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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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24
Out17

COMUNAS PARA A FOGUEIRA

António Garrochinho

Gritou-se hoje em Portugal numa manifestação que era para ser silenciosa.
É desnecessário mandares-nos para a fogueira. Não te queremos mal... aliás, a nossa superioridade moral está precisamente aí: nós queremos o melhor para todos, inclusive para ti...
Entendo que o teu medo te leve a essa atitude do “comunistas para a fogueira”. O teu medo dos comunistas é o medo do Futuro.
Tens medo da mudança que aí vem. Tens medo que os comunistas fiquem com a tua parte das migalhas repartidas e te nacionalizem a gasolina e o gasóleo que pagas para trabalhar. Tens medo que os comunistas te roubem a tua casinha que nos próximos trinta anos vais continuar a pagar ao banco e que será apenas tua nas vésperas de te apagares...
Tens medo que a tua filha se apaixone por um adolescente comunista e que perceba que o amor é uma coisa que se faz em liberdade.
Tens medo que se crie uma sala de espetáculos aproveitando a acústica da basílica de Fátima e que um dia seja o circo de Moscovo a atuar em vez do de Roma.
Tens medo que dê uma coisinha à tua mulher, (mulher não, esposa em comunhão com deus!!), que lhe dê um surto e queira arrancar as teias de aranha da monotonia do vosso sagrado casamento, ardendo numa fogueira de paixão com um comunista mal vestido... tens medo e pesadelos com ambos a enrolarem-se no banco de trás do carro (está quase pago!) entre o avante e a mala LV (uma cópia boa!!) que tu lhe ofereceste.... tens pesadelos de saberes que vão os dois em tardes clandestinas para o motel. Tens medo, e por isso sugiro que verifiques o extrato do cartão – se lá estiver requinte30 euros e não foste tu... já sabes: é ela com um comunista!!!!
Também tens medo por ti, mesmo tu, deus-te-livre, se ainda tiveres aí dentro dessa gosma que te enche por dentro, algum rasgo de emoção, podes vir (livra-cruzes-canhoto) a apaixonares-te e a envolveres-te com uma dessas mulheres livres e comunistas... Uma dessas que já trocou de marido umas quantas vezes e que a cada ano que passa está mais... livre, bela e comunista.
Tens medo, meu fascistazinho em botão. É o medo que te faz acender a fogueira onde nos queres queimar...
Se ainda não percebeste, vou dizer-te: não adianta querer-nos na fogueira, porque nós somos a fogueira.
Esta tarde quiseste uma fogueira. Ontem à noite no Tarrafal era a frigideira. Hoje de manhã eram as piras de livros a arderem nas ruas de Santiago do Chile...
De nada adiantou, e não resolveste o teu medo. Nós, os comunistas continuamos bem acesos.
Ardemos na febre que consumiu o Bento Gonçalves sem tratamento médico dentro da prisão que tu fizeste. Ardemos, reorganizamo-nos tornamo-nos mais fortes. Ardemos em celas de isolamento, torturas, traições, propaganda, silenciamento, intrigas e anunciados fins... mas, e mesmo assim, hoje continuamos a ser um problema para ti. Porque continuamos a arder.
Ardemos hoje na fogueira do desemprego e do trabalho precário. Ardemos nos estágios não remunerados.
Ardemos no fogo brando dos empregos de verão “enquanto não aparece outra coisa”. Ardemos quando derretemos o alcatrão para fazer estradas e soldamos vedações das fábricas.
Ardemos em vertigens a subir a andaimes ou a limpar as janelas exteriores de vidro das salas de direção no topo dos edifícios.
Ardem-nos os pés de andar para trás e para a frente a tirar fotocópias e a imprimir ofícios. Ardem-nos as canelas de fazer dezenas de quilómetros atrás do balcão a tirar bicas e a aviar sandes de torresmos. Ardem-nos as pernas de percorrer as calçadas a distribuir as cartas que são contas que nos vamos ver fritos para pagar. Arde-nos a cintura de esquivar as rasteiras dos fregueses mal intencionados. Ardem-nos as tripas de viver e lidar com a injustiça. Arde-nos o peito da angústia da chegada de mais um fim do mês, sem saber como vai ser. Ardem-nos as costas de carregar todos os dias as tuas malas no aeroporto. Ardem-nos os braços de descarregar caixotes de fruta que tu decidiste importar. Ardem-nos as mãos dos detergentes com que lavamos gabinetes, corredores, ruas e cidades. Ardem-nos os olhos de olhar para o monitor minúsculo da registadora do hipermercado, a registar as compras que nem sempre podemos fazer. Ardem-nos os dedos da tesoura de cortar os cabelos, de cortar as sebes, de cortar os cabos e de cortar a luz aqueles que arderam porque não pagaram a conta. Ardem-nos e zumbem-nos os ouvidos de ouvir tantas vezes não ao telefone, quando ganhamos a vida a vender os créditos que enchem os bolsos daqueles que, como tu, nos querem pôr na fogueira.
Ardemos nos armazéns a fazer inventários das tuas coisas. Arde-nos a cabeça de registar apólices, estratos, saldos, fazer seguros a barcos que nunca vamos poder comprar e a gerir contas que nunca serão nossas. Ardemos a conduzir autocarros, camiões, carrinhas, motas e bicicletas. Ardemos a vender bilhetes, vender farturas, vender gelados ou a vender casas. Ardemos nos hospitais a fazer das tripas vontade e dos corações gasolina, para não deixar morrer os velhos que despejaste. Ardemos nas salas de aula a ensinar os teus filhos, esses mesmos que deixaste na escola e não consegues educar em casa. Ardemos em casa e nos transportes a fazer contas de sumir e à espera de melhores dias que teimam em tardar. Ardemos em infinitas noites de reunião nos centros de trabalho com as paredes manchadas de humidade e amarelas de décadas de cigarros acessos e ardidos entre intermináveis discussões de estratégias de luta. Ardemos dentro de fardas, ardemos dentro dos fatos-macaco, das batas, das camisas com laço, dos fatos-e-gravata e dentro de todas as roupas que nos obrigas a vestir.
Nós somos a fogueira. É essa a nossa natureza. É bom que nos temas. O nosso fogo, ainda por cima é contagioso... É o fogo com que se cozinha o futuro e as conquistas de amanhã.
É por tudo isto que só me resta perguntar-te, meu fascistazinho de merda, como queres que te sirva a tua história? Bem ou mal passada?
Helder Menor
24
Out17

Posição da CGTP-IN sobre o Orçamento do Estado 2018

António Garrochinho


A discussão na especialidade da Proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) constitui uma oportunidade para dar centralidade a políticas que priorizem a resposta aos problemas dos trabalhadores, das populações e do país.
Apesar de se constatar uma evolução na reposição de rendimentos e direitos, o OE2018 tem necessariamente de ir muito mais longe no que concerne à melhoria dos salários, das progressões e carreiras profissionais na Administração Pública, bem como ao nível da política fiscal, das pensões e protecção social, dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, Escola Pública, Justiça e Poder Local democrático.
É neste contexto que se justifica e exige que o Governo assegure no imediato o reforço das verbas previstas na proposta de OE para apoiar as populações das regiões mais devastadas pelos incêndios e inicie, desde já, um processo de reordenamento do território que combata as assimetrias e a desertificação com vista a concretizar a tão prometida e nunca concretizada regionalização, instrumento central para a promoção de uma verdadeira coesão económica, social e territorial do país.
Romper com os constrangimentos do Tratado Orçamental e do Semestre Europeu
Este é um OE que tem de colocar os direitos fundamentais dos trabalhadores e das famílias, assim como o interesse estratégico do desenvolvimento do país acima do Tratado Orçamental e da obsessão do défice que condiciona o investimento público, limita a capacidade de resposta dos serviços públicos às necessidades das populações e secundariza os direitos dos assalariados em geral e os do sector público em particular.
A CGTP-IN tem vindo a denunciar a contradição entre a aposta no desenvolvimento de Portugal e a opção por seguir as "orientações" externas, sendo este um paradoxo cada vez mais difícil de evitar. Desde logo, torna-se imperiosa uma renegociação da dívida, num quadro em que os juros suportados pelo erário público transformam um superafit orçamental previsto para o final de 2018 de mais de 5,3 mil milhões de euros, num défice de quase 2 mil milhões de euros continuando assim a rapina ao excedente acumulado em saldo primário desde 2014.
Valorizar o trabalho e os trabalhadores
A melhoria da situação económica do país, exige medidas de reposição mais ousadas e a implementação de outras que rompam com décadas em que se cristalizou o modelo assente em baixos salários, precariedade dos vínculos laborais e uma produção que se traduz num baixo valor acrescentado.
A CGTP-IN considera que se pode e deve ir mais longe em várias áreas, designadamente no cumprimento do princípio da actualização anual dos salários e na reposição e progressão das carreiras e dos trabalhadores da administração pública, na melhoria da proteção social e no desagravamento fiscal dos rendimentos do trabalho e pensões. Reconhecendo-se e valorizando-se alguns progressos feitos, consideramos que o processo de devolução de direitos e rendimentos tem que ser acelerado. Além de ser justo que assim seja, os dados oficiais indicam que no 1º semestre de 2017 as remunerações nominais por trabalhador têm sido negativas (-0,4% em termos homólogos).
Por outro lado, como o ano de 2017 está a comprovar, a procura interna é um elemento insubstituível para o relançamento da economia. O abrandamento do ritmo de crescimento previsto para 2018 deve-se à insuficiência da aposta na procura interna, com uma diminuição dos ritmos de crescimento do investimento e do consumo privado e uma nova redução do consumo público. Segundo as projeções constantes no OE2018, as opções assumidas pelo Governo PS - ao invés de incrementar de forma robusta os salários e os rendimentos, de inverter o declínio no consumo público e de intensificar o investimento para repor os níveis que a economia precisa para o relançamento da produção nacional – continuam a priorizar a redução do défice para níveis incompatíveis com as dificuldades e as necessidades de quem trabalha e vive em Portugal.
Tal como a CGTP-IN vem advertindo, é imperiosa uma aposta na valorização dos rendimentos do trabalho, na qualidade dos serviços públicos e funções sociais do Estado e num impulso que potencie a dinamização de outro perfil produtivo, o que implica a remoção dos cerceamentos impostos pelas regras ingerências e chantagens externas e internas, que condenam o país à extorsão de recursos e o deixam refém da ditadura do défice e da opressão da dívida, que condicionam gravemente o seu desenvolvimento económico e social.
Há alternativas para reduzir a despesa supérflua e arrecadar mais verbas em impostos para fazer face às responsabilidades do Estado.
A CGTP-IN defende:
1 - A renegociação da dívida nos seus prazos montantes e juros, libertando parte dos mais de 7 mil milhões de euros pagos em juros para o investimento público e a resposta às necessidades da população;
2 – Uma renegociação das PPP rodoviárias que desonere o Estado dos elevados encargos que estas comportam. O valor inscrito como despesa líquida em 2018 de 1.171 milhões €, já com o impacto estimado da acção do Governo na renegociação das PPP, é superior em mais de 40 milhões de euros que o previsto para 2018 no relatório do OE de 2017;
As taxas de rentabilidade destas PPP (em média cerca de 8%), os contratos leoninos efectuados e o logro das renegociações conduzidas pelo Governo anterior, têm como resultado encargos líquidos sempre crescentes e revistos em alta de Orçamento para Orçamento;
3 – Que os 850 milhões de euros orçamentados para o fundo de resolução devem ser libertos para outras funções, devendo ser os accionistas do sector financeiro a contribuir para a resolução dos problemas por eles criado.
4 – A incidência do IRC nos lucros efectivos gerados pelas empresas, aproximando o resultado contabilístico da matéria colectável, o que possibilitaria uma receita adicional de 3,1 mil milhões de euros.
DESIGNAÇÃO
2013
2014
2015
       RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
26.223
29.941
32.214
MATÉRIA COLETÁVEL
14.835
17.613
19.031
IRC LIQUIDADO
2.779
3.559
3.631
IRC LIQUIDADO com Proposta da CGTP-IN*
6.556
6.886
6.765
Aumento da Receita fiscal
3.777
3.328
3.134
FONTE: AT; * assumindo as taxas de IRC em vigor em cada ano (2013 – 25%; 2014 – 23; 21015 – 21%).
5 – A intensificação da taxação do capital. A contribuição do sector energético, para além de ainda não ter sido efecitvada (num tratamento desigual perante as dívidas ao fisco destes contribuintes em relação à generalidade da população – que "primeiro paga e depois reclama"), apresenta valores perfeitamente irrisórios (120 milhões de euros).
A CGTP-IN entende que os rendimentos do capital devem ter o mesmo tratamento que aqueles que são oriundos do trabalho, com o seu englobamento obrigatório no rendimento total.
Partindo do exemplo dos dividendos distribuídos aos grandes accionistas de três das maiores empresas do sector energético (REN, GALP e EDP) a operar em Portugal (na sua maioria estrangeiros que levam estes dividendos fora de Portugal), o englobamento dos rendimentos permitiria uma receita adicional de mais de 231 milhões de euros. A generalização desta medida a toda a economia, possibilitava uma receita fiscal superior a 2 220 milhões de euros.
 
Dividendos pagos
IRS 28%*
IRS Englobamento
Ganho Orçamental
EDP
676.459.000 €
189.408.520 €
324.700.320 €
135.291.800 €
GALP
387.409.000 €
108.474.520 €
185.956.320 €
77.481.800 €
REN
91.314.000 €
25.567.920 €
43.830.720 €
18.262.800 €
SOMA
1.155.182.000 €
323.450.960 €
554.487.360 €
231.036.400 €
FONTE: Relatórios e contas de 2016 da EDP, GALP e REN.
*A taxa efectiva do imposto sobre dividendos, em virtude da legislação em vigor, é muito inferior aos 28%, pelo que o ganho orçamental será superior à estimativa de 231M€.
6 – A introdução de uma taxa de 0,25% sobre as transacções financeiras, com uma receita potencial superior a 1,1 mil milhões de euros.
Lisboa, 23 de Outubro de 2017
24
Out17

PORTUGAL | Quase 18 mil famílias com carências habitacionais em 149 municípios

António Garrochinho
















O Governo já recebeu informação de 149 dos 308 municípios sobre o levantamento das necessidades habitacionais, identificando perto de 18 mil famílias com carências habitacionais, disse hoje no parlamento a secretária de Estado da Habitação.

Dos 149 municípios que já submeteram o inquérito sobre as necessidades habitacionais, foram identificados 2.593 núcleos, onde vivem "17.699 agregados familiares" em condições precárias, avançou Ana Pinho, no âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

"O que nos preocupa são os 44 municípios que ainda não iniciaram o preenchimento" do inquérito, declarou a tutelar da pasta da Habitação, indicando que os restantes municípios já iniciaram o processo, mas ainda não submeteram a informação.

As Câmaras Municipais tinham de entregar até 31 de julho o levantamento das suas necessidades de realojamento habitacional, mas o Governo decidiu prolongar o prazo até ao final do ano para garantir que esse levantamento tem a representatividade de todos os municípios.

Questionada pelos deputados sobre a conclusão do Programa Especial de Realojamento (PER), Ana Pinho revelou que "o número de carências face a 2013 baixou 44%", referindo que são oito os municípios que ainda não concluíram este programa: Amadora, Odivelas, Loures, Seixal e Almada, na Área Metropolitana de Lisboa, e Espinho, Maia e Matosinhos, na Área Metropolitana do Porto.

No âmbito do inquérito que ainda decorre sobre as necessidades habitacionais em Portugal, o Governo já recebeu resposta de quatro dos oito municípios que ainda não concluíram o PER, em que são apuradas 979 famílias por realojar.

Com a aprovação de todos os grupos parlamentares, a 17 de fevereiro foi recomendado pelo parlamento ao Governo que "proceda ao levantamento das necessidades de realojamento e proteção social, em matéria de habitação, a nível nacional, à avaliação da execução do PER e à criação de um novo programa nacional de realojamento que garanta o efetivo acesso ao direito à habitação".

O projeto de resolução foi elaborado no âmbito do grupo parlamentar de trabalho de Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidade, através da fusão das propostas apresentadas pelo BE, CDS-PP, PSD e PCP.

Já no início deste ano, o Governo anunciou que vai promover um estudo, até ao final de 2017, sobre as carências habitacionais existentes em Portugal, envolvendo municípios e regiões autónomas, com o objetivo de "garantir o acesso de todas as famílias a uma habitação condigna".

"Em função dos resultados do estudo, se a dimensão do problema o exigir, será ponderada uma resposta extraordinária. Essa resposta poderá passar pelos programas de realojamento já existentes no atual quadro legal, nomeadamente o PER e o Programa de Financiamento para Acesso à Habitação (PROHABITA)", revelou à Lusa fonte do Ministério do Ambiente.

Lusa | em Notícias ao Minuto
24
Out17

GALINHAS

António Garrochinho

Para além de ser fácil imaginar o (justo!) vendaval que assolaria esta página, a dar-se o caso de na fotografia estar um grupo de agentes femininas bonitas e alguns homens fizessem, como é habitual, os seus comentários tipicamente grunhos…
… confesso que perante o espectáculo dado nos comentários que se podem ler na imagem, produzidos por estas “galinhas”, fica muito difícil fazer reparos aos "acidentais" comentadores que vão deixando por aqui, de quando em vez, comentários mais ou menos misóginos, machistas, ou simplesmente ordinários.
Como uma espécie de vingança sobre estas “galinhas” que, estou certo, envergonharão algumas Mulheres, deixo uma anedota brasileira (até tem mais graça com sotaque) que reza assim:
ERA UMA "GALINHA TÃO "GALINHA"... QUE ATÉ APRENDEU A NADAR PARA TAMBÉM PODER "DAR" PRÓS PATOS!


24
Out17

Perto do fogo

António Garrochinho

Seriam quase oito da noite quando o Intercidades da Beira Alta ficou retido em Santa Comba, depois de deixar para trás uma coluna de fumo à saída da Guarda e de ter passado na zona de Seia, onde apesar da escuridão se podiam avistar uns dez focos de incêndio distintos. Dos restantes incêndios do país sabia-se pelas notícias, com destaque para os dos distritos de Leiria, Aveiro e Porto. Cerca de quinhentas ignições num só dia, um dia de outono.



Saindo do comboio, do lado direito, viam-se agora três a quatro clarões, aparentemente situados por detrás da cidade. À frente outros dois, mais distantes, sugerindo que o fogo andaria também perto de Mortágua. Do lado esquerdo da estação, a uma distância maior, via-se o clarão do incêndio que - saber-se-ia mais tarde - lavrava na zona de Penacova. O cheiro a fumo era ainda relativamente ténue e difuso, permitindo supor que bastaria esperar duas ou três horas para que o comboio retomasse o seu curso. Apesar da hora, o ar era quente e, de quando em quando, bafejava com alguma intensidade. As pessoas foram saindo das composições, preferindo vaguear na plataforma ou aproveitar para avisar alguém do atraso certo que o comboio iria ter, apesar de uma das três redes de telemóvel estar inoperacional e outra funcionar de modo intermitente.

Com o passar do tempo a informação tornou-se cada vez mais escassa, avolumando as dúvidas sobre o momento em que seria possível prosseguir viagem e se a mesma se faria de comboio ou por ligação de autocarro a outra estação mais à frente. Embora preocupadas e perplexas com os vários focos de incêndio (em particular com a linha contínua de fogo que agora se desenhava por detrás de uma Santa Comba às escuras) e a situação absolutamente anómala do país naquele 15 de outubro (inúmeros incêndios ativos, numa noite que parecia de agosto), as pessoas estavam calmas. Quando falha a iluminação pública, afetando a estação e o aglomerado de casas em redor, os clarões aumentam de intensidade, tornando agora mais fácil imaginar a «cegueira» provocada pelas chamas a quem delas estivesse próximo, em combate noturno. Seriam já dez da noite quando se ouve um motor no céu e surgem as luzes de um avião a afastar-se, lembrando que a partir daqui o combate aéreo deixava de ser possível.

O ar foi ficando progressivamente mais denso, com o fumo já bem visível e a chegar por vezes em golfadas, impulsionadas por um vento que mudava constantemente de direção e intensidade. Com esta oscilação errática de um vento quente e seco, alguns dos focos de incêndio pareciam esmorecer por momentos, para depois recrudescer com redobrada força. Apesar da distância, ouvia-se de quando em quando o crepitar do fogo, intercalado por explosões, com uma intensidade maior do que à partida se poderia supor. O ar foi-se tornando cada vez menos respirável, não só pelo aumento do fumo, mas também pelo efeito de habituação. E é então que se tem melhor noção de uma segunda dificuldade do combate direto em circunstâncias como esta: para além das chamas e do calor, impulsionados pelo vento, também o fumo pode tornar impossível a aproximação a um fogo, limitando as possibilidades de o conter. Isso era cada vez mais claro: estava-se perante fogos praticamente indomáveis, ninguém se surpreendendo no fundo que os bombeiros, distribuídos pelas múltiplas frentes de fogo e garantidamente escassos perante estas condições, não tivessem ainda acorrido àquele lugar.

Seriam já duas da manhã quando um dos focos de incêndio se aproxima, após atravessar o IP3 e galgar a vertente arborizada que conduz à estação. Muito mais perto, o fogo tornava-se agora verdadeiramente avassalador, ameaçando as primeiras casas. Perante o perigo iminente, verificou-se se ainda estaria alguém dentro delas, tendo sido possível convencer as pessoas (algumas a dormir, não se tendo apercebido do evoluir da situação), a abandoná-las. Tudo se desenvolvia de uma forma demasiado rápida e cada vez mais violenta e incontrolável, tornando inútil qualquer esforço para deter as chamas. Com a aproximação do fogo, começam a cair partículas incandescentes, como se de flocos de neve se tratasse, atiradas pelo vento em todas as direções. Impressionava sobretudo o facto de estas partículas (cascas de árvore, paus e folhas) não se apagarem durante o seu voo incerto, caindo ainda a arder a centenas de metros. A partir daí, a génese de novos focos de incêndio era apenas uma questão de sorte, percebendo-se de forma cristalina as cerca de quinhentas ignições desse dia e porque razão havia tantos incêndios em redor. Pelas três da manhã, um autocarro assegura a evacuação das pessoas, já muito assustadas, para o Centro Cultural de Santa Comba, num percurso corajosamente repetido por entre o fumo, bermas a arder e troços de estrada por vezes demasiado estreitos e sinuosos.


Assisti e participei no combate a vários incêndios que deflagravam nas proximidades da minha aldeia, religiosamente durante o verão (na maior parte dos casos em agosto), há muitos anos atrás. Lembrava-me ainda do calor que se sente quando nos aproximamos das chamas, da irritação causada pelo fumo inalado e da sensação de pisar chão quente. Mas nada, nada se assemelha a estes incêndios e à atmosfera que os alimenta. De facto, sugerir que «nada mudou» (Assunção Cristas), ou que «calor e vento sempre houve» (Hugo Soares), significa não ter ainda percebido nada (ou, em alternativa, algo bem pior que isso).



ladroesdebicicletas.blogspot.pt
24
Out17

VAMOS LÁ TENTAR FAZER ISTO À BORLA

António Garrochinho
VAMOS LÁ TENTAR FAZER ISTO À BORLA…
· Primeiro, o demagogo de feira exigiu rápida e total assistência a todos os lesados pelas catástrofes recentes.
· Depois, o vendedor de banha da cobra exigiu que os deputados fossem contactar directamente com as populações… fazendo de conta, de forma sonsa e desonesta, que não sabe que há deputados que é precisamente isso que já fazem regularmente e há muito tempo.
· Agora, o descarado aldrabão chama a atenção para o perigo de o défice resvalar, exactamente por causa dos custos dos incêndios e dos apoios que se darão às populações.
Como é que este papagaio quer então que se preste assistência às pessoas e se reconstruam as empresas, as casas, as culturas e as florestas destruídas?
Já sei! Os deputados vão todos para o terreno dar milhares de beijinhos e abraços e fazer toneladas de fotografias tipo “selfie”… soltar uma lagriminha estratégica se estiver uma câmara de televisão à vista… e pronto.
Não custa dinheiro… e fica supimpa nos telejornais!
Ó senhor presidente! E se fosse… sei lá… ?!
O Presidente da República insiste na necessidade de um esforço nacional para superar os problemas causados pelos incêndios, mas sublinha que não se ...
RTP.PT

24
Out17

Sobre o fascismo e a verdade histórica

António Garrochinho



Há 78 anos, iniciava-se a II Guerra Mundial. Pela segunda vez num quarto de século, as rivalidades e belicismo congénito do capitalismo ceifavam a vida a dezenas de milhões de seres humanos e semeavam a destruição. Entre as duas grandes guerras, o planeta foi varrido pela maior crise económica do capitalismo até então conhecida. Das entranhas dum sistema de exploração em agonia surgiu o monstro do nazi-fascismo, que precipitou a catástrofe de 1939-45 e chegou a imperar sobre quase todo o continente europeu.
Mas o início do século XX foi também um período de luta e avanço dos povos e do movimento operário: desde a grande Revolução de Outubro, passando pela resistência armada que desempenhou o papel decisivo na derrota do nazi-fascismo, até às profundas transformações do pós-guerra, que marcaram positivamente quase toda a segunda metade do século. Os trabalhadores e os povos tornaram-se actores de primeiro plano na História da Humanidade. Sem ignorar as grandes alterações entretanto ocorridas, os acontecimentos e lições desse período ganham redobrada actualidade num momento em que a Humanidade se vê de novo confrontada com um capitalismo em profunda crise.

A I Guerra Mundial

Em Agosto passam 95 anos sobre o início da I Guerra Mundial, «uma guerra imperialista (isto é, uma guerra de conquista, pilhagem e rapina), uma guerra pela partilha do mundo, pela divisão e redistribuição das colónias, das 'esferas de influência' do capital financeiro» (1), nas palavras de  Lénine. A I Guerra Mundial não opôs adversários ideológicos ou inimigos de classe, nem foi um «choque de civilizações». Os 15 milhões de mortos da guerra de 1914-18, foram vítimas das rivalidades entre classes dirigentes de potências europeias, «cristãs», defensoras de um mesmo sistema sócio-económico: o capitalismo. Esse sistema conhecera, após 1870, um desenvolvimento impetuoso, acompanhado da criação de gigantescos monopólios, duma associação cada vez mais estreita entre indústria e finanças, da financeirização crescente da economia, da necessidade de exportar os enormes excedentes de capital entretanto acumulados e de controlar as fontes de matérias-primas, com a consequente colonização e rapina dos países «periféricos». Nesta outra «globalização» a concertação alternou com a rivalidade. As «velhas» potências imperialistas entraram em confronto com uma «jovem» Alemanha, que chegara tarde à sua unificação nacional mas que, com taxas de desenvolvimento económico mais rápidas, se sentia no direito de agir como grande potência (2). Pergunta Lenine: «no terreno do capitalismo, que outro meio poderia haver, a não ser a guerra, para eliminar a desproporção entre o desenvolvimento das forças produtivas e a acumulação de capital, por um lado, e por outro, a partilha das colónias e das 'esferas de influência' do capital financeiro?» (3). 

A falência da II Internacional e a Revolução de Outubro

O movimento operário teve um grande desenvolvimento nas décadas que antecederam a I Guerra Mundial. A par do reforço sindical, criaram-se por toda a parte partidos operários, que formam a II Internacional.  Mas a guerra lançou a  Internacional numa profunda crise, devido à traição dos seus dirigentes a princípios sempre proclamados. Escreve Lénine: «Os socialistas de todo o mundo declararam solemnemente em 1912 [na Conferência de] Basileia que consideravam a futura guerra europeia como uma empresa 'criminosa' e reaccionaríssima de todos os governos, que devia acelerar a derrocada do capitalismo, gerando inevitavelmente a revolução contra ele. Começou a guerra, começou a crise. Em vez da táctica revolucionária, a maioria dos partidos sociais-democratas aplicaram uma táctica reaccionária, colocando-se ao lado dos seus governos e da sua burguesia. Esta traição ao socialismo significa a falência da II Internacional» (4). Analisando as causas dessa traição, Lénine fala nos «super-lucros» resultantes da exploração imperialista e dos seus efeitos entre uma pequena camada de beneficiários. «As condições objectivas de fins do Século XIX reforçavam particularmente o oportunismo, transformando a utilização da legalidade burguesa em servilismo para com ela, criando a pequena camada da burocracia e da aristocracia da classe operária [...]. A guerra acelerou o desenvolvimento, transformando o oportunismo em social-chauvinismo, transformando a aliança secreta dos oportunistas com a burguesia numa aliança aberta».  As origens do movimento comunista internacional residem na ruptura com quem defendeu as  burguesias do seu país na guerra que chacinou milhões de trabalhadores. A fidelidade dos bolcheviques à «táctica revolucionária» e o seu acerto na avaliação das condições objectivas da Rússia, conduziram, ainda em plena guerra, à Revolução Socialista de Outubro, nove meses após o derrube do czarismo. Os trabalhadores e o povo, vítimas primeiras da guerra imperialista, tomavam nas mãos o seu destino, num acto histórico que haveria de reorientar o curso da Humanidade e marcar todo o século XX.

O rescaldo da I Guerra Mundial

Em Novembro de 1918, com uma situação militar e económica cada vez mais difícil e os marinheiros em revolta, os trabalhadores alemães desencadeiam uma revolução que derruba o Kaiser, instaura a República e põe termo à guerra. Nos meses seguintes, e sob a inspiração da Revolução de Outubro, geram-se situações pré-revolucionárias em vários países (Alemanha, Hungria, Itália), que são reprimidas de forma violenta. As burguesias europeias vivem no pavor de desenlaces revolucionários. Em 1922, em Itália, a reacção das classes dirigentes ao ascenso da luta de massas traduz-se numa nova forma de poder de classe, com a violência extrema de esquadrões de assalto, o anti-comunismo feroz, o ataque impiedoso ao movimento popular e à própria democracia burguesa. O fascismo de Mussolini, manipulando os receios da pequena burguesia arruinada pela guerra, a frustração dos soldados desmobilizados e jogando com anseios de «ordem» e de «resgate da Nação», canaliza a revolta de largos sectores, não contra as verdadeiras causas dos seus problemas, mas contra as suas vítimas. As teorizações dos nossos dias, que pretendem descobrir paralelos entre fascismo e comunismo, baseiam-se na mais grosseira falsificação da verdade histórica. Não apenas os comunistas e o movimento operário foram, desde a primeira hora, os principais alvos e vítimas do terror fascista, como o fascismo mussoliniano serviu de inspiração às burguesias da generalidade dos países europeus. A título de exemplo, registem-se as palavras de Winston Churchill, o mais importante dirigente da burguesia inglesa no século XX, após uma visita à Itália fascista em 1927: «Este país dá uma imagem de disciplina, ordem, boa vontade, rostos sorridentes»; «se fosse italiano, estou certo que teria estado de todo o coração convosco, desde a primeira hora, na vossa luta triunfante contra as paixões e apetites animalescos do Leninismo» (5).
Nos anos seguintes a praga fascista alastra por vários países, entre os quais Portugal, e ganha novo apoio entre as classes dirigentes sobretudo após a eclosão da grande crise do capitalismo, em 1929. E é na Alemanha, derrotada na I Guerra Mundial e humilhada pelo Tratado de Versalhes, que o ascenso do fascismo viria a ter um impacto terrível.

De Versalhes a Hitler

O receio de revoluções operárias não impediu que após a guerra as rivalidades inter-imperialistas continuassem a ter um papel de primeiro plano na política das grandes potências. O Tratado de Versalhes, imposto à Alemanha após a sua derrota, retirou-lhe as suas (poucas) colónias, amputou-lhe partes do seu território europeu, e impôs o pagamento de somas gigantescas como compensação pelos prejuízos de guerra. Nas palavras do Embaixador soviético no Reino Unido (1932-43), Ivan Maiski, o Tratado de Versalhes visava garantir «três coisas: (i) o domínio incondicional na Europa da coligação vitoriosa anglo-franco-americana (o grupo dirigente do imperialismo estado-unidense já então aspirava à dominação mundial, mas ainda não tinha decidido colocar abertamente a questão); (ii) a subordinação incondicional da Alemanha derrotada à coligação anglo-franco-alemã; (iii) a situação de inferioridade da Rússia revolucionária até ao momento em que o nosso país, como garantiam sem qualquer dúvida os dirigentes da coligação, se desfizesse sob os golpes militares e económicos da Aliança e fosse obrigado a regressar ao seio do capitalismo» (6). As reparações de guerra impostas à Alemanha tiveram um papel central na hiperinflação que varreu o país entre 1921 e 1923 e arruinou largos sectores da população. Mas para a grande finança das potências imperialistas a década de 1920 foi um maná. Segundo o professor em História Económica de Cambridge, Adam Tooze, «o carrossel com que os alemães pediam dinheiro emprestado aos americanos para pagar aos britânicos e franceses, que por sua vez pagavam aos americanos [pelas dívidas contraídas junto dos EUA durante a guerra] suscitava ansiedade em toda a parte. Mas alcançava o seu objectivo» (7). Os níveis incomportáveis de endividamento resultantes deste «carrossel» estiveram na base da derrocada do sistema financeiro alemão em 1931 (8), facto que agravou qualitativamente a grande crise mundial do capitalismo iniciada com o crash de Wall Street em 1929.
A crise permanente do capitalismo alemão em 1914-33, e a incapacidade de a utrapassar no quadro da República de Weimar (que os sectores mais reaccionários das classes dominantes sempre encararam com suspeita), foi o factor decisivo do ascenso da mais violenta e terrível forma de dominação de classe jamais gerada pelo capitalismo: o nazismo hitleriano. Os comunistas (que nas eleições de Novembro de 1932, tiveram quase 6 milhões de votos – 16,9% –  e elegeram 100 deputados) e o movimento operário foram as primeiras e principais vítimas do nazismo, enquanto que parte importante da burguesia pseudo-liberal, que hoje procura falsificar a História, foi conivente e cúmplice com a ascensão de Hitler. Logo após ser nomeado Primeiro Ministro em 30 de Janeiro de 1933 (sem maioria parlamentar e após ter perdido 2 milhões de votos nas eleições) Hitler organizou o incêndio do Parlamento (Reichstag), que atribuiu aos comunistas e que serviu de pretexto para desencadear a primeira vaga de repressão: «Cerca de 4 mil dirigentes comunistas e muitos social-democratas e liberais foram presos, incluindo deputados ao Reichstag que, por lei, gozavam de imunidade. [...] Camiões repletos de tropas de choque percorreram as ruas da Alemanha, arrombando casas, arrebanhando as suas vítimas que eram levadas para os quartéis das SA onde foram torturados e espancados. A imprensa e os actos públicos dos comunistas foram suprimidas» (9). A ascensão do nazismo foi apoiada pelo grande capital alemão. O magnata da metalurgia, Thyssen, já financiava o Partido Nazi desde 1923 (10). O insuspeito Prof. Tooze escreve: «Aquilo que Hitler e o seu governo prometiam era pôr fim à democracia parlamentar e destruir a esquerda alemã, e a maioria do grande capital alemão estava disposta a dar uma contribuição substancial para estes fins. [...] E o resultado líquido, no fim de 1934, foi precisamente o visado: uma desmobilização popular global. [...] O movimento sindical foi destruído. [...] com a conjugação do congelamento salarial de 1933, a destruição dos sindicatos e uma atitude altamente permissiva em relação aos cartéis dos negócios, [...] as perspectivas de lucro eram seguramente muito favoráveis» (11).
Inspirando-se directamente no modelo mussoliniano, Hitler junta-lhe uma característica específica: o racismo anti-semita, que permitia aliar a demagogia pretensamente anti-capitalista (identificando os judeus com o sistema financeiro internacional que arruinara a pequena e média burguesia alemã) e o anti-comunismo (através da tese do «complot judaico-bolchevique» para arruinar a Alemanha). Também aqui, e ao contrário do que se pretende fazer crer hoje, o hitlerismo mostrava as suas afinidades com as classes dominantes europeias, onde o anti-semitismo era moeda corrente. O caso Dreyfus em França (12) foi apenas um episódio ilustrativo de concepções a que Churchill também deu voz: «Churchill enfatizou aquilo que considerava ser a natureza judaica do Bolchevismo. Em privado, descreveu o governo soviético ao Ministro dos Negócios Estrangeiros Curzon como “um governo tirânico de Comissários judeus” e mesmo em público apelidou-o de “estado comunista mundial sob domínio judaico”. Num discurso público em Sunderland, em 1920, falou do “Soviete internacional do judeu russo e polaco”. Em Abril de 1922 escreveu uma carta [...] descrevendo os bolcheviques como “esses conspiradores Semitas”» (13).
A ascensão de Hitler foi vista com agrado por boa parte das burguesias europeias. O capitalismo vivia então uma crise sem precedentes, no decurso da qual a produção industrial planetária caiu quase 40%, as bolsas 70% e o volume do comércio mundial cerca de 30%. O desemprego afectava milhões de trabalhadores e a crise económica era acompanhada por crises políticas. A sobrevivência do capitalismo era posta em dúvida, mesmo pelos seus defensores (14). Em paralelo, a jovem União Soviética socialista conhecia taxas de crescimento económico impressionantes com os planos quinquenais e as conquistas sociais (emprego, educação, saúde, cultura). O contraste com o capitalismo em crise era evidente e cheio de significado político. Os ideais de transformação social revolucionária ganhavam terreno. A grande burguesia vivia um novo período de medo. Como afirma o jornalista americano William Shirer, que foi correspondente na Europa, «lembro-me que foi por esta altura que comecei a ouvir nos círculos da classe alta em Paris um comentário que se viria a tornar quase num cântico: “antes Hitler que [Leon] Blum”» (15).
Para a grande burguesia das potências imperialistas, o ascenso do nazismo representava não apenas uma solução de força para salvar o capitalismo alemão, mas também uma arma para destruir pela força a primeira experiência mundial de construção do socialismo, em curso na URSS. Os planos de expansão territorial e colonização do Leste europeu pela Alemanha eram claramente assumidos no livro de Hitler, Mein Kampf. Discursando sobre as suas teorias de «espaço vital» (Lebensraum), Hitler criticava os seus antecessores que criaram um Império alemão em África. «A conquista de novos territórios, prosseguia Hitler, [...] “apenas é possível a Leste .... Se pretendemos territórios na Europa, eles só podem obter-se essencialmente à custa da Rússia”» (16). A «corrida para leste» (Drang nach Osten) teorizada pelo nazismo representava uma saída para as rivalidades inter-imperialistas e uma «solução para o problema russo» (17) que agradava a largos sectores da grande burguesia mundial. E isso explica a vergonhosa colaboração de classe com o ascenso do nazismo, hoje negada por uma burguesia que pretende re-escrever a sua história.

De Madrid a Munique

A Guerra Civil de Espanha evidenciou o colaboracionismo filo-fascista. Em 1936 a Frente Popular ganhou as eleições. Esta aliança da esquerda republicana burguesa com o Partido Socialista e um Partido Comunista ainda pouco influente foi visto como uma ameaça pela reacção espanhola, onde os latifundiários e a Igreja Católica tinham grande peso. Em Julho de 1936 o General Franco lança um golpe de Estado. Apesar do apoio duma parte muito considerável das forças armadas, o golpe é derrotado nas principais cidades pela resistência das massas. Mas as «democracias», com destaque para a Inglaterra, a França e os EUA, proclamam a sua «neutralidade» entre um governo legitimado pela Constituição e o voto, e os golpistas fascistas. A política de «Não Intervenção» é um golpe mortal na República democrática, em grande medida desarmada pela traição dos militares. Graças ao grande apoio de massas, a República resiste durante três anos heróicos, nos quais o Partido Comunista de Espanha se torna um grande partido nacional. Mas a situação militar é desequilibrada de forma decisiva pelos 130 mil soldados  enviados pelas potências fascistas (18) para combater ao lado de Franco, enquanto o Comité de Não Intervenção criado pelos anglo-franceses impede à República de comprar armas no estrangeiro. Churchill dá de novo voz a largos sectores da burguesia europeia quando escreve em 1936 que o governo republicano «estava nas garras de forças obscuras e violentas que cada vez mais surgem a descoberto e agem através do assassinato, da pilhagem e dos distúrbios sindicais», representando «um proletariado miserável e atrasado que exige o derrube da Igreja, do Estado e da propriedade e a instauração de um regime comunista», enquanto do lado fascista estavam «forças patrióticas, religiosas e burguesas, sob o comando das forças armadas [...] que marcham para restabelecer a ordem através da instauração duma ditadura militar» (19). Foi ainda Churchill que, em Julho de 1937, discursando no Parlamento britânico, pediu o reconhecimento dos franquistas como governo legítimo de Espanha (20). O colaboracionismo anglo-francês com as agressões fascistas evidenciou-se na invasão da Etiópia pela Itália, em 1935, prosseguiu com a anexação da Áustria (o Anschluss de Fevereiro de 1938) e atingiu o seu apogeu com a vergonha do Tratado de Munique. Em finais de Setembro de 1938, os Primeiros Ministros de França e Inglaterra reúnem-se com Hitler e Mussolini para entregar à Alemanha importantes parcelas de território da Checoslováquia. Deixando os legítimos representantes checos à porta da reunião, Chamberlain e Daladier aprovam o desmembramento do país, apesar do Tratado com que a França se comprometia a defender a Checoslováquia em caso de agressão. À vergonha da capitulação, segue-se a humilhação de ver Hitler rasgar, no espaço de poucas semanas, os próprios termos do acordo, anexando o resto do território checo em Março de 1939. 

A guerra e a derrota do nazi-fascismo

A política de colaboracionismo reforçou o monstro nazi e tornou a guerra inevitável. Ao incentivar o expansionismo alemão, as classes dirigentes das restantes potências imperialistas condenaram-se a si próprias a serem vítimas do militarismo nazi. Nalguns aspectos, a II Guerra Mundial foi um prolongamento I Grande Guerra. O nazismo, ditadura terrorista do grande capital alemão, não esqueceu as lições da História e a forma como a Alemanha fora tratada pelos seus «irmãos de classe» em 1918. Compreendendo que as democracias burguesas ocidentais, e em particular a França, estavam profundamente corroídas pelo colaboracionismo, Hitler decidiu lançar-se na guerra a Ocidente antes de empreender o seu objectivo estratégico de ataque à URSS, a fim de evitar o perigo que havia condenado a Alemanha à derrota em 1918: ter de combater simultaneamente em duas frentes. A burguesia francesa levou a cegueira até às ùltimas consequências. Perante a agressão nazi, em Junho de 1940, capitulou em poucas semanas, tendo boa parte da sua classe dirigente ficado à frente do regime fantoche e colaboracionista de Vichy, chefiado pelo Marechal Pétain. A combatividade da classe dirigente francesa apenas se evidenciou na luta contra o Partido Comunista Francês, que foi proibido e perseguido a partir de Setembro de 1939 (21). Mas foram os comunistas que, nas dificílimas condições de então, ergueram a bandeira da resistência e forjaram uma guerrilha popular que contribuiu de forma notável para a posterior derrota do nazi-fascismo. À grande burguesia inglesa não restou outra opção senão reorientar (através de Churchill) toda a sua política.
É ridículo afirmar que o Tratado de Não-agressão assinado entre a URSS e a Alemanha em Agosto de 1939 tenha sido a causa da guerra, fazendo tábua rasa da natureza do regime nazi, do colaboracionismo das potências capitalistas e do seu encorajamento activo ao expansionismo alemão a Leste. Até à última, os dirigentes soviéticos fizeram repetidas e insistentes tentativas para assinar, com a Inglaterra, França e outras potências europeias, tratados de defesa mútua ou garantias a outros países cobiçados pelo nazi-fascismo (22). Foi a recusa desta colaboração e a cegueira anti-comunista e filo-fascista de círculos importantes das classes dirigentes europeias  que conduziram à guerra. Um destacado historiador militar francês, gaullista, escreve: «Não é correcto, como fizeram mais tarde os países ocidentais, invocar qualquer semelhança entre a URSS e a Alemanha para ver nisso o verdadeiro fundamento do pacto germano-soviético. A hostilidade feroz para com o comunismo e a vontade de o destruir sob todas as suas formas, estavam na própria raíz dos movimentos fascistas. Hitler sempre tinha apresentado o nacional-socialismo como instrumento de morte contra o bolchevismo. [...] Foi o Partido Comunista Alemão que ele proibiu e esmagou em primeiro lugar [...] Mas eram os dados estratégicos que deviam decidir a opção feita em Moscovo e que, no fim de contas, prevaleceram acima de tudo» (23).  A URSS assina o Tratado para evitar ficar na mesma situação que a República Espanhola. Tal como os comunistas foram as primeiras e principais vítimas do fascismo em toda a parte, foram também os comunistas que deram a contribuição principal e decisiva para a derrota do nazi-fascismo, sobretudo através do Exército Vermelho e da URSS, que enfrentaram e derrotaram o grosso do poderio militar nazi. Quando no Inverno de 1941 as tropas alemãs chegam às portas de Moscovo, a quase totalidade da Europa estava sob o domínio do fascismo e seus aliados. As batalhas decisivas da II Guerra Mundial, que alteraram o rumo dos acontecimentos, foram (pese embora Hollywood, os discursos de Obama e a mitologia negacionista dos nossos dias) travadas em solo soviético em 1941-3. Foi em Moscovo, em Estalinegrado, na resistência heróica durante o cerco de Leninegrado, em Kursk e em tantos outros locais que, à custa de terríveis sacrifícios e perdas humanas e materiais, o povo e os comunistas soviéticos derrotaram a máquina de guerra alemã. Quando as tropas anglo-americanas desembarcam na Normandia, em Junho de 1944, já o Exército Vermelho havia libertado a quase totalidade do território soviético e combatia pela libertação dos países limítrofes. E nos países ocupados, em Itália, na Grécia, em França, na Jugoslávia, na China, e em tantos outros, foram os comunistas os primeiros e principais actores da resistência armada que assegurou a derrota final da mais terrível expressão da dominação capitalista.
Quando hoje se reescreve a História, reabilitando o fascismo, ocultando o papel decisivo dos comunistas na sua derrota, ou chegando ao vergonhoso extremo de tentar equiparar comunismo e fascismo (como fez recentemente o Parlamento Europeu), não se está apenas a cometer uma tremenda injustiça e falsificação histórica. Está-se também a abrir as portas para que, de novo, um capitalismo em profunda crise e gerador de miséria, guerra e exploração, possa recorrer a soluções de força e violência extremas para tentar salvar o seu domínio. A defesa da verdade histórica é, por isso mesmo, parte integrante das lutas que é hoje necessário travar.
Notas:
(1) V. I. Lénine, «O Imperialismo, fase superior do capitalismo», Obras Escolhidas em Seis Tomos, Tomo 2, p. 293,  ed. «Avante!», 1984.
(2) Churchill, na sua história da I Guerra Mundial («The World Crisis, 1911-1918», ed. A Four Square Book, 1964) considera que o factor decisivo para o conflito foi o facto da Alemanha pretender criar uma Marinha que ameaçava a supremacia naval mundial do Império Britânico.
(3) V. I. Lénine, op. cit., p. 377.
(4) V. I. Lénine, «O Socialismo e a Guerra», Obras Escolhidas em Seis Tomos, Tomo 2, ed. «Avante!», 1984.
(5) Clive Ponting, «Churchill», Ed. Sinclair-Stevenson, 1995, p. 350.
(6) Ivan Majskij, «Perché scoppiò la Seconda Guerra Mondiale?», Editori Riuniti, 1965, p. 33.
(7) Adam Tooze, «The wages of destruction – The making and breaking of the Nazi economy», Penguin Books, 2007.
(8) Adam Tooze, op. cit., p. 18 e seguintes.
(9) William L. Shirer, «The rise and fall of the Third Reich», Arrow Books, 1998, p. 194.
(10) Kurt Gossweiler, «Hitler, Ascensão irresistível?», ed. «Avante!», 2009, p. 13. Uma boa fonte para a história da ascensão de Hitler.
(11) Adam Tooze, op. cit. p. 102.
(12) Veja-se, por exemplo, William L. Shirer, «The collapse of the Third Republic», Pan Books, 1970, Capítulo 3.
(13) Clive Ponting, op. cit., p. 230.
(14) Num ensaio de 1932, «The World's Economic Outlook», o famoso economista britânico John Maynard Keynes perguntava: «Será possível evitar o colapso quase total da estrutura financeira do capitalismo moderno? [...] começamos a interrogarmo-nos e a duvidar». As mesmas dúvidas estão hoje na ordem do dia.
(15) William L. Shirer, «The collapse of the Third Republic», Pan Books, 1970, p. 359.
(16) William L. Shirer, «The rise and fall of the Third Reich», Arrow Books, 1998, p. 83.
(17) Expressão que o Primeiro Ministro inglês, Chamberlain, usou com Hitler durante a vergonhosa rendição de Munique (veja-se William L. Shirer, «The rise and fall of the Third Reich»,  op. cit., p. 419).
(18) Ivan Majskij, op. cit., p. 489.
(19) Clive Ponting, op. cit., p. 390.
(20) Clive Ponting, op. cit., p. 391.
(21) Charles Tillon «Les F. T. P.», Ed. 10/18, regista os números dessa repressão: «620 sindicatos [...] dissolvidos; [...] 2778 eleitos comunistas viram os seus mandatos revogados; a imprensa comunista foi suprimida; até 7 de Março de 1940, foram contabilizados 3440 prisões [...]; 26 deputados estavam presos e houve [várias] condenações à morte» de importantes dirigentes do PCF.
(22) A documentação dos arquivos de Estado relativos a essas negociações foi publicada pela URSS, e. g. «L'URSS dans la lutte pour la paix à la veille de la seconde guerra mondiale – Documents et matériaux», Editions du Progrès, 1976. Vejam-se também as já citadas memórias do Embaixador Maiski.
(23) Paul-Marie de la Gorce «1939-1945, Uma Guerra Desconhecida», Ed. Caminho, 2004, p. 48-51.
24
Out17

O LACAIO

António Garrochinho

Com a concepção moderna do trabalho, a ideia de lacaio adquiriu um NOVO significação .. Um lacaio,não merece estar protegido pelos direitos.
Actualmente, o termo é associado a um sujeito vil e indigno, capaz de se rebaixar/humilhar para estar perto de alguém poderoso. O secretário de um governador, por exemplo, pode ser considerado um lacaio se estiver disposto a mentir para a sociedade só para agradar ao seu chefe. O lacaio, neste sentido, deixa de lado o bem comum só para servir o poderoso, com a esperança de conquistar a sua simpatia.
24
Out17

Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egipto

António Garrochinho

C. e G. Zangaki foram dois irmãos gregos que eram fotógrafos ativos no Egipto, entre 1870 e 1890. Mas infelizmente não há quase nenhuma informação e inclusive os historiadores não coincidem nem mesmo em quais seriam seus primeiros nomes. Um diz que é fulano, outro que é sicrano e por isso são chamados apenas de C. e G., algo que existe um mínimo consenso sobre os gregos. Suas fotos, segundo conta a vaga história, eram produzidas sobretudo como lembranças para os turistas europeus vitorianos.


Pelo que mostram as fotos, os irmão eram ávidos pelas antigas ruínas egípcias e as movimentadas cidades modernas de antanho, como Cairo e Porto Said, bem como pelas figuras tradicionais de vários povos egípcios. O interesse pelos irmãos só veio surgir muito tempo depois quando alguns museus, como o Rijksmuseum (Museu de Estado), de Amsterdão, nos Países Baixos, começou a coletar os antigos souvenires em forma de fotos feitas pelos irmãos.
Um soldado Ababda, que provavelmente é um ancestral direto de Wesley Snipes. Ababda é uma tribo do grupo étnico nômade de Bedja que vive no sul do Egipto e no Sudão.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 01
Via: Rijksmuseum
A Grande Esfinge de Gizé.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 02
Via: Rijksmuseum
Duas mulheres árabes.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 03
Via: Rijksmuseum
Turistas europeus e guias locais escalam uma das pirâmides de Gizé.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 04
Via: Rijksmuseum
Homem nubiano.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 05
Via: Rijksmuseum
Jovem garoto com um burro.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 06


Via: Rijksmuseum
Soldado ababda em um camelo.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 07
Via: Rijksmuseum
Homens à entrada da Grande Pirâmide de Gizé.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 08
Via: Rijksmuseum
A múmia de Seti I, que reinou em torno de 1290-1279 a.c.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 09
Via: Biblioteca Digital da Silésia
A múmia de Ramsés II, que reinou 1279-1213 a.c.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 10
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Bela mulher Ababda.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 11

Via: Rijksmuseum
Professor de árabe do Cairo.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 12
Via: Rijksmuseum
Homem de Ababda.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 13
Via: Rijksmuseum
Dançarino turco.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 14
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Vendedores em um bazar.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 15
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Barbeiro.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 16

Via: Biblioteca Digital da Silésia
Obelisco de Heliópolis.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 17
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Turista e guias com camelo.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 18
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Estudantes na Mesquita Al-Azhar, Cairo.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 19
Via: Rijksmuseum
Um navio no Canal de Suez.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 20
Via: Rijksmuseum
Vista do rio, na Alexandria.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 21

Via: Rijksmuseum
Guerreiros de Ababda em camelos.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 22
Via: Museu de Arte e Design de Hamburgo
Palmeiras perto das pirâmides.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 23
Via: Museu de Arte e Design de Hamburgo
Mulher turca no sofá.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 24
Via: Museu de Arte e Design de Hamburgo
Caravana passando perto de uma barcaça de dragagem.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 25
Via: Museu de Arte e Design de Hamburgo
Cavaleiros de camelo perto das pirâmides.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 26
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Pirâmide de Djoser em Saqqar.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 27
Via: Biblioteca Digital da Silésia
Banco inundado do Nilo.
Magníficas imagens capturam as maravilhas antigas e modernas do século XIX no Egito 28
Via: Museu de Arte e Design de Hamburgo
Fonte: Coleção Europeana


www.mdig.com.br
24
Out17

Artista francês cria obra gigante em montanha na Suíça

António Garrochinho


Obra utilizou 600 litros de tinta biodegradável





Uma obra gigante em uma montanha da Suíça tem chamado a atenção de quem sobrevoa o espaço (e de quem foia té o lugar para fotografar). Trata-se de uma peça com 6 mil metros quadrados, criada pelo artistas francês Saype, que utilizou tinta biodegradável para representar a figura de uma menina lendo um livro.
A obra, intitulada “A Story of the Future”, foi especialmente criada para comemorar o 125º aniversário da linha de trem Glion Rochers-de-Naye que fica nas proximidades da encosta.

Foram utilizados 600 litros de tinta biodegradável, que não agride o meio ambiente. O trabalho é feito todo pelo francês, que cortando a grama, mistura a tinta biodegradável e depois pulverizando o chão.
Saype usa uma câmera de drone para ter uma visão completa do trabalho, já que a peça te um tamanho maior que um campo de futebol.





www.b9.com.br
24
Out17

A história do fotógrafo que marcou uma era nos EUA ao retratar a Guerra Civil no país

António Garrochinho

O impacto da guerra civil americana foi tamanho que até hoje muitos dos principais assuntos em debate no país derivam de fatos ou personagens ligados a tal evento. Foi a primeira vez que os EUA enfrentarem a dor e o horror de uma guerra de frente, através de fotografias. E há um homem em especial responsável por tal registro histórico: o fotógrafo Mathew Brady, considerado por muitos o pai do fotojornalismo.


Autorretrato de Brady 
Brady gastou uma pequena fortuna em seu empenho para fotografar a Guerra Civil e, ainda que tenha acabado sua vida profundamente endividado, quando de sua morte, em 1895, seu legado é de importância fundamental para a fotografia de guerra, o jornalismo como um todo e a própria história da fotografia.






Suas fotos mostram a vida no campo de batalha ao longo da guerra – que durou de 1861 a 1865 -, personagens do combate, assim como alguns locais de conflitos. As limitações técnicas da época impediam que as fotos registrassem cenas em movimento, mas é possível ter uma impressionante noção das condições em que a guerra aconteceu.
















Além do conflito, Brady também fotografou diversos personagens importantes da história americana, como o poeta Walt Whitman, o escritor abolicionista e grande líder negro Frederick Douglass, o próprio presidente americano Abraham Lincoln. A fotografia era ainda uma experiência tão incipiente e difícil, que a maioria desses retratos tornaram-se como fotografias oficiais de tais personalidades.



Walt Whitman




Frederick Douglass




Abraham Lincoln
Outro personagem retratado por Brandy foi o general Robert E. Lee, o líder derrotados dos confederados, que na guerra civil lutavam pela manutenção da escravidão no país.




Robert E. Lee

Lee é o homenageado na famigerada estátua a ser retirada em Charlotesville, que levou à manifestação neonazista recente contra a retirada, que acabou com um contra-manifestante morto – e que nos oferece a impressionante certeza dos ecos da guerra civil até hoje, e consequentemente da importância do trabalho de Brady como o pai da fotografia jornalística.









www.hypeness.com.br
24
Out17

Você sabe quais as profissões estão em alta em Portugal?

António Garrochinho
emprego portugal


Perguntamos a seis especialistas em recrutamento quais as principais tendências para 2017 e que setores as profissões estão a recrutar mais este ano em Portugal.
As empresas estão a recrutar cada vez mais e as ofertas de emprego multiplicam-se, muitas vezes sem uma correspondência direta imediata ao nível dos profissionais especializados disponíveis. Tecnologias de informação (TI), hotelaria e turismo, agricultura, indústria, centros de serviços partilhados, engenharia. Estas são, de acordo com as empresas de recrutamento ouvidas pelo Dinheiro Vivo, algumas áreas-chave onde se verifica maior procura de trabalhadores e, ao mesmo tempo, há uma maior falta de profissionais especializados.
Perguntamos então a seis especialistas em recrutamento quais as principais tendências para 2017 e que setores e profissões estão a recrutar mais este ano. Conheça as suas respostas.
Isabel Meireles e Inês Calhabéu, diretoras de recrutamento da Egor no Porto e Lisboa

Tendências de recrutamento para 2017

Os domínios de maior procura ao nível de emprego são os tecnológicos.
Novas plataformas tecnológicas não param de surgir, e os profissionais de TIC, não chegam para as necessidades presentes: programador, web designer, analista funcional, webmaster, especialista em SEM, em SEO, Trafficker e de Cloud. Também as profissões tecnológicas relacionadas com a criação e desenvolvimento de produtos continuam a ter uma grande procura, pelo que as Engenharias nas suas vertentes de Eletrônica, Eletrotecnia, Mecânica, Automóvel, de Aviação ou mesmo de Recursos Naturais ou Biológicos mantêm níveis de empregabilidade elevados. As funções comerciais, continuam com grande procura e são cada vez mais especializadas e, dado que Portugal se tem destacado como destino de preferência para Centros de Serviços Partilhados os Operadores e/ou Assistentes de Call Center os Customer Assistant, Customer Representative são funções de elevada procura e escassez de profissionais.

Recrutamento a crescer

O ritmo manteve a tendência de 2016. Os recursos é que têm vindo a escassear, tanto mais que as empresas procuram profissionais cada vez mais especializados e valorizam as competências técnicas que acompanham esta necessidade, a par da exigência no conhecimento de línguas e uma elevada disponibilidade pessoal.

Setores com maior procura

Uma clara evidência de profissionais para o setor das Tecnologias de Informação e Indústria, para perfis especializados. No setor dos serviços partilhados não estamos a conseguir dar resposta no que respeita a fluência em idiomas estrangeiros nomeadamente o francês, e que resulta do investimento feito por empresas francesas em Portugal.

Cursos universitários com emprego garantido e a evitar

Medicina, Informática, Engenharias, nomeadamente Eletrónica, Eletromecânica, Mecânica e de Gestão Industrial, Matemática Aplicada ou Engenharia Aeroespacial permitem um passe direto para o emprego. Em 2016 e 2017 outras áreas estão a colocar quase a 100% os seus jovens formandos, como o exemplo dos Cursos de Línguas, Literaturas e Culturas ou as áreas relacionadas com o Turismo. No oposto e com taxas de empregabilidade baixas encontramos algumas áreas de formação como Criminologia, Sociologia Filosofia, Assistência Social ou Advocacia.
Carla Rebelo – Diretora Geral Adecco Portugal

Tendências de recrutamento para 2017

Para o corrente ano, está a verificar-se uma tendência crescente para a instalação e consolidação de novos centros de serviços partilhados em contexto nacional sobretudo nos domínios financeiro, comercial e tecnológico. Paralelamente, os sectores da indústria (sectores automóvel, metalomecânicas e de moldes) estão a reforçar as suas estruturas através da contratação de quadros técnicos e superiores altamente especializados, sobretudo no mercado do Norte do País (Viana do Castelo, Aveiro, entre outros), através, por exemplo, da instalação de novas e grandes unidades industriais.

Recrutamento a crescer

Existe uma tendência crescente em relação ao mercado de recrutamento, resultado do crescimento do volume de negócio das empresas, fruto do seu processo de internacionalização e diversificação de áreas de negócio.

Setores com maior procura

Sobretudo nos domínios da indústria e da tecnologia. No mercado das Tecnologias da Informação e da Comunicação, por exemplo, grandes gigantes mundiais têm vindo a fixar as suas estruturas em Portugal, necessitando de grandes volumes de recursos humanos em .net Architect, Php developers, Java Developers, Developers PL/SQL (Oracle).

Cursos universitários com emprego garantido e a evitar

Emprego garantido: Engenharia Informática e de Computação, Medicina, Gestão Industrial, Engenharia Mecânica; Devem ser evitados: Ensino, Filosofia, História, Arqueologia.
António Carvalho, Operations Manager na Kelly Services

Tendências de recrutamento para 2017

Uma continuação na aposta em perfis técnicos e com forte apetência tecnológica. Um aumento dos perfis de Vendas e a procura por perfis com skills linguísticas, cuja tendência tem tido um crescimento constante.

Recrutamento a crescer

Mantém-se a tendência já verificada em 2016 de aumento da procura em determinadas tipologias de perfis funcionais com elevado grau de especialização técnica.

Setores com maior procura

Claramente nas áreas de Tecnologias de Informação e Engenharias.

Cursos universitários com emprego garantido e a evitar

Engenharias e Tecnologias de Informação, em alta. A evitar áreas de formação relacionadas com as ciências sociais porque acabam por ter uma menor penetração no mercado.
Francisco Sanchez, diretor Ray Human Capital

Tendências de recrutamento para 2017

Investimento cada vez mais significativo por parte das organizações na sua capacidade para atrair e reter talento; geração Millennium cada vez mais especializada sobretudo nas áreas tecnológicas (Big Data, Inteligência Artificial, Soluções Mobile, Customer journey, Digital Experience, CRM, soluções cloud); escolha de Portugal como local preferencial para a instalação de centros de competências e de excelência (Shared Service Centers: Banca e Tecnologias de Informação); aumento da importância da softskills vs hard skills.

Recrutamento a crescer

O mercado está mais dinâmico com o surgimento de mais e novas contratações. A evolução da economia e de alguns negócios em particular fez com que fossem criadas novas funções (ex. Client Experience, Data Scientist). A taxa de desemprego também tem vindo a diminuir e há sectores que funcionam como indicadores positivos que estão a voltar a crescer (ex: indústria automóvel).

Setores com maior procura

Tecnologias de Informação, Turismo e Engenharia Industrial.

Cursos universitários com emprego garantido e a evitar

Garantido: tecnologias de informação, Engenharia Informática, Engenharia Electrónica, Gestão Industrial, Matemática Aplicada, Estatística, Hotelaria, Medicina/Enfermagem, Evitar: Arquitetura, Geografia, Antropologia, Administração Pública, Artes, Ciências da Comunicação.
Álvaro Fernandez, diretor geral Michael Page Portugal

Tendências de recrutamento para 2017

O crescimento da confiança é uma das grandes tendências do mercado de trabalho. Uma das grandes tendências a nível nacional é a área de shared service centers, que apresenta um dinamismo impressionante, com a contínua criação de novas estruturas em Portugal, quer na grande Lisboa como no grande Porto. Também as áreas de informática, digital e turismo têm apresentado bom dinamismo, atraindo investimento e talento estrangeiros.

Recrutamento a crescer

Nos últimos três anos a evolução tem sido positiva, com as empresas a recrutarem mais, havendo também algumas melhorias no que concerne às condições gerais apresentadas aos candidatos.

Setores com maior procura

Na área das TI em Portugal, a dificuldade em encontrar candidatos é particularmente sentida em áreas pouco desenvolvidas atualmente no país, como por exemplo em big data. Ainda em relação aos centros de serviços partilhados há falta de profissionais especializados em áreas específicas ainda recentes em Portugal e para as quais não encontramos profissionais com formação e/ou experiência.

Cursos universitários com emprego garantido e a evitar

Os cursos da área das Tecnologias da Informação continuam a ser, sem dúvida, os que têm maiores probabilidades de garantir emprego. As formações em gestão e economia, por norma, são também boas apostas. Em relação aos cursos a evitar e que se apresentem demasiado desfasados do atual mercado de trabalho, podemos indicar, por exemplo, os cursos demasiado teóricos ou em áreas que se encontram com excesso de candidatos.
Carla Marques, General Manager Staffing & Outsourcing Randstad Portugal

Tendências de recrutamento para 2017 As tendências de 2017

apontam para um crescimento na procura que não é acompanhado pela oferta, e esta é uma preocupação das empresas de recrutamento. Este desequilíbrio levará a um aumenta da mobilidade profissional que terá de ter como consequência a subida dos salários como forma de atração e retenção de talentos. Recrutamento a crescer O ritmo de recrutamento e contratação acelerou. Neste momento, temos mais de 5000 vagas de emprego o que traduz um crescimento na procura por parte das empresas, comparativamente com anos anteriores. Setores com maior procura Os sectores onde existe mais procura são: hotelaria e turismo, agricultura, indústria e shared services centres (serviços partilhados). Cursos universitários com emprego garantido e a evitar Os cursos universitários com maior empregabilidade são os de IT, Engenharias ligadas a Big Data e área digital, Matemática e áreas analíticas relacionadas com o Marketing e a Gestão.

Fonte: Dinheirovivo.pt
24
Out17

Louvre: dez curiosidades sobre o museu mais visitado do mundo

António Garrochinho
Em 2015, o Museu do Louvre, em Paris, continuou a ser o museu mais visitado do mundo. Sabe tudo sobre este museu parisiense? Fique a conhecer dez curiosidades sobre este espaço.
1 – Sabia que o que hoje conhecemos como Museu do Louvre começou por ser uma fortaleza que foi edificada em 1190, no reinado de Filipe II? A ideia era defender a cidade das invasões vikings
2 – Hoje em dia, o museu tem um espaço onde é possível observar estas antigas fundações, que se encontram na ala Sully. Mas foi apenas durante as escavações para a construção das pirâmides de vidro, finalizadas em 1989, que esta descoberta foi feita.
3 – O Louvre, que foi residência oficial da monarquia francesa até ao reinado de Luís XIV, em 1682, começou a sua transformação em museu em 1692. No entanto, para que este trabalho ficasse finalizado, foram necessários mais de 200 anos. O complexo de edifícios só foi completamente usado como museu em 1993.
4 – Apesar de os reis franceses serem apreciadores de arte, e consequentemente bons colecionadores, a verdade é que foi graças a Napoleão, nas suas investidas pelo Egito e por Itália, que grande parte do espólio do museu foi composto.
5 – Pode ser uma das obras mais emblemáticas do Louvre, mas as famosas pirâmides de vidro foram tudo, menos consensuais. A obra, encomendada por François Mitterrand, em 1984, esteve envolta em polémica uma vez que os seus principais críticos defendiam que a estrutura seria demasiado futurista para o estilo do Louvre. Caso para dizer: o que lá vai, lá vai.
6 – É verdade que a pintura mais emblemática e mais famosa do Louvre é a “Mona Lisa”, que teve direito a uma sala com o seu próprio nome. O que muita gente pode não saber é que, exatamente no lado oposto a esta obra de Da Vinci, se encontra a maior pintura exposta deste museu. Trata-se do quadro “As bodas de Caná”, com 6,6m x 9,9m, da autoria de Pablo Veronese, que invoca a célebre história bíblica da transformação de água em vinho.
7 – Se é fã do livro “O código de Da Vinci”, de Dan Brown, saiba que há roteiros criados especialmente para aqueles que querem seguir os mesmos passos de Robert Langdon e Sophie Neveu.
8 – Por falar em código, saiba que é no Louvre que está patente o único exemplar do mundo de um “Código de Hammurabi”, um conjunto de leis escritas, oriundo da Mesopotâmia, descoberto por uma expedição francesa em 1901.
9 – Dica de viajante: usar uma porta de entrada que quase ninguém se lembra que existe. Chama-se Porte de Lions e encontra-se à direita da entrada da pirâmide de vidro, aquela que chega a ter filas enormes.
10 – Outra dica de viajante, que alguns podem desconhecer, é que o Louvre está aberto até mais tarde às quartas e às quintas, encerrando portas às 21h45. Neste horário pode ser que consiga ver a “Mona Lisa” sem ter de enfrentar uma multidão. Saiba também que os primeiros domingos dos meses de outubro a março são gratuitos para todos os visitantes.
europamos.com.br

Não perca a mundialmente famosa Mona Lisa, Liberdade de Delacroix que lidera o povo e Venus de Milo no icônico Museu do Louvre

O Museu do Louvre é, sem dúvida, uma das melhores galerias de arte do mundo. Localizado em centenas de milhares de obras-primas clássicas e modernas, o Louvre é a guinda do bolo da cultura francesa e um testemunho da história da arte europeia - não é surpreendente que seja também a galeria de arte mais visitada do mundo!
As excursões partem a cada 30 minutos entre abril e setembro, e todas as horas de outubro a março e os passeios duram 60 minutos.

Destaques:

  • Obras de arte clássicas de Mona Lisa a Venus de Milo
  • Cerca de 380.000 objetos da pré-história para o século 21, com 35 mil obras de arte em 8 departamentos
  • Fachadas para os belos jardins paisagísticos de Tuileries

Você sabia:

  • O Louvre foi originalmente construído como uma fortaleza em 1190, mas depois foi reconstruído como um palácio real no século 16 antes da monarquia se mudar para Château de Versailles
  • O primeiro "Museu do Louvre" abriu em 1793, durante a Revolução Francesa, com uma coleção de apenas 537 pinturas
  • Napoléon decidiu mudar o nome do Louvre Musée Napoléon sob seu reinado e aumentou a coleção (embora, após sua derrota, muitas peças foram devolvidas aos seus donos).
  • Desde que foi roubado em 1911, o famoso - e enigmático - o retrato de Mona Lisa é emoldurado e coberto com vidro à prova de balas e protegido por guardas em todos os momentos (não se preocupe, foi retornado em 1913)

Não perca:

Antiguidades egípcias
De 4000 aC até o 4º século, o departamento de Antiguidades egípcias merece uma visita pela sua enorme extensão de artefatos do antigo Egito para a era bizantina e de todo o meio. Os artefatos incluem a Grande Esfinge, ropeiros de papiro, múmias, jóias e roupas, entre objetos do Reino do meio, como as estátuas de Amenemhatankh, Nephthys e Hathor.
Departamento grego, etrusco e romano
O cais de Notre Dame é o segundo lugar onde você pode embarcar nas datas dos Bateaux ParThe grego, etrusco e romano desde o Neolítico (Nova Era da Pedra) até o século VI e o declínio do Império Romano. Como um dos departamentos mais antigos do Louvre, foi inicialmente curado por Francis I no século 16, que adquiriram estátuas de mármore como a de Venus de Milo. Os artefactos da coleção de Durand foram posteriormente adquiridos no século XIX, como o vaso bronze de Borghese. Você também pode admirar peças da Era Helenística e da cerâmica grega intrincada.
Escultura
Com uma coleção de escultura antiga para medieval e românica, admira obras de Daniel no Lion's Den e da Virgem de Auvergne. A coleção apresenta trabalhos das eras que seguem o Departamento grego, etrusco e romano até 1850. Agora, o departamento é dividido em dois espaços: a coleção francesa na ala Richelieu e as obras estrangeiras na ala Denon.
Artes decorativas
A partir da Idade Média até o século XIX, o departamento de Artes Decorativas era originalmente parte da propriedade real e artefatos transferidos da Basílica de Saint-Denis, funeral de monarcas franceses. Estes incluíam vasos e bronzes, cerâmicas, esmaltes e vitrais. Agora você pode ver obras de arte renascentista e medieval, jóias e maiolicas e tapeçarias de pelúcia.
Pintura
Com mais de 7.500 obras que cobrem quase 600 anos, quase dois terços das obras em exibição são de artistas franceses. Outros incluem pinturas italianas que datam das coleções de Francis I e Louis XIV; dos tempos napoleônicos e compras mais recentes. As principais obras-primas incluem a Mona Lisa, que foi adquirida por Francis I, Louis XIV de Hyacinthe Rigaud; A Coroação de Napoleão de Jacques-Louis David e a Liberdade da Liberdade de Eugène Delacroix para o povo.

Como chegar lá:

- Palais Royal - Museu do Louvre (metro 1 e 7) 
- Louvre-Rivoli (metro 1)

Aproveite ao máximo seu Passe de Paris:

- Entrada gratuita ao Museu do Louvre - custo de admissão normal de € 12 
- Salte as filas com entrada exclusiva da Fast Track 
Nota: O Paris Pass só será aceito para festas de 6 pessoas ou menos por vez.


VÍDEO
www.parispass.com
24
Out17

Saiba quanto é o salário mínimo pela europa e quem paga mais

António Garrochinho
euro salario


Pensando em morar na europa e não sabe quais os salários mínimos praticados? Acompanhe a pesquisa da Eurostat, que fornece os dados para as estatísticas na europa.
O trabalho feito foi comparar as bases dos valores mensais dos principais países da União Europeia.
Portugal, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros, oferece um dos salários mensais mais baixos, entretanto, o Eurostat faz a ressalva dos pagamentos obrigatórios do 13º e do 14º meses diluídos pelos 12 meses, benefício esse que não é praticado em outros países com salários superiores. Outra questão é o baixo custo de vida.

Países europeus x salários mínimos mensais:

Luxemburgo
Salário mínimo: 1,998.59€
Irlanda
Salário mínimo: 1,563.25€
Holanda
Salário mínimo: 1,551.60€
Bélgica
Salário mínimo: 1,562.59€
Alemanha
Salário mínimo: 1,498.00€
França
Salário mínimo: 1,480.27€
Reino Unido
Salário mínimo: 1,396.90€
Espanha
Salário mínimo: 825.65€
Eslovênia
Salário mínimo: 804.96€
Malta
Salário mínimo: 735.63€
Grécia
Salário mínimo: 683.76€
Portugal
Salário mínimo: 649,83€
Turquia
Salário mínimo: 479.47€
Estônia
Salário mínimo: 470.00€
Polônia
Salário mínimo: 453.48€
Eslováquia
Salário mínimo: 435.00€
Croácia
Salário mínimo: 433.35€
Hungria
Salário mínimo: 411.52€
República Checa
Salário mínimo: 407.09€


europamos.com.br
24
Out17

Venha conhecer a verdadeira história do resgate do Soldado Ryan

António Garrochinho






Frederick “Fritz” Niland
Classe: Sargento
Unidade: 101ª Divisão Aerotransportada, 501º Regimento de Infantería de Parachutis, 3º Batalhão, Companhia H, 1º Pelotão
Pais: Michael e Augusta
Irmãos: 3 – Robert, Preston e Edward
Cidade natal: Tonawanda, Nova York
O Resgate do Sargento Niland? Embora a história sobre o Soldado Ryan seja ficcional, houve um paramilitar real na 101ª Divisão Aerotransportada, cuja família sofreu a perda de três dos quatro filhos em combate num curto período de tempo.
O sargento Frederick “Fritz” Niland era membro do 101º Airborne’s do 501st regimento de infantaria de para-quedas, e foi um daqueles que caiu em Normandia no dia 6 de junho de 1944. Ele pousou no sudoeste de Carentan, em Raffoville. E apesar do inferno que se meteu, conseguiu retornar para a sua unidade sozinho.
Os três irmãos de Niland serviram em outras unidades, o sargento técnico Robert Niland com a 82ª Divisão Aerotransportada (505º Regimento de Infantería de paraquedismo, Companhia D), o Tenente Preston Niland com a 4ª Divisão de Infantaria (22º Regimento de Infantaria) e o Sargento Técnico Edward Niland como piloto em Força Aérea do Exército.

VÍDEO






Edward tinha sido dado como desaparecido sobre a Birmânia em 16 de maio de 1944. Seu B-25 foi derrubado e ele dado presumivelmente como morto. Robert foi morto no dia D em Neuville-au-Plain. Preston foi morto no dia 7 de junho nas proximidades da praia de Utah.
No entanto ao contrário do Ryan fictício, não houve necessidade de enviar uma missão de resgate para encontrar o sargento Niland. Quando o padre Francis L. Sampson, capelão do 501, soube que dois dos irmãos de Niland estavam mortos e que um terceiro estava desaparecido, ele começou a preparar a papelada necessária para enviar a casa de Niland.

Niland permaneceu com sua unidade por algum tempo, mas uma vez que a documentação foi esclarecida, ele foi forçado a retornar aos Estados Unidos, onde serviu em Nova York como deputado até o final da guerra.
Felizmente para a família Niland, Edward não foi morto, mas passou quase um ano inteiro em um campo japonês de prisioneiros de guerra antes de ser resgatado pelas forças britânicas.Os dois falecidos irmãos Niland foram enterrados no cemitério e memorial americano da Normandia em Colleville-sur-Mer, na França. Robert está enterrado no Parc. F, Linha 15, cova 11, e Preston está enterrado no Parc. F, Linha 15, cova12.



onoticioso.com

24
Out17

O SISTEMA

António Garrochinho


Muito se fala do sistema ! o sistema é isto, o sistema é aquilo, o sistema da coisa pública, o sistema político, a acção dos partidos políticos, a sua prática, a sua estratégia.
Pouco se fala, porque conveniente, dos vícios, do sistema que somos nós, sempre prontos a julgar, a aceitar, a condenar, a tecer considerações, sempre e quase sempre das mais disparatadas e sempre com a advertência do que o que nos é dito é para bem de quem escuta e que supostamente não está alinhado com tudo o que lhe é imposto ou sugerido. Como tal "deveria" o potencial domesticado acatar a atenção ou a vulgar domesticação dos "vendedores" perante a voz contraditória, pertinente e lúcida do homem ou da mulher que teima em pensar por si próprio no sentido da felicidade do eu e do colectivo..
No meio desta selva de "boas intenções" existe muita demagogia, falsidade ou na melhor das hipóteses o desconhecimento real do que é a merda da vida quando ela é influenciada por "artistas" de grande lábia que falam muito e nada fazem.
Brevemente vou continuar de maneira higiénica, honesta e frontal este tema.
Um abraço.
António Garrochinho
24
Out17

Japão quer alterar sua Constituição para poder atacar outro país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial

António Garrochinho
Depois de se impor nas eleições antecipadas do domingo e atingir uma maioria no parlamento do Japão, o premiê Shinzo Abe prepara-se para avançar em seu anseio de reformar a Constituição pacifista do país, uma das bases da democracia nipónica depois da Segunda Guerra. Os partidos políticos que favorecem a supressão do artigo 9, que declara ilegal a guerra como meio para resolver disputas internacionais, ficaram com quase 80% da bancada da câmara baixa.


Japão quer alterar sua Constituição para poder atacar outro país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial
Forças de Autodefesa do Japão. Via: AP
Desta maneira o opositor Partido Constitucional Democrático do Japão, que conseguiu apenas 54 dos 465 cadeiras em jogo, se transformou no principal defensor do pacifismo japonês e único obstáculo para os planos de reforma constitucional.

Shinzo Abe disse que sua prioridade é buscar o consenso para a polémica e simbólica mudança na Constituição pacifista do Japão, que seus partidários veem como a base da democracia do pós-guerra enquanto os conservadores sentem uma imposição humilhante após a derrota do país em frente aos aliados na Segunda Guerra Mundial.

Na prática o artigo 9 proíbe as operações ofensivas ou o uso no estrangeiro do exército, que no país recebe o nome de Forças de Autodefesa do Japão (FAJ).

No meio das fortes tensões com o regime da Coreia do Norte a limitação militar auto-imposta faz com que Tóquio dependa de 50.000 tropas dos Estados Unidos assentadas no país para sua defesa.

- "Primeiro, quero aprofundar o debate e conseguir que a maior quantidade de pessoas estejam de acordo com isto", disse o premiê a uma emissora local a última hora do domingo e depois de ficar sabendo dos resultados eleitorais. - "Deveríamos fazer disso uma prioridade", acrescentou o mandatário, quem pôs como meta conseguir a modificação em 2020.
Japão quer alterar sua Constituição para poder atacar outro país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial
Forças de Autodefesa do Japão. Via: AP
As emendas constitucionais no Japão requerem o apoio de uma maioria de dois terços de cada câmara do Parlamento e depois devem legitimadas por uma maioria em um referendo público, sem quórum mínimo.

A anulação do artigo 9 é um velho anseio dos nacionalistas e seus alcances já tinham sido limitados em 2014, quando uma nova interpretação da Constituição, depois aprovada no Parlamento, permitiu às FAJ se mobilizarem para defender países aliados do Japão em caso de guerra.

Em esse momento a decisão foi contestada por China e Coréia do Sul, países que sofreram nas mãos do militarismo japonês, mas Estados Unidos apoiou a medida para contar com Tóquio como aliado militar na região.
Japão quer alterar sua Constituição para poder atacar outro país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial
Shinzo Abe. Via: AP
A Constituição do Japão marcada pelo artigo 9 foi aprovada em 1947 e sob a supervisão das potências aliadas que ocuparam o país depois da vitória na Segunda Guerra Mundial. Além de estabelecer um sistema parlamentar e reduzir o papel do Imperador ao puramente cerimonial, tentou anular a possibilidade de um ressurgimento do militarismo na sociedade japonesa.

Dois anos antes dos nazistas invadirem a Polônia e darem início à Segunda Guerra Mundial, o Império do Japão lançou um ataque sobre a República da China em 1937 e lançou uma brutal campanha de conquista no sudeste asiático que levou nos anos seguintes a tomar grande parte do gigante asiático, bem como também a Coréia, Vietnã, Myanmar, Malásia, Filipinas, Nova Guiné e um grande número de ilhas do Pacífico.

A dura ocupação japonesa destas regiões provocou milhões de mortes e violações, e depois do colapso nipónico em 2 de setembro de 1945 ante os avanços dos Estados Unidos, do Commonwealth britânico e a União Soviética, e o bombardeio nuclear de Hiroshima e Nagasaki, as potências vencedoras e os países vizinhos que sofreram com a conquista buscaram evitar que a história se repetisse.




24
Out17

AS FANTÁSTICAS ESCULTURAS DE AÇO MARTELADO DE SELÇUK YILMAZ

António Garrochinho

O escultor turco Selçuk Yılmaz é especialista em um tipo de escultura que causa dois impactos instantâneos: o fascínio por sua grandes esculturas e um certo desconforto com a matéria prima que ele usa. Ele utiliza as sobras de fios de aço martelado, em geral utilizados como alma de cabos elétricos de alta tensão. As esculturas são tão belas quanto cortantes, devido ao material, e trabalhar a forma que tomam suas obras finais deve ser uma tarefa ao mesmo tempo titânica e perigosa.

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As fantásticas esculturas de aço martelado de Selçuk Yılmaz 01
O caso é que este dicotomia se funde para dar um terceiro significado a sua obra: a do animal selvagem musculado que ele consegue esculpir. Para fazer estas esculturas, Selçuk precisa de quase um ano de trabalho para cortar, martelar e soldar cada peça de metal individualmente. Evidentemente que tal tarefa não está livre de risco e o escultor turco diz que acaba levando em sua pele a lembrança de cada uma de suas esculturas.

Suas obras geralmente retratam animais em máscaras de cabeças de bichos selvagens, como um lince, tigre e raposa. Mas sua assinatura é mesmo os leões de corpo inteiro. O artista turco, de alguma forma, consegue imprimir toda a fluidez, as características faciais e a estrutura muscular usando os fragmentos de fios de aço.

Vale a pena notar quão bem o metal acaba se prestando à forma final desse gato impressionante da sua última obra, o leão Kali, que pesa aproximadamente 300 kg (primeiras 4 fotos).
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As fantásticas esculturas de aço martelado de Selçuk Yılmaz 02
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As fantásticas esculturas de aço martelado de Selçuk Yılmaz 03
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As fantásticas esculturas de aço martelado de Selçuk Yılmaz 14

www.mdig.com.br

24
Out17

Da resiliência

António Garrochinho


Não sou fruto das circunstâncias.
Também não nasci assim.
Estou cada vez menos fatalista.
À medida que o tempo vai passando, quanto mais tempo vivo, mais aberrante e despropositada me parece a resignação.
Não conheço o meu destino, mas conheço o meu desejo. 
Não acredito no determinismo, no fatalismo e nem em quem põe as cartas! 
Acredito em mim, apesar de saber que todos somos seres condicionados, sei que muito do que farei e serei depende de mim.
Resta-me fazer o que sempre fiz: continuar a percorrer o meu caminho com a determinação possível.



outramargem-visor.blogspot.pt
24
Out17

24 de Outubro de 1836: Nasce Ramalho Ortigão, escritor e jornalista português, um dos principais nomes da geração de 70, autor de "As Farpas" e de "O Mistério da Estrada de Sintra", com Eça de Queiroz.

António Garrochinho


Homem de letras português, um dos vultos mais destacados da Geração de 70, José Duarte Ramalho Ortigão nasceu a 24 de Outubro de 1836, no Porto , e morreu a 27 de Setembro de 1915, em Lisboa . 

Oriundo de uma família abastada da burguesia portuense e filho de um combatente pela causa liberal, Ramalho conviveu durante a infância com o ambiente rural da casa da avó materna, tendo sido criado, como confessa, "como um pequeno saloio". Na adolescência, enquanto convalescia de uma febre, tomou contacto com as Viagens na minha Terra , obra que o impressionou tanto que foi a partir da sua leitura que compreendeu que "tinha de ser fatalmente um escritor". 

Frequentou o curso de Direito na Universidade de Coimbra e, aos dezanove anos, começou a leccionar francês no Colégio da Lapa, dirigido pelo seu pai, onde teve como aluno Eça de Queirós, futuro amigo e companheiro de lides literárias. Durante a década de 60, colaborou em vários periódicos, como a Gazeta Literária do Porto , a Revista Contemporânea e o Jornal do Porto , de que foi redactor. Foi precisamente neste último que, em 1866, publicou o folheto Literatura de Hoje , com que intervém na Questão Coimbrã . Ramalho, que, quatro anos antes, a propósito da polémica suscitada pela Conversação Preambular de Castilho inserta no poema D. Jaime , de Tomás Ribeiro, se manifestara contra o chamado "Grupo do Elogio Mútuo", não deixa aqui de ser crítico para com o autor das Cartas de Eco a Narciso , mas acusa Antero e Teófilo de desrespeitarem o velho escritor. Como consequência, Antero desafiou e venceu Ramalho em duelo, datando curiosamente desse episódio o início da amizade entre os dois escritores e a aproximação gradual de Ramalho a esse grupo de novos intelectuais, que se traduziria na frequência do Cenáculo e na adesão às correntes ideológicas que marcaram essa geração, como o positivismo de Comte e o socialismo utópico de Proudhon. 

Depois de uma viagem a Paris, por ocasião da Exposição Universal de 1867, Ramalho publicou, no ano seguinte, as suas primeiras notas de viagem, Em Paris . Ainda no mesmo ano, mudou-se para Lisboa, onde assumiu o lugar de oficial de secretaria da Academia das Ciências e reencontrou o seu amigo Eça, já formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Em 1870, publicaram ambos O Mistério da Estrada de Sintra . Em 1871, não participando directamente nas Conferências do Casino Lisbonense , iniciou com Eça um novo projecto, que pretendia retomar a intenção crítica e de reforma social que norteou as Conferências: As Farpas. O início da redacção de As Farpas é, aliás, tido pelos críticos (entre os quais o próprio Eça, numa carta publicada na revista portuense A Renascença ) como um marco de transição na escrita de Ramalho, que teria passado de "folhetinista diletante" a "panfletário ilustre". Após a partida de Eça para Cuba, como cônsul, em 1872, Ramalho tomou nas mãos a redacção desses folhetins satíricos, cuja publicação até 1888 entremeou com a edição de livros de viagens: Pela Terra Alheia (1878-1880), A Holanda (1883), John Bull (1887) e, inspirados pelas viagens em Portugal, Banhos de Caldas e Águas Minerais (1875) e As Praias de Portugal (1876). Em todas estas obras, embora as imagens da França e da Inglaterra e os progressos das suas civilizações sejam contrapostos à decadência portuguesa, manifesta-se um apego à tradição nacional e a crença na possibilidade de regeneração. 

A partir de 1888, Ramalho começou a fazer parte das reuniões do grupo dos Vencidos da Vida. Em 1895, tornou-se bibliotecário do Palácio da Ajuda. Nos textos escritos perto do fim da vida e já depois de instaurada a República, que serão postumamente reunidos no volume Últimas Farpas , Ramalho manifestou a sua descrença no novo regime político. 


Dotado de um espírito cosmopolita, dândi, mundano, e simultaneamente, arreigado às tradições nacionais, Ramalho procurou sinceramente educar e civilizar a sociedade do seu tempo. A variedade dos seus escritos, o diletantismo do seu discurso, a leveza e propriedade do seu estilo, oscilando entre as notações estéticas, as digressões líricas, os apontamentos humorísticos espelham a fidelidade ao preceito de escrita e de vida enunciado na sua "Autobiografia" (in Costumes e Perfis ): "Maçar o menos possível que seja o meu semelhante, procurando tornar para os que me cercam a existência mais doce, o mundo mais alegre, a sociedade mais justa, tem sido a regra de toda a minha vida particular. 

O acaso fez de mim um crítico. Foi um desvio de inclinação a que me conservei fiel. O meu fundo é de poeta lírico." 

Fontes: Ramalho Ortigão . In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)


Ficheiro:Ramalho Ortigao 01.JPG

Ramalho Ortigão

Excerto de "As Farpas"


"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. 

Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. 

Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. 

Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. 

O desprezo pelas ideias em cada dia. 

Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! 

Toda a vida espiritual, intelectual, parada. 

O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. 

A ruína económica cresce, cresce, cresce. 

As quebras sucedem-se. 

O pequeno comércio definha. 

A indústria enfraquece. 

A sorte dos operários é lamentável. 

O salário diminui. A renda também diminui. 

O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. 

Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. 

A agiotagem explora o lucro. 

A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. 

O número das escolas só por si é dramático. 

O professor é um empregado de eleições. 

A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. 

O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. 

Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. 

Diz-se por toda a parte: o país está perdido! 

Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. 

E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado-e pede-se conhaque!"

in Farpas, por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, com publicação em Junho de 1871.

24
Out17

QUE PENA NÃO TER CAGADO - Quando Nemo, o cão presidencial francês, se alivia em pleno Eliseu

António Garrochinho


O momento foi captado pelas câmaras de um conhecido canal de informação francês e tem dado que falar nas redes sociais.

Quando Nemo, o cão presidencial francês, se alivia em pleno Eliseu

Nemo, o cão presidencial francês, começa a ser uma estrela nas redes sociais. Conhecido por “fazer das suas”, deu que falar, nos últimos dias, ao decidir aliviar-se em pleno Palácio do Eliseu, pouco impressionado pelo facto de que o presidente Emmanuel Macron se encontrava numa reunião com três membros do seu Governo.
O momento foi captado pelas câmaras do canal de informação francês LCI. O video tem sido um sucesso nas redes. Houve mesmo quem perguntasse se Nemo tinha a intenção de processar quem o filmou, porque “violavam o seu direito à privacidade”, numa alusão à nem sempre calorosa relação entre o presidente Emmanuel Macron e a imprensa.
Foi numa lareira da sala onde o presidente se encontrava em reunião que tudo aconteceu. Durante a troca de palavras, captada pela LCI, foi possível ouvir um leve ruido, tradicionalmente associado à urina, que depressa deixou desconcertados os intervenientes na reunião.
Um dos membros do Governo acaba por perguntar a Macron se Nemo adotava este tipo de comportamentos de forma habitual, entre risos, ao que o presidente francês respondeu que eram as três pessoas, que se encontravam na reunião, que “despertavam no cãozinho um comportamento totalmente inabitual”.


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