. Variedade melânica significa que apenas a cor é diferente, por causa da melanina, pigmentação escura.
A mutação, que é oposto do albinismo, permite o nascimento de filhotes de onça-pintada e leopardos inteiramente negros. Os indivíduos com melanismo não são considerados uma subespécie diferente.

Albinismo em uma Onça-Pintada.

Albinismo em um Leopardo.
Aliás, a pantera negra está mais próxima de nós do que imaginamos: É um animal brasileiro, também, portanto. Uma onça preta, Além do Brasil, a onça-pintada vive em quase toda a América, dos Estados Unidos até a Argentina.

Como exemplo de leopardo, há o leopardo-de-amur, que é considerado extremamente raro, existindo pouquíssimos exemplares na natureza. Segundo a WWF, uma onça-pintada pode chegar a 135kg, sendo o maior animal do continente americano. A potência de sua mordida é considerada a maior entre os felinos de todo o mundo. Já o leopardo costuma pesar 80 kg. Suas garras, muito afiadas, se destacam, por serem a arma principal de ataque contra as presas .

Leopardo.
Onça Pintada.

tudorocha.blogspot.pt
12
Set17

Estudante portuguesa recupera 200 mil euros de idosa a firma de advogados londrina

António Garrochinho



Alexandra da Silva, numa fotografia partilhada nas redes sociais
Estudante de Direito em Londres conseguiu ajudar sexagenária, também portuguesa, a derrotar na justiça uma sociedade de advogados que se tinha apropriado dos bens da idosa

Alexandra da Silva, natural de Cardielos, Viana do Castelo, e estudante de Direito numa universidade londrina, conseguiu recuperar 200 mil euros de uma idosa, também portuguesa, a um escritório de advogados de Londres. Segundo o Jornal de Notícias, Alexandra disponibilizou-se a ajudar Ângela Batista, de 69 anos, depois de a conhecer no restaurante do Futebol Clube do Porto, em Londres, e a idosa lhe ter contado a sua história.
De acordo com o JN, Ângela Batista, antiga empregada de limpeza, não sabe ler nem escrever e há mais de 40 anos que vive sozinha em Inglaterra. Em 2006 foi atropelada, tendo ficado com uma incapacidade física parcial. Foi indemnizada passados sete anos, mas a sociedade de advogados que a representou, a Hansen Palomares Solicitors, invocou que Ângela tinha ficado com incapacidade mental e arrogou-se o direito de lhe administrar a indemnização e todos os bens.
Desde 2013 que a idosa tentava reverter a situação na justiça, mas só quando contou o caso a Alexandra conseguiu resultados. A estudante portuguesa constituiu-se como "litigation friend", uma figura da lei inglesa que não existe em Portugal - e pode ser traduzida como "amiga de litígio" - e propôs-se a ajudá-la.
Avançou em novembro de 2016 com um requerimento ao tribunal e apresentou provas de que Ângela Batista está na posse de todas as capacidades, exigindo que o escritório de advogados restituísse a indemnização que lhe fora atribuída após o atropelamento, de 170 mil libras, 200 mil euros.
O juiz indicou uma médica para fazer uma avaliação independente e, há poucos dias, saiu a sentença favorável à idosa: a empresa tem até dia 3 de outubro para lhe devolver o dinheiro e apresentar contas. "Ela está radiante", disse Alexandra da Silva ao JN.
Já Ângela Batista, que se encontra atualmente na Madeira, disse estar feliz com o desfecho e elogiou a jovem estudante de Direito. "Foi o meu anjo da guarda", disse a sexagenária, citada pelo JN.
Fonte jurídica consultada pelo jornal admite, porém, que em Portugal seria impossível um caso semelhante, já que "os sistemas jurídicos são completamente diferentes", pelo que a lesada teria de apresentar uma queixa-crime em nome próprio no Ministério Público.


www.dn.pt
12
Set17

A austeridade ainda anda por aqui?

António Garrochinho


Governo e oposição dedicam-se a discutir se a austeridade acabou ou não em Portugal. O governo diz que sim. A oposição e os seus escribas dizem que vivemos uma austeridade mal disfarçada, como se vê pelo aumento dos impostos indirectos, pelas cativações nos orçamentos dos serviços do Estado e pela travagem do investimento público.

Neste debate confundem-se, de forma mais ou menos propositada, políticas de austeridade com austeridade orçamental, com contenção orçamental e até com baixo crescimento económico. No entanto, o conceito de políticas de austeridade não é exactamente o que qualquer um quer. A expressão surge no contexto de um debate fundamental no pensamento económico, que não se pode ignorar - e que consiste em saber qual a estratégia mais adequada para lidar com recessões económicas profundas.

Segundo as abordagens de inspiração keynesiana, a saída da recessão requer tipicamente a intervenção das autoridades públicas, sob a forma de facilitação do acesso a liquidez e da adopção de políticas orçamentais expansionistas (mesmo que tal implique incorrer em défices orçamentais e no aumento da dívida pública por períodos longos). De acordo com esta visão, em contextos de recessão o endividamento e as reduzidas expectativas dos investidores sobre o futuro retardam o investimento, prolongando e agravando a crise económica. Nessa circunstância só as autoridades públicas estão em condições de relançar o investimento e de reduzir a incerteza sobre o crescimento futuro.

Por contraste, a estratégia da austeridade defende que o regresso ao crescimento se deve fazer por via de cortes abruptos e permanentes na despesa pública, e pela desvalorização dos salários e dos preços. De acordo com esta estratégia, espera-se que a desvalorização favoreça a competitividade internacional, enquanto a redução permanente dos compromissos do Estado em áreas fundamentais (saúde, educação, protecção social) dê confiança aos investidores de que os seus rendimentos não serão erodidos por via da inflação ou de aumentos de impostos no futuro.

É bastante claro que o governo PSD/CDS seguiu uma estratégia de austeridade. Embora se possa argumentar que grande parte do esforço de consolidação orçamental assentou no aumento de impostos (e só em menor grau na redução da despesa permanente), PSD e CDS promoveram activamente a “redução do peso do Estado” (fórmula eufemística para referir os cortes nos serviços públicos, nas pensões e noutras prestações sociais) e a desvalorização dos salários (desregulando as relações laborais, reduzindo o montante e a duração do subsídio de desemprego, congelando o salário mínimo, cortando os salários dos funcionários públicos, etc.). Estas medidas foram explicitamente defendidas como forma de “relançar a competitividade” e de “reestabelecer a confiança dos investidores” na economia portuguesa.

Já a afirmação de que o actual governo não abandonou a estratégia de austeridade faz pouco sentido à luz da discussão anterior, por três motivos.


1) Primeiro, o conceito de “estratégia de austeridade” aplica-se ao debate sobre como lidar com recessões. Ora, a economia portuguesa não está em recessão há mais de três anos, pelo que a discussão é conceptualmente deslocada.

2) Segundo, mesmo admitindo que a economia ainda se encontra em crise (ideia que é validada por um ritmo de crescimento insuficiente e um nível de desemprego real elevado), não faz qualquer sentido afirmar que o governo e a maioria que o apoia estão a lidar com essa crise por via da deflação interna. A opção pela chamada “devolução de rendimentos” (reposição dos salários da função pública, fim da sobretaxa do IRS, aumento do RSI e do CSI, fim da CES, etc.), pelo aumento significativo do salário mínimo, pelas alterações do IRS em perspectiva (que incidem o desagravamento fiscal nos grupos de rendimento com maior propensão ao consumo), entre outras, sugerem pelo contrário uma estratégia de estímulo à procura interna, com efeitos expectáveis – e desejados – no aumento da inflação.

3) Finalmente, embora a despesa pública tenha caído em 2016 face ao ano anterior (-3,9%), a estratégia orçamental seguida não assenta em cortes permanentes na despesa (como pressupõe a estratégia da austeridade), sendo expectável que a despesa regresse ao crescimento em 2017. De facto, analisando as rúbricas da despesa pública verifica-se que os salários, as transferências sociais e o consumo intermédio aumentaram tanto em 2016 como (previsivelmente) em 2017. Ora, estas são as despesas mais difíceis de reverter, já que reflectem compromissos assumidos pelo Estado nas áreas mais utilizadoras de recursos públicos (saúde, educação, protecção social, etc.). Por contraste, as rúbricas que determinaram a redução da despesa pública em 2016 têm em comum o facto de corresponderem a variáveis habitualmente voláteis, a saber: Juros (que desceram em 2016 e deverão aumentar em 2017); Investimento Público (que caiu cerca de 30% em 2016 e poderá aumentar numa proporção superior a isso em 2017); e Outras Despesas de Capital (essencialmente determinadas no anos recentes pela intervenção do Estado na banca e que foi muito maior em 2015 do que em 2016 devido à resolução do BANIF).

Ou seja, não há nada que indique que a estratégia da austeridade continue presente.

Isto não significa que as críticas que têm vindo a ser feitas ao governo não façam sentido. É um facto que o governo tem adoptado uma política de consolidação orçamental que penaliza uma criação mais rápida do emprego e a qualidade dos serviços públicos. É um facto que o governo não tem usado a folga orçamental de que dispõe para reforçar o orçamento em serviços públicos essenciais, como a saúde e a educação, o que significa que muitas das dificuldades que se agravaram durante o programa de ajustamento não desapareceram (e em alguns casos até podem ter aumentado). É um facto que prioridade atribuída à redução do défice em 2016 se traduziu no nível mais baixo de investimento público das últimas décadas, prejudicando o ritmo de recuperação da economia.

É óbvio que há uma preocupação preponderante no governo – a meu ver excessiva – com a redução do défice. Isto é algo que os partidos de direita não podem denunciar sem caírem no ridículo, dado o seu passado governativo recente. Preferem por isso repetir à exaustão que a estratégia do governo (com o acordo da maioria parlamentar) não é diferente do que PSD e CDS fizeram, ou do que fariam se fossem governo. Mas não é por insistirem à exaustão na mesma ideia que passam a ter razão.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt
12
Set17

12 de Setembro de 1297: Assinatura do Tratado de Alcanises entre D. Dinis e Fernando IV de Leão e Castela, fixa os limites geográficos de Portugal

António Garrochinho


Tratado de paz celebrado entre os reinos de Portugal e de Castela, firmado a 12 de setembro de 1297 por D. Dinis, rei de Portugal, e Fernando IV rei de Leão e Castela, e sua mãe Maria de Molina, na povoação leonesa-castelhana que lhe deu o nome (Alcanises), próximo de Miranda do Douro. O tratado definiu os limites do território continental português, que não tiveram alteração posterior,  exceptuando a perda de Olivença em 1801.

Este tratado visou três aspectos fundamentais: 


- o tratado fixou definitivamente os limites, as fronteiras entre Portugal e Castela, 


- D. Dinis ficou com as suas praças de Riba-Côa, Olivença, Campo Maior, Ouguela, Moura e Serpa, e Castela com Aroche, Aracena, Valência, Ferrera, Esparregal e Ayamonte, 


- do tratado fazia parte uma aliança de casamento em que Fernando IV casaria com D. Constança, filha de D. Dinis, e D. Beatriz, irmã de Fernando IV, com D. Afonso, príncipe herdeiro de Portugal.


Por fim há a assinalar o acordo eclesiástico, pois havia que atender aos problemas derivados do facto de alguns lugares da região estarem situados em território português e ao mesmo tempo pertencer a uma circunscrição eclesiástica castelhana e vice-versa.


Dionisius Rex - Documentos de D. Dinis na Torre do Tombo
Wikipedia (Imagens)

Ficheiro:Dinis-P.jpg
D. Dinis
File:Grabado que representa a Fernando IV el Emplazado.jpg
Fernando IV de Castela
 Tratado de Alcanises
12
Set17

12 de Setembro de 1913: Nasce o atleta norte-americano Jesse Owens, que desafiou a ideia da supremacia ariana do regime nazi com a conquista quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim.

António Garrochinho


Atleta norte-americano, James Cleveland Owens nasceu a 12 de setembro de 1913, em Danville, no Alabama, emorreu a 31 de março de 1980, em Phoenix, Arizona, vítima de doença prolongada. Ele participou nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 em Berlim, onde se tornou conhecido mundialmente por ganhar quatro medalhas de ouro.

Jesse Owens foi o mais novo de 10 filhos, três rapazes e sete raparigas, do casal Henry Cleveland Owens e Emma Mary Fitzgerald. Aos nove anos de idade, depois de mudar-se para o Ohio, passou a ser tratado por "Jesse" quando o professor, confundido pela  sua forte pronúncia , assim o entendeu ao ouvi-lo dizer que se chamava "J. C." (Jei Ci). A sua família mudou -se para Cleveland,Ohio em busca de melhores oportunidades, como parte da grande migração, quando 1,5 milhões de afro-americanos deixaram o segregado sul.

Nos Jogos Olímpicos de Berlim, realizados em 1936, ganhou quatro medalhas de ouro nas seguintes provas:corridas de 100 e de 200 metros, estafeta de 4x100 metros e salto em comprimento, tendo, para esta última,estabelecido uma marca que só seria batida em 1960. As vitórias de Owens, de raça negra, constituíram uma grande humilhação para Hitler que pretendia que os Jogos Olímpicos mostrassem a superioridade da raça ariana.

Em 1976, Jesse Owens recebeu, do presidente Gerald Ford, a Medalha da Liberdade, considerada a mais importante condecoração que um cidadão civil norte-americano pode desejar.

Fontes: Jesse Owens. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Wikipedia (Imagens)

Jesse Owens em Berlim em 1936
Arquivo: Bundesarchiv Bild 183-G00630, Sommerolympiade, Siegerehrung Weitsprung.jpg


Jesse Owens no pódio após vencer o salto em comprimento


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