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POESIA E MÚSICA DA RESISTÊNCIA

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27
Out17

ÁRVORES MUITO, MUITO ESQUISITAS

António Garrochinho

O cérebro humano muitas vezes parece trabalhar apenas para reconhecer padrões, sobretudo antropomorfos, em tudo que não achamos sentido. Isso explica a pareidolia e porque muitas vezes vemos rostos onde eles não existem ou conhecemos histórias da mulher que creu ver Jesus em uma torrada ou no rabo de um cachorro. Um estudo realizado no Instituto Tecnológico de Massachusetts indicou que ambos os hemisférios cerebrais têm a ver com este processo de reconhecimento, com cada tendo uma função diferente.

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Um coleção de árvores únicas que definitivamente parecem com qualquer coisa, menos árvores 01
Enquanto o occiptotemporal esquerdo informa a semelhança, o direito proporciona o veredicto final. A explicação desta reação de nosso cérebro pode estar impressa em nosso código genético por nossos ancestrais do pleistoceno superior que precisavam diferenciar ä primeira vista um predador de uma forma humana. Disso dependia a sua vida e de sua família.

Então, não se aflija. Ver rostos e figuras estranhas em objetos inanimados não é nada estranho, é bem humano na verdade, caso você tenha a tendência de fazer isso. Veja por exemplo esta compilação de fotos que estamos compartilhando neste post, que mostra árvores interessantes que, bem, se parecem com qualquer coisa, menos uma árvore. Tem dragão, dinossauro, diabo, um anão tarado e até uma bunda.

artigo original do Elite Readers tem legendas, mas achamos mais divertido que cada um adivinhe (ou não) o padrão que consegue enxergar.
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www.mdig.com.br
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Out17

AI QUE NAQUELE TEMPO É QUE ERA BOM !

António Garrochinho


Manuel Cruz

Ai que naquele tempo é que era bom. Fome com fartura, barracas em vez de casas, ranho e pés descalços. Ai que naquele tempo é que era bom. Pobretes e alegretes e a política era o trabalho, de sol a sol, de criança a velho. Férias fora de casa eram um luxo e, praia, talvez uma vez por ano, à Cruz Quebrada, quebrada pelo mau cheiro do Jamor e as fezes a boiar no mar. Ai que naquele tempo é que era bom. O reviralho andava escondido, não tinha a nefasta liberdade de que se goza agora, eram presos, torturados, mortos. Ai que naquele tempo é que era bom. Reinava a calma por todo o País. Comíamos e calávamos. Davamos a outra face, como bons cristãos. Não perdíamos a missa de domingo, procissões, catequese, comunhões, crismas, celebrações eucarísticas. Ai que naquele tempo é que era bom. O único canal de televisão não passava as indecências que agora se vêem por aí. As prostitutas eram discretas, os homossexuais inexistentes neste país de marialvas e de bons chefes-de-família. Ai que naquele tempo é que era bom. Pedíamos na Junta atestados de pobreza para sobreviver. Vivíamos da caridade das madamas dos chás-canasta e dos saraus de beneficência. Éramos calhaus sem vontade nem voz, moiros de trabalho, carne para canhão em guerras que não eram nossas. Eram tão bons aqueles tempos de pão e azeitonas, carne nem vê-la, bacalhau a pataco em dia de festa, copos de três para enganar o estômago e a vida. Tão bons que eram.
27
Out17

Sobre as declarações do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa - O Executivo da Direcção da Cidade de Lisboa do PCP

António Garrochinho

O PCP e a CDU são portadores de um projecto e de uma visão para Lisboa assentes na defesa do direito à cidade, à sua fruição por inteiro, sem exclusões nem desigualdades. Foi este projecto e esta visão que viram o seu apoio e votação reforçados nas últimas eleições.
Dez anos de gestão PS mostram que a sua acção e o seu projecto para Lisboa se afastaram e afastam, em aspectos fundamentais, da defesa dessa Cidade fruída por inteiro por aqueles que nela vivem e trabalham.
Foram opções fundamentais do PS: o favorecimento da especulação imobiliária; a insuficiente resposta municipal para garantir o direito à habitação e à mobilidade; a complacência e responsabilidade activa perante a degradação do serviço público de transporte prestado pela Carris e pelo Metro; a liquidação de serviços públicos municipais e outros, com destaque para a intenção de desmantelar os hospitais da Colina de Santana; a falta de planeamento para o desenvolvimento do turismo e a ausência de medidas de controlo e regulação das suas consequências negativas; a ausência de uma política efectiva para a Cultura e o Desporto.
O projecto da CDU para Lisboa não é diluível em programas e objectivos de gestão contrários aos seus. É o seu compromisso com a população da cidade, e em particular com os que confiaram o seu voto à CDU, que prevalecerá na sua intervenção, contribuindo como sempre fizemos para construir propostas e soluções que se traduzam na melhoria da qualidade de vida na cidade e na defesa do direito ao seu pleno usufruto. Propostas e soluções cuja
efectivação, no actual contexto, exige a construção de convergências. É também nessa construção que estamos empenhados.
Ao contrário do que fez ontem o presidente da Câmara Municipal Lisboa, optando por iniciar o mandato com um ataque ao PCP, reafirmamos a nossa disponibilidade para trabalhar com todos os que no executivo municipal queiram ter uma intervenção activa e construtiva, que contribua para resolver os problemas sentidos por todos os que vivem e trabalham em Lisboa e para enfrentar de forma corajosa os desafios que se colocam à cidade.
Pela nossa parte, assumiremos por inteiro as nossas responsabilidades.
Propondo e apoiando tudo o que seja positivo para a cidade e para quem nela vive e trabalha, rejeitando e combatendo tudo o que seja negativo. Nenhuma circunstância ou desenvolvimento nos afastará deste princípio.
Lisboa, 27 de Outubro de 2017
O Executivo da Direcção da Cidade de Lisboa do PCP

27
Out17

Dezoito deputados do PS abstiveram-se na votação do projecto do PCP PS e PSD travam suplementos de risco para Função Pública

António Garrochinho


Deputados do PS juntaram-se ao PSD para chumbar a fixação de complementos remuneratórios para os trabalhadores da Administração Pública que prestam serviço «em condições de risco, penosidade e insalubridade», proposta pelo PCP.
A recolha de resíduos é uma das situações em que os trabalhadores são expostos a condições de insalubridade
A recolha de resíduos é uma das situações em que os trabalhadores são expostos a condições de insalubridadeCréditos
A bancada parlamentar do PS, à excepção de 18 deputados que se abstiveram, votaram ao lado do PSD o chumbo do projecto de lei do PCP. Em causa estava a regulamentação dos complementos previstos desde 1998 mas nunca implementados.
A iniciativa dos comunistas previa um acréscimo remuneratório de 25%, 20% ou 15%, consante o risco, penosidade ou insalubridade fosse considerada alta, média ou baixa. Estes complementos aplicar-se-iam sempre que as tarefas cumpridas fossem susceptíveis de causar lesão ou sobrecarga física ou psíquica, ou degradar o estado de saúde dos trabalhadores em causa.
Para além do PCP, votaram a favor os deputados do BE, do PEV e do PAN, e a bancada do CDS-PP absteve-se.

www.abrilabril.pt
27
Out17

IMERSOS PENSAMENTOS

António Garrochinho


Por Joaquim Letria

Eu diria que as ideias e sentimentos mais profundos me assaltam durante um banho de imersão. Durante boa parte da minha vida não me apartava da imersão nocturna nem prescindia do duche matinal.
Quando entrei na adolescência a minha santa avó passava a vida a dizer-me “lava o corpo mas não te entretenhas com nenhuma parte dele”, ao que o meu avô acrescentava, como se fosse um ámen, “de outro modo podes ficar ceguinho”. E ria-se, sem eu perceber porquê.
Certamente que para eu me entreter sem ser com as minhas partes, os meus avós substituíram na banheira os patinhos de baquelite da minha infância por dois garbosos navios de madeira mais apropriados a um adolescente, um navio almirante e um couraçado, com os quais travei temerosas batalhas contra inimigos que me atacavam por entre “icebergs” de espuma Badedas.
Hoje, sem idade nem partes sensíveis, brinco com a esponja, fugindo nela de perigosos e letais submarinos que me perseguem como loucos. Não os vejo, mas sei que estão lá… por isso me desvio dos seus torpedos. Dantes, não desanimava até a água ficar fria de mais para uma última demão engelhada com o sabonete Lux, aquele que era usado por nove em cada dez estrelas de cinema.
Depois dum banho destes não há melhor do que um velho malte da Escócia a acompanhar um chá bem quente, bebidos com um a entrecortar o outro, como os alemães fazem, alternando a cerveja com um “schnaps”.
Com a idade fui perdendo o prazer do banho de imersão e, pior ainda, ganhei-lhe medo. Antes de mais, porque posso escorregar na banheira e partir-me todo com o trambolhão, se por acaso não bater com a nuca no rebordo, indo desta para melhor. Depois, porque algum ente querido pode erradicar-me, ou seja eliminar-me de vez, jogando o secador ligado para a água de murcha espuma, onde entre pétalas bem cheirosas flutuam estes desencantados pensamentos.

Publicado no Minho Digital

sorumbatico.blogspot.pt
27
Out17

Associação da pesca de sardinha destaca recuperação de 30% do 'stock' nos últimos dois anos

António Garrochinho


A quantidade de sardinha existente em águas portuguesas é, atualmente, "significativamente superior" à que existia em 2015 e 2016, realçou hoje o presidente da associação do setor, cujo stock recuperou 30%.

"As organizações de produtores da pesca da sardinha reunidas aqui hoje concluíram que a abundância de sardinha que ficou no mar depois de ter sido encerrada a pescaria ontem [quarta-feira] é significativamente superior àquela que se verificou no ano passado e há dois anos", afirmou aos jornalistas Humberto Jorge, líder da Associação Nacional das Organizações da Pesca de Cerco (Anopcerco).

"Isso é um motivo que nos orgulha bastante, porque é fruto dos esforços e sacrifícios que o setor tem feito nos últimos quatro anos, em que apenas pescou seis meses por ano", destacou o mesmo responsável, no final de uma reunião de quase quatro horas entre dez organizações de produtores, desde Viana do Castelo até ao Algarve.

Humberto Jorge reforçou que, além de ser "um motivo de orgulho", dá confiança ao setor de que "é possível melhorar o plano de gestão, que tão bom resultado deu, com uma recuperação do recurso em cerca de 30% só entre 2015 e 2017".

A fonte adiantou que os produtores pretendem que o plano de gestão garanta, por um lado, que a recuperação do stock' continue ao mesmo ritmo que se verificou e que, por outro lado, permita encontrar uma solução para a pesca em 2018, que garanta a viabilidade das embarcações".
Questionado sobre a eventual proibição da pesca da sardinha no próximo ano, o presidente da Anopcerco afastou essa possibilidade.

"A proibição, a pesca 'zero' no ano inteiro está completamente posta de parte", assegurou, revelando que recebeu hoje à tarde "uma convocatória" para reunir na sexta-feira com a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, no Ministério do Mar, em Lisboa.

"Acreditamos que, perante estes factos, vai ser possível convencer a senhora ministra de que faz todo o sentido manter o nosso plano de gestão e manter as possibilidades de pesca, pelo menos, as mesmas, que tivemos em 2017", sublinhou o líder associativo.

A Anopcerco quer uma solução que "garanta a recuperação do recurso e que permita viabilizar a actividade das embarcações, tal e qual foi possível fazer em 2017, em 2016 e até em 2015, quando a biomassa era inferior àquela que é atualmente".

Para Humberto Jorge, não há dúvidas que vai haver pesca de sardinha em águas portuguesas, depois de, no dia 20 de outubro, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) ter recomendado a suspensão da pesca da sardinha, em Portugal e Espanha, em 2018.

No dia seguinte (21 de outubro), a Comissão Europeia informou que não proíbe a pesca da sardinha, mas recomenda às autoridades portuguesas que encarem com seriedade as quebras nos 'stocks' da espécie, devido à sobrepesca e ao aumento da poluição.

"Podem contar que nos Santos Populares vão comer sardinha portuguesa, de certeza. A bem ou a mal, até posso dizer isso. Não haverá parecer, não haverá recomendação e não haverá decisão política que vá inviabilizar isso", lançou hoje o porta-voz das organizações de pesca de cerco.

E rematou: "Isso para nós, setor, não faz nenhum sentido. Quando a biomassa é superior aos anos anteriores, não faria sentido deixarmos de pescar. Ainda por cima, pelos Santos Populares, seria uma coisa que os santos não nos iriam perdoar".

www.dn.pt
27
Out17

Javalis à solta nas cidades são ameaça para a saúde pública

António Garrochinho

Direção Geral de Alimentação e Veterinária revela que 7% dos javalis abatidos entre 2011 e 2016 eram portadores da doença

As populações de javalis estão a aumentar todos os dias em várias zonas do país, aproximando-se de cidades, vilas e aldeias à procura de comida e água, mas as autoridades alertam que representam uma séria ameaça para a saúde pública. São portadores de tuberculose e estão a pôr a vida humana em "risco", segundo alerta Eduardo Correia, do Sindicato de Médicos Veterinários (SMV), enquanto a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) revela que 7% dos javalis abatidos nos últimos cinco anos de caça eram portadores da doença.

Os dados oficiais da DGAV - só em percentagem, pois não revelou o número de animais - sublinham a gravidade do problema. Entre 2011 e 2016 foram notificados aos serviços casos positivos de carcaças contagiadas com tuberculose em 28% das jornadas de caça na região Centro e 12% no Alentejo, após as respetivas confirmações laboratoriais.

José Manuel Batista, dirigente do Movimento Caçadores Mais Caça, relata ao DN que deixou de comer carne de javali há três anos, quando uma carcaça de um animal abatido numa montaria já revelava contágio de tuberculose. "O problema é que nessa montaria a tuberculose deu positivo porque havia um veterinário que analisou o animal, mas grande parte de outras montarias e batidas não têm médico", alerta, admitindo que muita carne esteja a chegar ao consumidor "sem ser sujeita à despistagem da doença", porque, segundo denuncia após vários contactos com as autoridades de saúde, "o país não tem veterinários em número suficiente".

O bastonário considerou "um problema grave de incidência de tuberculose nos veados e javalis", alertando que já existem casos de transmissão da doença a espécies pecuárias, existindo riscos para as pessoas, pelo que o sindicalista Eduardo Correia diz ser chegada a hora do Estado "formar mais gente. Não basta dizer que não há e deixar as pessoas ao risco. Este problema é muito sério para ser tratado assim".

A DGAV avança que não existe obrigatoriedade das montarias serem acompanhadas por um médico veterinário. A legislação em vigor na União Europeia obriga apenas a que pelo menos uma pessoa de um grupo de caçadores, designada "pessoa devidamente formada", tenha os conhecimentos de doenças de espécies cinegéticas "e seja capaz de reconhecer os problemas de saúde dos animais caçados. Esta pessoa pode ser um caçador ou o gestor de caça, acrescentando ainda este organismo que desde 2010, têm sido organizados e ministrados cursos de formação para habilitar essa "pessoa formada".

Ainda assim, diz a DGAV, na zona raiana entre Idanha-a-Nova e Barrancos, desde 2011 tem vindo a ser aplicado um plano especial de controlo da tuberculose em caça maior (javalis, veados, gamos, corços), confirmando que "foi concebido precisamente para evitar a propagação da tuberculose na zona geográfica identificada como de maior risco para transmissão da doença.
A tutela alerta ainda para o chamado Plano de Controlo e Erradicação da Tuberculose que está em aplicação desde 2011. Consiste na programação das montarias, sendo designado um médico veterinário oficial (da DGAV ou das autarquias) para observar os órgãos e as carcaças dos animais abatidos, procedendo ao exame das peças capturadas e à colheita de amostras para diversas doenças, como tuberculose, brucelose ou peste suína.

Jacinto Amaro, presidente da Fencaça (Federação Nacional de Caçadores), que tem vindo a acompanhar a evolução do fenómeno junto das autoridades, refere que é na linha de fronteira com Espanha, na larga extensão entre Idanha a Nova e Moura, que reside o maior risco epidemiológico. "Tanto em javalis como em veados e pode chegar aos animais domésticos como já acontece na Estremadura espanhola", refere, justificando que a doença existe em maior escala na região de Cáceres, na serra de São Pedro, tendo cruzado a raia nos últimos anos.
"Os animais selvagens movimentam-se sem controlo à procura de comida e chegaram cá. Na Estremadura espanhola - que faz fronteira com o Alentejo - aproximaram-se de bovinos e caprinos, que também começaram a aparecer doentes. É outro risco que corremos em Portugal", diz o dirigente.
"Procuram alimento e é no Alentejo e Ribatejo que conseguem encontrar pivôs de milho que têm a comida, água e a cobertura ideal que para eles", diz, alertando ainda para os acidentes que têm vindo a provocar nas estradas, sobretudo nas vias de Coruche, Arraiolos, Montemor-o-Novo e Vendas Novas. "É rara a semana que não temos notícia de mais um carro que embateu num javali", conta.

600 abatidos na Arrábida

Os 600 javalis que anualmente têm sido abatidos na serra da Arrábida, segundo dados oficiais avançados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), pelos donos dos terrenos onde os animais procuram comida, atestam o boom que a espécie alcançou nesta região. Por aqui proliferou nos últimos sete anos entre os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, tendo este verão sido vistos alguns animais na praia da Fonte da Telha, já no concelho de Almada.
Mas mas nem as chamadas "correções de densidades" levadas a cabo pelos proprietários e as associações de proprietários têm logrado travar o avanço da espécie na Arrábida, onde já é adjetivada de "praga". Este ano, o calor levou vários exemplares a refrescarem-se na praia de Galapinhos, indiferentes às dezenas de banhistas, enquanto em setembro dois javalis aproveitaram a calada da noite para tomarem de assalto o restaurante do Clube Naval Setubalense (Âncora Azul), deixando o estabelecimento parcialmente destruído.

Contactadas pelo DN, as câmaras de Setúbal e Sesimbra preferiram não comentar o assunto, alegando não ser da sua competência, mas o presidente da Clube da Arrábida, Pedro Vieira, reclama "mão pesada" ao ICNF no combate à invasão destes suínos selvagens, "antes que haja más notícias, com ataques a pessoas, por exemplo", diz. O dirigente, recorda que as batidas promovidas pelas autoridades e caçadores para correção de densidades, há dois anos, não resultaram, tal como viria a acontecer em 2016 com as capturas de animais vivos, com recurso a capturadores.
"É preciso investir noutras modalidades, como a espera noturna", sugere Pedro Vieira, revelando que esta estratégia tem resultado no lado norte da serra com os proprietários que dispõe de licença de uso e porte de arma e a quem o ICNF tem passado as credenciais que os habilitam a disparar sobre os animais que invadem os seus terrenos.

Ninguém sabe explicar ao certo como apareceram os primeiros javalis na serra Arrábida, onde estiveram décadas sem darem sinais de vida, mas recentemente passou a ser cenário recorrente encontrar javalis à procura de comida junto a um contentor do lixo ou até debaixo da mesa da esplanada de um qualquer restaurante no Portinho da Arrábida.


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27
Out17

Parlamento catalão aprova independência com 70 "sim" e 10 "não"

António Garrochinho
Proposta do Junts pel Sí e da CUP que fala de "República catalã como Estado independente" aprovada com voto secreto em urna.

O Parlamento catalão aprovou, num voto secreto em urna, a independência da Catalunha com 70 votos a favor, dez contra e dois em branco. Na votação não participaram os deputados do Ciudadanos, Partido Socialista da Catalunha e Partido Popular.

"Constituímos a República catalã como Estado independente soberano, democrático e social", afirma a moção, apresentada pela coligação de partidos independentistas Junts pel Si e pela Candidatura de Unidade Popular (CUP). Após a contagem dos votos, cantou-se o hino catalão Els Segadors.

Ciudadanos, Partido Socialista da Catalunha e Partido Popular deixaram o hemiciclo quando se votaram as resoluções do Junts pel Sí. Só o Catalunya Si Que es Pot, que inclui o Podemos, ficou no hemiciclo.

O presidente do governo de Madrid reagiu quase de imediato. Mariano Rajoy garantiu aos espanhóis que "o Estado de Direito restaurará a legalidade na Catalunha". E pediu "tranquilidade" a todos. O chefe do governo convocou um conselho de ministros para as 19:00 locais (menos uma em Lisboa).

Uma das resoluções do Junts pel Sí pedia que a votação da proposta de resolução que declara a Catalunha como "uma República catalã como Estado independente" fosse secreta. E foi aprovada com 73 votos a favor e oito contra. Alguns deputados da Catalunya Si Que es Pot mostraram contudo o voto "não" às câmaras antes de votar.

Outra proposta de resolução, que dá início ao processo constituinte, foi aprovada com 71 votos a favor, 8 contra e 3 abstenções (também sem a oposição presente).

Antes, todas as propostas de resolução apresentadas pela oposição foram rejeitadas. As do Ciudadanos com 83 votos contra e 53 a favor. As propostas de resolução dos socialistas com 119 votos contra e 16 a favor e outra, que pedia convocação imediata de autonómicas, com 83 contra e 53 a favor. As propostas do PP foram rejeitadas pelos mesmos números.

Duas propostas de Catalunya Si Que es Pot também foram rejeitadas por 123 votos contra, 11 a favor e uma abstenção, enquanto que uma terceira foi rejeitada por 107 votos contra, 27 a favor e uma abstenção.

Senado aprovou entrada em vigor do artigo 155 e suspendeu independência

O Senado espanhol aprovou a aplicação do artigo 155 com 214 votos a favor, 47 votos contra e uma abstenção. José Montilla, ex-presidente da Generalitat saiu da sala antes da votação do artigo que permite ao governo de Madrid assumir o controlo dos poderes autonómicos na Catalunha.

A autorização do Senado para aplicar o artigo 155 será publicada ainda hoje no Boletim Oficial do Estado - o equivalente espanhol ao Diário da República em Portugal.
Durante a manhã, o líder do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu ao Senado autorização para destituir o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e todo o seu governo, considerando que "não há alternativa" à aplicação do artigo 155.º.

O presidente do Governo pediu "a destituição do presidente da Generalitat (governo regional), do vice-presidente e dos conselheiros" (ministros do governo regional), sob os aplausos dos senadores, na maioria membros do seu partido (Partido Popular).

No seu discurso, Rajoy responsabilizou Puigdemont pela ativação do artigo 155.º da Constituição, dizendo que "ele e só ele" é culpado.


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27
Out17

Fábrica de salga romana descoberta junto à estação de Faro dará lugar a hotel

António Garrochinho



No local onde irá nascer um hotel, na rua Francisco Barreto, perto da estação de comboios, em Faro, existiu uma “fábrica de conserva de peixe” da época romana. Neste sítio, estão a decorrer trabalhos de escavação arqueológica e, para já, foram encontrados quatro tanques de salga de peixe e estruturas de apoio que serviam para produzir o famoso garum na cidade de Ossónoba, há quase 2000 anos.

Paulo Botelho, um dos arqueólogos da empresa Engobe, que está a levar a cabo os trabalhos, explicou ao Sul Informaçãoque as escavações fazem parte das «medidas de minimização de impacto para a construção do empreendimento hoteleiro».
«Realizámos sondagens de diagnóstico e identificámos vestígios, que seriam romanos. Na sequência disto, a Direção Regional de Cultura definiu que deveria ser feita uma escavação integral, dada a relevância», acrescentou.
A escavação, neste caso, é também necessária porque o futuro hotel terá uma cave para estacionamento e «é por isso que tudo isto está a acontecer. Se não tivesse cave, arranjaríamos maneira de minimizar o impacto sobre os vestígios».












Apesar de ainda faltarem «cerca de três semanas para o término dos trabalhos, o nível geológico já está à vista. Não identificámos nada do período moderno ou medieval. Esta zona era ocupada, essencialmente, durante a época romana. São esses vestígios que temos aqui», disse ainda o arqueólogo.
Paulo Botelho revelou que foram identificados «quatro tanques que serviam para fazer preparados de peixe: o garum, muito apreciado pelos romanos, e difundido por todo o Mediterrâneo. Além disso, temos as áreas associadas a esses tanques, com um pátio onde se cortaria e prepararia o peixe e onde seria feita a mistura de vários peixes, vísceras e especiarias».
Nas escavações, foram ainda reveladas «estruturas habitacionais e outras que estarão ligadas ao armazenamento. Há um segundo pátio ao ar livre».
O arqueólogo acredita, apesar de os resultados ainda serem «muito preliminares», que esta “fábrica” será da «fase final do Império Romano. O abandono das estruturas, temos a certeza, aconteceu entre o século IV e o século V. A construção poderá remontar ao século I, II».
Além das estruturas, foi encontrada «cerâmica de uso quotidiano, alguns metais relacionados com a atividade, como anzóis, e algumas moedas. Não foram muitas as moedas e têm pouco valor. Nessa fase final do Império, o valor da moeda era muito frágil e estão em mau estado de conservação».
São estes artefactos que vão ajudar os arqueólogos «a datar o sítio. Usamos essencialmente a cerâmica como elemento datante, cruzando-a com outros elementos como as moedas».
Encontrar estes vestígios naquele local «não é uma grande surpresa», segundo Paulo Botelho. «Já houve outras escavações feitas aqui perto e e Câmara tem prevenido os proprietários que estas são zonas sensíveis», nas quais, se forem escavadas, «vão ser identificados vestígios à mesma profundidade, cerca de 80, 90 centímetros, que seria a cota de ocupação romana, que se estendia ao longo de toda esta área na da zona ribeirinha».




De facto, não muito longe do local onde estão a ser feitas as escavações, foi encontrado o mosaico do Deus Oceano, o mais importante achado romano no concelho de Faro e um dos mais importantes no Algarve. No entanto, não é expectável que um artefacto semelhante seja encontrado nesta escavação.
«É uma zona que, pelas características das estruturas, não será muito rica. Esta zona era conhecida como uma zona industrial. Já tinham sido identificados outros tanques de salga em frente ao Hotel Eva. Uma zona habitacional poderá existir, mas mais a Este», salientou Paulo Botelho.
Apesar de este tipo de estruturas industriais romanas serem «conhecidas por todo o Algarve», uma escavação «em meio urbano é rara na região. Acontece mais em zonas rurais». Por isso, «esta é uma oportunidade de poder fazer uma intervenção em meio urbano, retirando a informação para que seja feita a preservação pelo registo».
Depois de tratada essa informação, sairá o relatório final, «que é o sumo que vai ficar para as gerações vindouras e para outros investigadores».
É com este conhecimento fragmentado, adquirido em escavações pontuais como esta, que, «depois de compilado, se poderá ter uma ideia do que seria Ossónoba», conclui Paulo Botelho.

Projeto hoteleiro poderá vir a ser alterado


Uma telha romana também foi encontrada
A Direção Regional de Cultura está a par destes trabalhos arqueológicos e terá uma palavra a dizer sobre o futuro hotel previsto para o local.
Frederico Regala, arqueólogo desta entidade, explicou ao Sul Informação que as estruturas encontradas «são de algum interesse e conhecem-se em várias zonas costeiras do Sul do país. Não são únicas, mas têm interesse para a investigação arqueológica da época romana em Portugal».
Segundo Frederico Regala, «a relevância das estruturas em si é relativamente diminuta, estão muito arrasadas e a sua monumentalidade é muito reduzida. A intervenção que está a ser feita serve, acima de tudo, para recolher e registar toda a informação, para que possa ser aproveitada para estudos futuros».
Ainda assim, isso não significa que os vestígios venham a ser destruídos para a construção da garagem do hotel. «O que se pretende nestas situações é que os projetos de obras sejam adaptados para preservar o máximo das estruturas arqueológicas que se encontram no local, o que normalmente não é impeditivo da realização da obra, embora com algumas alterações».
Nesta situação, «a escavação em larga escala serve para tentar perceber a que profundidade estão as estruturas, para, em função disso, delinear uma estratégia, de modo a que o património arqueológico tenha menor afetação. Se tiver de ser destruído, que seja feito um estudo o mais exaustivo possível, para que a obra possa prosseguir».
Frederico Regala diz que, neste momento, «ainda está a ser feita a análise e há várias possibilidades em aberto: ou há uma preservação dos achados arqueológicos, ou se faz a preservação parcial com uma investigação mais aprofundada, ou, em última análise, opta-se por uma destruição em maior escala, mas com o registo detalhado daquilo que são os bens arqueológicos do local».


www.sulinformacao.pt

27
Out17

Não pode valer tudo!

António Garrochinho
Paula Santos


Ontem assistimos a um exercício inaceitável protagonizado pelo CDS – a instrumentalização de uma situação dramática vivida e sentida por milhares de pessoas na sequência dos incêndios que deflagraram no nosso país com o objetivo de retirar dividendos políticos.
O próprio texto da moção de censura é muito elucidativo quanto aos seus objetivos. No texto não se vislumbra qualquer consideração sobre as causas desta tragédia dos incêndios, nem uma única proposta para resolver o problema da floresta. Acho que está tudo dito!
No debate o CDS insistiu na tese de que o Estado falhou, quando o que falhou foram as opções da política de direita prosseguidas por sucessivos governos do PS, PSD e CDS.
Percebe-se que não queiram discutir a verdadeira origem da tragédia, falar sobre as causas dos incêndios, nem sobre as consequências da política que defenderam e implementaram. Não querem falar porque isso implica discutir as suas enormes responsabilidades na atual situação da floresta, no desinvestimento e no abandono do mundo rural, assim como no desinvestimento nos meios de combate a incêndios.
Não nos esquecemos das opções políticas do anterior Governo do PSD e CDS. Reduziram a capacidade de intervenção do Estado na área da floresta, nomeadamente com o encerramento de serviços desconcentrados de apoio aos setores produtivos e concentraram serviços no ICNF; reduziram o número de trabalhadores; reduziram o orçamento na área da defesa da floresta em 20 milhões de euros e na área da proteção civil em 8 milhões de euros; impuseram a lei da liberalização do eucalipto; retiraram a isenção das taxas moderadoras aos bombeiros. Opções políticas que se centraram sempre na perspetiva do menos Estado, na privatização de serviços, substituindo a intervenção pública pela lógica do mercado, com o objetivo de satisfazer os interesses dos grupos económicos.
No início desta semana os deputados do PCP visitaram os concelhos mais afetados pelos incêndios do passado dia 15 de outubro nos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Porto e Viseu. Constatámos o rasto de destruição deixado pelos fogos. Arderam hectares de floresta, arderam habitações, arderam empresas e perderam-se milhares de postos de trabalho. Perdeu-se capacidade produtiva.
As populações sentem-se abandonadas. Na visita que fiz ao concelho da Sertã, à semelhança do que ocorreu noutras zonas atingidas pela brutalidade dos fogos, houve investimentos realizados por pequenos produtores e que agora perderam tudo.
Vi uma floresta desordenada, sem qualquer planeamento, sem faixas de proteção, com uma mancha contínua sem qualquer quebra. Uma parte do que ardeu nos incêndios deste ano, já tinha ardido no grande incêndio de 2003. Verifica-se que durante estes 15 anos não houve alterações ao nível da gestão da floresta, apesar das sucessivas recomendações e estudos elaborados com medidas concretas que tardam em ver a luz do dia, no âmbito da prevenção e defesa da floresta.
Foi generalizada a opinião transmitida quanto à pouca rentabilidade na atividade florestal. Os preços da madeira são baixos, os preços dos resíduos igualmente, fatores que não contribuem para uma adequada gestão florestal.
Não se pode perder mais tempo. É prioritário o apoio e indemnização às vítimas dos incêndios, na reconstrução e na recuperação do potencial produtivo. É fundamental que se avance desde já com medidas concretas de defesa da floresta, de ordenamento florestal, de diversificação da floresta e de valorização do preço da madeira.

27
Out17

O homem que defende que os fogos não se apagam com água

António Garrochinho



Tiago Martins de Oliveira, escolhido para liderar a estrutura de missão que vai repensar o combate aos fogos, anda há 20 anos a apagar incêndios, que acumula com a experiência académica. Defende a prioridade à prevenção e, no combate, encara os meios aéreos como último recurso.
O homem que defende que os fogos não se apagam com água
"Os grandes incêndios não se combatem com água." Há anos que a ideia é repetida por Tiago Martins de Oliveira, empossado esta terça-feira presidente da Estrutura de Missão para a instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais. 
Em vez das mangueiras e dos autotanques que nos habituámos a ver nos fogos que têm assolado o país, sustenta que o combate deve ser feito retirando a matéria combustível, com recurso a ferramentas manuais e com técnicas de fogo controlado.

Com experiência académica, mas também de terreno, Tiago Oliveira é considerado um especialista na prevenção e combate a incêndios. Crê na ciência e na engenharia, mais do que na boa vontade.

Aos 48 anos, natural do Porto, este engenheiro florestal e sapador foi escolhido pelo primeiro-ministro como responsável pela estrutura que vai repensar o combate aos fogos. Como aconteceu noutros governos, também pelo actual já tinha sido chamado a dar a sua opinião sobre o tema. Mesmo não tendo sempre no passado estado de acordo com António Costa.

Em 2005, era Sócrates primeiro-ministro e Costa ministro da Administração Interna, foi um dos responsáveis pela proposta técnica do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Um documento, pedido pelo Executivo após os incêndios de anos anteriores, que nunca saiu da gaveta.

Nele já eram sugeridas muitas das soluções propostas agora pela comissão técnica independente nomeada pelo Parlamento para analisar os factos relativos aos incêndios de Pedrógão Grande de 17 de Junho, a que a estrutura de missão irá dar cumprimento. A mudança de paradigma é uma velha batalha que Tiago Oliveira defendia e defende, e que irá agora pôr em prática.

A prioridade à prevenção, um comando único e a profissionalização dos bombeiros eram medidas então preconizadas pelo grupo de especialistas do trabalho pedido ao Instituto Superior de Agronomia, em que Tiago Oliveira deu apoio à coordenação.

Mas, "porque não havia dinheiro", o Governo de José Sócrates pôs o plano de parte. A proposta técnica apresentada avançava um investimento global, para o período 2006-2010, de cerca de 678 milhões de euros, dizendo que parte já estava orçamentado. 

A título de comparação e para dimensionar a ordem de grandeza do programa, os seus responsáveis sublinhavam no documento que a realização do Euro 2004 tinha exigido 807 milhões de euros e a Expo 98 havia atingido 1.490 milhões.

[Tiago Oliveira] é uma pessoa que detém a nível nacional e internacional um prestígio à prova de bala e cuja independência é atestada pela vasta bibliografia publicada e que atestam a liberdade de pensamento. antónio costa
Primeiro-ministro

Sem férias de Verão

Assumindo agora um cargo "equiparado a secretário de Estado," como disse o Governo, Tiago Oliveira deixa a direcção da área de inovação e desenvolvimento florestal na The Navigator Company (designação adoptada pela Portucel), empresa onde está há 20 anos.

Esta não é a primeira vez que sai. Entre 2005 e 2006 foi adjunto do então ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva. Com a reforma que defendia na gaveta, não chegou ao fim do mandato.
Há 15 anos que não tira férias no Verão, período que passa a combater incêndios. É um operacional. Na Afocelca – a força profissional de combate aos fogos detida pelos grupos Navigator e Altri, que gerem mais de 200 mil hectares de floresta – já passou por momentos difíceis. Viveu de perto os incêndios que em 2006 vitimaram cinco bombeiros chilenos daquela unidade especializada.

Os que o conhecem garantem que sabe o que é o fogo e como se combate. Apaixonado pela floresta, tem contactos com os maiores especialistas mundiais nesta área. Tem muitas horas no terreno e ideias fortes quanto à estratégia a adoptar.

Muitas das soluções que defende foram postas em prática na Afocelca. Aqui é quem limpa os terrenos no Inverno que está responsável pelo combate aos fogos no Verão.
Tiago Oliveira defende desde logo a distinção entre a tarefa da defesa da vida e de edifícios e a da defesa da floresta contra incêndios. Preconiza o ordenamento do território e as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF). Pretende um mecanismo coordenado de combate aos fogos. Quer profissionalizar os bombeiros.

Contra o amadorismo, usa a ciência e a engenharia, a capacidade de utilizar modelos que permitam avaliar como um fogo vai evoluir, tendo em conta dados como o vento, a humidade, a temperatura ou o solo.

Quem o conhece atribui-lhe ideias controversas para a floresta, desde a redução da dependência da água até à realização de contra-fogos. Não compreende para que serve um autotanque quando as temperaturas estão muito acima daquela a que a água ferve...

Contra o vício dos meios aéreos

O novo responsável pela estrutura de missão, decidida no passado sábado em Conselho de Ministros extraordinário, não diaboliza o eucalipto, mas defende as espécies no sítio certo.

Critica que a lógica da prevenção tenha sido subordinada à prioridade do combate e contesta que o país tenha ficado viciado nos meios aéreos, os quais considera não o primeiro, mas sim o último recurso. Defende que haja faixas de contenção nas florestas.

Na tese de doutoramento que defendeu este ano, citada pela Lusa, dizia que os responsáveis encontraram na meteorologia, nos incendiários ou na floresta "a explicação para a fatalidade do flagelo ou expiar o seu fracasso".
Teimoso, convicto das suas ideias, exaustivo quando o tema é a floresta, Tiago Oliveira pretende agora levar à prática o que há mais de uma década escreveu na teoria.

Às críticas do Bloco de Esquerda à sua escolha, apontando a sua ligação à indústria das celuloses, o primeiro-ministro salientou esta terça-feira o seu currículo, que disse atestar a sua independência e liberdade de pensamento.

Reconhecida a sua experiência académica e no terreno, falta a Tiago Oliveira a experiência política. E equilibrar interesses nem sempre é fácil...
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Algumas medidas para a floresta

Além da criação da unidade de missão, o Governo aprovou no passado sábado um conjunto de medidas para responder aos incêndios, como foi apontado pela comissão técnica independente.

Limpezas de vias 
Vão ser limpas as áreas nas faixas entre estradas, ferrovia, povoações e florestas num espaço de dez metros (hoje são três). Por outro lado, vão ser dados incentivos ao enterramento de cabos de energia e comunicações nos canais técnicos que já existem nas estradas e ferrovias.

Sapadores florestais
Ao longo dos próximos dois anos serão criadas 100 novas equipas de sapadores florestais, num total de 500 efectivos. Somarão às 292 equipas agora existentes. Para o imediato, haverá 50 vigilantes da natureza, dos quais 20 estarão no terreno já a partir de 4 de Novembro.

Parques nacionais
O projecto-piloto da Peneda-Gerês de prevenção estrutural contra incêndios, que este ano permitiu uma diminuição da área ardida 60% face a 2016, será replicado noutros parques florestais nacionais.

Aproveitamento de combustíveis
O Governo vai fazer estudos para criar um mercado de combustíveis para bio-refinarias que possam usar os resíduos resultantes da limpeza das florestas. 

54% do SIRESP
O Governo vai efectuar uma operação de conversão de créditos em capital e, dessa forma, tomar uma posição accionista na SIRESP, que segundo o novo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, levará o Estado a deter 54% do capital daquela empresa. Fará, ainda, um investimento de oito milhões de euros que permitirá a aquisição de mais quatro estações móveis com ligação satélite.


www.jornaldenegocios.pt
27
Out17

Secretaria-Geral do MAI com divisão de apoio permanente aos utilizadores do SIRESP

António Garrochinho


Divisão contará com elementos da PSP e da GNR

A secretaria-geral da Administração Interna vai ter afeta uma divisão com funções de suporte e apoio permanente aos utilizadores da rede SIRESP, assegurada por elementos da PSP e GNR, segundo um despacho hoje publicado em Diário da República.
O despacho, assinado a 16 de outubro pelo então secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, adianta que a divisão vai integrar o Centro de Operações e Gestão (COG) do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
A afetação desta divisão à estrutura orgânica da secretaria-geral da Administração Interna (SGAI), incluindo o funcionamento do COG, vai garantir "disponibilidade de serviço 24 horas, sete dias por semana e 365 dias por ano", refere o documento.
O despacho hoje publicado em Diário da República surge após a ex-ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, ter determinado, em agosto, a elaboração de uma proposta de enquadramento orgânico do SIRESP no âmbito da SGAI, com competências de fiscalização e supervisão da operadora e de interface com os utilizadores, de forma a assegurar as atividades técnicas, jurídicas administrativas e de supervisão relacionadas com este sistema, incluindo o funcionamento do COG.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil, bombeiros, PSP, GNR, INEM, Polícia Judiciária, SEF e Forças Armadas são algumas das entidades que utilizam a rede SIRESP.
O funcionamento desta divisão vai ser assegurado, "com caráter permanente", por elementos da PSP e da GNR, designados para o efeito, em regime de comissão de serviço, sendo os respetivos encargos suportados pelas respetivas forças de segurança.
"As atribuições relativas ao planeamento e gestão da infraestrutura de suporte à rede SIRESP, cuja propriedade é do Estado, bem como, o acompanhamento da execução técnica do contrato celebrado com a SIRESP SA, continuará a ser da responsabilidade da equipa multidisciplinar de comunicações críticas, da SGAI", refere ainda o despacho.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou, esta semana, que o Estado vai assumir 54% do capital social da rede SIRESP, estando a decorrer trabalhos que visam a reestruturação da estrutura acionista de modo a que o Estado tenha uma palavra decisiva na gestão da empresa SIRESP SA.


www.dn.pt
27
Out17

Um conselho às raparigas portuguesas...

António Garrochinho


Lembram-se daquele conselho que o D. José Policarpo deu às raparigas portuguesas?
"Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam."

Ora, já que ultimamente está na moda citar a Bíblia, trago uma frase do Evangelho de  Mateus (Mt. 7:5): "Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão."


Um belo exemplo de trave no olho dos portugueses, que tão bem sabem repudiar esses países onde se pratica a sharia e se dá à mulher uma posição de subalternidade, é este caso do acórdão do juiz Neto de Moura e a juíza Maria Luísa Arantes. Atente-se nos detalhes do caso (e há muito mais, mas isto é só um post, não é um compêndio): 
  

Segundo o acórdão:

14 ) No seguimento de tais factos, os arguidos X e Y provocaram na assistente A as seguintes lesões: - na cara: ferida corto - contusa com 2 cm, suturada com 5 pontos de seda na região frontal; - no pescoço: lesão abrasiva na região ântero - lateral direita numa área de 3x4 cm; - no tórax: - equimose de 5x4 cm na mama esquerda, » escoriação de 7 cm na mama direita; * equimose de 4x4 cm na omoplata esquerda; - no abdómen: equimose de 10x4 cm na região do flanco esquerdo; - no braço direito: 15 escoriações lineares na regiã o posterior do braço, a maior das quais com 8 cm de comprimento, 9 equimoses na região anterior do braço e antebraço, a maior das quais com 6x3 cm e equimose na região posterior do polegar de 6x1 cm; - no braço esquerdo: equimose de 12x11 cm na região poster ior do 1/3 médio do braço; equimose de 9x4 cm na região posterior do antebraço; 3 equimoses na região anterior do antebraço, a maior das quais com 6x4 cm; - na perna direita: equimose de 7x3 cm na nádega; - na perna esquerda: equimose de 4x2 na região posterior do joelho, equimose de 4x2 na região posterior da perna, lesões estas que determinaram 20 dias para a consolidação médico - legal, com afetação de 10 (dez) dias da capacidade de trabalho profissional e com afetação de 1 (um) dia da capacidade de trabalho geral.

Perante isto, o juiz diz:

"Este caso está longe de ter a gravidade com que, geralmente, se apresentam os casos de maus tratos no quadro da violência doméstica."Que é como quem diz: Oh pá, só cinco pontos na cara, além de uns arranhões e nódoas negras no corpo todo?! Nem traumatismo craniano nem nada?! Irra, como se atrevem a vir a tribunal com bagatelas? Não me venham incomodar por tão pouco, num país onde todos os anos a violência doméstica mata dezenas de mulheres! 
Sobre o ex-namorado, que sequestrou e agrediu a vítima, e chamou o ex-marido para vir bater também, "cumpre referir que tal sucedeu devido ao facto de o arguido ter tido um  relacionamento  amoroso  com  a  ofendida,  o  qual,  na  altura,  tinha  recentemente acabado, e só se percebendo tal atitude devido a tal facto.

Por  outro  lado,  e  como  já  se  afirmou,  o  arguido,  aparentemente, encontra-se inserido socialmente, e não tem antecedentes criminais, e do relatório social efectuado ao mesmo, resulta que já terá ultrapassado toda esta situação."Que é como quem diz: batia porque gostava; mas como agora já não gosta, a mulher já não corre mais perigo de levar outra tareia .
 
--

Nem sei se fico aliviada ou triste ao constatar que a notícia do juiz machista do Porto não chegou à imprensa alemã. No horizonte dos alemães, Portugal praticamente não existe.
Mas talvez seja melhor assim, neste caso. Sabe-se lá o que é que um partido como a AfD, que cavalgou a onda de medo da "islamização da Europa", seria capaz de fazer ao projecto europeu caso se tornasse conhecido que em Portugal o Sistema de Justiça tem algumas dificuldades em distinguir entre lei, por um lado, e religião e hábitos machistas, por outro.

E era o que mais faltava ter agora um Alexander Gauland a dizer às raparigas alemãs: 
"Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um português, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Deus sabe onde é que acabam."


conversa2.blogspot.pt
27
Out17

VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS - O PAI DA LOBOTOMIA - 27 de Outubro de 1949: O Prémio Nobel da Medicina é atribuído ao professor e investigador português Egas Moniz.

António Garrochinho

Neurologista português, nasceu  a 29 de Novembro de 1874, em Avanca, Estarreja, e morreu  a 13 de Dezembro de 1955, em Lisboa. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra em 1898, na qual foi nomeado professor em 1902. A partir de 1911 e até 1944 passou a ocupar a recém-criada cadeira de Neurologia da Faculdade de Medicina de Lisboa, onde foi o primeiro professor. Em 1927 efectuou a primeira angiografia cerebral no homem. Este novo processo permitiu obter em películas radiográficas a imagem dos vasos sanguíneos intracranianos e constituiu o maior progresso da cirurgia cerebral dos últimos 50 anos. Egas Moniz levou à criação da cirurgia vascular no encéfalo e trouxe uma contribuição fundamental para os diagnósticos dos tumores cerebrais. Nos traumatismos cranianos também o método do neurologista português se revelou importante porque indica com segurança a presença de hematomas. Em 1935 concebeu uma nova forma de intervenção cirúrgica cerebral, a leucotomia pré-frontal, muito utilizada no tratamento de certas psicoses graves, o que lhe valeu o Prémio Nobel da Medicina em 1949, partilhado por W. R. Hess. Na justificação para o Prémio, a Academia sublinhava a “descoberta do valor terapêutico da leucotomia em algumas psicoses“. Egas Moniz pretendia, assim, utilizar a cirurgia cerebral no tratamento de doenças do foro mental. O uso e abuso desta técnica levou a que muitos pacientes ficassem completamente inactivos e sem qualquer capacidade de iniciativa, falhando o objectivo de tratamento de perturbações psicológicas. De Leucotomia, o processo de Egas Moniz passou a Lobotomia. O método caíu em desuso a partir dos anos 60, altura em que o aparecimento e proliferação dos anti-depressivos votou ao quase total abandono, por parte da comunidade médica, uma técnica cirúrgica já profundamente deturpada em relação à que valera a Egas Moniz, o primeiro Nobel português.
Egas Moniz publicou uma extensa autobiografia da qual se destacam: Confidências de um Investigador Científico (1949) e A Nossa Casa (1950). Egas Moniz também se dedicou à política, tendo ocupado o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros. A sua atividade política decorreu no período entre 1903 e 1917.
Fontes: Egas Moniz (médico). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (Imagem)
 



 
 
Retrato de Egas Moniz da autoria de Henrique Medina


27
Out17

Função pública - greve nacional

António Garrochinho


Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.
27
Out17

PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO

António Garrochinho

Para mim que sou ateu entendo que a fé em deus ou noutra cena qualquer é um problema, uma escolha de cada um.

Agora pertencer, ser militante , alienado, nesses exércitos de assassinos que derramam sangue para se saciar e aumentar o pecúlio dos seus negócios é doentio, irracional, despropositado.

A religião, qualquer religião, sempre esteve do lado mau, do lado dos exploradores, do lado dos escravagistas, do lado dos falsos e traidores que em nome do povo servem e promovem a sujidade, a falsa moral, a doutrina mentirosa de chupar o sangue aos desprevenidos, aos analfabetos e sobretudo aos estúpidos que são da opinião que o esotérico é superior ao conhecimento, à medicina, ao homem que recolheu conhecimentos da natureza.

Quando deus chama bebés, crianças, homens e mulheres bons para o reino dos céus e deixa na terra a horda de crápulas, déspotas e sanguinários que através de dinheiro, exorcismos e bruxedos são mais reconhecidos que a ciência, a cultura, o saber que rodeia o homem, o mundo andará sempre para trás.

O homem a mulher que defende o bruxo e condena o médico é completamente irracional.

São tantos os crimes nojentos, monstruosos dessas seitas que quem os defende não pode ser considerado pessoa de bem se os promove de maneira consciente.

António Garrochinho
27
Out17

Ainda sem acordo com BE, Medina atira aos comunistas

António Garrochinho
Rui Moreira esteve ontem presente na tomada de posse de Fernando Medina
Presidente da Câmara tomou ontem posse para um novo mandato sem maioria no executivo e ainda sem parceiro para os entendimentos necessários à governação da cidade.

O número de casas a disponibilizar em regime de renda acessível, a forma de financiamento do programa e a extensão da rede do metropolitano de Lisboa são as grandes questões que estão a emperrar as negociações entre socialistas e bloquistas. Fernando Medina tomou ontem posse como presidente eleito da autarquia lisboeta ainda sem acordo com o BE. E uma porta fechada pelo PCP, que não escapou às críticas do autarca da capital.

"Tomei a iniciativa do diálogo político à esquerda. Infelizmente o PCP não se mostrou disponível para um acordo mais permanente de governação da cidade", referiu Fernando Medina, sustentando que a atitude que os comunistas assumiram agora contraria o discurso do partido durante a campanha eleitoral. 

"Creio que terá desiludido muitos dos eleitores que votaram no PCP nestas eleições, porque muitos ouviram da candidatura uma disponibilidade para o compromisso", sublinhou o autarca, dizendo lembrar-se de ouvir ao PCP que "nos locais em que é poder tem sempre a disponibilidade para partilhar pelouros, dando a entender que também o faria" no caso de Lisboa. 

"Creio que há eleitores que se podem sentir desiludidos com esta posição", rematou o presidente da autarquia, resumindo assim a recetividade dos comunistas: "Não houve negociação, o PCP entendeu que não deveria ter um acordo permanente".

Uma interpretação do discurso do PCP que Carlos Moura, vereador comunista que ontem também tomou posse, contesta: "Não sei de onde é que o presidente da câmara tirou a leitura de que estávamos disponíveis para fazer um acordo de governação da cidade", afirmou ao DN. 

Para Carlos Moura é até estranho que Medina "possa achar que os eleitores votaram no PCP para que fosse apoiar acriticamente o PS". "Se assim fosse", acrescenta, "teriam votado no PS, o senhor presidente da câmara teria conseguido a maioria absoluta e não estaria agora dependente dos dois vereadores do PCP".

Já o BE "mostrou disponibilidade para discutir", disse ontem Medina, e é isso que ambos os lados têm vindo a fazer, ainda sem resultados concretos. 

As grandes questões que estão a travar um entendimento passam pela habitação e transportes - dois pontos centrais quer do programa do BE quer do PS. Mas com pontos de partida distintos e que ainda não se encontraram. 

Em relação à habitação, a divergência mantém-se quanto ao número de fogos a disponibilizar no regime de renda acessível, e ao financiamento desse programa, que os bloquistas querem que seja exclusivamente público. 

Já nos transportes, a grande divergência prende-se com a extensão da rede do Metropolitano, que nos planos do governo (que Medina apoia) deve passar a ser uma rede circular, enquanto os bloquistas querem a extensão até Belém. 
Muito embora esta seja uma matéria de decisão do governo, o BE acredita que a oposição da câmara de Lisboa faria travar o projeto.

Já quanto a eventuais acordos à direita, Medina negou que tenha havido qualquer tentativa de entendimento para um acordo.

Medina promete mais elétricos

No discurso de tomada de posse dos eleitos para a Assembleia Municipal e para a Câmara de Lisboa, Fernando Medina prometeu avançar já no primeiro semestre de 2018 com o concurso para a construção dos primeiros seis centros de saúde dos 14 que prometeu durante a campanha eleitoral. 
E avançou com uma outra promessa, na área dos transportes: comprar "30 novos elétricos, tendo em vista a extensão do 15 a Santa Apolónia, a recuperação do 24 entre o Cais do Sodré e Campolide e o início de uma nova fase de expansão da rede na cidade".

Como já fizera no discurso do 5 de Outubro, Medina voltou a referir-se à descentralização para defender que "este é o tempo de o Estado fechar" este dossier. Com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, sentado na primeira fila da assistência, Medina defendeu que "as cidades do Porto e Lisboa enfrentam hoje muitos desafios comuns", a "começar no combate ao centralismo" - "Obrigado Rui, pela tua presença. Vamos trabalhar juntos".

Acordo à vista em Almada

Em Almada, a socialista Inês de Medeiros dirigiu convites aos vereadores eleitos de todas as forças políticas para assumirem pelouros, apurou o DN. 

Até amanhã, dia em que tomam posse os órgãos autárquicos no município, a distribuição desses pelouros deve estar concluída entre os quatro eleitos socialistas, os quatro do PCP/PEV, os dois do PSD e a do BE.


www.dn.pt
27
Out17

PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO

António Garrochinho

Para mim que sou ateu entendo que a fé em deus ou noutra cena qualquer é um problema, uma escolha de cada um.
Agora pertencer, ser militante , alienado, nesses exércitos de assassinos que derramam sangue para se saciar e aumentar o pecúlio dos seus negócios é doentio, irracional, despropositado.

A religião, qualquer religião, sempre esteve do lado mau, do lado dos exploradores, do lado dos escravagistas, do lado dos falsos e traidores que em nome do povo servem e promovem a sujidade, a falsa moral, a doutrina mentirosa de chupar o sangue aos desprevenidos, aos analfabetos e sobretudo aos estúpidos que são da opinião que o esotérico é superior ao conhecimento, à medicina, ao homem que recolheu conhecimentos da natureza.

Quando deus chama bebés, crianças, homens e mulheres bons para o reino dos céus e deixa na terra a horda de crápulas, déspotas e sanguinários que através de dinheiro, exorcismos e bruxedos são mais reconhecidos que a ciência, a cultura, o saber que rodeia o homem, o mundo andará sempre para trás.

O homem a mulher que defende o bruxo e condena o médico é completamente irracional.

São tantos os crimes nojentos, monstruosos dessas seitas que quem os defende não pode ser considerado pessoa de bem se os promove de maneira consciente.


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